Apostila de Analise de Sistemas Eltricos - PROF. FREDERICO OLIVEIRA PASSOS
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comparecer a aula preparado para ser desafiado e questionado sobre o conteúdo previamente
Procedimento de aula
equipes disputarão os desafios. Cada equipe terá um líder no dia de aula e terá que dispensar
Nota de estudo prévio: [0-100] 50% * a nota daqueles não sorteados será a média da
Bibliografia:
CONTEÚDO
AULA 01 – Introdução de Análise de Sistemas Elétricos, PU e Representação de Cargas
Trifásicas em PU ..................................................................................................... 1
Introdução de Análise de Sistemas Elétricos...................................................... 1
Representação por Unidade – PU ....................................................................... 1
Representação de Impedâncias em PU ............................................................... 3
AULA 02 – Mudança de Base e Representação de Transformadores ....................................... 7
Mudança de Base................................................................................................ 7
Representação de Transformadores em PU ........................................................ 8
AULA 03 – Representação de Banco de Transformadores ..................................................... 12
Representação de Banco de Transformadores em PU ...................................... 12
AULA 04 – Representação de Cargas ..................................................................................... 19
Representação de Cargas .................................................................................. 19
AULA 05 – Choque de bases e Transformadores com Tapes ................................................. 27
Choque de Bases .............................................................................................. 27
Transformador com Tapes................................................................................ 30
AULA 06 – π Equivalente aos transformadores com Tapes .................................................... 33
π Equivalente aos transformadores com Tapes ................................................ 33
AULA 07 – Componentes Simétricos ..................................................................................... 37
Componentes Simétricos .................................................................................. 37
AULAS 08 e 09 – Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas............... 43
Potência em Componentes Simétricos ............................................................. 43
Componentes simétricos de uma rede com impedâncias desequilibradas ....... 44
AULA 10 – Redes Equilibradas com Cargas Desequilibradas ................................................ 51
Redes equilibradas providas de cargas desequilibradas ................................... 51
AULA 11 – Desequilíbrio Shunt – Circuito de Quatro Braços ............................................... 58
Desequilíbrio devido às faltas shunts diversas ................................................. 58
AULA 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares .................................................. 66
Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares .............................................. 66
AULA 13 – Circuito para falta trifásica desequilibrada .......................................................... 76
Circuito para Cálculo de Falta Trifásica Desequilibrada ................................. 76
AULA 14 – Análise de Faltas Série ......................................................................................... 81
Análise de Faltas Série ..................................................................................... 81
Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares de Desequilíbrio série .......... 84
Abertura de Uma Fase ...................................................................................... 84
Abertura de Duas Fase ..................................................................................... 85
AULA 15 – Defasamento angular de Transformadores........................................................... 90
Defasamento angular de Transformadores em Componentes Simétricos ........ 90
AULA 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos ................................................ 93
Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos............................................. 93
Impedância de sequencia zero de transformadores trifásicos de 2 enrolamentos
providos de núcleo trifásico ............................................................................. 97
AULA 17 – Representação de Linhas de Transmissão ............................................................ 99
Linhas de Transmissão ..................................................................................... 99
Modelagem de Linhas de Transmissão .......................................................... 100
AULA 18 – Máquinas Síncronas ........................................................................................... 105
Máquinas Síncronas ....................................................................................... 105
Impedâncias de sequencia zero e negativa de máquinas síncronas ................ 107
AULA 19 – Motor de Indução Trifásico................................................................................ 109
Motor de Indução Trifásico ............................................................................ 109
Impedâncias de sequencia zero e negativa do MIT ........................................ 110
A contribuição do MIT durante faltas ............................................................ 112
AULA 20 – Potência ou Capacidade de Curto-Circuito ........................................................ 113
Potência ou Capacidade de Curto-Circuito .................................................... 113
AULA 21 – Aterramento de Neutro....................................................................................... 116
Aterramento de Neutro ................................................................................... 116
a)Resistências desprezíveis ............................................................................ 118
b)Resistências de sequencia positiva desprezíveis ......................................... 119
AULA 22 – Matriz de Admitância Nodal .............................................................................. 121
Matriz de Admitância Nodal .......................................................................... 121
AULA 23 – Matriz de Impedância Nodal .............................................................................. 127
Matriz de Admitância Nodal .......................................................................... 127
Análise de curto-circuito utilizando a matriz de impedância nodal ............... 132
ANEXO 1
ANEXO 1- Desenvolvimento de A ZA e 3 A−1Z g Ia 0 : ................................... 1
−1
Sabendo que ao longo de todo um sistema elétrico existem diversos níveis de tensão e,
consequentemente, diversos níveis de corrente, a interpretação dos valores das grandezas
elétricas para diversos pontos diferentes do sistema fica muito difícil. Tais diferenças nos
Aula 1 - Introdução de Análise, PU e Cargas Trifásicas 2
valores podem chegar à ordem de mil vezes. Ou seja, se alguém for informado que ocorreu
uma variação de tensão de 10% do valor nominal, qualquer um conseguiria interpretar essa
informação, entretanto, se fosse informado que a tensão variou 100V, aparece a dúvida, pois
se ocorreu na parte do sistema onde a tensão é 220V nominais é uma grande variação, caso
ocorresse no sistema onde a tensão nominal é de 13800V, a variação é irrisória.
Para que tais grandezas elétricas possam ser interpretadas em qualquer ponto do
sistema, utiliza-se uma comparação da grandeza elétrica com um valor referência estabelecido
para a mesma grandeza para aquele determinado ponto do sistema, chamado base do sistema.
Sabe-se que conhecidas duas grandezas elétricas de um elemento, todas as outras
grandezas podem ser obtidas. O mesmo conceito vale para as bases do sistema, pois ao
definir valores base de duas grandezas para um determinado ponto do sistema, as bases das
outras grandezas podem ser obtidas facilmente. Em sistemas de potência, as grandezas
usualmente utilizadas como base são a potência aparente e a tensão.
Sendo as bases valores referência, qualquer valor em módulo pode ser adotado, entre
tanto é comum a utilização dos valores nominais de tensão e potencia aparente como base do
sistema. É importante ressaltar que o valor base de potência será o mesmo para qualquer
ponto do sistema e os valores base de tensão, corrente e impedância poderão mudar ao longo
do sistema devido às relações de transformação dos transformadores existentes no sistema
elétrico.
Para qualquer grandeza, tem-se:
Valor _ da _ Gradeza
Valor _ pu =
Valor _ Base _ da _ Gradeza
*obs: os valores PU são adimensionais!
VB S B 100.106 106
I=
B
= = = = 1000 A
Z B VB 100.103 103
Aula 1 - Introdução de Análise, PU e Cargas Trifásicas 3
Va 80.103 I a 600
V= = = 0,8 pu I aU= = = 0,6 pu
aU
VB 100.103 I B 1000
Z a 200 S a 100.106
Z=
aU
= = 2 pu S= = = 1 pu
Z B 100 aU
S B 100.106
Representação de Impedâncias em PU
Dada uma carga trifásica equilibrada com três impedâncias iguais de valor Z[Ω]
conectadas, ora em estrela (Y), ora em delta (∆), pode-se calcular o valor do módulo de Z
através dos valores do módulo da Tensão de Linha (VL ) e do módulo da Potência Aparente
Trifásica (S3F).
VL VL
VF 3 3 VL 3VL VL
2
Z =
= = = . =
IF IL S3 F 3 S3 F S3 F
3VL
ou
2
VL VL 2
VF 2 3 3 VL 2
Z =
= = =
SF S3 F S3 F S3 F
3 3
Agora considerando as mesmas tensões e a mesma potencia aparente total dessa carga, mas
conectada em delta (∆):
VF VL VL VL V2
Z
= = = = = 3 L
I F I L 1 S3 F S3 F S3 F
3 3 3VL 3VL
ou
VF 2 VL 2 VL 2
Z = = 3
=
S F S3 F S3 F
3
Aula 1 - Introdução de Análise, PU e Cargas Trifásicas 4
A impedância teria que ser três vezes maior para que a carga consumisse a mesma
potencia!
Ao considerar o valor base de tensão igual ao valore da tensão de linha (VB = VL) e a
valor base de potencia igual à potência aparente trifásica da carga (SB = S3F):
VB 2 VL 2
ZB =
=
S B S3 F
ZY = Z B
Z ∆ = 3Z B
Z∆
ZY =
3
VB 2 Z S
ZB = Z=
U
= Z B2 Estrela
SB e
ZB VB
Onde:
VB VB
3 VB 3VB VB
2
3
Z B =
= = . =
IB S B 3 S B S B
3VB
VB VB VB VB VB 2
Z= = = = = 3
I B I B 1 SB SB
B
SB
3 3 3VB 3VB
Aula 1 - Introdução de Análise, PU e Cargas Trifásicas 5
VB 2 Z Z SB
ZB = 3 Z=
U
=
SB Z B 3 VB 2
e
S 3 F = 3.V L .I L *
VL e j 0 VLe j 0 VL e j 0 VL e j 0
VF 3 3 3 3 VL 2 j 60
Z= = = = = = e
c * *
IF IL S3 F e j 60
S3 F j 60 S3 F − j 60 S3 F
e
e
j0 3V 3VL
3VL e
L
S 20.10 6
20.10 20
6
3F
Obs: Verifica-se que quando os valores de tensão estão em kV e potencia em MVA, basta
utilizar os valores sem as respectivas ordens de grandeza.
Para o delta:
S 3 F = 3.V L .I L *
Aula 1 - Introdução de Análise, PU e Cargas Trifásicas 6
VF VL e j 0 VL e j 0 VL e j 0 VL e j 0 VL 2 j 60
Z= = = = = = 3 e
I F I L 1 S e j 60
c * *
S3 F j 60
S3 F − j 60 S
3F
3V e
e
3F
3 3 3VL e j 0
3V
L L
6
S3 F 20.10 6
20.10 20
VB 2 ZC SB VL 2 j 60 S3 F
Z= = ZC = e . 2= 1e pu
j 60
ZB = CU
SB ZB VB S3 F
2
VL
VB 2 ZC 1 S B VL 2 j 60 1 S3 F
Z= = ZC . . = 3 e . . = 1e j 60 pu
ZB = 3 CU 2 2
SB 3Z B 3 VB S3 F 3 VL
Verifica-se que terão os mesmos valores em PU, quando as cargas forem equivalentes.
Aula 2 – Mudança de Base e Representação de Transformadores 7
Mudança de Base
Utilizar valores em PU trás diversas vantagens para a análise de circuitos. Sabendo que
os valores em PU estão sempre associados a um valor base de uma certa grandeza, faz-se
necessário a utilização correta desses valores.
Ao analisar um circuito elétrico com valores em PU, determinam-se sempre duas bases
fixas num certo ponto do sistema. Ao considerar a base de potência, a mesma deve ser
mantida para todo o sistema. Ao fixar a base de tensão, ou corrente, ou impedância num certo
ponto do sistema, deve-se obter as respectivas bases para os outros pontos do sistema
considerando as relações de transformação devido à existência de transformadores no
sistema.
