Avaliação Da Aplicação Da Lei de Georreferenciamento de Imóveis Rurais Na Mesorregião Do Extremo Oeste Baiano
Avaliação Da Aplicação Da Lei de Georreferenciamento de Imóveis Rurais Na Mesorregião Do Extremo Oeste Baiano
Avaliação Da Aplicação Da Lei de Georreferenciamento de Imóveis Rurais Na Mesorregião Do Extremo Oeste Baiano
Barreiras
2015
RONIVON PEREIRA RODRIGUES
Barreiras
2015
RONIVON PEREIRA RODRIGUES
Banca Examinadora
Agradeço primeiramente a Deus, por ser uma inspiração maior, que possibilita
que todas as coisas aconteçam na minha vida.
Ao apoio da minha família, em especial, a minha mãe Idalina ao meu pai
Raimundo minhas irmãs e irmão Ilda, Tatiana e Rafael.
A minha amada esposa Andreza pelo apoio, palavras de incentivo,
compreensão e carinho no dia-a-dia e nos momentos que mais precisei.
Aos meus queridos e amados sobrinho e sobrinhas Lucas Matheus, Amanda
(que também é afilhada), Anne Keterine, Luna, Iasmin Nayra Liz e Rafaela pelos
gestos de carinho e afeto de cada um.
As minhas tias, tios, primos e primas pelo carinho e as vezes puxões de orelha,
especialmente, tia Gemina e Erika e Ericarla.
Ao meu orientador, Pablo Santos, pela amizade e disposição, apoio e incentivo
durante todo o curso e nas orientações de monografia.
Aos muitos colegas e amigos de graduação e de profissão por estarem
presentes desde o inicio desta longa jornada, em especial, aqueles de maior
convívio: Gilsinei Pereira, Rodrigo Lima, Bruno Pansiere, Ueliton Basilio, Uilque
Santana, Diego Cruz, Marlito Machado, Valdenice Silva, Catarina Araújo e João
Paulo Rodrigues.
Ao corpo docente do curso de Geografia e outros professores que contribuíram
para minha formação, em especial, a Janes Lavoratti, Paulo Baqueiro, Luiz
Carvalho, Marcelo Latuf.
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram e incentivaram
para que eu alcançasse essa conquista.
“A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las”.
Aristóteles
RODRIGUES, Ronivon Pereira. AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA LEI DE
GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS NA MESORREGIÃO DO
EXTREMO OESTE BAIANO. 119f. 2015. Monografia (Graduação em Geografia).
Centro das Humanidades, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras - BA,
2015.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2. LEGISLAÇÃO E FORMAÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA: DAS
SESMARIAS À CONSTITUIÇÃO DE 1988 ............................................................ 17
2.1. As Sesmarias ................................................................................................... 17
2.2. Lei das terras de 1850 ...................................................................................... 20
2.3. Estatuto da Terra.............................................................................................. 25
2.4. Constituição de 1988 ........................................................................................ 28
3. ATUAÇÃO DO INCRA E A LEI 10.267/2001 ......................................................... 32
3.1. Criação do INCRA ............................................................................................ 32
3.2. Antecedentes da criação da Lei nº 10.267/2001 ............................................... 34
3.3. Criação da Lei nº 10.267/2001 ......................................................................... 36
3.3.1. Implantação do CNIR. .............................................................................. 36
3.3.2. Normativa para o Georreferenciamento e Certificação de imóveis rurais . 38
3.3.3. Etapas e normas para o Georreferenciamento ........................................ 40
3.3.4. Etapas e normas para a Certificação ....................................................... 46
3.3.5. Prazos para o Georreferenciamento. ....................................................... 49
3.3.6. Outros delineamentos da Lei ................................................................... 50
3.3.7. Problemas nas análises de certificação ................................................... 52
3.3.8. Criação da 3ª NTGIR: O SIGEF ............................................................... 55
4. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................... 61
4.1. Aspectos Geoambientais .................................................................................. 62
4.2. Inicio da ocupação territorial ............................................................................. 63
4.3. Formação Politico-administrativa ...................................................................... 67
4.4. Aspectos socioeconômicos .............................................................................. 69
4.5. Formação Fundiária ......................................................................................... 72
5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 84
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 86
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 111
REFERENCIAS ........................................................................................................ 113
14
1. INTRODUÇÃO
2.1. As Sesmarias
Tais objetivos ficaram latentes, visto que, neste período houve uma intensa
exploração dos recursos naturais disponíveis no país, inicialmente, com a extração e
exportação para o continente Europeu do Pau-Brasil, e, posteriormente, a partir do
final do século XVI com a consolidação da exploração agrícola em grande escala de
cana-de-açúcar e já no século XVIII com a exploração de ouro e diamantes, que
servia excepcionalmente aos interesses comerciais da Coroa (FERNANDES, 2014).
Este cenário trouxe como consequência inevitável à implantação
desordenada do sistema latifundiário no território brasileiro, e acabou saindo do
controle da Coroa Portuguesa, que mesmo sem obter muito sucesso, procurou inibir
as concessões de sesmarias no país.
O que se pode concluir diante da Lei de Terras é que essa foi uma espécie
de divisor de águas em relação à territorialização do Brasil, tanto na
legitimação da propriedade privada e do latifúndio como na demarcação de
terras devolutas no país. Desse modo, toda e qualquer propriedade no
Brasil deve ter como marco inicial a regulamentação da propriedade
expedida em 1850 ou comprada da Coroa portuguesa, caso contrário é
terra devoluta, ou seja, passível de desapropriação (ALCÂNTARA FILHO e
FONTES, 2009, p. 66).
