Filosofia Politica

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ESCOLA SECUNDÁRIA 28 DE JANEIRO – ANO 2021

Tema: Filosofia Politica

Nome: Vânia Raul Muhave Turma 5A No: 24 12ª Classe

FILOSOFIA POLITICA

1.Delimitação do tema

1.1. Definição de Política: O conceito «política» tem origem na palavra grega polis, que
significa «cidade». «Política» significa, etimologicamente, arte de administrar (governar) a
cidade.

1.2. Relação entre Filosofia e Política: A Filosofia interessa-se também pela política. A
Filosofia política ocupa-se dos problemas relacionados com a origem do Estado, a sua
organização, a sua forma ideal, a sua função e o seu fim específico, a natureza da acção
política e as suas relações com a moral, a relação entre o Estado e o Indivíduo, entre o Estado
e a Igreja e entre o Estado e os partidos políticos. A Filosofia política se alimenta das práticas
políticas, ou seja, dos acontecimentos políticos levados a cabo por políticos e por aqueles que
pensam o facto político. A Filosofia procura compreender e esclarecer os conceitos de justiça,
bem comum de Estado, tolerância, sociedade e até o próprio conceito de política. De forma
sintética, pode-se dizer que a relação existente entre a Filosofia política e a política é análoga
à da ética e da moral, sendo que a primeira é uma reflexão sobre a segunda.

1.3. Conceito de Ética Política: os homens estabelecem relações sociais que compreendem a
organização do poder. A articulação entre o dever e o poder ajuda-nos a compreender a
relação entre o acto moral e a política. E assim podemos perguntar-nos: será que a política age
de acordo com as normas morais? Em quase todas as sociedades parece haver uma aceitação
de que o político pode comportar-se à margem da moral; que não é permitido na sociedade em
geral, é, pelo menos, tolerável quando se trata de um político. Convém, no entanto, precisar
que, quando se fala de moral em política, refere-se à moral social, e não à moral individual, a
moral que concerne às acções de um indivíduo e que interferem na esfera de actividade de
outros indivíduos, e não àquela que diz respeito às acções de, por exemplo, aperfeiçoamento
da própria personalidade, independentemente das consequências que a procura desse ideal de
perfeição possa ter nos outros.
1.4. Distinção entre Estado e Nação: O Estado é o Organismo po1itico-administrativo que
ocupa um território determinado; é dirigido por um governo próprio e constitui-se como
pessoa jurídica de direito público, internacionalmente reconhecida. O Estado é comparável a
um pai ou a uma mãe que tem filhos a sua função é cuidar dos filhos, Os filhos, por seu turno,
devem obediência ao pai e à mãe. O Estado é o conjunto de todos os elementos que envolvem
uma sociedade organizada: população, território, poder, soberano, além do reconhecimento
internacional como tal. O poder soberano e a autonomia, o direito exclusivo que o Estado tem
sobre si mesmo. Este poder é exercido pelos representantes do Estado.

A nação é a comunidade natural de homens que, reunidos num mesmo território, possuem em
comum a origem, os costumes e a língua e estão conscientes desses factos. Tal definição, que
sintetiza o consenso da maioria dos especialistas, engloba os elementos essenciais para a
constituição da nacionalidade: tradição e cultura comuns, origem e raça (factores objectivos) e
a consciência do grupo humano de que estes elementos comunitários estão presentes (factor
subjectivo.

1.5. Significado de Participação Política dos Cidadãos: no entender de Pasquino,


participação política é o conjunto de actos e de atitudes que aspiram a influenciar de forma
mais ou menos directa e mais ou menos legal as decisões dos detentores do poder no sistema
político ou em organizações políticas particulares, bem como a própria escolha daqueles, com
o propósito de manter ou modificar a estrutura (e, consequentemente, os valores) do sistema
de interesses dominante. Se o problema político diz respeito a toda a sociedade, o cidadão que
compõe a sociedade tem de participar nela como algo que lhe diz respeito.

1.6. Conceito de Direitos Humanos: os direitos humanos são o conjunto de princípios


essenciais à existência humana condigna, que apelam a um reconhecimento mútuo entre
homens, enquanto seres de direito. Trata-se de um conjunto de regras ou normas de
relacionamento entre os indivíduos, visando um tratamento mútuo digno, isto é, respeitando-o
como homem com direitos inalienáveis — direito à vida, inviolabilidade física e psicológica,
entre outros.

