Lara, Silvia (Palmares)
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dúvida não se pode deixar de recorrer à produção recente nessas áreas para apnmo-
far a análi e dos docllmentos que temos à nossa disposição. Essa possibilidade pode
trazer re uhados interessantes sobretudo no caso da história de Pares.
Para desenvolver esse argumento, examino aqui de modo breve, três narrati-
34
vas imponantes para a história de P ares. Duas são fontes presentes em todo
os estudos sobre os mocambos da Serra da Barriga: a crônica escrita em 1678 e o
parágrafos da História da América portuguesa de Sebastião da Rocha Pita, publica-
dos em 1730. A terceira foi recentemente descoberta e publicada por Maria Leda
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talllb m 1110 f i 'r. inda 10 ai i" k N M ' 1110 'lU • Ilao s . POSSí I r c 'Iteza subr
il dlt 10 d" 'milnu. (rir. isl' mistas. n n d· i nu qual d I s seria a matriz ou
. 'ta ria m.li pr imo de . tl·1 ), a cxi t n ia d v'iria ópins d rôni n d . 1678 indi.
, qu' a 11 ti ia da vitóriJ obtida '111 P rn:unhll m 1678 t 'v 'ai um in;;ulaçã
m Portugal para al'm do ir uiro d on c1ho Ultr marino, An nim o t xo I
J\llnl:tf qu. n C nL Xto CI cen Ista, res alta lias caracterÍ ticas cemro-africanas.
, a d 'S ~içãO OI era ~o t~xto uma função importante: constituí Palmares com qua-
lid. d· tal ~u > permitem ~uc as autoridades portuguesas _ e dom Pedro de Almei-
d,}, m partt~ltlar - c r I· Clonem com os mocambos da Serra da Barriga, adotando
as m mas atItudes qu os portugu es tinham com os remos centro-africanos. Com
e1 ra p ss{vel também estabelecer pactos políticos, ruplomáticos. etc.
Em egundo lugar, a d crição e organiza de modo a demonstrar que Pal-
mar tinha Fé, Ld e Rei. Ainda que sem Wl1a referência direta, a rríade pela qual
o portugue es avaliavam o grau de "civilização" dos povos com os quais tinham
contato é aqui reiterada de modo inverso daquele comumente empr o para
desqualificar os ínclios do Brasil. Vários textos portugueses escritos nos séculos XVI
e XVII fiz ram referência a essa triade, utllizando-a para marcar a ausência de go-
verno politico e de religião entre os habitantes do Novo Mundo, como recurso para
50
justificar a necessidade do dominio e catequese. Pero de Magalhães Gândavo, por
exemplo, torna evidente a barbárie do gentio do Brasil, ao afirmar que a' a de
que os índios usavam "carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem
L, nem R, cousa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e
de ta maneira vivem desordenada mente, sem terem além disto conta, nem peso,
nem medida. 51 ''Alguns anos mais tarde, Frei Vicente do Salvador reiterou essa má-
xima, ao observar que os índios "nenhuma palavra pronunciam com F, L ou R, não
s6 das suas, mas nem ainda das nossas, porque se querem dizer Francisco, dizem
Pancícu; e querem dizer Luiz, dizem Duhi; e o pior é que também carecem de
fé, de lei e de rei, que se pronunciam com as ditas letras. Nenhllma fé têm nem
adoram a algum Deus; nenhuma lei guardam, ou preceito, nem tem rei que lha
dê, e a quem obedeça m". 52
Palmares, ao contrário, assim como os reinos e sobados na .ca Central,S3
possuía um rei, venerado e reconhecido por todo como senhor; tinha mini tros
de Justiça, assim como de guerrà'; e lima "capela, a que recorrem no seus aperto ' ,
54
com imagens do menino Jesus de Nossa Senhora da Conceição e de São Brás. As-
sim quali6cado~ constitma um Estado - e a vitória conseguida em 16 8, bem como
o acordo de paz com Ganga Zumba, tornavam- e feitos filai . e hourado .
