Introducao A Sistemas Fotovoltaicos Dimensionamento e Instalacao REV7 Dez2021 Compressed

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 137

Complemente a apostila usando o material disponível na área do aluno em:

www.sel.eesc.usp.br/cursosolar/

Prof. Dr. Elmer Pablo Tito Cari


email: [email protected]

São Carlos
2021
Lista de Figuras

1.1 Países que investiram e lideram a geração fotovoltaica. (Fonte: Snapshot of


Global PV Markets, IEA PVPS, 2020.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Fontes de geração distribuída. (Fonte: Elaborada pelo autor a partir de
vários sites.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Número de instalações fotovoltaicas (residenciais, comerciais e industriais)
no Brasil. (Fonte: Elaborada pelo autor a partir de informações da ANEEL,
2020.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Aquecedor solar. (Fonte: Aquecedor solar acoplado modelo São Carlos -
Idealterm Aquecedores.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.5 Concentrador solar térmico. (Fonte: Usina de 100 MW em Dhursar - Distrito
de Jaisalmer, no Rajastão - Índia.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.6 Sistema fotovoltaico de 3,1 kWp instalado no Campus da USP em São Carlos.
(Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.7 Espectro solar de radiação. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . 6
1.8 Tipos de radiação que chegam à Terra. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . 7
1.9 Nível de irradiância solar durante o dia. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . 8
1.10 Medida de insolação ou irradiação solar em períodos do dia. (Fonte: Elabo-
rada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.11 Mapa solarimétrico de irradiação solar no plano horizontal (GHI). (Fonte:
Adaptado de SOLARGIS, 2016.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.12 Instrumentos de medição. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . 10
1.13 Representação genérica de uma célula fotovoltaica. (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.14 Módulo fotovoltaico de 72 células monocristalinas. (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.15 Partes de um módulo fotovoltaico convencional. (Fonte: Adaptado pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.16 Processamento do silício até a construção da célula monocristalina. (Fonte:
Retrotec - Empresa especializada em energia solar.) . . . . . . . . . . . . . . 13
1.17 Processamento do silício até a construção da célula policristalina. (Fonte:
Retrotec - Empresa especializada em energia solar.) . . . . . . . . . . . . . . 13
1.18 Módulos fotovoltaicos de diferentes tecnologias. (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.19 Módulos bifaciais ou vidro-vidro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.20 Exemplos de tecnologias de células.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.21 Exemplos de células fabricadas a partir de filmes finos. (Fonte: Innovation -
theplaidzebra.com.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.22 Curvas Características de módulos fotovoltaicos. (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.23 Influência da irradiância (G) na corrente e potência do módulo. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3
4

1.24 Influência da temperatura na geração fotovoltaica. (Fonte: Elaborada pelo


autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.25 Especificações STC contidas nas folhas de dados. (Fonte: Canadian Solar.) 19
1.26 Especificações NOCT contidas nas folhas de dados. (Fonte: Canadian Solar.) 20
1.27 Associações entre módulos fotovoltaicos. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . 21
1.28 Curva de associações de módulos fotovoltaicos. (Fonte: Elaborada pelo autor.) 21
1.29 Comportamento da corrente pelo efeito de sombreamento de um módulo.
(Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.30 Caixa de junção de um módulo fotovoltaico com 3 diodos de bypass. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.31 Trajetória do sol ao longo do dia e do ano. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . 23
1.32 Incidência dos raios solares em módulos orientados ao sul geográfico. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.33 Ângulos de altura solar (γS ) e de incidência (θS ). (Fonte: Elaborada pela
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.34 Ângulos azimutal de superfície (α) e de inclinação (β). (Fonte: Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.35 Ângulos referentes a um módulo - Casos 1 e 2. (Fonte: Elaborada pelo autor.) 26
1.36 Ângulos referentes a um módulo - Casos 3 e 4 (Fonte: Elaborada pelo autor.) 27
1.37 Latitude: -22,02◦ NORTE e Longitude: -47,88◦ LESTE (ou equivalente
Latitude: 22,02◦ SUL e Longitude: 47,88◦ OESTE). (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.38 Sundata do site do CRESESB. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . 29
1.39 Irradiação solar para São Carlos - SP conforme o Sundata. (Fonte: Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.40 Selecionando o estado no site do INPE. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . 30
1.41 Localizando a ID da cidade de São Carlos - SP no site do INPE. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.42 Irradiação solar para São Carlos - SP conforme o site do INPE. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.43 Localizando a cidade de São Carlos-SP no Global Solar Atlas (Fonte: Elabo-
rada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.44 Dados de irradiação solar para São Carlos - SP no Global Solar Atlas. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

2.1 Partes de um sistema fotovoltaico on-grid. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . 36


2.2 Datasheet do inversor KSG-DM da Kstar©, vendido por Balfar Solar© . . . 37
2.3 Conta de energia de um usuário do grupo B em Vinhedo - SP. (Fonte:
Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.4 Energia Fotovoltaica mês a mês para Vinhedo/SP para uma PF V = 5280W 45
2.5 Datasheet painel fotovoltaico BS72P-330W da Balfar Solar©. (Fonte: Balfar
Solar.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.6 Valores de VOP E−M P P e IOP E−M P P calculados. (Fonte: Elaborada pelo
autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.7 Diagrama multifilar de um sistema fotovoltaico on-grid. (Fonte: Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.8 Classificação de chaves seccionadoras quanto a quantidade de pólos e de
contatos. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

3.1 Curva de carga ou curva de demanda de um usuário do grupo A. (Fonte:


Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.2 Curva de carga com postos (horários) tarifários do grupo B (tarifa branca).
(Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.3 Curva de carga de um usuário do grupo A (tarifa verde). (Fonte: Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.4 Bandeiras tarifárias. (Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . 68
3.5 Mapa mental do sistema tarifário brasileiro grupo A e B. (Fonte: Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.6 Conta de energia - consumidor do grupo A. (Fonte: Elaborada pelo autor.) 73

4.1 Diagrama unifiliar de um consumidor do grupo A com sistema fotovoltaico.


(Fonte: Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.2 Energia consumida pela carga (EP e EFP) produzida pelo sistema FV (EF V .)
(Fonte:Elaborada pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.3 Dimensionamento fotovoltaico sem alterar a demanda contratada. (Fonte:Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.4 Entradas e saídas de um inversor. (Fonte:Elaborada pelo autor.) . . . . . . 84
4.5 Opções de inversores para PF V = 135, 7 kW . (Fonte:Elaborada pelo autor.) 90
4.6 Disposição preliminar do inversor e dos arranjos fotovoltaicos. (Fonte:Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

5.1 Sistema off-grid (Fonte:Adapatado de gridsolaris) . . . . . . . . . . . . . . . 104


5.2 Perfil de tensão de inversores de onda senoidal pura e modificada (Fonte:Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.3 Capacidade da Bateria Freedom em Ah . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5.4 Profundidade de descarga x Ciclos de vida da Bateria Freedom . . . . . . . 106
5.5 Profundidade de descarga x Ciclos de vida da Bateria Freedom para dois casos107
5.6 Vida útil em função da Temperatura da Bateria Freedom . . . . . . . . . . 107
5.7 Diagrama completo do sistema fotovoltaico autônomo. (Fonte:Elaborada
pelo autor.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
5.8 Passos para o dimensionamento do sistema off-grid . . . . . . . . . . . . . . 118
5.9 Passos para o dimensionamento do sistema off-grid . . . . . . . . . . . . . . 119
6
Lista de Tabelas

1.1 Estimativa do ângulo de inclinação dos módulos. . . . . . . . . . . . . . . . 26


1.2 Valores encontrados de irradiação solar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.1 Análise da utilização de módulos de diferentes potências. . . . . . . . . . . . 43


2.2 Energia Fotovoltaica mês a mês para Vinhedo/SP para uma PF V = 5280W . 44
2.3 Dados obtidos nos arranjos fotovoltaicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.4 Comparação entre as saídas das séries fotovoltaicas e a entrada do inversor. 51

3.1 Cada subgrupo com suas respectivas tensões de fornecimento. . . . . . . . . 69


3.2 Energia ou consumo no horário de ponta e fora de ponta obtido da Figura
3.6 (valores aproximados). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.3 Valores (médios), tarifas e custo médio que pagaria o usuário da Figura 3.6 74

4.1 Parcial da Conta de Energia antes da instalação ongrid (Maio de 2019). . . 86


4.2 Dados de módulos fotovoltaicos comerciais (Fevereiro de 2021) . . . . . . . 87
4.3 Número de módulos e área total para o projeto de PF V = 135700 W . . . . 87
4.4 Dados de inversores comerciais de 60kW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4.5 Dados de inversores comerciais de 50kW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
4.6 Resumo do Projeto para o inversor selecionado: . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4.7 Itens do Material do kit de 72.000 W . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
4.8 Orçamento para o projeto fotovoltaico de 144kWp . . . . . . . . . . . . . . 96
4.9 Custo parcial da conta de energia do exemplo 1 após a instalação fotovoltaica 96
4.10 Valores financeiros e técnicos para cálculo de retorno econômico . . . . . . . 97
4.11 Valores obtidos da avaliação econômica do empreendimento . . . . . . . . . 97
4.12 Fatura antes da instalação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.13 Parcial da conta de energia após a instalação. . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

5.1 Dados de um modulo 150W . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108


5.2 Tabela para levantamento de Energia e Potência. . . . . . . . . . . . . . . . 109
5.3 Tabela do consumo mensal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Lista de Símbolos

P Potência [W ]

h Horas de funcionamento

N número de dias no mês

E Energia [kW h]
h i
W
G Irradiância solar m2
h i
kW h
IRS Irradiação solar ou insolação m2 ·dia

T Temperatura [◦ C]

V Tensão elétrica [V ]

Pmod Potência em operação do módulo fotovoltaico [W ]

Vmod Tensão em operação do módulo fotovoltaico [V ]

Ncel Número de células fotovoltaicas do módulo

Pcel Potência de uma célula fotovoltaica [W ]

Vcel Tensão de uma célula fotovoltaica [V ]

ISC Corrente de curto circuito do módulo [A]

VOC Tensão do módulo em circuito aberto [V ]

MP P Ponto de operação em máxima potência

IM P Corrente de operação em máxima potência do módulo [A]

VM P Tensão de operação em máxima potência do módulo [V ]

PM P Potência de operação em máxima potência do módulo [W ]

γS Ângulo de altura solar [◦ ]

θS Ângulo de incidência [◦ ]

α Ângulo azimutal de superfície [◦ ]

β Ângulo de inclinação da superfície do módulo [◦ ]


h i
kW h
EM Média da energia mensal de 12 meses mes
h i
kW h
ECU S−DISP Energia do custo de disponibilidade mes
10

h i
kW h
EM P Energia mensal do projeto mes
h i
kW h
EF V Energia do sistema fotovoltaico à compensar mes

PF V Potência pico do sistema fotovoltaico [W ]

ηsis Eficiencia do sistema fotovoltaico

ηar Eficiencia devido à poluição do ar

ηter Eficiencia devido à perdas térmicas

ηinv Eficiencia devido ao inversor

ηvar Eficiencia devido à varios fatores atípicos(sombreamento, orientação, etc.)

NM OD Número de módulos fotovoltaicos

NM ODs Número de módulos fotovoltaicos em série

PM OD Potência nominal do módulo fotovoltaico à STC

PF V −IN S Potência fotovoltaica instalada [kW h]

Atotal Área necessária para instalação de todos módulos do sistema fotovoltaico m2


 

VOP E−M P P Tensão de operação da série fotovoltaica [V ]

IOP E−M P P Corrente de operação da série fotovoltaica [I]

VF V −M AX Condição de máxima tensão de saída [W ]

Tc(min) Temperatura mínima de operação da célula fotovoltaica no inverno [◦ C]

Tc(ST C) Temperatura de operação da célula fotovoltaica à STC [◦ C]

PCA−IN V Potência nominal de saída do inversor em CA [W ]

NM P P Número de rastreadores de MPP do inversor

VF AI−M P P Faixa de tensão de operação MPP do inversor [V ]

VCC−M AX Tensão máxima de entrada em CC do inversor [V ]

VCA−IN V Tensão nominal de saída em CA do inversor [V ]

PCC−IN V Potência aplicada na entrada do inversor em CC [W ]

PCC−M AX Potência máxima de entrada do inversor em CC [W ]

PCC−M P P Potência máxima por entrada MPP [W ]

ICC−M AX Máxima corrente de entrada por MPP [A]

VCC−N OM Potência máxima de entrada do inversor em CC [V ]

FSOB−IN V Fator de dimensionamento entre potência CC e CA

FSOB−M AX Fator de dimensionamento máximo do inversor

In Corrente que os fusíveis devem ser capazes de suportar [A]


ISCM OD Corrente de curto circuito do módulo fotovoltaico (da série) [A]

IM ODM AX,OCP R Corrente reversa máxima do módulo fotovoltaico [A]

IF U S−M AX Valor máximo do fusível série do módulo fotovoltaico [A]

IF U S Corrente nominal do fusível [A]

VF U S Tensão nominal do fusível [V ]

UC Tensão máxima de operação do DPS [V ]

IM AX Corrente máxima de descarga de um DPS [A]

UCH Tensão nominal da chave seccionadora [V ]

ICH Corrente nominal da chave seccionadora [A]

Iarranjo Corrente do arranjo fotovoltaico [A]

Vn Tensão da rede elétrica do lado CA [I]

ICA−M AX Corrente máxima na saída CA do inversor [A]

∆In Sensibilidade do DDR [mA]

VDDR Tensão nominal do DDR [V ]

IDDR Corrente nominal do DDR [A]

ST C Condições de Teste Padrão

N OCT Condições de Operação à Temperatura da Célula

IN P E Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

CRESESB Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito

CC Corrente Contínua

CA Corrente Alternada

DP S Dispositivo de Proteção contra Surtos de Tensão

SP DA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

N P Número de Pólos

N C Número de Contatos

DDR Disjuntor Diferencial Residual


Conteúdo

1 Introdução 1
1.1 Introdução a energia solar fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Conceitos e terminologias utilizados em sistemas fotovoltaicos . . . . . . . . 3
1.2.1 Potência e Energia Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Tipos de energia solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.2.1 Energia solar térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.2.2 Energia solar fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.3 Radiação solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.4 Irradiância solar (G) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.5 Irradiação solar ou Insolação (IRS ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.6 Instrumentos de medição para sistemas fotovoltaicos . . . . . . . . . 10
1.3 Noções básicas de módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.1 Fundamentos de uma célula fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.2 Módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3.3 Tecnologia de módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3.4 Curvas características dos módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . 17
1.3.5 Condições de operação padrão (STC) de módulos fotovoltaicos . . . 19
1.3.6 Condições de operação à temperatura normal da célula (NOCT) de
módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.7 Associações de módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3.8 Efeito de Sombreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.4 Orientação e inclinação dos módulos fotovoltaicos para máxima geração
fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4.1 Orientação otimizada dos módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . 25
1.4.2 Inclinação otimizada dos módulos fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . 25
1.4.3 Resumo da melhor orientação e inclinação dos módulos para maxi-
minar a geração fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4.4 Angulo azimutal de superfície α e inclinação β em telhados de resi-
dências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.5 Passos para obter a irradiação solar de um local a partir dos mapas solari-
métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.5.1 MÉTODO 1: Usando o Sundata no site do CRESESB . . . . . . . . 28
1.5.2 MÉTODO 2: Usando a base de dados do INPE . . . . . . . . . . . . 30
1.5.3 MÉTODO 3: Usando o site da SOLARGIS no Global Solar Atlas . . 31

2 Dimensionamento on-grid para consumidores do grupo B 35


2.1 Partes de um sistema fotovoltaico conectado à rede on-grid ou grid-tie . . . 35
2.1.1 Módulos fotovoltaicos para aplicações on-grid . . . . . . . . . . . . . 36
2.1.2 Inversores para aplicações on-grid . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.1.2.1 Dados do inversor do lado CC . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.1.2.2 Dados do inversor do lado CA . . . . . . . . . . . . . . . . 38
13
14

2.1.3 Caixa de junção ou String-box . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39


2.1.4 Quadro de distribuição CA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.2 Cálculo da potência fotovoltaica PF V e número de módulos . . . . . . . . . 39
2.2.1 Cálculo de energia a partir da potência fotovoltaica. . . . . . . . . . 43
2.2.2 Estimativa inicial rápida da potência e energia fotovoltaica. . . . . . 45
2.3 Escolha do arranjo fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.3.1 Cálculo da potência máxima dos subarranjos fotovoltaicos . . . . . . 47
2.3.2 Cálculo da máxima tensão de saída dos arranjos fotovoltaicos (VF V −M AX ) 48
2.3.3 Cálculo rápido da máxima tensão de saída do arranjo fotovoltaico . 49
2.3.4 Cálculo de tensão de operação no ponto de máxima potência do
arranjo fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
2.4 Dimensionamento do inversor fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.5 Dimensionamento dos dispositivos de proteção e manobra . . . . . . . . . . 52
2.5.1 Dispositivos de proteção e manobra no lado CC . . . . . . . . . . . . 54
2.5.1.1 Fusíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
2.5.1.2 Dispositivos de proteção contra surto de tensão (DPS) do
lado CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.5.1.3 Elementos de manobra e seccionamento . . . . . . . . . . . 56
2.5.2 Dispositivos de proteção e manobra no lado CA . . . . . . . . . . . . 58
2.5.2.1 Dispositivos de proteção contra surto (DPS) do lado CA . 58
2.5.2.2 Dispositivo de manobra e proteção no lado CA (disjuntor
CA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

3 Sistema tarifário brasileiro 61


3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.2 Conceitos importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.2.1 Potência ativa (P), potência reativa (Q) e potência aparente (S) . . 61
3.2.2 Energia elétrica ativa (Eat ) e reativa (Ere ) . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.2.3 Fator de potência (fdp) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.2.4 Demanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.2.5 Demanda máxima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.2.6 Demanda média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.2.7 Fator de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.2.8 Consumo ou energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.2.9 Postos (horários) tarifários: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.2.10 Demanda contratada (DCON T ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.2.11 Demanda medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.2.12 Demanda faturável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.2.13 Demanda de ultrapassagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.2.14 Valor cobrado (R$) pela ultrapassagem: Dultrapassagem (p) . . . . . . 67
3.2.15 Bandeiras tarifárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.2.16 Carga instalada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.2.17 Potência instalada em transformadores (SIN S−T ) . . . . . . . . . . . 68
3.2.18 Demanda contratada limitada pela potência do transformador . . . 68
3.2.19 Consumidor livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2.20 Consumidor especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.3 Estrutura tarifária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.3.1 Unidades consumidoras do grupo A . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.3.2 Unidades consumidoras do grupo B . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.4 Modalidade Tarifária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.4.1 Modalidade tributária para unidades consumidoras do grupo A . . . 70
3.4.2 Modalidade tarifária para unidades consumidoras do grupo B . . . . 70
3.4.3 Composição do valor da tarifa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.4.4 Composição de uma conta de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.5 Mapa mental do sistema tarifário brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.6 Dados da conta de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

4 Dimensionamento On-grid de Consumidores do Grupo A 77


4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.2 Partes de uma Instalação de um Usuário do Grupo A . . . . . . . . . . . . 77
4.3 Compensação de energia do sistema fotovoltaico em diferentes postos tarifários 80
4.4 Dimensionamento fotovoltaico para consumidores do
grupo A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.4.1 Dimensionamento fotovoltaico sem alterar a demanda contratada . . 81
4.4.1.1 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.4.1.2 Exemplo 1: Projeto fotovoltaico sem aumentar a demanda
contratada quando PCA−IN V ≤ DCON T . . . . . . . . . . . 86
4.4.2 Exemplo 2: Projeto fotovoltaico sem aumentar a demanda contratada
quando PCA−IN V > DCON T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.4.3 Dimensionamento fotovoltaico alterando a Demanda Contratada . . 101

5 Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos Autônomos 103


5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
5.2 Partes de um sistema fotovoltaico autônomo (off-grid) . . . . . . . . . . . . 103
5.3 Projeto do Sistema Fotovoltaico Autônomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
5.3.1 Passo 1: Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
5.3.2 Passo 2: Dimensionamento do Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
5.3.3 Passo 3: Dimensionamento do Banco de Baterias . . . . . . . . . . . 110
5.3.4 Passo 4: Dimensionamento dos Módulos Fotovoltaicos . . . . . . . . 111
5.3.5 Passo 5: Dimensionamento do Controlador de Carga . . . . . . . . . 112
5.3.6 Passo 6: Dimensionamento do sistema de proteção e manobra . . . . 112
5.4 Exemplo Prático passo a passo de um Sistema off-grid . . . . . . . . . . . . 113
5.4.1 Passo 1: Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
5.4.2 Passo 2: Inversor fotovoltaico off-grid . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
5.4.3 Passo 3: Banco de Baterias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
5.4.4 Passo 4: Módulos Fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
5.4.5 Passo 5: Controlador de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
1

Introdução

1.1 Introdução a energia solar fotovoltaica


A energia fotovoltaica tem sido uma das formas de geração de energia que mais recebeu
investimentos nos últimos anos a nível mundial. Um exemplo destes investimentos pode
ser visto na tabela da Figura 1.1, onde podemos observar que China, Estados Unidos e
alguns países da União Européia são os maiores investidores e lideram nesse setor.
O Brasil tem um potencial de irradiação solar privilegiado se comparado com outros
países no mundo, entretanto a porcentagem de geração solar fotovoltaica na matriz brasileira
é em torno de 1,6% (ABSOLAR, 2020).

Figura 1.1: Países que investiram e lideram a geração fotovoltaica.


(Fonte: Snapshot of Global PV Markets, IEA PVPS, 2020.)

A fim de mudar este cenário, o governo brasileiro tem impulsionado a inclusão desta
forma de energia através de incentivos definidos em normas que facilitam a instalação
de sistemas fotovoltaicos. Em 2012, o governo, através da ANEEL (Agência nacional de
Energia Elétrica) criou a resolução normativa 482/2012 que posteriormente foi atualizada
pela 676/2015, acelerando a aprovação por parte das concessionárias de projetos de geração
distribuída fotovoltaica, eólica, biomassa, pequenas centrais hidrelétricas, etc (vide Figura
1.2). Na RN 676/2015, foi determinado que qualquer forma de geração com capacidade
2

inferior a 75 kW seja considerada Microgeração, e, acima deste valor, são consideradas


Minigeração até 3 MW para hidrelétricas e 5 MW para fotovoltaica e outras.

Figura 1.2: Fontes de geração distribuída.


(Fonte: Elaborada pelo autor a partir de vários sites.)

Os incentivos e normas proporcionaram crescimento exponencial de instalações fotovol-


taicas chegando a 171.000 instalações em fevereiro de 2020 (vide Figura 1.3). A projeção é
que, até 2024, se tenha 1 milhão de instalações fotovoltaicas na matriz elétrica brasileira
(ANEEL, 2005).

Figura 1.3: Número de instalações fotovoltaicas (residenciais, comerciais e industriais) no


Brasil.
(Fonte: Elaborada pelo autor a partir de informações da ANEEL, 2020.)
3

Outro incentivo dado pelo governo ocorreu em 2015 por meio do Programa de Desen-
volvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), com R$ 100 bilhões em
investimentos. A previsão é que até 2030, 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão
ter energia gerada por elas mesmas que pode resultar em 23.500 MWh (48 TWh produzidos)
de energia, equivalente à metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Além disso, todos os estados do Brasil têm adotado o programa CONFAZ N◦ 16/2015,
dando isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aos projetos
de geração distribuída, entre elas, os projetos fotovoltaicos proporcionando diminuição do
investimento na aquisição dos equipamentos.
Com todo o potencial de crescimento e incentivos, a expectativa é que futuramente os
sistemas fotovoltaicos façam parte integrante de todo novo empreendimento imobiliário
seja ele residencial, comercial ou industrial desde a concepção do projeto. Como referência,
nos Estados Unidos, o estado da Califórnia aprovou uma lei em 2018 para que toda casa ou
prédio com menos de 3 andares tenha um sistema fotovoltaico instalado (GLOBO, 2018).

1.2 Conceitos e terminologias utilizados em sistemas foto-


voltaicos
1.2.1 Potência e Energia Elétrica
A potência e a energia elétrica são duas grandezas que são utilizadas no dimensionamento
de sistemas fotovoltaicos. Essas grandezas relacionam pela seguinte eguação:

Energia = P otência × T empo (1.1)


A unidade de potência (P) no Sistema Internacional (SI) é o Watt (W), mas é comum
usar as grandezas de kW ou MW. A unidade de energia (E) no SI é o Joule (J), mas em
sistemas elétricos usa-se o kWh ou MWh. A taxa de conversão de J para kWh é: 1 kWh =
3.600.000 J.
Para exemplificar este conceito o cálculo abaixo determina a energia consumida e seu
respectivo custo para duas lâmpadas de potência 100 W (lâmpada incandescente) e 10 W
(lâmpada LED) funcionando 12 horas por dia durante um mês. Sabe-se que o custo da
energia é R$ 0,70/kWh.

Lâmpada 1 (Incandescente)
P1 = potência da lâmpada 1 = 100 W.
h = horas de f uncionamento = 12 h/dia.
N = número de dias no mês = 30 dias/mês.
E1 = energia consumida pela lâmpada 1 durante o período citado.
Custo1 = custo da energia consumida pela lâmpada 1 durante o período citado.

E1 = P1 × h × N
h
E1 = 100W × 12 dia × 30 dias Wh
mês = 36.000 mês
E1 = 36kW h
Custo1 = E1 × custo da energia por kW h
Custo1 = 36 × 0, 70 = R$ 25,20
4

Lâmpada 2 (LED)

P2 = potência da lâmpada 2 = 10 W.

h = horas de f uncionamento = 12 h/dia.

N = número de dias no mês = 30 dias/mês.

E2 = energia consumida pela lâmpada 1 durante o período citado.

Custo2 = custo da energia consumida pela lâmpada 2 durante o período citado.

E2 = P2 × h × N
h
E2 = 10W × 12 dia × 30 dias Wh
mês = 3600 mês
E2 = 3, 6kW h
Custo2 = 3, 6 × 0, 70 = R$ 2,50

1.2.2 Tipos de energia solar

A energia solar é uma forma de energia não convencional o que provoca confusão
entre os termos para designar os tipos de geração a partir da radiação solar. Basicamente,
existem dois tipos: energia solar térmica e energia solar fotovoltaica.