24
Esta percepção foi devido ao fato de temas como política agrícola e fundiária
e sobre reforma agrária estarem no capítulo de Título VII, o qual tratou de assuntos
pertinentes a Ordem Econômica e Financeira, e não no capítulo de Título VIII, o qual
debateu assuntos inerentes a Ordem Social. Desta forma, tem-se que “para os
autores da Constituição em vigor, a questão fundiária diz respeito exclusivamente à
vida econômica, nada tendo a ver com a desigualdade social” (COMPARATO, sd, p.
05) atribuindo outra conotação para a questão além do acesso a terras no país.
Outra pequena modificação presente na Constituição de 1988 diz respeito às
terras pertencentes à União, que é tratada no seu art. 20, Inciso II sendo definidas
como todas "as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental" (CONSTITUIÇÃO 1988). Isto representou mais clareza
quando comparada com a Constituição de 1967, o qual descreve terras devolutas da
União “a porção de terras devolutas tidas como indispensáveis à defesa do território
nacional ou essencial ao seu desenvolvimento econômico.” (CONSTITUIÇÃO 1967).
Logo, foi inserido entre as duas constituições nas terras devolutas as áreas militares,
vias federais de comunicação e áreas de preservação ambiental (FERREIRA, 2013).
Ainda a respeito das terras devolutas, estas passaram segundo o artigo 188,
a atenderem à questão fundiária, devendo seu uso ser compatível com a política
agrícola e com o respectivo PNRA, em vigor na ocasião:
A principal finalidade dos termos presentes na lei foi caracterizar, por meio do
módulo rural, as diferentes realidades do campo brasileiro.
Outra caracterização das propriedades rurais presente no estatuto é referente
aos níveis de produtividade das mesmas. Foram traçadas as unidades mínimas de
produção em vista da quantidade de módulos rurais, a fim de caracterizar as
propriedades em produtivas ou improdutivas (FELICIANO, 2003).
Mesmo com a nova legislação voltada às questões agrárias, a ineficácia ou
falta de adoção da mesma, fez com que a partir da segunda metade da década de
1990, iniciasse a preocupação de aprimorar o cadastro de terras no Brasil de
maneira que o mesmo fosse consistente e que abarcasse a realidade da questão
agrária no país (FERNANDES, 2014).
Dentro deste contexto, dois fatos ocorridos no ano de 1997 foram
fundamentais para que SNCR, gerido pelo INCRA fosse reformulado buscando as
melhorias necessárias, sendo eles: “a Carta de Belém e a auditoria realizada pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) nas atividades realizadas pelo INCRA, entre
1994 e 1997, apontando diversas falhas em seu cadastro” (ESTEVES, 2010, p. 13).
31
Até o início da década de 1970 estes órgãos tiveram pouca efetividade nas
funções que lhes foram atribuídas.
Diante deste contexto em 9 de julho de 1970, pelo Decreto-Lei nº 1.110, foi
criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que foi
vinculado também ao Ministério da Agricultura e sendo constituído pela junção do
INDA, GERA e IBRA extintos pelo referido decreto (FERNANDES, 2014).
Apesar das múltiplas alterações, assim como seus antecessores, o INCRA
teve pouca atuação logo após ser criado. Nas décadas posteriores, o INCRA ainda
passou por uma série de modificações na sua estrutura e vinculação ministerial.
A primeira alteração neste sentido foi por meio do Decreto nº 91.214, de 30 de
Abril de 1985, em que foi criado o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento
Agrário (MIRAD), o qual, posteriormente, o INCRA foi incorporado, pelo Decreto-Lei
nº 2.363, de 21 de Outubro de 1987, no referido decreto houve a extinção do INCRA
em detrimento da criação do Instituto de Terras (Inter).
Por consequência do não cumprimento das metas estabelecidas no I PNRA
do país, a Medida Provisória nº 29, de 15 de janeiro de 1989, extinguiu o MIRAD e o
Decreto Legislativo nº 02, de 29 de Março de 1989, revogou os termos do Decreto-
lei nº 2.363/87, reestabelecendo o INCRA que passou a ser vinculado diretamente à
Presidência da República (FELICIANO, 2003).
Por fim, em 14 de janeiro de 2000, o Decreto nº 3.338 criou o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), órgão ao qual o INCRA passou e está vinculado
até hoje.
Quanto às suas atribuições, conforme descrito por Rosalen (2011), o INCRA é
uma autarquia federal responsável por implementar a política de reforma agrária,
além de realizar o ordenamento fundiário nacional de forma a contribuir para o
desenvolvimento sustentável do meio rural.
O INCRA tem por missão principal:
grilagem e interesse em obter crédito rural podem levar a uma declaração de área
superior ou inferior à realidade” (CNA, 2012, 05).
Além dos problemas citados anteriormente, outro existente, nas duas formas
de apuração, é também quanto à definição conceitual do objeto estudado, uma vez
que, o INCRA tem para fins de cadastro um conceito, enquanto o IBGE, para fins de
levantamento estatístico possui outro.
Quanto à definição do que seja o objeto de estudo, o IBGE define-o como:
Figura 1. Órgãos e instituições ligados à administração territorial rural e seus respectivos cadastros
Fonte: Barros (2011)
38
rurais, haja vista que, somente estes fazem parte do banco de dados que compõe o
CNIR.
Com intuito de delinear as diretrizes e demais especificações necessárias às
etapas de georreferenciamento e certificação dos imóveis rurais, o INCRA adotou
como referência as definições publicadas pela Norma Técnica para
Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR), a qual teve sua 1ª edição,
determinada pela Portaria INCRA/P/nº1.101 de 17 de Novembro de 2003 com o
propósito de orientar os profissionais que atuam nas atividades de demarcação,
medição e georreferenciamento de imóveis rurais (BRASIL, 2003).
