Apostila Geral

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EDUCAÇÃO

INFANTIL
CRIANÇAS PEQUENAS

CADERNO DO PROFESSOR 3
EDUCAÇÃO
INFANTIL
CRIANÇAS PEQUENAS

CADERNO DO PROFESSOR

1ª EDIÇÃO
2021

Realização Parceiros
APRESENTAÇÃO
Cara educadora e caro educador,

É com imensa satisfação que apresentamos a coleção de Cadernos do Professor para a Educação Infantil da
Nova Escola. São três volumes - Bebês, Crianças bem pequenas e Crianças pequenas - que abrangem todo o
ciclo da creche e da pré-escola.
Este terceiro volume, dedicado às às Crianças pequenas (4 a 5 anos e 11 meses), oferece 170 atividades que
abrangem toda a rotina das crianças. Do momento da alimentação à higiene, do cantinho de leitura à hora do
sono: todos esses momentos são contemplados com propostas cuidadosamente estruturadas para enriquecer
a sua prática cotidiana.
Cada atividade foi produzida a partir dos Planos de Atividade Nova Escola, lançados em 2018. Tanto os pla-
nos originais quanto as atividades deste caderno foram escritas por professoras e professores como você, que
atuam em escolas públicas e particulares Brasil afora. Essa experiência prática de dezenas de autores resulta
em propostas realistas, que podem servir aos mais diversos contextos, com recursos acessíveis à ampla maioria
das escolas brasileiras.
Mais do que um guia completo para o seu planejamento ou um imenso repositório de ideias inspiradoras, esta
coleção é um convite a uma mudança profunda sobre como nós, educadoras e educadores, vemos a criança. Este
olhar, já consagrado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e em uma série de referências importantes no
universo da Educação Infantil, considera-a, desde sempre, como um sujeito histórico, uma cidadã com deveres
e direitos que precisa de oportunidades para se desenvolver do ponto de vista físico, psicológico e social.
Sim, as crianças têm uma série de direitos, que a própria BNCC resume em seis, chamados no documento de
Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.
Se esta obra ajudar você, professor, a garantir que cada um deles seja garantido a todas as crianças da sua
turma, nosso propósito foi plenamente alcançado.
Queremos que este caderno seja, acima de tudo, o seu melhor companheiro de jornada. Que ele seja o apoio
que você precisa para se fortalecer e, assim, garantir que as crianças brasileiras, sem exceção, aprendam,
desenvolvam-se e tenham a mais bonita trajetória pela frente.
Vamos juntos?

Equipe Associação Nova Escola


ASSOCIAÇÃO NOVA ESCOLA Zanatta, Helena Cristina Cintra Eher, Jéssica Ribeiro
Diretora Executiva: Raquel Gehling Carnevale, Josiane Souza do Porto, Karina Rizek, Karla
Gerentes Pedagógicas: Ana Ligia Scachetti e Tatiana Alessandra Santos Pereira de Souza, Keli Patricia Luca,
Martin Leda Barbosa, Leiry Kelly Silva Oliveira, Lisa Lea Barki
Coordenadores de produção: Camila Camilo, Karoline Minkovicius, Maira Franco Tangerino, Marcos de Souza
Cussolim e Pedro Annunciato Machado, Maria de Lourdes Carvalho Pereira, Maria Geanne
Analistas pedagógicas: Carla Fernanda Nascimento, Moreira da Silva, Mônica Samia, Nataly Gomes Ovando,
Dayse Oliveira e Joice Barbaresco Nilcileni Brambilla, Renata Braga Fonseca, Roselaine
Especialistas pedagógicas: Adamari Rodolfo Depetris e Pontes de Almeida, Rozemar Messias Candido dos Santos,
Karina Rizek Sandra Bonotto, Talita Regina Lopes de Oliveira Marques,
Professores-autores: Evandro Tortora, Nilcileni Aparecida Tamira Paula Torres Martins, Vera Regina Corrêa de Mello,
Ebani Brambilla, Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires e Wildes Gomes de
Campos.
Assessora Pedagógica dos Planos de Atividade de
Educação Infantil: Beatriz Ferraz Coordenação editorial: Felipe Augusto Neves Silva
Time de Autores dos Planos de Atividade de Educação Edição de texto: Ariane Lesnyak Castelló, Eloá Cristine
Infantil publicados no site de Nova Escola em 2018: Cabral de Oliveira e Lilian Martins Martinez
Adamari Rodolfo Depetris, Adriana Mitiko do Nascimento Preparação de texto: Gisele Folha e Isabela Sued
Takeuti, Adriana Silva da Costa Vidaletti, Ana Teresa Gavião, Leitura crítica: Roselaine Pontes de Almeida
Bárbara de Mello, Bruna Bonfá Terra da Silva, Camila Cotejo e revisão: Mari Uesugui, Mônica Rodrigues
Cláudia Soares Bon, Clarice Albertina Fernandes, Cristiane e Sabrina Leonzi D’Alessandro
Martins Soares, Danielle Moreira de Oliveira, Deborah
Cristina Conceição Paiva, Djenane Martins Oliveira, Elisiane Coordenação de design: Leandro Faustino
Andreia Lippi, Elizabeth Geralda Souza, Evandro Tortora, Projeto gráfico: Débora Alberti e Leandro Faustino
Fabiana Bechara da Fonseca, Fatima Herculano Marcolino, Ilustração de capa e miolo: Duda Oliva
Fernanda Alves da Silva, Fernanda Silvia Lionese, Fernanda Editoração: HiDesign Estúdio

Este material foi viabilizado pela parceria entre Associação Nova Escola. Sua produção foi financiada pelos parceiros Itaú Social e
Fundação Lemann.

Apesar dos melhores esforços da equipe, é inevitável que surjam erros no texto. Assim, são bem-vindas as comunicações de
usuários sobre correções ou sugestões referentes ao conteúdo que auxiliem o aprimoramento de edições futuras. Os comentários
dos leitores podem ser encaminhados à Nova Escola pelo e-mail [email protected].

A Associação Nova Escola (“ANE”) elaborou os conteúdos deste material com a finalidade de difundi-los ao público em formato
aberto, sem restrições de direitos autorais, seja por decisão própria de abrir conteúdo de propriedade da ANE, seja por utilizar
conteúdo aberto conforme licença Creative Commons na modalidade Licença CC01.0.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

E24 Educação Infantil – Crianças pequenas: Caderno do professor / Nova


Escola – material educacional nacional ; organizado por Associação
Nova Escola. – São Paulo : Associação Nova Escola, 2021.
773 p. : il. ; 21cm x 29,5cm.

Inclui bibliografia e índice


ISBN: 978-65-5965-038-5

1. Educação. 2. Educação Infantil. 3. Caderno do professor. I.


Associação Nova Escola. II. Título.

CDD 372.21
2021-2578 CDU 372.3

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410

Índice para catálogo sistemático:


1. Educação Infantil 372.21
2. Educação Infantil 372.3

Realização Parceiros
CADERNO INTRODUTÓRIO
Olá, professor!

Antes da leitura e da utilização dos conjuntos de atividades propostos neste material educa-
cional, apresentamos brevemente algumas considerações sobre os atuais referenciais teóricos
e conceituais em torno da Educação Infantil. Esses referenciais fundamentaram as atividades
planejadas e elaboradas para auxiliá-lo e, portanto, devem ser considerados no dia a dia do tra-
balho com bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas.

 A etapa da Educação Infantil

A Educação Infantil, porta de entrada das crianças no ciclo escolar, vem constituindo-se como uma Educação
da primeira infância, período hoje compreendido como fundamental tanto para o desenvolvimento infantil
quanto para toda a vida.
Ao falar de qualidade da Educação Infantil, diversos elementos se constituem como determinantes: recursos
que possam facilitar as interações; ambiente de aprendizado adequado, com infraestrutura e condições sani-
tárias e de segurança; características do grupo de crianças e dos educadores; frequência, tipo e qualidade das
interações entre as crianças, e das crianças com os adultos; espaços e materiais disponíveis; e, finalmente, a
relação entre educadores e pais.
A consolidação de um currículo adequado à faixa etária, com propostas de atividades estruturadas e inten-
cionalmente planejadas, é capaz de assegurar ambiente propício à participação ativa das crianças. A inten-
cionalidade na organização do tempo, dos espaços e dos materiais proporciona vivências e experiências que
promovem interações e diversas oportunidades de aprendizagem.
A Educação Infantil é lugar de brincar, correr, pular, comer, andar, dormir, alegrar-se e ficar triste. É lugar de
desenhar, interagir e conhecer a natureza e o mundo social. É lugar de se arriscar a ler e a escrever as primeiras
palavras e de interagir e usar os instrumentos culturais da nossa sociedade. Esses são aspectos fundamentais
a qualquer prática pedagógica efetivamente preocupada em garantir às crianças um processo pleno de desen-
volvimento e aprendizagem.
 A criança

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), em seu artigo 4º da Resolução nº 5, de
17 de dezembro de 2009, definem a criança como “sujeito histórico e de direitos, que interage, brinca, imagi-
na, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2009, p. 1). Embora essa concepção de criança não seja novidade, é
importante compreender como ela afeta o trabalho pedagógico que deve ser realizado na Educação Infantil.
Em primeiro lugar, é necessário considerar que as crianças, em suas ações e interações, constroem e se apro-
priam de conhecimentos. Também é essencial reconhecê-las como cidadãs, com direitos e deveres; para que
cresçam conscientes disso, precisam de um espaço rico e desafiante no qual possam desenvolver: autonomia,
responsabilidade, solidariedade e respeito ao outro; criatividade, sensibilidade e ludicidade, por meio do con-
tato com diversas manifestações artísticas e culturais; criticidade e postura cidadã. É preciso que elas tenham
a oportunidade, desde muito pequenas, de construir, reconhecer e valorizar sua identidade pessoal e, dessa
forma, desenvolver a autoestima, base fundamental para a aprendizagem e o desenvolvimento.
Para efetivamente considerar a criança na sua complexidade, as práticas pedagógicas na Educação Infantil
devem contemplar a diversidade e a individualidade de cada uma, nas suas competências e possibilidades,
valorizando a heterogeneidade.
Recentemente, tem-se debatido o protagonismo das crianças na Educação Infantil. A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) propõe uma mudança significativa na forma de organizar e implementar as aprendizagens no
cotidiano: a perspectiva das propostas pedagógicas, desde seu planejamento, deixa de priorizar o conhecimento
(conteúdo) e passa a priorizar a criança e o desenvolvimento de suas competências e habilidades, colocando-a
no centro do processo. Essa proposição deve ser estudada, refletida e vivenciada todos os dias na escola, uma
vez que os processos de transformação da realidade levam tempo e demandam esforços significativos.
Para começar, as escolas devem garantir que, no cotidiano, as crianças possam viver experiências da vida
real, iniciadas ou planejadas por elas mesmas ou integradas a ações iniciadas pelos adultos. Desse modo,
gradativamente, elas se tornam capazes de atribuir significados e construir conhecimentos que as ajudem a
dar sentido ao mundo. Isso só é possível se houver valorização dos interesses das crianças e desenvolvimento
de propostas que lhes permitam tomar iniciativa, praticar sua curiosidade, buscar respostas para as questões
colocadas, resolver problemas por meio de várias estratégias até encontrar aquela que mais a satisfaça, entre
outras ações. São princípios importantes para garantir uma prática pedagógica que respeite a forma da criança
ser e aprender sobre o mundo.

 O processo de ensino-aprendizagem

A apropriação e a construção de conhecimentos pelas crianças acontecem por meio de sua participação em
diferentes práticas sociais e culturais, intencionalmente organizadas, nas quais interagem com adultos, outras
crianças, ambientes, espaços e materiais.
É pela ação que bebês e crianças descobrem coisas sobre si próprias e sobre o meio, expressam aquilo que
estão descobrindo e sentindo e interagem com adultos atentos, sensíveis e respondentes, com materiais inte-
ressantes e desafiadores. Assim, constroem uma bagagem de conhecimentos básicos sobre o modo como as
pessoas e as coisas são, o que fazem e como respondem a determinadas ações.
Se entendemos a criança como ser ativo, curioso e competente e que sua aprendizagem se dá pela ação,
podemos especificar algumas condições fundamentais a serem consideradas na organização das práticas
pedagógicas para garantir uma aprendizagem significativa. Isso envolve:

•  valorizar as competências das crianças, desde bebês;


•  criar condições para explorações ativas com materiais e brinquedos;
•  compreender que elas descobrem e estabelecem relações, transformam e combinam materiais, utilizam
ferramentas, equipamentos e seu corpo;
•  incentivar e valorizar as competências das crianças no uso das diferentes linguagens;
•  apoiar as crianças em suas ações, construindo vínculos e se fazendo presente sensível e atentamente.

Hoje sabemos o quanto as crianças precisam de vivências que colaborem para a construção de suas experiên-
cias. Afinal, a experiência de cada uma garantirá aprendizagens significativas e o desenvolvimento individual
e coletivo.
Nesse sentido, pensar sobre como as crianças aprendem – por experiência – significa pensar sobre como o
professor ensina, e a BNCC da Educação Infantil foi organizada a partir dessa perspectiva sobre o aprender. Por
isso, como mencionado anteriormente, o documento substitui a ideia de um processo de ensino-aprendizagem
pautado em conteúdos e conhecimentos por um novo paradigma, centrado na criança e na sua experiência.
Segundo o filósofo espanhol Jorge Larrosa Bondía (2002),

Informação não é experiência [...]; o saber de experiência não é o saber coisas [...]. A experiência é cada vez
mais rara por excesso de opinião [...]. A experiência é cada vez mais rara por falta de tempo [...]. A experiência
é cada vez mais rara por excesso de trabalho [...].

A partir da ideia de aprendizagem por experiência, a proposta da BNCC para a Educação Infantil também
sugere que o compromisso dos educadores seja observar e interagir com as crianças e seus modos de expressar
e construir conhecimentos. Desta forma, cabe aos educadores selecionar, organizar, refletir, mediar e avaliar o
conjunto de práticas e experiências proporcionadas às crianças em seu dia a dia, procurando entender como
(e não mais “o quê”) cada uma aprende.
A forma de organizar espaços e materiais para as vivências das crianças revela o jeito de ensinar e como as
crianças estão sendo convidadas a aprender sobre o mundo e sobre si mesmas. Para estruturar um ambiente de
aprendizagem ativa, que apoie as crianças em suas necessidades de ação e experimentação, devemos considerar:

•  o acesso das crianças ao que está disponível e organizado de forma consistente na sala e fora dela;
•  uma quantidade adequada de materiais (nem muito, nem pouco) que crie condições para as crianças
brincarem e explorarem sozinhas, em grandes ou pequenos grupos, com a participação ou não dos
adultos;
•  a utilização de espaços variados (não só a sala), organizados para propiciar opções de escolha para as
crianças, de forma que sejam convidadas a colaborarem com a arrumação a partir do conhecimento que
possuem e com a proposição de novas organizações;
•  a disposição de pertences pessoais e o acesso a espaços de cuidado que promovam a autonomia.
A relação entre aprender e ensinar é muito importante. Por isso, a BNCC coloca a criança no centro do pro-
cesso educativo e propõe que tenha protagonismo. Assim, a garantia de aprendizagem e desenvolvimento
das crianças é tanto delas quanto do professor, sempre focando na construção de experiências. Os conjuntos
de atividades que você encontrará neste caderno partem desse importante pressuposto e consideram outros
elementos trazidos por essa nova referência teórica, como veremos a seguir.

 A BNCC da Educação Infantil

Além do que já foi explicitado sobre as concepções propostas pela BNCC para a Educação Infantil, é funda-
mental tanto para a utilização dos conjuntos de atividades quanto para todas as demais ações realizadas na
escola que todos os envolvidos conheçam a proposta, estudem e reflitam sobre ela. Há muito o que aprender,
transformar e, com isso, colaborar para a qualidade da educação de bebês e crianças que frequentam as es-
colas de Educação infantil.

Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento


O entendimento sobre a criança, seu protagonismo e a ação do professor passa, necessariamente, por uma
educação pautada na garantia de direitos básicos e fundamentais para a aprendizagem e o desenvolvimento
de crianças. A BNCC (BRASIL, 2018, p. 38) estabelece seis Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento para
a etapa da Educação Infantil. São eles:

•  Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens,
ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as
pessoas.
•  Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros
(crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos,
sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.
•  Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das
atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como
a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e
elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
•  Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações,
relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
•  Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos,
dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
•  Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de
si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e
linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.
Mas o que isso quer dizer? Como garantir esses direitos no dia a dia? Embora eles não estejam explícitos nos conjuntos
de atividades, cada uma das propostas que você vai encontrar neste caderno também levou em conta a garantia desses
direitos. Isso não quer dizer que cada atividade realizada com as crianças precisa-se pautar em todos os direitos; mas,
sim, garantir que eles sejam respeitados e exercidos ao longo do dia e ao longo da semana de trabalho com as crianças.
Vale ressaltar ainda que todos os direitos estão escritos em forma de verbo, ou seja, representam ações. Eles guardam,
portanto, íntima relação com a forma com que as crianças aprendem e se desenvolvem, uma vez que é necessário
propiciar as ações, vivências e experiências dos pequenos.

As Interações e a Brincadeira
Outro aspecto importante reafirmado pela BNCC é que os eixos estruturantes dos currículos devem ser as inte-
rações e brincadeiras. Isso já estava posto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, revisadas
em 2009 que, em seu artigo 9º, estabelece que “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular
da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira’’ (BRASIL, 2009, p. 27).
A ideia nos remete tanto às concepções de criança e de aprendizagem quanto aos Direitos de Aprendizagem
e Desenvolvimento – ou seja, ressalta que a criança aprende sobre si mesma e sobre o mundo brincando e
interagindo com pessoas, objetos, elementos da natureza, conhecimentos, problemas, hipóteses etc. Toda
criança aprende brincando e, quando lhe asseguramos esse direito, estamos dando-lhe a liberdade para criar,
construir, pensar e repensar suas ações. É por meio de brincadeiras e interações com outras crianças, adultos,
além de contato com experiências diversificadas e instrumentos culturais (livros, brinquedos, objetos, etc.), que
a criança aprende, socializa e representa sua cultura, internalizando significados e adquirindo valores.
Nesse sentido, os conjuntos de atividades propõem ao professor formas de criar condições de brincadeiras e
interações para que as crianças aprendam e se desenvolvam. Cabe aos adultos garantir espaços para que essas
ações aconteçam cotidianamente, sejam valorizadas e respeitadas. É preciso também aproveitar a riqueza das
ações que partem das crianças para que se transformem em boas experiências e em formas de superar desafios
e resolver problemas – ou seja, de aprender.

A divisão etária
É importante ressaltar que, embora a BNCC proponha três divisões por cortes etários (bebês: até 1 ano e 6
meses; crianças bem pequenas: de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses; e crianças pequenas: de 4 a 5 anos e
11 meses), as escolas, em geral, organizam as crianças em seis agrupamentos:

CRECHE PRÉ-ESCOLA

Bebês Crianças bem pequenas Crianças pequenas


a 1 ano
•0 a 3 anos
•2 a 5 anos
•4
•1 a 2 anos a 4 anos
•3 a 6 anos
•5
Para cada um dos cortes etários – bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas–, a BNCC organiza
os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento a partir de cinco Campos de Experiências. Uma vez que tal
organização é proposta pela BNCC, podemos afirmar que os currículos devem refletir essa abordagem, ou seja,
devem garantir que as atividades propostas às crianças da Educação Infantil permitam engajamento em todos
os campos de experiência e progressão dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a cada corte etário.
Uma aprendizagem proposta pelo currículo que não tenha se efetivado aos 3 anos, por exemplo, pode seguir
sendo um desafio a ser encarado e superado pelas crianças nos anos seguintes.
Isso também reafirma um aspecto importante e uma mudança de paradigma na educação de bebês e crianças
pequenas: a aprendizagem por experiência, além de demandar protagonismo do sujeito aprendiz, é sempre
individual e singular. As crianças não aprendem do mesmo modo e no mesmo período de tempo; cada uma delas
tem uma forma própria de aprender e se desenvolver. Cabe à escola e, em especial, aos educadores estarem
atentos e sensíveis a isso e realizarem um bom acompanhamento do grupo e de cada criança para entender
esse processo e planejar suas ações. Voltaremos a isso um pouco mais adiante.
Os volumes deste material educacional voltados para cada um dos cortes etários propostos pela BNCC res-
peitam a organização sugerida no documento nacional e, nesse sentido, desafiam as redes, as escolas e os
professores ao exercício de cotidianamente olhar para o grupo, para cada criança e para o currículo, adequando
as atividades propostas e escolhendo o melhor momento do ano para realizá-las.
Nesse sentido, há, por exemplo, muitas propostas apresentadas no volume destinado aos bebês que podem
ser realizadas com crianças de 6 meses ou de 1 ano e 2 meses, por exemplo. Essa decisão cabe ao educador e
deve ser feita no momento de organizar seu plano pedagógico ou sua rotina. No entanto, quando necessário,
há uma indicação sobre algumas atividades serem indicadas para determinada faixa etária.
A decisão sobre em qual grupo elas devem ser realizadas depende da escola e do professor, sempre consi-
derando o “nível” de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, os desafios que cada grupo necessita etc.
Para essa decisão, além do conhecimento sobre as crianças e suas necessidades, vale considerar adaptações
que tornem os desafios mais “acessíveis” ou mais “complexos”.
Saber mais acerca do conhecimento produzido pela ciência sobre as competências e capacidades das crianças
em cada etapa do desenvolvimento, organizada pelos cortes etários, é uma ação essencial para os adultos
responsáveis pela educação dos pequenos. Abaixo, há um resumo das principais características:

•  Bebês (6 meses a 1 ano e 6 meses): é incrível a capacidade que os bebês têm de aprender e se
desenvolver. Nesta etapa, o uso do corpo tem uma importância grande, tanto no desenvolvimento dos
sentidos como ferramenta para aprender quanto dos movimentos que vão sendo descobertos. Nessa
idade, eles já começam a reconhecer quando são chamados pelo nome, balbuciam intencionalmente e
iniciam o aprimoramento de sua comunicação oral. Aprendem a se arrastar, engatinhar e andar; segurar,
soltar, chutar, levar objetos à boca, rabiscar, produzir sons com objetos, imitar ações e sons dos adultos
e colegas, entre outras ações.
•  Crianças Bem Pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses): assim como ocorre com os bebês, muitas
transformações acontecem neste longo período de desenvolvimento das crianças. Em termos biológicos,
esta etapa é marcada pelo estabelecimento e desenvolvimento da função simbólica e, por isso, as
crianças desenvolvem cada vez mais a capacidade de abstrair, de fazer de conta (iniciada com a imitação
realizada na fase anterior), de falar sobre pessoas e coisas que não estão presentes concretamente
ou visualmente. Os rabiscos dão lugar a formas intencionais em desenhos e pinturas, iniciando o
desenvolvimento da capacidade de representar graficamente e de criar figuras que representem a
realidade. Passam a ter uma maior independência sobre si mesmas, em especial em relação aos
cuidados pessoais: saem das fraldas e aprendem a usar o banheiro (com capacidade inclusive para ajudar
e apoiar os colegas), passam a se alimentar sozinhas com mais ou menos ajuda de adultos, ampliam o
uso da linguagem oral e se interessam pela escrita, reconhecendo seu nome e conversando sobre letras
e a própria organização da linguagem escrita. O corpo continua sendo um elemento importante para a
aprendizagem e o desenvolvimento, principalmente pela confiança em si para correr, subir, descer, saltar,
se equilibrar etc. Nesta etapa, desafiam-se e testam os limites corporais.
•  Crianças Pequenas (4 a 5 anos e 11 meses): além de continuarem a desenvolver as capacidades que
aprimoram desde bebês, há um aumento significativo nas competências e possibilidades relacionais,
como a empatia, o entendimento sobre as diferenças e a capacidade de diálogo, de compreensão
do outro e de discordância por meio de argumentos e justificativas de suas ideias. Ampliam muito a
capacidade de comunicação oral e o interesse e conhecimento sobre a linguagem escrita e a forma
como ela se organiza. A representação de quantidades com utilização de números passa a ser cada vez
mais apropriada, assim como a capacidade de contar e somar. Há um salto grande nas representações
gráficas, com a utilização de figurações cada vez mais elaboradas e que representam o mundo à sua
volta. O corpo continua sendo uma ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento, e as crianças se
desafiam a experimentar suas capacidades que envolvam o uso de mais força, de maior equilíbrio e
destreza para as diversas necessidades.

Essas são apenas algumas informações, e vale ressaltar que nenhuma dessas características é rígida em relação
à faixa etária. O desenvolvimento deve ser impulsionado pelas aprendizagens, ou seja, pelas boas condições de
experiências vividas pelas crianças. O mais importante é valorizar as competências das crianças, desde bebês,
para se desenvolverem e aprenderem considerando os aspectos socioemocionais, cognitivos, motores e de
desenvolvimento das linguagens.

Campos de Experiências e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento


Considerando a concepção de aprendizagem por experiência, o protagonismo das crianças, os eixos estru-
turantes e os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento listados anteriormente, a Base Nacional Comum
Curricular (BRASIL, 2018, pp. 40-3) da Educação Infantil propõe uma abordagem estruturada em cinco Campos
de Experiências, a partir dos quais são propostos Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento. São eles:

O eu, o outro e o nós: É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão consti-
tuindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de
vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências
sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamen-
tos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e
sociais. Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem
sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na
Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos
sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo,
costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas
e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como
seres humanos.
Corpo, gestos e movimentos: Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos
impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram
o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brin-
cam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural,
tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como
a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrela-
çamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de
seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo,
ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na
Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas
pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim,
a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas
pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos,
gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço
com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços,
mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.).

Traços, sons, cores e formas: Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais
e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças,
por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens,
como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a
dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens,
criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons,
traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos
materiais e de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as
crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que
as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços
para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibi-
lidade, da criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem,
permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas
experiências e vivências artísticas.

Escuta, fala, pensamento e imaginação: Desde o nascimento, as crianças participam


de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. As primeiras
formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal,
o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do
outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e
demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna –que se torna, pouco a
pouco, seu veículo privilegiado de interação. Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas
quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta
de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou
em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito
singular e pertencente a um grupo social.
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a lei-
tura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai
construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros,
suportes e portadores. Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças co-
nhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, propostas pelo
educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura,
do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias,
contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários,
a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de
manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a
escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em
escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de
representação da língua.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: As crianças vivem inseridas


em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais
e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram-se situar em diversos espaços (rua, bairro,
cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade
sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as
transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo
sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhecem; como vivem e em que trabalham
essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas experiências
e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem,
ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de
distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais
etc.) que igualmente aguçam a curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais
as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e
consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar
está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e
possam utilizá-los em seu cotidiano.

Na Educação Infantil, o trabalho com as crianças deve compreender tanto o desenvolvimento de comporta-
mentos, habilidades e conhecimentos quanto a promoção de vivências que possibilitem o alcance dos objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e as
brincadeiras como eixos estruturantes.
Ao reconhecer as especificidades das diferentes faixas etárias que constituem a etapa da Educação Infantil, os
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento estão sequencialmente organizados nos três grupos, correspondendo,
aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento das crianças. Toda-
via, como já foi explicitado, esses grupos não podem ser considerados homogêneos, já que há diferenças de ritmo
na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças, e esse fato precisa ser considerado na prática pedagógica.
Como os campos de experiências não são disciplinas ou áreas de conhecimento e considerando a forma integral
da criança ser, estar no mundo e aprender, é esperado que cada vivência proposta envolva mais de um campo.
Sabemos que em uma situação de conversa, por exemplo, as crianças não só aprendem mais sobre o assunto
em questão, como também sobre si mesmas e sobre o outro. Por fim, sabemos que muitos municípios e escolas
reestruturaram suas diretrizes ou currículos para a Educação Infantil após a homologação da BNCC, de acordo
com a orientação nacional. Se for este o caso de sua localidade, é fundamental buscar correspondência entre os
objetivos e campos propostos em cada atividade com aqueles reorganizados pelo sistema de ensino.
Cuidar e educar
Inicialmente, a Educação Infantil tinha dois principais objetivos: garantir espaço de cuidado para crianças de mães
trabalhadoras (creche) e preparar a criança para o Ensino Fundamental (pré-escola). Ao longo do tempo, os objetivos
se modificaram e esta etapa da Educação Básica ganhou espaço no cenário educacional – mas ainda absorvendo as
premissas do ensino tradicional, que tinha como foco o conhecimento. Para o ensino tradicional, a prioridade era o
cumprimento de objetivos de aprendizagens previamente escolhidos pelo professor, pautados na garantia do estudo
de conteúdos, sem possibilidade de adaptações, evoluções e interações. O professor detinha o papel principal, e a
criança era uma mera coadjuvante no processo de ensino-aprendizagem, recebendo o conhecimento e sendo avaliada
em relação ao seu alcance.
Na Educação Infantil, as ações de cuidado se sobrepunham, e não era comum o hábito de planejar atividades que
instigassem e produzissem experiências, interações e aprendizagens. Com o tempo, o educar passou a estar presente,
e o cuidar e o educar se tornaram elementos indissociáveis na Educação Infantil. Hoje, com a BNCC, entende-se que o
foco do planejamento deve ser a experiência. É por meio dela que a criança vai se desenvolver, fazer descobertas, se
relacionar, se comunicar, fortalecer sua identidade e sua autonomia. A criança hoje é vista como protagonista, tendo
sua opinião considerada e espaço para se expressar, fazer escolhas etc. O professor também é protagonista, uma vez
que sua atuação é fundamental para criar condições para que as crianças possam exercer seus direitos e traçar seus
percursos individuais de aprendizagem. A partir das vivências, descobertas e curiosidades que a criança demonstra,
o professor planeja suas ações, observa, avalia, registra, reformula e compartilha suas impressões.
Hoje, a criança deve encontrar espaço para se desenvolver e aprender em sua singularidade, para além do cuida-
do que sempre permanece e, portanto, faz parte das ações cotidianas. Há um novo olhar para as experiências que
podem ser vivenciadas nesses momentos, as aprendizagens que podem ser construídas, as interações que são tão
importantes, seja na troca na relação adulto x criança, criança x criança ou criança x entorno.
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018, p. 36):

Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar,
entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-
-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e
no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o
universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando no-
vas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata
da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois
contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.

Nessa direção, e para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças, a prática do diálogo
e o compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de Educação Infantil e a família são essenciais.
Além disso, a instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais, dialogando com a riqueza/di-
versidade cultural das famílias e da comunidade.

Deve-se sempre considerar que tudo que fazemos com bebês e crianças nas escolas de Educação Infantil
envolvem ações de cuidar e de educar. Essa indissociabilidade também foi considerada na elaboração de cada
conjunto de atividades deste material educacional.
 Utilizando o material educacional

Agrupamentos, Tempos, Espaços e Materiais


No novo papel desempenhado pelos professores, como co-protagonistas das crianças no processo de ensino-apren-
dizagem e no desenvolvimento das ações planejadas, ganham uma importância ainda maior, em especial no sentido
de considerar as próprias crianças, suas necessidades e a organização do espaço. É preciso também que estejam
preparados para orientar e promover aprendizagens não planejadas, mas que muitas vezes ocorrem em decorrência
daquilo que foi planejado pelo adulto.
O professor conhece sua turma, cada criança, suas famílias, a escola e a proposta pedagógica da instituição. Por isso,
por mais que sejam propostos conjuntos de atividades, eles não precisam ser seguidos como uma “receita”, embora
esta também seja uma possibilidade. Cabe a cada educador, portanto, pensar a melhor forma de utilizar as propostas,
realizando adaptações naquilo que está proposto – substituições, acréscimos ou modificações –, desde que sejam
respeitadas as concepções e as intenções que embasam toda prática pedagógica com bebês e crianças pequenas.
Considerando tudo que já foi apresentado sobre a criança, o processo de aprendizagem e a própria BNCC, alguns
elementos são fundamentais durante o planejamento e replanejamento da ação do professor: os agrupamentos, os
espaços, os materiais e os tempos.

Os agrupamentos
Considerando que as interações compõem um eixo estruturante da Educação Infantil, o planejamento de ati-
vidades com agrupamentos variados é essencial para que elas aconteçam. Definir os agrupamentos faz parte
do trabalho do professor. É ele quem vai perceber se a atividade precisa de uma atenção individualizada ou se
é possível a interação em pequenos ou grandes grupos, e também quais propostas podem ser realizadas com
toda a turma ao mesmo tempo, com as crianças de outras faixas etárias e até mesmo com adultos. Conside-
rando o protagonismo das crianças, as diferentes propostas de agrupamentos lhes possibilitam escolher seus
parceiros para as diversas explorações que realizam, trocando experiências e aprendizagens uns com os outros.
Também é possível que o professor altere esses agrupamentos à medida que a atividade aconteça, pensando
na versatilidade do planejamento e das ações tomadas, nos imprevistos e na própria avaliação da proposta,
sempre a partir do que as crianças evidenciam sobre como estão aprendendo.

A importância dos espaços e de sua variedade


A variedade de espaços é o que garante a diversidade de contextos e brincadeiras dentro da escola. A exploração
de cada elemento do lugar onde a criança se encontra promove pertencimento e possibilita interações, explorações e
descobertas. O professor deve planejar para que os espaços sejam aconchegantes e acolhedores, instiguem, desafiem,
despertem a imaginação e a criatividade e favoreçam as interações e a exploração. As crianças podem participar da
organização do espaço, trazendo suas ideias, suas impressões, sua cultura, e interagindo e criando com ele.

A escolha e o uso dos materiais


Indispensáveis para o desenvolvimento de atividades interessantes, os materiais devem ser planejados e
escolhidos pensando na sua versatilidade, no seu uso, nas suas potenciais transformações e no cuidado com
seus elementos em relação à faixa etária das crianças. Elas podem participar da escolha dos materiais, expondo
suas ideias, usando sua imaginação e criatividade, exercendo sua autonomia para tomar decisões e recorrendo
a seu conhecimento sobre as possibilidades de uso dentre as opções que estão ao seu alcance. As crianças
devem ter contato e conhecimento sobre os materiais disponíveis, para que possam participar dos momentos
de escolha e organização junto com o professor.
O planejamento do tempo
O tempo para realização das atividades deve levar em consideração a individualidade de cada criança. Ape-
sar do professor elencar um tempo previamente estipulado, pensando na organização da rotina, é na hora da
prática que ele vai perceber quais crianças estão confortáveis com o tempo planejado e quais precisarão de
mais ou menos tempo. Por conta disso é interessante que o professor pense em propostas simultâneas, para
as crianças que terminarem rapidamente não ficarem ociosas enquanto as outras ainda estão envolvidas com
a proposta central. Outro caminho é continuar a atividade em outro momento com as crianças que precisam de
mais tempo, caso este esteja impossibilitado no momento por conta da rotina institucional, por exemplo, que
muitas vezes tem horário definido para determinadas atividades.
Em cada um dos conjuntos de atividades esses aspectos foram pensados e propostos, considerando os ele-
mentos tratados até aqui. Seguir ao máximo essas propostas pode garantir o sucesso da atividade e oportunizar
maior qualidade para as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças.

Atividades Permanentes e Sequências de Atividades


Os conjuntos de atividades estão organizados em cinco propostas, agrupadas em torno de um tema e reunidas
em forma de uma Unidade ou uma Sequência de Atividades. O que determina se um conjunto de cinco atividades
é uma Unidade ou uma Sequência de Atividades são definições conceituais em torno das modalidades organi-
zativas, utilizadas como forma de estruturação para se colocar um currículo em prática.
As Unidades organizam um conjunto de atividades chamadas de permanentes, porque guardam certa regu-
laridade temporal em sua realização: todos os dias, uma vez por semana, quinzenalmente. Como não estão
necessariamente ligadas a Projetos ou Sequências, apresentam certa autonomia em sua realização, podendo
ter um fim em si mesmas sem uma necessária continuidade do tema ou da ação com o grupo de crianças. São
práticas que ajudam a garantir os valores do próprio currículo, a apreensão de hábitos e a repetição de situações
necessárias ao processo de aprendizagem. Alguns exemplos de atividades permanentes são as leituras diárias,
os momentos de alimentação, os cantos de brincadeiras etc. A mesma atividade permanente de uma Unidade
pode e deve repetir-se ao longo do semestre ou do ano.
Já as atividades organizadas em forma de Sequência se caracterizam por serem propostas em ordem cres-
cente de dificuldade. Cada passo dado permite que o próximo seja realizado; ou seja, dizem respeito a uma
aprendizagem específica que se quer alcançar, trilhando um certo caminho para isso. Muitas vezes precisamos
realizar a mesma atividade mais de uma vez antes de passar para a próxima, e isso vai depender das próprias
crianças e do olhar atento e sensível do professor. Algumas atividades podem passar a ser permanentes após
a finalização do desenvolvimento da Sequência. Um exemplo disso é a construção de álbum do grupo, que
prevê uma série de atividades sequenciadas para sua concretização. Ao final, o álbum passa a ser um mate-
rial daquele coletivo que pode ser explorado várias vezes em situações livres e/ou mais encaminhadas pelo
professor – uma conversa, por exemplo. O tempo de duração do desenvolvimento da Sequência depende das
crianças e também da organização da rotina por parte de todos. Algumas podem demandar mais tempo (dias,
semanas e até meses) do que outras e podem ter ou não um produto final.
As Unidades (atividades permanentes) e as Sequências de cada corte etário foram organizadas em uma ordem
que considerou alguns critérios importantes: iniciar o ano sempre com a adaptação e o acolhimento às crianças
(incluindo outras unidades ou sequências que colaboram com esse processo); equilíbrio entre as temáticas de
propostas; grau de desafio em relação à faixa etária e ao trabalho do professor; e ordenação das atividades
(isto é, o que as crianças precisam ter contato antes de realizar a proposta). A ideia foi colaborar para o plano
pedagógico anual dos professores.
No entanto, essa ordenação não deve ser rígida; muito pelo contrário. Como já explicitado aqui, o protago-
nismo do professor é fundamental para que ele seja também autor do próprio planejamento. Por isso, é preciso
refletir sobre as propostas e tomar decisões considerando as crianças e os critérios explicitados. A ordenação
das atividades deve tomar mais atenção por parte do professor quando fazem parte de uma Sequência, pois
deve-se considerar a graduação dos desafios de aprendizagem e o desenvolvimento em relação ao conheci-
mento/prática social com a qual se está trabalhando.
Ao adaptar ou reorganizar a realização das atividades, há que se considerar a importância do equilíbrio em
relação aos campos de experiências. Por isso, é fundamental olhar para o plano pedagógico anual e entender
quais são os melhores momentos para a realização das propostas em relação ao grupo de crianças.

 Referências bibliográficas

BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. In: Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Departamento de Linguística. Revista Brasileira de Educação Nº 19. Campinas, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase>. Acesso em: jun. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Campos de experiências: efetivando direitos e aprendizagens na Educação in-
fantil (Texto final Zilma de Moraes Ramos de Oliveira). Fundação Santillana, São Paulo, 2018. Disponível em:
<http://movimentopelabase.org.br/acontece/os-campos-de-experiencia-da-educacao-infantil/>. Acesso em: jun. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – Parecer no
20/2009. Brasília: MEC, 2009.

FINCO, Daniela, BARBOSA, Maria Carmen S., FARIAS, Ana Lúcia Goulart de (orgs.) Campos de Experiência na escola da
infância. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=62879&opt=1>. Acesso em: jun. 2021.

FOCHI, Paulo. A didática por Campos de Experiência. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publica


tion/319653636_A_didatica_dos_campos_de_experiencia>. Acesso em: jun. 2021.

NOVA ESCOLA. Planos de Aula para Educação Infantil. Disponível em: <https://planosdeaula.novaescola.org.br/
educacao-infantil>. Acesso em: jun. 2021.

NOVA ESCOLA. O que são os Campos de Experiência da Educação Infantil. Disponível em: <https://novaescola.org.
br/bncc/conteudo/58/o-que-sao-os-campos-de-experiencia-da-educacao-infantil>. Acesso em: jun. 2021.

NOVA ESCOLA. Chega de “aulinhas” para os pequenos. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/16074/edu


cacao-infantil-como-planejar-e-promover-os-seis-direitos-de-aprendizagem-previstos-na-bncc>. Acesso em: jun. 2021.

NOVA ESCOLA. O quebra-cabeça das modalidades organizativas. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteu


do/1869/o-quebra-cabeca-das-modalidades-organizativas>. Acesso em: jun. 2021.

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mentos, da adaptação às brincadeiras diárias, garantindo às crianças vivências e experiências
significativas.

Abertura do conjunto
Este material é composto por três volumes, um para
cada grupo etário proposto pela Base Nacional Comum
Curricular: bebês, crianças bem pequenas e crianças
pequenas. Há dois tipos de unidades: Atividades Per-
manentes e Sequência Didática. A principal diferença
entre elas é que as primeiras podem ser permanentes,
incluídas na rotina das crianças. Já as atividades das
sequências didáticas guardam progressão entre si, ou
seja, a segunda faz sentido após a primeira, e assim
sucessivamente. Você saberá quando está diante de
uma ou de outra pelo selo.

AP SA

Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento


e Campos de Experiência da BNCC
As unidades apresentam atividades que contemplam os diferentes Objetivos
de Aprendizagem e Desenvolvimento e os Campos de Experiência da BNCC.
Para auxiliá-lo em seu planejamento, ao início de cada unidade você encontrará
estas informações listadas.
Seção O que fazer antes
As atividades se iniciam na seção O que fazer antes, que descreve:
•  Tempo sugerido: tempo estimado de execução da atividade. Lembre-
se de que cada turma e cada criança são únicas; portanto, o tempo pode
variar.
•  Contextos prévios: descrição das ações prévias necessárias à
realização de cada atividade.
•  Materiais: lista com materiais necessários e sugeridos para a execução
da atividade.
•  Espaço: sugestão da forma de organizar o espaço, o que ajuda você
a entender o que deve considerar antes de propor a atividade e a
necessidade de organizar materiais e espaços da escola para seu
desenvolvimento. Também auxilia na escolha do melhor horário do dia
para sua realização, considerando sua rotina e a rotina institucional.
•  Perguntas para guiar suas observações: questionamentos
importantes para você entender aquilo a que precisa prestar atenção
durante o trabalho com os pequenos, de modo a verificar se os Objetivos
de Aprendizagem e Desenvolvimento propostos estão sendo alcançados.
•  Para incluir todos: sugestões para que nenhuma criança, com ou sem
deficiência, fique de fora da proposta.

Seção O que fazer durante


Nesta seção, você encontra a descrição completa da atividade a ser realizada.
•  Possíveis falas do professor: exemplos de falas que o professor pode
usar no momento da atividade.
•  Possíveis ações das crianças: previsões de ações que as crianças
podem realizar durante a atividade.
•  Para finalizar: indicações sobre como encerrar a proposta.

Seção O que fazer depois


Esta seção propõe caminhos para a finalização da atividade.
•  Desdobramentos: procedimentos e estratégias vinculados à atividade
que a ampliem ou complementem.
•  Engajando as famílias: propostas de ação que ajudem a envolver
familiares e responsáveis das crianças.
SUMÁRIO
Conjunto 1 Conjunto 7
UNIDADE: ADAPTAÇÃO E ACOLHIMENTO 23 SEQUÊNCIA: CONHECENDO O BAIRRO 125
Primeiro dia na escola 25 Espaços de brincar na região da escola 127
Recepção com escolhas para brincar 28 Explorando um espaço de brincar 130
Atividades na área externa 31 Entrevista sobre espaços de brincar no passado 133
Conhecendo os espaços da escola 34 Melhorias para o espaço de brincar 136
Expectativas para o dia seguinte 37 Planejando ações para o espaço de brincar 139

Conjunto 8
Conjunto 2
UNIDADE: TEXTOS POÉTICOS 142
UNIDADE: BRINCADEIRAS NA ÁREA EXTERNA 40
Fazendo rimas a partir de uma parlenda 144
Intervenções no tanque de areia 42
Descobridores de poemas 147
Cordas e elásticos no parque 45
Músicas que são poemas 150
Brinquedos e brincadeiras tradicionais 48
Não confunda! Uma brincadeira com rimas 153
Brincadeiras com materiais de largo alcance 51
Cadê? Um poema de José Paulo Paes 156
Acampamento na área externa 54
Conjunto 9
Conjunto 3 UNIDADE: BRINCADEIRAS COM MATERIAIS
UNIDADE: LEITURA E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS 57 DE LARGO ALCANCE 159
História sonorizada 59 Exploração livre de materiais de largo alcance 161
O livro começa pela capa 62 Dançar com materiais flexíveis 164
Como continua a história? 65 Brincadeiras com água 167
Lendo ilustrações 68 Brincadeiras com latas 170
Histórias com engano 71 Brincadeiras com o vento 173

Conjunto 4 Conjunto 10
UNIDADE: CUIDADOS PESSOAIS 74 UNIDADE: CONVERSA SOBRE HISTÓRIAS
Brincando de cuidar dos cabelos 76 E ILUSTRAÇÕES 176
Banho nas bonecas 79 Conversa sobre imagens 178
Massageando uns aos outros 82 Conversa com personagens das histórias 181
Planejando o momento da alimentação 85 Uma história contada com massinha 184
Conversando sobre o momento do sono 88 Leitura de quadrinhos 187
Recontar um conto 190
Conjunto 5
Conjunto 11
UNIDADE: DESENHOS 91
SEQUÊNCIA: COMPARTILHANDO DESCOBERTAS 193
Desenho de experiências na natureza 93
Compartilhando descobertas em vídeo 195
Desenho com areia e cola 96
Criando um roteiro ilustrado 198
O desenho das cavernas 99
Filmando descobertas 201
Desenhos e narrativas 102
Editando um vídeo 204
Desenho com interferência 105 Publicação do vídeo sobre as descobertas 207

Conjunto 6 Conjunto 12
UNIDADE: FAZ DE CONTA 108 UNIDADE: JOGOS NA ÁREA EXTERNA 210
Brincando com tecidos 110 Jogos no quintal 212
Brincando com personagens 113 Brincadeira da onça 215
Brincando com adereços 116 Volençol 218
Brincando com caixas de papelão 119 Queimada abelha-rainha 221
Brincando com sombras 122 Pega-pega nunca três 224
Conjunto 13 Conjunto 19
SEQUÊNCIA: HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS 227 SEQUÊNCIA: ANIMAIS DOS BIOMAS BRASILEIROS 329
Toda família tem história 229 Conversa sobre animais 331
Histórias das famílias 232 Escolha de animais para conhecer melhor 334
Conhecendo tradições das famílias do grupo 235 Pesquisa sobre animais 337
Familiares contam suas histórias 238 Organizando o catálogo de animais 340
Concluindo o livro das famílias do grupo 241 Apresentação do catálogo de animais 343

Conjunto 14 Conjunto 20
SEQUÊNCIA: COLEÇÃO DE OBJETOS 244 SEQUÊNCIA: MÚSICAS REGIONAIS 346
Iniciando coleções 246 Festa do Bumba meu boi 348
Classificando elementos das coleções 249 Outras maneiras de brincar de boi 351
Acompanhando o crescimento das coleções 252 Instrumentos musicais do Bumba meu boi 354
Estimativa de quantidades com coleções 255 Construção do boi 357
Organização do acervo de coleções 258 Brincadeira de boi com outras turmas 360

Conjunto 15 Conjunto 21
UNIDADE: ARTE E NATUREZA 261 UNIDADE: JOGOS COM REGRAS 363
Experimentações com tintas e pigmentos naturais 263 Aprendendo um jogo novo 365
Apreciação e produção artística 266 Mudando as regras do jogo 368
Pintura com carvão e café 269 Construção de um jogo de tabuleiro 371
Esculturas de insetos 272 Produção de manuais 374
Desenho sob o efeito da luz 275 Realizando um campeonato de jogos 377

Conjunto 16 Conjunto 22
SEQUÊNCIA: CORPO, MOVIMENTO E DANÇA 278 UNIDADE: ESCREVER COM SENTIDO 380
Conhecendo diferentes ritmos musicais 280 Escrever nomes para o jogo da memória 382
Dança e pintura de tecidos 283 Escrita de um novo final para uma história conhecida 385
Dançando com a água 286 A escrita nas brincadeiras de faz de conta 388
Brincadeira Passe a dança 289 Escrita de um roteiro de encenação 391
Planejando uma apresentação de dança 292 Escrita de um álbum de dicas 394

Conjunto 17 Conjunto 23
UNIDADE: ALIMENTAÇÃO 295 SEQUÊNCIA: MÚSICAS DE DIFERENTES POVOS 397
De onde vem a nossa comida? 297 Conhecendo a música indígena 399
Preparando um lanche 300 Cultura sonora indígena 402
Comidas favoritas 303 O canto indígena 405
Explorando alimentos 306 Sonorizando um conto indígena 408
Investigando alimentos de pouca aceitação 309 Compartilhando a cultura sonora indígena 411

Conjunto 18 Conjunto 24
UNIDADE: INVESTIGANDO PALAVRAS E SONORIDADES 312 UNIDADE: JOGOS PARA APRENDER NÚMEROS 414
Brincadeiras com palmas – Dom Frederico 314 Jogos de percurso 416
Recitando trava-línguas 317 Construção de um jogo de percurso 419
Brincando com a sonoridade das palavras 320 Jogo – Feche a caixa 422
Identificando palavras que rimam 323 Jogo da melancia 425
Brincando com palavras 326 Jogo – Batalha 428
Conjunto 25 Conjunto 31
SEQUÊNCIA: PROFISSÕES 431 SEQUÊNCIA: INVENTOS E INVENTORES 533
Cantinhos das profissões 433 Invenções para todo o lado 535
Produzindo o roteiro de uma entrevista 436 Invenções e inventores 538
Escolhendo profissões para conhecer melhor 439 Descobrindo invenções 541
Entrevistando familiares 442 Partilha de invenções 544
Ampliando o acervo para brincar com as profissões 445 Planejando uma invenção 547

Conjunto 26 Conjunto 32
UNIDADE: LER PARA APRENDER 448 UNIDADE: EXPERIMENTOS COM REGISTRO 550
Ler para brincar 450 Objetos que flutuam ou que afundam 552
Ler para se orientar 453 Pesquisa sobre sombras 555
Ler sobre o tempo 456 Experimentos com terra, areia, argila e água 558
Ler para fazer experiências 459 Experimentos de equilíbrio com materiais
Lendo biografias 462 de largo alcance 561
Criação de mapa de um trajeto conhecido 564
Conjunto 27
SEQUÊNCIA: APRECIAÇÃO DE FORMAS Conjunto 33
GEOMÉTRICAS 465 SEQUÊNCIA: MEDIDAS 567
Formas geométricas no entorno 467 Conversa sobre o tempo 569
Máscaras geométricas 470 Medindo o tempo 572
Arte geométrica nas máquinas 473 Marcas do tempo nos objetos 575
Investigando a tridimensionalidade 476 Planejando o tempo 578
Arte com luz e formas 479 Conhecendo outras formas e instrumentos
de medidas 581
Conjunto 28
SEQUÊNCIA: DESENHO DE OBSERVAÇÃO 482 Conjunto 34
Desenho de observação da natureza 484 SEQUÊNCIA: RECONTO 584
Desenhando em parceria 487 Escrever uma indicação da nossa história
Aprimorando o desenho 490 favorita 586
Desenho de perspectiva 493 Recontando uma notícia de jornal 589
Organizando a exposição dos desenhos 496 Novos personagens para a história 592
Mudando o cenário da história 595
Conjunto 29 Criando um novo final para uma história 598
SEQUÊNCIA: FOTOGRAFIA 499
Apreciação de fotografias 501
Retratos do cotidiano 504
História da fotografia 507
Enquadramento fotográfico 510
Identificando nossas fotografias 513

Conjunto 30
SEQUÊNCIA: TEATRO 516
Definição do conto de fadas 518
Descrevendo personagens e cenários 521
Produção de cenário, figurino e sonoplastia 524
Elaboração do roteiro 527
Apresentação da peça 530
1
AP

CONJUNTO

UNIDADE

ADAPTAÇÃO E
ACOLHIMENTO
O convívio com adultos e crianças em um espaço compartilhado promove muitas apren-
dizagens e impulsiona o desenvolvimento progressivo da autonomia, da autoconfiança
e das relações consigo próprio e com os demais. Como todo processo de aprendizagem,
a adaptação requer dos educadores um planejamento intencional e cuidadoso, que de-
monstre respeito e acolhimento às singularidades dos pequenos, bem como apoio para
novas descobertas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas de
forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoriamente desenvolver
as outras. Porém, é recomendado que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por meio
da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças po-
dem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento pro-
postos, de acordo com a organização curricular da faixa etária. As atividades poderão se re-
petir em outros períodos ao longo do ano, em que a turma esteja recebendo crianças novas.

23
Unidade: Adaptação e acolhimento

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro e música.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas


EI03TS03
produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Traços, sons, cores e Espaços, tempos,
movimentos formas quantidades,
relações e
transformações

24
Atividade: Primeiro dia na escola

 EI03EO04  EI03EO07  EI03CG01  EI03TS03


PRIMEIRO DIA NA ESCOLA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestões de leitura
dúvidas sobre
•10
 Contextos prévios adaptação na Educação
Infantil. Nova Escola,
ago. 2015. Disponível
Para favorecer a adaptação da criança nos primeiros dias na escola, é interessante
em: https://novaescola.
que o horário de permanência seja reduzido, sendo ampliado a cada dia até chegar ao org.br/conteudo/13/10-
tempo regular. Organize uma reunião com os responsáveis para apresentar o trabalho duvidas-adaptacao-
pedagógico desenvolvido e combinar a dinâmica dos primeiros dias, como os horários, infantil. Acesso em:
a alternância de grupos e a presença de um adulto que tenha vínculo afetivo com a 29 jun. 2021.
criança. Comente sobre a importância de transmitir tranquilidade e segurança aos pe-
•Como receber bem a
criança e sua família.
quenos e que estejam dispostos a participar das primeiras vivências. Se possível, solicite AvisaLá, jan. 2005.
lanches aos responsáveis. Para a proposta do dia, escolha uma brincadeira cantada Disponível em: https://
que a maioria conheça, preferencialmente que ressalte o nome dos participantes. avisala.org.br/index.php/
assunto/jeitos-de-cuidar/
como-receber-bem-a-
 Materiais crianca-e-sua-familia/.
Acesso em: 29 jun. 2021.

•  Livros de literatura infantil de diferentes temáticas;


•  Colchonete ou tapetes emborrachados para fazer um tapete literário;
•  Brinquedos que favoreçam a relação com as histórias, como bichinhos de pano e fantoches;
•  Almofadas e cadeiras;
•  Instrumentos musicais de fácil manuseio (pandeiro, chocalho, entre outros);
•  Envelopes tamanho A4 com o nome das crianças e o nome da escola;
•  Crachás com o nome das crianças.

 Espaços
Reserve um espaço na área externa que favoreça brincadeiras em grupo. Prepare-o de maneira convidativa
para receber crianças e responsáveis. Organize o tapete literário e disponibilize as cadeiras para que todos
possam se acomodar. Garanta outro ambiente amplo, como um pátio interno, caso esteja chovendo. Reserve o
refeitório para o momento do lanche compartilhado.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças comunicam seus sentimentos com relação ao espaço compartilhado e a


possibilidade de se separar do núcleo familiar com a vinda à escola?
2. De que maneira exploram os movimentos corporais ao interagir com os adultos e com outras crianças
durante as atividades propostas?
3. Que pistas elas dão durante a atividade que o ajudarão a criar vínculos afetivos com elas?

25
Unidade: Adaptação e acolhimento

 Para incluir todos


Organize o espaço para que se torne agradável e favoreça ações que deixem as crianças amparadas pelos
responsáveis e por você. Disponibilize livros e materiais na quantidade suficiente para atender a todos.

O QUE FAZER DURANTE

A
1 Receba as crianças e os responsáveis colocando-se na mesma altura dos
pequenos e, com a ajuda dos crachás, chame-os pelo nome. Seja recepti- Possível fala
do professor
vo, diga o seu nome e que está feliz em vê-los. Não insista em expressões
de afeto, como abraços, se eles não estiverem à vontade para isso. Oriente Durante a entrada das
os responsáveis, então, para que escolham um livro que queiram ler com as crianças, muitas reações
são previsíveis, como
crianças. Peça que fiquem acomodados livremente enquanto você continua choro ou recusa. Nesse
recebendo as outras. A caso, com calma, diga:
— Sei que tudo é novo,
2 Quando todas as crianças tiverem chegado, converse um pouco com elas e com mas o (diga o nome
os responsáveis. Ouça um trecho da história que escolheram ler ou solicite a do responsável) ficará
com você hoje e, juntos,
uma delas que dê nome a um dos bichinhos de pano. Observe os pequenos que
vão decidir com o que
se mostram mais à vontade com o ambiente e com sua presença. Posicione-se querem brincar.
em um local visível a todos e lembre-se de que aqueles que estão inseguros
precisarão de mais atenção. Se você organizou as cadeiras e as almofadas em
círculo, sente-se na roda e dê boas-vindas a todos, dizendo o nome deles. Para
que se sintam seguros, é importante antecipar o planejamento do dia: diga que
podem brincar juntos e, em seguida, tomar um lanche delicioso. Depois, farão
combinados sobre como será o próximo dia.

3 Convide todos para começar a brincadeira. Peça que façam uma roda, interca-
lando crianças e adultos. Pergunte quem conhece a brincadeira e quem sabe
dizer como é que se brinca. Recite os versos para garantir que todos saibam a
mesma versão e faça combinados com o grupo de acordo com a brincadeira
escolhida por você. Durante a vivência, observe os pequenos e comece cha-
mando aqueles que demonstram maior segurança. Caso alguma criança não
queira participar, não insista e respeite o tempo dela. Nesse momento, elas
podem se afastar temporariamente dos responsáveis, porém, ainda estarão
no campo de visão deles.

4 Quando a brincadeira for finalizada, proponha continuar a cantoria. Pergun-


te quem quer cantar uma música e peça às crianças que se sentem na roda.
Diga que, enquanto vocês cantam, os acompanhantes vão se sentar ao redor.
Cantem quantas canções o tempo permitir, considerando sempre o interesse e
o envolvimento das crianças. Enquanto elas cantam, traga um ou mais instru-
mentos ou objetos sonoros para a roda. Faça a marcação do ritmo, tornando
a atividade sonoramente mais atrativa. Se alguma delas não quiser participar
no momento, ofereça o instrumento musical que você está usando como alter-
nativa. Se mesmo assim ela se negar a tocá-lo, diga que poderá experimen-
tá-lo quando quiser. Vá trocando de lugar na roda para interagir com todas
as crianças. Pergunte quem se lembra do que conversaram e questione o que

26
Atividade: Primeiro dia na escola

vão fazer após a brincadeira. Aproveite as respostas delas para convidar a B


todos para o lanche compartilhado. Possíveis falas
do professor
5 Caminhe com as crianças e com os responsáveis, indicando a localização dos — Você já lavou as
banheiros. Ofereça ajuda mostrando onde estão os itens de higiene básicos mãos, que legal!
(sabonete líquido e papel-toalha, por exemplo). Solicite o apoio das crianças — Quero fazer uma
que demonstram maior independência, como aquelas que já frequentavam proposta para você:
aceita ser meu
a escola. Incentive ainda a participação dos adultos, assim eles conhecem a
ajudante hoje?
rotina e os espaços de cuidado e de alimentação. B — Como acha que
podemos ajudar os
6 Faça o lanche com as crianças. Aproveite esse momento para conversar com colegas a lavar as mãos
cada uma. Vocês podem falar sobre a brincadeira da qual participaram, o ou usar o banheiro?
que gostam de comer ou outro assunto que considerar pertinente. Lembre-
-se de que o acolhimento envolve também os responsáveis. Eles transmitem
segurança para as crianças quando eles mesmos se sentem seguros. Então,
aproveite para esclarecer possíveis dúvidas que eles tenham.

