0% acharam este documento útil (0 voto)
39 visualizações21 páginas

Pasarisote Intestinal SJL

1. O documento discute a prevalência de parasitoses intestinais na área de cobertura da Unidade Básica de Saúde Dr Zireli de Oliveira Valença em São José da Laje, Alagoas. 2. Em média, 12% dos atendimentos diários na UBS são devido a sintomas de parasitoses, principalmente diarreia e dor abdominal. 3. O documento propõe uma intervenção com ações de educação em saúde para prevenção de parasitoses intestinais na população, envolvendo equipe de
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
39 visualizações21 páginas

Pasarisote Intestinal SJL

1. O documento discute a prevalência de parasitoses intestinais na área de cobertura da Unidade Básica de Saúde Dr Zireli de Oliveira Valença em São José da Laje, Alagoas. 2. Em média, 12% dos atendimentos diários na UBS são devido a sintomas de parasitoses, principalmente diarreia e dor abdominal. 3. O documento propõe uma intervenção com ações de educação em saúde para prevenção de parasitoses intestinais na população, envolvendo equipe de
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 21

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

CAMILA ARAÚJO DANTAS

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DE PARASITOSES INTESTINAIS


NA ÁREA DE COBERTURA DA ESF DR ZIRELI DE OLIVEIRA VALENÇA:
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

ALFENAS – MINAS GERAIS


2014
CAMILA ARAÚJO DANTAS

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DE PARASITOSES INTESTINAIS


NA ÁREA DE COBERTURA DA ESF DR ZIRELI DE OLIVEIRA VALENÇA:
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Especialização em Atenção Básica em
Saúde da Família pela Universidade Federal de
Minas Gerais para obtenção do título de especialista.

Orientadora: Profª Msc. Lourani Oliveira dos Santos


Correia

ALFENAS - MINAS GERAIS


2014
CAMILA ARAÚJO DANTAS

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DE PARASITOSES INTESTINAIS


NA ÁREA DE COBERTURA DA ESF DR ZIRELI DE OLIVEIRA VALENÇA:
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Banca Examinadora:

Lourani Oliveira dos Santos Correia - Orientadora

Margarete Pereira Cavalcante - Examinadora

Aprovado em ___________, em ___/___/___


RESUMO

As parasitoses intestinais são consideradas problema de saúde pública, uma vez


que são endêmicas em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento,
acometendo todas as faixas etárias e causando um grande impacto nas populações
mais jovens, fase essa de intenso crescimento e desenvolvimento orgânicos. A
Unidade Básica de Saúde Dr Zireli de Oliveira Valença, localizada no município de
São José da Laje, Alagoas, apresenta um elevado percentual médio diário de
atendimento dessas doenças, em torno de 12%. Medidas preventivas na atenção
primária são comprovadamente efetivas na erradicação dessas doenças, uma vez
que hábitos de higiene e ausência de cuidados no manuseio de água e alimentos
para consumo são negligenciados em populações mais carentes. Essa proposta de
intervenção propõe ações de educação em saúde para prevenção de parasitoses
intestinais. Para tanto, haverá atuação conjunta da equipe de saúde da família,
secretaria municipal de saúde e diretores das escolas. As atividades serão
compostas de palestras e atividades lúdico-pedagógicas, esperando-se reduzir
efetivamente a prevalência desses casos.
Palavras-chave: Parasitoses intestinais. Medidas preventivas. Atenção primária.
Educação em saúde.
ABSTRACT

Intestinal parasitosis are considered a public health problem , since they are endemic
in underdeveloped and developing countries, affecting all age groups and making a
big impact in younger populations, once that they are in an intense process of growth
and organic development. The Basic Health Unit Dr Zireli de Oliveira Valencia,
located in São José da Laje, Alagoas, has a high percentage of average daily
attendance of these diseases, around 12%. Preventive measures in primary care are
proven effective in eradicating these diseases, since hygiene and lack of care in
handling water and feed consumption are neglected in poorer population. This
intervention proposes actions of health education for the prevention of intestinal
parasitosis. To achieve that, there will be joint efforts of family health team, local
health department and school principals. The activities will consist of lectures and
playful activities, helping to effectively reduce the prevalence of these cases.
Keywords: Intestinal Parasitosis. Preventive measures. Primary care. Health
education.
SUMÁRIO

1 Introdução ......................................................................................................... 6

1.1. Diagnóstico situacional................................................................................ 6

1.2. Problema ....................................................................................................... 9

1. 3. Justificativa ................................................................................................ 10

