Introdução Ao Estudo Da História
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Tema:
Código: 708224006
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4. A história erudita.....................................................................................................................7
7. Conclusão..............................................................................................................................10
8. Referências bibliográficas.....................................................................................................11
1. Introdução
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2. História como Ciência-actividade Prática
Segundo Jacques Le Goff citado por Mendes (1993: 15) explica que a melhor prova de
que a história, é e deve ser ciência, é o facto de precisar de técnicas, de métodos e de ser
ensinada.
A história era definida como “ciência” e essa ciência nova se inscrevia, de acordo com
a ideologia herdada das Luzes e da Revolução Francesa, na linha de um progresso. Este, de
acordo com Monod, estava situado em uma dupla perspectiva: por um lado, o progresso
desinteressado, na medida em que ilustrava o “espírito científico” próprio às “ciências
morais” – diríamos, hoje, ciências humanas e sociais –; por outro, o progresso útil, e mesmo
utilitário, na medida em que não podia ser separado de sua contribuição à “direcção da
sociedade moderna”.
Uma definição contemporânea de senso comum, afirmaria que a história é uma ciência
que estuda o passado, analisando as transformações, para entender o presente.
A natureza e a evolução das outras ciências durante o século XVIII, não confere a
história menor importância ou menor dignidade. O que deve ser percebido é que a história é
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naturalmente, diferente. Contudo, quando se busca a afirmação da história como ciência, nota-
se que esta apresenta-se com alguma complexidade e dificuldade.
Segundo Marc Bloch (1965) a Historia é uma ciência que estuda o Homem no espaço
e no tempo. O debate que sempre houve, foi no sentido de retirar o cunho de ciência à
história. De referir que este posicionamento deve-se ao facto de se querer ver na História o
modelo de actuação das ditas ciências exactas. Aliás, e como bem o diz Boaventura Sousa
Santos (1987), não existem ciências exactas, pois a teoria da relatividade de Einstein acabou
com o determinismo que se pensava existir nas então ciências exactas, demonstrando a
relatividade da verdade científica.
O conceito que se tornou muito utilizado na academia de que História é uma ciência
que estuda o homem e as sociedades humanas no tempo.
A história era definida como “ciência” e essa ciência nova se inscrevia, de acordo com
a ideologia herdada das Luzes e da Revolução Francesa, na linha de um progresso. Este, de
acordo com Monod, estava situado em uma dupla perspectiva: por um lado, o progresso
desinteressado, na medida em que ilustrava o “espírito científico” próprio às “ciências
morais” – diríamos, hoje, ciências humanas e sociais –; por outro, o progresso útil, e mesmo
utilitário, na medida em que não podia ser separado de sua contribuição à “direcção da
sociedade moderna”.
Os modelos antigos moldaram a herança que a época moderna legou, entre os séculos
XVI e XVIII, em relação às concepções da história. Três grandes correntes, nas quais os
historiadores antigos ocuparam uma função essencial, formaram-se, coincidindo,
parcialmente, de modo sincrónico: a história humanista, a história erudita e a história
filosófica.
Foi ainda, através dos tratados de Cícero, que se impôs, sempre dentro da tradição
humanista, uma concepção da história considerada como um género retórico, do duplo ponto
de vista da narração (narrare) e do estilo (ornare, exornare).
A história dominava então a busca da perfeição de uma arte oratória que repousava
sobre um ideal de simplicidade. Tratava-se de um ideal cultural proveniente da Antiguidade e,
para a história, essencialmente, de Cícero (esse ideal exprimia-se também – com nuances que
não vamos analisar aqui – em Dionísio de Halicarnasso e em Quintiliano).
4. A história erudita
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preciso, porém, observar que a tradição da história erudita não se desenvolveu de
maneira uniforme na Europa. Ela foi estimada, nos países do Norte, de tradição protestante,
como Alemanha, Países Baixos e Inglaterra. Contudo, a França manteve-se distante dessa
vasta corrente por duas razões. Por um lado, os protestantes, ameaçados pelo poder real no
século XVII, tomaram o caminho do exílio, um exílio obrigatório a partir da revogação do
Édito de Nantes em 1685.
A história deveria ser reconhecida como um género literário que pertence à área das
belas-letras ou como uma ciência que teria seu lugar na árvore dos saberes? Os historiadores
humanistas jamais decidiriam. Como resultado disso, a história seria, ao menos na tradição
francesa, por muito tempo, confundida com uma arte retórica. Contudo, disso também
resultaria a permanência da questão da escrita no horizonte da reflexão dos historiadores,
mesmo quando a história tivesse a pretensão de se tornar uma disciplina científica nas
primeiras décadas do século XIX.
O estudo da história profana não mereceria que se lhe devotasse uma atenção
cuidadosa e um tempo considerável, caso se limitasse ao estéril conhecimento dos fatos da
Antiguidade e à sombria busca das datas e dos anos em que cada acontecimento ocorreu.
Importa-nos pouco saber que existiu no mundo um Alexandre, um César, um Aristides, um
Catão e que eles viveram neste ou naquele tempo; que o império dos assírios foi sucedido
pelo dos babilónios e, este último, pelo império dos medos e dos persas, que foram, por sua
vez, subjugados pelos macedónicos, e estes pelos romanos.
Desde o começo do século XIX, Tucídides foi lido, com muita atenção, como
historiador político, pelos fundadores da universidade de Berlim, particularmente, por
Niebuhr, que, por sua vez, influenciou Ranke e o aluno deste, Wilhelm Roscher, autor de um
livro importante, Leben, Werk und Zeitalter des Thukydides, publicado em Göttingen em
1842.
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7. Conclusão
Conclui-se que a história deveria ser reconhecida como um género literário que
pertence à área das belas-letras ou como uma ciência que teria seu lugar na árvore dos
saberes? Os historiadores humanistas jamais decidiriam. resgatar o passado, a história tentaria
conferir sentido ao presente, ajudando a transformar a realidade a partir de sua própria
compreensão, podendo até mesmo guiar ao futuro. Todavia, uma análise mais detalhada
demonstra que o conceito de história comporta múltiplas definições, cada qual adequada ao
seu conjunto teórico
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8. Referências bibliográficas
CREUZER, Georg Friedrich. Die historische Kunst der Grieschen in ihrer Entstehung
und Fortbildung. Leizig, G. J. Göschen, 1803, 2ème éd. 1845.
DAUNOU, Pierre Claude François. Cours d’études historiques. T. VII. Paris: Didot,
1842.
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