Para finalizar
Ao final do lanche, dirijam-se ao tapete literário e diga às crianças que poderão levar emprestado o livro
de que mais gostaram, para contar a história às pessoas com quem convivem. Comente que, para isso,
você preparou uma embalagem especial e entregue os envelopes. Mostre que, neles, estão o nome delas
e da escola, convidando a criança e o responsável para escolher um livro. Peça que tragam o livro no dia
seguinte para que os colegas possam conhecer a história também. Aproveite para dizer que gostou muito
de conhecer os pequenos e que vai esperá-los no dia seguinte. Comunique aos responsáveis que, se ainda
houver alguma dúvida, poderão aguardar para conversar após a saída de turma.

O QUE FAZER DEPOIS Sugestão de leitura


brincadeiras
•10
 Desdobramentos para experimentar na
creche e na pré-escola.
Nova Escola, fev.
Se for possível contar com a presença dos responsáveis em outro dia, considere 2013. Disponível em:
realizar um momento de socialização das histórias lidas em casa, para que con- https://novaescola.org.
tem suas experiências para as crianças, e programe atividades em que elas se br/conteudo/4153/10-
brincadeiras-para-
separam progressivamente deles. Convide os adultos para que permaneçam em
experimentar-com-as-
outro espaço da escola enquanto a turma brinca, favorecendo, assim, gradativos turmas-da-creche-e-da-
momentos de despedidas. pre-escola. Acesso em:
30 jun. 2021.

 Engajando as famílias
Dentro dos envelopes, coloque um bilhete direcionado às crianças e, no final dele, algumas orientações aos
adultos responsáveis. Inclua informações pertinentes ao seu planejamento e agradeça a eles pela parceria
com a escola.

27
Unidade: Adaptação e acolhimento

 EI03EO01  EI03EO03  EI03ET06  EI03TS03


RECEPÇÃO COM ESCOLHAS
PARA BRINCAR
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para favorecer a adaptação das crianças, o horário de permanência deve ser reduzido; considere ampliá-lo
com base em sua observação nos dias anteriores. Se necessário, solicite aos responsáveis que enviem algum
objeto, como um paninho ou ursinho, caso as crianças se sintam mais seguras com ele. Peça que não saiam
escondidos e que sejam pontuais na hora de buscá-las. Oriente sobre a importância de que disponham de alguns
minutos para conhecerem as descobertas dos pequenos nesse dia.

 Materiais
•  Para o cantinho de produções: -  pequenos brinquedos ou jogos que serão
-  massa de modelar; os tesouros e podem ser construídos pelo
-  papéis e riscantes diversos, dispostos sobre professor (em quantidade suficiente para
algumas mesas. todo o grupo);
•  Para o cantinho de leitura: -  caixa decorada para guardar os tesouros
-  tapete literário, como sugerido na atividade (evite utilizar desenhos ou imagens
Primeiro dia na escola, deste conjunto; estilizados e estereotipados);
-  pequena tenda (se possível). -  mensagem com o nome de cada criança
•  Para o cantinho de faz de conta: sobre o quanto foi divertido esse tempo que
-  brinquedos; passaram juntos e que você está ansioso
-  objetos do cotidiano, selecionados conforme para o dia seguinte.
a temática que o professor escolher para •  Um mural pequeno;
o momento, como kits de casinha, médico, •  Mesas;
mercadinho; •  Crachás com os nomes das crianças;
-  materiais de largo alcance. •  Um celular ou uma câmera fotográfica, um
•  Para a caça ao tesouro: caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize a sala com as propostas dos cantinhos. Pense na quantidade de crianças que você vai atender e, se
for preciso, monte cantinhos duplicados, garantindo que pequenos grupos se formem nas interações. Selecione
um espaço para expor as atividades das crianças em um mural e uma mesa. Deixe o centro da sala livre para a
atividade coletiva e esconda a caixa com os tesouros.

28
Atividade: Recepção com escolhas para brincar

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se organizam durante as brincadeiras, ao escolher os cantos e na utilização dos materiais?
2. A partir das intervenções do professor, como elas relatam fatos importantes da sua vivência familiar
e os relacionam com suas brincadeiras e produções?
3. Embora as crianças ainda não se conheçam muito bem, as relações entre o grupo demonstram
empatia e respeito? Como se percebe isso?

 Para incluir todos


Use as informações fornecidas anteriormente pelos responsáveis para organizar o ambiente de modo atrativo e
acessível. Considere dispor de materiais com estímulos sensoriais variados; inclusive, a exposição dos trabalhos
deve ser feita em uma altura que inclua todo o grupo. Lembre-se de disponibilizar materiais na quantidade
suficiente para todo o grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Com os espaços organizados, comece a receber as crianças. Use os crachás


como apoio para cumprimentá-las pelo nome, seja receptivo e coloque-se à
altura delas, dizendo que está feliz por revê-las. Reforce aos responsáveis
a importância de breves despedidas e da pontualidade para buscá-las, pois
isso ajudará a dar estabilidade e segurança às crianças. Se houver choro ou
recusa para entrar na sala, respeite, acolha e, se necessário, peça ao adulto A
para acompanhar a criança até que ela se sinta mais segura. À medida que Possível fala
entram na sala, apresente os cantos de livre escolha. Perceba que algumas do professor
vão direto para o canto de que mais gostaram; já outras precisarão ser acom- — Percebi que você
panhadas para que interajam. Depois de apresentá-los, proponha que esco- já escolheu seu canto
lham o canto preferido. Se houver crianças que já eram da escola ou que você preferido; por que não
leva seu novo colega até
percebeu que estão mais à vontade, pelas observações na atividade Primeiro lá? Assim vocês podem
dia na escola, deste conjunto, aproveite para promover uma interação entre brincar juntos.
pares, integrando as que demonstram maior insegurança. A

2 Caso alguma criança apresente reações de recusa, de choro ou apatia, ga-


ranta atenção individual a ela. Nesse momento, você ou o acompanhante
pode ir com ela para um dos cantos. Proponha que modelem algo juntos ou
interajam com o objeto que ela trouxe, se for o caso. Quando perceber que
a maioria das crianças já se envolveu com alguma das propostas, aproveite
para circular pelos cantos e registrar as ações delas por meio de fotos, ví-
deos ou anotações. Sente-se com elas e se envolva no que estão fazendo.
Pergunte se também pode brincar, cuidando para não direcionar a vivên-
cia. Se a brincadeira for de mercadinho, por exemplo, pergunte se já está
aberto, porque pretende fazer uma compra. Interaja com as crianças a partir
das ações delas, observe como constroem as brincadeiras e se relacionam
com o grupo. Isso pode ajudar em possíveis intervenções e a entender as
preferências delas.

29
Unidade: Adaptação e acolhimento

3 No canto de leitura, peça às crianças que mostrem o livro de que mais gosta-
ram e prontifique-se para ler ou ouvir uma história que alguma delas queira
contar. É possível que ela mencione o livro que mais a interessou na atividade
Primeiro dia na escola, deste conjunto. Esteja atento e disponibilize o livro
também em outros momentos. No canto das produções, solicite às crianças
que contem o que fizeram, se usaram apenas um material para desenho ou
uma cor para modelagem. Amplie as possibilidades apresentando outros ma-
teriais disponíveis. Diga que você gostou muito das produções e que preparou
um canto especial caso queiram compartilhá-las com os colegas. Nesse caso,
peça que ajudem a identificar os desenhos e as modelagens com pequenos
crachás ou etiquetas com os nomes delas. Pergunte se a criança quer escre-
ver o próprio nome ou se prefere que você escreva, se ela quer expor sua ati-
vidade para apreciação dos colegas e que poderá mostrá-la para quem vai
buscá-la na escola também. Avise que passados cinco minutos todas vão se
juntar para uma brincadeira coletiva. Convide os pequenos para organizar os
espaços e depois fazer uma roda no centro da sala.

4 Diga que o momento na escola está terminando, mas que, antes da despedida,
vocês precisam desvendar um mistério: um amigo distante, o pirata trapalhão,
achou um tesouro, mas o perdeu em algum lugar da sala. Convide as crianças
para procurar e possibilite que se manifestem livremente na procura. A brinca-
deira acaba quando uma das crianças encontra a caixa de tesouros. Quando
isso acontecer, peça a todos que se sentem e solicite, para quem encontrou
a caixa, ajuda para distribuir o tesouro aos colegas. Leia um dos bilhetes e
chame os pequenos pelo nome e em voz alta.

Para finalizar
Depois de o tesouro ser distribuído, informe às crianças que os responsáveis já estão chegando para bus-
cá-las e que podem mostrar as produções para quem vier. Diga que podem levar as produções para casa
com o tesouro que encontraram. Enquanto esperam os adultos, elas podem explorar o tesouro ou retornar
aos cantos de livre escolha.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Oportunize a permanência dos espaços de livre escolha na chegada das crianças e as brincadeiras coletivas
durante o período de adaptação, variando propostas e materiais. Isso amplia as possibilidades de interação e
favorece a progressiva construção da autonomia e da sensação de segurança.

 Engajando as famílias
À medida que os responsáveis forem chegando para buscar as crianças, convide-os para entrar, incentive-os
a pedir a elas para mostrarem os cantos e as produções que fizeram. Diga que vocês encontraram um tesouro
perdido que foi dividido com todos. Solicite aos adultos que leiam com os pequenos em casa o bilhete que
acompanha o tesouro e aproveitem para brincar e conversar sobre o dia na escola.

30
Atividade: Atividades na área externa

 EI03EO01  EI03EO03  EI03CG01  EI03CG04


ATIVIDADES NA ÁREA
EXTERNA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
O espaço externo pode ser mais atrativo para as crianças que apresentam dificuldades em permanecer na
sala. Por isso, é importante variar os locais de atividades no período de adaptação, de modo que as crianças
que chegaram há pouco tempo conheçam os diferentes ambientes da escola. Porém, como um espaço aberto
requer maior supervisão, combine com outro professor ou auxiliar e peça ajuda na organização dos espaços
e acompanhamento dos pequenos. Caso a escola permita, combine previamente com os responsáveis para
que enviem um lanche de casa que será compartilhado. Não sendo possível, combine com os funcionários da
cozinha para que o lanche da escola possa ser servido na área externa, atendendo à proposta do piquenique.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Blocos de montar ou outro brinquedo em quantidade suficiente para
•Camilão, o comilão.
todo o grupo; Autora: Ana Maria
•  Fantasias, fantoches, pequenos cenários etc., para a estação de teatro; Machado. Ilustrações:
•  Cordas, motocas, bambolês, obstáculos de percurso etc., para a estação Cláudio Martins.
da aventura; (Salamandra, 2011).
•  Colchonetes ou tapetes emborrachados, almofadas, bolinhas e bonecos,
para a estação de relaxamento;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Playlist, pen drive ou CD com músicas calmas;
•  Para a proposta de piquenique:
-  um livro de história de repetição, como o livro Camilão, o comilão.
-  alguns objetos da história: toalha de mesa, lanches, copos, guardanapos de papel, cesto com sacos
de biscoitos caseiros ou industrializados;
-  bilhetes para acompanhar os biscoitos: “Surpresa especial do nosso amigo Camilão: que tal contar o
que você sabe sobre esse porquinho comilão?”.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Organize as estações com antecedência na área externa, em ambiente amplo e aberto. Próximo à entrada,
coloque os brinquedos de montar. Se notar que as crianças mostraram interesse por materiais oferecidos nas
atividades Primeiro dia na escola e Recepção com escolhas para brincar, deste conjunto, substitua alguma
das estações apresentadas. Reserve um local aconchegante, como debaixo de uma árvore ou um gramado,
para a hora da história e do piquenique, organizando os materiais nesse espaço.

31
Unidade: Adaptação e acolhimento

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem em atividades de cooperação, como a organização do piquenique?


2. Que pistas elas dão sobre suas preferências durante as brincadeiras e as diferentes sensações em
relação ao espaço e aos materiais?
3. Nas escolhas dos brinquedos e das estações, como demonstram consideração em relação a senti-
mentos, desejos e necessidades dos colegas? Preferem brincar sozinhas ou acompanhadas?

 Para incluir todos


Quando organizar as estações, favoreça a livre movimentação das crianças. Disponha de materiais em quan-
tidade suficiente, que possam ser manuseados individualmente ou em pequenos grupos. Se precisar fazer
adaptações, opte por diferentes atividades, de modo a incluir todas as crianças. Como a proposta envolve a
realização de um piquenique, atente-se a possíveis intolerâncias ou alergias alimentares.

O QUE FAZER DURANTE

1 Receba as crianças na área externa. Coloque-se na altura delas e diga que


está feliz em revê-las e que preparou surpresas para o dia. Possibilite que A
elas brinquem com os blocos de montar enquanto esperam os colegas. Se
Possíveis falas
necessário, diga que os responsáveis logo voltarão e que poderão participar do professor
de uma surpresa no fim da atividade. Quando a turma toda tiver chegado,
— Olha, que legal!
proponha que ajudem a recolher os blocos em uma caixa. Agradeça a ajuda
Temos algumas motocas
e peça que se sentem formando uma grande roda. naquela estação. Quem
quer brincar?
2 Conte às crianças que farão muitas coisas interessantes nas estações que você — Mas, se você ficar todo
organizou. Pergunte a elas o que veem nas estações, escute com atenção e o tempo com a motoca,
amplie as possibilidades de observação e antecipação das brincadeiras. Pro- será que outros poderão
brincar? O que podemos
ponha combinados para que todo o grupo possa brincar respeitando o tempo fazer nesse caso?
e o espaço dos colegas. A

3 Convide as crianças para conhecer e escolher livremente as estações. À me-


dida que elas se envolverem nas brincadeiras, ande pelos espaços e participe
das atividades. Se notar que alguma delas ainda não conseguiu se decidir,
convide-a para conhecer as estações com você. Interaja com as que já estão
brincando e observe qual atividade chamou mais a atenção delas. Identifique
aquelas que demonstram maior intimidade com o espaço e proponha que
apoiem os colegas que ainda demonstram insegurança ou timidez. Afaste-se
quando notar que a criança conseguiu se envolver e interagir com outras.

4 Observe as interações das crianças com os espaços e registre-os. Procure ficar


um tempo em cada estação. Se perceber a aceitação das crianças, seja um
parceiro em suas brincadeiras a partir das manifestações e iniciativas delas.
Essa é uma grande possibilidade de estabelecer vínculos e de conhecê-las.
Se alguma criança chorar, aproxime-se e converse com ela, buscando uma
atividade em que ela se sinta bem. Proponha a estação de relaxamento: vi-
vências mais tranquilas podem ajudar a acalmá-la.

32
Atividade: Atividades na área externa

5 Ao final das brincadeiras de livre escolha, diga às crianças que terão mais
uma atividade. Peça que agrupem os objetos e os brinquedos das estações
e proponha a leitura de uma história. Explique que, em outra oportunidade,
elas poderão retomar as brincadeiras. Convide-as para se acomodar e ouvir
a história, cantando uma música conhecida que indique a transição de uma
atividade de movimentação para uma de atenção. Considere que algumas
não se interessem pela proposta e prefiram continuar brincando ou se apro-
ximem apenas depois do início da história. Nesse caso, o outro professor ou
auxiliar deve dar atenção específica a essas crianças, enquanto você reúne
as demais para a história.

6 Diminua o tom de voz para que as crianças direcionem a atenção. Apresente


o livro, o personagem principal e peça às crianças que contem o que acham
que o livro trata. Leia a história apenas ou conte usando objetos, como fanto-
ches. Explore o fato de ser um conto de repetição, assim os pequenos poderão
interagir com a narrativa, repetindo as frases recorrentes no texto.

7 Ao término da história, pergunte quem gostaria de participar de um piqueni-


que. Proponha que o preparem juntos. Pergunte às crianças como podem or-
ganizar o espaço. Escute as sugestões e acate o que for possível. Convide-as
para a organização do ambiente. Com tudo pronto, coma com elas, tornando
a ocasião agradável e convidativa. Aproveite para conversar sobre suas pre-
ferências alimentares e outros assuntos que achar pertinente.

Para finalizar
Peça às crianças que ajudem a deixar o ambiente organizado, recolhendo os lixos. Proponha que orga-
nizem uma mesa com os alimentos que sobraram do piquenique para quem vier buscá-las. As crianças
podem brincar com os materiais das estações até o responsável chegar. Sugira que contem como foi o dia
delas, do que brincaram e por que tiveram um piquenique.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Combine previamente um piquenique de interação com as demais turmas. Considere adaptar algumas das
estações, para o espaço da sala, em uma proposta como a indicada na atividade Recepção com escolhas para
brincar, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Quando for se despedir das crianças e dos responsáveis, diga que o Camilão deixou uma surpresa. Peça a
ajuda delas para distribuir os biscoitos, dizendo que Camilão deixou uma mensagem importante neles.

33
Unidade: Adaptação e acolhimento

 EI03EO02  EI03EO03  EI03EO07


CONHECENDO OS ESPAÇOS
DA ESCOLA
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A atividade requer maior autonomia das crianças, portanto deve ser realizada em um momento em que elas
já estejam acostumadas à rotina escolar e já se despeçam dos responsáveis com tranquilidade. Por isso é indi-
cado que, antes de desenvolver a proposta, você realize as atividades Primeiro dia na escola, Recepção com
escolhas para brincar e Atividades na área externa, deste conjunto. Avise aos outros funcionários que seu
grupo vai fazer um passeio para conhecer as dependências da escola e que as crianças farão perguntas a eles.
Peça aos profissionais da cozinha que providenciem uma jarra de suco para os pequenos. Se possível, combine
com outro professor ou auxiliar para ajudar durante a observação dos espaços.

 Materiais
•  Para os cantos de livre escolha:
-  leitura: tapete literário, como sugerido na atividade Primeiro dia na escola, deste conjunto;
-  faz de conta, como sugerido na atividade Recepção com escolhas para brincar, deste conjunto;
-  desenho: papéis coloridos e riscantes variados.
•  Jarra com suco;
•  Copos descartáveis;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize o espaço da sala de forma convidativa e agradável. Deixe uma área livre para a roda. As crianças vão
passear por todas as dependências da escola, inclusive pelos espaços administrativos, pelas salas de recursos
específicos, sendo por último a cozinha. Pense em um local agradável para finalizar a atividade e tomar o suco.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como se dão as relações de convívio das crianças com os colegas e os profissionais da escola
enquanto exploram os diferentes espaços?
2. Ao explorar os espaços, como as ações e as reações das crianças refletem progressiva independência
e reconhecimento de suas conquistas ou limitações?
3. Que estratégias elas usam para resolver possíveis conflitos, como chegar a um consenso sobre a
escolha dos locais que querem conhecer ou brincar?

34
Atividade: Conhecendo os espaços da escola

 Para incluir todos


A atividade prioriza o sentimento de pertencimento nos espaços e a interação com todos os profissionais da
escola. Antecipe possíveis dificuldades de locomoção e comunicação, de modo a promover apoios específicos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Receba as crianças na sala com a mesma atenção dos dias anteriores. En-
quanto os responsáveis se despedem, convide-as para se dirigir aos cantos de
livre escolha. Se você já realizou a proposta de cantos, observará que elas já
desenvolveram certo grau de autonomia para escolher o espaço de que mais
gostam. Observe aquelas que mostram maior segurança e proponha que aju-
dem os colegas mais tímidos. Quando a turma toda tiver chegado, pergunte
sobre a brincadeira em que estão envolvidas. Proponha que continuem por
mais cinco minutos e depois poderão guardar os materiais, para que você
conte o que poderão realizar juntos em seguida. A
Possíveis falas
Passado o tempo combinado, peça aos pequenos que recolham os materiais. do professor
2
À medida que terminam a arrumação, convide-os para formarem uma roda. — Quem se lembra
Com todo o grupo organizado, pergunte às crianças do que elas mais gostam de outros espaços
na sala. Instigue um olhar investigativo, explorando a observação dos objetos da escola em que já
e as possíveis ações delas na sala. Isso facilitará um olhar mais detalhista no brincamos?
— Será que existe algum
passeio pela escola. Se no grupo houver crianças que já eram da escola, peça outro lugar que não
que antecipem o que poderão encontrar nesses espaços. Solicite a elas também tivemos a oportunidade
que digam ao grupo qual o espaço preferido delas. Convide a turma para fazer de conhecer?
um passeio pelos ambientes da escola. A

3 Combine com as crianças para que se organizem em duplas para o passeio.


Diga que poderão descobrir muitas curiosidades se ouvirem os colegas e a
equipe da escola com atenção. Comunique que todos os profissionais já estão
aguardando pela visita e que elas poderão perguntar o que quiserem. Sugira B
dois ou três espaços para que visitem e possibilite que as crianças escolham Possíveis falas
um deles para iniciar o passeio. Diga que já podem formar seus pares. do professor
— Essa é a sala da
4 Com o local escolhido, inicie o trajeto com as crianças. Durante o passeio, nossa diretora, vamos
convide aquelas que já eram da escola para apresentar os espaços e os pro- cumprimentá-la.
fissionais da escola para os colegas. Caso a turma toda seja nova, promova — Alguém sabe o
a investigação a partir das pessoas que vão encontrando. Convide-as a fazer nome dela e o que ela
faz aqui? Por que será
perguntas aos funcionários, que podem dar informações, mostrar objetos es- que ela precisa de um
pecíficos que usam para trabalhar, dizer o que fazem e como os pequenos computador na sala dela?
poderão fazer uso daquele espaço. B

5 Explore os espaços da escola e fotografe as crianças. Aproveite as perguntas e


observações delas para dar continuidade à conversa. Algumas poderão não se
expressar verbalmente, assim, observe como reagem corporalmente. As expres-
sões delas darão dicas sobre envolvimento e necessidade de apoio. Quando a
turma estiver em um local com muitos objetos, aproveite para conversar sobre o

35
Unidade: Adaptação e acolhimento

cuidado com espaços e materiais. Outra possibilidade de exploração é a horta,


caso a escola tenha uma; nesse espaço, pergunte às crianças quem já experimen-
tou algum alimento direto da terra ou quais gostariam de plantar ali. Fique atento
às falas dos pequenos para registrá-las. Essas informações o ajudarão a planejar
outras vivências. Aproveite para informar os lugares a que eles terão livre acesso,
quais eles precisam de permissão para entrar e os que podem apresentar riscos,
onde poderão entrar apenas acompanhados de um adulto.

6 Visite a cozinha por último. Se a organização da escola não permitir a entrada,


a turma pode visualizá-la por meio de alguma abertura por onde são servidos
os alimentos. Os funcionários também podem sair para interagir com as crian-
ças. Talvez elas observem a diferença entre os utensílios da cozinha da escola
e os de sua casa, fazendo referência ao tamanho das panelas, por exemplo.
Escute as hipóteses e ajude-as a concluir que na cozinha da escola se preparam
alimentos para muitas crianças. Depois de conhecer esse espaço e conversar
com os funcionários, que vão oferecer uma jarra de suco como agradecimento
pela visita, incentive os pequenos a agradecer pelo presente. Convide-os para
se sentar em um espaço agradável da escola, para descansar e tomar o suco.

7 Peça a ajuda de duas ou três crianças para servir os demais. Enquanto tomam
o suco, promova uma conversa, que pode acontecer em pequenos grupos
ou individualmente, sobre os espaços que elas estão ansiosas para utilizar
e as pessoas que conheceram. Favoreça a fala das crianças que ainda não
desenvolveram segurança e autonomia para participar com todo o grupo.

Para finalizar
Proponha às crianças que escolham um dos locais visitados para utilizar no dia seguinte e peça que di-
gam o que gostariam de fazer nesse espaço. Anote e, se possível, faça um planejamento com elas para o
dia seguinte, incluindo o ambiente escolhido. Por exemplo: se as crianças escolheram o tanque de areia,
pensem juntos quais materiais poderão utilizar e separe-os antecipadamente.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize o planejamento produzido com as crianças e, em uma roda de conversa em outro momento, apresente
fotos ou vídeos das crianças usando os diferentes espaços e promova um diálogo sobre outros materiais que
podem ser utilizados nesses lugares. Outra possibilidade é propor às crianças que desenhem os ambientes
que conheceram, individualmente ou em duplas. Caso queiram, poderão voltar ao lugar que escolheram para
observar mais detalhes para incorporar nas produções. A partir dos desenhos, proponha a organização de um
mural, que deverá ser fixado na entrada de cada local.

 Engajando as famílias
Escolha com as crianças um espaço da escola de que elas gostem de usar e organizem juntos uma proposta
que será desenvolvida com os responsáveis. Aproveite uma data já programada no calendário para atividades
com os responsáveis e organize com a turma uma oficina de brinquedos no ateliê ou uma gincana na quadra.

36
Atividade: Expectativas para o dia seguinte

 EI03EO01  EI03EO02  EI03EO04


EXPECTATIVAS PARA
O DIA SEGUINTE
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Colete, com antecedência, materiais de largo alcance. Peça a colaboração dos Sugestões de leitura
adultos responsáveis nessa coleta. Quanto maior a variedade de materiais, maior
•Qual o lugar da
a possibilidade de exploração e imaginação das crianças. Preze pela higiene e sucata na escola? Nova
segurança do material. Escola. Disponível em:
https://novaescola.org.
br/conteudo/8658/qual-
 Materiais o-lugar-da-sucata-na-
escola. Acesso em:
20 jun. 2021.
•  Materiais de largo alcance (em quantidade suficiente), como garrafas PET,
•Ambientes lúdicos 2:
retalhos de tecido, tubos e flexíveis de PVC, potes de plástico, tampinhas, materiais da indústria
caixas, cones de papelão e/ou de linhas; têxtil. Caleido.
Disponível em: http://
•  Uma caixa com alguns brinquedos artesanais já construídos anteriormente
www.caleido.com.br/
por você ou por alguém da comunidade (se possível, garanta reproduções uploads/2/2/8/0/2280950/
de brinquedos típicos de sua região); ambiente_l%C3%B
•  Materiais de apoio, como fitas adesivas, colas, canetas, papéis coloridos, Adico_2__materiais_
tesoura sem ponta, entre outros; da_ind%C3%BAstria_
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. t%C3%AAxtil_
caleidosc%C3%B3pio
_15_anos.pdf. Acesso
em: 20 jun. 2021.
 Espaços
Na sala, deixe uma mesa reservada em um canto e exponha os materiais de largo alcance que você selecio-
nou. Crie algo com os próprios materiais que possa atrair a atenção das crianças para esse canto, como uma
estrutura abstrata tridimensional em cima da mesa ou no chão. Separe alguns desses itens para a última etapa
da atividade e coloque-os próximo à caixa de material de apoio. A área externa também deverá ser preparada
para que os pequenos brinquem com as construções.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças demonstram confiança e independência em suas construções?


2. De que forma comunicam ideias e sugestões? Como interagem com o grupo?
3. Como estabelecem relações de convívio durante a brincadeira? Mostram flexibilidade em adequar as
atividades, atendendo às diferentes propostas dos colegas?

37
Unidade: Adaptação e acolhimento

 Para incluir todos


Garanta a utilização de materiais de diferentes tamanhos e texturas, favorecendo a exploração por meio dos
diversos sentidos. Observe como as crianças manifestam interesses pelos materiais e pelas construções. Com
base em interesses comuns, aproxime aquelas que demonstram maior autonomia das que precisam de apoio,
assim você possibilita a inclusão de todos na vivência.

O QUE FAZER DURANTE

1 Receba as crianças e diga que está feliz em revê-las, mas não insista em expres-
sões de afeto se alguma criança não estiver à vontade para isso. Promova uma
despedida breve com os responsáveis. À medida que as crianças entram, instigue-
-as a explorar o que você separou. Não interfira durante essa primeira investiga-
ção, apenas observe aquelas que demonstram maior autonomia e que já criam
possibilidades para brincar com os materiais e as outras que preferem observar.

2 Na sala, observe como as crianças interagem. Convide aquelas que ainda não se
envolveram para conhecer os materiais. Apoie suas descobertas de forma indivi- A
dual ou nos pequenos grupos e proponha que compartilhem o que descobriram Possíveis falas
com alguns colegas. Convide-as para uma roda e ajude-as, se necessário, com a do professor
formação. Aproveite sua observação sobre o envolvimento delas com os materiais — Do que você estava
para começar a conversa. Traga para a roda a caixa com os brinquedos artesa- brincando com esse
nais. Pergunte o que acharam dos itens que você trouxe. Diga a elas que também objeto?
— O que mais ele pode
poderão fazer seus próprios brinquedos com os materiais que estão disponíveis e
ser?
depois poderão brincar na área externa com os colegas. A

3 Convide os pequenos a escolher os materiais que vão usar na confecção de


brinquedos e oriente-os a trazê-los para a roda. Eles podem formar peque-
nos grupos, conforme suas afinidades. Deixe a caixa de brinquedos acessível
às crianças, assim elas podem observar como foram feitos e quais materiais
foram usados, tendo-os como referência. Ajude-as a pensar na estrutura e
na forma dos materiais, interagindo diretamente ou favorecendo o apoio dos
colegas. Por exemplo: se notar que duas ou mais crianças querem construir
um carrinho, incentive que conversem sobre o material que selecionaram ou
sugira que façam a construção juntas.

4 Após planejar o que vão construir e selecionar os materiais, traga para a roda
a caixa com os materiais de apoio para as construções. Diga às crianças que
poderão usá-los para construir os brinquedos. Lembre-as de que sempre pode-
rão pedir ajuda a um colega ou a você. Escute as diferentes alternativas que as
crianças trazem e converse sobre elas. Instigue-as a pensar de que forma o brin-
quedo ficaria mais firme, como fazer para que se movimente. Registre as ações
das crianças. Caso não seja possível terminar todos os detalhes dos brinquedos,
negocie com elas mais alguns minutos ou outra oportunidade para finalizar. Isso
dará a possibilidade de que cada uma pense sobre o que ainda precisa fazer e
organize as prioridades.

38
Atividade: Expectativas para o dia seguinte

5 Passado o tempo combinado, peça às crianças que ajudem a recolher os mate-


riais que não foram usados. Convide-as para uma brincadeira na área externa
com todos os brinquedos produzidos. Combinem que, caso algum brinquedo não
tenha ficado pronto, brinquem em duplas ou trios com os que já estão prontos.
Diga às crianças que escolham os brinquedos e se organizem para brincar. Re-
gistre como elas brincam, como fazem uso do espaço, como interagem com os
colegas. Se notar que ainda há crianças que não se sentem à vontade para inte-
ragir, proponha brincadeiras em duplas ou mantenha-se próximo delas, dando
apoio individual. Se surgirem conflitos por trocas de brinquedos, observe como
reagem; interfira apenas se notar que as crianças precisam de apoio.

6 Após um tempo, convide as crianças para voltar para a sala com os brinquedos. Peça
que se sentem em roda e diga que está muito feliz com tantos novos brinquedos.
Pergunte sobre o que acharam da brincadeira e com quem cada uma brincou. Sugi-
ra organizar na sala um canto especial com as produções e depois defina com elas
outros cantos para que continuem a brincadeira no dia seguinte. Após escolher os
cantos, diga às crianças que a hora de se despedir está próxima e que podem apro-
veitar esses últimos momentos para começar a organizar a sala para as vivências do
dia seguinte. Informe que poderão convidar os responsáveis para entrar e conhecer
os brinquedos. À medida que organizam os materiais, apoie-as no que for necessá-
rio. Crie expectativas para o dia seguinte, perguntando, por exemplo, como usarão
os materiais escolhidos. Lembre-se de que esse planejamento tem como objetivo
deixar as crianças animadas para retornar no dia seguinte. Aproveite as sugestões
que elas dão para mostrar como será interessante a sala toda ser organizada por
elas, com espaços pensados para as brincadeiras que elas escolheram e com os
brinquedos que construíram.

Para finalizar
Na hora da saída, informe as crianças de que você estará na porta recebendo os responsáveis e que
elas poderão continuar brincando até serem chamadas para ir embora. Convide os adultos para conhecer
o que os pequenos estão fazendo. Despeça-se relembrando de forma breve o quanto esse dia foi divertido
e que os aguarda no dia seguinte.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Continue a proposta no dia seguinte, disponibilizando os cantos de forma atraente e harmoniosa, garantindo
que ali estejam os objetos que combinaram. Repita a vivência com materiais de largo alcance em outros mo-
mentos da adaptação, incluindo itens ainda não explorados.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis para conhecer os brinquedos que as crianças construíram e como elas estão orga-
nizando o ambiente para o dia seguinte. Aqueles que tiverem tempo poderão ajudar a turma na organização.

39
2
AP

CONJUNTO

UNIDADE

BRINCADEIRAS
NA ÁREA EXTERNA
As experiências corporais promovem aprendizagens relativas à consciência corporal, à
orientação espacial e à percepção sensorial, em uma perspectiva de integralidade, sen-
do muito importantes no desenvolvimento das crianças. Por isso, é fundamental plane-
jar brincadeiras e desafios dirigidos que potencializam essas habilidades, organizando
espaços e materiais para a exploração livre pelos pequenos, bem como promovendo o
protagonismo nas descobertas variadas, nas escolhas e nas investigações de diferentes
naturezas. O contato com ambientes externos deve ser priorizado, dentro das condições
de cada instituição e de seu entorno.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem obrigatoriamente desen-
volver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que,
por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as
crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvol-
vimento propostos, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

40
Unidade: Brincadeiras na área externa

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

EI03ET05 Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Corpo, gestos e Escuta, fala, Espaços, tempos,


nós movimentos pensamento e quantidades, relações
imaginação e transformações

41
Unidade: Brincadeiras na área externa

 EI03EO03  EI03CG02  EI03ET01


INTERVENÇÕES NO TANQUE
DE AREIA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A seleção dos materiais é essencial para a atividade e visa a contribuir para a ampliação do repertório de brincadeiras
das crianças, instigando novas ações e procedimentos, favorecendo a investigação e enriquecendo a dinâmica das
brincadeiras no tanque de areia. Envolva a comunidade escolar na coleta dos materiais por meio de um comunicado
com uma relação de possíveis objetos para as brincadeiras. Inclua as crianças na busca, na seleção e na organização
dos itens.

 Materiais
•  Objetos do cotidiano: potes, copos, panelas, pratos, formas, bandejas, talheres, batedores de clara,
escorredores de massa, funis, bacias, baldes, esponjas, medidores, peneiras, espremedores, pilões etc.;
•  Materiais de largo alcance: embalagens, garrafas plásticas, latas, pedaços de conduítes ou canos de
PVC, caixas de papelão, tecidos etc.;
•  Elementos da natureza (gravetos, folhas, flores, sementes, frutos, pedrinhas etc.), que serão recolhidos
pelas crianças durante a atividade;
•  Uma fonte de água, uma mangueira ou baldes grandes com água;
•  Caixas para transportar os objetos do cotidiano e os materiais de largo alcance;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize os objetos do cotidiano e os materiais de largo alcance em caixas que possam ser transportadas
para o local. Planeje que a atividade aconteça no tanque de areia ou em outro espaço da escola que possa ser
adaptado, como o parque com terra, caixotes ou piscinas plásticas com areia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças compartilham os materiais: colaboram entre si, agrupam-se para brincar com
um ou mais colegas, envolvem-se em conflitos e procuram resolvê-los?
2. Quais movimentos dominam diante dos desafios corporais? Como utilizam o corpo?
3. Que conhecimentos são mobilizados para a definição do uso dos objetos e elementos da natureza?
Que diálogos e ações demonstram comparações, investigações e descobertas das crianças?

42
Atividade: Intervenções no tanque de areia

 Para incluir todos


Por se tratar de uma exploração livre de utensílios e materiais diversos, incluindo elementos naturais, as crianças
têm múltiplas possibilidades de envolvimento e interação, conforme suas próprias preferências. Incentive-as a
explorar os materiais usando diferentes sentidos e comunicando aos colegas suas descobertas. É importante
que haja quantidade suficiente de materiais para que os pequenos possam fazer escolhas e trocas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo perto do tanque de areia e converse sobre os materiais


que estão nas caixas. Conversem sobre como podem organizar esse espaço
para brincadeiras e quais elementos da natureza estão disponíveis para en-
riquecer as atividades. Incentive os pequenos a explorar o local e a coletar
os materiais naturais. É importante dialogar sobre o cuidado com as plantas,
para que não sejam arrancados galhos, folhas ou flores. Mostre onde poderão
pegar a água para brincar e faça combinados com a turma, como a respeito
do uso da água ou da possibilidade de tirar os calçados.

2 Incentive as crianças a planejar e organizar o espaço, os materiais e a própria


brincadeira, decidindo com os colegas como brincar. Diga que fiquem à von-
tade para retirar os materiais da caixa, identificar, explorar e mostrar o que
encontraram para os colegas. Comunique às crianças que poderão se organi-
zar em duplas ou pequenos grupos. Não fique preso ao arranjo inicial; pos-
sivelmente durante a interação elas encontrarão outras formas de organizar
o espaço, os materiais e os agrupamentos.

3 Esteja atento aos conhecimentos que as crianças têm sobre os objetos e como
compartilham o que sabem. Talvez alguém pergunte o que é determinado ob-
jeto e para que serve. Envolva os pequenos que estão próximos, perguntando
quem sabe o que é o objeto e pedindo que expliquem para o colega. Caso ne- A
cessário, ajude esclarecendo a dúvida. Acompanhe as crianças e suas ações Possíveis falas
do professor
e atente-se para as curiosidades que surgem.
— Por favor, me passe
Durante a brincadeira, as crianças vão construir narrativas, personagens, ce- essa escumadeira
4 porque estou fritando as
nários e enredos, reproduzindo situações do cotidiano, do que assistem, do coxinhas e preciso tirá-
que imaginam ou fantasiam. Se alguma delas pedir ajuda em alguma ação, las da panela antes que
aproveite a aproximação e brinque com ela. Interaja a partir do que as crian- queimem.
ças construíram e brinque utilizando utensílios e materiais naturais pouco — Você poderia me
explorados por elas. Faça isso naturalmente, possibilitando sempre que as ajudar a carregar esta
narrativas delas orientem suas ações e propiciando a ampliação de saberes bandeja de bolo? Está
muito pesada.
a partir dessas experiências. A

5 Procure deslocar-se entre os pequenos grupos e faça intervenções que tra-


gam novos desafios ou que favoreçam investigações e descobertas de no-
vas possibilidades. Veja se há alguma criança brincando sozinha. Observe
como interage com os objetos e os elementos naturais, bem como quais
ações ela está experimentando. Se houver receptividade, brinque com ela,

43
Unidade: Brincadeiras na área externa

envolvendo-se em suas pesquisas e narrativas, conversando sobre as desco-


bertas dela ou ainda procurando inseri-la em algum dos grupos existentes,
se achar conveniente. Ao perceber que uma criança está tentando passar a
água de um baldinho para uma garrafa e que está derramando o líquido no
chão, convide-a para olharem juntos os objetos disponíveis que possam aju-
dá-la nesse desafio.

6 Enquanto brinca e conversa com os pequenos, observe se eles reproduzem


modelos sociais, como organizam as divisões de papéis e funções. Por exem-
plo: se há uma criança encarregada por pegar a água. Veja se os materiais
selecionados estão favorecendo a criação de novas brincadeiras, quais desa-
fios e problemas surgem e como estão sendo solucionados. É muito importante
que as observações sejam registradas, por meio de fotos, vídeos ou anotações,
ainda que posteriormente, para nortear o planejamento de novas vivências a
partir de curiosidades, necessidades e interesses demonstrados pelas crian-
ças. Os registros também serão úteis para planejar outras intervenções no
tanque de areia, refletindo sobre a seleção dos materiais e podendo apon-
tar para a necessidade de diferentes escolhas nos próximos planejamentos.

Para finalizar
Quando estiver terminando o tempo previsto para a atividade, avise as crianças que faltam cinco minutos
para o encerramento da brincadeira. Após esse tempo, peça que organizem os objetos, lavando o que for
preciso e guardando tudo nas caixas. Indique o local onde devem ficar armazenados. Relembre com o gru-
po qual será a próxima atividade da rotina e sigam juntos até os sanitários para realizar a higiene pessoal.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade muitas vezes, conforme o interesse das crianças, favorecendo que experimentem outros
objetos, diferentes formas de organização e interação. Monte com elas uma caixa de “achados” para brincar
na areia e depois converse sobre quais foram os objetos e os elementos que mais gostaram de utilizar, se sen-
tiram falta de algum item ou se imaginam algum material ou elemento da natureza que possa ser utilizado nas
brincadeiras dentro do tanque de areia. Faça uma lista com as crianças e inclua na caixa.

 Engajando as famílias
Combine com os pequenos uma forma de contar para os responsáveis como foi a experiência com os objetos
que ajudaram a coletar. Pode ser fazendo desenhos para levar para casa ou escrevendo uma carta coletiva.
Comunique aos adultos que podem continuar colaborando na coleta para a caixa de “achados”.

44
Atividade: Cordas e elásticos no parque

 EI03EO05  EI03EO07  EI03CG05


CORDAS E ELÁSTICOS
NO PARQUE
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Como a atividade envolve a amarração de barbantes e elásticos em brinquedos fixos do parque e árvores,
conte com a ajuda de outro professor ou auxiliar para apoiar as construções das crianças. Converse com a
pessoa que o auxiliará, compartilhando o propósito da vivência, os objetivos envolvidos e como devem ser as
intervenções para alcançá-los.

 Materiais
•  Cordas;
•  Elásticos de costura (se possível, de larguras e cores diversas);
•  Barbantes;
•  Tesouras sem ponta;
•  Fitas métricas;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra no espaço externo, de preferência no parque com brinquedos fixos, como
escorregador, balança, playground de plástico ou madeira e/ou árvores.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças se mostram confiantes e seguras em suas ações e movimentações durante a


brincadeira? Apoiam umas às outras encorajando-se mutuamente? Que expressões verbais e corpo-
rais demonstram isso?
2. Quais ações e diálogos demonstram atitudes de respeito e colaboração? Que estratégias são usadas
para a resolução dos conflitos?
3. Como utilizam suas habilidades manuais para a produção dos obstáculos? Quais ações ou movimentos
são mais desafiantes? Que estratégias utilizam para resolver os desafios?

45
Unidade: Brincadeiras na área externa

 Para incluir todos


Incentive as crianças de modo que explorem as cordas, os elásticos e os barbantes pelo tato, sentindo suas ca-
racterísticas e diferenciando-os. Converse com a turma buscando soluções para que todos participem, respeitando
as possíveis limitações do grupo. Atente-se à necessidade de ajuda tanto na locomoção quanto na transposição
dos obstáculos. Esteja pronto para auxiliar na travessia ou para propor apoio entre os pares. A quantidade de ma-
terial deve ser suficiente para que as crianças construam desafios em espaços amplos para exploração corporal.

O QUE FAZER DURANTE

1 Ao chegar com a turma ao parque, convide as crianças para que se sentar em


roda com você em um espaço agradável. Conte que você trouxe materiais para
deixar as brincadeiras no parque ainda mais divertidas, como cordas, barban-
tes e elásticos. Possibilite que elas explorem os objetos, sentindo texturas,
maleabilidade e diferenças entre eles, descrevendo suas percepções. Diga
que terão disponíveis tesouras e fitas métricas também. Conversem sobre as
brincadeiras que podem criar e como pensam em usar os itens.

2 Proponha que observem e conversem sobre o espaço e os brinquedos do par-


que, para que pensem em intervenções nos brinquedos fixos e nas árvores (se
houver), criando outras formas de brincar e construindo obstáculos e desafios.
Incentive o envolvimento das crianças por algum tempo no planejamento das
ações, auxiliando-as. Perceba o entusiasmo, as dúvidas, os desejos e as hesi-
tações dos pequenos. A partir dessas percepções, faça intervenções construin-
do com o grupo um ambiente de segurança para a realização da proposta.

3 De acordo com as preferências das crianças, possibilite que se organizem for-


mando pequenos grupos. Observe a curiosidade em relação aos materiais,
que hipóteses levantam ao manipulá-los e que conhecimentos são compar-
tilhados. Atente-se aos diálogos, às construções de estratégias coletivas, às
discussões e aos questionamentos. Perceba como compartilham o que preten-
dem fazer, como usam os diferentes objetos enquanto constroem os desafios
e obstáculos, se surgem ideias que atraem os colegas, se aparecem situações
desafiantes e que conhecimentos são mobilizados e construídos. Observe ain-
da se há crianças brincando sozinhas e como estão explorando os materiais.

4 Circule pelo parque interagindo com as crianças a partir do que estão brin-
cando e construindo. Se algum grupo se deparou com um desafio que outro
grupo resolveu em sua construção, proponha que socializem as soluções. Se
o material que estão utilizando não for o mais adequado para o desafio que
estão construindo, sugira que testem outro. Observe o uso que estão fazendo
do espaço, se todos os brinquedos fixos do parque estão sendo explorados
para as construções, se os grupos se concentraram em um único lugar etc.
Sugira possibilidades de uso desses brinquedos ou dos espaços pouco apro-
veitados, mas possibilite que as crianças aprofundem as experiências. Aten-
te-se quanto à utilização da fita métrica, em que momentos optam por usá-la
e que conhecimentos compartilham. Socialize as descobertas entre os grupos.

46
Atividade: Cordas e elásticos no parque

5 Interaja também com as crianças que não estão envolvidas na proposta e que
optaram por brincar nos brinquedos do parque. Convide-as a construir um obs-
táculo, combinando onde fazer, que brinquedos ou árvores utilizar, pedindo su-
gestões de como fazer e qual material usar. Durante a construção surgirão outras
questões, como quantas voltas vão dar com o elástico, como farão para dei-
xá-lo bem preso, quem irá manipular a tesoura etc. Observe como manifestam
opiniões, como resolvem desafios e que critérios utilizam para tomar decisões.
Faça intervenções sempre no sentido de problematizar a partir das demandas
apresentadas, incentivando a busca de soluções em conjunto.

6 Enquanto brincam construindo os desafios, as crianças provavelmente experi-


mentarão atravessar os elásticos e os barbantes de diversas formas. Observe A
como estão transpondo os obstáculos e convide-as a observar também. Sem- Possível ação
pre que possível, participe do desafio de acordo com a sugestão dos peque- das crianças
nos. Sugira algumas formas de travessias, como passar de mãos dadas com
•Elas podem querer
um colega, com as mãos para trás, de costas. Faça registros fotográficos e fazer a travessia igual
de vídeo ou peça a alguma criança que o ajude com isso. As imagens podem aos colegas, pensar em
novas formas e sugerir
ser utilizadas por você para avaliação da proposta, como usaram o espaço, ma­neiras diferentes
quais locais e materiais foram pouco explorados, que descobertas fizeram e para a travessia.
que conhecimentos construíram. A

Para finalizar
Avise as crianças quando faltar cinco minutos para o encerramento do tempo proposto. Quando chegar
a hora, diga que precisam finalizar e chame-as para conversar. Proponha que deixem os desafios e os obs-
táculos construídos, de modo que possam continuar a brincadeira em outro momento e as outras turmas
da escola possam experimentá-los também. Sugira que formem pequenos grupos para contar às outras
turmas que construíram os desafios, convidando-as para que os experimentem. Conversem e troquem
ideias sobre o que vão falar, como se dirigir a outro professor e outras crianças, sobre o deslocamento com
segurança e o ponto de encontro após a conversa com as turmas. Após o retorno das crianças, conversem
sobre como foi a experiência, como foram recebidos etc. Relembre a próxima atividade da rotina e cami-
nhem juntos para os sanitários ou lavatórios para a higiene pessoal.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outro momento, analise as imagens com as crianças, envolvendo-as nesse processo de avaliação e cons-
truindo juntos novas propostas de brincadeira no parque. Sugira outras maneiras de deixar os desafios e os
obstáculos mais estimulantes. Por exemplo: busque utensílios que produzam sons quando movimentados, como
sinos e chocalhos feitos com material reciclável, molhos de chaves para pendurar nas cordas etc. Convide tam-
bém outras turmas para criar obstáculos e desafios coletivos em um momento de interação.

 Engajando as famílias
Envolva os responsáveis por meio de um convite para que experimentem os desafios criados pelas crianças
no parque. Combine para que isso ocorra em um momento de entrada, saída ou em um dia de reunião.

47
Unidade: Brincadeiras na área externa

 EI03EO02  EI03EO06  EI03CG02


BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
TRADICIONAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Sugestão de leitura
Como a atividade visa a trabalhar com uma diversidade de brincadeiras no parque,
mais variados
•Os
é interessante que você pesquise antes sobre os mais variados jeitos de brincar
jeitos de brincar. Nova
nesse espaço. Escola, set. 2017.
Disponível em: https://
novaescola.org.br/
 Materiais conteudo/6926/os-
mais-variados-jeitos-
de-brincar#. Acesso
•  Imagem impressa de uma obra de um artista que retrate brinquedos e em: 22 jun. 2021.
brincadeiras tradicionais;
•  Alguns brinquedos e objetos que aparecem na obra escolhida;
•  Uma caixa grande o suficiente para armazenar os materiais selecionados; Sugestão de obra
de arte
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para
registrar a atividade.
•Brinquedos e
brincadeiras. Artista:
Militão dos Santos.
Imagem G011.
 Espaços Disponível em: https://
militaodossantos.com/
Planeje para que a atividade ocorra no parque da escola, onde será possível galeria/. Acesso em:
explorar uma grande diversidade de brincadeiras. 22 jun. 2021.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que expressões corporais e verbais as crianças realizam para demonstrar o interesse pelas
brincadeiras tradicionais? Que conhecimentos mobilizam na exploração dos materiais e dos brin-
quedos disponibilizados?
2. Como elas realizam os diferentes movimentos enquanto brincam? Empurram, saltam, correm, equili-
bram-se sobre uma perna, sopram, giram? Quais os desafios encontrados e como fazem para superá-los?
3. Em que momentos da brincadeira as crianças se mostram confiantes em suas capacidades? Que
sentimentos demonstram enquanto brincam?

48
Atividade: Brinquedos e brincadeiras tradicionais

 Para incluir todos


Por se tratar de uma exploração livre de diferentes materiais e brinquedos, os pequenos têm múltiplas possibi-
lidades de envolvimento e interação conforme as preferências deles. Incentive-os a descobrir os objetos usando
diferentes sentidos e comunicando as descobertas aos colegas. É importante que os objetos selecionados sejam
em quantidade suficiente para atender todas as crianças.

O QUE FAZER DURANTE

Reúna todo o grupo em um espaço agradável no parque. Organize as crianças A


1
em roda e converse com elas problematizando as brincadeiras de antigamen- Possíveis falas
te. Ouça as opiniões, valorizando as ideias e as trocas. A do professor
— Será que as pessoas
A seguir, diga que trouxe uma imagem de um artista que retrata algumas sempre brincaram da
2 mesma forma?
brincadeiras. Incentive as crianças a observar atentamente durante algum
— Do que será que
tempo e depois dialogar sobre a imagem. Interaja perguntando sobre o local os seus responsáveis
representado, os tipos de construções, as diferentes paisagens e se já viram costumavam brincar
ou estiveram em um local assim. Conversem sobre o que está acontecendo, quando eram pequenos?
se há crianças brincando, se já brincaram de alguma dessas brincadeiras e — Ainda brincamos
quais brinquedos estão presentes no parque da escola. Ouça as experiências de algumas dessas
pessoais delas e conte as suas também. brincadeiras?
— Onde e com quem as
aprendemos?
3 Compartilhe com as crianças que separou alguns materiais e brinquedos pre-
sentes na obra, de modo que possam usar durante o tempo que estão no par-
que. Enquanto tiram os objetos da caixa, conversem sobre os diferentes nomes
dados ao mesmo brinquedo e as variações da mesma brincadeira. Algumas
perguntas podem inspirar essas trocas, como ao se perguntar se o pião tem
o mesmo nome em todos os lugares e se alguém já brincou ou sabe brincar
com ele. Se houver crianças provenientes de diferentes regiões do Brasil, ou
mesmo de outros países, aproveite a diversidade e desenvolva com elas o
diálogo sobre as diferenças culturais nas brincadeiras. Convide-as a brincar
e diga que podem escolher os brinquedos e os materiais, utilizando o espa-
ço do parque como desejar, inclusive os brinquedos fixos, como o balanço, o
escorregador e a casinha.

4 Enquanto os pequenos exploram os brinquedos e organizam brincadeiras en-


tre eles, observe como interagem com os objetos e uns com os outros, que
hipóteses levantam na construção da brincadeira, quais brinquedos e mate-
riais escolhem primeiro e como compartilham os objetos. Se alguma criança
não demonstrar interesse, pergunte se ela deseja explorar algo diferente ou
proponha que algum colega a convide para brincar.

5 Circule pelo parque e interaja com os pequenos grupos a partir das brincadei-
ras e das hipóteses deles. Esteja atento para atuar diante das muitas possibili-
dades de interações e intervenções que surgem. Se uma criança está pulando
corda individualmente com os dois pés juntos, pergunte se já experimentou pular
como se estivesse andando, deslocando-se pelo espaço. Ao ver uma criança gi-
rando o bambolê na cintura, aproxime-se, brinque com ela rodando o bambolê

49
Unidade: Brincadeiras na área externa

na cintura e pergunte sobre outros locais do corpo para rodá-lo. Convide outra
criança a entrar na brincadeira e mostrar um jeito diferente de girar o bambolê,
ou outras formas de brincar com ele.

6 Observe os avanços e as conquistas dos pequenos. Valorize os êxitos. Propo-


nha que observem e aprendam uns com os outros, compartilhando os conhe-
cimentos. Observe como transitam entre as opções de brinquedos e materiais,
brincando em alguns grupos. Faça registros escritos ou de imagem para uti-
lizar posteriormente no planejamento de novas intervenções no parque ou
mesmo para desenvolver um projeto ou sequência didática com a turma.

Para finalizar
Quando restar cinco minutos para o final do horário proposto para a brincadeira no parque, antecipe às
crianças que esse momento se encerrará em breve. Peça que elas recolham e organizem os materiais e os
brinquedos de volta na caixa. Chame-as para se sentar em roda com você e conversem sobre as interações
com os objetos e com o grupo. Combinem que a caixa de brinquedos tradicionais estará disponível para
utilização sempre que desejarem, inclusive para crianças de outras turmas, o que permitirá que o acervo
seja aumentado. É possível utilizar a estratégia de construir uma caixa de “achados”, como a sugerida na
atividade Intervenções no tanque de areia, deste conjunto. Relembrem a próxima vivência da rotina e
dirijam-se aos sanitários ou lavatórios para a higiene pessoal da turma.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha atividades com outras obras de arte. Ou, ainda, em outros momentos, converse sobre outros brin-
quedos que aparecem na obra e não foram ofertados na caixa. Combine com a turma como poderiam construir
alguns deles envolvendo a comunidade escolar.

 Engajando as famílias
Envolva os responsáveis por meio de uma pesquisa sobre brinquedos e brincadeiras da infância. Incentive as
crianças a pesquisar e fazer uma lista com os adultos, anotando os resultados. Vejam a possibilidade de par-
ticipação dos responsáveis na viabilização das brincadeiras, seja construindo brinquedos, coletando materiais
ou vindo à escola para ensiná-las.

50
Atividade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 EI03EO03  EI03EO07  EI03ET05


BRINCADEIRAS COM
MATERIAIS DE LARGO
ALCANCE
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo



•Caramba,
A atividade consiste em ofertar materiais diversificados, que não costumam estar no carambola: o
parque ou na área externa da escola, para provocar novas possibilidades de brincadeiras brincar tá na escola!
Produtora: Plataforma
por meio da interação com os objetos. Para isso, será necessário coletar, selecionar e
do letramento.
organizar os materiais. Compartilhe com as crianças o propósito da coleta e convide-as Disponível em: https://
a participar da busca dos recursos, assim como os funcionários e os responsáveis. A www.youtube.com/
atividade também pode favorecer a interação com outras crianças da escola, visto que watch?v=oJSKrU-CKys.
é comum ter mais de uma turma em áreas externas. Acesso em: 22 jun. 2021.

 Materiais
•  Materiais de largo alcance que proporcionem movimentos amplos, como caixotes de madeira ou
plástico, tábuas, pneus, tijolos, canos de PVC, caixas de papelão grandes, tocos de madeira, bobinas
grandes, pedaços de conduítes, cordas e tecidos (toalhas de mesa e lençóis velhos, por exemplo);
•  Recursos para apoiar as construções de brinquedos, como tesouras, cordas, barbantes e elásticos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
No parque da escola ou em uma área externa em que as crianças costumam brincar, disponha os materiais
organizados por semelhança; por exemplo: canos e conduítes; caixas de papelão e caixotes; tecidos e cordas.
Eles podem estar todos em um mesmo local ou organizados em ilhas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem entre si? Que estratégias utilizam na busca de solução para os conflitos?
2. Em que momentos é possível observar a cooperação entre os pequenos? Que diferentes atuações
e participações desenvolvem durante a brincadeira?
3. Que critérios utilizam para selecionar os brinquedos com os quais vão brincar? Que expressões
verbais ou gestuais demonstram ao explorar os materiais e ao observar suas semelhanças e
diferenças?

51
Unidade: Brincadeiras na área externa

 Para incluir todos


A atividade favorece a exploração livre de materiais diversos e múltiplas possibilidades de envolvimento e
interação, conforme as preferências das crianças. Converse com a turma e busque soluções e estratégias para
que todos possam participar, respeitando as individualidades. Lembre-se de que os itens devem ser em quanti-
dade suficiente para todo o grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na área externa, compartilhe com as crianças o que organizou nesse local,


bem como os materiais coletados com a ajuda dos funcionários e dos respon-
sáveis. Percorram juntos o espaço e conversem sobre os itens que estão ven-
do: o que conhecem, se já tinham brincado com eles etc. Convide as crianças
a explorar os diversos objetos utilizando os sentidos, pensando nas possibi-
lidades de brincadeiras, compartilhando com os colegas as ideias, planejan-
do o que vão fazer e o que vão usar. Nesse momento, as crianças escolherão
livremente seus pares, formando pequenos grupos.

2 Enquanto as crianças brincam, observe como lidam com os objetos e como


interagem com os colegas criando formas de brincar, que curiosidades des-
pertam na interação com os materiais, como definem o uso e compartilham os
objetos. Favoreça que elas desenvolvam hipóteses e construam brinquedos e
brincadeiras. Se houver conflito, espere que resolvam, observando se o fazem
por meio do diálogo. Converse com as crianças envolvidas para chegar a uma
solução quando perceber que precisam de ajuda.

