Procedimento Executivo - Recuperação Estrutural

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PROCEDIMENTO EXECUTIVO DE RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE

CONCRETO ARMADO

1 – Escopo dos serviços

O presente trabalho tem por objetivo apresentar um relatório técnico e procedimentos


de recuperação e reforço, sobre as patologias existentes no Píer de Imebtiba, presentes na
ET – SERVIÇOS DE REPARO DOS CHUBADORES DO CABEÇO DO PIER 2,
disponibilizado pela PETROBRAS.

Para a realização do serviço, foi elaborado um levantamento das patologias no local e


análise visual dos pontos, além de pequenas visitas de inspeção para verificar o grau de
oxidação nas peças analisadas. A inspeção visual, foi escolhida, em função do tempo de
análise da situação, tendo em vista a necessidade do cliente.

2 – Documentos de Referência

 NBR 6118 – Estruturas de concreto armado – Procedimento;


 NBR 7480 – Barras e fios de aço destinados a amaduras para concreto armado;
 NBR 8953 – Concreto para fins estruturais - Classificação
 NBR 12655 – Concreto / Preparo, Controle e Recebimento;
 NBR 15239 – Tratamento de superfícies de aço com ferramentas manuais

3 – Local de Execução dos Serviços:

PETROBRAS – Porto de Imbetiba


Av. Elias Agostinho, 665 - Imbetiba, Macaé

4 – Processo geral de recuperação da peça estrutural

Será abordado nesse item os tipos de recuperação estrutural ou reforço na


estrutura, de acordo com as informações descritas no Item 4.

4.1 – Limpeza da superfície de concreto (etapa inicial)


Uma limpeza prévia é recomendável para a retirada de vestígios de outros materiais
e outros tipos de contaminantes, tais como argamassa, pastilhas, fuligem. É recomendável a
utilização de jato de água de alta pressão (mínimo 6.000 psi) para essa limpeza preliminar
ou lixamento mecânico da superfície para eliminar o material impregnado.

4.2 – Demarcação das regiões de reparo


É recomendável um mapeamento da região a ser reparada para verificar possíveis
anomalias presentes nessa região. Geralmente o processo visual não é capaz de encontrar
patologias, tais como vazios no concreto, dessa forma, a realização de um teste à
percussão é ideal para a localização desses elementos.

4.3 – Demolição Superficial


Após o escoramento da estrutura que compõe a região da área tratada, utilizando
marteletes pneumáticos leves (6 a 10 kg), de forma cuidadosa, retirar o concreto de
cobrimento das áreas demarcadas, até que seja possível visualizar as barras de aço.

As regiões a serem tratadas deverão compreender, além do trecho que apresenta


corrosão, mais 2,0 a 5,0 cm de barra sã em cada extremidade das armaduras. Para isto a

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demolição deverá compreender esta área, mesmo que exceda a região demarcada na
etapa anterior. Neste caso, após a demolição, deverá ser refeita a demarcação com lápis
estaca, formando nova figura geométrica regular.

Figura 1 – Demolição superficial do concreto.

4.4 – Delimitar a região de reparo


As regiões deterioradas possuem um formato complexo e não usual para o reparo.
Essa característica pode gerar concentração de tensões de retração e fissuras posteriores.

Dessa forma, a delimitação dessas regiões para formatos com geometria mais
simples, é recomendável. É necessário proceder a delimitação com máquina munida de
serra circular com disco diamantado, próprio para concreto. A profundidade do corte deverá
ser superior a 6 mm, tendo em vista que a espessura deverá ser 3 vezes maior que o
máximo agregado do sistema de reparo, que normalmente fica em 2 mm.

Quando em uso, a máquina de corte deverá ser mantida ortogonal à superfície e


deve-se atentar para não danificar as armaduras.

Figura 2 – Delimitação da área de reparo com disco de corte.

4.5 – Escareamento do concreto

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Tem como finalidade a retirada de todo o material solto, mal compactado e


segregado, até encontrar o concreto não deteriorado, deixando a superfície rugosa e coesa,
a ponto de propiciar boas condições de aderência. Todo esse processo deverá ser feito com
uso de ponteira, tomando cuidado para não danificar a armadura existente e o corte do
concreto executado anteriormente.

