Gildo Volpato - Jogo, Brincadeira e Brinquedo - Usos e Significados No Contexto Escolar e Familiar
Gildo Volpato - Jogo, Brincadeira e Brinquedo - Usos e Significados No Contexto Escolar e Familiar
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JOGO,
BRINCADEIRA E BRINQUEDO
Usos e significados no contexto
escolar e familiar
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BRINCADEIRA E BRINQUEDO
Usos e significados no contexto
escolar e familiar
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2017
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Projeto gráfico, diagramação e capa: Luiz Augusto Pereira
ISBN: 978-85-8410-072-9
Às minhas filhas, Maíra e Laíse, por entenderem minha ausência em muitas das
suas brincadeiras, porque souberam entender a importância da realização deste
trabalho para o próprio brincar.
SUMÁRIO
Apresentação ..........................................................................................17
Introdução ..............................................................................................21
APRESENTAÇÃO
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INTRODUÇÃO
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I
UMA VIAGEM AO PASSADO DO JOGO E
DO BRINQUEDO
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forme o autor, esse brinquedo parece ter sido no início ligado às ceri-
mônias tradicionais.
Nilsson também mostra como o balanço, brinquedo tão fre-
quente na iconografia ainda do Século XVIII, fazia parte da festa da
juventude, interpretada como o rito da fecundidade, prevista no ca-
lendário. Nesse ritual, os meninos pulavam sobre odres cheios de vi-
nho, e as meninas eram empurradas em balanços. Havia uma estreita
relação entre a cerimônia religiosa comunitária e a brincadeira, que,
com o tempo, libertou-se do simbolismo religioso, tornando o balan-
ço um brinquedo cada vez mais reservado às crianças.
Conforme Ariès (1981), a boneca e os demais brinquedos
miniaturas levam-nos às hipóteses semelhantes. Os historiadores dos
brinquedos e os colecionadores de bonecas e de brinquedos minia-
turas sempre tiveram muita dificuldade de distinguir a boneca, brin-
quedo de criança, de todas as outras imagens e estatuetas, porque, na
Antiguidade, as réplicas de objetos de culto doméstico ou funerário
tinham significação religiosa, sendo frequentemente encontradas em
túmulos. A boneca era também o perigoso instrumento do feiticeiro
e do bruxo. Por sua vez, Bogoraz-Tan2 diz que as bonecas tchuktchis
eram dadas às meninas como agentes protetoras da fertilidade. Quan-
do uma moça se casava, levava suas bonecas e as escondia em um saco
que guardava na cabeceira, para, com sua influência, ter filhos logo.
O gosto em representar as coisas e as pessoas da vida cotidia-
na, de forma reduzida, hoje reservado às crianças, foi resultado tam-
bém dos famosos presépios napolitanos, realizados principalmente na
Europa, em épocas passadas, para a satisfação dos adultos e a distração
das crianças, como nos afirma Ariès (1981). O bimbeloterie, ou seja, o
2. Citado por Elkonin, 1998, p. 65
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[...] a terça-feira gorda começava com brigas de galo que duravam toda
a manhã. À tarde, todos os jovens da cidade saíam para os arredores,
a fim de jogar o famoso jogo de bola [...]. Os adultos, os parentes e as
autoridades vinham, a cavalo, assistir aos jogos dos jovens e voltavam a
ser jovens como eles6.
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Os padres compreenderam desde o início que não era possível nem de-
sejável suprimi-los ou mesmo fazê-los depender de permissões precárias
e vergonhosas. Ao contrário, propuseram-se a assimilá-los e a introduzi-
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coisas que visse ao redor, seja uma ponte, uma casa, um homem ou
um lugar qualquer.
No Século XVII, tanto Kishimoto (1990) quanto Almeida
(1998) apontam Comênius como um filósofo preocupado com a edu-
cação das crianças. Ele resumiu seu método em três ideias que consi-
derou centrais: naturalidade, intuição e autoatividade. Valorizava os
sentidos e as imagens para facilitar o processo de aprendizagem das
crianças pequenas. Por isso deu muita ênfase ao ensino por meio de
jogos com imagens atraentes e criou livros com histórias ilustradas.
Dizia Comênius: “Esse método natural, que obedece às leis do desen-
volvimento da criança, traz consigo rapidez, facilidade e consistência
no aprendizado”17.
No Século XVIII, aumentaram-se os investimentos na área
da educação. Com a explosão científica, surgiram publicações de en-
ciclopédias ilustradas, e as figuras eram utilizadas pelos preceptores
para confeccionar jogos para auxiliar no ensino dos filhos dos gover-
nantes. Só os filhos das elites tinham preceptores que estavam sempre
à caça de novidades18.
