Blocos de Concreto para Alvenaria em
Blocos de Concreto para Alvenaria em
Blocos de Concreto para Alvenaria em
Tese apresentada Escola de Engenharia de So Carlos, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do Ttulo de Doutor em Engenharia de Estruturas.
So Carlos 2007
AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Tratamento da Informao do Servio de Biblioteca EESC/USP
S182b
Salvador Filho, Jos Amrico Alves Blocos de concreto para alvenaria em construes industrializadas / Jos Amrico Alves Salvador Filho ; orientador Jefferson B. L. Librio. - So Carlos, 2007.
Tese (Doutorado) - Programa de Ps-Graduao e rea de Concentrao em Engenharia de Estruturas -- Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo.
Aos meus pais, Jos Amrico e Maria Lcia, que sempre acompanharam meus passos com carinho e dedicao e ao meu sobrinho Vtor, que, apesar de to pequeno e frgil, soube enfrentar com fora e coragem seu inimigo.
Agradecimentos
A Deus pela luz que sempre ilumina meus caminhos. Aos meus pais, Jos Amrico e Maria Lcia, aos meus irmos, Ana Paula, Regina, Luis Henrique e Andra, e a todos os meus familiares pela presena, carinho, compreenso e apoio despendido em todas as etapas de minha vida. Ao meu orientador, Prof. Dr. Jefferson B. L. Liborio, pelo aprendizado constante, fruto da construo do conhecimento aliada amizade e ao companheirismo. Profa. Dra. Mnica Pinto Barbosa, responsvel pelo meu ingresso pesquisa do concreto. Aos tcnicos do LMABC e do Laboratrio de Estruturas, e aos professores, funcionrios e colegas da EESC-USP que colaboraram efetivamente para a realizao desta pesquisa. Aos amigos com quem convivi em So Carlos e que sempre demonstraram franqueza, sinceridade, lealdade incondicional e auxlio ao ponto do sacrifcio: Alessandra Lorenzetti, Claudia Gibertoni, Fernanda Giannotti, Luciana Mascaro, Marcelo Sartorio, Oscar e Liliani Begambre, Paulo Lodi, Rodrigo Andolfato, Rodrigo Vieira, Sales Trajano, Sandra Lima, Thiago Catoia e Valdirene Maria Silva; pois a amizade genuna mais que afinidade, envolve mais que afeio e requer tempo, esforo e trabalho para ser mantida. Mariane Checon por todo o carinho, dedicao e, acima de tudo, por trazer tona os meus sonhos mais antigos e dar incentivos para concretiz-los. Aos companheiros do time de Plo Aqutico de So Carlos, pelos momentos de saudvel rivalidade, esprito de luta, e superao fsica e mental. Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnolgico (CNPq) pela bolsa concedida. Basf Construction Chemicals Brasil, Holcim do Brasil, Lanxess Energizing Chemistry, MCBauchemie e Metacaulim do Brasil pelos materiais doados para esta pesquisa.
Se
Se s capaz de manter a tua calma quando Todo o mundo ao redor j a perdeu e te culpa; De crer em ti quando esto todos duvidando, E para esses, no entanto achar uma desculpa; Se s capaz de esperar sem te desesperares, Ou, enganado, no mentir ao mentiroso, Ou sendo odiado, sempre ao dio te esquivares, E no parecer bom demais, nem pretensioso; Se s capaz de pensar sem que a isso s te atires; De sonhar sem fazer dos sonhos os teus senhores; Se encontrando a desgraa e o triunfo conseguires Tratar da mesma forma esses dois impostores; Se s capaz de sofrer a dor de ver mudadas Em armadilhas as verdades que disseste, E as coisas, por que deste a vida, estraalhadas, E refaz-las com o bem pouco que te reste; Se s capaz de arriscar numa nica parada Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, Resignado, tornar ao ponto de partida; De forar corao, nervos, msculos, tudo A dar seja o que for que neles ainda existe, E a persistir assim quando, exaustos, contudo Resta a vontade em ti que ainda ordena: Persiste!; Se s capaz de, entre a plebe, no te corromperes E, entre reis, no perder a naturalidade, E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, Se a todos podes ser de alguma utilidade, E se s capaz de dar, segundo por segundo, Ao minuto fatal todo o valor e brilho, Tua a terra, com tudo o que existe no mundo E o que mais tu sers um homem, meu filho!
RESUMO
SALVADOR FILHO, J. A. A. Blocos de concreto para alvenaria em construes industrializadas. 246 f. (Doutorado). Departamento de Engenharia de Estruturas, EESC. Universidade de So Paulo. So Carlos, 2007.
A inovao tecnolgica na Construo Civil no Brasil e em outros pases ainda bastante tmida, de modo que o setor frequentemente apontado como tecnologicamente atrasado. O desenvolvimento insuficiente de novas tecnologias e sua pouca utilizao, aliados ao desperdcio de materiais, informalidade e qualidade de vida dos trabalhadores, tornam o custo da construo excessivamente alto. Apesar de ter havido nos ltimos anos uma srie de avanos na indstria de blocos de concreto, o que permitiu um grande desenvolvimento na qualidade deste produto, sua utilizao ainda est restrita quase que exclusivamente a um procedimento artesanal, cuja qualidade final depende da qualidade da mo-de-obra. Neste contexto, a utilizao de materiais de construo que permitam montagens rpidas e com qualidade se tornam necessrias. O presente trabalho apresenta componentes para alvenarias, de alto padro, desenvolvidos no Laboratrio de Materiais Avanados Base de Cimento da Escola de Engenharia de So Carlos. Estes componentes so encaixveis, com dimenses padronizadas, que permitem o assentamento sem necessidade de argamassa, facilitando sua utilizao na construo. Os blocos possuem aberturas para colocao de armaduras e tubulaes de telefonia, hidrulica, eltrica, gs, etc., de forma que possam atender s diversas exigncias dos usurios. Para tanto, foi desenvolvido um componente para construo em concreto especial colorido, cuja baixa porosidade e permeabilidade e resistncia permitem um perfeito acabamento, dispensando chapiscos, rebocos, emboos e pintura, eliminando assim diversas etapas construtivas. Os resultados alcanados apontam a viabilidade da utilizao desse componente estrutural para um tipo diferenciado de construo.
ABSTRACT
SALVADOR FILHO, J. A. A. Concrete blocks for masonry in industrialized construction. 246 p. Thesis (Doctorate). Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo. So Carlos, 2007.
The technological innovation for housing construction in Brazil is still quite tiny, so that, this economic sector is frequently noticed as technologically late. The insufficient development of new technologies and its little employ, allies to the waste of materials, informality and labor quality life, turns construction costs extremely high. Although the progresses in the concrete blocks industry in the last years, what allowed a great development on product quality, its use is still restricted almost exclusively to a craft procedure, which final quality depends on the labor quality. In this perspective, the use of materials that allows fast and quality constructions become necessary. This research presents high end masonry elements developed at the LMABC-SET-EESC-USP. These elements are interlockable, with standardized dimensions, what allows the establishment without mortar bedding, facilitating your use in the auto-construction. The blocks were designed with cores for placement of reinforcements or hydraulics, electric, telecom, gas, and other systems, so that they can assist the users several demands. For it, a special masonry component in colored concrete was developed, whose low porosity, permeability and resistance allows perfect finishes, sparing several constructive stages. The reached results points to the viability of the use as structural component for a distinct kind of construction.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1. Exemplos da expanso indiscriminada do municpio de So Carlos (SP). Figura 1.2. Classes sociais evidenciadas pela tipologia das edificaes. Figura 1.3. Habitaes de alto padro e baixo custo na Alemanha e no Guaruj (SP). Figura 2.1. Aqueduto "Pont du Gard", construo romana em Nimes, sul da Frana. Figura 2.2. Fallingwater, residncia projetada por Frank Lloyd Write. Figura 2.3. Curvas granulomtricas baseada no modelo de Alfred justapostas aos limites granulomtricos estabelecidos por Pfeiffenberg Figura 2.4. Exemplos de aplicao do cimento Portland branco. Figura 2.5. Alvenaria de blocos de concreto coloridos. Figura 2.6. Curva resistncia compresso x quantidade de gua na mistura. Figura 2.7. Mquina de blocos do sculo XIX, do incio do sculo XX,e vibro-prensa moderna. Figura 2.8. Diagrama de fluxo tpico do processo de fabricao de blocos de concreto. Figura 2.9. Molde e martelo para fabricao de blocos. Figura 2.10. Detalhe das msulas de acomodao. Figura 2.11. Espessura das paredes dos blocos. Figura 2.12. Fissuras em alvenarias. Figura 2.13. Frisamento das juntas. Figura 3.1. Construes em blocos assentados a seco. Figura 3.2. Classificao dos sistemas de alvenaria intertravada. Figura 3.3.Diversos formatos disponveis do Masterbloc. Figura 3.4. Azar Block. Figura 3.5. Bloco H modificado. Figura 3.6. Sistema de alvenaria WHD. Figura 3.7. Haener Block. Figura 3.8. Blocos FlexLock. Figura 3.9. Sistema de ps-protenso dos Blocos FlexLock. Figura 3.10. Smart Masonry. Figura 3.11. Moldes para fabricao do Smart Masonry. Figura 3.12. Sistema Sparlock. Figura 3.13. IITM-Silblock-1. Figura 3.14. IITM-Silblock-2 Figura 3.15. Blocos Quick Block. Figura 3.16. Tijolito, e construo em alvenaria utilizando o Tijolito. Figura 3.17. Blocos do sistema Somontar. Figura 3.18. Aplicao de argamassa em bloco SillyBlock, assentamento e detalhe da parede Figura 3.19. Assentamento a seco de blocos em proposio. Figura 3.20. Etapas no desenvolvimento de materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos 35 38 42 45 46 53 56 59 64 66 68 71 76 77 86 89 92 94 96 96 97 98 99 100 100 101 102 102 103 103 104 105 106 107 107 110
Figura 4.1. Representao em planta de uma parede de blocos com encaixe tipo rabo de andorinha. Figura 4.2. Representao de uma parede de blocos com encaixe tipo gancho. Figura 4.3. Representao de uma parede de blocos com encaixe tipo macho-fmea. Figura 4.4. Encaixes contnuos e descontnuos nas faces superior e inferior do bloco. Figura 4.5. Dimenses adotadas para o prottipo. Figura 4.6. Encaixes contnuos e descontnuos nas faces superior e inferior do bloco. Figura 4.7. Dimenses adotadas para os encaixes laterais do prottipo. Figura 4.8. Representao em planta do prottipo e dimenses dos encaixes das faces horizontais. Figura 4.9. Perspectiva isomtrica do prottipo. Figura 4.10. Mquina de splitagem, blocos texturizados, e Ennis House. Figura 4.11. Textura com excesso de gua e extremamente seca. Figura 4.12. Textura ideal para fabricao dos blocos e textura com excesso de partculas grossas. Figura 4.13. Comparao entre a textura ideal obtida e de um bloco de concreto usual. Figura 4.14. Volume de cheios das composies entre as areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa. Figura 4.15. Curvas granulomtricas das composies das areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa. Figura 4.16. Volume de cheios da composio entre as areias utilizada (composio 2). Figura 4.17. Efeito parede. Figura 4.18. Textura obtida a partir da composio 2, com adio de metacaulinita. Figura 4.19. Volume de cheios das composies entre a Composio 2 e Descalvado Fina. Figura 4.20. Curvas granulomtricas das misturas entre Composio 2 e a areia Descalvado Fina. Figura 4.21. Distribuio granulomtrica da mistura das trs areias utilizadas na proporo ideal. Figura 4.22. Textura obtida a partir da composio 3. Figura 4.23. Prottipo fabricado em laboratrio. Figura 4.24. Parede construda de blocos pigmentados. Figura 5.1. Moldes para capeamento dos blocos e ensaio de mesa cadente da argamassa utilizada para o capeamento. Figura 5.2. Capeamento dos prottipos. Figura 5.3. Detalhe do capeamento executado. Figura 5.4: Representao esquemtica do ensaios de resistncia compresso de blocos. Figura 5.5. Falha de adensamento do bloco. Figura 5.6: Representao esquemtica dos ensaios de resistncia compresso de prismas de 2 blocos. Figura 5.7. Detalhe da junta entre os encaixes macho-fmea no plano horizontal. Figura 5.8. Modo de ruptura do prisma assentado a seco. Figura 5.9. Mistura e aplicao de pasta de cimento colante. Figura 5.10. Representaes esquemticas dos ensaios de resistncia compresso de prisma de 3 blocos e de miniparede. Figura 5.11. Representao esquemtica da prova de carga em parede. Figura 5.12. Capeamento da parede e primeira fiada. Figura 5.13. Painel de alvenaria preparado para prova de carga.
118 118 119 120 122 123 123 124 124 125 128 129 130 131 132 133 134 134 135 136 136 137 140 140 143 143 144 144 145 148 148 149 149 151 153 153 154
Figura 5.14. Carga mxima aplicada parede. Figura 5.15. Representao esquemtica do ensaio de resistncia de aderncia entre blocos colados. Figura 5.16. Ensaio de resistncia de aderncia entre blocos colados, e detalhe da ruptura do corpo-deprova. Figura 5.17. Eficincia do aditivo hidrofugante trao C3 Figura 5.18. Prottipos protegidos por impregnao de resina impermeabilizante Figura 5.18. Penetrao de gua por ascenso capilar no prottipo. Figura 5.20. Ascenso capilar em corpos-de-prova moldados com diferentes energias de compactao. Figura 5.21. Ascenso capilar em corpos-de-prova de referncia aps 24 horas. Figura 5.22. Ascenso capilar em corpos-de-prova com adies de 10% e 20% de PVA. Figura 5.23. Ascenso capilar em corpos-de-prova com adies de 1% e 2,5% de aditivo base de sais de sdio. Figura 5.24. Ensaio de simulao de chuva. Figura 5.25. Passagem de gua pela junta horizontal dos blocos das 2 e 3 fiada do corpo-de-prova. Figura 6.1. Representao em planta do bloco principal e dimenses dos encaixes das faces horizontais. Figura 6.2. Perspectiva isomtrica do bloco principal. Figura 6.3. Unidades especiais para encontros de parede em L, em planta. Figura 6.4. Perspectiva isomtrica das unidades especiais para encontros de parede em L. Figura 6.5. Perspectiva isomtrica da primeira e segunda fiada do encontro de parede em L. Figura 6.6. Componentes especiais para encontros de parede em T, em planta. Figura 6.7. Perspectiva isomtrica dos componentes especiais para encontros de parede em T. Figura 6.8. Perspectiva isomtrica da primeira e segunda fiada do encontro de parede em T. Figura 6.9. Unidade especial para encontros de parede em X, em planta. Figura 6.10. Perspectiva isomtrica da unidade especial para encontros de parede em X. Figura 6.11. Perspectiva isomtrica da primeira e segunda fiada do encontro de parede em X. Figura 6.12. Unidade duplo-macho em planta. Figura 6.13. Perspectiva isomtrica da unidade duplo-macho. Figura 6.14. Perspectiva isomtrica de uma fiada com utilizao do bloco duplo-macho. Figura 6.15. Representao em planta e perspectiva isomtrica do meio bloco. Figura 6.16. Dimenses do bloco canaleta. Figura 6.17. Perspectiva isomtrica dos blocos canaleta (topo e fundo). Figura 6.18. Blocos canaleta cortados para compor encontro de paredes. Figura 6.10. Perspectiva isomtrica dos blocos J compensador. Figura 6.20. Unidades especiais para fim de parede, em planta. Figura 6.21. Perspectiva isomtrica das unidades especiais para fim de parede. Figura 6.22. Paletizao utilizada durante a pesquisa. Figura 6.23. Armazenamento dos blocos canaleta. Figura 6.24. Dimenses do bloco duplo-macho. Figura 6.25. Formas de empilhamento de blocos com altura reduzida.
155 156 157 160 161 161 162 163 164 165 166 167 170 170 171 171 172 172 172 173 174 174 174 175 175 175 176 177 177 177 178 179 179 180 181 182 183
Figura 6.26. Trecho de planta arquitetnica. Figura 6.27. Vista da elevao da parede 1. Figura 6.28. Vista em planta da oitava fiada. Figura 6.29. Vista em planta do encontro entre bloco canaleta e bloco especial de encontre entre paredes T-2. Figura 6.30. Vista em planta do encontro entre bloco canaleta e bloco especial de encontre entre paredes L-1. Figura 6.31. Corte AA do detalhe (iv) da parede 1. Figura 6.32. Resistncia compresso dos blocos de concreto em funo do maquinrio utilizado para fabricao. Figura A.1. Porcentagem de cheios das areias coletadas na regio de So Carlos (SP). Figura A.2. Curva granulomtrica da areia Descalvado Fina. Figura A.3. Curva granulomtrica da areia Itaporanga Peneirada. Figura A.4. Curva granulomtrica da areia Descalvado Grossa. Figura C.1. Corte longitudinal da matriz da mquina de blocos em diferentes etapas do posicionamento do martelo. Figura C.2. Esquema de montagem da mquina manual para fabricao dos Blocos LMABC. Figura C.3. Alavanca. Figura C.4. Funcionamento da alavanca. Figura C.5. Fases da movimentao e possibilidades de colocao de segunda alavanca. Figura C.6. Estudo da nova configurao da alavanca. Figura C.7. Mquina para fabricao dos prottipos. Figura C.8. Detalhe do sistema de travamento da tampa. Figura C.9. Detalhe do macaco hidrulico. Figura C.10. Matriz de PVC dos paletes. Figura C.11. Molde de silicone para reproduo dos paletes e paletes produzidos com compsito areia resina acrlica. Figura C.12. Salincias no topo do martelo para possibilitar retirada do bloco. Figura C.13. Etapas de fabricao do bloco.
184 185 186 188 189 190 195 212 214 214 214 230 231 232 233 234 234 234 235 236 236 237 237 239
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Distribuio granulomtrica obtida de acordo com o modelo de Alfred, com diferentes coeficientes de distribuio. Tabela 2.2 Faixas granulomtricas propostas por Pfeiffenberger. Tabela 2.3 - Tipos de Modulao. Tabela 2.4. - Medidas de projeto dos blocos vazados de concreto. Tabela 2.5 - Espessura mnima das paredes dos blocos. Tabela 2.6 - Lajes utilizadas na construo em alvenaria estrutural. Tabela 2.8 - Requisitos mnimos para fbk,est. Tabela 3.1 Critrios e requisitos para avaliao de desempenho da habitao. Tabela 4.1 Traos de concreto para avaliao do acabamento superficial. Tabela 4.2 - Determinao do volume de cheios na composio das areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa. Tabela 4.3 - Determinao do volume de cheios da mistura entre a Composio 2 e a areia Descalvado Fina. Tabela 4.4 - Composies que possibilitaram melhor acabamento superficial para placas de concreto. Tabela 4.5 - Traos ideais para fabricao dos prottipos. Tabela 5.1 Resistncia compresso dos blocos. Tabela 5.2 Resistncia compresso dos blocos - trao C3. Tabela 5.3 - Traos para fabricao de blocos com e sem pigmento. Tabela 5.4 Resistncia compresso dos blocos com e sem pigmento. Tabela 5.5 Resistncia compresso de prismas 2 blocos. Tabela 5.6 Resistncia compresso de prismas de 3 blocos e miniparedes. Tabela 5.7 Resultados de resistncia de aderncia entre blocos colados. Tabela 6.1 Custo de execuo de paredes a partir de diferentes tipos de alvenaria. Tabela 6.2 Estimativa de preos unitrios por m2 de parede. Tabela 6.3 Estimativa de custos de matria prima para a produo do prottipo pigmentado em laboratrio. Tabela 6.4 Estimativa de custos de matria prima para a produo de blocos de concreto convencionais. Tabela A.1 Determinao da porcentagem de cheios das areias da regio de So Carlos (SP). Tabela A.2 Ensaios realizados para caracterizao dos agregados midos. Tabela A.3 Caracterizao das areias selecionadas. Tabela A.4 Composio granulomtrica das areias selecionadas. Tabela A.05 Propriedades fsicas dos cimentos utilizados na pesquisa. Tabela A.06 Resistncia compresso dos cimentos utilizados na pesquisa. Tabela A.07 Composio qumica dos cimentos. Tabela A.08 Composio potencial dos cimentos. Tabela A.09 Composio qumica do cimento CPB 40.
52 52 75 76 77 79 81 115 127 131 135 137 139 144 146 146 147 150 151 157 191 192 194 196 212 213 213 214 215 215 215 215 216
Tabela A.10. Dados tcnicos do aditivo Murasan BWA 21. Tabela A.11. Dados tcnicos do aditivo Glenium 51. Tabela A.12. Anlise qumica e ndices fsicos do metacaulinita. Tabela B.1. Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C2M5. Tabela B.2. Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C2M10. Tabela B.3. Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C3. Tabela B.4 Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C3 aps 56 dias. Tabela B.5 Resistncia compresso dos blocos com e sem pigmento. Tabela B.6 Resistncia compresso de prismas de 2 blocos assentados com junta a seco aps 56 dias. Tabela B.7 Resistncia compresso de prismas de 2 blocos assentados com junta colada aps 56 dias. Tabela B.8 Resistncia compresso de prismas de 3 blocos aps 56 dias. Tabela B.9 Resistncia compresso de miniparedes aps 56 dias. Tabela B.10 Resistncia de aderncia entre blocos. Tabela B.11 Determinao das massas dos corpos de prova. Tabela B.12 Altura dos blocos nas arestas. Tabela B.13 Resultados obtidos de umidade, absoro e rea lquida. Tabela B.14 Dados obtidos no ensaio de retrao por secagem. Tabela B.15 - Retrao por secagem dos prottipos. Tabela D.1 - Alvenaria de vedao com tijolo cermico furado 9x19x19 cm, juntas de 12 mm com argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar trao 1:4, com 100 kg de cimento. Tabela D.2 - Alvenaria estrutural com bloco cermico, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:0,2:5,4. Tabela D. 3 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:0,2:5,4. Tabela D.4 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto celular, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:1:6. Tabela D.5 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto celular, juntas de 12 mm (horizontal) e 10 mm (vertical) com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:1:6. Tabela D.6 - Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco trao 1:4, e = 7 mm. Tabela D.7 - Emboo / Massa nica para parede interna com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:2:9, e = 20 mm. Tabela D.8 - Reboco para parede interna ou externa, com argamassa de cal hidratada e areia peneirada trao 1:4,5, com betoneira, e = 5 mm. Tabela D.9 - Massa impermevel para parede externa com argamassa pr-fabricada, e = 10 mm. Tabela D.10 - Gesso desempenado aplicado sobre parede ou teto.
216 217 217 219 219 219 220 220 220 221 221 221 222 222 222 222 223 227 241 241 242 242 242 243 243 243 243 244
SUMRIO
Introduo e Objetivos, 21 Captulo 1 Contextualizao da construo habitacional brasileira, 33
1.1. Habitao e urbanizao no Brasil, 33 1.2 Produtividade e inovao na Construo Civil, 38 1.3. Necessidade de solues inovadoras, 40
Concluses, 199 Referncias bibliogrficas, 205 Apndice A Materiais utilizados, 211 Apndice B Resultados obtidos, 219 Apndice C Fabricao dos prottipos, 229 Apndice D Tabelas de composies de preos e custos, 241
INTRODUO E OBJETIVOS
OBJETO DE ESTUDO
A construo habitacional ramo da Construo Civil que envolve a participao mais intensa da sociedade no sentido da obteno da casa prpria. Este fato j demonstra sua importncia, mas, alm disso, a participao econmica da construo habitacional no PIB e o seu nmero de empregados, registrados ou na informalidade, demonstram que um segmento que pode ser um grande propagador de crescimento econmico e importante gerador de melhorias para a populao brasileira. Isto pode ser explicado com base em dados levantados pelo MCKINSEY GLOBAL
INSTITUTE
se destacava, representando 8% do PIB brasileiro e 6,1% dos empregos no pas naquela poca. Estes nmeros so mais representativos que os da indstria automobilstica, que tem maior destaque na imprensa e que mais mobiliza as lideranas empresariais e sindicais. Apesar da importncia do setor no mercado brasileiro, a construo habitacional praticamente o nico setor da economia que ainda no se industrializou. At alguns anos atrs, os setores que resistiam industrializao no Brasil eram a agricultura, o txtil e a construo civil. A agricultura se modernizou e hoje responsvel pelo supervit da balana comercial brasileira; o setor txtil se sobressaiu, conseguiu preos internacionalmente competitivos e hoje exporta seus produtos; entretanto a construo civil continua utilizando mtodos relativamente ultrapassados, particularmente no segmento da construo habitacional.
H, no entanto, grande resistncia por parte dos construtores em adotar novas tecnologias que acelerem o processo de industrializao na construo, que caminha de encontro com a necessidade atual do mercado. O uso da alvenaria convencional no atende aos requisitos de qualidade e produtividade necessrios para as construes habitacionais, ao contrrio de outros setores da construo em que muitos dos componentes utilizados so tecnologias avanadas que reduzem tempo, desperdcios e otimizam os custos. Neste contexto, a presente pesquisa pretende desenvolver componentes para alvenarias de alta qualidade e desempenho, montveis, com dimenses padronizadas, em concreto de tecnologia especial, de alto desempenho, com baixa porosidade e permeabilidade, de alta resistncia para alvenarias estruturais, que permitam ser utilizados na construo de edificaes, dispensando chapiscos, rebocos e emboos, e que atendam diversas exigncias dos usurios, tais como esttica, custo, praticidade, rapidez, durabilidade e inovao.
JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
H no mercado vrias opes de tijolos e blocos, com diferentes propriedades: materiais, dimenses, disposies de furos, textura e diversas outras propriedades fsicas e mecnicas, com variantes de resistncia compresso, porosidade e capilaridade, absoro de gua, coeficientes de absoro e dilatao trmica, entre outras mais. Quanto s alvenarias de blocos vazados de concreto, encontram-se no mercado trs linhas de fabricao, que atendem a diversas especificidades de projeto. Estas podem ser de blocos arquitetnicos, para paredes de fachadas e acabamentos internos; de blocos de vedao, que apresentam resistncia suficiente para atender s necessidades fsicas e mecnicas das paredes de vedao; e de blocos estruturais, que formam paredes resistentes, que em alguns casos podem ser armados e preenchidos com argamassa grossa e fluida (graute), constituindo a alvenaria estrutural armada.
INTRODUO E OBJETIVOS 23
Ainda que haja considervel desenvolvimento na qualidade dos blocos de concreto, seu assentamento, quase que exclusivamente, ainda est restrito ao procedimento artesanal, com a qualidade final da alvenaria muito dependente da qualidade da mo-de-obra e, ainda, necessitando ser chapiscada, revestida com emboo e/ou outro material, que por sua vez, em alguns casos, devem ser ainda emassadas e, finalmente, receber uma camada de pintura. Embora esses fatos no possam ser atribudos exclusivamente ao subsistema alvenaria, em obras com determinadas tipologias isso ocorre devido utilizao inadequada dos materiais de construo. Por outro lado, h boas obras executadas nas quais no ocorrem esses problemas, porm, os controles tm sido notadamente observados em obras destinadas a um pblico de alto poder aquisitivo, e que contratam as melhores empresas e especialistas. Assim como ocorre na construo mecnica industrializada, h a necessidade de se produzir componentes de alvenaria para a construo civil com altssimo controle da qualidade e de tal maneira que a utilizao desses produtos seja vivel no s para especialistas, mas tambm para leigos, proporcionando bons resultados na construo de alvenarias quer sejam de vedao ou estruturais.
INTRODUO E OBJETIVOS 25
OBJETIVO GERAL Buscar solues mais econmicas e apropriadas, que possam garantir melhores resultados em termos de qualidade e custo, pretendendo-se analisar tais componentes para se garantir o desempenho satisfatrio de habitaes, trreas ou com alguns pavimentos, respeitando-se sempre as propriedades que os tornam viveis no aspecto construtivo.
OBJETIVOS ESPECFICOS i. Produzir componentes de alvenaria que possibilitem elevao de paredes de forma anloga ao mtodo convencional utilizado em alvenarias estruturais, aliada maior rapidez e produtividade da elevao de alvenarias intertravadas; ii. Desenvolver blocos de concreto possveis de se produzir em escala industrial, dentro de critrios especficos com o cientificismo adotado; iii. Obter condies de acabamento de excelente qualidade, que dispense etapas de acabamento das alvenarias durante a construo; iv. Alcanar propriedades fsicas e mecnicas a partir da produo de prottipos que garantam desempenho adequado para as edificaes; v. Relacionar as facilidades e vantagens em relao aos mtodos convencionais de produo de componentes de alvenaria e interferncia com outros subsistemas; vi. Alcanar custo final menor que outros processos construtivos, comparando-se com planilhas de custo publicadas em revistas especializadas.
MTODO
Esta uma pesquisa exploratria, que visa identificar elementos para o desenvolvimento de componentes que atendam os objetivos propostos. Desta forma, foram previstas etapas de conhecimento de tcnicas existentes para produo de alvenarias intertravadas, definio de parmetros de projeto do componente, estudo de trao para fabricao, e realizao de testes para a validao segundo alguns critrios selecionados nesta pesquisa e para gerao de parmetros para aperfeioamento do produto. Estas etapas esto descritas a seguir: i. Estudo da alvenaria convencional e intertravada: A reviso bibliogrfica abrange os fatores mais importantes, desde a fabricao dos blocos, especificamente blocos de concreto, e o mtodo construtivo, at as manifestaes patolgicas mais comuns. Esta complementada com uma listagem de diferentes tipos de alvenarias intertravadas mais estudados e/ou utilizados. Foram observadas as qualidades e limitaes de cada mtodo, a partir das quais so feitas as consideraes necessrias para o desenvolvimento de um novo componente para construo de alvenarias. ii. Concepo de um prottipo: Foi projetado um prottipo de componente de alvenaria que permite a justaposio entre os blocos de modo que sirvam de gabarito para a elevao das paredes. Tambm, a fim de satisfazer diversos critrios de desempenho, tais como permeabilidade a lquidos, segurana estrutural, durabilidade, etc., foram projetados com formas e dimenses distintas dos blocos normalizados. Embora devam atender s medidas modulares, possuem outras medidas de projeto, diferentes dos mdulos atuais, por seu assentamento no ser realizado com argamassa convencional.
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iii.
Dosagem: Os materiais utilizados como agregados, alm de todos os quesitos de qualidade normalmente envolvidos, so disponveis comercialmente em grande quantidade e possuem bom ndice de forma, a fim de permitir serem compostos em diversas granulometrias, com o menor ndice de vazios e menor quantidade de gua. Tambm foi levada em considerao a utilizao de adies diversas tal que melhore a qualidade final do produto, quer esteticamente, quer no que se refere ao refinamento de poros e desconexo de porosidade. Foram testados aditivos, a fim de estabelecer a umidade tima dos materiais para o processo de moldagem, assim como a utilizao de pigmentos.
iv.
Fabricao dos blocos: O ferramental para produo desses blocos foi projetado e construdo de modo a se produzir em laboratrio blocos para avaliao de desempenho do processo construtivo.
v.
Avaliao do prottipo do bloco: Para efeito de controle das unidades produzidas, foram realizados ensaios fsicos mecnicos diversos: resistncia compresso de blocos, prismas, miniparedes; retrao por secagem; absoro de gua, teor de umidade; propriedades geomtricas, etc., que devero demonstrar resultados pelo menos em nvel de igualdade com relao aos blocos de concretos j normalizados. Foi tambm avaliada a questo da penetrao de gua frente ao da chuva. Esta anlise foi realizada sob dois aspectos: penetrao de gua pelas juntas e absoro dos blocos.
vi.
Redefinio do projeto do bloco: A partir dos resultados obtidos na avaliao dos prottipos fabricados em laboratrio, foram feitas algumas mudanas no projeto do bloco. Considerando a necessidade do desenvolvimento de uma famlia de blocos, foram projetados componentes para integrarem encontros entre paredes em T, L, X, e outras configuraes de blocos,
de tal modo que privilegiem construes de painis com junta a prumo e/ou amarradas. Apesar de estes blocos terem sido projetados para que a sua utilizao seja anloga ao sistema de alvenaria estrutural normalmente praticado no Brasil, foram listadas algumas situaes de projeto peculiares aos blocos projetados nesta pesquisa. Tambm foram feitas consideraes a respeito dos custos de produo e de construo de painis com este tipo de alvenaria, comparada com mtodos convencionais.
DELIMITAES DA PESQUISA
O tema proposto extremamente amplo e complexo. Por isso, optou-se por eleger questes fundamentais e representativas, restringindo o estudo a pontos especficos em cada uma das reas envolvidas. O presente trabalho limitou-se ao desenvolvimento de um componente para construo de paredes estruturais baseado em um nico mtodo construtivo, ou seja, a alvenaria estrutural de blocos de concreto. A opo pelo bloco de concreto prendeu-se a diversos fatores de ordem prtica e conjuntural. Ao trabalhar com blocos estruturais de concreto, podem-se considerar a facilidade em mold-lo nas mais diversas formas e dimenses. O material fabricado a partir de matrias-prima facilmente encontradas em qualquer regio do pas, o que torna os artefatos pr-moldados base de cimento produtos competitivos, justificando investimentos econmicos e cientficos nestes componentes e respectivos processos construtivos. A produo dos prottipos foi realizada em mquina de moldagem manual, uma vez que no houve possibilidade de utilizao de um maquinrio industrial com as alteraes necessrias. Os materiais utilizados foram selecionados para a obteno de apenas um tipo de acabamento superficial para os blocos - liso e colorido. Devido grande quantidade de ensaios para a verificao de desempenho de sistemas construtivos inovadores, foram realizados apenas os requeridos para a
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comprovao das hipteses levantadas. Os resultados das anlises experimentais no tm efeito de certificao de produto, uma vez que foram avaliados apenas os prottipos fabricados em prensa manual, embora os resultados apontem na direo de solues para a fabricao do produto final que obedea aos critrios de desempenho esperados para as edificaes constitudas deste tipo de material.
