Trabalho de RINZE
Trabalho de RINZE
Trabalho de RINZE
Estudante: Formador:
Vida e obra
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários
nacionalistas, onde se convenceu de que as condições estavam criadas para o estabelecimento
de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três
organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de
Moçambique), a MANU (Mozambique African National Union, à maneira
da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI(União Nacional Africana para
Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base
social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o
apoio do presidente daTanzânia, Julius Nyerere a FRELIMO foi de facto criada na Tanzânia,
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com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu
primeiro presidente, com Uria Simango como Vice-Presidente.
Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a
independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar
uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os
primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-seSamora
Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzânia, onde
a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus
Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos jovens da sua província (Tete) e era
professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a
maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em
Março de 1968, verificou-se um motim, seguído pelo abandono quase maciço dos estudantes
que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em Maio, uma multidão
de macondes invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité
Central, Mateus Sansão Muthemba exigiam a independência imediata de Cabo Delgado.
Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na
Tanzânia, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas
do Niassa, em Julho de 1968.
Nesse congresso o II Congresso da FRELIMO , Mondlane foi reeleito como presidente e Uria
Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a
presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a
política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas
de parte dela.
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Eduardo Mondlane morreu a 3 de Fevereiro de 1969 ao abrir uma encomenda que continha
uma bomba, na casa de uma ex-secretária sua, Betty King. Suspeita-se que a encomenda teria
sido preparada em Lourenço Marques, pela PIDE, a polícia secreta portuguesa, mas como
chegou às suas mãos e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção
Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a
SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro, "Lutar por
Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como
funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o
país.