1.2.2.1 Energia solar térmica

É produzida pelo AQUECIMENTO de um fluido promovido pela radiação solar, que


pode ser feita direta ou indiretamente. Esta forma de energia não produz eletricidade por
si só, mas pode ser usada para obter pressão de um fluido para mover uma turbina de um
gerador síncrono ou simplesmente para aquecer água (chuveiro). São de dois tipos:

(A) Aquecedores Solares: O aquecimento do fluido, neste caso, a água, é usado


diretamente nos chuveiros e torneiras de instalações residenciais e comerciais (Vide
Figura 1.4). Pelo baixo custo e pouca complexidade, este tipo é muito comum no
Brasil.
5

Figura 1.4: Aquecedor solar.


(Fonte: Aquecedor solar acoplado modelo São Carlos - Idealterm Aquecedores.)

(B) Concentradores solares: Também chamada de Fototérmica ou Heliotérmica,


promove o aquecimento do líquido através de ESPELHOS (vide Figura 1.5). O fluido
é aquecido e transformado em vapor sob alta pressão, movimentando as pás de uma
turbina, que é ligada à um gerador para produzir eletricidade. No Brasil, existem
poucos lugares onde se usa essa tecnologia. Um exemplo é a usina de 1 M W em
Petrolina/PE. Alguns exemplos de países que mais têm investido nessa tecnologia
são a China, os EUA e a Espanha.

Figura 1.5: Concentrador solar térmico.


(Fonte: Usina de 100 MW em Dhursar - Distrito de Jaisalmer, no Rajastão - Índia.)
6

1.2.2.2 Energia solar fotovoltaica

Este tipo de geração utiliza como princípio o efeito fotovoltaico: aparecimento de


diferença de potencial elétrico nos extremos de um semicondutor quando este sofre incidência
de luz. A Figura 1.6 mostra um sistema fotovoltaíco típico.

Figura 1.6: Sistema fotovoltaico de 3,1 kWp instalado no Campus da USP em São Carlos.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.2.3 Radiação solar


A energia do sol que chega à terra é transmitida em forma de radiação eletromagnética.
Uma parcela é emitida como luz visível e o restante como espectro infravermelho e
ultravioleta (UV) segundo os comprimentos de onda mostrados na Figura 1.7.

Figura 1.7: Espectro solar de radiação.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
7

A radiação solar quando chega à terra sofre alteração pelas condições atmosféricas, pela
latitude do lugar, pela hora do dia e pelo período do ano.
A radiação que chega à Terra pode ser:
i) radiação direta (incide diretamente sobre a superfície);
ii) radiação difusa (obtida quando a radiação atravessa um corpo, por exemplo, as nuvens);
iii) radiação refletida/albeldo (que é a refletida pela terra em uma determinada direção).

O tipo de radiação é uma informação muito importante porque, mesmo em dias nublados
e/ou com chuva, o sistema fotovoltaico pode gerar energia, embora em menor quantidade.
Os tipo de radiação seguem ilustrados na Figura 1.8.

Figura 1.8: Tipos de radiação que chegam à Terra.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.2.4 Irradiância solar (G)

É a grandeza que quantifica a radiação solar instantânea, dada em [W/m2 ], ou seja,


potência por área, que é a medida de densidade de potência.
No espaço, a irradiância solar é G = 1360 W/m2 e na superfície terrestre é em torno
de G = 1000 W/m2 ao meio dia. A irradiância solar é um valor instantâneo que muda ao
longo do dia pela posição do sol e pelas nuvens, como mostra a Figura 1.9. Além disso,
a irradiância solar muda ao passar pelas massas de ar entre o sol e a superfície terrestre.
No mês de janeiro, quando a massa de ar é mínima, a irradiância é máxima, no mês de
junho, quando a massa de ar é máxima, a irradiância solar é mínima. A noite não existe
irradiância solar.
8

Figura 1.9: Nível de irradiância solar durante o dia.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.2.5 Irradiação solar ou Insolação (IRS )


Grandeza que indica a quantidade de irradiância solar em um determinado intervalo de
tempo. Sua unidade é W h/m2 , ou seja, energia por área, porém é mais comum encontrar
em kW h/m2 .

IRS = G · t (1.2)

Onde:

IRS : Irradiação solar em kW h/m2 ;

G : Irradiância solar ou Insolação em kW/m2 ;

t : Tempo em exposição com irradiância solar G em h.

Como a energia é determinada em um período, geralmente, a irradiação solar também é


especificada em períodos de dias ou anos nos mapas solarimétricos, na Figura 1.10 pode-se
ver este conceito . Por exemplo, do mapa solarimétrico foi obtido que a irradiação solar
para cidade de São Carlos é:
h i
IRS = 1814, 05 mkW h
2 ·ano refere-se à irradiância solar no período de 1 ano. Quando
cosidera-se um período de 1 dia, deve-se dividir a quantidade anterior po 365 dias e tem-se:

kW h kW h
   
IRS = 1814, 05 2
÷ 365 ⇒ IRS = 4, 97
m · ano m2 · dia
9

Figura 1.10: Medida de insolação ou irradiação solar em períodos do dia.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Na Figura 1.11, pode-se observar os níveis mundiais de insolação, obtidos do site


“solargis.info/imaps/”. Geralmente os mapas solarimétricos fornecem a irradiação solar no
plano horizontal ou GHI (do inglês Global Horizontal Irradiance) e em planos inclinados
horizontais, GTI (do inglês Global Tilted Irradiance). Para dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos é mais recomendado utilizar a irradiação solar horizontal para diminuir os
erros, pois na instalação em telhados, já com inclinação definida, raramente os módulos
serão colocados em inclinações otimizadas (exceto quando se tem a opção de escolher a
inclinação).
Na Figura 1.11, nota-se que o melhor índice de irradiação solar da Alemanha h(um dos i
países pioneiros nos investimentos em energia fotovoltaica) está em torno de 3, 50 mkW h
2 ·ano ,
h i
enquanto, no Brasil, mesmo o pior índice (em torno de 4, 38 mkW h
2 ·ano ) é maior que da

Alemanha (VILLALVA, 2016). Isto significa que no Brasil, um módulo fotovoltaico produz
entre 25% a 50% mais energia que na Alemanha.

Figura 1.11: Mapa solarimétrico de irradiação solar no plano horizontal (GHI).


(Fonte: Adaptado de SOLARGIS, 2016.)
10

1.2.6 Instrumentos de medição para sistemas fotovoltaicos


Os principais instrumentos para medição de radiação solar são o piranômetro e o
pireliômetro (Figura 1.12). O primeiro é utilizado para a medição da radiação global
(direta + difusa), já o segundo o segundo mede apenas a radiação direta e, neste caso, deve
estar acompanhado de um sistema que faça o rastreamento automático da posição do sol
ao longo do dia.
Para projetos de grande porte, é necessário contar com uma estação solarimétrica
exigida pelos órgãos antes de participar dos leilões, o link a seguir é uma referência para
consulta: www.epe.gov.br/leiloes/Paginas/default.aspx.

(a) Piranômetro (b) Pireliômetro

Figura 1.12: Instrumentos de medição.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.3 Noções básicas de módulos fotovoltaicos


1.3.1 Fundamentos de uma célula fotovoltaica
Os painéis ou módulos fotovoltaicos são construídos a partir de várias células ligadas
em série. Em cada uma delas, ocorre o fenômeno fotovoltaico, no qual a incidência da
radiação solar produz uma diferença de potencial em corrente contínua (Figura 1.13).

Figura 1.13: Representação genérica de uma célula fotovoltaica.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
11

Cada célula é formada por duas camadas de silício dopado, um com impurezas do
tipo p (positivo) e outro do tipo n (negativo). Quando a radiação solar incide na
junção p-n, caso haja uma carga conectada aos terminais da célula, os elétrons fluem
no sentido da carga e uma corrente circulará na mesma. Cada célula em operação tem,
aproximadamente, entre <5,0 - 5,5>W e <0,55 - 0,6>V no ponto de máxima potência e
podem variar dependendp da tecnologia usada e da eficiência que aumenta a cada ano.

1.3.2 Módulos fotovoltaicos


Os módulos ou paineis fotovoltaicos, também denominados como “placas solares” por
pessoas que não são da área, são compostos pela união em série de células fotovoltaicas.
Deve-se evitar o termo “placa solar” para que não ocorra confusão com os “aquecedores
solares”. A Figura 1.14 mostra um módulo fotovoltaico monocristalino de 400 W sendo que
a partir do número de células existentes em um módulo é possível determinar os valores
aproximados de tensão e potência de operação máxima, utilizando as seguintes relações:

Pmod = Pcel × Ncel (1.3)

Vmod = Vcel × Ncel (1.4)


Sendo:
Vcel : Tensão de uma célula fotovoltaica no ponto de máxima potência (<0,55 - 0,6>V);
Pcel : Potência de uma célula fotovoltaica no ponto de máxima (<5,0 - 5,5>W);
Vmod : Tensão do módulo fotovoltaico no ponto de máxima potência ( V );
Pmod : Potência máxima do módulo fotovoltaico ( V ).
Para o exemplo da Figura 1.14, tem-se

Pmod = Pcel × Ncel ⇒ 5, 5 × 72 ⇒ Pmod ≈ 396 W

Vmod = Vcel × Ncel ⇒ 0, 6 × 72 ⇒ Vmod ≈ 43 V

Figura 1.14: Módulo fotovoltaico de 72 células monocristalinas.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
12

As partes de um módulo fotovoltaico comercial podem ser vistas na Figura 1.15.

Figura 1.15: Partes de um módulo fotovoltaico convencional.


(Fonte: Adaptado pelo autor.)

As dimensões dos módulos tradicionais de 72 células monocristalinas e policristalinas


são: 2m x 1m x 40mm e o peso é em torno de 23kg. De acordo com a Figura 1.15:

(1) Moldura de alumínio anodizado:


fornece robustez ao módulo
(2) Vidro temperado antireflexivo:
vidro especial revestido com um material antireflexivo
(3) Encapsulante - EVA:
filme feito de acetato-vinila dectileno que protege as células contra deterioração
(4) Células fotovoltaicas:
conjunto de células que formam o módulo
(5) Backsheet:
filme branco que vai na parte traseira do módulo e serve para proteger as células
e fornecer isolamentoelétrico
(6) Caixa de ligações:
também conhecida como caixa de junção. É o lugar onde saem o s cabos
fotovoltaicos e onde são armazenados os diodos de “bypass”

1.3.3 Tecnologia de módulos fotovoltaicos


Os dois tipos de tecnologia mais difundidos para produção das células fotovoltaicas são
as estruturas de silício monocristalina e policristalina.

a) Células monocristalinas: são obtidas a partir do corte de um único cristal de


silício ultrapuro (lingote cilíndrico). As células cilíndricas são, então, recortadas para
otimizar espaço. O processo para obter o lingote chama-se Czochralski, e permite
uma formação cristalina única (consegue-se eficiência de 15 − 18% devido à pureza
do silício). A construção da célula por cristal único é mostrado na Figura 1.16, onde
13

pode-se ver, da esquerda para a direita, o silício como matéria-prima, a fabricação do


lingote cilindrico e por fim a célula monocristalina acabada.

Figura 1.16: Processamento do silício até a construção da célula monocristalina.


(Fonte: Retrotec - Empresa especializada em energia solar.)

b) Células policristalinas: são obtidas a partir de lingotes de vários cristais derre-


tidos. O grau de pureza e eficiência desta célula é menor em relação à estrutura
monocristalina (consegue-se eficiência de 13 − 15%). Uma maneira de diferenciar as
células é o formato geométrico. As células monocristalinas são quadrados com pontas
cortadas (obtidas da célula redonda original) e sua aparência tem cor mais uniforme.
Já as células policristalinas são totalmente quadradas e sua cor varia em tons devido
às impurezas utilizadas na sua formação. A Figura 1.17 mostra, da esquerda para
a direita, o silício como matéria-prima, a fabricação dos lingotes e por fim a célula
policristalina acabada.

Figura 1.17: Processamento do silício até a construção da célula policristalina.


(Fonte: Retrotec - Empresa especializada em energia solar.)

c) Tecnologia half-cell para módulos monocristalinos e policristalinos: nesta


tecnologia os módulos são fabricados com maior eficiência e tolerância à sombreamento
e são denominados “half-cell technology” (tecnologia de células divididas) devido ao
fato que as células são cortadas pela metade e tem formato retangular. Dividindo
as células fotovoltaicas, a resistência ôhmica e distribuição das caixas de junção
reduz. Assim a eficiência torna-se maior do que os módulos tradicionais (de células
quadradas) mono e policristalinos, variando de 18−22% para monocristalinas half-cell
e entre 17 − 19% para policristalinas half-cell. Cada célula dividida tem em torno de
3 W e 0, 6 V no ponto de máxima potência e o módulo possui 144 minicélulas (para
aplicações on-grid), diferentemente quando comparadas com os módulos tradicionais
14

de 72 células. As 144 minicélulas são distribuidas em dois grupos de 72 que são


colocadas em paralelo na saída. A potência e a tensão de saída deste módulos variam
de 380 à 440 W e 40 à 50 V , à STC, respectivamente. Na Figura 1.18 são mostrados
módulos fotovoltaicos de diferentes tecnolgias.

(a) Módulo monocristalino tradicional (b) Módulo policristalino tradicional


(Eficiência: 15-18%) (Eficiência: 13-15%)

(c) Módulo monocristalino half-cell (d) Módulo policristalino half-cell


(Eficiência: 18-22%) (Eficiência: 17-19%)

Figura 1.18: Módulos fotovoltaicos de diferentes tecnologias.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

As células fotovoltaicas mono e policristalinas tem uma vida útil entre 20 a 25 anos
com perda de potência de apenas 20%, segundo os fabricantes.

d) Módulos fotovoltaicos bifaciais ou vidro-vidro: são módulos especiais que


podem sofrer radiação solar dos dois lados. Diferentemente dos módulos convencionais
mostrados na Figura 1.14, nos módulos bifaciais o “backsheet” é substituído por um
vidro (daí o nome vidro-vidro) e, em alguns módulos, a moldura é de alumínio, como
mostra a Figura 1.19.
15

Figura 1.19: Módulos bifaciais ou vidro-vidro.

Estes módulos são recomendados em instalações de solo, aonde pode-se aproveitar


ao máximo a radiação nos dois lados do módulo e obter a eficiência entre 19 - 25%
(depende das condições da montagem, como estrutura, altura, ângulo, etc).
Pode-se encontrar no mercado módulos bifaciais (policristalinos e monocristalinos)
de 72 células com potência de até 400 W e de 144 minicélulas (half-cell technology)
com potência entre 450 W até 500 W .
Além disso, segundo os fabricantes, estes módulos garantem uma perda de 0, 5 % ao
anoe portanto em 30 anos perderá menos de 20% de eficiência.

e) Tecnologia PERC para módulos fotovoltaicos: a tecnologia PERC consiste na


inclusão de uma camada fina (passivação) na parte de trás da célula fotovoltaica
durante sua fabricação para reduzir a recombinação dos elétrons nas extremidades e
proporcionar ganhos de eficiência para o módulo. Além do ganho devido à recombi-
nação na camada de passivação, esta também possibilita a reflexão da luz no fundo
da célula, incrementando a eficiência do módulo.
No mercado é comum ver a tecnologia PERC nos módulos fotovoltaicos monocris-
talinos, policristalinos de 72 células (convencionais) e 144 minicélulas (half-cell) e
bifaciais.

f) Tecnologia busbar e barras múltiplas: as correntes geradas pelas células fo-


tovoltaicas são canalizadas pelas barras (filamentos de cobre revestidas de prata).
Tradicionalmente uma célula tinha 2 ou 3 barras para este procedimento e posterior-
mente aumentou-se para 5. Nos últimos anos foi verificado que um ganho adicional
na eficiência da célula pode ser obtido aumentando o número de barras condutoras
(barras múltiplas) a fim de diminuir o efeito do aquecimento nestas barras pelo efeito
Joule. Na Figura 1.20(a) mostra-se a célula fotovoltaica tradicional com 2 barras,
na Figura 1.20(b) mostra-se a busbar com 5 barras e na Figura 1.20(c) as barras
múltiplas com 12 barras.
16

(a) Célula tradicional (b) Busbar

(c) Barras múltiplas

Figura 1.20: Exemplos de tecnologias de células.)

Alguns estudos mostram que as barras múltiplas com nove filamenmtos tem o melhor
desempenho em relação ao custo benefício ().

g) Outras tecnologias: implementada na construção das células fotovoltaicas a partir


da confecção de finas camadas sobre uma base flexível ou rígida (filmes finos), como
mostram as Figuras 1.21(a) e 1.21(b). Os principais limitantes destas tecnologias são
baixa eficiência e, principalmente, baixa vida útil (em torno de 2 anos) em relação às
demais tecnologias citadas.

(a) Flexíveis (silício amorfo) (b) Rígidos microcristalinos


(Eficiência: 5 - 8%) (Eficiência: 8,5%)

Figura 1.21: Exemplos de células fabricadas a partir de filmes finos.


(Fonte: Innovation - theplaidzebra.com.)
17

1.3.4 Curvas características dos módulos fotovoltaicos

Todo módulo fotovoltaico possui duas curvas características muito importantes: Tensão
× Corrente (V-I) e Tensão × Potência (V-P), como mostrado nas Figuras 1.22(a) e 1.22(b).

(a) Curva I x V e ponto de máxima potência (b) Curva P x V e ponto de máxima potência

Figura 1.22: Curvas Características de módulos fotovoltaicos.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Os aspectos principais destas curvas são:

• Corrente de curto-circuito ISC : corrente, em A, obtida ao conectar os terminais do


painel. Indicada na parte superior da Figura 1.22(a).

• Tensão em circuito aberto VOC : É a tensão, em V, obtida com os terminais em aberto.


Indicada na parte inferior da Figura 1.22(b).

Para maximizar o uso do painel fotovoltaico, este deve trabalhar no ponto próximo do
“joelho” da curva I × V (Figura 1.22(a)) no ponto de operação VM P (Tensão de operação de
máximo potência) e IM P (Corrente de operação de máxima potência). Na Figura 1.22(b),
pode-se observar o ponto de máxima potencia do módulo. Estas curvas algumas vezes são
fornecidas pelos fabricantes a condições específicas de operação.

a) Influência da irradiância solar h (G)


i no ponto de operação do módulo foto-
voltaico: a irradiância solar G m2 exerce influência nas características do módulo.
W

O aumento da irradiância resultará no aumento proporcional da corrente e potência


de operação. Por outro lado, o aumento da irradiância provoca pouca alteração na
tensão. Estas características podem ser vistas nos gráficos da Figura 1.23.


I↑
 (aumenta fortemente)
G↑⇒ P ↑ (aumenta fortemente)
V ≈ (aumenta muito pouco)

18

Figura 1.23: Influência da irradiância (G) na corrente e potência do módulo.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

b) Influência da temperatura (T ) da célula na operação do módulo fotovol-


taico: o aumento da temperatura T [◦ C] nas células fotovoltaicas provoca pouca
alteração na corrente. Entretanto, a potência de saída e a tensão em vazio do painel
diminuem proporcionalmente com o aumento da temperatura. Estas características
podem ser vistas na Figura 1.23.


I ≈
 (aumenta muito pouco)
T ↑⇒ P ↓ (diminui)
V ↓

(diminui)

Figura 1.24: Influência da temperatura na geração fotovoltaica.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
19

1.3.5 Condições de operação padrão (STC) de módulos fotovoltaicos


Os módulos fotovoltaicos são fabricados sob condições de teste padrão (STC, do inglês,
Standart Test Condition) e aprovados por certificadores internacionais. No dimensionamento
de projetos deve-se utilizar os valores sob STC que são:
h i
W
• Irradiância G = 1.000 m2

• Temperatura = 25 [◦ C]

• Massa de ar = 1, 5 [AM ]
Os valores sob STC são encontrados nas folhas de dados dos módulos fotovoltaicos,
conforme pode ser visto na parte inferior da Figura 1.25 que mostra os dados elétricos, sob
condições STC, dos modelos de módulos fotovalicos 315P, 320P, 325P e 330P.

Figura 1.25: Especificações STC contidas nas folhas de dados.


(Fonte: Canadian Solar.)

1.3.6 Condições de operação à temperatura normal da célula (NOCT)


de módulos fotovoltaicos
Os módulos fotovoltaicos operam em condições reais, diferentes do padrão STC, por
este motivo foi criada a condição de operação à temperatura da célula (NOCT, do inglês
Normal Operation Cell Temperature). Os valores em NOCT são:
h i
W
• Irradiância G = 800 m2

• Temperatura = 45 [◦ C]
20

m
• Velocidade do Vento = 1 s

Os valores sob NOCT são encontrados nas folhas de dados dos módulos fotovoltaicos
conforme pode ser visto na parte inferior da Figura 1.26 que mostra os dados elétricos, sob
condições NOCT, dos modelos de módulos fotovoltaicos 315P, 320P, 325P, 330P.

Figura 1.26: Especificações NOCT contidas nas folhas de dados.


(Fonte: Canadian Solar.)

1.3.7 Associações de módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos podem ser associados em série e/ou paralelo para formar um
arranjo ou estrutura fotovoltaica. Nas associações em série, as tensões são somadas e a
corrente que circula é a mesma. Já nos módulos módulos associados em paralelo, a tensão
é a mesma e a corrente é a soma de cada módulo.

Segundo a norma ABNT NBR 16690, os conjuntos de módulos associados em série são
denominados “séries fotovoltaicas”. Além disso, a associação de módulos em série e paralelo
formam os “arranjos fotovoltaicos”. Outro termo usado tecnicamente para referir-se às
“séries fotovoltaicas’ é o termo: “string fotovoltaica” ou simplesmente “string”. Além disso,
neste caso as séries fotovoltaicas também são subarranjos.
21

Figura 1.27: Associações entre módulos fotovoltaicos.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Na Figura 1.27, por exemplo, formou-se um arranjo fotovoltaico formado pelo paralelo
de duas séries fotovoltaicas de quatro módulos cada. A curva I x V para esta associação
pode ser vista na Figura 1.28.

Figura 1.28: Curva de associações de módulos fotovoltaicos.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.3.8 Efeito de Sombreamento


Caso uma parte do módulo fique sombreada (ex: acúmulo de folhas), a corrente que
circula pelo mesmo pode ser seriamente prejudicada e inclusive bloquear a passagem da
corrente de toda uma série fotovoltaica. Afortunadamente todos os módulos possuem
dentro da “caixa de junção”, diodos de passe (diodos de bypass), cuja função é fazer o
desvio das células com sombreamento. Por exemplo, na Figura 1.29(a), mostra-se que
parte do módulo foi sombreado pelas folhas de árvore. Nessa situação, o diodo D3 estará
22

polarizado diretamente, portanto conduzirá e fará a ponte das células sombreadas. Essa
explicação pode ser vista na Figura 1.29(b).

(a) Sombreamanto. (b) Circuito equivalente.

Figura 1.29: Comportamento da corrente pelo efeito de sombreamento de um módulo.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Geralmente, é colocado um diodo de bypass por conjunto de 15-30 células no módulo.


Por exemplo, um módulo fotovoltaico de 150 W com 36 células terá 2 diodos de bypass (1
para cada 18 células), já um painel de 330 W com 72 células terá 3 diodos de bypass (1
para cada 24 células), ambos ilustrados na Figura 1.30.

Figura 1.30: Caixa de junção de um módulo fotovoltaico com 3 diodos de bypass.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.4 Orientação e inclinação dos módulos fotovoltaicos para


máxima geração fotovoltaica
Define-se a orientação de um módulo fotovoltaico como a direção que aponta à normal
do módulo (face do módulo) em relação aos pontos cardiais. Além disso, define-se a
inclinação do módulo como o ângulo em relação ao eixo central. Com estes conceitos,
pode-se induzir que os módulos fotovoltaicos podem ser orientados e inclinados a fim de
maximizar a geração de potência fotovoltaica. Isto será possível apenas em instalações
onde pode-se escolher estes ângulos, por exemplo, em chácaras, fazendas, usinas solares, etc.
Por outro lado, em instalações residenciais, estes ângulos já estão definidos pela orientação
e inclinação do telhado onde serão colocados os módulos.
23

Para maximizar a captação de energia solar, o ideal é que em todo momento a face do
módulo seja perpendicular aos raios do sol. Assim é necessário entender a trajetória do
sol. Em um dia, a trajetória do sol nasce do leste e se põe no oeste. Além disso, devido ao
fato que o eixo de rotação da terra é inclinado em relação ao eixo de translação (conhecido
como declínio solar, cujo valor é 23,5◦ ), a trajetória do sola ao longo do ano será diferente.
A trajetória do sol ao longo do ano e do dia pode ser observada na Figura 1.31.

Figura 1.31: Trajetória do sol ao longo do dia e do ano.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Para um módulo fixo, como mostrado na Figura 1.31, a irradiância solar no começo e
no final do dia será baixa. Já no meio do dia a irradiação será máxima. Além disso, no
verão, onde o sol descreve uma trajetória mais alta, a irradiância será de maior intensidade
do que no inverno, quando o sol faz uma trajetória mais baixa.

A partir da Figura 1.31 pode-se concluir que para otimizar a captação de energia
solar seria necessário um módulo que mude sua orientação ao longo do dia e ao longo do
ano. Isso seria possível com um sistema de reastreamento automático com dois graus de
liberdade para variar ao longo do dia e ao longo do ano. Estes sistemas de rastreamento
podem ser vistos em algumas usinas fotovoltaicas de grande porte. Apesar de permitir
gerar mais energia, o custo da automação e da manutenção da parte mecânica móvel e dos
componentes eletrônicos, acaba diminuindo as vantagens em muitos casos.

Para instalações fotovoltaicas fixas deve-se considerar a irradiação solar no ano todo
para otimizar a orientação inclinação dos módulos. A Figura 1.31 mostra que, sempre que
possível, o módulo deve ser orientado para o norte geográfico, pois se o módulo apontar
para o sul, no inverno, a geração de energia poderá ser muito reduzida. A geração de
energia com o módulo orientado para o sul geográfico piora com o aumento do ângulo de
inclinação conforme pode ser visto na Figura 1.32.
24

(a) Inclinação pequena de 10◦ . (b) Inclinações maiores que 20◦ .

