REMUNERAÇÃO
REMUNERAÇÃO
REMUNERAÇÃO
1 CONCEITO E DISTINÇÃO
O art. 457 da CLT anuncia os elementos que integram a
REMUNERAÇÃO: SALÁRIO + GORJETAS.
Considera-se como GORJETAS não só a importância espontaneamente
dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela
empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a
distribuição aos empregados.
Salário deriva do latim salarium, palavra que vem de salis, que era a
forma de pagamento das legiões romanas com a entrega do sal.
Outro termo derivado do latim, que traduz um valor monetário é a pecúnia,
derivado de “pecus”, que significa boi, também utilizado na antiguidade como
moeda de troca, assim como, o sal, o óleo e o metal.
Há várias denominações que se refere ao salário, como: vencimentos
(professores, magistrados e servidores); soldo (militares); subsídios
(magistrados e políticos); honorários (advogados) e ordenado.
O SALÁRIO relaciona-se ao valor econômico pago diretamente pelo
empregador ao empregado, correspondente a toda contraprestação ou
vantagem em pecúnia ou em utilidades, podendo ser fixo ou variável.
O § 1º do art. 457 da CLT dispõe que integram o salário a importância
fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.
Sérgio Pinto Martins conceitua a REMUNERAÇÃO como as prestações
recebidas habitualmente pelo empregado pela prática de serviços, paga em
dinheiro ou utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas
decorrente de contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades
básicas e de sua família
O art. 457, § 2º da CLT dispõe que as importâncias, ainda que habitual-
mente pagas a título de ajuda de custo, auxílio alimentação, vedado o seu
pagamento em dinheiro, diárias para viagens, prêmios e abonos NÃO
integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de
trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário.
O art. 458 da CLT permite o pagamento do salário em utilidades. A
remuneração tem por finalidade satisfazer as necessidades básicas do
empregado e de sua família (art. 7º, IV da CF).
A doutrina apresenta quatro correntes para definir a natureza jurídica da
remuneração do trabalhador.
a. Salário como Preço do Trabalho
O fundamento dessa corrente se baseava que antigamente o trabalho era
equiparado a uma mercadoria, entretanto hoje já não se vê o trabalho como tal.
b. Salário como Indenização
O entendimento dessa corrente decorre do fato de que o empregado deve
ser indenizado pela energia despendida na atividade laboral. Entretanto toda
indenização deve ser estabelecida para reparar um dano causado ou repor uma
atividade nociva e o trabalho não causa dano.
c. Salário como Natureza Alimentar
O empregado precisa do salário para sobreviver, porém o salário não teria
apenas essa natureza, pois alcança outras finalidades como habitação, higiene,
transporte e educação. Também pode ocorrer que o empregador receba salário
sem que o mesmo seja imprescindível para sua sobrevivência, como no caso de
um empregado que já esteja aposentado
d. Salário como Contraprestação do Trabalho
A corrente majoritária define a natureza jurídica do salário como o dever
de retribuição em razão do caráter sinalagmático, comutativo e oneroso do
contrato de trabalho.
A crítica a essa teoria é simples: nem sempre o empregado trabalha
(como no caso de estar doente, ou de férias, mas mesmo assim ele irá receber
salário).
Os arts. 76 e 457 da CLT fazem referência a essa teoria, indicando que
essa teoria foi adotada.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. São Paulo: Método, 14ª ed., 2017.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 12ª ed.,
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GARCIA, Gustavo F. Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 8ª
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MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2014.
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 6ª ed. 2015.
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