Aula 13 - Balano de Massa e Energia Trocador de Calor

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Departamento de Engenharia

Química - DEQ

PRINCÍPIOS DOS PROCESSOS QUÍMICOS - DEQ0512


BALANÇO DE ENERGIA

Curso: Engenharia Química

Prof. Humberto N. Maia de Oliveira– ([email protected])

Semestre: 2021.2

Horário: 24M34 (08:55-10:40)


Bibliografia
• David M. Himmelblau / James B. Riggs.
ENGENHARIA QUÍMICA Princípios e
Cálculos. 7ª Edição, Editora gen/LTC, Rio
de Janeiro, 2006.

• Richard M. Felder; Ronald W. Rousseau.


Princípios Elementares dos Processos
Químicos. 3ª Edição, Editora gen/LTC .
2004.

• Nilo Indio do Brasil. Introdução a


Engenharia Química. 3ª Edição, Rio de
Janeiro: Interciência, 2013.
Bibliografia
• Badino Junior, Alberto Colli; Cruz, Antônio
José Gonçalves. Fundamentos de Balanços
de Massa e Energia. Editora EdUFSCar, São
Carlos, 2010.
Balanço de Energia
Balanço de energia

A maioria dos equipamento de troca de calor opera em


estado estacionário, ou seja, no trocador de calor não há
trabalho sendo realizado, não há acumulo de energia e os
termos referentes a energia cinética e potencial são
desprezíveis quando comparado com outros termos do balanço
de energia.
Balanço de energia em trocador de calor
(sem mudança de fase, só calor sensível e apenas variação de
temperatura)

Considere a figura abaixo:

TqS, FqS TqE, FqE

TfE, FfS TfS, FfS


Balanço de energia

Para fazer um balaço de energia escolhe-se um sistema. Existem as


seguintes alternativas:

Sistema 1: Sistema Global (fluido quente + fluido frio);


Sistema 2: Fluido quente;
Sistema 3: Fluido frio.

(I)

F – fluido; h – entalpia;
Subindeces:
f - frio; q - quente; E- entrada; S – saída.
Balanço de energia

Seja To a temperatura de referência . Então e

Para o fluido quente:

(II)

onde:
é o calor específico do fluido quente (Kcal/KgºC, cal/gºC ou BTU/lbºF)

consideando que = cte → e sendo To a temperatura de


referência.
Obs: foi considerado contante em todo o intervalo de tempo uma vez que
a variação é pequena
Balanço de energia

Para o fluido frio, considerando que = cte →

(III)

Substituindo (II) e (III) e (I) temos:onde:

A equação acima nos dá a equação geral para trocadores de calor sem


mudança de fase, ou seja, apenas com troca de calor sensível.
Balanço de energia

Até agora só temos a relação entre as temperaturas e vazões dos fluidos. Falta
determinar a quantidade de calor envolvida no processo. Para isto é necessário
fazer o balanço de massa por componente.

Para o fluido frio:

Q → Calor absorvido pelo fluido frio (Kcal/h)


Para o fluido quente:

Q → Calor cedido pelo fluido quente (Kcal/h)


Balanço de energia

O próximo passo é o cálculo da área de troca de calor. Utiliza-se para isso a


equação de Fourier e a média logaritma das diferenças de temperatura.

U = Coeficiente global de transferência de calor;


∆Tln = média logaritma das diferenças de temperatura;
A = área de troca de calor baseado na área externa do tubo interno.
Diferença de temperatura em um trocador de calor

Trocador de calor duplo tubo

Em condições de estado estacionário, as temperaturas de cada fluido podem


ser consideradas constantes em qualquer seção transversal normal ao
escoamento. Essas temperaturas são designadas por t, para o fluido frio, e T
para o fluido quente.
Diferença de temperatura em um trocador de calor
A equação de troca de calor, no estado estacionário, para uma seção
diferencial do trocador é representada por:

(1)

dQ = quantidade de calor trocado na área dA;


ΔT = diferença de temperatura entre os fluidos (T - t);
U = Coeficiente global de transmissão de calor, baseado na área externa
do tubo interno (Ao).