Es a forma de apreender e caracterizar Palmares aparece também no outro
textos selecionados para esse exercício de análise, embora com algumas nuan .
Pela ordem cronológica, a s da narrativa é a Relação verdadeira da grU1'l'd
55
que se foz aos negros levantados do Palmar. Seu autor também é d. conhecido ma
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Jr li Imdd 1 III 1 178, mu Ir hos apar' 'li C >1l1 um tado, com
um li, rio ip .", I.lIt l i, lU' f;! "um () sell. vaI' 'S mais jll '[m 'alentados" c com
"f1lpj tnd)5 I jusli".1 'I11J1( ia", '()V rnílllcL p r", a lllO ' H [...) m m6rias
t' lr.ali (') S I1S rv das 1 J is J .lI. Jlho ", AiJl(h <lU • Ro ha Pi a qu' de
fi .H li m 11;\0 Ol1se!'v' V:l1ll j, O\llros sin is que os cl, sandssim cruz e algum ora-
çoc: 11\aI , I -ti la. . I1l . ' la lasolll mIras p I, vras 'ccrím" !lias p r·l inventadas
ou il1t m Im,í las h sup .I'S tÍçm s da su, na o", hegnndo m' 11 () a afirmar crcm
Ics "t:is/ll. rkm,", a Idad F, I j • Rd t' 0<1 mai lima Vez págin s. Palmares
ap'uc c noval1l~ntt: 'omo um 'st~ld() «me, . assim jUlilÍfi a- 'c a ncccs. idad de tão
rand r ilO para I 'rrot. -lo,
N 'tn I>'dro le Alm -ida nem .:lnga Zumba são mencionados, A principal
figura aqui, a qu m se d 'stimlffi todos aplauso, é() gov rnaJor actano de Melo
d ta (ro, qu' om h 'lidad' sabcdoría soube como planejar é tomar as m didas
n ess rias p ra guerra vitoriosa contra Palmares. A última hatalha é de: crita de
modo nalt r u I abil de comando c . ua apacidadc em providenciar
p trop " A derrota cada vez mais evidcnr
- rudo crvc para glo-
na voltada para reverenciar aquele
64 Pita tem sua pe .
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obrenção de cravo pa ra o rráfi o aclânti -o.
As nanacivas aqui rnminad ee!ri U3m qu rela . nam ~n\!
político enrre as autoridad polLllgu da Am ri , foi
acionado no caso de Palmal'c. Co a [[ugu am rid d I niai já ha-
viam temado negocia - e m Palmar . m I m Ped d Alm i-
da e se o ar de ter finalmenr . r raumd' B mambu o d p i t r y o id
os negros da rra da Barriga e { r firmado rn u rei um a rd qu 1 u n
de pessoas a deslocarem até a ald ia d u ú. n cia ~- d paz - ram f it
do mesmo modo que e la -j na sob 1110 ~ ntro-afri l-
ori 'da p r
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III
(\ . ea . "
. m serem n .
í tlcas o tlcas "
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utl careav
as ten oes, p .. ,
. . CrltoS con lça I •
trat como 11 lU o
pôde servir de parâmetro para o modo como as autoridades coloniais lidaram com
o sobado de P ,. ... . ,
bém tenha informado o modo co fu o • lld
. mo os glUvos amoca Illbados e seus eres -
provenaentes predominantemente d o... afri .
o a regtao centro- cana _ se relacIOnaram com
coloniais?
IStona ores?
Notas
I Esse artigo oferece resultados parciais de um p' .
. . rafi I'
ria, histonog a e po foca", financiado pelo CNP
roleta maIS amplo Íntin I d "PaInw
'c I a o
.•
C$ em pu~pu:u oa.. Hino-
realizada durante estadia entre setembro c dezem~S d a , 6Jl2DClado pela Fapcsp. Parte da · oi
Fundação Rockefeller para o Progra d H .ro e 2006 na Nonhwesrcm Univruity. com lima boIsa da
. 'd d P ma e umaDldades do Centro de Esrudos sobre Améria I atina e
daqu eIa UnlVetSl a e. ara o processamento do mareria\ I d oh' ..