Captulo 1 CONTEXTUALIZAO DA CONSTRUO HABITACIONAL NO BRASIL est apresentado de forma sucinta como o processo de urbanizao no Brasil, acompanhado da dinmica scio-econmica, influenciou a construo habitacional. Aponta as mudanas necessrias nos mtodos construtivos, que tornam evidente a importncia do desenvolvimento de novos sistemas construtivos racionalizados facilitadores da construo.
Captulo 2 ALVENARIA DE BLOCOS DE CONCRETO refere-se a este tipo de alvenaria, de forma a abranger desde a fabricao dos blocos de concreto (materiais, dosagem e processo industrial) at a sua utilizao no processo construtivo, em que so abordadas as propriedades fsicas e mecnicas, assim como as manifestaes patolgicas.
Captulo 3 ALVENARIAS INTERTRAVADAS E INOVAO NAS CONSTRUES so apresentados diversos blocos utilizados em alvenarias
intertravadas, ou seja, em que os componentes se encaixam para formar paredes slidas. Dentre os diversos blocos existentes, so descritos neste Captulo somente os mais utilizados comercialmente e/ou os mais citados na bibliografia pesquisada. A partir dos aspectos analisados de diferentes tipos de alvenaria intertravada, discutida a necessidade de uma nova tipologia que abranja diferentes propriedades agregadas ao bloco que levam industrializao da construo civil. So ainda discutidas as normas e diretrizes para o desenvolvimento de novos materiais para construes em alvenarias.
Captulo 4 DESENVOLVIMENTO DO PROTTIPO DO COMPONENTE as caractersticas dimensionais dos blocos desenvolvidos nesta pesquisa esto descritas na primeira parte deste Captulo, com nfase no projeto de cada unidade da famlia de blocos e sua funo na alvenaria. Este Captulo tambm descreve a tcnica empregada para o desenvolvimento da dosagem que confere superfcie lisa aos blocos. Este mtodo aborda a seleo de materiais, o empacotamento de partculas e o mtodo de dosagem adotado.
Captulo 5 AVALIAO TCNICA DO PROTTIPO neste captulo so avaliadas as propriedades fsicas e mecnicas dos blocos de concreto desenvolvidos. Primeiramente determinada a resistncia compresso dos blocos fabricados a partir dos diferentes traos obtidos no captulo anterior. Um desses traos foi adotado para uma
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avaliao mais criteriosa, desde as propriedades fsicas dos componentes, envolvendo ensaios de resistncia compresso das unidades, prismas, miniparedes e parede, e um estudo qualitativo do comportamento das alvenarias frente penetrao de gua da chuva.
Captulo 6 REDEFINIO DO PROJETO DO COMPONENTE a partir dos resultados obtidos na avaliao dos prottipos, as formas e dimenses do componente foram redefinidas, e foi projetada uma famlia de blocos que atenda as mais diversas situaes de projeto. Em seguida discutida a questo do armazenamento e transporte, assim como algumas peculiaridades do mtodo construtivo. Neste Captulo tambm leva em considerao a viabilidade econmica da fabricao e utilizao deste novo componente na construo.
Em CONCLUSES, so mostradas as concluses da Tese, evidenciando uma relao com as hipteses e objetivos propostos. Tambm so colocadas sugestes e orientaes para pesquisas a serem desenvolvidas utilizando as tecnologias desenvolvidas na presente Tese.
Lago e Ribeiro (1996) citam que desde o final dos anos 40 se formou no Brasil uma estrutura de proviso de moradia nas grandes cidades, composta por trs segmentos: a produo popular, fundada no loteamento perifrico e na autoconstruo de moradia; a produo estatal, direta ou indireta; e a produo empresarial, sob regime da incorporao imobiliria. Essa estrutura foi responsvel, ao mesmo tempo, pela segregao das camadas populares nas extensas e precrias periferias. Grande parcela dessa situao de responsabilidade do Estado brasileiro, cujas polticas sociais desenvolvidas, e particularmente a de habitao popular, se demonstraram muito frgeis frente aos mecanismos de excluso social e segregao espacial inscritos no modelo econmico. Sachs (1999) afirma que, enquanto desenvolvia uma poltica social de habitao que deveria legitim-lo, o Estado contribuia para o fortalecimento dos mecanismos de excluso com sua poltica econmica, que leva a uma estrutura de renda desigual ao extremo, pela tolerncia quando no o apoio especulao imobiliria. Acrescenta-se a isso o fato de os empreendimentos imobilirios se dirigirem especialmente aos segmentos de mdia e alta renda, reservando para estes as reas mais bem servidas e aptas para a urbanizao, em detrimento s camadas de baixa renda, que fixam moradia em reas degradadas (Figura 1.1). Neste contexto, os investimentos imobilirios recentes no pas tm como caracterstica principal o carter seletivo, privilegiando espaos dinmicos e desconhecendo as reas estagnadas economicamente. Isso pode acentuar as tendncias de concentrao da populao nas aglomeraes urbanas do pas, acentuando tambm seus problemas sociais, urbanos e ambientais (MOTA, 2002). A capacidade institucional do poder pblico limitada para efetivar mecanismos que possibilitem a aplicao dos instrumentos de poltica urbana de forma que evite a excluso territorial. Em geral, esses instrumentos de planejamento e de gesto urbana, tais como planos diretores, leis de parcelamento, leis de zoneamento e outros, tm se mostrado
ineficazes, devido, principalmente, dificuldade de refletirem a capacidade de pagamento dos cidados de mais baixa renda e dinmica econmica, social e territorial da cidade. Toma-se como exemplo o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), promovido pela Progresso e Habitao So Carlos (PROHAB), que destina unidades habitacionais de at 45,20 m2 a R$ 22.5000,00 para famlias com renda de 2 a 4 salrios mnimos. Estas habitaes podem ser financiadas pela Caixa Econmica Federal (CEF) em 180 parcelas de aproximadamente R$ 160,00 com opo de compra ao final do perodo (PROHAB, 2005). Isso significa que para realizar o sonho da casa prpria, o muturio obrigado a desembolsar mais de 25% de sua renda familiar durante 15 anos para adquirir uma habitao extremamente simples, ao custo de R$ 637,17/m2 em relao soma de todas as parcelas. Essa situao tem prejudicado a gesto urbana, o que contribui para o aumento do preo da terra, para a elevao dos custos do setor pblico e privado, bem como para a proliferao de padres informais de ocupao e urbanizao. (MOTA, 2002).
Conforme cita Lucini (2001), os reflexos desses processos na constituio das cidades so: transformao da cidade em conglomerado de construes e bairros descaracterizados em contnua mutao; eliminao da identidade social e cultural original; eliminao das estruturas econmicas e produtivas urbanas (pequenas e mdias indstrias) que garantiam a consolidao e renovao no-destrutiva do tecido urbano.
Os produtos resultantes desses processos, montonos e previsveis, se caracterizam pelo alto custo de implantao urbana e do edifcio, aliados reduo da qualidade construtiva, funcional e ambiental, no instante em que apresentam como traos constantes, conforme cita Lucini (2001): espaos residuais entre edificaes sem caracterizao de uso real devido ao recorte arbitrrio entre vazios e cheios, sulcados por muros divisrios e construes secundrias; presena de muros na frente e laterais dos lotes por exigncias de segurana e privacidade; estacionamentos em toda a superfcie livre do lote, pavimentados e protegidos por construes provisrias, de degradao imediata. Definitiva eliminao do verde, exceto em empreendimentos para alta renda; ausncia de tratamento da relao do edifcio com o contexto urbano, solucionado hoje por simples muros; tipologias das unidades habitacionais e dos edifcios muito deficientes, de arranjos simplistas e ambientes padronizados de dimenses mnimas; ausncia de solues para faixas etrias diferenciadas, estruturas familiares diversas e portadores de deficincia; baixa qualidade de ventilao, insolao e iluminao por falta de exigncias ambientais, com as conseqncias previsveis quanto a visuais, umidade e degradao de coberturas e fachadas;
presena constante de patologias construtivas complexas nas edificaes, particularmente nas fachadas, aberturas, coberturas e instalaes, como decorrncia da falta de normativas de desempenho e controles de obra e de psocupao.
O que tem permitido um maior acesso da populao pobre habitao a autoconstruo da moradia popular. Grande parte das habitaes para esse segmento da populao apresenta baixo padro de qualidade e custo, e tem sido produzida por um setor no-estruturado, que inclui as habitaes no-autorizadas e as ocupaes ilegais e assentamentos informais, geralmente sem assistncia direta do poder pblico. Constri-se o que no se pode comprar feito, no local mais econmico, em geral longe de tudo, e sem garantias de propriedade efetiva da terra, e com os materiais mais baratos e conhecidos. A tcnica construtiva utilizada a mais rudimentar, que permite o trabalho individual e garante resultado com o mnimo investimento. Essa realidade influencia o mercado imobilirio, fazendo com que os compradores adquiram habitaes cujo valor se encaixa em seus oramentos, porm, de menor qualidade e menores do que o necessrio para o convvio familiar. Nos ltimos 15 anos, os imveis na cidade de So Paulo ficaram menores. Os apartamentos tiveram rea reduzida em mdia 20%, e 90% dos lanamentos paulistas foram de apartamentos com no mximo 80 metros quadrados. (Jornal Nacional, 2003) O projeto dessas habitaes reflete diretamente as condies econmicas e sociais de seus moradores nos aspectos morfolgico, funcional, produtivo e econmico, definindo tambm uma resistncia s mudanas e intercmbios scio-culturais entre grupos scioeconmicos distintos. A discrepncia econmica e social extrema levou, portanto, diferenciao tipolgica e de localizao do produto-habitao (Figura 1.2), identificando-se diretamente a classe econmica do usurio com a tipologia habitada e sua localizao urbana numa dupla segregao. De certa forma, nota-se que o estabelecimento de padres sociais
praticamente faz parte de nossa cultura, pois at ento no h qualquer preocupao com o aspecto e padro social da populao (LUCINI, 2001).
entrar aqui no passado por vrias razes. A maior delas foi a instabilidade macroeconmica, mas ainda atuaram como barreira entrada a necessidade de conhecimento do mercado local e de relacionamentos com empreiteiras. Alm disso, o modelo de contratao mais comum entre os empreiteiros ligados construo habitacional no Brasil o cost plus, ou custe o que custar. Os contratos do tipo cost-plus sofrem da deficincia de repassar para o comprador todas as alteraes nos custos de produo. Dessa forma, um fornecedor ineficiente no ter incentivos para melhorar sua produtividade e minimizar custos. Nesse modelo, o risco de mudanas no ambiente de negcios concentra-se no comprador. Ou seja, o empreiteiro no tem incentivo para acelerar a construo, pois seu ganho est garantido, o preo ser pago pelo comprador e financiado pelo banco pblico. Desta maneira, quando o custo do imvel ou do financiamento se torna proibitivo, a despesa paga pelos muturios ou deslocada para o dficit pblico, como a do Fundo de Compensao de Variaes Salariais (FCVS) 1. Fatos como atrasos de subempreiteiros, falta de material na hora certa no canteiro de obras, processos complicados e antieconmicos so freqentes em obras residenciais no Brasil. Sem a pressa imposta por contratos de preo fixo, as construtoras brasileiras no se preocupam em mecanizar, planejar, adotar os chamados Projetos Para Fabricao (PPF). Pode no ser surpreendente que os construtores normalmente no considerem a habitao como um sistema porque, em geral, os engenheiros, arquitetos e projetistas normalmente projetam casas que so esteticamente atrativas e funcionais, mas raramente esto vinculados aos processos de construo, ao contrrio dos fabricantes de outras indstrias que trabalham em sinergia com seus projetistas e produtores.
1
O Fundo de Compensao de Variaes Salariais (FCVS) foi criado por intermdio da Resoluo n 25, de 16.6.67, do
Conselho de Administrao do extinto Banco Nacional da Habitao (BNH), com a finalidade de garantir, a quitao, junto aos agentes financeiros dos saldos devedores remanescentes de contrato de financiamento habitacional, firmado com muturios finais do Sistema Financeiro da Habitao (SFH). O FCVS tinha tambm como objetivo garantir o equilbrio do Seguro Habitacional do SFH permanentemente e em nvel nacional, e liquidar as obrigaes remanescentes do extinto Seguro de Crdito do SFH. O FCVS acumula um dficit tcnico de R$ 62.604.489.894,67. (RECEITA FEDERAL, 2005).
O processo de produo de edifcios uma atividade que envolve a participao de diferentes agentes; portanto, uma atividade que deve ser tipicamente desenvolvida por equipes interfuncionais e multidisciplinares, o que denota a necessidade de maior integrao entre as diversas disciplinas de projeto (arquitetura, estrutura, instalaes,
impermeabilizao, etc.), bem como, entre estas disciplinas e as atividades da produo. Numa economia competitiva, como a que atualmente est se configurando, a reduo dos custos de produo dos empreendimentos um fator decisivo para a sobrevivncia das empresas (BARROS e SABBATINI, 2003). A competitividade estabelecida um grande estmulo para que as empresas invistam na modernizao de suas formas de produo, de maneira a obterem o aumento da produtividade dos servios, a diminuio da rotatividade da mo-de-obra, a reduo do retrabalho, a eliminao de falhas ps-entrega e, por conseqncia, a reduo dos custos de produo. Barros e Sabbatini (2003) afirmam, ainda, que para o projeto incentivar a utilizao de novas tecnologias na construo civil, cumprindo seu papel fundamental de indutor da modernizao do setor, dever ocorrer mudanas expressivas nas particularidades atuais do processo de projeto. preciso que realmente existam as equipes multidisciplinares, objetivando atender sempre s necessidades de todos os envolvidos no processo de produo, representados, sobretudo, pelo empreendedor, projetista, construtor e usurio.
(2005). A CEF considera oportuno o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar o acesso da populao de baixa renda (MCT-FINEP, 2000). Entretanto, no setor da construo civil no Brasil, assim como em outros pases de tradio latina, a tradio sempre leva a uma imagem notria de qualidade, robustez, durabilidade e economia. Por isso, sempre de encontro tradio que a inovao deve se definir e demonstrar superioridade; o desafio da inovao na construo civil o de permitir construir melhores construes em termos econmicos, produtivos e de qualidade. A comparao direta de valores de componentes inovadores com tradicionais pode acarretar em custos mais elevados. De fato, os preos de alguns produtos industrializados podem ser mais elevados, entretanto, a comparao de custos deve levar em conta a economia nos custos indiretos, pois quando produtos industrializados so especificados no projeto, o efeito redutor no custo final da obra considervel. Alm disso, alguns construtores desconhecem ou no sabem identificar as vantagens dos materiais e sistemas inovadores da construo civil. fato que alguns destes sistemas so desenvolvidos sem critrios e nem a devida certificao. Desta maneira, deve-se estabelecer meios para que o consumidor tenha a certeza de que, ao adquirirem os produtos inovadores, no esto fazendo experincias em suas obras, e que h estudos srios e precisos como suporte. No Brasil, o processo de produo de edificaes bastante peculiar, de maneira que as etapas de projeto, planejamento, organizao e gesto da produo diferem muito daquelas aplicadas em pases desenvolvidos. Dessa maneira, para que uma nova tecnologia venha a ter sucesso, agregando real valor ao produto-habitao, deve corresponder cultura construtiva local, respeitando as suas particularidades e limitaes, ou deve possibilitar a alterao de tal cultura para que possa incorporar as exigncias da nova tecnologia. A introduo de tecnologias, que se caracterizam como processos construtivos inovadores, deve necessariamente ser precedida de uma adaptao s condies culturais,
tcnicas, sociais, econmicas e polticas do pas, principalmente, porque a inovao insere-se num processo de produo complexo, com o qual os novos mtodos construtivos devero interagir coerentemente para representarem uma soluo construtiva eficiente e eficaz. Ainda que atualmente seja possvel encontrar uma grande diversidade de componentes inovadores para construo residencial, a tecnologia construtiva deve ser de domnio do setor, para que seja corretamente utilizada e traga ganhos efetivos para a construo civil brasileira e para o mercado consumidor. A inovao tecnolgica, seja em mtodos construtivos ou produtos, um elemento estratgico no s para o desenvolvimento do setor como do prprio pas. Dentro desse contexto, possvel realizar construes com boa arquitetura e bons materiais a baixo custo, sem considerar os velhos jarges, tais como: construes de interesse social pejorativamente comparada a pessoas excludas da sociedade; construo de baixo custo, inclusive sem qualidade, aplicadas mesma classe social. Essa qualidade possvel ser atingida produzindo-se materiais dentro de uma concepo da industrializao, tanto do material quanto do produto-habitao. Dessa forma, se produziria habitaes pequenas, mdias ou grandes, dependendo do poder aquisitivo de cada um, porm, com material de altssima qualidade (Figura 1.3).
Figura 1.3. Habitaes de alto padro e baixo custo na Alemanha (i) e no Guaruj - SP (ii). Algumas empresas esto desenvolvendo blocos para alvenaria, coloridos, estruturais, de alto desempenho no que se refere durabilidade e resistncia mecnica, cujas
alvenarias dispensam aplicao de chapiscos, emboos, rebocos, pinturas, etc, com shafts para tubulaes de telefonia, hidrulica, eltrica, gs, etc., permitindo a construo mediante colagem dos componentes que compem a alvenaria, porm fabricados a partir de polmeros. Nesta pesquisa, este tipo de componente para alvenarias de alto-padro desenvolvido em concreto especial, de alto desempenho, com baixa porosidade e permeabilidade, de alta resistncia e estrutural, atendendo as diversas exigncias dos usurios.
Figura 2.1. Aqueduto "Pont du Gard", construo romana em Nimes, sul da Frana.
(fonte:_http://www.nationalgeographic.com/photography/galleries/provence/images/ popup/NGM1995_09p67.jpg)
O surgimento da produo industrial marcou um momento decisivo na transformao do conceito de modulao, relacionando-o fortemente natureza tcnica, aproximando-o idia de sistema. A partir de ento, a construo passou a se estabelecer como um complexo formado de vrias partes, subsistemas e sistemas parciais unidos por uma grande quantidade de variveis. Em paralelo, vislumbrou-se a possibilidade de administrar a construo com a contribuio oferecida pela produo industrial e pelo emprego de componentes construtivos pr-fabricados. Indubitavelmente, um dos temas ligados ao conceito de sistema a viabilidade em aplicar as vantagens da pr-fabricao para a criao de espaos habitveis, fceis de construir e administrar, a partir da combinao de componentes j prontos que podem ser agrupados e desagrupados em curtos intervalos de tempo, e podem garantir uma reduo consistente de custos de construo e manuteno. A alvenaria estrutural, devido modulao de seus componentes, capaz de incorporar seu carter coordenado e racionalizado s obras, o que contribui sobremaneira para o processo de industrializao da construo civil no Brasil. Os blocos projetados neste trabalho formam parte de um desdobramento da alvenaria de blocos de concreto, de modo que os fatores estudados neste Captulo so essenciais para o entendimento do sistema como um todo e serviro de base terica para definio dos parmetros utilizados no desenvolvimento da pesquisa. So aqui apresentados os fatores mais importantes relativos alvenaria de blocos de concreto, divididos em duas
partes: a primeira analisa a produo do componente de alvenaria, na qual so comentados os materiais e componentes constituintes, o seu processo de dosagem e fabricao; a segunda se refere ao sistema construtivo, na qual se discute a respeito da normalizao, parmetros de projeto, execuo das alvenarias, e patologias que podem vir a ocorrer.
a. Agregados Entende-se por agregado o material granular, sem forma e volume definidos, de dimenses e propriedades adequadas para o uso em obras de engenharia. As propriedades dos agregados so fundamentais na produo de blocos de concreto, pois interferem na aderncia com a pasta de cimento, alterando a homogeneidade e a resistncia do concreto. Podem-se classificar os agregados quanto origem, massa unitria e s dimenses de suas partculas. Quanto origem, os agregados se dividem em naturais e artificiais. Com relao massa unitria, os agregados podem se classificar como leves, normais e pesados. Quanto ao tamanho de partcula dos agregados, estes recebem denominaes especiais: fler: material com dimenso de partcula inferior malha de 75m; areia: o material encontrado em estado natural que passa na peneira 4,8mm; p de pedra: tambm denominado areia de brita ou areia artificial, o material obtido por fragmentao de rocha que atravessa a peneira de 4,8mm; seixo rolado: o material encontrado fragmentado na natureza, quer no fundo do leito dos rios, quer em jazidas, retido na malha de 4,8mm; brita: o material obtido por triturao de rocha e retido na peneira 4,8mm.
Por razes de normalizao de malha e designao comercial, as britas recebem as seguintes classificaes: pedrisco: de 4,8 a 9,5mm; brita 1: de 9,5 a 19mm; brita 2: de 19 a 38mm; brita 3: de 38 a 76mm; pedra-de-mo: maior que 76mm tambm chamada racho; usada em gabies.
A classificao dos agregados com relao suas formas e dimenses importante para garantir um bom arranjo no concreto, de forma que se possa obter um material com menor ndice de vazios, melhorando assim suas propriedades fsicas e mecnicas. Alm dos requisitos fsicos, devem-se considerar os aspectos econmicos: o concreto deve ser produzido com materiais que tenham custo compatvel com a vida til prevista para a obra. Contudo, a distribuio granulomtrica dos agregados que compem os concretos pode ser composta, a partir de duas ou mais composies, de modo a obter um produto com alta densidade a partir do empacotamento das partculas, tal que os espaos entre as partculas maiores so preenchidos pela classe de partculas imediatamente menor e, assim sucessivamente. O efeito da distribuio granulomtrica sobre o empacotamento das partculas vem sendo estudado desde o incio do sculo XX, quando surgiu a idia de que os agregados com distribuio granulomtrica contnua proporcionavam melhores propriedades aos concretos e argamassas. Dentre os estudos relevantes na definio da curva de distribuio granulomtrica, destaca-se o de Fller e Thompson (1907), que realizaram trabalhos empricos de correo da granulometria dos agregados naturais para a produo de concretos e argamassas. Fller e Thompson (1907) concluram a partir de experimentos empricos de dosagens que, para uma mesma porcentagem de cimento num dado volume de concreto, havia certa distribuio de tamanhos de gro do agregado que proporcionava maior resistncia ruptura, e melhor trabalhabilidade, ou seja, a distribuio granulomtrica influencia na compacidade da mistura, e quanto maior a compacidade, maior a resistncia mecnica. Fller e Thompson (1907) afirmaram que o perfil da curva granulomtrica que melhor representaria a distribuio granulomtrica a curva da elipse.
A partir dos estudos de Fller e Thompson, Furnas (1931) props um modelo matemtico representativo do empacotamento de camadas de partculas, definindo o perfil da curva de distribuio por meio de uma progresso geomtrica, a qual representa a distribuio contnua de dimetros dos gros.
x100
(2.1)
em que :
CPFT = porcentagem acumulada de partculas menores que Dp; Dp = dimetro da partcula; DS = dimetro da menor partcula; DL = dimetro da maior partcula; r = quociente entre o volume das partculas retidas em uma malha de peneira e o volume da malha anterior.
Carneiro (1999) comenta que a distribuio contnua dos agregados influencia o ndice de vazios, o consumo de aglomerante e de gua de amassamento. Assim, para uma mesma trabalhabilidade, a argamassa preparada com areia cuja curva de distribuio granulomtrica seja contnua, teoricamente, ter menor ndice de vazios, e conseqentemente menor consumo de aglomerante. Por outro lado, uma argamassa preparada com areia de composio granulomtrica descontnua, ou uniforme, ter maior ndice de vazios, necessitando de maior quantidade de gua de amassamento para uma mesma trabalhabilidade. Oliveira et al (2000) descrevem o modelo proposto por Andreassen e Andersen, cuja distribuio de tamanho de partculas regida por uma lei de potncias (equao 2.2).
Dp CPFT = D L
em que :
(2.2)
CPFT = porcentagem acumulada de partculas menores que Dp; Dp = dimetro da partcula; DL = dimetro da maior partcula; q = mdulo ou coeficiente de distribuio.
Alguns pesquisadores, considerando as equaes de Andreassen, indicam que para atingir melhor fluidez o valor q no deve exceder aproximadamente 0,3. Logo, usando-se valores de q prximos de 0,3 tem-se uma mistura que necessita de vibrao para melhorar seu adensamento, entretanto para valores de q menores que 0,25 a mistura torna-se autoadensvel. A reduo do valor de q acarreta no aumento da quantidade de finos, que influencia na interao entre as partculas, formando um lquido viscoso quando misturado com gua (VANDERLEI, 2004). Funk e Dinger (1993) constataram que a distribuio da quantidade de partculas de dimetros distintos nos modelos propostos por Furnas e Andreassen forma uma progresso geomtrica, e provaram que estes modelos convergem matematicamente para a equao apresentada a seguir.
q q D p DS CPFT = Dq Dq S L
x100
(2.3)
em que :
CPFT = porcentagem acumulada de partculas menores que Dp; Dp = dimetro da partcula; DS = dimetro da menor partcula; DL = dimetro da maior partcula; q = mdulo ou coeficiente de distribuio.
O modelo proposto por Funk e Dinger (1993), comumente conhecido como modelo de Alfred, um aperfeioamento dos modelos anteriores, que alm de introduzir o conceito do tamanho mnimo de partcula na equao de Andreasen (2.2), faz uma reviso matemtica do modelo de Furnas. Utilizando simulaes computacionais, Funk e Dinger (1993) mostraram a influncia do coeficiente q no empacotamento. Estes pesquisadores concluram que, se o valor q for 0,37 ou menor, ento 100% de empacotamento seria possvel para uma distribuio infinita, enquanto que para o valor de q acima de 0,37, existe sempre
porosidade. A tabela 2.1 contm as distribuies granulomtricas de partculas segundo o mtodo de Alfred. Estes valores foram calculados para partculas passantes em peneiras com dimetros entre 9,5 mm e 0,15 mm, que so considerados agregados midos.
Tabela 2.1 Distribuio granulomtrica obtida de acordo com o modelo de Alfred, com diferentes coeficientes de distribuio (q).
Abertura da Malha (mm) 9,5 4,8 2,4 1,2 0,6 0,3 0,15 fundo CPFT 100,0 77,4 58,3 42,3 28,8 17,5 8,0 q = 0,25 % retida 22,6 19,0 16,0 13,5 11,3 9,5 8,0 % retida acumulada 22,6 41,7 57,7 71,2 82,5 92,0 100,0 CPFT 100,0 75,5 55,6 39,5 26,3 15,7 7,0 q = 0,30 % retida 24,5 19,9 16,2 13,1 10,7 8,7 7,0 % retida acumulada 24,5 44,4 60,5 73,7 84,3 93,0 100,0 CPFT 100,0 72,9 51,9 35,6 23,1 13,3 5,8 q = 0,35 % retida 27,1 21,0 16,2 12,6 9,7 7,5 5,8 % retida acumulada 27,1 48,1 64,4 76,9 86,7 94,2 100,0
Pfeiffenberger (apud MEDEIROS, DORNELLES e FRANCO, 1994)2 determinou curvas granulomtricas de agregados para produo de blocos em vibro-prensas. A curva granulomtrica apresentada na Tabela 2.2 foi adotada por Medeiros, Dornelles e Franco (1994) por conta de melhor adequar-se aos seus estudos. Tabela 2.2 Faixas granulomtricas propostas por Pfeiffenberger (apud Medeiros, Dornelles e Franco, 1994)
Abertura da Malha (mm) 9,5 4,8 2,4 1,2 0,6 0,3 0,15 fundo % retida acumulada mnima 0 5 15 25 35 45 55 60 % retida acumulada mxima 0 15 35 55 75 95 100 100
Os dados das tabelas 2.1 e 2.2 foram plotados juntamente no grfico apresentado na figura 2.3. Pode-se observar que as curvas obtidas pelo modelo de Alfred esto
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Pfeiffenberger, L. E. Proper selection, sieving blending and proportioning aggregates for concrete block production. Part II, Besser Block, Alpena, p 4-7, Nov/Dec. 1985.
completamente inseridas no limites sugeridos por Pfeiffenberg, o que sugere que este pesquisador utilizou esse modelo como o ideal para a fabricao de blocos.
Figura 2.3. Curvas granulomtricas baseada no modelo de Alfred justapostas aos limites granulomtricos estabelecidos por Pfeiffenberg. Alm da distribuio granulomtrica, a morfologia dos agregados tambm um importante fator para promover melhores propriedades mecnicas ao concreto. Agregados no muito angulosos proporcionam melhor consistncia ao concreto, e relativa diminuio da gua de amassamento em relao aos agregados mais angulosos. De fato, quanto menos esfrica for a partcula, menor a densidade de empacotamento de uma distribuio que a contenha. Isso ocorre devido frico interparticular que surge pelo contato das superfcies irregulares das mesmas.
b. Cimento Portland O cimento Portland pode ser definido como um aglomerante hidrulico produzido pela moagem do clnquer obtido atravs da calcinao e clinquerizao da mistura de calcrio e argila. A qualidade final desse aglomerante depende da matria-prima utilizada, das adies posteriores calcinao e do grau de finura atingido na moagem. O cimento Portland composto essencialmente por silicatos, aluminatos e impurezas. Os silicatos presentes no cimento Portland so: silicato diclcico - C2S - e silicato
triclcico - C3S. Os aluminatos so: aluminato triclcico - C3A - e ferroaluminato tetraclcico C4AF. As chamadas impurezas do cimento Portland - sulfatos, lcalis, cal livre, slica no reativa, periclase, etc. - no so normalmente consideradas nas reaes de hidratao. O cimento Portland, quando misturado gua, adquire propriedades adesivas aglomerando areia e agregado grado na mistura do concreto. Isso acontece porque a reao qumica do cimento com a gua, comumente chamada de hidratao do cimento, gera produtos que possuem propriedades de pega e endurecimento. O processo de hidratao consiste na ocorrncia de reaes simultneas dos compostos anidros com a gua, pois o cimento Portland composto de uma mistura de vrios compostos. Entretanto, as velocidades de reao de cada um desses compostos so distintas. Os aluminatos se hidratam muito mais rapidamente do que os silicatos. As reaes de hidratao desses compostos determinam as propriedades da pasta de cimento, como o enrijecimento - perda de consistncia - e a pega incio do endurecimento. Os silicatos, que compe aproximadamente 75% do cimento Portland comum, tm um importante papel na determinao das propriedades de endurecimento - taxa de desenvolvimento da resistncia. (MEHTA e MONTEIRO, 1994). Melo (2000) comenta que durante a hidratao das fases puras, a hidratao dos silicatos resulta na formao, por um lado, de um silicato de clcio hidratado, que escrito na forma abreviada como C-S-H e, por outro lado, da portlandita, Ca(OH)2. O aluminato triclcico (C3A) na presena de gipsita (CaSO4.2H2O) produz o trissulfoaluminato de clcio hidratado (etringita primria AFt) e monossulfoaluminato de clcio hidratado (AFm), sendo que a formao de AFt e AFm depende da concentrao de aluminato e ons sultafo na soluo.
Para aplicao em tecnologia de concreto, interessante observar os aspectos fsicos tais como enrijecimento, pega, e endurecimento que so diferentes manifestaes na evoluo dos processos qumicos. Enrijecimento a perda de consistncia da pasta plstica de cimento, e est associado ao fenmeno de perda de abatimento no concreto. A perda gradual de gua livre no sistema devido a reaes iniciais de hidratao, adsorso fsica na superfcie dos produtos de hidratao de baixa cristalinidade, como etringita e o C-S-H, e a evaporao, causam o enrijecimento da pasta e, finalmente, a pega e o endurecimento (MEHTA e MONTEIRO, 1994). O termo pega implica na solidificao da pasta plstica de cimento, ou seja, a mudana do estado fluido para um estado rgido. O comeo da solidificao, chamado incio de pega representa o tempo com que a pasta se torna no trabalhvel. Aps este estgio, o lanamento, compactao e acabamento do concreto se tornam muito difceis. O fim de pega representa o fim do processo de solidificao da pasta. Durante a pega, a pasta de cimento Portland adquire uma determinada resistncia. Porm importante distinguir a pega do endurecimento. Na tecnologia do concreto, o endurecimento definido como o fenmeno de ganho de resistncia com o tempo. Durante o mesmo, ocorre o preenchimento progressivo dos espaos vazios na pasta com os produtos de hidratao, resultando no decrscimo da porosidade, da permeabilidade, e em um acrscimo da resistncia e durabilidade (MELO, 2000). Existem vrios tipos de cimento Portland produzidos no Brasil, diferentes entre si, principalmente em funo de sua composio. Dentre todos os tipos existentes, os cimentos de alta resistncia inicial (CPV ARI Plus e CPV ARI RS) so os mais empregados na produo de componentes pr-moldados de concreto, inclusive na fabricao de blocos.
Embora especificado pela ABNT em norma separada do cimento Portland comum, o cimento CP V de Alta Resistncia Inicial (ARI) na verdade um tipo particular desse, que tem a peculiaridade de atingir altas resistncias nos primeiros dias de aplicao. O desenvolvimento da alta resistncia inicial conseguido pela utilizao de uma dosagem diferente de calcrio e argila na produo do clnquer, que aumenta a quantidade de C3S em sua composio, bem como pela moagem mais fina do cimento, de modo que, ao reagir com a gua, ele adquira elevadas resistncias, com maior velocidade. O ganho mais rpido de resistncia permite uma reutilizao mais rpida dos moldes, o que propicia maior produtividade na indstria de pr-moldados. Existe a opo de se empregar o cimento Portland branco estrutural para os componentes em que o concreto permanece aparente, e cujo aspecto esttico imperativo. Este cimento pode ser aplicado em sua cor original ou combinado com pigmentos, garantindo a fidelidade da cor escolhida (Figura 2.4).