Foi nesse momento histórico que Rosseau (1968) começou
a falar da natureza infantil. Ele chamou de natureza infantil o que
Ariès (1981) chamou de “sentimento de infância”, ou seja, a consciên-
cia da particularidade infantil que distingue adulto e criança. Em sua
obra “Emílio ou da Educação”, Rosseau (1968) se preocupou em de-
monstrar que a criança tem maneiras de sentir, de ver e de pensar que
lhe são peculiares. Para ele, a criança não aprende nada, senão por
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meio de uma conquista ativa. Dizia: “Não deis a vosso aluno nenhu-
ma espécie de lição verbal: só da experiência ele deve receber” (p. 7).
Ele deu importância ao fato de se buscar observar o interesse que a
criança sente ao participar de um processo que corresponde à sua ale-
gria natural. Essa forma de conceber o jogo e usá-lo metaforicamente
como conduta prazerosa e espontânea teve suas origens na Teoria da
recapitulação, conforme estudos realizados por Brougère (1993).
Rosseau faz referência também ao aprendizado da leitura e
da escrita, ao qual Almeida (1998, p. 4) descreve nos seguintes termos:
“Tem-se grande trabalho em procurar os melhores métodos para en-
sinar a ler e a escrever. O mais seguro de todos eles, de que sempre se
esquece, é o desejo de aprender. Dê a ele esse desejo e abandone dados
e tudo mais, e qualquer método será bom”.
Entre as últimas décadas do Século XVIII e primeiras do
Século XIX, surge Pestalozzi. Conforme Almeida (1998), graças a
seu espírito de observação sobre o desenvolvimento psicológico
dos alunos e sobre o êxito ou o fracasso das técnicas empregadas
na época, abriu-se um novo rumo para a educação moderna. Para
ele, a escola era uma verdadeira sociedade onde o senso da respon-
sabilidade e as normas de cooperação eram suficientes para educar
as crianças, e o jogo era um fator imprescindível que enriqueceria
o senso de responsabilidade e fortificaria as normas de cooperação.
Kishimoto (1990) fala que, no Século XIX, surgiu na
Alemanha a experiência mais valorizada em educação. Froebel, dis-
cípulo de Pestalozzi, percebeu que os sentidos muitas vezes nos en-
ganavam, e o mais importante era o estabelecimento das relações que
as crianças faziam com os objetos. Com esse pensamento, criou uma
série de brinquedos que, além do contato físico, proporcionavam às
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II
O JOGO E O BRINQUEDO NA
PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL
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sala de aula, nas aulas de Educação Física ou fora dela. Nesse sentido,
a busca se justifica na necessidade que a criança tem de se apropriar
daquele conhecimento que está sendo vivenciado, ou seja, de torná-
-lo, no termo vygotskiano, intrapessoal ou intrapsicológico.
É importante destacarmos que, para Vygotsky, a linguagem
surge inicialmente como meio de comunicação entre a criança e as
pessoas de seu meio sociocultural, e, aos poucos, vai se convertendo
em linguagem interna, contribuindo para organizar o pensamento da
criança, transformando-se em função mental interna. Sendo assim,
toda experiência que a criança vivenciar com seu corpo representa
uma alavanca ao processo de desenvolvimento integral da criança.
Pelo jogo, a criança aprende, verbaliza, comunica-se com pessoas
que tem mais conhecimentos, internaliza novos comportamentos
e, consequentemente, desenvolve-se. O jogo é a atividade principal
da criança. Em conexão com essa atividade, ocorrem as mudanças
consideradas por Vygotsky e Leontiev como as mais importantes no
desenvolvimento de processos psíquicos da criança, e preparam o
caminho da transição para um novo e mais elevado nível de desen-
volvimento.
A grande importância do jogo para o desenvolvimento da
personalidade da criança, para Elkonin (1987), reside no fato de que
os processos psíquicos se elevam a uma escala superior, graças ao
desenvolvimento de sua personalidade e sua consciência.
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Nesse período, ela tenta atuar não apenas sobre as coisas às quais
tem acesso, mas, conforme Fontana e Cruz (1997, p. 122), “esforça-se para
agir como um adulto: quer, por exemplo, dirigir um carro, fazer comida”.
Ou como podemos observar no cotidiano, quer montar um cavalo, dirigir
um trem, alimentar um bebê, dentre outras.