Figura 1.32: Incidência dos raios solares em módulos orientados ao sul geográfico.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

O posicionamento dos módulos do conjunto fotovoltaico é de fundamental importân-


cia para atingir o máximo rendimento do sistema. Para auxiliar neste posicionamento
alguns ângulos importantes deve ser considerados na fase de projeto e execução, como os
relacionados nas Figuras 1.33 e 1.34:
• (i) ângulo de altura solar (γS ) mostrado na Figura 1.33;
• (ii) ângulo de incidência (θS ) mostrado na Figura 1.33;
• (iii) ângulo azimutal de superfície (α) mostrado na Figura 1.34 e;
• (iv) ângulo de inclinação da superfície do módulo (β) mostrado na Figura 1.34 .

Figura 1.33: Ângulos de altura solar (γS ) e de incidência (θS ).


(Fonte: Elaborada pela autor.)

• Ângulo de altura solar (γS ): ângulo compreendido entre o raio solar e uma reta paralela
ao solo. Como mencionado anteriormente, a altura solar depende da trajetória, que
25

muda ao longo do dia e das estações do ano (para o hemisfério sul, no inverno, a
altura solar é menor e no verão, maior).

• Ângulo de incidência (θS ): Ângulo entre o raio solar e a normal do módulo.

Figura 1.34: Ângulos azimutal de superfície (α) e de inclinação (β).


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

• Ângulo azimutal de superfície (α): ângulo entre a projeção normal do módulo


fotovoltaico (normal) à superfície do plano horizontal e a direção norte (no caso do
hemisfério sul, onde se localiza o Brasil).

• Ângulo de inclinação da superfície do módulo (β): ângulo formado entre o plano do


módulo e a horizontal.

1.4.1 Orientação otimizada dos módulos fotovoltaicos


Em relação à orientação (pontos cardeais) o melhor aproveitamento é atingido quando
a normal dos módulos fotovoltaicos apontam para a linha do Equador. Para sistemas
instalados no hemisfério sul (caso do Brasil), os módulos devem apontar para o Norte e,
para sistemas no hemisfério norte, devem apontar para o sul.
Portanto, para lugares debaixo da linha equatorial (maior parte do Brasil) a melhor
orientação ocorre com a normal dos módulos direcionados ao Norte que corresponde com
um ângulo azimultal de superficie igual a α = 0◦ . Nesta situação, durante todo o dia e
durante todo o ano haverá incidência de radiação solar. Por outro lado, se se a normal
dos módulos forem direcionados ao Sul (azimutal de superfície igual a α = 180◦ nos meses
próximos do inverno, na maior parte das vezes, haverá muito pouca radiação solar (depende
também da inclinação dos módulos).

1.4.2 Inclinação otimizada dos módulos fotovoltaicos


Em relação à inclinação da superfície do módulo (β), como a altura solar muda ao longo
do dia e do ano, o ângulo de incidência também muda. Portanto, em um determinado mês
é possível ter uma inclinação ideal que em outro não seja. Fazendo uma média da energia
captada ao longo do ano, é possível demonstrar que o ângulo de inclinação ideal deve ser
igual à latitude do local onde serão instalados os módulos. Vale a pena ressaltar que não é
aconselhável a instalação com ângulo β < 10◦ para evitar acúmulo de poeira. Além disso,
26

uma pequena correção na escolha do ângulo é feita devido ao norte geográfico da terra ser
diferente do norte magnético, como é descrito na Tabela 1.1.

Tabela 1.1: Estimativa do ângulo de inclinação dos módulos.

Latitude geográfica do local Ângulo de inclinação


0 a 10◦ β = 10◦
11 a 20◦ β = latitude
21 a 30◦ β = latitude +5◦
31 a 40◦ β = latitude +10◦
41◦ ou mais β = latitude +15◦

1.4.3 Resumo da melhor orientação e inclinação dos módulos para ma-


ximinar a geração fotovoltaica
Em resumo, para o Brasil e lugares abaixo da linha equatorial, quando é possível escolher
a orientação e inclinação deve-se escolher que a normal dos módulos estejam direcionados
ao Norte (azimutal α = 0◦ ) e inclinação igual a latitude, β = latitude. Entretanto isto é só
possível quando se faz projetos de usinas fotovoltaicas, onde se tem essa flexibilidade de
escolher a orientação e inclinação dos módulos. Em outros casos a orientação e inclinação
dos módulos estão dados pela orientação e inclinação do lugar onde é colocado os módulos.

1.4.4 Angulo azimutal de superfície α e inclinação β em telhados de


residências
Em residências comuns, a inclinação do painel será igual à do telhado onde foi instalado.
Inclinações comuns de telhados com telhas francesas estão entre 16◦ − 21◦ e de telhas de
fibrocimento e metálica trapezoidal entre 5◦ − 15◦ , dependendo do fabricante. Nas Figuras
1.35 e 1.36, são mostrados casos de determinação do ângulo azimutal de superfície (α) e
inclinação do módulo (β).

Figura 1.35: Ângulos referentes a um módulo - Casos 1 e 2.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
27

Caso 1: Azimutal de superfície α1 = 90◦ ; Inclinação do módulo β1 = 20◦


Caso 2: Azimutal de superfície α2 = −90◦ ; Inclinação do módulo β2 = 18◦

Figura 1.36: Ângulos referentes a um módulo - Casos 3 e 4


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Caso 3: Azimutal de superfície α3 = 180◦ ; Inclinação do módulo β3 = 20◦


Caso 4: Azimutal de superfície α4 = 0; Inclinação do módulo β4 = 15◦

Dos casos analisados:


• Quando o telhado está direcionado ao leste e oeste, é recomendável colocar os painéis
em ambos os lados (casos 1 e 2)

• Quando o telhado está direcionado ao norte, é a situação ideal, onde α = 0 (caso 4)

• Quando o telhado está direcionado ao sul, é o pior caso, onde α = 180◦ (caso 3).
Nesta situação, talvez seja melhor retirar os módulos e colocar do outro lado do
telhado, ou, se não for possível, colocar mais módulos para compensar as perdas pela
orientação.

1.5 Passos para obter a irradiação solar de um local a partir


dos mapas solarimétricos
Para o dimensionamento da potência fotovoltaica é necessário determinar primeiro a
irradiação solar através de mapas solarimétricos disponibilizados na web. Geralmente são
disponibilizados a irradiância solar no plano horizontal por dia (GHI, do inglês Global
Horizontal Irradiance) e a irradiação solar em plano inclinado (GTI, do inglês Global Tilted
Irradiance).
A irradiação no plano horizontal (GHI) considera a incidência solar numa superficie
plana. Já a irradiação no plano inclinado (GTI) considera que a superficie está orientado
ao norte e com inclinação igual a latitude.
Para projetos de dimensionamento é recomendado usar a irradiação solar
no plano horizontal (GHI) por ser mais conservador e porque na maior parte das
28

vezes não temos como escolher a orientação e inclinação dos módulos que vem dado pela
inclinação do lugar onde será colocado.

A irradiação solar em plano inclinado (GTI) deve apenas deve ser usado apenas se tem
a possibilidade de selecionar a orientação do módulo ao norte e com inclinação igual a
latitude (apenas em usinas solares).

1.5.1 MÉTODO 1: Usando o Sundata no site do CRESESB

O Sundata é um programa fornecido pela CRESESB (CRESESB, 2021) que fornece


a irradiação solar em território brasileiro e arredores a partir de uma base de dados de
17 anos de imagens de satélite e com informações de mais de 72.000 pontos (estações
meteorológicos) em todo o território brasileiro. Os passos para obter a irradiação solar no
plano horizontal são os seguintes:

Passo 1: Encontrar a latitude e longitude do local de instalação através de ferramentas


como o Google Maps: é suficiente apontar no mapa o lugar e com o botão direito do mouse
e selecionar "o que há aqui". Por exemplo, São Carlos/SP conforme a Figura 1.37.

Figura 1.37: Latitude: -22,02◦ NORTE e Longitude: -47,88◦ LESTE


(ou equivalente Latitude: 22,02◦ SUL e Longitude: 47,88◦ OESTE).
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Passo 2: Colocar os valores de latitude e longitude (positivos) no sundata no link


<http://cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata>, como mostrado na Figura 1.38.
29

Figura 1.38: Sundata do site do CRESESB.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Passo 3: Escolher o valor da irradiação solar no plano horizontal. No sundata também


é disponibilizada a irradiação solar em um plano inclinado igual à latitude do lugar. Caso
seja de conhecimento que os módulos estarão com inclinação igual à latitude e orientados ao
norte, pode-se escolher essa medida de irradiação, caso contrário, é recomendável manter a
irradiação solar no plano horizontal
h (casoi mais conservador). Para São Carlos, a irradiação
solar no plano horizontal é 4, 97 mkW h
2 ·dia , assim como mostra a Figura 1.39. No Sundata

também é fornecido a irradiação solar mês a mês que pode ser usado para estimar a geração
fotovoltaica mês a mês.
30

Figura 1.39: Irradiação solar para São Carlos - SP conforme o Sundata.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.5.2 MÉTODO 2: Usando a base de dados do INPE


O INPE utiliza a mesma base de dados do SUNDATA, portanto o resultado da irradiação
solar no plano horizontal (GHI) será a mesma determinada no método 1. O procedimento
é mostrada na sequência.
Passo 1: Já com os dados de latitude e longitude, entrar no site do INPE no link
<http://labren.ccst.inpe.br/atlas_2017.html> e, no campo de consulta da base de dados
por estados, selecione o seu estado. No exemplo da Figura 1.40 é selecionado o estado de
São Paulo.

Figura 1.40: Selecionando o estado no site do INPE.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Passo 2: Na próxima página, localize o “ID” da sua cidade como mostra a Figura 1.41
que para a cidade de São Carlos - SP tem “ID” de 7767). Logo após aperte o botão “Irrad.
Global Horizontal”.
31

Figura 1.41: Localizando a ID da cidade de São Carlos - SP no site do INPE.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
h i
Passo 3: Na última página, colocar no campo de procura e obter em Wh
m2 ·dia
o valor
da irradiação solar conforme a Figura 1.42.

Figura 1.42: Irradiação solar para São Carlos - SP conforme o site do INPE.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

1.5.3 MÉTODO 3: Usando o site da SOLARGIS no Global Solar Atlas


Passo 1: Entre no site da SOLARGIS no link <https://globalsolaratlas.info/map> e
procure sua cidade, digitando o nome no campo indicado. A Figura 1.43 mostra a busca
pela cidade de São Carlos - SP. A busca também pode ser feita com a latitude e a longitude
(as coordenadas devem estar na forma 00º00’00”).
32

Figura 1.43: Localizando a cidade de São Carlos-SP no Global Solar Atlas


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Passo 2: Selecione a opção “Per day” e anote o valor de GHI (Global Horizontal
Iradiation).
h i Figura mostra que o valor de GHI para a cidade de São Carlos - SP é de
A
kW h
5, 206 m2 ·dia .

Figura 1.44: Dados de irradiação solar para São Carlos - SP no Global Solar Atlas.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

RESUMO:
Os dados de irradiação solar para a cidade de São Carlos-SP (Latitude 22,02 e Longitude
27,88), obtidos por meio dos Métodos 1, 2 e 3 foram transcritos na Tabela 1.2
33

Tabela 1.2: Valores encontrados de irradiação solar.


h i
IRS (GHI) mkW h
2 ·dia

SUNDATA 4,97
INPE 4,97
Globar Solar Atlas 5,206

Na Tabela 1.2 os valores de irradiação solar para São Carlos para o site do SUNDATA
e o INPE,IRS = 4, 97kW h/(m2 .dia), são iguais porque utilizam a mesma base de dados.
Estes valores são mais precisos (por ter mais estações metereológicas) comparado com o
obtido pelo site Global Solar Atlas cujo valor foi um pouco maior IRS = 5, 206. Desta
maneira, para cidades do Brasil é recomendado usar os valores de irradiação solar do
Sundata ou do INPE. Para outros lugares fora do Brasil deve-se usar o valor obtido do
Global Solar Atlas.

Exercício resolvido
Determine a irradiação solar no plano horizontal para a cidade de Vinhedo - SP.

Resposta:

Latitude = −23◦ N orte ou 23◦ Sul


Latitude = −47◦ Leste ou 47
h
◦ Oeste
i
SU N DAT A ⇒ IRS = 4, 88 mkW h
2 ·dia
h i
kW h
IN P E ⇒ IRS = 4, 88 m2 ·dia
(foi usando o código 7767 no site do LABREN)
h i
kW h
GlobalSolarAtlas ⇒ IRS = 5, 14 m2 ·dia

Obs: O site do SUNDATA e o INPE usam a mesma base de dados, por isso os resultados
são iguais.
34
2

Dimensionamento on-grid para


consumidores do grupo B

Nesta seção será apresentado o dimensionamento fotovoltaico de sistemas ligado à rede


(on-grid ou grid-tie) para consumidores do grupo B cujas fornecimento de tensão é inferior a
2, 5 kV que inclui residências, comércios, pequenas indústrias, dentre outros. Mais detalhes
sobre a opção tarifária de consumidores do grupo B serão estudados no capítulo 3.

2.1 Partes de um sistema fotovoltaico conectado à rede on-


grid ou grid-tie
Um sistema fotovoltaico conectado à rede, também conhecido como "“on-grid”"(do
inglês “on” conectado e “grid” rede) ou “grid-tie” é composto basicamente dos seguintes
elementos:

• (1) módulos fotovoltaicos,

• (2) inversor on-grid,

• (3) caixa de junção (ou “string box”),

• (4) quadro de distribuição,

• (5) cabos elétricos,

• (6) quadro geral,

• (7) cargas em corrente alternada,

• (8) medidor bidirecional,

• (9) conexão com a rede elétrica da concessionária.

O projeto fotovoltaico é composto apenas dos itens (1) a (5). Entretanto, para fins didáticos
foram incluídos os demais itens presentes em uma instalação elétrica de usuário do grupo
B. Todos estes elementos são mostrados na Figura 2.1 e detalhados na sequência.
35
36

Figura 2.1: Partes de um sistema fotovoltaico on-grid.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

2.1.1 Módulos fotovoltaicos para aplicações on-grid


Os módulos fotovoltaicos para aplicações on-grid são na atualidade (agosto de 2020) de
330 W , 380 W e 400, W , cuja tensão de operação entre 36 V e 40 V . Entretanto, novos
modelos de módulos de 450 W são comercializados em outros países e deverá se tornar
padrão no Brasil nos próximos meses. Em geral, uma tendência tem ocorrido nos últimos
anos é que a cada seis meses um novo modelo de módulo fotovoltaico de maior potência e
mais eficiente é lançado no mercado.

2.1.2 Inversores para aplicações on-grid


Pelo fato do inversor estar ligado à rede elétrica da concessionária, este deve possuir
algumas características especiais, tais como: desligamento automático da rede caso haja
um apagão (desconecção por ilhamento) em até 2 segundos (NBR 16149), baixo conteúdo
de harmônicos da corrente em até 5% na saída do inversor, reconecção automática após um
apagão, entre outros. Os requisitos completos que deve ter um inversor estão detalhados
nas normas ABNT NBR 16149 (Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface
de conexão com a rede elétrica de distribuição), ABNT NBR 16150 (Sistemas fotovoltaicos
(FV) — Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição —
Procedimento de ensaio de conformidade), ABNT NBR 62116 (Procedimento de ensaio de
anti-ilhamento para inversores de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica).
Afortunadamente, os projetistas não precisam se preocupar com isso, pois os inversores
vendidos no Brasil com o selo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia) já cumprem as características mencionadas. Na Figura 2.2, é apresentada a
folha de dados (datasheet) de um inversor comercial da Kstar, modelo KSG-5 0K-DM que
será utilizado como referência para os projetos apresentados neste material. As marcações
nesta Figura são descritas na sequência.
37

Figura 2.2: Datasheet do inversor KSG-DM da Kstar©, vendido por Balfar Solar©
(Fonte: Kstar.)

As marcações vermelhas de (I) até (XI) do datasheet da Figura 2.2 são conceituadas a
seguir:

2.1.2.1 Dados do inversor do lado CC

• (I) Potência máxima de entrada do inversor em CC (PCC−M AX ):


Potência máxima em corrente contínua que o inversor pode suportar. Quando o
inversor possuir mais que uma entrada com ratreador de máxima potência (MPPT),
a soma de todas as entradass MPPT não deve ultrapassar PCC−M AX . Na Figura
2.2, PCC−M AX = 5200 W .

• (II) Tensão máxima de entrada do inversor em CC (VCC−M AX ):


Máxima tensão permitida por entrada MPP. Na Figura 2.2, VCC−M AX = 500 V cc.
38

• (III) Tensão de operação nominal (VCC−N OM ):


Tensão de operação do inversor. Na Figura 2.2, VCC−N OM = 380 V cc.

• (IV) Faixa de tensão de operação MPP do inversor (VF AI−M P P ):


Faixa de tensão para garantir que o inversor trabalhará em máxima potência. Na
Figura 2.2, VF AI−M P P = 100 − 490 V cc.

• (V) Número de rastreadores de MPP do inversor (NM P P ):


Número máximo de rastreadores de potência independente do inversor. Na Figura
2.2, V NM P P = 2.

• (VI) Número de strings por entrada MPP (NST R−M P P ):


Número máximo de séries fotvoltaicas que podem ser colocadas em paralelo por cada
entrada MPPT. Na Figura 2.2, NST R−M P P = 1.

• (VII) Potência máxima po MPPT (PCC−M P P ):


Potência máxima que suporta cada entrada com rastreador de potência. Na Figura
2.2, PCC−M P P = 3000 W .

• (VIII) Máxima corrente de entrada (ICC−M AX ):


Máxima corrente de entrada pra cada MPPT. Na Figura 2.2, PCC−M P P = 13 A.

2.1.2.2 Dados do inversor do lado CA


• (IX) Potência nominal de saída (PCA−N OM ):
É a potência de saída do inversor (em corrente alternada) que este fornecerá quando
a potência de entrada (em corrente contínua) estiver no seu valor máximo. Em alguns
casos, ao invés de fornecer a potêncial nominal, é fornecido apenas a potência máxima
de saída CA (PCA−M AX ). Neste caso a potência nominal será:

PCA−N OM = PCA−M AX (2.1)

Em outros casos, no datasheet do inversor é fornecido a potência aparente nominal


(ou máxima) (PCA−AP A ) com informação do fator de potência (f dp) ajustável, que
por sua vez, pode ser ajustado no inversor. Neste caso a potência nominal de saída
será:

PCA−N OM = PCA−M AX .f dp (2.2)

Na Figura 2.2, PCA−N OM = 5000 W (igual à potência máxima).


Destaca-se que esta potência (PCA−N OM ) que é informada à concessionária no mo-
mento de solicitação de acesso à rede.
39

• (X) Potência máxima de saída (PCA−M AX ):


Em alguns modelos de inversores pode ser fornecida a potência máxima de saída do
inversor e a potência nominal. Neste caso, o inversor poderá fornecer potência su-
perior à nominal por alguns intervalos de tempo. Na Figura 2.2, PCA−M AX = 5000 W .

• (XI) Corrente máxima de saída (ICA−M AX ):


Corrente máxima de saída do inversor para condições nominais e f dp = 1. Este valor
de corrente é importante para o cálculo da bitola do condutor. Para a Figura 2.2,
ICA−M AX = 22 A. As vezes ao inves de fornecer a corrente máxima de saída CA é
fornecida a corrente nominal do inversor.
Pode verificar-se que para sistemas bifásicos como da Figura 2.2:

PCA−N OM
ICA−M AX = (2.3)
V ca
5000
ICA−M AX = ⇒ Pmod = 22, 7 A
220
Onde:

V ca Tensão de operação no Brasil (220 V );


Além destes parâmetros na Figura 2.2 pode ser visto tensão de operação (V ca),
eficiência do inversor (ηinv ), etc.

2.1.3 Caixa de junção ou String-box


A string-box é composta pelos elementos de proteção e manobra do sistema no lado de
corrente contínua.

2.1.4 Quadro de distribuição CA


O quadro de distribuição CA é composto pelos elementos de proteção e manobra no
lado de corrente alternada após a saída do inversor.

2.2 Cálculo da potência fotovoltaica PF V e número de mó-


dulos
Para o cálculo da potência fotovoltaica para o projeto, é necessário conhecer a energia
média mensal (EM ) obtida a partir da conta de energia disponibilizada pela concessionária
e fazendo uma média dos últimos 12 meses. Após isso, deve-se retirar a energia correspon-
dente ao "custo de disponibilidade".

O que é custo de disponibilidade?


É o valor cobrado pelas concessionárias para disponibilizar energia elétrica ao consumidor
do grupo B. A resolução da ANEEL N◦ 414/2010, artigo 98, estabelece os seguintes valores
mínimos de entrega de energia (custo de disponibilidade) conforme padrão de conexão com
a rede:

I – 30 kW h; se padrão monofásico ou bifásico a dois condutores.

II – 50 kW h; se padrão bifásico a três condutores.

III – 100 kW h; se padrão trifásico.


40

h i
Considerando que o custo de energia para um usuário do grupo B seja R$kW0,75 h , se ele
tiver a ligação bifásica a três condutores, então pagará mensalmente: 0, 75 × 50 = R$ 37, 50
mesmo se seu consumo for zerado.Por esse motivo é recomendado que a energia do sistema
fotovoltaico seja igual à energia média mensal da conta de energia menos a energia do
custo de disponibilidade.
Os passos para o cálculo da PF V e o número de módulos são mostrados a seguir:

• Passo 1: Determine a média da energia mensal dos últimos 12 meses (EM ) da conta
de energia da Figura 2.3 utilizando a equação 2.4.

(Consumo Jan) + (Consumo F ev) + ... + (Consumo Dez)


EM = (2.4)
12

Figura 2.3: Conta de energia de um usuário do grupo B em Vinhedo - SP.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
41

Utilizando-se a equação (2.4) e calculando a energia média mensal (dos meses de


stembro de outubro de 2017 até setembro de 2018), tem-se no exemplo tem-se:

(out 2017) + (nov 2017) + (dez 2017) + (jan 2018) + ... + (ago 2018) + (set 2018)
EM = 12
605 + 656 + 532 + 603 + 551 + 517 + 591 + 659 + 757 + 795 + 741 +688
EM = 12
h i
kW h
EM = 641, 25 mês

Por ser um sistema bifásico, a energia do custo de disponibilidade (ECD ) é 50 kW h.


Então, a energia mensal do projeto (EM P ) será:

EM P = EM − (ECD ) (2.5)

EM P = 641, 25 − 50
h i
kW h
EM P = 591, 25 mês

• Passo 2: Determine a energia fotovoltaica a ser compensada (EF V ):

EF V = EM P (2.6)

h i
kW h
EF V = 591, 25 mês

Obs: apesar de não ser recomendado, existe a possibilidade que o usuário não queira
compensar toda a energia consumida por questão de custo.

• Passo 3: Determine a irradiação solar (IRS )(insolação solar) a partir do sundata,


vide na seção 1.5, do local escolhido: Vinhedo-SP.
!
h
kW h
i Irradiação solar
IRS = 4, 88 mês para Vinhedo - SP

• Passo 4: Determine a potência pico do sistema fotovoltaico (PF V ) usando:


h i
W
1000 m2
× EF V
PF V = (2.7)
IRS × 30 [dias] × ηsis
Onde:

PF V : Potência pico do sistema fotovoltaico [W ];


h i
kW h
EF V : Energia Fotovoltaica dado em mês ;
h i
kW h
IRS : Irradiação solar do local dado em m2 ·dia
;
ηsis : Eficiência do sistema fotovoltaico;
42

h i
W
O fator 1000 corresponde à 1000 m2
foi introduzido porque os os módulos são fabri-
h i
W
cados para condições de teste padrão (STC) de irradiância G = 1000 m 2 . O fator 30

corresponde à 30 dias e foi introduzido porque a energia fotovoltaica é mensal.

A eficiência do sistema fotovoltaico ηsis é definida por:

ηsis = ηar × ηter × ηinv × ηvar (2.8)

Sendo:

• Eficiência devido à poluição do ar (ηar ): < 0, 90 − 0, 95 >

• Eficiência devido às perdas térmicas (ηter ): < 0, 90 − 0, 95 >

• Eficiência devido ao inversor (ηinv ): < 0, 95 − 0, 98 >

• Eficiência devida a vários fatores atípicos como sombreamento, orientação dos módulos
ao sul, etc (depende de caso em caso) (ηvar ): < 0, 8 − 1, 0 >

Em condições normais ηsis deve ficar entre 0,70 e 0,85. Nesta aplicação, foi escolhido
ηar = 0, 93, ηter = 0, 9 e ηinv = 0, 95 e ηvar = 1, 0. Assim ηsis = 0, 8.

Geralmente os engenheiros para maior prática de aplicação, utilizam como eficiência do


sistema o fator de ηsis = 0, 8 , que é uma boa estimativa.

Substituindo os valores na equação (2.7) tem-se:

1000 × 591, 25
PF V =
4, 88 × 30 × 0, 8
PF V = 5048, 2 W

• Passo 5: Determinar o número de módulos fotovoltaicos (NM OD ) usando a fórmula:

PF V
NM OD = (2.9)
PM OD
Onde

NM OD : Número de módulos fotovoltaicos;


PF V : Potência pico do sistema fotovoltaico [kW p];
PM OD : Potência nominal do módulo fotovoltaico a STC [W ].

Pode-se escolher módulos comerciais cujas potências são comumente de 330 W , 380 W
e 400 W . Escolhendo-se um painel comercial de PM OD = 330 W , tem-se que o número de
módulos fotovoltaicos do sistema é:

5048, 2
NM OD =
330
NM OD = 15, 3 ⇒ arredondando ⇒ NM OD = 16 módulos
43

A quantidade de módulos fotovoltaicos é uma grandeza que só aceita valores inteiros,


portanto, arredondou-se o valor para cima, fazendo com que NM OD = 16 módulos. Deve-
se, então, atualizar a potência fotovoltaica, encontrando, assim, a potência fotovoltaica
verdadeira instalada no lado de corrente contínua:

PF V = NM OD × PM OD (2.10)

PF V = 16 × 330

PF V = 5280 W p ou PF V = 5, 28 kW p

A área total necessária para instalação do sistema fotovoltaico (Atotal ) será aproxima-
damente:

Atotal = NM OD × AM OD (2.11)
Onde

Atotal : Área necessária para instalação do sistema fotovoltaico m2 ;


 

NM OD : número de módulos fotovoltaicos;


.
AM OD : Área de cada módulo fotovoltaico m2 ; ⇒ 1, 1m · 2, 1m ≈ 2, 31m2
 

Logo:
Atotal = 16 × 2, 31

Atotal = 36, 9 m2
Pode-se fazer a mesma análise de uma potência pico do sistema fotovoltaico PF V =
5048, 2 W p para os outros módulos comerciais com diferentes potências, como mostra a
Tabela 2.1.

