O Inicio Da Vida Descomplicando As Consultas de Puericultura
O Inicio Da Vida Descomplicando As Consultas de Puericultura
O Inicio Da Vida Descomplicando As Consultas de Puericultura
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as
consultas de puericultura
Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo - ASPEUR
Universidade Feevale
O INÍCIO DA VIDA:
descomplicando as
consultas de puericultura
PRÓ-REITORA DE ENSINO
Angelita Renck Gerhardt
PRÓ-REITOR DE PESQUISA,
PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
Fernando Rosado Spilki
EDITORA FEEVALE
Mauricio Barth (Coordenação)
Tiago de Souza Bergenthal (Revisão textual)
Tífani Müller Schons (Design editorial)
Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-86341-03-4
CDU 616.12-089
Universidade Feevale
Câmpus I: Av. Dr. Maurício Cardoso, 510 - CEP 93510-235 - B. Hamburgo Velho - Novo Hamburgo/RS
Câmpus II: ERS 239, 2755 - CEP 93525-075 - B. Vila Nova - Novo Hamburgo/RS
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09
CAPÍTULO 1
Pré-natal e parto
36
CAPÍTULO 2
O início da vida extrauterina: as primeiras visitas ao bebê
64
CAPÍTULO 3
Primeira consulta
99
CAPÍTULO 4
1 a 6 meses: construindo a aliança terapêutica
116
CAPÍTULO 5
Consultas de puericultura: 6, 9 e 12 meses
132
CAPÍTULO 6
Consulta de 18-24 meses
143
CAPÍTULO 7
Consulta do adolescente
158
AUTORES
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Clarissa Noer
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O INÍCIO DA VIDA
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baseadas em evidências, estaremos cuidando da criança que “é” e do adulto que virá a
“ser”. Mas cuidado: a criança não é adulto em miniatura. Muito pelo contrário, o mundo da
criança é único, peculiar, e a infância é um período sensível, quando nascem as virtudes
e também os vícios humanos: é importante estudar as particularidades de cada fase do
desenvolvimento infantil.
Tamanha responsabilidade acaba gerando uma certa angústia em nosso percurso de
formação: Como lembrar de tudo? Como conseguir dar conta de todas as orientações em
uma única consulta e ter a certeza de ter abordado todas as áreas: alimentação, desenvol-
vimento, estimulação, suplementação, exames, doses, peso, curvas, vacinas…
Daí surgiu a ideia deste pequeno guia como um recurso para uma consulta breve, na
correria dos atendimentos. No entanto, preciso adverti-los de que essa ideia não é nem
um pouco original: a maioria dos professores de vocês carregava um caderninho insepará-
vel no jaleco, cheio de anotações, doses, lembretes, tudo aquilo que precisaríamos lembrar
(não tínhamos smartphones, também, então o caderninho era realmente importante). Ao
final do curso, de tão gastos de serem consultados e manuseados, alguns já se encontra-
vam em um estado deplorável, mas devido a sua utilidade inquestionável, ganhavam o
apelido carinhoso de “sebento”.
Esse ebook é uma versão moderna do caderninho sebento, oferecendo aquele su-
porte visual que é necessário na pediatria. Construído por e para acadêmicos de medicina,
em meio às angústias de uma pandemia, para que possa ser utilizado por outros colegas e
mais outros… dessa vez com a vantagem de não perder páginas, amassar ou rasgar, porém
com a mesma intenção de ser um recurso prático nos preciosos encontros com a criança e
sua família nos atendimentos de puericultura.
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1 Pré-natal
e parto
Neidi Isabela Pierini e Clarissa Noer
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ANAMNESE PRÉ-NATAL
Aconselhamos que a família conheça o pediatra antes do nascimento do bebê e for-
me um vínculo com o profissional antes do nascimento. Nesses casos, é importante que
se faça uma anamnese pré-natal completa para prevenir e prever possíveis riscos e com-
plicações que possam afetar a saúde da criança.
Abaixo, encontra-se um modelo de anamnese pré-natal para esse tipo de atendi-
mento.
IDENTIFICAÇÃO DO PAI:
Nome: Idade: Raça:
Estado civil: Escolaridade: Profissão:
Doenças prévias:
IDENTIFICAÇÃO DA MÃE:
Nome: Idade: Raça:
Estado civil: Escolaridade: Profissão:
Doenças prévias:
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História ginecológica:
- História de DST’s:
- Tipos de partos:
- Planejamento da gestação:
- DUM:
- DPP:
- Influenza:
Suplementação:
- Ácido fólico:
- Sulfato ferroso:
Ficha de anamnese pré-natal. Fonte: Produzido pela autora.
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AVALIAÇÃO PÓS-NASCIMENTO
} APGAR
Figura 1 - Acróstico de APGAR, parte 1. Fonte: LAINSC, 20211. Figura 2 - Acróstico de APGAR, parte 2.
Fonte: LAINSC, 20211.
} CLASSIFICAÇÃO DO RN
Idade gestacional
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} GOLDEN HOUR
A OMS recomenda que o RN seja co-
locado em contato direto com a mãe logo
após o parto por pelo menos uma hora e
que a mãe seja incentivada a iniciar a ama-
mentação assim que o bebê estiver pronto,
oferecendo ajuda se necessário. “Essa reco-
mendação baseia-se na maior aptidão dos
neonatos para buscar espontaneamente a
região mamilo-areolar e iniciar a amamen-
tação nesse período, contribuindo para es-
tabelecer o aleitamento materno exclusivo”2.
Figura 3 - Golden Hour. Fonte: Priscilla Mondo Fotografia.
“O contato ‘pele a pele’ entre mãe e bebê logo após o parto favorece a colonização
da pele do recém-nascido pela microbiota da mãe, facilita a regulação da temperatura
corporal, mantém os níveis de glicemia estáveis e contribui para a estabilidade cardiorres-
piratória. A sucção da mama logo após o nascimento estimula a secreção de prolactina e
ocitocina, hormônios que induzem a produção e ejeção do leite. A ocitocina também reduz
o sangramento puerperal e acelera a involução uterina, representando benefícios adicio-
nais para a mulher”2.
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} SINAIS VITAIS
Os sinais vitais em pediatria são bastante únicos e diferentes em relação aos adultos.
No recém-nascido vale consultar os padrões de referência.
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Temperatura
} PESO AO NASCER
“PIG, GIG, AIG é a relação entre o peso e a idade gestacional, para fins diagnósticos.
Com base nesse gráfico (Figura 4), estas ‘siglas’ são determinadas pelas linhas traçadas,
que são determinadas de acordo com a média da população. Essas linhas separam o grá-
fico em 3 partes, sendo:
· Grande para a Idade Gestacional (GIG): peso acima do percentil 90 (a linha de
cima);
· Adequado para Idade Gestacional (AIG): peso entre o percentil 10 e 90 (entre as
duas linhas, na média);
· Pequeno para Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10 (a linha de
baixo).
Bebê diagnosticado como PIG tem risco de ter pouca reserva de energia e, portanto,
precisar de cuidados especiais após o nascimento. Costuma estar associado à restrição de
crescimento intrauterino (RCIU)”6.
Exemplo: RN com 2.000 g e 34 semanas de IG.
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Figura 4 – Gráfico da relação entre peso e a idade gestacional do RN. Fonte: Ministério da Saúde, 20146.
} ANTROPOMETRIA
} ECTOSCOPIA
Avaliar a cor da pele (clara, ictérica, cianótica), seu turgor, ocorrência de descamação,
manchas (mongólicas, eritema tóxico), equimoses, hematomas e possíveis lesões. “O nor-
mal é encontrar o RN em flexão generalizada, com hipertonia dos quatro membros”7.
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Figura 4 - Mancha Salmão. Fonte: Sociedade Figura 5 - Mancha Salmão. Fonte: Sociedade
Brasileira de Pediatria - Consenso de cuidado Brasileira de Pediatria - Consenso de cuidado
com a pele do Recém-nascido8. com a pele do Recém-nascido8.
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Figura 9 - Hiperplasia sebácea. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria - Consenso de cuidado com a pele do Recém-
-nascido8.
Figura 10 - Mancha mongólica. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria - Consenso de cuidado com a pele do Recém-
-nascido8.
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} BOCA
} CARDIOVASCULAR
Avaliar a caixa torácica, a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas, pul-
monares, de coluna ou arcabouço costal3.
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} RESPIRATÓRIO
} ABDOME
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} GENITÁLIA
Avaliar membros, com especial atenção aos dedos das mãos (quirodáctilos) e dos pés
(pododáctilos), em busca de polidactilias, sindactilias e dedos mais curtos ou mais longos
que o habitual14.
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Observar palma das mãos em busca de linha palmar transversa contínua e formato
da planta do pé (pé plano).
Curiosidade!
A linha palmar transversa única pode ser um sinal das seguintes síndromes: Sín-
drome de Down, Síndrome de Aarskog, Síndrome de Cohen, Síndrome de Patau, Síndro-
me de Turner, Síndrome de Klinefelter, Síndrome alcoólica fetal, Pseudo-hipoparatireoi-
dismo, Disgenesia gonadal e Síndrome do miado do gato17.
Avaliar posição dos pés em relação aos tornozelos (pés tortos congênitos).
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Manobra de Barlow. Fonte: Porto, 201414. Manobra de Ortolani. Fonte: Porto, 201414.
É importante fazer a pesquisa ativa durante todo o primeiro semestre de vida porque
alguns casos têm manifestação tardia.
} NEUROLÓGICO
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REFERÊNCIAS
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com/p/CKwpu3ijCSa/?hl=pt-br. Acesso em: 02 fev. 2021.