Figura 2.4. Exemplos de aplicao do cimento Portland branco. (i) Piso Solarium; (ii) Epopia Paulista, painel temtico de autoria da artista plstica Maria Bonomi; (iii) Ponte Irineu Bornhausen; (iv) Telhas residenciais. O processo de fabricao de cimento Portland branco semelhante ao do cimento Portland comum, porm requer controles tecnolgicos ainda mais rgidos em todos os estgios do processo, para evitar a contaminao do produto por xidos de ferro, mangans e titnio. O processo inclui a seleo do material cru, preparao da mistura crua,
queima/sinterizao do clnquer, branqueamento/resfriamento, e moagem sob condies precisas em todos os estgios para evitar possveis contaminaes e alteraes da cor. Entretanto, a diferena tecnolgica est na combinao de resfriamento e branqueamento, necessria para melhorar a brancura e promover homogeneidade da cor. Na composio qumica do cimento branco no deve haver C4AF, de modo que a pureza das fontes de Si-, Ca-, Al- essencial para a qualidade de sua produo. Para cimentos de alto grau de brancura, o calcrio, a argila caulintica e a areia quartzosa devem conter baixos teores de Fe2O3 e MnO, assim como teores controlados de outros compostos, tais como TiO2 SiO2 e Al2O3. A escolha do gesso para a moagem final do cimento tambm de grande importncia (SOBOLEV, 2001). No Brasil o cimento Portland branco regulamentado pela norma NBR12989:1993, sendo classificado em estrutural e no estrutural. O cimento Portland branco estrutural, que possui at 25% em massa de material carbonceo, enquanto o cimento Portland branco no estrutural possui entre 26% e 50% de material carbonceo em sua composio.
c. Aditivos e adies minerais Os aditivos so produtos que, adicionados mistura do concreto, modificam algumas de suas propriedades melhorando determinadas condies, por exemplo: trabalhabilidade, tempo de pega, incorporao de ar, fluidez, etc. Geralmente adiciona-se teor no maior do que 5% em relao massa de cimento durante a mistura ou durante a mistura complementar, antes do lanamento do concreto com finalidade de se obterem modificaes especficas, ou modificaes das propriedades normais do mesmo (NEVILLE, 1997). As finalidades para as quais os aditivos so geralmente empregados no concreto incluem melhora da trabalhabilidade, acelerao ou reduo do tempo de pega, controle do
desenvolvimento da resistncia, e melhora da resistncia fissurao trmica, ao do gelo, expanso lcali-agregado e a solues cidas e sulfatadas (METHA e MONTEIRO, 1994). As adies minerais so materiais incorporados na composio do concreto que contribuem na melhoria de diversas propriedades deste material. As adies possuem propriedades fsicas e qumicas que proporcionam efeitos benficos sobre as propriedades do concreto, tais como a densidade, permeabilidade, capilaridade, exsudao e tendncia fissurao, contribuindo assim para a resistncia do concreto. Muitas das adies minerais possuem em sua composio alguma forma de slica amorfa que, na presena de gua, pode combinar com a cal proveniente das reaes de hidratao, formando silicato de clcio hidratado, C-S-H, principal constituinte da pasta resistente e constituinte do concreto endurecido. Como exemplo de adies minerais mais importantes, pode-se citar pozolanas como a slica ativa, cinza volante e cinza de casca de arroz, metacaulinita, entre outras. A contribuio dessas adies para o concreto promover a reduo da permeabilidade, desconexo dos poros, proporcionada pela reao pozolnica e pelo efeito filer. Outras vantagens observadas na utilizao dessas adies so: obteno de resistncias mais elevadas; possibilidade de diminuio das dosagens de aglomerantes; e melhora significativa da durabilidade, desde que viabilizada a cura adequada. Dentre as adies minerais existentes, cabe destacar a utilizao da slica ativa na melhoria das propriedades do concreto. A slica ativa - SiO2 - um produto mineral extrado da fabricao de silcio ou de ligas de ferro-silcio a partir de quartzo de elevada pureza e carvo em forno eltrico de eletrodos de arco submerso. Suas partculas possuem forma esfrica e tm dimenso menor que 0,1m. A slica ativa, quando incorporada aos concretos e argamassas, confere-lhes alta resistncia, baixa permeabilidade, e, por conseqncia, maior durabilidade. Isto ocorre por conseqncia da reao pozolnica, que consome o Ca(OH)2
produzido na hidratao do cimento Portland, produzindo C-S-H. Outros benefcios do uso da slica ativa so a reduo da exsudao e a melhoria da coeso da mistura. Podem-se fazer uso de outras adies, tais como a metacaulinita, que um produto derivado da calcinao de argilas caulinticas que tambm podem ser utilizada como fler no concreto. A metacaulinita constituda principalmente por compostos base de slica (SiO2) e alumina (Al2O3) na fase amorfa (LACERDA, 2005), proporcionando reatividade com o hidrxido de clcio presente no concreto.
d. Pigmentos A adio de pigmentos possibilitou uma expanso mercadolgica da alvenaria de blocos de concreto, por atender projetos que primam pela esttica arquitetnica. A colorao integral do concreto, seja dosado em central, pr-moldado, na forma de argamassas ou blocos, transforma a aparncia fria e montona natural do concreto em tons alegres, harmoniosos e agradveis. Os pigmentos oferecem aos arquitetos uma instigante ferramenta de cores para ser usada no projeto de edificaes e na sua interao com o ambiente (Figura 2.5).
Os pigmentos para a aplicao em produtos base de cimento ou outros materiais cimentantes, tais como a cal e o gesso, devem ser completamente estveis em relao aos lcalis, eficientes e resistentes s intempries. Devem ser tambm relativamente baratos, contudo ter um alto poder de colorao para proporcionar um rendimento satisfatrio. Uma das principais classes de colorantes, os pigmentos base de xido de ferro, contempla todos estes critrios citados. Pigmentos de xido de ferro podem ser distinguidos em duas subcategorias, os naturais e os sintticos. Os xidos de ferro naturais, como o nome indica, so as hematitas (vermelho), limonitas (amarelos), e magnetitas (pretos). Seus teores de xido de ferro so relativamente baixos, enquanto que o material restante em sua composio inerte e sem valor de colorao. Os xidos de ferro naturais, algumas vezes remetem a cores minerais, sendo assim designados tais como mbar, siena e ocre. Estes xidos de ferro naturais esto sendo substitudos pelos novos xidos sintticos, que oferecem maior grau de pureza na sua composio, uniformidade mais consistente, grande diversidade de tons, e capacidade maior de colorao. Apesar de serem mais caros, suas propriedades proporcionam maior economia no produto final. Os xidos de ferro sintticos amarelos oferecem nuances do creme at o amarelo. Estes so produzidos por meio de processos de reduo orgnica (KELLER, 1987). Estes xidos tm formato alongado, o que pode aumentar o imbricamento entre as partculas do concreto, e por conseqncia aumentar o consumo de gua da mistura. Os pigmentos sintticos pretos podem gerar tons desde o cinza claro at tonalidades como o carvo. A fabricao do xido de ferro preto pode ser obtida por processos anlogos aos utilizados para a fabricao do xido de ferro amarelo. Este pigmento tambm pode ser obtido pela reduo do xido de ferro amarelo, ou da hematita. xidos de ferro sintticos (puros) vermelhos podem ser encontrados em gamas de cores, desde o amarelado terracota at os azulados borgonha, com uma larga seleo de
tons intermedirios. Keller (1987) cita que os xidos de ferro vermelhos podem ser obtidos por meio de processos de calcinao dos pigmentos amarelos ou pretos. Em geral as partculas dos xidos de ferro vermelhos so menores que 3 m, e seu formato arredondado contribuei com o empacotamento das partculas constituintes do concreto. Tons como bronze ou marrom podem ser conseguidos com misturas entre os trs pigmentos bsicos de xido de ferro. Estes tambm podem ser obtidos por precipitao direta ou pela reduo controlada do xido de ferro preto (KELLER, 1987). O xido de cromo verde igualmente satisfatrio na utilizao em produtos base de cimento (comparvel aos pigmentos de xido de ferro), porm so mais caros. Em projetos especiais, onde o custo secundrio, podem ser utilizados pigmentos tais como xido hidratado de cromo verde (turquesa), nquel-titnio verde (tom canrio), e aluminato de cobalto azul. Alguns outros colorantes com utilizao limitada em produtos base de cimento so amplamente mencionados na literatura, tais como os carbonos solveis em gua (pretos), as fitalocianinas solveis em gua (verdes) e o azul ultramarino. Muitos outros colorantes orgnicos e inorgnicos devem ser restritos a reas internas, incluindo a fitalocianina azul, devido sua baixa durabilidade frente aos raios ultravioleta. Pigmentos hidrofbicos tais como os carbonos negros e as fitalocianinas verdes devem ser convertidos em pigmentos hidroflicos. Para tanto, devem ser aplicados agentes dispersantes prprios para utilizao em materiais base de cimento. Comercialmente vendida uma grande variedade de colorantes com estas propriedades. Diversos fatores influenciam a colorao do concreto. O cimento cinza, alm de tornar o concreto com aparncia suja e lavada, tira o brilho de qualquer pigmento utilizado. Por esta razo, componentes de concreto fabricados com cimento Portland comum no produzem cores vivas como os fabricados com cimento branco. Porm, o ganho de brilho da
cor obtido pelo uso de cimento branco depende do pigmento utilizado. No caso dos pigmentos de cor preta, no existe teoricamente diferena na utilizao de cimento cinza ou branco. No caso das cores vermelha e marrom, a diferena discreta, e quando se utiliza pigmento amarelo ou azul, a diferena evidente. Na colorao do concreto, no so os agregados que so pigmentados, mas sim a pasta de cimento, que forma uma pelcula em torno das partculas dos agregados. De acordo com Kohnert (1997) um concreto com maior consumo de cimento, com a mesma concentrao de pigmento (em porcentagem da massa de cimento), ter uma colorao mais intensa que um concreto com consumo menor. Ao adicionar quantidades de pigmentos no trao de concreto, inicialmente a intensidade da cor varia linearmente com a concentrao de pigmento. Porm, quanto maior a concentrao de pigmentos chega-se a uma taxa em que sua adio no promove maiores alteraes na cor da superfcie - ponto de saturao - tornando-se anti-econmico (KOHNERT, 1997). Do ponto de vista tcnico, os pigmentos podem ser considerados como um agregado extremamente fino e inerte, de modo que a adio excessiva deste material aumentaria a demanda de gua para a manuteno da consistncia, acarretando em maior porosidade e menor resistncia compresso do concreto.
2.1.2 Dosagem
A fabricao de blocos utiliza dosagem de concreto com consistncia seca para que estes, aps o adensamento mediante compactao, possam ser desmoldados rapidamente, possibilitando a reutilizao imediata do molde. A coeso deste concreto no estado fresco muito importante devido sua consistncia rija, o que impede que os blocos recm moldados sofram variaes dimensionais durante as operaes de transporte aps a fabricao, cura, etc. O concreto deve ser dosado cuidadosamente e sua consistncia
controlada para obter as propriedades fsicas desejadas, tais como textura, cor, regularidade dimensional etc. A Associao Brasileira de Cimento Portland (ABCP) prope um mtodo experimental de dosagem de concretos para fabricao de blocos. Neste mtodo, a proporo entre os agregados utilizados definida pela determinao da mistura de agregados com maior massa unitria compactada (MUC), de acordo com a NBR7810:1983. A quantidade de gua utilizada na mistura determinada com a moldagem de blocos com diferentes teores de umidade. Faria (2003) comenta que a quantidade ideal de gua para a moldagem de blocos em vibro-prensas um pouco inferior quantidade que proporciona maior compactao do bloco (Figura 2.6). Com o teor ideal de gua na mistura possvel observar pequenos veios de pasta de cimento na lateral do bloco. A quantidade de cimento utilizada na mistura tambm determinada moldando-se blocos com diferentes traos, at se conseguir alcanar o desempenho mecnico esperado nos blocos. Este mtodo bastante interessante para a dosagem de concreto com consistncia rija, pois considera o empacotamento dos agregados. Alm disso, por determinar o fator gua/aglomerante (a/agl) e o trao a partir da fabricao dos blocos, leva em considerao as propriedades dos materiais utilizados (tais como forma, empacotamento, granulometria), assim como dos equipamentos utilizados, pois as diferentes vibro-prensas possuem diferentes freqncias e amplitudes de vibrao, que influenciam diretamente o produto final. A quantidade de gua necessria para a mistura tambm varia de acordo com o formato e a dimenso das partculas. Portanto, o teor de umidade presente na mistura no ser o mesmo para dosagem com diferentes traos. Recomenda-se ento que para cada trao
testado, deve-se alterar a quantidade de gua, de modo a se obter a relao a/agl mais adequada para cada trao (Figura 2.6).
Figura 2.6. Curva resistncia compresso x quantidade de gua na mistura: (i) seco; (ii) umidade tima para fabricao; (iii) mxima compactao. A escolha da relao agregado-cimento mais adequada obtida pela determinao do ensaio compresso de corpos-de-prova com teores de cimento diferentes. Fonseca (2002) afirma que, ao contrrio do concreto plstico, o concreto com abatimento nulo deve possuir a mxima quantidade de gua, para a mesma consistncia seca, para permitir a hidratao do cimento, trabalhabilidade adequada ao concreto, e boa aparncia das peas recm fabricadas. A quantidade de gua necessria para a moldagem pode ser determinada variando-se a umidade e pesando-se o bloco aps a moldagem. A quantidade tima ser a que propiciar o bloco com maior compacidade e melhor aparncia. O American Concrete Institute sugere um mtodo de dosagem para concretos de consistncia extremamente rija a concretos fluidos - ACI 211.3-75 (ACI, 1992). Neste mtodo, baseado em bacos de dosagem, a quantidade de gua utilizada na mistura determinada em funo do tipo de trabalhabilidade desejada de acordo com diversos ensaios, tais como
de abatimento pelo tronco de cone, VeBe3, mesa de abatimento, etc. A gua necessria para as misturas determinada em funo da dimenso mxima do agregado grado, e a quantidade de cimento a ser utilizada nas dosagens depende da resistncia desejada. Daz (1998) prope um mtodo de dosagem de concretos com consistncia rija. Da mesma forma que proposto pelo mtodo ABCP, este mtodo leva em considerao a relao tima da mistura agregado mido/grado por mtodo experimental. A determinao da quantidade de gua necessria para atingir a consistncia desejada definida por mtodos matemticos, que dependem de diversos fatores, tais como as propriedades dos componentes das misturas de concreto, a preciso da dosagem, o tempo transcorrido desde o amassamento do concreto, a temperatura dos componentes, etc. O consumo de cimento definido a partir dos ndices de consistncia obtidos em concretos com quantidades de cimento distintas.
um recipiente cilndrico e apoiado sobre uma pequena mesa vibratria. A partir da determinao do tempo necessrio para converter um tronco-cone de concreto num cilindro mediante vibrao, determina-se a consistncia de misturas de concreto a serem vibradas para qualquer consistncia, mesmo misturas muito secas.
A partir de meados da dcada de 1910, o adensamento manual foi substitudo por processos mecnicos, melhorando a densidade, resistncia e uniformidade dos blocos. Talvez o maior avano no maquinrio para fabricao de blocos tenha nesta poca, com a introduo da primeira mquina strip-teaser, que permite a utilizao de paletes que no precisam ser perfilados com as paredes dos moldes (Figura 2.7ii). Neste tipo de mquina, o bloco retirado, automaticamente, por baixo do molde, exatamente igual s mquinas modernas. Nesta poca foram concebidas as mquinas semi-automticas com capacidade de produzir at 2000 blocos por dia com o mesmo nmero de trabalhadores necessrios para fazer cerca de 200 blocos com as mquinas antigas. Durante esse perodo, foram gradualmente unificadas as dimenses dos componentes, conduzindo coordenao modular completa de hoje. Na dcada de 1940, foi introduzida a vibro prensagem no processo de fabricao, promovendo melhoria na aparncia do bloco, assim como na resistncia. Estas mquinas podiam fazer 5000 blocos por dia. A partir de ento, houve melhorias progressivas em produtividade e qualidade de produto, resultado, inicialmente, da introduo de controles automticos para regular altura e densidade do bloco, e depois da automatizao dos demais equipamentos para controlar matrias-primas, pesagem e mistura. Operaes como alimentao da mquina, colocao dos paletes e retirada do bloco recm moldado puderam ser automatizados nesse tipo de maquinrio (Figura 2.7iii).
(iii) (i) (ii) Figura 2.7. Mquina de blocos do sculo XIX (i), do incio do sculo XX (ii), e vibro-prensa moderna (iii).
fontes: (i) www.parks.ca.gov/pages/789/images/Block%20mach.jpg; (ii) www.masonryinstitute.com/guide/part2/prod_b_pg1a.gif); (iii) www.besser.com/equipment/images/vibrapac.jpg
A fabricao industrial de blocos no concreto no Brasil ocorreu com 30 anos de defasagem em relao aos pases europeus (HOFFMANN,1941). Atualmente, as fbricas de bloco no pas diferem muito em termos de sofisticao e condies de organizao. Pequenas centrais onde funcionam uma betoneira e uma vibro-prensa operada manualmente , assim como era feito na dcada de 1940, convivem com usinas detentoras de equipamentos automatizados de alta produtividade. Apesar de existirem indstrias de blocos de concreto instaladas no Brasil com tecnologia para se fabricar componentes de qualidade, grande parte dos blocos encontrados no mercado so fabricados de maneira precria por pequenas fbricas. Consequentemente, os blocos de concreto encontrados no mercado podem ter propriedades bastante divergentes. Melhorias de produtividade foram promovidas pelo desenvolvendo de
equipamentos automticos para remover blocos recm moldados da mquina, coloc-los em prateleiras ou diretamente nas cmaras de cura. Isto possvel pela introduo de sistemas de transferncia de prateleira para mover prateleiras para as cmaras de cura, e por outro equipamento que retira os blocos curados das cmaras e os empilha para entrega.
A produo em srie de blocos de concreto contribuiu de forma considervel para a diminuio dos seus custos e melhoria da qualidade. Em suma, o processo de fabricao dos blocos envolve a moldagem de concreto de consistncia rija em moldes com as dimenses pr-estabelecidas do bloco, compactados e vibrados por mquinas automticas, depois levados para cura e armazenagem at o momento da entrega. Em muitas fbricas de blocos, algumas das fases do processo de produo so totalmente automatizadas. Estas fases de produo so descritas a seguir e podem ser visualizadas no fluxograma apresentado na figura 2.8.
a. Recebimento dos materiais Quando da descarga dos agregados deve-se proceder correta amostragem e realizar a determinao de sua curva granulomtrica e das outras propriedades do material, tais como massa especfica, massa unitria no estado solto, massa unitria no estado compactado, etc. Deve-se manter uma amostra padro para comparao com os materiais que sero recebidos posteriormente. E esta anlise das propriedades fsicas dos materiais deve ser feita a cada lote recebido ou a cada alterao do fornecedor. A seguir, o material levado at as baias de armazenagem. O cimento deve ser armazenado em local seguro e livre de umidade, preferencialmente em silos. Os demais materiais, tais como aditivos, adies, pigmentos etc., devem ser armazenados de acordo com as especificaes dos fabricantes.
b. Pesagem e mistura dos materiais A quantificao da matria prima fundamental para a manuteno da qualidade e das propriedades fsicas desejadas na fabricao de blocos de concreto. Deve-se sempre evitar a mensurao dos materiais por volume, por conta das variaes a que este tipo de procedimento est suscetvel. Tango (1984) cita as principais fontes de variabilidade nesta etapa da fabricao: erros durante a determinao da gua de amassamento que so provocados pela no considerao da umidade dos agregados; erros devido ao inchamento da areia que provoca variaes no volume, quando o proporcionamento em volume; e erros causados por variaes na quantidade de cimento, principalmente quando o proporcionamento em relao ao saco de cimento.
Dentre essas trs fontes de erros a mais comum relacionada umidade da mistura. Nas fbricas de blocos mais modestas, em muitos casos a gua acrescentada de
acordo com a experincia dos operrios, o que leva a grande variao nas propriedades dos blocos, principalmente devido s oscilaes no grau de compactao durante a moldagem (MEDEIROS, 1993). O trao deve ser sempre definido conforme as especificidades projetadas para cada tipo de bloco fabricado e deve ser ajustado de acordo com a umidade dos agregados, que seguem por esteira ou carrinho at o misturador, onde so adicionados cimento, gua, aditivos e pigmentos. Em fbricas mais sofisticadas, os silos so equipados com balana digital para dosagem dos materiais. Os sistemas de medio e determinao da massa dos materiais variam de acordo com a fbrica. Determinar as propores de massas corretas de areia, brita, cimento e gua so procedimentos essenciais para a qualidade do produto final. Helene e Galante (1999) afirmam que a melhor seqncia de mistura dos materiais quando se utiliza pigmentos na composio do concreto a seguinte: i. ii. iii. Pr-mistura a seco do pigmento mais o agregado; Mistura complementar aps a adio do cimento; Mistura a mido aps a adio da gua.
A umidade natural do agregado no tem efeito adverso no resultado do produto final. Um tempo de pr-mistura de 10 a 15 segundos geralmente suficiente, seja em misturadores horizontais ou planetrios (HELENE e GALANTE, 1999).
c. Vibro-prensagem A vibro-prensa o elemento central de uma fbrica de blocos. Muitas fbricas possuem apenas uma mquina em operao, entretanto, em fbricas j estabelecidas h algum tempo, comum ver mquinas modernas funcionando em conjunto com mquinas
antigas. Quando as fbricas investem em mquinas mais modernas para ampliar suas instalaes, geralmente mantm as antigas em operao. As mquinas do forma aos blocos de alvenaria por meio de moldes e pentes tambm chamados de castelo ou martelo (Figura 2.9). O concreto fresco levado ao molde, onde vibrado e prensado pelos extratores na direo vertical. A seguir o molde suspenso enquanto os pentes permanecem imveis mantendo os blocos sobre o palete. Em seguida, os extratores so elevados e o palete retirado com as unidades recm moldadas. Outro palete colocado no local e o ciclo se repete. A quantidade de blocos produzidos em cada ciclo varia de acordo com as dimenses dos equipamentos.
O mecanismo de vibrao das vibro-prensas influi diretamente nas propriedades dos componentes moldados. Os principais parmetros que caracterizam a vibrao, com influncia no processo so: a direo, amplitude, velocidade, acelerao e tempo de adensamento. Quanto direo, as vibro-prensas podem ser classificadas em unidirecional e circular, no plano horizontal ou vertical, segundo Bresson4 (1981; apud SOUSA, 2001). Estes parmetros, estreitamente relacionados, exercem influncia significativa em todo o processo de produo dos blocos de concreto. Bresson (1981; apud SOUSA, 2001) definiu, em diferentes fases de vibrao, o comportamento do concreto quando compactado por este tipo de energia.
BRESSON, J. La vibration dans les machines a blocs. CERIB (Centre dEtudes et de Recherche de lIndustrie
Bresson (1981; apud SOUSA, 2001) determinou a freqncia de vibrao considerada ideal em torno de 50 Hz. Com relao amplitude, na prtica, recomendado fixar um limite em funo de razes relacionadas durabilidade do equipamento e preciso das dimenses dos blocos, principalmente a altura. Na prtica o tempo de adensamento definido em funo de critrios relacionados s propriedades do bloco aps a desmoldagem. Este tempo o mnimo necessrio para que se obtenha total preenchimento e adensamento do concreto nos moldes da prensa, adequada aparncia dos blocos aps a desmoldagem, resistncia dos blocos ao manuseio logo aps a desmoldagem e produtividade das operaes, dentro dos critrios estabelecidos. Aps cada ciclo, a produo submetida ao controle das propriedades projetadas ou desejadas, quando se descarta as unidades que apresentam defeitos como fissuras ou rebarbas, e se verifica a preciso dimensional por amostragem. Os produtos aprovados seguem por esteira rolante at o finger, equipamento automtico com plataformas elevatrias para transporte dos paletes at a cmara de cura, e aps a cura, para a esteira de paletizao.
d. Cura Para se obter boas propriedades dos blocos de concreto, a fabricao deve ser logo seguida pela cura em ambiente saturado para evitar a perda degua durante as primeiras fases do endurecimento. A cura mida deve ser realizada em local livre de insolao direta e de ventos, evitando-se ciclos de secagem e molhagem, e deve possuir controle de temperatura e umidade no local. A cura acelerada utilizada na indstria de blocos de concreto, com variaes de acordo com o layout da fbrica e equipamentos utilizados. O procedimento mais comum de cura trmica pelo aumento de temperatura com a insero de vapor em cmara trmica presso atmosfrica. As temperaturas e durao do ciclo trmico variam de acordo com o
ciclo de produo de cada fbrica. Em alguns pases como EUA e Austrlia, prtica comum acelerar um processo de carbonatao durante a cura, para reduzir a retrao dos componentes de alvenaria (Concrete Masonry Association of Australia - CMAA, 2003).
e. Transporte e estocagem Aps a moldagem e cura, os blocos de concreto permanecem sobre paletes, de madeira ou ao, que tm dimenses suficientes para que estes sejam manuseados e transportados at o fim do processo de fabricao. Nesta etapa, os blocos so transferidos, manualmente ou automaticamente, para um palete maior de madeira, num processo denominado cubagem. Mquinas prprias para esse procedimento so operadas por apenas uma pessoa, enquanto que em processos manuais necessitariam duas ou mais pessoas.
Thomaz e Helene (2000) comentam que os projetos de alvenaria devem ser enfocados de maneira mais ampla, considerando-se aspectos tais como o desempenho trmico e acstico, a resistncia ao fogo e permeabilidade gua, apontando cuidados essenciais no projeto e execuo e detalhes construtivos, inclusive traos referenciais para graute e argamassa de assentamento. Por outro lado, uma viso mais moderna e mais abrangente do significado do projeto proposta por Melhado5 (1994; apud BARROS e SABATTINI; 2003), que salienta que a viso do produto deve ser extrapolada, enfocada no processo de construo. Deste modo, o projeto deve ser visto como informao de natureza tecnolgica e gerencial, com a funo de proporcionar a racionalizao das atividades desenvolvidas no canteiro de obras e agregar eficincia e qualidade ao produto e ao processo construtivo. Neste item so considerados diversos aspectos relativos construtibilidade, tais como modulao, comportamento mecnico, interao com outros subsistemas, e manifestaes patologias comuns nas alvenarias de blocos de concreto. Foi dada maior evidncia alvenaria estrutural, devido ao fato de que os blocos desenvolvidos nesta pesquisa devero constituir alvenarias portantes, de modo que sua utilizao possa ser realizada de modo mais abrangente.
MELHADO, Silvio B. Qualidade do projeto na construo de edifcios: aplicao ao caso das empresas de
incorporao e construo. So Paulo, 1994. 294p. Tese (Doutorado) - Escola Politcnica, Universidade de So Paulo.
Para iniciar o processo de modulao, deve-se partir da escolha das dimenses do bloco, levando sempre em considerao que a utilizao de blocos cujo comprimento mltiplo da largura evita o uso de blocos especiais, que encarecem o custo da obra, aumentando a diversidade de componentes utilizados (MAMEDE, 2001). Existem no mercado vrios modelos de blocos nas mais variadas dimenses para atender s diversas linhas de modulao: a modulao americana, que usa blocos mltiplos de 20 cm de altura e comprimento, e a modulao europia, que emprega mltiplos de 12,5 cm; e outras que utiliza mltiplos de 15 cm ou ainda blocos que no obedecem a nenhuma modulao padronizada. No Tabela 2.3 a seguir esto descritos os principais tipos de modulao utilizados. Tabela 2.3 - Tipos de Modulao. Modulao Descrio:
Modulao Americana M = 20 O bloco padro mais utilizado o vazado com dois furos cujas dimenses reais so 19 x 39 cm e disponveis em diversas larguras, tais como: 7, 9, 11,5, 14 e 19 cm, sendo todas para alvenaria no estrutural e somente as duas ltimas para alvenaria estrutural. Este bloco tambm encontrado em pea de 19 x 19 cm e nas mesmas larguras. Este foi concebido para receber armadura vertical facilmente acomodvel. Foi concebido basicamente para ser utilizado em alvenaria no armada, no facilitando por esse motivo a colocao de armaduras verticais. Para a colocao de armaduras horizontais, existem peas chamadas canaletas de fundo fechado e tambm canaletas J.
A geometria das unidades de alvenaria um aspecto importante para a eficcia do sistema. O tamanho dos blocos deve ser compatvel com os vos estruturais ou com as dimenses das paredes estruturais, tamanho dos caixilhos, caixas de condicionadores de ar e outros equipamentos. As alvenarias devem ser objeto de projetos especficos, que indiquem a disposio das juntas de assentamento e das amarraes, posies das aberturas de portas e janelas, presena de vergas, contravergas e tubulaes. As dimenses dos blocos de concreto no Brasil so reguladas de acordo com a NBR5712:1982 que especifica as medidas de projeto dos blocos modulares de concreto como
apresentado na tabela 2.4 a seguir. Estas medidas so determinadas por norma para ocupar as dimenses modulares, que so as dimenses de projeto acrescidas de 10 mm. Esta diferena entre a dimenso de projeto do bloco e a dimenso modular se deve junta de assentamento normalmente utilizada de 10 mm, e ao revestimento da parede, de 5 mm em cada face.
Tabela 2.4. - Medidas de projeto dos blocos vazados de concreto. Blocos de altura comum Blocos de meia altura Largura Altura Comprimento Largura Altura Comprimento (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) 190 190 90 190 90 90 140 190 90 140 90 90 90 190 90 90 90 90 190 190 190 190 90 190 140 190 190 140 90 190 90 190 190 90 90 190 190 190 390 190 90 390 140 190 390 140 90 390 90 190 390 90 90 390
fonte: NBR5712:1982
As dimenses dos orifcios dos blocos modulares de concreto so prescritas pela NBR5712:1982. De acordo com esta norma, a menor dimenso do furo, no deve ser inferior a 8 cm para o bloco de 14 cm de largura, e 12 cm para o bloco de 19 cm. Os blocos devem ter msulas de acomodao com raio mnimo de 2 cm, conforme Figura 2.10 entre as paredes longitudinais e transversais.
r > 2 cm
Alm disso, esta mesma norma tambm prescreve as espessuras mnimas das paredes dos blocos (Figura 2.11), de acordo com a tabela 2.5.
Notas: a - Mdia das medidas das trs paredes tomadas no ponto mais estreito b - Soma das espessuras de todas as paredes transversais aos blocos (em mm), dividida pelo comprimento nominal do bloco (em metros lineares). fonte: NBR5712:1982
Nos encontros entre paredes (L, T ou X) sempre desejvel as juntas em amarrao. Para tanto, recomenda-se o emprego de blocos especiais, com comprimentos ou formas adaptados para essas ligaes. Apesar de no estarem prescritos na norma brasileira, os blocos de mdulo 14 so muito bem aceitos nas construes devido ao fato de no ser necessria a utilizao de bloco com medidas especiais nos encontros de paredes em L, pois seu comprimento duas vezes maior que sua largura. Quando se optar por encontros entre paredes com juntas aprumadas, uma srie de cuidados dever ser prevista: maior rigidez dos apoios, disposio de ferros ou telas metlicas nas juntas de assentamento,
embutimento de tela no revestimento, cuidados redobrados na compactao da argamassa nas juntas horizontais e verticais.
a. Instalaes hidrulicas e eltricas Os projetos das instalaes devem preceder o projeto executivo da alvenaria para que esta possa ser paginada com a indicao do posicionamento de tubos, eletrodutos, caixas de luz ou telefone, pontos de tomada, etc. De preferncia, as caixas de pequenas dimenses devem ser previamente embutidas e chumbadas nos blocos, o que dever estar previsto no projeto. Prumadas de gua e esgoto devem obrigatoriamente estar alojadas em shafts, evitando o enfraquecimento das paredes resistentes. Ramais de distribuio de gua ou coleta de esgoto de banheiros, cozinhas, etc. devem ser embutidos em paredes hidrulicas, sem funo estrutural. Espaos no dorso de batentes de portas podem prestar-se para o alojamento de fios eltricos e instalao de tomada e interruptores.
b. Caixilhos A paginao das paredes deve indicar com preciso posicionamentos e dimenses dos vos (e no dos caixilhos) a serem inseridos na alvenaria. Com base nessas dimenses,
devem ser previstos gabaritos metlicos indeformveis para a garantia das dimenses lineares e dos ngulos. No caso do emprego de contramarcos, estes devem ser fixados durante a prpria elevao da parede, dispensando-se os gabaritos, desde que sejam suficientemente rgidos.
c. Lajes Nos projetos de alvenaria podem ser utilizados vrios sistemas de laje na construo em alvenaria estrutural. Dentre elas, so citados alguns tipos na Tabela 2.6 a seguir: Tabela 2.6 - Lajes utilizadas na construo em alvenaria estrutural. Tipo: Descrio
Laje Macia Moldada no Local Mais utilizada formas simplificadas e racionalizadas Traz problemas de regularizao e acabamento final (sarrafeamento pode sujar a alvenaria).
Pr-Laje
colocada sobre um bero de argamassa fresca de 1 cm para eventual regularizao de nvel que existe entre um bloco e outro.
So peas pr-moldadas j na espessura definitiva executadas para serem apoiadas diretamente sobre as paredes. Tais peas j vem com toda a instalao eltrica embutida, tem acabamento satisfatrio nas duas faces, tanto no piso quanto no teto que poder ser aparente ou pintado.