Mendes. bolsista de Apoio TécnIco do CNP . Uma v ~ el~.o: re o Sldo al(l!ll~ada ainda por Laura ~cr~
CAPES/COFECUB ''C cf dans I q . . ersao lrncial desse raro fOI aprC'$C()[a(\a no S.... nmáno
~ es ~e n
e monde Ibroque: reroursur l'archive , em dezembro de 2007- ;
ço as sugestoes e os comentânos então recebidos. •
Não é meud objetivo,
dan aqui, fazer um balanço da historio"~t:"
&'....... sobre Pai P .1__
mares. ara um panorama ualI P"Mpa!S • • •
obtas e as mu ças no mod~ ~e contar a história de Palmales, ver Gérard Polícc, QJiilombm doI .
úcturtS sur ~n ma"o~~e b,:ési/ierI. ~uyane,!bis Rouge, 2003, especialmellle capo 2; e fo,t-.c(s Sar-
bosa dos ReIS, ZumbI: historwgrafia t unagnu. Disserração de Mesu'lldo, Fr::rnca, Unesp, 2004.
1Um bom exemplo é o poema de Casero Alves, audação a Palmares", que só foi publicado em 1878,
U
da morte do poera. Ver, a respeito, Dale T. Graden, "História e motivo em 'Saudação a dto AntÓnio
Frederico de CastrO Alves (870)", Estudos Afro-Asiá:ticos, 25 (dez. 1993), pp. 189-2G5.
lO suiddio de Zumbi foi popularizado peja obra de Sebasóão da Rocha Piel, que se. viu de fonte para diKiSOS
aurores no século XIX e xx.
Documentos pub~cados na RevimJ do InstiruUJ Arqlj(Olbgico t ~Jifico ;
em 1904 e ) 906 e a obra de Nina Rodrigues questionaram de6.nirivamcote essa Ve:1S30. Ver. a 1Cspciro. A M.
B. Reis, Zumbi, especialmente capíruJo 3.
4 Cf Coleção das Leis tÚ1 &pública Fedn-ativa do Brasil Brasília Imprensa aciona!. 1996, v. 188. n. lI, 1IUV.
1996, p. 5726. Acessível em hnp:llwww.Clmara.gov.brJinre novocomcudo1lcgislac:aolrtpubtical
leisJ996vC IInllp714Jparre-2.pdf
S Esse procedimento esuuruta as prinàpais obras sobre palmares, mesmo que elas não se ICSainjam a simp es-
menre descrever os faros. Ver, por exemplo. &lison Carnc:iro. O pUlambo dos [1 a cd. bras. 194 2'
00. revista, ão Paulo, Companhia EdiCO("2 aàona!. 19 8; Décio Freiras, PaInutm. A ~ Jgr EUlams. rIA
ed. bras. 19731 51 ed. PortO Alegre, Mercado Aberto. 1984. e Ivan Alves Ftlho, MnnorúJi dos PtÚmú,lS, Rio ele
janeiro, Xenon, 1988.
~ E. Carneiro, O qu;lumbo dos Palmam. p. 80 .
. D. Freitas. Prumam, p. 116.
Para um balanço dos deba~ sobre a figura de Zumbi arc!o o inià~ do séwlo XX vu ~ , t B. Rm. Zsmbi.,
passim. A biografia de Zumbi foi lixada a partir das ~7adas por Dcoo Frerus c apn 'Ln~ na
quinta edição revisada e ampliada de seu livro em 19& - D. Freiras. ~qfmA,rs pp. 116-. er elmbêm do
tncsmo autor. Zumbi dos P41mam. I.uanda, Ministério da Culrura, 199 .
Ni Rod - Os.~ l
B -/ [I· ed 1905) S' ed., ão P.lulo. Companhia Edirora. 'aàona .19 ,
na rlgu. ..,,,canos no rilJI" .' ,
P 88-9.
Cameuo, O '1uilombo tios pa!mam. p- 2.
• '~rgio AJ redo Guima.r~ .• Racismo t 4mi-racismo 110
I llbr o t m I. Anr nl , esp d Im nre ap. .