2. ESTEVES, Tania Maria Brasil; DAUMAS, Regina Paiva; OLIVEIRA, Maria Inês Couto; AN-
DRADE, Carlos Augusto de Ferreira; LEITE, Iuri Costa. Fatores associados à amamentação
na primeira hora de vida: revisão sistemática. Revista de Saúde Pública, 2014;48(4):697-
703. DOI:10.1590/S0034-8910.2014048005278. Disponível em: https://www.scielo.br/
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ton: Departamento de doenças infecciosas, 2015. Disponível em: https://www.bphc.
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Sheet%20Languages/Fever%20in%20Children_How%20to%20take%20a%20Temperatu-
re/Portuguese.pdf. Acesso em: 10 jan. 2021.
6. Ministério da Saúde. Manual AIDPI Neonatal: Série A. Normas e Manuais Técnicos. Bra-
sília: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://
portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/03/Manual-Aidpi-corrigido-.
pdf. Acesso em: 11 jan. 2021.
7. MAROSTICA, Paulo José Cauduro; VILLETTI, Manoela Chitolina; FERRELLI, Régis Schan-
der; BARROS, Elvino. Pediatria: consulta rápida. Artmed Editora Ltda. Porto Alegre/ RS,
2018.
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8. CARVALHO, Vânia O.; MARKUS, Jandrei R.; ABAGGE, Kerstin T.; GIRALDI, Susana; CAM-
POS, Tânia B. Consenso de cuidado com a pele do Recém-nascido. Sociedade Brasileira
de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/flipping-
-book/consenso-cuidados-pele/cuidados-com-a-pele/assets/downloads/publication.
pdf. Acesso em: 19 jan. 2021.
10. GONTIJO, Bernardo; SILVA, Cláudia Márcia Resende; PEREIRA, Luciana Baptista. He-
mangioma da infância. A. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 78, n. 6, pág. 651-673, de-
zembro de 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
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https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000600002.
11. MALACARNE, Juliana. Vérnix: entenda o que é e conheça os benefícios. Revista Crescer,
2019. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2019/04/
vernix-entenda-o-que-e-e-conheca-os-beneficios.html. Acesso em: 19 jan. 2021.
12. Gestação Bebê. Icterícia Neonatal: o que é, causas, como ocorre, tipos e valores de re-
ferência. Disponível em: https://www.gestacaobebe.com.br/ictericia-neonatal/. Acesso
em: 18 jan. 2021.
13. SAILLY, Hugo; FAGNER, Luiz; FELIPE, Moises; NEPOMUCENO, Natália; HENRIQUE, Pedro.
Desconforto Respiratório Neonatal. SLIDESHARE, 2013. Disponível em: https://pt.sli-
deshare.net/blogped1/desconforto-respiratrio-neonatal-24358026. Acesso em: 18 jan.
2021.
14. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica I. Celmo Celeno Porto; co-editor Arnaldo Le-
mos Porto. Pág 133. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. ISBN 978-85-277-
2329-9.
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15. RIBEIRO, Sani S. O que é sindactilia, possíveis causas e tratamento. Tua Saúde. Doenças
genéticas, 2020. Disponível em: https://www.tuasaude.com/sindactilia/. Acesso em: 17
jan. 2021.
16. MEHANNA, Karimy H. Polidactilia. Cirurgia Pediátrica Curitiba, 2018. Curitiba/PR. Dispo-
nível em: https://cirurgiapediatricacuritiba.com.br/polidactilia. Acesso em: 17 jan. 2021.
17. BOHN, Daniel. Pregas palmares/ “linhas” da mão. Pelotas/RS. 2020. Disponível em: ht-
tps://danielbohn.com.br/pregas-palmares-linhas-da-mao/. Acesso em: 17 jan. 2021.
18. UNICAMP - Faculdade de Ciências Médicas. Reflexos primitivos. Neurologia infantil. Dis-
ponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/exa-
me-neurologico/reflexos-primitivos. Acesso em: 18 jan. 2021.
35
2 O início da vida
extrauterina:
As primeiras visitas ao bebê
ALOJAMENTO CONJUNTO
O Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo
após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta
hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem
como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe-filho9.
São encaminhados ao alojamento conjunto os RNs que estão em bom estado geral
(BEG), com idade gestacional mínima de 35 semanas ou pesando pelo menos 2kg20.
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PRIMEIRA VISITA (1º - 2º dias de vida) SEGUNDA VISITA (2º - 3º dias de vida)
“Avaliação do vínculo entre mãe e bebê. “Exame físico completo;
Avaliação da amamentação: posicionamento e
sucção do RN, avaliação do colostro (quantida- Após 36 a 48 horas de vida, o recém-nascido
de e aspecto). pode receber alta hospitalar se:
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O INÍCIO DA VIDA
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ALEITAMENTO MATERNO
NÃO EXISTE LEITE FRACO! No entanto, não esquecer de sempre avaliar a mamada para
conferir se o bebê está conseguindo extrair leite da mama (mamada efetiva)
“O colostro, leite dos primeiros dias, contém o fator epidérmico de crescimento, que
acelera a maturação da mucosa intestinal, e fatores imunológicos bioativos, que conferem
proteção imunológica ao lactente, prevenindo a colonização intestinal por micro-organis-
mos patogênicos”2.
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} TIPOS DE ALEITAMENTO
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} POSIÇÃO DA MÃE
A mãe pode permanecer na posição que parecer confortável para ela. Essa posição
varia de mulher para mulher.
Figuras 27, 28, 29 e 30 – Posições para amamentar. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 201222.
} POSIÇÃO DO BEBÊ
Para iniciar a mamada, orientar a mãe a retirar as roupas, tocar o lábio superior do
bebê com o mamilo da mãe e fazer uma prega do mamilo em direção ao palato do bebê.
9 O corpo do bebê deve estar em frente, voltado para a mãe e bem próximo (barriga
do bebê voltada para o corpo da mãe).
9 O bebê deve estar com a cabeça e a coluna em linha reta.
9 A boca do bebê deve estar de frente para o mamilo.
9 A mãe deve apoiar com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do bebê.
9 O bebê deve abocanhar a maior parte da aréola dentro da boca.
9 Queixo do bebê tocando o peito da mãe, liberando o nariz para a respiração22.
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TESTES DE TRIAGEM
} TESTE DA ORELHINHA
Fatores de risco para a surdez
- Bebê de 0 a 28 dias;
- história familiar: ter outros casos de surdez na família;
- infecção intrauterina: provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou
toxoplasmose;
- baixo peso;
- hiperbilirrubinemia: doença que ocorre 24 horas depois do parto (>15 no RN a termo e >12 no
prematuro);
- medicações ototóxicas;
- síndromes neurológicas: Síndrome de Down ou de Waldemburg, entre outras;
- asfixiados (APGAR < 6 no quinto minuto);
- septicemia neonatal/meningite;
- anomalias craniofaciais;
- espinha bífida;
- defeitos cromossômicos;
- peso de nascimento < 1500 g;
- ventilação mecânica por mais de cinco dias.
Fonte: Ministério da Saúde, 201225 e Editora Sanar24.
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} TESTE DO OLHINHO
Nesse exame, procura-se o reflexo vermelho (TRV) pupilar. Serve para rastreio de
glaucoma congênito, catarata congênita e retinoblastoma.
“O TRV é realizado com o oftalmoscópio direto, cuja luz projetada nos olhos, atraves-
sa as estruturas transparentes, atinge a retina e se reflete, causando o aparecimento do
reflexo vermelho observado nas pupilas. A cor vermelha, ou alaranjada do reflexo ocorre
devido à vasculatura da retina e coroide e do epitélio pigmentário.
Se o reflexo for ausente em um ou ambos os olhos ou duvidoso, a criança deverá ser
encaminhada ao oftalmologista para ao exame oftalmológico completo .27
Figura 34 - Reflexo vermelho presente (simé- Figura 35 - Reflexo vermelho duvidoso (assi-
tricos) em ambos os olhos: Reflexo normal em métricos). Estrabismo: reflexo brilhante e mais
ambos os olhos. Fonte: Sociedade Brasileira de claro no OE estrábico. Fonte: Sociedade Brasi-
Pediatria, p. 2, 201827. leira de Pediatria, p. 2, 201827.
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Figura 36 - Reflexo vermelho duvidoso (assimé- Figura 37 - Leucocoria no olho direito. Fonte:
tricos). Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, p. 2, 201827.
p. 3, 201827.
} TESTE DO CORAÇÃOZINHO
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} TESTE DO PEZINHO
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ICTERÍCIA NEONATAL
FISIOLÓGICA
9 RN a termo e início após 24 horas com pico entre o 3º e 4º dias de vida.
9 Na maioria dos RN, a icterícia reflete uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina,
sendo, portanto, fisiológica.
PATOLÓGICA
9 Antes de 24-36 horas;
9 Bilirrubina indireta alcança concentrações elevadas tornando-se lesiva ao cérebro, podendo
culminar em um quadro de encefalopatia bilirrubínica aguda com letargia, hipotonia e sucção
débil nos primeiros dias de vida;
9 Kernicterus;
9 Associação com outros sinais clínicos ou doenças do RN, como anemia, plaquetopenia, letar-
gia, perda de peso etc.;
9 Icterícia prolongada (>8 dias no a termo e acima de 14 dias no pré-termo); Bilirrubina direta >
1,5mg/dl ou >10% da BT; Progressão diária da BT >5mg/dl ou >0,5mg/dl/h.
Fonte: Produzido pela autora.