Desde então, com finalidade de revisar, atualizar e sanar imprecisões foram
publicadas outras 2 edições de NTGIR: a 2ª NTGIR, publicada pela
Portaria/INCRA/P/Nº69 de 22 de Fevereiro de 2010 e revisada em 16 de Setembro
do mesmo ano, pela Portaria/INCRA/P/Nº578 e ainda 3ª NTGIR publicada pela
Portaria/INCRA/P/Nº486 de 23 de Novembro de 2013, vigente atualmente no país.
Além das NTGIR, o INCRA normatiza os atos necessários para o pleno
funcionamento da Lei do georreferenciamento por meio de portarias, Instruções
Normativas (IN) e Notas de Execução (NE).
Com a finalidade de atender as especificações da lei, decretos e demais atos
regulamentadores, o INCRA ficou responsável por montar a estrutura necessária à
execução das atividades preconizada pelas NTGIR.
Para tanto, inicialmente foi realizado o cadastro dos profissionais habilitados a
realizar serviços de georreferenciamento de imóveis rurais e, por seguinte, poderiam
requerer a certificação da parcela referente ao levantamento efetivado e ainda criou
os Comitês Regionais de Certificação (CRC), para análise dos processos.
Esta estrutura foi organizada por meio da Portaria/INCRA/P/Nº 514, de 01 de
Dezembro de 2005, a qual criou o Cadastro Nacional do Profissional Credenciado
cujo objetivo é de sancionar o credenciamento de profissionais aptos a realizar
atividades inerentes ao Georreferenciamento de imóveis rurais (GOMES, 2008).
A partir do credenciamento, o profissional obtém as suas credenciais,
composta por 3 ou 4 algarismos alfanuméricos, que é único para cada credenciado
no país, sendo esta a condição necessária para geração dos códigos presentes em
cada um dos vértices que venham a compor a poligonal referente ao imóvel, objeto
georreferenciado por tal profissional. Ressalta-se que apenas profissionais
credenciados pelo INCRA podem requerer a certificação do imóvel (GOMES, 2008).
40
nestas condições podem ter as coordenadas determinadas por outros meios, como
Cartas Topográficas. Porém, é necessária prévia autorização do CRC da região em
que o imóvel esteja localizado (GOMES, 2008).
Uma vez utilizado, conforme mostrado na Figura 2, cada vértice deve ser
identificado individualmente por um código único formado pela sequência das iniciais
do credenciado, tipo do vértice e o número sequencial (segundo o tipo de vértice)
que jamais devem se repetir.
(A) (B)
Figura 3. Modelos de marcos, segundo o tipo de material (A) Marco de concreto e (B) Marco de ferro.
Fonte: INCRA, 2003
43
Limites Artificiais (LA): Cerca, muro, estrada, vala, canal, linha ideal e limite
artificial não tipificado; e,
Limites Naturais (LN): Corpo d’água ou curso d’água, linha de cumeada,
grota, crista de encosta, pé de encosta e limite natural não tipificado
(BRASIL, 2013, p. 22).
1) Documentação Analógica:
a) Requerimento Certificação – assinada pelo proprietário e Responsável
Técnico – com firma reconhecida;
b) Contrato Social, quando for o caso ou Procuração Pública;
c) Certidão matrícula/Transcrição de inteiro teor, original ou autenticada;
d) ART com comprovante de pagamento;
e) 3 vias da Planta topográfica;
f) 3 vias do(s) Memoria(is) descritivo(s)
g) Planilha de Cálculo de Área;
h) Tabela de dados Cartográficos;
i) Declaração de Reconhecimento de Limites, Declaração de Respeito de
Divisas (Registrada no respectivo Cartório de Títulos e Documentos
Comarca Registro Imóveis);
j) Cópia CCIR vigente, quitado, quando houver;
k) Monografia do vértice de base; e,
l) Cópia Carteira Identidade/CPF; quando jurídica, também a procuração.
2) Documentação meio Digital:
a) Relatório Técnico;
b) Planta (formato DWG, DGN ou DXF) e Memorial (is) Descritivo (s);
c) Relatórios de Processamento do (s) Levantamento (s) bem como dos
ajustamentos, seja qual for o equipamento técnico;
d) Arquivos nativos e Rinex (Estação Total ou GPS);
e) Planilhas de Cálculo de Área e Tabela de Dados Cartográficos; e,
f) Monografia do vértice de base. (BRASIL, 2010, p. 58-59)
Quando reunidos, tais arquivos deveriam ser entregues nas próprias SR (na
sala da cidadania) ou enviados via correio para a respectiva SR no qual o imóvel
rural estivesse localizado. Quando o pedido fosse formalizado, era gerado um
número do protocolo de Requerimento de Certificação, com o qual o credenciado e o
proprietário ou seu representante legal do imóvel rural poderiam consultar as
informações acerca do andamento do seu processo via internet, por meio do site do
INCRA <http://certificacao.incra.gov.br/Certifica/> específico para esta finalidade.
Toda documentação analógica deveria ser impressa em folhas apropriadas,
constando a assinatura do credenciado responsável pelo levantamento e também
enviados em meio digital, por meio de uma mídia de Disco Digital Versátil (DVD),
contendo todos os dados espaciais, descritivos e relatórios gerados (GOMES, 2008).
47
Cabe ressaltar ainda que possíveis atrasos no que tange a não realização do
georreferenciamento conforme as respectivas datas delineadas para certificação do
imóvel rural, segundo preconiza a Lei de Georreferenciamento, não caracteriza
nenhuma irregularidade, transgressão ou conduta desabonadora ou gere algum tipo
de multa para o proprietário (AUGUSTO, 2006).
Entretanto, imóveis rurais não certificados após os prazos determinados,
acarreta na impossibilidade da realização de registro, averbações da matrícula ou
transcrição correspondente ao imóvel pendente de certificação. Quaisquer outras
intenções de ações que modifique os limites do imóvel de alguma forma como
desmembramento, remembramento, entre outros, só será possível após a conclusão
do georreferenciamento e a respectiva certificação (AUGUSTO, 2006).