A escarificação da região de reparo deverá ser realizada com rebarbadores elétricos e


ponteiros com a extremidade em forma de picador ou xis superposto em cruz, ou ainda
ferramentas manuais, como ponteiros, talhadeiras e marretas leves (1 kg) ou, no casos de
espessuras de remoção da ordem de 2 a 3 mm, com percussão de martelo de geólogo (ponta
viva).
Para facilitar a futura aderência do material de reposição, as arestas internas da
superfície devem observar um talude 1:3, procurando manter seus cantos arredondados como
mostra a figura abaixo.

Figura 3 – Formatos de escarificação.

4.6 – Limpeza das Armaduras


Todo o aço estrutural exposto, deve ser tratado para retirada de todos os produtos de
corrosão. Deverá ser utilizado, o método de lixamento manual das barras de aço, para a
retirada de todo o material corroído ou hidrojateamento sob pressão máxima de 10.000 psi.

Após esse processo, deverá ser feita uma inspeção visual criteriosa para verificar a
presença de corrosão. Caso a armadura apresente perda de seção transversal superior a
10% de seu diâmetro original, a mesma deverá ser substituída.

4.6.1 – Perfuração para incorporação das novas armaduras

A perfuração deverá ser realizada nas posições, espaçamento e diâmetros de


acordo com o projeto.
Após a abertura dos furos realizar jateamento de ar para a limpeza dos mesmos.

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Figura 4 – Perfuração do concreto a ser recuperado.

4.6.2 – Aplicação das armaduras de recuperação

Uma vez que a superfície do concreto estiver preparada de acordo com as etapas
anteriores, serão substituídas as armaduras nos elementos em que houver perda de seção de
aço superior a 10%, de acordo com o projeto original.
As armaduras substitutas serão ancoradas com adesivo estrutural à base de resina
epóxi de média fluidez, Sikadur 32 ou similar, que deverão ser aplicadas nos furos dos
elementos de concreto de acordo com especificação do fabricante.
Imediatamente após aplicação do adesivo, realizar o posicionamento das armaduras de
substitutas.

Figura 5 – Ancoragem das armaduras com adesivo estrutural epóxi.

4.6.3 – Limpeza da superfície (etapa final)

Utilizando jato de ar comprimido, a limpeza final da estrutura é responsável pela


eliminação da poeira, elementos soltos que comprometem a superfície de aderência.

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4.6.4 – Proteção das Armaduras

É recomendável a aplicação de pintura de proteção nas armaduras expostas para


aumentar sua resistência a corrosão. Recomendamos a Sikatop 108 Armatec da Sika, pois
possui base mineral sem a presença de zinco em sua composição. Essa característica evita
a formação de diferenças de potencial entre essa armadura e as demais presentes no
concreto.

Outras marcas compatíveis com o Sikatop 108:

 Eucorepair Ferroprotec – Viapol


 Zentrifix KMH – MC Bauchemie

Seguir as recomendações do fabricante para a aplicação do material.

4.7 – Recuperação dos pontos

Para a recuperação do elemento estrutural deverá utilizado um Graute não retrátil


de alto desempenho a base de cimento Portland, com resistência a compressão de no
mínimo 30 MPa. O material deve possuir baixa permeabilidade, boa aderência, e boa
trabalhabilidade com pouca presença de água.

Seguir as recomendações do fabricante para a aplicação do material.

Para o processo de recuperação, é necessário seguir todos os procedimentos


presentes nesse relatório, unidos com os projetos estruturais originais

Na recuperação de concreto onde se fizer necessária à realização de intervenções


superficiais e/ou de pequena monta, mesmo que atinjam as armaduras, deve ser utilizada
argamassa epoxídica, tendo como referência os produtos Weber. Rep UW P505 ou MC
Nafufill UW (Antigo MC-DUR Under Water PRO) ou similares.

No caso da existência de fissuras (pré-existentes ou provocadas pela demolição),


elas deverão ser tratadas previamente à recomposição com material adequado, conforme
dimensão (abertura): fissuras passivas com aberturas superiores a 0,3 mm deverão ser
calafetadas através de injeção de resina epóxi tipo Sikadur 43 ou equivalente; fissuras
passivas com a presença de eflorescências deverão ser calafetadas através da execução
de abertura de sulcos com dimensões aproximadas de 5,0cm de largura x 2,0 cm de
profundidade sobre o alinhamento com a aplicação de argamassa polimérica tipo Sikadur 32
Gel ou equivalente.

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5 – Conclusão

Sem mais a acrescentar, firmamo-nos com consideração e estaremos ao vosso


inteiro dispor para fornecer quaisquer informações adicionais

Atenciosamente,

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