Tabela 2.1: Análise da utilização de módulos de diferentes potências.

PM OD [W ] NM OD ⇒ arredondado [módulos] PF V [kW p] Área [m2 ]


330 15,3 ⇒ 16 5280 36,9
380 13,3 ⇒ 14 5320 32,3
400 12,6 ⇒ 13 5200 30,0
450 11,2 ⇒ 12 5400 27,7
540 (bifacial) 9,34 ⇒ 10 5400 25,8

A potência fotovoltaica instalada (PF V ) será utilizada posteriormente.

2.2.1 Cálculo de energia a partir da potência fotovoltaica.


A energia produzida pelos módulos fotovoltaicos pode ser calculada como:

PF V × IRS × ndias × ηsis


EF V = (2.12)
1000
Onde:

EF V : Energia fotovoltaica no lado CC [kW h/mês];


PF V : Potência pico do sistema fotovoltaico [W ];
h i
kW h
IRS : Irradiação solar do local dados em m2 ·dia
;
44

ηsis : Eficiência do sistema fotovoltaico.

ndias : número de dias (por mês ndias = 30; por ano ndias = 365).

Observe que a potência deve ser colocada em W na equação (2.12) para que a energia
seja calculado em [kW h/mês]. Além disso, ndias = 30 caso queira calcular a energia
referente à um do mês. Caso queira um cálculo mais preciso mês a mês é só trocar esse
número pelo número real do mês (ex. 28 dias para o mês de Fevereiro). Se for calcular a
energia anual, deve-se usar ndias = 365.
Por exemplo, para o módulo de 330 W da Tabela h 2.1, ai potência instalada é PF V =
kW h
5280 W , assim considerando ηsis = 0, 8 e IRS = 4, 88 m2 ·dia , a energia fotovoltaica média
mensal (considerando os 12 meses do ano) em [kW h/mês] é:

5280 × 4, 88 × 30 × ηsis
EF V =
1000
EF V = 618, 39 [kW h/mês]

Também é possível calcular a energia mês a mês usando o número de dias e a irradiação
solar de cada mês. Para o mesmo exemplo de PF V = 5280W , ηsis = 0, 8, para o mês de
Janeiro a irradiação solar desse mês é IRS = 5, 52kW h/(m2 .dia) (obtida do Sundata) e o
nro de dias é ndias = 31dias. Portanto a EF V será:

5280 × 5, 52 × 31 × ηsis
EF V =
1000
EF V = 722, 8 [kW h/mês]

Seguindo o mesmo procedimento, na Tabela 2.2 é calculada a energia fotovoltaica


usando a equação (2.12) dos outros meses.

Tabela 2.2: Energia Fotovoltaica mês a mês para Vinhedo/SP para uma PF V = 5280W .
h i
mês ndias IRS ∗ mkW h
2 ·dia EF V [kW h/mês]
Jan 31 5,52 722,8
Fev 28 5,72 676,5
Mar 31 5,07 663,9
Abr 30 4,59 581,6
Mai 31 3,76 492,3
Jun 30 3,53 447,3
Jul 31 3,68 481,9
Ago 31 4,68 612,8
Set 30 4,80 608,3
Out 31 5,45 713,6
Nov 30 5,77 731,2
Dez 31 6,09 797,4
*Os dados de Irradição Solar mês a mês foi obtido do Sundata para Vinhedo/SP.

Os dados seguem representados graficamente na Figura 2.4.


45

Figura 2.4: Energia Fotovoltaica mês a mês para Vinhedo/SP para uma PF V = 5280W

2.2.2 Estimativa inicial rápida da potência e energia fotovoltaica.


É necessário ter uma boa estimativa da potência fotovoltaica a partir do valor de
uma conta de energia e vice-versa. Observando a equação (2.7), a energia e potência são
proporcionais a um fator:

1000
PF V = × EF V (2.13)
IRS × 30 × ηsis
1000
 
f ator = (2.14)
IRS × 30 × ηsis

Em condições normais ηsis = 0, 8 é constante, portanto o fator, depende


h i apenas da
kW h
irradiação solar (IRS ) no Brasil, que por sua vez, varia entre 4,38 - 5,7 m2 ·dia . Portanto
considerar IRS = 4, 88 kW hm2 · dia é uma boa estimativa, assim:
 

1000
 
f ator =
4, 88 × 30 × 0, 8
fator = 8,538
Assim uma boa estimativa da potência e partir da energia é:

kW h
 
PF V [W ] = (8, 538) × EF V (2.15)
mês
Ou:
kW h PF V [W ]
 
EF V = (2.16)
mês (8, 538)

Exemplo 1:
h i
kW h
Se a média da energia mensal de uma casa for 400 mês , conexão bifásica, portanto, o
h i
kW h
custo de disponibilidade é igual à 50 mes .
46

h i
kW h
EM = 400 mês
h i
kW h
ECU S−DISP = 50 mês

Utilizando a equação (2.5) e depois a equação (2.12), tem-se

EF V = 400 − 50
h i
kW h
EF V = 350 mês

h i
kW h
EF V = 350 mes

Em seguida, aplicando a equação (2.13), tem-se

PF V [W ] = (8, 538) × 350 [kW h]


PF V = 2988 W aproximadamente

Este valor é apenas uma aproximação para ter uma estimativa inicial. Usando módulos
de 380 W , por exemplo e utilizando a equação (2.9):

2988
NM OD =
380
NM OD = 7, 8 ⇒ arredondando ⇒ NM OD = 8 módulos

Exemplo 2:

Um usuário quer saber quanta energia produzirá dois módulos de 400 W. Para tanto,
utiliza-se a eaquação (2.16)

h
kW h
i 800[W ]
EF V mes =
(8, 538)
h i
kW h
EF V = 93, 7 mes

2.3 Escolha do arranjo fotovoltaico


Os módulos fotovoltaicos podem arranjar-se em série em uma única fileira (string) de
16 módulos ou duas fileiras de 8 módulos cada, associadas em paralelo. A escolha deve ser
compatível com a entrada do inversor. Grande parte dos inversores com 3 kW de potência
ou mais possuem duas entradas independentes com rastreamento de potência máxima
(MPPT). Embora sejam mais caros, estes inversores possibilitam melhor desempenho,
especialmente quando existem pontos com sombreamento. Assim, considera-se então um
inversor com duas entradas MPPT, com duas séries fotovoltaicas. Dessa maneira o arranjo
fotovoltaico será composto por dois subarranjos de 8 módulos cada. Neste caso, cada
subarranjo também é uma série fotovoltaica.

Algumas informações importantes dos módulos (vide Figura 2.5) são necessárias para a
escolha correta do inversor. A partir do datasheet dos mesmos, tem-se os parâmetros a
STC:
Na Figura 2.5, encontra-se o datasheet do módulo fotovoltaico.
47

Figura 2.5: Datasheet painel fotovoltaico BS72P-330W da Balfar Solar©.


(Fonte: Balfar Solar.)

PM OD = 330 W (Potência nominal de pico à STC)


VOC = 46, 10 V (Tensão em circuito aberto)
Isc = 9, 20 A (Corrente de curto-circuito)
VM P P T = 37, 91 V (Tensão de operação de máxima potência)
IM P P T = 8, 71 A (Corrente de operação de máxima potência)

α = −0, 35% / C (Coeficiente de temperatura de Voc )

2.3.1 Cálculo da potência máxima dos subarranjos fotovoltaicos


A potência fotovoltaica de cada subarranjo pode ser calculada dividindo a potência
fotovoltaica instalada pelo número de subarranjos

PF V −IN S
PF V −M P P T = (2.17)
NM P P T
Onde:
PF V −M P P T : Potência fotovoltaica de cada subarranjo [kW ];
PF V −IN S : Potência fotovoltaica instalada [kW ];
NM P P T : Número de rastreadores de MPPT do inversor.
48

PF V −IN S 5280
PF V −M P P T = NM P P T = 2 ⇒ PF V −M P P T = 2640 W

A partir dos parâmetros do módulo fotovoltaico determina-se a tensão e a corrente de


cada arranjo em algumas situações.

2.3.2 Cálculo da máxima tensão de saída dos arranjos fotovoltaicos (VF V −M AX )


Como a tensão dos módulos aumenta para temperaturas inferiores a de operação
em STC, é necessário verificar qual é a máxima tensão que cada série atingirá. Para
tanto, deve-se conhecer a temperatura mínima de operação dos módulos, que, por sua vez
ocorre no período de inverno. Como referência, foi utilizada a região de Vinhedo-SP, que
Tc(min) = 5◦ C (no inverno) durante o dia e Tc(ST C) = 25◦ C. Onde Tc(min) é a temperatura
de operação mínima da célula fotovoltaica no inverno e Tc(ST C) é a temperatura da célula
em STC.

Como deseja-se encontrar o pior caso, a tensão em vazio do módulo é corrigida pelo
decremento da temperatura utilizando o coeficiente α característico de cada módulo descrita
pela equações (2.18) e (2.19). Assim, a tensão na série fotovoltaica 1 (VS1 ) fica:

α · ∆T
  
VF V −M AX = VOC × 1 + × NM OD−ST R−R (2.18)
100

∆T = Tc(min) − Tc(ST C) (2.19)


Onde:

VF V −M AX : Condição de máxima tensão de saída da série fotovoltaica [V ];


NM OD−ST R−R : Número de módulos em série por string real;
∆T : Variação de temperatura no inverno em relação à temperatura ambiente [◦ C];
h i
%
α : Coeficiente de temperatura de Voc ◦C ;
Tc : Temperatura da célula. Foi utilizado o pior caso Tc = Tc(min) [◦ C];
Tc(ST C) : Temperatura da célula em STC, Tc(ST C) = 25◦ C.

h i
Assim, tomando-se o exemplo com α = −0, 35 ◦%C , com 8 módulos em série por string
(NM OD−ST R−R = 8), com temperatura mínima no inverno de Tc(min) = 5◦ C, VOC = 46, 1 V
e tomando-se as equações (2.18) e (2.19), tem-se:

∆T = 5 − 25
∆T = −20 ◦ C
49

(−0, 35) × (−20)


  
VF V −M AX = 46, 1 × 1 + ×8
100
VF V −M AX = 394, 62 V

2.3.3 Cálculo rápido da máxima tensão de saída do arranjo fotovoltaico


Considerando que o fator α é geralmente o mesmo valor, variando minimamente de
módulo para módulo de diferentes fabricantes e modelos, e a temperatura mínima no
inverno no Brasil é em torno de 5◦ C, pode se aproximar que para cada módulo haveria um
acréscimo entre 3 a 3,5 V para cada módulo. Vamos considerar +3,5. Assim o valor de
máxima tensão de saída (VF V −M AX ) pode ser aproximado pela equação (2.20):

VF V −M AX = (VOC + 3, 5) × NM OD−ST R−R (2.20)

VF V −M AX = (46, 1 + 3, 5) × 8

VF V −M AX = 396, 8 V aproximadamente

Para as duas séries fotovoltaicas os cálculos são iguais. A partir dessas informações,
pode-se passar para a etapa de dimensionamento do inversor.

2.3.4 Cálculo de tensão de operação no ponto de máxima potência do


arranjo fotovoltaico
Para condições de operação normal, o inversor trabalha no MPP, assim, a tensão e
corrente são definidos como:

VOP E−M P P = NM ODs × VM P P (2.21)

IOP E−M P P = IM P P (2.22)

Onde:

VOP E−M P P : Tensão de operação da série fotovoltaica no MPP [V ];


IOP E−M P P : Corrente de operação da série fotovoltaica no MPP [A];
NM ODs : Número de módulos em série da string.

Assim, tomando-se o exemplo calculado no item 2.2 com duas séries de 8 módulos
(NM ODs = 8), e utilizando as equações (2.21) e (2.22), tem-se os seguintes cálculos e os
resultados apresentados na Figura 2.6:

VOP E−M P P = 8 × 37, 91


VOP E−M P P = 303, 28 V

IOP E−M P P = 8, 71 A
50

Figura 2.6: Valores de VOP E−M P P e IOP E−M P P calculados.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Os dados obtidos até então são transcritos na Tabela 2.3

Tabela 2.3: Dados obtidos nos arranjos fotovoltaicos.

Saída das séries fotovoltaicas.


Tensão no ponto
VOP E−M P P = 303, 28 V cc
de MPPT
Tensão de
VF V −M AX = 394, 64 V cc
saída máxima
Potência máxima PF V −IN S 5280
 
2640 W = =
por MPPT 2 2

2.4 Dimensionamento do inversor fotovoltaico


A entrada do inversor para esta aplicação deve ser compatível com a saída dos módulos
fotovoltaicos, assim como da rede elétrica.
Foi escolhido o inversor da Kstar©, modelo KSG-5K-DM (dados na Figura 2.2). As
seguintes informações devem ser verificadas com as saídas dos arranjos fotovoltaicos da
sessão anterior:

VCC−N OM = 380 V cc (Tensão nominal de entrada em corrente contínua do inversor)


ηinv = 0, 975 (Eficiência do inversor)

Na Tabela 2.4 é feita a comparação dos valores fornecidos pelas séries fotovoltaicas e
pelas entradas do inversor.
51

Tabela 2.4: Comparação entre as saídas das séries fotovoltaicas e a entrada do inversor.

Saída das séries fotovoltaicas. Entrada do Inversor Situação


Tensão no ponto Faixa de operação de MPP
VOP E−M P P = 303, 28 V cc OK
de MPPT 100 − 490 V cc
Tensão de Tensão Máxima CC
VF V −M AX = 394, 64 V cc OK
saída máxima 500 V cc
Potência máxima PF V −IN S 5280
 
2640 W = = 3000 W OK
por MPPT 2 2

Finalmente é recomendado que a potência aplicada na entrada do inversor em CC


(PCC−IN V ) seja maior que a potência nominal de saída do inversor em CA (PCA−IN V ). Essa
razão é dada pelo fator de sobredimensionamento entre a potência CC e CA (FSOB−IN V ):

PCC−IN V
FSOB−IN V = ; com FSOB−IN V > 1 (2.23)
PCA−IN V

Também é possível encontrar o fator de sobredimensionamento máximo permitido


(FSOB−M AX ) por determinado inversor através da equação (2.24):

PCC−M AX
FSOB−M AX = ; (2.24)
PCA−IN V

Para o inversor analisado (Kstar modelo KSG5K), a máxima potência permitida por
entrada da MPP é 3000 W (vide Figura 2.2). Como são duas entradas com MPP, então a
potência total de entrada é igual à 3000 × 2. Esta é a potência máxima de entrada deste
inversor em corrente contínua (PCC−M AX = 6000 W ). Entretanto a potência de saída
em corrente alteranda é PCA−IN V = 5000 W . Assim, utilizando a (2.24), tem-se que o
fator de sobredimensionamento máximo do inversor. Para nosso exemplo, uma vez que a
potência aplicada na entrada do inversor em corrente contínua é (PCC−IN V = 5280 W ), o
fator de dimensionamento entre a potência CC e CA (FSOB−IN V ) encontra-se dentro do
limite, conforme a seguir:

6000
FSOB−M AX =
5000
FSOB−M AX = 1, 2

5280
FSOB−IN V =
5000
FSOB−IN V = 1, 056

Sobredimensionar a potência fotovoltaica de tal maneira que FSOB−IN V > 1 além


de permitir menores inversores com menores custos, pode aproveitar melhor a geração
fotovoltaica ao longo dos anos. Isto porque a potência dos módulos cai um pouco ao longo
dos anos e o inversor opera melhor quando estiver operando mais próximo da plena carga.
52

Por outro lado deve verificar-se no datasheet do inversor qual é a máxima potência de
entrada que o inversor permite para não danificar o inversor ou perder vida útil.

Em fase de projeto quando ainda não foi escolhido o inversor, utiliza-se um fator:
FSOB−IN V = < 1, 2 − 1, 25 >

Finalmente, é necessário fazer o dimensionamento dos elementos de proteção e manobra


tanto para a parte de corrente contínua como do lado de corrente alternada, comumente
denominada quadro de distribuição.

2.5 Dimensionamento dos dispositivos de proteção e mano-


bra

Na norma brasileira NBR 5410 (seção 4.2.5.7) é indicado que, em instalações com mais
de uma alimentação (pública e local), a distribuição de cada uma delas deve ser disposta
separadamente. Portanto, são necessários dois quadros de proteção: um no lado de corrente
contínua e outro no lado de corrente alternada. O primeiro é denominado caixa de junção
ou "string box", já o segundo é chamado de quadro de distribuição.

Como a geração fotovoltaica é relativamente recente no Brasil, inicialmente as normas


não eram seguidas e, portanto, era possível encontrar instalações fotovoltaicas nas quais os
elementos de proteção CC e CA estão no mesmo quadro. Fornecedores costumavam vender
esses quadros CC+CA juntamente com os demais elementos de um sistema fotovoltaico.
Entretanto, colocar os elementos da string box junto com os do quadro de distribuição,
além de não ser permitido, deve ser evitado.

Na Figura 2.7 é mostrado o diagrama multifilar de um sistema fotovoltaico, onde


pode-se ver a “string box” e o “quadro de distribuição CA” de forma separada.
53

Figura 2.7: Diagrama multifilar de um sistema fotovoltaico on-grid.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
54

2.5.1 Dispositivos de proteção e manobra no lado CC


2.5.1.1 Fusíveis
A função dos fusíveis é proteger os módulos de uma série fotovoltaica (string ou fileira)
contra uma possível corrente reversa vinda das outras strings em paralelo. Tal corrente
pode surgir durante operação anormal devido a curto-circuito em algum módulo ou a
sombreamento excessivo.

• Quando é necessário ter fusíveis nas séries/strings fotovoltaicas?

A norma NBR 16690 (seção 5.3.9) indica a necessidade de fusíveis em strings fotovol-
taicas quando:

(número de circuitos em paralelo − 1) × ISCM OD > IM ODM AX,OCP R (2.25)

Onde:
ISCM OD : Corrente de curto-circuito do módulo fotovoltaico [A];
IM ODM AX,OCP R : Corrente reversa máxima do módulo fotovoltaico [A].

Para fins práticos, se houver três ou mais circuitos em paralelo, é necessário que cada
string tenha um fusível. O fusível deve ser específico para sistemas fotovoltaicos em corrente
contínua do tipo gP V .

• Como é o dimensionamento de fusíveis em séries fotovoltaicas?

Quando se faz necessário o uso de fusíveis nas séries fotovoltaicas, os fusíveis utilizados
devem ser capazes de suportar até uma corrente In . Segundo a NBR 16690 (seção 5.3.11.1),
In deve respeitar as duas seguintes condições:

1, 5 × ISCM OD < In < 2, 4 × ISCM OD (2.26)

In ≤ IM ODM AX,OCP R (2.27)


Onde:
In : Corrente que os fusíveis devem ser capazes de suportar [A];
ISCM OD : Corrente de curto-circuito do módulo fotovoltaico (da série) [A];
IM ODM AX,OCP R : Corrente reversa máxima do módulo fotovoltaico [A].
Apesar disso, nem sempre é possível encontrar o valor da corrente máxima reversa
do módulo (IM ODM AX,OCP R ) na folha de especificações (datasheet) do módulo. Ao invés
disso, muitos fabricantes já disponibilizam no datasheet o “Valor máximo do fusível série”
(IF U S−M AX ). Desta forma, o fusível a ser escolhido deve suportar uma corrente de até esse
valor ou, caso não exista no mercado, deve-se escolher um fusível que suporte uma corrente
menor. Além disso, o fusível deve respeitar um limite de tensão, definido pela máxima
tensão de saída da string (VF V −M AX ). Portanto, os fusíveis utilizados devem respeitar os
seguintes limites:

IF U S ≤ IF U S−M AX (2.28)
55

VF U S ≥ VF V −M AX (2.29)
Onde:
IF U S : Corrente nominal do fusível [A];
VF U S : Tensão nominal do fucível [V ];
IF U S−M AX : Valor máximo do fusível série [A];.
VF V −M AX : Condição de máxima tensão de saída da série fotovoltaica [V ].

Isso significa que o fusível não deverá deixar passar uma corrente maior que IF U S−M AX
e deverá suportar uma tensão maior ou igual a VF V −M AX sobre ele. Para o nosso exemplo,
NÃO é necessário o uso de fusíveis, pois cada MPP do inversor tem apenas uma série
fotovoltaica (considera-se cada MPPT como circuitos dependentes).

2.5.1.2 Dispositivos de proteção contra surto de tensão (DPS) do lado CC


A função do DPS é proteger os equipamentos contra tensões transitórias diretas (classe
I) ou indiretas (classe II) causadas por descargas atmosféricas ou manobras de rede. Os
ensaios para o DPS classe I e classe II são para uma corrente de impulso de 10/350µs e
8/20µs, respectivamente. Os DPSs do lado de corrente contínua devem ser específicos para
aplicações fotovoltaicas em corrente contínua e devem estar em conformidade com a EN
50539-11 (para maiores detalhes consulte a NBR 16690, seção 6.3.5).

• Quando é necessário o uso de DPS?

A norma NBR 5410 (seção 5.1.2) indica a obrigatoriedade de DPS para instalações
alimentadas por redes aéreas e parte de instalações situadas no exterior de edificações. Os
sistemas fotovoltaicos se enquadram nessas categorias; é, portanto, obrigatório o uso de
DPS em sistemas fotovoltaicos. Os DPSs devem ser colocados o mais próximo possível
do elemento que se deseja proteger. Ou seja, deve ser instalado próximo do inversor
fotovoltaico. Cada MPPT deve ter um DPS, por ser considerado um circuito independente.

• Dimensionamento do DPS no lado CC

Para o dimensionamento do DPS, é necessário conhecer:

1) Tensão máxima de operação (UC ): essa é a maior tensão (VF V −M AX ) de cada


circuito no qual será colocado o DPS. É a partir desse valor de tensão que o DPS poderá
atuar. Geralmente coloca-se um valor 10% acima do valor de operação nominal. Em
sistemas fotovoltaicos, alguns valores comuns são: 300 V cc, 500 V cc, 750 V cc e 1000 V cc.

2) Classe/Tipo: Para a maior parte das instalações fotovoltaicas, o uso de DPSs de


classe II já é suficiente. O uso de DPSs de classe I é necessário apenas quando os módulos
estão localizados em um local no qual exista proteção contra descargas atmosféricas (SPDA,
mais conhecido como pára-raios) e a armação(estrutura) do módulo fotovoltaico estiver
ligada a este SPDA. Vale ressaltar que os DPSs de classe I são mais caros que os de classe
II. Por isso, são utilizados apenas quando necessário. Maiores informações podem ser
encontradas na norma NBR 5419-2 e no catálogo do fabricante.
56

3) Corrente máxima de descarga (IM AX ): indica o valor de corrente de descarga


máximo suportado pelo DPS pelo menos uma vez, sem ser danificado. Valores comuns
para DPSs fotovoltaicos são: IM AX de 40 kA até 45 kA para classe II e IM AX de 60 kA
até 65 kA para classe I.

Para o nosso exemplo, dado que VF V −M AX = 394, 62 V , tem-se para o DPS:

UC = 500 V ⇒ (UC > VF V −M AX )

Classe = Classe II ⇒ (o sistema não está ligado à um SPDA)

IM AX = 45 kA ⇒ (valor comercial para classe II)

Algu7ns inversores (Huawei, Weg, etc), já incluim DPS Classe II internamente no lado
CC. Neste caso, não será necessário DPS CC na string box. Entretanto, deve-se lembrar
que os DPS’s devem ser trocados após um número de atuações. Se isso ocorrer durante a
garantia do inversor, o fabricante fará a troca gratuitamente, caso contrário, será necessário
instalar um novo DPS externamente na string box

2.5.1.3 Elementos de manobra e seccionamento

Na norma NBR 16690 (seção 6.3.7) é detalhada as características dos elementos de


manobra e seccionamento de uma instalação fotovoltaica. Alguns elementos são sugeridos e
outros obrigatórios. A presença de dispositivos de seccionamento em cada série fotovoltaica
é sugerida, enquanto que dispositivos interruptor-seccionador em cada arranjo e sub-arranjo
são obrigatórios. Estes dispositivos devem estar próximos ao inversor (denominado UCP,
Unidade de Condicionamento de Potência na norma). As definições de série, sub-arranjo, e
arranjo fotovoltaico podem ser encontradas na NBR 16690 (seção 3.1).

Dispositivos interruptor-seccionador (chave seccionadora)

Tem a função de isolar os arranjos fotovoltaicos do inversor para realizar manuten-


ção desses equipamentos. As chaves-seccionadoras em sistemas fotovoltaicos devem ser
específicas para corrente contínua, não sendo possível o uso de dispositivos de corrente
alternada.No mercado existem chaves seccionadoras CC de dois pólos (positivo e negativo)
com dois contatos, dois pólos com três contatos, dois pólos com quatro contatos; e quatro
pólos com quatro contatos; conforme pode ser visto na Figura 2.8. As chaves seccionadoras
das Figuras 2.8(a), 2.8(b) e 2.8(c) isolam apenas um arranjo/sub-arranjo; já a chave
da Figura 2.8(d) pode isolar até dois arranjos/sub-arranjos. Destaca-se que a corrente
interrompida é dividida pelo número de contatos. Assim quanto mais contatos a chave
seccionadora possuir, maior será a capacidade de abrir o circuito. Por outro lado, maior
também será o custo da chave.
57

(a) 2 pólos com 2 contatos (b) 2 pólos com 3 contatos

(c) 2 pólos com 4 contatos (d) 4 pólos com 4 contatos

Figura 2.8: Classificação de chaves seccionadoras


quanto a quantidade de pólos e de contatos.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Inversores com mais de um MPPT devem ser considerados como arranjos independentes,
sendo necessário a chave seccionadora para cada circuito ou string.

