A CORDA DE OITENTA E UM NOS Um Pequena A
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A CORDA DE OITENTA E UM NOS Um Pequena A
MANHUAÇU – MG
2022
CARLOS ROBERTO SOUSA DA SILVA BASTOS
I – INTRODUÇÃO................................................................................. 5
II - OBJETO E DESENVOLVIMENTO .......................................................8
II. a) Descrição e Posicionamento ........................................................8
II. b) Origem.........................................................................................8
II. e) Laços...........................................................................................10
II. j) Borlas..........................................................................................12
IV – REFERÊNCIAIS ..............................................................................15
A CORDA DE OITENTA E UM NÓS
Um Pequena Análise Histórica, Semiótica e Esotérica
I – INTRODUÇÃO
1
A Maçonaria é uma Ordem iniciática, universalista, que procura, através dos seus trabalhos rituais, iluminar a consciência e elevar
o espírito com vista ao aperfeiçoamento moral e intelectual dos seus membros e, por essa via, ajudar a construir uma sociedade
mais justa e perfeita. ARNAUT, Antônio, Introdução à Maçonaria, Imprensa da Universidade de Coimbra; Coimbra, pág 72.
2 Os egípcios empregavam mitos como da deusa da guerra Sekhmet para demonstrar que o conflito bélico levaria ao fim da
humanidade.
3 Um exemplo é a Alegoria da Caverna, onde Platão debate a condição humana e a saída do homem da ignorância e sua passagem
gradativa ao conhecimento do mundo real.
4 As metáforas de Jesus costumam ser simples na forma e profundas no conteúdo. Algumas são expressões extremamente densas,
concisas e cheias de sabedoria, inseridas no meio de um discurso mais longo. Exemplo: "Pois onde estiver o cadáver aí se juntarão
os abutres" (Mt 24, 28) ou "segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos" (Mt 8,22) e ainda "os últimos serão os primeiros
e os primeiros serão os últimos" (Mt 20, 16). Costumam ser frases taxativas, peremptórias, provérbios populares, sem margem a
resposta. Outras se desenvolvem de maneira mais alinhavada, em forma de parábolas, a linguagem por excelência do profeta de
Nazaré (Alfredo J. Gonçalves, CS, superior provincial dos missionários carlistas e assessor das pastorais sociais,
https://www.revistamissoes.org.br/2010/06/as-metaforas-de-jesus/).
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de forma simples, pois entendia que deveria atingir homem médio de igual forma ao de
maior cultura. Vemos no Livro Cristão as metáforas da “água em vinho”, “o filho
pródigo”, “do semeador”, dentre outras.
Figuras de linguagem não estão somente na escrita. Encontrá-la-emos
em obras de artes como estátuas, quadros, músicas. Um exemplo moderno de narrativa
alegórica está no quadro Guernica, de Pablo Picasso, cuja pintura retrata o terror da
Guerra Civil Espanhola e projeta-nos todo sofrimento e desespero do povo.
Em nossas Lojas, especialmente em nossos Templos, encontramos um
complexo semiótico com enorme conteúdo cognitivo voltado para uma programação
neurolinguística associativa5 dos iniciados.
O esoterismo6 maçônico exige o uso da linguagem figurada e da
semiótica para instruir seus membros como meio para ocultação dos segredos da
Maçonaria. A natureza discreta7 de nossa Sublime Ordem exige ferramentas para
manter seus mistérios e são nos símbolos, metáforas, fábulas, alegorias que os mantém
ocultos dos profanos e apresentados aos Obreiros.
Assim, alegorias8, em especial, são facilitadoras do ensino e da
aprendizagem quando permitem criar uma narrativa partindo de símbolos que são
desvendados a um universo restrito de indivíduos iniciáticos, enquanto são ocultados
do profano. Por meio dos símbolos, fábulas, metáforas e demais figuras de linguagem
é possível ilustram na mente do instruendo informações complexas. São ferramentas de
comunicação onde se busca tornar visual novos conhecimentos forçando a imaginação
associativa à utilidade do objeto tomado figurativamente. Diferente do símbolo,
também muito usado em nosso ensino maçônico, a alegoria é uma história que exige
interpretação enquanto o primeiro é por si suficiente, algo pronto e acabado.
