Revista Brasileira de Psicanálise · Volume 52, n.
1, 129-144 · 2018
Comunicação e intersubjetividade
em D. W. Winnicott
Cidiane Vaz Gonçalves1
Andrea Seixas Magalhães1
Terezinha Féres Carneiro1
Resumo: As contribuições de D. W. Winnicott para a temática da comunicação são
bastante originais e relacionam-se, sobretudo, à empatia, às experiências e vivên-
cias emocionais e ao silêncio. Neste trabalho, discute-se a noção de comunicação
para Winnicott, tendo em vista suas propostas em relação à teoria da intersubje-
tividade. Para tanto, foram analisados artigos do autor em que ele aborda a temá-
tica da comunicação. Da investigação dos textos, emergiram categorias teóricas
de análise, entre as quais, para a apresentação neste trabalho, foram selecionadas
as seguintes: a comunicação na fase de dependência absoluta; a comunicação e o
relacionamento com os objetos; dois tipos de não comunicação; e a comunicação
nas propostas terapêuticas de Winnicott.
Palavras-chave: comunicação, Winnicott, intersubjetividade
Introdução
A temática da comunicação ocupa um lugar bastante privilegiado nos
trabalhos de D. W. Winnicott, perpassando toda a sua obra. A perspectiva
winnicottiana de comunicação mostra-se totalmente marcada pela intersub-
jetividade, ressaltada na máxima de que não existe essa coisa chamada bebê,
uma vez que tanto o bebê quanto sua mãe só são concebidos por meio do
viés relacional (Winnicott, 1951/2000b; 1970/2006c). A intersubjetividade
é fundada, para o autor, a partir das trocas entre mãe e bebê, os quais, nos
primeiros momentos, não podem ser compreendidos como sujeitos separados
(Graña, 2008).
1 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (puc-Rio).
130
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
A importância dada por Winnicott à intersubjetividade e ao ambiente
para a construção da subjetividade e das possiblidades de comunicação pode
ser considerada um aspecto que o distingue dos outros autores da Escola
Inglesa de Psicanálise, como M. Klein e A. Freud. Apesar de Klein ter influen-
ciado o pensamento de Winnicott, sobretudo no que diz respeito ao mundo
interno, aos seus objetos e à fantasia, eles divergiam quanto ao efeito produzi-
do pelo ambiente e à importância dada por ele às primeiras relações reais. Para
o autor, o ambiente não é apenas experimentado pelo sujeito a partir de seus
recursos internos: o ambiente é constitutivo, antecedendo-o.
A inclusão da questão da intersubjetividade no arsenal psicanalítico é
historicamente recente e não se dá sem debates e divergências (Coelho Jr.,
2012). Diante de uma comunidade psicanalítica que por décadas focalizou
o funcionamento psíquico de um ponto de vista intrapsíquico, a passagem
explícita do eixo de trabalho para a dimensão intersubjetiva produz muitas
tensões. As divergências ocorrem, principalmente, pelo receio de que o uso
indiscriminado do conceito retire a ênfase clínica e teórica da dinâmica in-
trapsíquica, dos conflitos do inconsciente e da sexualidade e a passe para
“uma área etérea e pouco precisa da dimensão relacional” (Coelho Jr., 2012,
p. 8). Considerando que a aceitação da intersubjetividade no meio psicana-
lítico é bastante recente, podemos imaginar a resistência às concepções de
Winnicott à época.
Além de formular uma teoria da comunicação atrelada à noção de
intersubjetividade, Winnicott confere à capacidade de se comunicar outras
características bastante peculiares. Ele concebe a comunicação fundamen-
talmente como uma comunicação silenciosa, sobretudo no início da vida
(Winnicott, 1967/1975c). A primazia dada pelo autor à comunicação não
recai sobre as palavras, mas sobre a empatia, sobre as experiências emocio-
nais e sobre o silêncio.
Estendendo essas noções para o tratamento analítico, percebemos o
impacto que elas imprimem na técnica psicanalítica. As ideias de Winnicott
sobre a comunicação promovem mudanças importantes no manejo da
técnica, que envolvem o uso do espaço terapêutico, incluindo as interpreta-
ções e o silêncio.
Seguindo esse viés, Coelho Jr. (2012) observa que Winnicott reafirma
uma mudança de ênfase que já havia sido iniciada por Ferenczi e Balint, na
década de 1940. Essa mudança seria caracterizada, de um lado, por transfor-
mações na técnica clássica – com a relevância dada à alteridade do analis-
ta, a inclusão da dimensão contratransferencial e as mudanças no trabalho
interpretativo – e, de outro, por novas formulações teóricas, que passaram a
abranger conceitos que indicavam a necessária inclusão do outro como objeto
(externo) e como elemento constitutivo do psiquismo. Tal mudança abarcou
131
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
também as formas de comunicação não verbal em análise, as angústias e os
limites de pacientes borderline e a atenção aos períodos pré-verbais da infância.
Tendo em vista toda a riqueza e a complexidade que permeiam a noção
de comunicação na obra de Winnicott e seus desdobramentos, este trabalho
pretende discutir as concepções de comunicação na obra do autor. A fim de
alcançar esse objetivo, a comunicação será abordada a partir de algumas cate-
gorias teóricas de análise, que emergiram de uma pesquisa sobre o conceito de
comunicação na obra de Winnicott. As categorias com as quais trabalharemos
são: a comunicação na fase de dependência absoluta; a comunicação e o rela-
cionamento com os objetos; dois tipos de não comunicação; e a comunicação
nas propostas terapêuticas de Winnicott.