3 Caminhe pela área da brincadeira, observe os diferentes agrupamentos e as


crianças que brincam sozinhas. Atente-se às construções de narrativas e en-
redos para então fotografá-las. Os materiais de largo alcance incitam a cons-
trução de brinquedos, cenários e acessórios, como canoas, carros, cabanas.
Alguns podem necessitar de uma elaboração maior, com junção de partes, A
amarrações e combinações de estruturas entre materiais. Esteja disponível Possíveis falas
para ajudar a furar, cortar e amarrar, sendo um apoio para a efetivação das do professor
ideias dos pequenos. — Você quer unir os dois
canos? Quem poderia
4 Faça registros escritos e de imagem que possam nortear futuras intervenções ajudá-lo com isso?
e propostas com a turma. Perceba como as crianças compartilham os conhe- — Percebi que ele
cimentos, as ideias e os planos na brincadeira. Por exemplo: se ao construir precisa de ajuda para
carregar aquelas
uma cabana com o lençol a criança pede ajuda de um colega com quem está
caixas. Você gostaria de
brincando ou realiza seu plano sozinha. Faça intervenções que possam fo- ajudá-lo?
mentar a cooperação. A

5 Socialize, entre os pequenos grupos e as crianças, as brincadeiras criadas,


os brinquedos construídos, as estratégias e as soluções encontradas. Faça
isso sugerindo que observem os colegas, contando o que presenciou ao cir-
cular entre os grupos ou convidando os pequenos a compartilhar as criações.
Por exemplo: se dois grupos construíram casas usando materiais diferentes,
destaque isso e convide-os a observar as construções uns dos outros. Se uma

52
Atividade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

criança produziu um som girando um conduíte, valorize a descoberta e sugira


às crianças que encontrem mais objetos para produzir sons para montar uma
banda. Brinque com a turma fazendo descobertas.

Para finalizar
Avise as crianças quando faltar dez minutos para terminar a atividade. Após cinco minutos, avise-as nova-
mente. Ao chegar no tempo estipulado, combinem onde ficarão armazenados os objetos. Peça que organi-
zem o espaço e convide-as a se acomodar para que possam conversar sobre a vivência. Com todo o grupo,
dialoguem sobre as brincadeiras criadas, os materiais utilizados, as interações com os colegas e com você,
os desafios, as soluções encontradas, as descobertas e as curiosidades. Conversem sobre as possibilidades
de variações e ampliação de materiais para a atividade quando forem brincar outra vez. Pergunte sobre
o que sentiram falta, o que deu certo, o que precisam replanejar etc. Anote as indicações dos pequenos
e avise que terão muitas oportunidades como essa para criar brinquedos e brincadeiras com materiais di-
versos. Relembre a próxima vivência da rotina e peça que se dirijam aos sanitários para a higiene pessoal.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita outras vezes a atividade, conforme o interesse de cada criança, inclusive ampliando as possibilidades
de materiais ao longo do tempo para enriquecer as criações da turma. Escolha, com os pequenos, alguns brin-
quedos construídos por eles para fazerem parte do acervo da área externa, de modo a compartilhá-los com
outras turmas da escola.

 Engajando as famílias
Construa com as crianças um painel com fotos e relatos sobre a vivência. Coloque-o em um corredor para que
os responsáveis vejam no momento de entrada ou saída. Incentive os pequenos a passar pelo painel com seus
responsáveis e contar suas experiências mostrando as fotos. Em uma reunião com os adultos, peça sugestões
de objetos, intervenções e brincadeiras para propostas na área externa.

53
Unidade: Brincadeiras na área externa

 EI03CG04  EI03EF01  EI03ET01


ACAMPAMENTO NA ÁREA
EXTERNA
Tempo sugerido: aproximadamente 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Os materiais utilizados para a construção do acampamento devem estar organizados no local em que acon-
tecerá a brincadeira. Prepare a mochila com todos os equipamentos para quem vai acampar e deixe-a em um
canto da sala.

 Materiais
•  Uma mochila com objetos que remetam a um acampamento (se possível, disponibilize mais algumas
mochilas para utilizar no momento da brincadeira);
•  Saco de dormir;
•  Itens que remetam a um acampamento, como lanterna, bússola, garrafa com água, repelente, protetor
solar, itens de higiene pessoal, máquina fotográfica, pratos, canecas e talheres;
•  Cordas, barbantes, tecidos e tesouras como recursos para as construções (como a barraca);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra na área externa. Se houver um espaço gramado ou arborizado, dê preferên-
cia para ele, tornando a brincadeira de acampar mais real, prazerosa e estimulante. Os materiais utilizados como
recursos para a construção do acampamento devem estar organizados no local da brincadeira.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças expressam os conhecimentos, as experiências anteriores e as curiosidades sobre


o tema acampamento? Que relações estabelecem a partir dos objetos retirados da mochila?
2. Que hipóteses são levantadas nas construções dos elementos do ambiente do acampamento e
como são testadas? Como as crianças expressam suas ideias e se comunicam com os colegas,
construindo a brincadeira coletiva?
3. Em que momentos da brincadeira o autocuidado se faz presente? Que ações e falas indicam
atenção à higiene e ao conforto?

54
Atividade: Acampamento na área externa

 Para incluir todos


Durante a organização do acampamento, incentive as crianças a manipular os objetos e a narrar as desco-
bertas que fazem, descrevendo suas características; assim, será possível incluir todos. Promova as múltiplas
possibilidades de envolvimento e interação, conforme as preferências individuais e coletivas.

O QUE FAZER DURANTE

Na sala, conte que todos farão uma atividade em outro espaço e convide a A
1
turma para ir até lá. Pegue a mochila (previamente organizada), coloque-a nas Possível ação
costas e não comente nada com as crianças. Observe se sua ação provoca das crianças
curiosidade ou observações por parte delas. Converse com os pequenos, ins-
•Algumas crianças
tigando hipóteses sobre o que acham que há dentro da mochila e sigam ca- podem perguntar o que
minhando até chegar ao local da brincadeira. A há dentro da mochila.

2 Reúnam-se em um espaço agradável e em roda. Comente que algumas crian- B


ças estão querendo saber o que há na mochila e que já deram algumas ideias Possível ação
sobre o que pode estar dentro dela. Convide-as a socializar as hipóteses e, das crianças
em seguida, dialoguem sobre as possibilidades levantadas. Com a ajuda de-
•Provavelmente as
las, tire os objetos da mochila. Favoreça que explorem os recursos usando crianças dirão que
os diferentes sentidos. Troquem ideias e envolva-as, problematizando sobre podem usar os itens
onde e em que situação podem utilizar os materiais que estavam na mochila. para fazer uma trilha ou
um acam­pamento.
Compartilhem experiências e conhecimentos a respeito do tema. B

3 Retome a conversa sobre os itens que estavam na mochila e questione sobre


o uso deles ao acampar. Diga que você trouxe a mochila pensando que pode-
riam brincar de acampar. Pergunte o que acham da ideia, onde seria mais legal
fazê-lo e como poderiam organizar o espaço para montar um acampamento.
Problematize sobre onde vão acampar: praia, montanha, floresta, próximo a
um lago, uma cachoeira, um rio. Planejem o que haverá nele e quais recur-
sos naturais ou artificiais podem coletar para as construções. Pensem sobre
as ações no acampamento: o que as pessoas costumam fazer, se cozinham,
cantam, contam histórias, pescam. Levante hipóteses e sugestões, envolven-
do-as na socialização das ideias para a construção de cenários, enredos e
brincadeiras. Mostre os recursos que você separou previamente e que podem
ser úteis. Procure garantir ao máximo que as crianças sejam as protagonistas
das conversas, das trocas e da produção. Esteja atento para apoiar ideias com
novas provocações, informações necessárias e socializações.

4 As crianças podem espontaneamente organizar-se em duplas, pequenos gru-


pos ou optar por brincar sozinhas. Enquanto elas montam o acampamento,
observe quais critérios utilizam na seleção de objetos e materiais, que diálo-
gos, trocas de ideias e conhecimentos estão colocando em jogo, se estão se-
guindo o planejamento que fizeram inicialmente em relação ao uso do espaço
ou agregando elementos à brincadeira. Observe se há divisão de atividades
e se, diante dos desafios, desistem e procuram outra atividade ou buscam
resolvê-los. Faça registros que guiarão suas intervenções a partir das neces-
sidades e possibilidades dos pequenos.

55
Unidade: Brincadeiras na área externa

5 Circule pelo espaço e interaja com as crianças. Ofereça apoio nas constru-
ções mais desafiantes, ajudando-as diretamente ou instigando-as a pensar
em materiais que poderiam usar ou em deslocamento para outro local mais
adequado para o tipo de brincadeira que estejam construindo. Fotografe as
ações e relembre o planejamento e as conversas iniciais sobre como seria o
acampamento e os elementos que iam construir.

6 Quando o acampamento estiver montado, as crianças vão brincar de acampar.


Brinque em alguns pequenos grupos, atentando-se para participar a partir do
enredo criado por eles, ao mesmo tempo que você trará elementos novos para
a brincadeira. Por exemplo: se construíram uma fogueira, mas não a usaram,
comece a cozinhar algo usando a fogueira e inclua as crianças, convidando-as
a experimentar o que você preparou. Caso alguma delas não se envolva na
brincadeira, pergunte se deseja explorar uma aventura diferente ou se gos-
taria da sua ajuda. Como nem sempre que acampamos tiramos muitas fotos,
proponha que ela fotografe a paisagem.

7 Avise quando o tempo proposto estiver terminando. Após alguns minutos, reu-
na todo o grupo para conversar sobre a vivência. Se foi criada uma fogueira,
aproveitem para uma conversa ao redor dela, organizando com as crianças o
local para se sentar, com tecidos ou pedaços de madeira. Dialoguem sobre as
experiências e os desafios enfrentados, o que gostariam de utilizar e que não
encontraram no espaço. Garanta que todos se expressem, se assim desejarem.

Para finalizar
Ainda no clima da brincadeira, diga às crianças que vocês darão sequência à rotina e que, como estão
em um acampamento, é necessário encontrar uma fonte de água para lavar as mãos. Envolvidos na brin-
cadeira, busquem uma torneira, uma mangueira ou uma pia que tenha no espaço e lavem as mãos como
se estivessem em uma cachoeira ou em um rio e passem para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade várias vezes com a turma, de acordo com o interesse das crianças. A cada vez que acampar,
vocês podem combinar um ambiente diferente (praia, montanha, próximo a uma cachoeira) e coletar objetos
específicos para o local. Podem também combinar a criação de um canto permanente no parque com o tema
acampamento e interagir com outras turmas. Para isso, programe ações junto a outros professores.

 Engajando as famílias
Envolva os responsáveis por meio de um registro enviado para casa, contando sobre a vivência. Ele pode
iniciar com a seguinte frase: “Hoje nós acampamos na escola e fizemos (...)”. Assim, as crianças poderão utilizar
escrita espontânea e desenho como formas de expressão. Junto ao registro dos pequenos, peça aos adultos
para colaborar com a ampliação do repertório do grupo sobre o tema, enviando fotos e vídeos de acampamentos
ou materiais que farão parte do canto permanente na área externa.

56
3
AP

CONJUNTO

UNIDADE

LEITURA E CONTAÇÃO
DE HISTÓRIAS
As crianças têm muito o que aprender em relação ao universo da linguagem escrita. A
qualidade do vínculo que estabelecem com esse universo colabora para o grau de inte-
resse, que cresce quando elas vivenciam situações prazerosas de leitura de histórias, com
mediadores que valorizem cada uma dessas ações. Ao ouvir diferentes histórias (lidas ou
contadas), as crianças aprendem a se comportar como leitores e a escutar. Imaginam, am-
pliam seu vocabulário e suas referências culturais, estruturam suas narrativas e apren-
dem a apreciar a estética das palavras. Lidas ou contadas, as histórias devem sempre pas-
sar pelo imaginário, pela vivência e pela relação positiva com o mundo letrado.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas isola-
damente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoria-
mente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma
vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas,
as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvi-
mento propostos, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

57
Unidade: Leitura e contação de histórias

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Demonstrar controle e adequação do uso do corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto de


EI03CG02
histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria
EI03EF08 leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela
leitura das ilustrações etc.).

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Escuta, fala, pensamento


movimentos e imaginação

58
Atividade: História sonorizada

 EI03CG01  EI03CG03  EI03EF05  EI03EF08


HISTÓRIA SONORIZADA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que, em outras oportunidades, você já tenha apresentado ao grupo histórias que utilizem sons
corporais ou instrumentos musicais com a narrativa, familiarizando as crianças com a utilização de sons e
construindo um repertório de sonorização para que elas possam escolher uma dentre essas histórias com
antecedência.
Além disso, para desenvolver a atividade, você precisa já ter apresentado instrumentos musicais ao grupo,
bem como confeccionado alguns desses instrumentos.

 Materiais
•  Um livro de literatura infantil, escolhido previamente pelas crianças, que contenha possibilidade de
sonorização;
•  Instrumentos musicais conhecidos do grupo;
•  Instrumentos confeccionados artesanalmente pelas próprias crianças ou por você e outros objetos que
produzam sons;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como massinha, jogos de
construção, entre outros.

 Espaços
Organize um espaço sem muita interferência sonora, como a sala ou a biblioteca da escola, tendo em vista o
cuidado para não comprometer a sonorização proposta.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são os gestos e as expressões das crianças durante a sonorização de história? Como
ocorre a escolha dos instrumentos?
2. Como as crianças participam? Fazendo sons com o corpo, observando, dando sugestões?
3. No cotidiano, elas recriam as experiências com a sonorização da história? Como fazem isso?

59
Unidade: Leitura e contação de histórias

 Para incluir todos


Convide as crianças para participar e atente-se para garantir liberdade de escolha na maneira como elas se
sentam. Busque estar atento às diferentes formas de interação, propondo alternativas para as contribuições
individuais e coletivas, de forma que colaborem entre si. Faça combinados com o grupo para que as sugestões
de todos sejam acolhidas, apoiando as trocas de opiniões; assim, você conseguirá incluir as crianças. Caso
alguma delas não queira participar, disponibilize materiais para atividades de livre escolha.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e conte que vão ser divididas em dois pequenos grupos.
Comente que você acompanhará um grupo em uma roda de história e que o
outro grupo fará uma atividade com autonomia, como massinha ou jogos de
construção. Informe que depois os grupos vão se revezar.

2 Convide as crianças do primeiro pequeno grupo para se acomodar no local


escolhido. Conte que você lerá uma história selecionada por elas e peça que
criem uma sonoplastia bem divertida. Diga que depois elas utilizarão os sons
na narrativa e os instrumentos propostos, ou ainda o próprio corpo para so-
norizar a história.

3 Inicie a leitura, utilizando as entonações necessárias para a apreciação do


grupo. Leia toda a história e, ao finalizar, combine com as crianças que agora
vão revisitar o repertório sonoro do livro que acabaram de ler, para decidirem
como vão criar esses sons. Possibilite que expressem as ideias de diferentes A
formas e apresentem outras sugestões para a composição da história, utilizan-
Possíveis falas
do os recursos disponíveis. Acolha sempre que possível a opinião das crianças. do professor
— Nesta parte da
4 Após a turma expressar o que pensa quanto aos sons que poderão utilizar história, vejam o que é
na sonoplastia da história, diga que vão analisar a narrativa por partes, para dito: “Por ali, caminha
selecionar quais instrumentos podem ser utilizados em cada uma delas e se um lobo. Com passos
organizar para a sonorização. A cada seleção realizada pelo grupo, diga às firmes, buscava encontrar
crianças que passarão para a próxima parte do texto e que, se for o caso, alguma comida”.
— Que som podemos
precisarão pensar em outras possibilidades sonoras. Decida com elas quem
fazer para indicar os
serão os responsáveis por reproduzir os sons na narrativa. Caso seja possível, passos do lobo?
combine para que cada uma reproduza um som. A

5 Após a seleção dos instrumentos, recomece a leitura para que as crianças


possam sonorizar a história. Leia de forma que elas consigam acompanhar
e sonorizar as partes da história de acordo com o que pensaram. Possibilite
que se expressem livremente e incentive o processo criativo. Apoie o grupo,
se necessário, na utilização dos recursos.

6 Encerrada a leitura, investigue com as crianças sobre como foi participar da


atividade. Após a conversa, diga que, conforme combinaram no início, elas
farão a troca de atividade com os colegas. Utilize as mesmas estratégias com
o outro pequeno grupo.

60
Atividade: História sonorizada

Para finalizar
Ao terminar a leitura para os pequenos grupos, convide todos para organizar os espaços e os materiais
utilizados na atividade. Você pode dizer que cada grupo é responsável por arrumar um ambiente. Anuncie
qual será a próxima vivência do dia, dando previsibilidade sobre a rotina às crianças.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a estratégia de leitura sonorizada com os pequenos, ampliando e diversificando os instrumentos ou
sonorizando outras histórias ou parlendas. As crianças poderão usar o repertório de sons do próprio corpo. Esse
repertório pode ser representado em fichas, por exemplo, por meio de figuras que lembrem a ação necessária
para reproduzir o som. Você pode ainda filmar a história sonorizada ou ensaiar com as crianças, para que ela
seja apresentada em momentos de partilha com outros grupos da escola.

 Engajando as famílias
Envie para a casa das crianças um comunicado contando aos responsáveis que elas criaram uma história
bem animada. No texto, peça aos adultos para perguntar aos pequenos que história foi essa e o que fize-
ram com ela. Considere dividir as observações deles em momentos coletivos, tais como em reunião com os
responsáveis.

61
Unidade: Leitura e contação de histórias

 EI03EO04  EI03CG02  EI03EF07


O LIVRO COMEÇA PELA CAPA
Tempo sugerido: aproximadamente 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é necessário escolher um livro que você conheça bem, porém, que seja desconhecido pelas
crianças. Procure olhar com mais cuidado para a capa. Opte por um livro cuja capa possa revelar ou sugerir
muitas hipóteses que antecipam pontos importantes da história, de modo a trabalhar o tópico central da pro-
posta: o livro começa pela capa.

 Materiais
•  Um livro de literatura infantil desconhecido pelas crianças;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como massinha, jogos de
construção, entre outros (se você optar por dividir a turma em dois pequenos grupos);
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço onde todo o grupo se sinta confortável e acolhido para a leitura da história, como a
sala ou a biblioteca. Considere dividir a turma em pequenos grupos, se for mais adequado. Para tal, organize
o ambiente como sugerido na atividade História sonorizada, deste conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Qual elemento da capa mais chamou a atenção das crianças? Que comentários fizeram a respeito
disso?
2. Quais hipóteses elas levantam sobre a narrativa a partir de suas indagações? Como manifestam
essas hipóteses?
3. As crianças estabelecem relações da capa do livro com a narrativa? Que relações são essas?

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade de acolhida individual, possibilite que a criança acompanhe a história
ficando mais próxima de você. É importante que você e o livro estejam visíveis para todos. Caso alguma criança
não queira participar da proposta, respeite a escolha dela e ofereça materiais para ela brincar livremente.

62
Atividade: O livro começa pela capa

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar confortavelmente para par- A


ticipar da leitura da história. Se optou por dividi-las em dois pe- Possíveis falas do professor
quenos grupos, encaminhe as propostas conforme a atividade
— Sabiam que o (diga o nome do autor)
História sonorizada, deste conjunto. Comunique a elas que, an- escreveu esta história? Mas ele escreveu
tes de começar a leitura, você gostaria de compartilhar quem é em outra língua. O (diga o nome do
o autor, a editora que publicou o livro, quem fez as ilustrações tradutor) foi quem traduziu a história, ou
e quem traduziu a história para nossa língua, se for o caso. A seja, passou da língua em que foi escrita
para a nossa.
— Aqui está escrito também que (diga
2 Depois dessa apresentação, mostre para as crianças a capa do o nome do ilustrador) foi quem fez as
livro. Diga que, antes de começar a leitura, você gostaria que ilustrações para o livro; ele é o ilustrador.
falassem um pouco sobre ela. Faça perguntas sobre os elemen- A (diga o nome da editora) foi quem
tos da capa, com foco na antecipação da narrativa. Lembre-se publicou o livro.
de que você é um dos modelos de leitura para as crianças e
que elas ainda estão compreendendo que a capa faz parte do B
processo de leitura do livro. Portanto, na atividade, é importan- Possíveis falas do professor
te que você as ajude com perguntas instigantes e pertinentes.
— O que vocês estão vendo na capa?
Por exemplo: se houver um animal fugindo de outro na capa, O que será que acontece com esses
comece perguntando se elas sabem quem são e o que estão personagens? Vocês acham que eles se
fazendo. Pergunte se acham que esses animais se relacionam encontram na história?
com algum momento da narrativa e questione se elas têm al- — Vocês acham então que esse ratinho
guma pista do que acontecerá na história. Se necessário, vire está correndo do urso nessa história?
Será que é isso que vai acontecer?
as páginas do livro, como forma de validar as hipóteses acerca
dos acontecimentos da narrativa. B
C
3 Inicie a leitura da história, utilizando todo o repertório de ento- Possível ação das crianças
nações, na fala ou nas expressões, que você já tinha preparado
•Algumas crianças podem não se
antes. Durante a leitura, faça pausas e retome algumas ante- expressar verbalmente, outras podem
cipações que as crianças fizeram ou faça relações das partes querer sonorizar a história fazendo
com a capa, de modo a valorizar o que falaram. sons com partes do corpo, remetendo
à atividade História sonoriza­da, deste
conjunto.
4 Convide as crianças para falar, de forma espontânea, sobre a
parte da história de que mais gostaram. Esse é um momento
de escuta ativa que ajuda na escrita dos registros sobre a ati- D
vidade. Dialogue com elas relembrando as hipóteses feitas no Possíveis falas do professor
início da proposta e relacionando as possibilidades levantadas — O que acharam desta história?
sobre a capa do livro com os elementos da narrativa. Acolha — Vocês se lembram de que
todas as expressões, afinal, as crianças podem se manifestar conversamos sobre a capa do livro?
de diversas formas. C D Acham que a capa traz dicas sobre
algumas coisas na história?

Para finalizar
Caso tenha optado por dividir a turma em pequenos grupos, faça a leitura com o segundo grupo. É pos-
sível que tenham prestado atenção aos comentários enquanto brincavam. Instigue-os de modo que partici-
pem com boas provocações. Após a leitura com os pequenos grupos, reúna todo o grupo para conversar
sobre a experiência. Após o diálogo, informe qual será a próxima atividade do dia, dando previsibilidade à
rotina, e convide as crianças a organizar o espaço.

63
Unidade: Leitura e contação de histórias

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize a atividade com livros de outros gêneros (poesia, por exemplo), observando as estratégias que as crian-
ças constroem a cada nova leitura e ampliando o repertório do grupo; o conjunto Textos poéticos proporciona o
desenvolvimento de uma vivência específica com esse gênero. Você pode ainda colocar algumas interferências
na capa dos livros (pedaços de papéis com aberturas, por exemplo), de modo a instigar as hipóteses das crianças
sobre as figuras e os personagens na exploração inicial.

 Engajando as famílias
Combine com as crianças que poderão levar emprestado o livro para a casa em dias alternados, para que
possam apreciá-lo em outro ambiente e outro momento. Proponha a elas que relatem para os responsáveis o
que vocês descobriram juntos sobre o livro por meio da capa.

64
Atividade: Como continua a história?

 EI03CG02  EI03EF07
COMO CONTINUA
A HISTÓRIA?
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Selecione um livro com uma narrativa que apresente uma estrutura de começo, meio e fim e que tenha acon-
tecimentos encadeados. Leia-o para conhecer bem a história. Perceba a série de acontecimentos do enredo
e procure identificar as partes nas quais você pode fazer pausas estratégicas. As pausas devem anteceder os
momentos mais emocionantes da narrativa, possibilitando que as crianças façam conexões ou hipóteses do
que acontecerá depois.
Caso ache necessário, use uma marcação para auxiliar na lembrança dos acontecimentos mais pertinentes.
Lembre-se de que o livro escolhido deve ser algum que os pequenos ainda não conhecem.

 Materiais
•  Colchonetes ou tapetes emborrachados;
•  Almofadas;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como massinha, jogos de encaixe ou outros livros para
folhear;
•  Um livro de literatura infantil que as crianças ainda não conhecem.

 Espaços
Organize um espaço confortável e acolhedor para a leitura da história, como a sala ou a biblioteca, a fim de
que as crianças consigam acompanhar com todo o grupo e trocar com você as hipóteses de antecipação do
enredo. No local escolhido, disponibilize tapetes ou colchonetes e almofadas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagiram sendo surpreendidas com a pausa na história? Tiveram iniciativa em
propor ideias para que você continuasse a leitura? Como manifestaram isso?
2. Quais soluções as crianças utilizam para os enredos? Como elas acolhem os diferentes pontos de
vista dos colegas?
3. Que indícios elas dão para que você repita a história com a mesma estratégia de antecipa-
ção? Que efeito isso provoca nelas? Como se sentem?

65
Unidade: Leitura e contação de histórias

 Para incluir todos


Caso identifique alguma limitação, possibilite que as crianças acompanhem a história mais próximas de você
ou que se apoiem mutuamente. Lembre-se de se posicionar de modo que todo o grupo consiga visualizar o livro.
Caso alguma criança não queira participar, ofereça materiais para atividades de livre escolha.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar no espaço, dizendo que podem se A


sentar de forma confortável, pois você preparou uma história para ler. Apre- Possíveis falas
sente o livro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa ou da do professor
contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras páginas, — Hoje preparei uma
já instigando o grupo a perceber detalhes importantes da narrativa. Isso for- história para ler para
talece as estratégias de leitura das crianças. Outro ponto essencial diz res- vocês. O livro se chama
peito à apresentação das características de um livro. Essas ações oferecem (diga o nome do livro) e
quem escreveu foi (diga
para os pequenos, em seu cotidiano, a construção de saberes, apoiados em
o nome do autor).
bons modelos leitores. A — Olhem a capa. Sobre
o que vocês acham que
2 Conte para as crianças que você começará a leitura, mas que, em alguns mo- é esta história?
mentos, você fará uma parada especial para que elas tentem descobrir como
a história continua. Disponibilize materiais para atividades de livre escolha, B
caso alguma delas não queira participar da atividade. Possíveis falas
do professor
3 Inicie a leitura e, na primeira parada planejada por você, instigue as crianças — E agora, o que será
a falar como acham que a história continua. Faça perguntas provocativas e que vai acontecer?
valide as iniciativas delas, sempre que possível. Acolha as hipóteses e dialo- — Vocês viram o que o
gue com o grupo. Lembre-se de que os momentos escolhidos para suspender personagem fez?
a história estão ligados à continuidade da narrativa. Portanto, brinque com o — Como vocês acham
que ela resolverá a
suspense, despertando no grupo o envolvimento com a leitura, por meio das
situação? Quem tem
reações. B alguma ideia?

4 Quando perceber que o grupo já esgotou as hipóteses, retome a leitura da


C
história e estabeleça um diálogo com as falas delas. Cuide para que a pausa
não se prolongue, para não perder a fluidez da narrativa. Equilibre os momen- Possíveis falas
do professor
tos de paradas e de leitura, possibilitando que o grupo se envolva de forma
prazerosa com a narrativa. Siga a leitura até o final, fazendo as paradas que — Vamos descobrir o
você programou. Ao terminar a história, convide os pequenos para expressar que aconteceu?
— Depois de tudo que
como foi participar da leitura dessa maneira. C vocês falaram, estou até
curiosa para saber como
Para finalizar continua esta história.
Após o término da leitura e a conversa sobre o livro com todo o grupo, con- Vou ler para vocês.
vide as crianças para a próxima atividade da rotina. — Aconteceu o que
vocês pensaram? Não
imaginávamos que o
personagem resolveria
desse jeito. Será que
ainda há mais surpresas?
Vamos continuar.

66
Atividade: Como continua a história?

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere repetir a atividade com o mesmo livro para observar se as crianças consideram outros enredos na
repetição da história. Outra possibilidade é escolher outros livros de literatura infantil com enredos inusitados
de monstros, suspenses, mistérios etc. Os pequenos se interessam bastante por esses temas.

 Engajando as famílias
Escreva para os responsáveis contando a estratégia de leitura utilizada com o grupo. É interessante realizar
a filmagem dos momentos de leitura e, depois, compartilhá-la com os adultos, comentando a riqueza das
hipóteses que as crianças constroem a partir da leitura.

67
Unidade: Leitura e contação de histórias

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF07


LENDO ILUSTRAÇÕES
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Escolha um livro no qual as ilustrações se relacionam com o texto, que tenha boa qualidade de imagens e
que não faça parte do repertório de livros do grupo. Analise as imagens, assegurando a qualidade visual, para
que os pequenos possam traduzir suas impressões como forma de antecipação da leitura.

 Materiais Sugestões de leitura


passeio. Autor:
•O
•  Um livro de literatura infantil com boa qualidade gráfica de ilustrações; Pablo Lugones.
•  Materiais para brincadeiras de livre escolha que as crianças já realizam Ilustrações: Alexandre
com autonomia, como massinha e jogos de encaixe, por exemplo. Rampazo.
(Gato Leitor, 2017).

•Lina e o balão.
Autora: Komako Sakai.
 Espaços Ilustrações: Lucia
Hiratsuka.
Organize um espaço que favoreça o acolhimento e o conforto das crianças. Con- (Pequena Zahar, 2017).
sidere dividi-las em pequenos grupos, para que possam acompanhar e dialogar sótão. Autores:
•No
Satoshi Kitamura
sobre as imagens. Para tal, organize o espaço de brincadeiras de livre escolha como
e Hiawyn Oram.
sugerido na atividade História sonorizada, deste conjunto. Ilustrações: Lucia
Hiratsuka.
(Pequena Zahar, 2017).
 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolvem na leitura da história por meio das imagens? De que forma interagem
com a história e entre si?
2. O que mais chama a atenção das crianças na observação das imagens? As hipóteses levantadas
se aproximam da história?
3. Como elas se apoiam no momento da leitura por imagens? Aproveitam a ideia lançada por um
amigo de forma a considerar a continuidade da narrativa? Sugerem diálogos e sentimentos para
as personagens? De que modo interagem e complementam as ideias da história?

 Para incluir todos


Favoreça ações por meio das quais as crianças possam se sentir amparadas por você, se necessário. Lem-
bre-se de se posicionar de um modo que todas consigam visualizar o livro. É importante, também, disponibilizar
materiais para atividades de livre escolha, para aquelas que não se interessarem pela proposta.

68
Atividade: Lendo ilustrações

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças do primeiro pequeno grupo para se acomodar no espaço A


e encaminhe o outro grupo para as brincadeiras de livre escolha, combinan- Possíveis falas
do que depois se revezarão. Diga que você preparou uma história diferente. do professor
Conte que, antes da leitura do texto, vocês tentarão descobrir a história do
— Hoje, começaremos a
livro por meio da observação das imagens. leitura de uma história
de forma diferente.
2 Apresente o livro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa ou Antes de ler o texto,
contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras páginas, já vamos descobrir como
instigando-as a perceber detalhes gráficos da obra. Considere que o momento é a história por meio
das imagens.
de apresentação fortalece as estratégias de leituras das crianças, oferecendo — O livro se chama (diga
uma relação de qualidade quanto ao conhecimento das características que o nome do livro) e quem
compõem um livro. Essas ações oportunizam que elas construam, em seu co- escreveu foi (diga o nome
tidiano, saberes apoiados em bons modelos leitores. A do autor). Quem fez as
imagens se chama (diga
o nome do ilustrador).
3 Comece a folhear o livro e, em cada ilustração, convide as crianças para
— Olhem a capa. Sobre
levantar hipóteses sobre a história. Incentive-as de tal forma que se sintam o que vocês acham que
livres para apresentar suas ideias expressando-se por meio de diversas é esta história?
linguagens. Acolha as hipóteses delas sobre o que observam nas ilustra-
ções. B B
Possíveis falas
4 Ao terminar a leitura de imagens, diga que você fará a leitura do texto do li- do professor
vro. Combine que juntos descobrirão se as hipóteses levantadas pelo grupo
— O que será que
sobre a imagens se aproximam da história.
acontece neste momento
da história? Será que
5 Após a leitura, convide as crianças para expressar as similaridades ou as dife- conseguimos adivinhar
renças da história contada a partir das imagens e do texto lido. É importante por esta imagem?
que você as ajude a perceber que interpretar as imagens também é uma ma- — O que vocês acham
neira de ler uma história. Convide-as para que falem como se sentiram nos que esta imagem
significa?
dois momentos distintos. C

Para finalizar C
Realize a leitura com o segundo pequeno grupo. Depois, convide todos para Possíveis falas
organizar os espaços e os materiais que utilizaram e seguir para a próxima do professor
vivência da rotina. — Nós lemos a história
de duas maneiras
diferentes. O que vocês
acharam disso?
— Quando estávamos
vendo as imagens, como
foi a nossa história? E
depois que lemos o texto?
Como a história ficou?

69
Unidade: Leitura e contação de histórias

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Selecione outros livros e repita a atividade. Há livros de poemas que também possuem ilustrações muito ricas.
Com a repetição da estratégia com outros títulos e gêneros, você pode ampliar a percepção das crianças sobre
a função das ilustrações, o que será desenvolvido posteriormente, no conjunto Conversando sobre histórias
e ilustrações.

 Engajando as famílias
Escreva aos responsáveis contando a estratégia de leitura utilizada com o grupo. Você pode propor que as
crianças se revezem para levar emprestado o livro para a casa, combinando que elas compartilhem com os
adultos a interpretação das imagens.

70
Atividade: Histórias com engano

 EI03EO04  EI03CG02  EI03EF07


HISTÓRIAS COM ENGANO
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, escolha uma história em que acontecem enganos. Elas geral-
Sugestão de leitura
mente são caracterizadas por narrativas nas quais algum personagem pratica uma
ação, mas, no enredo, fica claro que sua intenção era outra, gerando situações de Grúfalo. Autores:
•O
tensão, medo ou humor. Julia Donaldson e Axel
Scheffler. Ilustrações:
Prepare-se para fazer a leitura respeitando as pausas, as entonações e as carac- Axel Scheffler.
terísticas desse tipo de enredo. Garanta que haja fluidez na história, encadeando os (Brinque-Book, 1999).
acontecimentos como sugerem os autores e fazendo mediações para as crianças
pensarem sobre a relação entre as características dos personagens, suas intenções
e suas ações ao longo da narrativa.

 Materiais
•  Um livro de literatura infantil que contenha uma história com engano, como O Grúfalo;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como massinha, jogos de
construção, entre outros (se sua opção for dividir a turma em dois pequenos grupos).

 Espaços
Organize um espaço de maneira que as crianças se sintam confortáveis para acompanhar a história. Considere
dividir a turma em pequenos grupos para a atividade, caso seja mais adequado ao seu contexto. Para tal, siga
as orientações de organização do ambiente como sugerido na atividade História sonorizada, deste conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Ao interagir com a narrativa, as crianças reconhecem as situações de engano e fazem relações


com as características do personagem? Quais?
2. Quando aparecem os momentos de engano, qual é a reação das crianças? Elas acham engraçado,
sentem medo ou têm alguma outra reação? Qual?
3. Na conversa sobre as situações de engano, quais comentários as crianças fazem? Elas fazem articu-
lações ou aproximações entre as intenções do personagem e suas ações? Elas questionam ou pro-
blematizam essas situações? De que forma?

71
Unidade: Leitura e contação de histórias

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade individual, como no caso de alguma criança que sinta medo decorrente
da história, possibilite que ela acompanhe a leitura mais próxima de você. Em algumas situações, elas podem
não se interessar pela atividade. Respeite esse posicionamento e proponha outra brincadeira, como um jogo de
montar. Lembre-se, também, de se posicionar de modo que todos consigam visualizar bem o livro.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar no espaço escolhido. Se optou


por dividir a turma em pequenos grupos, encaminhe as propostas con- A
forme sugerido na atividade História sonorizada, deste conjunto. Diga Possíveis falas do professor
que você escolheu uma nova história para o momento de leitura do dia. — Hoje, trouxe uma nova
Conte ainda que, após a leitura, vocês vão conversar um pouco mais história para o nosso momento
sobre o que leram. Apresente o livro para as crianças, perguntando so- de leitura. Quando eu terminar
bre detalhes da capa, das imagens ou de personagens que aparecem de ler, vamos conversar sobre
ela.
nas primeiras páginas, a fim de aproximá-las da obra. Considere usar as — Aqui está o título. Olhando
estratégias de antecipação sugeridas na atividade O livro começa pela para ele, sabem me dizer que
capa, deste conjunto. Possibilite que elaborem hipóteses de antecipação história seria essa?
do conteúdo da história. Destaque os personagens, convidando as crian- — E os personagens, como
ças para descobrir quem são e como agem. Conte ainda quem a escre- serão? Quais são suas
características? O que vocês
veu, ilustrou e/ou traduziu. Considere que o momento de apresentação
acham que eles fazem na
fortalece as estratégias de leitura e de escuta das crianças, oferecendo história?
uma relação de qualidade quanto ao conhecimento das características — Nossa, tem uma raposa! O
que compõem uma história. Essas ações oportunizam construir, em seus que ela faz na história?
cotidianos, saberes apoiados em bons modelos leitores. A

2 Leia a apresentação que está na contracapa do livro. Conte para as


crianças que ali está um pequeno resumo da história. Geralmente, na B
apresentação de histórias com engano, o texto deixa no ar uma pergunta
Possíveis falas do professor
para aguçar a curiosidade do leitor sobre a ação do personagem. Apoie-
-se nessa pergunta para instigar a curiosidade sobre a obra. — O que vocês acharam
da história? E o que vocês
acharam do personagem (diga
3 Após essa leitura, convide os pequenos para ouvir a história e descobrir o nome do personagem) que
o que acontece. Considere fazer uma pausa na primeira vez em que o fez (descreva a ação), mas, na
personagem que engana aparece, instigando-os a pensar por que ele verdade, queria fazer outra
agiu dessa forma. Nesse momento, questione sobre o que acontecerá, coisa (descreva a intenção)?
pautando-se na narrativa escolhida. — Por que será que ele agiu
dessa maneira?
— O que aconteceria se ele
4 Ao terminar a história, investigue com o grupo quais foram as impressões agisse assim como vocês
acerca da narrativa, acolhendo as percepções que as crianças trazem. pensaram?
Comece a fazer perguntas sobre os momentos de engano, resgatando — E o que aconteceu com a
inclusive algumas reações delas. Observe que um ponto importante das história depois disso?
histórias com engano é a percepção de que alguns personagens prati- — Vocês acharam engraçado,
tiveram medo ou ficaram
cam uma ação, porém a intenção é outra. Portanto, articule perguntas preocupados com o que iria
que as instiguem nesse sentido. Possibilite que todos se expressem e acontecer depois?
considere suas opiniões, validando-as. B

72
Atividade: Histórias com engano

Para finalizar
Caso você tenha optado dividir a turma em pequenos grupos, realize a leitura com o segundo peque-
no grupo. Depois, convide todo o grupo para a organização dos espaços e dos materiais que utilizaram.

O QUE FAZER DEPOIS


Sugestões de leitura
 Desdobramentos caso das
•O
bananas. Autor: Milton
Selecione outros livros de histórias com engano e realize a atividade em outros Célio de Oliveira Filho.
momentos, para que as crianças possam compreender progressivamente esse Ilustrações: Mariana
tipo de enredo. Os pequenos demonstram interesse pelos personagens que Massarani.
(Brinque-Book, 2017).
agem de uma forma ambígua. Assim, é possível explorar mais suas caracterís-
filho do Grúfalo.
•O
ticas, criando um repertório muito rico. Vocês ainda podem criar peças teatrais, Autores: Julia
recontos e filmagens das histórias. Donaldson e Axel
Scheffler. Ilustrações:
Axel Scheffler.
 Engajando as famílias (Brinque-Book, 2006).

•Contos para enganar
a morte. Autor: Ricardo
Escolha um momento e desenvolva a atividade reunindo os responsáveis e Azevedo. Ilustrações:
as crianças. Conte sobre o que são histórias de engano e realize para todos a Ricardo Azevedo.
leitura de uma história. (Ática, 2003).

73
4
AP

CONJUNTO

UNIDADE

CUIDADOS PESSOAIS
Assegurar que as crianças sejam envolvidas nas decisões relativas às questões que lhes
dizem respeito é um direito de aprendizagem e de desenvolvimento definido na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). O direito à participação, à convivência e à expressão
convida a instituição a incluir os pequenos na organização da rotina, realizando uma es-
cuta sensível de suas ideias e promovendo espaços de negociação, problematização e to-
mada de decisões coletivas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
isoladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem
obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas
em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais,
dos temas e das narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os ob-
jetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos, de acordo com a organização
curricular da faixa etária.

74
Unidade: Cuidados pessoais

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Escuta, fala, pensamento


movimentos e imaginação

75
Unidade: Cuidados pessoais

 EI03EO04  EI03EO05  EI03EO07


BRINCANDO DE CUIDAR
DOS CABELOS
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é importante que as crianças já tenham vivenciado oportunidades de conversas
sobre como se sentem em relação ao corpo e à identidade, por meio do exercício diário da compreensão de si
e da interação com o outro.

 Materiais
•  Livro O cabelo de Cora ou outro similar que possibilite a abordagem do
assunto “identidade” com as crianças;
•  Pentes, escovas, grampos, borrifadores de água, laços ou fitas para Sugestão de leitura
arrumar os cabelos; cabelo de Cora.
•O
•  Espelhos; Autora: Ana Zarco
•  Caixas de livros e de blocos de construção para as crianças que não Câmara. Ilustrações:
Taline Schubach.
queiram participar da brincadeira;
(Pallas, 2013).
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Na sala, organize um espaço de roda para todo o grupo ou escolha outro espaço em que haja espelho à
disposição das crianças. No ambiente, disponibilize, de forma organizada e convidativa, pentes, escovas e de-
mais itens para desenvolver a atividade. Em um espaço da sala, disponibilize as caixas com livros e blocos de
construção para quem não quiser participar.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que modo as crianças apresentam facilidade ou dificuldade em expressar as emoções ao lidar


com a problemática apresentada pela história?
2. As crianças afirmam já terem passado por situações semelhantes? Como reagem diante de algum relato?
3. Como é possível observar valorização e respeito pelas características pessoais e dos seus pares?

76
Atividade: Brincando de cuidar dos cabelos

 Para incluir todos


Lembre-se: os pentes e as escovas devem ser de diferentes tipos, para possibilitar a arrumação de variados
tipos de cabelo. A proposta requer a valorização da diversidade do grupo, naturalizando diferenças e possibi-
litando interações sadias e respeitosas. Incentive as diferentes ações das crianças, observando e apoiando as
iniciativas delas. Acolha aquelas que não desejam se envolver na brincadeira.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e conte que você conheceu a história de alguém que
passou por uma situação na escola que despertou nele alguns sentimentos.
Explique que você gostaria de compartilhar com a turma para descobrir o que
eles pensam. Convide as crianças para se sentar em roda com você e ouvir a A
história. Compartilhe a capa do livro com elas, para que possam antecipar a Possíveis falas
temática a partir da imagem, levantando hipóteses a respeito do assunto do do professor
livro. Escute e observe as reações e as falas delas, buscando valorizar suas — Esta personagem
ideias e opiniões. A na capa é a pessoa de
quem eu falei!
2 Leia para as crianças o título e o nome da autora da história. A partir do título, — O que será que pode
confirme ou não as hipóteses sobre o tema do livro. Escute atentamente as ter acontecido com ela?
Ela parece feliz ou triste?
colocações delas e depois leia a história. Para despertar o interesse e a curio-
sidade durante a leitura, varie a entonação ao interpretar os personagens.
Garanta que as crianças percebam quais foram os sentimentos externados por B
eles durante as interações. Apresente uma leitura fiel ao texto da história e, a Possíveis falas
cada página lida, vire o livro de forma que os pequenos observem as imagens. do professor
Possibilite que expressem suas emoções durante a leitura da história e esteja — O que vocês observam
atento às reações. Dê atenção especial à forma como a questão da arrumação nestas imagens?
do cabelo é percebida por eles, pois será o elemento central da atividade. — Conseguem imaginar
como a Cora se sentiu ao
ouvir aquilo da colega?
3 Após a leitura, converse com as crianças sobre o conflito apresentado, em que
— Alguma vez vocês
uma personagem sugere que a outra prenda o próprio cabelo. Lembre-se de que já se sentiram assim
a proposta é que as crianças expressem seus sentimentos e tenham atitudes de como a Cora? Como foi?
respeito ao lidar com as diferenças. Fique atento para que elas manifestem suas Alguém quer contar?
impressões sobre o conflito e levantem hipóteses para uma resolução respeito-
sa. É necessário ter cuidado e sensibilidade, pois para algumas crianças pode C
ser uma questão dolorosa de se lidar. Muitas vezes elas precisam conversar Possíveis falas
sobre isso, o que será possível observar nesse momento. B do professor
— Vocês gostam de
4 Retome o final da história com os pequenos observando qual foi a conclusão cuidar de seus cabelos?
da protagonista a respeito da arrumação de seu cabelo. Questione as crian- Como?
ças sobre como elas gostam de cuidar dos seus cabelos. C — Vocês gostam de
cuidar dos cabelos
sozinhos ou preferem
5 Pergunte às crianças como vocês poderiam fazer para inventar uma brincadeira que alguém ajude?
de cuidado com os cabelos. Mostre a elas os materiais que você trouxe para esse
momento. Caso a proposta não surja, compartilhe a ideia de transformar parte
da sala em um salão de cabeleireiro, perguntando o que acham e convidando-
-as para organizar o espaço para a brincadeira. Possibilite que o grupo discuta e
decida sobre o tipo de salão que será feito e sobre os profissionais. A partir disso,

77
Unidade: Cuidados pessoais

as crianças podem pensar nas propostas de organização. Avise que, para que dê
tempo de realizar a brincadeira, elas terão dez minutos para organização. Relem-
bre a contagem do tempo para que elas possam se programar e depois brincar D
de arrumar os cabelos. Assim, aquelas que não estejam tão envolvidas com a Possível ação
das crianças
organização do ambiente podem já partir para outro momento.

•Nesse momento, elas
Possibilite que as crianças tenham acesso ao espelho para arrumar os cabelos. podem se arrumar
6 sozinhas ou solicitar
Caso o espelho disponível seja pequeno e não comporte a observação de muitas
sua ajuda ou a dos
crianças, pergunte como podem se organizar para que todos possam utilizá-lo colegas.
por um momento, podendo ter uma atenção maior para si e para o outro. D

7 Observe atentamente o que as crianças manifestam durante a brincadeira: ges-


tos, expressões, iniciativas de interação, comentários sobre o que estão gostan-
do ou não. Todas precisam ter a chance de ter atenção para si ao brincar com os
cabelos, se relacionar com os amigos, de observar, imitar e se divertir. Aproveite
para registrar, por meio de fotos ou vídeos, os penteados e as interações. Isso
possibilitará que você compartilhe a experiência com as crianças e os respon-
sáveis. Apoie as ações delas durante a brincadeira, auxilie e participe apenas
quando solicitado. Evite ao máximo antecipar-se às suas iniciativas.

Para finalizar
Diga às crianças quando faltarem cinco minutos para encerrar a atividade. Passado esse tempo, comente
que chegou a hora de organizar a sala e os materiais no lugar indicado.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Caso em sua rotina exista o momento de cuidado com os cabelos das crianças, possibilite que elas se arrumem
ou escolham como querem ser penteadas. Se esse momento não estiver previsto, você pode repetir a atividade
variando espaços e materiais ou transformar o salão de cabeleireiros em um canto permanente de faz de conta
na sala ou em outros ambientes da escola.

 Engajando as famílias
Ao escolher como querem os cabelos, as crianças podem se arrumar de forma não convencional ou chegar
para a escola de cabelos presos e resolver soltá-los durante o período. Para que os responsáveis compreendam
e deem continuidade a esse processo de valorização das identidades, é fundamental um diálogo permanente
sobre esse momento da rotina com as crianças. Dessa forma, compartilhe as fotos da brincadeira em um mural
para que possam observar como a vivência foi significativa para elas, além da importância de dar continuidade
à proposta em casa.

78
Atividade: Banho nas bonecas

 EI03EO03  EI03CG04  EI03CG05


BANHO NAS BONECAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Preveja desenvolver a atividade em um dia de calor e combine com os responsáveis para que enviem uma
troca de roupa a mais, considerando que as crianças utilizarão água na brincadeira.

 Materiais
•  Bonecas e bonecos;
•  Bacias de variados tamanhos e banheiras de brinquedo;
•  Garrafas plásticas para que as crianças possam encher com água das torneiras;
•  Itens de higiene pessoal, como sabonete, xampu, toalhas pequenas ou panos;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como massinha e jogos de encaixe;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Para desenvolver a atividade, organize os materiais em uma área externa para a brincadeira, como o parque,
o pátio ou a quadra. Escolha um local próximo a uma torneira, para que as crianças possam pegar água.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem ao compartilhar os cuidados com as bonecas e os bonecos? Elas se


organizam para dividir as atividades ou há conflitos no compartilhamento dos materiais?
2. Quais atitudes, valores e práticas de cuidados as crianças demonstram com as bonecas e os bonecos
ao conversar sobre a experiência?
3. Quais são as formas de interação com os brinquedos e quais os interesses manifestados durante a
brincadeira? As crianças observam e imitam umas às outras nas interações?

 Para incluir todos


Organize o espaço de forma que todos possam participar, valorizando as diferentes ações das crianças.
Convide-as para participar, mas respeite quem não quiser se envolver na proposta. Ofereça alternativas, como
lavar outro brinquedo da sala ou experimentar outras possibilidades de exploração. É importante que haja
quantidade suficiente de materiais para que as crianças possam se organizar em pequenos grupos, não sendo
necessário um item por criança.

79
Unidade: Cuidados pessoais

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e conte que você descobriu um problema e que precisa A
de ajuda para resolvê-lo. Conte que você foi organizar os brinquedos e que se Possíveis falas
deparou com uma boneca que estava muito suja. Mostre-a para as crianças e do professor
entregue-a na mão de uma delas dizendo que passem a boneca aos colegas — Vejam só! As bonecas
para que todos possam ver como ela está. Comente que outras bonecas e ficaram sujas depois de
bonecos estavam assim também. Escute e observe as reações e as falas dos brincarmos com elas.
pequenos e interaja a partir delas. Valorize ideias e opiniões, garantindo que — E agora? O que
se comuniquem e conversem a partir do que estão trazendo. A podemos fazer?

Caso a proposta de dar banho nas bonecas apareça, conte que você teve a B
2
mesma ideia. Caso não apareça, pergunte às crianças o que acham que po- Possíveis falas
deria ser feito para limpar as bonecas e os bonecos. À medida que chegam a do professor
uma conclusão, incentive que iniciem a brincadeira, questionando-as, então, — Do que iremos
sobre o que será necessário para isso. Apresente os materiais selecionados precisar para dar banho
e incentive-as a começar a dar banho nos bonecos e nas bonecas. Caso algu- nas bonecas?
— O que nós
ma criança não queira participar, ofereça a massinha ou os jogos de encaixe costumamos usar para
como alternativas. B tomar banho?
— Vocês perceberam
3 Observe atentamente o que as crianças fazem: gestos, expressões e iniciati- que não temos uma
vas de interação. Apoie suas ações e procure reagir sempre a partir das ações boneca para cada
um? Como podemos
delas, evitando ao máximo se antecipar e dirigir as iniciativas. Todos precisam
fazer para que todos
ter a chance de se relacionar com os colegas, de observar, imitar, divertir-se e brinquem?
brincar. Aproveite o momento para registrar por escrito, por meio de fotos ou
de vídeos, as explorações e as interações que estão acontecendo. C
Possíveis falas
4 Depois de um tempo que as crianças estão brincando entre si, ofereça-se para do professor
brincar com elas. Nesse contexto, busque atuar a partir dos personagens que
— Meu bebê está
elas lhe determinam e aproveite para realizar ações que possam contribuir chorando porque
para a ampliação do seu repertório na brincadeira e com as possibilidades de derrubei xampu nos
conexões entre suas iniciativas. Por exemplo: faça de conta que você, aciden- olhos dele! Você poderia
talmente, deixou cair xampu nos olhos da boneca e peça a ajuda de alguma me ajudar a enxaguar?
criança próxima para limpar. Assim que a ajuda acontecer, comente que esse — Por favor, coloque um
pouquinho de água e
é um cuidado que sempre devemos ter na hora do banho. C vamos secar com uma
toalhinha. Já aconteceu
com você de cair xampu
nos seus olhos?
Para finalizar
Próximo ao encerramento da atividade ou ao observar que as bonecas já estão quase todas limpas, fale
para as crianças que em cinco minutos vocês vão começar a guardar os brinquedos e anuncie o que virá a
seguir. Passado o tempo, comente que chegou o momento da organização dos materiais no lugar indicado
por você. Encontrem um local ao sol para deixar secando os materiais molhados. Cante uma canção que
marque com o grupo os momentos de arrumação. Valorize e encoraje a iniciativas das crianças. Retorne
à sala e convide-as para uma nova roda. Dialogue com elas sobre o que mais gostaram na experiência.
Escute-as e possibilite que elas conversem entre si. Busque sempre falar a partir do que elas trazem. Va-
lorize ideias e crie condições para que o grupo interaja a partir da conversa coletiva. Por fim, convide os
pequenos para participar da próxima atividade.

80
Atividade: Banho nas bonecas

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Vocês podem realizar uma busca pelos brinquedos que estão necessitando de um cuidado maior, vivenciando
outra proposta de lavar objetos. Em momentos que os pequenos tenham necessidade de banho ou se a rotina
de sua escola prevê esse horário, é possível que os materiais de higiene pessoal estejam dispostos em uma
altura que possibilite a manipulação das crianças com autonomia, sem a necessidade do adulto para trazer as
roupas ou o sabonete que será utilizado. Outra possibilidade de brincadeira é proporcionar um “dia de salão”
para as bonecas, como na atividade Brincando de cuidar dos cabelos, deste conjunto. Você pode, também,
explorar vivências com massagens em bonecos e bonecas, algo parecido com a atividade Massageando uns
aos outros, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Se em sua escola houver a possibilidade de colocar as fotos em um mural, aproveite essa ferramenta, para
que os responsáveis possam inteirar-se da brincadeira. Caso não seja possível, elabore com as crianças um
texto coletivo sobre a experiência proporcionada pela atividade.

81
Unidade: Cuidados pessoais

 EI03EO01  EI03EO03  EI03CG02  EI03CG04


MASSAGEANDO UNS
AOS OUTROS
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a atividade, amplie previamente seu repertório de massagem com crianças, pesquisando
mais sobre o assunto.

 Materiais
•  Uma cesta com materiais que as crianças possam utilizar para se massagear, como bolinhas de
texturas diversas, esponjas vegetais, carrinhos, tecidos, pelúcias, entre outros (diferentes objetos,
disponíveis na sala ou trazidos de casa, podem ser integrados pelas próprias crianças durante a
atividade);
•  Almofadas, colchonetes ou tapetes emborrachados para que os pequenos tenham escolha em relação
à organização da proposta;
•  Playlist, pen drive ou CD com músicas tranquilas;
•  Uma caixa com livros como opção, caso alguma criança não queira participar da vivência;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço de forma que todos possam participar, como a sala ou outro local em que as crianças
possam relaxar. Planeje para que o ambiente seja utilizado logo após um momento em que elas estejam mais
agitadas, como depois da realização de brincadeiras de expressão corporal ou alguma atividade no parque.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Na etapa inicial, quais são as alternativas de ações e materiais para a realização da massagem
propostas pelas crianças?
2. É possível observar atenção, cuidado e respeito com o outro na interação entre os pares? As crianças
se organizam de forma a garantir a experiência de cada uma com a massagem? Como lidam com os
conflitos? Que tipos de comportamentos expressam no momento da massagem?
3. A experiência é proveitosa para que elas se acalmem após uma atividade corporal e para refletirem
sobre o controle e a adequação no uso do seu corpo?

82
Atividade: Massageando uns aos outros

 Para incluir todos


A atividade possibilita que as crianças exerçam sua autonomia, com participação ativa na organização da
própria vivência. Esteja atento para que sejam valorizados os diferentes interesses e as ações de todos, seja
massageando ou recebendo massagem, seja organizando o espaço e os materiais. Ofereça o apoio necessário
e respeite quem não quiser se envolver na proposta.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e diga que observou algo e que precisa da ajuda delas para A
resolvê-lo. Diga que percebeu que elas voltaram do parque muito agitadas e
Possíveis falas
que precisam pensar em modos para relaxar de forma que fiquem mais tran- do professor
quilas. Escute e observe as reações e as falas delas, interagindo e buscando
— Nós brincamos muito
valorizar suas ideias e opiniões. Garanta que possam se comunicar e conver- no parque e estamos
sar a partir do que estão trazendo. A bem cansados e
agitados, não é mesmo?
2 Convide as crianças para pensar em como poderiam relaxar com estratégias — O que vocês acham
de massagem, de forma que elas organizem a sala para a vivência. Possibili- que podemos fazer para
te que venham do grupo as propostas de organização. Incentive que pensem relaxarmos?
— Será que uma
na disposição dos móveis e dos objetos que podem utilizar. Proponha a uma massagem pode ajudar?
criança que faça uma massagem em um colega e depois que seja massageada
por ele. Diga que, para auxiliá-las, já deixou algumas coisas separadas que
poderão utilizar. Elas também podem buscar, pela sala, outros objetos que
queiram incluir na brincadeira. Acolha e valorize as sugestões das crianças.
Combine com elas que, para que tenham tempo de realizar a massagem, terão
dez minutos para organizar o ambiente. Relembre ocasionalmente a contagem
do tempo para que possam se programar.

3 Assim que o espaço estiver pronto, comece a falar em voz baixa, entrando
no clima de relaxamento. Proponha que as crianças se organizem em duplas
ou trios e conversem sobre como podem interagir durante a experiência da
massagem. Caso nenhuma criança solicite, pergunte se elas não gostariam de
ouvir uma música calma para deixar o momento mais gostoso. Apresente as
músicas que selecionou previamente para que escolham qual desejam ouvir.
Faça combinados antes de iniciar a massagem para que os pequenos tenham
autonomia e demonstrem respeito durante a experiência, como tocar o outro
com cuidado, estar atento ao colega para confirmar se ele está gostando ou
não de seu gesto, quem irá massagear primeiro, ficar em silêncio ou até mes-
mo respeitar se algum colega não quiser ser massageado.

4 Como esse é o momento no qual as crianças se massageiam, aproveite para


observar o que elas fazem durante a atividade: gestos, expressões, iniciativas
de interação e se utilizam ou não os objetos disponíveis. Demonstre alguns
movimentos de massagem, fazendo em si mesmo ou em alguém da turma para
que possam ampliar o repertório. Aproveite para registrar por meio de fotos ou
vídeos as interações que estão acontecendo para compartilhar a experiência
com as próprias crianças e seus responsáveis em outro momento. Apoie suas

83
Unidade: Cuidados pessoais

ações e procure reagir sempre a partir de suas iniciativas, evitando ao máxi-


mo antecipar-se às ações delas. Todos precisam ter a chance de vivenciar a
experiência, massageando a si, aos amigos, observando, imitando e se diver-
tindo. Se alguma criança não desejar participar da forma que foi combinada
com o grupo, garanta que ela possa participar de outra maneira. Ela pode
realizar a massagem nela mesma, auxiliar no registro com as fotos ou ainda
manusear algum livro de seu interesse. Auxilie-as no controle do tempo para
que possam se organizar. Garanta que todas as crianças que queiram tenham
a oportunidade de fazer e receber a massagem.