Na maioria dos casos, as informações em PU fornecidas em cada equipamento que
compõem o sistema elétrico são dadas nas bases nominais de cada equipamento, ou seja, cada
equipamento terá seus valores PU associados as suas próprias bases. Assim, um sistema
elétrico pode ter diversos valores em PU associados a diversas bases distintas, inviabilizando
qualquer análise do sistema.
Portanto, para que uma correta análise do sistema possa ser feita, todos os valores em
PU devem estar nas mesmas bases – chamadas bases do sistema. Para que isso ocorra, a
mudança de base é de fundamental importância.
A mudança de base é simplesmente converter um valor em PU dado numa certa base,
obtendo o valor real da grandeza (ex: valor ôhmico[Ω], tensão[V] e corrente[A]). Em
seguida, de posse do valor real e da base do sistema que se deseja colocá-lo, obter o novo
valor em PU associado à nova base.
Conhecendo uma impedância em PU de um equipamento nas bases nominais do
mesmo, obtêm-se o novo valor PU associado às bases do sistema conforme abaixo:
Z E equipamento
Z EU = , assim: =Z E Z EU .Z BE [ Ω]
Z BE base equipamento
Com o valor da grandeza calculado, basta converter para valor em PU na nova base (ZBS).
Z E Z EU .Z BE Z
Z=
SU
= = Z EU . BE
Z BS Z BS Z BS
Aula 2 – Mudança de Base e Representação de Transformadores 8
Sabendo que ZBE foi obtido dos valores nominais de tensão e potencia do equipamento e que
ZBS foi obtido dos valores de tensão e potencia adotados no sistema, tem-se:
Z BE VLE 2 SS VLE 2 SS
Z SU Z=
= EU
. Z EU . = 2 Z EU . 2
Z BS E VLS
S VLS SE
PM 216
=SM = = 300 kVA
(η .cosϕ ) ( 0,9.0,8 )
VLE 2 SS
Z SU = Z EU . 2
VLS SE
(1,2 ) 2 0,5
=Z SU 0,125
= e 2 0,3e j 80 pu
j 80
1 0,3
Representação de Transformadores em PU
e=
S
VS + Z S IS → eP NVS + NZ S IS
=
Da mesma forma:
V=
P
eP + Z P IP → VP =Z P IP + NZ S IS + NVS
N
Multiplicando o 2° termo da ultima equação acima por ( ):
N
I
Z P IP + ( N 2 Z S ) S + NVS
VP =
N
Adotando:
I
VS ′ = NVS Z S ′ = N 2 Z S IS′ = S
N
Resulta:
Reescrevendo a equação que relaciona VP e VS e transformando para PU nas bases
primárias, temos:
I
Z P IP + ( N 2 Z S ) S + NVS
VP =
N
VP Z I
Sabendo que VPU = , Z PU = P , IPU = P , resulta em:
VBP Z BP I BP
N 2 Z S IS VS
VPU =
Z PU I PU + + N
Z BP NI BP VBP
N Z S IS
2 VS
VPU =
Z PU I PU + 2 + N
( N Z BS ) I BS ( NVBS )
N
N
Z I V
VPU =
Z PU IPU + S S + S
Z BS I BS VBS
VS Z I
Sabendo que VSU = , Z SU = S , ISU = S , resulta em:
VSP Z BS I BS
Finalizando em:
5 j a tg (10)
ZU = e pu
100
Z PS Z=
= Z ZU = 0,05e = 47,61e j 84,29 Ω
U B
ST
20
Z SP Z=
= Z ZU = 0,05e = 0, 4761e j 84,29 Ω
U B
ST
20
Aula 3 – Representação de Banco de Transformadores 12
Reduz: Aumenta:
peso Confiabilidade
potência
peso
Z PS Z SP
ZφU = ou ZφU =
Z BP Z BS
VPN 2
Z PS = ZφU .Z BP Z PS = Z φU .
SN
VSN 2
Z SP = ZφU .Z BS Z SP = ZφU .
SN
Sabe-se que:
2 2
n n
Z PS
= ZP + ZS P e Z SP
= ZS + ZP S
nS nP
Para representar este banco trifásico basta fazer o mesmo para transformadores
trifásicos. Representar apenas uma das fases da conexão em estrela.
Como a representação deve ser feita através da conexão em estrela, a equivalência deve
ser feita:
ZPZP ZP ZS ZS ZS
=Z P* = =
e ZS* =
ZP + ZP + ZP 3 ZS + ZS + ZS 3
nP nS
nP* = e nS * =
3 3
Aula 3 – Representação de Banco de Transformadores 15
nS nP
Substituindo Z P * , Z S * , nP* , nS * :
2
Z P Z S nP 3 1 nP Z PS
2
Z PS 3φ = + = ZP + ZS =
3 3 nS 3 3 nS 3
2
Z S Z P nS 3 1 nS Z SP
2
Z SP 3φ = + = ZS + ZP =
3 3 nP 3 3 nP 3
Resultando em:
Z PS Z SP
Z PS 3φ = e Z SP 3φ =
3 3
nS nP
Substituindo Z S , nS * :
*
2 2
Z n 3 n
Z PS 3φ ZP + S P =
= ZP + ZS P =
Z PS
3 nS n
S
2
nS 1 nS Z SP
2
ZS
Z SP 3φ = + ZP = ZS + ZP =
3 n 3
P 3 nP 3
Verifica-se que ao olhar pelo lado do delta a impedância do banco trifásico sera um
terço da impedância do transformador monofásico e quando olhar pelo lado da estrela sera o
mesmo valor, independente do tipo de conexão (YY, ∆∆, Y∆, ∆Y).
Aula 3 – Representação de Banco de Transformadores 17
V 2 BsisP V 2 BsisS
Z3ou = Zou * MVAbsis * Z BsisP = Z BsisS =
S Bsis S Bsis
Z PS 3φ S
Z=
PS 3φU
= Z PS 3φ 2Bsis
Z BsisP V BsisP
Z SP3φ S
Z=
SP 3φU
= ZSP 3φ 2Bsis
Z BsisS V BsisS
VPN 2 5002
Z PS ZφU .=
= Z BP ZφU . = j 0.05. = j 250Ω
SN 50
VSN 2 2302
Z
= SP
ZφU .Z=
BS
ZφU . = j 0,05. = 52,9Ω
SN 50
Z PS j 250
Z PS=
3φ
= = j83,33Ω
3 3
Z SP=
3φ
Z=
SP
j52,9Ω
Em PU:
Aula 3 – Representação de Banco de Transformadores 18
Z PS 3φ S 100
Z=
PS 3φU
= Z PS 3φ 2Bsis
= j83,33. = 2
j 0,0148 pu
Z BsisP V
BsisP 750
Para obter a tensão base do lado da estrela basta achar a relação de transformação do banco
∆Y :
Z SP 3φ S 100
Z= = Z SP 3φ 2Bsis
= j 52,9. = 2 j 0,0148 pu
( )
SP 3φU
Z BsisS V
BsisS 597,5575
Z PS=
3φU
Z SP=
3φU
Z=
3φU
j 0,0148 pu
Representação de Cargas
Pc = f1 (Vc ) e Qc = f 2 (Vc )
• Impedância Constante;
• Potencia constante em função da tensão;
• Módulo da Corrente constante em função da tensão;
• Combinação das três acima.
Impedância Constante
Modelo adequando para cargas passivas, onde representa-se a carga por uma
impedância fixa composta por uma resistência e uma reatância (capacitiva ou indutiva) em
Aula 4 – Representação de Cargas 20
série. Sabendo que a representação é feita por fase de um circuito em estrela ou seu
equivalente, temos:
V *
S
Zc = c e Sc = Vc Ic* → Ic = c
Ic Vc
Assim:
VcVc* Vc 2 Vc 2 jϕ
Zc =
= = e
Sc* ( Sce jϕ ) Sc
*
VB 2
Em PU, basta dividir pela base Z B =
SB
2
Vc 2 jϕ S B Vc S B jϕ VcU 2 jϕ
=Z cU = e . 2 = . e e
Sc V V
B B c S S cU
2
Verifica-se que a função da tensão pela potência é quadrática: S c = Z c Vc , pois a
impedância é constante.
Esse modelo é utilizado para representar cargas onde a potência não varia ao variar a
tensão aplicada. Uma carga que apresenta esse comportamento durante certo tempo é o motor
de indução trifásico, entre outros. Para uma certa tensão VCN a carga absorve SCN que é
mantida constante. Assim a grandeza que varia, ao ocorrer uma variação de tensão é a
corrente.
Para valores nominais, temos:
*
SCN e jϕ SCN j (α
=I CN = jα
e N −ϕ )
VCN e VCN
N
SCN e jϕ SCN j (α −ϕ )
=I C = jα
e
V
C e VC
SCN e jϕ
=I CN = jα
I CN e j (α N −ϕ )
VCN e
N
Exemplo – Um barramento infinito (Zg=0Ω) com tensão de 500kV está conectado num
transformador YnYn0 (500kV-138kV), Z%=8%, X/R=∞ de 50MVA que alimenta uma carga
através de um linha de transmissão com um reatância indutiva de 10Ω.