• Como é o dimensionamento da chave seccionadora CC?

É necessário conhecer a tensão UCH e a corrente ICH máxima que passará pelo arranjo
onde será colocada a chave, bem como o número de pólos/contatos escolhidos (N P/N C).

UCH > VF V −M AX (2.30)

ICH > Iarranjo (2.31)

Onde:
58

UCH : Tensão nominal da chave seccionadora [V ];


ICH : Corrente nominal da chave seccionadora [A];
Iarranjo : Corrente do arranjo fotovoltaico)[A];
(lembrando que um arranjo pode ter uma ou mais séries fotovoltaicas);
VF V −M AX : Condição de máxima tensão de saída da série fotovoltaica [V ].

Para o nosso exemplo VF V −M AX = 394, 62 V ; Iarranjo = 9, 2 A, logo:

UCH = 500 V cc ⇒ (valor disponível no mercado) UCH > VF V −M AX

ICH = 16 A ⇒ (valor disponível no mercado) ICH > Iarranjo

NP/NC = 2 pólos / 2 contatos

2.5.2 Dispositivos de proteção e manobra no lado CA


Os dispositivos no quadro de distribuição CA são basicamente os dispositivos de prote-
ção contra surto CA (DPS) e disjuntores CA ou disjuntores diferenciais residuais (DDR)
nos casos citados na norma NBR 5410 (seção 5.1.3.2.2).

2.5.2.1 Dispositivos de proteção contra surto (DPS) do lado CA


Para o dimensionamento é necessário definir a máxima tensão no lado CA (UC ), corrente
máxima de descarga (Imax ) e a classe do DPS que geralmente será de classe II porque
o quadro encontra-se dentro da edificação. Para nossa aplicação, a tensão da rede e ,
consequentemente, a tensão do lado CA é Vn = 220 V , por isso escolhe-se um DPS CA:

UC = 275 V ⇒ (valor comercial) UC > Vn

Classe = Classe II ⇒ (DPS encontra-se em um quadro dentro da edificação)

IM AX = 45 kA ⇒ (valor comercial para classe II)

2.5.2.2 Dispositivo de manobra e proteção no lado CA (disjuntor CA)


Para o dimensionamento do disjuntor do lado CA é necessário definir a máxima corrente
na saída (ICA−M AX ) do inversor e a tensão de rede (Vn ) onde será ligado o inversor. O
disjuntor deve ser protegido de modo que:

IDIS ≥ 1, 25 × ICA−M AX (2.32)

VDIS = Vn (2.33)

Onde:
59

IDIS : Corrente nominal do disjuntor [A];


VDIS : Tensão nominal do disjuntor [V ];
ICA−M AX : Corrente máxima na saída CA do inversor [A]
Vn : Tensão na rede elétrica no lado CA [V ].

O fator 1,25 na equação (2.32) é um fator de segurança que poderia ser alterado sem
perda de segurança entre 1,15 - 1,25 aproximadamente. Para nossa aplicação ICA−M AX =
22 A e Vn = 220 V . Logo, a corrente do disjuntor CA será: IDIS = 1, 25 ∗ 22 = 27, 5A. No
mercado pode se encontrar um disjuntor comercial de 30A. Assim os dados do disjuntor
CA são:

IDIS = 30 A

VDIS = 220 V ⇒ (bifásico)

Dependendo de como é a configuração dos elementos de proteção do quadro geral onde


é ligado o quadro de distribuição CA é possível que seja necessário proteção diferencial.
Nesse caso deve-se trocar o disjuntor CA por um disjuntor diferencial residual (DDR). Para
o dimensionamento do DDR, além das características solicitadas do disjuntor convencional,
também é necessário a corrente de sensibilidade (∆In ). Segundo a NBR 5410 (seção 5.1.3.2)
a sensibilidade para estes dispositivos deve ser alta (∆In = 30mA).

Para o nosso exemplo o DDR deve ser:

IDDR = 30 A

VDDR = 220 V ⇒ (bifásico)

∆In = 30 mA ⇒ (alta sensibilidade)


60
3

Sistema tarifário brasileiro

3.1 Introdução
O objetivo de estudar o sistema tarifário brasileiro é poder entender resumidamente
uma conta de energia (fatura) para clientes de grupo A (média e alta tensão) e grupo
B (baixa tensão). Como o tema é muito amplo, serão estudados brevemente conceitos
importantes e alguns exemplos para obter informações suficientes da conta de energia para
realizar um projeto fotovoltaico para consumidores do grupo A. Posteriormente cursos
mais avançados podem ser realizados pelos interessados para aprofundar no assunto.
A maior parte dos conceitos podem ser encontrados na resolução normativa da ANEEL
N° 414 de 9 de Setembro de 2010. As atualizações desta norma com inclusão de novas
resoluções são disponibilizadas pela ANEEL periodicamente no documento "Condições
Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica". Para este documento foi usado até a
atualização da resolução normativa 800 de 10 de Julho de 2018. (ANEEL, 2012)

3.2 Conceitos importantes


3.2.1 Potência ativa (P), potência reativa (Q) e potência aparente (S)
Em circuito de corrente alternada pode definir-se três tipos de potências: ativa, reativa
e aparente.A potência ativa (P) é a componente de potência que se transforma em trabalho
útil e é definido como a quantidade de energia elétrica por unidade de tempo, expressa
em W , kW ou M W . A potência reativa (Q) é a componente de potência que se não
se transforma em trabalho útil, mas que pode ser armazenada para funcionamento em
elementos indutivos (exemplo, motores de indução) ou devolvidos ao gerador em caso de
elementos capacitivos (exemplo, banco de capacitores). Esta componente de potência é
expressa em V ar, kV ar ou M V ar. A potência aparente (S), expressa em V A, kV A ou
M V A e pode ser obtida da combinação entre a potência ativa (P) e reativa (Q) através do
triângulo de potências.

3.2.2 Energia elétrica ativa (Eat ) e reativa (Ere )


A energia elétrica ativa (Eat ) é a energia convertida em outra forma de energia, expressa
em W h, kW h ou M W h. Por sua vez, a enegia reativa (Ere ) é aquela utilizada pelos campos
elétricos e magnéticos sem produzir trabalho e é expressa em V arh, kV arh ou M V arh.
A energia ativa reativa podem relacionar-se com a potência ativa (P) e reativa (Q)
como mostra as equações a seguir:

Eac = P · t (3.1)
61
62

Eac = Q · t (3.2)

Sendo:

t: Tempo de medição [ h].

Em sistemas elétricos, geralmente o tempo é medido em horas ou múltiplos de horas.


Cabe destacar que toda que toda vez que se trabalha com energia é necessário indicar o
período total da medição, por exemplo, um dia, um mês ou um ano. Nas contas de energia
elétrica o período medido é de um mês.

3.2.3 Fator de potência (fdp)


O fator de potência é uma relação dada pelo cosseno do ângulo θ, formado entre a
potência ativa e a aparente, conforme pode ser visto na Figura ?? e equação a seguir.

f dp = cos(θ) (3.3)

Sendo:

θ : Ângulo do fator de potência entre a potência ativa e reativa [◦ ];


f dp : Fator de potência.

O fator de potência em função da potência ativa e reativa pode ser obtido do triângulo de
potência da Figura ?? conforme equação a seguir.

P
f dp = p 2 (3.4)
P + Q2

O fator de potência também pode ser obtido utilizando-se as medidas de energia elétrica
ativa e reativa em um mesmo período como mostra a equação a seguir.

Eac
f dp = p (3.5)
(Eac )2 + (Ere )2

Sendo:

Eac : Energia ativa em um período determinado; [kW h];


Ere : Energia reativa no mesmo período de Eac [kW h].

3.2.4 Demanda
A demanda é a média das potências elétricas ativas ou reativas solicitadas ao sistema
elétrico pela unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa
em quilowatts (kW ) e quilovolt-ampère-reativo (kV ar), respectivamente.
63

3.2.5 Demanda máxima


Maior valor da demanda (potência) durante um certo período (dia, mês, ano, etc)
expressa em (kW ).

3.2.6 Demanda média


Relação entre a energia elétrica consumida durante um período (kWh) e o número de
horas deste período. Na Figura 3.1 é mostrada a “curva de carga” ou “curva de demanda
diária” de um usuário do grupo A, onde pode-se observar a demanda máxima e média.

Figura 3.1: Curva de carga ou curva de demanda de um usuário do grupo A.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

3.2.7 Fator de Carga


O fator de carga é a razão entre a demanda média (Dmédia ) e a demanda máxima
(Dmáxima ) ocorrida no mesmo intervalo de tempo, calculada conforme equação a seguir.

Dmédia
FC = (3.6)
Dmáxima
Sendo:
FC: Fator de carga.
Dmédia : Demanda média em kW .
Dmáxima : Demanda máxima em kW .

Da Figura 3.1, pode-se obter o fator de carga por meio da equação (3.6).

450
FC = = 0, 584
770

O fator de carga é importante porque nos dá informações do quanto da energia


disponível esta sendo utilizado pela consumidor. Fatores de carga baixo implicam em
64

sistemas elétricos pouco aproveitados e vice-versa. Por exemplo em industrias de países


altamente industrializados como o Japão, o fator de carga é próximo de 1.

3.2.8 Consumo ou energia


A energia ou consumo de um usuário é calculado pela demanda vezes o tempo. No
Brasil os medidores operam com intervalos de 15 minutos, portanto a demanda é obtida
a cada 15 minutos. Assim pode-se calcular a energia ou consumo em períodos fixos de
dia e de mês, este último é que aparece na conta de energia. A energia por dia pode ser
calculada conforme equação a seguir.
96
X
Consumo (ou Energia) / dia = Di · ∆t (3.7)
i=1
Sendo:
Di Demanda medida no intervalo de 15 minutos [kW ];
15min
∆t = 60min = 14 h → Intervalo de tempo [h].

h i
O fator 96 foi calculado multiplicando-se 24 × 4 medidas
hora = 96 medidas em um dia.
O consumo (ou energia) por mês pode ser calculado multiplicando-se o número de medidas
por 30. O consumo (ou energia) por mês da equação (3.8) é a que aparece na conta de
energia e vem dado em [kW h/mês].
2880
X
Consumo (ou Energia) / mês = Di · ∆t (3.8)
i=1

Finalmente, cabe destacar que o consumo (ou a energia) é a área abaixo da “curva
de carga” como mostra a Figura 3.1. Antes de continuar com os conceitos, é necessário
entender que o custo da energia é diferente dependendo do horário. É quase como a lei
de oferta e demanda. Quanto mais energia é solicitada pelos usuários, mais o sistema
precisará de usinas funcionando e, em certos períodos, é necessário uso de usinas térmicas
movidas a combustíveis fósseis (carvão, gás, diesel, etc) cujo custo é muito mais elevado
comparado com usinas hidráulicas, portanto, o custo da energia fica mais mais caro. Para
tanto a ANEEL criou os postos tarifários como mostrado a seguir.

3.2.9 Postos (horários) tarifários:


No Brasil são definidos basicamente três postos tarifários:

• Horário de ponta: Período definido pela concessionária (3h) consecutivas, com


exceção de sábado, domingo e feriados federais.

• Horário intermediário: Período formado pela hora anterior e posterior ao período


de ponta (2h).

• Horário fora de ponta: Período composto pelas horas complementares aos períodos
de ponta e intermediário.

Na Figura 3.2 é mostrado a curva de demanda com os postos tarifários para a CPFL
de um usuário do grupo B, tarifa Branca, onde podemos ver:
65

• Horário fora de ponta: 22:00 - 17:00;

• Horário de intermediário: 17:00 - 18:00 e das 21:00 - 22:00;

• Horário de ponta: 18:00 - 21:00.

Figura 3.2: Curva de carga com postos (horários) tarifários do grupo B (tarifa branca).
(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Cabe destacar que:

• Consumidores do grupo B podem ter dois ou três postos tarifários.

• Para consumidores do Grupo A tem-se apenas dois postos tarifários horário de ponta
e horário fora de ponta.

• O período do horário de ponta varia de concessionária em concessionária. Por exemplo


na CPFL o horário de ponta é das 18:00 às 21:00 e fora de ponta é das 21:00 às 18:00.
Na LIGHT o horário de ponta é das 17:30 às 20:30 e fora de ponta é das 20:30 às
17:30. Essas informações são disponibilizadas no site de cada concessionária.

3.2.10 Demanda contratada (DCON T )


Demanda de potência ativa obrigatória e continuamente disponibilizada pela distri-
buidora e que deve ser integralmente paga seja utilizada ou não durante o período de
faturamento, expressa em quilowatts [kW].

3.2.11 Demanda medida


Maior demanda ativa verificada por medição no intervalo de 15 minutos durante o
período de faturamento [kW].

3.2.12 Demanda faturável


Valor da demanda de potência ativa considerada para fins de faturamento, com aplicação
da respectiva tarifa [kW].
66

3.2.13 Demanda de ultrapassagem

Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada [kW].

Exercício proposto
Para entender melhor estes conceitos, complete os espaços em branco a seguir com as
informações encontradas na curva de carga da Figura 3.3.

- Demanda Contratada (Ponta):________


- Demanda Contratada (Fora de Ponta):________
- Demanda Medida (Ponta):________
- Demanda Medida (Fora de Ponta):________
- Demanda Faturável (Ponta):________
- Demanda Faturável (Fora de Ponta):________

Figura 3.3: Curva de carga de um usuário do grupo A (tarifa verde).


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

Respostas:
Demanda Contratada (Ponta) = 520 kW
Demanda Contratada (Fora de Ponta) = 800 kW
Demanda Medida (Ponta) = 660 kW
Demanda Medida (Fora de Ponta) = 770 kW
Demanda Faturável (Fora de Ponta) = 800 kW
Demanda Faturável (Ponta) = 660 kW (ultrapassou).
67

3.2.14 Valor cobrado (R$) pela ultrapassagem: Dultrapassagem (p)


Cabe destacar que se um consumidor ultrapassar a demanda ativa contratada em mais
de 5%, além de pagar a demanda contratada, deverá pagar o valor excedente com tarifa
diferenciada. O valor cobrado por este excedente é denotado por (Dultrapassagem ).

Dultrapassagem (p) = [P AM (p) − P AC(p)] × 2 × V RDU LT (p) (3.9)


Sendo:

Dultrapassagem (p) : Valor correspondente à demanda de potência ativa excedente por posto
tarifário “p”, quando cabível em Reais [R$];

P AM (p) : Demanda de potência ativa ou MUSD medidas em cada posto tarifário “p” no
período de faturamento, quando cabível [kW ];

P AC(p) : Demanda de potência ativa ou MUSD medidas em cada posto tarifário “p” no
período de faturamento, quando cabível [kW ];

V RDU LT (p) : Valor de referência equivalente às tarifas de demanda de potência aplicáveis


a cada subgrupo do grupo A ou as TUSD consumidores livres [KW ];

p : Indica o posto tarifário ponta ou fora de ponta para as modalidades tarifárias horárias
ou período de faturamento para a tarifa convencional binômia;

Para entender melhor este conceito, analisa-se a curva de carga da Figura 3.3. Observa-
se que no período de ponta o usuário ultrapassou a demanda contratada, portanto calcula-se
o valor da demanda que ultrapassou.

P AC(ponta) = 520 kW

P AM (ponta) = 660 kW

Excesso = P AM (ponta) − P AC(ponta) = 660 − 520 ⇒ Excesso = 140 kW

5%P AC(ponta) = P AC(ponta) · 0, 05 = 25 kW

Como o Excesso é maior que 5%PAC(Ponta), o usuário precisará pagar além da demanda
contratada um adicional dado por:

Dultrapassagem = 140kW × 2 × T arif a(P onta)(R$/kW ) (3.10)

3.2.15 Bandeiras tarifárias


As tarifas de energia podem ter valores adicionais dependendo da geração do sis-
tema. Em época de estiagem, por exemplo, é necessário o uso de geradores térmicos
movidos à combustíveis fósseis (carvão, gás, diesel, etc), pois a energia proveniente de
geradores hidráulicos é menor, elevando o custo da energia. Estes indicadores do pe-
ríodo em que se encontra o sistema é dado pela ANEEL através de bandeiras tarifárias:
68

<www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias>, como pode ser visto na Figura 3.4, que relaciona


os itens descritos a seguir.

• Verde: A tarifa não tem acréscimo.

• Amarela: A tarifa tem acréscimo de 0, 015R$/kW h. (Jan/2020)

• Vermelha: Tem dois patamares. No patamar 1 há acréscimo de 0, 04R$/kW h. No


patamar 2 há acréscimo de 0, 06R$/kW h. (Jan/2020)

Figura 3.4: Bandeiras tarifárias.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

3.2.16 Carga instalada


A carga instalada é a soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados
na unidade consumidora e em condições de entrar em funcionamento, expresa em quilowatts
(kW ).

3.2.17 Potência instalada em transformadores (SIN S−T )


Para unidades consumidoras que têm transformadores na entrada do sistema, a po-
tência instalada em transformadores é obtida pela soma das potências aparentes dos
transformadores dadas em kV A.

3.2.18 Demanda contratada limitada pela potência do transformador


Para unidades consumidoras com transformador, o maior valor da demanda contrada é
limitada pela potência instalada do transformador de entrada multiplicado pelo fator de
potência igual a 0,92, conforme equação a seguir.

P CON T −LIM = SIN S−T · 0, 92 (3.11)


Sendo:

P CON T −LIM Máximo valor da demanda contratada que pode ser solicitada à concessi-
69

- onária limitada pelo transformador (kV A).

SIN S−T Potência instalada do(s) transformador(es) de entrada (kV A).

3.2.19 Consumidor livre


Segundo a ANEEL, consumidor livre é aquele que, atendido em qualquer tensão, tenha
exercido a opção de compra de energia elétrica, conforme as condições previstas nos arts.
15 e 16 da Lei n° 9.074, de 7 de Julho de 1995 Decreto n° 5.163, de 30 de Julho de 2004
(Diário Oficial, de 30 de Julho de 2004, seção 1, p.1). Fábricas, shoppings, indústrias que
estão enquadradas nesta categoria podem hoje escolher de quem comprar energia.

3.2.20 Consumidor especial


Todo consumidor que contrata energia de fontes renováveis é considerado consumidor
especial. Essa condição dá o direito desconto de no mínimo 50% nas tarifas de transporte
<www.uniaoenergia.com.br>.

3.3 Estrutura tarifária


3.3.1 Unidades consumidoras do grupo A
Aplicam-se aos seguintes casos:

• Consumidores cuja tensão de fornecimento seja maior ou igual a 2,3kV.

• Consumidores com tensão de fornecimento menor que 2,3 kV, porém atendidos por
rede elétrica subterrânea.

Tabela 3.1: Cada subgrupo com suas respectivas tensões de fornecimento.

Subgrupo Tensão de fornecimento


A1 ≥ 230 kV
A2 88 kV a 138 kV
A3 69 kV
A3a 30 kV a 44 kV
A4 2,3 kV a 25 kV
AS Subterrâneo

3.3.2 Unidades consumidoras do grupo B


Consumidores cuja tensão de fornecimento seja inferior a 2,3kV.

• B1: Classe residencial e sub-classe residencial de baixa renda.

• B2: Classe rural, abrangendo diversas sub-classes, como agropecuária, cooperativa


de eletrificação rural, indústria rural e serviço público de irrigação rural.
70

• B3: Outras classes: industrial, comercial, serviços e outras atividades, poder público,
serviço público e consumo próprio.

• B4: Iluminação.

3.4 Modalidade Tarifária


3.4.1 Modalidade tributária para unidades consumidoras do grupo A
a) Modalidade horária azul: Aplica-se obrigatoriamente a consumidor atendido por
tensão maior ou igual a 69kV e opcional quando atendido por tensão inferior a 69kV.
Fatura-se:

• Demanda de potência (R$/kW): Com valores diferentes para horário de


ponta (P) e horário fora de ponta (FP).

• Consumo de energia (R$/kWh): Com valores diferentes para horário de


ponta (P) e horário fora de ponta (FP).

b) Modalidade horária verde: Aplica-se para consumidores atendidos por tensão


inferior a 69kV.

• Demanda de potência (R$/kW): Valor único.

• Consumo de energia (R$/kWh): Com valores diferentes para horário de


ponta e horário fora de ponta.

3.4.2 Modalidade tarifária para unidades consumidoras do grupo B


a) Tarifa convencional (apenas energia kWh): Caracterizada por tarifa de con-
sumo de energia elétrica independente da hora de utilização do dia.
b) Tarifa horária branca (exceto B4 e B1): Caracterizada por tarifas diferenciadas
de consumo de energia elétrica em três postos tarifários: fora de ponta, intermediário
e ponta. A mudança da tarifa convencional para a tarifa horário branca é opcional
para o consumidor. Caso o consumidor opte por esta modalidade, a concessionária
deverá instalar um medidor eletrônico.A partir de 2020, qualquer usuário do grupo B
poderá requerer esta opção tarifária.

3.4.3 Composição do valor da tarifa


A tarifa é composta por duas partes: tarifa de consumo ou energia (R$/kW h) e tarifa
de demanda ou potência (R$/kW h). Por sua vez a tarifa de consumo tem duas partes:
tarifa pelo uso do sistema de distribuição (TUSD) e tarifa de energia produzida (TE). Por
fim, a tarifa de demanda considera apenas a tarifa de uso de sistema de distribuição.
71

3.4.4 Composição de uma conta de energia

A composição de uma conta de energia depende do grupo tarifário (grupo A e B) e


da modalidade tarifária: horária (verde ou azul), convencional (monômia) e branca. Por
sua vez estas modalidades tarifárias tem postos tarifários nos quais são cobrados as tarifas
pelo consumo de energia (TE + TUSD) e pela demanda (TUSD). As tarifas mencionadas
acima são aplicadas para potência (kW) e energia (kWh) ativa. Entretanto se o fator de
potência da unidade consumidora for inferior a 0,92, será cobrada uma multa para usuários
do grupo A. O faturamento é calculado considerando o kVARh e a demanda de potência
reativa do consumidor, e são aplicadas as mesmas tarifas de energia elétrica e potência
ativa (mais informações na RN 4/4/2019, seção IV). Na fatura também aparecerão os
adicionais das bandeiras tarifárias aplicadas ao consumo de energia ativa. Finalmente, na
conta de energia também são incluídos os tributos devido a:

• Tributos federais: Composto do programa de integração social (PIS) e contribuição


para o financiamento da seguridade social (COFINS). A soma destas alíquotas é
próximo de 9%.

• Tributos estaduais: Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS),


cobrados na conta de energia elétrica.

• Tributos municipais: CIP ou COSIP (contribuição para o custeio do serviço de


iluminação pública).

• Encargos setoriais.

3.5 Mapa mental do sistema tarifário brasileiro

A fim de aprender com maior facilidade o sistema tarifário, foi elaborado o mapa mental
da Figura 3.3 onde pode-se observar todos os conceitos vistos anteriormente.
Figura 3.5: Mapa mental do sistema tarifário brasileiro grupo A e B.
(Fonte: Elaborada pelo autor.)
72
73

3.6 Dados da conta de energia

Figura 3.6: Conta de energia - consumidor do grupo A.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)
74

Tabela 3.2: Energia ou consumo no horário de ponta e fora de ponta obtido da Figura 3.6
(valores aproximados).

Energia ou consumo Energia ou consumo


Ponta [kW h] Fora de Ponta [kW h]
MAI 600 15000
ABR 450 15500
MAR 500 17500
FEV 850 15500
JAN 500 15000
DEZ 600 17200
NOV 450 15000
OUT 725 15000
SET 700 17000
AGO 650 15000
JUL 700 13000
JUN 250 12000
Total no ano 6975 182700
Média mensal 581,25 15222

A média mensal da Tabela 3.2 foi obtida dividindo a energia anual por 12. Além disso,
na Tabela 3.3 são mostrados os valores das tarifas, tanto de demanda contratada, como
da energia (ou consumo) no horário de ponta e fora de ponta obtidos da conta de energia
da Figura 3.6. Na mesma Tabela é mostrada a demanda contratada, energia ou consumo
médio mensal (dos últimos 12 meses no horário de ponta e fora de ponta obtido da Tabela
3.2).

Tabela 3.3: Valores (médios), tarifas e custo médio que pagaria o usuário da Figura 3.6

Valor TUSD TE Valor Total da


(kW h) (R$) (R$) Operação (R$)
Demanda Contratada
190 14,12973685 - 2684,65
DCCON T [kW h]
Energia (ou Consumo)
no horário Fora de Ponta 15222 0,10330379 0,35945334 7044,09
EEF P [kW h]
Energia (ou Consumo)
no horário de Ponta 581,25 0,99133783 0,59640681 922,88
EEP [kW h]
Total 10651,61

Na última coluna da Tabela 3.3 é mostrado o custo da operação da demanda da energia


(ou consumo) em reais. A partir da conta de energia da Figura 3.6 e das Tabelas 3.2 e 3.3
foram completadas as informações a seguir.
75

1. Grupo: A Subgrupo: A4 Modalidade Tarifária: Verde

2. Demanda Contratada DCON T : 190 kW

3. Tensão contratada: 11,9 kV

4. Potência instalada no transformador: Não

5. Energia ou consumo (média mensal) no horário Fora de Ponta EEF P : 15222 kW h/mês

6. Energia ou consumo (média mensal) no horário de Ponta EEP : 581,25 kW h/mês

7. Tarifa de energia no horário Fora de Ponta T EEF P : 0,35945334 R$/mês

8. Tarifa de energia no horário de Ponta T EEP : 0,59640681 R%/mês

Os dados da Tabela 3.3 e as informações acima serão utilizados no dimensionamento


do sistema fotovoltaico do próximo capítulo.
76
4

Dimensionamento On-grid de
Consumidores do Grupo A

4.1 Introdução

Como explicado na seção 3.3.1, unidade consumidoras do grupo A são caracterizadas


por serem alimentadas com tensão superior à 2, 3 kV ou com tensões inferiores à 2, 3 kV a
partir de sistema subterrâneo. Estes usuários são classificados com modalidade tarifária azul
(obrigatoriamente para usuários com tensões maiores que 69 kV e opcional para tensões
inferiores à 69 kV ) e modalidade tarifária verde (para usuários com tensões inferiores à
69 kV ).