Para finalizar
Quando estiver próximo do momento de encerrar a atividade, diga que, em cinco minutos, vocês vão co-
meçar a guardar os materiais e depois vão conversar para socializar as impressões sobre a experiência.
Passados os cinco minutos, comente que chegou a hora de organizar a sala e os materiais no lugar indicado
por você. Convide todo o grupo para uma nova roda de conversa, a fim de que as crianças compartilhem
como foi realizar esse momento de massagem, o que acharam da experiência, o que sentiram ao realizar
e ao receber a massagem. Escute-as e apoie que elas conversem entre si. Busque sempre falar a partir do
que elas trazem, valorizando suas ideias e apoiando-as.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Caso seja possível dentro de sua rotina e de acordo com o envolvimento e o interesse das crianças, combine
com elas que o momento de relaxamento seja permanente após o parque ou outra atividade de expansão cor-
poral, explorando inclusive outros locais. Isso possibilitará a elas que regulem sua agitação. A cada experiência,
vocês podem inovar, propiciando novos materiais, objetos ou músicas que podem ser somados ao repertório
das vivências.

 Engajando as famílias
Você pode aproveitar momentos como reuniões com os responsáveis ou organizar, com as crianças, algumas
perguntas para pesquisas bem simples sobre maneiras de promover o relaxamento. Busque saber quais são
as estratégias que utilizam em casa para se acalmar, como na hora de dormir ou alguma outra situação que
exige maior tranquilidade. É importante compartilhar esse novo repertório que as crianças têm vivenciado na
escola. Você pode compartilhar os registros das fotos e dos vídeos que foram realizados durante a atividade.

84
Atividade: Planejando o momento da alimentação

 EI03EO02  EI03CG04  EI03CG05


PLANEJANDO O MOMENTO
DA ALIMENTAÇÃO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A atividade não requer um contexto prévio, mas você pode pedir às crianças que, no dia anterior à proposta,
reflitam sobre como é possível melhorar o momento da alimentação na escola.

 Materiais
•  Material para registro escrito: papel sulfite, lápis grafite e giz de cera;
•  Cartolina e marcador gráfico, como caneta hidrocor;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como massinha ou desenho;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A proposta pode ser desenvolvida dentro da sala ou em outro espaço em que você possa organizar os materiais
para o registro escrito, como no refeitório da escola.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as manifestações das crianças em relação aos momentos de alimentação na escola?


Que alternativas surgem para adequação desse momento?
2. Ao planejar, como elas se envolvem demonstrando independência e confiança ao buscar estratégias
para o momento de alimentação que melhor atendam aos seus interesses?
3. Como ocorre o processo de conciliar as ideias de todos em um único plano, para a reorganização do
momento de alimentação? Havendo conflitos nesse processo, como lidam com eles?

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizados diferentes interesses e ações de todas as crianças: na organização
do espaço, dos materiais, na manifestação de ideias. Ofereça o apoio necessário e respeite quem não quiser
se envolver na atividade; para estes, ofereça atividades de livre escolha.

85
Unidade: Cuidados pessoais

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e pergunte sobre o momento da alimentação, investigan-


do como as crianças o avaliam. Conte o que você tem observado: elas ficam
muito tempo esperando em fila para que recebam a refeição, algumas não
querem comer, as mesas e o chão têm ficado sujos, entre outros. Peça a aju-
da da turma para repensar como esse momento pode ser mais interessante.
Indique que depois elas poderão apresentar as sugestões para a gestão da
escola. Garanta um tempo para que manifestem suas impressões. Aproveite
para conversar sobre os momentos de refeições em suas casas: se as pessoas
com quem convivem costumam comer juntas ou se cada uma se alimenta em
um momento, onde comem, quais talheres utilizam durante a refeição, como
se servem etc. Observe as reações e as falas das crianças. Valorize suas
ideias e opiniões, intervindo a partir do que trazem. Esteja atento e registre as
considerações delas em uma lista na cartolina, de forma que esses aspectos
possam ser retomados durante a etapa do planejamento.

2 Convide-as para se organizar em pequenos grupos, de acordo com suas pre-


ferências, para planejar como podem tornar esse momento mais prazeroso.
Auxilie a organização dos grupos e busque inserir todas as crianças na ativi-
dade. Caso alguma não queira participar nos grupos, convide-a para pensar
na proposta do planejamento individualmente ou para utilizar os materiais
disponíveis para criar outra composição que a agrade, como um desenho, por
exemplo. Disponibilize para cada grupo os materiais para registro. Diga que o
importante é discutir sobre o momento da alimentação e pensar em propos-
tas para torná-lo mais agradável. O registro (desenho ou escrita espontânea)
deve guiar ou ilustrar alguma ação que desejam inserir; as crianças podem
desenhar, por exemplo, as mesas do refeitório com elas se servindo de sucos
colocados em pequenas jarras. Adiante para elas que a etapa seguinte será
uma socialização das ideias de cada grupo. Avise-as que decidirão coletiva-
mente quais mudanças vão propor à gestão da escola para o momento das
refeições. Combine que terão vinte minutos para discutir e registrar as pro-
postas. Relembre ocasionalmente a contagem do tempo para que possam
se programar.
A
3 Como esse é o momento que imaginam, discutem, decidem e planejam em Possível ação
pequenos grupos, aproveite para observar o que as crianças fazem, suas das crianças
iniciativas de interação, como se dão os registros, como resolvem quando há crianças podem
•As
opiniões e ideias diferentes no grupo. Apoie suas ações e procure agir a partir discordar em relação a
de suas iniciativas. Se necessário, faça intervenções que auxiliem a pensar em se servir no momento
da refeição: enquanto
ações relativas ao momento das refeições. Sugira primeiro que escrevam ao uma gostaria que
seu modo, mas esteja disponível às suas solicitações. Caso seja do interesse todos pudessem se
das crianças, seja o escriba das ideias nos pequenos grupos. Utilize o regis- servir, outra acha que
tro na cartolina, apoiando-as em seus apontamentos, para que se lembrem deveriam escolher um
das problemáticas que surgiram inicialmente e possam se apropriar dessas ajudante por dia para
auxiliar a servir todas
informações no planejamento. Acolha as sugestões para que possam discutir as crianças da turma.
depois com todo o grupo. A

86
Atividade: Planejando o momento da alimentação

4 Auxilie as crianças no controle do tempo para que se organizem, garantindo


que todas tenham a oportunidade de expor suas ideais para compor o plane-
jamento. Quando estiver chegando próximo do momento de finalizar a ativi-
dade, avise que em cinco minutos precisarão concluir a vivência para guardar
os materiais e contar para os colegas o que pensaram. Passado o tempo pre-
visto, comente que chegou a hora de organizar a sala e os materiais no lugar
indicado por você, para que apresentem suas propostas a todo o grupo.

5 Convide as crianças para compartilhar planejamentos e ideias, a fim de que


o momento da alimentação seja mais prazeroso. Diga que agora a ideia é or-
ganizar um plano coletivo que contemple as ideias da turma para que apre-
sentem depois à equipe gestora e decidam quais mudanças são possíveis.
Busque falar a partir do que as crianças trazem e valorize as suas ideias. Re-
gistre novamente as sugestões delas, observando e comparando-as com os
problemas que foram levantados inicialmente pela turma. Ajude-as na orga-
nização do pensamento, focando nas propostas de organização do momento
das refeições a partir das ideias que elas trazem.

Para finalizar
Após o registro das ideias de todo o grupo, converse com as crianças para que decidam qual será a forma
de encaminhamento da proposta à gestão: se desejam enviar um bilhete convidando os gestores para que
venham até a sala, se agendam um dia para se deslocar até a sala da gestão e compartilhar as sugestões
ou outras propostas de encaminhamento que possam surgir. Feitos os combinados, veja com os pequenos
o que ainda precisa ser organizado na sala para que se dirijam à próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à proposta apresentando o plano traçado pelas crianças à gestão. Defina e organize com elas
esse momento. Elas podem propor à gestão que participem da reorganização do momento de alimentação, como
conversando com a equipe de merenda, adequando o espaço e a disponibilização de mesas e cadeiras, incluindo
avaliações das mudanças sugeridas. Você encontra outras atividades sobre o tema no conjunto Alimentação.
Outro encaminhamento a partir da vivência é criar oportunidades para planejar com as crianças os demais
momentos da rotina, como proposto na atividade Conversando sobre o momento do sono, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Para compartilhar com os responsáveis a participação ativa das crianças no planejamento da rotina da escola,
exponha em um painel os registros que foram realizados durante a atividade. Podem constar tanto as suas ano-
tações, que contemplaram as conversas com todo o grupo, quanto as das crianças, que surgiram nos pequenos
grupos, socializando uma narrativa de como se deu o processo de construção desse momento com elas.

87
Unidade: Cuidados pessoais

 EI03EO03  EI03CG04  EI03EF01


CONVERSANDO SOBRE O
MOMENTO DO SONO
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Solicite previamente aos responsáveis que, no dia indicado, enviem para a escola fotos das crianças em mo-
mentos de sono ou objetos que usam para dormir. É possível que essas fotos sejam enviadas de modo digital,
desde que a escola tenha recursos para imprimi-las. A atividade é indicada para turmas em que as crianças
permanecem o dia todo na escola, sendo o momento do sono parte da rotina. Caso sua escola atenda em período
parcial e não tenha o momento do sono, pule as etapas 4 e 5 da seção O que fazer durante.

 Materiais
•  Fotos das crianças ou objetos (paninho, ursinho, cobertor) relacionados ao momento de sono
(solicitados e enviados previamente pelos responsáveis);
•  Itens para a produção das crianças: papel sulfite, lápis grafite, lápis de cor, giz de cera;
•  Varal ou painel para expor as produções;
•  Uma cartolina ou um quadro para o registro das ideias das crianças;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida dentro da sala ou em outro espaço em que as crianças possam se organizar
em roda e depois desenhar. Organize todos os materiais próximos ao espaço da roda.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as manifestações das crianças em relação aos momentos do sono em suas casas ou na
escola? Que trocas foram possíveis entre elas, na expressão de preferências e na socialização dos
materiais que trouxeram?
2. Quais são as estratégias usadas por elas para realizar os registros? Como se envolveram com a
exposição de suas produções para a turma?
3. No caso das crianças que dispõem do momento da soneca na rotina escolar, que alternativas surgiram
para adequação dele?

88
Atividade: Conversando sobre o momento do sono

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizados diferentes interesses e ações de todas as crianças durante a atividade:
na organização do espaço e dos materiais, na manifestação de ideias, entre outros. Ofereça o apoio necessário
e respeite aquelas que não quiserem se envolver na atividade; para estas, sugira que desenhem livremente
utilizando os materiais disponibilizados.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo em roda e diga que devem contar sobre a hora de dormir em
suas casas para que descubram como é esse momento. Possibilite que as crianças
mostrem as fotos e os objetos que trouxeram e que contem sobre como fazem para
dormir. Problematize a partir do que elas dizem: não apenas onde elas dormem, ou
com quem, mas também o que é gostoso de fazer quando vão para a cama dor-
mir. Pergunte se elas já dormiram fora de casa, se gostam de dormir fora, se têm
medo, entre outras perguntas que possam ajudá-las a pensar sobre o momento.

2 Sugira que coloquem objetos, fotos ou imagens que trouxeram no centro da


roda, para que todos possam conhecê-los e os manipular. Caso o momento do
sono aconteça na própria escola, peça às crianças que escolham algum objeto
da sala que as remeta ao momento do sono e o utilize nessa etapa. Garanta a
participação daquelas que não trouxeram objetos ou fotos por meio do comparti-
lhamento de experiências. Garanta, ainda, tempo para que os pequenos possam
interagir livremente, mostrando e comentando sobre as próprias fotos e sobre
os momentos de dormir.

3 Convide as crianças para registrar o momento. Peça que demonstrem como é a hora
de dormir em suas casas. Elas podem pegar as fotos e os objetos que trouxeram
como apoio para as produções. Se alguma delas não se sentir envolvida com a
proposta do registro sobre o sono, convide-a para utilizar os materiais disponíveis
e criar outra composição que a agrade. Como os registros são feitos individual-
mente, aproveite para observar como escolhem ou utilizam os materiais, como se
dão os registros e as interações. Apoie as ações delas e participe apenas quando
solicitado, evitando ao máximo se antecipar. Se alguma criança solicitar que você
escreva para ela, proponha que escreva do jeito dela, mas esteja disponível à sua
decisão. Registre as interações e as narrativas dos pequenos enquanto produzem
desenhos ou escritas para compartilhar a experiência com eles e com os respon-
sáveis. Disponibilize um varal ou painel para exporem os registros, de forma que
todos possam observar e conversar sobre as produções dos colegas.

4 Convide as crianças para uma roda de conversa, na qual elas vão refletir sobre
como o momento de dormir acontece na escola, de forma que pensem em pro-
postas para torná-lo mais agradável. Diga que a ideia é elaborar um plano jun-
tos e comente que elas poderão utilizar algumas das estratégias que usam em
suas próprias casas, refletindo sobre quais poderiam ser realizadas com todos
ou ainda sugerindo novas estratégias, a partir dos recursos disponíveis na sala.
Proponha algumas reflexões, como: por que é importante ter um momento de

89
Unidade: Cuidados pessoais

sono ou descanso para quem fica o dia todo na escola; se em casa dormem
da mesma maneira; se o momento do sono pode acontecer em outros locais.
Busque falar a partir do que as crianças trazem, valorizando ideias e apoian-
do a interação coletiva. Podem surgir propostas como a possibilidade de que
se ouça uma história antes de dormir, bem como a disponibilização de uma
música relaxante para dormir sob as árvores, escutando os pássaros. Acolha
as ideias de forma responsiva.

5 Acolha as manifestações e auxilie as crianças a pensar, juntas, no que pode es-


tar disponível na hora do sono para aqueles que não querem dormir, de forma
que não atrapalhem os que querem, como um canto com livros ou materiais
para desenho. Incentive também que pensem sobre como esse momento pode-
A
ria ser mais acolhedor. Lembre-se de que a ideia é que planejem juntos como
essa vivência acontecerá, de forma a contemplar as necessidades das crianças, Possível ação
das crianças
então esteja atento às considerações. Liste-as em uma cartolina para que esses
aspectos possam ser retomados ao longo de toda a conversa e em outros dias.
•Algumas crianças
podem dizer que não
Diga que vai passar as propostas finais para o papel, para que não se esqueçam
sentem necessidade de
delas e para que possam revisitá-las diariamente, colocando-as em prática e re- dormir na escola.
planejando mudanças que considerem necessárias. A

Para finalizar
Quando estiver chegando o momento de encerrar a atividade, avise que em cinco minutos os pequenos
deverão organizar a sala e guardar os materiais. Passado o tempo, solicite que realizem a organização e
apresente a próxima atividade da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize outras atividades nas quais as crianças possam compartilhar com a turma outros momentos de cuida-
do, como algumas propostas de descanso após atividades de muito esforço físico, por exemplo. Nesses casos,
aproveite as estratégias que surgiram na conversa com os pequenos para propor situações, tais como descansar
em colchonetes, no gramado, contando uma história, com alguma música de acalanto ou com massagens, como
na atividade Massageando uns aos outros, deste conjunto.

 Engajando as famílias
É importante compartilhar com os responsáveis quais foram os encaminhamentos dados a partir do que foi
solicitado a eles. Uma estratégia é colocar o painel ou o varal em que as crianças expuseram seus registros em
uma área fora da sala, como no corredor. Você pode organizá-los como uma narrativa, utilizando tanto as fotos
trazidas pelos pequenos como os registros que foram feitos durante a atividade.

90
5
AP

CONJUNTO

UNIDADE

DESENHOS
As crianças usam os desenhos como uma potente forma de expressão porque são nar-
rativas visuais e, como tais, retratam histórias e experiências que devem sempre ser fruto
de um processo autoral. Assim como toda a produção cultural, as crianças têm muito a
aprender sobre essa linguagem por meio de situações que façam sentido e que ampliem
o repertório delas com novas referências, técnicas e acesso à diversidade de suportes e
materiais.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem obrigatoriamente desen-
volver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que,
por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as
crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvol-
vimento propostos, de acordo com a organização curricular da faixa etária. O conjunto
também é caracterizado por atividades recorrentes, ou seja, que devem se repetir em ou-
tros períodos ao longo do ano.

91
Unidade: Desenhos

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
EI03TS02
produções bidimensionais e tridimensionais.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Corpo, gestos e Traços, sons, Escuta, fala,


nós movimentos cores e formas pensamento e
imaginação

92
Atividade: Desenho de experiências na natureza

 EI03CG02  EI03TS02  EI03EF01


DESENHO DE EXPERIÊNCIAS
NA NATUREZA
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo



•Verdejando o
Para desenvolver a atividade, assista previamente ao vídeo sugerido. Além disso, você aprender. Produtora:
pode organizar kits de materiais de desenho para que as crianças usem na vivência e Alana. Disponível
em algumas propostas deste conjunto, bem como em outras experiências do cotidiano. em: https://youtu.be/
RVtV6V4_mp8. Acesso
em: 20 jun. 2021.

 Materiais
•  Folhas de papéis de diversos tamanhos, espessuras e cores;
•  Caneta hidrocor, pincéis atômicos, giz de cera de espessuras diversas, lápis de cor, tesouras e cola;
•  Elementos da natureza de diferentes texturas que podem ser coletados ao longo da ida ao espaço externo;
•  Pranchetas para o desenho (é possível adaptar esse material usando um pedaço de papelão ou capas
duras de blocos de desenho para apoiar e prender com pregador de roupa);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Desenvolva a atividade em uma área verde, que pode ser a escola, um jardim, uma praça ou um parque próximo.
Separe previamente os materiais conforme características comuns (por exemplo: papéis por tamanhos e as
canetas por cores). Proponha uma organização junto às crianças no momento da atividade em forma de ateliê,
de modo que amplie as experiências de representação, inclusive usando o próprio chão. Fique atento para uma
estética de apresentação cuidadosa, atrativa e acessível que convide as crianças a perceberem quais elementos
podem escolher para sua experiência. Na impossibilidade de realizar a proposta em um dos ambientes externos
sugeridos, amplie as possibilidades existentes, organizando alguns vasos de plantas para que fiquem acessíveis,
colete folhas, pedras e disponha-os de forma harmoniosa no ambiente.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças observam e exploram o espaço natural? Elas agem com autonomia e
segurança ao ter contato com os elementos naturais ou procuram apoio nos colegas ou em adultos?
2. Durante a reprodução artística da experimentação, elas conversam entre si evocando memórias
da vivência? Que critérios utilizam para escolher quais materiais usar nas criações?
3. O que mais chama a atenção das crianças ao entrar em contato com o ambiente natural? Quais
interesses revelados por elas podem promover desdobramentos e outras experiências a partir
desse tipo de abordagem?

93
Unidade: Desenhos

 Para incluir todos


Fique atento às singularidades dos pequenos e apoie-os no que for necessário. Promova a exploração em
duplas ou em pequenos grupos de forma que as crianças que tenham maior autonomia possam estar com
aquelas que precisam de auxílio. Se surgirem dificuldades no manuseio dos materiais de desenho, ofereça
ajuda, caso seja necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, convide as crianças para se sentar em roda com você. A


Depois, vá com elas até uma área externa e observem cores, Possíveis falas do professor
formas e texturas da natureza para representá-las por meio de
— Hoje, iremos fazer uma vivência na
um desenho. Converse sobre quais serão os acordos do grupo
natureza. Vocês já pararam para ver
e evidencie a forma respeitosa de interação com a natureza. A as diferentes tonalidades e formas das
folhas? E os caules, já repararam nas
2 Chegando ao local escolhido, convide todo o grupo para se texturas deles?
sentar em roda com você. Converse com as crianças e retome — Vamos observar as árvores, as flores,
o propósito da vivência. Proponha a elas que tirem os sapatos os sons, o céu e tudo aquilo que a
natureza nos convidar a olhar.
e convide-as para explorar o local de forma livre em pequenos — O que precisamos combinar para que
grupos. Elas podem sentir o cheiro da terra, da grama, das vocês possam aproveitar o momento de
flores, tocar e subir em árvores. Instigue-as a perceber as dife- contato com a natureza?
rentes tonalidades, os formatos e os tamanhos das folhas, dos
caules, das flores, as linhas presentes nas folhas, entre tantos
outros elementos possíveis de se observar. Enfatize todas as B
possibilidades de percepção. Diga que nessa exploração elas Possíveis falas do professor
podem coletar os presentes que a natureza nos deixou e que
estão no chão, como folhas, pequenas pedras, flores, grave- — Você já tinha parado para observar
as cores e as texturas do tronco dessa
tos, entre outros. Conte a elas que a proposta durará cerca de árvore?
15 minutos e que, quando faltarem cinco minutos para acabar, — Quais são essas sementes que
você vai avisá-las. Enquanto as crianças vivenciam a propos- encontramos no chão?
ta, circule pelo espaço e observe as interações delas com os — Já reparou a quantidade de tons que
elementos naturais. Registre a experiência por meio de fotos, podemos encontrar nas folhas?
vídeos e anotações. B

Reúna todo o grupo em roda e favoreça que as crianças con- C


3
tem sobre a experiência e sobre os elementos que coletaram na Possíveis falas do professor
natureza. Proponha a organização dos materiais em conjunto — Vejam que já está tudo separado:
como se fosse um ateliê na natureza. Diga que há vários papéis, papéis grandes, pequenos, colas,
cores, lápis e canetas que elas podem escolher e utilizar, bem tesouras, canetas e o material que
como poderão aplicar os materiais que coletaram para compor coletamos. Pensem no que querem
a criação delas. C desenhar e qual material vão utilizar.
— Vocês podem inserir no desenho os
presentes que a natureza deu para
4 Convide as crianças para selecionar quais materiais e qual su- a gente. O desenho é uma forma de
porte vão utilizar para a produção. Diga que podem usar a pran- expressar o que vocês sentiram ao
cheta, deitar-se no chão ou se acomodar como preferir para entrar em contato com a natureza.
criar. Apoie-as nas escolhas e criações delas e assuma uma

94
Atividade: Desenho de experiências na natureza

postura de escuta ativa ao que expressam. Circule pelo grupo


e esteja atento para as mediações que, porventura, necessi-
tem. Entretanto, cuide para que a intervenção seja respeitosa
quanto à originalidade de criação e representação da criança.
Observe que a mediação não se faz no desenho, mas na ideia
de representação. Por vezes, faz-se necessário chamar a aten-
ção para a experiência vivenciada, ou seja: convide a criança
a relembrar a experimentação. O desenho é uma expressão
gráfica do vivido e, nesse caso, não pretende ser um desenho
de observação. Possibilite que os pequenos se expressem livre-
mente a partir das vivências. Enquanto desenham, documente
e faça registros das narrativas. Compreenda as dinâmicas do
grupo para planejar outras propostas.

Para finalizar
Ao terminar as produções, convide as crianças a continuar interagindo com os espaços, de forma que
não atrapalhem as demais enquanto o restante do grupo finaliza as criações. Quando perceber um menor
interesse delas, convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Monte com as crianças uma exposição das produções do grupo em algum espaço da escola. Para isso, é
preciso que você valorize as produções e dedique tempo para cuidar da forma como serão expostas. Em outros
momentos, convide-as para observar imagens e fotos da natureza. Instigue-as para conversar sobre isso, ob-
servando detalhes relativos a cores, formas e tamanhos para que possam se inspirar no momento da produção
gráfica. Outra possibilidade é que você varie a atividade propondo aos pequenos que utilizem os elementos da
natureza no lugar dos riscadores, tintas ou corantes naturais, continuando a desenvolver o processo criativo deles.

 Engajando as famílias
Faça um convite para que os responsáveis conheçam as produções das crianças em um mural. Se você registrou
a atividade com fotos, elas podem compor essas produções, ficar expostas no hall de entrada ou penduradas
com barbantes nas árvores da área verde escolar. Nesse último caso, garanta a visitação no mesmo dia da
exposição para que as produções não se estraguem com a ação do tempo.

95
Unidade: Desenhos

 EI03EO02  EI03TS02  EI03EF01


DESENHO COM AREIA
E COLA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a proposta, é necessário que você organize coleções variadas de Sugestão de receita
elementos naturais caso eles não sejam da prática cotidiana do grupo. Receita de massa de
areia e cola
Ingredientes
 Materiais kg de areia;
•1/2
•1 tubo grande de cola.
•  Uma cartolina ou outro material para fazer um cartaz; Modo de preparo
•  Receita da massa de areia e cola transcrita em um cartaz com letra
•Peneire a areia com
imprensa maiúscula; intuito de remover
possíveis impurezas.
•  Elementos da natureza (gravetos, folhas, flores, sementes, frutos, pedrinhas etc.);
•Misture aos poucos
•  Areia e cola para a receita; a areia com a cola
•  Peneira e bacia média; até perceber que a
•  Duas a quatro colheres de pau; consistência ficou
•  Pratos de isopor (bandejinhas reutilizadas), pratos de papelão ou pedaços de pastosa como uma
massa.
papelão cortados em formas variadas (quadrados, circulares, triangulares); encontrar o ponto
•Ao
•  Jogos de construção; desejado, use-a para
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. sua criação e espere
dois dias para secar.

 Espaços
Disponha o material a ser explorado na sala de modo acessível às crianças e de forma convidativa, pois tam-
bém faz parte a experiência estética. Organize os espaços: considere o momento em roda com todo o grupo
reunido, a atividade com jogos que serão utilizados por um pequeno grupo com autonomia, a preparação da
receita e a criação dos desenhos com outro pequeno grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Durante o preparo da receita, como é a participação das crianças? Elas se envolvem de forma
colaborativa com a proposta e comunicam entre si sobre ingredientes e modo de preparo?
2. Como elas escolhem os materiais para a composição dos desenhos? Selecionam de acordo com o
que querem criar? Quais narrativas emergem durante a composição dos desenhos?
3. Ao convidar para compartilhar as produções, como as crianças expressam ideias e sentimentos vi-
venciados durante a criação?

96
Atividade: Desenho com areia e cola

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo
participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança ou do
grupo, caso necessário. Lembre-se de disponibilizar os materiais de forma acessível e em quantidade suficiente
para as crianças.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. A


Compartilhe que elas terão a oportunidade de realizar um de-
Possíveis falas do professor
senho em um novo tipo de suporte e que, para que todas par-
ticipem, peça que se organizem livremente em dois pequenos — No primeiro ambiente, ficará um
grupos. Diga que cada grupo fará a exploração dos espaços pequeno grupo realizando uma
proposta com jogos.
da sala em momentos diferentes e, dessa forma, todos poderão
— No segundo espaço, vocês farão a
aproveitar mais e a experiência será mais divertida. Lembre-se receita da massa de cola e areia. Cada
de fotografar todas as etapas do processo. A grupo terá a sua vez de prepará-la.
— O terceiro ambiente é o local em que
Com a turma dividida, inicie a preparação da massa com o vocês farão o desenho. Vejam que deixei
2 os materiais organizados para que vocês
primeiro pequeno grupo. As crianças provavelmente ficarão
escolham o que quiserem para desenhar.
interessadas em saber o que será feito com a areia e a cola. In- No final, ao terminar as criações, podem ir
centive a criação de hipóteses entre elas e acolha as reflexões. para o espaço dos jogos.
Compartilhe que farão uma massa que será o suporte para o
desenho. Apresente a receita e eleja duas ou três crianças para
que façam a receita. Peça às outras que acompanhem e avise- B
-as para que se revezem no momento da mistura e deixem a Possíveis falas do professor
massa uniforme. B — Neste pote, temos areia e um tubo
de cola. A ideia é fazer uma massa.
3 Assim que a massa estiver pronta, convide as crianças para que Vocês podem me dar sugestões de como
peguem uma porção para si usando os pratos de isopor ou pa- faremos isso?
pelão como apoio. Certifique-se de que todas tenham escolhido — Muito interessante tudo o que vocês
disseram e muitas dessas ideias estão
suas peças. Desperte nas crianças o planejamento do desenho. em uma pesquisa que fiz sobre como
Diga que, com suas escolhas, elas pensem no que querem re- fazer uma massa. A receita está aqui,
presentar. Instigue a partilha de algumas ideias para aguçar o vou ler para vocês.
pensamento do grupo. Ofereça a ideia de criar rostos divertidos
e, como os elementos são naturais, representações da nature-
za também são uma opção. Lembre às crianças de que podem C
usar todo o material que quiserem para criar desenhos sobre Possíveis falas do professor
o apoio. Caso alguma criança demonstre ansiedade diante da — Você já pensou no que quer
variedade de opções, proponha que ela escolha por partes e desenhar?
verifique um grupo de objetos por vez. C — Que materiais lhe parecem mais
interessantes para compor seu desenho?
— Vejam estas sementes e pedrinhas,
4 Ao perceber que as crianças do primeiro pequeno grupo estão folhas e galhinhos. O que podemos criar
finalizando, proponha um rodízio dos espaços de modo que o com eles?
segundo pequeno grupo seja encaminhado para a produção da

97
Unidade: Desenhos

receita e, posteriormente, para o desenho. Repita as mesmas D


intervenções com o segundo grupo. Após todos os pequenos Possíveis falas do professor
grupos terem preparado a massa e realizado suas criações, re- — Vamos compartilhar como foi o
tome a roda com todo o grupo para que tenham a oportunidade percurso de fazer o desenho usando essa
de expressar o processo criativo e os sentimentos a respeito da técnica e esses materiais?
atividade. Se a turma for grande, faça duas rodas alternadas — Como vocês se sentiram? O que
para que o tempo de escuta seja respeitado. D acharam de desenhar sobre a massa?

5 Após a turma compartilhar as criações, converse sobre o local e


o tempo necessário para secagem dos trabalhos. Diga que, em
seguida, vocês vão organizar um espaço para que exponham
as produções. Pergunte se elas preferem levá-las para casa e
contar aos responsáveis sobre o processo de criação.

Para finalizar
Solicite a ajuda das crianças para guardar e limpar os materiais utilizados. Dirijam-se aos sanitários ou
lavatórios para higienização das mãos antes de iniciar outra atividade da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade e proponha variações nos materiais, agrupamentos e desafios diferenciados. Por exemplo:
disponibilize a massa em um tabuleiro ou suporte para grupos menores. Dessa forma, será possível promover
a produção coletiva de desenhos sobre a massa.

 Engajando as famílias
Elabore legendas para as fotos do passo a passo da atividade e componha um varal informativo para ser
compartilhado em uma mostra com toda a comunidade escolar no hall de entrada da escola. Se a turma decidir
levar as produções para casa, terão a oportunidade de socializar com os responsáveis o processo de criação,
o preparo da massa, a escolha dos elementos naturais, o planejamento e o desenvolvimento do desenho. A
receita também pode ser compartilhada, incentivando que tenham em casa outros momentos de exploração e
criação junto aos responsáveis.

98
Atividade: O desenho das cavernas

 EIO3EOO2  EI03CG03  EI03TS02


O DESENHO DAS CAVERNAS
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a proposta é importante que as crianças já tenham participado anteriormente de atividades
e pesquisas sobre pintura, desenhos ou escrita em cavernas. Materiais e produções anteriores poderão ser
resgatados para ampliar o contexto da criação dos desenhos e servir de referência para elas. Também é im-
portante que você teste a receita antecipadamente e analise a quantidade correta dos ingredientes em função
do número de crianças.

 Materiais
•  Livros de literatura infantil e/ou imagens variadas sobre arte rupestre;
•  Uma cartolina ou outro material para fazer o cartaz; Sugestão de leitura
•  Cartaz com a receita da tinta natural de urucum escrita em letra imprensa tinta que vem da
•A
maiúscula; natureza. Nova Escola,
•  Carvão separado por quantidade; out. 2007. Disponível
em: https://novaescola.
•  Pequenos cestos de vime, palha ou outro recipiente para acomodar os
org.br/conteudo/1286/
materiais; a-tinta-que-vem-da-
•  Urucum em pó ou em sementes, água e cola para a receita; natureza. Acesso em:
•  Potes para o preparo e a disposição da tinta preparada; 20 jun. 2021.
•  Gravetos;
•  Papelão, caso não seja possível utilizar paredes ou muros para a atividade;
•  Jogos que as crianças realizam com autonomia e que sejam apropriados para a área externa;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Se for permitida a produção direta em algumas paredes ou muros, a proposta se dará nesse local, de modo a
favorecer a simulação de suportes similares aos que os seres humanos utilizavam em cavernas. Se for utilizado
papelão, busque um local agradável e tranquilo, que pode ser a área verde da escola ou outro espaço amplo.
Disponha os materiais de forma instigante e harmoniosa, colocando-os no gramado ou encostando-os em um
tronco de árvore. Use os cestos para acomodar o carvão e todo o material para a produção da tinta natural e
crie uma atmosfera convidativa. Prepare também um espaço para a atividade com os jogos que as crianças já
realizam com autonomia.

99
Unidade: Desenhos

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças atuam envolvidas nas criações?


2. No processo de produção, o que elas dialogam sobre os elementos da arte rupestre? Como fazem
uso de movimentos e gestos durante as criações?
3. De que forma as crianças interagem durante as produções? Dialogam sobre os materiais? Expressam
o que pensam nos desenhos?

 Para incluir todos


Proporcione oportunidades de movimentação ampla no espaço e de exploração de suportes e materiais.
Caso alguma criança apresente dificuldades em lidar com algum material, ofereça ajuda ou proponha que
trabalhe com um colega. Apresente alternativas caso alguém não se envolva com a atividade principal: sugira
que seja bibliotecária dos livros e imagens rupestres da pesquisa, o parceiro de pintura de algum colega ou
o auxiliar do registro fotográfico no dia. Lembre-se de disponibilizar materiais em uma quantidade suficiente
para atender todas as crianças.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda com você. Compartilhe que terão A
a oportunidade de desenhar com alguns materiais que se assemelham àque- Possíveis falas
les dos tempos das cavernas. Apresente as imagens e os livros de pinturas do professor
rupestres e resgate um pouco o que elas já sabem sobre essas pinturas. Foque — As pessoas daquela
no desenho que vão produzir. A época não tinham
canetas e tintas como
Acolha as ideias e as percepções das crianças sobre as imagens. É possível nós. O que será que
2 utilizavam para deixar
que apresentem hipóteses a respeito de como esses desenhos eram regis-
essas marcas na parede
trados nas paredes das cavernas. Durante a conversa, desperte a reflexão da caverna?
sobre o ambiente natural da época, as cores de plantas e frutos. Nesse diá- — O que podem
logo, amplie as possibilidades de se chegar às tinturas naturais e apresente representar esses
o carvão e o urucum. Diga que esses elementos serão experimentados para desenhos?
desenhar e possibilite que os pequenos explorem um pouco os materiais, as
texturas e os cheiros. Incentive-os a socializar impressões e conhecimentos B
prévios sobre os materiais. Instigue a preparação da tinta e dê a ideia de fazer Possível ação
os desenhos e as pinturas nas paredes, nos muros, no chão ou nos recortes das crianças
de papelão que estão à disposição, conforme planejado. B
crianças podem
•As
se interessar por uma
3 Convide as crianças para preparar a tintura de urucum e diga que ela será pedra de carvão,
usada na experiência de criar desenhos das cavernas. Mostre o material orga- experimentando
nizado previamente e disponha para cada pequeno grupo potes para o pre- riscar algo no chão
paro, o pó de urucum, a água, a cola e alguns gravetos para mexer a tintura. e mostrar para os
colegas que é possível
Apresente a receita da tintura de urucum no cartaz. Leia e dialogue com as escrever com esse
crianças a partir das manifestações sobre os produtos e a forma de preparo. material.
Peça que se dividam em pequenos grupos para, enquanto um grupo prepara
a receita, o outro esteja no espaço de jogos com autonomia. Oriente os grupos
para revezar as atividades e os espaços posteriormente.

100
Atividade: O desenho das cavernas

4 Após o preparo, convide a turma para criar desenhos nos suportes com ma-
teriais escolhidos dentre os que estão disponíveis. Acompanhe as produções,
observe e ofereça orientações, caso seja necessário. As crianças podem reali-
zar as produções individualmente, em duplas, trios ou pequenos grupos. Caso
alguma criança apresente resistência ou desinteresse em relação à proposta,
mostre outras possibilidades e envolva-a na temática por meio de outras lin-
guagens e possibilidades expressivas. Por exemplo: sugira uma brincadeira
de faz de conta de diretor de artes, na qual ela é convidada a explorar os li-
vros e as imagens rupestres para fazer sugestões de desenhos aos colegas. É
possível que incorpore movimentos e gestos relacionados à época das caver-
nas. Observe e documente os gestos, por meio de fotos ou pequenos vídeos.

Para finalizar
Repita a atividade com todos os pequenos grupos. Avise quando estiver faltando alguns minutos para
encerrar a proposta. Conforme as crianças forem terminando as criações, convide-as a colaborar com a
organização. Peça que guardem os materiais, limpem alguma coisa ou auxiliem algum colega que precise,
enquanto o restante do grupo finaliza a proposta. Confira com elas a organização e a limpeza do espaço e
peça ajuda para levar alguns objetos ao local onde devem ser guardados. Se as produções foram feitas nos
papelões, diga às crianças que ficarão um pouco ao sol para secagem e, enquanto isso, elas percorrerão
as criações para conhecer e conversar um pouco sobre o que cada colega representou. Combine também
que, assim que tudo estiver seco, vocês começarão a organizar a exposição na própria sala ou em algum
local coberto da escola para que possam visitá-la em outros momentos, assim como outras turmas da es-
cola e os adultos responsáveis. Se as produções foram realizadas nas próprias paredes, muros e chão da
escola, converse com os pequenos sobre o tempo de duração delas, que dependerá das condições climá-
ticas. Assim, garanta registros em fotos. Por fim, apresente a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Ofereça a proposta com outros materiais e suportes, como folhas cartonadas, plásticos, papel reciclado ou
mesmo forre as paredes da sala com papel pardo. Experimente ainda outras opções de tinturas naturais com
as crianças, como pó de café, açafrão, flores e até mesmo frutas. Vale a pena ampliar as possibilidades com as
sugestões das atividades Iniciando coleções, do conjunto Coleção de objetos, e Pintura com carvão e café,
do conjunto Arte e natureza.

 Engajando as famílias
No momento da saída, convide os responsáveis para visitar a exposição ou as produções no espaço. As crianças
podem ser convidadas para contar como foi a realização do desenho das cavernas. Organize ainda o registro
fotográfico do passo a passo da atividade e, em outro dia, elabore legendas com os pequenos, compondo um
mural para ser compartilhado com toda a comunidade escolar na entrada da escola.

101
Unidade: Desenhos

 EI03CG02  EI03CG05  EI03EF01


DESENHOS E NARRATIVAS
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestão de vídeo



•D-14 – Grafismo
infantil: leitura e
 Contextos prévios desenvolvimento.
Produtora: Univesp.
Disponível em:
Para desenvolver a atividade, amplie seus conhecimentos sobre o grafismo infantil https://youtu.be/
assistindo ao vídeo sugerido. DPzYg6Zw8W8. Acesso
em: 20 jun. 2021.

 Materiais
•  Suportes variados, como papelão, cartolina, papel-cartão e sulfite, de preferência com diversidade de
cores e espessuras, cortados em diferentes formas;
•  Giz de cera, lápis de cor, lápis grafite, canetas hidrocor, giz de quadro, entre outros, conforme o
material disponível na escola;
•  Uma mesa para disponibilizar os itens;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Realize a proposta na sala. Disponha os materiais de forma atrativa e caprichosa, cuidando para que o ambiente
fique esteticamente agradável e provoque envolvimento das crianças na atividade. Organize os itens sobre uma
mesa, assim elas podem selecionar os próprios itens para a elaboração do desenho.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais materiais as crianças demonstram preferir para que se expressem por meio dos desenhos?
2. Que narrativas emergem das crianças ao criar os desenhos? Elas fluem de forma simultânea, acom-
panhando a trajetória dos movimentos na criação do desenho? Ampliações ou alterações acontecem
conforme as ideias da narrativa?
3. Como os pequenos articulam e relacionam as narrativas visuais (desenho) e as narrativas orais en-
quanto desenham e quando vão contar o que desenharam?

 Para incluir todos


Assegure a liberdade de expressão dos pequenos e garanta que as preferências deles também sejam le-
vadas em conta quando escolhem pessoalmente os suportes e os materiais de desenho para as produções.
Ao desenhar em duplas, as narrativas são potencializadas, pois as crianças precisam negociar a respeito das
ideias e das criações delas. Lembre-se, inclusive, de disponibilizar os itens de forma acessível e em quantidade
suficiente para todo o grupo.

102
Atividade: Desenhos e narrativas

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda com você. Compartilhe a proposta


de criar um desenho livre, em duplas, usando suportes e materiais diversos.
Se alguma criança optar por realizar a atividade sozinha, não se oponha; isso
não impedirá que as narrativas aconteçam. Mostre os materiais que organizou
para a vivência e diga que podem buscar outros que estejam disponíveis na
sala, se necessitarem.

2 Inicie a proposta e incentive as crianças a escolher parceiros de ­desenho (se


desejar realizá-lo em dupla). Em seguida, peça que selecionem da mesa o que
querem usar nas criações. Combine que, caso precisem de algo mais durante
o processo, podem buscar ou trocar os materiais entre os colegas. As crianças
necessitam de tempo para que façam suas opções. Cada uma delas tem sua
predileção, então possibilite a seleção do material em duplas e favoreça a
discussão de diferentes ideias e decisões coletivas. Se cada uma preferir es-
colher os próprios materiais, respeite suas opiniões e, posteriormente, busque
intervir a favor das trocas entre elas.

3 Proponha às crianças que desenhem livremente em duplas. Indique que con-


versem umas com as outras para que definam o que desenhar, combinem
quem desenhará cada passo ou cada parte, entre outras etapas. Esteja aten-
to às dificuldades delas nesse momento e enquanto desenham em conjunto.
Apoie-as no que for necessário e favoreça a troca de ideias, levantamento de
possibilidades e decisões coletivas. Avise que terão 30 minutos para produzir
e que, quando estiver faltando cinco minutos para acabar o tempo, você anun-
ciará. Durante a produção, atente-se às narrativas que surgem no processo,
ao envolvimento das crianças com o desenho, entre outras expressões delas.
Esse momento é muito rico para que você investigue o enredo construído por
elas, entenda que emoções estão externando e quais os sentidos que atribuem
às criações. Anote as narrativas que surgem desse processo.

4 Comunique o tempo para finalização da atividade. Conforme as crianças fo-


rem terminando as criações, o que ocorrerá em tempos diferentes, proponha
para algumas duplas que se juntem com uma criança que preferiu desenhar
sozinha, para que contem sobre suas produções. Auxilie nessa organização A
para que todos tenham oportunidade de partilhar as criações, a não ser que Possíveis falas
alguém não queira. Durante essa troca, esteja atento às novas narrativas do professor
que surgirem. — Enquanto observava
vocês desenhando, vi
De volta à roda, conversem sobre como foi desenhar em duplas e como foi um desenho que contava
5 a história de um ovo de
a negociação entre elas ao longo da produção. Instigue os comentários das passarinho. Quem foi
crianças e cite algumas das narrativas que registrou, de forma a provocar o mesmo que desenhou?
reconhecimento do criador do desenho. Explore a contextualização do enredo — Você quer nos mostrar
e possibilite a percepção do desenho como uma narrativa contada por meio o desenho e contar a
das expressões gráficas. A história?

103
Unidade: Desenhos

Para finalizar
Convide as crianças para colaborar na organização do espaço. Peça que guardem os materiais e lim-
pem algo que necessitar. Apresente a proposta de levar os desenhos para casa e contar contar aos res-
ponsáveis sobre a produção do dia. Defina com elas como farão no caso de quem realizou o desenho em
duplas. Proponha que levem o desenho em dias alternados, sorteiem ou tirem uma cópia. Por fim, anuncie
a próxima atividade da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a proposta oferecendo outros suportes e materiais e ampliando para produções tridimensionais, por
exemplo: criar cenários com materiais de largo alcance, como tampinhas, palitos, pequenas caixas e outras
embalagens, ou ainda vivenciar a atividade Experimentos de equilíbrio com materiais de largo alcance, do
conjunto Experimentos com registro, em que as crianças desenham as construções dos colegas em duplas.
Outra possibilidade é que você incorpore os registros das narrativas aos desenhos de todo o grupo e enca-
derne-os, criando um livro artístico da turma.
Considere ainda oferecer durante as rodas de conversa algumas imagens de obras de arte de diferentes
estilos: abstratas, rupestres, mais coloridas, em preto e branco, entre outras, favorecendo que ampliem as
possibilidades de desenho e narrativas.

 Engajando as famílias
A proposta de levar a produção para casa favorece o engajamento com os adultos responsáveis, mas é im-
portante que você converse com as crianças sobre uma forma de contar em casa o que aconteceu na proposta:
como definiram materiais, realizaram os desenhos e conversaram sobre as narrativas. Uma possibilidade é
produzir um bilhete coletivo.

104
Atividade: Desenho com interferência

 EI03CG02  EI03CG05  EI03TS02


DESENHO COM
INTERFERÊNCIA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestões de leitura



•Para além do
Para desenvolver a atividade, amplie seus conhecimentos sobre interferência desenho livre – quando
gráfica nos desenhos das crianças, a partir das sugestões de leitura. a interferência ajuda as
crianças. AvisaLá, out.
2001. Disponível em:
https://avisala.org.br/
 Materiais index.php/assunto/
reflexoes-do-professor/
•  Três opções de suporte (cartolina, papel-cartão e sulfite branco ou para-alem-do-desenho-
livre-quando-a-
colorido);
interferencia-ajuda-as-
•  Três opções de interferências (caixas de fósforo, figuras geométricas e criancas/. Acesso em:
imagens recortadas de revistas); 20 jun. 2021.
•  Cola;
•Interferências gráficas
•  Caixas e potes para armazenar os itens; como apoio para
•  Uma mesa ou bancada para disponibilizar as caixas com itens; o desenho infantil.
AvisaLá, jan. 2008.
•  Materiais riscantes, como gizes diversos, lápis de cor e canetas hidrocor. Disponível em: https://
avisala.org.br/index.
php/assunto/sustanca/
 Espaços interferencias-graficas-
como-apoio-para-o-
desenho-infantil/. Acesso
Disponha os itens de forma atrativa em bancadas ao redor ou no meio da sala,
em: 20 jun. 2021.
como em um ateliê de artes. Coloque os suportes com as interferências em caixas
organizadas por tipos e disponibilize os riscantes em potes. Cuide para que todo o
material esteja acessível a todos e com boa visibilidade no momento da escolha.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças observam atentamente os suportes? Durante a escolha, como manifestam planos


para o desenho a partir da interferência?
2. Durante a produção, solicitam seu auxílio ou dos colegas? Como ouvem as ideias? Trocam impres-
sões ou mesmo alteram as criações movidas por percepções diferentes das suas?
3. No desenho, é possível perceber riqueza de detalhes e intencionalidade dos traços? Como ampliam
o pensamento imaginativo e a percepção do contexto devido à interferência oferecida?

105
Unidade: Desenhos

 Para incluir todos


Assegure a liberdade de expressão das crianças e suas preferências. Possibilite que elas escolham pessoal-
mente os suportes e os materiais de desenho para as próprias produções. Lembre-se de disponibilizar os itens
de maneira acessível e em quantidade suficiente para todo o grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se reunir em volta da mesa de materiais com você. Peça
que observem o que há disponível para realizar a atividade e compartilhe a pro-
posta de criar individualmente um desenho com interferência. Fale sobre os itens
que você deixou previamente organizados e comunique aos pequenos que terão
um tempo para que analisem os três suportes e as três interferências oferecidas,
de modo que escolham um de cada e criem os desenhos. Mostre que, além desses,
há vários elementos riscantes disponíveis para que selecionem e utilizem conforme
desejam. Diga que, após a finalização das produções, poderão compartilhar o que
fizeram com os colegas.

2 Proponha o início da atividade e convide o grupo a selecionar os materiais. Promova


o momento da escolha em pequenos grupos e favoreça o contato, a exploração e
a definição do suporte e da interferência mais atrativos para cada criança. Orien-
te as crianças sobre a colagem da interferência no suporte para posicionarem da
melhor maneira a figura antes de colar (centralizada, lateralizada, em cima), dei-
xando espaços suficientes para as possibilidades de criação. Lembre-as de que,
caso precisem de algo mais durante o desenho, podem buscar na mesa ou trocar
os materiais entre os colegas da turma.

3 Nesse momento, proponha às crianças que planejem e criem desenhos a partir do


objeto (interferência) escolhido. Avise que terão 30 minutos para elaborar a pro-
dução. Diga que quando estiver faltando cinco minutos para acabar o tempo você
vai avisá-las. Durante a produção, atente-se às narrativas que ocorrem e ao envol-
vimento delas. Perceba como a interferência afeta o planejamento do desenho e
como norteiam o pensamento criativo, favorecendo a ampliação e a intencionalida-
de dos traços. Interaja naturalmente com o grupo a partir de suas narrativas, faça
comentários cuidadosos e pontuais que respeitem as produções e sejam convites
para que comentem sobre o que estão produzindo.

4 Comunique o tempo para a finalização da atividade. Conforme as crianças forem


terminando as criações (o que ocorrerá em tempos diferentes), proponha que se
juntem àquelas que escolheram materiais diferentes e formem pequenos grupos
para conversar sobre as produções. Auxilie nessa organização para que todos te-
nham oportunidade de compartilhar ideias, a não ser que alguém não queira. Se
isso ocorrer, respeite o momento da criança. Ela pode estar se sentindo insegura
para expor ou falar sobre a produção. Dialogue sobre o desenho que ela realizou
e diga que, se ela desejar, pode conhecer a criação dos colegas. Durante essa
troca, pontue algumas observações colhidas no decorrer do processo e valorize a
produção de cada uma.

106
Atividade: Desenho com interferência

Para finalizar
Convide as crianças a colaborar com a organização do espaço. Peça que guardem os materiais e limpem
o que for necessário. Em seguida, defina com elas se preferem levar os desenhos para casa para contar
aos responsáveis sobre o processo de criação delas ou se desejam organizá-los no mural para que as pro-
duções sejam expostas.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a proposta da mesma forma ou ofereça alternativas de interferência, como clipes, barbantes, botões,
figuras temáticas, recortes de rostos ou roupas, entre outras possibilidades.

 Engajando as famílias
Organize um mural ou encaminhe os desenhos para casa (conforme a escolha das crianças) e favoreça o
envolvimento dos responsáveis com as propostas realizadas na escola. Elabore um pequeno texto explicando
como foi o desenvolvimento da vivência, assim eles podem acompanhar melhor as produções. Esse texto pode
ser produzido coletivamente.
Se a turma optar por organizar um mural, exponha também as interferências que foram sugeridas às crianças
para que realizassem as produções. Aproxime todas as produções que sejam baseadas em uma mesma inter-
ferência, de modo a mostrar as diferentes possibilidades criativas a partir de um ponto em comum.

107
6
AP

CONJUNTO

UNIDADE

FAZ DE CONTA
O jogo simbólico é estruturador no processo de desenvolvimento e aprendizagem das
crianças porque, por meio da imaginação e da possibilidade de assumir papéis diferencia-
dos, elas constroem compreensões sobre a realidade. As situações imaginárias são cami-
nhos para a construção do pensamento abstrato e colocam os pequenos na condição de
potencializar tudo o que sabem para representar diferentes papéis e resolver desafios
inerentes a eles. Assim, desenvolvem a autonomia, ao mesmo tempo que vão tomando
consciência e demonstrando suas compreensões sobre o mundo, sobre as relações so-
ciais e sobre si mesmas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
isoladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem
obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em
conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos te-
mas e das narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento propostos, conforme a organização curricular da faixa
etária. O conjunto é caracterizado por atividades recorrentes, ou seja, que devem se repe-
tir em outros períodos ao longo do ano.

108
Unidade: Faz de conta

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz
EI03TS01
de conta, encenações, criações musicais, festas.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função
EI03EF06
social significativa.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Traços, sons, cores e


movimentos formas

Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações e
transformações

109
Unidade: Faz de conta

 EI03EO02  EI03CG03  EI03ET02


BRINCANDO COM TECIDOS
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é importante que os diferentes tipos e tamanhos de tecidos, bem como as caixas para
armazená-los, sejam obtidos com antecedência. Se necessário, conte com a ajuda dos responsáveis e da co-
munidade escolar para a arrecadação de retalhos. O espaço onde a brincadeira ocorrerá também precisa ser
organizado previamente, com as cadeiras e mesas dispostas na área externa e um cantinho para a brincadeira
com os fantoches.

 Materiais
•  Tecidos variados de diversas texturas (liso, rugoso, macio e áspero) e tamanhos (grande – 4 metros;
médio – 2 metros; pequeno – entre 20 e 50 centímetros), como lençóis, toalhas, lenços, helanca, chita,
feltro, camurça, tule, entre outros;
•  Caixas para guardar os tecidos e reutilizá-los posteriormente;
•  Cadeiras e mesas de tamanho acessível às crianças;
•  Alguns fantoches;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Comece a vivência na sala com a exploração inicial dos tecidos. Reserve um espaço amplo em área externa,
onde você disponibilizará algumas mesas e cadeiras de uso das crianças para servir de apoio para as brinca-
deiras. Providencie um cantinho com fantoches ou outras atividades para o acolhimento daquelas que não têm
interesse em brincar com tecidos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças apresentam quais possibilidades de criação durante a exploração do tecido? Elas


interagem entre si durante a exploração? De que forma?
2. Elas realizam comparações entre os tecidos? Quais? De que forma expressam isso?
3. Que brincadeiras criadas despertam maior interesse, sendo repetidas várias vezes pelas crianças?

110
Atividade: Brincando com tecidos

 Para incluir todos


Proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Incentive que in-
terajam entre si e ajude se houver algum desafio. Caso alguma delas não se interesse, convide-a para brincar
com um grupo. Lembre-se de que as mesas e as cadeiras devem ser de um tamanho adequado à altura das
crianças; além disso, os tecidos devem ser em quantidade compatível ao tamanho da turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, em uma roda, converse com todo o grupo sobre a proposta. Con-
te que existe um espaço preparado para que todos brinquem com tecidos e
combine um tempo para fazer essa exploração.

2 Mostre os tecidos que você organizou para a brincadeira e incentive que ma-
nuseiem e expressem como percebem cada material. Pergunte se são dife-
rentes, que cores possuem, se são ásperos ou macios, quais as diferenças de
tamanho. Nesse momento, caso algumas crianças não apresentem interesse
na exploração dos tecidos, organize-as em um pequeno grupo e incentive-as
a se dirigir para o cantinho previamente organizado com fantoches ou a rea-
lizar outras propostas. Aproveite o momento para proporcionar a expressão
dos interessas individuais a escolha autônoma de atividades e brincadeiras.

3 Após a exploração de algumas possibilidades, convide os pequenos para que


ajudem a transportar os tecidos para o espaço externo e organizá-los juntos
onde brincarão. Considere que essa é uma importante ação das crianças na
A
organização da brincadeira. Compartilhe a ideia da organização em peque-
nos grupos para brincar com os tecidos. Aproveite para observar as intera- Possíveis falas
do professor
ções, os diálogos construídos entre elas e quais hipóteses levantam sobre o
uso do tecido para brincar. — Vocês precisam de
ajuda? O que pensaram
em fazer?
4 A partir das iniciativas apresentadas pelas crianças, em alguns momentos, — Como querem
você pode incentivar a brincadeira. Observe como elas interagem com os co- amarrar? Como podemos
legas, quais enredos elaboram e como manipulam o tecido. Repare se com- fazer para amarrar?
partilham o tecido com os colegas e fazem uso do espaço com autonomia e — O tecido é muito
pequeno. Como
quais novos significados atribuem ao material. Faça registros (que podem ser
podemos fazer para
fotográficos, breves anotações ou vídeos) para planejar novas situações que cobrir toda essa área?
ampliem o repertório das crianças e documentar suas descobertas. A

Para finalizar
Observe o ritmo da brincadeira e, quando faltar cerca de cinco minutos para o término, diga às crian-
ças que o tempo está acabando. Convide-as para iniciar a organização do ambiente e combine sobre
como poderão dobrar os tecidos e como ficarão guardados. Escolha um local na sala para que as cai-
xas com os tecidos fiquem dispostas de forma que possam ser utilizadas posteriormente, conforme os
interesses dos pequenos.

111
Unidade: Faz de conta

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade disparando a brincadeira por meio do livro O lenço. As ima- Sugestão de leitura
gens contidas no livro são um grande recurso para potencializar as situações de lenço. Autora:
•O
faz de conta que podem ser utilizadas e adaptadas para as brincadeiras que as Patrícia Auerbach.
crianças vão criar com os tecidos. Em outras situações, repense com elas variações Ilustrações: Patrícia
de espaços, grupos e quais objetos podem ser inseridos para brincar de forma que Auerbach.
(Brinque-Book, 2014).
tragam novos desafios. Elas podem ainda convidar outras turmas da escola para
que brinquem juntos.

 Engajando as famílias
Exponha os registros fotográficos das brincadeiras em um espaço que possa ser visualizado pelos responsáveis.
Faça uma campanha de arrecadação de tecidos para ampliar a quantidade e a variedade do acervo da escola.
Se possível, programe um dia com os adultos para que brinquem com as crianças utilizando os materiais que
foram usados na proposta.

112
Atividade: Brincando com personagens

 EI03EO02  EI03CG01  EI03EF06


BRINCANDO COM
PERSONAGENS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante preparar o ambiente para desenvolver a atividade, disponibilizando colchonetes, tapetes embor-
rachados e almofadas, bem como outros itens que julgar pertinentes para montagem dos cenários. Converse
previamente com as crianças sobre seus livros e personagens preferidos, para que suas preferências guiem a
escolha dos materiais utilizados na atividade.

 Materiais
•  Livros de literatura infantil com personagens favoritos das crianças;
•  Colchonetes ou tapetes emborrachados;
•  Almofadas;
•  Acessórios, roupas e, se possível, fantasias que remetam aos personagens dos livros escolhidos;
•  Objetos e materiais que possam compor cenários que remetam aos livros escolhidos;
•  Fantoches e jogos de encaixe;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize espaços convidativos e que favoreçam a brincadeira na área externa, com os materiais que você
selecionou. Disponha os colchonetes, tapetes e almofadas de forma confortável para todos. Deixe os fantoches
e os jogos de encaixe em um espaço de transição da atividade.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças acolhem a proposta da brincadeira e quais critérios usam para a escolha dos
personagens para brincar?
2. De que forma criam e imitam sons e movimentos dos personagens? Elas criam diálogos ou reproduzem
os dos personagens escolhidos? Que narrativas constroem?
3. O grupo cria em conjunto ou de forma individual algum novo personagem e novos enredos? De que
forma é possível perceber isso?