Sabendo que a carga tem Vn=138kV e Sn=100MVA e cosφ=0,8 indutivo, calcular a
tensão na carga quando:
a) Impedância constante;
b) Potencia constante;
Aula 4 – Representação de Cargas 23
Solução:
Adotando Sb=100MVA e Vb=500kV no primário do trafo, temos:
a)
VPU = 1e j 0° pu
5002 100
=ZTU j=
0,08. 2
j 0,16 pu
50 500
100
=Z LTU j=
10. 2
j 0,0525 pu
138
VCN 2 jϕ 1382 ja cos(0,8)
= ZC = e e= 190, 44e j 36,87° Ω
S CN 100
SB 100
Z CU Z=
= C
190,44e j 36,87° = 2
1e j 36,87° pu
VB 2
138
VPU 1e j 0°
=ICU = = 0,877e− j 45,44° pu
( ZTU + Z LTU + ZCU ) (0,16e + 0,0525e + 1e
j 90° j 90° j 36,87°
)
Assim:
VCU Z=
= I
CU CU
1e j 36,87° .0,877e=
− j 45,44°
0,877e− j 8,57° pu
VC V=
= V 0,877e− j 8,57°=
CU B
.138 121,03e− j 8,57°kV
Aula 4 – Representação de Cargas 24
b)Potencia constante
Sabendo que a potencia é constante e com valor nominal, calcula-se a corrente que
passaria pela carga, caso a carga estivesse com tensão nominal aplicada:
100.106
SCNU j (α −ϕ ) 100.106 j (0°−36,87°)
=I CNU = e N
= e 1e − j 36,87° pu
VCNU 138.10
3
138.103
Se a corrente fosse o valor obtido acima,a tensão na carga seria:
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1e− j 36,87° =0,8889e− j11,025° pu
SCNU j (α −ϕ ) 1
=ICNU = e e j=
N ( −11,025°−36,87° )
1,125e − j 47,895° pu
VCNU 0,8889
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,125e− j 47,895° =0,8381e− j11,025° pu
SCNU j (α −ϕ ) 1
=ICNU = e N
e j=
( −11,025°−36,87° )
1,1932e− j 47,895° pu
VCNU 0,8381
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,1932e− j 47,895° =0,8295e− j11,826° pu
SCNU j (α −ϕ ) 1
=ICNU = e N
e=
j ( −11,826°− 36,87° )
1, 2056e− j 48,696° pu
VCNU 0,8295
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,2056e− j 48,696° =0,8251e− j11,826° pu
Aula 4 – Representação de Cargas 25
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,2120e− j 48,696° =0,8242e− j11,903° pu
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,2132e− j 48,773° =0,8238e− j11,903° pu
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,2139e− j 48,773° =0,8237e− j11,900° pu
VCU =VPU − (ZTU + Z LTU ) ICU =1e j 0° − (0,16e j 90° + 0,0525e j 90° )1,2140e− j 48,780° =0,8237e− j11,900° pu
VC V=
= V 0,8237e− j11,910°=
CU B
.138 113,6706e− j11,91°kV
for a=1:10
Icu(a)=(Scu/Vcu(a))';
Vcu(a+1)=1-(Ztu+Zltu)*Icu(a);
end
plot(abs(Icu),'-xr')
hold on
Aula 4 – Representação de Cargas 26
plot(abs(Vcu),'-sb')
grid on
Choque de Bases
Sabendo que:
VS 2 V 'S 2
VS 2 = VS′2 VS 2U = V 'S 2U =
VBS 800 V
VBS 1000 V
Temos:
VS 2U VBS
VS 2UVBS = V 'S 2U VBS = = α 1000 V
800 V 1000 V
V 'S 2U VBS
800 V
Na carga:
V= VS′2U − Z LT 2U I2′U
CU
Aula 5 – Choque de bases e Transformadores com Tapes 29
I′
I2U = 2U ICU
= I1U + I2′U I= ICU − α I2U
α 1U
VPU ZT 2U I2U
VCU = − − Z LT 2U I2′U
α α
VPU ZT 2U I2U
Z CU ICU = − − Z LT 2Uα I2U
α α
Z
VPU = Z CUα ICU + α T 2U + α Z LT 2U I2U
α
Conhecido VPU , temos duas equações e duas incógnitas( ICU , I2U ) no sistema abaixo:
2 2 2 2 2
n n n n n
=Z PS Z PN P + Z SN P = Z PS Z PN P + Z SN P PN
nPN nSN → nPN nSN nPN
nP nPN
2 2
=Z PS Z PN + Z SN
nPN nSN
Porém:
Aula 5 – Choque de bases e Transformadores com Tapes 31
2
n
Z=
PSN
Z PN + Z SN PN
nSN
Assim:
2 2
n n
Z PS = P Z PSN Z PS = Z PSN P
nPN → nPN
Da mesma forma:
2
n
Z SP = Z SPN S
nSN
2 2 2
Z SPN nS nS nS
=Z SPU = Z=SPNU Z UN
Z BS nSN nSN nSN
Z UN Z=
Lembrando que para condição nominal:= PSNU
Z SPNU .
O circuito que representa o transformador com tape fora da condição nominal é:
Aula 5 – Choque de bases e Transformadores com Tapes 32
1
IPU = ISU
n
V V Z2
I3 = SU VPU = Z 2 SU + Z 2 ISU + VSU VPU =
1 + VSU + Z 2 I SU
Z3 Z3 Z3
Aula 6 – π Equivalente aos transformadores com Tapes 34
Z2
1 + VSU + Z 2 I SU
V V Z V
IPU = PU + ISU=
+ SU IPU 3
+ ISU + SU
Z1 Z3 Z1 Z3
1 Z Z V
IPU = + 2 VSU + 2 ISU + ISU + SU
Z1 Z1Z 3 Z1 Z3
1 Z 1 Z
IPU = + 2 + VSU + 1 + 2 ISU
Z1 Z1Z3 Z 3 Z1
Z + Z 2 + Z1 Z2
=IPU 3 VSU + 1 + I SU
Z1Z 3 Z1
Z2
VPU =
1 + VSU + Z 2 I SU
VPU nVSU + nZ SPU ISU
= Z 3
1 Z + Z 2 + Z1 Z2
IPU = ISU =IPU 3 VSU + 1 + I SU
n Z1Z 3 Z1
Z 2 = nZ SPU
Z nZ nZ SPU
n= 1 + 2 n= 1 + SPU ( n − 1) Z nZ SPU
= Z3 =
Z3 Z3
3
( n − 1)
1 Z2 1 n n2
= 1 + − 1 Z1 =
Z2 Z1 = Z2 Z1 = Z SPU
n Z1 n 1 − n 1 − n
Z 3 + Z 2 + Z1
=0 Z 3 + Z 2 + Z1 =
0
Z Z
1 3
Aula 6 – π Equivalente aos transformadores com Tapes 35
1
Z PSU = n 2 Z SPU Z SPU = Z PSU
n2
n2 n2 1 1
Z1 = Z SPU Z1 = 2 Z PSU Z1 = Z PSU
1− n 1− n n 1− n
1 1
Z 2 = nZ SPU Z2 = n Z PSU Z2 = Z PSU
n2 n
1
n Z PSU
nZ SPU n 2 Z PSU
Z3 = Z3 = Z3 =
( n − 1) ( n − 1) n ( n − 1)
nP
nPN 1 69
n
= = =
nS 66 66
nSN 69
Aula 6 – π Equivalente aos transformadores com Tapes 36
1 1
Z1 = Z PSU Z1 = j 0,25 = − j5,5 pu
1− n 69
1−
66
1 1 66
Z2 = Z PSU =Z2 = j 0,25 = j 0,25 j 0,2391 pu
n 69 69
66
Z PSU j 0,25
Z3 = = Z 3 = j 5, 2609 pu
n ( n − 1) 69 69
− 1
66 66
Conferindo:
Z 3 + Z 2 + Z1 =
0 j 5, 2609 + j 0, 2391 − j 5,5 =
0
Aula 7 – Componentes Simétricos 37
Componentes Simétricos
Tais sistemas são chamados componentes de sequencia positiva, negativa e zero. Sendo
os fasores de sequencia positiva com módulos iguais, defasados 120° e sequencia de fase
igual ao sistema original. A sequencia negativa tem as mesmas características exceto a
sequencia de fase ser contrária ao sistema original. A sequencia zero é composta por 3 fasores
de mesmo módulo e ângulo girando na mesma freqüência dos fasores originais, assim como a
sequencia positiva e negativa. A amplitude e defasamento angular de cada sequencia serão
resultantes da assimetria e desequilíbrio do sistema original.
Para entender o teorema, segue a formulação abaixo:
VB =+
Va 0 e j 240Va1 + e j120Va 2
VC =
Va 0 + e j120Va1 + e j 240Va 2
VA 1 1 1 Va 0
VB = 1 a
2
a Va1
VC 1 a a 2 Va 2
Dessa forma, obtem-se os fasores originais da fase A, B e C através apenas dos fasores
de sequencia positiva, negativa e zero da fase A.
A matriz quadrada que relaciona os fasores das componentes simétricas da fase A com
os fasores A,B e C originais é chamada de “Matriz de Síntese”.
Aula 7 – Componentes Simétricos 40
1 1 1
A = 1 a 2 a
1 a a 2
Para obter as componentes simétricas em função dos fasores trifásicos originais, segue:
VABC = AV012
A−1VABC = IV012
V012 = A−1VABC
Onde A
−1
é a matriz inversa de A , sendo:
1 1 1
1
A−1 = 1 a a 2
3
1 a 2 a
Va 0 1 1 1 VA
1
Va1 = 3 1 a a 2 VB
Va 2 1 a 2 a VC
Va 0 1 1
1
a) VB = 100e
− j 120
Va1 = 3 1 a a 2 100e− j120
[V]
VC 100e j120 Va 2 1 a 2 a 100e j120
1 100 j 0
Va=
0
3
100(
e j0
+ 100
e − j120
+ 100e j 120
=
3
) (
e + e− j120 + e j120 = 0 [V]
)
1 100 j 0
Va1
=
3
(
100e j 0 + 100e− j120 e j120 + 100e j120 e− j120
=
3
e + e j 0 + e=
j0
100 [V]) (
)
1 100 j 0
V=
a2
3
100(
e j0
+ 100
e e
− j120 − j120
+ 100e j120
e j120
=
3
)
e + e j120 + e− j120= 0 [V] (
)
Aula 7 – Componentes Simétricos 42
VA 0 Va 0 1 1 1 0
1 2
b) VB = 100e V = 1 a a 100e− j 90
− j 90
[V] 3
a 1
VC 50e j 90
Va 2 1 a 2 a 50e j 90
1
3
(
Va 0 =0 + 100e− j 90 + 50e j 90 =
16,67e− j 90 [V]
)
1 1
Va1 =
3
(
0 + 100e− j 90 e j120 + 50e j 90 e− j120 =
3
) (
100e j 30 + 50e− j 30 =
44,09e j10,89 [V]
)
1 1
Va=
2
3
(
100e− j 90 e− j120 + 50e j 90 e j120=
3
) (
100e− j 210 + 50e j 210= 44,09e j169,11 [V]
)
Aulas 8 e 9 –Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas 43
S = V TABC .I*ABC
1 1 1 1 1 1 3 0 0
A= . A 1 a 2 a 1 a =
. A A=
T * *
a 2 0 3 =
0 3I
1 a a 2 1 a 2 a 0 0 3
Assim:
*
Ia 0
S = 3I .V T012 .I*012 S = 3V T012 .I*012
S = 3 Va 0 Va1 Va 2 Ia1
Ia 2
Aplicando a lei de Kirchoff de tensão em uma das malhas do circuito acima, temos:
Onde:
VAA' = Z aa IA + Z ab IB + Z ac IC − Z ag IN e VN ' N = Z gg IN − Z ga IA − Z gb IB − Z gc IC
Aulas 8 e 9 –Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas 45
Sendo
IN = 3Ia 0 , temos:
VAN − VA' N ' = Z aa IA + Z ab IB + Z ac IC − 3Z ag Ia 0 + 3Z gg Ia 0 − Z ga IA − Z gb IB − Z gc IC
Ou
Da equação de síntese:
V012 − V =
'012 A−1ZAI012 + 3 A−1Z g Ia 0
Aulas 8 e 9 –Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas 46
Desenvolvendo A ZA e
−1
3 A−1Z g Ia 0 temos:
1 1 1 ( Zaa − Z ga ) (Z − Z gb ) (Z − Z gc ) 1 1 1
ab ac
1
1 a a 2 ( Zba − Z ga ) (Z − Z gb ) (Z − Z gc )
1 a 2 a
3
bb bc
( ca ga ) (Z ) (Z − Z gc ) 1 a a
1 a a Z − Z
2
− Z gb
2
cb cc
1 1 1 ( Z gg − Z ag )
1
3Ia 0 1 a a 2 ( Z gg − Z`bg )
3
( gg cg )
1 a 2 a Z − Z
Onde:
1 1 1
Z S 0=
3
( Z aa + Zbb + Zcc ) Z M 0=
3
( Zbc + Zca + Zab ) Z ga 0=
3
( Z ga + Z gb + Z gc )
1 1 1
ZS1 =
3
( Z aa + aZbb + a 2 Z cc ) ZM1 =
3
( Zbc + aZca + a 2 Z ab ) Z ga1 =
3
( Z ga + aZ gb + a 2 Z gc )
1 1 1
ZS 2 =
3
( Z aa + a 2 Zbb + aZ cc ) ZM 2 =
3
( Zbc + a 2 Zca + aZ ab ) Z ga 2 =
3
( Z ga + a 2 Z gb + aZ gc )
Aulas 8 e 9 –Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas 47
Ou:
Z=
aa
Z=
bb
Z=
cc
ZS Z=
ab
Z=
bc
Z=
ca
ZM Z=
ga
Z=
gb
Z=
gc
Z Mg
Ao substituir, temos:
1 1 ZS
Z S 0=
3
( Zaa + Zbb + Zcc =) Z S Z=
S1
3
( )
Z aa + aZbb + a 2 Z cc=
3
( 2
1 + a + a= ) 0
1 ZS
Z S 2=
3
( )
Zaa + a 2 Zbb + aZcc =
3
( ) 0
1 + a 2 + a=
Aulas 8 e 9 –Potência em Componentes Simétricos e Redes Desequilibradas 48
1 1 ZM
Z M 0=
3
( Zbc + Zca + Z ab =) Z M Z=
M1
3
( Zbc + aZca + a 2 Z ab
= ) 3
( 2
1 + a + a= ) 0
1 ZM
Z M=
2
3
( )
Zbc + a 2 Zca + aZ ab=
3
( ) 0
1 + a 2 + a=
1 1 Z Mg
Z ga 0=
3
( Z ga + Z gb + Z gc =) Z Mg Z=
ga1
3
( gc )
Z ga + aZ gb + a2 Z=
3
( 2
1 + a + a= ) 0
1 Z Mg
Z ga=
2
3
( )
Z ga + a 2 Z gb + aZ gc=
3
( ) 0
1 + a 2 + a=
Onde:
Z00 =Z S + 2ZM − 6Z Mg + 3Z gg Z=
11
Z=
22
ZS − ZM
ZS Ia − Z M Ia
Z= Z= = ZS − ZM
Ia
11 22
Sabe-se que o desequilíbrio é inerente em qualquer sistema elétrico, mas os mesmos são
consideravelmente mitigados com diversas ações técnicas. Assim, na maioria dos casos,
considera-se as redes que alimentam certa carga como redes equilibradas. Entretanto, mesmo
com a rede equilibrada, o desequilíbrio pode acontecer devido à carga conectada.