So fornecidos para vencer vos de at 15 m, suportando sobrecargas superiores s dos pisos habitacionais.
assentamento), com propriedades distintas (resistncia mecnica, mdulo de deformao longitudinal, coeficiente de Poisson), as alvenarias so normalmente heterogneas e anisotrpicas. O comportamento mecnico das alvenarias influenciado por diversos fatores, tais como a resistncia dos blocos e a argamassa, espessura da junta de argamassa, reteno de gua da argamassa, aderncia bloco/argamassa, tipo de assentamento, capacidade de absorver deformaes, presena de armadura passiva ou ativa, grauteamento, e, finalmente, a qualidade da mo-de-obra.
a. Comportamento mecnico dos blocos A resistncia compresso axial das alvenarias est diretamente relacionada resistncia compresso das unidades que a constituem. A razo entre a resistncia compresso da alvenaria e a dos blocos define o fator de eficincia das paredes, que, segundo Medeiros (1993), varia entre 25% e 70% nas alvenarias de blocos de concreto no Brasil. Juste (2001) afirma que este fator de eficincia tende a diminuir quanto maior a resistncia compresso dos blocos. A normalizao brasileira determina a resistncia compresso axial os blocos de concreto de acordo com sua finalidade. A NBR7173:1982 determina que a resistncia compresso mnima para os blocos de vedao 2,5 MPa. A NBR6136:1994 estabelece as seguintes condies quanto ao uso: CLASSE AE para uso geral, como paredes externas acima ou abaixo do nvel do solo, que podem estar expostas umidade ou intempries, e que no recebem revestimento de argamassa de cimento; CLASSE BE limitada ao uso acima do solo, em paredes externas com revestimento de argamassa de cimento, para proteo contra intempries. No que concerne resistncia mecnica, a resistncia compresso caracterstica (fbk) deve ser conforme tabela 2.7.
b. Comportamento mecnico das argamassas A argamassa utilizada na alvenaria com a funo de solidarizar as unidades, compensar tolerncias dimensionais do bloco, selar as juntas e absorver esforos de flexo, uniformizar a distribuio dos esforos atravs da parede, e propiciar estabilidade durante a elevao. Apesar de a norma brasileira exigir o conhecimento da resistncia compresso da argamassa no projeto estrutural das alvenarias de concreto, a influncia desta propriedade pouco significativa na resistncia compresso das paredes. Gomes (1983) constatou que a resistncia compresso de paredes de blocos de concreto chega a ser 20% mais baixa quando se reduz a resistncia compresso da argamassa em quase 85%. A capacidade de se deformar contribui na distribuio de esforos e na vedao, pois a argamassa pode absorver uma parte destes esforos e dissip-los atravs de microfissuras no prejudiciais estanqueidade e resistncia da parede. Para SABBATINI (1984), a argamassa deve possuir mdulo de elasticidade adequado de modo a acomodar as
deformaes provenientes de movimentos da estrutura e intrnsecas, ou seja, aquelas provocadas por retrao na secagem e de origem trmica, sem que ocorra o aparecimento de fissuras. Ramalho e Corra (2003) citam ainda que outra propriedade importante das argamassas a plasticidade, responsvel pela uniformidade na transmisso de tenses de um bloco ao outro.
c. Espessura da junta de argamassa A espessura da junta de argamassa tambm tem grande influncia no comportamento mecnico das paredes. Segundo Sahlin (1971), a espessura ideal das juntas de assentamento (horizontais e verticais) situa-se em torno de 10 mm valor especificado pela NBR10837:1989. Para o autor, juntas com espessura de 15 mm podem reduzir metade a resistncia compresso da parede. Mohamad (1998) afirma que juntas com espessura inferior a 1,0 cm no tm capacidade de acomodar as fissuraes na alvenaria, apesar de ter observado em ensaios um aumento de 32% na resistncia do prisma ao diminuir a espessura da junta de argamassa de 1,0 cm para 0,7 cm.
d. Aderncia bloco/argamassa SABBATINI (1984) conceitua resistncia de aderncia entre bloco e argamassa como sendo a capacidade da sua interface absorver esforos normais e tangenciais (tenses de cisalhamento e de trao) gerados na mesma, sem romper-se. A capacidade de aderncia da argamassa a capacidade necessria para que a interface bloco-argamassa apresente uma determinada resistncia de aderncia. Desta resistncia dependem a monolicidade e a resistncia da alvenaria quando submetida a esforos provocados por deformaes volumtricas, carregamentos excntricos e esforos ortogonais parede. A avaliao da capacidade de aderncia bloco/argamassa pode ser realizada mediante ensaios especficos que envolvessem o conjunto bloco-argamassa, como o ensaio
prescrito pela ASTM-E-518-80:1993. Dessa forma, torna-se sem sentido a quantificao isolada desta capacidade na argamassa, j que ela no uma caracterstica intrnseca. A resistncia de aderncia influenciada pelas caractersticas das unidades utilizadas, tais como absoro inicial, porosidade e rugosidade superficial, e pela perda rpida e excessiva de gua da argamassa para os blocos de alto poder de absoro. Este fenmeno faz com que a argamassa no disponha de gua suficiente para a hidratao do cimento e carbonatao da cal. Assim, deve-se usar argamassas com capacidade de reteno de gua compatvel com o ndice de absoro inicial das unidades (CANDIA, 1994).
e. Tipo de assentamento Thomaz e Helene (2000) afirmam que juntas em amarrao, alm de facilitar a redistribuio de tenses provenientes de cargas verticais, tambm contribuem na distribuio das tenses resultantes de deformaes estruturais e movimentaes higrotrmicas. Estes autores recomendam a defasagem de bloco entre fiadas sucessivas, e afirmam que sobreposies no inferiores a 1/3 do bloco so aceitveis. Corra e Ramalho (1994) afirmam que as alvenarias executadas com juntas em amarrao com defasagem de bloco, inclusive nas ligaes entre as paredes, em conjunto com as lajes apresentam razovel poder de redistribuio de cargas, isto , espalhamento das cargas das paredes mais carregadas para as paredes menos carregadas. Segundo os autores, este espalhamento ocorre ao longo da altura do edifcio, chegando a constatar-se, em alguns casos, quase que total homogeneizao das cargas no pavimento trreo.
f. Presena de armadura As armaduras so colocadas para absorver eventuais esforos de trao, sempre envolvidas por graute, de modo que trabalhem monoliticamente com os blocos. Thomaz e
Helene (2000) comentam que a grande maioria dos edifcios em alvenaria hoje construda no Brasil corresponde alvenaria no armada. Este fato se baseia na pequena contribuio das armaduras na resistncia final da alvenaria frente s cargas verticais e capacidade das indstrias de produzir blocos com resistncias mecnicas relativamente altas, com boa homogeneidade da produo. Este autor esclarece ainda que a alvenaria armada justifica-se quando ocorrem esforos de trao no caso de edifcios muito esbeltos, onde a ao global do vento passa a ser mais importante. O uso de armaduras ativas na alvenaria vivel quando se tem paredes sujeitas a esforos laterais, tais como a construo de edifcios com esforos de vento preponderante, muros de arrimo, reservatrios de gua, silos, colunas para sustentao de grandes reas de telhado, paredes sujeitas a impactos acidentais, vigas, lajes e coberturas e painis de fachada pr-moldados (PARSEKIAN e FRANCO, 2002).
g. Grauteamento O graute um concreto ou argamassa fluido, que lanado nos vazios dos blocos com a finalidade de preencher as cavidades das alvenarias em zonas de concentrao de tenses e quando se necessita armar as estruturas. A utilizao do graute tem por objetivo solidarizar as armaduras alvenaria onde elas se encontram, e promover maior resistncia para absorver os esforos aos quais a parede ser solicitada. A NBR10837:1989 sugere especificar grautes com no mnimo a mesma resistncia da unidade em relao rea lquida.
h. Qualidade da mo-de-obra A qualidade da mo-de-obra empregada na confeco da alvenaria tem grande influncia na sua resistncia final.
Hendry (1998) cita que os principais fatores relacionados mo-de-obra e que devem ser controlados durante a montagem da alvenaria so: elaborao do trao e da mistura da argamassa; preenchimento das juntas; ajuste na taxa de suco inicial das unidades; perturbao das unidades depois do assentamento; construo de paredes no prumo e com espessuras de juntas adequadas; proteo do trabalho recm acabado das intempries. Deve-se ressaltar que o desempenho da argamassa de assentamento varia drasticamente com a qualidade da mo-de-obra, que deve ser freqentemente monitorada e controlada. Segundo Sabattini (1984), uma das propriedades principais da argamassa possuir a capacidade de reter adequadamente a gua que possui em excesso quando em contato com o bloco de alta suco. A incorreta reteno de gua pode gerar um comprometimento na aderncia bloco-argamassa e uma diminuio na capacidade de absorver deformaes na argamassa, pelo fato da mesma tornar-se mais rgida com a perda de gua, aumentando seu mdulo de elasticidade. Alm disso, as juntas devem ser preenchidas completamente, evitando reentrncias, e a espessura deve ser mantida a mais uniforme possvel. Deve-se evitar a perturbao das unidades logo aps o assentamento, o que poder alterar as condies de aderncia entre unidade e argamassa. As paredes elevadas, com desaprumo ou no, alinhadas em pavimentos consecutivos esto sujeitas a excentricidades adicionais de carregamento. Desta forma, obrigatria a considerao de uma excentricidade acidental nos projetos de alvenaria estrutural.
a. Fissurao nas alvenarias estruturais A fissurao nas alvenarias estruturais podem surgir em razo da baixa resistncia dos componentes da alvenaria trao, ao cisalhamento e flexo (Figura 2.12). Desta forma, as tenses de trao e de cisalhamento so as responsveis pela quase totalidade dos casos de fissurao das alvenarias (THOMAZ, 1989). Este mesmo autor cita que outros fatores tambm esto ligados a este fenmeno, tais como a heterogeneidade, geometria, rugosidade, porosidade, ndice de retrao, poder de aderncia, esbeltez, presena de armadura, etc.
A introduo de uma taxa mnima de armadura na alvenaria por exemplo 0,2% no chega a aumentar significativamente a resistncia compresso da parede; entretanto, tal armadura melhora substancialmente o comportamento da alvenaria quanto fissurao normalmente provocada por atuao de cargas excntricas, ocorrncia de recalques diferenciados, deslocamentos dos apoios ou concentrao de tenses (THOMAZ E HELENE, 2000). Pode-se diminuir a possibilidade de fissurao das alvenarias, limitando-se as distores angulares a L/300, considerando-se a possibilidade de ocorrncia do estado limite de fissurao, ou L/500 no caso de no se admitir fissuras (THOMAZ E HELENE, 2000).
b. Variaes trmicas O bloco de concreto, por se constituir de um material poroso, susceptvel a variaes volumtricas em funo da umidade e das variaes trmicas. Frente a oscilaes da temperatura, os materiais constituintes das alvenarias apresentaro diferentes variaes dimensionais. A fim de evitar-se a ocorrncia de fissuras e destacamentos provocados por movimentaes trmicas dos materiais, Thomaz (1989) recomenda a insero de juntas de controle sempre que houver mudanas na direo ou na espessura das alvenarias, ou sempre que as paredes forem muito longas. O preenchimento deve ser feito com materiais deformveis, tais como poliestireno ou poliuretano expandido, cortia, etc. As alvenarias do ltimo pavimento so em geral muito solicitadas pelas movimentaes trmicas das lajes de cobertura; neste aspecto, cuidados como
sombreamento, ventilao dos ticos e isolao trmica da laje de cobertura podero minimizar a ocorrncia de problemas. Solues mais eficazes exigem a insero de juntas de dilatao na laje ou mesmo a adoo de apoios deslizantes (neoprene, teflon, manta asfltica,
camada dupla de manta de PVC) entre laje de cobertura e alvenaria. Pode-se tambm recorrer ao seccionamento das paredes do ltimo pavimento, mediante introduo de juntas ou adoo de portas com bandeiras (parede naturalmente seccionada pelo vo). Entretanto, Andolfato (2006) afirma que modelos matemticos vm mostrando que as famosas fissuras do ltimo pavimento so, em muitos casos, devido ao giro dessa ltima laje, sem a pr-compresso de um andar superior.
c. Penetrao de gua nas paredes Os materiais de construo podem ser afetados pela gua proveniente de diferentes origens, manifestando-se em decorrncia patolgica das mais variadas ordens, tais como lixiviao, eflorescncia que ser tratada especificamente no prximo item, fissuras, bolor, etc. A penetrao de gua em componentes de alvenaria depende de vrios fatores, tais como a espessura e rugosidade da parede, da qualidade do tratamento superficial, do tratamento arquitetnico da fachada, da orientao da fachada, da intensidade e durao das precipitaes e das propriedades do material constituinte dos componentes de alvenaria (porosidade, absoro de gua, etc.) Segundo Thomaz e Helene (2000), as alvenarias localizadas nas fachadas dos edifcios tm a importante funo de minimizar a permeabilidade gua; a penetrao de umidade pode provocar inclusive o desenvolvimento de fissuras e desagregaes. Assim sendo, desejvel que as lminas de gua sejam descoladas o mais rapidamente possvel das fachadas, o que se poder conseguir com alguns recursos, tais como posicionamento das alvenarias em relao estrutura, beirais, pingadeiras, peitoris, reentrncias, etc. Pode-se tambm fazer o frisamento das juntas (Figura 2.13), que alm de criar depresses que favorecem o deslocamento das lminas de gua, promovem melhor compactao da argamassa favorecendo a impermeabilidade das juntas.
Figura 2.13. Frisamento das juntas. e. Retrao por secagem A retrao por secagem de componentes de alvenaria constitudos por aglomerantes hidrulicos curados de maneira indevida, associada prpria retrao de secagem da argamassa de assentamento, pode provocar a fissurao de paredes muito longas, havendo a tendncia das fissuras convergirem para pontos de concentrao natural de tenses. Em paredes muito longas, essas fissuras apresentam configurao tipicamente vertical. Quando a retrao ocorre nas lajes, os blocos das fiadas dispostos nas proximidades tendem a rotacionar, o que provoca fissuras na direo horizontal. e. Eflorescncias A eflorescncia uma patologia que se apresenta, em geral, como um depsito de sal branco, pulverulento e solvel em gua, ocorrendo com maior freqncia em superfcies de alvenarias aparentes, juntas de assentamento dos componentes (blocos, tijolos ou azulejos), ou ainda em superfcies de concreto. Segundo Thomaz (1989), na maioria dos casos, a eflorescncia prejudicial apenas no aspecto esttico, sendo raros os casos em que possa dar origem a fissuras ou expanses da alvenaria. Em geral, este fenmeno se manifesta logo nas primeiras idades da construo, sendo possvel minimizar seu efeito com o escovamento e lavagem com gua da superfcie
da parede. Entretanto podem ocorrer casos de depsitos salinos duros e que penetram parcialmente na superfcie do componente de alvenaria, cuja remoo dificultada. A eflorescncia ocorre, por exemplo, quando o hidrxido de clcio (Ca(OH)2) liberado lixiviado at a superfcie do concreto, onde reage com o dixido de carbono atmosfrico para formar o carbonato de clcio (CaCO3). O hidrxido de clcio lixiviado pela gua at a superfcie atravs do sistema capilar. Apesar da eflorescncia no poder ser totalmente prevenida, esta pode ser mantida em nveis aceitveis quando se tem um concreto com baixos teores de CH ou quando haja a obstruo dos capilares.
Figura 3.1. Antigas construes em blocos de pedra assentados a seco: (i) Tiahuanaco 6; (ii) Grande Zimbabwe7; (iii) Castelo de Himeji8; (iv) Porta Nigra9.
As construes em alvenaria assentada a seco so aquelas cujo mtodo de elevao das paredes executado sem juntas de argamassa na maioria das unidades de alvenaria. Podem ser utilizados quaisquer tipos de componente, tanto tijolos como blocos, macios ou vazados, fabricados com os mais diversos materiais, tais como concreto, cermica, gesso, etc. O desempenho estrutural da alvenaria assentada a seco bem aceita em diversos pases. Alguns testes mostram que a resistncia deste tipo de alvenaria alcana resultados de at 80% da resistncia de alvenarias assentadas com argamassa. Segundo Marzahn (1997), o mecanismo de ruptura se altera devido falta de material nas juntas, resultando num comportamento de contato progressivo entre as juntas secas. E comparado com os resultados dos testes realizados com alvenaria assentada com argamassa, o comportamento das deformaes das alvenarias assentadas a seco apresentou maiores deformaes nos
Tiahuanaco foi construda a mais de 2000 anos para ser a capital de uma civilizao pr-Inca estabelecida nos Andes bolivianos. (foto: www.btinternet.com/~Andes/infofile/tiahuanaco.jpg). 7 O Grande Zimbabwe um complexo de amuralhados de pedra situado ao leste do Zimbabwe datado entre 1250 e 1450 d.c. formado por quatro construes, provavelmente habitaes, rodeadas pela Muralha Elptica, que tem cerca de 10 m de altura e dimetro de 90 m (foto: www.cs.indiana.edu/~tloos/Africa/GZEntrance.jpg). 8 Himeji-jo, ou castelo da gara branca, um dos nicos grandes castelos construdos no sculo XV pelos senhores feudais japoneses (Daymo) que permaneceu intacto s catstrofes naturais e mantm as caractersticas construtivas originais (foto: www.reggie.net/japan/hyogo/3989846-600.jpg). 9 Porta Nigra, ou porto negro, foi construdo pelos romanos como entrada da cidade de Trier, Alemanha, no ano 180 d.C. (foto: www.vroma.org/images/mcmanus_images/paula_chabot/engineering/pcengin.27.jpg).
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primeiros nveis de carregamento, comportamento denominado nesta pesquisa como deformao inicial. Os sistemas construtivos baseados em blocos de concreto assentados a seco oferecem a possibilidade de usar mo-de-obra sem treinamento, elevaes mais rpidas e aplicao do conceito de construo seca no canteiro de obras para diminuir gastos e economizar tempo. Porm, a argamassa utilizada nas alvenarias convencionais assume vrias funes importantes, tais como compensar tolerncias dimensionais do bloco, selar as juntas e absorver esforos de flexo, uniformizar a distribuio dos esforos atravs da parede, e propiciar estabilidade durante a elevao. Sem estes quesitos, a alvenaria assentada a seco pode acarretar mais problemas do que solues. Por este motivo, a maioria dos sistemas de alvenaria assentada a seco consiste em blocos com formatos especiais, de modo que durante a elevao estes blocos se encaixem uns nos outros formando uma parede intertravada e mais estvel. Este tipo de alvenaria pode variar de acordo com sua finalidade, tipo de encaixe utilizado, material constituinte e com os servios executados durante e aps a elevao. Estes tipos de alvenaria intertravada podem ser classificados de acordo com os quesitos apresentados no diagrama da Figura 3.2. Sem dvida o maior desafio no desenvolvimento de sistemas de blocos intertravados assentados a seco a dificuldade das mquinas convencionais para produzir blocos em srie, de modo econmico e com menos que 1,5 mm de variao na altura. Diferenas dessa ordem de grandeza so suficientes para ocasionar desvios no assentamento, com aberturas nas juntas logo aps a terceira ou quarta fiada (VANDERWERF, 1999). Numa parede convencional, esse desvio na altura dos blocos facilmente compensado pela junta de argamassa. Mas atualmente, o desenvolvimento das mquinas utilizadas na indstria de blocos de concreto permite a produo de componentes com elevada preciso dimensional e pequenas tolerncias exigidas na alvenaria assentada a seco.
Geometria
Alvenaria Intertravada
Alvenaria no armada Alvenaria armada (inclusive resistente a abalos ssmicos) Aplicao Muros de conteno Controle de eroso
Figura 3.2. Classificao dos sistemas de alvenaria intertravada. Desta forma, os sistemas construtivos de blocos assentados a seco mais recentes se tornaram mais seguros, confiveis e competitivos em muitos segmentos de mercado, e cada um dos sistemas soluciona o problema da tolerncia dimensional sua maneira.
a. Masterbloc A tradicional fabricante de blocos belga, N. V. Direct Bloc Gubbels, desenvolveu um sistema de blocos assentados a seco, denominado Masterbloc. Este sistema consiste de blocos com dimenses 1500 x 750 x 400 mm, com oito encaixes descontnuos tipo pinos macho-fmea com forma tronco-piramidal em suas faces superior e inferior,
respectivamente. Estes blocos so muito parecidos com os conhecidos brinquedos dinamarqueses Lego (Figuras 3.3).
Este tipo de bloco, extremamente robusto, usado em muros de reteno, estruturas de armazenagem, muros de barreira de rudos em estradas de rodagem, vedao para galpes industriais, e muros para limitao de propriedades.
b. Azar Block O sistema Azar Block foi lanado em 1997, inicialmente para a construo de fundaes de casas, mas tambm foi usado em barreiras de proteo ao fogo. Cada bloco se encaixa com o prximo por meio das juntas verticais e horizontais contnuas, promovendo estabilidade durante o assentamento (Figura 3.4).
O sistema consta com dois tipos de unidades: um linear e um de canto. A unidade pea bsica mede 196 x 196 x 392 mm e tem massa de aproximadamente 17,7 kg. Segundo o fabricante, trabalhadores inexperientes conseguem assentar em mdia 100 blocos por hora.
Depois de assentados, o alinhamento dos blocos deve ser verificado por outros membros da equipe e, quando necessrio, colocam-se apoios para eventual correo. Os blocos so totalmente preenchidos com graute aps o assentamento. Quanto permeabilidade, o fabricante no especifica impermeabilizaes ou drenagem. Segundo esse, a resistncia penetrao da gua garantida pelo hidrofugante incorporado mistura, pelo graute resistente com baixa a/c; pela vibrao durante o grauteamento; e pelas reentrncias moldadas na face do bloco com objetivo de criar canais abertos que ajudam gua escorrer pela parede at a base.
c. Blocos H modificado e WHD Foi desenvolvido na Univarsidade de Drexel (EUA) o bloco denominado H Modificado, projetado a partir de um bloco de formato H. Este bloco foi projetado para garantir resistncia a sismos e sua principal propriedade est em apresentar faces de encabeamento abertas para facilitar a armao vertical (Figura 3.5). O assentamento pode ser a prumo ou em amarrao, e utiliza encaixes tipo macho-fmea.
Segundo Harris (2003) as principais vantagens do bloco H modificado so a facilidade para colocao de armaduras, tanto na vertical como na horizontal, facilidade de alinhamento e grauteamento dos orifcios, e resistncia penetrao de gua devido ao formato dos encaixes. Uma mquina especial para fabricao desses blocos, que possibilita maior preciso dimensional tambm foi desenvolvida na Universidade de Drexel. Para
solucionar o problema da estabilidade durante a construo, principalmente para as paredes que seriam totalmente grauteadas, pode-se utilizar escoras ou executar grauteamentos parciais durante a elevao da parede. O sistema WHD tambm foi desenvolvido e estudado nessa mesma instituio, independente dos blocos H modificados. O objetivo principal do projeto deste sistema foi conseguir rigidez maior aos deslocamentos horizontais e verticais. Estes blocos possuem apenas encaixes tipo rabo de andorinha nas laterais (Figura 3.6).
Os blocos WHD possuem encaixes tipo rabo-de-andorinha, e, ao contrrio das alvenarias convencionais, a amarrao dos blocos feita no plano vertical, minimizando assim problemas com a preciso dimensional da altura dos blocos. Esses dois sistemas propostos pela universidade de Drexel foram desenvolvidos para atuarem como alvenaria armada, e inclusive para absorverem esforos de abalos ssmicos. Para tanto, as paredes so totalmente grauteadas. Os blocos H modificados e WHD foram analisados em escala 1:3 em um estudo de desenvolvimento de produto no Laboratrio de Modelos Estruturais da Universidade de Drexel, por Harris (1999). Os blocos tipo H modificado obtiveram resistncia de 13,1 MPa, e os WHD 12,9 MPa. Os blocos WHD apresentaram um modo de ruptura diferenciado, que indica que o sistema de fabricao no proporcionou um adensamento satisfatrio, o que pode contribuir para a resistncia menor que o esperado, uma vez que este bloco possui rea
lquida (i.e. somatria da rea correspondente s paredes do bloco) maior que o bloco H modificado.
d. Haener Block O Haener Block um dos mais antigos sistemas de alvenaria assentada a seco estabelecido no mercado domstico americano. Foi desenvolvido na dcada de 1970 e no tem uma aplicao dominante, mas largamente vendido como um produto do tipo "faa voc mesmo" na regio de Los Angeles EUA. Os encaixes dos blocos so feitos com um contorno que permite com que se mantenham alinhados durante o assentamento (Figura 3.7). Segundo o fabricante, a produtividade de trabalhadores sem experincia ultrapassa 100 blocos por hora, equivalente a uma produtividade de 8,25 m/hh.
As instrues do fabricante permitem que os instaladores decidam como compensar para variaes da altura do bloco. Alguns utilizam calos para corrigir o alinhamento quando necessrio, enquanto outros usam argamassa a cada quatro fiadas. Apesar do palete especial e ajustes para cubagem, a fabricao destes blocos similar convencional. O sistema original inclui trs blocos (o normal, o de canto e o meio bloco). Um outro sistema da mesma empresa prev apenas dois blocos, sendo que o normal possui as caractersticas de um bloco de canto.
e. FlexLock O sistema FlexLock (Figura 3.8) foi desenvolvido pela Cecorp Initiatives Inc., cujo ferramental para a fabricao foi desenvolvido pela Besser Company, fornecedora exclusiva dos moldes. Este sistema , segundo o fabricante, o nico de alvenaria com funo estrutural tolamente sem argamassa e sem grauteamento, entretanto trata-se de uma alvenaria protendida (Figura 3.9). O sistema oferece rapidez na construo por meio do intertravamento entre os componentes somente na lateral. Segundo o fabricante, o sistema utilizado para aplicaes residenciais, comerciais e industriais, e foi concebido para absorver todos os tipos de esforos.
Foi desenvolvido um calibrador para corrigir a altura dos blocos FlexLock durante a fabricao. Este calibrador retira de 0,4 a 0,7 de material do topo do bloco, fazendo com que estes tenham altura de 8 0,01. Segundo o fabricante, a elevao da parede pode ser feita com uma produo de 120 blocos por hora, com produtividade equivalente a 10 m/hh.
f. Smart Masonry O sistema australiano denominado Smart Masonry consiste em blocos de concreto fabricados com tolerncias dimensionais rigorosas, cujos detalhes permitem o assentamento a seco. Na figura 3.10 apresentado o bloco padro de dimenses 398,5 x 150 x 200 mm (comprimento, largura e altura). As faces superior e inferior possuem msulas contnuas que propiciam o encaixe das peas. A abertura vertical com forma triangular em ambos os lados do bloco permitem o encaixe de uma pea plstica para o travamento dos blocos.
Nota-se que o alinhamento entre as fiadas e o controle da altura so feitos pela pea de plstico encaixada na lateral do bloco. A produo dos blocos Smart Masonry pode ser realizada em qualquer mquina existente no mercado, mediante a utilizao de moldes especiais (Figura 3.11).
g. Sparlock
Outro sistema que est no mercado americano h vrios anos o Sparlock (figura 3.12). Apesar de aparentar ser de difcil assentamento, tem produtividade de 110 a 150 blocos padro por homem/hora, o que equivale a produtividade de 9 m/hh a 12 m/hh. Alm disso, seu formato, com faces superior e inferior lisas, facilita a fabricao em vibro-prensas comuns com moldes especiais, sem requerer modificaes do equipamento e ou paletes.
Estes blocos possuem encaixes tipo ganchos e so assentados lado a lado, com as faces planas posicionadas em alternadas da parede para a mesma fiada. Na primeira fiada so assentados blocos de meia altura de um lado da parede. A questo da preciso dimensional na altura destes blocos solucionada pelo fato de que os blocos so assentados a prumo. Assim, se o bloco abaixo de altura diferente, ele no afeta o prumo ou a estabilidade da parede.
h. Silblock Duas variaes do sistema Sparlock foram desenvolvidas pelo Instituto Indiano Madras de Tecnologia. Estes sistemas foram denominados de IITM-Silblock-1 e IITMSilblock-2. Foram elaborados para elevar paredes macias, sendo que a forma do Silblock-1 semelhante a um U, enquanto o Silblock-2 tem o formato em T (Figuras 3.13 e 3.14).
O desempenho estrutural desses sistemas foi avaliado a partir de ensaios sob compresso axial e a flexo por ANAND e RAMAMURTHY (2000). Neste estudo, paredes construdas com blocos de 11,59 MPa alcanaram resistncia de 8,96 MPa, significando em uma eficincia de 0,77. Paredes fabricadas com blocos de 5,4 MPa alcanaram 3,8 MPa, com fator de eficincia de 0,70.
O ensaio de resistncia flexo, baseado no ensaio de resistncia de aderncia entre bloco e argamassa (ASTM E 518:1993) das paredes com blocos de 11,59 MPa alcanou 0,68 MPa com tenso normal junta de assentamento e 0,29 MPa com tenso paralela junta. Segundo os autores, a eficincia entre a resistncia compresso dos blocos e a resistncia de aderncia entre blocos das miniparedes elevadas com blocos Silblock-1 equivalente alvenaria convencional. Em outro trabalho, ANAND e RAMAMURTHY (2001) avaliaram o desempenho do Silblock-1 quanto permeabilidade de acordo com a ASTM E 514:1990. Os resultados demonstraram que este tipo de bloco, quando assentado a seco, deve ser aplicado apenas em reas internas ou protegidas de chuva.
i. Quickblock A fbrica de blocos MetalBeton comercializa um modelo de bloco macio denominado Quickblock. Estes blocos possuem encaixe tipo gancho que permite o intertravamento entre os componentes, similar aos blocos Sparlock e Silblock, citados nos itens g e h. O QuickBlock foi desenvolvido com dimenses compatveis de um bloco de concreto estrutural convencional. O formato de "Duplo J" (Figura 3.15), permite que estes se encaixem uns nos outros, o que confere a estabilidade da estrutura sem uso de fixaes, cola ou argamassa no assentamento. Segundo o fabricante, podem ser utilizados de forma direta, sem posteriores acabamentos na construo.
j. Tijolito Um dos sistemas mais populares no Brasil o de tijolos modulares com dois furos, que podem ser fabricados com solo-cimento ou concreto. Um destes sistemas, denominado Tijolito (figura 3.16), foi desenvolvido pela Andrade Gutierrez Empreendimentos Ltda., e consiste em um bloco de encaixe macho e fmea, fabricado em solo-cimento prensado, nas dimenses de 110 x 100 x 220 mm. Sua forma composta de salincias e reentrncias em torno das aberturas, permite que a alvenaria seja montada facilmente por encaixe, sem necessidade de equipamentos especiais e sem uso de argamassa de assentamento.
(i) (ii) Figura 3.16. (i) Tijolito; (ii) Construo em alvenaria utilizando o Tiljolito.
(fonte: www.construirnet.com.br/tijolito.htm)
Especificamente no Tiljolito, os furos menores ( = 31 mm) so utilizados para a estabilizao vertical. Atravs deles aplicada argamassa que, aps o enrijecimento, forma pequenas colunas. Em algumas situaes os dois furos maiores tambm so utilizados para esse fim, entretanto sua funo permitir a passagem das tubulaes de hidrulica e de eltrica, no havendo a necessidade de cortes e desperdcios na alvenaria. Vrias empresas no Brasil fornecem mquinas, manuais ou automticas, para fabricao de tijolos modulares, em especial de solo cimento. Grande (2003) estudou o comportamento desse tipo de tijolo fabricado com e sem a adio de slica ativa. Neste estudo a eficincia de prismas assentados a seco com relao aos tijolos, com resistncia compresso simples de 8,3 MPa, alcanou eficincia de 0,67 para prismas com 2 tijolos e 0,54 para prismas com 3 tijolos. Prismas assentados com uma fina junta de argamassa, constituda de PVA, cimento e solo peneirado, alcanaram eficincia em torno de 0,75 nos dois tipos de
prismas. As paredes, assentadas com esse tipo de argamassa, obtiveram fator de eficincia em torno de 0,35 em relao resistncia dos tijolos.
k. Somontar Outro exemplo o sistema Somontar que utiliza blocos de concreto, concreto celular autoclavado (CCA) ou cermicos (Figura 3.17), de fabricao exclusiva para este sistema. Somente na primeira fiada os blocos so assentados com argamassa, para se conseguir preciso de alinhamento, nvel e prumo. As fiadas sucessivas so assentadas por intermdio de um sistema de travamento, fabricado de plstico reciclado de alta resistncia, que fixa os blocos pelo interior dos furos existentes nos blocos e dispostos segundo uma modulao.
(i) (ii) (iii) Figura 3.17. Blocos do sistema Somontar de concreto (i), cermica (ii) e concreto celular autoclavado (iii).
(fonte: www.somontar.com.br).
l. Silly Block O SillyBlock um sistema construtivo desenvolvido pela Austral Brick Company, na Austrlia, que consiste em blocos cermicos com encaixes macho-fmea nas paredes verticais dos blocos. As faces superior e inferior so planas, com elevada preciso dimensional (+/- 0,2 mm), permitindo que estas faces sejam coladas com uma argamassa especial. Para a aplicao da argamassa, esta colocada em um recipiente onde posteriormente o bloco colocado para que esta fique agregada em sua face inferior, pronto
para ser assentado na parede (Figura 3.18). Os blocos SillyBlock so blocos estruturais disponveis em espessuras de 90, 110 e 150 mm, e so utilizados para as mais diversas finalidades.