2 Objetivos .......................................................................................................... 11

2.1. Objetivo geral .............................................................................................. 11

2.2. Objetivos específicos ................................................................................. 11

3 Metodologia ..................................................................................................... 12

4 Revisão de Literatura ..................................................................................... 13

5 Proposta de Intervenção................................................................................ 15

6 Considerações Finais.................................................................................... 18

7 Referências .......................................................................................................19
6

1 INTRODUÇÃO

1.1 Diagnóstico situacional

O município de São José da Laje está localizado na região norte – nordeste


do Estado de Alagoas, limitando-se ao norte e oeste com o Estado de Pernambuco,
ao sul com União dos Palmares e Santana do Mundaú e ao leste com Ibateguara. A
área municipal ocupa 272,67 km2 (0,98% de AL) e está inserida na mesorregião do
Leste Alagoano e na microrregião Serrana dos Quilombos.
A atenção básica é prestada à população tendo como modelo assistencial a
Estratégia de Saúde da Família (ESF), implantado em todas as regiões do
município, tendo assim uma cobertura de 100%. O município dispõe de 8 equipes de
saúde da família e 1 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Devido à pouca estrutura relacionada à saúde que o município oferece,
incluindo exames complementares e profissionais médicos especializados, os
pacientes são constantemente encaminhados para os municípios de União dos
Palmares e Maceió utilizando o Sistema de Regulação do Sistema Único de Saúde
(SISREG-SUS). Assim ocorre também nas transferências de pacientes com
emergências médicas, encaminhados preferencialmente para os hospitais de
Maceió.
Há, no município, uma Unidade Mista que funciona 24 horas, com
atendimento em atenção básica, internamento e serviço de urgência. A equipe é
formada por um médico, um enfermeiro – cujo plantão é de 24h, e quatro técnicos
de enfermagem, esses com plantão de 12h.
O NASF funciona com as seguintes especialidades: Clínico Geral (8),
Ginecologista Obstetra (4), Pediatra(1), Psiquiatra (2), Radiologista (2), Outras
especialidades (20) – dentre elas, Nutricionista e Fisioterapeuta. Nas equipes de
saúde da família existem em sua totalidade 8 médicos, 8 enfermeiro, 8 técnicos de
enfermagem, 8 odontólogos e 52 agentes comunitários de saúde. Os profissionais
tem uma carga horária semanal de 40 horas. As equipes funcionam no horário de
8h às 16h, havendo hora para almoço e descanso.
7

A população do município apresenta diversos problemas de saúde. Entre as


principais causas de mortalidade destacaram-se as doenças do aparelho circulatório
(30%) e as neoplasias (12,6%). No entanto, o que chama mais a atenção são as
causas de internações hospitalares ocorridas no SUS, das quais, “Algumas doenças
infecciosas e parasitárias” representam a primeira causa, excluindo as internações
por “gravidez, parto e puerpério”, e correspondem a um percentual de 18,3% das
ocorrências do ano de 2009. O detalhamento dessas internações por faixa etária
evidenciou que os grupos mais atingidos são as crianças menores de 1 ano (40,2%
das internações nessa idade) e as de 1 a 4 anos (49,0%) (DATASUS, 2013)

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr Zireli de Oliveira Valença fica localizada


no bairro Nordeste, próximo à entrada do município, e está inserida no Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ – AB).
Na UBS, estima-se que, em média, 12% dos atendimentos diários são atribuídos às
queixas de sintomas provocados por parasitoses, principalmente diarreia
intermitente e dor abdominal. Incluem-se nesses dados, também, pacientes que se
dirigem ao posto de saúde com resultado de exame parasitológico de fezes
confirmando o caso.

Em todo o mundo, milhares de indivíduos estão impedidos de alcançar todo o


seu potencial produtivo por não gozarem das condições mínimas de saúde. Entre os
fatores responsáveis por essas deficiências, encontram-se as doenças parasitárias.
As parasitoses intestinais, dentre elas, as geohelmintíases são as doenças
infecciosas mais prevalentes em todo o mundo.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de um


bilhão e 450 milhões de indivíduos estão afetados por Ascaris lumbricoides, um
bilhão e 300 milhões por ancilostomídeos e um bilhão e 50 milhões por Trichuris
trichiura e 200 milhões o número de pessoas parasitadas por Giardia lamblia
(FONSECA, 2010).