Nestes usuários, mensalmente é cobrado na conta de energia:

(i) Demanda (Potência) : única tarifa (demanda) para a modalidade verde e duas
tarifas (demanda de Ponta e demanda fora de ponta) para a modalidade azul.
(ii) Consumo (Energia) : duas tarifas no horário de ponta (EP) e fora de ponta
(EFP) tanto para a modalidade verde, como para modalidade azul.

Mais detalhes sobre a modadlidade tarifária do usuário grupo A podem ser encontrados
na 3.5.

4.2 Partes de uma Instalação de um Usuário do Grupo A

Para fins didáticos, na Figura 4.2 é mostrado o diagrama unifilar de um usuário do


grupo A, incluindo uma instalação fotovoltaica.
77
78

Figura 4.1: Diagrama unifiliar de um consumidor do grupo A com sistema fotovoltaico.


(Fonte: Elaborada pelo autor.)

(a) Rede da Concessionária: é composta pelos terminais da rede elétrica trifásica


da concessionária em média ou alta tensão.

(b) Quadro de Medição: é o primeiro quadro entre a rede da concessionária e o


transformador de entrada. Nesse quadro está o medidor eletrônico que monitora a potência
e energia do usuário. Também pode conter elementos de proteção (disjuntor, relés) e
manobra (seccionador).

(c) Transformadror de Entrada: a função do transformador de entrada é diminuir a


tensão de entrada de média e alta tensão para um valor compatível com a carga. Em alguns
casos podem ser colocados vários transformadores para alimentar cargas independentes ou
em paralelo.
A soma das potências aparentes (em kV A) dos transformadores de entrada define a
“Potência instalada em transformadores (SIN S−T )” como descrito na seção 3.2.17. Para a
Figura 4.2, o sistema é composto por dois transformadores (ST 1 e ST 2 ), assim, a potência
instalada em tranformador é:

SIN S−T = ST 1 + ST 2
SIN S−T = 150 + 150 ⇒ SIN S−T = 300 kV A

(d) Quadro Geral: é o quadro onde estão os elementos de manobra, seccionamento e


proteção do lado de baixa tensão.

(e) Cargas: é composto por todos os equipamentos (motores, iluminação, etc) ligadas
na saída do quadro geral que utilizam a energia para seu funcionamento.
A partir do comportamento da carga pode-se definir a Demanda Contrada (DCON T )
que é solicitada à concessionária. Na Figura 4.2, por exemplo, o sistema tem uma
DCON T = 190 kW
79

(f) Sistema Fotovoltaico: o sistema fotovoltaico é projetado a fim de que a energia


produzida compense a energia consumida pela carga.
Segundo a RN 482/2012 (ANEEL, 2012) modificada pela RN 687/2015 (ANEEL, 2015),
a máxima potência fotovoltaica que pode ser instalada para usuários do grupo A deve ser
menor ou igual à Demanda Contratada pelo usuário.

PIN S ≤ DCON T (4.1)


Sendo:

DCON T Demanda Contrada da unidade consumidora [kW ];


PIN S Potência fotovoltaica instalada em [kW ].

Qual é a potência fotovoltaica instalada considerada pela concessionária?


Para responder esta pergunta devemos perceber que existem duas potências em um
sistema fotovoltaico, uma em corrente contínua, na sáida dos módulos fotovoltaicos (PF V )
e outra em corrente alternada, na saída do inversor fotovoltaico (PCA−IN V ).
As concessionárias consideram a menor destas potências como potência instalada.

PIN S = menor(PF V , PCA−IN V ) (4.2)


Sendo:

PIN S : Potência instalada considerada pela concessionária [kW p];


PF V : Potência fotovoltaica pico instalada no lado de corrente contínua [kW p];
PCA−IN V : Potência instalada no lado de corrente alternada, que é igual à
potência nominal em C.A. (PCA−N OM ) do inversor [kW ].

Lembrando que em projetos bem dimensionados, a potência do lado CA do inversor


deve ser menor do que a potência do lado CC, ou seja, PIN S = PCA−IN V de tal maneira
que a equação (4.1) pode-se trocar por

PCA−IN V ≤ DCON T (4.3)


Finalmente, caso haja mais de um inversor no sistema fotovoltaico, a potência na saída
do inversor será igual à soma da potências nominais em CA. Por exemplo, na Figura 4.2, o
sistema fotovoltaico tem dois inversores com potências em CA de PCA−N OM 1 e PCA−N OM 2 ,
respectivamente. Assim a potência total na saída do inversor será:

PCA−IN V = PCA−N OM 1 + PCA−N OM 2 (4.4)


Sendo:

PCA−IN V : Potência total em CA na saída do inversor [kW ];

PCA−N OM 1 : Potência nominal em CA do inversor 1 [kW ];

PCA−N OM 2 : Potência nominal em CA do inversor 2 [kW ];

Desta forma, para a unidade consumidora da Figura 4.2, a máxima potência em CA na


saída do inversor que pode ser instalada deve ser menor ou igual à DCON T

PCA−IN V ≤ DCON T
PCA−IN V ≤ 190 kW
80

4.3 Compensação de energia do sistema fotovoltaico em di-


ferentes postos tarifários
No artigo 7, inciso XI da RN 482/2012 (ANEEL, 2012) atualizada pela RN 687/2015
(ANEEL, 2015), está indicado que a compensação de energia do sistema fotovoltaico deve
ocorrer primeiramente no posto tarifário em que ocorreu a geração e, posteriormente, nos
demais postos tarifários, devendo ser observada a relação entre os valores das tarifas de
energia (TE).
Na Figura 4.2 é mostrada a energia consumida pela carga (EP e EF P ) e produzida
pelo sistema fotovoltaico (EF V ) junto com os horários em que ocorrem essas energias
e o custo de cada uma (T EEP , T EEF P ). Por um lado, a energia fotovoltaica (EF V ) é
produzida basicamente no horário fora de ponta; por outro, a carga consome energia tanto
no horário fora de ponta (EF P ), como no horário de ponta (EP ).
O que se deseja é que a energia fotovoltaica compense a energia da carga no horário fora
de ponta e no horário de ponta, mas deve considerar-se que o custo da tarifa em horário
de ponta (T EEP ) é mais caro que no horário fora de ponta (T EEF P ).
Para que a energia produzida pelo sistema fotovoltaico (EF V ) compense a energia fora
de ponta (EF P ) a relação é um para um (1:1). Já para compensar a energia da carga no
horário de ponta é necessário multiplicar pelo fator TTEEEF
EP
P
. Assim, a energia fotovoltaica
necessária para compensar a energia da carga tanto no horário de ponta e fora ponta é:

Figura 4.2: Energia consumida pela carga (EP e EFP) produzida pelo sistema FV (EF V .)
(Fonte:Elaborada pelo autor.)

T EEP
EF V = EF P + · EP (4.5)
T EEF P
Sendo:
EP : Energia consumida pela carga no horário de ponta [kW h]

EF P : Energia consumida pela carga no horário fora de ponta [kW h]

T EEP : Tarifa de energia consumida pela carga no horário de ponta [R$/kW h]

T EEF P : Tarifa de energia consumida pela carga no horário fora de ponta [R$/kW h]

EF V : Energia que deve produzir o sistema fotovoltaico a fim de compensar a energia

da carga no horário de ponta e fora de ponta [kW h]


81

Esta sobreentendido que as informações da equação (4.5) são obtidas para um período
de um mês da conta de energia.

4.4 Dimensionamento fotovoltaico para consumidores do


grupo A

Como explicado na seção 4.2 (f), a potência fotovoltaica que pode ser instalada para
um usuário do grupo A está limitada pela Demanda Contratada (DCON T ).

Em alguns casos é possível que a potência fotovoltaica instalada, que produzirá energia
necessária para compensar a energia da carga, seja menor que a demanda contratada,
neste caso não haverá nenhuma limitação. Entretanto, em outros casos é possível que a
potência fotovoltaica instalada necessária seja maior que a Demanda Contratada. Neste
segundo caso, será necessário aumentar a Demanda Contratada junto à concessionária,
onde é necessario um estudo das adaptações para esta alteração.

Tendo em vista a restrição devido à demanda contratada e se o usuário está disposto


ou não a fazer as alterações, o dimensionamento fotovoltaico será dividida em dois tipos:
dimensionamento em que usuário não queira fazer o aumento da demanda contratada
(de tal que o projeto é limitado à esta potência) e dimensionamento que o usuário esteja
disposto a aumentar a demanda contratada.

4.4.1 Dimensionamento fotovoltaico sem alterar a demanda contratada

Nesta abordagem, a potência instalada do sistema fotovoltaica é limitada à demanda


contratada. Se durante o processo for verificado que a potência fotovoltaica instalada é
maior que a demanda contratada, então deve se ajustar a potência fotovoltaica instalada
igual à demanda contratada.

Como explicado na seção 4.2 (f), para projetos fotovoltaicos bem dimensionados a
potencia fotovoltaica instalada considerada pela concessionária (PIN S ) será igual à potência
nominal em CA na saída do inversor (PCA−IN V ).

Caso haja mais de um inversor, a potência em CA na saída do inversor será a soma das
potências nominais em CA de todos os inversores.

Na Figura 4.3 são mostrados todos oa passos para essa abordagem.


82

Figura 4.3: Dimensionamento fotovoltaico sem alterar a demanda contratada.


(Fonte:Elaborada pelo autor.)

Os passos são:

a) Obter os dados do projeto:


h i
• Irradiação Solar IRS mkW h
2 ·dia e temperatura mínima de operação do módulo
(T c(min)) (vide na seção 1.5)
• Informações da conta de energia
h i
R$
- Demanda contratada: DCON T kW h

Observação: para a tarifa azul existem duas demandas contratradas no hora-


rio de ponta e fora de ponta. Nesse deve-se escolher apenas a demanda contratada no
horário fora de ponta.
 h i
R$
- Tarifa de energia no horário de ponta T EEP kW h
 h i
R$
- Tarifa de energia no horário fora de ponta T EEF P kW h
 h i
R$
- Tarifa do uso do sistema de distribuição no horário de ponta T U SDEP kW h
 h i
R$
- Tarifa do uso do sistema de distribuição no horário forade ponta T U SDEF P kW h
83

b) Determinar a energia produzida pelo sistema fotovoltaico (EF V ) a fim de


compensar a energia da carga no horário de ponta (EP ) e fora de ponta
(EF P ), dado pela equação (4.5)

T EEP
EF V = EF P + · EP
T EEF P

c) Determinar a potência fotovoltaica instalada (pico) no lado CC (PF V ), a


partir da energia fotovoltaica (EF V ) usando a equação (2.7), re-escrita por
fins didáticos.
h i
W
1000 m2
× EF V
PF V =
IRS × 30 [dias] × ηsis

Onde:

PF V : Potência pico do sistema


h fotovoltaico
i [W ];
kW h
EF V : Energia fotovoltaica mês ; obtida hdo passo i (b)
IRS : Irradiação solar do local dados em mkW h
2 ·dia ;

ηsis : Eficiência do sistema fotovoltaico (usa-de ηsis = 0, 8 como referência)

O número de módulos pode ser calculado dividindo-se a potência fotovoltaica pela


potência de cada módulo (em STC), utilizando-se a (2.9), reescrita por fins didáticos.

PF V
NM OD =
PM OD
Onde:

NM OD : número de módulos fotovoltaicos;


PF V : Potência pico do sistema fotovoltaico [kW p];
PM OD : Potência nominal do módulo fotovoltaico em STC [W ].

Além disso, a área toda ocupada pelos módulos pode ser calculada com a (2.11),
reescrita por fins didáticos.

Atotal = NM OD × AM OD
Onde:

Atotal : Área necessária para instalação do sistema fotovoltaico m2 ;


 

NM OD : número de módulos fotovoltaicos;


AM OD : Área de cada módulo fotovoltaico.

d) Determinar o dimensionamento preliminar do(s) inversor(es) fotovoltai-


cos como:

PCC−IN V = PF V (4.6)

PF V
PCA−IN V = (4.7)
FSOB−IN V

Sendo:
84

PCC−IN V Potência aplicada na entrada do inversor em CC [W ];


PCA−IN V Potência nominal de saída do inversor em CA [W ];
FSOB−IN V Fator de sobrecarga do lado CC em relação ao lado CA no inversor fotovoltaico.
Utiliza-se como referência FSOB−IN V = 1, 2, isto é, 20% de sobrecarga do lado
CC em relação ao lado CA. Entretanto deve-se verificar ser verifiado se este
valor é aceitável nos folha de dados do inversor.

e) Verificar se a potência na saída do inversor do lado CA (PCA−IN V ) é menor


ou igual à demanda contratada (DCON T ).
Nesse caso:
e.1) Selecionar o inversor (ou inversores) comercial a partir de PCC−IN V e
PCA−IN V
O inversor comercial selecionado deve ter uma potência ativa nominal em CA próximo
de PCA−IN V e uma potência máxima do lado CC maior que PCC−IN V como é
mostrado na figura 4.4

Figura 4.4: Entradas e saídas de um inversor.


(Fonte:Elaborada pelo autor.)

PCA−N OM ≈ PCA−IN V (4.8)

PCC−M AX ≥ PCC−IN V (4.9)

(Obs: Aproximação que pode ser considerada em torno de 10%)

Sendo:

PCA−N OM : Potência ativa nominal do inversor comercial em CA [W ];


PCC−M AX : Potência máxima no lado CC do inversor comercial[W ];
PCA−IN V : Potência em CA na saída do inversor (calculado no item d)) [W ];
PCC−IN V : Potência em CC na entrada do inversor (calculado no item d)) [W ];

Se for selecionado mais de um inversor, deve verificar-se se a soma das potências


nominais no lado CA e as potências máximas no lado CC obedecem as equações (4.8)
e (4.9), respectivamente.
Os Inversores comerciais são designados através de códigos em função da potência
(ativa) nominal em CA. Por exemplo, os modelos KCG60 e ST060 são inversores de
PCA−N OM = 60 kW para a marca KSTAR e WEG, respectivamente.
85

Algumas potências nominais em CA de inversores fotovoltaicos são: 2, 8 kW ; 3 kW ;


5 kW ; 8 kW ; 10 kW ; 12 kW ; 15 kW ; 20 kW ; 30 kW ; 40 kW ; 50 kW ; 60 kW ;
70 kW ; 80 kW ; entre outros.
Finalmente, a escolha do inversor (ou inversores) vai depender da disponibilidade
deste equipamento por parte da empresa fornecedora.

e.2) Calcular o retorno econômico (payback) com o custo da energia que é deixada
de pagar na conta.
Se (PCA−IN V ) é maior à (DCON T ), vá para f.1)

f.1) Refazer o dimensionamento do inversor fotovoltaico, ajustando a potência


na saída do inversor (PCA−IN V ) igual à demanda contrada (DCON T ) e:

PCA−IN V = DCON T (4.10)

PCC−IN V = FSOB−IN V · DCON T (4.11)

PF V = FSOB−IN V · DCON T (4.12)

(Obs: Utilize como referência FSOB−IN V = 1, 2)

f.2) Selecionar o inversor (ou inversores) comercial a partir dos valores de


PCA−IN V e PCC−IN V . Após a seleção, atualizar PCA−IN V .

f.3) Recalcular a novo energia fotovoltaica produzida pelo sistema fotovoltaico


dada pela equação (e)).

PF V × IRS × 30 [dias] × ηsis


EF V = h i
W
1000 m2

Onde:

PF V : Potência fotovoltaica obtida do passo (f.1) em [W ];


EF V : Energia fotovoltaica [kW h/mês]; h i
IRS : Irradiação solar do local dados em mkW h
2 ·dia ;

ηsis : Eficiência do sistema fotovoltaico;

Observação: Na equação da energia fotovoltaica (EF V ), a potência fotovoltaica deve


ser colocada em (W ). As grandezas nesta equação foram adequadas de tal maneira
que a energia produzida e dada em (kW h/mês). Mais detalhes ver na seção 2.2

f.4) Calcular o retorno econômico (payback) com o custo da energia que é


compensada pelo sistema fotovoltaico.
86

4.4.1.1 Exemplos
Nesta seção serão apresentados dois exemplos de projeto fotovoltaico.

4.4.1.2 Exemplo 1: Projeto fotovoltaico sem aumentar a demanda contratada


quando PCA−IN V ≤ DCON T
a) Os dados foram retirados da conta de energia da seção 3.6.
Grupo: A
Subgrupo: A4
Modalidade Tarifária: Verde
Demanda Contratada DCON T = 190 kW
Tensão Contratada: 11, 9kV
h i
Irradiância Solar IRS = 4, 97 mkW h
2 dia (São Carlos) (T c(min)) = 5ºC (temperatura
mínima de operação do módulo no inverno).

Tabela 4.1: Parcial da Conta de Energia antes da instalação ongrid (Maio de 2019).

TUSD TE Valor Total


Valor
(R$) (R$) de operação (R$)
Demanda contratada:
190 14,12973685 ——– 2.684,65
(DCON T ) [kW ]
Energia ou consumo no horario
15222 0,10330379 0,35945334 7044,09
fora de punta: EFP [kW h]
Energia ou consumo no horario
581,25 0,99133783 0,59640681 922,88
de punta: EP[kW h]
Custo Total 10.651,61

* Observação: Para tarifas azul o procedimento é o mesmo. A unica diferensa e usar,


neste caso, a Demanda contratada fora de ponta.
Como comentado na seção de sistema tarifário, na conta de energia paga-se pelo
consumo de energia separado em duas partes, TUSD e TE. Então, ao fazer o projeto
fotovoltaico, o valor pago por estas tarifas serão compensadas. A ideia, inicial, é
compensar tanto o consumo de ponta quanto o consumo fora de ponta pela energia
gerada pelo sistema fotovoltaico. Seguindo o fluxograma da Figura 4.3, deve-se
determinar a energia fotovoltaica.

b) Energia Fotovoltaica

T EEP
EF V = EF P + × EP
T EEF P
0, 59640681
EF V = 15.222 + × 581, 25
0, 35945334

EF V = 16.186, 41 kW h/mês

c) Potência fotovoltaica instalada do lado CC


h i
W
1000 m2
× EF V
PF V =
IRS × 30 [dias] × ηsis
87

Considerando ηsis = 0,8 e IRS = 4, 97 mkW h


2 dia

h i
W
1000 m2
× 16.186, 41
PF V =
4, 97 × 30 [dias] × 0, 8

PF V = 135.700, 95 W ou PF V = 135, 7 kW

A quantidade de módulos fotovoltaicos vai depender do modelo do módulo comercial


selecionado. Para fins de comparação foram selecionados alguns modelos encontrados
no mercado (Fevereiro de 2021) e são mostrados na Tabela 4.2

Tabela 4.2: Dados de módulos fotovoltaicos comerciais (Fevereiro de 2021)

Marca Balfar Solar Jinko Solar Balfar Solar DAH Solar Trina Solar
Modelo BS72P Eagle 72P BS72M HCP 78X9 Tallmax
PM OD 330 W 340 W 380 W 400 W 450 W
VOC 46,1 V 47,5 V 50,2 V 51,61 V 49,6 V
α -0,35 %/◦ C -0,31 %/◦ C -0,28 %/◦ C -0,31 %/◦ C -0,26 %/◦ C
ISC 9,20 A 9,22 A 9,55 A 9,95 A 11,53 A
VM P 37,91 V 38,2 V 40,7 V 42 V 41 V
Área 2 m2 2 m2 2 m2 2,2 m2 2,2 m2

O número de módulos é obtido dividindo a potência fotovoltaica pela potência do


módulo em STC. Além disso, a área ocupada pelos módulos pode ser calculada
multiplicando o número de módulos pela área individual, assim como mostra as
equações (2.9) e (2.11), respectivamente.
Para PF V = 135700 W e os dados da Tabela 4.2, obtem-se os dados transcritos na
Tabela 4.3.

Tabela 4.3: Número de módulos e área total para o projeto de PF V = 135700 W

Marca Balfar Solar Jinko Solar Balfar Solar DAH Solar Trina Solar
Modelo BS72P Eagle 72P BS72M HCP 78X9 Tallmax
PM OD 330 W 340 W 380 W 400 W 450 W
NM OD 412 400 358 340 302
Atotal 824 m2 800 m2 716 m2 748 m2 665 m2

d) Dimensionamento preliminar dos inversores fotovoltaicos

PCC−IN V = PF V
PCC−IN V = 135, 7 kW

PF V
PCA−IN V =
FSOB−IN V
135, 7 kW
PCA−IN V =
1, 2
PCA−IN V = 113 kW
88

e) Compara-se PCA−IN V = 113 kW e DCON T = 190 kW


Como PCA−IN V < DCON T , vá para e.1

e.1) Seleciona-se um inversor (ou inversores) comercial a partir de PCC−IN V =


135, 7 kW e PCA−IN V = 113 kW obedecendo as equações (4.8) e (4.9).
Algumas possibilidades, caso o fornecedor tenha estes inversores, são:
(i) Três inversores de PCA−N OM = 40 kW . Total PCA−N OM = 120 kW
(ii) Um inversor de PCA−N OM 1 = 50 kW e outro de PCA−N OM 2 = 60 kW . Total
PCA−N OM = 110 kW
(iii) Dois inversores de PCA−N OM = 50 kW . Total PCA−N OM = 100 kW
(iv) Dois inversores de PCA−N OM = 60 kW . Total PCA−N OM = 120 kW

Será feita uma análise considerando dois inversores iguais de 60 kW e dois inversores
de 50 kW como exemplo.
Deve verificar-se que cada inversor tenha:

PCC−IN V
PCC−M AX ≥
2
135, 7
PCC−M AX ≥ kW
2
PCC−M AX ≥ 67, 85 kW

Dos catálogos dos inversores comerciais, tem-se:

Tabela 4.4: Dados de inversores comerciais de 60kW

Fabricante Growatt SAJ KSTAR WEG


Modelo MAX60KTL3LV Suntrio Plus 60K KSG 60K SIW500H-ST60
PCC−M AX 90.000 W 73.000 W 78.000 W 79.200 W *
VCC−M AX 1.100 V 1.000 V 1.000 V 1.100 V
VCC−N OM 585 V 600 V 625 V 600 V
CC VOP E−M P P T 200 - 1000 V 280 - 900 V 250 - 950 V 200 - 1000 V
ICC−M AX 25 A (2x12,5 A) 44 A (4x11 A) 40 A (4x10 A) 22 A (2x11 A)
NM P P T 6 3 3 6
NST R−M P P T 2 4 4 2
PCA−N OM 60.000 W 60.000 W 60.000 W 60.000 W
ICA−M AX 96,6 A 90 A 95 A 100 A
CA
ICA−N OM - 87 A 87 A 91 A
VCA−N OM 230 - 400 V 230 - 400 V 400 V ± 20% 230 - 400 V

* para o inversor modelo SIW500H-ST60, a potência máxima no lado CC não está


explícito no datasheet. Entretanto, este valor pode ser como:

PCA−M AX ≈ NM P P T · VCC−N OM · ICC−M AX

PCA−M AX ≈ 6 · 600 · 22

PCC−M AX ≈ 79.200 W
89

Tabela 4.5: Dados de inversores comerciais de 50kW

Fabricante Growatt SAJ KSTAR


Modelo MAX50KTL3LV Suntrio Plus 50K KSG 50K
PCC−M AX 75.000 W 65.000 W 65.000 W
VCC−M AX 1.100 V 1.000 V 1.000
VCC−N OM 585 V 600 V 620 V
CC VOP E−M P P T 200 - 1000 V 280 - 900 V 480 - 800 V
ICC−M AX 25 A (2x12,5 A) 44 A (4x11 A) 40 A (4x10 A)
NM P P T 6 3 3
NST R−M P P T 2 4 4
PCA−N OM 50.000 W 50.000 W 50.000 W
ICA−M AX 80,5 A 80 A 85 A
CA
ICA−N OM - 72,5 A 72 A
VCA−N OM 230 - 400 V 230 - 400 V 400 V ± 20%

Opção 1: Escolhendo dois inversores de 60kW

Como observado na Tabela 4.4, todos os inversores PCA−N OM = 60 kW satisfazem


que PCA−M AX ≥ 67, 85 kW . Desta forma, dois inversores de qualquer um destes
fabricantes poderão ser escolhidos. Posteriormente, depois de montados os arranjos
fotovoltaicos, deve-se verificar que a tensão máxima de saída dos arranjos (VF V −M AX )
seja inferior à tensão máxima su portada pelo inversor (VCC−M AX ). Os inversores
MAX60KTL3LV (da Growatt) e SIW500H-ST60 (da WEG) suportam até 1.100 V
no lado de corrente contínua e possuem 6 MPPTs, portanto, serão mais eficientes que
os restantes. Por outro lado, o custo destes inversores deve ser um pouco mais alto
também. No final, ficará para o integrador a escolha, observando o custo/benefício.

Uma última observação é que o inversor da KSTAR modelo KSG 60K permite uma
corrente máxima no lado CC por MPPT de 40 A (ICC−M AX = 40 A). Como este
possue 4 strings por MPPT (NST R−M P P T = 4), cada string fotovoltaica deve ter,
no máximo, 10 A. Assim, este modelo de inversor não conseguirá ser utilizado com
módulos fotovoltaicos de potências superiores à 420 W , cuja corrente máxima de
saída (ISC ) é mais de 10 A (vide ISC do módulo de 450 W na Tabela 4.2)

Opção 2: Escolhendo dois inversores de 50 kW

Analisando agora a opção de usar dois inversores de 50 kW . A partir da Tabela 4.5,


verifica-se que apenas o modelo MAX50KTL3LV (da Growatt) poderia ser utilizado,
pois possui uma potência PCC−M AX > 67, 85 kW .

Neste caso podem ser escolhidos dois inversores de 60 kW modelo KSG 60K da
KSTAR (opção 1) ou dos inversores de 50 kW modelo MAX50KTL3LV da Growatt
(opção 2). Na Figura 4.5 são mostradas as duas opções de inversores para o exemplo
1.
90

(a) Inversor modelo KSG 60K da KSTAR (opção 1)

(b) Inversor modelo MAX50KTL3LV da Growatt (opção 2)

Figura 4.5: Opções de inversores para PF V = 135, 7 kW .


(Fonte:Elaborada pelo autor.)

Neste exemplo será selecionado a opção 1, ou seja dois inversores de 60kW do modelo
KSG 60K da marca KSTAR. Apesar de ter menos MPPTs e ser menos eficiente, são
mais econômico.