A comunicação na fase de dependência absoluta
No artigo intitulado “Cordão: uma técnica de comunicação”
(1960/1983b), Winnicott apresenta uma ideia do que seria para ele a princi-
pal função da comunicação: favorecer a ligação e a integração de elementos
não integrados. Apesar desse entendimento sobre a função da comunicação,
esta não se dá pelos mesmos meios, nem visando aos mesmos propósitos,
ao longo do desenvolvimento humano. As capacidades psicológicas relacio-
nadas ao amadurecimento se distinguem em termos do próprio desenvolvi-
mento e da qualidade do ambiente, que pode ser mais ou menos facilitador.
Nesse sentido, cabe apresentar o modo como a comunicação se estabelece na
fase inicial do desenvolvimento emocional, chamada por Winnicott de fase
da dependência absoluta.
De acordo com o autor, no início, não é possível pensar num bebê com
um self diferenciado do self da mãe, uma vez que o que marca os momentos
iniciais do desenvolvimento é a fusão entre o lactente e sua mãe. Assim, para
o bebê, a mãe e ele compõem uma mesma unidade. Para a mãe, essa fusão é
possível pelo estado de preocupação materna primária, através do qual ela
consegue acolher as comunicações de seu bebê e atendê-lo no tempo adequa-
do (Winnicott, 1969/1994c).
A preocupação materna primária foi pensada por Winnicott como um
estado psiquicamente regredido da mãe, no qual ela é capaz de estar sensível
e atenta aos sinais que lhe comunicam as necessidades biológicas e narcísicas
de seu bebê, o que lhe permite atendê-las no tempo e na forma adequados.
Dessa maneira, podem-se evitar possíveis mal-entendidos na comunicação
que originam a ausência ou a perda da mutualidade (Graña, 2008; Winnicott,
1969/1994c).
132
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
A comunicação no início da vida é basicamente uma comunicação si-
lenciosa, favorecida pela preocupação materna primária e pela experiência de
mutualidade. Segundo Winnicott (1963/1994b), nas fases iniciais do desen-
volvimento, a comunicação silenciosa se relaciona com o aspecto subjetivo
dos objetos. Essa comunicação precisa, porém, ser facilitada pelo ambiente ou
pelo apoio do ego da mãe ao ego imaturo do lactente.
A comunicação silenciosa pode ser observada na experiência da ama-
mentação, e tem, para Winnicott (1968/2006a), uma importância vital nas
primeiras trocas, vistas como as primeiras comunicações entre mãe e bebê.
Entretanto, a amamentação não se limita à ingestão de leite e à satisfação das
necessidades físicas do bebê: constitui verdadeiras experiências emocionais,
que acompanharão a atividade alimentar. Durante a amamentação, é enfati-
zado o papel da troca de olhares entre mãe e bebê, que torna a comunicação
um fato inegável. Graña (2008) afirma que, embora os bebês sejam alimenta-
dos pelas mães, a comunicação entre mãe e bebê só acontece efetivamente a
partir do estabelecimento de uma situação de alimentação mútua, reforçando
o caráter intersubjetivo dessas primeiras trocas.
O conceito de comunicação silenciosa é introduzido por Winnicott
na década de 1960, no artigo “Comunicação e não comunicação levando ao
estudo de certos opostos” (1963/1983a), e será aprofundado em outros dois
importantes escritos: “O papel de espelho da mãe e da família no desenvol-
vimento emocional” (1967/1975c) e “A comunicação entre o bebê e a mãe
e entre mãe e bebê, comparada e contrastada” (1968/2006b). Nesses textos,
Winnicott enfatiza a primazia da empatia e do silêncio para a comunicação,
para além das verbalizações, destacando ainda esses aspectos em relação ao
tratamento analítico (Graña, 2008).
Nos momentos iniciais, a forma de a mãe se comunicar silenciosamente
com o bebê se faz pura e simplesmente pela garantia que ela oferece de sua
presença enquanto mãe-ambiente. De modo semelhante, a forma de o bebê se
comunicar com a mãe reside no fato de permanecer vivo, de mostrar para a
mãe que o seu seio e o seu alimento foram suficientes para garantir-lhe a sobre-
vivência. Nesse sentido, observamos como a comunicação entre mãe e bebê,
ainda que sem palavras, assume vital importância para a dupla (Winnicott,
1968/2006b).
De acordo com Winnicott (1969/1994c), mãe e bebê chegam à mutuali-
dade de maneiras diferentes, pois a mãe já foi um bebê, ao passo que o bebê o
é pela primeira vez. Dada a dependência do bebê, essa mutualidade mostra-se
subordinada à capacidade que a mãe tem de adaptar-se às necessidades do
recém-nascido através da sustentação (holding), que envolve tudo o que ela faz
no cuidado com o bebê. A perturbação no estabelecimento da comunicação
133
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
nessa fase primitiva da relação mãe-bebê pode ocorrer quando não existe o
ambiente facilitador.