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Icterícia do Leite Materno: aparente desde a primeira semana de vida com persis-
tência por duas a três semanas, chegando até três meses. Nessa síndrome, chamam a
atenção o bom estado geral do RN e o ganho adequado de peso30.
} CAUSAS
SE LIGA!!!!
“A principal causa de icterícia patológica e de doença hemolítica neonatal é a incompatibilidade
sanguínea materno-fetal, que cursará com redução de hematócrito, aumento dos níveis séricos
de BT e reticulócitos >5%”31.
} ZONAS DE KRAMER
Zonas de Kramer. Fonte: Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro31.
} FOTOTERAPIA
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Em RNs pré-termo:
· <1000g iniciar fototerapia se BT >5 mg/dl;
· 1000 a 1500g iniciar fototerapia em níveis de BT entre 7 e 9 mg/dl;
· 1500 a 2000g iniciar fototerapia em níveis de BT entre 10 e 12mg/dl;
· 2000 a 2500g iniciar fototerapia em níveis de BT entre 12 e 14 mg/dl.
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} FOTOTERAPIA
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monitoramento e avaliação adequados para sepse com base nos fatores de risco da mãe;
} BANHO
Limpeza deve ser suave, sem esfregar a pele com esponja ou panos. Os banhos de
banheira ou bacias são recomendados. Pode tomar banho de chuveiro (encorajar a fazer
com o pai para estimular vínculo).
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COTO UMBILICAL
álcool etílico a 70% ou clorexidina em concentrações de 0,5% a 4% são eficazes em reduzir ainda
mais o risco de infecção;
TROCA DE FRALDAS
} HIGIENE DO SONO
Estudos demonstram que em 16% a 22% dos casos de morte súbita do lactente, os
bebês foram encontrados com a cabeça coberta. Recomenda-se, portanto, que os pés do
bebê fiquem encostados na borda do berço, evitando que ele escorregue para baixo das
cobertas.
O tabagismo durante a gestação e o primeiro ano de vida aumentam o risco de morte
súbita do lactente em 2 a 4 vezes. Até mesmo o hábito de fumar paterno pode influenciar
este risco e deve ser evitado.
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RISCO DE MORTE SÚBITA - morte de crianças menores de 1 ano que morrem de forma
inesperada e sem explicação durante o sono32.
Os riscos de dormir de lado são semelhantes aos de dormir de bruços. Essa posição é instá-
vel e muitos bebês rolam e ficam de barriga para baixo.
Se o bebê está de barriga para cima e vomita, a tendência é tossir, e com isso chamar a
atenção dos pais.
Evite agasalhar demais o bebê na hora de dormir, pois isso dificulta os movimentos e pode
superaquecê-lo.
A inclinação da cama não precisa ser maior do que 5%. Deixe os braços para fora da coberta
para evitar que o bebê deslize e fique sufocado pelo cobertor.
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} TRANSPORTE SEGURO
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descomplicando as consultas de puericultura
Fonte: Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, 201634.
· “Assento Infantil: deve ser usado desde o nascimento até que a criança esteja pe-
sando cerca de 10kg, fase de fragilidade total e estrutura musculoesquelética ima-
tura. Deve ser colocada no meio do banco de trás do veículo, de “costas” para o
painel, presa pelo cinto de segurança do automóvel. O cinto de segurança da cadei-
rinha deve passar entre as pernas da criança e ser preso na estrutura que ali fica.
Estes modelos contam também com um acessório que firma o pescoço do bebê.
· Modelo Reversível: pode ser usado até aproximadamente os 4 anos de idade (cerca
de 18kg), sendo que nesta fase ainda existe fragilidade da coluna vertebral. Deve
ser colocada no meio do banco traseiro, de costas para o painel, até que a criança
57
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
complete 1 ano, depois disso será instalado de frente para o painel, no centro do
banco. A criança ficará contida pelo cinto de segurança da cadeirinha, e essa pelo
cinto do automóvel.
· O assento elevatório (ou “booster”): indicado quando o modelo anterior estiver ina-
dequado (pequeno) para a criança, mas essa ainda não alcançou altura suficiente
para se sentar no banco traseiro, utilizando somente o cinto de segurança do au-
tomóvel”34.
Fonte: Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, 201634.
Importância da cadeirinha:
58
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
REFERÊNCIAS
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de Apgar. 01 fev. 2021. Instagram: @lainsc.uel. Disponível em: https://www.instagram.
com/p/CKwpu3ijCSa/?hl=pt-br. Acesso em: 02 fev. 2021.
2. ESTEVES, Tania Maria Brasil; DAUMAS, Regina Paiva; OLIVEIRA, Maria Inês Couto; AN-
DRADE, Carlos Augusto de Ferreira; LEITE, Iuri Costa. Fatores associados à amamentação
na primeira hora de vida: revisão sistemática. Revista de Saúde Pública, 2014; 48(4):
697-703. DOI:10.1590/S0034-8910.2014048005278. Disponível em: https://www.
scielo.br/pdf/rsp/v48n4/pt_0034-8910-rsp-48-4-0697.pdf. Acesso em: 03 fev. 2021.
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O INÍCIO DA VIDA
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7. MAROSTICA, Paulo José Cauduro; VILLETTI, Manoela Chitolina; FERRELLI, Régis Schan-
der; BARROS, Elvino. Pediatria: consulta rápida. Porto Alegre/ RS: Artmed Editora Ltda.,
2018.
8. CARVALHO, Vânia O.; MARKUS, Jandrei R.; ABAGGE, Kerstin T.; GIRALDI, Susana; CAM-
POS, Tânia B. Consenso de cuidado com a pele do Recém-nascido. Sociedade Brasileira
de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/flipping-
-book/consenso-cuidados-pele/cuidados-com-a-pele/assets/downloads/publication.
pdf. Acesso em: 19 jan. 2021.
9. AARON, Denise M. Manchas cor vinho-do-porto: (Malformação capilar; nevo flâmeo; pi-
cada de cegonha). Manual MSD: Versão saúde para família, 2019. Disponível em: https://
www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/tumores-cut%C3%A2neos-
-n%C3%A3o-cancerosos/manchas-cor-vinho-do-porto#:~:text=As%20manchas%20
cor%20vinho%2Ddo,tumores%20e%20malforma%C3%A7%C3%B5es%20dos%20vasos).
Acesso em: 18 jan. 2021.
10. GONTIJO, Bernardo; SILVA, Cláudia Márcia Resende; PEREIRA, Luciana Baptista. He-
mangioma da infância. A. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 78, n. 6, pág. 651-673, de-
zembro de 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
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https://doi.org/10.1590/S0365-05962003000600002.
11. MALACARNE, Juliana. Vérnix: entenda o que é e conheça os benefícios. Revista Crescer,
2019. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2019/04/
vernix-entenda-o-que-e-e-conheca-os-beneficios.html. Acesso em: 19 jan. 2021.
12. GESTAÇÃO BEBÊ. Icterícia Neonatal: o que é, causas, como ocorre, tipos e valores de re-
ferência. Disponível em: https://www.gestacaobebe.com.br/ictericia-neonatal/. Acesso
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13. SAILLY, Hugo; FAGNER, Luiz; FELIPE, Moises; NEPOMUCENO, Natália; HENRIQUE, Pedro.
Desconforto Respiratório Neonatal. SLIDESHARE, 2013. Disponível em: https://pt.sli-
60
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
14. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica I. Celmo Celeno Porto; co-editor Arnaldo Le-
mos Porto. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. ISBN 978-85-277-2329-9.
15. RIBEIRO, Sani S. O que é sindactilia, possíveis causas e tratamento. Tua Saúde. Doenças
genéticas, 2020. Disponível em: https://www.tuasaude.com/sindactilia/. Acesso em: 17
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16. MEHANNA, Karimy H. Polidactilia. Cirurgia Pediátrica Curitiba, 2018. Curitiba/PR. Dispo-
nível em: https://cirurgiapediatricacuritiba.com.br/polidactilia. Acesso em: 17 jan. 2021.
17. BOHN, Daniel. Pregas palmares/ “linhas” da mão. Pelotas/RS. 2020. Disponível em: ht-
tps://danielbohn.com.br/pregas-palmares-linhas-da-mao/. Acesso em: 17 jan. 2021.
18. UNICAMP. Faculdade de Ciências Médicas. Reflexos primitivos. Neurologia infantil. Dis-
ponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/exa-
me-neurologico/reflexos-primitivos. Acesso em: 18 jan. 2021.
23. MÃE DA CABEÇA AOS PÉS. Pega correta. Pinterest. Disponível em: https://br.pinterest.
com/pin/347973508686308051/. Acesso em: 04 fev. 2021.
61
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
24. SANAR FLIX. Super material Sanar Flix: Triagem neonatal. Salvador/BA: Edito-
ra Sanar. Disponível em: https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=https://
sanar-courses-platform-files.s3.sa-east-1.amazonaws.com/TRIAGEMNEONA-
TAL-200323-112426-1586386501.pdf?pid%3Dexplorer&efh=false&a=v&chrome=fal-
se. Acesso em: 22 jan. 2021.
26. FINELLI, Jorge A. Teste da Orelhinha: simples e essencial ao bebê. Prefeitura Municipal
da Estância Turística de Paranapanema. Diretor de comunicação. Paranapanema, 2014.
Disponível em: http://www.paranapanema.sp.gov.br/portal/teste-da-orelhinha-sim-
ples-e-essencial-ao-bebe/. Acesso em: 19 jan. 2021.
27. NAKANAMI, Célia R.; VASCONCELOS, Galton C.; ROSSETTO, Júlia D.; HOPKER, Luisa M.
Teste do reflexo vermelho. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018. Grupo de Trabalho
em Oftalmologia Pediátrica. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_
upload/__20958d-DC_No1_set_2018-_Teste_do_reflexo_vermelho.pdf. Acesso em:
20 jan. 2021.