É bom nunca esquecer que as alegorias, símbolos e outros não podem
e não devem ser interpretadas subjetivamente pelo exegeta. Este, deve buscar nos
diversos ramos do conhecimento humano a interpretação de seu sentido real. Não se
pode esperar do Maçom sua interpretação subjetiva pura de todo arcabouço semiótico
maçônico. Isto seria algo próximo à psicanálise e não ao processo de transmissão de
conhecimento acumulado.
5 A Programação Neurolinguistica (PNL) pode ser definida como um conjunto de técnicas que ensina a entender os processos
internos das pessoas através da identificação dos padrões de linguagem verbal e não verbal. PNL e, basicamente, comunicação do
indivíduo consigo mesmo, com as outras pessoas e com os acontecimentos. FURTADO, Chandler; PNL e Maçonarias; em
https://pt.scribd.com/document/122471898/PNL-e-Maconaria.
6 Esoterismo diz-se do ensino que, em certas escolas da Grécia antiga, destinado a discípulos particularmente qualificados,
completava e aprofundava a doutrina. Afirma-se ser o método de ensino originário de Aristóteles e comum nos ensinamentos
ministrados a círculo restrito, iniciáticos e fechado a ouvintes externos. Dicionário Michaelis On-Line.
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Optamos pelo adjetivo “Discreto” e não “Secreto”. Este parece ser o entendimento moderno para a Maçonaria. A Maçonaria não
é secreta, mas discreta, reservada em suas ações. O que é secreto ao profano são seus reais segredos cujo ensino esotérico se volta
somente e exclusivamente aos iniciados.
8 Vamos assumir com a etimologia do termo aquilo que o dicionarista Houaiss (2007, p. 146) trata como o modo de expressão
representar pensamentos, ideias sob a forma figurada; acentua também como derivado do grego allégoría, que é formado de állos
“outro” + agoreúó: “falar numa assembleia, falar em público, discorrer oralmente em público”. Alegoria, também como dizer outra
coisa além do sentido literal das palavras ou “significação encoberta”.
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II - OBJETO E DESENVOLVIMENTO
II. b) Origem
Historicamente, a simbologia da Corda, ainda sem os Oitenta e Um
Nós, remonta às Oficinas dos primeiros Maçons Operativos. O M∴ M∴ Pedro Junk,
9 Os primeiros materiais para confecção de cordas devem ter sido trepadeiras, cipós, peles de animais, cabelos, junco, cânhamo,
tendões e tripas. Inicialmente, elas devem ter sido utilizadas para confeccionar abrigos, leitos em árvores e atar coisas a serem
transportadas, e deve ter se passado um longo tempo até que os nossos ancestrais percebessem o seu valor no desenvolvimento
de artefatos de caça, pesca, ataque e defesa. (https://opontodentrocirculo.com/2017/03/30/a-corda-de-81-nos-uma-visao-
operativa)
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10 http://iblanchier3.blogspot.com/2019/04/corda-de-81-nos.html
11 Pode-se, sucintamente, afirmar que aMaçonaria moderna surgiu na Inglaterra, com a formação da Grande Loja de Londres (1717),
primeira potência maçônica, reunindo membros de diversas lojas (ou corporações), dando daí em diante sua organização
administrativa e formulação de ritos e normas, com a Constituição de Anderson (1723). Guardando muita similitude com as
corporações de pedreiros medievais (praticantes da chamada Maçonaria operativa), daí a palavra maçom significar pedreiro-livre, a
Maçonaria moderna se desenvolveu como uma fraternidade masculina fechada a iniciados, assegurando aos seus membros
sociabilidade, proteção, segurança e espaço de livre-pensamento no contexto da era monárquica do Antigo Regime. SILVA, Marco
José Diniz; HISTÓRIA DA MAÇONARIA: Memória Coletiva, Escrita, Histórica e Legitimação de uma Potência no Ceará; ISSN: 2177-