Durante o desenvolvimento dessas brincadeiras, as relações
humanas incluídas nessas ações começam a se expandir e aparecer
mais claramente. As crianças não se satisfazem mais em brincar ape-
nas de dirigir o carro, pois sentem necessidade de reproduzirem as
relações humanas mais amplas em que o motorista está envolvido. Já
não importa apenas a relação entre o motorista e o carro, mas tam-
bém o posto de gasolina onde ele vai abastecer, a garagem onde vai
guardar o carro, a ponte por onde vai passar, o pedágio que vai ter que
pagar. Da mesma forma, ao brincar de boneca, a criança maior já não
se contenta em reproduzir as ações maternas, de dar banho, de dar
de mamar, de embalar, mas busca incluir essas ações em um contexto
maior de relações, levando a boneca ao médico, à escola, ao passeio
no parque.
Pela necessidade de ampliar o universo das relações a serem
representadas, as crianças maiores começam cada vez mais a buscar
brincadeiras em grupos, onde as relações sociais são reproduzidas nas
relações das crianças entre si. Em situações em que não podem brin-
car com mais crianças, criam situações imaginárias onde fazem de
conta que essas pessoas e situações existam.
Para Vygotsky, toda situação imaginária já contém regras.
Essas regras, mesmo não estando estabelecidas a priori, contêm regras
de comportamento a que a criança se submete ao brincar. A criança
imagina-se como mãe e a boneca como criança e, dessa forma, deve
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III
O JOGO, O BRINQUEDO E A
MODERNIDADE
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estratégias de como consegui-los com seus pais, é cada vez mais fre-
quente na televisão e nas redes sociais, principalmente em determina-
das datas do ano, como Natal e Dia das Crianças.
A propaganda procura passar uma realidade que não é a de
todas as crianças. A de que o brinquedo pode ser adquirido por toda
e qualquer pessoa. A realidade não é essa, e as diferenças podem ser
verificadas nas ruas no dia seguinte a essas datas. Basta olharmos nas
mãos das crianças; pois é de se esperar que os conflitos e contradições
desta sociedade se manifestem também em seus brinquedos e brin-
cadeiras. Todavia, esse é “apenas” um detalhe que não importa muito
aos meios de comunicação de massa. Conforme Chauí (1994, p. 32),
os assuntos transmitidos pelos meios de comunicação de massa “co-
locam os receptores em um universo de atualidade por eles desejada,
ainda que as transmissões possam reforçar a apropriação desigual dos
chamados bens culturais pelas diferentes classes sociais”.
Os meios de comunicação tendem a invalidar os brinquedos
e os jogos confeccionados pelas próprias crianças, que podem sen-
tir-se inferiorizadas por não possuírem um igual ao veiculado pela
mídia. Os meios de comunicação de massa, pela sua capacidade inti-
madora, impõem, conforme Chauí, uma estrutura cultural na qual os
indivíduos são convidados a participar, sob pena de exclusão e invali-
dação sociais ou de destituição cultural.
Piacentini (1994) fala que o centro da sociedade, a chamada
modernidade, é o cenário.
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mortais, por sua força, sua invencibilidade, seu poder. Na maior parte
dos casos, os heróis não aparecem localizados historicamente. Em geral,
são apátridas. Mas, mesmo quando isso ocorre, seus nomes são, invaria-
velmente, americanos (p. 85).
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Brougère (1997, p. 57) fala que, nos países que aceitam a pu-
blicidade de brinquedos pela televisão, “os brinquedos mais vendidos
são, na maior parte dos casos, aqueles que são objeto de uma campa-
nha publicitária televisiva”. Atualmente essas campanhas são poten-
cializadas pela internet e redes sociais.
Em 1997, presenciamos dois fenômenos típicos de massifica-
ção dos brinquedos e padronização do brincar, promovidos pela tele-
visão. Foi o caso do “bichinho virtual”, chamado Tamagouch, que vi-
rou mania internacional, fazendo com que crianças do mundo inteiro
atendessem às solicitações programadas nele, tais como: dar de comer,
beber, tomar banho, ser vacinado, apagar a luz, fazer carinho, fazer es-
tudar, dentre outras.
No âmbito nacional, presenciamos um rápido esvaziar nas
prateleiras de supermercados e lojas de brinquedos de um bambolê
chamado “Bambotcham”, do grupo É o Tchan, em uma versão mais
colorida, mais atraente, principalmente por fazer parte da coreografia
de uma música chamada “Bambolê”, deste mesmo grupo. Assim, ano
após ano, surgem novos brinquedos que viram febre, cada vez mais
avançados tecnologicamente e mais atrativos, relcionados ao mundo
digital, ao videogame e a filmes americanos.
Para Kunz (1994), a crescente homogeneização que faz com
que os brinquedos e jogos das crianças na Europa, EUA, Japão ou
Brasil se assemelham, não acontece apenas por interesses mercado-
lógicos.
