CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: METEOROLOGIA AGRÍCOLA UNEC / EAD
METEOROLOGIA AGRÍCOLA
Prof. Dr. Marcos Alves de Magalhães
Eng. Agrônomo (UFV)
Especialista em Desenvolvimento e Gestão Ambiental (UESC)
Mestre em Engenharia Agrícola na área de concentração em Tratamento de Resíduos (UFV)
Doutor em Engenharia Agrícola na área de concentração em Recursos Hídricos (UFV)
Caratinga / MG
2020/2
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6ª aula - Efeito Estufa
É a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante, impedindo que os
raios solares sejam refletidos para o espaço e que o planeta perca seu calor, portanto é um
fenômeno natural. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 35% da
radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 65% retidos
na Terra. Sem ele, a Terra teria temperaturas médias abaixo de - 10ºC.
O que vem ocorrendo é o aumento do efeito estufa causado pelas intensas atividades
humanas, sendo a principal delas a liberação de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera. Ele é
um dos gases que, naturalmente, contribuem para o efeito estufa normal do planeta, porém, nos
últimos anos, a concentração de CO2 na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4% anualmente;
a principal fonte de liberação de CO2 é a queima de combustíveis fósseis (combustíveis deriva-
dos do petróleo, como a gasolina; carvão e gás natural). Outros gases como Metano, CFC libe-
rados pelo homem também aumentam o efeito estufa.
O efeito conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumento da temperatura glo-
bal estimado entre 2ºC e 6ºC nos próximos 100 anos. Um aquecimento desta ordem de grandeza
não só irá alterar o clima mundial como também irá aumentar o nível médio das águas do mar
em, pelo menos, 30 cm, interferindo na vida de milhões de pessoas habitantes das áreas costei-
ras mais baixas.
Se a Terra não fosse coberta por um manto de ar, a atmosfera, seria demasiada fria para
a vida. As condições seriam hostis à vida, a qual de tão frágil que é, bastaria uma pequena
diferença nas condições iniciais da sua formação para que não houvesse vida.
Desde a época pré-histórica que o dióxido de carbono tem tido um papel determinante
na regulação da temperatura global do planeta. Com o aumento da utilização de combustíveis
fósseis a concentração de dióxido de carbono na atmosfera duplicou nos últimos cem anos.
Neste ritmo e com o desmatamento, o dióxido de carbono começará a proliferar levando a um
aumento da temperatura global, o que, mesmo tratando-se de poucos graus, levaria ao degelo
das calotas polares e a grandes alterações a nível topográfico e ecológico do planeta.
Aquecimento global
Num planeta mais aquecido, há uma aceleração do ciclo hidrológico e, resultante disso,
fenômenos climáticos e meteorológicos extremos como secas, inundações, tempestades seve-
ras, ventanias, incêndios florestais se tornam mais frequentes.
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O aquecimento global é responsável pelo aumento da temperatura dos oceanos em meio
grau nos últimos 60 anos, de acordo com a maioria dos cientistas, assim como, o aumento da
temperatura sobre os continentes, que foi um pouco maior que 0,5 C.
Para evitarmos essas catástrofes existem duas escalas de tempo aqui envolvidas. Por um
lado, fenômenos climáticos e meteorológicos extremos acontecem regularmente e fazem parte
da variabilidade natural do planeta. Normalmente, nada mais são do que manifestações da at-
mosfera, em parceria com os oceanos, em busca do equilíbrio, já que algumas regiões recebem
maior aquecimento solar do que outras. Nesta visão, estes fenômenos extremos são maneiras
radicais da atmosfera tentar restabelecer o equilíbrio. O que o aquecimento global faz é aumen-
tar a frequência de ocorrência destes fenômenos extremos. A escala de tempo, neste caso, é
aquela que a moderna previsão de tempo permite a antecipação dos fenômenos, em uma se-
mana. A resposta adequada deve ser a preparação para fazer frente ao desastre natural em for-
mação. Porém, há outra escala de tempo mais preocupante. Tem a ver com as mudanças climá-
ticas irreversíveis, com potencial catastrófico, como derretimento de geleiras na Groelândia ou
Antártica Ocidental que elevariam o nível do mar em sete metros globalmente.
Um primeiro passo para se evitar grandes catástrofes naturais é a redução rápida e brusca
das emissões de todos os gases do efeito estufa, principalmente, o gás carbônico e o metano. O
Protocolo de Quioto é outro passo importante nesta direção, mas o esforço terá que ser muito
maior, isto é, para ficarmos no lado mais seguro e evitarmos riscos de mudar o clima do planeta
de maneira perigosa. Globalmente, teríamos que reduzir as emissões em cerca de 60% em re-
lação ao nível de emissões atual. Trata-se de uma tarefa árdua e que deve envolver todos os
países e todos os habitantes do planeta.
Nos últimos tempos, diariamente, tem acontecido grandes tragédias provocadas por fe-
nômenos naturais. Esses fenômenos climáticos extremos fazem parte da natureza de nosso pla-
neta e sempre aconteceram, com maior ou menor frequência. Nos últimos 100 anos, a ação
humana vem modificando a composição da atmosfera através da injeção de muitos gases que
provocam o chamado efeito estufa na atmosfera e aquecem a superfície. Isto tem resultado no
aquecimento da superfície, quase 1 grau centígrado nos últimos 100 anos. O principal fator que
tem provocado essas catástrofes é a degradação ambiental, principalmente os desmatamentos.
Deve-se esclarecer que terremotos e tsunamis (causados por terremotos no fundo do
mar, os maremotos) nada têm a ver com mudanças climáticas. Ocorrem devido a movimentos
das placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Vem ocorrendo há bilhões de anos e vão
continuar a ocorrer. Em março de 2004, ocorreu o primeiro furacão de que se tem registro no
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Oceano Atlântico Sul. Ainda não sabemos se este raro fenômeno aconteceu como resposta ao
aquecimento global, mas não podemos descartar tal possibilidade.
Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), medidas do aqueci-
mento global são baseadas em registros históricos de temperaturas nas estações meteorológicas
no mundo, desde 1860. Entretanto, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), estabele-
ceu o período entre 1961-1990 como base, e sua média histórica é usada para calcular as vari-
ações de temperatura.
Exercício de fixação da aula – responda as questões a seguir:
1. O que é e o que causa o efeito estufa?
2. Qual é a função do efeito estufa na natureza e quando ele se torna um problema?
3. Qual é a relação entre o aquecimento global é o efeito estufa?
4. Quais são os pontos positivos e negativos do efeito estufa?
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