Como as redes, as cargas podem ser consideradas equilibradas, entretanto contingências
no sistema podem ocorrer. Curto-circuitos de diversas formas podem ocorrer, rompimento de
condutores interrompendo o fluxo de corrente em uma ou diversas fases do sistema também
podem ocorrer, assim como a combinação dos dois casos.
Sabendo que um curto-circuito é uma carga de elevada potência, podemos representá-lo
através de um conjunto de impedâncias que se compõem conforme o tipo de curto-circuito
ocorrido.
A princípio, vamos analisar uma carga desequilibrada “shunt” conectada numa rede
equilibrada.
Aula 10 – Redes Equilibradas com Cargas Desequilibradas 52
Va 0 0 Z00 0 0 0
V − 0
Va1
= TH Z11 0 Ia1
Va 2 0 0 0 Z 22 Ia 2
Assim, temos:
Da equação de síntese:
Desenvolvendo A Z PQR A e
−1
A−1VN N temos:
'
1 1 1 ZP 0 0 1 1 1
1
A−1Z PQR A = 1 a a2 0 ZQ 0 1 a 2 a
3
1 a 2 a 0 0 Z R 1 a a 2
( Z P + ZQ + Z R ) ( Z + a Z + aZ ) ( Z + aZ + a Z )
P
2
Q R P Q
2
R
1
A−1Z PQR=
A ( Z P + aZQ + a 2 Z R ) ( Z + Z + Z ) ( Z + a Z + aZ )
P Q R P
2
Q R
3
( Z P + a 2 ZQ + aZ R ) ( Z + aZ + a Z ) ( Z + Z + Z )
P Q
2
R P Q R
ZC 0 ZC 2 Z C1
A−1Z PQR A = ZC1 ZC 0 ZC 2
ZC 2 Z C1 ZC 0
Onde:
ZC 0 =
(Z P
+ ZQ + Z R )
3
ZC1 =
(Z P
+ aZ Q + a 2 Z R )
3
ZC 2 =
(Z P
+ a 2 ZQ + aZ R )
3
Aula 10 – Redes Equilibradas com Cargas Desequilibradas 54
1 1 1 VN N '
1
A VN N
−1
= 1 a a 2 VN N
3
' '
1 a a VN N
2
'
Assim:
1
A VN N
−1
= VN N + aVN N + a VN N = VN N 0
2
'
3
' '
' '
O resultado do equacionamento é:
Va 0 ZC 0 Z C 2 Z C1 0 1
Z
=Va1 C 1 ZC 0 ZC 2 Ia1 + VN N 0 '
Va 0 0 Z00 0 0 0
V − 0
Va1
= TH Z11 0 Ia1
Va 2 0 0 0 Z 22 Ia 2
Lado da Carga:
Va 0 ZC 0 Z C 2 Z C1 0 1
Z
=Va1 C 1 ZC 0 ZC 2 Ia1 + VN N 0 '
Comparando:
V − Z I e =
V= Va1 ZC 0 Ia1 + ZC 2 Ia 2 → VTH − Z11Ia1 = ZC 0 Ia1 + ZC 2 Ia 2
a1 TH 11 a1
ZC1Ia1
Ia 2 = −
( ZC 0 + Z22 )
Substituindo:
ZC1ZC 2 Ia1
VTH − Z11I a1 = ZC 0 I a1 −
( ZC 0 + Z22 )
VTH
Ia1 =
Z C 1Z C 2
Z
11 + Z −
C0
( ZC 0 + Z22 )
Z C1Z C 2
Sendo ZT =Z11 + ZC 0 − , temos:
( ZC 0 + Z22 )
V
Ia1 = TH
ZT
Z C1 VTH
Ia 2 = −
( ZC 0 + Z22 ) ZT
Para obter os valores de fase basta utilizar a equação de síntese:
IA 1 1 1 0
I B = 1 a a I a1
2
Exemplo - Uma carga composta por três impedâncias distintas conectadas em estrela e sem
VTH = 1 pu , Z 00 = j 0,4 pu , Z=
11
Z=
22
j 0,01 pu
Obter as correntes de fase na carga, assim como as tensões fase-terra nos três terminais da
carga.
=ZC 0
(=
Z + Z + Z ) ( j 0,1 + 0,5e + 0,8e )
P Q R
=
j 60° − j 60°
0,2231e− j13,81° pu
3 3
ZC1
(=
Z + aZ + a Z ) ( j 0,1 + 0,5e
P Q
2
R + 0,8e j ( −120−60) ° )
j (60 +120) °
= 0,4346e j175,60° pu
3 3
=ZC 2
(=
Z + a Z + aZ ) ( j 0,1 + 0,5e
P
2
Q R + 0,8e j (120−60)° )
j (60 −120) °
= 0,2477e j 28,97° pu
3 3
VTH 1
Ia1 =
ZC1ZC 2 0,4346e j175,60° .0,2477e j 28,97°
Z11 + ZC 0 −
j 0,01 + 0,2231e −
− j13,81°
( Z C 0
+ Z 22 ) ( 0,2231e − j13,81°
+ j 0,01)
VTH
=Ia1 = 1,5206e− j 21,60° pu
Z C 1 ZC 2
Z11 + ZC 0 −
( Z C 0
+ Z 22 )
zp=0.1i;
zq=0.5*exp(j*deg2rad(60));
zr=0.8*exp(j*deg2rad(-60));
z00=0.4i;
z11=0.01i;
z22=z11;
a=exp(j*deg2rad(120));
zc0=(zp+zq+zr)/3;
zc1=(zp+a*zq+a^2*zr)/3;
zc2=(zp+a^2*zq+a*zr)/3;
ia1=1/(z11+zc0-(zc1*zc2/(zc0+z22)));
ia2=-(zc1/(zc0+z22))*ia1;
Faltas Fase-Terra
Aula 11 – Desequilíbrio Shunt – Circuito de Quatro Braços 59
Através da representação abaixo, a maioria dos tipos de faltas shunt podem ser
representadas.
Assim, temos:
V=
A' B 'C '
ZIABC + VN N'
Da equação de síntese:
AV
=' ZAI012 + VN N
012 '
Desenvolvendo A ZA e
−1
A−1VN N temos:
'
1 1 1 Z P − ZQ 0 0 1 1 1
1
A−1ZA = 1 a a2 0 0 0 1 a 2 a
3
1 a 2 a 0 0 0 1 a a
2
1 1 1 Z P − ZQ Z P − ZQ Z P − ZQ
1
A−1ZA = 1 a a2 0 0 0
3
1 a 2 a 0 0 0
Z P − ZQ Z P − ZQ Z P − ZQ
1
A−1ZA = Z P − ZQ Z P − ZQ Z P − ZQ
3
Z P − ZQ Z P − ZQ Z P − ZQ
1 1 1
Z − Z Q
A−1ZA = P 1 1 1
3
1 1 1
Aula 11 – Desequilíbrio Shunt – Circuito de Quatro Braços 61
Para A−1VN N :
'
1 1 1 1 ZG IN 1
1
A−1VN N = 1 a a 2 1 ZG IN −1
A= VN N = 0 3Ia 0 ZG 0
'
3 '
1 a 2 a 1 0 0
O resultado do equacionamento é:
Lado da Carga:
Comparando:
(Z − ZQ )
− ( Z 00 + Z Q ) Ia 0
V 'a 0 = e=V 'a 0
P
3
( I a0
+ Ia1 + Ia 2 ) + 3ZG Ia 0
(Z − ZQ )
V 'a1 = VTH 1 − ( Z11 + ZQ ) Ia1 e=V 'a1
P
3
( I a0
+ Ia1 + Ia 2 )
(Z − ZQ )
− ( Z 22 + ZQ ) Ia 2
V 'a 2 = e=V 'a 2
P
3
( I a0
+ Ia1 + Ia 2 )
Aula 11 – Desequilíbrio Shunt – Circuito de Quatro Braços 62
Sendo
− ( Z00 + =
ZQ ) Ia 0
(Z − ZQ )
IA + 3ZG Ia 0 ( ZP − ZQ ) I
P
( ZP − ZQ ) I
VTH 1 − ( Z11 + ZQ ) Ia1 = A
3
( ZP − ZQ ) I
− ( Z22 + ZQ ) Ia 2 = A
3
Essas três equações representam um circuito padronizado para o cálculo das diversas
faltas shunt. Tal circuito é conhecido como circuito de quatro braços.