Diarreia, desnutrição, anorexia e dor abdominal são algumas das


consequências das parasitoses intestinais. Essas doenças, muitas vezes, cursam de
forma silenciosa, o que pode dificultar seu diagnóstico, tratamento adequado e
8

profilaxia de uma possível reinfecção. Os quadros graves ocorrem em pacientes com


maior carga parasitária e comprometimento imunológico. Por isso, as ações de
educação em saúde se configuram em uma das estratégias que podem auxiliar na
prevenção dessas doenças.
9

1.2 Problema

A unidade de saúde apresenta vários problemas com potencial de melhoria,


sejam eles estruturais, físicos ou funcionais. Entre os listados com maior relevância,
podem ser destacados: elevado número de casos de parasitoses intestinais;
dificuldade de acesso ao serviço pelos usuários moradores da área rural –
transporte indisponível por questões operacionais; fluxo intenso de atendimentos;
dificuldade no controle da distribuição da medicação do programa hiperdia; falta de
medicação; aleitamento materno exclusivo insuficiente, com desmame precoce;
gravidez na adolescência; prevalência de DSTs; uso indiscriminado de
antimicrobianos; demora na marcação de exames; dificuldade de encaminhamentos
para determinadas especialidades; ausência de relatório de retorno de pacientes
encaminhados a ambulatórios especializados e triagem deficiente.

O problema eleito como o de maior prioridade foi o “elevado número de casos


de Parasitoses Intestinais na população atendida”, com média estimada desses
atendimentos em torno de 12%, sejam esses pertencentes a pacientes com
sintomas sugestivos ou trazendo exame parasitológico de fezes confirmando a
doença.

Durante algumas consultas, questionou-se a esses pacientes se conheciam


essas doenças e suas formas de transmissão. Observou-se que a maioria
demonstrou falta de informações básicas na quase totalidade das respostas.

Os pontos identificados que podem contribuir para explicar esse cenário de


elevada prevalência foram: ausência de fervura/filtração de água para consumo;
considerar o hipoclorito de sódio como suficiente para eliminar os parasitas (muitos
consomem água diretamente da cacimba); higiene corporal inadequada; ausência
de uso de calçados – esse fator é de elevado impacto na população infantil; usar
alimentos sem a higiene prévia dos mesmos; precárias condições de higiene e
saneamento básico ausente ou inadequado.
10

1.3 Justificativa

As parasitoses intestinais constituem um problema de saúde pública, não


apenas nacional, mas também no âmbito internacional, principalmente nos países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e são frequentemente tratadas na
Atenção Primária à Saúde (ANDRADE et al., 2010). São apontadas como um
indicador do desenvolvimento socioeconômico de um país, afetando principalmente
os indivíduos jovens que estão em fase escolar, desencadeando desde problemas
de saúde, até baixo nível de rendimento nas atividades de aprendizagem
(SIQUEIRA & FIORINI, 1999).

Ascaridíase, tricuríase, infecções por ancilostomídeos e algumas helmintíases


intestinais estão listadas entre as doenças negligenciadas ou doenças tropicais
negligenciadas, embora algumas não sejam restritas às regiões tropical e
subtropical. São concentradas nas populações mais pobres e muitas delas não
apresentam altas taxas de mortalidade, embora apresentem alta taxa de morbidade,
pois há uma associação frequente com diarreia crônica e desnutrição, levando a
comprometimento físico e intelectual, principalmente em populações mais jovens.
Estima-se que 20 a 30% da população das Américas esteja infectada por Ascaris
lumbricoides, Trichuris trichiura ou ancilostomídeos e Schistosoma mansoni
(FONSECA et al., 2010).

Em 2005, o Ministério da Saúde editou o Plano Nacional de Vigilância e


Controle das Enteroparasitoses com o objetivo de definir estratégias de controle,
através de informações sobre prevalência, morbidade e mortalidade causadas ou
associadas às enteroparasitoses. Indivíduos que vivem em condições precárias de
saneamento básico, de abastecimento de água, de habitação e da falta de hábitos
de higiene pessoal e coletiva, são os mais propensos à aquisição de
enteroparasitoses (FONSECA et al., 2010).

Os dados apresentados no diagnóstico situacional corroboram a necessidade


de adoção de ações de educação em saúde com vistas à redução da carga
parasitária dos indivíduos infectados na população adscrita à unidade.
11

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Elaborar um plano de intervenção com intuito de reduzir o número de casos


de parasitoses intestinais na área atendida pela equipe de saúde.