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meio do seu pensar, agir e sentir, que, até a idade do adolescente, con-
figura-se, especialmente, pela brincadeira e o jogo. No entanto, se pelo
simples brincar a criança é afastada de sua realidade, o seu imaginário é
facilmente dominado e sua subjetividade controlada, facilitando, assim,
a submissão e a obediência (p. 87).
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28. Segundo Nosella (1992, p. 74), “trata-se de uma caixa cheia de pequenas peças metabólicas, fu-
radas, com vários parafusos e instrumentos mecânicos, para que a criança possa brincar construindo
guindastes, torres e estruturas variadas de metal”.
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29. Maiores informações podem ser encontradas na obra “Jogo e Desenvolvimento da Criança”, por
Carlos Neto (1997).
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IV
O JOGO, A BRINCADEIRA E O
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Quando perde sua dimensão lúdica, sufocada por um uso didático que
a restringe a seu papel técnico, a brincadeira esvazia-se: a criança explo-
ra rapidamente o material, esgotando-o. Isso se dá quando, em vez de
aprender brincando, a criança é levada a usar o brinquedo para aprender.
40. Menino quem foi teu Mestre?. Produção Vídeo Ciência, Fundação Roberto Marinho, 1989.
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Pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das
crianças, em todo lugar onde se consegue transformá-lo em iniciativa
de leitura ou de ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por
essas ocupações tidas como maçantes41.
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que se estabelece entre ela e a situação fictícia faz com que conceitos,
objetos e palavras se tornem algo concreto.
A metodologia utilizada nessa perspectiva deve ser aquela que
coloca o professor como mediador no processo de conhecimento, ao
mesmo tempo em que leva o aluno a interagir com o conteúdo de forma
dinâmica, reflexiva e aberta. Os questionamentos que costumam surgir
na prática dos jogos oportunizam a busca de múltiplas respostas que
possibilitam a troca de experiências, bem como a vivência de movimen-
tos diversificados. As dúvidas que surgem no decorrer do jogo devem
ser discutidas e esclarecidas em grupo, favorecendo a aprendizagem,
que ocorre entre o diálogo e o conflito, na busca da superação do indi-
vidualismo. Dessa forma, será possível favorecer a produção coletiva,
mudando regras, produzindo novos jogos que privilegiem a convivência
entre as diferenças e que atendam, de certa forma, aos interesses de to-
dos os participantes.
As intervenções pedagógicas poderão ocorrer a todo momen-
to, apoiadas no conhecimento do professor e oriundas do próprio gru-
po com que se está trabalhando. Nesse processo, tanto aluno quanto
professor apropriam-se do conhecimento de forma dialética, poden-
do melhor compreender o caráter histórico das coisas, que nos leva a
perceber a provisoriedade da verdade que, às vezes, incorporamos sem
pensar.
O Coletivo de Autores (1992) contempla essa perspectiva e
apresenta o exemplo de uma aula na qual o professor incentiva a cria-
ção de jogos pelos próprios alunos, a partir do tema “Rebater”, para a
qual coloca à disposição materiais diversos. Em um primeiro momento,
o professor questiona os alunos sobre as formas que poderiam ser en-
contradas para bater na bola, para lançá-la ao colega que irá rebatê-la.
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vados na prática dos jogos na Educação Física Escolar, dos quais al-
guns merecem ser apontados:
46. Apesar das críticas que podem ser encontradas no livro organizado pelo Colégio Brasileiro de
Ciências do Esporte (CBCE), publicado em 1997, com o título “Educação Física Escolar Frente à LDB e
aos PCNs”, profissionais analisam renovações, modismos e interesses.
47. Prazer funcional pela repetição caracteriza principalmente a etapa do jogo de exercício, apontada
por Piaget.
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49. Essa fala foi pronunciada em sala de aula, no dia 27 de janeiro de 1999, quando ministrava a disci-
plina “Concepções atuais da educação”, no curso de Mestrado em Educação da UNESC, Criciúma - SC,
promovido em convênio com o IPLAC (Instituto Latino Americano e Caribenho de Cuba).
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Usos e significados no contexto escolar e familiar
isso, Gadotti afirma que o ensino foi orientado para o futuro, buscan-
do-se formar homens adaptados e utilizáveis. Historicamente, foi-se
construindo uma resignação em torno da possibilidade de a escola
ser um espaço de alegria no processo de conhecer. Dessa forma, dei-
xa-se a alegria para depois da escola. Nas palavras de Gadotti (1995),
é como se fosse dizendo à criança:
Fique tristinha aí agora. A escola tem que ser triste mesmo, porque ama-
nhã é que você vai se encher de contentamento. Hoje, a escola tem que
ser triste, sisuda, porque o saber é uma coisa muito difícil de se adquirir.