Para obter IA , basta fazer o equivalente Thevenin nos pontos A'0 N '0 :
VTHc =
(Z 22
+ ZQ ) / / ( 3ZG + Z00 + ZQ )
VTH
(Z
11
+ ZQ ) + ( Z22 + ZQ ) / / ( 3ZG + Z00 + ZQ )
VTHc
IA =
ZTHc +
( Z P − ZQ )
3
( Z P − ZQ )
− ( Z P − ZQ ) IA VTH 1 −
3
IA − ( Z P − ZQ ) IA
Ia 0 = Ia1 = Ia 2 =
3( Z00 + ZQ + 3ZG ) ( Z11 + ZQ ) 3( Z 22 + ZQ )
e
Z Fu = j 0,3 pu
Z 22 j 0,4
=VTHc = VTH = .1 0,5 pu
Z11 + Z 22 j 0,4 + j 0,4
Aula 11 – Desequilíbrio Shunt – Circuito de Quatro Braços 65
VTHc 0,5
=IAu = = 1,6666e− j 90° pu
ZP j 0,3
ZTHc + j 0,2 +
3 3
Z j 0,3
VTH 1 − P IA 1 − .1,6666e− j 90°
Ia 0 ==
0 Ia1 = 3 3 = 2,0833e− j 90° pu
Z11 j 0,4
Va 0 = 0 Va1 =
VTH 1 − Z11 Ia1 =
1 − j 0,4.2,0833e− j 90° =
0,1666 pu
Va 2 =
−Z 22 Ia 2 =
− j 0,4.0,4166e j 90° =
0,1666 pu
VAN 1 1 1 0 0,333e− j 0°
1= j 180°
=VBN a 2 a 0,1666 0,1666e pu
1 a a 0,1666 0,1666e j180°
VCN
2
VAN = 0,333e− j 0° pu
VN=
'
Nu
V=
BNu
V=
CNu
0,1666e j180° pu
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 66
A ocorrência dessa falta é muito pequena, ordem de 5%. Entretanto, quando ocorre é a
falta com a maior incidência de energia. Para representá-la, basta adotar Z P = ZQ .
Assim,
(Z P
− ZQ )
= 0 e o último braço da direita se transforma num curto –
3
circuito. Resultando no circuito abaixo:
VTH 1
Ia 0 = 0 Ia= I= Ia 2 = 0
1 A
( Z11 + ZQ )
Va 0 = 0 Va1 =VTH 1 − Z11Ia1 =ZQ IA Va 2 = 0
Assim,
(Z P
− ZQ )
= ∞ e o último braço da direita se transforma num circuito
3
aberto. Resultando no circuito abaixo:
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 67
Resolvendo o circuito para obter Ia 0 , Ia1 , Ia 2 , verifica-se que IB + IC =
3Ia 0 , pois:
IA = Ia 0 + Ia1 + Ia 2 = 0 IB =Ia 0 + a 2 Ia1 + aIa 2 IC =Ia 0 + aIa1 + a 2 Ia 2
IB + IC = Ia 0 + a 2 Ia1 + aIa 2 + Ia 0 + aIa1 + a 2 Ia 2 = 2 Ia 0 + ( a 2 + a ) Ia1 + ( a + a 2 ) Ia 2 =
IB + I=
C
2 Ia 0 − Ia1 − Ia=
2
2 Ia 0 − ( Ia1 + Ia 2=
) 2Ia 0 − ( − Ia 0=) 3Ia0
Assim,
(Z P
− ZQ )
= ∞ e os dois últimos braços da direita se transforma num
3
circuito aberto. Resultando no circuito abaixo:
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 68
VTH 1
Ia 0 = 0 Ia1 = Ia 2 = −Ia1
( Z11 + 2ZQ + Z22 )
Va 0 = 0 V
= V − Z I
a1 TH 1 11 a1
Va 2 = −Z22 Ia 2
A ocorrência dessa falta é a maior, na ordem de 70%. Para representá-la, basta adotar
ZQ = ∞.
Assim, todos os braços do circuito estariam abertos. Portanto, não conseguiríamos obter
as correntes de sequencia positiva, negativa e zero em cada braço.
Igualando:
−a 2 Ia1 − aIa 2 =
−aIa1 − a 2 Ia 2
( a − a ) I − ( a − a ) I
2
a1
2
a2
0
=
Ia1 = Ia 2
( a − a ) I =−
2
( a a ) I
a1
2
a2
Para Ia0 :
− ( a + a 2 ) Ia1 =
Ia 0 = Ia1 a + a2 =
−1 Ia 0 = Ia1
Assim:
Ia=
0
I=
a1
Ia 2
Sendo
IA = Ia 0 + Ia1 + Ia 2 ,temos:
I = I= I= I A
a0 a1 a2
3
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 69
VTH
Ia= = I= I=
I A
0 a1 a2
3 ( Z00 + Z11 + Z22 + 3ZG )
Exemplo- Verificar qual seria a corrente de falta quando ocorrer um curto-circuito fase-
terra franco no meio de um dos 2 circuitos de uma linha de transmissão de um certo sistema.
A linha faz parte de um sistema muito maior, sendo esse sistema representado através de um
equivalente em cada extremidade da linha de transmissão. Através dos dados da linha e dos
equivalentes do sistema na tabela abaixo, calcular a corrente de curto circuito na fase A e as
correntes de fase que fluem de ambos terminais do circuito com falta.
Equivalente do Sistema 1 Linha de Transmissão Equivalente do Sistema 2
Circuito Duplo
VTHeq1 = 1,2e j 0° pu VTHeq 2 = 1,0e j 0° pu
(circuitos paralelos)
Falta Fase-Terra na fase A no
Z11eq1 = j 0,3 pu Z11eq 2 = j 0,6 pu
meio de um dos circuitos
Z= Z= j 0,4 pu
Z22eq1 = j 0,3 pu 11LT 22 LT
Z22eq 2 = j 0,6 pu
(cada circuito)
Z 00 LT = j 0,6 pu
Z00eq1 = j0,5 pu Z00eq 2 = ∞
(cada circuito)
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 71
Z Z
Zth1 = Zth 2 = 11LT + Z a / / 11LT + Z b + Z c =
( j 0,2923. j0,3846 ) =
2 2 j 0,2923 + j 0,3846
Zth1 ==
Z th 2
( j0,2923. j 0,3846 ) + j 0,1385 =
j0,3046 pu
j 0,2923 + j 0,3846
Z Z
Zth 0 00 LT / / 00 LT + Z 00 LT +=
= Z 00 eq1
( j 0,3. j 0,9 ) +=
j 0,5 j 0,7250 pu
2 2 j 0,3 + j 0,9
Z
VTH1 =
VTHeq1 − Z11eq1IT 1 − 11LT Ickt1
2
Onde:
IT 1 =
(VTHeq1
− VTHeq 2 )
=
(1,2 −1) = − j 0,1818 pu
Z11LT j0,4
Z
11eq1 + + Z11eq 2 j 0,3 + + j 0,6
2 2
I − j0,1818
Ickt1 = T 1 = = − j 0,0909 pu
2 2
Z
VTH1 = 1,2 ( j 0,3.( − j 0,1818) ) − ( j 0,2.( − j0,0909) )
VTHeq1 − Z11eq1IT 1 − 11LT Ickt1 =−
2
VTH1 =− 1,1273 pu
1,2 0,0545 − 0,0182 =
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 73
I VTH 1,1273
Ia 0 = Ia1 = Ia 2 = F = = = − j 0,8449 pu
3 ( Zth 0 + Zth1 + Zth 2 + 3Z F ) ( j 0,725 + j 0,3046* 2)
IF =
− j 0,8449 *3 =
− j 2,5348 pu
Assim, basta resolver tal circuito que teremos tensões e correntes de componentes de
seq+,- e zero em qualquer ponto do sistema.
Para as correntes de fase que fluem de ambos terminais do circuito com falta, temos:
Z11LT
+ Zb j 0,2 + j 0,1846
Ia1Esq 2= Ia1 + Ickt1 Ia1 + Ickt1
Z11LT Z
+ Zb + 11LT + Z a ( j0,2 + j 0,1846 + j 0,2 + j0,0923)
2 2
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 74
j 0,2 + j 0,1846
Ia1Esq = ( − j 0,8449) − j 0,0909 =
− j 0,5710 pu
( j0,2 + j0,1846 + j0,2 + j 0,0923)
Z11LT
+ Zb j 0,2 + j 0,1846
Ia 2 Esq = 2 Ia 2 Ia 2
Z11LT Z
+ Zb + 11LT + Z a ( j0,2 + j0,1846 + j0,2 + j0,0923)
2 2
j 0,2 + j 0,1846
Ia 2 Esq = ( − j 0,8449 ) =
− j 0,4801 pu
( j 0,2 + j 0,1846 + j 0,2 + j0,0923)
Z00 LT
+ Z00 LT j 0,3 + j 0,6
Ia 0 Esq = 2 Ia 0 = ( − j 0,8449 ) =
− j 0,6367 pu
Z00 LT
+ Z00 LT +
Z 00 LT ( j 0,3 + j 0,6 + j 0,3)
2 2
IAckt1Esq 1 1 1 − j 0,6367 1,6878e− j 90°
− j 0,5710= 0,1362e− j125,31° pu
I = 1 a 2
a
Bckt 1 Esq
ICckt1Esq 1 a a 2 − j 0,4801 0,1362e− j 54,69°
Z11LT
+ Za j 0,2 + j 0,0923
Ia1Dir 2 = Ia1 − Ickt1 Ia1 − Ickt1
Z11LT
+ Zb +
Z11LT
+ Za ( j 0,2 + j 0,1846 + j 0,2 + j 0,0923 )
2 2
j 0,2 + j 0,0923
Ia1Dir = ( − j 0,8449 ) − ( − j 0,0909) =− j 0,2739 pu
( j0,2 + j0,1846 + j0,2 + j 0,0923)
Z11LT
+ Za j 0,2 + j 0,0923
I = 2 Ia 2 Ia 2
a 2 Dir
Z11LT Z
+ Zb + 11LT + Z a
( j 0,2 + j0,1846 + j0,2 + j 0,0923)
2 2
j 0,2 + j 0,0923
Ia 2 Dir = ( − j0,8449 ) = − j 0,3648 pu
( j0,2 + j0,1846 + j0,2 + j 0,0923)
Aula 12 – Circuito de Quatro Braços – Casos Particulares 75
Z00 LT
j 0,3
Ia 0 Dir = 2 Ia 0 = ( − j0,8449) = − j 0,2112 pu
Z00 LT
+ Z00 LT +
Z00 LT ( j 0,3 + j 0,6 + j 0,3)
2 2
IAckt1Dir 1 1 1 − j 0,2112 0,8499e− j 90°
0,1338e j 53,95° pu
Bckt1Dir 1 a a − j 0,2739=
I = 2
ICckt1Dir 1 a a 2 − j 0,3648 0,1338e j126,05°
Sabendo que :
VAN =
−Z00 Ia 0 + VTH − Z11Ia1 − Z22 Ia 2
Aula 13 – Circuito para falta trifásica desequilibrada 77
Sabendo que :
Substituindo:
VAN =VTH − Z00 Ia 0 − Z11IA + Z11Ia 0 VAN =VTH − ( Z 00 − Z11 ) Ia 0 − Z11 IA
→
Igualando:
Sabendo que :
VBN =
−Z00 Ia 0 + a 2VTH − a 2 Z11Ia1 − aZ22 Ia 2
Sabendo que :
Substituindo:
VBN =
−Z00 Ia 0 + a 2VTH − a 2 Z11 Ia1 − Z11IB + Z11Ia 0 + a2 Z11 Ia1
VBN = a 2VTH − Z00 Ia 0 − Z11IB + Z11Ia 0 VBN = a 2VTH − ( Z 00 − Z11 ) Ia 0 − Z11 IB
→
Igualando:
Sabendo que :
VCN =
−Z00 Ia 0 + aVTH − aZ11Ia1 − a2 Z22 Ia 2
Sabendo que :
Substituindo:
VCN =
−Z00 Ia 0 + aVTH − aZ11Ia1 − a 2 Z11IC + Z11Ia 0 + Z11Ia1
VCN =
−Z00 Ia 0 + aVTH − aZ11Ia1 − Z11IC + Z11Ia 0 + aZ11Ia1
→
VCN = aVTH − Z00 Ia 0 − Z11IC + Z11Ia 0 VCN = aVTH − ( Z 00 − Z11 ) Ia 0 − Z11IC
→
Igualando:
Essas três equações podem ser representadas através do circuito trifásico abaixo:
Aula 13 – Circuito para falta trifásica desequilibrada 80
Até o momento foram apresentadas várias ferramentas para análise das diversas faltas
shunt. Neste ponto, iniciam-se as definições de ferramentas para análise de faltas série.