A comunicação silenciosa entre mãe e bebê se fundamenta na confia-
bilidade que a mãe transmite ao infante à medida que permanece atenta a
ele, protegendo-o das intrusões da realidade externa quando ele ainda não
tem ferramentas para isso (Winnicott, 1969/1994c). Essas intrusões produzem
rompimentos na linha da vida do bebê, constituindo traumas. O trauma é
definido pelo autor como aquilo contra o qual um indivíduo não tem defesa
organizada, seguido por um estado de confusão, acompanhado por uma reor-
ganização das defesas primitivas (Winnicott, 1969/1975d, 1969/1994c). Para
Winnicott, a consequência da capacidade de comunicação mútua entre mãe e
bebê inclui a possibilidade de o bebê avançar no desenvolvimento ou, tendo
necessidade, regredir com a segurança de poder contar com um ambiente em-
pático, vivenciando a onipotência e a criação, em vez de vivenciar um cair sem
fim, que caracteriza as angústias impensáveis.
Em 1967, no mencionado artigo “O papel de espelho da mãe e da
família no desenvolvimento emocional”, Winnicott apresenta outra nuance da
comunicação entre mãe e bebê. Segundo o autor, apesar de a mãe ter o papel
de espelho para o bebê, pois ao vê-la ele pode ver a si mesmo refletido no olhar
dela, esse reflexo só será efetivo se, de fato, o bebê existir emocionalmente para
a mãe e puder ser realmente visto por ela. Sobre o papel de espelho da mãe,
Graña (2007) ratifica a impossibilidade de a mãe ser um espelho neutro para
o bebê. Segundo o autor, o bebê passa a se ver através do que vem da mãe,
de sua história e de suas projeções; além disso, a mãe é incapaz de apreender
direta e totalmente o ser do bebê. Observa-se que, para além das idealizações,
a adaptação entre a mãe e o bebê é sempre incompleta.
A ausência de um ambiente suficientemente bom produz falhas na
comunicação inicial entre mãe e bebê e leva ao que Winnicott (1963/1983a)
chamou de opostos e fracassos da comunicação. Para Winnicott, as situações
patológicas envolvendo a não comunicação reativa podem ser observadas, por
exemplo, nos casos de esquizofrenia infantil e no autismo. Nessas situações,
vemos a falha da sustentação das comunicações entre a dupla mãe-bebê e os
prejuízos para o desenvolvimento do lactente e para a relação entre ambos
(Laznik, Maestro, Muratori & Parlato, 2005). Caso as primeiras experiências
de comunicação não sejam bem-sucedidas, o bebê se verá às voltas com a
experiência da ansiedade impensável ou arcaica, experimentará um estado de
confusão aguda ou conhecerá a angústia da desintegração, a desorientação e o
isolamento completo por não existirem formas de comunicação (Santos, 1999;
Winnicott, 1951/2000c, 1969/1994c).
A comunicação inicial, marcada pela fusionalidade e pela mutualida-
de, cede lugar, se sustentada pelo holding materno, ao relacionamento com os
134
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
objetos. A princípio, esse relacionamento envolve os objetos subjetivos; depois,
os objetos objetivamente percebidos e os objetos transicionais. Nesse sentido,
podemos discutir como se dá o relacionamento do bebê com esses objetos e
em que medida ele favorece a capacidade de comunicação do lactente.
A comunicação e o relacionamento com os objetos
Segundo Winnicott (1963/1983a), o ato de comunicar-se está ligado
fundamentalmente ao relacionamento com objetos. Entretanto, essa capacida-
de para relacionar-se com objetos não surge naturalmente com a maturação,
na medida em que depende também da qualidade da provisão ambiental ofe-
recida. Verifica-se que, até que o bebê possa relacionar-se com objetos, ele pre-
cisará contar com um ambiente que sustente para ele essa possibilidade, apre-
sentando os objetos no tempo adequado para ele poder criá-los. Certamente,
essa prontidão da mãe-ambiente só é possível se uma comunicação mútua
entre eles tiver se estabelecido.
As experiências emocionais iniciais são marcadas pela área da onipo-
tência, na qual o bebê cria os objetos com a ajuda do próprio ambiente facilita-
dor, que os dispõe para que possam ser criados. A experiência de onipotência
envolve um paradoxo: o bebê está criando o que está lá para ser encontrado.
Essa operação, muito mais que projetiva, é criativa por parte do bebê, mas
depende de forma absoluta do ambiente facilitador. Embora o objeto deva ser
encontrado para que possa ser criado, a ênfase incide na criação do objeto, e
não meramente na descoberta. Enquanto predomina a onipotência criativa do
bebê, as comunicações se estabelecem basicamente com os objetos subjetivos
e de maneira silenciosa.
A passagem do relacionamento com objetos subjetivos para o relaciona-
mento com os objetos objetivamente percebidos depende em grande medida
das frustrações do bebê, mediadas pelo ambiente, que evidenciam a existência
de um mundo que é não eu. Conforme o objeto deixa de ser apenas subjetivo
para ser percebido objetivamente, a criança, gradativamente, deixa a área de
onipotência como totalidade da experiência vital. A criança pequena é capaz
de resolver essa tarefa à medida que seu ambiente lhe permite a aplicação
de dois mecanismos psíquicos que servem à elaboração afetiva da nova ex-
periência: a destruição e o relacionamento com os fenômenos transicionais
(Castilho, 2012).