Lembrando ainda que a quantidade de calor trocada pode também ser


representada por:

(2)
Diferença de temperatura em um trocador de calor

Obs: Se o calor específico for constante ou puder ser


representado por um valor médio no intervalo de variação de
temperatura de cada fluido, a relação entre a temperatura de
cada fluido e o calor trocado será linear. Dessa forma o mesmo
ocorrerá com o ∆T: sua relação com Q será também linear.
Diferença de temperatura em um trocador de calor

O comportamento da linearidade das diferenças de temperaturas


nas extremidades do trocador apresentadas na fig. abaixo,
denominadas de aproximação (approach), são dadas por:

T1 Fluido quente

 t2
T T2
(b) Fluxo contracorrente
Fluido frio
t1 t1
t1 = T1 − t 2 (3) t t 2
t 2 = T2 − t1 (4)
0 distância da entrada do trocador q
Diferença de temperatura em um trocador de calor

A derivada de Δt em relação a q pode ser expressa como:

d(t ) t1 − t 2 (5)


=
dq q
Substituindo a eq (1) na eq (5), teremos:

d(t ) t − t 2 (6)
= 1
UtdA q

Rearranjando e integrando, tem-se:


t1
d(t ) t1 − t 2
A

 Ut
=
q  dA (7)
t 2 0
Diferença de temperatura em um trocador de calor

Se considerar U cte, tem-se:

1 t1 t1 − t 2
ln = A (8)
U t 2 q
Rearranjando a eq (8), temos:
 
 
 − 
q = U.A. 1 2
t t
= U.A.(MLDT )
 t1  (9)
 ln 
  t 2 
Ou seja:

t1 − t 2
= (MLDT ) (10)
t1
ln
t 2
MLDT é a média logarítmica das diferenças de temperaturas e Δti é a
diferença de temperatura entre os fluidos no terminal i.
Diferença de temperatura em um trocador de calor

A equação (9) é a equação de projeto de um trocador de calor. A área de


troca de calor A refere-se a área externa do tubo interno (Ao), designada
por A.

A = .d e .L (11)
onde de é o diâmetro externo do tubo interno do trocador duplo tubo e L o
comprimento total do trocador, considerando todos o grampos conectados
em série:

Para a dedução MLDT foram feitas as seguintes hipóteses:


1) Vazão constante (regime permanente);
2) Perda de calor desprezível (qq=qf );
3) Calor específico constante;
4) Não há mudança de fases parciais (válido para troca de calor sensível e
com condensação ou vaporização isotérmica em todos os pontos;
5) U constante ao longo do trocador;
6) Temperatura de cada fluido é cte em qualquer seção transversal.
Diferença de temperatura em um trocador de calor

Qdo: ∆t2 << 1,5 ∆t1

Pode-se usar: , onde:

(12)

Por exemplo, se ∆t1 = 100°C, só podemos usar a fórmula acima se ∆t2


for no máximo 150°C.
Trocador de calor com mudança de fase

Considere a figura abaixo:

TqS, FqS TqE, FqE


Fluido quente

TfE, FfS Fluido frio Q


TfS, FfS

Seja o fluxo de vapor saturado que condensa à temperatura de saturação,


tornando-se líquido saturado na mesma temperatura:

Balanço global (em termos de entalpia):

(I)
Trocador de calor com mudança de fase

Para o fluido frio:

(II)

Para o fluido quente:

(III)

(IV)
Trocador de calor com mudança de fase

Fazendo (III) - (IV), tem-se:

Substituindo (II) e (V) em (I):

Equação geral para trocadores de calor com mudança de fase, considerando


que o vapor saturado entra a Ts (=Teb) e sai como líquido saturado a Ts (=Teb).
Trocador de calor com mudança de fase

Determinação do calor (Q) envolvido:


Para o fluido quente (em termos de calor):


Calor liberado ou cedido pelo fluido quente para mudança de fase.

Para o fluido frio:

→ →
Calor absorvido pelo fluido frio, cedido pelo fluido quente.

As vazões serão:
2 1
Cocorrente (correntes paralela)
Fluido quente
T1 T2

t2
T
t1
Fluido frio

0 distância da entrada do trocador q

(a) Escoamento em paralelo

Obs:
❖ Na extremidade de entrada tem-se a maior T do fluido quente e a menor t
do fluido frio, e ao longo do trocador esta diferença diminui;
❖ Na operação de um trocador em paralelo não é possível obter temperatura
de saída de fluido frio > que a temperatura de saída do fluido quente.