A falta série consiste em qualquer contingência no sistema onde o caminho da corrente
é alterado ou interrompido em uma ou diversas fases num certo ponto do sistema. A figura
abaixo representa este tipo de contingência:
Da equação de síntese:
V ''012 − V '012 =
A−1ZAI012
Desenvolvendo A ZA temos:
−1
1 1 1 ZT − Z S 0 0 1 1 1
1
A−1ZA = 1 a a 2 0 0 0 1 a 2 a
3
1 a 2 a 0 0 0 1 a a 2
1 1 1 ZT − Z S ZT − Z S ZT − Z S
1
A ZA = 1 a a 2 0
−1
0 0
3
1 a 2 a 0 0 0
ZT − Z S ZT − Z S ZT − Z S
1
A−1ZA = ZT − Z S ZT − Z S ZT − Z S
3
ZT − Z S ZT − Z S ZT − Z S
Aula 14 – Análise de Faltas Série 83
O resultado do equacionamento é:
ZT − Z S
V ''012 − V '012 =
I 012
3
Comparando:
ZT − Z S
(Z 00
+ Z S ) Ia 0 =
Ia
3
ZT − Z S
(Z 11
+ Z S ) Ia 0 =
Ia
3
ZT − Z S
(Z 22
+ Z S ) =
I a0 Ia
3
Essas três equações representam um circuito padronizado para o cálculo das diversas
faltas séries. Tal circuito é muito semelhante ao circuito de quatro braços já conhecido.
em análise.
Abertura de uma fase pode ocorrer devido a operação indevida de apenas uma chave de
um sistema (disjuntores monopolares), rompimento de um condutor ou abertura de um
fusível. Assim para representá-lo, basta considerar Z S = 0 e ZT = ∞ :
Aula 14 – Análise de Faltas Série 85
ZT − Z S
Assim, = ∞ e o último braço da direita se transforma num circuito
3
aberto. Resultando no circuito abaixo:
Abertura de duas fase pode ocorrer devido ao travamento na abertura de apenas uma
chave de um sistema (disjuntores monopolares), rompimento de dois condutor ou abertura de
dois fusíveis. Assim para representá-lo, basta considerar Z S = ∞ e ZT = 0 :
IA
3
Ia 0 1 1 1 IA
1 IA
= I= I A
= I a1 3=1 a a2 0 3 Ia= I
0 a1 a2
3
Ia 2
1 a 2
a 0
IA
3
Assim podemos remodelar o circuito conforme abaixo:
Aula 14 – Análise de Faltas Série 87
Exemplo- Verificar qual seria a corrente na fase sã quando ocorrer uma abertura de
duas fases (B e C) no meio de um dos 2 circuitos de uma linha de transmissão de um certo
sistema. A linha faz parte de um sistema muito maior, sendo esse sistema representado
através de um equivalente em cada extremidade da linha de transmissão. Através dos dados
da linha e dos equivalentes do sistema na tabela abaixo:
Equivalente do Sistema 1 Linha de Transmissão Equivalente do Sistema 2
Circuito Duplo
VTHeq1 = 1,2e j 0° pu VTHeq 2 = 1,0e j 0° pu
(circuitos paralelos)
Falta Fase-Terra na fase A no
Z11eq1 = j 0,3 pu Z11eq 2 = j 0,6 pu
meio de um dos circuitos
Z= Z= j 0,4 pu
Z22eq1 = j 0,3 pu 11LT 22 LT
Z22eq 2 = j 0,6 pu
(cada circuito)
Z 00 LT = j 0,6 pu
Z00eq1 = j0,5 pu Z00eq 2 = ∞
(cada circuito)
Aula 14 – Análise de Faltas Série 88
Z Z
(
Zth1 =Zth 2 = 11LT + 11LT + Z11LT \ \ ( Z11eq1 + Z11eq 2 )
2 2
)
j 0,4 j 0,4 j 0,4. j 0,9
Zth1 =Zth 2 = + + ( j 0,4 \ \ ( j 0,3 + j 0,6 ) ) =j 0,4 + =j 0,6769 pu
2 2 j1,3
Z Z
Zth 0 = 00 LT + 00 LT + Z 00 LT
2 2
j 0,6 j 0,6
Zth 0 = + + j 0,6 = j1,2 pu
2 2
Aula 14 – Análise de Faltas Série 89
IT 1 = Ickt 2 =
(VTHeq1
− VTHeq 2 )
=
(1,2 − 1) = − j 0,1538 pu
( Z11eq1 + Z11LT + Z11eq 2 ) ( j0,3 + j0,4 + j0,6)
VTHed1 =
Z11LT Ickt 2 =j0,4.(− j 0,1538) =
0,0615 pu
I VTHed1 0,0615
Ia1 = Ia 2 = Ia 0 = a = = = − j0,0241pu
3 ( Zth0 + Zth1 + Zth 2 ) ( j1,2 + j0,6769 + j0,6769)
Ia =
− j 0,0241*3 =
− j 0,0723 pu
Aula 15 – Defasamento angular de Transformadores 90
Agora, ao alterar apenas a sequencia de fase, obtemos a seguinte relação entre os fasores
correspondentes do primário e secundário:
Assim:
• Componente de sequencia positiva: o defasamento angular será o mesmo do
sistema original;
• Componente de sequencia negativa: com mesmo módulo do defasamento do
sistema original, entretanto com sentido contrário.
Z PS SB 20
Z= = Z PS e ja tan(10) = 47,61e j 84,29 = 0,05e j 84,29 pu
TU 2
Z BP VBP 2
138
Z= Z= Z= 0,05e j 84,29 pu
TU TU 1 TU 2
Aula 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos 93
nP nP
n1 = n2 = Z S ' = n12 Z S ZT ' = n2 2 ZT
nS nT
Para obter os valores de ( Z P , Z S eZT ) é necessário realizar três ensaios de curto-
' '
VPcc
Z PS =
IPN
Z PS =Z P + n12 Z S =ZP + ZS '
O segundo ensaio é realizado para obter Z PT . Consiste em deixar o secundário aberto,
curto-circuitar o enrolamento terciário e aplicar tensão reduzida no primário até fluir corrente
nominal nos enrolamentos.
Aula 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos 95
VPcc
Z PT =
IPN
Z PT =
Z P + n2 2 ZT =
Z P + ZT '
O terceiro ensaio é realizado para obter Z STs . Consiste em deixar o primário aberto,
VScc
Z STs =
ISN
2
n
Z STs
= Z S + S ZT
nT
Esse ensaio obter valor de Z STs referido ao secundário, como queremos obter esse valor
ns
2
Z ST = n Z STs
2
Z ST n1 Z S + ZT
= 2
nt
1
np
2
ns
2
np
2
np ns
2 2
=Z ST Z +
S T Z =Z ST Z S + ZT
ns nt ns ns nt
2 2
np np
=Z ST Z S + ZT Z= Z S '+ ZT '
ns nt
ST
Aula 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos 96
através de:
1
Z P= ( Z PS + Z PT − Z ST )
2
1
Z S=' ( Z PS + ZST − Z PT )
2
1
ZT=' ( Z PT + Z ST − Z PS )
2
Para obter as informações da impedância de excitação, temos:
VPN
ZP + ZE � ZE =
I0
Dividindo as impedâncias obtidas por Z BP , obtemos o circuito equivalente de sequencia
1
Z Pu= ( Z PSu + Z PTu − Z STu )
2
1
Z Su=' ( Z PSu + ZSTu − Z PTu )
2
1
ZTu=' ( Z PTu + Z STu − Z PSu )
2
Para o circuito equivalente de sequencia zero em PU, temos:
Aula 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos 97
Para melhor compreensão do que acontece no delta com componentes de sequencia zero,
ilustramos o fenômeno como o circuito abaixo:
3V V V
I
= = RI R= V
= V −V =
0
3R R R
Mesmo não existindo tensões entre os terminais e zero de corrente nas linhas, existe corrente
circulando dentro do delta.
Quando passar a componente de sequencia zero nas 3 fases será induzido um fluxo
magnético idêntico nos três braços do núcleo. Sabendo que o caminho do fluxo é fechado, o
mesmo passa pelo tanque do transformador, conforme figura abaixo:
Aula 16 – Banco de Transformadores com 3 Enrolamentos 98
Quando o fluxo passar pelo tanque de aço, serão induzidas correntes parasitas que vão
se opor a corrente que as criaram. Esse efeito pode ser considerado como um enrolamento
terciário conectado em delta.
Aula 17 – Representação de Linhas de Transmissão 99
Linhas de Transmissão
I IR + IC 2
= IS = I + IC1 IS =IR + IC 2 + IC1
VS = VR + ( R + jX L ) I
Para obter uma solução exata para qualquer linha de transmissão, deve-se considerar o
fato de que os parâmetros de uma linha não estão concentrados e sim uniformemente
distribuídos ao longo da mesma.
Sejam as equações diferenciais de tensão e de corrente por unidade de comprimento.