5648 OPSIS (Online), Catalão-GO, v. 18, n. 2, p. 286-303, jul./dez. 2018.
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II. e) Laços
As laçadas13 da Corda de Oitenta e Um Nós são leves, laçadas não
frouxas ou apertadas, mas ajustadas de forma a permitir, esotericamente, a passagem
da energia e não amarrar as força que unem fraternamente os Maçons. Estas laçadas,
simbolizam a eternidade, longevidade e principalmente o amor fraterno e a união entre
os Maçons, fazendo-nos todos IIr∴. É importante que os laços não sejam apertados, pois
indicariam estrangulamento e a interrupção da fraternidade que deveria existir entre
todos os Maçons. Nunca devemos, portanto, tensionar em demasia a corda,
12 Esta metáfora muito se aproxima à Fábula do Feixe de Varas de Esopo: “Era uma vez um pai cujos os filhos viviam brigando entre
si. Tentou ensiná-los a evitar aquelas discussões, mas em vão. Um dia, chamou-os todos e mostrou-lhes um feixe de varas. Disse-
lhes: - Dou um prêmio a quem conseguir quebrar este feixe de varas. Cada um dos filhos experimentou, curvando o feixe nos
joelhos, no pescoço, sem conseguir quebrá-lo. Por fim, o pai desamarrou o feixe e partiu as varas, uma a uma. Ele lhes falou: - Se
vocês se mantiverem unidos, ninguém ousará lutar contra vocês. Se se separarem estão perdidos. Moral da História - "A união
faz a força."
13 Devemos evitar falar “nós”, e optarmos por “laços” para não programar o cérebro a associar o nó a uma amarração. “Nós” atam,
apertam, impedem, sufocam, impedem a passagem da energia (esotericamente). Apesar da alegoria se chamar Corda dos 81 “Nós”,
em nossas oratórias devemos buscar a expressão “laço” – exemplo: “... os laços presentes na Corda de 81 Nós...” - para impedir a
formação no psicológico do instruendo de algo que amarra, impede o fluxo, ao contrário do que se pretende com a alegoria que é
a união entre os maçons.
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Perceba que optamos a escrita quando estamos nomeando o numeral da Corda de Oitenta e Um Nós e o numero
quando falamos do numeral aritmético.
15 Em matemática, nomeadamente em teoria dos números, um terno pitagórico (ou trio pitagórico, ou ainda tripla pitagórica) é
formado por três números naturais a, b e c tais que a²+b²=c². O nome vem do teorema de Pitágoras que afirma que se as medidas
dos lados de um triângulo retângulo são números inteiros, então são um terno pitagórico. Se (a,b,c) é um terno pitagórico, então
(ka,kb,kc) também é um terno pitagórico, para qualquer número natural k. Um terno pitagórico primitivo é um terno pitagórico em
que os três números são primos entre si. Os primeiros ternos pitagóricos primitivos são (3, 4, 5), (5, 12, 13), (7, 24, 25), (8, 15, 17),
(9, 40, 41), (11, 60, 61), (12, 35, 37), (13, 84, 85), (16, 63, 65), (20, 21, 29). (https://pt.wikipedia.org/wiki/Terno_pitag%C3%B3rico)
16Esse número sugere um universo formado por uma base tripla, que parte da noção de que na origem de tudo existe uma trindade
de deuses: (Pai, Filho, Espírito Santo, Brhama Vixenu e Xiva, Osíris, Isis, Hórus etc), dando origem às realidades universais. Da
mesma forma, são três os formadores da raça humana (os filhos de Noé) Sem, Cam e Jafet), assim como são três as ferramentas
com as quais o Criador constrói o universo: a luz, o som e o número e três as manifestações da Divindade antes de dar a si mesmo
uma condição de Existência Positiva: Aun, Aun Soph e Aun Soph AUR. Essas três manifestações se derramam pelos quatros mundos
da formação primordial, que são conhecidos como os mundos de Atziloth, Briah, Yetzirah e Assiah. Assim, o modelo três por quatro