1.7. Conceito de Justiça Social: á justiça social preconiza a criação de condições razoáveis
para a existência humana, daí a sua relação estreita com os direitos humanos. Onde não se
respeitam os direitos humanos não há justiça social; por sua vez, onde não há justiça social
não há respeito pelos direitos humanos. Os direitos humanos e a justiça social devem ser
vistos como irmãos siameses.

1.8. Conceito de Estado de Direito: o Estado de Direito é aquele em que o poder é exercido
em observância da lei. Num Estado de Direito, há respeito pela hierarquia das normas,
separação de poderes e, por consequência, pelos direitos fundamentais.

2. História da Filosofia Política

2.1.NA ANTIGUIDADE

Platão: o pensamento político de Platão (428—347 a. C.) está contido sobretudo nas obras A
República e o Político e as Leis. Era ateniense, provinha de uma família aristocrática e tinha
um grande fascínio pela política. A República, importante obra da cultura ocidental, é uma
utopia. «Utopia» significa, etimologicamente, em nenhum lugar. Platão imagina uma cidade
(que não existe), mas que deve ser o modelo de todas as cidades terrenas: é a cidade ideal. Na
obra, examina a questão de bom governo e do regime justo (justiça). O bom governo depende
da virtude dos bons governantes. Em Platão, há a considerar quatro abordagens: a origem do
Estado, comunismo/idealismo, a questão das classes sociais e as formas de governo. A origem
do Estado em Platão é convencional (falta de auto-suficiência dos homens). A melhor
organização social é separar os cidadãos em três classes: trabalhadores, guardas e
governantes. O melhor sistema político é o sofocrático (filósofo-rei).

Aristoteles: Nascido em Estagira, na Trácia, em 384 a. C, Aristóteles foi discípulo de Platão e


cedo se tornou crítico do seu mestre. Na base da divergência estão as influências que cada um
deles sofreu. Platão apreciava mais as ciências abstractas e a Matemática, enquanto
Aristóteles, por ser filho de um médico, foi fortemente influenciado pelo estudo da Biologia.
Assim se justifica o seu gosto pela observação, oque o levou a analisar 158 constituições
existentes na época. Este estudo fez com que a sua política fosse mais descritiva, além de
normativa. Aristóteles critica o autoritarismo de Platão e não concorda com o idealismo
platónico, pois a cidade é constituída por indivíduos naturalmente diferentes, sendo
impossível uma unidade absoluta. De igual modo, critica a sofocracia, que atribui um poder
ilimitado apenas a uma parte do corpo social — os mais sábios (filósofos). A origem do
Estado em Aristóteles é natural (evolutiva a partir da família). As boas formas de governo
são: monarquia, aristocracia e república. As formas corruptas são: tirania, oligarquia e
democracia.
2.2. NA IDADE MÉDIA

Santo Agostinho: A doutrina política de Santo Agostinho encontra-se na obra Cidade de


Deus. Para ele, o mundo divide-se em duas cidades: a Cidade de Deus e a Cidade terrena. A
Igreja é a encarnação da cidade de Deus, apesar de isto não se aplicar a todos os seus
membros, nem a todos os seus ministros sagrados. O Estado é a encarnação da cidade terrena,
uma necessidade imposta ao Homem pelo pecado original. Na óptica de Santo Agostinho, o
mundo divide-se em duas cidades: a terrena e a celeste e a Igreja representa a cidade celeste.
A autoridade política é importante para manter a paz, a justiça1 a ordem e a segurança na
cidade terrena. A autoridade política é dada por Deus.

São Tomás de Aquino: A obra De Regimine Principun (Do Governo dos Príncipes) espelha
o pensamento político de São Tomás de Aquino. Versa sobre a origem e a natureza do Estado,
as várias formas de governo e as relações entre o Estado e a igreja. Para S. Tomás de Aquino,
o Estado nasce devido à natureza social do Homem. A finalidade do Estado é o bem comum.