Salienta-se que em meios práticos, a lei não obriga nenhum proprietário de
imóvel rural a realizar o georreferenciamento, pois, a mesma não prevê sansões
diretas àquele que não a cumpre. Tecnicamente, a realização da descrição do
imóvel conforme determina a lei, configura apenas um “ônus” imposto pela norma
(AUGUSTO, 2006).
Outras consequências diretas para o proprietário do imóvel sem o
georreferenciamento é a impossibilidade de alienar (por venda ou doação), parcelar,
realização de sucessão de partilha (caso o imóvel seja objeto de espólio) e ainda
não pode atualizar o CCIR, que, por conseguinte, impossibilita a obtenção de
financiamento bancário junto às instituições financeiras.
PA, devido ao fato que estas SR representavam, naquele momento, as que mais
possuíam algum tipo de problema, acarretando no atraso das análises (INCRA,
2013).
Cabe salientar que entre o total de análises do período, 3.458 processos
culminaram em certificações dos respectivos imóveis rurais, enquanto em 5.299
processos foram identificados algum tipo de erro, ocasionando notificações de
pendências feitas ao proprietário ou responsável legal do imóvel e credenciado
responsável pelo processo (INCRA, 2013).
Os resultados satisfatórios obtidos pelo TCT entre Exército e INCRA levaram
a prorrogação dos trabalhos desenvolvidos na DSG/Cigex até Dezembro de 2013, e
devido o levantamento do INCRA naquele ano, teria identificado uma demanda de
analisar mais 16 mil processos em todo país, que acabou não sendo toda analisada
em função da adoção da 3ª NTGIR (INCRA, 2013).
A segunda medida foi à publicação em 26 de novembro de 2012, da NE nº
105, que simplificou os procedimentos a serem adotados nas análises dos
processos de certificação e que, por conseguinte, alavancou o número de imóveis
rurais certificados no país desde então (INCRA, 2013).
Segundo o próprio INCRA a adoção da NE nº 105, foi um sucesso:
Figura 6. Consulta pública, por órgão e Oficias de registros aos dados do SIGEF.
Fonte: INCRA, 2013.
A MOB possui por limítrofes o estado do Piauí (ao Norte), de Minas Gerais (ao
Sul), de Goiás e Tocantins (a Oeste) e com municípios baianos, pertencentes à
mesorregião do Vale São – Franciscano da Bahia (a Leste).
Possui uma área de 116.614,563 km2 (20,65% do estado da Bahia) e segundo
o censo demográfico de 2010, possui 579.253 habitantes (4,11% da população do
estado da Bahia) (BRASIL, 2012).
62
2
Território Baiano socialmente construído na margem esquerda do Rio São Francisco, formado por
35 munícipios, que compõem a Região Econômica Oeste da Bahia, vulgarmente denominada Além
São Francisco, numa referência de quem se posiciona do lado direito do grande rio, desde o litoral
(Neves, 2012, p. 36).
64
579.253
600.000
495.716
500.000 450.221
População
400.000 345.927
279.332
300.000
212.863
202.863
200.000 171.280
150.265
94.321
100.000 63.993
0
1872 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
Ano
3
Gráfico 1. Evolução populacional da MOB, entre 1872 e 2010 .
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE: 1872, 1900, 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010.
3
Devido à configuração territorial de cada município no período dos respectivos Censos demográfico,
considerou-se no cálculo: em 1820, a população do município de Barra do Rio Grande; e, entre 1820
– 1950 a população do município de Carinhanha.
67
Tabela 1. Número de imóveis rurais declarados, por freguesia, nos Registros Eclesiásticos de Terras
do Oeste, entre 1857 – 1862.
Nº do Nº de
Freguesias Período
Livro declarações
4.650 Santíssimo Sacramento e Santa Anna do Angical 1857 380
4.659 São Francisco das Chagas da Barra do Rio 1858 237
4.660 Grande 1858 120
4.683 1858 – 1859 396
Santa Anna do Campo Largo
4.684 1857 – 1859 392
4.690 São José da Carinhanha 1859 – 1860 127
4.793 Santa Rita do Rio Preto 1857 – 1860 499
Total 2.151
Fonte: Neves (2012).
Tabela 3. Proprietários que declararam 4 ou mais imóveis rurais na freguesia de São Francisco das
Chagas da Barra do Rio Grande, em 1858.
Nome dos proprietários Números de registros
Coronel Antônio Mariani e filhos 7
Faustino Martins Soares 5
Theobaldo José de Carvalho 4
Fausto Ferreira Leite 4
Carlos Mariani 4
Fonte: Neves (2012).
74
Tabela 4. Proprietários que declararam 4 ou mais imóveis rurais na freguesia de Santa Anna do
Campo Largo, entre 1857 – 1859.
Nome dos proprietários Números de registros
Francisco José de Oliveira 9
Fernando José de Oliveira 5
Leandro Gonçalves de Brito 5
Manoel Cardoso de Sirqueira 5
Ângela da Cunha e Figueiredo 4
Joaquim Antônio Ferreira de Magalhães 4
Fonte: Neves (2012).
Tabela 5. Proprietários que declararam 4 ou mais imóveis rurais na freguesia de São José da
Carinhanha (1858).
Nome dos proprietários Números de registros
Gregório Moreira da Trindade 6
Manoel dos Santos Moreira 5
Agostinho Martins dos Santos Fonseca 4
Francisco Moreira das Neves 4
Hermenegildo Alves Brandão 4
Irineu Pereira de Castro 4
Luís Pereira Pinto 4
Órfãos Bruno, Pedro e Cecília 4
Fonte: Neves (2012).
A freguesia de Santa Rita do Rio Preto teve 499 registros, entre os quais,
conforme mostrado na Tabela 6, um total de 103 (20,64) registros foram realizados
por 19 declarantes.