é um arquétipo bastante presente na intuição dos profissionais da construção civil e a ele foi integrada a tradição cabalística que se
associa a esse número. Na tradição cabalística, a trindade se revela nas três primeiras séfiroths da Árvore da Vida ( Kether, Chokmah
e Binah), que são as primeiras manifestações da divindade no mundo da realidade positiva. Elas se expressam através da luz, do
som e do número, que segundo essa tradição, são os elementos com quais Deus faz o mundo. Destarte, como o universo é
construído através das combinações do Nome Inefável (o Tetragramaton) formado pelas letras IHVH (IAVÉ), que resulta no número
12, temos uma base trina multiplicada por quatro, como formulação básica da estrutura do universo. Por isso temos toda a mística
do povo de Israel em torno desse número. As doze tribos de Israel, os doze signos do Zodíaco, os doze apóstolos de Cristo, os doze
profetas do Velho Testamento (seis maiores e seis menores) os doze livros da constituição do reino de Israel, que são o Pentateuco
(5), Josué (1), Juízes (1), Samuel (2) Reis (2) e assim por diante. Na física atômica pode ser feita uma analogia com as leis fundamentais
de formação da matéria universal que são a relatividade, a gravidade e a termodinâmica. Essa base tríplice, que geometricamente
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Três, foram os companheiros que assassinaram Hiram Abiff e 81 anos seria a idade de
Hiram ao ser morto. Estamos, em nossos trabalhos em Loja, acostumados com o 3:
ferramentas do AP∴ M∴ são 3 ; são 3 malhetes presentes em Loja e 3 são os lados do
Delta; três MM∴ MM∴ governam a Loja; os toques, os passos, a marcha, os pontos, na
idade do Apr∴ M∴. O 3 está presente em alegorias, símbolos e rituais maçônicos. Não é
à toa a última e importante instrução do primeiro grau se dedicar tão longamente ao
número 317. Assim, os Oitenta e Um Nós presentes na Corda têm em si a remissão ao
número do equilíbrio, do Divino, da concordância.
se firma sobre um triângulo equilátero, resulta num universo tridimensional (altura, profundidade, largura). Por outro lado, como
o universo é constituído por quatro elementos fundamentais (terra, ar, fogo, água), projetado em quatro direções (norte, sul, leste,
oeste), isso significa que a sua conformação pode ser representada pelo número três na sua quarta potência, que resulta no número
81, número sagrado, que na tradição cabalística é representado pelos 72 anjos que servem diante do trono de Deus (os
semanphores), mais os 9 Elohins, mestres construtores do universo. ANATALINO, João; A Cabala e a Corda de 81 Nós; O Malhete;
hospedado em http://omalhete.blogspot.com/2016/04/a-cabala-e-corda-de-81-nos.html;
17“É de toda conveniência que o Maçom Especulativo não se desinteresse desta parte do ensino iniciático, máxime se tiver o
legítimo desejo de compreender qualquer coisa da arquitetura da Idade Média e da Antiguidade e, em geral, das grandes obras
concebidas e executadas pelas Ordens de Companheiros Construtores”.
18O Ritual de Aprendiz do R∴E∴A∴A∴ ensina: “O número UM, a unidade, é o primeiro dos números, mas, a unidade só existe pelos
outros números. Todos os sistemas religiosos orientais começaram por um ser “primitivo”. Conquanto esta abstração não tenha,
positivamente, uma existência real, tem, contudo, um lado positivo, que o torna susceptível de uma existência definida: é o que
os antigos dominavam de “Pathos”, isto é, o desejo ou a ação de sair do “absoluto”, a fim de entrar no real – considerado por nós
concreto. A Unidade só é compreendida por efeito do número DOIS; sem este, ela torna-se idêntica ao Todo, isto é, identifica-se
com o próprio número”.