É amanhã que você vai ter a recompensa pela tristeza de hoje. Você tem
que adiar sua alegria para depois da escola (p. 237).
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Serei feliz depois da aula, depois da lição de casa, depois das provas, de-
pois do vestibular, depois da faculdade, depois de me casar, depois, de-
pois, depois. Por essa lógica, chega-se ao absurdo de que a felicidade, na
vida, encontra-se na morte. Não fosse o fato de que a morte é o fim da
existencialidade, o fim do humano (p. 120).
Observai uma grande falha das educações habituais: coloca-se todo o pra-
zer de um lado e todo o aborrecimento de outro; todo o aborrecimento
no estudo, todo o prazer nos divertimentos. Que pode fazer uma criança
senão suportar impacientemente essa regra e correr ansiosamente atrás
dos jogos? (p. 34).
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A escola como local de alegria não representa uma utopia, simples desejo
desvinculado daquilo com que alunos e educadores sonham e de que
sentem falta. A escola contém elementos válidos de alegria. Ela não é
oposta à alegria, esse sentimento já é possível na escola atual, o que torna
ainda mais lamentável que ela não esteja entre seus objetivos primor-
50. No prefácio à edição brasileira do livro de Snyders “Alunos felizes” (1996).
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diais. É, a partir da própria escola, dos fragmentos que ela deixa trans-
parecer, que se pode começar a pensar em como superar a escola atual.
51. Expressão utilizada pela Profa. Maria José dos Reis, no dia 18 de novembro de 1997, em sala de
aula quando ministratava a disciplina “Teorias e Cultura”, no programa de Mestrado “Educação e Cul-
tura” da UDESC.
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V
CONHECENDO E COMPREENDENDO OS
JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS
DAS CRIANÇAS
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O total de jogos apresentados é maior do que o número de entrevistados por terem sido admitidas
múltiplas respostas.
53. Esse jogo é praticado com cartelas em forma de círculo e consiste em lançar uma cartela sobre a
outra com força. O tazo foi lançado como “brinde”, acompanhando os salgadinhos da Elma Chips.
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Existe uma diferença até pela tecnologia [...]. Hoje ele anda mais de bici-
cleta, joga mais videogame. Todavia, sempre sobra um tempinho voltado
para aquele tempo, brincadeira de rua, montar cabana, brincar de índio,
ainda tem isso, como eu fazia (Gilmar, pai do Thomaz).
Eu acho que até não tem muita diferença, ele brinca de bola, se tiver pião
ele joga pião também. Ele brinca de bicicleta, de ré, de bolinha de gude.
Disto nós também brincávamos quando criança. Só em relação ao brin-
quedo que é diferente, porque hoje eles têm de tudo, naquele tempo não
tinha tudo isso como tem hoje (Samuel, pai do Maicon).
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Usos e significados no contexto escolar e familiar
Penso que uma vida infantil como a de 30 anos atrás torna-se agora im-
possível [...]. O rádio e o avião destruíram para sempre o robinsonis-
mo, que foi a forma de fantasiar de tantas gerações. [...] Seu herói não
pode ser Robinson, mas o policial ou o ladrão cientista, pelo menos no
Ocidente (p. 137).
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Eu imito jogar futebol, porque os grandes também jogam futebol (Lucas C.,
7 anos).
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Não gosto de futebol, porque eu não sei jogar. Ninguém vai lá na minha
casa jogar. Daí eu não consigo (Ricardo, 7 anos).
Ele não joga bola, eu não sei se não é porque ele não brinca com ninguém,
nunca joga ou, se tivesse puxado pelo pai, porque o pai gosta. Às vezes, ele
joga com o pai, mas ele não gosta muito (Vilma, mãe do Ricardo).
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Tabela 3 - Jogos de faz de conta que as crianças mais praticam na visão dos pais
A soma total das atividades de faz de conta é superior ao número de entrevistados por terem sido admi-
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Ele imita o Himen. Tem um brinquedo novo que eles brincam muito
agora que é o Super Patos. Eles ficam combinando: eu sou esse, eu sou
aquele, eles dividem e saem brincando (Lenir, mãe do Lucas C.).
Esses dois puxam o carro o dia inteiro, porque ele é motorista e trans-
porta casa. Então, eles pegam um caminhãozinho, botam uma caixinha
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Ele brinca de polícia e ladrão, só que ele diz que quer ser policial (Zenir,
mãe do Alex).