As ações destrutivas representam em si ações oportunas, pelas quais o
bebê experimenta de modo inconsciente se o objeto, afetivamente, pertence a
uma realidade influenciável. O bebê não agride a mãe para objetivá-la; ele a
objetiva como resultado da sobrevivência da mãe às suas agressões. Se a mãe
135
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
sobrevive aos ataques destrutivos sem revidar, ele pode, então, se deslocar para
um mundo no qual existem outros sujeitos. Nesse sentido, se a mãe suporta
seus atos destrutivos como pessoa capaz de resistência, ele se torna capaz,
através da integração de seus impulsos agressivos, de amá-la de modo mais re-
alístico, e não apenas a partir de fantasias narcísicas de onipotência. Esse ponto
de vista afasta Winnicott da teoria que tende a conceber a realidade externa
somente em termos dos mecanismos projetivos do indivíduo. Considerando-
-se que o objeto possa ser constantemente destruído e sobreviver, o sentimento
de externalidade contribui para a constância objetal. Seguindo esse caminho,
o objeto pode, doravante, ser usado, e não apenas criado.
Castilho (2012), ao comentar o papel da mãe em relação aos ataques des-
trutivos do filho, afirma que a agressividade envolvida nessa situação requer
que ela compreenda as fantasias e os desejos destrutivos de seu filho como algo
que vai contra os interesses dela e que, por isso, só compete a ele, como pessoa
já autonomizada. Assim, se um primeiro passo nessa delimitação recíproca for
bem-sucedido, a mãe e a criança poderão perceber-se como dependentes uma
do amor da outra sem ter de fundir-se simbioticamente.
Além das relações estabelecidas entre os objetos subjetivos e os objetos
objetivamente percebidos, cabe destacar um novo tipo de relacionamento
objetal que se dá com o objeto transicional. Esse relacionamento representa a
primeira experiência não eu da criança, capaz de favorecer as intermediações
entre o mundo interno e o externo. Na teoria winnicottiana, o conceito de
objeto ou fenômeno transicional recebe três usos diferentes: como um pro-
cesso evolutivo, como uma etapa do desenvolvimento vinculada às angústias
de separação e às defesas contra elas e como um espaço dentro da mente do
indivíduo. Em termos de comunicação, os objetos transicionais ganham evi-
dência, sobretudo, por tratarem de um domínio intermediário, que envolve
um intrincado diálogo entre os objetos subjetivos e os objetos objetivamente
percebidos (Winnicott, 1971/1975a, 1971/1975b).
Na medida em que o objeto é subjetivo, é desnecessário que a comuni-
cação com ele seja explícita, pois se trata de um objeto que é fruto da criação
onipotente do infante. Quando o objeto passa a ser objetivamente percebido,
a comunicação pode, então, ser explícita ou muda. De acordo com Winnicott,
nesse processo, aparecem duas coisas novas: o uso e o prazer individual de
variados modos de comunicação e o self individual que não se comunica, ou o
núcleo pessoal do self, que é verdadeiramente isolado (Winnicott, 1963/1983a).
Segundo o autor, a comunicação não silenciosa, que surge a partir do
relacionamento com os objetos, é qualitativamente distinta daquela dos pri-
meiros momentos, uma vez que nos primórdios a fusão domina a cena e ainda
não há no bebê um self diferenciado. Nesse primeiro momento, a comunicação
é implícita para a dupla, e comunicar-se, nesse caso, significa simplesmente
136
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
continuar a existir e continuar a se desenvolver de acordo com os processos
pessoais de maturação (1963/1983a, 1963/1994b).
Para que a comunicação se torne explícita, é preciso que a criança passe
pela experiência da não comunicação simples, que consiste tão somente em
repousar. É da não completude da comunicação silenciosa que surge a necessi-
dade da comunicação verbal. Em outras palavras, é preciso que o silêncio seja
elaborado, para que dele possa surgir a comunicação não silenciosa. Quanto
ao outro oposto da comunicação silenciosa, “a não comunicação ativa ou
reativa” (Winnicott, 1963/1983a, p. 171), o autor pensou em seus desdobra-
mentos positivos e negativos.
Dois tipos de não comunicação
Ao abordar o tema da comunicação, Winnicott ressalta a importância
do direito a não se comunicar, direito caro, uma vez que protege quanto às
fantasias de ser infinitamente explorado, devorado, engolido, ou que simples-
mente funciona como defesa diante da fantasia de ser descoberto. Essas con-
siderações apontam a importância de ter um espaço para o segredo, questão
também abordada por Aulagnier (1979). Para Winnicott, a comunicação teria
dois opostos, a saber: a não comunicação simples e a não comunicação ativa
ou reativa. Os dois opostos apresentam aspectos positivos e negativos.
Os desdobramentos negativos estão relacionados às patologias que
incluem a negação da comunicação, como o autismo, em que a comunicação
verbal não se desenvolve de forma satisfatória. Pode-se considerar que, nos
casos de não comunicação ativa ou reativa, de alguma forma, o ambiente faci-
litador para o desenvolvimento emocional teria falhado, e pode-se reconhecer
uma divisão (splitting) nas relações objetais da criança. Com uma parte da
mente, o lactente passa a se relacionar com o objeto como este se apresenta e,
para esse propósito, desenvolve o que Winnicott denomina de falso self ou self
submisso. Com a outra parte, o lactente se relaciona com o objeto subjetivo
ou com fenômenos simples, derivados das experiências corporais, sendo estes
dificilmente influenciados pelo mundo percebido objetivamente (Winnicott,
1971/1975b). Cabe destacar que o sentimento de existência surge na base de
um estado não integrado, que não é observado nem recordado pelo indivíduo
e que se perde, a menos que seja observado e espelhado de volta por alguém
em quem se confia, que retribui a confiança e atende à dependência relacional
(Winnicott, 1971/1975b). A comunicação com os objetos através de um falso
self não carrega consigo o que o autor descreve como sensação de ser real; não é
uma comunicação verdadeira porque não envolve o núcleo do self, aquele que
poderia ser chamado de verdadeiro.