2.2. Objetivos específicos

- Identificar os fatores contribuintes para a elevada prevalência de parasitoses


intestinais;

- Identificar os locais com maior prevalência da doença;

- Estimular a população a participar e contribuir com as ações de prevenção;

- Conscientizar a população com palestras sobre sintomas, transmissão,


medidas preventivas;

- Capacitar a equipe de saúde para atuar na educação ambiental.


12

3 METODOLOGIA

Serão destacadas as ações de prevenção primária, dentre as quais, a


fervura/filtração de água para consumo, conscientização sobre o uso do hipoclorito
de sódio, higiene corporal, uso de calçados, lavagem de alimentos para consumo,
adequadas condições de higiene. Além disso, outro enfoque importante é a
prevenção secundária, visando rastrear e tratar os pacientes com parasitose, focos
de transmissão da doença, sendo também, um suporte à prevenção primária. É
tratando os casos que se pode evitar transmissão intradomiciliar. Havendo
necessidade, os casos serão encaminhados à unidade básica de saúde da área
para avaliação clínica.

Para a aplicação do plano de intervenção, será necessário cronograma para


planejamento das atividades, recursos impressos e/ou confeccionados direcionados
à educação em saúde, como cartazes didáticos e panfletos ilustrativos, além de
palestras educativas. O levantamento da viabilidade da proposta e dos recursos
financeiros será feito mediante reunião com secretaria municipal de saúde.

Os jogos interativos utilizados durantes as ações serão de confecção própria


e constarão de palavras-cruzadas, jogos de memória, brincadeiras de perguntas e
respostas e estoura-balão com perguntas.

A proposta será desenvolvida ao longo de um mês, com registro das


atividades nas escolas e na unidade de saúde através de fotografias, além de
cronograma de acompanhamento, onde também constarão reuniões realizadas com
gestão local de saúde e com a equipe de saúde da família.

A proposta já pode ser executada de imediato, uma vez que não necessita de
submissão ao Comitê de Ética para aprovação (não utiliza dados de prontuários ou
identificação de pacientes), além de recursos críticos de baixo custo (cartazes,
panfletos, recursos humanos para palestras).
13

4 REVISÃO DE LITERATURA

A alta prevalência de parasitoses em locais de condições de vida e de


saneamento básico precárias demanda uma maior atenção no planejamento de
ações de saúde direcionadas a prevenção e controle dessas doenças. Nesses
locais, o desconhecimento de cuidados com a higiene pessoal e com a preparação
dos alimentos e uso de água para consumo facilita a transmissão intradomiciliar dos
casos e proporciona reinfecção em áreas endêmicas, perpetuando esses índices.
Em um estudo realizado na periferia de Barra de Santo Antônio - AL, houve
correlação do baixo nível socioeconômico, precárias condições de saneamento
básico e falta de hábitos de higiene com elevada prevalência de enteroparasitoses,
com positividade de 70, 15% no exame parasitológico de fezes (ROCHA et al.,
2011).

Consideradas como epidemia silenciosa, as parasitoses intestinais têm como


principais manifestações, quando sintomáticas, dor abdominal, diarreia, perda de
peso, anorexia, podendo desencadear, a longo prazo, dificuldades de crescimento e
aprendizagem. Crianças em idade escolar estão particularmente sob maior risco de
serem infectadas, com maior índice de morbidade nessa população (TOMONO,
2003).

Para prevenção de parasitoses intestinais, a educação em saúde mostra-se


uma medida comprovadamente eficaz e de baixo custo, tendo sido utilizada com
essa finalidade em diversos outros trabalhos já realizados no Brasil, todos com
resultados positivos (GUILHERME, 2002; VASCONCELOS, 1998; MELO et al.,
1992). Em Maringá-PR, ações de prevenção em saúde a partir de minicursos
ministrados a famílias atendidas, resultaram na redução da prevalência de
parasitoses intestinais de 42,5% para 12,6% (PUPULIN et al., 2000). Essa
estratégia também foi utilizada em um projeto desenvolvido em Barreiros – PE,
buscando a redução dos índices de parasitoses intestinais com visitas a escolas
públicas municipais e estaduais (SANTOS e NASCIMENTO, 2010).
14

O processo de Educação em Saúde implica em automotivação para


construção do conhecimento, tendo como objetivo provocar mudança de hábitos e
gerar informação permanente. Para tanto, atividades interativas são de grande
utilidade, pois promovem o aprender brincando e maior curiosidade por parte do
público-alvo em adquirir o conteúdo apresentado. Entre estas, podem ser
destacadas: jogos de memória, brincadeiras de perguntas e respostas, estoura-
balão com perguntas e palavras-cruzadas. Um trabalho realizado em um colégio
estadual de Santa Maria-RS mostrou resultados satisfatórios com o uso de
atividades lúdico-pedagógicas para alunos do 2º, 3º e 4º anos (JOVENTINO et al.,
2009).