113
Unidade: Faz de conta

 Para incluir todos


Estimule as crianças para que acolham umas às outras durante a brincadeira. Faça mediações caso algumas
estejam interessadas pela mesma história e não consigam resolver sozinhas a questão. Auxilie aquelas que
apresentarem alguma dificuldade para vestir uma fantasia, por exemplo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, forme uma roda com todo o grupo. Compartilhe o propósito de brin-
car a partir da escolha de personagens preferidos dos livros. Diga que você A
preparou um espaço para a brincadeira e convide as crianças para ir até o Possíveis falas
ambiente externo. do professor
— Por que gostou tanto
No espaço externo, sente-se com elas e converse sobre como po- desse? Como ele é?
2 — Que tal termos um
dem escolher os personagens para brincar. Assegure-se de que elas
tempo para brincar de
se apropriaram da proposta; possibilite que manipulem os livros no intuito de se ser esse personagem?
lembrar dos personagens favoritos. Enquanto relembram as histórias dos li- — Como vocês querem
vros, dialogue com elas questionando sobre suas preferências. Observe as organizar a brincadeira?
escolhas e proponha o início da brincadeira. A

Ao perceber que as crianças já encontraram seu personagem favorito, sugira B


3
que formem pequenos grupos para brincar e compor novas histórias a partir Possível ação
das crianças
dos personagens que escolheram. Observe como elas selecionam os pares e
como compartilham e modificam o uso do espaço durante a brincadeira. Inter- crianças po­dem
•As
venha quando necessário e dialogue com elas para que entrem em consenso sugerir, por exemplo,
que você também seja
sobre alguma questão. Perceba se elas precisam de algum suporte para a
um personagem.
brincadeira e coloque-se à disposição para brincar com elas. B

4 Observe a dinâmica dos grupos: que narrativas emergem durante as brinca-


deiras, que materiais são usados, como é o processo criativo para imaginar
espaços e objetos, por exemplo. Observe se reproduzem as falas dos perso-
nagens, imitam seus gestos, criam movimentos, inventam novas falas ou criam
outros com características parecidas. Esse é um momento para documentar
por meio de registros escritos, fotográficos ou filmagens.

5 Se alguma criança encerrar a brincadeira antes do previsto, sugira que brin-


que com fantochesou jogos de encaixe enquanto as outras terminam. Obser-
ve o ritmo apresentado por elas e converse sobre o momento de finalizar.

Para finalizar
Peça a todos que ajudem a organizar o ambiente. Você pode combinar o espaço onde os objetos ficarão
guardados para uso posterior. Encerre com uma roda e peça às crianças que contem sobre as brincadei-
ras e as histórias que criaram. Faça registros escritos sobre esse momento para planejar outras situações
com os pequenos.

114
Atividade: Brincando com personagens

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Varie a utilização de espaços, livros e objetos. Converse com as crianças sobre quais materiais desejam
acrescentar à brincadeira e compartilhe a proposta da criação de um cantinho para brincar de personagens na
sala, caso ainda não exista. Você pode ainda propor representações em outros contextos de faz de conta, como
em uma entrevista a um personagem, como sugere a atividade Conversa com personagens das histórias, do
conjunto Conversa sobre histórias e ilustrações.

 Engajando as famílias
Envie um convite aos responsáveis sugerindo a continuidade da brincadeira de personagens em casa. Cada
criança pode levar consigo um livro de sua escolha para convidar algum adulto para brincar com ela. Sugira
que os pequenos tragam uma fotografia ou um desenho da vivência para socializar com a turma posteriormente.
Reserve um espaço para criar um mural e expor as fotografias e os desenhos recebidos.

115
Unidade: Faz de conta

 EI03EO02  EI03EO04  EI03CG01


BRINCANDO COM ADEREÇOS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante engajar as crianças na coleta de possíveis materiais para as estações. Dialogue com elas sobre
adereços que usam em casa durante as brincadeiras e elaborem juntos uma lista para compartilhar com os
responsáveis, solicitando o auxílio deles para arrecadá-los, contribuindo significativamente com a brincadeira
e incrementando o acervo da escola.

 Materiais
•  Calçados, roupas, bolsas e mochilas, para compor a primeira estação;
•  Colares, pulseiras, chapéus, tiaras, luvas, lenços, entre outros, para criar a segunda estação;
•  Fantasias, para compor a terceira estação;
•  Faixas, coletes de TNT e aventais, para criar a quarta estação;
•  Materiais diversos que possam sugerir o faz de conta, como telefone, secador de cabelo, computador
etc., que serão disponibilizados na quinta estação;
•  Espelhos de vários tamanhos;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Playlist, pen drive ou CD com uma música escolhida para a atividade;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço, interno ou externo, considerando a disposição das estações e o número de crianças, para
favorecer a brincadeira e a livre movimentação. Organize os objetos em cinco cantos, de forma que cada am-
biente seja uma estação diferente. Disponha o equipamento para reprodução de áudio com a música ambiente
para que o local fique mais agradável.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças acolhem a proposta da brincadeira? Que estratégias elaboram para comparti-
lhar, emprestar e utilizar os adereços?
2. De que forma se movimentam no espaço? Quais ambientes foram mais utilizados para brincar e por
quê? Quais foram os diálogos criados durante a vivência?
3. As crianças reproduzem situações cotidianas vividas por elas? Como fazem isso?

116
Atividade: Brincando com adereços

 Para incluir todos


Cuide para que todos os adereços estejam disponíveis e ao alcance de todos. Estimule o grupo a ter atitudes
de empatia e respeito para com seus pares, independentemente de suas escolhas.

O QUE FAZER DURANTE

A
1 Convide todo o grupo para formar uma roda. Compartilhe a proposta de brin-
car com adereços na sala. Diga às crianças que nas estações presentes se Possíveis ações
das crianças
encontram diversos adereços e outros objetos que elas podem utilizar para
compor suas brincadeiras. Utilize esse momento para combinar em que tem- crianças podem
•As
montar uma loja e
po vão finalizar a vivência e que, depois de brincarem, todas irão colaborar
querer anotar na
na organização do espaço. caderneta os preços
dos objetos, porém, sem
2 As crianças decidirão como usar o espaço e quem serão seus parceiros. Ob- saber como.
serve como elas acolheram a proposta da brincadeira, quais iniciativas tive- crianças podem
•As
ram diante do material ofertado, que enredos elaboraram durante a vivência iniciar uma brincadeira
de salão de beleza e
e se alguma delas não demonstrou interesse. Caso isso aconteça, converse o convidar para que
para descobrir o que se passa; você pode pedir a ela que o ajude a colocar brinquem juntos.
um adereço ou que fotografe os colegas. Observe, a partir dos enredos ela-
borados por elas, se há outros acessórios que podem ser acrescentados na B
brincadeira e auxilie-as, caso necessitem. A B Possíveis falas
do professor
3 Aproveite esse momento para observar e documentar, por meio de filmagens, Observe o movimento
fotografias e registro escrito, as brincadeiras iniciadas pelas crianças. Ob- das crianças e questione:
serve como resolvem os conflitos apresentados, se demonstram sentimento — Do que vocês estão
de empatia e respeito, se compartilham objetos e ajudam umas às outras precisando? Querem
para que atinjam o objetivo dentro da brincadeira. Atente-se às interações uma caneta para anotar
das crianças, quais narrativas emergem, como elas brincam, se escolhem os preços?
— Vocês precisam de
sempre os mesmos parceiros, se preferem brincar individualmente ou em um algo a mais para brincar,
pequeno grupo. Registre os personagens que elas representaram durante a como uma escova de
brincadeira, o contexto, as narrativas, as falas e as ações delas. Esse é um cabelos?
ótimo recurso para planejar novas situações a partir do que elas trouxeram — Vocês podem fazer de
durante a brincadeira. conta que a caneta, ou
qualquer outro objeto da
sala, é uma escova.

Para finalizar
Observe o ritmo das crianças, se elas já exploraram suficientemente os adereços, e combine com elas
sobre quanto tempo falta para que iniciem a organização do espaço. Combinem um local para guardar os
materiais de forma que possibilite o uso livre durante alguns momentos da rotina. Ao final da atividade,
reúna-as novamente em grupo e convide-as para se organizar com o intuito de vivenciar a próxima ativi-
dade do dia.

117
Unidade: Faz de conta

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Com base em suas anotações, repita a atividade ampliando o repertório de objetos para que as crianças
possam ter opções diversificadas para brincar. Você pode acrescentar vestimentas e acessórios que represen-
tam algumas profissões ao ter observado essa narrativa. Por exemplo: luvas e máscaras para que os pequenos
brinquem de médico.

 Engajando as famílias
Planeje uma conversa com os responsáveis para apresentar os registros das brincadeiras realizadas pelas
crianças e incentivar a realização de doações de acessórios, ampliando o repertório do grupo e o acervo da
escola. Dialogue sobre a importância desses momentos de faz de conta e faça um convite para que eles incen-
tivem e participem de brincadeiras desse tipo com a criança, em casa.

118
Atividade: Brincando com caixas de papelão

 EI03EO04  EI03CG01  EI03CG03  EI03EF01


BRINCANDO COM CAIXAS
DE PAPELÃO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Envie previamente um bilhete aos responsáveis pedindo a colaboração para que as crianças tragam caixas de
papelão de tamanhos variados para uma brincadeira que realizarão na escola. Engaje os pequenos na coleta
que também pode ser realizada em supermercados ou armazéns.

 Materiais Sugestão de leitura


homem que
•O
•  Caixas de papelão de vários tamanhos, desde as de remédio até as amava caixas. Autor:
Stephen Michael King.
grandes, nas quais as crianças possam entrar;
Ilustrações: Stephen
•  Acessórios diversos, como fantasias, colares, pulseiras, chapéus, Michael King.
máscaras, entre outros, que possam ser utilizados na brincadeira; (Brinque-Book, 1997).
•  O livro O homem que amava caixas;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve no espaço interno um lugar para a leitura do livro em roda. Organize no espaço externo escolhido
algumas caixas empilhadas e outras espalhadas para que as crianças possam brincar com autonomia. Deixe
ao alcance os acessórios reservados.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças utilizam o espaço? Escolhem seus pares para brincar e ressignificam o
uso da caixa? Como fazem isso?
2. Que brincadeiras e enredos elas criam com o uso das caixas? Que personagens e contextos elaboram
e que diálogos constroem?
3. Que sons, gestos e movimentos criam e imitam durante a brincadeira? Como expressam seus senti-
mentos e emoções enquanto brincam?

119
Unidade: Faz de conta

 Para incluir todos


Observe se todas as crianças se sentem confortáveis para utilizar as caixas. Converse com elas sobre como se
sentem e incentive-as a fazer uso do material. Garanta que todos possam ter acesso ao material para brincar com
autonomia. Incentive que ajudem umas às outras durante a brincadeira e que cultivem sentimentos de empatia
entre os pares. Lembre-se de que os materiais devem ser em quantidade suficiente para o tamanho da turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo para a leitura do livro. Leia-o e converse com as crian-
ças a respeito de como as caixas podem se transformar em outros objetos.
Instigue-as para que pensem em como o personagem da história utilizava as
caixas que encontrava. Nesse momento, explore as falas dos pequenos sobre
a narrativa do livro.

2 Diga que você organizou um espaço na área externa com caixas de papelão
para que brinquem livremente. Converse que utilizarão as caixas conforme a
imaginação, assim como acontece na história do livro, em que o personagem
principal usa a caixa para fazer castelos e aviões, por exemplo. Observe o
que as crianças dialogam entre si a respeito de como elas vão brincar. Com-
bine o momento de finalizar a brincadeira e onde vão guardar as caixas e os
materiais que sobrarem.

3 Convide as crianças para brincar no espaço externo. Garanta que façam


explorações do material livremente e em pequenos grupos. À medida que
exploram, observe quais brincadeiras iniciam, como interagem com as caixas
e seus pares e como fazem uso do espaço. Atente-se a como elas expressam
o que estão sentindo, que investigações realizam, se escolhem parceiros
variados para brincar, se resolvem os conflitos com autonomia e que caixas
utilizam para brincar e descobrir. Cuide para que todos possam brincar com
as caixas.

4 Observe as narrativas e os enredos criados e se coloque à disposição para


brincar com as crianças sem interferir nas brincadeiras. Observe as situações
simbólicas iniciadas por elas. Fique atento ao que necessitam para ampliar
seus enredos e perceba se elas apontam a necessidade de incluir algum ob-
jeto ou ainda se precisam de ajuda para dar continuidade ao que já estão
brincando. Documente esse momento por meio de fotografias, registros das
falas das crianças ou filmagens. Isso será importante para dar continuidade
à proposta em outros momentos.

Para finalizar
Observe se as crianças exploraram e brincaram suficientemente com o material e avise-as que o tempo
para brincar está finalizando. Convide-as a organizar o ambiente e combine onde poderão guardar o ma-
terial na sala. Separe com elas as caixas que não podem ser reaproveitadas e peça ajuda para transportar
as que serão reutilizadas ao local em que serão guardadas.

120
Atividade: Brincando com caixas de papelão

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
A partir das necessidades e dos interesses apresentados pelas crianças durante a brincadeira, você pode
incluir outros materiais de largo alcance, como garrafas PET e latas, além de elementos da natureza, como fo-
lhas, pedrinhas, galhos, entre outros. À medida que seleciona esses materiais, convide as crianças para brincar
novamente com as caixas e o que mais foi incluso, ampliando o repertório de brincadeiras. Isso será mais bem
desenvolvido na atividade Exploração livre de materiais de largo alcance, do conjunto Brincadeiras com
materiais de largo alcance.

 Engajando as famílias
Exponha as fotografias dos pequenos brincando com as caixas em um mural na parte externa da sala, para
que os responsáveis apreciem as fotos. As crianças podem criar pequenas legendas e você pode ser o escriba.
Exponha, com o mural, o livro que inspirou as brincadeiras.

121
Unidade: Faz de conta

 EI03CG03  EI03TS01  EI03EF06


BRINCANDO COM SOMBRAS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a atividade, faça com antecedência o teste para observar como ficam as sombras dos ma-
teriais. Isso o ajudará a identificar quais objetos serão interessantes para a brincadeira.

 Materiais
•  O livro Brincadeira de sombra;
•  Fantasias, vestimentas e acessórios diversos;
Sugestão de leitura
•  Jogos de encaixe;
•  Objetos variados, como canudos, recicláveis e outros materiais de largo
•Brincadeira de
alcance, além de elementos da natureza, como folhas de árvores; sombra. Autora:
Ana Maria Machado.
•  Um lençol branco;
Ilustrações: Marilda
•  Lanternas, retroprojetor ou datashow (se possível); Castanha. (Global, 2001).
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para
registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço para a roda na sala. Escolha outro para pendurar o lençol branco, acomodar as lanternas
e o datashow ou retroprojetor refletindo a luz contra o lençol. Escureça o local para a experiência com sombras.
Disponha os materiais de exploração das sombras em locais de fácil acesso, próximos ao lençol, e coloque as
fantasias, as vestimentas, os acessórios e os jogos de encaixe em dois outros cantos da sala para que as crianças
possam escolher o que querem utilizar em pequenos grupos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que enredos e narrativas surgem com a brincadeira de produzir sombras?


2. Que estratégias as crianças utilizam para imitar e criar sombras em suas brincadeiras? Como utilizam
o corpo durante a proposta? Quais movimentos e gestos elas produzem?
3. Como as crianças conduzem o momento de planejar as brincadeiras com sombras? De que forma
inserem em suas brincadeiras as ideias dos colegas?

122
Atividade: Brincando com sombras

 Para incluir todos


Cuide para que todos os objetos e brinquedos estejam disponíveis e ao alcance de todas as crianças. Incen-
tive que elas apoiem os colegas durante as brincadeiras e que compartilhem os materiais disponíveis com os
grupos que serão formados. Lembre-se de que os materiais devem ser em quantidade suficiente para atender
o tamanho da turma, de modo que todos consigam explorar a brincadeira com sombras.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para organizar uma roda com todo o grupo para a leitura
do livro Brincadeira de sombra, de Ana Maria Machado. Essa história poten-
cializa brincadeiras de faz de conta e explorações livres. Converse com elas
sobre os fatos narrados na história; questione-as se já brincaram com sombras,
como brincaram e o que elas descobriram a partir das experiências.

2 Conte que ali há diversos materiais para testar como a sombra se forma.
Questione-as como a sombra aparece para quem está na frente do lençol, que
distância elas precisam tomar para que a sombra apareça do outro lado do
pano etc. Ajude-as a construir hipóteses sobre o uso da sombra para brincar.

3 Converse com os pequenos que esse é o momento para que eles pensem
juntos nas possibilidades de brincar com sombras e para dialogar sobre as
ideias de como utilizá-las: podem contar histórias, fazer movimentos com
o corpo (utilizando as mãos, os braços, as pernas), fazer mímicas para que
adivinhem e brincar de imitar animais, por exemplo. Observe como condu-
zem esse momento de exploração livre, o que descobriram com os testes
realizados e de que forma se agrupam. Registre as ações das crianças por
meio de fotos, filmagens ou anotações. Apoie as proposições delas sem di-
recionar as escolhas sobre o que vão utilizar e como brincar.

4 Compartilhe com as crianças a proposta de que se organizem em peque-


nos grupos, compostos em média por cinco crianças, de acordo com suas
preferências, para brincar com sombras e as outras propostas. Convide-as
para fazer uso do espaço. Combine com a turma que cada grupo terá um mo-
A
mento para utilizar o espaço de luz e sombra. Enquanto uns brincam com as
sombras, outros brincarão livremente com os objetos e brinquedos escolhi- Possíveis falas
do professor
dos, como os jogos de encaixe. Garanta que as crianças façam explorações
e escolham materiais para brincar além de definir os pares a partir de seus — Como será que se
forma a sombra?
próprios interesses.
— O que essa sombra
está parecendo?
5 Quando perceber que um grupo já escolheu o que fazer, convide-o para ir até — Por que ela aumenta
o espaço de criação das sombras para brincar. Observe as interações que quando estamos mais
ocorrem entre os participantes, quais hipóteses levantam sobre as sombras perto do lençol?
que criam durante suas explorações e que diálogos e enredos elaboram en- — Quando a sombra fica
menor? Por quê?
quanto brincam. A

123
Unidade: Faz de conta

6 Observe quais brincadeiras emergem a partir dos materiais, que enredos e nar-
rativas são elaborados pelas crianças, como elas utilizam o corpo para fazer
imitações e que sons reproduzem durante suas brincadeiras. Cuide para que
façam uso de itens variados e experimente a produção das sombras com elas
sem interferir nas iniciativas durante as brincadeiras. Aproveite o momento
para documentar as criações do grupo por meio de filmagens ou fotos. Ob-
serve também se, a partir dos enredos elaborados por elas, há outros objetos
que podem ser acrescentados durante a brincadeira e auxilie-as caso precisem
de algo mais para brincar. Acompanhe a dinâmica dos pequenos grupos e
reveze-os na exploração das sombras.

Para finalizar
Observe se as crianças exploraram e brincaram o suficiente. Diga que faltam alguns minutos para ini-
ciar a organização do espaço. Ao encerrar o tempo, combine com elas onde e como ficarão guardados os
materiais que utilizaram.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Retome a proposta outras vezes, no mesmo espaço ou em outros ambientes planejados com as crianças, de
modo que tenham oportunidade de realizar novas explorações, como as sugeridas pela atividade Dançando
com a água, do conjunto Corpo, movimento e dança. Selecione novos materiais para ampliar o repertório
delas ou oportunize outros contextos, como utilizar a luz do sol.

 Engajando as famílias
Construa com as crianças um bilhete para os responsáveis com a proposta de brincar com sombras em casa
utilizando lanternas (ao brincar à noite) ou a luz solar (ao brincar durante o dia) e brinquedos ou objetos que
despertam interesse e estejam disponíveis nas casas delas.

124
7
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

CONHECENDO
O BAIRRO
A construção da identidade das crianças passa pela apropriação progressiva do lugar
delas no mundo. Isso se dá por meio das suas interações e descobertas relativas a si mes-
ma, ao seu círculo familiar, ao seu lugar de pertencimento, além do conhecimento daquilo
que não lhe é tão próximo. Dessa forma, no processo investigativo sobre o mundo social,
a cultura local é um importante componente do currículo da Educação Infantil. Fomentar
as descobertas, valorizando os saberes locais e problematizando questões sociais e
naturais relativas ao bairro em que as crianças estão inseridas, colabora para a sensa-
ção de pertencimento e promove a inserção de pessoas da comunidade no processo de
aprendizagem.
Este conjunto é uma sequência didática, ou seja, deve ser desenvolvido com a turma na
ordem apresentada. As atividades propõem uma consequente ampliação de desafios por
meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discussões e aos recursos uti-
lizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

125
Sequência: Conhecendo o bairro

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02 experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

126
Atividade: Espaços de brincar na região da escola

 EI03EO03  EI03EF01  EI03ET06


ESPAÇOS DE BRINCAR
NA REGIÃO DA ESCOLA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, faça uma pesquisa prévia de materiais que possam ser utilizados como refe-
rência para o grupo, como reportagens, imagens, guias turísticos da região, entre outros. Tenha-os em mãos
no momento da atividade.

 Materiais
•  Quadro ou cartaz para registrar a lista de lugares que as crianças brincam fora da escola;
•  Giz ou caneta hidrocor.

 Espaços
Realize a atividade em sala, pois o espaço acolhe bem a dinâmica necessária. No entanto, é possível realizá-
-la ao ar livre, como no parque, no pátio ou na quadra, desde que você assegure que os materiais necessários
estejam disponíveis e garanta as condições para a participação de todos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolveram ao serem indagadas sobre os espaços de brincar nas proximidades
da escola? Sentiram-se convidadas a pensar sobre isso?
2. Quando contaram sobre os lugares de brincar, como elas trouxeram experiências e vivências
pessoais ou de seu círculo familiar? Fazem referências aos diferentes lugares onde é possível
brincar na região? Quais?
3. As crianças demonstram interesse pelas contribuições de todos? Como fazem isso? Ouvem, opinam
e respeitam as opiniões?

 Para incluir todos


Busque facilitar a participação das crianças na elaboração da lista, traçando alternativas para que todas se
sintam incluídas durante a atividade. Possibilite que se expressem, se assim desejarem. Se necessário, fixe o
cartaz, posicionando-o de forma que todas consigam vê-lo.

127
Sequência: Conhecendo o bairro

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças a se sentarem em roda e proponha que pensem em locais A


em que brincam fora da escola, promovendo uma conversa sobre espaços de
Possíveis falas
brincar próximos. Caso o grupo tenha dificuldades para identificar lugares, do professor
compartilhe os materiais de referência que separou.
— Onde vocês costumam
brincar quando não
2 A partir dos materiais, instigue as crianças a pensar sobre esses locais, per- estão na escola?
guntando se já conhecem, se são adequados para brincadeiras ou se precisa- — Alguém conhece
riam de alguma mudança para melhorar. À medida que elas vão se sentindo lugares para brincar
envolvidas com a questão e mobilizadas para realizar uma investigação mais aqui por perto? Vocês já
profunda, proponha que façam uma lista dos lugares no quadro ou em um brincaram lá?
— Há algum lugar aqui
cartaz. A perto em que podemos
jogar bola ou que dê
3 Registre as contribuições do grupo no quadro ou no cartaz fixado na parede, para fazer amarelinha
para que o visualizem melhor. Aproveite a contribuição de todos, incentivan- no chão?
do que relatem experiências de brincadeiras nesses locais. Algumas crianças
podem iniciar conversas e trocas de experiências em pequenos grupos, com
os colegas que estão próximos. Evite limitar as interações, mas convide-as a B
compartilhar com todo o grupo o que estão discutindo. Caso citem lugares Possíveis falas
do professor
estruturados, como praças ou parques, instigue-as a pensar também em lo-
cais que podem se transformar em espaços de brincar, como ruas, campos e — A rua da sua avó é
terrenos. B aqui perto? De que vocês
brincam lá?
— Alguém já brincou na
4 Convide todo o grupo a explorar os materiais de referência, buscando am- rua da avó dele ou em
pliar a lista em construção e auxiliando as crianças na leitura, se necessário. outra rua aqui perto?

5 Leia a lista elaborada com o grupo. Ao ler as palavras, passe o dedo por elas
para que as crianças acompanhem a dinâmica de leitura. Utilize a oportuni-
dade para considerar mais relatos sobre os lugares listados ou inserir outros
locais que elas sintam necessidade de registar na lista. Suas intervenções
devem acolher as ideias dos pequenos e ajudar a investigar gradativamente
outros lugares de brincar próximos à escola.

6 Se sentir necessidade, consulte os responsáveis para saber onde eles cos-


tumam brincar e entender a dinâmica de brincadeiras possíveis em locais
próximos à escola.

Para finalizar
Diga às crianças que a lista ficará fixada em sala. Pontue que, se com o passar dos dias for encontrado
outro lugar de brincar próximo à escola, poderão adicioná-lo à lista, e incentive-os a perguntar para os
responsáveis e os colegas locais em que eles costumam brincar e quais brincadeiras costumam acontecer.
Caso tenham dúvidas, dê exemplos de parques que possuem pistas para patinação ou andar de bicicleta e
praças que permitem brincadeiras com corda e bolas, mas não têm espaço exclusivo para outros tipos de
atividade. Isso os ajudará a entender melhor a proposta das atividades seguintes deste conjunto. Convide
todo o grupo para se organizar para a próxima vivência do dia.

128
Atividade: Espaços de brincarna região da escola

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Convide as crianças para pesquisarem sobre os diferentes locais da região, expondo suas descobertas no
mural da escola. Vocês podem elaborar guias sobre os locais listados trabalhando em pequenos grupos. Rea-
lize uma votação com as crianças para escolher um dos locais listados para visitar e realizar uma investigação.
Isso será necessário para desenvolver a atividade Explorando um espaço de brincar, deste conjunto. Quando
a votação estiver finalizada, se possível faça uma pesquisa sobre o lugar escolhido para levantar, de antemão,
possíveis problemas com horário de visitação, possibilidade de levar a turma ao local e garantir que a atividade
possa acontecer de forma segura.

 Engajando as famílias
Investigações como essa são excelentes oportunidades de engajar os responsáveis para que participem de
diferentes formas. Escreva um bilhete contando sobre a investigação e proponha a eles que participem, am-
pliando a lista com lugares que não tenham sido incluídos pelo grupo ou levando as crianças para brincar em
algum desses espaços.
Caso os responsáveis estejam disponíveis para levar as crianças para brincar, além do exercício de explora-
ção, sugira atividades de tipos variados para que eles possam vivenciar os aprendizados de dentro da sala em
ambientes que não sejam os comuns.
Caso pense em sugerir brincadeiras de ciranda e o espaço for pequeno, é possível dividir as crianças em dois
pequenos grupos, um de exploração e outro de teste para que todos participem das propostas. Enquanto um
grupo brinca, outro pode anotar se há espaço suficiente para a brincadeira, se todos a entenderam e se possuem
sugestões de quais outras atividades poderiam ser feitas ali. Caso os responsáveis estejam disponíveis para
levar as crianças para brincar, além do exercício de exploração, sugira atividades de tipos variados para que
eles possam vivenciar os aprendizados de dentro da sala em ambientes que não sejam os comuns.
Caso pense em sugerir brincadeiras de ciranda e o espaço for pequeno, é possível dividir as crianças em dois
pequenos grupos, um de exploração e outro de teste para que todos participem das propostas. Enquanto um
grupo brinca, outro pode anotar se há espaço suficiente para a brincadeira, se todos a entenderam e se possuem
sugestões de quais outras atividades poderiam ser feitas ali.

129
Sequência: Conhecendo o bairro

 EI03ET01  EI03ET02
EXPLORANDO UM ESPAÇO
DE BRINCAR
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Escolha previamente o local a ser visitado com as crianças, a partir da lista que vocês elaboraram na ativi-
dade Espaços de brincar na região da escola, deste conjunto, com as opções existentes nas proximidades.
É preciso haver autorização dos responsáveis para o deslocamento das turmas. Assegure-se de que todos os
procedimentos de segurança estão sendo seguidos, tais como utilização dos crachás pelas crianças, presença
de professores ou auxiliares para acompanhar o grupo, entre outros. Alguns responsáveis também podem fa-
zer parte da equipe de apoio à segurança dos pequenos no deslocamento. Essa é uma forma interessante de
envolver os adultos em situações cotidianas da escola.

 Materiais
•  Lápis e pranchetas com papéis para que as crianças façam registros durante a investigação;
•  Marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Um cartaz, criado pelo grupo, para registro das questões de investigação;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade propõe realizar uma investigação em um lugar de brincar selecionado previamente, portanto, será
ao ar livre, nas proximidades da escola.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças demonstraram envolvimento com a proposta?


2. Como foram estabelecidas as interações das crianças entre si e com os espaços percorridos?
Observaram as atividades humanas nos espaços investigados?
3. No processo de registro, como as crianças revelaram hipóteses e ideias, problematizando e refle-
tindo sobre as condições do espaço?

130
Atividade: Explorando um espaço de brincar

 Para incluir todos


Providencie o suporte necessário para o deslocamento de todos. Para tanto, conte com a ajuda de outro pro-
fessor, auxiliar ou mesmo outros adultos do convívio das crianças, para que possam acompanhá-las no percurso,
garantindo a inclusão de todas na exploração do espaço e a qualidade das interações.

O QUE FAZER DURANTE

A
1 Reúna todo o grupo em uma roda de conversa e diga que farão a visita
ao local escolhido com o propósito de fazer uma investigação. Questione Possíveis falas
do professor
a turma sobre o que é uma investigação. Acolha as experiências trazidas,
esclarecendo que uma investigação serve para buscar formas de resolver — Quem aqui já participou
de uma investigação?
um problema, responder a uma pergunta. Se necessário, exemplifique a
— O que vocês
ideia da investigação fazendo associações com profissões como repórter, investigaram? Por que
detetive, pesquisador ou explorador. A resolveram fazer essa
investigação?
Perceba o envolvimento do grupo com a proposta de investigação e — Hoje, nós iremos
2 investigar o lugar de brincar
estabeleça os combinados acerca das necessidades específicas para a
que existe aqui perto da
realização da saída. Lembre as crianças de como devem se portar para escola. Lembram-se de que
que a visita ao espaço seja agradável, cuidadosa e cumpra o objetivo fizemos uma lista desses
estipulado. Esteja atento aos avisos quanto à segurança de todos du- lugares e escolhemos um
rante o percurso. Ainda na roda de conversa, instigue para que reflitam para investigar?
sobre como podem fazer essa investigação, delimitando com as crianças
se o local escolhido é um bom local para brincar. Liste o que querem B
observar a partir das ideias trazidas pelo grupo. Aproveite para sinali- Possível fala
zar que a turma, em pequenos grupos, contará com a possibilidade de do professor
fazer registros audiovisuais ou escritos, para que sejam utilizados em — Vamos investigar o
outros momentos. B local que escolhemos
observando se é um bom
lugar para brincar. Desse
3 Retome com as crianças e reafirme os combinados necessários para a modo, precisamos decidir
saída da escola como, por exemplo, não correr, dar as mãos, não atra- o que vamos considerar
vessar a rua sem o sinal e apoio do adulto e outros que já possuem ou sobre esse espaço e quais
que julgar necessário. Após o levantamento do que será observado, perguntas vamos fazer para
convide todo o grupo a iniciar a investigação, percorrendo o trajeto até refletir se o local é bom ou
não para as brincadeiras.
o local selecionado. Diga que você levará os materiais de registro e as
questões anotadas. Leia essas questões sempre que os pequenos quei-
ram relembrar algo. C
Possíveis falas
Ao chegar ao local, reúna todo o grupo e retome as questões. Incentive do professor
4
a turma a percorrer livremente o espaço e a observar o ambiente e os — Agora que já chegamos,
objetos presentes. Lembre-se de realizar o registro da experiência, fo- vamos nos lembrar dos
tografando ou filmando, a pedido das crianças ou por iniciativa própria. pontos que levantamos
para a nossa investigação?
Possibilite que elas também usem os equipamentos de registro, se for o — Agora é hora de
caso. Se algum responsável estiver presente, ele também poderá utilizar explorar, observar e
o celular para tirar fotos. Estimule as crianças a realizar registros indivi- analisar este local de
duais ou coletivos, como desenhos ou anotações com escrita espontânea brincar e, ainda, registrar o
utilizando as pranchetas. Se necessário, auxilie-as. C que acham importante.

131
Sequência: Conhecendo o bairro

5 Observe a dinâmica de exploração do grupo. Assegure-se de que as crianças


estão interagindo de forma investigativa com o espaço. Se necessário, esti-
mule o grupo a deslocar-se pelo local, experimentando diferentes pontos de
vista. Considere que as crianças poderão se organizar em pequenos grupos
ou mesmo de modo individual para realizar a atividade.

6 Quando perceber que as crianças realizaram as observações que respondem


aos questionamentos levantados, convide-as a fazer uma brincadeira no es-
paço. Conte a elas que essa ainda é uma etapa da investigação. Combine
com elas sobre a brincadeira e proponha o início, observando e registrando
a experiência. Perceba se o grupo poderá encontrar dificuldades para expe-
rimentar a brincadeira escolhida. Nessa situação, estimule os pequenos a
refletir sobre os obstáculos encontrados.

Para finalizar
Sinalize quando o tempo da experiência estiver se esgotando, para que todos se organizem e terminem
a brincadeira. Reúna a turma e finalize a investigação, voltando para a escola. Relembre os combinados
que fizeram antes de sair, procurando garantir que todos os respeitem no retorno. Ao chegar à escola, reú-
na todo o grupo em uma roda e conversem sobre as descobertas e observações. Traga os registros reali-
zados pelas crianças durante a investigação para enriquecer o debate. Retome com a turma as questões
levantadas e incentive-a para que faça uma avaliação da investigação realizada, contando quais respostas
encontraram. Considere as questões que trazem boas problemáticas do espaço, dando continuidade ao pro-
cesso investigativo sobre os espaços de brincar, e liste-as. A lista será usada na atividade Melhorias para
o espaço de brincar, deste conjunto. Convide o grupo para se organizar para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
O grupo poderá continuar fazendo registros sobre a investigação realizada, como desenhos, relatos e docu-
mentação com as fotos tiradas (elaborando legendas). Aproveite os registros para a elaboração de uma revista,
reportagem ou filme. Uma vez escolhida qual dessas opções será trabalhada, ajude a turma a entender como
podem enriquecer o material, seja por meio da criação de uma capa coletiva para a revista ou uma abertura
rápida para a reportagem. Sugira a escolha de outros espaços para repetir a atividade.

 Engajando as famílias
Se houver responsáveis pelas crianças na visita, eles também podem ser convidados para participar da roda
de conversa e compartilhar suas opiniões. Os registros ainda podem ser compartilhados na entrada da sala da
turma em um mural acessível à comunidade, e podem servir aos professores de outras turmas como ideia de
atividade coletiva.

132
Atividade: Entrevista sobre espaços de brincar no passado

 EI03EO01  EI03EO04  EI03EO06  EI03EF07


ENTREVISTA SOBRE
ESPAÇOS DE BRINCAR
NO PASSADO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é importante que sejam selecionados dois moradores antigos do bairro (responsáveis,
funcionários da escola, pessoas da comunidade). É importante também que o grupo já tenha tido contato com
entrevistas em outras propostas.

 Materiais
•  Cadeiras para acomodar os convidados;
•  Papel para fazer um cartaz e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor) para registro das perguntas
elaboradas para a entrevista e das informações coletadas;
•  Pequena demonstração de agradecimento aos convidados, elaborada pelas crianças, tais como um
certificado, um cartão ou uma placa feita pelo grupo.

 Espaços
A atividade está prevista para ocorrer com todo o grupo em roda; assim, você pode desenvolvê-la na sala,
no pátio ou na biblioteca. No momento da entrevista com os convidados, organize o ambiente com a turma de
forma a proporcionar a participação de todos nos diferentes momentos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagiram com a proposta de buscar informações sobre os locais de brincar
no passado?
2. Como o grupo se engajou para organizar a entrevista? As perguntas sugeridas seguiram o foco da
proposta? As crianças encontraram formas de considerar os diferentes pontos de vistas da turma?
3. O que elas demonstraram durante a realização da entrevista? Ficaram surpresas com as diferenças
do passado e do presente? Fizeram conexões entre as falas dos entrevistados com as histórias
que já vivenciaram? Quais?

133
Sequência: Conhecendo o bairro

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo
participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança, do
grupo ou dos convidados. Por exemplo: se alguma criança não quiser entrevistar, proponha que ela ajude os
entrevistadores a se lembrarem das questões que elaboraram.

O QUE FAZER DURANTE

1 Inicie a atividade resgatando com o grupo a lista de lugares de brincar no


bairro, produzida na atividade Espaços de brincar na região da escola, des-
te conjunto. Convide as crianças para refletir se esses lugares sempre existi-
ram e como eles deveriam ser antigamente. Conte que você preparou a visita
de antigos moradores do bairro para que elas descubram sobre como eram
esses locais no passado por meio de uma entrevista. Ainda na conversa, ins-
tigue o grupo a se preparar para a entrevista, pensando nas perguntas que A
irão fazer aos convidados. Relembre os pequenos que o objetivo da entrevista
Possíveis falas
é descobrir como eram os lugares de brincar nas proximidades da escola no do professor
passado e que as perguntas devem buscar coletar essas informações. Diga
— Como iremos receber
que você vai anotar as perguntas em um cartaz, para que ele sirva de apoio
nossos convidados?
no momento da entrevista. Onde eles vão se sentar?
— É importante que o
2 Após a elaboração das perguntas, convide as crianças para organizar o espaço modo de organização
e receber os convidados. Questione-as sobre como podem fazer isso, acolhen- possibilite a todos ver
do as sugestões para a disposição das cadeiras. Chame a atenção quanto à e conversar com os
entrevistados. Qual será
importância de que todos estejam acomodados, de modo que possam conver- a melhor forma?
sar com os convidados e que todos se sintam confortáveis. A

3 Tendo o espaço organizado, defina com o grupo como será a dinâmica da en-
trevista. Combine com as crianças como vão se organizar para fazer as per-
guntas, pedir a palavra, fazer o agradecimento e quem entregará a pequena
demonstração de agradecimento (se houver). Diga que, ao final da entrevista,
vocês vão se reunir para refletir e conversar sobre como foi realizar a atividade
e o que descobriram ao entrevistar os moradores.

4 No momento da entrevista, peça à turma que se acomode e receba os con-


vidados. Apresente-os ao grupo e faça a abertura da entrevista. Em seguida, B
convide as crianças a iniciar as perguntas. Caso elas não estejam à vontade Possível fala
do professor
para iniciar, comente com os entrevistados sobre as experiências já realizadas
pela turma sobre os lugares de brincar. Convide os pequenos para comple- — Essa entrevista
mentar seu relato e estabelecer um diálogo com os convidados, realizando as vai enriquecer nossa
investigação. Quem
perguntas combinadas. Durante a entrevista, observe como o grupo se envolve
quer começar a fazer as
na experiência. Se necessário, faça pequenas intervenções para assegurar a perguntas?
continuidade da conversa e o foco nos lugares de brincar. B

5 Observe o andamento da entrevista e administre o fechamento da conversa


quando perceber que o grupo está satisfeito com as perguntas que realizaram.

134
Atividade: Entrevista sobre espaços de brincarno passado

Sinalize que a entrevista está chegando ao final e pergunte se ainda existe


alguma questão. Caso seja necessário, recorra ao cartaz com as perguntas
preparadas, lembrando ao grupo algum item que não tenha sido abordado.
Aproveite para perguntar se os entrevistados têm mais alguma consideração
a fazer. Siga conforme foi combinado com as crianças em relação ao agrade- C
cimento e à despedida dos convidados.
Possíveis falas
do professor
6 Após as despedidas, reúna todo o grupo para fazer a partilha das descober-
— A entrevista tinha como
tas. Pontue o que descobriram sobre os lugares de brincar no passado, percor- objetivo descobrir
rendo as perguntas preparadas para a entrevista e anotando as informações como eram os lugares
coletadas sobre cada uma delas. Reflitam sobre a importância de acolher o de brincar na região
conhecimento e a história de pessoas que já vivenciaram experiências diver- da escola no passado.
sas na comunidade. Relembre as falas dos convidados e complemente com Conseguimos descobrir?
experiências semelhantes já compartilhadas pelas crianças. Acolha a fala Como eram os lugares?
— O que vocês acharam
dos pequenos e instigue-os para que ampliem suas percepções por meio de mais interessante na fala
bons questionamentos, considerando, por exemplo, pontos que os colegas dos convidados?
trouxeram. C

Para finalizar
Após as reflexões, as trocas e os registros sobre a entrevista, convide todo o grupo para a próxima ati-
vidade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha outras coletas de informações, como fazer um levantamento de quantas crianças na escola já
brincaram em algum lugar da lista. Você pode ainda organizar, com o grupo, um painel que reúna os registros
das descobertas realizadas na entrevista com os moradores.

 Engajando as famílias
Proponha aos pequenos que realizem entrevistas com os responsáveis sobre os lugares em que brincavam
quando crianças e peça que tragam os resultados para compartilhar com a turma. É possível que alguns adultos
apontem como espaço lugares rurais ou arborizados como praças e parques, e indiquem brincadeiras com as
quais as crianças não estão familiarizadas. Em casos assim, separe um momento para explicar à turma sobre
essas brincadeiras e, caso se sinta à vontade, fale também de experiências na sua infância para enriquecer o
que foi compartilhado pelos responsáveis deles.

135
Sequência: Conhecendo o bairro

 EI03EO03  EI03EO04  EI03ET03


MELHORIAS PARA O
ESPAÇO DE BRINCAR
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Recupere previamente todos os registros realizados para que as crianças possam refletir sobre as possíveis
melhorias, tendo como base o direito de brincar.

 Materiais
•  Registros das experiências das crianças com os locais de brincar no bairro: Sugestão de leitura
lista dos lugares de brincar, fotos e desenhos de vivências nesses locais,
•Modelo de
registros de entrevistas e materiais coletados com os responsáveis nas tabela. Nova Escola.
atividades anteriores deste conjunto; Disponível em: https://
nova-escola-producao.
•  Materiais de referência de lugares de brincar variados, como fotos, fôlderes,
s3.amazo
jornais, revistas, livros com vastas opções de objetos e espaços de brincar; naws.com/JPEJhpZr
•  Um computador com acesso à internet (se possível) para ampliar os diálogos cBEUZugzvudqzCcP
sobre as proposições para o espaço; mXQ5ZMraYedNhz8yq
•  Marcador gráfico (pincel e/ou caneta hidrocor); 3wMmT3dX9hnKHsyx
•  Materiais para registros das crianças (papel e caneta hidrocor); nj3/atividade-para-
impressao-modelo-de-
•  Mesas para disponibilizar os materiais e o computador; tabela-edi3-29und05.
•  Tabela com os problemas levantados na atividade Explorando um espaço pdf. Acesso em:
de brincar, deste conjunto. 15 jul. 2021.

 Espaços
Organize mesas em diferentes ilhas nas quais os materiais coletados, os materiais de referência e o compu-
tador serão disponibilizados. O espaço deve favorecer liberdade para explorações e interações nos pequenos
grupos. Reserve um local para disponibilizar uma tabela com os problemas e a sugestão das melhorias.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como foi o engajamento do grupo na proposta de refletir acerca de melhorias nos lugares de brincar?
2. Como as crianças refletiram sobre o brincar? Reconheceram suas experiências e as experiências
de sua comunidade nos lugares de brincar e suas possibilidades?
3. Como elas pensaram em melhorias de modo a ampliar as possibilidades de brincar? As melhorias
trazidas pelo grupo refletem a problematização de questões sociais e naturais?

136
Atividade: Melhorias para o espaço de brincar

 Para incluir todos


Assegure as condições necessárias para o livre acesso das crianças às ilhas, além de garantir a visualização
da lista de problemas e melhorias.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar em roda. Conte que hoje A


vocês continuarão a investigação sobre os lugares de brincar nas Possíveis falas do professor
proximidades da escola. Nesse momento, relembre com o grupo
qual é o papel do investigador, ilustrando-o com os passos reali- — Vocês se lembram de que
começamos uma investigação sobre
zados pelas crianças no processo investigativo. Para tal, resgate lugares de brincar? Fizemos uma
os registros, as fotografias, as falas dos pequenos e as proble- lista dos que conhecemos, visitamos
máticas que levantaram. Diga que o próximo passo é analisar o um dos lugares e entrevistamos
material coletado e encontrar as possíveis ações que podem ser moradores antigos. Toda
realizadas para a melhoria do local, resolvendo os problemas que investigação é assim: começa com
uma pergunta, um problema, depois
encontraram. A
o investigador pesquisa e coleta
informações.
2 Retome com os pequenos as impressões registradas após a visita — Agora que já descobrimos tantas
realizada ao local de brincar escolhido, mostrando a eles a tabela coisas sobre os lugares, vamos
que criou. Sinalize que é hora de analisar os problemas que en- refletir sobre como eles podem ser
contraram para que possam achar formas de resolvê-los. Nesse melhorados?
momento, instigue a turma a refletir acerca desses problemas.
Acolha as falas das crianças e amplie as interpretações delas, es- B
timulando-as para que expressem os sentimentos e as vivências Possível fala do professor
relacionadas a essas questões. B
— Escrevi nesta tabela os problemas
que vocês encontraram na visita que
3 Após a conversa sobre os problemas encontrados, diga às crianças fizemos. Na primeira coluna, há um
que trabalharão em pequenos grupos. Cada grupo receberá um problema em cada linha. Vamos
dos problemas e deverá pensar nas formas de resolvê-lo. Auxilie preencher agora a segunda coluna,
as crianças na organização dos grupos de acordo com suas prefe- com as soluções que encontramos para
rências e convide-as para que iniciem a reflexão, solicitando que resolver esses problemas?
se recordem de que é hora de pensar sobre como podem resolver
o problema que receberam. Diga que, para ajudar no processo de C
criação, é possível contar com os materiais que coletaram e com Possíveis falas do professor
outros materiais de referência que você trouxe. Descreva um des-
— Para nos ajudar a pensar nas
ses itens para o grupo, apontando suas características e exempli- ações de melhoria, trouxe alguns
ficando como ele pode servir de inspiração. C exemplos de lugares de brincar.
— Esta foto, por exemplo, é de um
4 Convide os pequenos grupos para explorar os materiais coletados parque. O que vocês conseguem ver
e os materiais de referência, com o objetivo de sugerir melhorias nele? Há muitas árvores que deixam
o lugar mais fresco, com sombras.
para o problema que receberam. Auxilie as crianças de cada grupo
Há bancos para que as pessoas se
no registro das ideias e diga que podem fazê-lo por escrito ou por sentem debaixo das árvores. Então,
desenho. Observe as interações dos pequenos, potencializando o se temos um problema como a falta
manuseio e a leitura dos materiais e auxiliando os que solicitam de sombra, plantar árvores pode ser
qualquer tipo de apoio. uma melhoria, não acham?

137
Sequência: Conhecendo o bairro

5 Realize intervenções que possam enriquecer o processo de criação dessas me-


lhorias, fazendo uma pesquisa na internet, por exemplo. Em seguida, convide
os pequenos grupos a voltar para a roda, de modo que façam uma comple-
mentação da tabela incluindo as melhorias que cada um pensou.

6 Reúna todo o grupo em roda para a partilha e o registro das melhorias sobre
as quais as crianças refletiram. Sinalize que você vai escrevê-las ao lado do
problema no espaço reservado na tabela. Estimule as crianças para apresen-
tar as ideias e ouvir as sugestões das demais. Acolha todas as ideias trazidas
pelos pequenos grupos.

Para finalizar
Após completar a tabela com a lista das melhorias pensadas pelas crianças, leia as ideias trazidas e
conte para o grupo que deixará a tabela fixada na sala. Em breve, vocês continuarão a conversar sobre as
ações de melhoria para o local de brincar. Depois, convide todo o grupo para se organizar para a próxima
atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Possibilite outros contatos com os materiais de referência, em outros momentos, para que as crianças continuem
explorando-os, em cantos organizados no momento de entrada, por exemplo. A atividade pode ser repetida
considerando outros espaços e propondo entrevistas com outras pessoas da comunidade. Você pode retomar
as entrevistas, identificando, nas falas dos moradores, sugestões de melhorias para o espaço.

 Engajando as famílias
O engajamento dos responsáveis pode ser feito com a complementação da lista de melhorias gerada pelo
grupo. A complementação pode ser realizada com o compartilhamento da lista, por meio da agenda ou de
algum canal de contato entre a escola e os adultos. Em outro momento, a lista pode ser sistematizada com as
crianças, para que estejam atentas ao que podem fazer para melhorar a convivência em ambientes coletivos.
Se houver interesse da parte delas, é possível criar uma lista em cartolina desenhada e enfeitada por elas com
algumas dessas dicas.

138
Atividade: Planejando ações para o espaço de brincar

 EI03EO03  EI03EF07
PLANEJANDO AÇÕES PARA
O ESPAÇO DE BRINCAR
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Resgate a tabela de melhorias sugeridas pelas crianças para os problemas encontrados no local de brincar
e preveja que vai ampliá-la inserindo novas colunas, para transformá-la em um plano de ação.

 Materiais
•  Materiais de referência, como fôlderes de campanhas, reportagens sobre ações e intervenções locais,
panfletos de convocações, convites para ações e eventos colaborativos, sites de campanhas;
•  Um equipamento com acesso à internet (se possível) para ampliar o acesso a referências e exemplos
de intervenção no espaço;
•  Tabela com os problemas e as melhorias para o local de brincar, produzida na atividade Melhorias
para o espaço de brincar, deste conjunto, e ampliada para registrar o plano de ação.

 Espaços
Organize a sala com os materiais disponíveis em ilhas e fixe a tabela em um espaço onde todo o grupo possa
se reunir, favorecendo o trabalho colaborativo. É possível também utilizar um ambiente externo preparado para
a inspiração e a reflexão do grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças exploraram os materiais? Como se deu a interação com os materiais disponibi-
lizados e entre os pares?
2. Ao buscarem ações para a realização das melhorias, as crianças recorreram a que tipo de referência?
3. Como acolheram opiniões e sugestões? Tomaram decisões coletivamente?

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada uma. Possibilite que
todos se expressem, se assim desejarem, de modo a se sentirem representadas. Lembre-se de deixar os materiais
acessíveis para as crianças, auxiliando-as a interpretá-los, se for necessário.

139
Sequência: Conhecendo o bairro

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e relembre-as sobre a tabela de sugestão A


de melhorias que foi elaborada para o local de brincar. Conte à
Possíveis falas do professor
turma que o objetivo hoje é detalhar as soluções que os peque-
nos grupos listaram e registraram na tabela. Comente que, para — Hoje, vamos complementar a tabela,
indicando o que vocês acham que
fazer isso, elas vão, em pequenos grupos, imaginar ações que
podemos fazer para que cada melhoria
podem ser feitas para que a melhoria aconteça. Diga ainda que aconteça. Vocês disseram que era um
depois, na roda, com a sua ajuda, elas vão partilhar as ideias e problema não ter sombra no local de
registrá-las na tabela, que irá ganhar mais informações. Retome brincar e que, para resolver isso, era
a tabela de melhorias exemplificando o que irão fazer hoje. A necessário plantar árvores. Escrevi isso
aqui na segunda coluna da tabela!
— Agora, nessas novas colunas, vamos
2 Combine com as crianças a organização de pequenos grupos, colocar como faremos para plantar as
a fim de que comecem a refletir sobre quais ações podem ser árvores.
propostas. Distribua as sugestões de melhorias para que pos- — Como podemos deixar esse canto
sam pensar em como cada uma delas pode acontecer. Peça a acolhedor? Como podemos conseguir
elas que descrevam ou desenhem como poderá ser realizada plantas? Quem pode nos ensinar a
plantar?
e de que forma ela vai deixar o local de brincar melhor para a
— O que podemos colocar aqui?
comunidade. Diga às crianças que podem consultar o material
disposto para apoiar as ideias delas e sinalize que você circulará
pelos grupos para auxiliá-los no que for necessário, realizando B
a leitura de algum material, esclarecendo dúvidas ou mediando
Possíveis falas do professor
as discussões.
— Vocês perceberam que neste fôlder
sobre essa praça há muitos bancos
3 Observe que as crianças poderão se organizar de formas varia-
coloridos? Isso tem alguma relação
das; estimule as interações com os diferentes materiais dispo- com a melhoria que o grupo de vocês
níveis, assim como entre os grupos. Atente-se ao tempo e, ao precisa pensar?
observar que estão finalizando as discussões, sinalize para a — Interessante essa discussão de
turma que em cinco minutos todos retornarão à roda para par- vocês, o que acham de fazer uma
tilhar as ideias. B busca na internet sobre esse assunto?

4 Ao fim das discussões, chame as crianças para partilhar as ideias C


na roda. Acolha todas as sugestões trazidas, refletindo com elas
Possíveis falas do professor
as razões da escolha de cada ideia. Após todos os grupos terem
exposto as ações, diga às crianças que agora é hora de comple- — Vou ler nosso plano de ação.
mentar a tabela e que, para isso, você irá registrar as sugestões Vou começar pela primeira coluna,
que destaca o problema que
trazidas em uma coluna com o título “Como solucionar”, que será encontramos: a falta de suportes com
um espaço para colocar o detalhamento da melhoria. saquinhos para coleta de dejetos de
animais de estimação.
5 Leia com as crianças enquanto escreve as soluções para a reali- — Aqui, na segunda coluna, como
zação de cada uma das melhorias listadas e questione-as sobre resposta ao problema, vocês
pensaram que podem convidar um
os envolvidos em cada uma dessas ações, concluindo assim o
pet shop para instalar os suportes;
preenchimento da tabela. na terceira coluna, acham que
podem escrever cartas e fazer visitas
6 Ao encerrar o preenchimento, faça a leitura de cada ação, segui- a alguns pet shops do bairro para
da de seu detalhamento, e observe se o grupo aprova todas as convidá-los a agir. Todos concordam
indicações ou se há mais sugestões. C com essas ideias? Há alguma outra
que queiram acrescentar?

140
Atividade: Planejando ações para o espaço de brincar

Para finalizar
Destaque a importância da participação das crianças na melhoria da região, instigando-as a refletir so-
bre como cada um pode colaborar para melhorias do espaço. Dê continuidade à rotina diária do grupo.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode combinar de implementar as ações do plano em outro momento, envolvendo os responsáveis
pela ação. A partir do plano de ação elaborado pelo grupo, proponha a coleta e a preparação dos materiais
necessários ou a realização das ações, contando com o envolvimento da comunidade escolar.

 Engajando as famílias
Os responsáveis provavelmente estarão listados no plano de ação desenhado pelo grupo como envolvidos
nas ações. Portanto, convide-os para participar da implementação das ações propostas ou da complementação
das ações, ampliando as melhorias no local de brincar. Caso seja possível, peça que os adultos enviem suas
sugestões acompanhadas de fotografias, assim é possível desenvolver um mural com o antes e o depois da
organização para apresentar à turma.

141
8
AP

CONJUNTO

UNIDADE

TEXTOS POÉTICOS
O universo sonoro fascina as crianças, que estão sempre interessadas nas rimas, na
descoberta de novas palavras, nas sonoridades que lhes parecem estranhas, nas palavras
compridas ou muito curtas, nos ritmos e nas cadências dos textos. Esse encantamento
é uma das chaves para que o processo de letramento das crianças seja rico e que elas se
interessem por adentrar cada vez mais no mundo das palavras. Neste conjunto, vamos
conhecer diferentes propostas que vincularão as crianças positivamente a esse universo,
além de torná-lo acessível a elas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
isoladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem
obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em
conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos te-
mas e das narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

142
Unidade: Textos poéticos

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

EI03EF02 Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e ritmos.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.
Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria
EI03EF08 leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela
leitura das ilustrações etc.).

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Escuta, fala, pensamento


movimentos e imaginação

143
Unidade: Textos poéticos

 EI03EO02  EI03EF02  EI03EF07  EI03EF09


FAZENDO RIMAS A PARTIR
DE UMA PARLENDA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é importante que você já tenha explorado anteriormente a parlenda com as
crianças. Para isso, proponha previamente que cantem, façam gestos e usem materiais diversos para fazer
sons, por exemplo.

 Materiais
•  Um cartaz ou um quadro para escrever a lista de palavras, em tamanho que todo o grupo tenha
acesso visual;
•  Marcador gráfico (caneta e giz de quadro);
•  Um cartaz com uma parlenda conhecida pelas crianças, em letra imprensa maiúscula;
•  Papel cartolina tamanho A4, giz de cera, massinha e jogos de encaixe para as atividades de livre
escolha.

 Espaços
Na sala, organize os materiais em dois espaços: um para o grupo de crianças que participará da atividade
com as rimas; outro com materiais para atividades de livre escolha, como desenho, massinha e jogos de encai-
xe. Enquanto você desenvolve a atividade principal em um ambiente com um pequeno grupo, o outro grupo
brincará livremente com os materiais disponíveis.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais hipóteses as crianças trazem na tentativa de leitura da parlenda?


2. Para a construção das rimas, elas apoiam-se em letras ou em sons conhecidos? Como?
3. Quais são as formas de interação do grupo? Como as crianças ajudam umas às outras na composição
da lista de rimas?

144
Atividade: Fazendo rimas a partir de uma parlenda

 Para incluir todos


Facilite a participação de todos na elaboração da lista de palavras, propondo alternativas para a contribui-
ção individual e traçando estratégias para que as crianças se ajudem entre si. Lembre-se de que são crianças
pequenas e que a proposta é que elas tenham acesso à linguagem escrita e a suas sonoridades por meio da
parlenda. Portanto, incentive descobertas de forma que o envolvimento seja brincante, em uma relação na qual
as crianças testam possibilidades, sem preocupações com erros ou acertos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Conte para as crianças que farão uma atividade diferente com a par-
lenda que conhecem e que elas deverão estar organizadas em dois pe-
quenos grupos. Diga que, enquanto um estará com você vivenciando a A
experiência com a parlenda, as outras crianças vão brincar com jogos
Possíveis falas do professor
de encaixe, massinha ou desenho e que depois vão se revezar. Na se-
quência, organize as crianças, convidando-as a ir ao espaço escolhido — Olhem o título da parlenda.
e mostre o cartaz. Instigue-as a ler qual parlenda está escrita ali e a Há letras conhecidas?
— Será que pelo título a gente
fazer descobertas sobre o texto. É possível que muitas queiram levan-
descobre que parlenda é
tar e recitar a parlenda. Incentive as falas, possibilitando que explorem essa?
o texto. Acolha as percepções e as hipóteses, de forma que se sintam
confortáveis para falar sobre suas experiências. A
B
2 Após acolher as hipóteses das crianças, sugira que elas façam a leitura da Possíveis falas do professor
parlenda. Leia com elas em voz alta, dando ênfase às rimas e brincando — Durante a leitura, vocês
com o texto. Depois, leia vagarosamente e passe o dedo pelas linhas do encontraram palavras
texto, para que elas possam ter pistas da relação dos sons com a escrita. parecidas?
— O que elas têm de igual?
Convide as crianças para fazer uma leitura diferente da parlenda, incen- Em que parte elas são iguais?
3 — Quem pode me dizer quais
tivando-as a utilizar vozes diferentes (alta, baixa, com voz de monstro
palavras terminam com o
e outras que sejam sugeridas). Acolha as ideias delas para criar essas mesmo som?
vozes. Após esse momento de leitura, pergunte se elas encontraram pa- — Vou circular essas palavras
lavras com escrita ou sons parecidos. Conforme falam, grife ou circule que vocês disseram.
as palavras no cartaz. B
C
4 Depois da exploração das palavras no texto da parlenda, pergunte se
Possíveis falas do professor
as crianças conhecem outras palavras que terminam com os sons lidos.
Incentive-as a descobrir novas palavras e diga que você vai anotá-las, — Vamos fazer uma mudança,
colocando as palavras que
fazendo uma lista de rimas.
estão aqui na lista no lugar das
palavras que marcamos na
5 Ao terminar a lista, leia as palavras para as crianças e recite a parlenda parlenda?
com a turma, substituindo palavras da parlenda por essas que os peque- — Vejam: primeiro vamos usar
nos falaram. Explore as palavras da lista e outras que possam surgir. C a palavra “campeão”, depois
“babão” e, por fim, “balão”. A
parlenda vai ficar assim: “Rei,
6 Logo após, diga às crianças que, conforme combinaram no início, agora campeão, soldado babão, moça
é a hora de trocar os grupos para que as outras possam brincar de rima bonita do meu balão”.
também. Conte ainda que, quando faltar dez minutos para o encerra-
mento da atividade, você vai avisar para que comecem a organizar os
materiais.