Ele imita polícia, ele tem capacete, tem espada, tem revólver, eu com-
prei, tem de tudo. Não deveria, pois brinquedo de arma quase sempre
gera violência [...], mas ele sabe que aquilo não passa de uma brincadei-
ra, ele gosta de imitar esse tipo de coisa. Ele sabe que eu trabalho com
arma, ele sabe do perigo que tem (Gilmar, pai do Thomaz).
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Ela faz comidinha com terra, pega retalho de roupa e faz roupinha para as
bonecas (Irma, mãe da Francine).
É lojista [...], ela é a dona e eles vêm comprar, ela vende. Fazem mercado
e os irmãos entram na roda. Ela é assim: tudo que vê, ela faz. Um dia ela
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Brinca de escolinha, ela tem um quadro. Esse ano o que ela brinca mais
é de escolinha (Sônia, mãe da Suelen).
Ela tem um quadrinho, ela faz de tudo. Ela faz de conta que tem as meni-
nas e os meninos da sala dela (Irma, mãe da Francine).
Ela faz de conta que a sala está cheia, ela grita, ela briga. Tem recreio, tem
Educação Física, tem lanche, tem tudo (Clarisse, mãe da Alessandra).
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Elas brincam porque é o único trabalho deles. Como não tem nada o
que fazer, a única coisa que eles têm que fazer é brincar (Lenir, mãe do
Lucas C.).
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Porque é uma fase da criança. Deve ser da própria criança, né? (Gilmar,
pai do Thomaz).
O brincar das crianças foi visto por 15.2% dos pais, como
uma forma de gastar energias acumuladas, por não terem outras ati-
vidades. Um mesmo número de pais apontaram o excesso de liberda-
de como causadora do fato de as crianças gostarem tanto de brincar e
fizeram comparações com o próprio passado delas.
As crianças de hoje são mais livres. Não tem mãe e pai que dão em cima.
Eles têm mais liberdade. Antes era bem diferente, não era fazer o que a
gente queria, era fazer o que os pais queriam, agora não (Fátima, mãe do
Thomaz).
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Acho que é bom, porque desenvolve tanto a vida espiritual quanto a ma-
terial e corporal. Eu acho que é bom para o desenvolvimento das crian-
ças (Clarisse, mãe da Alessandra).
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Gosta. Ela gosta de ver eu brincar com meus irmãos. É para eu cuidar
deles. E daí eles gostam de mim (Elis, 8 anos).
A mãe gosta de que eu estude, não sei se ela gosta de que eu brinque. O
pai tem vez, não sei se ele gosta de que eu brinque, mas ele gosta de que
a gente estude (Samuel F., 7anos).
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Tem todo o tempo. São só os deveres e a escola. Todo o resto é para brin-
car (Sebastião, avô da Ana Cláudia).
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Ele pode brincar no porão, na rua ao redor de casa, dentro de casa. Fora
do terreno não. Há muito movimento nessa rua (Cláudia, mãe do Gui-
lherme V.).
Por vários lugares, na rua, aqui na frente. Só não ali para baixo, há muita
droga, é muito perigoso (Zenir, mãe do Alex).
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Tem vez que brincam meu pai e minha mãe. Minha mãe, às vezes, brinca
de futebol, e meu pai também brinca de carrinho (Maicon, 7 anos).
Uma boneca grandona. Ganhou porque ela queria, ela viu na televisão. Ela
é um tipo de criança que onde ela vai ela cisma em um brinquedo, e fica
perturbando, até que a gente se enche e dá (Salete, avó da Mariana).
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Usos e significados no contexto escolar e familiar
Foi um carrinho de controle remoto, porque ele pediu, insistiu até ganhar
(Vilmar, pai do Rafael).
Ele pedia o videogame, mas eu acho que o videogame não tem tanta tática.
Então, o Magic Computer, já é um mini-computador. Ele escreve, educa,
faz continha. Tem diversas coisas e qualidades, por isso é melhor do que o
vídeogame (Carlos, pai do Guilherme V.).
Porque hoje você vai a uma loja, em qualquer lugar a gente vê brinquedo
de todo tipo. O que a gente pensar de brinquedo existe (Roberto, pai do
Ricardo).
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A gente não vai comprar aquilo que não pode. O Bambotcham, a gente
não deu porque era muito caro, daí nós demos o outro (Salete, avó da
Mariana).
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De boneca e casinha não (rindo), porque não. Tem vez, né? (baixinho),
quando a minha prima me chama, quando eu vou lá na casa dela (Mai-
con, 7 anos).