Escolha do módulo fotovoltaico


O módulo que poderia ser escolhido para esse modelo de inversor pode ser qualquer
um da Tabela 4.2, exceto o módulo de 450W , cuja ISC = 11, 53 A. Como o inversor
permite quatro séries fotovoltaicas (strings) em paralelo, caso queira utilizar-se todas
essas entradas, a corrente máxima por MPPT será ICC−M AX = 4 × 11, 53 = 46, 12 A.
Desta maneira ICC−M AX ultrapassará o valor máximo permitido deste inversor (40 A)
como mostra a Tabela 4.4.
Será escolhido o módulo HCP78X9 de 400 W da marca DAH Solar como referência.
Outros módulos da Tabela 4.2 poderiam ser escollhidos, vai depender do custo total
e da disponibilidade da fornecedora de um módulo de potência específico. Em outros
casos, a área total também pode ser uma limitante. Módulos de maior potência, em
geral precisam de menos área total para sua instalação.
91

Arranjo fotovoltaico, nº de módulos e potência instalada no lado CC


Da folha de dados do inversor KSG 60K (vide Tabela 4.4) verifica-se que este possui 3
MPPTs e 4 entradas por MPPT em paralelo (NST R−M P P T = 4). Além disso, para a
potência total de PF V = 135700 W são necessários 340 módulos de 400 W , conforme
cálculo da Tabela 4.3. Assim cada inversor terá 170 módulos. A disposição preliminar
das séries fotovoltaicas (strings) e números de MPPTs do inversor KSG 60K são
mostrados na Figura 4.6.

Figura 4.6: Disposição preliminar do inversor e dos arranjos fotovoltaicos.


(Fonte:Elaborada pelo autor.)

Dados do Sistema Fotovoltaico por inversor


PF V /IN V = 67, 85 kW
NM OD = 170
Dados do Inversor: PCC−M AX = 78 kW
VCC−M AX = 1000V
NM P P T = 3
MST R−M P P T = 4 strings

Dados dos Módulos: Voc = 51, 6 V


α = −0, 31%/řC
Tc(min) = 5řC

• Arranjo sugerido
Na practica o número de módulos e a potencia fotovoltaica sera levemente modificado
apos montar os avanzos fotovoltaicos devido do arredandamento. Na sequencia é
mostrado a maneira de calcular o número de módulos por series fotovoltaicas sugerido
e real.
92

Módulos por MPPT


NM OD
NM OD−M P P T =
NM P P T
170
NM OD−M P P T = ⇒ NM OD−M P P T = 56, 6 modulos
3

Número de módulos por String


NM OD
NM OD−ST R =
NM P P T · NST R−M P P T
170
NM OD−ST R = ⇒ NM OD−M P P T = 14, 17 modulos
3·4

• Arranjo real

Como o número de módulos por string não é inteiro, pode-se arredondar para cima
ou para baixo.
- Número de modulos arrendondando para cima:

Número de módulos por string real


NM OD−ST R−R ≈ 15 modulos

Número de módulos por MPPT real


NM OD−M P P T −R = NM OD−ST R−R · NST R−M P P T
NM OD−M P P T −R = 15 · 4 ⇒ NM OD−M P P T = 60 modulos

Número de módulos por inversor real


NM OD−R = NM OD−M P P T · NM P P T
NM OD−R = 60 · 3 ⇒ NM OD−R = 180 modulos

Potência fotovoltaica no lado CC por inversor


PCC−IN V −R = NM OD−R · PM OD
PCC−IN V −R = 180 · 400 ⇒ PCC−IN V −R = 72.000 W

Esta potência 72.000 W do modelo KSG 60K ainda é inferior à potência máxima de
lado CC que suporta o inversor (Vide tabela 4.4 (PCC−M AX = 78.000 W )). Como
(PCC−IN V −R < PCC−M AX ), então esta bem dimensionado.

Verificação da tensão máxima por arranjo


Cada arranjo fotovoltaico é composto de 4 séries fotovoltaicas em paralelo.
A tensão máxima que suporta o inversor no lado CC pode ser vista no tabela 4.4 com
(VCC−M AX = 1000 V . Assim, deve verificar-se que a tensão do arranjo fotovoltaico
93

não ultrapasse esta tensão que é a mesma de cada serie fotovoltaica por estar em
paralelo.

α · ∆T
  
VF V −M AX = VOC × 1 + × NM OD−ST R−R
100
Dos dados do módulo seleccionado (Tabela 4.2, modelo DAH solar HCP 78x9)

VOC = 51, 6 V
α = −0, 31 %/◦ C
NM OD−ST R−R = 15 modulos
∆T = Tc(min) − Tc(ST C) = 5◦ C − 25◦ C ⇒ ∆T = −20◦ C

−0, 31 · (−20)
  
VF V −M AX = 51, 6 × 1 + × 15
100

VF V −M AX = 821, 9 V

OBS: Como VF V −M AX < VCC−M AX , então está bem dimensionado.


A tensão máxima VF V −M AX pode ser aproximada com um cálculo rápido, como feito
na seção 2.3.3, assumindo que para cada módulo há um acréscimo de +3, 5 V na
temperatura mínima de operação:

VF V −M AX ≈ (51, 6 + 3, 5) × 15

VF V −M AX ≈ 819 V

Potência fotovoltaica no lado CC total instalada atualizada


PF V = PCC−IN V −R · NIN V
PF V = 72000 · 2 ⇒ PF V = 144000 W

Sendo:
NIN V = número de inversores
PCC−IN V −R = potência na entrada do inversor em CC real
A nova potência fotovoltaica instalada no lado CC tem 8300 W a mais, devido ao
arredondamento que representa 6% mais do projetado e está dentro do esperado.
O resumo dos dados do inversor e número de módulo é mostrado na tabela 4.6
Tabela 4.6: Resumo do Projeto para o inversor selecionado:

TOTAL Por Inversor


Nº de Inversores modelo KSG 60 K 2 —-
Nº de Módulos Fotovoltaicos 360 180
Potencia Fotovoltaica Instalada lado CC (PFV) 144 kW 72 kW
Potencia Total Instalada lado CA 120 kW 60 kW

Obs: existem ainda muitas outras alternativas de arranjos fotovoltaicos. Por exemplo,
arredondando para baixo o número de módulos por string ficaria:
94

NM OD−ST R−R ≈ 14 modulos

NM OD−M P P T −R = NM OD−ST R−R · NST R−M P P T


NM OD−M P P T −R = 14 · 4 ⇒ NM OD−M P P T ≈ 56 modulos

NM OD−R = NM OD−M P P T · NM P P T
NM OD−R = 56 · 3 ⇒ NM OD−R = 168 modulos

PCC−IN V −R = NM OD−R · PM OD
PCC−IN V −R = 168 · 400 ⇒ PCC−IN V −R = 67.200 W

PF V = PCC−IN V −R · NIN V
PF V = 67000 · 2 ⇒ PF V = 134.400 W

Neste caso a nova PF V é 1300 W menor (ou −3, 6%) que quando foi arredondado
para cima

Existe ainda a possibilidade de se fazer arranjo com números de módulos diferentes


para cada MPPT (assimétricos) para chegar mais próximo da potência fotovoltaica
original. Como cada inversor possui três MPPTs no total, haverá seis MPPTs pelos
dois inversores, ou seja, haverá seis arranjos fotovoltaicos. Uma alternativa nova seria
usar cinco arranjos com 56 módulos (series de 14 módulos × 4 em paralelo = 56
módulos) e um arranjo com 60 módulos (series de 15 módulos × 4 em paralelo = 60
módulos). Dessa forma, o número total de módulos ficaria: NM OD = 56×5+60 = 340
módulos, que é exatamente a quantidade procurada. Deixa-se a verificação de potência
máxima CC e tensão máxima desta configuração para o leitor

e.2) Cálculo do investimento e retorno econômico.

Orçamento para o sistema projetado

Serão necessários dois kits idênticos de 72.000 W compostos pelos itens da Tabela
4.7; Como referencia foi usado dados do KIT da empresa Balfar Solar.
95

Tabela 4.7: Itens do Material do kit de 72.000 W

Kit 72.000 W
Produto Código (Balfar) Qtde Qtde Solicitada
Módulo fotovoltaico 400 W HCP78X9 180 180
Inversor 60 kW/380 V KSG 60 / Kstar 1 1
Conector MC4 (par macho e fêmea) - 24 40
Cabo solar 6 mm/1000 V vermelho - 320 320
Cabo solar 6 mm/1000 V preto - 320 320
Fixador início e fim 100002 28 28
Fixador intermediário 100003 348 348
Estrutura para solo (4 m) 100008 33 33
Trilho de fixação para solo (3, 08 m) 200008 120 120
Base de fixação para solo 200007 66 66
Emenda de trilho 100006 108 108
Parafuso trilho com estrutura solo - 198 230
5 string box 4/4 CC de 32 A
• 4 chaves seccionadoras 32 A / 1000 V
BHS 4/4 CC 32 3 3
• 4 DPS* CC / 1000 V / Classe II
• 8 fusíveis CC gPV / 15 A/1000V
Quadro CA
• 1 disjuntor de 100 A / 380 V - 1 1
• 4 DPS CA / 280 V / Classe II

* Os DPSs Classe II no lado CC podem não ser necessários porque o inversores já


inclui este DPS internamente (vide folha de dados). Assim fica a critério do integrador
colocar ou não um DPS externo neste caso.

Na Tabela 4.7 foram incluidos os códigos de identificação de cada item que é solicitado
pelas empresas fornecedoras (foi usada a empresa Balfar como referência). Além
disso, ainda nesta Tabela, a coluna 3 (Qtde) mostra a quantidade do material que
depende da disposição dos módulos (foi escolhida a configuração de duas fileiras de 30
módulos para aproveitar melhor a estrutura). A coluna 4 (Qtde Solicitada) é similar
à coluna 3, com a diferença que esta tema sugestão de solicitar alguns materiais a
mais de reserva (conector MC4 e parafuso).

Utilizando custos de mercado de três empresas (Blafar Solar, WEG Solar e BHP Solar)
para Janeiro de 2021 o custo base para integradores, com desconto de cada empresa,
dos itens da Tabela 4.7 fica entre <R$200.000, 00 − 250.000, 00> para o kit de 72 kW .
De tal maneira que para o projeto total que utiliza dois kits de 72 kW , o custo base do
valor do Material V-MAT, da tabela 4.6 em torno de <R$400.000, 00 − 500.000, 00>.
Para tanto, será usado um custo médio para o projeto, do V-MAT = de R$450.000, 00.
O resumo do orçamento completo para o Exemplo 1 é mostrado na Tabela 4.8.
96

Tabela 4.8: Orçamento para o projeto fotovoltaico de 144kWp

Orçamento de um sistema de 144 kW


Valor do material (2 kits de 72 kW ) V-MAT R$450.000, 00
Outros gastos (aterramento, identificadores, etc) 5% V-MAT R$22.500, 00
Transporte 5% V-MAT R$22.500, 00
Estudos de engenharia 5% V-MAT R$22.500, 00
Mão de obra de instalação 15% V-MAT R$62.500
Lucro financeiro 15% V-MAT R$62.500
Custo do investimento 652.000, 00
Custo / Watt-pico 4, 53/W p

Conta de energia depois da instalação para o Exemplo 1:

Demanda Contratada DCON T = 190 kW


Potência Fotovoltaica na saída do inversor PCA−IN V = 120 kW
Potência Fotovoltaica em corrente contínua PF V = 144 kW
Energia Fotovoltaica Injetada mensalmente (aprox): 16.186, 4 kW h

Tabela 4.9: Custo parcial da conta de energia do exemplo 1 após a instalação fotovoltaica

TUSD TE Valor Total


Valor
(R$) (R$) de Operação (R$)
Demanda Contratada DCON T
190 14,12973685 —- 2.684,7
[kW h]
Energia ou Consumo no horario
0 0,10330379 0,35945334 0
Fora de Ponta EFP [kW h]
Energia ou Consumo no horario
0 0,99133783 0,59640681 0
de Ponta EP [kW h]
Total 2.684,65

Comparando o custo da Fatura antes da instalação ( Tabela 4.1) com a factura após a
instalação ( Tabela 4.9), pode calcular-se a economia mensal como:

Economia Mensal = Custo (antes da instalação) - Custo (após da instalação)


Economia Mensal = 10651,71 - 2684,65
Economia Mensal = R$ 7966,97
Economia Anual = R$ 95603,59

Para calcular o retorno econômico do investimento é necessário algumas informações


técnico-econômicas mostradas na Tabela 4.10.
97

Tabela 4.10: Valores financeiros e técnicos para cálculo de retorno econômico

Valor Observação
Vida útil do projeto (empreendimento) 25 anos O sistema pode durar mais
Obtida do aumento do custo
Previsão do aumento do custo de energia 5% /ano
de energia média dos últimos anos
Taxa mínima de atratividade Taxa de juros para cálculo
10% /ano
(T.M.A) do valor presente líquido
Vida útil do inversor (para troca) 15 anos Previsão que depende do fabricante
Custo do inversor em relaçao à Apenas para ter uma estimativa do
40 %
economia anual custo. Em geral fica entre 30-70%
Custo de manutenção em relação à Em torno de 1-3% para
1%
economia anual limpar de módulos e outros
Valor médio obtido do datasheet
Perda da eficiência do módulo (1º ano) 1%
do módulo fotovoltaico
Valor médio obtido do datasheet
Perda da eficiência do módulo (outros anos) 0,8 %
do módulo fotovoltaico

Os resultados da avaliação econômica do empreendimento seguem mostradas na Tabela


4.11.

Tabela 4.11: Valores obtidos da avaliação econômica do empreendimento

Payback Simples 7 anos


Payback Descontado 11 anos
Valor Presente Líquido (VLP) R$ 405.566,3
Taxa Interna de Retorno (TIR) 16,16%

Como o TIR é maior ao TMA, o empreendimento é econômicamente viável.


98

4.4.2 Exemplo 2: Projeto fotovoltaico sem aumentar a demanda contra-


tada quando PCA−IN V > DCON T
a) Considere que os dados abaixos foram obtidos de uma conta de energia.
Grupo: A
Subgrupo: A4
Modalidade Tarifária: Verde
Demanda Contratada DCON T = 190 kW
Tensão Contratada: 11, 9kV
h i
kW h
Irradiância Solar IRS = 4, 97 m2 dia
(São Carlos)

Tabela 4.12: Fatura antes da instalação.

TUSD TE Valor Total da


Valor
(R$) (R$) Operação (R$)
Demanda Contratada
190 14,12973685 - 2.684,65
DCont (kW)
Energia ou Consumo no
horário fora de ponta: 45000 0,10330379 0,35945334 20824,07
EFP(kW h)
ou Consumo no
horário de ponta: 1600 0,99133783 0,59640681 9.540,39
EP(kW h)
Custo Total 26.049,11

b) Energia Fotovoltaica

T EEP
EF V = EF P + × EP
T EEF P
0, 596406811
EF V = 45.000 + × 1.600, 00
0, 35945334

EF V = 47.654, 70 kW h/mês

c) Potência fotovoltaica instalada do lado CC

W
1000[ mš ] × EF V
PF V = (4.13)
IRS × 30[dias] × ηsis

Considerando ηsis = 0, 8 e IRS = 4, 97 mkW h


2 dia

W
1000[ mš ]×47.654,70
PF V = 4,97×30[dias]×0,8

PF V = 399.519, 6 W ou PF V = 399, 5 kW

d) Dimensionamento preliminar dos inversores fotovoltaicos

PCC−IN V = PF V
PCC−IN V = 399, 5 kW
99

PF V
PCA−IN V =
FSOB−IN V
399, 5 kW
PCA−IN V =
1, 2
PCA−IN V = 322, 91 kW

(considera-se FSOB−IN V = 1, 2 como referência)

e) Compara-se PCA−IN V = 322, 91 kW e DCON T = 190 kW . Como PCA−IN V >


DCON T = 190 kW , vá para f.1
f.1) Ajusta-se

PCA−IN V = DCON T
PCA−IN V = 190 kW

f.2) Deve-se selecionar uum inversor (ou inversores) cuja soma total da potencia
no lado CA seja igual a DCout = 190kW . Existe várias possibilidades e vai depender
da disponibilidade do fornecedor. Por exemplo:

(i) dois inversores de PCA−N OM = 60kW e um PCA−N OM = 70kW . Total


PCA−N OM = 190kW
(ii) dois inversores de PCA−N OM = 75kW e um PCA−N OM = 40kW . Total
PCA−N OM = 190kW
(iii) dois inversores de PCA−N OM = 80kW e um PCA−N OM = 30kW . Total
PCA−N OM = 190kW

Neste caso, Vai-se escolher a opção (ii) considerando que o fornecedor tenha estes
inversores. A partir do datasheet de inversores comerciais, tem-se:

Fabricante Growatt Growatt


Modelo 40000TL3-S G-MAX75KTL3-LV
PCC−M AX 50000 W 112500 W
VCC−M AX 1000 V 1100 V
VCC−N OM 700 V 600 V
CC VOP E−M P P T 540 - 800 V 200 - 1000 V
ICC−M AX 38 A 25 A
NM P P T 2 7
NST R−M P P T 4 2
PCA−N OM 40000 W 75000 W
ICA−M AX 58 A 112,5 A
CA
ICA−N OM 50 A 112,5 A
VCA−N OM 230/400 V 220/380 V

A potência máxima que suporta o conjunto de inversores no lado CC e CA vem dado


pela soma das potências máximas individuais.
100

No lado CC:
PCC−M AX = 112, 5kW + 112, 5kW + 50kW
PCC−M AX = 275kW

Assim, a potência fotovoltaica pico PF V deve ser menor ou igual a PCV −M AX para
não danificar os inversores. Considera-se, assim, preliminarmente:

PF V = PCC−M AX ou PF V = 275kW

Cálculo do número de módulos


Escolhendo o módulo de Pmod = 400W da tabela 4.3 tem-se:
PF V
Nmod = Pmod
275000
Nmod = 400 ≈ 687, 5

Neste caso deve arredondar-se necessariamente para abaixo porque considera-se o


limite superior da potência do inversor. Assim:

Nmod = 687 módulos

No momento de selecionar os arranjos fotovoltaicos para os inversores tanto a potência


fotovoltaica (PF V ) como o número de módulos deverão ser atualizados para valores
menores como feito no exemplo anterior. Deixa-se este processo para o leitor.
Uma vez determinada a potência fotovoltaica (atualizada pelos arranjos) determina-se
a Energia Fotovoltaica produzida.

PF V [W ] × IRS [ mkW h
2 dia ] × 30 dias × 0, 8
EF V = W
1000 m 2

kW h
Sendo EF V : Energia Fotovoltaica dada em mês
Observar que a potência fotovoltaica deve estar dada em [W].

275000[W ] × 4, 97 × 30 × 0, 8
EF V =
1000
h i
kW h
EF V = 32802 mês

Como EF V < EF P , então só é possível compensar parte da energia consumida fora


de ponta, EFP.
A nova energia fora de ponta após a compensação ficará:

EF P 0 = EF P − EF V (4.14)

Sendo: EF P 0 : Energia fora de ponta consumida após compensação


EF P : Energia fora de ponta
EF V : Energia fotovoltaica produzida pelo sistema

EF P 0 = 45000 − 32802
h i
kW h
EFP’ = 12198 mês
101

O resumo do projeto para este exemplo é:


Demanda Contratada; DCont = 190KW
Potência Fotovoltaica instalada no lado CA = 190kW
Potência Fotovoltaica instalado no lado CC = 275kW
Energia Fotovoltaica Produzida = 32802 kW
mês
h

Energia Consumida no horário de Ponta; EP = 1600 kW


mês
h

Energia Consumida no horário Fora de Ponta após a compensação EF P 0 = 12198 kW


mês
h

Tabela 4.13: Parcial da conta de energia após a instalação.

TUSD TE Valor Total da


Valor
(R$) (R$) Operação (R$)
Demanda Contratada
190 14,12973685 - 2.684,65
DCON T (kW)
Energia no horário
fora de ponta após 12198,0 0,10330379 0,35945334 5644,71
compensação: EFP(kW h)
Energia ou Consumo no
horário de ponta: 1600 0,99133783 0,59640681 2.540,39
EP(kW h)
Custo Total 10869,75

Comparando o custo da fatura após a instalação (tabela 4.11) com o custo antes da
instalação (tabela 4.09), verifica-se
Economia Mensal = Custo (antes da instalação - Custo(após instalação)
Economia Mensal = 26049, 11 − 10869, 75
Economia Mensal = R$15.179, 36
ou Economia Anual = R$182.152, 32

Para fazer a avaliação econômica é necessário atualizar o número de módulos e a


potência fotovoltaica (PF V ) após a determinação dos arranjos fotovoltaicos. Após
isso é necessário a determinação do orçamento. Deixa-se todo esse processo para o
aluno como prática.

4.4.3 Dimensionamento fotovoltaico alterando a Demanda Contra-


tada

No exemplo 2 da subseção 4.4.2 é mostrado que, para aquela conta de energia, o


sistema fotovoltaico, para compensar a energia consumida em ponto e em fora de
ponta, deve ter uma potência instalada no lado CC de:

PF V = 399, 519 kW

Além disso, a potência do sistema fotovoltaico no lado CA (saída do inversor) deve


ser:

PCA−IN V = 332, 91 kW
102

Esta potência instalada necessária no lado CA é superior à Demanda Contratada


(DCON T = 190 kW). Portanto, é necessário aumentar a Demanda Contratada, caso
deseje compensar toda a energia consumida, tanto em ponta quanto em fora de ponta.
A nova Demanda Contratada após arredondamento será:

DCON T = 333 kW

O processo para aumentar a Demanda Contratada junto à concessionária, em geral, é


precedido de um outro processo, chamado "Aumento de Carga Instalada". Entretanto,
de acordo com a RN 687/2015, artigo 4, inciso 2, o processo de "Aumento de Carga
Instalada"é dispensável para fins de geração distribuída. Mesmo assim, o usuário
vai precisar realizar um estudo pela adequação da nova Demanda Contratada (nova
potência instalada no transformador, equipamentos de proteção, etc).
Em alguns casos, é possível aumentar a demanda contratada até o limite permitido
pelo transformador (vide seção 3.2.17) sem necessidade de incluir novo transformador
e com adequações mínimas. Por exemplo, para o exemplo da subseção 4.4.2, suponha
que a potência instalada no transformador seja:

SIN S−T = 300 kVA

A Demanda Contratada poderia ser elevada até:

DCON T = SIN S−T · 0, 92


DCON T = 300 · 0, 92
DCON T = 276 kW

Uma vez aprovado o aumento de Demanda Contratada, o procedimento é similar ao


exemplo 1 da seção 4.4.1.2.
5

Dimensionamento de Sistemas
Fotovoltaicos Autônomos

5.1 Introdução

Os sistemas fotovoltaicos autônomos, também chamados de sistemas isolados ou


off-grid (do inglês desligado da rede) são sistemas que não estão ligados à rede elétrica, e
portanto operam de forma independente. Nestes sistemas, o custo de produção de energia
(R$/kwh) é muito mais caro do que de um sistema ligado à rede (ou on-grid) e, por isso, a
aplicação destes sistemas é limitada para lugares que a rede elétrica não consegue chegar ou
que fique muito caro a instalação de cabos de energia da concessionária. Alguns exemplos
típicos destes sistemas encontram-se em fazendas remotas, comunidades isoladas, radares
elétricos nas estradas, antenas de TV e telefonia colocados em lugares de difícil acesso, etc.
O princípio de funcionamento de um sistema fotovoltaico off-grid é diferente do sistema
on-grid. Pelo fato de não estar ligado à rede elétrica, o sistema precisa de um banco de
baterias para poder suprir a energia em momentos que a radiação solar seja muito limitada
(dias nublados) ou que simplesmente não exista (à noite). Em horários normais onde a
produção de energia dos módulos fotovoltaicos é maior do que a energia consumida (por
exemplo no período da manhã ou a tarde), o excesso de energia é armazenada no banco de
baterias.
A fim de otimizar a carga e descarga do banco de baterias devido à energia gerada
pelos módulos e a energia consumida pela carga, este sistema precisa de um controlador de
carga. Finalmente, como o consumo dos aparelhos é basicamente em corrente alternada,
os sistemas fotovoltaicos off-grid precisam de um inversor de frequência cuja função é
transformar a tensão contínua do banco de baterias em tensão alternada para o consumo.
Na próxima seção são mostrados mais detalhes dos componentes de um sistema fotovol-
taico off-grid.

5.2 Partes de um sistema fotovoltaico autônomo (off-grid)

Um sistema fotovoltaico autônomo ou off-grid é constituído basicamente por: (1) carga,


(2) inversor off-grid, (3) banco de baterias, (4) módulos fotovoltaicos e (5) controlador
de carga, como pode observar-se na Figura 5.1. O detalhamento de cada um destes
componentes e os parâmetros para o correto dimensionamento é descrito em sequência.
103
104

Figura 5.1: Sistema off-grid


(Fonte:Adapatado de gridsolaris)

(1) Carga: É constituída pela energia média mensal consumida pelos aparelhos ligados
na saída do sistema. Para o dimensionamento do sistema off-grid é necessário fazer um
levantamento de todos os equipamentos, quantidade, potências, dias de uso no mês e horas
de uso por dia. A partir dessa tabela são determinados a energia média mensal (EM ),
energia média diária (ED ) e a potência total (PT ).

(2) Inversor fotovoltaico off-grid: A função do inversor é transformar a energia


em corrente contínua (produzida pelos módulos fotovoltaicos e armazenada no banco de
baterias) em energia em corrente alternada usada pelos aparelhos da carga. Os inversores
fotovoltaicos off-grid são específicos para aplicações desligadas da rede. Assim os inversores
on-grid não podem ser usados nessas aplicações. No mercado existe basicamente dois tipos
de inversores off-grid: (i) inversor de onda senoidal modificada e (ii) inversor de onda
senoidal pura. O formato da tensão de saída de ambos inversores pode ser visto na figura
5.2.