137
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
Winnicott (1963/1983a) também observou que a negação da comuni-
cação está no fundamento de um desdobramento positivo, essencial para a
construção da sensação de ser real e para o desenvolvimento das expressões
artísticas e culturais. Em outras palavras, pode-se dizer que a comunicação
com objetos subjetivos é um fenômeno normal, que nos acompanha durante
a vida e nos dá a sensação de ser real. Desse modo, na saúde, Winnicott con-
sidera que a comunicação silenciosa ou secreta com objetos subjetivos, que
favorece a sensação de ser real, deve assumir o controle periodicamente para
restaurar o equilíbrio. Portanto, existe um tipo de não comunicação que repre-
senta um aspecto saudável do diálogo entre a mãe e o bebê e que perdura ao
longo da vida, pois é a não comunicação que se conecta com o núcleo do ver-
dadeiro self, que se mantém isolado. Sobre esse ponto de vista, Ogden (2002)
ratifica o pensamento winnicottiano afirmando que é tão importante para o
paciente saber que é livre para estar em silêncio quanto para falar. De acordo
com o autor, privilegiar a fala sobre o silêncio, a revelação sobre a privacidade,
a comunicação sobre a não comunicação, parece ser tão não analítico quanto
privilegiar a transferência positiva, a gratidão e o amor em vez da transferência
negativa, da inveja e do ódio.
A comunicação nas propostas terapêuticas de Winnicott
A comunicação nas propostas terapêuticas de D. W. Winnicott encon-
tra-se direcionada, sobretudo, para pacientes denominados pré-edípicos,
cujas questões de tratamento incluem ansiedades primitivas relacionadas à
continuidade da vida, à sobrevivência ou à identidade. Esses pacientes não
puderam contar com uma mãe-ambiente suficientemente boa e, por isso, de-
senvolveram defesas severas, como o falso self, para sobreviver às mais diversas
agonias relativas ao cair sem fim, ao despedaçar-se, ao ser devorado e à deses-
perança quanto a poder se comunicar. As propostas técnicas de Winnicott
para esses casos baseiam-se no reconhecimento da importância do ambiente
inicial; da empatia como a base da comunicação não verbal, possível graças à
experiência da mutualidade; da presença sem severidade; da regressão para a
dependência; do holding analítico, do brincar e do silêncio (Outeiral, 2001).
Em termos de comunicação, Winnicott (1963/1994b) afirma que a
base de seu tratamento é o silêncio. Sobre isso, Coelho Jr. e Barone (2007)
dizem que a autenticidade e a vitalidade do espaço terapêutico pensado por
Winnicott derivam da manutenção do paradoxo entre comunicar-se e não
se comunicar no diálogo psicanalítico. As ideias de Winnicott sobre o setting
analítico oferecem, em vez de um código rígido de regras técnicas, uma teoria
sobre como criar um campo de comunicação real entre o analista e o paciente.
138
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
Esse campo de comunicação contempla um lugar para a privacidade como
uma de suas características mais essenciais. Winnicott (1962/1983c) ressalta
que, quando a comunicação é abordada durante o tratamento, esta só se es-
tabelece a partir da posição na qual a neurose (ou a psicose) de transferência
coloca o analista. Dessa maneira, a comunicação, na neurose, será marcada
por elementos mais organizados, relacionados ao conflito edípico, e na psicose
será marcada por fenômenos de natureza mais primitiva, abalizada pela fusão
e pelo uso massivo de mecanismos identificatórios introjetivos e projetivos
(Outeiral, 2001).
O analista no trabalho terapêutico pode assumir para o paciente algumas
características de objeto transicional, pois representa o princípio de realidade,
ao mesmo tempo que pode vir a ser para ele um objeto subjetivo (Winnicott,
1963/1983a). Segundo Winnicott, trata-se de algo extremamente significativo,
pois a comunicação com o paciente se mantém apenas enquanto o analista
consegue assumir o lugar de um objeto subjetivo. Nesse sentido, cabe destacar
a importância de o analista vivenciar a regressão com o paciente, ao mesmo
tempo que conserva um ego observador, análogo à condição da mãe quando
envolvida pela preocupação materna primária. Caso o analista não se atente a
esse fator, correrá o risco de lançar o paciente em profunda desesperança pelo
medo de não poder se comunicar (Fernandes, 2010).
Para Winnicott (1954-1955/2000a, 1960/1983b), alguns pacientes ne-
cessitam da regressão para reexperienciar a fusão e a dependência com o ana-
lista, uma vez que tais experiências não foram bem-sucedidas inicialmente.
