Textos China 8 Ano

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TEXTO 1:

A China se consagrou como o maior fenômeno econômico da história. No início, no


cenário internacional, considerado um país de terceiro mundo, acabou por se
transformar em um curto espaço de tempo, na segunda maior economia do mundo. Com
população de mais de 1,4 bilhões; a China atualmente é responsável por 18,6% do PIB
mundial e também é a maior exportadora de produtos.

Para compreendermos melhor a ascensão da China, precisamos voltar no tempo, mais


precisamente para o período da Segunda Guerra Mundial. Na época, China e Estados
Unidos eram aliados na batalha contra a agressão imperial japonesa e assim como os
norte-americanos, a China dedicava-se à produção em massa. Entretanto, após enfrentar
o Japão, o país viu-se dividido por uma brutal guerra civil entre os nacionalistas
apoiados pelos Estados Unidos e o exército comunista e de seu líder, Mao Zedong. Foi
somente em 1949 que Mao conquistou a vitória e criou a República Popular da China, a
qual conhecemos hoje.

Dessa forma, a China defende o ideal de que todos devem compartilhar as riquezas ao
mesmo tempo em que é representada pelo Estado. Isso significa que o país deve ser
completamente auto suficiente em questões relacionadas a finanças, alimentos e bens.
Extinguiu-se a bolsa de valores e quaisquer relações diplomáticas ou econômicas com o
Ocidente.

20 anos depois de Mao  assumir o total controle e a Revolução Cultural – que se


destacou pela fome e quebra da economia -, o PIB da China passou a valer 59 bilhões de
dólares, um número muito pequeno em comparação ao dos Estados Unidos – 543
bilhões na época.

Entretanto, no início de 1970, a história começou a mudar. Estados Unidos decidiu criar
uma aliança com Mao, então Richard Nixon tornou-se o primeiro presidente americano
a visitar a China. Após tantos anos de isolamento, Mao mostrou-se disposto a criar
laços. Entretanto, com a morte de Mao em 1976, a definição do seu sistema autocrático
toma uma direção completamente diferente.

Deng Xiaoping assume o poder e considera a possibilidade do país abrir as portas para o
Ocidente, desde que possam lucrar com a mudança. Após 30 anos de isolamento, a
China comunista volta para o palco internacional, trazendo consigo a primeira visita do
líder supremo aos Estados Unidos em 1979. Na época, Deng afirmou que a China estava
pronta para ‘receber o mundo economicamente’.

TEXTO 2:

A China embarcou então em um plano de reforma econômica criando quatro zonas


econômicas especiais – conhecidas como ZEEs. Responsáveis pela exportação de
produtos para o Ocidente, a intenção das ZEEs é atrair investimentos estrangeiros, além
de impulsionar o desenvolvimento econômico do país.

O vilarejo pesqueiro de Shenzhen tinha apenas 59 mil habitantes, com as reformas, em


2016 a sua população já estava em 12 milhões, e seu  PIB acompanhou o crescimento,
aumentando em 24,569%. Isto justifica o motivo da China planejar criar, nos próximos
30 anos, inúmeras outras zonas especiais.

A grande produção de produtos de baixo custo passou a motivar o aumento das


exportações. A comercialização dos brinquedos emerge para suprir a enorme demanda,
fazendo com que o país estabelecesse o chamado “Socialismo com características
chinesas’. Entre 1980 e 1990, o PIB dobrou, mas os Estados Unidos ainda se manteve
em 1º lugar.

Somente em 1990 que a bolsa de valores foi reaberta, dando início a uma febre no
mercado de ações, e os primeiros sinais do sucesso da China começam a surgir. A
qualidade de vida e os salários aumentaram, ao mesmo tempo que a demanda por
produtos falsificados cresceu juntamente das fábricas, representando assim 8% do PIB
no país chinês.

Em 1998 a China conseguiu sua entrada na OMC e registrou um PIB de 1 trilhão de


dólares. Com a chegada da crise econômica de 2008, o mundo todo se viu afetado. As
exportações caíram e as compras de produtos diminuíram. Para compensar as perdas, a
China decidiu usar da Fortuna do Estado. O resgate foi de 586 bilhões de dólares e de
tal forma, a produção interna da China aumentou. Logo, eles estavam prontos para se
reerguer e o investimento nos países em desenvolvimento se iniciou. A “Iniciativa
Cinturão e Rota” levou a um investimento de mais de 1 trilhão de dólares em projetos
de infraestrutura.