Destaque mais uma vez para Francisco José de Oliveira que também possuiu
declarações nesta freguesia, além da freguesia de Santa Anna do Campo Largo,
fazendo assim com que ele tenha sido o que mais declarou terras em sua posse
neste período.
75
Tabela 6. Proprietários que declararam 4 ou mais imóveis rurais na freguesia de Santa Rita do Rio
Preto, entre 1857 – 1860.
Nome dos proprietários Números de registros
Serafim Ferreira Dias 8
Antônio Siríaco do Bomfim Beltrão 7
Benedito José da Silva 7
Bonifácio José Dias 6
Urseiro Alves Ribeiro 6
Francisca de Paula e Sá 6
Joaquim Aires de Souza Jacó 6
Manoel José de Oliveira 6
Estevão Alves Gurgeis 5
Francisco José de Oliveira 5
João Alves Ferreira 5
João Francisco da Silva 5
Luís de França Lustosa 5
Maria Rita da Silva 5
José M. Cavalcante 5
Alberto Ferreira Dias 4
Inácio Belformim Rodrigues 4
José Marques de Carvalho 4
Pedro Ribeiro de Souza 4
Fonte: Neves (2012).
4
No censo de 1940, houve a apuração da quantidade total de área ocupada por imóveis acima de
1.000 ha apenas em 2 municípios que compunha a MOB naquele momento.
78
A privatização das terras do oeste baiano, nos anos setenta, pelas grandes
empresas para as atividades agro pastoris, choca-se com o sistema
tradicional de ocupação dos gerais baseado na prática secular de
aproveitamento estacional das pastagens. As imensas áreas de terras eram
de domínio do Estado, e muitas efetivamente em mãos de milhares de
posseiros e criadores, que delas usufruíam em regime de condomínio para
criação de rebanho de pequenos e grandes animais (BRASIL, 2010b, p. 33).
Além dos imóveis citados houve tantos outros casos cujas áreas individuais
foram menores. Porém, quando somadas representam uma quantidade significativa
de áreas ocupadas na MOB por meio desta prática que provocou ao longo deste
processo inúmeros conflitos resultando em ameaças, mortes e expulsões de
agricultores tradicionais de suas terras (MENEZES, 2014).
Há de se ressaltar que o processo de grilagem de terras continua a existir na
MOB, com foco nas áreas consideradas propicias à expansão das atividades
voltadas ao agronegócio. Neste contexto,
Tabela 11. Quantidade e área dos estabelecimentos rurais na MOB entre 1980 - 2006.
Características dos estabelecimentos rurais
Ano ≤ 100 ha 100 – 1.000 ha ≥ 1.000 ha Total
Quant. Área Quant. Área Quant. Área Quant. Área
1980 29.410 572.419 4.568 1.140.374 638 3.255.250 34.616 4.968.043
1996 32.883 640.318 4.117 1.095.183 995 4.057.822 33.878 4.698.140
2006 37.746 761.970 3.886 1.088.911 1.113 4.553.958 42.745 6.404.839
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do IBGE 1980, 1996 e 2006.
Tabela 12. Apuração dos dados estatísticos da SNCR dos municípios da MOB.
Município Quant. Área (ha) Área municipal (ha) %
Angical 1.857 169.793,4 152.827,7 111,10
Baianópolis 1.299 437.269,3 334.256,1 130,82
Barreiras 2.193 1.013.355,8 785.922,5 128,94
Brejolândia 1.156 157.408,5 274.472,4 57,35
Canápolis 1.156 33.200,4 43.721,8 75,94
Catolândia 291 41.867,1 64.256,8 65,16
Cocos 2.169 1.506.852,1 102.2736,5 147,34
Coribe 2.218 332.932,6 247.850,6 134,33
Correntina 4.851 1.368.363,2 1.192.167,6 114,78
Cotegipe 782 434.906,2 419.582,7 103,65
Cristópolis 475 109.521,1 104.310,5 105,00
Formosa do Rio Preto 2.252 1.747.990,7 1.630.386,4 107,21
Jaborandi 2.281 1.240.830,7 954.513,0 130,00
Luís Eduardo Magalhães 463 227.299,9 394.106,9 57,67
Mansidão 297 192.085,8 317.743,0 60,45
Riachão das Neves 1.531 1.401.679,6 567.301,8 247,08
Santa Maria da Vitória 2.908 232.125,8 196.684,2 118,02
Santana 1.588 174.474,5 182.016,5 95,86
Santa Rita de Cássia 1.278 490.332,5 597.776,8 82,03
São Desidério 2.742 2.468.106,0 1.515.700,5 162,84
São Félix do Coribe 1.143 145.347,4 94.933,5 153,10
Serra Dourada 2.768 157.824,9 134.663,2 117,20
Tabocas do Brejo Velho 761 114.715,6 137.574,0 83,38
Wanderley 707 190.854,7 295.951,3 64,49
MOB 39.166 14.389.138 11.661.456,3
Fonte: INCRA, 2013, organizado pelo autor.
83
5. MATERIAIS E MÉTODOS
2010 com a identificação das seguintes informações de cada imóvel rural certificado:
CCIR, número do processo de certificação (quando oriundo da 1ª e 2ª NTGIR),
denominação do imóvel, nome do proprietário, área total certificada, município de
localização, número da certificação e a data da certificação.
Concomitante a obtenção das informações supramencionadas foi realizado o
download das poligonais, no formato shapefile, de todos os imóveis rurais
certificados até a data limite deste estudo. Tais informações são armazenadas e
disponibilizadas para acesso público no sitio eletrônico do acervo fundiário do
INCRA < http://acervofundiario.incra.gov.br/>.