Aula 17 – Representação de Linhas de Transmissão 103
dV
Z ' Fase IFase
− Fase =
dx
dI
[Y ' Fase ][VFase ]
− Fase =
dx
d 2VFase
− 2 =[ Z ' Fase ][Y ' Fase ][VFase ]
dx
d 2 IFase
− 2
[Y ' Fase ][ Z ' Fase ][ IFase ]
=
dx
=V A1e ZY x
+ A2 e− ZY x
1 1
=I A1e ZY x
− A2 e − ZY x
Z Y Z Y
V + I Z V − I Z
=V R R c eγ x + R R c e−γ x
2 2
VR VR
ZC + I R γ x ZC − I R −γ x
=
I e − e
2 2
Z
Zc =
Y γ = ZY
Aula 17 – Representação de Linhas de Transmissão 104
Z ' = Z C senh(γ )
Y' 1 γ
= tanh( )
2 ZC 2
Aula 18 – Máquinas Síncronas 105
Máquinas Síncronas
Onde:
Ic= corrente de Carga
Vt=tensão de fase no terminal da máquina
E= Força eletromotriz gerada por fase
Xd=Reatância de eixo direto da máquina
Sabendo que a reatância da máquina é a relação entre a tensão e a corrente que flui pela
máquina, devemos fazer uma análise do comportamento da corrente logo após um certo
distúrbio.
Ao aplicar um curto-circuito trifásico franco nos terminais da máquina, temos as
seguintes características para as correntes das 3 fases:
Aula 18 – Máquinas Síncronas 106
'' t t
t
Tg
i (t )
= 2 ( I − I ) e + ( I − I ) e + I sin ( wt − δ ) + I sen (δ ) e [ A]
' Td '' ' Td ' ''
Onde :
a0
I '' = = Corrente de Curto-circuito subtrasitória simétrica;
2
b0
I' = = Corrente de Curto-circuito trasitória simétrica;
2
I = Corrente de Curto-circuito síncrona;
δ = Ângulo que depende do instante do início do CC;
Td '', Td ', Tg = Constantes de tempo Sub-transitória, Transitória e da máquina em [s]
Aula 18 – Máquinas Síncronas 107
Onde:
Por outro lado, se correntes de sequencia negativa forem injetadas nos enrolamentos do
estator da máquina, com circuito de campo em curto-circuito e o rotor acionado na velocidade
síncrona no sentido contrário, obtemos:
Z 2= r2 + jX 2
Onde:
Xq ''+ Xd ''
r2 >> r1 e X2 ≅ ≅ Xd ''
2
Onde:
R1- resistência por fase do estator
X1- reatância por fase do estator
r2’- resistência por fase do rotor referida ao estator
X2’- reatância por fase do rotor referida ao estator
Rm- resistência de magnetização
Xm- reatância de magnetização
n1 − n
s= – Escorregamento do Motor de Indução Trifásico
n1
1 − s ' 2 2π n
= r2 '
Pmec 3= I2 M [W]
s 60
Porém,
n n1 (1 − s )
=
Substituindo,
1 − s ' 2 2π n1 (1 − s )
= r2 '
Pmec 3= I2 M
s 60
2π n1
Considerando a base de velocidade WB = e a base de potencia S B , temos a base
60
SB
de conjugado M B = .
WB
M 60 Pmec WB 60 Pmec 2π n1
Mu = Mu = Mu =
MB 2π n1 (1 − s ) S B 2π n1 (1 − s ) S B 60
PmecU
Mu =
(1 − s )
Vredacb
Z 22 =
I redacb
n n1 (1 − s ) , assim:
Porém=
n1 + n1 (1 − s )
s−= = 2−s
n1
Devido ao efeito pelicular r '' 2 >> r '2 e devido a força contra-eletromotriz maior no rotor
X ''2 < X '2 . Também, podemos desprezar a impedância de magnetização , sabendo que a
1− s ' 2
Pmec 2 = 3r2 ' I2 [W]
2−s
60
M 2 = −3r2 '' I ''2 2 [Nm]
2π n1 ( 2 − s )
Aula 19 – Motor de Indução Trifásico 112
60 60
M r =M − M 2 =3r2 ' I '2 2 − 3r2 '' I ''2 2
2π n1s 2π n1 ( 2 − s )
Para a grande maioria dos motores: x1 + x '2 ≅ 0,16 e r '2 ≅ 0, 025 , logo:
τ r ≅ 16,976 [ms]
Essa constante de tempo é próxima ao período de um ciclo de 60Hz. Assim durante um
ou dois ciclos a excitação residual do MIT faz com que o mesmo funcione como um gerador
durante uma falta e o circuito equivalente para essa condição segue abaixo:
Depois dos dois primeiros ciclos a impedância fica infinita e a contribuição é eliminada.
Aula 20 – Potência ou Capacidade de Curto-Circuito 113
SCC 3 Vpre − f I3φ [MVA]
3φ =
SCC 3 Vpre − f I3φ
3φ
=
SCC 3 VUpre − f IU 3φ pu
U 3φ =
VB I B VB I B
VUpre − f
IU 3φ =
3 ZU 11
Substituindo:
2
VUpre − f VUpre − f
SCC 3 VUpre − f IU 3φ
SCC 3 VUpre − f
SCC
U 3φ = U 3φ = U 3φ =
3 ZU 11 ZU 11
1
SCCU 3φ =
ZU 11
1
ZU 11 =
SCC U 3φ
Para obter o ângulo da impedância, na prática são informados junto com a potência de
SCCU φ = VUpre − f IU φ pu
Aula 20 – Potência ou Capacidade de Curto-Circuito 115
VUpre− f
IUφ = 3
2 ZU 11 + ZU 00
Substituindo:
2
3 VUpre − f 3 VUpre − f
SCC
SCCU φ = VUpre − f IU φ U φ = VUpre − f SCCUφ =
2 ZU 11 + ZU 00 2 ZU 11 + ZU 00
3
SCCUφ = 2 ZU 11 + ZU 00 SCC 3
Uφ =
2ZU 11 + ZU 00
3
ZU 00 SCC ZU 00
3 =
U φ + 2 ZU 11 SCCU φ = − 2 ZU 11
SCC Uφ
1
Sendo: ZU 11 =
SCC U 3φ
3 2
ZU 00
= −
SCC
SCC
Uφ U 3φ
Aterramento de Neutro
( Z − Z11 ) I =
VTH − Z11IA − 00 0
A
3
( Z − Z11 ) I =
a 2VTH − VBN − 00 0
A
3
( Z − Z11 ) I =
aVTH − VCN − 00 0
A
3
Assim:
( Z + 2Z11 ) I =
VTH − 00 0 = 3VTH
I
A → A
3 Z00 + 2Z11
Aula 21 – Aterramento de Neutro 118
( Z − Z11 ) I
VBN a 2VTH − 00 V=
2 Z00 − Z11
= A → BN a − VTH
3 Z 00
+ 2 Z11
( Z − Z11 ) I
VCN aVTH − 00
Z − Z11
VCN= a − 00
= A → VTH
3 Z 00
+ 2 Z11
Z 00
−1
2 Z00 − Z11 a − Z V
V= a − VTH → V= 2 11
BN
Z + 2 Z11
BN
Z 00 TH
+2
00
Z
11
Z00
−1
Z − Z11 Z V
VCN= a − 00 VTH → VCN= a − 11
Z + 2 Z11
Z00 TH
+2
00
Z
11
O local geométrico dos fasores de tensão da fase b e c não é trivial, entretanto podemos
verificar alguns casos particulares:
a)Resistências desprezíveis
Z00 X 00
= = k
Z11 X 11
Aula 21 – Aterramento de Neutro 119
2 k −1 3 k −1
V=
VBN = −5 + j − 1
a − VTH k
BN
k +2 2 + 2
k − 1
2
3
2
VBN =
VCN = 0,5 + +
k +2 2
r00 + jX 00 r00 + jX 00
−1 −1
a2 − jX V jX
V= 11
VCN= a − 11 V
BN
r00 + jX 00 TH r00 + jX 00 TH
+2 +2
jX 11 jX 11
Considerando X 00 , X 11 com valores fixos, o local geométrico ao variar r00 , fica:
Aula 21 – Aterramento de Neutro 120
r00 j ( X 00 − X11 )
Sabendo que: RN = e jX N =
3 3
X 00 r00
≤3 e ≤1
X 11 X 11
− ( R1 + R4 ) R4 0 I1 −Va
R4 − ( R2 + R4 + R5 ) R5 I2 = 0
0 R5 − ( R3 + R5 ) I3 Vb
1 1 1 1 Va
+ + V1 − V2 =
R
1 R 2
R4
R2
R1
− 1 V + 1 + 1 + 1 V = Vb
R 2
2 R2 R3 R5 R2
1 1 1 1 Va
+ + −
R1 R2 R4 R2 V1 = R1
1 1 1 1 V2 Vb
− + +
R2 R
2 R3
R
5 R2
Va
(Y1 + Y2 + Y4 ) −Y2 V1 R1
=
−Y2 (Y2 + Y3 + Y5 ) V2 Vb
R2
Sabemos também que um fonte ideal em série por um impedância pode ter seu
equivalente através de uma fonte de corrente em paralelo com a mesma impedância, sendo o
Aula 22 – Matriz de Admitância Nodal 124
valor de corrente igual a divisão entre a tensão da fonte ideal e a impedância em série, temos
o circuito do exemplo apresentado da seguinte forma:
Observando o circuito acima e o sistema obtido através do método dos nós é facilmente
observado que existe uma relação de cada elemento do sistema e a topologia do circuito.
Verificamos que:
• A matriz composta por admitâncias tem ordem igual ao número de barramentos
excluído a referencia do terra.
• Os elementos da diagonal principal são compostos pela soma das admitâncias
conectadas ao respectivo barramento;
• Os elementos fora da diagonal principal são compostos pela a admitância que
interliga os barramentos com sinal contrário;
• O resultado da multiplicação da matriz pelo vetor de tensões nos barramentos é
um vetor composto pelas correntes injetadas nos barramentos.
[Y ] V = I
BUS
Onde:
A matriz [Y ]
BUS tem característica bastante esparsa e simétrica e sua dimensão
nós enquanto que os elementos de fora da diagonal são chamados de admitâncias mútuas ou
são representados pela letra maiúscula Y enquanto a admitância dos elementos é representada
pela letra minúscula y.
• elementos de fora da diagonal principal: são dados pela admitância (ou pela
admitância equivalente, no caso de elementos em paralelo) conectada entre os
nós (i) e (j), com sinal trocado:
Yij = − yij
( y1 + y2 ) − y2 0 − y1 0 V1 IA
− y2 ( y2 + y3 + y4 ) − y4 0 − y3 V2 I B
0 − y4 (y4
+ y5 ) 0 0 V3 = IC
− y1 0 0 ( y1 + y6 + y7 ) − y6 V4 0
0 − y3 0 − y6 ( y3 + y6 + y8 ) V5 0
Pode-se notar que ela resultou bastante esparsa e simétrica, que é uma característica
desta matriz.