(i) (ii) Figura 3.18. Aplicao de argamassa em bloco SillyBlock (i) e assentamento (ii)
(fonte: www.somontar.com.br).
m. Blocos assentados a seco em proposio Foi desenvolvido na FAU/USP por GRASSIOTTO (2000) um estudo utilizando uma famlia de blocos de concreto que dispensa a aplicao de materiais de assentamento. O sistema compe-se de trs peas baseadas no mdulo de 150 mm: um T invertido, um bloco tradicional e um componente cbico. Aps a disposio dos blocos, a solidarizao das partes feita com o lanamento de graute. O sistema de assentamento de blocos exige apenas que o piso esteja perfeitamente nivelado. O recorte em V observado nos blocos serve para a passagem das barras de ao das armaduras (figura 3.19).
Grassiotto (2000) elenca as vantagens do sistema como sendo: o maior rendimento do assentamento das unidades, a estabilidade do conjunto recm assentado, o encaixe
perfeito entre as unidades, e a modulao adotada (15 cm) que facilita sobremaneira o planejamento da execuo e simplifica a quantidade de peas, resumida a trs. Por outro lado, a forma em T do bloco referencial torna seu manuseio mais difcil e aumenta a possibilidade de quebras durante o transporte. Para a fabricao do bloco, a vibro-prensa precisa ser modificada, no se restringindo apenas troca de matrizes mas tambm a alteraes no sistema de preenchimento dos moldes.
1. Estudos Preliminares
concepo
2. Concepo do SISTEMA
4. Projeto da Produo
verificao
Descrio
7. Consolidao da Tecnologia
Estado da Arte
8. Divulgao
9. Produo Piloto
11. Aperfeioamento
Estado da Arte
Figura 3.20. Etapas no desenvolvimento de materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos (fonte: Sabbatini, 1989) A implementao de tecnologias ainda no suficientemente experimentadas, testadas ou adaptadas s necessidades do usurio pode resultar no aparecimento precoce de problemas patolgicos, comprometendo aspectos de segurana e habitabilidade. Na maioria dos casos, os problemas de patologia e os altos custos de manuteno e reposio advindos do uso de novos produtos ou mtodos, sem avaliao prvia recaem aos usurios. Estas experincias negativas podem tornar os consumidores menos receptivos s prticas inovadoras, diminuindo o processo de evoluo tecnolgica da construo em relao aos demais setores produtivos. Portanto, a criao de novos materiais e sistemas de construo trouxe tambm a necessidade da criao de mtodos de avaliao, com base em critrios que permitissem prever o comportamento do edifcio durante sua vida til projetada, e controlar a qualidade na produo dos edifcios habitacionais. Almeida (1988) afirma que a avaliao de desempenho de sistemas precisa vir acompanhada do controle da qualidade no processo de produo do produto final, pois, um
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sistema avaliado no laboratrio, na prtica pode no corresponder aos resultados obtidos nos ensaios, por vrios motivos, inclusive pela falta de controle sistemtico nas fases de projeto e execuo das edificaes. O IPT (1981) sugere a implementao de uma sistemtica de controle em todas as etapas do processo, tais como planejamento, projeto, fabricao e execuo ou montagem. Para Mitidieri e Helene (1998) este controle contribui sobremaneira para a sistemtica de homologao de produtos e processos na construo civil, baseada em procedimentos de avaliao de desempenho, como mecanismo de melhoria contnua da qualidade dos produtos inovadores.
NBR6136:1995 Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural Especificao; NBR7184:1991 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural Determinao da resistncia compresso Mtodo de ensaio; NBR12118:1997 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural Determinao da absoro de gua, do teor de umidade e da rea lquida Mtodo de ensaio; NBR6136:1995 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria Retrao por secagem.
Para a obteno do Selo da Qualidade as amostras devem apresentar resistncia compresso caractersticas e dimenses que atendam as respectivas normas. Os resultados individuais de absoro devem ser iguais ou inferiores a 10%, e de retrao por secagem igual ou inferior 0,065% (ABCP, 2002).
and Materials (ASTM) e o International Council for Research and Innovation in Building and Construction (CIB). A International Organization for Standardization (ISO) tambm se destacou na publicao de normas que consolidam o conceito de desempenho (ISO 6240:1980, ISO6241:1984, ISO 7162:1992), as quais se constituem em referncias importantes no assunto. Em 1996 a ISO se integrou ao grupo formado pela RILEM, ASTM e CIB na organizao de simpsios sobre o mesmo assunto. As quatro instituies ora mencionadas mantm grupos permanentes preocupados com a questo do desempenho de edifcios. No Brasil, a instituio de maior domnio sobre este tema o IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo, e chega a essa condio a partir da sistematizao de requisitos e critrios para avaliao de desempenho de habitaes trreas unifamiliares, no incio da dcada de 1980 (IPT, 1981). As exigncias contempladas foram as de segurana estrutural, segurana ao fogo, estanqueidade, conforto higrotrmico, conforto acstico e durabilidade. Os requisitos, critrios e mtodos de avaliao de desempenho foram revisados (IPT, 1997), e outros trabalhos (ITQC et al., 1999; CEF, 2000) tambm foram desenvolvidos para fornecer instrumentos para que os agentes promotores da habitao e, principalmente, a Caixa Econmica Federal (CEF), sucessora do Banco Nacional da Habitao (BNH) na gesto dos investimentos sociais em habitao, pudessem avaliar as inovaes tecnolgicas, aprovando ou no os sistemas construtivos para financiamento. Dada existncia das diversas referncias desenvolvidas, a CEF e o meio tcnico identificaram a necessidade de harmoniz-las, transformando-as em normas tcnicas que facilitariam e permitiram a padronizao para o processo de avaliao. Para elaborar essas normas, a CEF, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), financiou o projeto de pesquisa Normas Tcnicas para Avaliao de Sistemas Construtivos Inovadores para Habitaes. A coordenao do projeto ficou a cargo do Comit Brasileiro da Construo Civil (COBRACON), da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), responsvel pela
elaborao das normas tcnicas de componentes, elementos, produtos ou servios, utilizados na Construo Civil, abrangendo seus aspectos referentes ao planejamento, projeto, execuo, mtodos de ensaio, armazenamento, transporte, operao, uso e manuteno, e necessidades do usurio, subdivididas setorialmente, com a participao de especialistas com conhecimentos multidisciplinares contratados para elaborar os textos-base e coordenar e apoiar a comisso de estudos durante o processo de discusso pblica. Na poca da redao da presente tese, a comisso citada estudava os projetos de norma10 de desempenho e recebia sugestes para poder planejar as reunies plenrias que definiriam o conjunto de normas para descrever o comportamento em uso esperado para edificaes de at cinco pavimentos, independente da tecnologia com a qual elas fossem construdas. O edifcio, seus elementos e componentes, quando em servio, devem satisfazer a determinados requisitos de desempenho, expressos de maneira qualitativa, em funo do uso e das exigncias do usurio. Em outras palavras, os requisitos e critrios de desempenho de um produto so aqueles necessrios para promover o bem-estar dos usurios por meio de regras de qualidade estabelecidas objetivamente. Estes requisitos e critrios so expressos como classes de segurana, habitabilidade e durabilidade (Tabela 3.1), que devem ser atendidos quando o produto submetido a aes decorrentes do uso. Estas classes podem ser verificadas analiticamente mediante ensaios e medidas, por meio de inspees em prottipos e em fbricas/usinas, e mediante julgamento tcnico. O desenvolvimento um sistema construtivo baseado em componentes de alvenaria intertravados deve levar em considerao todos estes fatores, de modo que sua utilizao proporcione um desempenho adequado moradia. Entretanto, o desempenho adequado da edificao com relao a alguns destes itens no est apenas relacionado s formas e
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dimenses que compe as alvenarias, mas o material com que fabricado. O desempenho das alvenarias constitudas de blocos de concreto em relao ao do fogo e sua durabilidade so parmetros conhecidos. Tabela 3.1 Critrios e requisitos para avaliao de desempenho da habitao. i. Segurana: i.i. Cargas atuantes: - Estado limite ltimo; - Estado limite de utilizao. i.ii. Cargas de ocupao e impactos: - Peas suspensas e sustentao de rede de dormir; - Operaes de fechamento brusco; - Impacto de corpo mole no centro geomtrico da porta; - Impactos de corpo mole e corpo duro. i.iii. Segurana ao fogo. ii. Habitabilidade: ii.i. Permeabilidade gua: - Infiltrao de gua de chuva em paredes de fachada; - Paredes em contato com reas molhveis. ii.ii. Conforto: - Desempenho trmico; - Desempenho acstico. iii. Durabilidade: iii.i. Requisitos de durabilidade para paredes e fachadas.
Com relao ao desempenho trmico, alm das propriedades fsicas dos elementos que compem as paredes, outros fatores influenciam de maneira representativa tais como a orientao da habitao em relao trajetria do sol, presena de rvores no entorno, o material que compe o piso, forro e telhado, a localizao das aberturas de ventilao, a regio do pas em que a habitao se encontra e o clima local, etc. Da mesma forma, o desempenho acstico funo de vrios fatores tais como o tipo de forro, a presena de vegetao ou muro em torno da habitao, tipo de esquadria, etc. No que se refere s alvenarias intertravadas, existem dois itens que merecem ateno especial durante o desenvolvimento de um sistema construtivo baseado nesse tipo de alvenaria. O primeiro est relacionado segurana estrutural, uma vez que o assentamento dos componentes realizado de modo distinto ao das alvenarias usuais. Esta
diferenciao no tipo de assentamento modifica o comportamento estrutural da alvenaria como um todo, de modo que as relaes entre resistncia compresso dos componentes isolados e trechos das alvenarias (eficincia) devem ser avaliadas. Outro item que deve ser tratado considerado para o projeto deste tipo de alvenaria a penetrao de gua. As alvenarias intertravadas no caso desta pesquisa, que so assentadas sem a necessidade de revestimentos, devem propiciar a mnima permeabilidade da parede por um determinado perodo de tempo que no comprometa seu desempenho.
proporcionando o posicionamento preciso dos blocos nas fiadas sucessivas; e servir de obstculo para entrada de materiais atravs de frestas na parede. Encaixes com formato rabo de andorinha (Figura 4.1) e em gancho (Figura 4.2) so normalmente utilizados em materiais como ao, madeira e plstico, pois o formato agudo desses encaixes torna as regies das arestas frgeis aos esforos de trao e cisalhamento. Este tipo de encaixe no recomendado para materiais frgeis como o concreto, cuja resistncia ao cisalhamento e flexo baixa em relao sua resistncia compresso. As regies dos encaixes representam zonas de risco para integridade do bloco nas operaes de fabricao, manuseio, transporte e manipulao durante a construo. Desta forma, os encaixes devem ser projetados de forma que sejam suficientemente robustos para suportar as solicitaes s quais sero submetidos.
Figura 4.1. Representao em planta de uma parede de blocos com encaixe tipo rabo de andorinha.
(i) (ii) Figura 4.2. Representao de uma parede de blocos com encaixe tipo gancho: (i) em planta; (ii) corte da elevao.
Foram previstos encaixes contnuos nas faces que estaro em contato com os blocos adjacentes, de modo que no existam pontos de contato totalmente planos, para dificultar a penetrao de materiais pela parede. Esse tipo de encaixe tambm evita a translao do bloco no plano do encaixe e sua movimentao na direo perpendicular parede, garantindo o intertravamento entre os componentes. Outro fator que deve ser levado em considerao na determinao das dimenses do encaixe o fato da tenso ao cisalhamento ser inversamente proporcional rea da seo transversal fora aplicada. Desta forma os encaixes nos blocos devem ser projetados de modo que tenham a maior largura possvel. Neste estudo foi utilizado apenas um encaixe contnuo ao longo do comprimento ou da altura do bloco, nas suas faces horizontais e verticais respectivamente (Figura 4.3).
(i) (ii) Figura 4.3. Representao de uma parede de blocos com encaixe tipo macho-fmea: (i) em planta; (ii) corte da elevao.
Alm disso, recomendvel que estes encaixes sejam inclinados, de modo a possibilitar encaixe mais preciso e evitar quebras durante o manuseio. O formato inclinado das faces laterais dos encaixes tambm serve para facilitar a colocao do bloco na parece, funcionando como guia durante o seu assentamento. O mesmo princpio adotado para a disposio dos encaixes nas faces verticais aplicado na disposio dos encaixes macho-fmea contnuos dispostos nas faces superior e inferior do bloco. Entretanto, a simples colocao de encaixes contnuos no garante o assentamento alinhado das fiadas sucessivas em relao aos blocos j assentados, seja a prumo ou em amarrao. Foi ento prevista a colocao de encaixes macho-fmea descontnuos, dispostos de modo que estes sirvam de guia durante o assentamento, como ilustrado na Figura 4.4 a seguir. So estes encaixes que funcionam como prumo para as fiadas sucessivas.
(ii)
(i)
Figura 4.4. Encaixes (i) contnuos e (ii) descontnuos nas faces superior e inferior do bloco. Os encaixes, macho-fmea, descontnuos podem ser feitos com diferentes formatos, pois qualquer configurao para este tipo de encaixe garante a eficincia do sistema. Da mesma forma, a quantidade desses encaixes pode variar; entretanto deve-se tomar o cuidado de dispor estes encaixes de modo que possibilitem o assentamento dos blocos a prumo ou em amarrao, sem prejudicar a modulao.
Conseqentemente, o tamanho dos blocos deve ser compatvel com: os vos estruturais ou com as dimenses das paredes estruturais, tamanho dos caixilhos, caixas de ar condicionado e outros equipamentos. Alm disso, para que este possa ser assentado a seco, sem uso de argamassa, foram previstos encaixes ao longo de seu comprimento e altura que permitam o intertravamento entre os componentes na parede, alm de funcionarem como barreira contra a passagem de lquidos.
encontro em L e outro (540 x 140 mm) para encontro T. A utilizao de blocos cujo comprimento mltiplo da largura, tais como os da famlia 29 (290 x 140 mm), necessita de apenas um bloco especial para o encontro T (440 x 140 mm), e o comprimento deste tambm mltiplo da largura. A NBR5712:1982 prescreve blocos cujo comprimento mltiplo da largura apenas nas dimenses 390 x 190 mm e 190 x 90 mm. Apesar disto, comum encontrar diversas construes em alvenaria estrutural com blocos vazados de concreto de 290 x 140 mm, citados anteriormente. A utilizao desta modulao proporciona facilidade de amarrao das paredes e conseqente diminuio do nmero de blocos especiais. As dimenses padro dos blocos de concreto desenvolvidos nesta pesquisa so 150 x 200 x 300 mm - largura x altura x comprimento (Figura 4.5). Os orifcios dos blocos foram definidos de acordo com as dimenses mnimas prescritas na NBR6136:1995.
Figura 4.5. Dimenses adotadas para o prottipo. (vista em planta; cotas em cm)
Dadas as dimenses dos orifcios ora ilustradas na figura 4.5, a colocao de encaixes macho-fmea descontnuos como ilustrado na figura 4.4 no seria possvel. Para a disposio destes encaixes na configurao j adotada foi preciso aumentar as dimenses destes encaixes descontnuos, de modo que fiquem mais largos que os encaixes contnuos
nas faces, superior e inferior do prottipo (Figura 4.6), de modo que os orifcios fiquem dispostos no interior destes.
Figura 4.6. Encaixes contnuos e descontnuos na parte superior e inferior do bloco. Como visto anteriormente, a dimenso da parede transversal lateral do prottipo foi adotada com dimenso de 3,5 cm (Figura 4.5). A NBR6136:1995 estabelece que a dimenso mnima das paredes dos blocos deve ser de 2,5 cm, por isso a altura do encaixe nas faces verticais foi estabelecida em 1 cm (Figura 4.7), de modo que a espessura da parede na face em que est disposto o encaixe fmea no seja inferior dimenso estabelecida por norma.
Figura 4.7. Dimenses adotadas para os encaixes laterais do prottipo. (vista em planta; cotas em cm) Assim, a vista em planta do prottipo com a colocao dos orifcios, bem como as dimenses das salincias, podem ser observadas na Figura 4.8, e sua perspectiva isomtrica na Figura 4.9. Observa-se nesta figura um terceiro orifcio no centro do bloco, colocado para diminuir o volume de concreto, e tambm para outra eventual finalidade.
As dimenses deste orifcio permitem que os septos tenham espessura mnima estabelecida por norma.
Figura 4.8. Representao em planta do prottipo e dimenses dos encaixes das faces horizontais (cotas em cm).
(i) (ii) (iii) Figura 4.10. Mquina de splitagem (i), blocos texturizados (ii), e Ennis House (iii)
Fontes: (i) e (ii) Faria, 2001; (iii) http://architectstudio3d.org/AS3d/magnify_ennis.html
Outras tcnicas de tratamento superficial, normalmente utilizadas e, concreto convencional tambm podem ser adotadas na produo de componentes de alvenaria de concreto texturizados. Como exemplo, pode-se citar superfcies com agregados mostra, com a utilizao de aditivos retardadores de pega na superfcie do molde. A dosagem do concreto realizada nesta pesquisa busca essencialmente alcanar acabamentos suficientemente lisos para que no sejam necessrios trabalhos posteriores de acabamento das paredes constitudas pelos prottipos. Ao contrrio dos mtodos de dosagem usuais, nesta pesquisa o critrio de ajuste do trao no foi a resistncia mecnica do
concreto, mas seu acabamento superficial. A princpio as dosagens foram realizadas com cimento CP V ARI PLUS, areia de cava e gua, e em uma segunda etapa, foram acrescentados aditivos plastificantes, flers e utilizado cimento branco estrutural CPB 40 e pigmentos para fabricao de componentes coloridos. Este Captulo abrange tambm a fabricao dos blocos utilizando o trao obtido e a mquina de blocos desenvolvida para esta pesquisa.
Nomenclatura utilizada pelas mineradoras para a comercializao destas areias na regio de So Carlos, SP,
Brasil.
em geral p de pedra - para melhorar a textura de blocos de concreto. Porm no existe na literatura um mtodo que determine a quantidade ideal de partculas finas na mistura. Da mesma forma, o aumento do consumo de cimento proporciona uma melhora no acabamento superficial dos blocos. Foram moldadas placas de dimenses 20 x 20 x 2 cm, com concreto de consistncia seca mediante vibrao para avaliar a influncia da curva granulomtrica no acabamento superficial. A princpio foram utilizadas apenas as areias Itaporanga - fina e Descalvado grossa, cujas propores foram alternadas em 30% : 70%, 50% : 50% e 70% : 30% de modo que se pudesse perceber a influncia da maior quantidade de partculas finas no acabamento superficial das placas moldadas. Utilizou-se cimento CP V ARI Plus, pois o cimento mais utilizado para fabricao de componentes prensados de concreto, variando-se o trao em 1:3, 1:5 e 1:7. A quantidade de gua, ou umidade, variou entre 4,5% a 7,5% em relao aos materiais secos, o que proporcionou misturas muito secas a muito midas, porm sem apresentar abatimento. Os traos avaliados esto dispostos na tabela 4.1. Tabela 4.1 Traos de concreto para avaliao do acabamento superficial.
Composio entre areias Itaporanga peneirada : Descalvado - grossa 30% : 70% Trao 1:3 1:5 1:7 1:3 1:5 1:7 1:3 1:5 1:7 umidade
50% : 50%
70% : 30%
A partir da anlise dos diferentes traos moldados foi possvel observar a influncia dos fatores ora mencionados no acabamento superficial do concreto com consistncia seca moldado mediante vibrao.
a. Influncia do teor de umidade Observou-se neste estudo que nas misturas mais midas, apesar de apresentarem coeso e compacidade apropriadas para a moldagem de componentes vibro-prensados, o acabamento ficou prejudicado pela pasta de cimento que se acumulou nas paredes das frmas (Figura 4.11i). Quanto menor o teor de umidade no concreto utilizado para a moldagem destas placas, menor o acmulo de pasta de cimento em sua superfcie, tornando-a mais bem acabada. Entretanto, a reduo da umidade nos concretos de consistncia rija pode implicar na menor coeso da mistura, em menor compacidade, pois a quantidade de gua presente no concreto pode ser insuficiente para diminuir o atrito entre as partculas. A baixa umidade no concreto pode prejudicar tambm o processo de hidratao do cimento, prejudicando suas propriedades mecnicas, alm de provocar falhas na superfcie do concreto devido ao no assentamento das partculas durante a vibrao. Entretanto, nas placas moldadas com baixa umidade no concreto, estas falhas se apresentaram em tamanho pequeno (Figura 4.11ii), o que pode provocar uma falsa avaliao do acabamento. Desta forma, a umidade da mistura deve ser controlada criteriosamente para a manuteno da qualidade do produto final.
(i) (ii) Figura 4.11. Textura com excesso de gua (i) e extremamente seca (ii).
b. Influncia da composio dos agregados Nas placas de concreto moldadas, logicamente, os traos com maior quantidade de partculas finas na composio de agregados redundaram em melhor acabamento superficial. Os melhores acabamentos superficiais foram obtidos com a composio 30% Descalvado Grossa e 70% Itaporanga Peneirada (Figura 4.12i). A composio 50% : 50% apresentou bom acabamento apenas no trao mais rico (1:3). A composio 70% Descalvado Grossa e 30% Itaporanga Peneirada apresentou acabamento rugoso em todos os casos (Figura 4.12ii). Entretanto, nesta anlise no foi avaliada a questo do empacotamento de partculas, que influencia diretamente na quantidade de vazios do concreto, e consequentemente em outras propriedades tais como porosidade, permeabilidade e resistncia compresso. A relao entre o empacotamento e a composio dos agregados mais bem apresentada no item 6.1.3.
(i) (ii) Figura 4.12. Textura ideal para fabricao dos blocos (i) e textura com excesso de partculas grossas.
c. Influncia da quantidade de cimento Maiores consumos de cimento no concreto podem levar a um melhor acabamento superficial, pois o cimento composto de partculas finas, em sua maioria com dimenses menor que 37 m. Alm de apresentar melhor acabamento superficial, os concretos com maior quantidade de cimento tambm possuem melhor coeso. Como dito anteriormente, os
concretos constitudos com a composio de agregados 30% Descalvado Grossa e 70% Itaporanga Peneirada apresentaram bom acabamento em todos os traos, porm no trao mais pobre (1:7) percebia-se que a quantidade de cimento reduzida no proporciona consolidao suficiente do concreto. Neste caso, as partculas de areia se soltavam com facilidade mesmo aps 7 dias de cura do concreto em cmara mida Percebeu-se tambm que os concretos com menor consumo de cimento necessitavam de porcentagens menores de umidade da mistura para atingir a compacidade tima. A figura 4.13 a seguir permite a comparao entre a superfcie ideal para fabricao de blocos obtida e a superfcie de um bloco de concreto usual.
(i) (ii) Figura 4.13. Comparao entre a textura ideal obtida (i) e de um bloco de concreto usual (ii).
com o procedimento descrito no item 2.1.1.a. Os resultados deste ensaio podem ser observados na tabela 4.2, que foram plotados no grfico da figura 4.14. Observou-se neste ensaio que a proporo tima entre as areias selecionadas de 60% Descalvada - Grossa e 40% Itaporanga - Peneirada. Por outro lado, a composio 70% Descalvado - Grossa e 30% Itaporanga Fina atingiu um volume de cheios praticamente igual, o que significa que a composio com maior volume de cheios est entre esses dois pontos da curva. Tabela 4.2 - Determinao do volume de cheios na composio das areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa.
Areia 1: Areia 2: Areia 1
%
adio
kg
Leitura
kg
Volume de cheios
71% 70,1% 70% 69% 68% 67% 66% 65% 64% 63% 62% Itaporanga Peneirada 60%:40% 50%:50% 40%:60% 30%:70% 20%:80% 10%:90% Descalvado Grossa
Composio de areias
Figura 4.14. Volume de slidos das composies entre as areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa. Na figura 4.15 esto representadas as curvas granulomtricas das areias utilizadas neste ensaio e de algumas composies destas areias. Neste grfico tambm foi desenhada a
curva de distribuio de partculas de acordo com o modelo de Alfred (equao 2.3) com dimetro da maior partcula (DL) igual a 4,8 mm, dimetro da menor partcula (DS) igual a 0,018 mm (fundo) e coeficiente de distribuio (q) igual a 0,25. Pode-se perceber neste grfico que as composies com maior volume de cheios so as que mais se aproximam do modelo de Alfred. Baseado nestes resultados, a composio 65% Descalvado Grossa e 35% Itaporanga Fina (composio 1) foi considerada como a de maior volume de cheios (Figura 4.15).
% Retida Acumulada
100% Descalvado - Grossa (100%) 90% 10% : 90% 80% 20% : 80% 70% 30% : 70% 60%
40% : 60%
50% 50% : 50% 40% 60% : 40% 30% 80% : 20% 20% Itaporanga - Peneirada (100%) 10% Alfred (q=0,25) 0% Fundo 0.15 0.3 0.6 1.2 2.4 4.8
Figura 4.15. Curvas granunomtricas das composies das areias Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa. No item anterior foram analisados traos de concreto de consistncia rija constitudos com agregados em composio 70% Descalvado - Grossa e 30% Itaporanga, bastante prxima composio de menor ndice de vazios. Como foi relatado anteriormente, a moldagem de placas suficientemente lisas somente foi possvel com consumos de cimento mais elevados trao 1:3. Isto se deve excessiva quantidade de partculas grossas presente na mistura, e esse consumo de cimento elevado poderia inviabilizar a produo em srie dos componentes propostos na pesquisa. Desta forma, foram moldadas placas de concreto com traos 1:5, variando-se a composio entre as areias, aumentando-se gradativamente a quantidade de areia Itaporanga Fina at se alcanar um acabamento superficial satisfatrio.
Com este procedimento, foi possvel moldar placas de concreto com timo acabamento superficial com composio entre areias de 40% areia Descalvado Grossa e 60% Itaporanga Fina (composio 2) em trao 1:5 e teor de umidade mximo de 6,5% (Figura 4.16). Traos com consumo de cimento menor apresentaram problema de desagregao das partculas, indicando a necessidade do aumento da quantidade de aglomerante.
Volume de cheios
71% 70,1% 70% 69% 68% 67% 66% 65% 64% 63% 62% Itaporanga Peneirada 60%:40% 50%:50% 40%:60% 30%:70% 20%:80% 10%:90% Descalvado Grossa 68,3%
Composio de areias
Figura 4.16. Volume de slidos da composio entre as areias utilizadas (composio 2). Pde-se observar nessa anlise que o maior empacotamento das partculas, ou seja, a menor quantidade de vazios na mistura de agregados, apesar de propiciar maior resistncia ao concreto, pode no resultar em um acabamento superficial extremamente liso. Para tanto, foi necessrio acrescentar mais partculas finas na mistura, que aps o processo de adensamento, se acumula em torno de superfcies muito grandes, como as faces dos moldes, resultando assim em superfcies mais regulares. Este fenmeno conhecido como efeito parede (Figura 4.17).
Adies minerais, cujas partculas so menores que as do cimento, podem ser utilizadas para sanar o problema da desagregao das partculas em traos mais pobres. A partir da composio 2, foram moldadas placas com traos com menores consumos de cimento, adicionando-se metacaulinita s composies. Com 5% de metacaulinita adicionada ao trao 1:5, as placas de concreto no apresentaram desagregao das partculas. A adio de 10% de metacaulinita possibilitou a moldagem de placas com trao 1:5,5. O acabamento superficial obtido com a composio 40% areia Descalvado Grossa e 60% Itaporanga Fina, trao 1:5,5 e teor de umidade igual a 6% pode ser observado na figura 4.18 a seguir.
Figura 4.18. Textura obtida a partir da composio 2, com adio de metacaulinita. Observando-se a figura 4.15, percebe-se que a composio 2 praticamente no tem partculas com dimenso inferior a 0,15 mm em sua distribuio granulomtrica. Como o cimento possui partculas menores que 37 m, h uma descontinuidade na distribuio granulomtrica da mistura cimento/areia. A composio 2 ainda possui mais de 30% de volume de vazios, essa descontinuidade pode ser desfeita empacotando-se outro agregado, com distribuio granulomtrica que varia entre 0,15 mm e 0,037 mm. Dentre as areias analisadas no item 6.1.1, a areia Descalvado-Fina possui uma distribuio granulomtrica adequada para o empacotamento pretendido. Na tabela 4.3 esto dispostos os resultados da determinao de volume de cheios obtidos a partir da mistura entre a Composio 2 e a areia Descalvado-Fina.
Tabela 4.3 - Determinao do volume de cheios da mistura entre a Composio 2 e a areia Descalvado Fina.
Areia 1: Areia 2: Areia 1
%
adio
kg
Leitura
kg
Ao adicionar mais de 10% da areia DescalvadoFina na Composio 2, o volume de cheios comea a reduzir, como est representado na curva da figura 4.19. Este efeito pode ser melhor visualizado na figura 4.20, em que as curvas das distribuies granulomtricas com mais de 10% da areia Descalvado-Fina se afastam da curva obtida a partir do modelo de Alfred.
Volume de cheios
72% 71% 70% 69% 68% 67% 66% 65% 64% 63% 62% 61% 60% Composio 2 90%:10% 80%:20% 70%:30% Descalvado Fina 70,8%
Composio de areias
Figura 4.19. Volume de slidos das composies entre a Composio 2 e Descalvado Fina.
% Retida Acumulada
Composio 2 (100%)
10% : 90%
20% : 80%
70% 60% 50% 40% 80% : 20% 30% 20% 10% 0% Fundo Descalvado - Fina (100%) 40% : 60%
60% : 40%
Alfred (q = 0,25)
0,075
0.15
0.3
0.6
1.2
2.4
4.8
Figura 4.20. Curvas granunomtricas das misturas entre Composio 2 e a areia Descalvado Fina. Desta maneira, obteve-se a composio ideal de: 90% composio 2 e 10% Descalvado-Fina, ou seja, 36% DescalvadoGrossa, 54% Itaporanga-Peneirada e 10% Descalvado-Fina (Composio 3), cuja distribuio granulomtrica mostrada no grfico da figura 4.21.
100%
% Retida Acumulada
Itaporanga - Peneirada
90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Fundo 0,0325 0,075 0.15 0.3 0.6
1.2
2.4
4.8
Figura 4.21. Distribuio granulomtrica da mistura das trs areias utilizadas na proporo ideal. Mesmo sem haver um acrscimo significativo do volume de cheios da mistura dos agregados de 68,2% para 70,8%, foram moldadas placas de concreto, diminuindo-se o consumo de cimento gradativamente, a partir do trao 1:3. Desta forma, observou-se que para traos 1:5 foi possvel moldar as placas de concreto sem a ocorrncia de desagregao
das partculas, como ocorria com os concretos fabricados com a composio 2 com este mesmo trao. O acabamento superficial obtido a partir da composio 3, em trao 1:5 e teor de umidade igual a 5,5% pode ser observado na figura 4.22. As composies que possibilitaram melhor acabamento para as placas moldadas mediante vibrao esto resumidas na tabela 4.4 a seguir, sendo que a composio C3 foi utilizada para a fabricao dos blocos submetidos avaliao tcnica.
Tabela 4.4 - Composies que possibilitaram melhor acabamento superficial para placas de concreto.
Cdigo C2M5 C2M10 C3 Trao 1:5 1:5,5 1:5 Areia Descalvado-Grossa 40% 40% 36% Itaporanga-Peneirada 60% 60% 54% Descalvado-Fina 10% Metacaulinita 5% 10% Teor de Umidade 6% 6% 5,5%
4.4. Fabricao
A fabricao deste tipo de bloco possvel em qualquer vibro-prensa encontrada no mercado, hidrulica ou pneumtica, empregada para produo de blocos convencionais de concreto. Estes equipamentos podem ser perfeitamente adaptados com moldes especiais para a produo de cada componente da famlia de blocos projetado nesta pesquisa.
A produtividade de uma indstria para esse tipo de bloco depende exclusivamente da produtividade do maquinrio utilizado. Existem equipamentos automticos de mdio porte no mercado capazes de produzir at 10000 blocos em 8 horas de produo. Considerando-se os tempos para troca de molde para os diversos componentes da famlia de blocos, pode-se produzir a quantidade necessria para a construo de uma habitao com 100 m2 em apenas um dia. A princpio, o mesmo procedimento utilizado na determinao do trao ideal para moldagem dos tijolos modulares, apresentado no item 6.1.4, deveria ter sido utilizado para a determinao dosagem ideal para a moldagem de blocos no equipamento desenvolvido para pesquisa. Entretanto, esta etapa foi realizada simultaneamente ao desenvolvimento do equipamento. Enquanto a mquina de blocos ainda no estava em perfeito funcionamento, no havia a possibilidade de se moldar blocos que pudessem ser aproveitados, qualquer que fosse o trao utilizado. Assim, houve uma despreocupao inicial em se determinar o trao ideal para a mquina at que todos os detalhes para seu funcionamento fossem resolvidos. Isso gerou uma grande quantidade de blocos descartados, cuja moldagem serviu apenas para testes do equipamento. Foi nesta etapa que problemas tais como: mau funcionamento da alavanca, no fechamento da tampa; ajuste fino do movimento do martelo, mau posicionamento do vibrador, reforo dos mancais, etc., foram solucionados. A partir do momento em que foi possvel moldar prottipos com a qualidade desejada, foram testadas as composies ora mencionadas, variando-se o trao e o teor de umidade de maneira emprica at se alcanar as propores mais adequadas s condies de vibro-prensagem da mquina desenvolvida para esta pesquisa. Para a composio C2M5, da mesma forma que ocorreu com os tijolos modulares, os blocos com trao 1:5 obtiveram bom acabamento superficial, porm no momento da retirada aps a extrao, estes eram danificados devido baixa coeso da mistura. Alm
disso, mesmo pequenas variaes de umidade e quantidade de cimento presentes na composio do concreto apresentaram diferenas perceptveis no acabamento superficial dos blocos moldados. Os blocos moldados com trao 1:4,25 se mostram satisfatrios. Dentre os teores de umidade estabelecidos, o mais adequado para a obteno do acabamento superficial timo foi 5,5% em relao aos materiais secos, 0,5% superior ao teor ideal para moldagem dos tijolos modulares, utilizando-se 1% de plastificante, em relao massa de cimento. A composio C2M10 permitiu a moldagem de blocos com boa coeso e acabamento superficial satisfatrio a partir de trao 1:4,5 e teor de umidade de 5,75% em relao aos materiais secos. Para os concretos fabricados com a composio C3, resultados semelhantes foram obtidos com trao 1:4,75 , com teor de umidade de 5%. Todos os blocos nesta etapa foram fabricados com adio de 1% de plastificante em relao massa de cimento. As dosagens timas para a fabricao dos prottipos para as composies analisadas so apresentadas na tabela 4.5. Tabela 4.5 - Traos ideais para fabricao dos prottipos.