30. ALMEIDA, Maria Fernanda Branco; DRAQUE, Cecilia Maria. Icterícia no recém-nasci-
do com idade gestacional > 35 semanas. Sociedade Brasileira de Pediatria - Departa-
62
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
32. NUNES, L. M. Bebês devem dormir de barriga para cima. Sociedade Brasileira de
Pediatria, 2009. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/
bebes-devem-dormir-de-barriga-para-cima/#:~:text=Existe%20uma%20cren%-
C3%A7a%20muito%20forte,Magda.&text=Beb%C3%AAs%20devem%20dormir%20de%20
barriga%20para%20cima%2C%20e%20n%C3%A3o%20de,aos%20de%20dormir%20de%20
bru%C3%A7os. Acesso em: 10 jan. 2021.
33. SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA. Quantas horas por dia o bebê deve dormir?. So-
ciedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/filiada/goias/no-
ticias/noticia/nid/quantas-horas-por-dia-o-bebe-deve-dormir-1/. Acesso em: 10 nov.
2021.
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3 Primeira
consulta
Neidi Isabela Pierini e Clarissa Noer
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
A PUERICULTURA
Geralmente a recomendação da frequência das consultas é:
· Mensal até o 6º mês;
· Trimestral do 6º ao 12º mês;
· Semestral de 12 até 24 meses;
· Anual a partir do 3º ano de vida.
Ao final de toda consulta de Puericultura sugerimos ser elaborados no mínimo 6
diagnósticos (havendo outros diagnósticos, estes devem ser elencados após). Podemos
usar o mnemônico “CEVADA” para memorizar estes diagnósticos3:
65
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
As crianças nascidas pré-termo, (IG) < 37 semanas, devem ter a correção da idade
cronológica em função do grau de prematuridade para que tais crianças não tenham seu
crescimento e desenvolvimento subestimados durante a avaliação2.
Como calcular a idade corrigida?
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} PANORAMA GERAL
} ANAMNESE
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
CALENDÁRIO VACINAL
Atenção!
Não se recomenda mais a revacinação de crianças que não
apresentem cicatriz no local da aplicação após 6 meses.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Questões 1, 2, e 4
Questões 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} As questões
Questionário da Escala de Edimburgo de depressão pós-parto. Fonte: SILVA, Yris Luana Rodrigues, 20134.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
EXAME FÍSICO
O exame físico geral, sinais vitais e reflexos primitivos foram elucidados no capítulo
anterior. Todos eles devem ser realizados em todas as consultas de puericultura, mas,
nesse capítulo, daremos ênfase ao exame físico que visa acompanhar o desenvolvimento
neuropsicomotor e antropometria da criança.
Se liga!
Na Puericultura nem sempre será possível realizar o exame físico na sequência craniocaudal
com costuma-se realizar nas outras áreas da Medicina, assim, é possível iniciar parte do exame
físico com a criança ainda no colo de um dos seus familiares.
Deixar o exame da orofaringe e a otoscopia para serem realizados ao final, pois estes costumam
causar maior desconforto na criança e, se feitos logo no início, podem dificultar a avaliação dos
outros órgãos e sistemas.
} ANTROPOMETRIA
Comprimento
Plano Vertical de Frankfurt - Posicione a cabeça da criança de forma que a linha vertical entre o canal auditivo e a par-
te inferior da órbita ocular esteja perpendicular à placa horizontal do equipamento. Fonte: INTERGROWTH-21st5.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
#FICAADICA
Tome cuidado para que os joelhos sejam estendidos somente até a extensão possível
sem machucar a criança.
O RN tem flexão fisiológica dos membros, não vá machucar nosso pequeno paciente
esticando-o, okay? 😊
Por fim, as plantas dos pés da criança devem ser encostadas no cursor inferior, com
os dedos apontados para cima. Se a criança dobrar os dedos e impedir que o cursor inferior
toque as plantas dos pés, friccione levemente as plantas dos pés do bebê e mova o cursor
assim que a criança estender os dedos5.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
O recém-nascido pode perder até 10% do peso de nascimento, que é novamente al-
cançado entre o 10º e o 14º dia de vida6.
A variação do peso é muito mais rápida do que da estatura e reflete, quase que imedia-
tamente, qualquer deterioração ou melhora do estado de saúde, mesmo em processos
agudos.
1º trimestre 700 25 a 30
2º trimestre 600 20
3º trimestre 500 15
4º trimestre 300 10
Valores médios de ganho de peso por trimestre e por dia. Fonte: adaptado de Manual de Orientação: Avaliação Nutri-
cional da Criança e do Adolescente, 202123.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
O bebê deve ser pesado na balança infantil e deve estar despido. Fonte: INTERGROWTH-21st5.
#SELIGA!
Nosso pequeno paciente deve ser pesado SEMPRE sem roupas.
Perímetro cefálico
75
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} CURVAS DE CRESCIMENTO
#FICAADICA
http://intergrowth21.ndog.ox.ac.uk/
Esse aplicativo permite que você faça o acompanhamento da mesma forma que
as tabelas da carteirinha da criança!
76
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Gráfico altura x idade dos 0 aos 5 anos para meninos, em percentil. Fonte: World Health Organization7.
Gráfico altura x idade dos 0 aos 5 anos para meninos, em z-scores. Fonte: World Health Organization8.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Gráfico peso x idade dos 0 aos 5 anos para meninas, em percentil. Fonte: World Health Organization9.
Gráfico peso x idade dos 0 aos 5 anos para meninas, em z- scores. Fonte: World Health Organization10.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Gráfico perímetro cefálico x idade de 0 a 5 anos para meninos, em percentil. Fonte: World Health Organization11.
Gráfico perímetro cefálico x idade de 0 a 5 anos para meninos, em z-scores. Fonte: World Health Organization12.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Prematuros
Gráfico peso x idade para meninas pré-termo. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 201613.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Gráfico de comprimento e perímetro cefálico x idade para meninas pré-termo. Fonte: Sociedade Brasileira de Pedia-
tria, 201613.
} DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Desenvolvimento motor da criança no primeiro ano de vida. Fonte: Ministério da Saúde, 200215.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Classificação da desnutrição, por meio do z-escore, segundo a OMS. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 200114.
SE LIGA!
Caso haja ganho de peso menor ou igual a 20g/dia estabelece-se a situação de risco nutricional.
Ainda, segundo esses critérios, com relação aos excessos, estão com sobrepeso
crianças com a relação P/A superior a 110% e a 120% do p50 do padrão de referência; e
com obesidade, crianças com a relação P/A igual ou superior a 120% do p50 do padrão de
referência. Além disso, o diagnóstico, nesses casos, deve ser complementado com o cál-
culo do IMC14.
O cálculo do IMC é feito a partir da fórmula:
IMC = Peso / (altura2) kg/m2
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA
“A alimentação complementar deve ser iniciada aos seis meses de idade, respeitando
a quantidade e qualidade adequadas a cada fase do desenvolvimento infantil”16.
} VITAMINA A
Em geral, o leite materno fornece a quantidade adequada dessa vitamina nos seis
primeiros meses de vida, se for oferecido de forma exclusiva.
“Em regiões com alta prevalência de deficiência de vitamina A, a OMS, o Ministério da
Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) determinam que haja a sua suplemen-
tação medicamentosa entre os 6 e os 72 meses de vida na forma de megadoses por via
oral”16.
Suplementação de Vitamina A
#FICAADICA!
Como não estamos em uma região de carência de Vitamina A,
essa suplementação não se faz necessária!
Atenção!
Não há efeitos adversos para as dosagens recomendadas, porém é possível que a criança
apresente hiporexia, vômitos ou cefaleia durante o dia da administração.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} VITAMINA D
Pele negra
Má-absorção de gorduras
Insuficiência renal
Síndrome nefrótica
Obesidade
Fatores de risco para deficiência de vitamina D na infância. Fonte: VAZ, Monique Almeida et al., 201716.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
EXPOSIÇÃO SOLAR
“A SBP recomenda exposição ao sol no primeiro ano de vida de 30 minutos/
semana (seis a oito minutos/dia, três vezes na semana) para lactentes apenas com
fraldas, ou de duas horas semanais (17 minutos/dia)”16.
} VITAMINA K
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} FERRO
#FICAADICA
Oriente que os alimentos contendo ferro sejam oferecidos com alimentos contendo vitamina C
(ex.: suco de laranja), a fim de melhorar a absorção do ferro não heme, e que se evite a ingestão
com refrigerantes, café, chás, chocolate e leite.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} ZINCO
Necessidade Média Estimada (EAR); Recomendação Dietética (RDA); Limite Superior Tolerável de Ingestão (UL).
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} FLÚOR
SE LIGA!
Só deve ser feita a suplementação caso a água do local de residência não seja fluoretada.
“Nesses casos, deve-se administrar o flúor a partir de 15 dias de vida até os 15 anos
de idade, na proporção de 0,25mg de flúor elementar até 1 ano, 0,50mg de 1 a 3 meses e
1,0mg após os 3 primeiros anos (dose diária)”14.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} CLASSIFICAÇÃO
} COMPOSIÇÃO
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
9 Proteína de soja:
· Isolada de soja: NAN soy;
· Fórmulas semi-elementares: Alfaré (100% proteína isolada de soja)20.
RETORNO
PECULIARIDADES DO BEBÊ
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte e demorado, tremores, icterícia).
Oriente sobre os serviços disponíveis na cidade e sobre o modo de funcionamento do
Ambulatório ou Centro de Saúde. Reforce sua disponibilidade para quaisquer perguntas ou
preocupações.