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Ela vai inventando nome de crianças, nome mesmo de crianças que hoje
estudam com ela. Ela faz de conta que estão todos aqui na sala com ela
(Clarisse, mãe da Alessandra).
Não, porque de boneca eu não gosto, porque o pai falou que é coisa de
menina (Lucas V., 8 anos).
Eu nunca brinquei de carrinho, porque o pai não deixa eu brincar
(Suelen, 7 anos).
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A gente é que não deixa também. Às vezes, meu neto quer brincar de
casinha com a Joeine. Aí ele começa também a trocar roupa de boneca, e
a gente logo vai dizendo: – Isso aí não é pra ti, é coisa de menina. Aí nós
tiramos (Naide, avó da Joeine).
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VI
IMPORTÂNCIA QUE A ESCOLA
ATRIBUI AOS JOGOS, BRINCADEIRAS E
BRINQUEDOS DOS ALUNOS
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Eu trabalho o que acontece, então eu não posso trabalhar uma coisa que
já esquematizei em casa. Não tem como (Prof.ª da 1ª série).
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Sempre que a professora canta uma música nova ela quer que a gente
escreva no caderno. Não sei para quê.58
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combinava com quem iria jogar: “Primeiro eu jogo com ele, depois
contigo”73. O Samuel V. e o Lucas C. eram seus maiores parceiros no
jogo de bolinha de gude.
Uma simples figurinha foi motivo de muitos olhares, de vá-
rias falas e discussões férteis, comparações, trocas e admirações em
sala de aula, que poderiam ter sido transformadas em momentos de
debates, produções e registros coletivos muito significativos para as
crianças. A maioria das crianças faziam coleção em álbuns, ou ti-
nham coladas nos cadernos figurinhas das mais diversas variedades,
da copa, do Mickey, das Chiquititas, de Chicletes, de Chips e de ou-
tras. Em alguns tipos de figurinhas, havia palavras escritas em inglês,
e as crianças logo queriam saber o seu significado.
O tazo também se fazia presente na sala de aula, às vezes
sendo jogado na própria carteira, de preferência quando a professora
estava de costas.
No espaço da sala de aula, também aconteciam muitas trocas
de brinquedos, sem que a professora notasse. Eram troca dos tazos por
bolinhas de gude, bolinhas e tazos por figurinhas e outros objetos. Em
uma tarde, Samuel S. veio até a carteira do Lucas V. e pediu para trocar
uma bolinha por um tazo. Lucas V. logo disse: “Não, porque essa boli-
nha é viciada em mim, eu acerto todas com ela”. Nesse mesmo dia, o
Samuel S. fez uma troca com o Rafael. Guilherme I. quis saber a opinião
da professora se a troca estava justa: “Oh, professora, esse aqui trocou
esse carrinho por um tenaz, será que vale?”. A professora não ouviu ou
fez que não ouviu, pois continuou a escrever no quadro74.
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Nós temos curso, temos teórico e prático paralelos. Nós fizemos a teoria
e, depois, a prática [...]. Tudo o que elas passam nos encontros pedagógi-
cos, tudo é a partir de jogos.
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Porque deve ser próprio da criança. Ela tem uma necessidade. A criança
não para e, se parar, é porque deve estar doente, tem que levar ao médico.
É porque geralmente elas se espelham no adulto. Se ela adora o pai, ela
procura fazer aquilo que o pai faz, a fim de chamar a atenção dele, da
mãe ou qualquer pessoa. Elas acham importante aquilo que o adulto faz
(Prof.ª da 1ª série).
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Tem vez que os meninos jogam futebol e as meninas pulam corda e brin-
cam de bambolê (Alessandra, 7 anos).
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A gente faz esses cursos e um diz que é de um jeito e outros dizem que é
de outro, daí a gente sai ainda mais confusa. Porque não pode ter com-
petição, dizem. Daí tu mudas. Eu não li nenhum livro desses, até porque
conhecimento de um autor eu não tenho, eu não sei onde a gente vai
pegar uma bibliografia boa para ler (Prof.ª de Educação Física).
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O número total de jogos e brincadeiras não corresponde ao número de crianças por ter sido solicitado
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Porque daí a gente se sente alegre, vai brincar pra se divertir (Lucas V.,
8 anos).
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se deu de duas formas: uma por meio de entrevistas com as crianças e ou-
tra por meio de observações diretas. Nas entrevistas, as crianças falaram
sobre uma diversidade de jogos e brincadeiras que costumavam realizar
na hora do recreio.
Podemos observar na Tabela 7, que é a síntese do que as crianças
brincam na hora do recreio, segundo elas próprias, que o futebol não é o
jogo mais praticado pelos meninos.