O propósito da regressão não é prover uma experiência emocional corretiva,
mas permitir ao paciente deparar-se com situações emocionais que possam
ser vividas e, consequentemente, integradas. Essa é a fase mais desafiadora
para analistas e pacientes, devido à dor sofrida por ambos e à raiva dirigida ao
analista (Forlenza Neto, 2008). Assim, a regressão só pode ser vivenciada se
houver, por parte do analista, disposição interna para suportar e conduzir sem
retaliar a experiência de indiferenciação e caos do paciente, agora comparti-
lhada contratransferencialmente.
No espaço terapêutico, deve haver lugar para a experiência da confiabi-
lidade, comunicada pela aceitação das ideias e das sequências de pensamen-
to aparentemente desconexas, sem a presunção de um fio significante. Esse
espaço pressupõe, por parte do analista, a aceitação do caos e do absurdo, sem
uma tentativa de organização pela interpretação, que nada mais seria que uma
defesa. A consequência da negação do caos é o abandono pelo paciente da área
do absurdo, devido à desesperança de comunicá-lo. Winnicott (1971/1975a)
afirma que, mais importantes que qualquer verbalização, são certas experiên-
cias que ocorrem dentro das sessões. De acordo com Graña (2008), Winnicott
se mostra particularmente atento ao fator tempo e temeroso quanto à violência
139
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
da interpretação, a qual poderá transformar-se de movimento de libertação
pessoal em uma prática doutrinária alienante.
Conforme Winnicott (1960/1983b), as verbalizações são feitas basica-
mente por dois motivos: o primeiro diz respeito à criação de um espaço de
proteção ao self incomunicado do paciente; o segundo objetiva tirar o ana-
lista de uma posição onipotente. Vemos assim, destacada por Winnicott, a
importância de não compreender tudo, de permitir ao paciente um espaço de
segredo, em que possa manter-se incomunicável. Essa postura traz uma pre-
missa ética que envolve o respeito ao outro, pois, ainda que entenda as bases
do sofrimento do paciente, não cabe ao analista tolher a possibilidade de o pa-
ciente ser criativo e de chegar aos próprios insights. O autor enfatiza ainda que,
numa consulta terapêutica, o momento significativo é aquele em que a criança
(ou o adulto) surpreende a si mesma, e não o momento de uma interpretação
arguta por parte do analista. Para Winnicott (1960/1983b, 1968/1994d), as
interpretações devem ser econômicas, a fim de não se tornarem ensinamen-
tos e doutrinação, longe da espontaneidade e da criatividade do verdadeiro
espaço analítico. O crescimento obtido pelo tratamento analítico envolve a ca-
pacidade de brincar do paciente e, consequentemente, do analista (Winnicott,
1971/1975b). Segundo o autor, a brincadeira é uma forma de comunicação em
psicoterapia e está a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros
(Winnicott, 1954/1994a).
Winnicott (1971/1975b) afirma que, quando um paciente não pode
brincar, o psicoterapeuta tem de atender a esse sintoma principal antes de
interpretar fragmentos de conduta, pois brincar exige a vivência de confiabi-
lidade. Caso a confiança não tenha sido experimentada no percurso histórico
do sujeito, a análise, a partir da transferência, poderá favorecê-la, permitindo
uma reatualização das situações de controle onipotente, criação e holding. Se
a confiabilidade é uma experiência entre a mãe e o bebê e, na análise, o sujeito
pode ficar sozinho na presença de alguém, adquire-se tranquilidade de que a
pessoa a quem se ama é digna de confiança e permanece disponível quando é
lembrada, após ser esquecida.
Para o autor, a comunicação a partir da brincadeira pode se dar à medida
que a presença do analista, como espelho, conceda ao ato de brincar a quali-
dade de comunicação. De acordo com Winnicott (1971/1975b), o brincar é
universal, mas as crianças brincam com mais facilidade quando a outra pessoa
está livre para entrar na brincadeira. Essa observação nos remete imediata-
mente ao trabalho analítico que deve ser feito com os próprios analistas, a fim
de que não apenas consigam brincar, mas permitam a seus pacientes, sejam
eles adultos ou crianças, vivenciar as experiências criativas e comunicativas
que o brincar possibilita (Graña, 2010).
140
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
Considerações finais
As ideias de D. W. Winnicott sobre a comunicação fundamentam-se no
entendimento de que, mais importante do que aquilo que pode ser dito, é o que
pode ser vivido nas experiências compartilhadas. Trata-se de uma concepção
de comunicação em que pequenas sutilezas se mostram mais significativas que
interpretações argutas do analista.
Winnicott parte do material mais primitivo, mais recôndito, e nem por
isso menos complexo, uma vez que exige do analista sensibilidade e capaci-
dade de suportar angústia, fusão, caos e desagregação, preservando contudo
uma parte saudável. Até que as palavras tenham lugar, Winnicott nos ensina
que muito já foi comunicado através dos atos, dos gestos ou, simplesmente, da
manutenção da vida.
O conceito de comunicação na obra de Winnicott se desloca do lugar
comum das palavras e passa para o terreno das experiências compartilhadas
em silêncio, assinaladas apenas no momento oportuno, de modo que favore-
çam o crescimento pessoal. Essa concepção sobre a comunicação traz contri-
buições importantes em termos não apenas teóricos, mas também técnicos,
visto que subverte a ideia clássica de interpretação psicanalítica, centrada na
palavra. Tal perspectiva nos remete ao poeta Mário Quintana, que diz que as
palavras são borboletas mortas espetadas no papel, uma vez que há experiên-
cias que nunca poderão ser traduzidas em palavras. Além disso, ao abordar os
espaços comuns entre mãe e bebê, Winnicott abre caminhos para o desenvol-
vimento posterior de uma clínica psicanalítica voltada às famílias, aos grupos
e às instituições, em que predominam espaços comuns e partilhados.