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
REFERÊNCIAS
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der; BARROS, Elvino. Pediatria: consulta rápida. Porto Alegre/ RS: Artmed Editora Ltda.,
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95
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
16. VAZ, Monique Almeida; OLIVEIRA, Granville Garcia; PINHEIRO, Michele Souza; MEDEI-
ROS, Eloá Fátima Ferreira. Suplementação na infância e a prevenção da carência de
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96
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
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tamento-de-puericultura-e-pediatria-fmrp-usp.html. Acesso em: 02 fev. 2021.
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O INÍCIO DA VIDA
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98
4
1 a 6 meses:
Construindo
a aliança
terapêutica
Aline Faria da Silveira,
Evelin Griebeler da Rosa e Clarissa Noer
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Segundo Oliver, C. E., o período entre o quarto e o sexto mês de vida é um marco
importante para o desenvolvimento da criança, visto que é uma etapa crucial para a con-
solidação dos dois principais elementos que definem a inteligência, os quais são marcados
pela descoberta da manipulação e o início da verbalização (com os balbucios).2
13 perguntas que devem ser feitas aos pais:
1. Como vão vocês? Como vai o bebê?
2. Vocês têm alguma preocupação com a saúde do seu bebê?
3. O bebê teve alguma doença no período anterior a esta consulta? Esteve
hospitalizado?
4. Como o bebê dorme?
5.O bebê urina com que frequência? Como são as fezes? Quantas vezes evacua por dia?
Qual o aspecto das fezes?
6. Vocês têm alguma situação desafiante no cuidado do seu bebê? Têm ajuda em casa
para cuidar do bebê? E durante a noite?
7. O seu bebê está mamando bem? Quantas vezes ele mama por dia e durante a noite?
Quanto tempo o bebê permanece mamando? A senhora tem alguma dificuldade com a
amamentação do seu bebê?
8. O seu bebê fixa o olhar no rosto da senhora enquanto mama?
9. O bebê se alimenta de outra coisa diferente do leite de peito? (Inquirir sobre chás,
água, complementações).
10. O seu bebê se assusta com sons altos?
11. O seu bebê pisca os olhos se virado para a luz?
12. O bebê segue o seu rosto, com o olhar, se você estiver a 30 cm do rosto dele?
13. O Sr./Sra. tem alguma outra preocupação/questão em relação ao seu bebê que
gostariam de discutir?
100
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
PRIMEIRO MÊS
Fonte: Adaptado de Guia da Consulta da Criança, 2008.
} Nutrição
#SE LIGA
Oriente em relação à alimentação do recém-nascido, que
No primeiro mês de
deve ser de leite materno exclusivo até os 6 meses de idade, vida, o ganho de peso
esperado é estimado
com livre demanda. Procure assistir uma mamada para poder em 30 gramas por dia!3
101
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
102
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Vacinação
} Desenvolvimento
do hálux;
· reflexo de Moro: obtido pelo ato de segurar a criança pelas mãos e liberar brusca-
mente seus braços. Deve ser sempre simétrico. A partir do 3º mês de vida, passa a
ocorrer de forma incompleta e desaparece totalmente a partir do 6º mês;
· Reflexo tônico-cervical: rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão
do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contralaterais.
Deve ser realizado bilateralmente e deve ser simétrico. Desaparece até o 3º mês.4
Os sinais vitais que devem ser verificados em toda consulta de puericultura incluem
a temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial (PA). Tais si-
103
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
nais são de extrema importância, sobretudo nos lactentes, por serem, muitas vezes, a
única alteração presente em alguma patologia.6
· Temperatura: verifica-se preferencialmente por via
Você sabia?
axilar, deixando o termômetro por pelo menos 2 mi-
A temperatura dos lactentes
nutos. e das crianças é menos
constante que a dos adultos!
· Frequência Cardíaca: verifica-se observando a fonta- Em doenças febris, devemos
nela anterior, palpando as artérias carótidas ou femo- medir ao menos 3 vezes ao
dia para a construção de uma
rais ou através da ausculta cardíaca. Deve estar entre curva térmica.6
130 e 160 batimentos por minuto em recém-nascidos.
· Frequência respiratória: deve ser observada por, no mínimo, 60 segundos e deve va-
riar de 40 a 45 movimentos respiratórios por minuto.
· Pressão arterial: deve fazer parte do exame físico de crianças a partir de 3 anos de
idade e qualquer lactente ou criança pré-escolar que tenha fatores de risco.6
} Avaliação do Crescimento
} Retorno
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarreia, sonolência acentuada – sinais de
alerta ou perigo contidos na caderneta de saúde).1
} Prescrição
104
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Nutrição
} Vacinação
Verifique a realização das vacinas que devem ter sido feitas anteriormente. Oriente
em relação às vacinas que devem ser feitas aos dois meses: 1ª dose da tetravalente (DTP +
anti-H. influenzae), VOP (vacina oral contra pólio) e 1ª dose de VORH (vacina oral de rotaví-
rus humano). Oriente sobre as reações adversas das vacinas (considere antitérmico 1 hora
antes da tetravalente – DTP + Hib – ou logo em seguida; repita após 4 a 6 horas).
Apresente, para análise de viabilidade dos pais, a possibilidade das vacinas antime-
ningocócica B recombinante e antimeningocócica C e ACWY, que devem ser feitas aos 3
meses de idade (1º dose).
} Desenvolvimento
#FIQUE ATENTO!
Aos 2 meses, o bebê deve:
· observar um rosto;
· seguir objetos ultrapassando a linha
média;
· reagir ao som;
· vocalizar (emitir sons diferentes do
choro);
· elevar a cabeça e os ombros na cama
na posição prona;
· sorrir.2
105
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Com dois meses de idade a criança já deve ser responsiva aos pais sorrindo e voca-
lizando reciprocamente. Durante a consulta, é importante observar o relacionamento dos
pais entre si e com a criança.1
Observe e questione se: o bebê reconhece e acalma-se com a voz da mãe; olha o ros-
to das pessoas que estão próximas; presta atenção quando ouve sons e assusta-se com
ruídos inesperados e altos, responde ao sorriso com um sorriso.
} Avaliação do crescimento
} Prescrição
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarreia, sonolência acentuada – sinais de
alerta ou perigo contidos na caderneta de saúde).1
Oriente a leitura da caderneta com as orientações de estimulação.
Oriente realizar as vacinas dos 2 meses e explique os efeitos colaterais (choro, febre
nas primeiras 48 horas).
Vitamina D 400UI por dia.
Passeios ao ar livre, ler histórias, cantar músicas.
Parabenize a mãe e a família.
106
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Nutrição
Confira o aleitamento materno exclusivo (livre demanda); se a mãe vai voltar ao tra-
balho, estabeleça com ela a melhor estratégia. Ensine a ordenhar o leite e armazená-lo.
Caso o recém-nascido esteja utilizando fórmula, questione a respeito do modo de preparo
e confira se está correto. Enfatize que não é necessário complementar a alimentação com
água, chás ou papinhas nesse momento.1
} Vacinação
Verifique a realização das vacinas que devem ter sido feitas anteriormente. Pergunte
sobre a possibilidade de vacinas da rede privada que podem ser feitas aos três meses: an-
timeningocócica B recombinante e antimeningocócica C e ACWY (1º dose).
} Desenvolvimento
107
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Avaliação do crescimento
} Prescrição
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarreia, sonolência acentuada – sinais de
alerta ou perigo contidos na caderneta de saúde).1
Vitamina D 400UI por dia.
Segundo a SBP, aos 3 meses devemos iniciar a suplementação profilática de ferro.
Prescrever Ferro elementar 1mg/kg/dose se paciente a termo (ver tabela pag.- 89).
QUARTO MÊS
} Nutrição
} Vacinação
Segunda dose das vacinas conforme o PNI: pentavalente (difteria, tétano, pertus-
sis, hepatite B e haemophilus ifluenzae b), poliomielite (preferencialmente VIP), pneumo-
cócica 10-valente e vacina rotavírus humano (VORH)5.
108
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Avaliação do desenvolvimento
} Avaliação do crescimento
} Prescrição
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarreia, sonolência acentuada – sinais de
alerta ou perigo contidos na caderneta de saúde).
Evitar deixar ao alcance do bebê objetos perfurantes, cortantes, muito pequenos, e/
ou que confiram risco à criança.
Vitamina D 400UI por dia.
Ferro 1mg/kg/dia (ajustar a dose conforme o ganho de peso).
Orientações para estimular o desenvolvimento.
Antecipatory Guidance.
109
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
QUINTO MÊS
} Nutrição
No quinto mês, a mãe que trabalha já deve retornar ao trabalho, portanto é neces-
sário reforçar a importância da oferta do leite materno ordenhado ou fórmula de partida
(caso necessário, pode oferecer de copinho ou colher para evitar a confusão de bicos). Já é
importante orientar sobre a introdução alimentar que ocorrerá no próximo mês. Encorajar
a família a ler as orientações nutricionais da caderneta.
#ORDENHANDO E ARMAZENANDO O LEITE MATERNO:
· Massageie o seio com a ponta dos dedos iniciando próximo à aréola até mais distante.
· Apoie a ponta dos dedos acima e abaixo da aréola comprimindo o seio contra o tórax e
ordenhar (como se tentasse encostar a ponta dos dedos) em movimentos ritmados.
· Pode ser armazenado na geladeira por até 12h, preferencialmente na prateleira próxima ao
congelador (evitar guardar na porta da geladeira).
