Filosofia Politica
Filosofia Politica
Filosofia Politica
FILOSOFIA POLITICA
1.Delimitação do tema
1.1. Definição de Política: O conceito «política» tem origem na palavra grega polis, que
significa «cidade». «Política» significa, etimologicamente, arte de administrar (governar) a
cidade.
1.2. Relação entre Filosofia e Política: A Filosofia interessa-se também pela política. A
Filosofia política ocupa-se dos problemas relacionados com a origem do Estado, a sua
organização, a sua forma ideal, a sua função e o seu fim específico, a natureza da acção
política e as suas relações com a moral, a relação entre o Estado e o Indivíduo, entre o Estado
e a Igreja e entre o Estado e os partidos políticos. A Filosofia política se alimenta das práticas
políticas, ou seja, dos acontecimentos políticos levados a cabo por políticos e por aqueles que
pensam o facto político. A Filosofia procura compreender e esclarecer os conceitos de justiça,
bem comum de Estado, tolerância, sociedade e até o próprio conceito de política. De forma
sintética, pode-se dizer que a relação existente entre a Filosofia política e a política é análoga
à da ética e da moral, sendo que a primeira é uma reflexão sobre a segunda.
1.3. Conceito de Ética Política: os homens estabelecem relações sociais que compreendem a
organização do poder. A articulação entre o dever e o poder ajuda-nos a compreender a
relação entre o acto moral e a política. E assim podemos perguntar-nos: será que a política age
de acordo com as normas morais? Em quase todas as sociedades parece haver uma aceitação
de que o político pode comportar-se à margem da moral; que não é permitido na sociedade em
geral, é, pelo menos, tolerável quando se trata de um político. Convém, no entanto, precisar
que, quando se fala de moral em política, refere-se à moral social, e não à moral individual, a
moral que concerne às acções de um indivíduo e que interferem na esfera de actividade de
outros indivíduos, e não àquela que diz respeito às acções de, por exemplo, aperfeiçoamento
da própria personalidade, independentemente das consequências que a procura desse ideal de
perfeição possa ter nos outros.
1.4. Distinção entre Estado e Nação: O Estado é o Organismo po1itico-administrativo que
ocupa um território determinado; é dirigido por um governo próprio e constitui-se como
pessoa jurídica de direito público, internacionalmente reconhecida. O Estado é comparável a
um pai ou a uma mãe que tem filhos a sua função é cuidar dos filhos, Os filhos, por seu turno,
devem obediência ao pai e à mãe. O Estado é o conjunto de todos os elementos que envolvem
uma sociedade organizada: população, território, poder, soberano, além do reconhecimento
internacional como tal. O poder soberano e a autonomia, o direito exclusivo que o Estado tem
sobre si mesmo. Este poder é exercido pelos representantes do Estado.
A nação é a comunidade natural de homens que, reunidos num mesmo território, possuem em
comum a origem, os costumes e a língua e estão conscientes desses factos. Tal definição, que
sintetiza o consenso da maioria dos especialistas, engloba os elementos essenciais para a
constituição da nacionalidade: tradição e cultura comuns, origem e raça (factores objectivos) e
a consciência do grupo humano de que estes elementos comunitários estão presentes (factor
subjectivo.
1.7. Conceito de Justiça Social: á justiça social preconiza a criação de condições razoáveis
para a existência humana, daí a sua relação estreita com os direitos humanos. Onde não se
respeitam os direitos humanos não há justiça social; por sua vez, onde não há justiça social
não há respeito pelos direitos humanos. Os direitos humanos e a justiça social devem ser
vistos como irmãos siameses.
1.8. Conceito de Estado de Direito: o Estado de Direito é aquele em que o poder é exercido
em observância da lei. Num Estado de Direito, há respeito pela hierarquia das normas,
separação de poderes e, por consequência, pelos direitos fundamentais.