No referido site foram obtidas as informações acerca dos imóveis rurais
certificados pela Lei 10267/2001, diferenciando os de natureza privada (provenientes
da 1ª, 2ª e SIGEF) e os públicos (Projetos de assentamento, Quilombos, Terras
Indígenas e Glebas Federais) nesta etapa foram adquiridos tais informações para
todo o território nacional.
Após a aquisição das poligonais com as informações acima descritas foram
realizadas, no software ArcGIS 9.3, a seleção das poligonais de imóveis certificados
dentro da área de interesse da pesquisa.
Inicialmente, utilizando um arquivo shapefile contendo os limites dos
municípios baianos em 2010, disponibilizado pelo IBGE, foi realizado no software
ArcGIS 9.3, com uso da ferramenta “select by attributes”, a seleção dos municípios
que compõe a mesorregião e também a criação de arquivo com o recorte municipal
para cada município que a compunha.
Foram ainda utilizados, para organização e manipulação de informações
tabulares e a produção de gráficos o software Microsoft Excel 2010; o software
ArcGIS 9.3, para edição das informações vetoriais por meio da padronização,
recorte das informações segundo a área de interesse regional e municipal (quando
necessário) e na elaboração do layout dos mapas apresentados.
A avaliação quanto à percentagem total das áreas certificadas foi realizada
comparando o somatório das áreas dos imóveis já certificadas em relação à área
rural de cada município que compõem a MOB, estes dados foram obtidos no sítio
eletrônico <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/areaterritorial/area.shtm> do
IBGE.
86
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 13. Número de imóveis certificados por unidade da Federação, até 31 de outubro de 2015.
Imóveis Certificados
Estado 1ª e 2ª NTGIR 3ª NTGIR Total
Quant. Área (ha) Quant. Área (ha) Quant. Área (ha)
Acre 270 1.376.713,8011 349 1.359.624,98 619 2.736.338,7811
Alagoas 46 54.594,0994 165 75.529,29 211 130.123,3894
Amazonas 190 2.799.142,8680 830 13.129.633,22 1.020 15.928.776,0880
Amapá 36 40.173,9929 201 4.566.133,57 237 4.606.307,5629
Bahia 3.920 7.336.947,1042 6.624 5.162.886,09 10.544 12.499.833,1942
Ceara 954 600.719,6159 445 170.242,49 1.399 770.962,1059
Distrito Federal 480 68.755,7257 377 24.514,43 857 93.270,1557
Espírito Santo 385 346.942,0785 706 126.140,73 1.091 473.082,8085
Goiás 8.206 9.480.481,1698 14.292 5.434.184,02 22.498 14.914.665,1898
Maranhão 1.804 3.433.185,5318 4.489 4.714.761,94 6.293 8.147.947,4718
Minas Gerais 6.137 5.502.374,2518 16.218 4.893.681,00 22.355 10.396.055,2518
Mato Grosso do Sul 12.162 18.821.224,9148 9.619 5.760.915,98 21.781 24.582.140,8948
Mato Grosso 10.110 27.931.800,5157 17.853 18.128.600,34 27.963 46.060.400,8557
Pará 1.671 4.887.697,7180 3.498 9.155.170,20 5.169 14.042.867,9180
Paraíba 399 124.453,0325 468 102.888,63 867 227.341,6625
Pernambuco 151 140.856,8379 441 150.102,32 592 290.959,1579
Piauí 1.215 3.337.062,2222 1.673 2.179.287,15 2.888 5.516.349,3722
Paraná 3.225 1.661.209,3322 9.792 1.379.677,36 13.017 3.040.886,6922
Rio de Janeiro 151 121.000,2223 665 154.731,94 816 275.732,1623
Rio Grande do Norte 420 266.468,6677 973 307.480,62 1.393 573.949,2877
Rondônia 1.140 2.329.428,8884 1.425 2.894.351,73 2.565 5.223.780,6184
Roraima 30 27.166,1894 1.253 2.185.538,66 1.283 2.212.704,8494
Rio Grande do Sul 2.701 2.349.907,4790 6.182 1.470.166,84 8.883 3.820.074,3190
Santa Catarina 674 402.034,6467 2.769 446.926,15 3.443 848.960,7967
Sergipe 87 61.441,4354 212 41.124,42 299 102.565,8554
São Paulo 14.161 5.550.362,2932 20.472 1.972.606,70 34.633 7.522.968,9932
Tocantins 3.357 4.704.850,8583 8.534 5.806.406,29 11.891 10.511.257,1483
Total 74.082 103.756.995,4928 130.525 91.793.307,09 204.607 195.550.302,5828
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor.
88
1.400
1.200
1.000 925
861
800
600
318 396
400 298 322 261
200 54 85
2 14
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Ano
1ª e 2ª NTGIR 3ª NTGIR
Gráfico 2. Número de Imóveis rurais certificados na MOB por ano
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor
2011 493.109,3705
2010 473.537,8605
2009 797.447,9565
2008 910.085,5302
2007 331.295,3788
2006 282.015,6448
2005 69.019,1217
2004 21.582,5298
0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000
Área (ha)
1ª e 2ª NTGIR 3ª NTGIR
Gráfico 3. Área total dos imóveis rurais certificados na MOB entre 2004 e 2015
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor.
90
Tabela 14. Quantidade e área ocupada por imóveis rurais na MOB conforme as NTGIR.
Características dos imóveis rurais
NTGIR ≤ 100 ha 100 – 1.000 ha ≥ 1.000 ha Total
Qnt. Área Qnt. Área Qnt. Área Qnt. Área
1ª e 2ª 48 2.557,8 1.312 682.162,9 1.329 4.569.292,7 2.689 5.254.013,4
3ª 233 11.581,6 1.810 769.147,9 513 1.614.829,2 2.556 2.395.558,7
Total 281 14.139,4 3.122 1.451.310,8 1.842 6.184.121,9 5.245 7.649.572,1
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor.