II I. P 111 um P1Il0tJln1J 11mp io l U P/Ed. ,19
$11 iL. o 1.1ulo. rund ao d p .
• "0 Bnutl. pp. 71- . .
I ~f.
tiO Brrw . O au, d
.I,ur R.lOl0S. A l('IJJnmr 10 TI~l Iranlw.t"!ío in eena de Palmares po em ser enCOOtrôl_
tu d . J,(' es .l~ na ore)' , . . DF' n
. . c l l _/ b J _ J) i nartS espcCJalmence capo 1, e . renas, l'almnrrJ
I O. E ro OqUllom o (l(JS ~I r. , ,
das t. Illb m hras. •
sp i.um nr .1p..... _., do ' ullombos para li historiografia e o ~ovimcnto n~~o no Brasil
. . A hülrtl ( os 1/ 'titiO. , " .
.. - , rora n s O lS, , •" . . .
1678 na &"Uf([ do Instituto Histórico li Geogrdfi B .[.. mares, seu destroço e paz aceita em junho de
espccialm pp, 44-62 e 76-82. AJ, mais' P os membros dos Institutos Hist6rico , vide A. M. B. Reís Zumbi
OI
Ennes As unportantes coletâneas de '
íl m. P. útstJ . . la lrora aClo • '. . ,
de doeu e I ~IO emp.rcendido por Flávio dos antos G S cu 'l, MaCeJ,Ó, Edufal, 2004. Descaco ainda o
m Iltos em b omes, que trauscre' ralm d
2 ~ uma o !li de cunho paradidá' CE F ve mteg ente grande quanrid,l e
er, por exemplo. João Blaer "D'ár' d oco" . ornes, PIlImn.m.
Insr'tldô A Utol . • I 10 e do Ca i - _
,. , I II( I •rr '"'' rI
. 1"'11 11\.1 OI I '".\1. I\ ,lO
ri I I la
11111. i \ ( no l. pr. 'i I·Jl .
1\ 1
c\\h 1\. '\IIII.\d.1\ \ 11\ I1\1Vil l' \qui~.l~ r .1Ii7.\ 1.1'
'li
''''I <I. Illt \ 11In.lhl ,I (1I1Ip.IIII1.1 I P lo (ulti.ufu IHI
1\ (I . Illh, \ 'I UIIl " I J fel' IUldJr i~ICOláti 1111'1\1
111\ I\l
I JI 1\ \~ 0\.\1 "Bm.\ .\ I 1111 \. 4" .\1 ordav.lI1\ 'IIIC\I , ,
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A . da Torre do Tombo". Essa informação aparece também numa cópk
Arm;Írio de Manus rilos do Real rqwvB~bl' Nacional do Rio de Janeiro (BNR]), ção d Manuscritos,
I XIX e enconrra na I IOreca dd Már .
reira no ku o que b anuscriro me {oi genwmenre a a por CIO antos No
7,3.001, 0.6. A primeira i?formaçã~ so re ess:m· a)'uda de uauo Miranda e ~rika imone de Almeida Car-
,
. .' I com I com a r.... osa .,
, ec ores a u e ac .
o documento pu ca o por reltaS 5 . . ' 'á
. d . do a refi renciar codas as crônicas sobre o Brasil colornaI nos arqUlvos porrugueses, J completou
pro/eco csnna , J cal' . N Tc
3S pesquis3S na Biblioteca Nacional de Li boa campouco c~nsegUfr ~ Jzar esse manUSCIlto. a or~e do
Tombo. minha procura também resultou infrutlfera e aguardo J~form.açoes da busca que vem sendo r~lZada
por Odet Martins. p quisadora des a instituição. Agradeço aqw. IDaJS uma vez, o emp~nbo e a generoslda<k
de rodo ess pesquisadores, que ramo têm me auxiliado em minhas andanças pelo arqwvos portugueses.