Material Cimento Metacaulinita gua Plastificante Areia Descalvado - Grossa Areia Itaporanga - Peneirada Areia Descalvado - Fina Trao Relao gua/aglomerante Umidade C2M5 kg/m 443 22,2 129 4,43 753 1130 1:4,25 0,28 5,5% C2M10 kg/m 416 41,6 134 4,16 750 1124 1:4,5 0,29 5,75% C3 kg/m 413 119 4,13 706 1059 196 1:4,75 0,29 5%
Os prottipos puderam ser fabricados em diferentes coloraes, utilizando-se cimento Portland branco estrutural (CPB 40) e com adio de pigmentos inorgnicos sem
alteraes na coeso da mistura nem no acabamento superficial, como se pode observar nas figuras 4.23 e 4.24 a seguir.
5.1.1. Capeamento
A utilizao de argamassa convencional para o capeamento das superfcies dos prottipos no permitia o preenchimento completo das reentrncias dos encaixes, formando vazios entre o bloco e o material de capeamento. A utilizao de gesso e enxofre tambm no foi eficaz devido ao reduzido tempo em aberto destes materiais para a realizao dos ajustes de posicionamento dos blocos. Para solucionar este problema, foi elaborado um trao de argamassa extremamente fluida. Uma moldura constituda de cantoneiras de ao foi colocada sobre placas de acrlico, onde era lanada a argamassa para o assentamento dos blocos (Figura 5.1i). Esta argamassa deve apresentar abatimento em mesa cadente superior a 30 cm (NBR13276:1995) sem a ocorrncia de exsudao, para permitir o preenchimento total de todas as reentrncias do bloco (Figura 5.1ii). O trao de argamassa ideal para o capeamento dos blocos de concreto 1:2:0,2 (cimento CPV ARI Plus : areia Itaporanga-Peneirada : a/agl) com adio de 1% de superplastificante base de policarboxilatos em relao massa total de aglomerante.
(i) (ii) Figura 5.1. Moldes para capeamento dos blocos (i) e ensaio de mesa cadente da argamassa utilizada para o capeamento (ii). A argamassa ento colocada no interior dos moldes e em seguida os blocos so posicionados nos moldes (figura 5.2). O tempo em aberto da argamassa para assentamento permite o ajuste minucioso do nivelamento do bloco em relao ao plano da bancada onde estes so capeados. Este nivelamento realizado com auxlio de nvel de bolha.
(ii)
Exteriormente, este capeamento se mostra relativamente espesso, entretanto podese observar na figura 5.3 a seguir que este mtodo de capeamento capaz de preencher totalmente as reentrncias dos componentes e proporciona uma fina camada nas superfcies mais elevadas dos encaixes (aproximadamente 1 mm). Este capeamento evita a ruptura do bloco por trao lateral, alcanando-se assim um resultado mais prximo real resistncia compresso do prottipo.
Pode-se observar que as resistncias compresso das unidades no variaram muito para os diferentes traos avaliados. Todos os resultados so bastante dispersos, o que
normal para processos manuais de moldagem. Esta disperso dos resultados pode estar associada dificuldade de se homogeneizar concreto no interior da matriz aps o lanamento, antes do processo de vibro-prensagem. A princpio, esta homogeneizao era realizada acionando o vibrador durante o lanamento do concreto no interior da mquina. Contudo, esta prtica foi abandonada, pois fazia com que os parafusos da tampa da mquina quebrassem com freqncia. Em detrimento conservao do equipamento, houve uma maior ocorrncia de falhas de adensamento como a que pode ser observada na figura 5.5. Como se pde observar na tabela 5.1, trao C2M10 obteve resistncia compresso mdia mais elevada. Entretanto, o trao C3 foi selecionado por ter alcanado resistncia compresso maiores quem 4,5 MPa j aos 7 dias (blocos estruturais), e por no haver a necessidade de utilizao de dois materiais aglomerantes em sua composio para se alcanar o acabamento superficial desejado, o que leva a custos mais reduzidos em relao aos demais traos. Desta forma, a avaliao das demais propriedades foi realizada apenas a partir de prottipos fabricados com o trao C3. A partir deste trao, foi fabricado um novo lote de blocos para avaliao das propriedades mecnicas. Desta forma, foram realizados ensaios de resistncia compresso de 9 amostras deste lote, com idades superiores a 56 dias. Os resultados obtidos esto apresentados na tabela 5.2 a seguir.
Pode-se observar que o consumo de cimento e a relao gua/aglomerante permaneceram as mesmas para os traos com e sem pigmento. Na tabela 5.4 a seguir so apresentados os resultados de resistncia compresso de corpos-de-prova aos 7 e 28 dias. Tabela 5.4 Resistncia compresso dos blocos com e sem pigmento (MPa).
Trao Amostra 7 dias fb Mdia Sd Amostra fb Mdia Sd 1 3,1 s/ pigmento 2 3,5 3,7 0,5 1 6,3 2 6,0 5,9 0,8 3 4,8 4 6,5 1 5,0 2 4,4 5,0 0,8 3 4,0 4 4,1 1 4,0 c/ pigmento 2 3,7 4,0 0,6 3 4,4 4 6,1 3 3,5 4 4,8
dias atingiram valores bastante prximos para ambos os traos. Aos 28 dias, os corpos-deprova moldados sem adio de pigmento alcanaram, em mdia, 5,9 MPa, enquanto os corpos de prova com adio de pigmento base de xido de ferro amarelo atingiram mdia de 5,0 MPa. A diferena da resistncia compresso obtida maior que o desvio padro das amostras de cada trao, o que indica que a adio de pigmento pode provocar reduo da resistncia compresso, mesmo tomando-se o cuidado de manter o consumo de cimento e a relao a/a constantes.
28 dias
Como se pode observar na figura 5.7, h uma incompatibilidade entre os encaixes das faces superior e inferior do bloco, que provoca um pequeno vo em todo o comprimento do encaixe. Devido a essa incompatibilidade, apenas as paredes longitudinais do bloco estariam em contato com, o que pode prejudicar a resistncia compresso dos prismas.
De fato, os resultados obtidos na ruptura dos prismas assentados a seco levaram a um valor mdio da resistncia compresso de 2,4 MPa, resultando em um fator de eficincia de 0,47. A ruptura dos prismas constitudos de blocos assentados a seco apresentou trincas verticais que se propagaram a partir da interface entre os dois blocos, como pode ser observado na figura 5.8.
Para solucionar este problema decorrente da incompatibilidade entre os encaixes superior e inferior, fez-se necessria a colagem completa das faces do bloco, de modo que cobrisse toda a superfcie do bloco, no sendo muito espessa na regio onde o contato entre os blocos era garantido e que preenchesse toda a regio que permanecia vazia.
Figura 5.8. Modo de ruptura do prisma assentado a seco. Foi dosada uma mistura de cimento, PVA e gua, na proporo 1:0,2:0,15 com adio de 1% de superfluidificante base de policarboxilatos em relao massa total de aglomerante. A mistura pode ser realizada em misturador manual e sua aplicao feita em bisnaga (figura 5.9). Deve-se tomar cuidado com a quantidade aplicada, pois se esta feita em excesso, o produto pode escorrer pela parede, prejudicando seu aspecto final.
(i) (ii) Figura 5.9. Mistura (i) e aplicao de pasta de cimento colante (ii).
Foram ento realizados ensaios de resistncia compresso axial de um total de 9 prismas de 2 blocos, sendo estes assentados mediante a tcnica de colagem desenvolvida nesta pesquisa. O modo de ruptura foi semelhante ao observado nos prismas assentados a seco, entretanto a resistncia compresso mdia dos prismas com junta colada atingiu 4,5 MPa (Tabela 5.5), resultando um fator de eficincia de 0,65. Esta elevao da resistncia compresso dos prismas se deve melhor regularizao da superfcie de contato entre os blocos. Tabela 5.5 Resistncia compresso de prismas 2 bloco.
Amostra fb (MPa) Mdia (MPa) Sd (MPa) 1 5 2 4,8 3 6,1 4 4 5 4,7 4,5 0,9 6 3,3 7 4,3 8 4,6 9 3,3
dos corpos-de-prova, assim como descrito para os blocos, que forneceram os valores das deformaes para cada incremento de tenso exercida no prisma, permitindo assim, traar sua curva tenso-deformao.
(i)
(ii)
Figura 5.10. Representaes esquemticas dos ensaios de resistncia compresso de prisma de 3 blocos (i) e de miniparede (ii). Foram realizados ensaios de resistncia compresso de quatro prismas de 2 blocos e quatro miniparedes, com dimenses de 60 x 60 cm. Os resultados obtidos esto apresentados na tabela 5.6 a seguir. A eficincia entre o resultado obtida para os prismas foi de 0,57 e para as miniparedes de 0,65.
1 5,4
3 4,2
4 3,6
Apesar dos prottipos analisados nesta pesquisa possurem propriedades mecnicas aqum das que a utilizao de um maquinrio industrial pode lhes conferir, pode-
se considerar que os resultados de resistncia compresso de blocos, prismas e miniparedes so compatveis para a sua utilizao como alvenaria estrutural.
(i) (ii) Figura 5.12. Capeamento da parede (i) e primeira fiada (ii). Durante o assentamento das demais fiadas, a pasta de cimento colante era aplicada com auxlio de uma bisnaga, e os blocos foram colocados em sua posio rapidamente. O trabalho era apenas interrompido para a mistura de pasta de cimento, mas mesmo assim a elevao da parede foi realizada em menos de 4 horas. O capeamento da face superior da parede foi realizado com a mesma argamassa aplicada na base, e entre a parede e a viga de aplicao de carga foi colocada madeira
aglomerada para evitar a concentrao de cargas nesta regio. O prtico permite a utilizao de apenas um macaco hidrulico, e a viga de transmisso de carga, apesar de ser mais rgida que a viga do topo do prtico, no era suficientemente alta para uniformizar a carga em toda a extenso do topo da parede. Foi necessrio colocar dois apoios - um fixo e um fixo-mvel para que a carga pudesse ser aplicada em dois pontos da viga, e assim pudesse ser transmitida para toda a extenso do topo da parede e minimizar os efeitos de uma deformao esperada da viga superior. A NBR8949:1985 preconiza que os encurtamentos na parede devem ser determinados por meio de, no mnimo, dois defletmetros instalados nas laterais, cuja sensibilidade deve ser de centsimos de milmetros. Foram instalados 5 defletmetros com preciso de 0,01 mm e curso de 50 mm, dois em cada face da parede e um para medir o deslocamento horizontal (Figura 5.13). A prova de carga foi realizada de acordo com as especificaes da NBR8949:1985, com aplicao da carga controlada de forma que a tenso aplicada, calculada em relao rea bruta, se eleve progressivamente razo de 0,25 0,05 MPa/s. A princpio foram aplicadas carga em nveis de 10 kN, com pausa de 5 minutos para o reincio da aplicao da carga. As leituras dos deslocamentos foram realizadas no incio e fim da aplicao da carga.
Foram aplicados trs ciclos de carregamento, sendo os dois primeiros de no mximo 200 kN, e o terceiro de at 300kN, muito prximo da capacidade do prtico (figura 5.14).
Figura 5.14. Carga mxima aplicada parede. A carga de 300 kN foi mantida por 15 minutos, sem que a parede apresentasse incio de abertura de trincas. Foi considerada a possibilidade se enrijecer o prtico de reao para possibilitar a aplicao de cargas mais elevadas na parede, entretanto a carga atingida nesta prova de carga superior de lajes12 e/ou telhados. Mesmo considerando que a parede ensaiada tenha atingido apenas a tenso de 1,67 MPa, a partir da NBR10837:1989 pode-se considerar que a carga admissvel desta parede de alvenaria 71,5 kN/m13. O coeficiente de segurana geralmente aplicado para a determinao das cargas aplicadas sobre as alvenarias 5, o que nessa anlise leva a um limite de carregamento de 14,3 kN/m (ou 1,46 tf/m), ainda suficiente para resistir s cargas mais representativas em um projeto de uma edificao trrea.
12
Por exemplo, uma laje macia de concreto armado ( = 25 kN/m3) com 5 m de vo e 10 cm de espessura
Valor obtido a partir da tabela 2 da NBR10837:1989, para determinao de tenses admissveis em paredes de
alvenaria, multiplicado pelo fator de reduo da resistncia, considerando-se a altura e espessura efetivas como as mesmas dimenses do corpo-de-prova.
Figura 5.15. Representao esquemtica do ensaio de resistncia de aderncia entre blocos colados (cotas em cm). Os cutelos superiores, que transferem a carga aplicada pelo macaco hidrulico para o corpo-de-prova, foram colocados a uma distncia de 40 cm, prximo s juntas dos blocos, de modo que esta regio permanecesse com esforo cortante nulo. O clculo da resistncia de aderncia entre blocos foi efetuado a partir da seguinte expresso,
(6.1)
fad = resistncia trao na flexo, em MPa; P = carga mxima aplicada, em N; l = distncia entre cutelos de suporte, em mm; d = altura mdia do corpo-de-prova na seo de ruptura, em mm; Ab = rea bruta do bloco, em mm2; Foram ensaiados quatro corpos-de-prova, que apresentaram em mdia resistncia de 1,10 MPa14 (Tabela 5.7). Todos os corpos-de-prova sofreram ruptura prxima regio do encaixe, mas com destacamento de partes do bloco (figura 5.16), demonstrando que a resistncia trao do material utilizado para a colagem mais elevada que a do bloco. Tabela 5.7 Resultados de resistncia de aderncia entre blocos colados
Corpo de prova 1 2 3 4 fad fad (MPa) 1,36 0,86 1,23 0,95 1,10
(i) (ii) Figura 5.16. Ensaio de resistncia de aderncia entre blocos (i), e detalhe da ruptura do corpo-de-prova (ii).
14
Como parmetro de comparao deste resultado com as alvenarias estrutural convencional, este ensaio foi
realizado em corpos de prova constitudos de blocos cermicos (fbm = 12.56 MPa) e argamassa de assentamento de 12,83 MPa (LE-EESC, 1999). Os resultados apresentados de aderncia entre bloco e argamassa no ultrapassaram 0,66 MPa, com ruptura sempre na argamassa de assentamento.
partir do trao C3, que apresenta relao a/a de 0,29 com trao 1:4,75, diferentemente dos blocos usuais, normalmente fabricados com elevada relao a/a e consumo de cimento extremamente baixo, que comumente apresentam problemas relacionados retrao por secagem. Os resultados obtidos esto apresentados no Apndice B.7.
5.3. Permeabilidade
A penetrao de gua de chuva de paredes de fachadas pode ser determinada em laboratrio conforme mtodo apresentado nos Anexos A e B do Projeto de Norma 02:136.01.001/4:2006. Entretanto, este procedimento de ensaio realizado para o sistema de vedao como um todo. No que se refere aos prottipos produzidos, o comportamento frente penetrao de gua de chuva foi analisado de modo qualitativo com relao duas propriedades distintas: a porosidade do bloco e a passagem de gua por entre as juntas de assentamento.
por secagem e fluncia, j os vazios de 3 m a 5 m, tm efeito principalmente na resistncia compresso e permeabilidade do material. Segundo SILVA (2006), ainda que a maioria dos poros seja classificada como vazios capilares e pouco influenciam na resistncia e permeabilidade do material, comprova-se que poros de dimetro menores geram tenses capilares maiores, fazendo com que a gua tenha maior ascenso capilar. No caso dos componentes desenvolvidos nesta pesquisa, foi selecionado um aditivo com propriedades hidrofugantes, que apresentou bons resultados na produo de outros componentes de menor altura, moldados a partir do trao de referncia C3 em equipamento que ofereceu melhores condies de vibroprensagem. Este fato pode ser visualizado na Figura 5.17, em que os componentes moldados esto ao lado de um bloco convencional. Os componentes podem ser protegidos da umidade por impregnao de resina
impermeabiliante (figura 5.18) ou por outros processos de pintura. Entretanto, por se buscar nessa pesquisa alternativas que dispensam etapas posteriores ao assentamento dos blocos, foram analisados produtos para modificar o trao de concreto e se obter blocos que proporcionem ascenso capilar reduzida.
Figura 5.18. Prottipos protegidos por impregnao de resina impermeabilizante. Sem a proteo por impregnao de impermeabilizantes, a ocorrncia da ascenso capilar foi bastante elevada nos componentes produzidos em prensa manual, como pode ser observado na figura 5.19, que apresenta um bloco, originalmente seco ao ar, que permaneceu em contato com a gua apenas em sua face lateral por 12 horas. Aps esse perodo, o bloco se mostrou quase que totalmente mido.
Figura 5.19. Penetrao de gua por ascenso capilar no prottipo. A porosidade do concreto pode variar com a energia de compactao exercida no processo de moldagem dos blocos. A figura 5.20 a seguir apresenta as amostras moldadas com as diferentes energias de compactao colocadas em contato com gua apenas na face inferior por um perodo de 12 horas. Neste ensaio foram moldados corpos-de-prova cilndricos, com dimetro de 5 cm e altura de 10 cm. As amostras foram moldadas com
diferentes energias de compactao, variando em 5, 10, 20, 30 e 40 golpes por camada, em 4 camadas. Observando-se essa figura, pode-se perceber que o aumento da energia de compactao proporciona maior resistncia penetrao de gua no concreto.
Figura 5.20. Ascenso capilar em corpos-de-prova moldados com diferentes energias de compactao. Para se minimizar a porosidade do concreto, pode-se encontrar os mais diversos produtos. No caso das paredes de alvenaria, so normalmente utilizados trs tipos de produtos para combater a penetrao de gua: emulses asflticas ou polimricas aplicadas sobre os blocos antes da aplicao do reboco; revestimentos de argamassa com adies impermeabilizantes base de sais de sdio, que reagem com os produtos de hidratao do cimento proporcionando o bloqueio da rede capilar, ou base de polmero acrlico com a mesma finalidade; pintura base de resina acrlica ou silicone para impermeabilizao de paredes de alvenaria exposta sem aplicao de argamassa. Estas solues so utilizadas no intuito de isolar os blocos de concreto ou de outros materiais da umidade externa, evitando assim a ocorrncia de diversos tipos de manifestaes patolgicas. Entretanto, estas so consideradas medidas preventivas que devem ser utilizadas para a utilizao de materiais porosos comumente empregados em paredes de alvenaria. Nesta etapa da pesquisa tem como objetivo avaliar qual o melhor tipo de adio a ser utilizado na fabricao dos blocos de concreto para impedir a penetrao de gua, sem que seja necessrio recorrer a sistemas externos de impermeabilizao.
Para tanto, foram testados aditivos base de sais de sdio e adies de polmero, que podem ser aplicados mistura de concreto para fabricao de blocos, da mesma forma que so utilizados para promover diminuio da permeabilidade em concretos e argamassas. Existem diversos produtos base de sais de sdio no mercado brasileiro para esta finalidade. Com relao aos polmeros, existem vrios tipos utilizados para a modificao das propriedades do concreto, que so: Acetato de polivinila (PVA); Copolmeros acrilicos; Copolmeros estireno-acrlico; Copolmeros acetato de vinila-acrlico; Copolmeros estireno-butadieno (SBR); Copolmero ster poliacrilato (EPA); Ltex de resina epxi.
Em contraste com os concretos e argamassas convencionais, em que os aditivos so utilizados em pequenas quantidades, os concretos e argamassas de cimento Portland modificados tm uma grande quantidade de polmero que suplementa o cimento Portland como um material aglomerante. Estas adies podem varias de 5% a 30% em relao massa de cimento. Em geral, o ltex encontrado disperso em gua, assim, o teor gua/aglomerante deve ser recalculado. Entretanto, cada tipo de ltex produz diferentes propriedades quando usado para modificar argamassas e concretos de cimento hidrulico. Dessa forma, para o seu correto uso, importante conhecer as caractersticas e propriedades do ltex, onde as mais importantes so: teor de slidos, pH, viscosidade e tipo de estabilizador. Neste estudo foram moldados corpos-de-prova cilndricos, (5 x 10 cm) com quatro camadas de 40 golpes, mantidos em cura mida at atingir a idade de 7 dias. Ento os corpos-de-prova foram secos ao ar, e colocados em contato com a gua apenas em sua face inferior por 24 horas. Foram moldados corpos-de-prova com o trao C3 (referncia), com
adies em relao massa de cimento de 1% e 2,5% de aditivo base de sais de sdio, e 10% e 20% de ltex (PVA). Os corpos-de-prova de referncia sofrem penetrao de gua por ascenso capilar at saturar quase a totalidade de sua superfcie (Figura 5.21).
Figura 5.21. Ascenso capilar em corpos-de-prova de referncia aps 24 horas. Entretanto, utilizando-se adies de at 20 % de PVA, houve uma significativa diminuio da porosidade do concreto (figura 5.22). Apesar do bom resultado, observa-se que aps 24 h em contato com a gua, possvel ver partculas deste produto disperso na gua de contato. Este fato indica que este produto pode sofrer reemulso se permanecer em contato por longos perodos com a gua o que pode provocar srias patologias ao concreto.
Figura 5.22. Ascenso capilar em corpos-de-prova com adies de 10% (i) e 20% (ii) de PVA. Foram tambm utilizados aditivos a base de sais de sdio para a diminuio da porosidade do concreto. Tanto os corpos-de-prova com adio de 1% quanto os de 2,5% no foram suficientes para deter a ascenso capilar, quando comparados com os corpos de prova de referncia (figura 5.23).
Figura 5.23. Ascenso capilar em corpos-de-prova com adies de 1% (i) e 2,5% (ii) de aditivo base de sais de sdio. Desta forma, pode-se perceber que a utilizao de concretos modificados com polmeros pode diminuir consideravelmente a porosidade dos blocos de concreto. Sero necessrias pesquisas especficas acerca deste assunto para determinar a melhor alternativa entre os diversos polmeros a serem utilizados na fabricao dos blocos, levando-se em considerao as outras propriedades envolvidas, tais como resistncia compresso, isolamento termo-acstico, resistncias aos raios ultra-violeta (UV), durabilidade, etc. Devese tambm levar em considerao a utilizao de aditivos anti-espumantes para minimizar a incorporao de ar provocada por agentes utilizados na fabricao de determinados tipos de ltex.
15
Dados do exaustor utilizado: 30 cm de dimetro, potncia 1/5 HP, 1700 rpm e vazo de 1200 m3/h (dados fornecidos pelo
fabricante).
um tubo de PVC de 300 mm de dimetro e um aspersor de gua em sua extremidade. O ar impulsionado pelo exaustor direcionado parede pelo tubo, enquanto o aspersor proporciona uma vazo constante de gua em direo parede, formando uma pelcula, de forma que sua superfcie fique completamente tomada pela gua, enquanto o vento gerado pelo exaustor exerce presso contra a parede. Para esta avaliao, foi necessrio impermeabilizar as superfcies dos blocos, pois sua porosidade fazia com que os blocos fossem saturados nas primeiras horas do ensaio, antes que a gua pudesse penetrar pelas juntas. A impermeabilizao dos blocos foi realizada com resina acrlica em todas as faces do bloco, exceto a face oposta ao contato com a gua e no interior dos orifcios. Desta forma foram elevadas miniparedes de dois blocos com quatro fiadas de altura - 80 x 60 cm de altura e largura, respectivamente (Figura 5.24). Este ensaio foi realizado com blocos assentados a prumo, o que representa a situao mais desfavorvel, uma vez que h na regio central dos corpos-de-prova trs pontos com o encontro de quatro blocos.
Figura 5.24. Ensaio de simulao de chuva. O aparelho simulador de chuva foi direcionado com o centro coincidindo com a junta entre as duas ltimas fiadas. Pode-se observar na figura 5.25 que no houve passagem de gua pelas juntas horizontais, o que significa que os encaixes horizontais funcionam como
barreira para a penetrao de gua de chuva. Entretanto, houve passagem de gua entre as juntas verticais. A penetrao de gua atravs destas juntas verticais se apresentou mais profunda nas fiadas inferiores, sendo que em alguns casos, houve passagem de gua at a face oposta da parede na primeira fiada do corpo-de-prova.
Figura 5.25. Passagem de gua pela junta horizontal dos blocos das 2 e 3 fiada do corpo-de-prova. Esse fato ocorreu em quatro ensaios consecutivos, sempre aps 4 horas de ensaio. Isto indicou que o encaixe lateral do prottipo devia ser redefinido, de modo que se impea a passagem de gua, para o caso de se utilizar juntas assentadas a seco. Com relao s juntas horizontais, no houve indcio de passagem de gua em nenhum dos ensaios, comprovando a eficincia deste encaixe. Entretanto, como os resultados de resistncia compresso apresentados no item 5.1.3 mostram a melhor eficincia entre a resistncia compresso dos blocos e dos prismas, quando aplicado o mtodo de colagem proposto nesta pesquisa. Desta forma, recomenda-se tambm a colagem das juntas verticais, de modo que se impea a passagem de gua nesta regio.
Assim, a vista em planta do bloco principal com a colocao dos orifcios, bem como as dimenses das salincias, pode ser observada na Figura 6.1, e sua perspectiva isomtrica na Figura 6.2. Observa-se nesta figura que o terceiro orifcio no centro do bloco foi retirado, pois para manter os septos com espessura de 25 mm o orifcio seria extremamente estreito.
Figura 6.1. Representao em planta do bloco principal e dimenses dos encaixes das faces horizontais (cotas em mm).
propriedades do bloco principal, em que os encaixes proporcionam o intertravamento da parede em todas as direes, o assentamento em prumo ou em amarrao, e os encaixes funcionam como guia para as fiadas subseqentes.
6.2.1. Encontros em L
Para os encontros de paredes em L, foram projetados dois blocos especficos que, assim como nestes encontros com blocos usuais de modulao M-29, o encontro constitudo por blocos de mesma dimenso. Porm estes blocos possuem encaixes tipo fmea em laterais opostas para garantir a amarrao do encontro da parede (figura 6.3). As perspectivas isomtricas dos blocos e das primeiras fiadas podem ser observadas nas figuras 6.4 e 6.5 respectivamente.
Figura 6.3. Unidades especiais para encontros de parede em L, em planta. L1 e L2, respectivamente.
Figura 6.4. Perspectiva isomtrica das unidades especiais para encontros de parede em L. L1 e L2, respectivamente.
(i) (ii) Figura 6.5. Perspectiva isomtrica da primeira (i) e segunda fiada (ii) do encontro de parede em L.
6.2.2. Encontros em T
Assim como os encontros de paredes em L, foram tambm projetados dois blocos especiais para os encontros em T. O primeiro deles tem comprimento de 450 mm e possui um encaixe lateral na direo do orifcio central. O outro tem as mesmas dimenses da unidade principal, porm possui encaixes tipo fmea nas duas faces laterais, fazendo a ligao entre as paredes (figura 6.6). Esto ilustradas nas figuras 6.7 e 6.8 as representaes em perspectiva isomtrica dos blocos e das primeiras fiadas, respectivamente.
Figura 6.6. Unidades especiais para encontros de parede em T, em planta. T1 e T2, respectivamente.
Figura 6.7. Perspectiva isomtrica das unidades especiais para encontros de parede em T. T1 e T2, respectivamente.
(i) (ii) Figura 6.8. Perspectiva isomtrica da primeira (i) e segunda fiada (ii) do encontro de parede em T.
6.2.3. Encontros em X
Para os encontros de parede em X, necessria apenas uma unidade de alvenaria especial, com comprimento de 450 mm. Esta unidade possui dois encaixes fmea, um em cada face do bloco, na direo do orifcio central (figura 6.9). As perspectivas isomtricas deste bloco e das primeiras fiadas da parede em X podem ser observadas nas figuras 6.10 e 6.11 respectivamente
(i)
(ii)
Figura 6.11. Perspectiva isomtrica da primeira (i) e segunda fiada (ii) do encontro de parede em X.
adotados encaixes tipo fmea, pois estes no dificultam a paletizao dos blocos. Para que no haja o encontro de dois encaixes fmea numa mesma fiada, foi projetado uma unidade, com mesmas dimenses da unidade principal, dotada de dois encaixes macho (Figura 6.12). A perspectiva isomtrica deste bloco est apresentada na Figura 6.13. Desta forma, todas as fiadas em que haja blocos especiais de encontro nas suas extremidades, e no tenham aberturas, precisaro de uma unidade de bloco tipo duplo-macho, como pode ser observado na figura 6.14.
Figura 6.14. Perspectiva isomtrica de uma fiada com utilizao do bloco duplo-macho.
6.2.5. Meio-bloco
Para a compensao da modulao nas regies de vos e aberturas, foi previsto para a famlia de blocos o meio bloco (figura 6.15).
(i) (ii) Figura 6.15. Representao em planta (i) e perspectiva isomtrica do meio bloco (ii).
Figura 6.18. Blocos canaleta cortados para compor encontro de paredes. Em obras de alvenaria estrutural convencional normalmente se deixa uma abertura nos encontros de blocos canaleta, que posteriormente so fechados com chapa de madeira. Esta prtica deve ser evitada no mtodo construtivo proposto, por comprometer a
integridade do acabamento superficial da parede. Por esse motivo, o recorte nos blocos observado na figura 6.18 se faz necessrio.
(i) (ii) Figura 6.19. Perspectiva isomtrica dos blocos J (i) compensador (ii).
Outra possibilidade que completaria a famlia de blocos apresentada o bloco de fim de parede. Este bloco semelhante ao bloco principal, diferenciando-se por possuir apenas o encaixe tipo fmea, enquanto o encaixe macho foi substitudo pela face plana que oculta os encaixes no fim da parede acabada. Este bloco tem apenas funo esttica e necessita de um meio-bloco para ajustar a amarrao da parede (Figuras 6.20 e 6.21). Entretanto, a demanda deste tipo de bloco na maioria dos projetos residenciais muito baixa, pois existem poucas aberturas que no necessitem de batentes para a fixao de caixilhos, o que os tornaria onerosos para a fabricao.
Figura 6.21. Perspectiva isomtrica das unidades especiais para fim de parede. Dentro de uma mesma modulao, unidades especiais de alvenaria podem ser fabricadas de modo que permitam encontros em V ou em Y, com orifcios para a colocao de armaduras construtivas, aumentando sobremaneira as possibilidades de configuraes arquitetnicas. Existe tambm a possibilidade de se elaborar unidades de
alvenaria com curvaturas pr-definidas de modo a se produzirem paredes arredondadas. Desta maneira, possvel perceber que existem infinitas configuraes que podem ser obtidas com o conceito de encaixes apresentadas nesse Captulo.
6.3. Paletizao
O armazenamento e transporte de blocos para alvenaria pode ser realizado mediante a utilizao de paletes, empilhando-os em camadas sucessivas, aproveitando sua modulao para formar cubos de modo que estes possam permanecer em equilbrio e segurana, desde a fbrica at o momento de sua aplicao na obra. Entretanto, por possurem salincias e reentrncias em quase todas as faces, os componentes desenvolvidos nesta pesquisa no podem ser armazenados em paletes da maneira convencional. Desta forma, o armazenamento e transporte destes blocos podem ser comprometidos se este fator no for previsto em seu projeto. Durante a pesquisa, as unidades fabricadas foram armazenadas em paletes com dimenses de 120 x 120 cm, deitados em 6 fileiras de 4 blocos (Figura 6.22). O formato quadrado do palete possibilita a amarrao das camadas sucessivas de blocos. Alm desta configurao, possvel para a paletizao dos prottipos em paletes de 60 x 60 cm, uma vez que sua altura (20 cm) no mltipla das dimenses em planta (15 x 30 cm).
Na figura 6.22 apresentada anteriormente, pode-se observar que os blocos podem ser empilhados sobre bases quadradas, com medidas moduladas a partir do comprimento do bloco principal (30 cm). Como citado anteriormente, os blocos devem ser armazenados deitados, pois as salincias e reentrncias dos encaixes superior e inferior no permitem que estes possam ser dispostos em diferentes direes nas camadas sucessivas. Esta mesma forma de armazenamento pode ser aplicada aos blocos especiais para encontro em L, pois possuem as mesmas dimenses dos blocos principais, e aos meio-blocos. Deve-se lembrar que a medida 30 cm corresponde ao comprimento da face externa do bloco principal, mas o seu comprimento total, considerando-se o encaixe macho, 30,5 cm. O mesmo ocorre com sua altura que, considerando-se o encaixe macho, 20,5 cm. Como estes blocos podem ser armazenados encaixados lado a lado, o comprimento final das bases do cubo formados pelos blocos principais tero uma diferena de apenas 5 mm. Desta forma, os paletes devem ser construdos sempre com dimenses um pouco maiores (pelo menos 1 cm) para que esta diferena no atrapalhe o armazenamento. Os blocos canaleta podero ser armazenados sobre as mesmas bases utilizadas para o bloco principal, mas devem ser colocados em p para evitar quebras, tal como realizado com os blocos convencionais (Figura 6.23).