Comunicación y intersubjetividad en D. W. Winnicott
Resumen: Las contribuciones de D. W. Winnicott para el tema de la comunicación
son bastante originales y se relacionan, principalmente, con la empatía, las expe-
riencias y vivencias emocionales y el silencio. En este trabajo se discute la noción
de comunicación para Winnicott, teniendo en cuenta sus propuestas en cuanto a
la teoría de la intersubjetividad. Para eso, fueron analizados artículos del autor en
los cuales él aborda el tema de la comunicación. De la investigación de los textos,
emergieron categorías teóricas de análisis, entre las cuales, para la presentación
en este trabajo, fueron seleccionadas las siguientes: la comunicación en la fase de
dependencia absoluta; la comunicación y el relacionamiento con los objetos; dos
tipos de no comunicación; y la comunicación en las propuestas terapéuticas de
Winnicott.
Palabras clave: comunicación, Winnicott, intersubjetividad
141
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
Communication and intersubjectivity in D. W. Winnicott
Abstract: D. W. Winnicott’s contribution to communication is very original and
it especially relates to empathy, to emotional experiences and perception, and to
silence. In this paper, we discuss Winnicott’s idea of communication by taking into
consideration his propositions to the theory of intersubjectivity. To this end, we
have analyzed Winnicott’s articles whose subject matter is communication. Some
theoretical categories of analysis emerged from the investigation of his work. We
have selected few of them, as it follows: communication in the stage of absolute
dependence; communication and the relationship with objects; two types of non-
communication; and communication in the therapeutic proposals of Winnicott.
Keywords: communication, Winnicott, intersubjectivity
Communication et intersubjectivité chez D. W. Winnicott
Résumé: Les contributions de D. W. Winnicott à la thématique de la communica-
tion sont assez originales et elles sont en rapport surtout avec l’empathie, les ex-
périences et les vécus émotionnels et le silence. Dans cette étude, on discute la
notion de communication selon Winnicott, étant donné ses propositions liées à la
théorie de l’intersubjectivité. Pour ce faire, on a analysé des articles de l’auteur dans
lesquels la thématique de la communication a été abordée. De la recherche menée
sur les textes ont émergé des catégories d’analyse théoriques, parmi lesquelles, pour
la présentation de ce travail, ont été sélectionnées les suivantes: la communication
dans la phase de dépendance absolue; la communication et le rapport avec les ob-
jets; deux genres de non communication; et la communication dans les proposi-
tions thérapeutiques de Winnicott.
Mots-clés: communication, Winnicott, intersubjectivité
Referências
Aulagnier, P. (1979). A violência da interpretação: do pictograma ao enunciado (M. C. G.
Pellegrino, Trad.). Rio de Janeiro: Imago.
Castilho, P. T. (2012). Algumas considerações sobre o objeto na psicanálise de Winnicott e
Lacan: do objeto transicional ao objeto pequeno a. Estudos de Psicanálise, 37, 127-141.
Coelho Jr., N. (2012). Apresentação. In N. Coelho Jr., P. Salem & P. Klautau, Dimensões da
intersubjetividade (pp. 7-18). São Paulo: Escuta; Fapesp.
Coelho Jr., N. & Barone, K. C. (2007). A importância da teoria de Winnicott sobre a
comunicação para a construção do significado ético da psicanálise. Revista Brasileira de
Psicanálise, 41(3), 88-100.
Fernandes, W. J. (2010). Solidão e processo comunicativo. Revista Spagesp, 11(1),77-85.
Forlenza Neto, O. (2008). As principais contribuições de Winnicott à prática clínica. Revista
Brasileira de Psicanálise, 42(1), 82-88.
142
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
Graña, R. B. (2007). As origens de Winnicott: ascendentes psicanalíticos e filosóficos de um
pensamento original. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Graña, R. B. (2008). Mutualidade, comunicação silenciosa e identificações cruzadas. In I.
Sucar & H. Ramos (Orgs.), Winnicott: ressonâncias (pp. 153-166). São Paulo: Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Graña, R. B. (2010). O diálogo transicional na psicanálise de crianças: indicação lúdica e
testemunho presencial. Revista Brasileira de Psicanálise, 44(2), 55-64.
Laznik, M. C., Maestro, S., Muratori, F. & Parlato, E. (2005). Interações sonoras entre bebês
que se tornaram autistas e seus pais. Trabalho apresentado no Colóquio Franco-Brasileiro
sobre a Clínica com Bebês, Paris.
Ogden, T. H. (2002). Lendo Winnicott. Revista Brasileira de Psicanálise, 36(4), 737-755.
Outeiral, J. (2001). Quebrando o vaso de lilases: a impossibilidade de se comunicar, a agressão,
a reparação e a sobrevivência do analista. In J. Outeiral, S. Hisada & R. Gabriades (Orgs.),
Winnicott: seminários paulistas (pp. 96-97). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Santos, M. A. dos. (1999). A constituição do mundo psíquico na concepção winnicottiana:
uma contribuição à clínica das psicoses. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12(3).