O ritmo de crescimento faz assim o mundo olhar com admiração e espanto para a China
e seu PIB que finalmente alcançou surpreendentes 13 trilhões de dólares. Atualmente,
41% dos computadores, 34% dos ar condicionados e 70% dos celulares no mundo são
produzidos na grande potência.

TEXTO 3:

O protagonismo de Estados Unidos e China deu uma pequena desacelerada após a


pandemia do COVID-19 que surgiu pela primeira vez em Wuhan, na República Popular
da China, em 01 de Dezembro de 2019. Desde então, o mundo se vê diante de uma
grande crise econômica. Pela primeira vez em 30 anos, a China registrou a primeira
contração. O PIB desabou em 6,8% no 1º trimestre em comparação ao mesmo período
do ano passado. Vale-relembrar que a última vez que a China registrou má contração do
PIB foi em 1976, no fim da Revolução Cultural.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as últimas previsões projetam


um crescimento de apenas 1,2% para o PIB chinês em 2020.

Para Ho-fung Hung em seu artigo “A Ascensão da China, A Ásia e o Sul Global”, a
ascensão chinesa como exportadora de capital faz com que ela siga os passos das
potências capitalistas-imperialistas presentes, projetando assim sua influência política
externamente. De tal forma, a crescente inquietação dos países vizinhos sobre a
dominação regional da China “coloca o país em colisão com os Estados Unidos, que
ainda dominam a ordem de segurança política existente entre na Ásia-Pacífico,
precipitando uma nova competição inter imperial” (HUNG, 2018).

Diante desses aspectos, é inegável que a China continua prosperando e sua influência
internacional tende apenas a aumentar nos próximos anos.

O investimento chinês no mundo tem crescido consideravelmente nos últimos


anos. Segundo o importante think tank  estadunidense American Enterprise
Institute for Public Policy Research, entre 2005 e 2018, a China esteve presente
nos cinco continentes e investiu cerca de US$ 1,9 trilhão. Isso equivale, por
exemplo, a 13 vezes o valor do Plano Marshall, utilizado pelos Estados Unidos
na reconstrução da Europa durante a Guerra Fria.

Para crescer ainda mais e ampliar sua influência como um dos principais
atores internacionais, o governo chinês, comandado por Xi Jinping, lançou um
ambicioso plano de infraestrutura regional e global. Esse plano é a Belt and
Road Initiative  (Iniciativa do Cinturão e Rota), ou, mais popularmente, a Nova
Rota da Seda chinesa.

A iniciativa da Nova Rota da Seda foi apresentada primeiramente em 2013.


Ela consiste na ideia de uma série de investimentos, sobretudo nas áreas de
transporte e infraestrutura. Esses investimentos deverão ser tanto terrestres
(Cinturão), conectando a Europa, o Oriente Médio, a Asia e a África — regiões de
extrema importância geopolítica — quanto marítimos (Rota), passando pelo
Oceano Pacífico, atravessando o Oceano Índico e alcançando o mar
Mediterrâneo.

Além disso, a ideia é que o projeto se conecte com as obras chinesas que já
estão sendo feitas no continente africano e abra portas a um modelo
semelhante em outras regiões.

Alguns dos elogios que o projeto tem recebido são:

 Aberto a quem se interessar, é uma oportunidade de desenvolvimento


estrutural como poucas, com abundância de recursos, baseada na
experiência de sucesso chinesa – sobretudo em obras na Ásia e África, e
com possibilidade de se tornar a maior rede de infraestrutura da história
da humanidade. Aliado a isso, está um discurso de cooperação
internacional, sem utilização militar.

 Se consolidada, a rota pode levar à criação de novos mercados e zonas


de livre comércio, gerar novas zonas de abastecimento e distribuição de
produtos, facilitar os deslocamentos por via terrestre e marítima e
proporcionar grandes avanços na integração de seus participantes e de
suas populações.

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