Tabela 15. Área média, em hectares, dos imóveis rurais certificados na MOB (2004 – 2015).
1ª e 2ª NTGIR 3ª NTGIR
Ano
Área total Quant. Área média Área total Quant. Área media
2004 21.582,5298 2 10.791,2649 - - -
2005 69.019,1217 14 4.929,9373 - - -
2006 282.015,6448 54 5.222,5119 - - -
2007 331.295,3788 85 3.897,5927 - - -
2008 910.085,5302 318 2.861,9042 - - -
2009 797.447,9565 396 2.013,7575 - - -
2010 473.537,8605 298 1.589,0532 - - -
2011 493.109,3705 322 1.531,3956 - - -
2012 358.234,4677 261 1.372,5459 - - -
2013 1.151.179,6548 763 1.508,7545 62.707,5332 98 639,8728
2014 339.927,1987 166 2.047,7542 1.527.414,6993 1.543 989,8994
2015 26.578,7050 10 2.657,8705 805.436,4912 915 880,2585
Geral 5.254.013,4190 2.689 1.953,8912 2.395.558,7237 2.556 937,2295
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor.
Tabela 16. Quantidade de imóveis rurais e área certificada, em hectares, por município da MOB.
1ª e 2ª NTGIR 3ª NTGIR Total
Município
Quant. Área Quant. Área Quant. Área
Angical 6 3.870,2331 29 35.447,8598 35 39.318,0929
Baianópolis 91 175.915,8971 48 65.338,2364 139 241.254,1335
Barreiras 282 394.392,6640 317 178.091,0516 599 572.483,7156
Brejolândia 24 94.121,1362 10 7.088,4801 34 101.209,6163
Canápolis 2 6.422,2363 1 1.000,7641 3 7.423,0004
Catolândia 8 7.490,4460 10 8.886,0564 18 16.376,5024
Cocos 103 492.040,0206 132 283.784,4402 235 775.824,4608
Coribe 8 21.639,6610 59 38.848,5206 67 60.488,1816
Correntina 273 706.380,4089 170 200.544,5490 443 906.924,9579
Cotegipe 47 186.423,2710 42 47.924,1424 89 234.347,4134
Cristópolis 5 14.091,1661 13 15.318,8716 18 29.410,0377
Formosa do Rio Preto 465 782.113,1697 504 508.059,0364 969 1.290.172,2061
Jaborandi 233 538.885,7383 245 210.380,1801 478 749.265,9184
LEM 260 299.583,0317 176 75.419,0816 436 375.002,1133
Mansidão 16 57.286,7794 45 92.277,4040 61 149.564,1834
Riachão das Neves 121 228.553,4976 224 182.593,3200 345 411.146,8176
Santa Maria da Vitória 3 3.211,9180 19 13.140,5474 22 16.352,4654
Santana 1 323,0994 28 14.962,8897 29 15.285,9891
Santa Rita de Cássia 48 133.159,2958 87 99.735,8311 135 232.895,1269
São Desidério 642 986.601,7358 305 220.228,4679 947 1.206.830,2037
São Félix do Coribe 2 2.788,0000 32 11.937,4639 34 14.725,4639
Serra Dourada 4 14.495,0452 7 14.407,1606 11 28.902,2058
Tabocas do Brejo Velho 19 30.034,3838 16 29.449,9672 35 59.484,3510
Wanderley 26 74.190,5840 37 40.694,4016 63 114.884,9856
Total 2.689 5.254.013,4190 2.556 2.395.558,7237 5.245 7.649.572,1427
Fonte: INCRA, 2015, organizado pelo autor
Tabela 17. Quantidade de área ocupada por tipo de empreendimento nos municípios da MOB.
Área total (ha)
Município Urbana6 Certificada PA e Quilombo7 Total ocupado Área total
Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % municipal
Angical 959,3538 0,63 39.318,0929 25,73 46.225,9149 30,25 86.503,3616 56,61 152.827,7
Baianópolis 567,7965 0,17 241.254,1335 72,18 - - 241.821,9300 72,35 334.256,1
Barreiras 1.1142,4968 1,42 572.483,7156 72,84 8.023,6023 1,02 591.649,8147 75,28 785.922,5
Brejolândia 116,0861 0,04 101.209,6163 36,87 11.108,7245 4,05 112.434,4269 40,96 274.472,4
Canápolis 383,9187 0,88 7.423,0004 16,98 - - 7.806,9191 17,86 43.721,8
Catolândia 120,1472 0,19 16.376,5024 25,49 - - 16.496,6496 25,68 64.256,8
Cocos 807,5125 0,08 775.824,4608 75,86 - - 776.631,9733 75,94 102.2736,5
Coribe 519,7236 0,21 60.488,1816 24,41 26.832,63 10,83 87.840,5352 35,45 247.850,6
Correntina 852,5674 0,07 906.924,9579 76,07 24.604,1372 2,06 932.381,6625 78,20 1.192.167,6
Cotegipe 930,1808 0,22 234.347,4134 55,85 24.092,6321 5,74 259.370,2263 61,81 419.582,7
Cristópolis 446,7302 0,43 29.410,0377 28,19 - - 29.856,7679 28,62 104.310,5
Formosa do Rio Preto 1045,4351 0,06 1.290.172,2061 79,13 5.043,7204 0,31 1.296.261,3616 79,50 1.630.386,4
Jaborandi 518,2580 0,05 749.265,9184 78,50 - - 749.784,1764 78,55 954.513,0
Luís Eduardo Magalhães 5915,2537 1,50 375.002,1133 95,15 5.233,2593 1,33 386.150,6263 97,98 394.106,9
Mansidão 372,8377 0,12 149.564,1834 47,07 20.345,8614 6,40 170.282,8825 53,59 317.743,0
Riachão das Neves 874,9885 0,15 411.146,8176 72,47 24.990,75 4,41 437.012,5561 77,03 567.301,8
Santa Maria da Vitória 2367,9342 1,20 16.352,4654 8,31 - - 18.720,3996 9,51 196.684,2
Santana 2047,7912 1,13 15.285,9891 8,40 6.365,7730 3,50 23.699,5533 13,03 182.016,5
Santa Rita de Cássia 791,7947 0,13 232.895,1269 38,96 74.651,3665 12,49 308.338,2881 51,58 597.776,8
São Desidério 531,3992 0,04 1.206.830,2037 79,62 9.141,1658 0,60 1.216.502,7687 80,26 1.515.700,5
São Félix do Coribe 584,0094 0,62 14.725,4639 15,51 8.676,3592 9,14 23.985,8325 25,27 94.933,5
Serra Dourada 972,4027 0,72 28.902,2058 21,46 2.209,5086 1,64 32.084,1171 23,82 134.663,2
Tabocas do Brejo Velho 318,6974 0,23 59.484,3510 43,24 2.085,7531 1,52 61.888,8015 44,99 137.574,0
Wanderley 623,3543 0,21 114.884,9856 38,82 20.197,6341 6,82 135.705,974 45,85 295.951,3
MOB 33.810,6696 0,29 7.649.572,1427 65,60 319.828,7924 2,74 8.042.949,1855 68,97 11.661.456,3
Fonte: INCRA, 2015 e IBGE, 2010, Organizado pelo autor.