2.1.NA ANTIGUIDADE
Platão: o pensamento político de Platão (428—347 a. C.) está contido sobretudo nas obras A
República e o Político e as Leis. Era ateniense, provinha de uma família aristocrática e tinha
um grande fascínio pela política. A República, importante obra da cultura ocidental, é uma
utopia. «Utopia» significa, etimologicamente, em nenhum lugar. Platão imagina uma cidade
(que não existe), mas que deve ser o modelo de todas as cidades terrenas: é a cidade ideal. Na
obra, examina a questão de bom governo e do regime justo (justiça). O bom governo depende
da virtude dos bons governantes. Em Platão, há a considerar quatro abordagens: a origem do
Estado, comunismo/idealismo, a questão das classes sociais e as formas de governo. A origem
do Estado em Platão é convencional (falta de auto-suficiência dos homens). A melhor
organização social é separar os cidadãos em três classes: trabalhadores, guardas e
governantes. O melhor sistema político é o sofocrático (filósofo-rei).
São Tomás de Aquino: A obra De Regimine Principun (Do Governo dos Príncipes) espelha
o pensamento político de São Tomás de Aquino. Versa sobre a origem e a natureza do Estado,
as várias formas de governo e as relações entre o Estado e a igreja. Para S. Tomás de Aquino,
o Estado nasce devido à natureza social do Homem. A finalidade do Estado é o bem comum.
Thomas Hobbes: Inglês, oriundo de uma família pobre, conviveu com a nobreza, da qual
recebeu apoio e condições para estudar, e defendeu fortemente o direito absoluto dos reis,
ameaçado pelas novas tendências liberais. Teve contacto com Descartes, Francis Bacon e
Galileu. Preocupou-se com a problemática do conhecimento e da política. A sua doutrina
política encontra-se patente nas obras De Cive e Leviatã. Para Hobbes, a origem do Estado é
fruto de um «contrato social», decorrendo de conflitos entre os Indivíduos. Na sua óptica, o
Homem conheceu dois estados: o primeiro é natural e o segundo contratual.
Jean Jacques Rousseau: Rousseau defende que o Homem viveu num estado natural, em que
todos eram iguais e que esta igualdade desapareceu a partir do momento em que uns
começaram a ser necessários aos outros. Propõe um contrato social que seja fruto do
consentimento de todos os membros da comunidade (democracia directa).
John Rawls: teorizou, com um certo brilhantismo, uma igualdade absoluta. Para Rawis, a
justiça é a estrutura de base da sociedade. Uma sociedade justa, segundo ele, deve fundar-se
na igualdade de direitos. A sua teoria foi criticada por não ser possível executá-la sem violar o
princípio da propriedade privada adquirida de forma legítima. Reconhecendo a
inexecutabilidade da sua teoria de justiça, recomenda todavia que a nova teoria do liberalismo
estabeleça uma base sobre a qual se possam erguer instituições políticas liberais.
Karl Popper: Popper defende a sociedade aberta, uma sociedade em que se estimulam
instituições democráticas e a liberdade dos Indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução
dos problemas sociais.
3. Formas de Sistemas Políticos: Sistema político é a maneira como uma comunidade
política se estrutura e exerce o poder político. A estrutura do poder da comunidade Política é
leita de duas formas: como regime político e como sistema de governo. O regime político
refere-se às relações que se estabelecem entre o indivíduo e a sociedade politica, cuja
ideologia o poder político tem a (fissão de implementar no âmbito jurídico. O sistema de
governo concerne à titularidade e à estruturação do poder político, com a finalidade de
determinar os seus titulares e os órgãos estabelecidos para o seu exercício.
Aspectos positivos: existe uma efectiva garantia dos direitos pessoais dos cidadãos; existe
livre participação na designação dos governantes; existe um controlo do exercício das funções
dos governantes.
Aspectos negativos: não existe uma ideologia dominante ou liderante; não existe um
aparelho para impor a ideologia.