A área será:
2 1
Contracorrente Fluido quente
T1
T2
 t
2
T
Fluido frio
t1
Fluxo contracorrente

0 distância da entrada do trocador q


(a) Escoamento em contracorrente

Obs:
❖ Neste tipo de operação a temperatura de saída do fluido frio pode ser
maior que a do fluido quente (t2 > T2). Isto torna a operação em
contracorrente mais vantajosa que a em paralelo, pois a quantidade de
calor que é possível transferir é maior.

A área será:
Trocador de calor (Tipo especial)

Neste tipo de trocador de calor, o fluido quente é um vapor acima da


temperatura de saturação, ou seja, é um vapor superaquecido a
temperatura Tq que condensa a temperatura TS.

Considere a figura abaixo:

Fq, TS= TqS Fq, TqE= TSaq > TSa


Calor latente + sensível

Calor sensível
Tf, FfE Tf, FfS

Fluido quente: vapor superaquecido


TS = temperatura de saturação (=Teb)
TSa= temperatura de superaquecimento
TSa > TS (=Teb)
Trocador de calor (Tipo especial)

Há situações nas quais a MLDT não é a diferença de temperatura média a


ser empregada, deve-se lembrar das hipóteses assumidas para sua dedução.
Considerando um trocador de calor que deverá resfriar e condensar um
vapor superaquecido, como na figura abaixo.

➢ Há duas regiões distinta neste


trocador de calor, uma onde
T1 ocorre o resfriamento do vapor
Fluido quente superaquecido (T1 a T2) e outra,
T2
T2 a condensação do vapor (T2 cte).

T t2 ➢ Nas duas regiões devem ocorrer
relações lineares de Δt com q,
t1 t3 porém diferentes, além disso, os
Fluido frio valores de U para as duas regiões
devem ser distintos.
0 distância da entrada do trocador q
(a) Escoamento em paralelo
Fenômeno físico que ocorre no trocador de calor:

Entra vapor 1ª Troca 2ª Troca Líquido


Vapor suturado
superaquecido saturado
(TSa) (Calor sensível) (TS) (Calor latente λ ) (TS)

Ex: Agua 110°C TSa → TS

Balanço global (em termos de entalpia)

(I)

Para o fluido frio: (calor latente → variação de temperatura)

(II)
Trocador de calor (Tipo especial)

Para o fluido frio: (calor latente → variação de temperatura)

(III)

Substituindo (II) e (III) em (I):

Equação geral para trocadores de calor do tipo especial (em termos de entalpia)

Determinação do calor envolvido:

Para o fluido quente: →


Trocador de calor (Tipo especial)

Substituindo a equação (III) na equação anterior, tem-se:

Para o fluido frio:


Condensador Total:

Neste tipo de trocador de calor ocorre apenas mudança de fase:


a temperatura é a mesma.
Considere a figura abaixo:
TqS = TqE =Teb do quente TqE, Fq

TfE = TfS =Teb do frio TfS

Fisicamente ocorre o seguinte:

Fluido quente:
Entra vapor saturado a TS (=Teb)
Sai líquido a TS (=Teb)
Fluido frio:
Entra líquido a TS (=Teb)
Sai vapor saturado a TS (=Teb)
Condensador Total:

Como não existe troca de calor sensível, ou seja, não há mudança de


temperatura no sistema:
Para o fluido quente:

Para o fluido frio:


Entalpia do líquido
Condensador Total:

O balanço em termos de entalpia será:

Determinação do calor envolvido:

Para fluido quente:

Para fluido frio:


Condensador Total:

Para o cálculo da área de troca de calor, faz-se:

Como Tent. = Tsaída para os dois fluidos, então:


Bibliografia

INCROPERA, Frank P.; DeWITT, David P. Fundamentals of Heat and


Mass Transfer. New York: Ed. John Wiley & Sons , 1996, 4th Ed.

ÇENGEL, Yunus A., GHAJAR, Afshin J. Heat and Mass Transfer. New
York: Ed. McGraw Hill, 2011, 4th Ed.

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