145
Unidade: Textos poéticos

Para finalizar
Reveze os grupos e depois reúna todas as crianças para conversar sobre como foi brincar e criar rimas
novas para a parlenda. Após a conversa, convide-as para organizar o espaço e indique a próxima ativida-
de da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade em pequenos grupos, explorando parlendas diversificadas e, em seguida, compartilhando
com a turma. Escolha também com as crianças uma ou mais parlendas que, ao receber as novas palavras, ficarão
mais divertidas para escrever novos textos e expor em murais para a comunidade escolar.
Para ampliar as vivências dos pequenos com as rimas, além das atividades sugeridas neste conjunto, considere
realizar a atividade Identificando palavras que rimam, do conjunto Investigando palavras e sonoridades.

 Engajando as famílias
Envie aos responsáveis um bilhete com a parlenda e conte que as crianças criaram outras rimas a partir de uma
lista de palavras. Proponha a eles que brinquem com os pequenos, criando outras rimas com novas palavras.

146
Atividade: Descobridores de poemas

 EI03EF03  EI03EF07  EI03EF08


DESCOBRIDORES
DE POEMAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que as crianças já tenham vivenciado contextos de aprendizagens com poemas, considerando
as características próprias da composição do gênero, pois é esse texto que será identificado por elas.
O material deve ser em quantidade suficiente para distribuir em quatro pequenos grupos de cinco compo-
nentes em média. É preciso ter um ou mais poemas em cada grupo.

 Materiais
•  Gêneros textuais diversos, de preferência em seus portadores, como contos, poemas, cartas, folhetos,
encartes, convites de aniversário, ingresso de cinema, bulas, histórias em quadrinhos, jornal, revista,
entre outros.

 Espaços
Para desenvolver a proposta, planeje um espaço onde as crianças possam se organizar inicialmente em uma
roda e outro com pequenas ilhas, onde os pequenos grupos vão explorar os textos posteriormente.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças observam a forma de apresentação gráfica característica do gênero poema?


Apoiam-se na forma? Recorrem à memória de um texto já conhecido?
2. Como foi a partilha de experiências das crianças? O que disseram? Quais pontos você observou
que necessitam de maior aprofundamento para a criação de outros contextos considerando a
proposta?
3. Que interesses demonstram pelos poemas? Como se expressam a partir das descobertas?

147
Unidade: Textos poéticos

 Para incluir todos


Como as crianças ainda estão vivenciando o acesso à linguagem escrita, é possível que algumas necessitem de
maior apoio para reconhecer um poema. Perceba em quais momentos você precisa se aproximar para apoiá-las,
de forma que avancem nas percepções e se sintam acolhidas, por mais que encontrem desafios. Lembre-se de
que os gêneros textuais devem ser em quantidade suficiente para trabalhar com pequenos grupos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Organize as crianças em roda. Mostre a elas que você colocou alguns textos A
nas mesas e que elas terão o desafio de descobrir algo específico que está Possíveis falas
escondido entre eles. Diga que serão “caçadores de poemas” e que o desafio do professor
será encontrar poemas escondidos entre os diversos textos. Converse também — Nas mesas, estão
com as crianças perguntando sobre poemas que já conhecem. A escondidos alguns
poemas. Vocês
2 Proponha que se dividam em pequenos grupos em cada ilha e comecem o conhecem alguns?
desafio. Combine que terão um tempo para realizar o desafio e que depois — Quais desses textos
devem ser poemas?
voltarão para a roda e vão contar aos colegas como descobriram os poemas
— Como será que
entre os outros textos. descobrimos quais são?

3 Enquanto as crianças analisam os textos, circule pelos pequenos grupos, a


fim de observar quais estratégias estão utilizando para cumprir o desafio. Dia- B
logue com elas, dando pistas para que encontrem os poemas, caso necessá-
Possíveis falas
rio. Observe os interesses das crianças em relação à diversidade de gêneros, do professor
especialmente em relação aos poemas: como reagem ao encontrá-los ou
— Posso ler para
como percebem os já conhecidos, por exemplo. É possível que algum grupo vocês para que tentem
necessite de apoio. Nesse caso, esteja atento para mediar e traga questiona- identificar se é ou não
mentos que ajudem na identificação da estrutura de um poema. B um poema?
— Como é a escrita
Durante a exploração dos textos, as crianças podem se interessar e se envol- de um poema? Vocês
4 se lembram como são
ver na exploração de outro gênero que não seja o poema. Caso isso aconte-
organizadas as frases
ça, dê um tempo para que possam se apropriar desse novo conhecimento. em um poema?
Aproxime-se e incentive-as, por meio de questionamentos e leitura dos tex-
tos, fomentando a descoberta dos poemas. Observe a interação dos grupos C
e, quando faltar cinco minutos, diga que essa parte do desafio de descobrir
Possíveis falas
poema está acabando. Ao término, convide as crianças para que voltem ao do professor
grupo, sentadas em roda e levando os poemas que encontraram.
— Como vocês
descobriram que era um
5 Proponha que digam como descobriram que aquele texto é um poema. Após poema?
o compartilhamento das percepções das crianças, leia os poemas encontra- — O que há de comum
dos. Essa última etapa é igualmente importante porque os pequenos poderão entre esses dois
apreciar alguns poemas, expressando os próprios gostos e a vinculação com poemas?
esse tipo de texto, ampliando o repertório deles. C

Para finalizar
Após a partilha dos grupos, organize o espaço com as crianças, guardando os gêneros textuais e diga
a elas que ficarão disponíveis na sala para posteriores interações. Peça a elas que se organizem para a
próxima atividade.

148
Atividade: Descobridores de poemas

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outros momentos, proponha o mesmo desafio sugerindo que sejam “descobridores” de outros gêneros.
Você pode construir com as crianças uma caixa, deixando-a na sala para futuras explorações, bem como a leitura
e a releitura dos gêneros textuais nela presentes.

 Engajando as famílias
Envie aos responsáveis um bilhete contando sobre o que foi vivenciado e que as crianças foram “descobri-
doras de poemas”. Eles também podem ser convidados a enviar para a escola gêneros textuais diversos para
ampliar a proposta, assim você terá um material de exploração cada vez mais rico para explorar com a turma.

149
Unidade: Textos poéticos

 EI03EO07  EI03EF07  EI03EF09


MÚSICAS QUE SÃO POEMAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que você conheça algumas canções da obra A arca de Noé, em especial A foca, e algumas
curiosidades sobre Vinicius de Moraes. É importante que o grupo já tenha conhecimentos prévios sobre rimas e
vivenciado contextos anteriores com as características da composição textual dos poemas.

 Materiais Sugestão de música


foca. A arca de Noé [CD].
•A
Artista: Vinicius de Moraes e
•  Um equipamento para reprodução de áudio; Toquinho. (Ariola, 1980).
•  Playlist, pen drive ou CD com pelo menos três ou quatro músicas do álbum
A arca de Noé, entre elas A foca;
Sugestão de leitura
•  Um cartaz com a letra da música sugerida, em letra imprensa maiúscula;
•  Fichas com algumas rimas da música, com a mesma fonte; foca. Vinicius de
•A
•  Fita adesiva para fixar as palavras no cartaz; Moraes. Disponível em: http://
www.viniciusdemoraes.com.
•  Blocos de montar e materiais de desenho para os cantos de livre escolha.
br/pt-br/musica/cancoes/foca.
Acesso em: 25 jun. 2021.

 Espaços
Organize os espaços para a proposta em pequenos grupos como sugerido na atividade Fazendo rimas a
partir de uma parlenda, deste conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como foi o envolvimento das crianças com as músicas apresentadas? O que ocasionou esse en-
volvimento? As rimas? As letras? A poesia?
2. O que as crianças expressam sobre a percepção das rimas? Envolvem-se com a música? Brincam
com as rimas? Fazem trocas com os colegas?
3. Que estratégias usam para colocar as palavras no texto? Elas demonstram observação da grafia?
Da sonoridade? Perceberam as semelhanças (rimas) entre elas?

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades de cada uma. Fique atento à participação
das crianças e trace estratégias de apoio mútuo entre elas. É fundamental que você acolha as percepções que
elas trazem, de modo a possibilitar o engajamento delas na atividade.

150
Atividade: Músicas que são poemas

O QUE FAZER DURANTE

1 Proponha às crianças que se sentem em roda e se acomodem para uma con-


versa em grupo. Conte que você trouxe um poema, que vai lê-lo e depois elas A
ouvirão o mesmo poema, mas de outra forma. Após essa introdução, faça a Possíveis falas
leitura do poema A foca. Observe a importância de se fazer uma leitura clara do professor
que traga a especificidade do gênero, ou seja, a forma como ele soa, o ritmo — O que vocês acharam
que carrega, as palavras que se destacam, as rimas que o compõem e a ve- das músicas? Acharam
locidade com que ele se apresenta. os temas engraçados?
— E o ritmo? O que
perceberam nas
2 Convide as crianças para ouvir três ou quatro músicas da obra A arca de Noé. palavras que rimam?
Garanta que uma delas seja A foca. Depois, converse com elas e instigue-as — Perceberam
para que expressem suas relações com a apreciação das canções. Observe semelhanças entre elas
se elas perceberam que o poema que você leu também foi cantado. Ainda na e o poema que li para
conversa, após acolher as percepções dos pequenos, pergunte se eles conhe- vocês?
— Vocês conhecem
cem o autor dos poemas que escutaram. Encaminhe o diálogo e apresente a outros poemas que
história de Vinicius de Moraes. Considere os elementos da sua trajetória como foram transformados em
poeta, compositor e cantor. Observe que o momento de exploração deve res- música?
peitar o tempo e o interesse das crianças. A

3 Após a conversa, proponha a escuta da música A foca novamente. Entretanto,


chame a atenção das crianças para que descubram as rimas que aparecem na
canção. Peça que, para esse momento de investigação, quando escutar algu- B
ma rima deve-se bater palmas como uma foca. Observe a interação do grupo Possíveis falas
nesse momento. Se necessário, repita a brincadeira mais uma vez. do professor
— Vocês podem
4 Instigue as crianças a contarem sobre quais rimas encontraram ao ouvir a can- encontrar a palavra
ção. Depois de acolher as percepções, conte a elas que você preparou fichas “feliz” na música?
Fiquem à vontade para
com algumas palavras que estão no poema. Diga que preparou esse mate-
chamar mais amigos
rial para mais um desafio que será encontrar as palavras da ficha na canção. para ajudar nesse
desafio!
5 Aponte para uma ficha e leia a palavra que está escrita nela. Convide duas ou — Alguém tem uma
três crianças para que encontrem onde a palavra aparece no poema. Nesse dica de como podemos
momento, trace estratégias para que os pequenos façam trocas e se apoiem encontrar a palavra?
— As rimas ficam no
nas descobertas e, assim que a turma descobrir e comparar as palavras, so- início ou no fim da frase?
breponha as fichas sobre o cartaz. B

6 Quando terminar a composição das fichas no cartaz, convide as crianças para


ouvir a música mais uma vez. Proponha que apreciem dançando e criando ges-
tos livres. Depois, prepare a troca das propostas e siga a mesma estratégia
com o outro pequeno grupo. Se não for possível realizar esse revezamento
com todos os pequenos grupos no mesmo dia, combine com as crianças e
continue no dia seguinte.

Para finalizar
Incentive a participação das crianças na organização dos ambientes e dos materiais utilizados durante as
atividades. Após essa organização, diga que deixará o cartaz fixado na sala para que elas voltem a brincar
em outros momentos. Organize o grupo e convide-o para vivenciar a próxima proposta do dia.

151
Unidade: Textos poéticos

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Utilize diferentes poemas em forma de música para repetir a proposta, pois vivências como essa possibilitam
que, ao mesmo tempo que as crianças colocam em jogo suas hipóteses sobre a escrita das palavras e suas
similaridades sonoras, elas ampliem o repertório de palavras conhecidas.

 Engajando as famílias
Deixe o cartaz exposto na sala e, ao final do dia, coloque a música A foca para receber os responsáveis. Peça
às crianças que os convidem para entrar e conhecer o poema em forma de música que contextualizou a vivência
de um momento do dia.

152
Atividade: Não confunda! Uma brincadeira com rimas

 EI03CG01  EI03EF03  EI03EF08


NÃO CONFUNDA! UMA
BRINCADEIRA COM RIMAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que você conheça previamente o livro Não confunda, de Eva Furnari. Leia-o algumas vezes, busque
conhecer as rimas e as brincadeiras, perceba a sonoridade das palavras e o jogo poético entre as comparações
e confusões intencionais propostas e ilustradas de forma cômica.

 Materiais Sugestão de leitura



•Não confunda.
•  O livro Não confunda, da autora Eva Furnari (caso não seja possível, opte Autora: Eva Furnari.
por outro de seu repertório que contenha as mesmas características); Ilustrações: Eva Furnari.
(Moderna, 2011).
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Escolha um espaço em que a turma se sinta confortável, acolhida para a leitura, e que possibilite a expressão
através de brincadeiras com o corpo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças observam a leitura do livro? Olham atentamente para ele? Comunicam com os
colegas trocando ideias? Falam sobre as rimas? De que maneira?
2. Quais expressões corporais usam para revelar sentimentos e interesses sobre a brincadeira com
as palavras? Elas se divertem? Demonstram espanto? Surpresa? Graça?
3. Quais comentários fazem em relação às rimas, à brincadeira poética, às divertidas ilustrações e
à sua relação com o texto? Que outras formas de participação são percebidas por você?

 Para incluir todos


Observe se as crianças estão envolvidas com as rimas e as brincadeiras que a autora faz com as palavras.
Fique atento às manifestações corporais e à interação com o livro. Proponha possibilidades para que elas
acompanhem a leitura, como convidá-las a ficar mais perto de você.

153
Unidade: Textos poéticos

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar de forma confortável e conte que A


você trouxe um livro engraçado e cheio de rimas, com muitas brincadeiras Possíveis falas
feitas pela autora. Apresente o livro, compartilhe com as crianças os elemen- do professor
tos que compõem a capa e mostre que a autora também criou as ilustrações. — O que vocês veem na
Proponha que expressem hipóteses sobre o título da obra e sobre a capa, in- capa?
centivando que falem sobre a expressão “não confunda” e os desenhos que — Por que será que
estão na capa. A esse livro se chama Não
confunda?
— Que tipo de
2 Inicie a leitura do livro, envolvendo o grupo por meio de suas entonações e ex- brincadeira com as
pressões propostas pela obra. A cada página, proponha uma pausa para que palavras a autora deve
observem as ilustrações. Há, propositalmente, uma brincadeira entre figuras fazer?
e palavras que sugere uma leitura leve e com muito humor. Considere apoiar
o grupo na interpretação das imagens, oportunizando que comentem sobre
as ilustrações e confusões. Harmonize a roda combinando que as crianças B
possam falar e serem ouvidas, entendendo o espaço do riso, se acontecer, e Possíveis falas
direcionando para retomar a leitura. Ao perceber, por exemplo, que já se es- do professor
gotaram os comentários acerca da página que está sendo lida, diga para todo — Que tal agora
o grupo que vocês podem descobrir qual será a próxima confusão. brincarmos de fazer
as nossas confusões e
rimas?
3 Ao concluir a leitura, compartilhe com o grupo que, agora, vocês têm o de- — Cada criança fará
safio de criar as próprias confusões. Conte que vocês farão uma brincadeira um gesto e nós,
diferente e, assim como a autora do livro, brincarão com as rimas e os gestos em seguida, vamos
de cada um. Combine que cada criança será convidada a fazer um gesto ou encontrar uma rima
um movimento com o corpo e que o grupo acrescentará uma rima em segui- para ele. Por exemplo:
da. Apoie o grupo, exemplificando as primeiras rimas e encaminhando para a “não confunda o Paulo
pulando com um
brincadeira. Como escriba, anote as rimas feitas pelos pequenos como forma biscoito nadando”; “não
de registrar a proposta. B confunda Maria fazendo
careta com maçaneta
É provável que as crianças se confundam ao inventar novas rimas, ora dizendo de jaqueta”.
4
palavras com sons iniciais parecidos, ora dizendo palavras que se combinam
do ponto de vista semântico (bom/mau, ave/passarinho), ou ainda trazendo
palavras da parlenda explorada na atividade Fazendo rimas a partir de uma
parlenda, deste conjunto. Isso é comum e esperado nessa faixa etária, em
especial se forem as primeiras experiências com rimas. Se necessário, com-
partilhe as rimas e as confusões criadas em conjunto e convide os pequenos
para que verifiquem se as rimas se parecem com as encontradas no livro de
Eva Furnari. Favoreça que eles possam contar de quais rimas e confusões
mais gostaram, tanto as criadas por eles quanto as expressas no livro. Incen-
tive-os a participar desse diálogo, mas respeite as crianças que não quiserem
se expressar.

Para finalizar
Após conversar com as crianças sobre as rimas de que mais gostaram, convide-as a organizar o espaço
utilizado por vocês. A seguir, indique a próxima atividade da rotina.

154
Atividade: Não confunda! Uma brincadeira com rimas

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere repetir a estratégia de leitura e de criação literária reunindo essa coleção de rimas e confusões
para criar, com as crianças, um livro poético e cheio de humor. Proponha inclusive que criem as ilustrações.
Para ampliar as vivências das crianças com as rimas, além das atividades sugeridas neste conjunto, consi-
dere realizar a atividade Brincadeiras com a sonoridade das palavras, do conjunto Investigando palavras
e sonoridades.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que levem o livro para casa, fazendo um revezamento entre elas e sugerindo que façam
a leitura com os responsáveis. Caso reúna as rimas das crianças em livro, é possível dividir com os adultos, em
um momento coletivo, o trabalho literário do grupo.

155
Unidade: Textos poéticos

 EI03EO07  EI03EF02  EI03EF07


CADÊ? UM POEMA DE JOSÉ
PAULO PAES
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A proposta pressupõe que as crianças já conheçam a parlenda Cadê o toucinho? e que tenham brincado com
ela em diferentes contextos, a ponto de que já tenham memorizado o texto.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  O livro Lé com cré, de José Paulo Paes (é possível também utilizar outro com
as mesmas características); com cré. Autor:
•Lé
•  Um cartaz com o poema Cadê?, disponível na obra sugerida, escrito em letra José Paulo Paes.
Ilustrações: Alcy.
imprensa maiúscula; (Ática, 2019).
•  Um computador e um projetor (se possível) para digitar e projetar o poema
criado pelas crianças;
•  Cartolina e canetões coloridos, caso a escola não disponha de equipamentos eletrônicos para expor o
poema criado;
•  Almofadas;
•  Colchonetes ou tapetes emborrachados;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço confortável na própria sala, com tapetes ou almofadas. Observe a necessidade de uma
parede livre para projetar o poema produzido pelas crianças.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças se relacionam com a proposta da leitura? Ao ser feito o convite de se
pensar no texto a partir do título, quais hipóteses levantam?
2. Durante a leitura, como interagem com o texto? Que tipo de linguagem utilizam para se manifestar?
3. Ao criar o novo poema, como se relacionam e como estão brincando com as palavras? Há trocas
entre os grupos? Como estão fazendo as negociações para acolher ou contrapor ideias?

156
Atividade: Cadê? Um poema de José Paulo Paes

 Para incluir todos


Atente-se para acolher as diversas formas de participação. Considere os olhares e as expressões faciais frente
ao diálogo e lance-se num jogo em que as crianças percebam que essa comunicação está sendo acolhida por
você e pelo grupo. Lembre-se de disponibilizar o cartaz em altura e distância acessíveis para todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar em roda, utilizando colchonetes, tape-


tes e almofadas, e conte que elas conhecerão o poema Cadê?, de José Paulo
Paes, um poeta que faz brincadeiras com as palavras, tornando os poemas
divertidos e inusitados. Apresente o livro Lé com Cré e investigue, com as crian-
ças, se elas conhecem o autor e suas obras. Proponha que, a partir do título
do poema, antecipem ideias sobre as possíveis abordagens do texto. Inicie a
leitura, dando atenção especial aos elementos orais que constituem um poe-
ma. Cuide da entonação, de forma que percebam em sua leitura a lógica da
brincadeira do autor com o diálogo de perguntas e respostas. A
Possíveis falas
do professor
2 Apresente o cartaz com o registro do texto. Conte que reproduziu o texto do
livro no cartaz para que todos conseguissem ver e acompanhar a leitura com — Conhecem algum
você. Utilize a expressividade corporal para potencializar a rítmica do poema. texto parecido com esse?
— O que observaram
Explore o olhar, os gestos e as mímicas para interagir com as crianças, criando nele? O que ele conta?
um envolvimento com o texto assim como é feito ao brincar com a parlenda. — Vocês acharam
engraçado? Por quê?
3 Após a segunda leitura, converse sobre quais foram as percepções das crianças. — No que será que
Observe que o texto do autor é uma releitura da parlenda Cadê o toucinho?. o autor pensou para
construir um poema
Instigue-as a perceber isso também. Considere recitar a parlenda com os pe-
como esse?
quenos e brinque com eles, levantando a similaridade presente nos textos. A

4 Atente-se ao engajamento do grupo e sinta se há a necessidade de repetir a


leitura. Após acolher as percepções das crianças, inicie uma conversa a fim de B
traçar qual foi a lógica do caminho percorrido pelo autor para a composição
Possíveis falas
do poema. Converse sobre a primeira frase do texto. Construa reflexões com do professor
a turma sobre o que essa frase representa, salientando que é a partir dela
que se inicia o jogo de perguntas e respostas. — Então, eu começo!
Cadê a banana?
— O que você pode
5 Conte que a ideia é que, juntos, vocês criem um Cadê? novo. Para isso, você responder?
iniciará a brincadeira perguntando “cadê (determinado objeto)?” e cada crian- — Agora que ela
ça dará uma resposta ou fará uma pergunta para continuar a brincadeira. Elas respondeu e para a
podem se apoiar nos dois poemas para criar as perguntas e as respostas. Você brincadeira continuar,
você precisa fazer uma
também pode dividi-las em dois pequenos grupos em que um cria oralmente nova pergunta.
as perguntas; o outro, as respostas. B

6 Proponha ao grupo que a criação deles vire um poema da turma. Diga às


crianças que você será o escriba e irá registrar em um documento no com-
putador (se possível) ou em um caderno específico para isso. Explique a elas

157
Unidade: Textos poéticos

que vocês farão isso de forma coletiva. Conte que, para facilitar a visua- C
lização, você escreverá seguindo uma cor para as perguntas e outra para Possíveis falas
as respostas. Se utilizar o computador, siga o mesmo esquema de cores e do professor
organize o grupo no espaço que preparou para a projeção e inicie a cons- — Que resposta esse
trução textual com os pequenos. grupo pensa em dar
para a pergunta? Do
vento?
7 Relembre que o autor iniciou o texto percebendo que estava escuro. Investigue — Vou ler para vocês o
junto ao grupo como eles poderão iniciar o novo poema. Ao decidirem qual que já fizemos, vejam:
será a percepção disparadora, digite ou escreva a primeira frase referente à “Nossa, que cheiro. De
pergunta na cor selecionada por você. Os pequenos podem se apoiar nos con- onde vem esse cheiro?
textos orais criados anteriormente. Siga instigando-os para que reflitam sobre Do vento”.
quais perguntas e quais respostas poderão usar para a composição do poe- — Para continuar,
precisamos fazer uma
ma e esteja atento para problematizar algumas proposições das crianças. C pergunta ou dar uma
resposta?
8 Observe o engajamento e a participação das crianças na proposta de elabo- — E que pergunta
ração do poema e atente-se para o momento em que as proposições se es- podemos fazer para
gotem. Caso sinta que é necessário, pause a elaboração do texto e combine o nosso poema ficar
divertido? Cadê o vento?
com elas que continuarão a escrita no dia seguinte. Leia o poema de forma — Olha, para mim essa é
integral e converse com elas observando se estão satisfeitas com a constru- uma excelente sugestão.
ção e considerando-a finalizada. Se houver necessidade de fazer qualquer Vocês gostam da ideia?
alteração, acolha a ideia do grupo.

Para finalizar
Pergunte para as crianças como foi elaborar o texto e se gostaram de criar um poema de perguntas
e respostas. Diga que vai imprimir o texto ou escrevê-lo em um cartaz, em tamanho grande, a fim de fi-
xá-lo em uma parede da sala para que o leiam em outros momentos. Em seguida, organize as crianças
para a próxima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha que revisem o texto e façam alterações a partir da repetição da atividade, o que ajuda as crianças
a entenderem a provisoriedade da produção textual. Ou, ainda, repita a proposta com as crianças divididas em
pequenos grupos de modo que cada grupo crie o seu Cadê?. Considere ainda reunir todos os registros deste
conjunto e organizar com a turma um mural de descobertas.

 Engajando as famílias
Prepare um cartão com o poema elaborado pelas crianças para enviar aos responsáveis. Combine que, após
a leitura do poema com os adultos, elas digam como o construíram. Proponha que, em casa, elas construam
novos Cadês?.

158
9
AP

CONJUNTO

UNIDADE

BRINCADEIRAS COM MATERIAIS


DE LARGO ALCANCE
O imaginário, a criatividade, a inventividade e a curiosidade estruturam o processo de
desenvolvimento das crianças, pois as mobilizam para aprender continuamente. Suas ati-
tudes de interesse e encantamento permanentes as vinculam com as coisas do mundo.
Seu potencial criador não estipula funções estáticas para objetos e elementos da natu-
reza. Para a criança, tudo pode ser transformado. Assim, por meio das brincadeiras com
materiais de largo alcance e com elementos disponíveis na natureza, ela se relaciona de
forma criativa, construindo conhecimentos sobre as propriedades e as possibilidades
desses objetos e se relacionando com o mundo de forma plena.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
isoladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem
obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas
em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos
temas e das narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento propostos, conforme a organização curricular da fai-
xa etária. O conjunto é caracterizado por atividades recorrentes, ou seja, que devem se
repetir em outros períodos ao longo do ano.

159
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

 Campos de experiências

Corpo, gestos e Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


movimentos e imaginação quantidades, relações
e transformações

160
Atividade: Exploração livre de materiais de largo alcance

 EI03EF01  EI03ET01
EXPLORAÇÃO LIVRE
DE MATERIAIS DE LARGO
ALCANCE
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que você e as crianças já tenham coletado previamente, com a comunidade escolar, os materiais
para a montagem das ilhas.

 Materiais
•  Ilha 1: itens que possam ser empilhados, como latas, caixas de ovos, carretéis de linha, caixinhas de
fósforo, tampas, potes, blocos de madeira, entre outros;
•  Ilha 2: itens refletivos, para experimentações com luz, como CDs, DVDs, papel alumínio, objetos de
metal, pequenos espelhos, entre outros;
•  Ilha 3: objetos grandes nos quais as crianças possam entrar e explorar, como caixas, caixotes e baldes;
•  Ilha 4: elementos da natureza, como galhos, folhas, pedras, areia, entre outros;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço para a roda que será realizada no início. Observe a necessidade de um local aberto (de
preferência externo) para realizar as explorações. Organize os materiais nas quatro ilhas; considere uma dimen-
são estética para cada ilha, ou seja, cuide para que a disponibilização dos objetos seja convidativa e acolha as
crianças de tal forma que a própria ilha seja um convite para brincar e explorar.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as estratégias usadas pelas crianças para explorar os materiais? Elas consideram o uso de
bases para empilhamento? Consideram o tamanho e outras características dos materiais para
suas composições e brincadeiras?
2. Como interagem durante a brincadeira? Constroem composições juntas? Ajudam umas às outras?
3. De quais formas as crianças comunicam suas produções, ideias e explorações?

161
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 Para incluir todos


Busque estar atento às relações estabelecidas entre as crianças. Proponha alternativas para melhorar a
qualidade das interações e trace estratégias para que uma apoie a outra. Nas ilhas, por exemplo, disponibilize
os materiais de maneira acessível e em quantidade adequada para a turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar com você em uma roda e A


compartilhe o propósito da atividade. Conte que poderão esco- Possíveis falas do professor
lher entre as quatro ilhas para brincar de forma livre. Combine — Vocês têm quatro espaços diferentes
com elas a duração da atividade e a organização dos materiais para explorar. Podem escolher à vontade!
ao fim da exploração. A Lembrem-se de que, se for necessário
trocar depois, é preciso que não
Proponha às crianças que observem as ilhas e pergunte se con- misturemos os materiais das ilhas.
2 — Quando estiver faltando dez minutos
seguem identificar alguns dos objetos e as semelhanças entre
para terminar a brincadeira, avisarei que
eles em uma mesma ilha. Somente depois convide-as para es- está chegando a hora de encerrar. Ao
colher uma delas para brincar. final, vamos organizar todo o material
juntos para que possamos brincar com
Circule entre os pequenos grupos para observar e fazer regis- eles novamente em outro dia. Combinado?
3
tros escritos (transcrever a fala de uma criança sobre sua com-
posição) e fotográficos (ações, expressões e outras linguagens B
das crianças) durante a exploração. Colabore com as crianças
Possível ação das crianças
dialogando sobre as experiências e as explorações delas. Se
alguém, por exemplo, tentar empilhar alguns materiais e eles
•Alguma criança poderá pegar dois
espelhos e perceber que, ao aproximar
acabarem caindo, você pode se aproximar, conversar com a
os dois espelhos de seu rosto, sua
criança e ajudá-la a elaborar estratégias conjuntas para em- imagem duplica e divide-se.
pilhar uma torre.

Depois, afaste-se e observe como ela vai interagir com o mate- C


4 Possíveis falas do professor
rial a partir de sua intervenção. Lembre-se de acolher positiva-
mente as ideias e as expressões das crianças: compreenda os — O que você está vendo? O que está
materiais com o sentido que elas atribuem a eles e incentive acontecendo com seu reflexo?
suas experimentações. Seja curioso em relação ao brincar e — O que acha de mostrar sua descoberta
esteja atento às ações dos pequenos para fazer esses incenti- para um amigo?
— Será que conseguimos usar mais
vos, bem como respeite a autoria e as pesquisas que eles estão materiais para refletir essa mesma imagem?
fazendo em suas construções. B C

Para finalizar
Quando estiver chegando ao final da vivência, conte para as crianças que faltam dez minutos para o
término da atividade. Ao terminar esse tempo, diga que é hora de organizar os materiais. Convide-as para
voltar à roda e compartilhar as experiências e as explorações realizadas no dia. Pergunte sobre suas ex-
plorações, que materiais manusearam e como elas trabalharam. Instigue-as a contar o que construíram,
o que notaram de interessante em algum material e o que acharam mais divertido durante a brincadeira.
Traga algumas de suas observações durante a atividade para estimular as falas dos pequenos.

162
Atividade: Exploração livre de materiais de largo alcance

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize um espaço permanente com os materiais coletados. É importante que a proposta de exploração
livre em “ilhas” de materiais possa ser realizada mais vezes. Possibilite que as crianças explorem, investiguem
e brinquem com esses e com outros materiais que possam vir a ser incorporados, de modo que você possa
observar os grupos e as crianças com mais regularidade, acompanhando os processos deles. Considere, para
isso, inspirar-se nas atividades do conjunto Brincadeiras na área externa.

 Engajando as famílias
Ao fim da atividade com as ilhas de exploração livre, escolha alguns dos registros fotográficos e observações
sobre os momentos de brincadeira das crianças para enviar aos responsáveis, em forma de bilhete ou integra-
do ao portfólio delas. Também é possível fazer uma exposição dos registros em um mural para a comunidade
escolar. Aproveite para incentivar os adultos para que continuem contribuindo com materiais para a ampliação
e a manutenção do acervo da escola e para a diversificação das brincadeiras.

163
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 EI03CG01  EI03CG03  EI03ET01


DANÇAR COM MATERIAIS
FLEXÍVEIS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que você já tenha escolhido as músicas com antecedência, considerando os diversos ritmos, os
contextos culturais nos quais estão inseridos e a adequação às crianças. É importante que, com o apoio delas
e da comunidade escolar, os materiais já tenham sido coletados.

 Materiais
•  Playlist, pen drive ou CD com músicas de diversos ritmos, como frevo, samba, country, eletrônica,
músicas clássicas, entre outros;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Materiais flexíveis que se movimentem facilmente com a interação das crianças, como lenços coloridos,
voal, fitas, folhas naturais longas (como as de coqueiro), papel seda, celofane, papel crepom em tiras,
cordas, entre outros;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um local aberto para realizar a atividade, que favoreça a movimentação livre das crianças. Organize
um espaço para a realização da roda de conversa e atente-se à necessidade de organizar os materiais no centro
dele. Considere uma dimensão estética que convide a turma para interagir com os objetos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as estratégias usadas pelas crianças para explorar os materiais? Consideram a forma como
seus movimentos afetam o movimento do objeto? Experimentam diferentes formas de mover o
mesmo objeto?
2. Como elas interagem durante a atividade? Preferem dançar sem os objetos? Dançam sozinhas,
em duplas ou em pequenos grupos? Manipulam juntas um mesmo objeto, criando movimentos
conjuntos? Ajudam umas às outras? Como?
3. De que forma as crianças reagem à mudança das músicas? Seus movimentos mudam com o ritmo?
Elas expressam a percepção de um ritmo mais acelerado ou mais lento?

164
Atividade: Dançar com materiais flexíveis

 Para incluir todos


Proponha alternativas para a qualidade das interações; trace estratégias para que uma criança ajude a outra.
Lembre-se de que algumas delas vão preferir dançar sem utilizar os objetos e outras vão preferir observar os
movimentos. Respeite e receba positivamente as escolhas e as expressões dos pequenos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar com você em uma roda e compartilhe o


propósito da atividade. Conte que todas vão inicialmente explorar os materiais
por alguns minutos. Diga a elas que, ao começar a música, todas vão dançar A
livremente e poderão utilizar objetos como acessórios de dança, sendo possí-
Possíveis falas
vel trocar de material a qualquer momento. Combine a duração da atividade do professor
e a organização dos itens ao fim da brincadeira.
— Que movimento você
quer fazer com o papel?
2 Após a exploração inicial dos objetos realizada pelas crianças, comece a re- — Você acha que o
produção pelos ritmos mais agitados e rápidos. Convide-as a escolher obje- papel está conseguindo
tos e a começar a se movimentar ao som da música. No decorrer da dança, se movimentar como
comece a reproduzir músicas cada vez mais calmas e lentas, de modo que a você imaginou?
atividade termine com a música mais tranquila da sua playlist. — Será que há outro
material disponível
que, ao se movimentar,
3 Circule entre as crianças; observe suas interações com a proposta, realize o consegue fazer o
registro fotográfico ou escrito da atividade a fim de narrar o processo viven- movimento que
ciado pelo grupo. Em suas observações, busque perceber o que elas dizem, você quer?
como dizem, como interagem entre si e com o material, se dançam sozinhas, — O movimento de
algum colega se parece
se manipulam o material em conjunto, se surpreendem-se com seus próprios
com o movimento que
movimentos etc. Você também pode apoiar as experiências e as construções você pensou?
das crianças: medeie a atividade para a ampliação das percepções delas. A

4 Convide as crianças para voltar à roda e compartilhar as experiências e as


explorações realizadas no dia. Você pode perguntar sobre quais materiais
manusearam, como sentiram os ritmos das músicas e como movimentaram
os objetos. Procure saber se elas acharam a brincadeira divertida e quais
sensações experimentaram durante a dança.

Para finalizar
Quando estiver chegando ao final da vivência, conte para as crianças que faltam cinco minutos para o
fim da atividade. Ao terminar esse tempo, diga que é hora de organizar os materiais flexíveis da proposta
modo dançante. Convide-as para voltar à roda e compartilhar as experiências e as explorações realizadas
no dia. Você pode perguntar sobre quais materiais manusearam, como sentiram os ritmos das músicas e
como movimentaram os objetos. Procure saber se elas acharam a brincadeira divertida e quais sensações
experimentaram durante a dança.

165
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize a atividade outras vezes, possibilitando que as crianças explorem de maneiras diferentes os materiais
e os ritmos, o que irá propiciar uma observação mais regular do grupo. Você pode ainda incluir outros materiais e
outros ritmos, possibilitando oferecer mais vivências. Para isso, você pode se inspirar nas atividades do conjunto
Corpo, movimento e dança.

 Engajando as famílias
Escolha alguns dos registros fotográficos e algumas observações feitas sobre os momentos de brincadeira
livre para enviar aos responsáveis. Você poderá ainda convidá-los para participar de uma das vivências com
as crianças, fortalecendo não só o vínculo entre elas e os responsáveis, mas também o engajamento deles em
atividades na escola. Considere continuar solicitando os materiais aos adultos para ampliar o acervo da escola
e o repertório da turma quanto a tipos, espessuras, maleabilidade e tamanhos.

166
Atividade: Brincadeiras com água

 EI03CG02  EI03ET02
BRINCADEIRAS COM ÁGUA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é necessário que você conheça algumas canções da obra A arca de Noé, em
especial A foca, e algumas curiosidades sobre Vinicius de Moraes.
É importante que o grupo já tenha conhecimentos prévios sobre rimas e vivenciado contextos anteriores com
as características da composição textual dos poemas.
Os materiais deverão ser coletados previamente, para que as ilhas sejam organizadas antecipadamente.

 Materiais
•  Estação 1: objetos permeáveis e que se misturam com a água. Disponibilize um recipiente grande e
plano contendo água, como uma bacia ou banheira de bebê, por exemplo, e materiais que amoleçam
ou se desfaçam em contato com água, como papéis, jornais, papelão, algodão, sal, açúcar etc.;
•  Estação 2: itens para o faz de conta. Disponibilize um recipiente, como bacia ou alguns baldes
contendo água, e materiais para complementar o faz de conta, como roupas, varal e prendedores de
roupa;
•  Estação 3: objetos para exploração de cores. Organize a estação perto de uma torneira com altura
acessível às crianças ou disponibilize um balde contendo água, copos e materiais para tingimento
da água, como papel crepom, corante alimentício, suco em pó ou corantes naturais (de beterraba ou
colorau, por exemplo);
•  Estação 4: materiais flutuantes. Disponibilize um recipiente grande e plano contendo água e objetos
que flutuem, como penas, folhas, isopor, tampinhas de garrafas, entre outros;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço na área externa, levando em consideração o número de crianças, a quantidade de mate-
riais e a movimentação livre delas. Considere a utilização de um local com chão adequado para evitar acúmulo
de água, como grama, terra, areia ou um piso antiderrapante.
Preveja ainda um ambiente para realização da roda que acontecerá no início e no fim da atividade. Organize
os materiais em quatro estações de exploração de forma convidativa e acolhedora.

167
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as estratégias usadas pelas crianças para experimentar os materiais na água? Elas
percebem ou descrevem as mudanças ocorridas nos materiais? Experimentam os diferentes ma-
teriais de uma mesma estação?
2. De que forma as crianças reagem à mudança física dos materiais? Elas expressam surpresa? Ficam
empolgadas com as descobertas?
3. Como elas interagem durante a brincadeira? Utilizam juntas um mesmo material, ajudando umas
às outras? Dividem suas descobertas com os colegas?

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada uma. Atente-se à
proposição de estratégias para a qualidade das interações e incentive a colaboração entre as crianças. Dispo-
nibilize materiais de modo acessível e em quantidade suficiente para atender os pequenos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar na roda e compartilhe o objetivo da A


atividade e como as estações estão divididas. Combine que elas poderão
Possível ação das crianças
escolher entre as quatro estações para brincar de forma livre, porém sem
misturar os materiais das diferentes estações. Delibere com elas a duração
•Uma criança na estação de
da atividade e a organização dos materiais. Observe e interaja com todos exploração observou o copo
do colega com um tom de
os grupos. vermelho bem mais escuro
do que o dela. Ela continua
2 Proponha às crianças que escolham uma das estações de exploração para tentando e expressando
brincar, formando pequenos grupos. Nos primeiros dez minutos, circule certa angústia ao não
entre os espaços e observe a interação das crianças com a proposta. Em conseguir igualar a cor à do
seguida, escolha um dos grupos para observar de forma mais direta. Ob- experimento do amigo.
serve como as crianças interagem com os materiais, como expressam suas
descobertas, como utilizam a água, se usam mais de um material, o que B
estão descobrindo e perceba como elas estão se surpreendendo.
Possíveis falas do professor

A partir das interações e das descobertas das crianças, inicie um diálo- — Que material você está
3 utilizando para dar cor à sua
go ou entre na brincadeira para cooperar com as experimentações. É
água?
recomendado o registro fotográfico e escrito da atividade a fim de docu- — Será que podemos utilizar
mentar as percepções, as interações e as descobertas das crianças em outro material vermelho para
relação às mudanças dos materiais, além de suas vivências durante a deixar a cor mais forte?
brincadeira. Para isso, é necessário estar atento a diálogos, descrições, — Que material você acha que
olhares, entre outras expressões e explorações. A B poderíamos utilizar?

168
Atividade: Brincadeiras com água

Para finalizar
Diga que faltando vinte minutos para terminar a brincadeira você avisará que é hora de organizar os
materiais. Informe que, depois de organizar tudo, elas voltarão para a roda, de modo a compartilhar o que
descobriram durante as explorações. Convide as crianças a compartilhar as descobertas que fizeram nas
estações de exploração. Você poderá perguntar quais materiais elas utilizaram, o que descobriram e como
a água modificou esses materiais. Após o diálogo, convide-as para a próxima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade com as crianças em diferentes momentos. É essencial a regularidade da interação delas com
os diversos materiais, assim como as experimentações que eles possibilitam, para a construção do aprendizado.
Além disso, a permanência da proposta propicia uma observação mais consistente dos pequenos grupos. Os
registros podem virar um grande livro de experimentos das crianças.
Considere ainda oportunizar outras brincadeiras e experiências com água. Você pode se inspirar nas atividades:
Banho nas bonecas, do conjunto Cuidados pessoais; Objetos que flutuam ou que afundam e Experimentos
com terra, areia, argila e água, do conjunto Experimentos com registro.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis não só para contribuir com os materiais das estações, mas também para continuar
os experimentos em casa. Escolha alguns dos registros fotográficos e alguma descrição das descobertas das
crianças para enviar a eles, em forma de bilhete ou integrados ao portfólio delas. Também monte com os pe-
quenos uma instalação com os materiais utilizados nas estações e com os registros dos experimentos realizados
por eles, para organizar uma exposição aos adultos.

169
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 EI03CG02  EI03EF01  EI03ET02


BRINCADEIRAS COM LATAS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É imprescindível que as crianças já tenham vivenciado, em propostas anteriores, explorações livres com as
latas em um contexto que possibilitou a elas investigar, testar e descobrir sobre as possibilidades diversas que
o material oferece, bem como se engajado na coleta. Atente-se para a qualidade, a segurança e a higienização
antes de oferecer as latas para a turma.

 Materiais
•  Latas de alumínio de diversos tamanhos;
•  Materiais diversos para criação, como tintas, pincéis, barbantes, fitas coloridas, pedrinhas, areia,
folhas, entre outros itens que possam ser usados para a transformação das latas;
•  Mesas para disponibilizar os materiais e as latas;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço interno ou externo para a roda que será realizada no início e no fim da atividade. Orga-
nize os objetos no chão ou em mesas grandes. Isso facilitará o agrupamento das crianças em torno dos itens.
Atente-se para que a disponibilização dos materiais seja cuidadosa e convidativa, de modo que elas se sintam
incentivadas a criar livremente a partir das latas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as estratégias usadas pelas crianças para transformar as latas? Utilizam materiais para a
construção ou as ressignificam apenas com a imaginação? Criam brincadeiras a partir das latas?
2. Como elas interagem durante a brincadeira? Brincam sozinhas, em duplas ou pequenos grupos?
Constroem composições juntas? Ajudam umas às outras?
3. De que forma as crianças comunicam suas produções, ideias e explorações?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades de cada criança ao interagir com os materiais. Busque
estar atento quanto às relações estabelecidas entre elas e proponha alternativas para a qualidade das relações.
Caso necessário, trace estratégias para a colaboração mútua. Lembre-se de disponibilizar os materiais de modo
acessível e em quantidade adequada para o tamanho da turma.

170
Atividade: Brincadeiras com latas

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, relembre com as crianças as reflexões sobre os materiais recicláveis, A


suas transformações e as experimentações que a turma realizou em outros
Possíveis falas
momentos com as latas. Compartilhe o propósito da atividade com o grupo. do professor
Reforce a ideia de que podemos usar a imaginação para transformar uma
— Vocês se lembram
lata comum em diversas coisas, como uma casinha ou patas de um grande das latinhas que
elefante. As crianças, provavelmente, vão compartilhar algumas lembranças coletamos e
da coleta e da brincadeira com as latas. Acolha as falas e integre-as à con- exploramos juntos nos
textualização da proposta. Diga que poderão escolher as latas e os materiais últimos dias?
para que realizem as composições. Combine a duração da atividade, a orga- — Já vimos de diversas
formas como podemos
nização do material restante e a volta para a roda ao final. A
modificar materiais e
transformá-los em algo
2 Convide as crianças para escolher as latas e começar a planejar a transforma- totalmente novo. Hoje,
ção com os objetos de forma livre, a partir da observação e da exploração dos vocês farão isso com as
materiais disponíveis. Essa é uma etapa em que várias ideias podem emergir, latinhas.
até que escolham uma mais realizável. Acompanhe a etapa e ofereça alguns — Temos alguns
materiais disponíveis
aportes caso seja necessário ajudá-las na tomada de decisões em relação à para ajudar na
viabilidade do que decidiram realizar. transformação. Vocês
podem escolher o tipo
3 Circule entre as crianças e considere que elas podem se agrupar livremente de lata e a quantidade
ou realizar suas criações individualmente. Observe e registre as composições necessária para a
ideia, porém vamos ter
e as experimentações com os diversos materiais. Os registros podem ser escri-
cuidado para não deixar
tos (transcrever a fala de uma criança sobre sua composição) ou fotográficos nenhum colega sem
(ações, expressões e outras linguagens das crianças). Seja curioso e demonstre material.
interesse pelas criações delas. Valide suas descobertas e atente-se a oportuni-
dades de colaborar com as experimentações. Incentive-as a progredir de forma
B
autônoma em suas composições. Procure acolher as ideias das crianças consi-
derando o caráter imaginativo da proposta e a autoria delas em suas criações. Possível ação
das crianças
Problematize, caso seja necessário, apoiando-as no processo. B C

•Uma criança tenta
prender um barbante
4 Diga que faltam vinte minutos para o fim da atividade e que é hora de come-
em uma das latas de
çar a finalizar as criações. Conte que, em dez minutos, você pedirá a todos forma vertical e não
que comecem a organizar os materiais e a dispor as criações no espaço que está conseguindo
destinou para a roda. Diga ao grupo que eles podem organizá-las livremente; deixar a amarração
contudo, é necessário que fique de uma forma que todos consigam apreciar as forte o bastante.
criações. Após dez minutos, convide as crianças para que apreciem as obras
que o grupo criou. Observe como elas se relacionam, o que consideram, como C
se surpreendem, o que dizem umas às outras e o que mais chama a sua aten- Possíveis falas
ção. Em seguida, convide todo o grupo para se acomodar na roda. do professor
— Será que há outra
Para finalizar forma de prender o
Convide as crianças para que compartilhem suas criações e como se sentem barbante ou outra lata
que você poderia usar?
após esse processo de criação. Pergunte sobre suas explorações, que mate- — Você gostaria de
riais utilizaram e como brincarão com a composição. Incentive-as a se expres- testar de outra forma?
sar oralmente e acolha toda forma de expressão. Respeite a individualidade — O que você acha de
de cada uma. Após esse compartilhamento, peça que organizem o material pedirmos ajuda a um
para seguirem à próxima atividade. colega?

171
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade para acompanhar e observar outros grupos de crianças em seus processos criativos. Caso
queira, as composições criadas a partir das latas podem ser organizadas dentro da sala, criando um espaço de
faz de conta e brincadeira ativa, de modo permanente.
A proposta também pode ser o início de outras experimentações com materiais recicláveis, abrindo oportuni-
dade para experiências com outros materiais, como caixas, pneus, garrafas PET, entre outros.

 Engajando as famílias
Uma instalação com as produções das crianças poderá ser montada em um espaço da escola, para aprecia-
ção da comunidade escolar. Caso opte por não manter os materiais na escola, as criações podem ser enviadas
para casa, junto aos registros escritos e fotográficos, a fim de que os pequenos continuem a brincadeira com
os responsáveis.

172
Atividade: Brincadeiras com o vento

 EI03CG02  EI03EF01  EI03ET02


BRINCADEIRAS COM
O VENTO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Envolva as crianças e os responsáveis na coleta de materiais. Para isso, combine com elas previamente
quais materiais utilizarão na atividade e como poderão coletá-los. Parta das hipóteses sobre quais deles serão
movidos pelo vento. Também é preciso que vocês acompanhem as condições meteorológicas para escolher o
dia da brincadeira, que requer que haja vento.

 Materiais
•  Objetos leves pendurados e presos em algumas hastes que possibilitem movimentação. Sugestões:
– jornais e tiras de papel crepom pendurados em varais na altura das crianças;
– cortinas de canudinhos presas a uma árvore ou a outro suporte que favoreça que os pequenos se
movimentem entre elas;
– sacolas plásticas amarradas em fitas e balões cheios, presos por um barbante;
– lenços e folhas de papéis maleáveis;
– fitas presas a palitos para movimentação no ar;
– pincéis pendurados em árvores, com tintas e suporte de papel embaixo.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar atividade.

 Espaços
Reserve um espaço ao ar livre que possibilite a movimentação das crianças. Considere o número de crianças
do seu grupo e a organização dos materiais. Preveja também um espaço para realização da roda de conversa
a ser realizada no início e no fim da atividade. Atente-se para a organização dos materiais: disponha-os de uma
forma convidativa e acolhedora para a exploração pelos pequenos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as estratégias usadas pelas crianças para experimentar os materiais ao vento? Percebem
ou descrevem movimentos gerados pela ação do vento ou pela ação de suas próprias manipula-
ções? Experimentam diferentes materiais?
2. Como reagem ao movimento dos materiais? Ficam empolgadas ou surpresas com as descobertas?
Experimentam diversas possibilidades, buscando compreender a relação dos objetos com o vento?
3. Como elas interagem durante a brincadeira? Utilizam juntas um mesmo material? Ajudam umas
às outras ou dividem as descobertas com os colegas?

173
Unidade: Brincadeiras com materiais de largo alcance

 Para incluir todos


Assegure-se de que o espaço para realização da proposta é adequado para a movimentação livre e segura
das crianças. Atente-se quanto à proposição de estratégias para a qualidade das interações e incentive a
colaboração entre elas. Lembre-se de que os materiais devem ser em quantidade suficiente para atender o
tamanho da turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar em roda no espaço A


ao ar livre onde será realizada a proposta e compartilhe o
Possíveis falas do professor
objetivo com elas. Determinem juntos a duração da ativida-
de, a organização dos materiais ao fim da brincadeira e a — Vocês estão sentindo como o vento
está forte hoje?
volta para a roda. Depois, convide-as a brincar e a experi-
— Para aproveitarmos a força do vento,
mentar as “reações” dos materiais em contato com o vento. hoje eu trouxe diversos materiais
Traga algumas perguntas instigantes sobre o que acontece para brincarmos. O que será que vai
quando os objetos entram em contato com o vento. Estimule acontecer com as sacolas e as fitas
a curiosidade dos pequenos. A coloridas quando brincarmos com o
vento? E com os balões?
— Vamos descobrir juntos! E lembrem-se:
2 Convide as crianças para começar a brincadeira. Nos pri- podemos explorar todos os materiais e
meiros dez minutos, circule pelo espaço, observe a intera- trocar de objeto sempre que quisermos.
ção delas com os materiais e como se expressam nesses — Quando estiver faltando dez minutos
momentos iniciais. Escolha um pequeno grupo para obser- para terminar a brincadeira, vou avisar
var com mais atenção. Observe como estão manipulando vocês que é hora de organizarmos os
materiais e voltarmos para a roda.
os materiais e como se expressam diante das descobertas:
se estão correndo ou se movimentando rapidamente com
o material, se estão utilizando mais de um, o que estão B
descobrindo, como estão se surpreendendo, se exploram Possível ação das crianças
as mudanças nos movimentos geradas por diferentes dire-
•Algumas crianças se divertiam com o
ções do vento e por diferentes movimentos corporais. Por movimento dos balões soprados pelo
meio das interações com os materiais e com os colegas você vento, mas, de repente, o vento cessa e os
poderá identificar uma situação para colaborar e dialogar balões caem no chão. Elas tentam colocá-
com o grupo. los no ar de novo e demonstram decepção,
pois o vento, agora não tão forte, não é
capaz de movimentá-los como antes.
3 Entre na brincadeira e apoie as crianças com a intenção
de que sofistiquem suas hipóteses e pensem em formula-
C
ções ainda não consideradas. Atente-se para a importância
dos registros fotográficos e escritos da proposta, a fim de Possíveis falas do professor
documentar as explorações e as descobertas das crianças — Como será que poderíamos fazer o
na manipulação dos materiais. Registre também suas in- balão voar novamente?
terações sociais durante a brincadeira. Para isso, observe — Será que há alguma outra criança
fazendo algo para que os materiais voem
diálogos, hipóteses formuladas, ajustes, surpresas, sorri-
sem o vento?
sos, olhares, entre outras expressões e explorações dos — Será que podemos tentar isso? E
pequenos. B C se tentássemos andar mais rápido ou
correr?

174
Atividade: Brincadeiras com o vento

Para finalizar
Comunique às crianças que faltam dez minutos para o fim da brincadeira e que em cinco
minutos todos começarão a organizar os materiais para voltar à roda. Passado esse tempo,
proponha que elas, já acomodadas na roda, compartilhem explorações e descobertas. Você
pode se apoiar em questionamentos que as levem a dizer, por exemplo, quais materiais uti-
lizaram, como o material se movimentou em contato com o vento, o que fizeram para ajudar
o objeto a se movimentar, entre outras, com foco nas relações estabelecidas na experiência.
Ao término, indique a próxima atividade da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
No dia seguinte, convide as crianças para fazer uma pintura na qual elas assumam o papel do vento. Fixe um
papel de tamanho grande na parede, coloque uma gravação do som do vento para tocar e peça que elas se
imaginem sendo ele e expressem qual movimento fariam para pintar uma parede.
Você pode ainda realizar um acompanhamento das condições meteorológicas, engajando as crianças na
observação e na construção de instrumentos, como uma biruta, monitorando as condições do vento juntos.

 Engajando as famílias
Incentive os responsáveis a explorar as brincadeiras com o vento com as crianças. Convide-os para contribuir
com os materiais para a brincadeira e envie instruções a respeito de como confeccionar um cata-vento, uma
biruta ou uma pipa em casa.

175
10
AP

CONJUNTO

UNIDADE

CONVERSA SOBRE
HISTÓRIAS E
ILUSTRAÇÕES
As crianças aprendem significativamente ao interagir com histórias, ao mobilizar a
imaginação, ao interpretar as narrativas buscando sentidos diversos, ao desenvolver
a sensibilidade estética pelos estilos literários, ao expressar versões, compreensões e
sentimentos. Quando podem ter uma relação ativa, autoral, criativa e prazerosa com o
universo literário, elas são convidadas a compreender e a se expressar por meio das di-
versas linguagens.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas iso-
ladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem obriga-
toriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjun-
to, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das
narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

176
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função
EI03EF06
social significativa.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Escuta, fala, pensamento


movimentos e imaginação

177
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

 EI03EO04  EI03EF01  EI03EF07


CONVERSA SOBRE IMAGENS
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que você conheça o livro a fim de se preparar para a proposta. Se escolher outro livro para as
crianças, considere aspectos importantes da obra, como a composição da narrativa, das ilustrações, da técnica
utilizada, entre outras questões. Observe que a obra faz menção à brincadeira de telefone sem fio, apresentando
a narrativa apenas por imagens. Na composição das ilustrações, foi utilizada a técnica de pintura a óleo em
tamanho grande, o que propõe às crianças uma relação curiosa e com possibilidades imaginativas diversas.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  O livro Telefone sem fio (caso não tenha o livro, escolha outro com
•Telefone sem fio.
as mesmas características relacionadas às ilustrações e adeque as Autor: Ilan Brenman.
intervenções sugeridas na atividade); Ilustrações: Renato
•  Objetos para atividades de livre escolha, como jogos de construção, Moriconi. (Companhia
das Letrinhas, 2010).
brincadeiras de faz de conta e massinha.

 Espaços
Organize um espaço acolhedor e confortável para um pequeno grupo de crianças, de maneira que elas con-
sigam acompanhar as imagens do livro. Garanta outro espaço organizado para um segundo pequeno grupo
que estará nas atividades de livre escolha, com propostas que já realizam com autonomia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais aspectos as crianças observam sobre as imagens? Que tipo de comentários fazem sobre as
características dos personagens e das ilustrações?
2. Há um personagem favorito que provoca alguma reação no grupo quando aparece? Quais reações
as crianças mostram?
3. Como as crianças participam da mensagem do telefone sem fio? Que tipo de mensagem imaginam?
Mudam de ideia conforme as expressões de determinado personagem?

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade individual, proponha que a criança acompanhe a história com o grupo.
Faça o convite e ofereça que ela fique mais próxima de você, por exemplo. Caso alguma criança não queira
participar, possibilite que ela brinque com os materiais para atividades de livre escolha.

178
Atividade: Conversa sobre imagens

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide um pequeno grupo para se acomodar no espaço de livre escolha, en-


quanto você lê a história para o outro pequeno grupo. Diga que, ao final, as
crianças farão a troca. Conte a elas que a história escolhida não tem palavras
e que, observando as imagens, podem descobrir a história. Considere que o
momento de apresentação fortalece as estratégias de leitura e de escuta das
crianças, oferecendo uma relação de qualidade quanto ao conhecimento das
características que compõem a história. Apresente o livro para as crianças sem
revelar o título. Conte que esse livro de imagens tem como tema uma brinca-
deira que os personagens estão realizando e que, ao final da leitura, elas terão
de descobrir qual é. Fale o nome do ilustrador.

2 Inicie a história apresentando a primeira imagem que aparece no livro. Per-


gunte quem é aquele personagem e o que será que ele fará na história. Se a
turma não souber, instigue para que descubram por meio das roupas e dos
acessórios que ele está usando, como o chapéu, o nariz vermelho ou outras
características que podem aparecer nas falas do grupo. Muitas ideias podem
surgir: valide e abra discussões sobre aquelas que de início se mostrarem
equivocadas – o objetivo é compreender o raciocínio dos pequenos. Proponha
também que eles pensem sobre a ação que está retratada na figura. Investigue
com a turma se o personagem está triste ou feliz, com os ombros mais caídos
ou com a expressão do corpo que indica empolgação, entre outros aspectos.