40 f. De relO de 23 de julho de 1673. Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANIT), Manuscri do Brasil,
n. 33 (microf. 4) 14), R. 23v. inco dias depois o onselho Ultramarino pronuncia-se alertando o prlncipe re-
gente que a nomeação não havia seguido a rramiração regular. Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), Projeto
Resgate, AHU_A L_ U_015. ex. 10, D. 981.
Para wna avaliação da conrenda eOlre o governador e João Fernandes Vieira ver José Antonio Gonçalves de
41
MeUo,João FmulIIdts Vieira, mt'Sm-rk-campo do Terfo tk Infantaria dt Pemambuco. Lisboa, Comissão Nacio-
nal para as Comemorações dos D cobrimen Porrugueses, 2000, pp. 424-7.
tlCf. Pareceres do Conselho Ultramarino de 26 de fevereiro, 28 de ourubro de 1678 e 26 de novembro d
1678. todo em B R], Cod. IT, 33, 4, 32. e
U_OI5.Cx.ll,D.1098. . __
A residência era constiruída na maior part d I ' ..
44
des 'das d . e as vezes pe a lnqwnção por canas sobre evenruais irregul 'da
cometi urame o exerdclO d(: um pOS[O de governo DO UI Infeli ar. -
os papéis referentes à residência de dom Pedro de Al 'da tramar. zmenre não localizei, até agora,
mel .
4S BPE, cod. CXVI - 2 -13 _ a n, 9, 11. 52v.
46 Idem, R. 51v.
so Cf.. An toOlO
. luis Ferronha "O . LISboa, Academja Porruguesa
fados port d . encontro ines""rad' R'
. ugueses e 6nais do século "'. r~ .0 e w Lourdro, "A . _ .
51 Pcro de Magalhães Gând • pec. mente capitulo 5. ' , kl OU rei: Brasil 1500-1532.
F . Vi . WWw.donUniobI.a q~ vulgarmm h
~ Co ~mamoI Brasil [1 a ed.
U
reI lcenre do SaJvadot lIi . pu Jco.gov.br/doWnlo di
,. nos "" L Y , , p, .
BPE, cod. f40 mundo IlI/4n . rclations"
. , , lv-52. . o de Janeiro, EIsevi r, 200 .
, pp . .L./V-:>L4.
16 Idem, p. 259-68.
~7 Idem. p. 262.
8 "Descrição da Batalha de AmbuOa. 20 de Outubro de 16 '.
DOllgo, '/0 mez de dezembro de /67/. A. Brasio (ed.), MOllummta missionária africana, vaI. XlII, pp. 143-52.
bO ebastião da 'd Pira, Histórill tÚt América Portut1Twa
Rocha B-L: [1 ed.
o ' . ao a o,
1730] - P ul Ed II ..
usp eawua, 1976 • p.
213-21. 9 asCI o na alUa, mas de uma família rica de Pernambuco , ebasoao . ha (erras na
" da Rocb a P'Ira em
Bahia e costumava
. ,. escrever notícias
. ' o pais Como membro da Real A d . P d H'
""ca eOlla orruguesa e 1St na eó'
da AcadeOlla Braslüca. d?s ~quecldo , ele escreveu uma Históna da América portu~Ja (não do Brasil): ainda
que re,,:,nhecesse a. exlSt~nCJa de espaço social e polftico coeso, diferente do reino, fazia questão de a6rmar seu
pertenClmemo ao unpéno português. obre o tema ver Maria Luiza Andreazu .• Dommium, terras e V:JSS3la-
gem na América Portuguesa de ebastião da Rocha Pitra" comunicação apresentada no erninário Facaas do
lmptrio, concepções de dom{nio ~ poder no Reino e no Ultramar, Curitiba 2006.
61 Ver, por exemplo, Iris Kantor, Esquecidos & Renascidos. Historiografia acadêmica luso-ammcalla (J 724-1 7 59).
ão Paulo, Hucitec, 2003.
62 Ver,a respeito, Consrance GabrieUe Janiga, "Sebastião da Rocha Pita's 'História da América Porruguesa': Lir ra-
riness and me Irnaginative Reconsrruroon of me Past"o SollthAtlantic Reviw. 55 n. 1. (jan. 1990), pp. 35-45.