6
Consideram-se áreas urbanas aquelas delimitadas pelo IBGE, no ano de 2010, correspondentes aos setores urbanos de sedes distritais (cidades e vilas).
7
Apenas o município de Wanderlei a área total representa a existência de PA (7.118,2509) e Quilombo (13.079,3832 ha).
96
Figura 8. Imóveis rurais certificados, em acordo a 1ª e 2ª NTGIR até dia 31/10/2015, na MOB.
98
Figura 9. Imóveis rurais certificados, em acordo a 3ª NTGIR (SIGEF) até dia 31/10/2015, na MOB.
100
Figura 10. Assentamentos rurais e Quilombos cujo limite é reconhecido pelo INCRA até dia
31/10/2015, na MOB.
103
Figura 11. Todos os Assentamentos rurais, Quilombos e Imóveis rurais certificados pelo INCRA até
dia 31/10/2015, na MOB.
104
Houve ainda, conforme mostrado pela Figura 12, casos em que imóveis rurais
certificados por meio 1ª e 2ª NTGIR e do SIGEF apresentaram sobreposição em
áreas de diferentes PA e do quilombo na MOB.
Foram identificadas 3 ocorrências deste fato em áreas de PA. Os casos
envolvendo imóveis rurais certificados oriundos do SIGEF aconteceram no PA Beira
Rio II, localizado no município de Cotegipe e cuja área total é de 1.887,7419 ha,
neste caso as fazendas Jacarandá, Jacarandá I e JLS ocupam 800,6756 ha no
interior dos limites do PA representando assim 42,41% de área com sobreposição
no mesmo.
Outro caso também envolvendo imóveis rurais certificados via SIGEF foi no
PA Rio Branco, localizado no município de Riachão das Neves e com área total de
18.559,7493 ha, neste caso, a Fazenda Itaqui ocupa 9.030,9804 ha no seu interior, o
que representa 48,66% da área total do mesmo.
No caso do PA Tainá com área de 2.317,3289 ha localizado no município de
São Desidério este apresentou sobreposição com áreas certificadas pela 1ª e 2ª
NTGIR sendo a Fazendas Largo, Fazenda Terra Nova e Fazenda São José que
ocupam 1.491,5879 ha do referido PA, representando assim 64,37% da área total do
mesmo.
Cabe salientar que em nenhum dos PA e respectivos imóveis rurais
envolvidos nas referidas sobreposições as áreas dos imóveis rurais estão totalmente
inseridos no interior dos mesmos, tão pouco estes imóveis rurais fazem parte das
áreas desapropriadas para implantação deles, estando assim certificados de forma
irregular.
No caso do Quilombo, a comunidade de Riacho da Sacutiaba e Sacutiaba
situado no município de Wanderley e que ocupa uma área total de 13.079,3832 ha o
mesmo apresentou sobreposição com a Fazenda Amazonas, Fazenda Rodrigo e
Tabatinguinha e Fazendas Conceição que ocupam juntas 3.414,5542 ha do interior
do quilombo, representando assim 26,11% da sua área total.
Neste caso, a fazenda Conceição é apontada como uma das fazendas que
originaram a área total do quilombo e já foram registrados conflitos entre as
comunidades quilombolas lá instaladas com proprietários de imóveis rurais nas
áreas circunvizinhas.
106
No caso da Fazenda Santa Maria, mostrada pela Figura 14, segundo o livro
do INCRA supracitado a mesma possuía na década de 1970 uma área de 139.143
ha. Todavia, foram certificados 146.585,2132 ha dos quais 11.638,5026 ha (7,94%)
foram provenientes da 1ª e 2ª NTGIR e 134.946,7106 ha (92,06) de certificações via
SIGEF.
Para tanto, foram realizadas 61 certificações das quais 20 (32,79%) foram
advindas da 1ª e 2ª NTGIR e 41 (67,21%) oriundas do SIGEF.
Entre os atuais detentores o que apresentou maior área certificada com
64.759,2446 ha (44,18%) por meio de 8 imóveis rurais certificados foi a Canabrava
Agropecuária Ltda, sendo que todas as certificações da mesma foram advindas do
SIGEF.
Puderam-se identificar ainda outras áreas que correspondem a certificações
cuja Canabrava Agropecuária Ltda contesta junto ao INCRA e que ocupam
109
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
_________. Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos
4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de
1996, e dá outras providências. Brasília: 2001. Disponível em:
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