Recuperado em 12 fev. 2018, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0102-79721999000300005.
Winnicott, D. W. (1975a). O brincar: a atividade criativa e a busca do eu (self). In D. W.
Winnicott, O brincar e a realidade (J. O. de A. Abreu & V. Nobre, Trads., pp. 79-94). Rio
de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1971)
Winnicott, D. W. (1975b). O brincar: uma exposição teórica. In D. W. Winnicott, O brincar
e a realidade (J. O. de A. Abreu & V. Nobre, Trads., pp. 59-78). Rio de Janeiro: Imago.
(Trabalho original publicado em 1971)
Winnicott, D. W. (1975c). O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento
emocional. In D. W. Winnicott, O brincar e a realidade (J. O. de A. Abreu & V. Nobre,
Trads., pp. 153-162). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1967)
Winnicott, D. W. (1975d). O uso de um objeto e o relacionamento através de identificações. In
D. W. Winnicott, O brincar e a realidade (J. O. de A. Abreu & V. Nobre, Trads., pp. 121-
132). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1969)
Winnicott, D. W. (1983a). Comunicação e não comunicação levando ao estudo de certos
opostos. In D. W. Winnicott, O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a
teoria do desenvolvimento emocional (I. C. S. Ortiz, Trad., pp. 163-174). Porto Alegre:
Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1963)
Winnicott, D. W. (1983b). Cordão: uma técnica de comunicação. In D. W. Winnicott, O
ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional
(I. C. S. Ortiz, Trad., pp. 140-144). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original
publicado em 1960)
Winnicott, D. W. (1983c). Os objetivos do tratamento psicanalítico. In D. W. Winnicott, O
ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional
(I. C. S. Ortiz, Trad., pp. 152-155). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original
publicado em 1962)
Winnicott, D. W. (1994a). O brinquedo na situação analítica. In D. W. Winnicott, Explorações
psicanalíticas (J. O. de A. Abreu, Trad., pp. 24-25). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho
original publicado em 1954)
143
Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott
Winnicott, D. W. (1994b). Duas notas sobre o uso do silêncio. In D. W. Winnicott, Explorações
psicanalíticas (J. O. de A. Abreu, Trad., pp. 66-69). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho
original publicado em 1963)
Winnicott, D. W. (1994c). A experiência mãe-bebê de mutualidade. In D. W. Winnicott,
Explorações psicanalíticas (J. O. de A. Abreu, Trad., pp. 195-202). Porto Alegre: Artes
Médicas. (Trabalho original publicado em 1969)
Winnicott, D. W. (1994d). A interpretação na psicanálise. In D. W. Winnicott, Explorações
psicanalíticas (J. O. de A. Abreu, Trad., pp. 163-166). Porto Alegre: Artes Médicas.
(Trabalho original publicado em 1968)
Winnicott, D. W. (2000a). Aspectos clínicos metapsicológicos da regressão dentro do setting
psicanalítico. In D. W. Winnicott, Da pediatria à psicanálise (D. Bogomoletz, Trad., pp.
374-392). Rio de Janeiro: Francisco Alves. (Trabalho original publicado em 1954-1955)
Winnicott, D. W. (2000b). Os objetos transicionais e os fenômenos transicionais. In D. W.
Winnicott, Da pediatria à psicanálise (D. Bogomoletz, Trad., pp. 316-331). Rio de Janeiro:
Francisco Alves. (Trabalho original publicado em 1951)
Winnicott, D. W. (2000c). Psicose e cuidados maternos. In D. W. Winnicott, Da pediatria à
psicanálise (D. Bogomoletz, Trad., pp. 305-315). Rio de Janeiro: Francisco Alves. (Trabalho
original publicado em 1951)
Winnicott, D. W. (2006a). A amamentação como forma de comunicação. In D. W. Winnicott,
Os bebês e suas mães (J. L. Camargo, Trad., pp. 19-28). São Paulo: Martins Fontes.
(Trabalho original publicado em 1968)
Winnicott, D. W. (2006b). A comunicação entre o bebê e a mãe e entre mãe e bebê, comparada
e contrastada. In D. W. Winnicott, Os bebês e suas mães (J. L. Camargo, Trad., pp. 79-92).
São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1968)
Winnicott, D. W. (2006c). A dependência nos cuidados infantis. In D. W. Winnicott, Os bebês e
suas mães (J. L. Camargo, Trad., pp. 73-78). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original
publicado em 1970)
[Recebido em 14.11.2016, aceito em 24.08.2017]
Cidiane Vaz Gonçalves
Rua Marquês de São Vicente, 225, sala 2011
22453-900 Rio de Janeiro, rj
Tel.: 21 3527-1185 | 21 3527-1186
[email protected]Andrea Seixas Magalhães
Rua Marquês de São Vicente, 225, sala 2011
22453-900 Rio de Janeiro, rj
Tel.: 21 3527-1185 | 21 3527-1186
[email protected]144
Cidiane Vaz Gonçalves, Andrea Seixas Magalhães e Terezinha Féres Carneiro
Terezinha Féres Carneiro
Rua Marquês de São Vicente, 225, sala 2011
22453-900 Rio de Janeiro, rj
Tel.: 21 3527-1185 | 21 3527-1186
[email protected]