O conhecimento do ciclo evolutivo dos parasitas intestinais em muito contribui


na prevenção dessas doenças, pois reforça a importância de medidas básicas de
higiene pessoal, como lavar as mãos com água e sabão antes e após usar o
banheiro, lavagem de frutas e verduras para consumo, filtração/fervura da água para
consumo, usar calçados, cortar as unhas e mantê-las limpas, entre outras. São
medidas simples e de grande impacto.

Além das medidas comportamentais, a atuação da gestão local de saúde é


complementar na prevenção das parasitoses intestinais, fiscalizando a infraestrutura
sanitária e implementando melhorias nos locais críticos. A falta de educação
sanitária, de saneamento básico e estudos escassos da área são fatores
intrinsecamente ligados à prevalência dessas doenças.
15

5 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Para a execução do plano de intervenção, foi elaborado um quadro


contemplando os nós críticos identificados que contribuem para o elevado
número de casos de parasitoses intestinais, ação de intervenção para cada nó,
prazo para realização e responsável.

Quadro 1 – Proposta de intervenção para redução dos casos de parasitoses


intestinais na área de cobertura da ESF Dr Zireli de Oliveira Valença.

Nós críticos Ação Prazo para Responsável(eis)


execução
Ausência de Estimular a Imediato Agentes de

cuidados com a fervura/filtração de saúde, médico,

água para consumo água enfermeira,

dentista, auxiliar

de enfermagem

Uso inadequado do Orientar o uso correto Imediato Agentes de

hipoclorito de sódio do hipoclorito de sódio, saúde, médico,

ressaltando sua enfermeira,

utilidade como auxiliar dentista, auxiliar

no tratamento da água de enfermagem

Higiene corporal Orientar cuidados Imediato Agentes de

inadequada básicos de higiene saúde, médico,

corporal, como lavar as enfermeira,

mãos antes e após dentista, auxiliar

usar o banheiro e de enfermagem

cortar as unhas

Ausência de uso de Reforçar a importância Imediato Agentes de


16

calçados do uso do calçado a saúde, médico,

partir da via de enfermeira,

transmissão das dentista, auxiliar

parasitoses de enfermagem

Saneamento básico Fiscalizar as áreas e 03 meses Agentes de

ausente/inadequado implantar melhorias saúde, secretaria

nos locais críticos municipal de

saúde

Em relação à ausência de cuidados com água para consumo, durante as


atividades será estimulada a importância da fervura e filtração da água para
consumo, pois apenas compreendendo a importância desses cuidados é que a
população manterá esses hábitos como rotina.

Em vista da grande quantidade de pacientes que acreditam que o


hipoclorito de sódio é suficiente para tratamento da água, será reforçado seu
uso no preparo dos alimentos para consumo, diluindo-o em água, mas sendo
inadequado o consumo dessa água sem os devidos cuidados citados
anteriormente.

O baixo nível socioeconômico é um fator importante na falta de cuidados


com a higiene corporal. Para orientar a importância de lavar as mãos antes e
após o uso do banheiro, assim como usar calçados e cortar e manter as unhas
limpas, será explicado como ocorre a transmissão dos parasitas, a partir de
figuras nos cartazes e panfletos, de modo que o conteúdo teórico seja
transformado em compreensão e utilizados no dia a dia.

Quanto ao saneamento básico e rede de esgoto, a fiscalização das


microáreas será feita pelos agentes de saúde, que a partir das visitas às
famílias, irão delimitar as áreas carentes de intervenção. A execução das ações
17

relacionadas à infraestrutura sanitária será de competência da prefeitura


municipal.

Os recursos necessários para o plano de intervenção serão: agenda


contendo o cronograma das atividades e reuniões, 200 cópias de materiais
educativos sobre parasitoses intestinais; 10 folhas de cartolinas coloridas; 01
pincel piloto; 02 pacotes de bexigas e 01 cola branca.

As ações serão acompanhadas diariamente pela equipe de saúde da


família, fazendo-se alterações no cronograma, caso sejam necessárias, com
levantamento semanal dos locais visitados e resultados parciais. Os dados
finais serão apresentados para a equipe de saúde da família junto à secretaria
municipal de saúde.