} Vacinação
Verifique a realização das vacinas que deveriam ser realizadas no mês anterior. Orien-
te as vacinas referentes ao quinto mês: meningocócica C (PNI) e meningocócica B recombi-
nante (caso tenha optado por fazer na rede privada).1-5
} Desenvolvimento
Observar se o bebê está mais firme e já senta sem apoio; vira-se sozinho e rola de
um lado para o outro; agarra argolas e chocalhos, segurando firme e resistindo se alguém
tenta tirá-lo de sua mão; quando escuta um barulho vira a cabeça e procura de onde vem.
110
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Prescrição
Oriente sobre os problemas que devem levar os pais a procurar assistência médica
antes da consulta agendada (febre, choro forte, diarreia, sonolência acentuada – sinais de
alerta ou perigo contidos na caderneta de saúde).
Evitar deixar ao alcance do bebê objetos perfurantes, cortantes, muito pequenos, e/
ou que confiram risco à criança.
Cuidar quando colocar o bebê na cama ou sofá, deixando o espaço seguro para que o
bebê não caia ao rolar ou tentar se mexer (como o bebê já rola nessa idade, é muito impor-
tante essa orientação para prevenção de acidentes).
Reforçar evitar o uso de telas.
111
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Nutrição
· Refrigerantes e sucos (sucos naturais, sem açúcar, podem ser oferecidos após os 12 meses);
· Queijo.
É importante não forçar ou barganhar, quando a criança não quiser mais comer
aceite que ela está satisfeita; é interessante que a criança se alimente na mesa junto com
a família; já pode começar a oferecer água, mas manter o aleitamento materno até 1 ano
de idade.1-3
112
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Vacinação
} Avaliação do Desenvolvimento
113
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Cuidar com o tamanho dos alimentos que serão ofertados, ensinar sobre cortes se-
guros para o bebê que vai fazer BLW e reflexo de GAG; realizar higiene bucal diariamente
se houver dentição.
114
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. LEITE, A. J. M.; NEVES, A. C. F.; AMARAL, J. J. F. Guia da Consulta da Criança. 2008.
3. MAROSTICA, Paulo José Cauduro; VILLETTI, Manoela Chitolina; FERRELLI, Régis Schan-
der; BARROS, Elvino. Pediatria: consulta rápida. Porto Alegre/RS: Artmed Editora, 2018.
5. BERTOLI, Ciro João. Fórmulas infantis comerciais: indicação e uso. UNITAU. Disponível
em: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=152999. Acesso em: 02 fev.
2021.
6. SANTANA, J. C.; KIPPER, D. J.; FIORE, R. W. Semiologia Pediátrica. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2003.
7. MARIANI, Thaís. Fórmulas infantis: modo de usar. Veja Saúde, 2017. Disponível em: ht-
tps://saude.abril.com.br/alimentacao/formulas-infantis-modo-de-usar/. Acesso em: 03
fev. 2021.
8. BRASIL. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Ministério da Saú-
de. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Bra-
sília : Ministério da Saúde, 2019.
9. DANEMBERG, Franciele Loss. Nutrindo meu bebê - Guia alimentar do 0 aos 24 meses.
São Paulo: Much Editora, 2018.
115
5 Consultas de
Puericultura
6, 9 e 12 meses
Gabriela Crespo Pires
e Clarissa Noer
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Checklist da anamnese:
} Avaliação do crescimento
117
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Nutrição
Recém-nascidos pré-termo com peso entre 3mg/kg peso/dia durante um ano e posterior-
1.500 e 1.000 g mente 1 mg/kg/dia mais um ano
Recém-nascidos pré-termo com peso menor 4mg/kg/peso durante um ano e posteriormen-
que 1.000 g te 1 mg/kg/dia mais um ano
Fonte: adaptado de SBP (2012) 10
Orientar os pais sobre o ocasional surgimento dos seguintes efeitos colaterais: vômi-
tos, diarreia e constipação intestinal. É importante que as famílias sejam orientadas quan-
to à importância da suplementação e sejam informadas sobre a dosagem correta para que
a adesão seja efetiva, garantindo a diminuição do risco da deficiência em ferro e de anemia
entre crianças.¹
Vitamina D: verificar se a criança está em suplementação com 400 UI/dia de colecal-
ciferol ou vitamina D3. Crianças em uso de fórmula láctea fortificada com vitamina D que
ingerem um volume maior que 1000 mL/dia já recebem essa quantidade.²
118
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Vacinação
} Alimentação
Iniciar a oferta de alimentos e água, mantendo o leite materno até os dois anos de
idade ou mais. Para crianças não amamentadas indica-se o uso da fórmula de seguimento
para lactentes (fórmula 2).
No início, a criança deverá receber a comida amassada com garfo. Em seguida, de-
ve-se evoluir para alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para
que a criança aprenda a mastigá-los. Também podem ser oferecidos alimentos macios em
pedaços grandes, para que ela pegue com a mão e leve à boca. Nessa idade, a criança já é
capaz de fazer movimentos de mastigação, demonstra interesse pelos alimentos e gosta
de participar das refeições familiares.⁵ A tabela a seguir evidencia alguns sinais de alerta.
Tabela 3 – Desenvolvimento e sinais de fome e saciedade da criança aos 6 meses de idade
Aspectos do desenvolvimento infantil relacio- Sinais de fome e de saciedade mais comuns
nados com a alimentação
· Senta com pouco ou nenhum apoio. · Sinais de fome: chora e se inclina para fren-
te quando a colher está próxima, segura a
· Diminui o movimento de empurrar com a mão da pessoa que está oferecendo a co-
língua os alimentos para fora da boca. mida e abre a boca.
· Mastiga. · Sinais de saciedade: vira a cabeça ou o cor-
po, perde interesse na alimentação, empur-
· Surgem os primeiros dentes. ra a mão da pessoa que está oferecendo a
comida, fecha a boca, parece angustiada ou
chora.
Fonte: MS, 2019
119
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Junto à refeição, pode ser dado um pedaço pequeno de fruta. Quantidade aproximada: 2 a 3 colheres
de sopa no total. Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser
seguida de forma rígida, uma vez que as características individuais da criança devem ser respeitadas.
Lanche da tarde – fruta e leite materno
Jantar – leite materno
Antes de dormir – leite materno
Fonte: adaptado de MS (2019)
120
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Prevenção de cáries
Deve-se manter boa saúde bucal dos pais e dos cuidadores (babás, avós e outros),
não beijar a criança na boca, não “soprar” alimentos para esfriá-los e nem experimentar
a comida com o talher da criança, já que a cárie é uma doença transmissível, causada por
uma bactéria, o Streptococcus mutans.
Se oferecer “mordedores”, mantenha cuidados higiênicos em relação a eles. Caso a
criança já tenha dentes, marque avaliação com odontopediatra e oriente a higiene oral com
escova e pasta de dente com flúor. Evite uso de açúcar. ⁶
} Desenvolvimento
Atenção!!!
“Criança sem interesse; não ri; não fica sentada com apoio, não se vira; não reage aos sons
(surdez?); movimentos bruscos do tipo ‘descarga motora’. A presença desses sinais impõe
investigação e reavaliação frequentes”. ⁶
121
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
O ambiente deve ser calmo, limpo e ventilado; a criança deve usar roupas adequadas
ao clima; atentar para cuidados higiênicos com o corpo e no preparo da alimentação. Os
utensílios e mamadeira devem ser imersos em água com hipoclorito de sódio a 2,5%, por
15 minutos (20 gotas ou 1ml para 1 litro de água). Deve-se evitar contato com pessoas
doentes. ⁶
Avaliação auditiva: para pacientes sem fatores de risco, pode ser realizada a audio-
metria comportamental e imitanciometria.
} Avaliação do crescimento
122
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
} Nutrição
} Vacinação
Febre amarela: primeira dose. Deve ser evitada a aplicação da vacina febre amarela
no mesmo dia que a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) em crianças meno-
res de dois anos, devido à possível interferência na resposta imune, sendo ideal guardar
um intervalo de 30 dias entre a aplicação das duas vacinas. ⁴
} Alimentação
123
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Quantidade aproximada: 4 a 5 colheres de sopa no total. Essa quantidade serve apenas para a
família ter alguma referência e não deve ser seguida de forma rígida, uma vez que as caracterís-
ticas individuais da criança devem ser respeitadas.
Antes de dormir – leite materno
Fonte: adaptado de MS, 2019
Higiene da boca: a cárie nos dentes de leite, chamada de “cárie na primeira infância”,
pode causar dor, prejudicar a mastigação e até a fala. O controle da placa bacteriana é fun-
damental na manutenção da saúde bucal e na prevenção de cárie e doenças na gengiva.