3 Continue a narrativa e repita o processo para cada personagem do livro. Con-


sidere que cada um deles tem características específicas. Algumas imagens
são mais ricas em expressões que outras, e o grupo pode ficar mais atraído por
um ou outro personagem. O cavaleiro com a armadura, por exemplo, não tem
expressão facial para analisar, diferentemente da Vovó ou da Chapeuzinho
Vermelho, que revelam expressões por meio dos olhos e das bocas quando
passam da representação da imagem de frente para a de perfil. Observe se
há ainda outros personagens no decorrer da narrativa que trazem expressões
ricas para a percepção da história. Atente-se para as expressões do grupo a
cada imagem e considere apoiá-lo na leitura de algumas imagens, de acordo
com características que você considere importantes.

4 No final da leitura, pergunte se as crianças conseguiram adivinhar qual era o


nome do livro. Ouça as hipóteses e depois leia o título para elas. É fundamen-
tal perceber que o primeiro personagem que aparece abre e encerra o livro,
portanto é a figura que começa e termina a brincadeira. Esse detalhe indica
uma intenção do autor sobre a mensagem que os personagens trocaram. Dia-
logue também sobre qual seria a mensagem que circulou pelo telefone sem
fio a partir da leitura da última imagem do livro.

5 Convide as crianças para expressar o que acharam da narrativa. Atente-se


ainda para as percepções que elas tiveram sobre as ilustrações do livro. Per-
gunte de qual personagem mais gostaram e quais características dele gosta-
riam de mencionar. O que torna essa história tão interessante é que ela pode

179
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

ser reconstruída a cada leitura e depende se as imagens são observadas com


mais detalhamento para que outras perspectivas sejam possíveis. Após esgo-
tar as possibilidades com a turma, convide o segundo pequeno grupo para
a atividade com o livro, revezando-os.

Para finalizar
Convide todo o grupo para brincar de telefone sem fio e observe como as
crianças se envolvem na brincadeira. Incentive-as a criar as mensagens para
que sejam compartilhadas. Proponha situações divertidas, como imaginar que
todos estão em um castelo encantado ou em um barco bem grande, brincan-
do com a imaginação e a criação espontânea de personagens. Incentive a
participação de todos na organização do ambiente e dos materiais utilizados
durante a atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Amplie o repertório do grupo procurando outros livros que tenham narrativas construídas só com imagens
para ler para as crianças. Você encontra outra referência na atividade Lendo ilustrações, do conjunto Leitura
e contação de histórias.

 Engajando as famílias
Combine com as crianças momentos em que possam levar o livro para casa, estimulando que a estratégia de
leitura usada possa ser repetida com os responsáveis. Conte, em um bilhete, do que se trata a obra e como foi
feita a leitura com o grupo, para que os adultos possam conhecer o processo.

180
Atividade: Conversa com personagens das histórias

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF07


CONVERSA COM
PERSONAGENS DAS
HISTÓRIAS
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é fundamental que o grupo conheça as histórias sugeridas e tenha participado
de rodas de conversa sobre os dois enredos. A primeira história traz a figura clássica do Lobo Mau, enquanto
na segunda o autor dá voz ao lobo. Faça ainda uma leitura das duas versões antes da realização da atividade
e anuncie que no dia seguinte vocês vão realizar outra vivência com foco nessas histórias.
Considere também que é importante que o grupo já tenha tido contato com uma entrevista adequada para a
idade, lida por você ou mesmo em formato de vídeo. Se considerar necessário, organize as crianças em pequenos
grupos, usando a estratégia sugerida na atividade Conversa sobre imagens, deste conjunto.

 Materiais
•  Um livro com a história clássica dos três porquinhos; Sugestão de leitura
•  O livro A verdadeira história dos três porquinhos; verdadeira
•A
•  Acessórios simples que caracterizem os personagens (lobo e história dos três
entrevistador); porquinhos. Autor:
•  Microfones de brinquedo (se possível) para simular a entrevista; Jon Scieszka.
Ilustrações: Lane
•  Materiais para atividades de livre escolha, como jogos de encaixe, Smith. (Companhia das
desenho e massinha; Letrinhas, 1993).
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço em que o grupo possa se sentar de maneira confortável e em roda. É fundamental que
o ambiente possibilite que o grupo tenha liberdade, favorecendo olhares, falas e escutas. Portanto, escolha um
local com poucas interferências sonoras e bem acolhedor, como a sala ou a biblioteca.

181
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

 Perguntas para guiar suas observações

1. Durante a representação do papel de lobo, como as crianças utilizam o corpo para assumir a
personalidade do personagem?
2. De que forma as perguntas feitas pelas crianças na representação/entrevista consideram as nar-
rativas e as estruturas das duas histórias?
3. Como as crianças expressam ideias, sensações, impressões e sentimentos durante a proposta?
Quais comentários trazem sobre o que acabaram de vivenciar?

 Para incluir todos


Considere que as crianças utilizam diversas linguagens para se expressar. Atente-se a como elas revelam
experiências subjetivas diante da proposta. Caso observe que alguma prefere não fazer perguntas ao lobo,
por exemplo, diga que ela pode desenhar o retrato do personagem, observando-o no momento da entrevista.

O QUE FAZER DURANTE

1 Inicie a atividade e convide as crianças para se acomodar em roda. Conte que


vão realizar uma brincadeira de entrevista com personagens. Com os livros
em mãos, avise que apenas o personagem que faz parte das duas histórias
será entrevistado. Em clima de mistério, torne o início da proposta mais insti-
gante: diga algumas características do personagem aos pequenos para que
descubram quem ele é. Acolha as suposições deles e, depois, confirme as
características que são do personagem e a hipótese de que é o lobo.

2 Para a entrevista, conte que é necessário escolher duas crianças para o papel do
lobo das diferentes histórias. E, sendo assim, na entrevista, deverão agir, falar e
se movimentar como se fossem ele. Proponha que imaginem a voz que os lobos
usam, que gestos fazem ou como se apresentariam em uma entrevista. Conside-
re apoiar o grupo no momento da definição dos papéis. Se necessário, combine A
que todos que queiram poderão representar os lobos em outros momentos. Possíveis falas
do professor
3 Ainda na conversa, rememore os principais pontos das histórias com a turma. Re- — Como podemos
tome a conversa inicial com o foco nos lobos. Os livros devem estar disponíveis organizar a entrevista?
na roda. Proponha um tempo para que os lobos se preparem em um espaço re- — Quais combinados
servado da sala, de modo que as crianças assumam o papel de entrevistadoras faremos para que todos
e organizem a dinâmica de perguntas e respostas. ouçam e, para aqueles
que desejam perguntar,
perguntem?
4 Enquanto os lobos se preparam, busque engajar as crianças de uma forma — Eles são lobos, mas
divertida. Diga que o grupo precisa pensar em quais perguntas deseja fazer. contam a história dos
Combine que escreverá em uma lista as questões para que não sejam esque- três porquinhos de
cidas no momento da entrevista. Combine com elas que as perguntas serão forma diferente, não é
mesmo? O que pensam
feitas uma de cada vez. Explique que devem indicar a quem se refere cada
em perguntar para um e
questão e conte também que é necessário escutar as respostas antes de pros- para o outro?
seguir para a próxima pergunta. A

182
Atividade: Conversa com personagens das histórias

5 Acordos feitos, considere utilizar estratégias diversas para engajar o grupo nes-
se jogo de faz de conta. Podem usar acessórios simples que caracterizem os
personagens e microfones para que os entrevistadores realizem as perguntas.

6 Inicie a entrevista convidando os lobos para se acomodar no espaço reservado


para eles. Peça que o grupo inicie a entrevista e siga os combinados. Observe
as perguntas e, se necessário, apoie as crianças que estão representando os
personagens. Caso perceba que a resposta ou a pergunta não foi entendida,
lance questionamentos que possibilitem apoio e trocas de contrapontos entre
os pares. Garanta a liberdade de expressão daqueles que assumiram o papel
de lobo utilizando, além da fala com tom de voz diferenciado, o uso do corpo e
de outras expressões.

7 Atente-se ao andamento da entrevista e, ao perceber que as perguntas estão se


esgotando, encaminhe-a para o final. Por fim, agradeça a presença dos lobos e
o envolvimento de todos.

8 Ainda em roda, proponha às crianças que falem das impressões e das opiniões
sobre a vivência. Acolha as sugestões e propicie um momento em que elas ex-
pressem o que descobriram e o que fariam diferente. É importante que elas
possam investigar se as respostas dos lobos conseguiram satisfazer as curio-
sidades levantadas. Se você optou por organizar a turma em dois pequenos
grupos, prepare a troca das propostas e siga a mesma estratégia para o outro
pequeno grupo.

Para finalizar
Organize com os pequenos o espaço utilizado. Peça a eles que guardem os livros e os acessórios que
porventura foram usados. Se a gestão da atividade acolheu propostas diferenciadas para as crianças nos
pequenos grupos, considere a participação delas na organização do ambiente e dos materiais utilizados
durante a vivência.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere repetir a estratégia com outras histórias em que seja possível comparar as versões. Proponha
contextos diversos e possibilite que falem e que também ouçam os pares. É importante que as crianças façam
o exercício de se colocar no lugar do outro e compreendam os diferentes pontos de vista. Acolha a sugestão
delas sobre personagens que gostariam de representar. Considere, para isso, inspirar-se na atividade Brincando
com personagens, do conjunto Faz de conta.

 Engajando as famílias
Combine com as crianças que os livros poderão ser levados para casa, para que possam dividir as versões
das histórias com os responsáveis. Uma boa estratégia é filmar as entrevistas e depois partilhar com os adultos
em momentos coletivos, como em reuniões.

183
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF07


UMA HISTÓRIA CONTADA
COM MASSINHA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é fundamental que você conheça o livro sugerido. Ele retrata cenas do cotidiano
vividas por personagens que trabalham nas ruas (por exemplo: o pipoqueiro, o camelô e o lambe-lambe) com
um texto cheio de poesia.
As ilustrações, criadas em massinha de modelar e depois fotografadas, encantam o leitor pela riqueza de
cores e detalhes. Perceba que as ilustrações interagem com a narrativa, trazendo uma visão sensível e rica de
cenas do cotidiano.

 Materiais Sugestão de leitura



•Tem de tudo nesta
•  O livro Tem de tudo nesta rua...; rua... Autor: Marcelo
•  Massa para modelar; Xavier. Ilustrações:
•  Objetos que auxiliem na modelagem, como palitos de vários formatos, Marcelo Xavier.
rolos, formas de molde e outros instrumentos; (Formato, 2013).
•  Pequenos sacos plásticos;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como jogos e brinquedos de
encaixe;
•  Lápis, giz de cera e papéis de vários tamanhos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço acolhedor e confortável para a leitura do livro, como a sala ou a biblioteca, de forma
que as crianças consigam observar as imagens da obra.
Prepare também um espaço de ateliê com massinhas e instrumentos de modelagem em quantidade suficien-
te para um pequeno grupo e um outro espaço, como sugerido na atividade Conversa sobre imagens, deste
conjunto.

184
Atividade: Uma história contada com massinha

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as expressões das crianças em relação ao contexto da história? Como trazem fatos da
história em relação ao cotidiano?
2. Durante a modelagem, que tipo de relação fazem com a história ou o livro? Quais comentários
aparecem? Elas consideram recorrer ao livro para aperfeiçoamento das ideias?
3. Quais estratégias corporais as crianças utilizam para modelar as obras? Percebem a necessidade
de usar formas mais delicadas para certas composições? Consideram refazer passos quando
encontram incoerências quanto ao que queriam representar?

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade individual das crianças, proponha que acompanhem a história com o
grupo. Faça o convite e ofereça que fiquem mais próximas de você, por exemplo. Assegure-se de que haja acesso
ao material por todas as crianças e pense em adaptações no espaço, se necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide um pequeno grupo a se acomodar com você em roda para ler o livro
e combine com o outro pequeno grupo que realize as propostas do espaço de
livre escolha. Diga que ao final trocarão de atividade. Apresente o livro para o
primeiro pequeno grupo, conte quem é o autor e diga que, além de escrever
os poemas, ele criou as ilustrações. Inicie a leitura com as entonações que a
narrativa poética manifesta. Considere uma pausa após a leitura do primeiro
poema e apresente as imagens para as crianças. Instigue as hipóteses que as
ilustrações nos convidam a fazer.

2 Siga a leitura e considere que em cada poema você busque junto ao grupo o
apoio de interpretação em relação às imagens. Por exemplo: na construção
da figura do vendedor de algodão-doce estão presentes os detalhes da nar-
rativa: a buzina na cintura, os algodões espetados no palito e o tênue traço de
uma meia asa de anjo branca que se contrapõe ao fundo colorido. Em toda a
obra, é possível identificar uma ponte entre texto e imagens. Considere que
você está possibilitando aos pequenos relações com a obra na qual texto e
imagem compõem o enredo. Ao finalizar a leitura, proponha às crianças que
falem sobre as percepções que tiveram. Investigue com elas de qual parte
mais gostaram e se consideram que as imagens ampliaram as interpretações
acerca dos poemas escritos.

3 Busque levantar com as crianças que tipo de material o autor utilizou para
compor as imagens que ilustram o livro. Traga referências sobre a massa de
modelar, tais como: textura, movimento e densidade dos objetos. Após a con-
versa, proponha que pensem em cenários e personagens que poderiam con-
tinuar os poemas. Diga que o autor termina o livro perguntando se há de tudo
naquela rua. Apoie o grupo e projete comentários instigantes sobre detalhes

185
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

das observações que fazem (por exemplo: sons que as pessoas produzem,
cores das vestimentas, formas do corpo ou expressões faciais). É importante
possibilitar às crianças que se expressem com diferentes linguagens.

4 Envolva o grupo contando que você preparou um espaço em que é possível


modelar com massinha o que mais há naquela rua descrita nos poemas. Ins-
tigue as crianças ao dizer que serão transformadas em ilustradores iguais o
autor do livro para que elas criem suas figuras. Após esse momento, encami-
nhe o pequeno grupo para criar com massinha o que existe na rua.

5 Considere indicar os materiais de desenho, caso alguém prefira primeiro de-


senhar e depois modelar, e ofereça apoio na manipulação dos materiais. Re-
gistre com fotografias e anote falas das crianças ao longo do processo. Caso
alguma expresse que a modelagem dela ainda não está finalizada, combine
a finalização em outro momento. Observe a importância de envolver as mo-
delagens em sacos plásticos para que não ressequem. Ao final, fotografe as
criações e propicie a troca de atividades entre os grupos, considerando as
mesmas estratégias para o segundo pequeno grupo.

Para finalizar
Reúna as crianças e inicie um diálogo para que partilhem suas criações e ideias de continuidade. Com-
bine um local de armazenagem e organize todo o grupo para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere repetir a estratégia mais vezes e utilize outros livros. Para isso, considere realizar a atividade Como
continua a história?, do conjunto Leitura e contação de histórias, caso ainda não a tenha desenvolvido. Alterne
os grupos e possibilite que as crianças criem diversas linguagens, como colagem, xilogravuras, entre outras. É
possível organizar uma mostra das peças construídas pelo grupo ou expor fotografias em painel ou livro digital.

 Engajando as famílias
Organize uma exposição para que os responsáveis conheçam o que as crianças criaram para a rua da história.
Utilize tanto as esculturas quanto as fotos produzidas. Transforme em um portfólio a imagem e o registro escrito
para circular entre a comunidade escolar.

186
Atividade: Leitura de quadrinhos

 EI03EF01  EI03EF03  EI03EF07


LEITURA DE QUADRINHOS
Tempo sugerido: 50 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a proposta, é necessário que você selecione previamente gibis adequados: considere suas temáticas e
os aspectos visuais. Observe as principais características da estrutura de uma história em quadrinhos, como os
balões que compõem as falas e as onomatopeias. Também conheça o enredo dos gibis que você selecionar.

 Materiais
•  Gibis e livros de literatura infantil em quantidade suficiente;
•  Cartaz para anotar as hipóteses das crianças;
•  Marcador gráfico, como pincel ou caneta hidrocor;
•  Projetor de imagens (se possível);
•  Uma história em quadrinhos em formato digital (se possível).

 Espaços
Organize um espaço acolhedor e confortável para o grupo manusear os gibis e os livros, como a sala ou a
biblioteca. Considere que poderão fazer as apreciações em duplas ou trios.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais hipóteses as crianças levantam acerca das histórias em quadrinhos? O que mais chamou a
atenção delas ao observar uma história em quadrinhos?
2. Quais associações o grupo faz em relação às histórias já conhecidas? O que interpretam na ob-
servação dos gibis? Inferem sentimentos, ligam o contexto da história ao cotidiano?
3. O que as crianças consideram ao folhear os gibis? Como narram as descobertas que estão fazendo?

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade individual de alguma criança, proponha possibilidades para que ela
possa acompanhar a proposta com o grupo: faça o convite e ofereça que ela fique mais próxima de você, por
exemplo. Lembre-se de disponibilizar gibis e outros materiais em quantidade suficiente para o tamanho da turma.

187
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar em roda com você. Conte às crianças
que algumas histórias que você trouxe são escritas de uma forma diferente.
Diga que terão como desafio indicar o formato de cada história e peça que
A
observem as semelhanças entre elas. Certifique-se de que há histórias em
quantidade suficiente para o grupo, mas incentive as trocas entre as crianças. Possíveis falas
do professor
Durante a apreciação, observe as diversas expressões dos pequenos: como
eles olham os gibis, o que consideram, quais tipos de comentários fazem e — Qual a diferença
entre este livro e aquele
que estratégias utilizam para perceber a estrutura da história.
gibi?
— Você poderia
2 Instigue o grupo a compartilhar impressões acerca do material e fomente compartilhar conosco
algumas características dos livros e dos gibis. Proponha perguntas que pos- o que encontra de
sam aprofundar as características dos gibis. Esse é um momento de acolher diferente para saber
as proposições formuladas pelas crianças sobre diferenças e características que este é um gibi e
este é um livro?
dos gêneros literários dispostos na atividade. A

3 Após a percepção das crianças sobre o formato visual de um gibi, convide-as


para que, individualmente ou em dupla e trios, escolham um gibi para conhe-
cer e observar os detalhes de como as histórias se apresentam. Combine que
elas terão cerca de 15 minutos para esse momento e que poderão trocar os B
gibis com os colegas. Esse é um momento de livre exploração das crianças. En- Possíveis falas
quanto elas se relacionam e levantam hipóteses acerca do material seleciona- do professor
do, busque observar como estão construindo significados, quais trocas estão — Enquanto vocês
fazendo, como estão interpretando a narrativa, que curiosidades trazem etc. observavam e
folheavam os gibis,
Depois da apreciação e da observação do material, reúna o grupo a fim de que percebi que algumas
4 duplas indicavam cada
os pequenos digam o que descobriram em relação ao gibi. Conte que você pre-
quadrinho com o dedo,
parou um cartaz para registrar os relatos deles em forma de lista. Observe que a como se estivesse
lista não precisa ser extensa, mas deverá contemplar as características trazidas revelando uma ordem
pelo grupo. Investigue com as crianças a respeito de impressões, curiosidades, de como se faz a leitura.
descobertas e significados que estabeleceram ao apreciar os gibis. Considere Era isso mesmo?
ajudar o grupo a aprofundar as expressões e apoie-se nas observações que — Como fazemos
a leitura da história
você fez enquanto as crianças folheavam o material. Anote as impressões das em gibis?
crianças e vá compondo a lista nesse diálogo investigativo. B

5 Ao finalizar a lista, leia-a de forma integral para o grupo a fim de que a turma
observe se deseja acrescentar mais alguma informação. Em seguida, apre-
sente a história em quadrinhos que você selecionou. Faça a leitura para as
crianças e indique cada quadrinho e balão que está lendo de forma que elas
percebam o movimento característico da leitura de uma história em quadri-
nhos. Após a leitura, investigue junto ao grupo quais impressões trazem da
história lida. Instigue-o a refletir sobre os balões presentes no texto, as ono-
matopeias, as variações dos formatos dos balões a partir da expressão dos
personagens, entre outras curiosidades que as crianças podem trazer. Caso
essas percepções não emerjam do grupo, considere revelá-las de forma inves-
tigativa. Faça um convite para que reflitam e levantem hipóteses dos exemplos
citados anteriormente.

188
Atividade: Leitura de quadrinhos

6 Leia a história novamente e retome a lista de descobertas que as crianças


começaram a construir. Verifique se elas desejam acrescentar novas expe-
riências a partir da leitura e escreva-as. Perceba que todas as caraterísticas
de uma história em quadrinhos não se fecharão nessa lista. Dessa forma,
combine com as crianças que qualquer descoberta nova, a partir das novas
leituras que farão de textos em quadrinhos, poderá ser inserida na lista que
ficará fixada na sala, assim elas constroem gradativamente significados acer-
ca do gênero textual.

Para finalizar
Após a leitura da lista, convide todo o grupo para organizar o espaço utilizado e, em seguida, vivenciar
a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha a atividade com outros livros e gibis, oportunizando às crianças o contato com diversos gêneros
textuais. Para isso, você pode se inspirar na atividade Descobridores de poemas, do conjunto Textos poéticos.
Considere também, depois de algumas leituras de histórias em quadrinhos diversas, que as crianças produzam
histórias de forma coletiva.

 Engajando as famílias
Fixe em um mural ou espaço próximo à sala a lista de curiosidades produzida pelas crianças. Oportunize aos
responsáveis que apreciem a construção do grupo e leiam histórias em quadrinhos. Disponha uma cesta de
gibis junto à lista.

189
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF06


RECONTAR UM CONTO
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que você selecione um conto clássico de que o grupo goste. Sendo assim, considere que as
crianças tenham estabelecido relações com a narrativa escolhida, que a escutaram em diversos momentos e
que conversaram sobre ela por meio de diferentes estratégias. É importante também que os pequenos já tenham
assumido um papel de narradores em outras situações de reconto.

 Materiais
•  Um livro de conto infantil conhecido pelas crianças;
•  Imagem digital do cenário do conto escolhido (caso não seja possível, imprima ou recrie o cenário);
•  Projetor para reproduzir a imagem do cenário (se não for possível, considere recriar o cenário num
painel, por exemplo);
•  Máscaras, acessórios e fantasias dos personagens do conto;
•  Materiais para uma atividade que já realizam com autonomia, como jogo de montar ou massinha;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço de projeção que possa acolher um pequeno grupo de crianças, de forma que elas possam
ver e ouvir umas às outras e se movimentar pelo ambiente. Prepare outro espaço como sugerido na atividade
Conversa sobre imagens, deste conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolveram com a proposta? Quais estratégias utilizam para se organizar na
escolha dos personagens do enredo?
2. Que maneiras as crianças encontram para expressar ideias e sentimentos acerca da narrativa?
Apoiam-se umas nas outras, recorrem ao livro e narram acontecimentos?
3. De que forma elas se movimentam para a composição da narrativa? Trazem gestos corporais que
caracterizam personagens, adequam vozes e outras expressões para representar os papéis?

190
Atividade: Recontar um conto

 Para incluir todos


Caso identifique alguma necessidade individual das crianças, proponha possibilidades para que possam
acompanhar a proposta com o grupo. Faça o convite e ofereça que fiquem mais próximas de você, por exem-
plo. Àquelas que não quiserem participar da proposta, disponibilize materiais para atividades de livre escolha.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar em roda e conte que você organizou


um momento para que possam recontar um conto favorito da turma. Diga que
para isso elas serão divididas em dois pequenos grupos, de forma que um en-
volva-se na atividade de reconto enquanto o outro realiza uma atividade que já
faz com autonomia. Combinem que ao final farão as trocas entre as atividades.
Apresente desde a projeção do cenário até os acessórios, as máscaras e os fi-
gurinos. Exponha também os materiais que selecionou para o grupo que estará
envolvido na outra atividade. Em seguida, organize as crianças nos pequenos
grupos, escolhendo a estratégia que julgar mais interessante para sua turma.

2 Após a organização inicial, convide as crianças envolvidas na proposta do re-


conto para uma rápida conversa. Diga que para recontar a história elas esta-
rão envolvidas em uma representação cênica e que precisarão fazer acordos
acerca de quem representará cada papel. Possibilite que definam personagens
e narrador. Questione-as sobre como a história é apresentada e se há falas de
personagens, instigando-as a perceber que o narrador é quem conta toda a
história. Nesse momento, considere utilizar o livro como apoio para o diálogo.

3 Em seguida, proponha às crianças que se organizem e distribua entre elas


os personagens da história que vão representar. Auxilie-as na escolha das
estratégias para essa organização e instigue-as a fazer o levantamento de
quem são os personagens. Caso necessário, apoie-as na decisão de como
fazer essa definição. As crianças podem propor que cada um opte por um
personagem, um sorteio ou até mesmo uma brincadeira de escolha aleatória.
Considere conversar de forma breve com elas sobre as características de cada
personagem. Fomente a reflexão sobre como seria a voz, a forma de andar, os
movimentos corporais, entre outras características, segundo a personalidade A
apresentada na narrativa. Se necessário, retorne à narrativa e leia partes que Possíveis falas
dão pistas para essa construção. Contudo, possibilite aos pequenos a liber- do professor
dade de revelar a composição de seus próprios personagens. — Uma dica pode ser
quando você disser
Escolhas feitas, combine com o grupo um tempo para que as crianças se pre- bem assim: “O lobo,
4 que não era bobo, ficou
parem e caracterizem seus personagens a partir da ação deles na história e
atrás de uma árvore.
dos elementos dispostos no ambiente. Considere apoiá-las nessa fase para Quando percebeu que
que se sintam à vontade com os acessórios, figurinos e máscaras escolhidos. o porquinho entrou em
Enquanto o grupo se prepara, converse com a criança que será o narrador, a casa, caminhou bem
fim de investigar se ela precisa de apoio para rememorar a narrativa. Lembre- devagar, bateu na porta
-a de que será necessário inserir dicas para que os personagens percebam o e gritou!”.
— Aí, quando você falar
momento em que vão falar. Levante quais dicas ela pode sugerir. Conte que “gritou”, o lobo fala.
você deixará o livro da história com ela para consultar. A

191
Unidade: Conversa sobre histórias e ilustrações

5 Após a caracterização das crianças, reúna-as novamente para que o narrador


combine as dicas que ele trará para sinalizar o momento em que os perso-
nagens falarão. Depois desse breve combinado, organize o início da repre-
sentação com as crianças. Peça que assumam os seus locais ou aguardem
no espaço combinado a sua hora de entrar em cena. Indique ao narrador que
comece a contar a história e observe a representação dos pequenos. Lembre-
-se de registrar o momento em vídeo. Ao mesmo tempo que aprecia o recon-
to, busque observar como as crianças se relacionam, quais palavras utilizam,
como representam os personagens e quais características atribuem a eles.
Esteja também atento para mediar possíveis desafios ao longo do contexto
da atividade. Contudo, busque lançá-los em forma de problematizações para
o grupo, a fim de possibilitar às crianças que encontrem meios diversos de
resoluções de situações desafiadoras.

6 Ao finalizar o reconto dramatizado da história, convide as crianças para que,


em roda, expressem como foi a vivência da proposta. Convide-as para contar
como se sentiram, quais desafios encontraram, como foi criar falas para os
personagens e acolha as observações que trarão acerca da proposta. De-
pois, investigue junto delas se a história que recontaram está completa ou se
deixaram escapar detalhes. Combine que em outro momento vocês poderão
assistir ao vídeo, a fim de observar os detalhes e reestruturar a história. Diga
que trarão novas ações a ela. Em seguida, faça a troca da atividade entre os
grupos e repita a proposta com o segundo pequeno grupo. Siga as mesmas
estratégias que utilizou com o primeiro, mas considere observar a interação
das crianças e o cansaço delas. Caso julgue necessário, combine que esse
segundo grupo vivenciará a atividade no dia seguinte.

Para finalizar
Após a vivência, engaje as crianças na organização dos espaços utilizados e, em seguida, convide-as
para a próxima proposta do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere repetir a estratégia com outras histórias preferidas da turma. É possível utilizar fantoches ou bo-
necos como suporte para o reconto e construir os cenários em processos criativos com as crianças. Os grupos
também podem apresentar os recontos entre eles. Considere, para isso, inspirar-se na atividade Brincando com
personagens, do conjunto Faz de conta.

 Engajando as famílias
Compartilhe a filmagem da atividade em momentos de encontros coletivos com os responsáveis, de modo a
envolvê-los com as propostas trabalhadas na escola.

192
11
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

COMPARTILHANDO
DESCOBERTAS
As tecnologias digitais disponibilizam uma série de recursos que promovem e acionam
aprendizagens de diferentes naturezas. Ao produzir um material audiovisual sobre des-
cobertas, para que outras pessoas possam aprender com elas – acerca da necessidade
de se pensar na sustentabilidade do planeta, por exemplo –, as crianças se deparam com
questões ligadas às características desse recurso midiático. Assim, aprendem tanto so-
bre a ferramenta como sobre a situação comunicativa em si.
Este conjunto de atividades compõe uma sequência didática e deve ser desenvolvido
com a turma na ordem apresentada. As atividades propõem uma consequente ampliação
de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discussões e
aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e desen-
volvimento. A sequência sugere o compartilhamento de saberes por meio de um vídeo.
Caso não seja possível, você pode adequar os recursos disponíveis na escola mobilizan-
do a comunidade escolar, por exemplo, e tendo a sequência de atividades como referên-
cia para sugerir o compartilhamento às crianças.

193
Sequência: Compartilhando descobertas

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações e
transformações

194
Atividade: Compartilhando descobertas em vídeo

 EI03EO01  EI03EO04  EI03EF01  EI03ET03


COMPARTILHANDO
DESCOBERTAS EM VÍDEO
Tempo sugerido: 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é necessário que as crianças já estejam envolvidas e em processo de finalização de
algum projeto de investigação na escola. A partir disso, elas serão convidadas a elaborar um material audiovisual
para compartilhar descobertas. Se a escola ainda não possui um documento para autorização de imagem das
crianças, é preciso enviá-lo para os responsáveis antes de iniciar as gravações. No documento, deixe claro que
aquelas que não quiserem ou não puderem aparecer em filmagens estarão engajadas na produção do vídeo
de outras maneiras. É importante ainda que você pesquise antecipadamente plataformas digitais de comparti-
lhamento de vídeo, como canais virtuais e redes de streaming.

 Materiais
•  Um equipamento eletrônico com acesso à internet para a exibição de plataformas de vídeos on-line
(computador, TV Smart, tablet, notebook ou celular);
•  Um vídeo adequado à faixa etária que sirva de referência para a proposta de compartilhamento de
descobertas;
•  Um projetor de imagens;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Um cartaz para fixar na parede com os quadros sugeridos abaixo, para montar o roteiro inicial e a
agenda de gravação coletivamente.

Ideias iniciais para o vídeo Agenda de gravação


Quais descobertas Elaboração do roteiro DD/MM/AAAA
iremos compartilhar? Organização dos
DD/MM/AAAA
Em quais lugares materiais para filmagem
iremos filmar? Filmagem DD/MM/AAAA
Do que iremos precisar? Edição do vídeo DD/MM/AAAA
Publicação DD/MM/AAAA

 Espaços
Planeje um espaço amplo que acolha todo o grupo em uma grande roda, como a sala, a biblioteca ou a sala
de informática. Preveja a disposição dos materiais necessários para a atividade, de forma que todos possam
visualizá-los adequadamente.

195
Sequência: Compartilhando descobertas

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais descobertas foram compartilhadas pelas crianças? Que tipo de apoio ou ajuda foi preciso
oferecer para que pudessem se expressar oralmente? Quais percepções trazem sobre o projeto
em que estiveram envolvidas?
2. De que forma elas reagiram à proposta da criação de um vídeo e à exploração das plataformas
digitais para compartilhamento de vídeos? Elas já tinham familiaridade com esse recurso audiovisual?
3. Como as crianças comunicaram as ideias para o roteiro inicial do vídeo? Houve opiniões divergen-
tes? Como elas acolheram as sugestões dos colegas e como entraram em consenso sobre as
ideias iniciais?

 Para incluir todos


Esteja atento às relações estabelecidas entre as crianças, propondo alternativas para melhorar a qualidade
das interações e traçando estratégias para que uma colabore com a outra, especialmente no momento de par-
tilha de ideias. Atente-se também à disposição do cartaz e do equipamento multimídia em que os vídeos serão
exibidos, para que todos possam visualizá-los apropriadamente. Preveja incluir de outras maneiras as crianças
que não quiserem ou não puderem aparecer nas filmagens.

O QUE FAZER DURANTE

1 Chame as crianças para se sentar com você, em roda, despertando a curiosida- A


de delas para a conversa. Inicie perguntando se elas se lembram das últimas Possíveis falas
ações do projeto de investigação que estiveram envolvidas. Estimule-as a se do professor
expressar oralmente e proponha que compartilhem as descobertas relacio- — Estamos envolvidos
nadas às vivências nesse projeto. A nesse projeto há algum
tempo. Gostaria de saber
Celebre com as crianças as conquistas do projeto, destacando o quanto você quais descobertas já
2 fizemos. Alguém gostaria
está orgulhoso por todo o percurso delas. Diga que a divulgação dos estudos
de compartilhar?
dos cientistas é um exemplo do grande impacto que uma descoberta pode
— O que mais vocês
causar na sociedade. Pergunte como elas acham que poderiam compartilhar podem contar sobre isso?
de modo amplo o que descobriram no projeto de investigação que estão fina-
lizando e considere as sugestões da turma. Faça questionamentos para que B
construam a ideia de se usar um vídeo para comunicar as descobertas com Possíveis falas
uma grande quantidade de pessoas. do professor
— Será que essa pessoa
3 Explore com as crianças algumas plataformas digitais para compartilhamento de fez o vídeo sozinha?
vídeo e assistam a um material em vídeo. Instigue-as a perceber o tema, como — Que materiais ela pode
ele é desenvolvido, como as pessoas falam e se nesse recurso é possível sina- ter usado para fazê-lo?
lizar se gostaram ou não do que assistiram e se há espaço para comentários. B — Vocês acham que ela
já sabia o que dizer antes
de gravar o vídeo ou ela
4 Após a exploração do vídeo, faça um levantamento com as crianças sobre inventou tudo na hora?
quais ideias iniciais elas trazem para o material que produzirão. Pergunte, por — De que forma ela
exemplo, como poderiam iniciar o vídeo, onde gravariam, quais descobertas mostrou a descoberta
feita?

196
Atividade: Compartilhando descobertas em vídeo

querem compartilhar, entre outros. Escreva as sugestões no cartaz com o mo-


delo de roteiro inicial, que será fixado na parede ou em outro local de fácil
visualização, para que seja retomado nas próximas atividades deste conjunto.

5 Leia para as crianças as ideias que vocês escreveram no roteiro e combinem a


agenda de gravação do vídeo, preenchendo-a com datas para a estruturação
do roteiro, da filmagem, da edição e da publicação. Lembre-se de registrar as
datas também no calendário da sala, para que as crianças possam identificá-las.

Para finalizar
Combine com as crianças que os próximos passos para a produção do vídeo das descobertas da turma
acontecerão a partir do roteiro inicial e que algumas etapas serão necessárias até o vídeo ficar pronto. Por
isso, continuarão nos próximos dias. Convide, então, a turma para a próxima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Defina com as crianças o tema do vídeo que produzirão, partindo de uma reflexão sobre as descobertas
realizadas no projeto que estiveram envolvidas, com o apoio do roteiro inicial. Isso será indispensável para a
atividade Criando um roteiro, deste conjunto. Organize ainda uma brincadeira com fantasias, além de câmeras
e microfones de brinquedo no espaço de faz de conta da sala ou da escola, que podem ser confeccionados pelas
crianças com caixas de papelão e rolos de papel higiênico. O objetivo é que elas possam brincar e explorar os
materiais, experimentando formas de construção e partilha de informação por meio de um vídeo, construindo
hipóteses acerca da produção de filmes.

 Engajando as famílias
Envie uma mensagem aos responsáveis explicando os objetivos da atividade e como ela será realizada. Na
mensagem, você também poderá convidá-los para pesquisar algo sobre o tema do projeto e para gravar um
vídeo com as crianças, que poderá ser exibido ao grupo posteriormente. Caso a turma seja numerosa, organize
as exibições de forma que não se tornem cansativas. Limite para até três minutos o tempo do vídeo nas orien-
tações para os adultos.

197
Sequência: Compartilhando descobertas

 EI03EO02  EI03EF01
CRIANDO UM ROTEIRO
ILUSTRADO
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Sugestão de vídeo
Para desenvolver a atividade, as crianças precisam já ter definido o tema do vídeo
•Como fazer um
que produzirão, além de ter esboçado o roteiro e a agenda de gravação. roteiro simples
para vídeos. Jeão –
Gambiacine. Disponível
 Materiais em: https://youtu.be/
Z4Bo6YQXn7o. Acesso
em: 05 jun. 2021.
•  Esboço do roteiro inicial elaborado na atividade Compartilhando
descobertas em vídeo, deste conjunto;
•  Uma cartolina; Sugestão de leitura
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•Modelo de roteiro
•  Um equipamento para exibição do vídeo; ilustrado. Nova Escola.
•  Vídeo com tutorial para a criação de um roteiro, como o indicado na Disponível em: https://
sugestão ao lado; nova-escola-producao.
•  Exemplos de imagens de storyboards; s3.amazonaws.com/
rxwFJvgGrkKT4spC-
•  Roteiro ilustrado (uma cópia para cada cena), conforme modelo sugerido qMt5VYpnbpfznFM-
(o modelo serve para exemplificar a organização e a forma de escrita do ZeDecQaxwU6gXZ-
roteiro; considere que ele deverá ser escrito com as crianças); cXMqA8zadKDSTaz/
•  Materiais para ilustração, como lápis de cor, canetinha, giz de cera; modelo-de-roteiro-ilus-
•  Agenda de gravação elaborada na atividade Compartilhando trado.pdf. Acesso em:
descobertas em vídeo, deste conjunto; 02 jul. 2021.
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia,
como massa de modelar, jogos de encaixe e desenho.

 Espaços
Preveja um espaço adequado para a organização das crianças em uma roda para assistir ao tutorial sobre o
roteiro, como a sala, a biblioteca ou a sala de informática. Prepare ainda dois ambientes: um será destinado à
criação do roteiro; outro, à realização de atividades que as crianças já sejam capazes de fazer com autonomia.
Organize ainda os materiais para ilustração dos roteiros nas mesas.

198
Atividade: Criando um roteiro ilustrado

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças se expressam em relação ao vídeo? Que relações fazem das suas curio-
sidades com o vídeo?
2. No momento de construção do roteiro, como as crianças interagem? Que apoios buscam quando
encontram desafios? Como acolhem as opiniões contrárias que emergiram nesse processo?
3. Como registram as ideias de ilustração do roteiro? Como acontecem as parcerias nos pequenos
grupos?

 Para incluir todos


Atente-se para que as crianças consigam visualizar o vídeo de modo efetivo. Certifique-se de prover o suporte
adequado a todas elas para que realizem a atividade.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se reunir em roda e assistir ao tutorial. Conte que o


objetivo da atividade é que elas investiguem quais são as formas de organi-
zar um roteiro de vídeo. Dê ênfase à importância do roteiro como apoio para
a produção de um vídeo e questione sobre o que pensam ser necessário para
a elaboração do roteiro. A partir do que sugerem, liste na cartolina as indi-
cações da turma.

2 Apresente o tutorial. Converse com as crianças sobre cada passo apresentado


no vídeo e cheque se as perguntas e as curiosidades que elas tinham ante-
riormente foram respondidas; em caso negativo, combine para que realizem
em outro dia uma nova pesquisa que ajude a respondê-las.

3 Convide as crianças para produzir o roteiro para o vídeo de compartilhamen-


to de suas descobertas. Diga à turma que se organizem em dois pequenos
grupos: um deles vai iniciar a atividade do roteiro, criando o início do vídeo
com você, enquanto o outro vai fazer uma atividade que já realiza com auto-
nomia. Depois, haverá a troca dos grupos, de modo que todos participarão
da criação do roteiro.

4 Com o primeiro pequeno grupo, releia as ideias iniciais sobre o roteiro, le-
vantadas na atividade Compartilhando descobertas em vídeo, deste con-
junto. Depois, apresente os exemplos de roteiro ilustrado (storyboard) que
você selecionou. Mostre que, nesse tipo de roteiro, as imagens descrevem o
que acontecerá em cada um das cenas do vídeo e são acompanhadas de um
texto explicativo. Distribua uma cópia do modelo para cada cena. Leia a des-
crição do que é preciso ter em uma cena e combine com o grupo qual será a
primeira cena, bem como quem assumirá os papéis e as responsabilidades
necessárias para compô-la. Anote as informações e as decisões das crianças
e comente que elas irão, por meio de desenhos, definir o que acontece na

199
Sequência: Compartilhando descobertas

cena, onde ela acontece, quem está presente no vídeo, quem está falando, quem
está gravando e de quais materiais precisam organizar para realizá-la. Além dos
desenhos, essas informações devem ser registradas textualmente no storyboard;
informe que será o escriba da turma. Considere que o primeiro grupo se respon-
sabilizará por duas ou três cenas. Dessa forma, preencha o roteiro de cada cena,
combinando com os pequenos e especificando os detalhes de cada uma delas.

5 Em seguida, oriente o primeiro pequeno grupo a ilustrar uma cena do roteiro.


Instigue as crianças a pensar nos detalhes para a composição do desenho, res-
saltando que ele guiará todos os envolvidos na filmagem e na representação
do vídeo. Apoie a produção das crianças, principalmente porque elas podem se
esquecer do que está descrito na cena que estão ilustrando. Quando finaliza-
rem a ilustração, peça a elas que auxiliem seu registro escrito. Ao término de
cada grupo, considere circular entre os demais, que estarão realizando outras
atividades, e ler com eles o que foi decidido para a cena, de modo que se aten-
tem ao cenário, número de pessoas envolvidas e funções de cada um. Incentive
ainda que peçam apoio aos colegas e que compartilhem as produções. Ao final
da ilustração de cada cena, auxilie as crianças a fixá-la na parede em ordem
cronológica, como uma grande linha do tempo do vídeo.

6 Inicie, então, a produção do roteiro das próximas cenas com o segundo peque-
no grupo. Siga as mesmas estratégias que utilizou com o primeiro e apoie as
crianças na elaboração das novas cenas e na finalização do roteiro. Atente-se ao
engajamento e ao cansaço das crianças, considerando, se necessário, continuar
a atividade em outro dia.

Para finalizar
Convide as crianças para a roda e para que apreciem o storyboard que foi construído. Leia o roteiro com
elas e converse sobre o que acharam do resultado. Chequem a agenda de gravação do vídeo, prevendo o
próximo passo de produção. Em seguida, convide todo o grupo para a próxima proposta do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outro momento, planeje com as crianças os agrupamentos necessários à atividade Filmando descober-
tas, deste conjunto, de modo a dividir a turma em dois pequenos grupos: um para a filmagem e outro para a
atuação. Ainda, crie com as crianças uma lista de materiais que utilizarão nas filmagens, tais como figurinos
(se houver) e câmera para filmagem. A lista poderá ser escrita coletivamente em uma cartolina, a partir de uma
conversa sobre os equipamentos e acessórios necessários para a filmagem.

 Engajando as famílias
Escreva para os responsáveis contando que as crianças produziram o roteiro ilustrado (storyboard) para a
gravação do vídeo de compartilhamento das descobertas e instigue-os a conversar com as crianças sobre como
foi a experiência. Considere finalizar aguçando a curiosidade dos adultos com o trabalho dos pequenos.

200
Atividade: Filmando descobertas

 EI03EO07  EI03EF01  EI03ET02


FILMANDO DESCOBERTAS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É imprescindível que você já tenha organizado os materiais que utilizarão nas filmagens, tais como figurinos e
câmera, de acordo com a agenda de filmagens. É importante verificar previamente a disponibilidade dos locais
em que serão realizadas as filmagens e partilhe a proposta da atividade com a coordenação, com o grupo de
professores e demais educadores da escola, combinando com eles os horários que utilizará cada espaço para
as filmagens.
Pesquise sobre criação de vídeos para apoiar os contextos de aprendizagens e oportunizar propostas cada
vez mais ricas para a turma.

 Materiais
•  Um equipamento de registro audiovisual para filmagem;
•  Uma câmera fotográfica para registrar o making of;
•  Roteiro ilustrado elaborado na atividade Criando um roteiro, deste conjunto, e agenda de gravação
elaborada na atividade Compartilhando descobertas em vídeo, também deste conjunto.

 Espaços
Organize os espaços de filmagem seguindo o roteiro ilustrado produzido pelas crianças na atividade Criando
um roteiro, deste conjunto.
Observe a necessidade de um ambiente para realização de uma roda com todo o grupo no início e no término
da atividade.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem durante as filmagens? São colaborativas umas com as outras? Que
estratégias elencam para resolver desafios? Acolhem e contrapõem ideias?
2. De que forma elas reagem aos recursos de filmagem explorados no primeiro momento? Expres-
saram curiosidade ou consciência do efeito dos diferentes tipos de luz nas imagens?
3. De que maneira as crianças se expressam em frente ao vídeo? Como as crianças que filmam bus-
cam ressaltar essas expressões?

201
Sequência: Compartilhando descobertas

 Para incluir todos


Assegure-se de que conseguirão se movimentar com liberdade e segurança nos locais de filmagem. Apoie as
crianças em relação às possíveis dificuldades que podem surgir com a utilização dos equipamentos, oportuni-
zando que participem de diferentes formas, dentro de suas possibilidades.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em uma roda e inicie a vivência revendo com elas a agenda de
gravação, celebrando que chegou o dia das filmagens. Combine a organização de
dois pequenos grupos: um para a filmagem e outro para a atuação. Combine o
papel de cada grupo, a importância de seguir o roteiro e que depois vocês retorna-
rão à roda. Combine também a duração da atividade. Caso o roteiro seja grande,
divida as filmagens ao longo dos dias da semana.

2 Ainda em roda, mostre os equipamentos de filmagem explicando, por exemplo,


sobre o uso do zoom para dar foco em algo. Disponibilize o material de filmagem
para que todas as crianças possam ver como funciona e evitar que se dispersem
dos grupos durante a filmagem. Ressalte a importância de alguns pontos, como
a expressão da fala, a interpretação diante da câmera, a necessidade de focar
algum detalhe para ressaltar uma informação, podendo relembrar aspectos do
vídeo ao qual assistiram para a atividade Compartilhando descobertas em ví-
deo, deste conjunto. Por fim, releia o roteiro ilustrado com a turma.

3 Ajude as crianças a se organizar nos pequenos grupos planejados previamente.


Disponibilize para cada grupo os materiais necessários e sigam para o primeiro
espaço previsto no roteiro. Em cada um dos espaços selecionados, é fundamental
que você apoie as crianças, ajudando quanto às posições dos grupos e relendo a
parte do roteiro envolvendo aquele espaço. Proponha a elas que façam pequenos
testes ou ensaios antes de gravar a cena. Observe como estão se expressando
em frente e atrás das câmeras, dando apoio em relação ao foco e enquadra-
mento das imagens, assim como demais recursos exemplificados anteriormente.
Depois, observe se elas encontram necessidade de fazer algum ajuste, fazendo
uma rápida consulta na gravação. Faça registros do making of.

4 Atente-se aos momentos de transição entre um espaço e outro. Nesse momen-


to, recorra ao roteiro para apoiar a organização. Depois, encoraje os pequenos
a testar diferentes posições ao filmar, observando como a luz pode interferir na
qualidade da imagem. Observe ainda que, mesmo com a construção do roteiro
em que foram elencadas falas para que as crianças narrem, há possibilidade de
que elas, espontaneamente, façam interpretações improvisadas. Reflita com o
grupo se a mensagem não sofre alteração diante do improviso. Considere rea-
lizar as gravações em dois ou mais dias, caso as crianças estejam cansadas,
combinando isso com elas.

202
Atividade: Filmando descobertas

5 Ao fim da gravação, direcione as crianças à sala ou a outro espaço. Em


roda, converse com elas sobre a experiência e estimule-as a compartilhar
o que acharam de filmar as descobertas. Parabenize-as pelo sucesso da
atividade, pontuando observações que você realizou sobre a forma como
elas se expressaram.

Para finalizar
Em seguida, consulte com as crianças, na agenda de gravação, a data para a próxima etapa de pro-
dução do vídeo e direcione-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Prepare uma playlist com músicas clássicas adequadas à faixa etária e realize com a turma um momento de
escolha da música que será utilizada no vídeo. Assim, as crianças já se preparam para a atividade Editando
um vídeo, que prevê uma trilha sonora para o vídeo.

 Engajando as famílias
Selecione algumas fotos do making of do vídeo, de modo a organizar uma exposição para os responsáveis,
a fim de inclui-los nas atividades realizadas na escola.

203
Sequência: Compartilhando descobertas

 EI03EO07  EI03ET01
EDITANDO UM VÍDEO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Reveja todo o material produzido pelas crianças previamente e se familiarize com o recurso e o aplicativo
de edição escolhidos, armazenando-os no dispositivo que será usado para a edição. Assim, poderá apoiar os
pequenos de forma mais assertiva. Caso haja alguém da comunidade que tenha experiência em filmagem e
edição de vídeos, você poderá convidá-lo para apoiar a atividade.

 Materiais
Sugestão de vídeo

•  Agenda de filmagens elaborada na atividade Compartilhando incrível história


•A
descobertas em vídeo, deste conjunto; da edição de vídeos.
Brainstorm Tutoriais:
•  Roteiro ilustrado elaborado na atividade Criando um roteiro, deste
Edição de Vídeo.
conjunto; Disponível em: https://
•  Um equipamento eletrônico para realizar a edição do vídeo (computador youtu.be/fuMY9rVOZSE.
ou notebook com programa de edição de vídeo, como Movie Maker ou Acesso em:
Magisto); 05 jun. 2021.
•  Um projetor de imagens;
•  Playlist, pen drive ou CD com a música escolhida pelas crianças para a trilha sonora do vídeo;
•  Materiais para atividades que os pequenos já realizam com autonomia, como massa de modelar, jogos
de encaixe e desenho.

 Espaços
Preveja um espaço para a roda a ser realizada no início e no fim da atividade. Planeje dois ambientes: um para
o grupo que realizará a edição com você; outro para os grupos que realizarão outras atividades com autonomia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças se engajam na edição do vídeo? Comparam as diferentes possibilidades


de edição? Opinam observando funções do programa de vídeo utilizado, sugerindo cortes, por
exemplo?
2. Como as crianças revisam as filmagens? Demonstram compreensão sobre como as partes se unem
e formam um único vídeo? Sugerem mudanças?
3. Quais reações elas demonstram durante o processo de edição? Como interagem umas com as
outras? Como respondem ao aparecimento de opiniões diversas?

204
Atividade: Editando um vídeo

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que possam impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada uma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para uma roda e dê início à atividade revisando as datas


e as etapas da produção do vídeo e pontuando o quão orgulhoso você está do
que estão construindo juntos. Explique a elas que vocês chegaram a uma das
partes mais importantes: a edição do vídeo. Pergunte se já ouviram falar em
edição de vídeo e o que elas acham que farão. Exiba o vídeo que exemplifica
o processo de edição e, ao término, converse com os pequenos sobre o que
vão fazer durante a atividade: unir os diferentes vídeos que foram gravados,
acrescentar música, colocar um título no início e os créditos ao final. Observe
que a edição do vídeo será uma construção das crianças, que terão você como
apoiador. Sendo assim, cuide para que as escolhas, decisões e estratégias
sejam delas, a fim de que o vídeo seja a representação de uma construção
infantil, refletindo a identidade do grupo.

2 Informe que a proposta será realizada em três pequenos grupos. Enquanto


um grupo estiver realizando a edição, os outros dois estarão fazendo outra
atividade de forma autônoma. Combine o tempo de duração da atividade e
como será feito o rodízio dos grupos. Por fim, ajude as crianças para que se
organizem nos grupos.

3 Chame o primeiro pequeno grupo para iniciar a edição. Apresente o equi-


pamento e o software a ser utilizado e proponha que coloquem o título e
os créditos na filmagem. Investigue junto às crianças como as informações
de créditos aparecem em vídeos que porventura já apreciaram, possibili-
tando agrupar os créditos por função. Peça que coloquem o título no início
do vídeo, teste filtros e estilos de título junto com elas. Adicionem também
os créditos do vídeo com o nome das crianças. Quando o primeiro grupo
estiver próximo de encerrar sua parte da edição, avise o segundo grupo
para começar a se preparar para trocar de lugar.

4 Chame o segundo pequeno grupo para dar seguimento à edição. Apresente


às crianças o equipamento e o software a ser utilizado. Explique que primeiro
vocês colocarão todos os vídeos gravados dentro do software de edição e,
depois, assistirão ao conteúdo para verificar se precisam cortar alguma parte
do vídeo e adicionar uma transição. Retome o roteiro criado pelo grupo, para
que o utilizem como apoio para organizar a edição do vídeo. Auxilie-as a ex-
portar os vídeos, fazer a avaliação do material e as edições necessárias. Esti-
mule-as a testar diferentes filtros e transições disponibilizadas pelo software
de edição. Observe a disposição, o engajamento das crianças e o número de
cenas para a edição, considerando a possibilidade de continuar em outro dia.

205
Sequência: Compartilhando descobertas

5 Com o último pequeno grupo, apresente o equipamento, o software a ser


utilizado e o que os grupos anteriores já editaram. Rememore com as crian-
ças a importância da trilha sonora e convide-as a inserir a música escolhida.
Explique a elas que vocês terão de selecionar dois volumes para a música:
um mais alto na parte do título, das transições ou das cenas em que ninguém
fala, e um volume mais baixo para quando houver falas. Assim que a turma
estiver se aproximando do fim da edição da trilha sonora, avise aos outros
grupos que é hora de finalizar todas as atividades e começar a organizar os
espaços para voltar à roda.

Para finalizar
Com todo o grupo em roda, celebre com as crianças a finalização de mais essa etapa. Exiba o vídeo e
converse sobre o que elas gostaram e o que podem melhorar na produção. Anote as sugestões e finalize
a atividade lendo a agenda de gravação do vídeo.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Caso as crianças tenham apontado algumas mudanças que gostariam de realizar no vídeo, dê continuidade
à atividade com o grupo. Em outro momento, considere realizar uma oficina de confecção de cartazes para di-
vulgar a data de publicação do vídeo, propondo a criação com base em cartazes de filmes conhecidos por elas.

 Engajando as famílias
Encaminhe um recado aos responsáveis, comunicando a finalização da etapa de edição do vídeo e a data
de publicação.

206
Atividade: Publicação do vídeo sobre as descobertas

 EI03EO03  EI03EF01
PUBLICAÇÃO DO VÍDEO
SOBRE AS DESCOBERTAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante organizar previamente o espaço onde o vídeo será exibido, a fim de garantir que as crianças
consigam visualizar adequadamente a produção.

 Materiais
•  Agenda de filmagens elaborada na atividade Compartilhando descobertas em vídeo, deste conjunto;
•  Um projetor de imagem;
•  Um equipamento com acesso à internet para publicação do vídeo da turma;
•  O vídeo de compartilhamento das descobertas produzido pelas crianças;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor).

 Espaços
Prepare um espaço apropriado para a roda. Procure se certificar de que todas as crianças visualizarão ade-
quadamente o dispositivo eletrônico no qual você exibirá o vídeo e mostrará o processo de publicação.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à exibição do vídeo? Como apreciam o processo das etapas de produção?
Expressam satisfação com o resultado?
2. De que forma as crianças expõem opiniões a respeito do título e da plataforma para publicação
do vídeo? Como lidaram com opiniões diversas?
3. Quais linguagens foram utilizadas pelas crianças durante a atividade?

207
Sequência: Compartilhando descobertas

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo
participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança ou
do grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Chame as crianças para se sentar em roda com você e inicie lendo a agen-
da de gravação. Parabenize-as pelo progresso nas etapas de produção do
vídeo. Conte que você exibirá o vídeo para que todas vejam como ficou.

2 Exiba o vídeo e estimule os pequenos a compartilhar as aprendizagens e as


descobertas realizadas ao longo do projeto.

3 Rememore com os pequenos o principal objetivo da criação do vídeo: com-


partilhar descobertas. Instigue-os para que reflitam se o vídeo cumpre o
propósito de divulgar o que descobriram para diversas pessoas. Perceba
se eles consideram que a mensagem está clara e o vídeo pronto para ser
compartilhado.

4 Diga que, para chamar a atenção e convidar as pessoas para acessar o ví-
deo, é importante que a turma escolha um título para divulgação. Ele pre-
cisa refletir seu conteúdo e atrair as pessoas para assisti-lo e precisa se
aproximar do título que escolheram na edição. Combine com as crianças de
que forma darão as sugestões, considerando as características do grupo.

5 Após escolher o título, converse com as crianças sobre as plataformas de


compartilhamento que já foram exploradas. Diga que vão escolher de forma
democrática em qual plataforma vão publicar o vídeo. Demonstre novamen-
te as funcionalidades das plataformas e, de forma dialógica, por votação
ou análise, decidam juntos em qual delas o vídeo deverá ser publicado.
Exemplifique o que cada uma das plataformas oferece e como essas ferra-
mentas potencializam ou interferem no acesso ao vídeo, qual delas possui
mais usuários, entre outras características.

Para finalizar
Com a plataforma de publicação e o título escolhidos, chegou a hora de o grupo disponibilizar o ví-
deo. Siga com as crianças o passo a passo para publicá-lo de acordo com a plataforma escolhida. Por
fim, assistam ao vídeo publicado na plataforma, para que se certifiquem de que a publicação foi reali-
zada com sucesso.

208
Atividade: Publicação do vídeo sobre as descobertas

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Divulgue a publicação por meio de cartazes na escola. Diga às crianças que é necessário criar estratégias para
divulgar o vídeo para que mais pessoas possam assisti-lo. Escolha as fotografias de making of, criem uma hashtag
e escrevam juntos um pequeno texto informativo, contendo onde ele pode ser assistido, a fim de divulgá-lo.

 Engajando as famílias
Prepare um evento de divulgação do vídeo em parceria com a comunidade escolar. Planeje-o junto às crianças,
prevendo e elaborando a forma de convite, os equipamentos para exibição do vídeo, a disposição do espaço
para receber os convidados e a instalação de um mural contendo roteiros originais elaborados pelas crianças.

209
12
AP

CONJUNTO

UNIDADE

JOGOS NA ÁREA
EXTERNA
As brincadeiras envolvendo jogos potencializam as aprendizagens e o desenvolvimen-
to das crianças porque possibilitam a elas, ao tomar consciência da própria potencialida-
de motora, expressar-se corporalmente; ampliar o repertório de brincadeiras; aprender a
conviver, seguir regras, lidar com vitórias e frustrações, fazer escolhas, pensar estrategi-
camente. Envolvidas em contextos lúdicos, as crianças experimentam diversas situações
desafiadoras que as impulsionam a explorar movimentos corporais com diferentes com-
plexidades, buscar alternativas, cooperar e usar uma gama de conhecimentos de nature-
zas diversas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas de
forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoriamente desenvol-
ver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por
meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crian-
ças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
propostos no decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

210
Unidade: Jogos na área externa

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.
Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.
Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em
EI03ET07
uma sequência.