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∴
II. j) Borlas nas Laterais da Porta
Por fim, a Corda de Oitenta e Um Nós chega à parede Oc∴ da Of∴ e
termina em duas borlas, uma de cada lado da porta, simbolizando a Justiça (ou
equidade) e a Prudência (ou a moderação). Em nosso P∴ de Apr∴, vemos 4 borlas
significando a temperança, a justiça, a coragem e a prudência. Ao iniciado nos Segredos
Sublimes, é esperada a coragem prudente em suas ações e justiça com temperança em
suas decisões. As borlas também tem seu fundamento na teologia cristã, onde
encontramos no Livro da Lei Cristão, as borlas identificando o Povo do Deus Hebreu.
Como bem nos ensina o Grão Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, M∴ M∴
Sérgio Quirino Guimarães “Na Bíblia Sagrada, especificamente no Livro Números (Nm
15:37-41), Deus determina a Moisés, que o povo faça no canto de suas vestes borlas,
franjas (adorno pendente de fios de lã) e presas com um cordão azul. Tal ordem
destinava a lembrar a este povo que a Deus pertencia, bem como lembra-los de seus
mandamentos e praticá-los. Na época a tinta azul era cara, difícil de achar, pois era
tirada de um molusco. Desta forma, o Criador Supremo demonstrou a todos o quão
precioso era aquele povo. Na época dessa passagem Bíblica, quem usava as borlas
eram reis, era um sinal de nobreza. Deus usou um símbolo para que todos
contemplassem que cada filho de Israel era seu próprio filho, o filho de todos os Reis”.
Esotericamente o encerramento da Corda de Oitenta e Um Nós em duas borlas ao lado
das portas e não em amarrações as unindo, significa que a Maçonaria e o Maçom devem
estar abertos a novas ideias e não se fecham ao conservadorismo ortodoxo tóxico de
verdades inexoráveis que impede a evolução racional do homem e da humanidade. A
Sublime Ordem é progressista pela sua natureza de origem iluminista e não se fecha ao
mundo, mas deste traz ideias e debates edificantes que contribuirão para a melhoria de
seus membros.
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III - CONCLUSÃO
Longe de esgotar o tema tão rico e empolgante em seus simbolismos,
vimos ser a Corda de Oitenta e Um Nós uma alegoria formada de grande número de
insígnias simbólicas com enorme conteúdo esotérico, teológico, psicológico, cabalístico,
numerológico, matemático.
O simbolismo Maçônico não deve ser confundido como mera
ornamentação de nossas Oficinas. Para o profano é tolerada esta percepção, mas nunca
ao Maçom.
Desde suas origens mais remotas a Ordem socorre-se e apropria-se de
símbolos e alegorias para ilustrar seus ensinamentos esotéricos.
A Corda de Oitenta e Um Nós faz parte do conjunto semiótico da
Maçonaria e tem sua origem, ainda sem os Nós, nas delimitações com cordas que os
construtores da guildas de pedreiros medievais faziam em suas obras. Apropriada pela
Maçonaria Especulativa, aparece nos Templos desde o século XVIII.
A Corda de Oitenta e Um Nós agregada conjunto alegórico amplo e
constrói uma narrativa complexa cuja União Justa e Perfeita entre indivíduos é a gênesis
da formação de um todo; livres de seus individualismos egoísticos, os Maçons devem
estar entrelaçados continuamente pelo Amor Fraterno - não deixando estes laços
frouxos ou estranguladores -, deixando sempre permeabilizar pelas novas ideias os
trabalhos e debates em nossas OOf∴, não permitindo que o tensionamento destes
debates estrangule os laços de Amizade, elevando o homem Maçom à prudência
corajosa no julgamento comedido das diversas demandas que lhes são apresentadas ao
longo da vida. Longe de pura ornamentação, a alegoria é carregada de ensinamentos
presentes em várias instruções do Primeiro Grau, não sendo à toa estar circundando
todo Templo e o painel do Apr∴ Maç∴ no R∴E∴A∴A∴.
V∴ M∴, P∴ Vig∴, S∴ Vig∴, meus IIr∴ MM∴, CC∴ e AApr∴, espero não
ter sido enfadonho e os terem cansado.
T∴ F∴ A∴
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IV - REFERÊNCIAS
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