O número de jogos e brincadeiras não corresponde ao número de crianças entrevistadas por aceitarmos
múltiplas respostas.
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Para mim, nós poderíamos sair às 17 horas; para outra não dava. Daí
fizeram a proposta de entrarmos antes das 13 horas, daí eu não aceitei.
Ninguém quis começar às 13 horas e 15 minutos e sair às 17 horas e 15
minutos, por causa do ônibus. Então, a diretora disse: “Vamos diminuir
o recreio e continuar saindo às 16 horas e 50 minutos” (Prof.ª de Educa-
ção Física).
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Não brincava, era sério mesmo, a gente não podia nem se mexer. A gente
não dava nenhum pio na sala. Eram quatro horas de aula. Era severo
demais (Salete, avó da Mariana).
No meu colégio, a coisa era mais séria também, não tinha muita brinca-
deira dentro da sala de aula, não. A professora era rigorosa, não podia
sair fora da linha (Reinaldo, pai do Leandro).
Dentro da sala de aula, a gente quase não brincava. A gente tinha uma
professora muito brava, mas, assim que dava certo, um ia à carteira do
outro, ia apontar o lápis. Quebrava, às vezes, a ponta do lápis com os
dentes para sair da carteira (Lenir, mãe do Lucas C.).
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Deve ter jogo, deve ter brincadeiras, porque a escola é quase uma vida in-
teira. Porque começa aos seis anos e vai até... A escola tem que ser uma
coisa muito boa para não enjoar, porque é praticamente a vida inteira
(Ivonete, mãe do Filipe).
Ele pode estar e tem que estar, mas desde que ensine a respeitar o espaço
do outro. Pode estar na sala de aula também, em qualquer lugar, porque
vai interferir em uma boa formação para a criança, pois a vida é um jogo
e eles vão estar apreendendo a viver (Cláudia, mãe do Guilherme V.).
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Pode ter uma brincadeira, porque, se a criança vai sempre à escola, deve
ter um intervalo, porque, caso contrário, ela fica nervosa. Às vezes, a
criança cansa, aí tendo uma brincadeira, ela já se anima (Fátima, mãe
do Thomaz).
Brincava bastante. Era muito bom, quando chegava o recreio, era ótimo.
Brincava de roda, de amarelinha e de se esconder (Maria Eremita, mãe
do Leandro).
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[....] grande, com um pátio bem grande para a gente brincar, ia ter flores
em roda” (Guilherme I., 8 anos).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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muito mais restritos. Esse fato nos leva a dizer que, da mesma forma
que os pais de menor poder aquisitivo são expropriados de muitos
instrumentos da mais alta tecnologia produzidos pela humanidade,
como o computador, o videcassete, o automóvel, os filhos o são tam-
bém dos brinquedos eletrônicos mais sofisticados, como o videoga-
me, os carrinhos de controle remoto, dentre tantos outros. Da mesma
forma que os pais podem ter desejos de possuir esses bens, podemos
dizer que as crianças também os têm, conforme tivemos oportunida-
de de perceber em suas falas.
Ao partrir de nossas constatações e do princípio de que tam-
bém é pelo brincar que a criança apreende a realidade social, apro-
priando-se do meio ambiente e atribuindo significados ao mundo
adulto, podemos dizer que, diante das inovações tecnológicas e dos
avanços científicos, nem a família nem a escola podem negar as ne-
cessidades que estão colocadas na atualidade, ou seja, a de as crianças
sentirem-se motivadas a brincarem também com brinquedos ele-
trônicos. O que seria estranho, pelo menos na perspectiva histórico-
-cultural, é se isso não estivesse ocorrendo.
O que não podemos deixar de considerar é que, mesmo
diante de todas as inovações tecnológicas em torno dos brinquedos,
muitos dos brinquedos, das brincadeiras e dos jogos tradicionais con-
tinuam presentes na vida das crianças pesquisadas e, se isso está acor-
rendo, é porque de alguma forma a realidade social está garantindo
essa continuidade.
As relações que as crianças estabelecem com brinquedos ele-
trônicos e com jogos e brincadeiras tradicionais são diferentes, inclu-
sive com qualidades diferentes, mas ambas ampliam as possibilidades
de movimento, enriquecem o conhecimento cultural e desenvolvem
aspectos psicológicos.
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é, como pessoas que organizam suas vidas e seus trabalhos dentro das
condições materiais que cada escola lhe oferece, e que se apropriam,
seletivamente de saberes e práticas, que se constituem na especifici-
dade de cada instituição.
Lembramos uma fala da professora cubana Rosa Spinoza:
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Usos e significados no contexto escolar e familiar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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