Para isso, o ideal é os adultos iniciarem a prática de escovar os dentes das crianças assim
que eles aparecerem, pelo menos 2 vezes ao dia, principalmente antes de dormir. Reco-
menda-se colocar um pouco de pasta de dentes com flúor na escova e orientar a criança a
cuspi-la depois de escovar os dentes. Para as que ainda não sabem cuspir a pasta comple-
tamente, a quantidade deve ser mínima – uma pequena manchinha na escova do tamanho
de um grão de arroz. Com o surgimento dos dentes molares, aqueles maiores que ficam
no fundo da boca, os espaços entre os dentes diminuem. Nesse momento, passa a ser
importante usar o fio dental para remover a placa bacteriana nesses espaços e nos pontos
de contato entre os dentes. ⁵
Prevenção de acidentes: cuidado com escadas e quedas; mantenha o bebê afastado
da cozinha e as tomadas elétricas protegidas; evite brinquedos pequenos que ofereçam
risco de engasgo se colocados na boca. Transporte seguro: não transporte a criança no
124
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
colo; use bebê conforto ou conversível, fixado no banco traseiro, de modo que o bebê fique
de costas para a frente do automóvel e esteja acompanhado por um adulto.⁶
Sono: dorme em média de nove a dez horas por noite (com interrupções) e duas so-
necas diurnas de uma a duas horas. Deve dormir de barriga para cima e no berço (com o es-
trado na posição mais baixa), no seu próprio quarto. Evite agitação física próximo ao horá-
rio de dormir, pois faz com que a criança permaneça alerta. Sugira estabelecer um horário
à noite para colocar a criança no berço, para que aprenda a “pegar no sono”. Se ela acordar
durante a noite, verifique a fralda e troque-a se preciso, evitando acender as luzes. Com
exceção dos prematuros, a criança dessa idade não necessita mais de alimentação durante
a noite, mas, se amamentada ao seio, ainda acorda durante a noite para mamar. Caso a
família opte por cama compartilhada, explique sobre os riscos e as medidas de segurança.⁶
Acompanhamento da audição e linguagem: ouve atentamente sons da sua rotina e
procura sons baixos produzidos fora do seu campo visual; localiza imediatamente o som;
demonstra prazer em balbuciar alto e com melodia; fala “mã-mã, dá-dá”. ⁶
Reavaliação da visão: repetir o teste do reflexo vermelho (teste do olhinho).
Ofereça os alimentos amassados, sem liquidificar (o bebê precisa mastigar para de-
senvolver os músculos e ossos da face).
Atenção para os sinais de alerta: hipotonia do tronco (não senta sem apoio); sorri-
so social pobre; não se interessa pelo jogo “esconde-achou”. Espasticidade (pernas duras,
“em tesoura”) ou hipotonia (pernas moles, em “posição de rã”); mãos persistentemente
fechadas; não tem preensão em pinça. Incapacidade de localizar um som (surdez?); Au-
sência do balbucio (distúrbio articulatório). A presença desses sinais impõe investigação,
reavaliações mais frequentes e encaminhamentos ao neuropediatra e ao fisioterapeuta e
reavaliação da audição. ⁶
} Desenvolvimento
125
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Coloque-o no chão para que ele possa se movimentar melhor e brincar, sob a super-
visão de um adulto. Os cercados são muito pequenos e restringem as atividades, portanto
sugira que seja usado por pouco tempo. ⁶
Entre 9 meses e 1 ano, o bebê engatinha ou anda com apoio. Em torno do 10º mês, o
bebê fica em pé sem apoio. ⁸
Orientar os pais sobre eventuais febres e “viroses” e sobre os sinais de alerta para
uso correto do pronto-socorro. Deixar uma receita de antitérmico (paracetamol) se neces-
sário. 8
} Avaliação do crescimento
} Suplementação vitamínica
} Vacinação
126
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Meningocócica C: esquema básico com duas doses (aos 3 e 5 meses) e dose de re-
forço aos 12-15 meses (podendo ser aplicada até os 4 anos). Iniciando após 1 ano de ida-
de: dose única.⁴
} Alimentação
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O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Quantidade aproximada: 5 a 6 colheres de sopa no total. Essa quantidade serve apenas para a
família ter alguma referência e não deve ser seguida de forma rígida, uma vez que as caracterís-
ticas individuais da criança devem ser respeitadas
Lanche da tarde
Leite materno e cereal (pães caseiros pães processados, aveia, cuscuz de milho) ou raízes e tu-
bérculos (aipim/macaxeira, batata doce, inhame)
Antes de dormir — leite materno
Fonte: adaptado de MS, 2019
Prevenção de cáries: higiene da boca e língua depois das refeições com escova macia
e creme dental sem flúor. Desestimule o uso de mamadeira e chupeta; não ofereça doces,
refrigerantes e guloseimas. Evite o uso de açúcar e doces. Marque avaliação com o odon-
topediatra.⁶
Transporte seguro: embarque e desembarque a criança pelo lado da calçada e não a
transporte no colo; use um equipamento do tipo “cadeirinha”, fixado no banco do automó-
vel, e que a criança esteja acompanhada por um adulto. ⁶
128
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
Sono: a criança consolida o sono noturno, podendo dormir toda a noite, em média por
dez horas, mais duas sonecas diurnas de uma a duas horas. ⁶
Acompanhamento da audição e linguagem: atende pelo próprio nome; reage a pa-
lavras da sua rotina e quando ouve as palavras “não” ou “tchau” entende o significado e
balança a cabeça ou acena com a mão. Quando solicitada, aponta e reconhece o nome de
objetos e pessoas. ⁶
Estimulação: converse, ajude a andar; ensine o nome das diversas partes do corpo,
dos objetos e das pessoas; ofereça brinquedos geométricos de tamanhos variados, para
ela empilhar e encaixar. ⁶
Atenção para os sinais de alerta: ausência de sinergia pés-mãos (quando colocada
em pé, com apoio, não procura ajudar com as mãos); criança parada ou mumificada; movi-
mentos anormais; psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre; não fala sílabas;
cessação do balbucio (surdez?). A presença desses sinais impõe investigação, reavaliações
mais frequentes e encaminhamento para neuropediatra e fisioterapeuta e reavaliação da
audição. ⁶
} Desenvolvimento
Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses o bebê anda sozinho. Em torno de 1 ano o bebê possui
a acuidade visual de um adulto⁸. Ele gosta de imitar os pais, faz gestos com a cabeça, dá
adeus e bate palmas. Já faz o movimento de pinça com os dedos polegar e indicador e já
atende pelo seu nome. ¹¹
129
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
REFERÊNCIAS
1. MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Programa Nacional de Suplementação de Ferro: Manual
de Condutas Gerais. Brasília, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi-
cacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
6. FRANÇA, Normeide Pedreira dos Santos; SUCCI, Regina Célia de Menezes. A criança pas-
so a passo: guia de acompanhamento para famílias e profissionais da saúde (recém-nas-
cido aos 5 anos). São Paulo: Atheneu 2013.
7. LEITE, Álvaro Jorge Madeiro; FILHO, Almir Castro Neves; AMARAL, João Joaquim Freitas
do. Guia da Consulta da criança. [S. l.: s. n.] 2008. Disponível em: http://www.geocities.
ws/abs5famed/gcons.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
130
O INÍCIO DA VIDA
descomplicando as consultas de puericultura
131
6 Consulta de
18-24 meses
Sandra Struck e Clarissa Noer
O INÍCIO DA VIDA
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O ímpeto de autonomia nessa idade traz consigo a vontade própria. A criança deseja
liberdade e diferenciação, desejos que geralmente se chocam com a vontade dos adultos.
É comum os pais usarem o termo “terrible Two” ao referir-se a um bebê birrento, que, frente
à frustração, se joga no chão ou usa seu corpo para demonstrar um descontentamento.1
Este é o momento em que a regulagem mútua entre adulto e criança enfrenta o seu mais
duro teste.
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O INÍCIO DA VIDA
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FAZ COCÔ SÓLIDO EM PEDE PARA TROCAR A CONSEGUE SEGURAR O CONSEGUE ABAIXAR E
HORÁRIOS PREVISÍVEIS FRALDA MOLHADA XIXI POR MUITO TEMPO LEVANTAR A ROUPA DE BAIXO
PEDE PARA USAR CUECA CONSEGUE AVISAR QUE PROVIDENCIE O PENICO A CRIANÇA SEGUE
OU CALCINHA QUER FAZER XIXI OU COCÔ OU ASSENTO INSTRUÇÕES SIMPLES
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O INÍCIO DA VIDA
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O INÍCIO DA VIDA
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· Orientar:
a. Escovação dos dentes, duas vezes ao dia, com pasta sem flúor (pequena porção)
e consultas regulares com dentista.
b. O bebê diminuirá o ritmo de crescimento.
c. Higiene do sono.
d. Transporte adequado em automóveis – lembrar de travar as portas.
e. Risco de quedas.
f. Riscos na cozinha, envenenamento (medicações e produtos de limpeza), choque
elétrico, mordidas de animais.
g. Febre: orientar sobre sinais de alerta e o uso correto da emergência. A febre é uma
resposta comum nessa idade, sobretudo em crianças que frequentam creches.
Devemos orientar os sinais de gravidade e prevenir a cultura do pronto-socorro.
h. Uso de copo e de colher. Se a criança usa bico ou mamadeiras, encorajar a subs-
tituição destes.2
· Prescrição:
⋅ A prevenção da hipovitaminose D, conferir a dose para idade de 600 UI/dia até
os 2 anos .7
⋅ Após essa idade, uso da 1,25-OH-Vitamina D (calcitriol) profilática é indicado
apenas em situações excepcionais, como: hipoparatireoidismo, insuficiência re-
nal crônica, raquitismo dependente da vitamina D tipo 1 ou tipo 2, ou em casos
de síndromes de má absorção intestinal grave. 7
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O INÍCIO DA VIDA
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} EXAME FÍSICO:
#FICAADICA:
Perímetro cefálico: 46 a 49 cm dos 18 aos 24 meses;
Peso: 9 a 14 kg dos 18 aos 24 meses;
Estatura: 80 a 90 cm dos 18 aos 24 meses;
IMC deve estar acima de 13 e abaixo de 19 dos 18 aos 24 meses;3
} DESENVOLVIMENTO:
“O período que se inicia a partir dos 18 meses de vida deve ser acompanhado com
atenção, pois possíveis atrasos na comunicação e desenvolvimento da linguagem, assim
como atrasos leves no desenvolvimento motor, podem ser evidenciados neste momento.”4
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} ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO:
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CUIDADOS
A criança já anda sozinha e gosta de mexer em tudo: oriente a prevenção passiva de acidentes!