Figura 6.23. Armazenamento dos blocos canaleta. Como na famlia de blocos h blocos especiais com dimenses distintas (por exemplo 15 x 45 x 20 cm) o armazenamento poder ser realizado da mesma maneira em
paletetes com dimenses de no mnimo 180 x 180 cm para proporcionar a amarrao das camadas. Alm destes, ainda necessrio definir a forma de armazenamento do bloco duplo-macho. Na figura 6.24 pode-se observar que este bloco possui dimenses diferentes dos demais blocos devido a presena dos dois encaixes tipo macho, de modo que a medida de seu comprimento no mltipla de sua largura nem altura. Este fato faz com que o mtodo de armazenamento seja diferente dos demais blocos.
Figura 6.24. Dimenses do bloco duplo-macho. Uma soluo para simplificar o armazenamento seria coloc-los empilhados, em p e a prumo devido os encaixes superior e inferior, e em paletes pequenos para que no haja problemas com a estabilidade durante o armazenamento e transporte. Outra alternativa para se proporcionar possibilidades de se armazenamento os blocos em paletes em outras dimenses menores seria diminuir a altura do blocos para 15 cm. O bloco principal e os demais especiais com as mesmas dimenses em planta e altura reduzida poderiam ser empilhados em uma base quadrada de 30 x 30 cm para o transporte dentro da obra em carrinhos de mo, ou empilhados em cubos de diferentes dimenses, como ilustrado na figura 6.25 a seguir, para o transporte em paletes sobre empilhadeira. Entretanto, a modificao da altura implica na alterao de vrias outras propriedades da alvenaria formada a partir destes componentes, uma vez que o nmero de juntas entre blocos na parede ser maior. Este fato pode diminuir a resistncia compresso da parede, aumentar a possibilidade de problemas de infiltrao de gua de chuva pelas
juntas, alm de modificar a modulao altimtrica da parede, que com blocos de 20 cm de altura era compatvel com a modulao das paredes convencionais.
Os projetos de instalao hidrulica, eltrica, de gs, etc. devem ser realizados em conjunto com o projeto de modulao e estrutural da edificao, de modo que estas instalaes possam ser alocadas em posies que no interfiram em outros subsistemas da obra. Com exceo das instalaes eltricas, que so de fcil manuteno, as instalaes hidrulicas e de gs devem ser preferencialmente dispostas no projeto de modo que facilite a manuteno. Estas instalaes podem ser realizadas com tubulao vista ou em shafts que permitam fcil acesso, mas sempre harmonia com o projeto arquitetnico. Os blocos podem ser eventualmente cortados para a instalao de caixas eltricas, torneiras, registros, etc. assim como para os encontros entre blocos canaleta ou para a colocao de grampos. Entretanto, alguns detalhes da elevao de paredes utilizando os blocos projetados nesta pesquisa acarretam situaes peculiares tcnica apresentada. Para o melhor entendimento, estas situaes so ilustradas a partir do exemplo apresentado na figura 6.26 a seguir, em que se pode observar um trecho de uma planta arquitetnica a maioria das situaes peculiares ao sistema. Nele tm-se um encontro de parede em L e outro em T, alm de duas aberturas uma porta e uma janela.
Parede 1
A elevao do trecho Parede 1 utilizado como exemplo est representada na figura 6.27, em que se pode observar cada um dos tipos de blocos necessrios para sua elevao de acordo a tcnica proposta. Pode-se observar nesta figura que a presena das aberturas na parede e a utilizao de blocos canaleta minimizaram a quantidade de blocos duplo-macho neste trecho de parede, que necessita de apenas dois blocos do tipo duplomacho para a composio da modulao. Alm disso, nesta figura esto apontados quatro detalhes cujas peculiaridades so discutidas nos itens subseqentes.
Legenda:
iii
iv
ii
comprometendo a racionalizao do processo, a qualidade da construo em muitos casos, o desempenho estrutural. Este tipo de ajuste no admitido para a tcnica construtiva proposta nesta pesquisa, uma vez que os blocos j acabados no podero ser revestidos com argamassa para esconder preenchimentos entre os vos e esquadrias. Por este motivo, a questo da compatibilidade as dimenses das esquadrias, e o mtodo de instalao destas esquadrias deve ser bem avaliado. O assentamento dos blocos pode proporcionar vos dispostos entre blocos com as faces fmea voltadas para o vo, que no exemplo da figura 6.28 corresponde ao vo da janela. Esta situao sempre ocorre em apenas uma abertura das aberturas da parede, gerando aberturas com dimenses modulares mltiplas de 15 cm. Por outro lado, as outras aberturas da parede sero constitudas de blocos com uma face macho e outra fmea no lado oposto voltadas para o vo. Isto faz com que as aberturas tenham as mesmas dimenses modulares, porm subtraindo-se 5 mm correspondentes do encaixe vertical macho dos blocos.
encaixe fmea
vo da porta
vo da janela
Figura 6.28. Vista em planta da oitava fiada. detalhe (i) da figura 6.28. Esta diferena na modulao dos vos pode ser solucionada com a utilizao dos blocos de fim de parede, fazendo com que as aberturas tenham as faces internas lisas, livre dos encaixes. Entretanto, a indisponibilidade de esquadrias com dimenses modulares coincidentes com as dos blocos desta pesquisa poder obrigar a colocao de rguas de
madeira ou outro material para ajustar a modulao16. Neste caso, essas mesmas rguas podem ser feitas com o intuito de ocultar os encaixes das faces laterais das aberturas de modo que no seja necessria a utilizao dos blocos especiais de fim de parede. No caso de esquadrias de madeira, este ajuste pode ser feito com a aplicao de espuma de poliuretano entre o vo da parede e o batente, colocando-se a guarnio para ocultar a diferena da modulao. A utilizao de caixilhos de alumnio uma opo conveniente devido possibilidade de se fabric-las nas medidas ajustadas aos vos das janelas, entretanto, geralmente so mais dispendiosas que os demais tipos de esquadrias, ainda que mais durveis. A utilizao de esquadrias de ao, encontradas em maior variedade e melhores preos s possvel mediante a utilizao de recursos que permitem o ajuste da modulao destas com a modulao da alvenaria, como batentes envolventes ou de contra-marcos prmoldados. Entretanto, a busca por recursos a fim de ajustar modulaes de diferentes subsistemas na obra vai de encontro com o desenvolvimento de sistemas construtivos completamente industrializados. A industrializao da construo requer que os diversos componentes dos diferentes subsistemas sejam totalmente compatveis, prontos para serem aplicados sem a necessidade de alteraes ou utilizao de recursos corretivos. Mesmo em projetos de modulao de alvenaria estrutural convencional, a variedade encontrada no mercado de esquadrias no favorece a coordenao modular entre as dimenses destas e das aberturas da alvenaria. O esforo para o desenvolvimento de tcnicas com o intuito de ajustar este subsistema demonstra apenas uma carncia no mercado de esquadrias de produtos ajustados sua modulao de mtodos construtivos j
16
Consideraes detalhadas a respeito das interfaces entre modulao de caixilhos e da alvenaria estrutural podem ser encontradas em:
MAMEDE, F. C. (2001) Utilizao de pr-moldados em edifcios de alvenaria estrutural. 169f. Dissertao (Mestrado). Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo. So Carlos, 2001.
consolidados, o que no impediria a utilizao destas em construes convencionais que admite ajustes seja qual for a modulao adotada.
Figura 6.29. Vista em planta do encontro entre bloco canaleta e bloco especial de encontre entre paredes T-2.
encontro de paredes seria realizado mediante a colocao de um bloco T-1. Entretanto, este bloco foi substitudo por um bloco L-1, utilizado para encontros de parede em L (Figura 6.30), sendo necessrio realizar corte apenas do bloco canaleta. Assim como na situao anterior, o graute utilizado para preencher o bloco canaleta preencher a abertura remanescente do encaixe fmea do bloco canaleta em contato com a parede do bloco L-1, ou realizar um corte neste bloco para a passagem de armadura de transio com a verga.
Figura 6.30. Vista em planta do encontro entre bloco canaleta e bloco especial de encontre entre paredes L-1.
pesquisa. Aps a fixao dos blocos sobre a superfcie, deve-se preencher as reentrncias da parte inferior dos blocos com esta mesma argamassa para impedir passagem de gua ou ar por alguma falha que possa ter ocorrido na colagem dos blocos (Figura 6.31, detalhe ii).
Figura 6.31. Corte AA do detalhe iv da parede 1. (i) contra-verga grauteada; (ii) preenchimento com pasta para colagem.
sem revestimento
R$/m2
c/ revestimento
1 2
R$/m2
R$/m2
27,12 45,31 26,36 31,00 31,90 36,01 31,02 34,98 44,80 39,64 46,44 50,87
79,68 97,87 78,92 83,56 84,46 88,57 83,58 87,54 97,36 92,20 99,00 103,43
46,62 51,26 52,16 56,27 51,28 55,24 65,06 59,90 66,70 71,13
1) revestimento convencional com aplicao de chapisco (7 mm), emboo (20 mm) e reboco (5 mm) em ambas as faces da parede. 2) revestimento com aplicao de uma camada de gesso (5 mm) na parede interna, e massa impermevel monocamada na parede externa.
Blocos assentados por intertravamento so notoriamente conhecidos pela alta produtividade durante a elevao das alvenarias. Como visto no Captulo 3, diversos fornecedores consideram uma produtividade mdia superior a 100 blocos assentados por hora, por trabalhador sem experincia. No caso dos blocos desenvolvidos nesta pesquisa, mesmo assentados via mida mediante colagem, esta mesma produtividade pode ser alcanada por mo de obra treinada. Neste caso, considerando que o assentamento cada bloco que requer, em mdia, 20 ml da pasta de cimento colante utilizada na construo dos prismas e paredes ensaiados (quantidade utilizada em laboratrio), pode-se admitir a composio de custos unitrios mostrada na tabela 6.2.
Como so necessrios 22 blocos por metro quadrado de parede, o preo do bloco deve ser no mximo R$ 1,95 para que o custo desta seja equivalente ao custo de uma parede de blocos cermicos estruturais (e = 14 cm) com revestimento interno em gesso e externo em argamassa monocapa, lembrando que no foi levada em considerao a pintura, impermeabilizao ou outro servio a ser executado. Ou seja, o preo deste bloco pode ser at 175% em relao ao preo de um bloco de concreto usual17 para ser competitivo no mercado.
17
Por outro lado, deve-se ressaltar que estas consideraes com relao ao preo do bloco so vlidas apenas quando se considera o mesmo tipo de comercializao realizado com os blocos convencionais. Outros tipos de negcios podem ser feitos com este tipo de bloco, como, por exemplo, a venda de kits residenciais completos, que podem ser montados com mo de obra oferecida pelo prprio fabricante ou com mo de obra contratada pelo comprador. Diferentes formas de comercializao incidem de maneira distinta sobre os aspectos mercadolgicos e financeiros. Portanto, os mais diversos tipos de negcios que podem ser realizados com este tipo de produto devem ser imaginados e avaliados para se estabelecer qual o modo mais vantajoso para o fabricante em termos de qualidade, oferecendo produtos de boa qualidade e preo ao consumidor.
(retirada dos scios) encargos sociais sobre salrios e pr-labore, honorrios profissionais (contador, outros), despesas com veculos, despesas com alimentao, despesas financeiras, despesas de manuteno, e depreciao sobre ativo fixo. Desta forma, a relao entre o preo de venda, as despesas de produo e o lucro deve obedecer a seguinte expresso,
PV =
em que: PV = Preo de venda; cdv = Custos diretos variveis; dv = Despesas variveis; df = Despesas fixas; l = lucro lquido.
(6.1)
A fabricao da famlia de blocos projetada nesta pesquisa difere da produo dos blocos usuais apenas em relao s matrias primas utilizadas, moldes diferenciados, que podem ser construdos para funcionar com os mais diversos tipos de mquinas de blocos com algumas alteraes em seu ciclo produtivo. Como os moldes e mquinas so investimentos que formaro parte dos ativos da empresa, seu custo considerado no valor de venda do produto, de acordo com a porcentagem de lucro lquido adotada para definir o retorno deste investimento. Por outro lado, o custo da matria prima para a fabricao dos blocos influi diretamente no preo do produto, pois este valor considerado no custo direto varivel. O custo da matria prima para a fabricao do bloco principal projetado em laboratrio, considerando-se o trao C3, utilizando-se cimento branco e adicionando-se 5% de pigmento, est disposto na tabela 6.3 a seguir.
Tabela 6.3 Estimativa de custos de matria-prima para a produo do prottipo pigmentado em laboratrio. Consumo por Custo por Custo por Unidade Preo Unitrio Material m m3 bloco Cimento CPB 40 412,51 kg R$ 0,72 R$ 297,00 R$ 1,44 Areia 1,34 m R$ 48,11 R$ 64,47 R$ 0,31 Pigmento 20,63 kg R$ 9,00 R$ 185,63 R$ 0,90 Plastificante 4,13 l R$ 9,00 R$ 37,13 R$ 0,18 Total R$ 584,23 R$ 2,84
Entretanto, este trao foi obtido para a fabricao de blocos em prensa manual, e a utilizao de uma vibro-prensa industrial necessitaria de um novo estudo de dosagem, que provavelmente resultar em um menor consumo de cimento devido maior capacidade de compactao oferecido pelo equipamento. Segundo Faria (2001), enquanto uma prensa manual produz blocos com resistncia compresso mdia de 6,9 MPa com trao 1:4,75 (cimento:agregados), tal qual os prottipos fabricados em laboratrio, uma prensa hidrulica capaz de produzir um bloco com esta mesma resistncia a partir de traos entre 1:9 e 1: 10 (figura 6.32). Seguindo esta estimativa, o preo da matria prima para este bloco poderia cair para R$ 1,75.
Resistncia x Trao
Resistncia (MPa) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Partes de agregado por parte de cimento Manual Pneumtica Hidrulica Mecnica
Figura 6.32. Resistncia compresso dos blocos de concreto em funo do maquinrio utilizado para fabricao.
(fonte: Faria (2001)
Estima-se que o custo de produo de um bloco convencional de 4,5 MPa, utilizado como objeto de estudo por Juste (2001) com dimenses nominais de 15 x 20 x 40 cm, rea lquida de 546 cm2. Este tipo de bloco, segundo Faria (2001), pode ser fabricado em prensa pneumtica com trao 1:3:7 (cimento : areia : pedrisco) e teor de umidade de 7% (Faria, 2001). Desta forma, o custo de matria prima para produo deste componente mostrado na tabela 6.4.
Tabela 6.4 Estimativa de custos de matria prima para a produo de blocos de concreto convencionais.
Material Cimento CPB V ARI RS Areia Pedrisco Total Consumo por m Unidade 160,28 0,42 1,08 kg m kg Preo Unitrio R$ 0,29 R$ 48,11 R$ 47,15 Custo por m3 R$ 46,08 R$ 20,21 R$ 50,92 R$ 117,21 Custo por bloco R$ 0,48 R$ 0,21 R$ 0,53 R$ 1,22
O valor do custo da matria prima do bloco convencional e para a produo do prottipo em laboratrio foram calculados com base nos preos dos materiais fornecidos na regio de So Carlos (SP). Entretanto, como as fbricas de bloco compram este material em grande quantidade, podem negociar os preos e alcanar a custos mais baixos. Este fato explica o motivo do valor encontrado para o custo da matria-prima para a fabricao do bloco convencional estar acima do preo encontrado para este produto na publicao Construo e Mercado (09/2006), estipulado em R$ 1,15. Contudo, esta estimativa demonstra que o valor do componente desenvolvido nesta pesquisa, se fabricado nas mesmas condies descritas neste trabalho, o custo de material seria aproximadamente 2,33 vezes o custo da matria prima do bloco convencional. Mas o custo da matria prima representa uma porcentagem do preo do produto final. As outras porcentagens so relativas aos demais custos diretos variveis, s despesas fixas e variveis, e ao lucro lquido. Desta forma, pode-se considerar que para um mesmo modelo de fbrica de blocos, as alteraes nos demais custos e despesas podem ser consideradas inalteradas. Este fato faz com que a diferena de custo da matria prima incida em uma proporo menor no preo final do bloco. Alm disso, considerando-se a utilizao mquinas mais eficientes para a fabricao deste bloco, a relao entre o custo de matria prima reduziria para 1,44 vezes o custo de matria prima do bloco convencional. Esta relao j bastante inferior de 1,75 no preo final do bloco, que seria necessria para mostrar vantagem econmica entre a elevao de uma parede com os blocos j acabados e pigmentados comparada ao custo de uma parede de
blocos estruturais cermicos, revestida internamente com gesso e externamente com argamassa monocapa. Desta maneira, a utilizao dos blocos desenvolvidos nesta pesquisa pode proporcionar menores custos na construo. Os clculos apresentados foram baseados nos padres de acabamento dos blocos utilizados nesta pesquisa (i.e. com acabamento superficial completamente liso, fabricados com concreto colorido a partir de cimento estrutural branco e pigmentos). Diversos outros padres de acabamento e colorao dos blocos podem ser utilizados, de modo a se diminuir os custos de produo sem prejudicar o efeito esttico final da edificao. Alm disso, com relao ao aspecto financeiro avaliado no item anterior, os custos das paredes obtidos a partir de componentes usuais no contavam com os custos de pintura. Dessa forma, pode tambm ser vivel a produo de componentes no pigmentados, afinal, comum encontrar edificaes com diferentes padres de cores em suas paredes, inclusive em faces opostas de uma mesma parede. A comercializao dos componentes sem pigmentao acarreta em custos mais baixos para produo dos blocos, fazendo com que os custos de produo destes sejam mais prximos aos custos de produo do bloco convencional. Mas vale ressaltar que a sinergia entre a eliminao das etapas de revestimento da parede, proporcionada pelo acabamento superficial obtido em sua fabricao, e a alta produtividade dos blocos assentados mediante encaixe, somente possvel com componentes de elevada preciso dimensional, so fatores determinantes para a viabilidade econmica da utilizao dos blocos desenvolvidos.
CONCLUSES
O desenvolvimento de um componente de construo para alvenarias que propicie melhores resultados em termos de qualidade e custo resume o objetivo geral desta pesquisa. A partir deste desenvolvimento, pode-se definir que a concepo de um novo componente e processo construtivo com base no sistema convencional de alvenarias estruturais juntamente com conceitos de racionalizao e produtividade a partir da padronizao, organizao da produo e coordenao modular, estabeleceu uma interface de entendimento fcil, prtica e objetiva para projetistas, construtores e consumidores. Resultou assim em um componente de fcil aplicao, com alto valor agregado, que dispensa diversas etapas de acabamento e no necessita de mo-de-obra especialmente capacitada para sua aplicao na obra. Estas propriedades fazem com que a utilizao de componentes de alvenaria, como os desenvolvidos nesta pesquisa, de fato promova bom desempenho s edificaes de acordo com os objetivos propostos. Com base nos resultados finais e nas observaes constatadas durante o desenvolvimento desta pesquisa, enumeram-se as principais concluses, como segue:
i.
As formas e dimenses adotadas definiram o projeto de uma famlia de blocos passvel de ser produzida em escala industrial, tal como so fabricados alguns dos blocos para alvenarias intertravadas apresentados no Captulo 3. Esta famlia de blocos, apesar de ser relativamente numerosa, proporciona solues para a maioria das situaes de projeto encontradas em edificaes;
ii.
O intertravamento da alvenaria possibilitado pelos encaixes dispostos nas faces dos blocos. Sua utilizao pode ser realizada a seco, que proporciona maior produtividade durante a construo, desde que as paredes estejam em reas sem contato com gua;
iii.
As propriedades mecnicas da alvenaria podem ser melhoradas com a utilizao do procedimento de colagem adotado, que alm de propiciar melhores resultados de resistncia compresso, pode proporcionar desempenho adequado frente ao da chuva. O mtodo de colagem utilizado para assentamento dos blocos propicia fator de eficincia entre a resistncia dos blocos e prismas superior ao das alvenarias assentadas a seco. Entretanto, o procedimento adotado pode descartar a possibilidade de reutilizao dos componentes em caso de demolio;
iv.
A partir das anlises experimentais descritas no Captulo 5, pde-se concluir que as propriedades fsicas e mecnicas, ainda que de prottipos, satisfazem as condies de estabelecidas em normas tcnicas para blocos de concreto com funo estrutural. A resistncia mecnica alcanada equivale de um bloco estrutural, mesmo considerando-se que os prottipos analisados foram fabricados com prensa manual, o que confirma a perspectiva de uso para edifcios de mltiplos pavimentos;
v.
Em blocos assentados a seco, a penetrao de gua de chuva foi impedida apenas nas juntas horizontais, enquanto que nas juntas verticais houve passagem de gua para a outra face da parede, para o tipo de encaixe inicialmente adotado no projeto dos blocos. A utilizao de configuraes diferenciadas para o encaixe vertical poderia sanar este problema, entretanto outros modelos de blocos assentados mediante encaixes mais complexos apresentam a mesma deficincia, fazendo com que este tipo de assentamento fosse recomendado apenas para reas secas, livres do contato com a gua. Fez-se ento necessrio aplicar a colagem em todas as faces de
CONCLUSES 201
assentamento dos blocos para impedir a penetrao de gua atravs das juntas verticais. vi. O intertravamento e o assentamento mediante colagem so dois fatores que devem ser considerados em conjunto nesse tipo de alvenaria. Por um lado, intertravamento mediante encaixes fundamental para o perfeito posicionamento dos blocos nas fiadas subseqentes. Por outro, o assentamento mediante colagem, alm de proporcionar maior eficincia na relao entre a resistncia dos blocos, prismas e paredes, pode impedir a passagem de gua em pontos que os encaixes no so capazes de impedir; vii. Com relao composio do concreto utilizada, pode-se definir que o empacotamento das partculas dos agregados, apesar de ser um importante fator a ser analisado para se alcanar resistncia compresso mais elevada para o concreto por reduzir a quantidade de vazios contidos na mistura, este procedimento pode no propiciar o acabamento superficial liso. De fato, as misturas de agregados estudadas requereram uma quantidade de finos superior encontrada nas misturas de mximo empacotamento. O acabamento liso dos blocos obtido a partir do efeito parede, que faz com que as partculas mais finas se acumulem em torno de superfcies extremamente grandes aps o processo de adensamento. No caso da fabricao de blocos, as partculas mais finas em excesso na mistura ficam acumuladas na face do molde, propiciando assim um acabamento mais liso. Deve-se ressaltar que as condies de acabamento obtidas a partir dos materiais utilizados nesta pesquisa podem ser reproduzidas somente a partir de uma determinada variedade de agregados disponveis de modo que se obtenham curvas granulomtricas que obedecem aos parmetros observados no Captulo 4;
viii.
A disponibilidade de materiais que propiciem esta propriedade ao bloco deve ser analisada em cada regio do pas, de modo que este desempenho possa ser alcanado ou at mesmo ultrapassado;
ix.
Outros padres de acabamento superficial dos blocos podem ser obtidos para satisfazer as mais diversas exigncias;
x.
As condies de fabricao dos componentes nesta pesquisa no permitiu a produo de componentes com baixa capacidade de absoro de gua. Como qualquer material base de cimento, o concreto utilizado para a fabricao dos prottipos um material poroso e permevel. Em determinado grau, esta porosidade obviamente diminuda com a fabricao de blocos a partir de mquinas mais robustas, que propiciem maior energia de compactao;
xi.
A utilizao de uma mistura de cimento com PVA proporcionou bons resultados em termos de penetrao de gua por ascenso capilar, sendo essa uma alternativa barata para interiores e reas secas. Entretanto, deve-se considerar sua durabilidade, uma vez que se trata de um material reemulsionvel, devendo-se testar outros tipos de resina para esta mesma finalidade;
xii.
O desenvolvimento de um sistema de alvenaria intertravada anlogo ao sistema de alvenaria estrutural convencional possibilita a interferncia entre subsistemas semelhante ao mtodo convencional. Desta forma, as vantagens j reconhecidas nas alvenarias estruturais convencionais podem ser empregadas na metodologia proposta, porm com maior preciso dimensional, maior rapidez para o assentamento, e eliminao de etapas de revestimento e acabamento;
xiii.
Apesar dos custos de produo maiores das unidades projetadas nesta pesquisa, sua utilizao resulta em custos mais baixos comparados aos custos de elevao de paredes de alvenaria tradicionais j acabadas. O custo das alvenarias por metro quadrado, calculado de acordo com preos vigentes em publicaes tcnicas,
CONCLUSES 203
demonstra que os custos relacionados ao acabamento das paredes compostas de alvenarias tradicionais compensam investimentos em novas tecnologias
construtivas que dispense essa etapa da construo; Foi elaborada uma lista com as vantagens e as limitaes das propostas adotadas para se alcanar os objetivos propostos a partir das concluses obtidas. Com as informaes dispostas no quadro abaixo, pode-se estabelecer diretrizes para a continuidade da pesquisa. Quadro 1: Vantagens e limitaes das propostas utilizadas na pesquisa.
Proposta avaliada: Vantagens: Blocos com encaixes permite assentamento a seco. para intertravamento Limitaes: exige controle rigoroso de produo; exige modificaes nas mquinas convencionais para fabricao de blocos; nmero elevado de blocos especiais para encontro de paredes; exige cuidados diferenciados para armazenamento e transporte. baixa eficincia na resistncia compresso de prismas; no impede passagem de gua atravs das juntas nas condies de ensaio utilizadas. exige cuidados durante aplicao, o que pode ocasionar em menor produtividade da elevao das alvenarias em comparao ao assentamento a seco; pode impossibilitar a reutilizao de blocos. exige seleo rigorosa de agregados.
Assentamento a seco
maior rapidez para elevao das paredes; possibilita reutilizao de blocos. maior eficincia na resistncia compresso de prismas; elevada resistncia de aderncia; pode impedir a passagem de gua pelas juntas. dispensa etapas de chapisco, reboco e emboo; minimiza os custos por m de parede. dispensa etapa de pintura.
Acabamento liso
Utilizao de pigmentos
Utilizao de polmeros para fabricao dos blocos Utilizao de polmeros para impregnao nos blocos
pode reduzir a absoro dos blocos, de acordo com o tipo de polmero utilizado. reduz a absoro dos blocos; pode-se usar tintas para este fim.
exige controle rigoroso de produo; variedade de tonalidades limitada; pigmentos de algumas tonalidades tem custo muito elevado; ambas as faces da parede com a mesma colorao; pode reduzir a resistncia compresso dos blocos. pode diminuir a resistncia compresso do concreto; eleva custos de produo. diminui a produtividade no acabamento das alvenarias.
Diante do exposto, as diversas propriedades requeridas para os blocos projetados nesta pesquisa propiciaram o desenvolvimento de um componente de construo modular, que, a partir da reunio de outros componentes pr-moldados e pr-acabados, permite paredes de fcil elevao, com custo competitivo e com propriedades capazes de garantir o desempenho adequado de edificaes trreas destinadas habitao ou para outros fins.
PROSSEGUIMENTO DA PESQUISA
A continuidade desta pesquisa est primeiramente ligada avaliao do desempenho dos prottipos de componentes, considerando-se as redefinies do projeto, para confirmar o atendimento aos critrios de desempenho normalizados para paredes de vedao, assim como confirmar a possibilidade de atendimento aos requisitos estruturais. Devero ser estudadas alternativas ao mtodo de colagem em via mida utilizado nesta pesquisa, a fim de evitar a concentrao de tenses nas juntas e impedir a passagem de gua por entre as juntas. Podero ser avaliados materiais do tipo mastiques, materiais de enchimento e mata juntas. A partir desta anlise, devero ser feitos ajustes que possibilitem a fabricao dos blocos em indstria, entre eles: estudar traos equivalentes aos obtidos nesta pesquisa, adequando-os aos materiais disponveis e s condies de vibro-prensagem oferecidas pelo maquinrio, a fim de alcanar padres de acabamentos superficiais desejados e resistncia mecnica, inclusive para elevao de edificaes multi-pavimento; comparar e estabelecer melhores condies de cura para as dosagens de concreto estabelecidas; adaptar o maquinrio a ser utilizado, de modo que se possa garantir a produo de blocos dentro dessas perspectivas;
CONCLUSES 205
analisar tcnica e economicamente a incorporao de diferentes adies para modificao do concreto utilizado para fabricao para refinar os poros ou obstru-los, assim como avaliar a utilizao de diferentes tipos de impermeabilizantes e tintas sobre a porosidade dos blocos. Desta forma, a partir da famlia de blocos fabricada com a utilizao de equipamentos industriais para produo em larga escala, recomenda-se: determinar as propriedades fsicas e mecnicas do produto final e de partes da alvenaria formada por estes componentes para se estabelecer uma metodologia de projeto estrutural; construir prottipo de residncia para estudo do desempenho global da edificao e posterior certificao do produto, a partir do qual sero determinadas as melhores prticas para sua produo, as interfaces com os subsistemas e as tcnicas para ampliao, seja com os componentes projetados nesta pesquisa, ou com diferentes tipos de componentes; determinar a produtividade da elevao de paredes com os componentes projetados, com o intuito de se determinar as variveis necessrias para elaborao de tabelas de custos e preos. Esta pesquisa traz ainda incentivos para o desenvolvimento de outros materiais para utilizao conjunta, seguindo os mesmos preceitos adotados de agregar valor ao produto com o intuito de obter boa qualidade final da construo sem aumentar os custos.
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Jundu - Fina (AC 1500) Jundu - Grossa Itaporanga Itaporanga - Peneirada Descalvado - Grossa Pedriscada Descalvado - Grossa Fundio Descalvado - Fina Varjo - Grossa CRS - Fina Bragato - Grossa 50% 52% 54% 56% 58% 60% 62% 64% 66% 68% 70%
ndice de compacidade
Figura A.1. Porcentagem de slidos das areias coletadas na regio de So Carlos (SP).
Dentre as areias grossas, a que obteve menor volume de vazios foi Jundu-Grossa. Entretanto, devido ao custo muito superior desta areia em relao s demais, optou-se pela utilizao da areia Descalvado Grossa Pedriscada doravante denominada Descalvado Grossa - para a realizao da pesquisa. Apesar do bom resultado, a areia BragatoGrossa foi descartada devido quantidade de material argiloso presente. A areia fina selecionada para esta pesquisa foi a Itaporanga-Peneirada, cuja curva granulomtrica est localizada na faixa 1 - muito fina de acordo com a NBR7217:1987. A areia Itaporanga pertence mesma faixa granulomtrica que a areia ItaporangaPeneirada. A diferena entre essas areias est no processo de peneiramento, que separa as partculas maiores que 4,8 mm, presentes na areia Itaporanga. Apesar de se tratar da mesma areia, a retirada das partculas mais grossas alterou sua granulometria e resultou na reduo de 1,67% do volume de cheios. Para as areias selecionadas, foram realizados os seguintes ensaios:
Composio granulomtrica
NBR7217:1987
Massa unitria Massa especfica Teor de materiais pulverulentos Teor de argila em torres e materiais friveis Impurezas orgnicas
NBR7251:1982 NBR:9776:1987
NBR7219:1987
NBR7218:1987
NM49:201
As propriedades determinadas em laboratrio referentes s areias selecionadas esto dispostas na tabela A.3, e na tabela A.4 esto relacionadas as composies granulomtricas. As curvas granulomtricas esto apresentadas nas figuras A.2, A.3 e A.4, para as areias Descalvado Fina, Itaporanga Peneirada e Descalvado Grossa, respectivamente.
Tabela A.3 Caracterizao das areias selecionadas. Agregado: Dimenso Mxima Mdulo de finura Massa especfica Massa unitria no estado solto Massa unitria no estado compactado Teor de materiais pulverulentos Teor de argila em torres e materiais friveis Impurezas orgnicas
(mm) (g/cm) (g/cm) (g/cm)
9,5 6,3 4,8 2,4 1,2 0,6 0,3 0,15 0,075 0,037 Fundo
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 192,6 185,2 118,9 2,9
100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0,037
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 38,6 37,1 23,8 0,6
0 0 0 0 0 0 0 39 76 99 100
0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,9 176,1 282,0 37,3 2,1 0,2
0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,4 35,2 56,4 7,5 0,4 0,0
0,0 0,0 1,4 57,9 225,3 193,6 16,3 4,0 0,9 0,3 0,0
0,0 0,0 0,3 11,6 45,1 38,7 3,3 0,8 0,2 0,1 0,0
% Retida Acumulada
0,075
0.15
0.3
0.6
A.2. Aglomerantes
A.2.1. Cimentos Portland CP V ARI Plus e CP V ARI RS
Na presente pesquisa, foram utilizados cimentos Portland CP V ARI Plus e CP V ARI RS, fornecidos pelo Grupo Holcim Brasil S/A. Nas tabelas A.5 a A.7 esto apresentadas as propriedades qumicas e fsicas destes cimentos. Tabela A.05 Propriedades fsicas dos cimentos utilizados na pesquisa.
Propriedades fsicas rea Especfica Blaine (m2/kg) Incio de pega (min) Final de pega (min) # 200 (%) # 325 (%)
Fonte: Grupo Holcim Brasil S/A.
Tabela A.06 Resistncia compresso dos cimentos utilizados na pesquisa (em MPa).
Idade 1 dia 3 dias 7 dias 28 dias
Fonte: Grupo Holcim Brasil S/A.
CP V ARI Plus
%
CP V ARI RS
%
CP V ARI Plus
%
CP V ARI RS
%
CPB 40
%
75 a 100 0 a 25
A.3.2. Superfluidificante
Para a fabricao da argamassa de capeamento para os ensaios de blocos, prismas e paredes, e tambm para a pasta utilizada no assentamento dos blocos mediante colagem, foi utilizado o aditivo Glenium 51 da Basf Construction Chemicals Brasil. Aditivo superplastificante de 3 gerao, de altssimo efeito redutor de gua de amassamento, recomendado para concreto de alta resistncia inicial, atendendo s especificaes do ASTMC-494 tipo A e F, ASTM-C-1017. Esse aditivo constitudo principalmente por polmeros de ter carboxlico modificado.