Figura 5.2: Perfil de tensão de inversores de onda senoidal pura e modificada


(Fonte:Elaborada pelo autor.)
105

Os inversores de onda senoidal modificada tem um formato que se assemelha a


um quadrado com defasagem e, portanto, possuem distorção harmônica elevada. Estes
tipos de inversores podem ser usados em aparelhos cujo consumo seja resistivo, como o
caso de chuveiros elétricos, lâmpadas incandescentes, e alguns aparelhos eletrônicos que
não sejam sensíveis a distorção da tensão.
Por outro lado, os inversores de onda senoidal pura tem um formato muito próximo
ao senoidal com distorção harmônica muito pequena e, portanto, é muito eficiente para
qualquer tipo de carga, especialmente em aparelhos que tenham material ferromagnético,
como por exemplo os motores, transformadores, relés, geladeiras (possui motor monofásico),
aparelhos eletrônicos em geral, etc.
Apesar de que o custo dos inversores de onda senoidal modificada pode chegar a ser
1/3 do custo dos inversores de onda senoidal pura, é recomendado usar apenas inversores
de onda senoidal pura. Isto devido ao elevado conteúdo harmônico dos inversores de
onda senoidal modificada com o tempo poder diminuir a vida útil de aparelhos sensíveis a
distorção de tensão. Além disso, quanto maior é a potência do inversor, menor é a diferença
do custo entre um inversor de onda senoidal modificada e senoidal pura. Informações
adicionais podem ser encontradas no link: <https://youtu.be/nNmtKVmPKU0>
Para adquirir um inversor é necessário saber sua potência (um pouco maior que a
potência da carga, PT ), a tensão de saída do inversor (VSaiInv ) (deve ser igual a tensão da
carga 127V ou 220V em corrente alternada) e a tensão de entrada do inversor (VEntInv em
corrente contínua). A tensão de entrada é escolhida entre 12V, 24V, 36V ou 48V. Para a
potência de cargas pequenas, a escolha de 12V é suficiente. Já para as potências maiores é
recomendado usar maiores tensões. Uma vez escolhido a tensão de entrada do inversor, a
tensão do banco de baterias será automaticamente definida pelo mesmo valor.

(3) Banco de Baterias: A função do banco de baterias é armazenar a energia


produzida pelos módulos e fornecê-la para a carga. Para aplicações de sistemas fotovoltaicos
devem-se usar baterias estacionárias. Para o dimensionamento é necessário definir os
seguintes parâmetros:
a) Capacidade da Bateria (CBAT ): É a quantidade de energia (equivalente) que a
bateria pode fornecer em um determinado período e é dado em ampère-hora (Ah). Essa
medida é obtida do produto da corrente de descarga em Ampères pelo tempo em horas até
que a tensão da bateria atinja 10,5V. Como exemplo prático, se uma bateria entrega 13
ampères de corrente por 10 horas, ela terá uma capacidade de 130 Ah.
Nos catálogos dos fabricantes pode-se encontrar essa medida pelos símbolos C100, C20,
C10, etc. Na figura 5.3 é mostrado as folhas de especificações da bateria Freedom. Por
exemplo, para o modelo DF2500 em 20h (C20 ) é fornecido 150 Ah enquanto que em 10h
(C10 ) é fornecido 130 Ah. Para os sistemas fotovoltaicos é recomendável usar a capacidade
(C20 ) porque representa melhor o consumo de uma residência (24 horas).

Figura 5.3: Capacidade da Bateria Freedom em Ah


106

b) Dias de Autonomia(Da ): É a quantidade de dias em que o sistema fotovoltaico


pode garantir o suprimento de energia mesmo sem radiação solar e é dado em ciclos de
carga e descarga. Quanto maior for a autonomia maior será a quantidade de baterias
encarecendo muito o projeto. Como sugestão, usar Da = 2 é suficiente para maioria das
aplicações e ainda pode ser melhorado com um planejamento de diminuir a carga em dias
nublados.

c) Profundidade de descarga (PD ) e Cíclos de Vida do Banco de Baterias


(CVBCO ): A profundidade de descarga é a porcentagem de descarga da bateria em um
ciclo de carga-descarga. Os fabricantes de baterias fornecem as curvas de profundidade de
descarga nos catálogos das baterias. Não é recomendado usar PD muito pequena porque
pode encarecer demais o projeto fotovoltaico. Por outro lado, usar uma PD muito elevada
pode diminuir a vida útil das baterias. Na figura 5.4 pode observar-se uma curva típica de
profundidade das Bateria estacionária da marca "Freedom".

Exemplo 1: Ciclo de Vida para PD = 0, 3 e um dia de autonomia


Da Fig. 5.2 observa-se que para um projeto que considere PD = 0, 3 para ciclos de
um dia de autonomia, terá uma vida útil de aproximadamente CVBCO = 900 ciclos. Esta
quantidade pode ser dada em anos de vida AVBCO , transformando os ciclos em dias e
dividindo por 365 dias. Assim, o tempo de vida em anos será AVBCO = 2, 5anos.

Figura 5.4: Profundidade de descarga x Ciclos de vida da Bateria Freedom

Exemplo 2: Ciclo de Vida para PD = 0, 4 e dois dias de autonomia Conside-


rando PD = 0, 4 e observando da Fig.5.5 (a), seria obtido 600 ciclos de dois dias (autonomia
de dois dias) ou CVBCO = 600x2dias = 1200dias (ou AVBCO = 3, 3anos). Entretanto este
seria um caso extremo que considera que necessariamente a bateria descarrega em 2 dias
que só ocorrerá em alguns dias do ano onde um dia é nublado e outro não. Na maior parte
do ano as baterias serão carregadas cada dia (ciclos de um dia) e, portanto a profundidade
de descarga, na realidade, será menor ao valor projetado. Considerando uma regra de três
simples, pode se demostrar que a profundidade de descarga aparente PDAP A é igual a:
PDAP A = PD /Da. Assim a nova profundidade de descarga ficará PDAP A = 0, 2 em ciclos
de um dia. Usando a Fig.5.5 (b), o ciclo de vida será: CVBCO = 1500 ciclos ou 1500 dias
(ou AVBCO = 4, 1 anos). Então, a expectativa de vida útil real do banco de baterias ficará
entre 3,3 anos e 4,1 anos (mais próximo de 4,1 anos).
107

Figura 5.5: Profundidade de descarga x Ciclos de vida da Bateria Freedom para dois casos

b) Projeção de Vida Útil (P V UBCO ): Os fabricantes também fornecem a curva de


vida útil da bateria em função da temperatura de operação, como mostrado na Fig. 5.6. Se
a bateria operar até Top = 30◦ C é garantido 100% a projeção da vida útil (P V UBCO = 1),
mas se operar a Top = 70◦ C a projeção da vida útil ficará apenas em 50% do valor calculado
na seção anterior (P V UBCO = 0, 5).

Figura 5.6: Vida útil em função da Temperatura da Bateria Freedom

Para os projetos de sistemas fotovoltaicos off-grid devem serem fornecidos: Da ; PD ,


CBAT ( C20 ).

(4) Módulos fotovoltaicos: Os módulos fotovoltaicos transformam a energia da


radiação solar em energia elétrica em corrente contínua. Em um sistema fotovoltaico
autônomo ou off-grid a configuração dos módulos fotovoltaicos (série e paralelo) é feita
para que a tensão de operação dos módulos seja em torno de 50% superior à tensão de
operação do banco de baterias. Assim, os painéis fotovoltaicos para aplicações off-grid são
de menor potência quando comparado com os painéis para aplicações on-grid, e em geral
possuem até 36 células. Os dados de um painel fotovoltaico da off-grid é mostrado abaixo.
108

Tabela 5.1: Dados de um modulo 150W

Modelo Komaes (KM150)


Potência máxima (Pmax) 150W
Número de células 36
Tensão de máxima potência (Vmp) 18,28V
Corrente da máxima potência (Imp) 8,21A
Tensão de circuito aberto (Voc) 21,9V
Corrente do curto-circuito (Isc) 8,93A
Máxima corrente de fusível série (If us ) 10A

O módulo fotovoltaico mencionado acima pode operar com um banco de baterias que
trabalhe em 12V. Para os bancos que trabalham com 24V, precisaria ligar dois móduloss
em série e assim sucessivamente.
A equação (??) usada na seção ?? pode ser usada para determinar o número de módulos
fotovoltaicos. Para tanto as seguintes informações são necessárias: Irradiação solar do lugar
(Irs ) e eficiência do sistema fotovoltaico (η) (assume-se um valor entre <0,8-0,9>). Além
disso, é necessário as seguintes informações do módulo fotovoltaico escolhido: potência
(PM OD ), corrente de curto circuito (Isc ), tensão em vazio Voc e tensão no ponto de máxima
potência (Vmpp ).

(5 Controlador de Carga: O controlador de carga é o equipamento responsável pelo


gerenciamento de energia dos módulos solares e do consumo a fim de prevenir que o banco
de baterias seja sobrecarregado ou descarregado demais. Desta maneira é garantido manter
em forma segura e eficiente o tempo de vida útil das baterias.
Para dimensionar corretamente um controlador de carga é necessário especificar a
máxima corrente fornecida pelo arranjo dos módulos fotovoltaicos (IF V −M AX ) e a tensão
de operação das baterias (VBCOBAT ).

5.3 Projeto do Sistema Fotovoltaico Autônomo


Neste tópico será discutido os seguintes passos do projeto do sistema off-grid:

• Previsão da Carga ;

• Dimensionamento do inversor;

• Dimensionamento do Banco de Baterias;

• Determinação da Configuração dos Módulos Fotovoltaicos;

• Dimensionamento do Controlador de Carga;

• Dimensionamento do sistema proteção e Manobra.

O diagrama completo do dimensionamento (proteção e manobra) do sistema off-grid é


mostrado na Figura 5.7 a seguir.
109

4. Modulo Fotovoltaico
= _____

5. Controlador de Carga
= ______ [W] + 2. Inversor Offgrid 1. Carga
= ______ [A]

= ______ [V] = ______ + kWh


= ___________[ ]
mês

= ______ [V]
= ______ = ___________[W] = ___________[
kWh
]
dia

= ___________[V]
... = ___________[V]
= ___________[W]

CARGA = ___________[V]

CC
-
...

...

cos = ___________
= ______

+ - + -
+
- -

3. Banco de Baterias

= ___________[V]

= ___________[Ah]

= ___________ ...
= ___________

= ___________[°C]

+
...
-
...

...

...
= ______

...

= ______
DIMENSIONAMENTO DE
SISTEMAS OFFGRID
USP Prof.Elmer Cari

Figura 5.7: Diagrama completo do sistema fotovoltaico autônomo.


(Fonte:Elaborada pelo autor.)

5.3.1 Passo 1: Carga


Para o dimensionamento é necessário conhecer a tensão de operação da carga (VCA ), e
um levantamento dos equipamentos que serão ligados no sistema. Um modelo para auxiliar
neste levantamento é mostrado na Tabela 5.2.

Equip. Qde Pot. (W) Subtotal (W) Uso (d) Horas (h) Cons./mês (kWh)

Pot total(PT ) Energia mensal(EM )


Energia diária(ED )

Tabela 5.2: Tabela para levantamento de Energia e Potência.

A partir da tabela 5.2 deve-se determinar a Energia Mensal EM dada em [ kwhmês ], Energia
Diária ED = EM /30 dada em [ kwh dia ] e a potência total da carga, P T dada em [W]. Além
disso, é necessário conhecer a tensão de operação da carga VCA [V], e o fator de potência,
cos(φ). Assume-se um valor de cos(φ) = 0, 9 na maior parte das vezes. A parir desses
valores é determinado a corrente na carga ICA .

PT
ICA = (5.1)
VCA × cos(φ)
110

5.3.2 Passo 2: Dimensionamento do Inversor


Valores Indicados:
-Tensão de entrada do inversor, Ventinv : É a tensão de entrada em corrente contínua do
inversor. Escolhe-se entre 12V, 24V, 36V ou 48V. Quanto maior é a potência da carga PT
é preferido tensões maiores. Uma vez escolhido este valor, a tensão no banco de baterias
será o mesmo.
-Eficiência do inversor, ηinv : Obtida do catálogo do fabricante. Inicialmente pode se
usar um valor entre [0,85-0,95].

Valores Calculados:
- Tensão de saída do inversor, Vsaiinv [V]: É igual a tensão da carga.

VSaiInv = VCA (5.2)

- Potência do inversor, Pinv [V]: A potência do inversor pode ser calculada dividindo a
potência da carga PT com a eficiência do inversor ηinv .

PT
PEntInv = (5.3)
ηinv

5.3.3 Passo 3: Dimensionamento do Banco de Baterias


Valores Indicados:
- Tensão da Bateria, VBAT : O valor padrão das baterias é 12V.
- Capacidade de Bateria C20, CBAT (Ah).
- Dias de Autonomia, Da.
- Profundidade de Descarga, PD .
- Temperatura de Operação Real da Bateria (TOP ): Não influencia nos cálculos, apenas
para conhecimento.

Valores Calculados:
-Tensão do Banco de Baterias, VBCOBAT : É igual a tensão escolhida na entrada do
inversor:

VBCO = VEntInv (5.4)

- Número de Baterias em Série, NBAT S : É igual a tensão do banco de baterias dividido


pela tensão da bateria:

VBCO
NBAT S = (5.5)
VBAT
- Capacidade do Banco de Baterias, CBCOBAT : É obtida do produto da Energia Diária
da carga pelos os dias de autonomia do banco de baterias dividido pelo produto da tensão
do banco de baterias pela profundidade de descarga do banco:

ED × Da
CBCOBAT = (5.6)
VBCO × PD
- Número de Fileiras de Baterias em Paralelo, NF ILBAT :

CBCOBAT
NF ILBAT = (5.7)
CBAT
111

- Número Total de Baterias, NT BAT : É igual ao número de baterias em série vezes o


número de fileiras de baterias:

NT BAT = NBAT S × NF ILBAT (5.8)

Valores Obtido de Curvas:


- Para fins de cálculo dos anos de vida do banco de baterias é calculado a profundidade
de descarga aparente do banco, PDAP A :

PD
PDAP A = (5.9)
Da
- Usando a PDAP A e a curva do fabricante “Profundidade de descarga x Ciclos de vida
útil” é obtido o número de ciclos de vida do banco de baterias, CVBCO .
- Os anos de vida do banco de baterias a 25◦ C, AVBCO , podem ser calculadas dividindo
os ciclos de vida entre 365 dias.

CVBCO
AVBCO = (5.10)
365
- Usando a temperatura de operação Top◦ C do banco de baterias e a curva do fabricante

“Temperatura de Operação x Projeção de vida útil”, determina-se a projeção de vida útil


do banco de baterias, P VU BCO .
- Finalmente, os anos de vida útil a temperatura de operação Top é determinado
multiplicando os anos de vida (a 25◦ C) vezes a projeção de vida útil do banco de baterias
a temperatura Top .

AVBCOT = AVBCO × P VU BCO (5.11)

5.3.4 Passo 4: Dimensionamento dos Módulos Fotovoltaicos


Valores Indicados:
- Irradiância Solar no plano horizontal, Irs : Obtida a partir da latitude e longitude do
lugar no site do cresesb: <www.cresesb.cepel.br/sundata/>
- Eficiência do sistema fotovoltaico, η: Consideram-se as perdas do inversor, do banco
de baterias, dos condutores, etc. Escolhe-se entre [0,8-0,9].
- Potência do módulo fotovoltaico, PM OD .
- Corrente de curto circuito do módulo fotovoltaico, ISC .
- Tensão em circuito aberto do módulo fotovoltaico, VOC .
- Tensão no ponto de máxima potência do módulo fotovoltaico, VM P P .

Valores Calculados:
- Determina-se a potência fotovoltaica corrigida usando a equação (??), reescrita
novamente aqui:
W
1000 m 2 × EF V
PF V C = (5.12)
Irs × 30dias × η

Sendo EF V igual a energia mensal da carga EM .


- O número de módulos é dado por:

PF V C
NM OD = (5.13)
PM OD
112

- A potência fotovoltaica instalada, PF V IN S é calculado por:

PF V IN S = NM OD × PM OD (5.14)

- Determina-se o número de módulos fotovoltaicos em série, NM ODS , que é igual ao


número de baterias série:

NM ODS = NBAT S (5.15)

- Determina-se o número de fileiras de módulos, NF ILM OD , que é igual ao número de


módulos dividido pelo número de módulos série:
NM OD
NF ILM OD = (5.16)
NM ODS
- Determina-se a tensão de operação do sistema fotovoltaico a máxima potência,
VF V M P P , sendo igual a tensão de máxima potência do módulo vezes o número de módulo
série:

VF V M P P = VM P P × NM ODS (5.17)

- Determina-se a máxima tensão de saída do sistema fotovoltaico, VF V M AX , sendo igual


a tensão em vazio vezes o número de módulo série:

VF V M AX = VOC × NM ODS (5.18)

- Determina-se a máxima corrente de saída do sistema fotovoltaico, IF V M AX , sendo


igual a corrente de curto circuito vezes o número de fileiras em paralelo:

IF V M AX = ISC × NF ILM OD (5.19)

5.3.5 Passo 5: Dimensionamento do Controlador de Carga


Valores Indicados:
- Fator de segurança, Fs : É uma constante entre [1,1-1,25] que será multiplicado como
segurança na corrente máxima que saí do sistema fotovoltaico (IF V M AX ) e que entrará
no controlador de carga. Considerando que em casos excepcionais a corrente dos módulos
poderia ultrapassar a corrente de curto circuito especificado no datasheet (um dia de
irradiação maior a 1000 mw2 com painel apontando ao norte, sem sujeira, etc), então um
fator Fs de 1,15 seria mais que suficiente para maioria das vezes.
Valores Calculado:
- Tensão de operação do controlador de carga, Vcont : É igual a tensão do banco de
baterias:

Vcont = VBCOBAT (5.20)

- Corrente do controlador de carga, Icont : É igual a corrente máxima do sistema


fotovoltaico IF V M AX vezes o fator de segurança:

Icont = IF V M AX × Fs (5.21)

- Tensão máxima do controlador de carga Vcontmax : Deve ser maior a máxima tensão
de saída do sistema fotovoltaico VF V M AX . Apenas para ser verificado.

5.3.6 Passo 6: Dimensionamento do sistema de proteção e manobra


O procedimento é similar ao sistema fotovoltaico on-grid estudado na seção 2.5.
113

5.4 Exemplo Prático passo a passo de um Sistema off-grid


5.4.1 Passo 1: Carga
O levantamento de carga está na Tabela 5.3:

Tabela 5.3: Tabela do consumo mensal.

Potência Subtotal Uso Consumo


Equipamento Qtdd Horas
(W) (W) (dias) (kW h/mes)
Lâmpadas Led 5 12 60 30 5 9,0
Geladeira
1 180 180 30 10 54,0
(57 litros)
TV Led(32”) 2 95 190 30 5 28,5
Máq. lavar
1 500 500 12 1 6,0
roupa
NoteBook 2 30 60 30 8 14,4
Potencia Total 990 EM 111,9

Da tabela obtém-se:
PT = 990 (W );
EM = 111, 9 ( kW h
mês );
Energia diária (ED = EM /30);
ED = 3, 73 (kW h/dia) ou ED = 3730 (k/dia)

Outras informações da carga incluem, VCA = 127V , cos(φ) = 0, 9. A partir desses


valores determina-se:
PT
ICA = VCA ×cos(φ)
990
ICA = 127×0,9
ICA = 8, 7 A

5.4.2 Passo 2: Inversor fotovoltaico off-grid


Valores especificados
VEntInv = 24 V
ηinv = 0, 85 (assumido)
PT = 990 W
PT
Valores calculados Pinv = ηinv
990
Pinv = 0,85
Pinv = 1165 W
Deve-se especificar um inversor de onda senoidal pura de no mínimo 1200W,
127V(CA) e 24V (CC). Foi escolhido o inversor com as características abaixo:
Modelo: EPsolar IP 2000VA 24V/110V
Potência: 1600 W
Eficiência: 0.85
Vsaída: 120 V (CA)
114

Ventrada: 21 - 32 V (CC)
Custo base: R$1879,00 (loja: minha casa solar)

5.4.3 Passo 3: Banco de Baterias

Valores especificados
VBAT = 12 V
CBAT = 150 Ah (C20)
Da = 2 dias
PD = 0, 4
Tope = 40◦ C

Valores calculados

VBCOBAT = VEntInv
VBCOBAT = 24 V
VEntInv
NBAT S = VBAT
NBAT S = 2 baterias em serie

ED ×Da
CBCOBAT = VBCOBAT ×PD
3730×2
CBCOBAT = 24×0,4
CBCOBAT = 777, 1 Ah

CBCOBAT
NF ILBAT = CBAT
777,1
NF ILBAT = 180
NF ILBAT ≈ 5 f ileiras de baterias

NT BAT = NBAT S × NF ILBAT


NT BAT = 5 × 2
NT BAT = 10 baterias

Serão necessárias 10 baterias de capacidade 150 Ah que serão colocadas em 5 fileiras de


duas baterias em série. Foi escolhido as baterias com as características abaixo:
Modelo: Bateria Estacionária Freedom 165AH-DF2500
V: 12 V
C20: 150 Ah
Total: 10 Baterias
Custo base: R$ 991,00 x 12 = R$ 9910,00 Reais (loja: Energyshop)
115

Valor calculado das curvas do fabricante

PD
PDAP A = Da
0,4
PDAP A = 2
PDAP A = 0, 2 dias

CVBCO = 1500 ciclos


CVBCO
AVBCO = 365
1500
AVBCO = 365
AVBCO = 4, 1 anos

P V UBCO = 0, 9 obtido da curva para Top = 40◦ C

AVBCOT = AVBCO × P V UBCO


AVBCOT = 4, 1 × 0, 9
AVBCOT = 3, 7 anos

5.4.4 Passo 4: Módulos Fotovoltaicos

Valores especificados

Escolhe-se um módulo fotovoltaico do modelo: Komaes (KM150) com as seguintes


especificações:
PM OD = 150W
ISC = 8, 61A
VOC = 22, 9V
VM P P = 18, 5V

Além disso, é especificado:


Irs = 4, 97( mkW h
˙ )
2 dia

η = 0, 8 (eficiência do sistema fotovoltaico)


116

Valores calculados

1000×EM
PF V C = Irs ×30×η
1000×11,9
PF V C = 4,97×30×0,8
PF V C = 938W

PF V C
NM OD = PM OD
938
NM OD = 150
NM OD = 6, 25
arredondado ⇒ NM OD ≈ 6 modulos

PF V IN S = NM OD × PM OD
PF V IN S = 6 × 150
PF V IN S = 900(W )

NM ODS = NBAT
NM ODS = 2 modulos

NM OD
NF ILM OD = NM ODS
6
NF ILM OD = 2
NF ILM OD = 3 f ileiras ⇒ (deve f icar inteiro)

VF V M P P = VM P P × NM ODS
VF V M P P = 18, 5 × 2
VF V M P P = 37 V

VF V M AX = VOC × NM ODS
VF V M AX = 22, 9 × 2
VF V M AX = 45, 8 V

IF V M AX = ISC × NF ILM OD
IF V M AX = 8, 61 × 3
IF V M AX = 25, 83 A

Assim, tem-se no total: 6 módulos de 150 W distribuídos em três fileiras de dois


módulos fotovoltaicos.
Custo base:
R$ 379,00 × 6 = R$ 2274,0 (loja: Energyshop)

5.4.5 Passo 5: Controlador de Carga

Valores especificados

FS = 1, 15(A)
117

Valores calculados
Vcont = VBCOBAT
Vcont = 24 V

Icont = IF V M AX × FS
Icont = 25, 83 × 1, 25
Icont = 32, 3 A
Foi escolhido um Controlador de Carga com as seguintes especificações:
Modelo: Triron 4210N (EPEVER)
Corrente de Carga (Icont ) = 40 A
Tensão nominal do sistema = 24 V
Custo base: R$ 769,0 (loja: Neosolar)

Todos os passos do dimensionamento para o sistema off-grid são resumidos nas figuras
5.8 e 5.9 nas páginas seguinte. Para melhor compreensão deve-se usar junto com a figura
5.7.
118

2. INVERSOR 3. BANCO DE
1. CARGA
OFFGRID BATERIAS

Valores Indicados Valores Indicados Valores Indicados

í
ã
ç
á
ê
ã
ê çã

Valores Calculados Valores Calculados Valores Calculados

ã í

ê
ã
ú é

ú
ú

Valores Calculados con Curvas

çã ú

Figura 5.8: Passos para o dimensionamento do sistema off-grid


119

4. MODULO 5. CONTROLADOR DE
FOTOVOLTAICOS CARGA

Valores Indicados Valores Indicados

çã á
ê
é çã
ê í
ê ó
ó
ã ó
ã á ê

Valores Calculados Valores Calculados

ç
ã

ã á

ú ó
ê
ó ó
ú ó é
ú ó
ã á
ê
ã á
á
DIMENSIONAMENTO DE
SISTEMAS OFFGRID
USP Prof. Dr. Elmer Cari

Figura 5.9: Passos para o dimensionamento do sistema off-grid


120
Bibliografia

ABSOLAR. Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Infográfico Solar, 2020.


Disponível em: <http://absolar.org.br/infografico-absolar.html>. Acesso em: 03 ago.
2020.

ANEEL. Nota técnica n°0056/2017-SRD. Atualização das projeções de consumidores


residenciais e comerciais com microgeração solar fotovoltaicos no horizonte 2017-2024,
2005. Disponível em: <https://www.aneel.gov.br/documents/656827/15234696/Nota+T%
C3%A9cnica_0056_PROJE%C3%87%C3%95ES+GD+2017/#:~:text=O%20objetivo%
20desta%20Nota%20T%C3%A9cnica,em%20novembro%20de%202015%20pela>.

ANEEL. Resolução Normativa nº 482 de 17 de Abril de 2012, 2012. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2021.

ANEEL. Resolução Normativa nº 687 de 24 de Novembro de 2015, 2015. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2021.

CRESESB. Centro de referência de Energia Solar e Eólica. [s.n.], 2021. Disponível em:
<https://cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata>. Acesso em: 25 Nov. 2021.

GLOBO. Governo da Califórnia (EUA) exige que novas casas tenham paineis de energia
solar. [s.n.], 2018. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/6728485/>. Acesso em:
03 ago. 2020.

VILLALVA, M. G. Energia Solar Fotovoltaica - Conceitos e Aplicações. [S.l.]: Ed. Erica,


Ed. Saraiva, 2016.

121

Você também pode gostar