• Quedas: instalar barreiras de proteção nas escadas e janelas; proteger os cantos dos móveis.
• Atropelamento: saindo de casa, segure a criança pelo punho, evitando, assim, que ela se solte e
corra em direção à rodovia. Não permita que a criança brinque em locais com trânsito de veículos
(garagem próxima à rodovia); escolha lugares seguros (parques, praças e outros).
• Acidentes de trânsito: o Código de Trânsito Brasileiro determina que a criança, nesta idade,
deve ser transportada no bebê conforto ou conversível – cadeira em forma de concha levemente
inclinada, colocada no banco de trás, voltada para o vidro traseiro, conforme orientações do fa-
bricante.3
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#FICAADICA:
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Aos pais: Por favor, preencha as questões abaixo sobre como seu filho geralmente é. Por favor, tente
responder todas as questões. Caso o comportamento na questão seja raro (ex. você só observou uma
ou duas vezes), por favor, responda como se seu filho não fizesse o comportamento. 9
1. Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc.? SIM NÃO
2. Seu filho tem interesse por outras crianças? SIM NÃO
3. Seu filho gosta de subir em coisas, como escadas ou móveis? SIM NÃO
4. Seu filho gosta de brincar de esconder e mostrar o rosto ou de esconde-esconde? SIM NÃO
5. Seu filho já brincou de faz-de-conta, como, por exemplo, fazer de conta que está SIM NÃO
falando no telefone ou que está cuidando da boneca, ou qualquer outra brincadeira de
faz-de-conta?
6. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir alguma coisa? SIM NÃO
7. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar interesse em algo? SIM NÃO
8. Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos pequenos (ex. carros SIM NÃO
ou blocos), sem apenas colocar na boca, remexer no brinquedo ou deixar o brinquedo
cair?
9. O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe mostrar este objeto? SIM NÃO
10. O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois? SIM NÃO
11. O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (ex. tapando os ouvidos)? SIM NÃO
12. O seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? SIM NÃO
13. O seu filho imita você? (ex. você faz expressões/caretas e seu filho imita?) SIM NÃO
14. O seu filho responde quando você o chama pelo nome? SIM NÃO
15. Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho olha para ele? SIM NÃO
16. Seu filho já sabe andar? SIM NÃO
17. O seu filho olha para coisas que você está olhando? SIM NÃO
18. O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do rosto dele? SIM NÃO
19. O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? SIM NÃO
20. Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? SIM NÃO
21. O seu filho entende o que as pessoas dizem? SIM NÃO
22. O seu filho às vezes fica aéreo, “olhando para o nada” ou caminhando sem direção SIM NÃO
definida?
23. O seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando vê algo estra- SIM NÃO
nho?
1999 Diana Robins, Deborah Fein e Marianne Barton. Tradução Milena Pereira Pondé e Mirella Fiuza Losapio
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REFERÊNCIAS
1. REICHERT, Evânia Astér. Infância, a idade sagrada: anos sensíveis em que nascem as
virtudes e os vícios humanos. Porto Alegre: Vale do ser, 2008.
3. LEITE, A. J. M.; FILHO, A. C. N.; AMARAL, J. J. F. Guia da Consulta da Criança. Disponível em:
http://www.geocities.ws/abs5famed/gcons.pdf Acesso em: 03 fevereiro 2021.
9. Mirella Fiuza Losapio, Milena Pereira Pondé. Tradução para o português da escala
M-CHAT para rastreamento precoce de autismo. Translation into Portuguese of the
M-CHAT Scale for early screening of autismo. Rev Psiquiatr RS. 2008;30(3):221-229.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rprs/a/fJsx7JhDNbjswLKPZ7Td69J/?lang=pt&-
format=pdf>. Acesso em 22 novembro 2021.
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7 Consulta do
adolescente
Daniel Felipe Friedrich Kleinibing
e Clarissa Noer
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“O adolescente é um passarinho que temos nas mãos. Se o apertarmos muito, ele morrerá. Se o
soltarmos, ele fugirá. Não saberemos, então, se ele sobreviverá ao mundo”.
} Quando?
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No primeiro encontro do adolescente com o médico pediatra, deve-se ressaltar que ele é o
ponto central da consulta, e seus direitos ao sigilo, privacidade e confiabilidade devem ser
mantidos tanto para o paciente quanto para seus responsáveis.
Durante a consulta, é necessário expor que nada do que for relatado será tratado
com seus responsáveis sem que o paciente saiba, mesmo quando há necessidade de rom-
per o sigilo por certas atitudes.
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3 ETAPAS DA ANAMNESE2
} 1 - Adolescente + familiares
· Motivo da consulta – nem sempre é uma patologia, mas uma situação ou agravo,
por exemplo, queda no rendimento escolar, “timidez excessiva”;
· histórico da situação atual (HDA) e pregressa do paciente, incluindo agravos e
doenças previas;
· estado vacinal (verificar o cartão de imunizações);
· dados da gestação, parto, condições de nascimento e peso ao nascer;
· hábitos alimentares (horário das refeições, quantidade e qualidade dos nutrientes,
hábitos de guloseimas e ultraprocessados);
· condições de habitação, ambiente e rendimento escolar, exposição a ambientes
violentos, tempo em celular, games, computador;
· história familiar – refere-se à configuração, dinâmica e funcionalidade: com quem
o(a) adolescente mora, situação conjugal dos pais e consanguinidade, doenças
familiares, heredograma;
· obter dados sobre o sono (quantidade e qualidade, hora em que vai dormir, higie-
ne do sono, lazer, as atividades culturais, exercícios físicos, religião.
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} 3 - Com os pais
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Protocolo HEEADSSS
O protocolo é uma ferramenta para uma anamnese dirigida ao adolescente para ob-
ter informações sobre o comportamento do paciente.
Home (Casa) Onde você mora? Quem reside na casa com você? O ambiente é cal-
mo ou “agitado”? Quem briga mais na tua casa?
Education/Employment Sabe ler e escrever? Atualmente estuda? Em que ano? Você traba-
Educação / emprego lha? Em quê? Interfere nos estudos?
Eating disorders Já fez dieta? Gosta do seu corpo? Está contente com seu peso e sua
Distúrbios alimentares altura?
Activities O que você faz além da escola? Prática esporte? Qual? Quantas ve-
Atividades zes por semana? Utiliza celular? Você joga videogame? Quanto tem-
po passa entre celular, games, TV, computador em geral?
Drugs Você bebe? Com que frequência? Quando foi seu último porre? Onde
Drogas lícitas / ilícitas costuma beber? Quando foi a última vez? Fuma tabaco? Quantidade
de cigarros/ maços fuma? Usa/usou outra droga?
Sexuality Já ficou? Está apaixonado? Divide sua intimidade corporal com al-
Sexualidade guém? Já teve relações sexuais? Com pessoas do sexo oposto, ou
tanto faz?
Suicide O que você faz quando se sente triste: fica quieto? Chora? Já pensou
Suicídio em desaparecer / se machucar? Já tentou suicídio?
Tabela 2 Fonte: Adaptado HEEADSSS 3.0 Contemporary Pediatrics, January 2014.
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O exame clínico deve ser feito no sentido craniocaudal e o passo a passo do exame deve
ser relatado ao paciente para evitar nervosismos e temores. Promover uma ambiência
adequada (avental, biombo).
· pressão arterial (deve ser mensurada pelo menos uma vez/ano e compará-las às
curvas de pressão arterial para a idade);
· acuidade visual com escala de Snellen;
· estado nutricional (classificar conforme IMC);
· tireoide, cavidade oral, otoscopia;
· coluna vertebral e postura; Perguntar se o adolescente deseja
ou não um acompanhante
· exame neurológico e mental;
· a genitália deve ser avaliada ao final do exame físico;
· maturação sexual – utilizar critérios de Tanner (masculino e feminino), orquidô-
metro para avaliar o volume testicular.
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#FICA A DICA!
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Escala de Snellen
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Caderneta do adolescente
IMPORTANTE!!
Essa caderneta se adquire nas UBSs e USFs e devemos solicitá-la em todas as consultas
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REFERÊNCIAS
1. KNOBEL, M. A síndrome da adolescência normal. In: ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Ado-
lescência normal. Porto Alegre: Artes Médicas; 1989. p. 24-62.
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Autores
NEIDI PIERINI
Aluna do 9º semestre do curso de Medicina da Universidade Feevale, fundadora
da Liga de Cirurgia da Universidade Feevale - LACIF - e ex-monitora da
disciplina de Anatomia Humana e Neuroanatomia.
LETICIA COLISSE
Aluna do 9º semestre do curso de Medicina da Universidade Feevale.
SANDRA STRUCK
Aluna do 9º semestre do curso de Medicina da Universidade Feevale.
Ex-monitora da disciplina Processo Saúde Doença I e da disciplina de Saúde
Materno III. Membro ouvinte da Liga Acadêmica Médica do Coração da FEEVALE
- LAMCUF e membro ouvinte da Liga Acadêmica de Neonatologia e Pediatria
FEEVALE- LANP.
CLARISSA NOER
CRM 25739 RQE 37278
Médica pela UFRGS, residência em pediatria no Hospital da Criança Conceição.
Especialista em pediatria pela SBP e em preceptoria médica no sus pelo
Instituto Sirio-Libanês-IEP . Mestre em pediatria pela UFSCPA. Membro do
comitê de desenvolvimento e comportamento da SBP e membro da Society
of developmental and behavior pediatrics . Professora de Medicina na
Universidade Feevale.
ISBN:
978-65-86341-07-2