Apesar da matriz [Y ]
BUS ser facilmente montada por inspeção quando se tem um
sistema pequeno, o mesmo não acontece para sistemas de grande porte, onde a possibilidade
de engano é grande. Um método adequado, inclusive para uso em computadores digitais,
envolve o uso de transformações lineares. Este método pode ser encontrado em vários livros
de Análise de Sistemas e não será analisado no presente curso.
Enquanto que para a maioria dos circuitos a matriz de admitância nodal é simétrica, em
alguns casos isto não se verifica. Em Sistemas Elétricos o caso mais importante ocorre
quando um transformador defasador se encontra presente.
Aula 23 – Matriz de Impedância Nodal 127
1 1 1 1
2 + 3 + 4 −
2 V1
10
= 3
1 1 1 V2 0
− +
2 2 2
13 10
10 1 12 3
−
3 2 10 1 10
− 0
0 1 2
V1
= = 3= 4[V ] V
= = 6= 2[V ]
13 1 5 2
13 1 5
− −
12 2 6 12 2 6
1 1
− 1 − 1
2 2
Assim obtemos as tensões em regime permanente, mas quais seriam as tensões quando
ocorrer um curto circuito trifásico franco? Teríamos que obter Vth e Zth. O Vth já é
conhecido nas duas barras, mas o Zth não. Mas antes de obtê-los, vamos analisar a equação
abaixo:
[Y ] V = I
BUS
[Y ]
−1
Multiplicando a equação acima por BUS , temos:
[ Z ] , sendo [ Z ] = [Y ]
−1
nodal BUS BUS BUS .
13 1
12 − 10
2 V1
[Y ] V = I
BUS =>
1
= 3
V
− 1 2 0
2
6 3
10
V1 5 5 V1 4
V = [ Z BUS ] I => = 3 => = [V]
V2 3 13 0
V2 2
5 10
Na matriz de admitância nodal, cada elemento que a compunha tinha uma
relação com a topologia e valores do circuito. Existirá alguma relação dos elementos
No barramento 2:
Aula 23 – Matriz de Impedância Nodal 130
Outra forma de obter Zth é injetando 1A no ponto desejado com as fontes do circuito
anuladas e medir a tensão no mesmo ponto. Este valor de tensão será igual ao Zth.
valores dos elementos da diagonal principal da matriz são idênticos aos valores das
impedâncias Thevenin vistas dos barramentos 1 e 2 respectivamente.
elementos da diagonal principal Zii correspondem o Zth visto do barramento “i”. Chamada de
Monta-se a matriz [Y ] para o sistema tomando como referência a barra neutra atrás
BUS
das impedâncias dos geradores, e procede-se a sua inversão para a obtenção da matriz
[Z ].
BUS
[ Z ] = [Y ]
−1
BUS BUS
Existem vários métodos para inversão de matrizes, sendo que ao se selecionar um deles
devem-se levar em conta três fatores:
• O número de operações aritméticas envolvidas no processo de inversão, que se
traduz no esforço computacional necessário;
• A simplicidade das operações, que pode se traduzida como a facilidade para se
programar em computadores;
• Memória computacional auxiliar necessária durante os cálculos.
Um dos métodos que melhor se encaixa nas solicitações acima é o método de Shipley-
Coleman, que apresenta uma relativa economia de memória e simplicidade do algoritmo.
em termos de tempo de computação, uma vez que o número de operações necessárias para a
inversão total de uma matriz é proporcional a n3, onde n é a ordem da matriz (com o método
de Shipley-Coleman, utilizando de uma seqüência de cálculos adequados, o número de
operações é reduzido para cerca de 2n2).
ligação após a outra. Ao final do processamento de cada ligação obtém-se uma matriz [ Z ] BUS
correspondente à parte do sistema processada até então. Quando a última ligação for incluída,
esparsa;
de grandes sistemas.
Sabe-se que ao adicionar um elemento num sistema elétrico linear pode ocorrer uma
variação de todas as grandezas do sistema, como representado abaixo:
Vpos
= Vpre + ∆V e Ipos
= Ipre + ∆I
Assim:
Sendo:
Vpos
= Vpre + ∆V →
∆V= [ Z ] ∆I
BUS
Vpos
= [ Z ] I
BUS pre
+ [ Z BUS ] ∆I Vpos
= [ Z ] I
BUS pre
+ [ Z BUS ] ∆I
−Vth1
Zth
∆I =
0
6 3 6 3 −4
10 5 5 6 0
V1 pos 5 5
=
=
V
3 13
3 +
3 13 5 0 [V ] quando curto-circuito em 1!
2 pos 0
5 10
5 10 0
6 3 6 3 0
10 5 5 −2 40
V1 pos 5 5
= 3 + = 13 [V ] quando curto-circuito em 2!
V2 pos 3 13 0 3 13 13 0
5 10 5 10 10
ANEXO
Desenvolvendo A ZA temos:
−1
1 1 1 A B C 1 1 1
1
1 a a2 D E F 1 a 2 a
3
1 a 2 a G H I 1 a a
2
1 1 1 ( A + B + C ) ( A + a B + aC ) ( A + aB + a C )
2 2
1
1 a a 2 ( D + E + F ) ( D + a E + aF ) ( D + aE + a F )
2 2
3
1 a a ( G + H + I )
2
(G + a H + aI ) (G + aH + a I )
2 2
( A+ B+C + D + E + F +G + H + I ) ( A + a B + aC + D + a E + aF + G + a H + aI ) ( A + aB + a C + D + aE + a F + G + aH + a I )
2 2 2 2 2 2
1
3
( A + B + C + aD + aE + aF + a2G + a 2 H + a 2 I ) ( A + a B + aC + aD + E + a F + a G + aH + I ) ( A + aB + a C + aD + a E + F + a G + H + aI )
2 2 2 2 2 2
( A + B + C + a 2 D + a 2 E + a 2 F + aG + aH + aI ) ( A + a B + aC + a D + aE + F + aG + H + a I ) ( A + aB + a C + a D + E + aF + aG + a H + I )
2 2 2 2 2 2
Sabendo que
A B C ( Z aa − Z ga ) (Z − Z gb ) (Z − Z gc )
ab ac
D E F =
( ba
Z − Z ga ) (Z − Z gb ) (Z − Z gc )
bb bc
( ca ga ) (Z ) (Z )
G H I Z − Z − Z gb − Z
cb cc gc
Substituindo para cada elemento da matriz resultante, temos:
A + B + C + D + E + F + G + H + I= ( Z aa + Zbb + Z cc ) + 2 ( Z ab + Z ac + Z bc ) − 3 ( Z ga + Z gb + Z gc )
A + a 2 B + aC + D + a 2 E + aF + G + a 2 H + aI= (Z aa + a 2 Z bb + aZ cc ) − ( aZ ab + a 2 Z ac + Z bc ) − 3 ( Z ga + a 2 Z gb + aZ gc )
A + aB + a 2 C + D + aE + a 2 F + G + aH + a 2 I= (Z aa + aZ bb + a 2 Z cc ) − ( a 2 Z ab + aZ ac + Z bc ) − 3 ( Z ga + aZ gb + a 2 Z gc )
A + B + C + aD + aE + aF + a 2G + a 2 H + a 2 I= (Z aa + aZ bb + a 2 Z cc ) − ( a 2 Z ab + aZ ac + Z bc )
A + aB + a 2 C + aD + a 2 E + F + a 2G + H + aI =( Z aa + a 2 Z bb + aZ cc ) + 2 ( aZ ab + a 2 Z ac + Z bc )
A + B + C + a 2 D + a 2 E + a 2 F + aG + aH + aI= (Z aa + a 2 Z bb + aZ cc ) − ( aZ ab + a 2 Z ac + Z bc )
A + a 2 B + aC + a 2 D + aE + F + aG + H + a 2 I= (Z aa + aZ bb + a 2 Z cc ) + 2 ( a 2 Z ab + aZ ac + Z bc )
A + aB + a 2C + a 2 D + E + aF + aG + a 2 H + =
I ( Zaa + Zbb + Zcc ) − ( Zab + Zac + Zbc )
Assim, considerando:
1 1 1
Z S 0=
3
( Z aa + Zbb + Zcc ) Z M 0=
3
( Zbc + Zca + Zab ) Z ga 0=
3
( Z ga + Z gb + Z gc )
1 1 1
ZS1 =
3
( Zaa + aZbb + a2 Zcc ) ZM1 =
3
( Zbc + aZca + a2 Zab ) Z ga1 =
3
( Z ga + aZ gb + a2 Z gc )
1 1 1
ZS 2 =
3
( Z aa + a 2 Zbb + aZ cc ) ZM 2 =
3
( Zbc + a 2 Zca + aZ ab ) Z ga 2 =
3
( Z ga + a 2 Z gb + aZ gc )
Obtemos:
1 1 1 ( Z aa − Z ga ) (Z − Z gb ) (Z − Z gc ) 1 1 1 ( Z S 0 + 2Z M 0 − 3Z ga 0 ) (Z − Z M 2 − 3Z ga 2 ) (Z − Z M 1 − 3Z ga1 )
ab ac
S2 S1
1
1 a a 2 ( Zba − Z ga ) 1 a 2 a =
3 (Z − Z gb ) (Z − Z )
( ZS1 − Z M 1 ) (Z − ZM 0 ) ( Z S 2 + 2Z M 2 )
bb bc gc S0
1 a a 2 ( ZS 2 − ZM 2 ) (Z + 2Z M 1 ) ( ZS 0 − Z M 0 )
( ca ga ) (Z ) (Z )
1 a 2 a Z − Z − Z gb − Z
cb cc gc S1
3 −Z − a2 Z − aZ
( gg cg )
1 a 2 a Z − Z ag bg cg
Substituindo conforme os termos acima, temos:
3Z gg − 3Z ag 0
− 3Z ag 1 Ia0
−3Zag 2
ANEXO 2- Conceito do Teorema de Thevenin:
O teorema de Thevenin diz que qualquer sistema elétrico linear visto de certos dois pontos, pode ser substituído por uma associação série de um
gerador ideal de tensão e uma impedância. Onde o valor da tensão do gerador é igual a tensão existente entre os dois pontos observados e a impedância
com valor sendo o resultado da impedância vista dos dois pontos com todas as fontes do sistema em desconsideradas (fontes de tensão em curto-
circuito e fontes de corrente com circuito aberto). Sendo a tensão chamada de Vth e a impedância equivalente chamada de Zth .
Entretanto, pode-se enunciar o teorema de Thevenin, de uma outra maneira: "as variações nas tensões e correntes que ocorrem em um circuito
linear, devidas à adição de uma impedância entre dois nós quaisquer do circuito, são idênticas às tensões e correntes que existiriam nas mesmas partes
do circuito se todas as suas fontes ativas (tensão e corrente) forem colocadas em repouso, e uma fonte de tensão, de mesmo valor e polaridade que a
tensão que existia, antes da adição da impedância, entre os dois nós que a mesma foi conectada, for ligada em série com a impedância adicionada".
(Apostila Cláudio Ferreira,UNIFEI)