Espera-se que um nível maior de informação da população contribua


obtido a partir de atividades de educação em saúde na área de cobertura da
Equipe de Saúde da Família Dr Zireli de Oliveira Valença contribua para reduzir
o número de casos de parasitoses intestinais nessa área.

Outro ponto importante que pode advir dessa proposta é a promoção de


educação continuada e informações que sejam absorvidas pela população-
alvo, com vista à compreensão da transmissão dos parasitas, formas de
prevenção e medidas simples de higiene corporal.

Os resultados dessas ações aqui destacadas serão avaliados


posteriormente, através de questionários e dados atualizados dos casos de
parasitoses intestinais atendidos na unidade de saúde.
18

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indiscutível a importância das parasitoses intestinais como problema


de saúde pública, seja pela elevada morbidade na população atingida, seja
pelo elevado impacto de medidas de baixo custo para sua prevenção,
demandando recursos reduzidos e resultados muito positivos. Essa proposta
de intervenção propõe ações de educação ambiental para intervir nessa
prevalência, contribuindo para promover a saúde na comunidade e elevar o
nível de qualidade de vida, principalmente da população mais jovem. A
viabilidade da proposta permite sua execução já de imediato,

Vale lembrar que o principal sujeito para contribuir com a redução e


prevenção de novos casos é a própria população – crianças, adultos e idosos,
que diariamente irão agir e perpetuar as informações transmitidas nas
palestras: são agentes multiplicadores de conhecimento.

Por isso, é de fundamental importância que seja despertado o interesse


da população em participar nas ações desenvolvidas, encarando as atividades
interativas como recreativas e de grande aprendizado.
19

7 REFERÊNCIAS

ANDRADE, E.C. et al. Parasitoses Intestinais: Uma revisão sobre seus


aspectos epimediológicos, clínicos e terapêuticos. Revista de Atenção
Primária à Saúde, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, abr./jun. 2010.

DATASUS. Departamento de Informática do SUS. Cadernos de


Informações em Saúde (Alagoas-São José da Laje). Disponível em:
http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/al.htm Acesso em: 29 jan.
2013

FONSECA, E. O .L. et al. Prevalência e fatores associados às geo-


helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no
Norte e Nordeste brasileiros. Caderno de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 26, n.1, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
311X2010000100015 .

GUILHERME, A. L. F. Atividades educativas para o controle de


triatomíneos em área de vigilância epidemiológica do Estado do Paraná,
Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1543 –
1550, 2002.

JOVENTINO, E. S. et al. Jogo da memória como estratégia educativa


para prevenção de enteroparasitoses: Relato de experiência. Rev. Rede
Enfermagem do Nordeste, Fortaleza, v. 10, n. 2, p.141-148, abr./jun,
2009.

MELLO, D. A.; PEDRAZZANI, E. S.; PIZZIGATTI, C. P. Helmintoses


intestinais: o processo de comunicação e informação no programa de
educação e saúde em verminoses. Caderno de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 8, n. 1, p. 77-82, 1992.

PUPULIN, A. R. T.; GUILHERME, A. L. F.; ARAÚJO, S. M. Envolvimento


de acadêmicos em programa integrado visando a melhoria das
condições de vida de comunidades. Acta Scentiarium, Paraná, v. 23, n.
3, p. 725-729. 2000.

ROCHA, T. J. et al. Relação entre aspectos socioeconômicos e a


ocorrência de ectoparasitoses e enteroparasitoses em uma comunidade
do litoral norte alagoano. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio
de Janeiro, v. 43, n.4, p 271-2766, 2011.
20

SANTOS, L. J. L; NASCIMENTO, R.A. Prevenção de parasitoses


intestinais através da educação ambiental em escolas públicas de
Barreiros – PE. Programa Institucional de Bolsas de Extensão.
PROEXT 2010 – IFPE.

SIQUEIRA, R. V.; FIORINI, J. E. Conhecimento e procedimentos de


crianças em idade escolar frente às parasitoses intestinais. Revista
Universitária Alfenas, Minas Gerais, v. 5, p. 215-220, 1999.

TOMONO, N. Risk factors of helminthiases among school children in


southern Thailand. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine am
Public Health, Tailândia, v. 34, n. 2, p. 264-268, 2003.

VASCONCELOS, E. M. Educação popular como instrumento de


reorientação das estratégias de controle das doenças infecciosas e
parasitárias. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, V. 14, supl. 2,
p. 39-57, 1998.

Você também pode gostar