MS. da Rocha Pira. História do Am!rica Portllgtma, pp. 209-35. Gérad Police esse lugar marginal de
Palmares na obra de Rocha Pira: "20 [sie] em 117 parágrafo do capítulo oito de uma obra composta de dez".
A ausência de qualquer referência na ementa do capítulo, que registra os temas ane riores e po [criores do
relaro leva-o a comparar o procedimento de Rocha Pina ao que hoje chamarfamos de "não acontecimento". G.
Police. Quilombos dos Palmares, p. 37.
MS. da Rocha Pita, História da Arntrica Port'tlgutsa, pp. 213-9.
6\ Ver Mafalda Soares da Cunha e uno onçalo Monteiro "Vice-rei, governadores e coo elheiro de governo
do Estado da fndia (1505-18 4). R crutamenro e carac(eriuçáo ocia!". Pmllopr. 15 (1995), pp. 91-120;
e, dos autores," overnadores e capitães-mor do império atlântico porruguês no século XVlI e
XVIII" in: Nuno G. F. Monteiro, Pedro ardim e Mafalda oar da unha (orgs.), Optima Pano Elitts lb"o-
AmtrictlTlIlS do AI/tigo .&gimr.· Impren a de iências ociai, 2005. pp. 191-252.
Cf. Maria Regina destino de Almeida. M(tamorfom ind~lflS: idmtidode t cu/tlIra nas .~ias colo:/iai; .dq
1,(,
Rio dt ]al/tiro. Rio de Janeiro. Arquivo Na ional. 2003. esp~~~a1mem cap.~. P~ ~m~ ~lsaO d~s ~~LndP.lo "
teológicos e poUticos dessa postura vid Cristina Pompa, Rcbgwo como trad/lfao: mlSSlOllartoS, TupIS t Tapuuts
no Brttsil colonial. Bauru, Edusc, 2003. especialmente capo 2.
f. UM be h' 'n the Order of Chri t in me eventeenth Centurv: ies righes. privileg •
A. Ourra, em rs Ip I •
and obligaüon ". Tht AmoiCtJs. 27 n. I (1970): 11.
jurídico dos índios foi objeto de muitas contendas. mas om .nte?o éculo x:'llI I
ês Vide a respeIto, Angcla DomlOgues. Quando os
vassaios p1eoas do monarca portugu . '
L . J _ no Nortt do Brasil1la stgundo m{hIIÚ do século X~ 1lJ. 1isboa,
: t 8CPoac'
11
· M isés ui dio livres e Jndio escravos. Os principios da' indigenista do per/od
de zinga e as relações dos reinos do Ndongo, Mararoba e Kassange com os porrugu e. f. Roy la gow.
Nzingd. Rtsist!ncia dfriCIl7ltI ti invtstidtI do collmid[;smo português tm AngolA, 1582-1663. (trad.) ão Paulo &l.
~ rspectiva, 1982; e dma Panroja, Nzinga Mbandi. Mu/hn; guma t tscravidôo. BrasOia. Th aurus. 200 .
.. Analiso mais detalhadameme esse aspecto em "Marronnage et pouvoir colonial. Palmares, ucaú er I &on-
rieres de la liberté au Pernambouc à la fin du XVIIe siede " Anna/ts, 67 n. 3 (maio-jun. 2007), pp. 63 -6 2.
~ Reromo, assim. por outras vias, o argumemo de rephan PaImié, "AfriOIO srares in rhe New World? Rema-
rks on ~e cradiri~n ofTrans~clantic resisrance" in: Thomas Bremer e Ulrich ' (eds.), Altrmatill(
culJurts m tht .Ca~bbta~. Berlin, Ver.vuert ~erlag, 1993, pp. 55-67. Nesse artigo, Palmié explora a hip r de
que a cransferen~~ de políocos afncanos para as Américas modelou a organização de diverso
ramentos de fuglOVOS no Novo Mundo, ramo no caso do quilombo de Palmares como no de ao Loremo d
los egros e ourros palmquts.