2.3. IDADE MODERNA

Maquiavel: Com o fim do império cristão e com o enfraquecimento do poder político do


papado, surgem, fora de Itália, os Estados nacionais e, em Itália, as repúblicas e as senhorias.
Eram regimes onde se respirava o ar de liberdade e onde se procurava, acima de tudo, o bem-
estar material dos cidadãos, em detrimento do bem-estar espiritual. A filosofia política de
Maquiavel tem em vista a unificação da Itália fragmentada. Nesta, os fins justificam os meios
(pode usar-se qualquer meio para atingir um fim desejado). Maquiavel recomenda que o
príncipe se imponha mais pela força do que pelo amor (ditadura).

Thomas Hobbes: Inglês, oriundo de uma família pobre, conviveu com a nobreza, da qual
recebeu apoio e condições para estudar, e defendeu fortemente o direito absoluto dos reis,
ameaçado pelas novas tendências liberais. Teve contacto com Descartes, Francis Bacon e
Galileu. Preocupou-se com a problemática do conhecimento e da política. A sua doutrina
política encontra-se patente nas obras De Cive e Leviatã. Para Hobbes, a origem do Estado é
fruto de um «contrato social», decorrendo de conflitos entre os Indivíduos. Na sua óptica, o
Homem conheceu dois estados: o primeiro é natural e o segundo contratual.

John Locke: As contribuições políticas de Locke encontram-se registadas principalmente na


obra Dois Tratados Sobre o Governo. Tal como Hobbes, Locke distingue dois estados em que
o homem terá estado: o estado de natureza e o estado contratual. Este difere do primeiro na
concepção do estado de natureza. Para Locke, no estado de natureza, os homens são livres,
iguais e independentes, e não um estado de guerra de todos contra todos, como concebeu
Hobbes. Para Locke, no estado natural cada um é juiz em causa própria. Pela liberdade natural
do Homem, ele não pode ser expulso da sua propriedade e ser submetido ao poder político de
outrem sem dar o seu consentimento.

Jean Jacques Rousseau: Rousseau defende que o Homem viveu num estado natural, em que
todos eram iguais e que esta igualdade desapareceu a partir do momento em que uns
começaram a ser necessários aos outros. Propõe um contrato social que seja fruto do
consentimento de todos os membros da comunidade (democracia directa).

Charles de Montesquieu: Para Montesquieu, as formas de organização social são a


democracia, a monarquia e o despotismo. É o pai da teoria de divisão de poderes, tendo-a
concebido para evitar as ditaduras.

2.4. NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Hegel e hegelianismo: A Filosofia do Estado de Hegel resume-se à subordinação do


indivíduo ao Estado, no qual este se dissolve em nome de uma ordem suprema, a ideia
absoluta que norteia as outras inteligências e vontades, legitimando-se, desta maneira, o
regime ditatorial. Para Hegel, o indivíduo, no Estado, é um simples objecto e não o sujeito do
seu destino. A sua vontade é sufocada pela vontade do Estado e o indivíduo perde a sua
liberdade.

John Rawls: teorizou, com um certo brilhantismo, uma igualdade absoluta. Para Rawis, a
justiça é a estrutura de base da sociedade. Uma sociedade justa, segundo ele, deve fundar-se
na igualdade de direitos. A sua teoria foi criticada por não ser possível executá-la sem violar o
princípio da propriedade privada adquirida de forma legítima. Reconhecendo a
inexecutabilidade da sua teoria de justiça, recomenda todavia que a nova teoria do liberalismo
estabeleça uma base sobre a qual se possam erguer instituições políticas liberais.

Karl Popper: Popper defende a sociedade aberta, uma sociedade em que se estimulam
instituições democráticas e a liberdade dos Indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução
dos problemas sociais.
3. Formas de Sistemas Políticos: Sistema político é a maneira como uma comunidade
política se estrutura e exerce o poder político. A estrutura do poder da comunidade Política é
leita de duas formas: como regime político e como sistema de governo. O regime político
refere-se às relações que se estabelecem entre o indivíduo e a sociedade politica, cuja
ideologia o poder político tem a (fissão de implementar no âmbito jurídico. O sistema de
governo concerne à titularidade e à estruturação do poder político, com a finalidade de
determinar os seus titulares e os órgãos estabelecidos para o seu exercício.

4. A Democracia como um projecto dos moçambicanos

Aspectos positivos: existe uma efectiva garantia dos direitos pessoais dos cidadãos; existe
livre participação na designação dos governantes; existe um controlo do exercício das funções
dos governantes.

Aspectos negativos: não existe uma ideologia dominante ou liderante; não existe um
aparelho para impor a ideologia.

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