A dosagem recomendada de 0,5% a 0,8%, podendo ser adicionado diretamente ao concreto fresco e/ou gua de amassamento. As propriedades deste aditivo esto dispostas na tabela A.11 a seguir. Tabela A.11. Dados tcnicos do aditivo Glenium 51.
Forma Cor PH Viscosidade Densidade
Fonte: Basf Construction Chemicals Brasil.
Lquida Marrom 6 +/- 1 128 +/- 30 cPs (20C) 1,087 +/- 0,02 kg/dm
A.3.4. Metacaulinita
As informaes referentes ao metacaulim utilizado nesta pesquisa foram fornecidas pelo fabricante, Metacaulim do Brasil Ltda, cujos resultados esto expressos na tabela A.12. Tabela A.12. Anlise qumica e ndices fsicos da metacaulinita.
SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MgO Na2O K2O SO3 CaO Finura # 325 (via mida): < 1,0% Massa Especfica: 2,60 kg/dm3 rea Especfica > 300.000 cm2/g (BET)
Fonte: Melacaulim do Brasil Ltda.
51% 41% < 3% < 1% <0,4% < 0,1% < 0,5% < 0,1% < 0,5%
A.3.5. Pigmentos
Foram utilizados pigmentos inorgnicos Bayferrox, base de xidos em diversas cores, fornecidos em p pela Lanxess Energizing Chemistry. A massa especfica destes pigmentos foi determinada de acordo com os procedimentos constantes na NBR6474:1985 Cimento Portland e outros materiais em p - determinao da massa especfica", chegandose a um valor constante de 2,50 kg/dm3 para todos os pigmentos utilizados.
7 dias
MPa kN
28 dias
MPa
CP
1 2 3 4 5 6
MPa MPa
mdia SD
Tabela B.2. Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C2M10.
Idade
kN
7 dias
MPa kN
28 dias
MPa
CP
1 2 3 4 5 6
MPa MPa
mdia SD
Tabela B.3. Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C3.
Idade
kN
7 dias
MPa kN
28 dias
MPa
CP
1 2 3 4 5 6
MPa MPa
mdia SD
Tabela B.4 Resistncia compresso das unidades produzidas com trao C3 aps 56 dias.
kN MPa
CP
1 2 3 4 5 6 7 8 9
MPa MPa
302,9 305,7 272,9 235,9 248,7 449,7 242,9 363,5 370,1 6,9 1,6
mdia SD
4 271,8 6,1
28 dias
CP
1 2 3 4 5 6
MPa MPa
mdia SD
Tabela B.7. Resistncia compresso de prismas de 2 blocos assentados com junta colada aps 56 dias.
kN MPa
CP
1 2 3 4 5 6 7 8 9
MPa MPa
225,5 216,8 272,9 182,2 212,6 148,2 195,1 206,0 149,5 4,5 0,86
mdia SD
CP
1 2 3 4 5 6 7 8 9
MPa MPa
128,7 140,4 172,8 204,8 287,6 185,4 147,6 127,8 200,3 3,9 1,13
mdia SD
CP mdia SD
1 2 3 4
MPa MPa
fad
Mpa
CP 1 2 3 4
M1
kg
M2
kg
M3
kg
M4
kg
Tabela B.14 Dados obtidos no ensaio de retrao por secagem dos prottipos (mm). (continuao)
Informaes Data/Hora 12/9/2006 16:45 Temperatura (C) 25,1 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 13/9/2006 08:15 Temperatura (C) 25,2 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 13/9/2006 16:30 Temperatura (C) 25,2 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 14/9/2006 08:15 Temperatura (C) 25,9 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 14/9/2006 16:30 Temperatura (C) 26,3 Umidade 44% Comprimento: Data/Hora 15/9/2006 08:45 Temperatura (C) 26,1 Umidade 48% Comprimento: Leituras Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Corpo-de-prova 1 13,402 -0,005 -2,25 -0,004 -2,25 -0,004 -2,241 302,243 13,205 -0,007 -2,247 -0,009 -2,247 -0,007 -2,244 302,238 13,108 -0,007 -2,243 -0,007 -2,245 -0,007 -2,249 302,239 12,963 -0,004 -2,254 -0,004 -2,25 -0,002 -2,239 302,244 12,887 -0,006 -2,247 -0,003 -2,246 -0,004 -2,247 302,242 12,826 -0,013 -2,249 -0,008 -2,246 -0,012 -2,248 302,237 2 13,3 -0,008 -2,769 -0,009 -2,78 -0,008 -2,778 302,767 13,109 -0,009 -2,753 -0,009 -2,761 -0,01 -2,765 302,750 13,021 -0,01 -2,755 -0,007 -2,76 -0,009 -2,759 302,749 12,865 -0,001 -2,76 -0,002 -2,765 -0,004 -2,769 302,762 12,831 -0,002 -2,758 -0,001 -2,759 -0,002 -2,749 302,754 12,791 -0,012 -2,76 -0,006 -2,749 -0,007 -2,751 302,745 3 13,562 -0,007 -2,876 -0,008 -2,877 -0,006 -2,878 302,870 13,361 -0,008 -2,876 -0,008 -2,879 -0,009 -2,884 302,871 13,26 -0,008 -2,86 -0,008 -2,86 -0,009 -2,862 302,852 13,022 -0,008 -2,876 -0,002 -2,876 -0,002 -2,877 302,872 12,95 -0,001 -2,893 -0,001 -2,893 0 -2,891 302,892 12,873 -0,004 -2,876 -0,005 -2,897 -0,005 -2,885 302,881 4 13,365 -0,007 -3,248 -0,004 -3,257 -0,004 -3,264 303,251 13,201 -0,004 -3,258 -0,005 -3,254 -0,008 -3,256 303,250 13,126 -0,009 -3,275 -0,009 -3,268 -0,009 -3,274 303,263 12,952 -0,008 -3,272 -0,008 -3,275 -0,008 -3,28 303,268 12,894 0,001 -3,258 0,001 -3,258 0,001 -3,285 303,268 12,828 -0,004 -3,28 -0,004 -2,273 -0,004 -3,267 302,936 5 13,376 -0,008 2,941 -0,001 -2,947 -0,008 -2,938 300,976 13,19 -0,008 -2,929 -0,009 -2,922 -0,009 -2,927 302,917 13,18 -0,008 -2,968 -0,009 -2,935 -0,008 -2,93 302,936 12,995 -0,007 -2,934 -0,005 -2,938 -0,005 -2,951 302,935 12,913 -0,004 -2,934 -0,003 -2,954 -0,003 -2,972 302,950 12,86 -0,001 -2,916 -0,009 -2,913 -0,009 -2,918 302,909 6 13,474 -0,009 -3,149 -0,01 -3,148 -0,01 -3,147 303,138 13,269 -0,01 -3,146 -0,011 -3,149 -0,008 -3,147 303,138 13,174 -0,007 -3,144 -0,008 -3,14 -0,008 -3,139 303,133 12,968 -0,007 -3,165 -0,005 -3,167 -0,006 -3,161 303,158 12,817 -0,003 -3,169 -0,003 -3,173 -0,001 -3,158 303,164 12,859 -0,003 -3,167 -0,007 -3,169 -0,006 -3,162 303,161
Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3
Tabela B.14 Dados obtidos no ensaio de retrao por secagem dos prottipos (mm). (continuao)
Informaes Data/Hora 15/9/2006 16:15 Temperatura (C) 26,7 Umidade 47% Comprimento: Data/Hora 16/9/2006 10:20 Temperatura (C) 27,7 Umidade 4900% Comprimento: Data/Hora 16/9/2006 17:15 Temperatura (C) 28,1 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 17/9/2006 09:40 Temperatura (C) 27,5 Umidade 50% Comprimento: Data/Hora 17/9/2006 17:15 Temperatura (C) 28,2 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 18/9/2006 08:35 Temperatura (C) 27,4 Umidade 49% Comprimento: Leituras Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Corpo-de-prova 1 12,804 0 -2,245 -0,003 -2,243 -0,002 -2,244 302,242 12,771 -0,011 -2,246 -0,01 -2,247 -0,001 -2,249 302,240 12,761 -0,016 -2,249 -0,013 -2,248 -0,013 2,249 300,735 12,739 -0,02 -2,251 -0,024 -2,248 -0,023 -2,25 302,227 12,732 -0,011 -2,238 -0,018 -2,238 -0,017 -2,238 302,223 12,72 -0,033 -2,247 -0,027 -2,245 -0,026 -2,249 302,218 2 12,774 -0,001 -2,748 -0,003 -2,746 -0,002 -2,749 302,746 12,752 -0,011 -2,747 -0,009 -2,745 -0,009 -2,739 302,734 12,745 -0,011 -2,737 -0,009 -2,726 -0,009 -2,722 302,719 12,729 -0,02 -2,752 -0,022 -2,752 -0,021 -2,751 302,731 12,725 -0,016 -2,767 -0,018 -2,467 -0,015 -2,766 302,650 12,716 -0,025 -2,726 -0,026 -2,729 -0,025 -2,73 302,703 3 12,847 -0,001 -2,886 0,001 -2,888 0,001 -2,878 302,884 12,814 -0,009 -2,871 -0,007 -2,872 -0,008 -2,877 302,865 12,803 -0,003 -2,869 -0,008 -2,858 -0,001 -2,859 302,858 12,784 -0,019 -2,858 -0,019 -2,854 -0,017 -2,853 302,837 12,778 -0,016 -2,844 -0,012 -2,845 -0,014 -2,843 302,830 12,768 -0,024 -2,855 -0,024 -2,856 -0,023 -2,855 302,832 4 12,804 0,002 -3,269 0,002 -3,282 0,003 -3,27 303,276 12,775 -0,01 -3,278 -0,01 -3,268 -0,007 -3,261 303,260 12,765 -0,006 -3,248 -0,006 -3,251 -0,005 -3,252 303,245 12,747 -0,018 -3,247 -0,013 -3,246 -0,012 -3,246 303,232 12,741 -0,014 -3,232 -0,013 -3,232 -0,012 -3,247 303,224 12,731 -0,021 -3,261 -0,019 -3,257 -0,016 -3,262 303,241 5 12,839 0,002 -2,93 0,001 -2,927 0,002 -2,916 302,926 12,813 -0,003 -2,915 -0,008 -2,925 -0,008 -2,908 302,910 12,804 -0,006 -2,904 -0,006 -2,908 -0,003 -2,908 302,902 12,786 -0,012 -2,907 -0,01 -2,903 -0,009 -2,903 302,894 12,78 -0,008 -2,909 -0,007 -2,902 -0,008 -2,902 302,897 12,77 -0,015 -2,923 -0,017 -2,933 -0,019 -2,922 302,909 6 12,839 0,001 -3,136 0,001 -3,136 0 -3,149 303,141 12,811 -0,003 -3,143 -0,004 -3,149 -0,004 -3,137 303,139 12,803 -0,005 -3,132 -0,004 -3,136 -0,005 -3,13 303,128 12,782 -0,009 -3,125 -0,009 -3,125 -0,007 -3,125 303,117 12,776 -0,006 -3,149 -0,005 -3,145 -0,004 -3,141 303,140 12,766 -0,021 -3,142 -0,019 -3,142 -0,019 -3,14 303,122
Tabela B.14 Dados obtidos no ensaio de retrao por secagem dos prottipos (mm). (continuao)
Informaes Data/Hora 18/9/2006 08:35 Temperatura (C) 27,4 Umidade 49% Comprimento: Data/Hora 18/9/2006 17:00 Temperatura (C) 28 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 19/9/2006 11:00 Temperatura (C) 27,5 Umidade 49% Comprimento: Data/Hora 20/9/2006 08:10 Temperatura (C) 27,7 Umidade 49% Comprimento: Data/Hora 22/9/2006 15:25 Temperatura (C) 27,7 Umidade 49% Comprimento: Data/Hora 25/9/2006 09:40 Temperatura (C) 26,4 Umidade 48% Comprimento: Leituras Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Corpo-de-prova 1 12,72 -0,033 -2,247 -0,027 -2,245 -0,026 -2,249 302,218 12,715 -0,015 -2,24 -0,015 -2,239 -0,015 -2,239 302,224 12,707 -0,02 -2,234 -0,019 -2,232 -0,02 -2,23 302,212 12,7 -0,023 -2,231 -0,019 -2,23 -0,02 -2,229 302,209 12,691 -0,022 -2,231 -0,018 -2,229 -0,015 -2,228 302,211 12,683 -0,019 -2,229 -0,017 -2,23 -0,013 -2,227 302,212 2 12,716 -0,025 -2,726 -0,026 -2,729 -0,025 -2,73 302,703 12,713 -0,015 -2,739 -0,015 -2,742 -0,014 -2,741 302,726 12,706 -0,018 -2,734 -0,016 -2,733 -0,017 -2,731 302,716 12,7 -0,018 -2,723 -0,017 -2,728 -0,015 -2,724 302,708 12,691 -0,023 -2,715 -0,019 -2,723 -0,012 -2,724 302,703 12,682 -0,013 -2,711 -0,009 -2,71 -0,008 -2,708 302,700 3 12,768 -0,024 -2,855 -0,024 -2,856 -0,023 -2,855 302,832 12,764 -0,014 -2,849 -0,012 -2,842 -0,011 -2,85 302,835 12,756 -0,015 -2,842 -0,014 -2,84 -0,011 -2,836 302,826 12,75 -0,014 -2,833 -0,012 -2,832 -0,015 -2,832 302,819 12,743 -0,01 -2,826 -0,005 -2,82 -0,004 -2,818 302,815 12,735 -0,008 -2,806 -0,006 -2,811 -0,004 -2,815 302,805 4 12,731 -0,021 -3,261 -0,019 -3,257 -0,016 -3,262 303,241 12,727 -0,009 -2,248 -0,009 -2,249 -0,007 -2,249 302,240 12,719 -0,01 -3,237 -0,01 -3,235 -0,009 -3,237 303,227 12,713 -0,011 -3,227 -0,01 -3,226 -0,008 -3,228 303,217 12,704 -0,003 -3,21 -0,001 -3,21 -0,001 -3,21 303,208 12,695 -0,003 -3,201 -0,004 -3,207 -0,003 -3,21 303,203 5 12,77 -0,015 -2,923 -0,017 -2,933 -0,019 -2,922 302,909 12,765 -0,006 -2,923 -0,007 -2,93 -0,005 -2,92 302,918 12,757 -0,007 -2,93 -0,007 -2,927 -0,005 -2,926 302,921 12,75 -0,008 -2,924 -0,006 -2,922 -0,006 -2,923 302,916 12,74 0,003 -2,908 0,003 -2,907 0,003 -2,907 302,910 12,731 -0,002 -2,906 -0,002 -2,891 -0,001 -2,884 302,892 6 12,766 -0,021 -3,148 -0,019 -3,142 -0,019 -3,14 303,124 12,762 -0,004 -3,144 -0,004 -3,142 -0,003 -3,141 303,139 12,755 -0,004 -3,144 -0,003 -3,144 -0,003 -3,144 303,141 2,749 -0,005 -3,141 -0,006 -3,14 -0,004 -3,141 303,136 12,743 0,004 -3,121 0,003 -3,116 0,003 -3,118 303,122 12,736 0,001 -3,112 0,001 -3,111 0,002 -3,108 303,112
Tabela B.14 Dados obtidos no ensaio de retrao por secagem dos prottipos (mm). (concluso)
Informaes Data/Hora 27/9/2006 09:00 Temperatura (C) 26,3 Umidade 48% Comprimento: Data/Hora 29/9/2006 08:35 Temperatura (C) 26,8 Umidade 47% Comprimento: Leituras Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Peso (kg) B-1 L-1 B-2 L-2 B-3 L-3 Corpo-de-prova 1 12,681 -0,023 -2,231 -0,021 -2,229 -0,018 -2,228 302,209 12,677 -0,019 -2,223 -0,018 -2,221 -0,014 -2,228 302,207 2 12,68 -0,016 -2,714 -0,016 -2,713 -0,014 -2,712 302,698 12,675 -0,012 -2,712 -0,011 -2,714 -0,01 -2,714 302,702 3 12,733 -0,012 -2,819 -0,014 -2,818 -0,011 -2,818 302,806 12,728 -0,008 -2,815 -0,007 -2,812 -0,006 -2,807 302,804 4 12,693 -0,011 -3,208 -0,01 -3,207 -0,008 -3,205 303,197 12,687 -0,005 -3,199 -0,004 -3,2 -0,004 -3,202 303,196 5 12,729 -0,007 -2,88 -0,005 -2,879 -0,005 -2,887 302,876 12,723 -0,003 -2,87 -0,003 -2,881 -0,002 -2,877 302,873 6 12,735 -0,004 -3,117 -0,003 -3,116 -0,003 -3,115 303,113 12,73 -0,001 -3,108 -0,004 -3,112 -0,001 -3,114 303,109
Os valores obtidos da retrao por secagem para cada corpo-de-prova em todas as leituras esto dispostos na tabela B.15 a seguir.
Tabela B.15 - Retrao por secagem dos prottipos.
Data/Hora Temp. Umidade C CP 1 0,000% 0,006% 0,006% 0,007% 0,008% 0,008% 0,006% 0,007% 0,009% 0,007% 0,008% 0,506% 0,012% 0,014% 0,015% 0,015% 0,013% 0,017% 0,018% 0,017% 0,017% 0,018% 0,019% CP 2 0,000% 0,007% 0,010% 0,005% 0,011% 0,011% 0,007% 0,010% 0,012% 0,012% 0,016% 0,021% 0,017% 0,044% 0,026% 0,026% 0,019% 0,022% 0,025% 0,026% 0,027% 0,028% 0,027% Retrao por secagem CP 3 CP 4 CP 5 0,000% 0,000% 0,000% -0,002% -0,001% 0,002% -0,001% -0,001% 0,005% 0,001% 0,003% 0,652% 0,001% 0,003% 0,011% 0,007% -0,001% 0,005% 0,000% -0,003% 0,005% -0,006% -0,003% 0,000% -0,003% 0,107% 0,014% -0,004% -0,005% 0,008% 0,003% 0,000% 0,013% 0,005% 0,005% 0,016% 0,012% 0,009% 0,019% 0,014% 0,012% 0,018% 0,014% 0,006% 0,014% 0,014% 0,006% 0,014% 0,013% 0,336% 0,011% 0,016% 0,011% 0,010% 0,018% 0,014% 0,011% 0,019% 0,017% 0,013% 0,023% 0,019% 0,019% 0,022% 0,021% 0,024% 0,023% 0,021% 0,025% CP 6 0,000% -0,001% -0,002% -0,001% -0,001% 0,001% -0,008% -0,010% -0,008% -0,002% -0,001% 0,002% 0,006% -0,002% 0,005% 0,004% -0,001% -0,002% 0,000% 0,005% 0,008% 0,007% 0,009%
11/9/2006 09:30 11/9/2006 16:30 12/9/2006 08:30 12/9/2006 16:45 13/9/2006 08:15 13/9/2006 16:30 14/9/2006 08:15 14/9/2006 16:30 15/9/2006 08:45 15/9/2006 16:15 16/9/2006 10:20 16/9/2006 17:15 17/9/2006 09:40 17/9/2006 17:15 18/9/2006 08:35 18/9/2006 08:35 18/9/2006 17:00 19/9/2006 11:00 20/9/2006 08:10 22/9/2006 15:25 25/9/2006 09:40 27/9/2006 09:00 29/9/2006 08:35
25 24,6 25,2 25,1 25,2 25,2 25,9 26,3 26,1 26,7 27,7 28,1 27,5 28,2 27,4 27,4 28 27,5 27,7 27,7 26,4 26,3 26,8
48% 47% 48% 48% 48% 48% 48% 44% 48% 47% 49% 48% 50% 48% 49% 49% 48% 49% 49% 49% 48% 48% 47%
(i) (ii) (iii) Figura C.1. Corte longitudinal da matriz da mquina de blocos em diferentes etapas do posicionamento do martelo: posio inicial (i); prensagem do bloco (ii) e; extrao do bloco (iii). A matriz tem altura de 30 cm; descontando-se a espessura do palete, da chapa em que esto apoiados os copos e as barras do castelo, restam 26,25 cm para a colocao do concreto. Este espao suficiente para se fabricar blocos com at 20 cm de altura. A mquina foi montada da seguinte maneira: i. Os copos, de PVC, foram conformados com o formato dos orifcios do bloco, com uma declividade de 0,5% para facilitar a extrao. Estes foram fixados pelo fundo em chapas metlicas. ii. A matriz foi construda com chapas de ao, fresadas de modo que obtivessem a forma do contorno do bloco. As chapas foram parafusadas para que no houvesse alterao do alinhamento entre elas devido ao aquecimento provocado pela utilizao de soldas. As chapas com os copos foram fixadas na parte inferior da matriz; iii. A seguir a matriz foi fixada por parafusos em chapas de ao de de espessura que serviro como suporte para a mquina;
iv. v.
Os suportes foram enrijecidos por chapas da mesma espessura nas laterais; O martelo, tambm montado com parafusos, foi montado sem seguida de modo que suas hastes atravessem os espaos livres entre as chapas onde esto fixados os copos. Estas etapas de montagem podem ser visualizadas na Figura 5.24, a seguir.
ii
iii
iv
Figura C.2. Esquema de montagem da mquina manual para fabricao dos prottipos. O dimensionamento do sistema de alavanca partiu do pressuposto de que as mquinas existentes no mercado aplicam uma presso em torno de tf/m2 no momento da fabricao do bloco. Desta forma, a localizao do ponto de apoio e as distncias de resistncia e de ao devem ser determinadas de modo que, tomando-se o peso de uma pessoa em torno de 80 kgf - como fora de ao, seja essa a presso aplicada para a fabricao dos blocos.
Por um lado, quanto menor a distncia de resistncia, menor a distncia de ao para uma mesma vantagem mecnica para a alavanca. Por outro lado, a amplitude de movimento menor, comparada com uma alavanca maior. Para a construo dessa mquina de blocos, foi determinado que fosse construda uma alavanca com o menor brao de resistncia possvel, ou seja, o ponto de apoio foi colocado o mais prximo possvel do centro do martelo da mquina (Figura C.3). Desta maneira, o sistema de alavanca no precisaria ser muito longo.
Figura C.3. Alavanca. A alavanca foi construda com formato angular de modo que seu movimento no fosse interrompido pelo contato com o solo no ltimo estgio de sua movimentao, como pode ser observado na figura 5.25. Esta limitao ocorreu devido ao fato da altura da mquina ter sido determinada de modo que uma pessoa possa retirar o bloco de seu topo sem dificuldade 85 cm. O ponto de apoio constitudo de um par de mancais no qual a alavanca desliza livremente. A extremidade da alavanca est fixada a outro par de mancais na base do martelo que, devido s pequenas folgas com relao ao corpo da matriz, se movimente apenas na direo vertical (Figura C.4). Com esta configurao, a eficincia
mecnica obtida de aproximadamente 2,8, ou seja, a fora para prensagem do bloco em torno de 2,8 vezes maior que a fora aplicada na extremidade oposta da alavanca.
Figura C.4. Funcionamento da alavanca. Como mostrado na figura anterior, a movimentao da mquina com este sistema de alavancas foi satisfatrio, porm sem estar preenchida com concreto. Aps uma srie de tentativas de fabricao de blocos, fizeram-se necessrias algumas alteraes na mquina, descritas a seguir:
a) Modificao do sistema de alavanca: Como a amplitude de movimento da alavanca muito grande em relao ao brao resistente curto, era necessrio aplicar uma fora elevada na direo horizontal para conseguir movimentar totalmente o castelo. Essa dificuldade apenas foi notada no momento em que se tentou moldar os primeiros blocos. Para solucionar este problema, foi estudada a possibilidade de se colocar uma segunda alavanca para auxiliar a movimentao do martelo. Estas possibilidades esto lustradas na Figura C.5, a seguir.
A possibilidade de se colocar outro sistema de alavanca independente para auxiliar a movimentao foi descartada. Foi projetada uma alterao na alavanca existente, que consistiu apenas na colocao de barras soldadas em sua configurao inicial e um segundo ponto de apoio mais afastado e mais alto, de modo que num determinado momento a mesma alavanca pudesse ser movimentada a partir do ponto de apoio secundrio (Figura C.6). A mquina de blocos finalizada est apresentada na Figura C.7.
b) Posicionamento do sistema de vibrao A princpio o vibrador tipo carrapato, que estava fixado na posio frontal da mquina, como ilustrado anteriormente na Figura 5.26, no proporcionou o adensamento do concreto de maneira uniforme no interior da matriz. Como resultado, os blocos eram extrados com defeitos de moldagem. Para solucionar este problema, o vibrador foi deslocado para a tampa do equipamento, como pde ser observado na Figura C.7.
c) Travamento da tampa O sistema de fechamento da tampa da mquina escolhido a princpio era constitudo de uma trava para cmaras frigorficas comum. Apesar de este ser suficientemente resistente para suportar a fora exercida pelo processo de moldagem, este sistema possua uma regulagem mediante parafuso, que no se mantinha fixo devido s movimentaes do equipamento. O travamento da tampa foi substitudo por um conjunto de barras metlicas e pinos como pode ser visto na Figura C.8 a seguir.
Figura C.8. Detalhe do sistema de travamento da tampa. d) Instalao de macaco hidrulico Devido dificuldade de extrao manual dos blocos de concreto, com as primeiras configuraes de alavanca testadas, foi instalado um macaco hidrulico (Figura C.9). Este equipamento, aps a vibro-prensagem, era acionado para auxiliar no incio da extrao do
bloco, especialmente quando moldados traos com maiores teores de umidade, movimentando o sistema de alavanca a partir do momento que a tampa aberta.
Figura C.11. Molde de silicone para reproduo dos paletes e paletes produzidos com compsito areia resina acrlica. Os primeiros paletes especiais utilizados para a fabricao apresentaram problema no momento de sua retirada. As peas ficaram aderias ao bloco, de modo que o bloco era danificado no momento de sua retirada. A utilizao de leo desmoldante no foi suficiente para a soluo do problema. Assim, foram testados vrios tratamentos na superfcie dos paletes, tais como resina epxi, uma nova camada de resina acrlica, verniz acrlico, etc. O melhor resultado foi obtido com a aplicao do verniz; os paletes envernizados so facilmente retirados da parte inferior do bloco, necessitando apenas uma leve limpeza para sua reutilizao. A retirada dos blocos aps a moldagem possvel graas s salincias colocadas no topo do martelo, que do espao para a colocao de uma bandeja vazada (Figura C.12).
iv. o sistema de vibrao acionado enquanto a fora continua sendo aplicada na extremidade da alavanca. A vibro-prensagem realizada at o fim da movimentao da alavanca, quando se obteve a compactao mxima para a mistura, com durao aproximada de 5 s; v. a tampa aberta e o macaco hidrulico acionado para auxiliar na retirada do bloco aps o incio da extrao do bloco, o macaco hidrulico desativado, o ponto de apoio da alavanca alterado, e a retirada do bloco continua com aplicao de fora manual; Em seqncia, o bloco, completamente extrado, transportado para a cmara de cura com auxlio de uma bandeja adaptada mquina, e o processo se repete. Estas etapas de fabricao podem ser visualizadas na figura C.13. A mquina de blocos desenvolvida possibilitou apenas a moldagem do prottipo projetado. Entretanto, para a elevao de alvenarias assentadas em amarrao, houve a necessidade de se dispor de meios-blocos. Essa necessidade foi suprida cortando-se os blocos principais com auxilio de mquina de corte com disco diamantado.
(i)
(ii)
(iii)
(iv)
(vi)
Total/m2 espessura da parede (cm) 9 19 R$ 0,64 R$ 0,51 R$ 0,28 R$ 7,14 R$ 8,58 R$ 1,82 R$ 1,45 R$ 0,79 R$ 13,43 R$ 17,49
Tabela D.2 - Alvenaria estrutural com bloco cermico, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:0,2:5,4.
Preo unitrio Materiais: Areia lavada tipo mdia Cal hidratada CH III Cimento Portland CP II-E-32 (reisstncia: 32 MPa) Bloco cermico vazado estrutural Total Material: Mo de obra: Pedreiro Servente Total Mo-de-obra: Total: h h 3,58 2,9 0,7 0,7 0,74 0,74 R$ 7,17 R$ 5,81 R$ 12,98 R$ 26,36 R$ 7,58 R$ 6,14 R$ 13,72 R$ 31,36 Unidade m kg kg un.
3
dimenses (cm)
14 x 19 x 39 19 x 19 x 39
Tabela D. 3 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:0,2:5,4.
Preo unitrio Materiais: Areia lavada tipo mdia Cal hidratada CH III Cimento Portland CP II-E-32 (reisstncia: 32 MPa) Bloco concreto vazado estrutural Total Material: Mo de obra: Pedreiro Servente Total Mo-de-obra: Total: h h 3,58 2,9 0,8 0,8 0,8 0,8 R$ 8,20 R$ 6,64 R$ 14,84 R$ 31,90 R$ 8,20 R$ 6,64 R$ 14,84 R$ 36,01 Unidade m kg kg un.
3
dimenses (cm)
14 x 19 x 39 19 x 19 x 39
Tabela D.4 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto celular, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:1:6.
Preo unitrio Materiais: Unidade dimenses (cm)
12,5 x 30 x 60 15 x 30 x 61 20 x 30 x 62 12,5 x 30 x 60
Areia lavada tipo mdia Cal hidratada CH III Cimento Portland CP II-E-32 (reisstncia: 32 MPa) Bloco concreto celular autoclavado vazado estrutural Total Material: Mo de obra: Pedreiro Servente Total Mo-de-obra: Total:
m kg kg m
espessura da parede (cm) 12,5 15 20 R$ 48,11 R$ 0,26 R$ 0,23 R$ 24,21 R$ 27,95 R$ 37,27
espessura da parede (cm) 12,5 15 20 0,0091 0,92 1,82 1 0,0109 1,1 2,19 1 0,0146 1,46 2,92 1
espessura da parede (cm) 12,5 15 20 R$ 0,22 R$ 0,24 R$ 0,42 R$ 24,21 R$ 25,09 R$ 0,30 R$ 0,28 R$ 0,51 R$ 27,95 R$ 29,04 R$ 0,54 R$ 0,37 R$ 0,68 R$ 37,27 R$ 38,86
h h
R$ 3,58 R$ 2,90
0,32 0,32
0,32 0,32
0,32 0,32
Tabela D.5 - Alvenaria estrutural com bloco de concreto celular, juntas de 12 mm (horiz) e 10 mm (vert.) com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:1:6.
Preo unitrio Materiais: Unidade dimenses (cm)
11,5 x 11,3 x 24 14 x 11,3 x 24 17,5 x 11,3 x 24 11,5 x 11,3 x 24
Areia lavada tipo mdia Cal hidratada CH III Cimento Portland CP II-E32 (reisstncia: 32 MPa) Bloco slico calcreo estrutural para alvenaria no armada Total Material: Mo de obra: Pedreiro Servente Total Mo-de-obra: Total:
m kg kg
espessura da parede (cm) 11,5 14 17,5 R$ 48,11 R$ 0,26 R$ 0,23 R$ 0,65 R$ 0,84 R$ 0,95
espessura da parede (cm) 11,5 14 17,5 0,0174 0,0212 0,0264 1,74 2,12 2,65 3,47 33 4,23 33 5,27 33
espessura da parede (cm) 11,5 14 17,5 R$ 0,01 R$ 0,02 R$ 0,03 R$ 0,45 R$ 0,54 R$ 0,68 R$ 0,80 R$ 21,45 R$ 22,71 R$ 0,98 R$ 27,72 R$ 29,26 R$ 1,22 R$ 31,35 R$ 33,28
un.
h h
R$ 3,58 R$ 2,90
0,85 0,99
0,85 1,02
0,85 1,07
Tabela D.6 - Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco trao 1:4, e = 7 mm.
Material: Pedrisco Cimento Portland CP II-E-32 (resistncia: 32 MPa) Mo-de-obra: Aplicao de chapisco Total: Unidade Preo Unitrio m
3
R$ 43,70 R$ 0,23 -
kg
2
Tabela D.7 - Emboo / Massa nica para parede interna com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, trao 1:2:9, e = 20 mm.
Material: Areia lavada tipo mdia Cal hidraada CH III Cimento Portland CP II-E-32 (resistncia: 32 MPa) Betoneira, eltrica. Potncia 2 hp (1,5 kw), capacidade 350 l - vida til 5.000 h Mo-de-obra: Aplicao de emboo Total: Unidade Preo Unitrio m kg kg hprod m
2 3
Tabela D.8 - Reboco para parede interna ou externa, com argamassa de cal hidratada e areia peneirada trao 1:4,5, com betoneira, e = 5 mm.
Material: Areia lavada tipo mdia Cal hidraada CH III Betoneira, eltrica. Potncia 2 hp (1,5 kw), capacidade 350 l - vida til 5.000 h Mo-de-obra: Aplicao de reboco Total: Unidade Preo Unitrio m kg
3
hprod
2
Tabela D.9 - Massa impermevel para parede externa com argamassa pr-fabricada, e = 10 mm.
Material: argamassa de revestimento mineral leve de fachadas em monocamada (saco 30 kg) Misturador de argamassa, eltrico, potncia 3 HP (2,2kW), capacidade 1,5 m /h - vida til 8.000 h Mo-de-obra: Aplicao de reboco Total:
3
Consumo 17 0,008
R$ 8,00 R$ 14,86
Total/m2
R$ 2,17
R$ 3,63 R$ 5,80