EI03ET08 Expressar medidas (peso, altura etc.), construindo gráficos básicos.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Corpo, gestos e Escuta, fala, Espaços, tempos,


nós movimentos pensamento quantidades,
e imaginação relações e
transformações

211
Unidade: Jogos na área externa

 EI03EO03  EI03EO05  EI03EF01


JOGOS NO QUINTAL
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é importante que o grupo já possua um repertório inicial de algumas brincadeiras
e jogos de deslocamento.

 Materiais
•  Papel para cartaz e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Materiais de desenho, como canetas hidrocor, lápis grafite, lápis de cor, gizes de cera e papéis;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade;
•  Alguns materiais serão separados de acordo com o jogo escolhido para o dia, conforme sugestões das
crianças.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra em dois espaços: na sala e em uma área externa. Organize na sala os
materiais que serão utilizados para o desenho. Envolva a turma e levante os materiais necessários, verificando
a disponibilidade deles na escola e sobre a melhor forma de coletá-los. Ao final da brincadeira na área externa,
as crianças retornam à sala.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças participam da proposta do jogo e do processo de escolha?


2. Como elas compartilham ideias e acolhem as sugestões umas das outras?
3. Ao realizar o jogo, como elas demonstram tranquilidade? Respeitam a forma de cada um se en-
volver na atividade corporal?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Os jogos,
de modo geral, envolvem deslocamento e movimentação ampla. Pense com as crianças como garantir a parti-
cipação da turma, conforme os interesses e as possibilidades dela.

212
Atividade: Jogos no quintal

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, com todo o grupo em roda, convide as crianças para conversar so-
bre o que é um quintal e se a escola tem um espaço parecido. Envolva-as na
discussão, buscando também referências de quintais conhecidos ou das casas
delas. A turma pode identificar mais de um espaço parecido na escola. Não
há problema se isso ocorrer, apenas na hora de jogar será preciso combinar
qual “quintal” é o mais apropriado para a proposta. Dialoguem sobre jogos
e brincadeiras que elas conhecem e pergunte quais jogos, dentre os que co-
nhecem, gostariam de jogar no quintal da escola. Encaminhe a conversa de
forma que as crianças reflitam sobre as possibilidades do espaço.

2 Após a conversa, proponha que façam uma lista com as sugestões de jogos em
um cartaz. Como escriba, registre o nome do jogo e quem o sugeriu. Combine
o melhor lugar para fixar a lista, de modo que possa ser consultada sempre,
de maneira que você adote uma rotina frequente de brincadeiras no grupo. A
Possíveis falas
Em seguida, decida com as crianças sobre como vão eleger um jogo para ser do professor
3
vivenciado no quintal. Elas podem sugerir uma parlenda, um sorteio ou uma — Vamos brincar de um
votação. É importante garantir que a turma interaja e chegue a uma escolha dos jogos dessa lista.
para que, então, organize com ela o que for necessário. Se a turma optou por — Como faremos para
escolher qual vamos
fazer um sorteio, você pode sugerir que escrevam espontaneamente os nomes jogar hoje? Alguém tem
dos jogos em uma folha, para recortar e colocar cada nome em um saquinho. alguma sugestão?
É importante a participação das crianças em todas as ações. A

4 Definido qual será o jogo, convide a criança que o sugeriu a explicar para a
turma a forma de jogar. Se perceber que ela precisa de ajuda, contribua na
interlocução, para que a explicação fique clara a todos. Organize o desloca-
mento da turma até o quintal da escola. Se houver necessidade de material,
envolva as crianças na coleta e no transporte.

5 Convide as crianças para jogar e perceba se todos compreenderam as regras


e o objetivo do jogo. Se for necessário, faça intervenções individuais e busque
esclarecimentos junto à criança que ensinou o jogo. Sugira agrupamentos e
apoio entre as crianças para que todos participem. Cada brincadeira ou jogo
trará necessidades diferentes de organização e de planejamento, que podem
ser discutidas com o grupo. Observe como resolvem os possíveis conflitos, seja
por descumprimento às regras, seja por frustração por perder, entre outros.
Atente-se ao deslocamento pelo ambiente, à transposição de obstáculos, à
forma como realizam os diversos movimentos (correr, saltar, girar, andar de
costas, arrastar-se, abaixar, arremessar, chutar uma bola) e às conquistas in-
dividuais em relação às aprendizagens desenvolvidas.

6 Enquanto observa, procure documentar as vivências com fotos e vídeos, apro-


veitando esses registros para avaliar a adequação dos jogos, bem como a
necessidade de mudanças e de variações. Caso alguma criança não queira
participar, proponha a ela que ajude a fotografar ou a filmar. Ofereça-se para
jogar também e experimente as sugestões das crianças.

213
Unidade: Jogos na área externa

7 Esteja atento ao envolvimento do grupo e ao tempo para cada jogo. Há jogos


que podem ter um tempo maior de execução e outros que podem incluir mo-
vimentações que cansam mais rápido. Favoreça o tempo necessário para que
as crianças joguem tranquilamente até o final (se tiver pontuação ou tempo,
por exemplo) ou até que manifestem o desejo de parar. Após a vivência, diga
à turma que é necessário organizar espaços e materiais.

8 Na sala, proponha às crianças que expressem, por meio de um desenho, como


se sentiram jogando, do que mais gostaram e do que não gostaram de fazer
no jogo. Converse com a turma sobre os materiais disponíveis para desenhar
e promova a autonomia no uso e na organização dos recursos. Observe os
diálogos e as trocas entre as crianças, demonstre interesse sobre as impres-
sões de cada uma, circulando pelo espaço e conversando com elas. Registre
as expressões que chamam a atenção para nortear a prática nas próximas
atividades de jogo.

Para finalizar
Cinco minutos antes do término da atividade, avise as crianças que terão mais esse tempo para encerrar
os desenhos. Convide quem for terminando para expor a produção em um mural ou no corredor da escola.
Peça que colaborem na organização dos materiais e incentive a observação dos desenhos dos colegas.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere tornar a proposta uma atividade permanente, por meio da realização dos outros jogos listados pelo
grupo. A cada jogo, você pode propor diferentes formas de expressão e de registro a partir das suas anotações.
As crianças podem conversar em pequenos grupos sobre a vivência e também fazer escritas espontâneas, tex-
tos coletivos, pinturas, mímicas, entre outros. Quando todos os jogos listados forem experimentados, ampliem
a lista por meio de pesquisa com outras turmas, funcionários da escola, responsáveis ou na internet. Incentive
as crianças a construir um livro de jogos da turma, com regras, fotos e desenhos de cada jogo experimentado.
Esse livro pode ser compartilhado com as demais turmas da escola. Outra possibilidade é fazer um gráfico com
os jogos preferidos da turma.

 Engajando as famílias
Para aumentar o repertório de jogos da turma e envolver os responsáveis, organize com os pequenos uma
pesquisa para descobrir de qual jogo os seus responsáveis mais gostavam na infância. Após a realização da
pesquisa, convide um adulto que queira participar para vir à escola ensinar o jogo e brincar com as crianças.

214
Atividade: Brincadeira da onça

 EI03EO06  EI03CG02  EI03EF03


BRINCADEIRA DA ONÇA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestões de leitura
 Contextos prévios
•Panará, a volta por cima dos índios
gigantes. Instituto Socioambiental
É importante que você pesquise sobre os índios Panará. Aproprie-se (ISA). Disponível em: https://panara.
socioambiental.org/. Acesso em:
de informações sobre cultura, tradições, língua, educação, região em 07 jun. 2020.
que vivem e história de resistência. do índio: vídeos revelam a
•Dia
infância e o brincar na comunidade
indígena Panará. Território do brincar,
 Materiais abr. 2016. Disponível em: https://
territoriodobrincar.com.br/territorio-do-
brincar-na-midia/dia-do-indio-videos-
•  Material sobre a aldeia Nasêpotiti, comunidade indígena revelam-a-infancia-e-o-brincar-na-
Panará, incluindo algumas imagens de crianças jogando a comunidade-indigena-panara/. Acesso
brincadeira da onça; em: 07 jun. 2020.
•  Cartaz com as regras da brincadeira da onça em letra
•Brincadeira da onça. Território do
imprensa maiúscula; brincar, mar. 2014. Disponível em:
https://territoriodobrincar.com.br/
•  Livros com texto e imagens sobre diferentes culturas brincadeiras/brincadeira-da-onca-2/.
indígenas, lendas, contos, bem como livros informativos; Acesso em: 07 jun. 2020.
•  Enciclopédias e atlas sobre animais da fauna do Brasil;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a
atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra em dois espaços distintos, iniciando na sala, na qual estarão organizados,
de forma acessível, as imagens e os outros materiais sugeridos, e passando, depois, à área externa, que pode ser
um pátio, uma quadra ou um gramado, em que as crianças poderão se movimentar livremente na brincadeira.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais imagens chamam a atenção das crianças? Elas se mostram curiosas em conhecer uma
cultura diferente? Como demonstram isso?
2. Como se movimentam durante o jogo? Demonstram equilíbrio, agilidade e controle dos movimentos
corporais? Que estratégias individuais e coletivas desenvolvem?
3. Que critérios utilizam para selecionar os livros? Compartilham as leituras ou leem individualmente?
Realizam a leitura das imagens e extraem informações, criam hipóteses ou folheiam rapidamente?

215
Unidade: Jogos na área externa

 Para incluir todos


Durante a conversa, peça às crianças que façam a descrição das imagens conforme a individualidade de
cada uma. Converse com elas encontrando maneiras de garantir a participação de todas na hora de jogar. Na
atividade de leitura e pesquisa em livros, estimule o apoio entre os pequenos e oferte livros táteis, se possível.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, convide todo o grupo para se reunir com você próximo aos mate-
riais. Diga que gostaria de saber a opinião da turma sobre o que observam. A
Enriqueça o diálogo e a troca com os pequenos: mencione falas e expressões Possíveis falas
observadas e envolva-os na conversa, perguntando de onde acham que são do professor
as imagens, onde fica aquela comunidade, o que chamou mais a atenção, — Percebi que algumas
como será a vida e a rotina daquelas pessoas. Garanta que explorem as ima- crianças ficaram
gens, que, nessa faixa etária, guiam a leitura e as hipóteses de escrita das interessadas nas
crianças. A imagens. Gostaria que
compartilhassem com a
gente o que observaram.
2 Mostre ao grupo as imagens das crianças da aldeia jogando a brincadeira — Vi que você fez uma
da onça. Pergunte o que acham que elas estão fazendo, como acham que se expressão de surpresa.
joga e quais as regras. Provavelmente os pequenos perceberão que se trata O que a deixou assim?
de um jogo. Incentive a participação de todos e valorize as hipóteses deles.
Posteriormente, diga que você vai ler as regras que trouxe. Leia-as e conver-
se sobre as hipóteses levantadas. Pergunte como acham que as crianças da
aldeia Nasêpotiti criaram um jogo envolvendo especificamente onça, porcos e
pássaros. Certamente, os pequenos contarão o que sabem sobre a onça como
predadora. Proponha que expressem corporalmente os movimentos de cada
animal, enquanto vão para o espaço em que realizarão o jogo.

3 Na área externa, convide todo o grupo a retornar para a roda. Pergunte o


que precisam fazer para jogar a brincadeira da onça. Com o apoio das regras,
envolva as crianças nas decisões que serão tomadas: onde ficará posicionada
a fila de porcos, onde será o local do pássaro pekã, de onde a onça partirá,
quem fará o papel de onça, de pássaro e dos porcos. Se houver disputa para
representar os animais, inclua a turma na busca de uma solução.

4 Caso alguma criança não queira participar, ofereça opções, como conversar
com aquelas que já foram pegas pela onça ou ajudar no registro fotográfico.
É importante deixar claro que ela poderá entrar na brincadeira depois, se de-
sejar. Observe o jogo e veja se todos compreenderam seus papéis e as regras. B
Caso seja necessário, dê orientação individual a quem estiver precisando. Os Possíveis falas
jogos de regras envolvem aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais. do professor
Atente-se às respostas das crianças aos desafios que o jogo proporciona. — Por que você acha
Essas observações devem guiar as intervenções delas, que podem ser indivi- que foi pego pela onça?
duais ou coletivas, dependendo da situação. Apoie as crianças na descober- — Vamos observar como
ta e na percepção dos próprios corpos e sentimentos durante a brincadeira. os colegas fazem para
Participe também da brincadeira com elas. A repetição aprimora a vivência, se movimentar sem
serem pegos?
portanto, caso queiram, incentive a turma a jogar novamente. B

216
Atividade: Brincadeira da onça

5 Observe o envolvimento e o interesse do grupo. Quando perceber que o tem-


po de jogo já foi suficiente, encaminhe para a finalização. Antecipe às crian-
ças que, ao retornar à sala, terão um tempo de leitura e pesquisa em livros.

6 Já na sala, conte que você separou alguns livros para que possam pesquisar e
conhecer mais a respeito dos assuntos sobre os quais conversaram. Diga que
são livros que falam de culturas indígenas brasileiras e de animais da fauna
brasileira, entre outros. Motive-as a escolher e folhear os livros em pequenos
grupos, se preferirem. Observe os interesses e demonstre um comportamento
leitor, escolhendo algum livro para ler também. Pode ser que algumas crian-
ças se aproximem e perguntem o que você está lendo. Compartilhe a leitura
com elas e circule pelos espaços e grupos, demonstrando interesse pelas
descobertas e diálogos.

Para finalizar
Quando a turma estiver se dispersando da leitura, deixando os livros de lado para buscar outras ativi-
dades, comunique que o momento está se encerrando e que devem colaborar na organização dos livros.
Acomode-os em local acessível e diga às crianças que, havendo interesse, podem retomar a leitura.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha que joguem a brincadeira da onça outras vezes e que pesquisem outros jogos da comunidade in-
dígena Panará, bem como de outras comunidades indígenas. Você pode se inspirar nas atividades do conjunto
Músicas de diferentes povos, para ampliar o repertório cultural do grupo.

 Engajando as famílias
É importante que os responsáveis acompanhem o que está sendo desenvolvido na escola, para que o diálogo
continue em casa. Incentive a turma a participar da escrita de uma carta destinada a eles, contando a respeito
da experiência com o jogo e com a cultura da comunidade indígena Panará.

217
Unidade: Jogos na área externa

 EI03EO03  EI03CG03  EI03ET07  EI03ET08


VOLENÇOL
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestão de leitura
 Contextos prévios
•Regras do jogo
Volençol. Nova escola.
Disponível em: https://
Para que a atividade seja realizada, é importante que a turma já tenha explorado
nova-escola-producao.
gráficos, seja organizando um, seja fazendo a leitura de informações. s3.amazonaws.com/
hzAvsbXWaC29QB-
fmFh9RYXsMXvqt3C-
 Materiais ZAA6ZB2VMd2cQsd-
m3ChBbjNcRN6dsa/
eisem001box0006-brin-
•  Bola leve, do tipo “dente de leite”; cadeiras-volencol-
•  Lençóis velhos, mas em bom estado, coletados previamente com os -material-didatico-
responsáveis; -conteudo2-regras-jo-
•  Regras do jogo Volençol; go.pdf. Acesso em:
•  Blocos de montar; 25 jun. 2021.
•  Imagens de gráficos de barras comparativos entre duas informações;
•  Varal ou mural para pendurar as imagens dos gráficos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade aconteça em dois espaços, iniciando na área externa e finalizando na sala.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais estratégias as crianças utilizam para pontuar no jogo? Como coordenam os movimentos do
lençol e resolvem os conflitos?
2. Como realizam a contagem dos pontos? Apoiam-se em que estratégias e conhecimentos prévios?
3. De que maneira as crianças compreendem a relação entre número e quantidade na elaboração
do gráfico? A que recursos recorrem? Como são as trocas entre as crianças com conhecimentos
diferentes a esse respeito?

 Para incluir todos


A atividade requer movimentos individuais e coletivos. Esteja atento para oferecer apoio ou ainda propor
auxílio entre as próprias crianças. Se necessário, busque outros recursos para a participação delas em todas
as etapas da proposta.

218
Atividade: Volençol

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. Compartilhe que
tem uma sugestão de um novo jogo e que para jogá-lo utilizarão uma bola e
dois lençóis. Apresente os materiais e incentive as crianças para que levan-
tem hipóteses sobre o jogo. Conte que o nome do jogo é Volençol e busque
a participação do grupo perguntando se conhecem algum jogo que tenha um
nome parecido. Possibilite que expressem as ideias que tiverem e valorize-as.
Mostre e leia as regras para a turma e depois pergunte o que será necessário
fazer para jogar. Envolva todo o grupo na organização prévia do jogo, como
divisão de times, espaço, posição, sempre de acordo com as regras do jogo.

2 Convide as crianças para que vivenciem o jogo na área externa. Caso alguma
delas não queira participar, convide-a para que ajude a pegar a bola quan-
do ela cair do lençol ou, ainda, peça ajuda no registro fotográfico. Enquanto
elas jogam, observe as estratégias que desenvolvem: como movimentam o
lençol, se fazem seu próprio movimento ou procuram observar os colegas e
coordenar as ações, se existe uma liderança que organiza o grupo. Após al-
gumas tentativas, as equipes podem começar a desenvolver estratégias para
marcar ponto e ocorrer uma contagem espontânea dos pontos. Observe como
essa contagem se dá.
A
3 Após o tempo estimado para o jogo, avise que será a última disputa de ponto
Possíveis falas
e que o jogo será encerrado. Combine a organização dos materiais e convide do professor
as crianças para se sentar em roda com você. Converse sobre como foi jogar
— De que forma
Volençol, qual foi o placar final, como fizeram para contar os pontos. Enri- podemos registrar os
queça o diálogo com o que observou durante o jogo e pergunte como sabem pontos para acompanhar
quem está ganhando. Proponha às crianças que façam mais uma rodada de quanto está o jogo
Volençol, mas agora controlando os pontos para que, a qualquer momento durante a partida?
da partida, possam saber como está a disputa. Peça que sugiram formas de — Alguém precisa
ficar responsável
fazer esse controle e, a partir das sugestões, escolham uma maneira para pela marcação, não é
utilizá-la. Dependendo da sugestão que for escolhida pelo grupo, talvez seja mesmo?
preciso coletar o material antes de iniciar a partida. A

4 Retome o jogo começando uma nova rodada com pontuação zerada e ofereça
apoio, se necessário, durante o registro ou a marcação dos pontos. No decor-
rer da partida, sugira que confiram o placar.

5 Decorrido o tempo proposto para a partida, diga à turma que essa será a últi-
ma disputa. Finalizado o jogo, proponha a todo o grupo que verifique o placar.
Peça às crianças que realizaram a marcação para que falem sobre a experiên-
cia de registrar os pontos e que estratégias utilizaram. Informe que retornarão
para a sala e lá continuarão conversando sobre o Volençol.

6 Na sala, em roda, convide uma criança para registrar a pontuação de cada


equipe no quadro. Caso ela faça uso dos numerais correspondentes, pergunte
a todo o grupo de que outra forma vocês podem representar as quantidades
de pontos para comparação e visualização. Garanta que emerjam do grupo as

219
Unidade: Jogos na área externa

ideias. Se nenhuma criança citar o gráfico, diga que você trouxe gráficos de
algumas competições para que possam observar como as informações estão
representadas. Convide as crianças para que comparem as barras e identi-
fiquem quem está ganhando. Enquanto fazem a leitura, retome com elas os
conhecimentos prévios sobre o assunto.

7 Proponha a cada time que faça sua barra de pontos feitos no jogo, utilizando
os blocos de montar. Organize com as crianças a divisão do espaço da sala
para cada time. Enquanto as crianças constroem a barra, observe que conhe-
cimentos mobilizam, se recorrem ao numeral escrito no quadro, se há uma
liderança, se todas se envolvem no processo, como são as trocas entre elas.
Após a construção da barra de cada grupo, convide as equipes a se sentar em
roda. Solicite que tragam as barras, posicionando-as uma ao lado da outra.
Converse com as crianças sobre o gráfico finalizado, peça que façam a leitu-
ra das informações contidas nele. Convide uma delas para registrar o gráfico
produzido coletivamente, fotografando-o.

Para finalizar
Peça às equipes que organizem os blocos de montar na caixa. Convide algumas crianças para fixar
no varal ou no mural as imagens dos gráficos. Diga que a foto do gráfico feito com os blocos de montar
também será incluída.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade propondo às crianças que convidem outra turma da escola para jogar o Volençol. Você pode
sugerir também que organizem um campeonato. Elas podem experimentar outras formas de registro de pontos
e construir gráficos sobre o campeonato, experimentando agrupamentos, como duplas ou pequenos grupos.
A partir do campeonato e dos registros, elas podem manter um painel informativo dos jogos para acompanha-
mento dos responsáveis em momentos de entrada e saída.

 Engajando as famílias
Planeje com a turma uma partida de Volençol para ser realizada com os responsáveis em uma reunião ou em
um evento da escola. Combine com as crianças o papel de cada uma durante a partida no dia combinado. Os
times podem ser formados com responsável e criança cooperando no mesmo grupo.

220
Atividade: Queimada abelha-rainha

 EI03EO03  EI03EO07  EI03CG02


QUEIMADA
ABELHA-RAINHA
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Esse jogo é uma adaptação da queimada tradicional, por isso é importante que as crianças já conheçam a
brincadeira no formato tradicional.

 Materiais Sugestão de leitura

•  Itens para contextualização: imagens impressas de abelhas e colmeias,


•Regras do jogo:
Queimada abelha-
que podem ser fotos, desenhos e livros informativos, bem como abelhas -rainha. Nova Escola.
de brinquedo ou feitas de material reciclado; Disponível em: https://
•  Uma bola leve e de tamanho médio, para que as crianças consigam nova-escola-produ-
segurar e lançar a uma boa distância; cao.s3.amazonaws.
•  Varais, mesas e tapetes; com/q3zRJT5T2fEG-
7cydTVdh6neC9qU-
•  Giz de quadro, se necessário; tQ7f8xjrA3acfEZjkQ-
•  Um equipamento para reprodução do áudio de um zumbido de abelha em gtCmcMz7M3CzPCq/
volume baixo, para que apenas quem se aproxima possa ouvi-lo; edi3-07und04-regras-
•  Um equipamento para reprodução de vídeos sobre o tema (TV, tablet ou -queimada-abelha-ra-
um notebook), conforme as possibilidades de sua escola; inha.pdf. Acesso em:
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para 07 jun. 2020.
registrar a atividade;
•  Regras do jogo da Queimada abelha-rainha.

 Espaços
Planeje para que a atividade aconteça em dois espaços, iniciando-se na sala e passando para a área externa.
Organize a sala com materiais que remetam à temática do jogo. Disponha os recursos em diferentes espaços da
sala, como em varais, mesas e tapetes, assim as crianças circularão pelas diversas possibilidades.
Para a brincadeira, o melhor lugar é uma quadra, porque já tem as divisões de campos e de limitações de
áreas. Não sendo possível, escolha outro espaço e, previamente, divida-o em dois campos, separando uma área
atrás de cada um deles, chamada de “morto”, para onde vão as crianças que são atingidas. Essas marcações
podem ser feitas no chão com um giz de quadro.

221
Unidade: Jogos na área externa

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças expressam o interesse delas pelo tema das abelhas? Como se envolvem com
os materiais disponibilizados?
2. Como realizam os diversos movimentos durante o jogo? Demonstram segurança, por exemplo,
tentando pegar a bola para “queimar” o time adversário?
3. Quais estratégias individuais desenvolvem durante o jogo? Que linguagens utilizam para comuni-
cação com os colegas da equipe? Que estratégias criam coletivamente?

 Para incluir todos


O jogo envolve comunicação entre as crianças da mesma equipe para desenvolver estratégias e proteger a
abelha-rainha. Converse com todo o grupo pensando em diferentes formas de estabelecer a comunicação e
promover a inclusão de todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que entrem na sala previamente organizada. Sugira


que circulem livremente pelo espaço observando e explorando os materiais
dispostos. Observe reações, expressões faciais e corporais. Faça interven-
ções a partir das manifestações delas. Acolha todas as expressões e ofereça
apoio, se necessário. A
Possível ação
Com todo o grupo em roda, pergunte sobre as observações que fizeram, o das crianças
2
que acharam interessante e o que mais chamou a atenção. Quando alguém se
•Elas podem ficar
referir a uma imagem, um livro ou um brinquedo específico, peça que mostre empolgadas ou
qual é ou que traga-o para a roda para mostrar a todos. Converse sobre o que demonstrar medo de
abelha e aflição ao
sabem sobre as abelhas, colmeia e abelha-rainha. Dê tempo para a troca de ouvir o zumbido dela.
informações e garanta que todos estejam envolvidos. A

3 Convide as crianças para jogar Queimada abelha-rainha na área externa da


escola. Lembre-as de que já jogaram queimada e pergunte quem se lembra
como se joga, quais são as regras e o que é preciso para jogá-la. Depois per-
gunte como será que se joga Queimada abelha-rainha. Ouça as suposições
dos pequenos, valorizando as hipóteses deles. Socialize as regras para então
conversar sobre o que é necessário para jogar. Sugira que se desloquem até
o espaço externo imitando uma abelha. Entre na brincadeira e “voe” com as
crianças também.

4 No espaço externo, organize a partir das ideias das crianças a divisão dos dois
times. Diga que é hora de se reunirem em equipes para decidir quem será a
abelha-rainha. Dê um tempo para que tomem a decisão e conclua os combi-
nados para o início da partida, sempre retomando as regras.

222
Atividade: Queimada abelha-rainha

5 Convide a turma para jogar. Observe como as crianças atuam diante dos di- B
versos desafios que a atividade propõe e faça registros fotográficos e escritos
Possíveis falas
das ações para nortear as intervenções. Esse é um jogo em que as crianças do professor
precisarão desenvolver táticas individuais e coletivas. O jogo prossegue até
— Como vocês se
que uma das abelhas-rainhas seja “queimada”.
comunicaram em
equipe? Encontraram
6 Após o término da partida, sugira que procurem um lugar agradável para que algum desafio durante
se sentem. Proponha uma conversa para que as crianças relatem a experiên- o jogo?
cia do jogo. Pergunte também sobre os movimentos corporais que realiza- — Quais estratégias
ram no jogo, como abaixar para escapar da bola, correr e arremessar a bola. utilizaram para proteger
a abelha-rainha?
Convide-as a demonstrar os movimentos enquanto contam como fizeram. B — Como vocês
descobriram quem era
Para finalizar a abelha-rainha do time
Finalizada a socialização de experiências, convide todo o grupo para se adversário?
sentar e respirar profundamente algumas vezes. As crianças podem fechar os
olhos, sentir o ar entrando e saindo. Depois peça para que abram os olhos e
se levantem devagar.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita o jogo outras vezes para que as crianças tenham oportunidade de desenvolver outras estratégias e
também diferentes formas de se comunicar em equipe, para então perceber o que deu certo e o que não deu.
Proponha à turma que insira novos desafios no jogo (jogar com duas bolas; quem estiver no “morto” pode
“queimar”; ou quem for “queimado” passa para o outro time). Quando essas variações no jogo acontecerem,
retome as regras com as crianças e proponha que as reescrevam coletivamente, fazendo as alterações neces-
sárias. Inspire-se ainda na atividade Brinquedos e brincadeiras tradicionais, do conjunto Brincadeiras na área
externa, para possibilitar outras vivências similares para as crianças.

 Engajando as famílias
A queimada é um jogo bastante tradicional em diversas regiões do país, por isso é possível que os responsáveis
já o tenham jogado. Planeje com as crianças uma pesquisa com os adultos, perguntando se já jogaram, qual
o nome do jogo (que pode variar conforme a região), onde costumavam jogar e quais eram as regras. Assim,
poderão comparar as diferentes formas de se jogar e até incorporar algumas regras que sejam interessantes.

223
Unidade: Jogos na área externa

 EI03EO03  EI03CG02  EI03CG03  EI03CG04


PEGA-PEGA NUNCA TRÊS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestão de leitura
 Contextos prévios
•Regras Pega-pega
nunca três. Nova
Para desenvolver a proposta, é importante que as crianças possuam um repertório Escola. Disponível em:
https://nova-escola-
prévio de brincadeiras de pega-pega, pois na atividade vão aprender uma variação -producao.s3.amazo-
da brincadeira. naws.com/Tns9nqD
6cJdZeR5g5yX-
9PewayBMfHJVr-
 Materiais KtNykrshYCjZgsQ-
J993RvHrNH8rz/
atividade-para-im-
•  Papel para cartaz; pressao-regras-pega-
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor); -pega-nunca-tres-edi-
•  Giz de lousa, para as crianças desenharem no chão, caso não queiram 3-07und05.pdf. Acesso
participar da proposta; em: 20 jul. 2021.
•  Regras do jogo Pega-pega nunca três.

 Espaços
A atividade deve ocorrer na área externa da escola, podendo ser em uma quadra, um pátio ou um gramado.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se movimentam no jogo? Demonstram agilidade, controle dos movimentos


corporais? Deslocam-se com segurança? Que estratégias utilizam para fugir ou pegar?
2. Como ocorre a interação entre as crianças? Cooperam umas com as outras, por exemplo, avisando
o colega que passou a ser fugitivo e que deve correr? Compreendem e desempenham os diferentes
papéis propostos?
3. Quais alterações corporais foram observadas com o jogo? As crianças consideram aspectos do auto-
cuidado? De que forma?

 Para incluir todos


Como as brincadeiras de pega-pega envolvem movimentação ampla e deslocamento, converse com as crianças
buscando soluções e estratégias para que todos possam participar, respeitando as individualidades. Ofereça
ajuda, caso necessário, retomando as regras, auxiliando individualmente ou propondo apoio entre as crianças.

224
Atividade: Pega-pega nunca três

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. Converse sobre A
como brincam de pega-pega e observem se há jeitos diferentes de jogar.
Possíveis falas
Proponha o registro dessas formas. Como escriba, faça uma lista dos jogos do professor
indicados por elas no cartaz, decidindo em conjunto o nome das variações
— Que legal! Não
que surgirem. A
conheço esse pega-
pega. Será que tem
2 Compartilhe que conhece um jogo que se chama “Pega-pega nunca três” e outro nome?
que gostaria de jogar com elas. Pergunte como acham que é essa brincadeira, — Vamos registrar neste
possibilitando que as crianças levantem hipóteses e expressem suposições. cartaz para jogarmos
Leia as regras com a turma e levante o que compreenderam sobre a forma algum dia?
de jogar. B

3 Envolva as crianças na organização necessária, como divisão em duplas,


B
distribuição delas pelo espaço, quem será o pegador e o fugitivo. Após essa
organização, inicie a vivência. Participe da brincadeira com as crianças e, en- Possível fala
do professor
quanto jogam, observe se todas estão seguras, compreendendo o papel que
estão desempenhando e se estão envolvidas no jogo. Observe como são as — Quem gostaria de
interações, se avisam os colegas que precisam se soltar da dupla e fugir, se explicar para a turma o
que entendeu sobre a
todas as duplas estão participando ou se sempre as mesmas são escolhidas. forma de jogar o Pega-
Se necessário, faça intervenções, conversando sobre a importância da partici- pega nunca três?
pação de todos. Caso alguma criança não queira participar, dê a ela alguma
opção de atividade que possa fazer próxima ao local em que a turma está,
como desenhar com um giz de lousa no chão.

4 Fique atento ao envolvimento e à disposição das crianças no jogo. Quando a


turma começar a demonstrar cansaço, pare e convide as crianças para que
se sentem em roda com você.

5 Em roda, com todo o grupo, peça às crianças que fechem os olhos por alguns
segundos e percebam o próprio corpo. Pergunte se notam alguma mudança
em seus corpos após o início do jogo. Peça que abram os olhos e contem
sobre o que acharam que mudou no próprio corpo após o jogo. Envolva os
pequenos na conversa e pergunte sobre que cuidados são necessários após
a prática de uma atividade física como a que acabaram de realizar. Provavel-
mente as crianças compartilharão conhecimentos e experiências a respeito
da necessidade de beber água, respirar mais fundo ou lavar o rosto suado.
É importante criar condições para que emerjam das crianças as ideias rela-
cionadas ao autocuidado, a partir de suas próprias vivências e da interação
com os outros. Escute e problematize algumas ideias e ações, se necessário.

Para finalizar
A partir da conversa realizada, diga às crianças que será o momento de colocar em prática os cuidados
levantados.

225
Unidade: Jogos na área externa

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade aproveitando as indicações iniciais das crianças sobre as variações de pega-pega. Organize
com elas uma pesquisa com outras turmas da escola sobre os jogos de pegar que conhecem. A partir dos jogos
pesquisados, combine a vivência daqueles que as crianças desejarem. É possível que muitas dessas brincadeiras
possam estar listadas no cartaz produzido na atividade Jogos no quintal, deste conjunto. Considere oportunizar
essas relações entre as brincadeiras com as crianças.

 Engajando as famílias
Em um dia de reunião ou evento com a comunidade, organize com a turma a vivência do Pega-pega nunca três
ou de outro jogo de pega que tenha surgido na pesquisa, incluindo os responsáveis. Nesse dia, converse sobre
as brincadeiras de pegar que conhecem e, caso seja sugerido algum que não tenham jogado ainda, convide o
adulto para vir à escola em outro momento para ensinar o jogo e brincar com as crianças.

226
13
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

HISTÓRIA DAS
FAMÍLIAS
A construção da identidade e da autoestima das crianças, bem como o reconhecimen-
to do lugar delas no mundo, são elementos estruturadores do desenvolvimento de cada
uma. Conhecer as histórias das famílias e dos colegas, a diversidade de modos de vida
e hábitos comuns, compreendendo diferenças e semelhanças, colabora para a inserção
das crianças em diferentes grupos sociais. Investigações dessa natureza promovem tam-
bém o estreitamento da relação entre família e escola, visto que trazem as famílias para
protagonizar a construção dessas descobertas, tornando-as importantes mediadores de
aprendizado para as crianças.
Este conjunto compõe uma sequência didática cujas atividades devem ser desenvolvi-
das com a turma na ordem em que são apresentadas. As atividades propõem uma con-
sequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no que
tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento.

227
Sequência: História das famílias

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função
EI03EF06
social significativa.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

228
Atividade: Toda família tem história

 EI03EO01  EI03EO06  EI03EF01


TODA FAMÍLIA TEM
HISTÓRIA
Tempo sugerido: aproximadamente 50 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestões de leitura


livros infantis sobre
•5
 Contextos prévios ancestralidade, cultura e
identidade negra. Portal
Aprendiz, nov. 2017. Disponível
É importante pesquisar culturas que estejam presentes na turma para em: https://portal.aprendiz.uol.
realizar a atividade. com.br/2017/11/17/5-livros-infantis-
sobre-ancestralidade-cultura-e-
identidade-negra/. Acesso em:
 Materiais 07 jun. 2020.
livros sobre culturas indígenas
•10
para apresentar às crianças.
•  Dois ou três livros de literatura infantil que retratam histórias e Lunetas, abr. 2017. Disponível em:
costumes de famílias de diferentes origens; https://lunetas.com.br/10-livros-
•  Papel para cartaz e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor). para-nos-aproximarmos-das-
culturas-dos-povos-indigenas/.
Acesso em: 21 jul. 2021.

 Espaços
Por se tratar de leitura de histórias, a atividade precisa de um local agradável e com pouco ruído, podendo
ser realizada na sala, na biblioteca ou no pátio.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças se interessam por outras culturas? Quais questionamentos levantam?


2. Como elas expressam suas ideias? Que relações fazem sobre a cultura das famílias delas com a da
família retratada na história?
3. Qual é a reação das crianças ao ouvir sobre culturas diferentes do cotidiano? O que demonstram?

 Para incluir todos


Conheça o histórico das crianças antes de iniciar as atividades deste conjunto. Pode ser que haja crianças que
vivam em abrigo, que perderam os pais, que são adotadas etc. O conceito de família trabalhado aqui remete
ao lugar de acolhimento e pertencimento, e não necessariamente a laços de sangue. É importante conversar
com os responsáveis sobre o trabalho que será iniciado e a importância dele para que todos do grupo se sintam
participantes e acolhidos.
Para garantir a participação de todos, atente-se aos desdobramentos da leitura, incentivando os pequenos a
manifestar opiniões, respeitar e valorizar a história de cada um.

229
Sequência: História das famílias

O QUE FAZER DURANTE

1 Com todo o grupo, convide as crianças para falar sobre as próprias famílias,
para contar sobre sua origem, seus hábitos e seus costumes. Questione se
conhecem a história da família, se notam diferenças entre a família dela e a
de outras crianças do convívio. A partir dessa conversa, mostre dois ou três
livros e diga que precisa de ajuda para escolher um deles. Conte que eles
ajudarão a conhecer mais sobre a cultura de outras famílias. Mostre as ca-
pas, leia os títulos, fale o nome dos autores e instigue-as a antecipar sobre o
que trata a história. Decidam sobre a forma de escolha da história: peça que
cada criança indique o que quer e a maioria vence. Elas podem se organizar
em pequenos grupos para eleger um livro, sortear um colega para indicar o
livro, entre outras possibilidades.

2 Diga que vocês farão a leitura de um dos livros, e que os outros ficarão dis-
poníveis no cantinho de leitura da sala para que possam ser lidos em outros
momentos. Leia a história, aguçando a curiosidade das crianças quanto aos
aspectos culturais da família apresentada no livro: origens, costumes, culiná-
ria, festas, traços físicos, entre outras particularidades tratadas na história.

3 Proponha que o grupo converse sobre a cultura da família que conheceram por
meio da história que acabaram de ouvir. Pergunte se alguém tem algo pare-
cido em suas famílias, na forma de se vestir, de se alimentar ou de tradições,
como festas, datas especiais, entre outros. Instigue-os a falar sobre as pró-
prias origens e a recordar as histórias contadas pelos responsáveis. Incentive
todas as crianças para que interajam, mas respeite aquelas que não quiserem.

4 Convide as crianças para que realizem uma investigação sobre as famílias, por
meio da qual cada uma delas conheça mais sobre sua própria origem e sobre
seus antepassados. A partir disso, registrem as histórias das famílias do grupo
em um livro da turma, da mesma forma que foi feito no livro que leram. Nesse
diálogo, promova um levantamento de fatos e curiosidades que as crianças
desejam saber sobre as próprias famílias e dos colegas, como a localidade
onde os responsáveis nasceram e vivem, origens, costumes, brincadeiras da
infância, culinária, histórias, festas que participam, entre outras possibilidades.
Registre em um cartaz, em forma de lista, o que as crianças trazem a respeito
do tema para que planejem juntos a produção do livro. Essa lista de curiosi-
dades será retomada para a realização da atividade Conhecendo tradições
das famílias do grupo, deste conjunto.

5 Dentre os temas presentes na lista, proponha que as crianças contem algu-


mas coisas que já sabem sobre as famílias delas e conversem sobre como
podem obter mais informações para a escrita do livro. É provável que digam
que precisam conversar com os parentes e/ou responsáveis. Peça que elas
tragam registros sobre a origem deles. Por exemplo: relatos orais e escritos
das famílias, vídeos, fotos, entre outros. Alguns responsáveis também podem
ir à escola para conversar sobre as origens deles ou ensinar algo às crianças,

230
Atividade: Toda família tem história

como uma brincadeira, uma música ou uma receita de sua cultura. Combine
com os pequenos a elaboração de um bilhete, em outro momento, para que
informem sobre a investigação e a coleta de informações que farão junto às
famílias e/ou responsáveis.

Para finalizar
Converse com as crianças sobre o tipo de livro que podem elaborar (físico ou digital). Aborde as prefe-
rências delas e os recursos necessários para essa produção. Solicite que contribuam com a organização
da sala para a próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Elabore com as crianças um bilhete aos responsáveis. Informe sobre a investigação que farão e solicite algu-
mas informações que foram listadas com os pequenos por meio de relatos orais e escritos, vídeos, fotos, entre
outros materiais. Propicie a participação de todos. Disponibilize, ainda, em um momento de livre escolha, outros
livros que trazem o tema para que as crianças possam folheá-los e, assim, explorar as ilustrações e o texto.

 Engajando as famílias
Envie aos responsáveis o bilhete elaborado com as crianças e avise sobre o livro que começarão a confec-
cionar. Informe como eles podem contribuir com essa produção e peça que enviem relatos, fontes de pesquisa,
objetos, entre outros. Coloque um cartaz na porta da sala que chame a atenção dos adultos para a investigação
que estão realizando e dê informações sobre o que foi desenvolvido no dia. Isso pode contribuir para maior
participação deles na atividade.

231
Sequência: História das famílias

 EI03EO05  EI03EF06  EI03ET06


HISTÓRIAS DAS FAMÍLIAS
Tempo sugerido: aproximadamente 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Providencie alguns materiais de sua própria família para socializar com as crianças. Na atividade Toda família
tem história, deste conjunto, foi proposto às crianças que coletassem com seus familiares alguns materiais que
possam ajudar a contar suas histórias. Organize-os previamente para a atividade. Caso algum núcleo familiar
envie um arquivo digital, será necessário equipamento para reprodução ou impressão. Considere melhor a gestão
do tempo de acordo com a quantidade de crianças da turma. A proposta pode ser realizada em dias diferentes
com cada pequeno grupo: enquanto um grupo realiza a pesquisa, os outros envolvem-se em atividades autô-
nomas, como jogos, brincadeiras, leituras, entre outras. Nesse caso, adapte o planejamento a esse contexto.
A vivência considera o livro físico, mas caso o grupo opte pelo livro digital (conforme recursos tecnológicos
disponíveis na escola), adapte-o para apresentá-lo em formato de vídeo, por exemplo, e selecione os recursos
necessários, como computadores, câmeras fotográficas, celulares, entre outros.

 Materiais
•  Registros sobre as origens e costumes das famílias (fotos, vídeos, objetos, relatos escritos etc.),
enviados por elas;
•  Kits de materiais para registro nos pequenos grupos: lápis, canetas, material para recorte, papel
sulfite, cola, caneta hidrocor, lápis de cor, giz de cera, entre outros;
•  Suporte de papel para as páginas do livro.

 Espaços
O local para realizar a atividade deve ser amplo, possibilitando a mobilidade entre os espaços. Deve possuir
também espaço com mesas e bancadas organizadas com os kits de materiais para que os pequenos grupos
possam registrar a atividade.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como se deu o envolvimento das crianças e das famílias com a proposta de investigação sobre a
cultura deles?
2. Como se organizam para produzir uma página do livro com as histórias? As crianças contribuem com
sugestões e consideram a dos colegas?
3. Como as crianças demonstram fazer parte da história dos familiares? Demonstram prazer em relatá-la?

232
Atividade: Histórias das famílias

 Para incluir todos


É fundamental que você conheça o histórico das crianças antes de iniciar as atividades deste conjunto. Pode
ser que haja crianças que vivam em abrigo, que perderam os pais, que são adotadas etc. O conceito de família
trabalhado aqui remete ao lugar de acolhimento e pertencimento, e não necessariamente a laços de sangue.
Nos casos de crianças que não vivem com os pais, é importante conversar com os responsáveis sobre o trabalho
que será iniciado e a importância dele para que todos do grupo se sintam participantes e acolhidos.
Para garantir a participação de todos, incentive as crianças para que compartilhem as histórias delas e utilizem
várias linguagens: oral, escrita, auditiva e visual. Esteja atento às manifestações de cada uma e possibilite a
todas que se expressem e registrem as atividades de forma espontânea.

O QUE FAZER DURANTE

1 Acomodados em roda, converse sobre a pesquisa que fizeram junto aos respon-
sáveis. Proponha às crianças que contem com quem conversaram e se aprende- A
ram algo de novo sobre as famílias delas. Peça aos pequenos que compartilhem Possíveis falas
do professor
com os colegas as descobertas que fizeram sobre origens e culturas. Incentive
que falem sobre as histórias e contem o que trouxeram para compartilhar com — Minha família tem
os colegas: fotos, vídeos, relatos, objetos ou outro material que retrata as ori- origem portuguesa.
Meus avós, pais da
gens, os costumes e as tradições das famílias. Combine que áudios e vídeos minha mãe, vieram de
(se houver) serão socializados em outro dia, pois precisam de um tempo maior, navio há muitos e muitos
e diga que nas próximas etapas de escrita do livro esses materiais serão muito anos, lá de Portugal
úteis. Caso perceba insegurança nas crianças para relatar a história, inicie a para cá.
atividade e conte a história de sua família; assim, elas podem identificar ele- — E os avós, ou pais de
mentos em comum e se sentirão mais à vontade para fazer os relatos. A vocês, vieram de outro
lugar? De onde?

2 Logo que as crianças perceberem a diversidade cultural do grupo com essa


troca inicial, provoque a discussão sobre como vocês podem incluir tantas
histórias no livro e como vão se organizar para confeccioná-lo. Dialogue com
os pequenos sobre o que consta em um livro: capa, título, nome dos auto-
res e ilustradores, páginas que contam a história, entre outras coisas. Nesse
momento, é importante que decidam se farão um livro físico ou digital. As
atividades desenvolvidas devem ser as mesmas para os dois tipos de livros.
Somente a forma de registrar vai variar de acordo com a escolha do grupo,
utilizando recursos diferenciados.

3 De acordo com a conversa inicial, sugira que as crianças se organizem em


pequenos grupos para que, individualmente, possam mostrar a pesquisa e
expor mais detalhes aos colegas. Proponha que, conforme conversem nos gru-
pos, explorem as informações que cada criança trouxe. Instigue-as para que
façam perguntas umas às outras e agucem a investigação. Indique que cada
grupo elabore uma página do livro e contem nela um pouco das histórias das
crianças daquele grupo. Em cada página podem haver assuntos variados (in-
formações sobre origem da família, momentos da infância dos responsáveis,
alguma festa ou receita tradicional, locais em que gostam de passear, entre
outros). Acompanhe o momento de organização e conversa nos pequenos
grupos, auxiliando na seleção e contextualização dos registros.

233
Sequência: História das famílias

4 Fique atento às manifestações das crianças e auxilie nos registros enquanto


elas compõem a página do livro. Sugira que organizem os materiais no supor-
te antes de colar. Oriente-as para que distribuam imagens, fotos e textos, de
forma que a página do livro fique esteticamente agradável. Se o tempo não
for suficiente para concluir os registros de todos os pequenos grupos, com-
bine para que concluam a atividade em outro dia. Provavelmente as crianças
ficarão ansiosas para terminar a página do livro. É importante que você reto-
me a proposta o mais rápido possível, para que elas não percam o interesse.

5 Reúna todo o grupo para que socializem com os colegas o que realizaram nos
pequenos grupos e mostrem como construíram a primeira parte do livro. Pro-
ponha que contem sobre os materiais que escolheram, a forma como optaram
em fazer o registro e quais histórias estão sendo contadas sobre as famílias.
Converse sobre as próximas etapas do livro, quando terão a oportunidade
de socializar áudios e vídeos trazidos por elas e, se for o caso, realizar novas
pesquisas para a produção de novas páginas do livro.

Para finalizar
Combine com as crianças que guardem as produções de cada pequeno grupo. Solicite ajuda para orga-
nizar o espaço que utilizaram. Converse sobre a atividade Conhecendo tradições das famílias do grupo,
deste conjunto, na qual elas escolherão uma das tradições familiares e aprofundarão os conhecimentos.
Peça para que pensem em como farão a escolha de um tema que contemple todos. Aproveite e indique
que pensem junto às famílias qual poderá ser o título do livro.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere continuar a proposta com os pequenos grupos em dias diferentes, caso necessário. Compartilhe
todos os materiais trazidos pelas crianças e planeje outras situações em que eles serão explorados. Transcreva
alguns relatos, reproduza áudios e vídeos, apresente também outros materiais, como trechos de documentários
ou músicas que abordem diferentes culturas. Possibilite a ampliação dos conhecimentos e o enriquecimento
do repertório das crianças. Promova o respeito à diversidade cultural. Realize ainda uma pesquisa sobre as
tradições dos núcleos familiares, que será utilizada na atividade Conhecendo tradições das famílias do grupo,
deste conjunto.

 Engajando as famílias
Envie para a casa da criança um convite para que, caso haja essa possibilidade, uma pessoa idosa da família
vá à escola para contar sobre a infância e a história de vida dela e, se possível, ensinar uma brincadeira, música
ou receita para a turma. A atividade Familiares contam suas histórias, deste conjunto, será realizada a partir
disso. Assim que tiver retorno de algum responsável, entre em contato e faça os combinados necessários.

234
Atividade: Conhecendo tradições das famílias do grupo

 EI03EO04  EI03EF09 EI03ET03


CONHECENDO TRADIÇÕES
DAS FAMÍLIAS DO GRUPO
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Realize uma pesquisa sobre as tradições familiares. A partir delas, as crianças devem eleger previamente um
tema para que aprofundem na atividade. É importante que a escolha possibilite que todos os núcleos familiares
(ou a maioria) sejam contempladas nessa pesquisa. Esteja atento às crianças que não vivem com suas famílias
e, junto aos responsáveis, estabeleça uma estratégia conjunta para elas. Exemplos de temas: festas típicas,
brinquedos e brincadeiras da infância, receitas tradicionais, entre outras possibilidades.
Utilize o cartaz com as curiosidades das crianças produzido na atividade Toda família tem história, deste
conjunto, instigando-as na escolha do tema. Tenha cuidado e selecione bons materiais de pesquisa para a
investigação dos pequenos.
De acordo com a quantidade de crianças da turma, considerando a melhor gestão do tempo, realize a ati-
vidade em dias diferentes com cada pequeno grupo. Enquanto um grupo realiza a pesquisa, os outros ficam
envolvidos em atividades autônomas, como jogos, brincadeiras e leituras. Nesse caso, adapte o planejamento
a esse contexto.

 Materiais
•  Materiais para pesquisa: áudios e vídeos trazidos pelas crianças nas atividades anteriores, trechos de
documentários, livros infantis que contem histórias e tradições de diferentes povos e regiões do Brasil,
revistas, fotografias, entre outros;
•  Computador, celular ou tablet com acesso à internet;
•  Cartaz e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Kits de materiais para registro em pequenos grupos: lápis, canetas, material para recorte, sulfite, cola,
caneta hidrocor, lápis de cor, giz de cera, entre outros;
•  Suporte de papel para as páginas do livro.

 Espaços
A atividade pode ser realizada na sala, biblioteca ou sala de informática, desde que seja possível o acesso à
internet. Disponibilize os kits de materiais de registros em pequenas mesas e facilite o acesso de todas as crianças,
bem como os materiais de pesquisas. Por exemplo: uma mesa pode conter os materiais impressos e outra pode
conter os recursos tecnológicos para reproduzir áudios e vídeos, bem como realizar as pesquisas na internet.

235
Sequência: História das famílias

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças se organizam para a realização da pesquisa e como interagem com os
materiais selecionados para a investigação?
2. Como as crianças realizam os registros das descobertas delas? Como expressam as hipóteses de
leitura e escrita?
3. Como elas interagem expressando opiniões e considerando as dos colegas? De qual modo as crianças
colaboram na produção do livro?

 Para incluir todos


Conheça o histórico das crianças antes de iniciar as atividades deste conjunto. Pode ser que haja crianças
que vivam em abrigo, que perderam os pais, que são adotadas etc. O conceito de família trabalhado aqui
remete ao lugar de acolhimento e pertencimento, e não necessariamente a laços de sangue. Nos casos de
crianças que não vivem com os pais, é importante conversar com os responsáveis sobre o trabalho que será
iniciado e a importância dele para que todos do grupo se sintam participantes e acolhidos.
Os materiais selecionados para a pesquisa devem propiciar a participação de todas as crianças. Portanto,
providencie materiais com diversidade em termos de linguagem e tipologia: escritos, orais, visuais ou táteis.
Esteja atento às individualidades, oferecendo suportes variados quando necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, converse com as crianças sobre a pesquisa que realizaram previa-


mente sobre as tradições das famílias e o tema que elas escolheram investigar.
Compartilhe que vocês conhecerão mais sobre o assunto escolhido para que
construam mais uma parte do livro das famílias. Combinem que vão investi-
gar nos pequenos grupos e instigue-os para que cada um faça uma pesqui-
sa. Problematize onde eles podem obter mais informações sobre o tema. É
possível que as crianças indiquem a internet e os livros. Apresente os diver-
sos materiais que você selecionou previamente e apresente os recursos para
pesquisar na internet.

2 Dialoguem sobre como podem fazer essa investigação e o que gostariam de


pesquisar. Busquem as informações sobre o tema escolhido. Registre as in-
dagações das crianças em um cartaz para que possam orientar os pequenos
grupos no momento das pesquisas. Sugira que se organizem e definam qual
parte do tema cada grupo vai pesquisar ou se ficarão livres para fazer a pes-
quisa como preferirem. Por exemplo: se a pesquisa for sobre festas típicas, um
grupo pode pesquisar as roupas; o outro, as comidas. Podem também optar
para que todos os grupos fiquem livres para pesquisar e registrar tudo que for
do interesse da turma sobre o tema.

3 Facilite o acesso de todos os grupos aos materiais e combine com eles uma
forma para que utilizem todos os recursos disponíveis. Em pequenos gru-
pos, solicite às crianças que se reúnam e escolham os materiais que querem

236
Atividade: Conhecendo tradições das famílias do grupo

consultar para realizar a pesquisa e compor a página delas no livro das fa-
mílias. Caso alguma criança não saiba pesquisar as informações na internet,
oriente-a a usar a pesquisa por voz, de modo que possam ouvir as informações
e trabalhar de forma mais autônoma.

4 Acompanhe cada grupo e instigue as crianças para que busquem as informa-


ções necessárias para compor a página do livro. Auxilie-as no que for neces-
sário para a realização da pesquisa e incentive-as na procura de detalhes que
sejam relevantes sobre o tema que estão pesquisando. Por exemplo: caso
pesquisem uma comida típica, diga que busquem qual é a origem da comi-
da, os ingredientes utilizados, entre outros fatores. Propicie que as crianças
utilizem as hipóteses de leitura e pautem-se em imagens, palavras que têm
de memória, entre outras possibilidades. Leia os títulos para que elas façam
antecipações e complemente com a leitura de algumas informações contidas
nos textos, se necessário.

5 Cada grupo decidirá como registrar o que descobriu sobre as tradições das fa-
mílias. Eles podem se expressar por meio de desenhos, escritas espontâneas,
entre outras possibilidades. Cada pequeno grupo elaborará as páginas do
livro conforme combinaram no início da atividade e também dependendo de
como as crianças definiram as pesquisas delas.

Para finalizar
Sugira que, ao concluir, as crianças comentem sobre as pesquisas e produções realizadas, garantindo a
apreciação dos registros. Observe se os pequenos percebem se as informações se complementam ou se
precisam de algo a mais. Faça combinados para isso, se necessário.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Vocês podem realizar novas pesquisas sobre outras tradições das famílias que despertam o interesse da turma.
Por exemplo: é possível investigar as receitas preferidas das famílias. Inspire-se na atividade Comidas favori-
tas, do conjunto Alimentação. Essa nova pesquisa pode virar mais uma página do livro ou um mural para ser
visualizado por todos na escola, inclusive pelos familiares. Caso tenha optado por realizar a pesquisa com cada
pequeno grupo em dias diferentes, continue a investigação com os outros grupos que ainda não a realizaram.

 Engajando as famílias
Proponha que, juntos, elaborem uma carta e enviem aos responsáveis. Conte nela os avanços que já tiveram
na escrita do livro e o que conheceram sobre as tradições de alguns dos núcleos familiares. Por exemplo: “Hoje
elaboramos mais uma página do nosso livro sobre as famílias da nossa turma. Realizamos várias pesquisas e
aprendemos um pouco mais sobre algumas tradições delas, como (cite as pesquisas e as descobertas realizadas).
Em breve teremos mais novidades para contar!”.

237
Sequência: História das famílias

 EI03EO03  EI03EO06 EI03ET06


FAMILIARES CONTAM SUAS
HISTÓRIAS
Tempo sugerido: aproximadamente 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A proposta é dar continuidade ao convite feito às famílias na atividade Histórias das famílias, deste conjun-
to, em que os convidados vão até a escola e contam sobre os costumes das famílias deles e interagem com
as crianças. Combine previamente com cada adulto, de modo que escolham um dia para conversar com as
crianças na escola.
É importante que você saiba com antecedência o que o convidado deseja compartilhar e de que forma pretende
fazê-lo, para que você organize os espaços e os materiais necessários. Não se esqueça das crianças que não
vivem com suas famílias e de combinar com os responsáveis por elas como a proposta pode acontecer para
que não se sintam excluídas. Caso seja possível, na organização da escola, prepare um lanche coletivo com a
ajuda das crianças para agradecer a participação do convidado.

 Materiais
•  Kits de materiais: papel sulfite, caneta hidrocor, lápis de cor, giz de cera, entre outros;
•  Suporte de papel para as páginas do livro;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade;
•  Outros materiais de acordo com a atividade que será desenvolvida pelo convidado. Por exemplo: no
preparo de uma receita, será preciso providenciar os ingredientes e os utensílios necessários.

 Espaços
Prepare o local para que todos fiquem confortáveis e possibilite o desenvolvimento da atividade de acordo
com o compartilhamento dos convidados. Por exemplo: se for uma brincadeira, planeje para que ela ocorra na
área externa da escola. Se for uma conversa, direcione a atividade para a sala. Caso escolham preparar uma
receita, utilizem o refeitório. Disponibilize os materiais de registro em mesas ou bancadas, próximos ao local
em que a atividade será realizada.

238
Atividade: Familiares contam suas histórias

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se organizam para receber os convidados? De que forma contribuem para a reali-
zação das atividades e para os registros que comporão o livro das famílias do grupo?
2. Quais as manifestações das crianças sobre a possibilidade de receber os responsáveis na escola?
Como se dá a participação delas durante a proposta?
3. Quais os questionamentos das crianças sobre as tradições apresentadas? Que relações fazem com
as tradições das famílias delas?

 Para incluir todos


Conheça o histórico das crianças antes de iniciar a proposta. Pode ser que haja crianças que vivam em abrigo,
que perderam os pais, que são adotadas etc. O conceito de família trabalhado aqui remete ao lugar de acolhi-
mento e pertencimento, e não necessariamente a laços de sangue. Nos casos de crianças que não vivem com
os pais, é importante conversar com os responsáveis sobre o trabalho que será iniciado e a importância dele
para que todos do grupo se sintam participantes e acolhidos.
Fique atento às necessidades das crianças e dos convidados em relação ao acesso ao espaço em que a ati-
vidade será realizada e aos materiais utilizados. Facilite a interação e a participação de todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo em roda e conte que chegou o dia de receber os convidados
que apresentarão um pouco da história das famílias. Diga que, a partir das visitas,
podem elaborar mais algumas páginas do livro que estão produzindo. Conversem
sobre a importância do que essas pessoas vão trazer para ampliar o conhecimento
da turma sobre as várias culturas existentes. Proponha que se organizem para es-
cutar o que a pessoa tem a contar e ensinar. Instigue as crianças para que façam
perguntas e interajam com o adulto.

2 Combine com as crianças como se dará o registro desse momento com os responsá-
veis para compor o livro do grupo: quem vai gravar, fotografar ou mesmo realizar al-
gum registro escrito ou com desenho, caso desejem, no espaço que você organizou.

3 Assim que o convidado chegar à escola, convide-o a se juntar com todo o grupo na
sala. Incentive as crianças para que conduzam o início da atividade e explique sobre
a importância desse encontro. Compartilhe com o convidado que as crianças estão
elaborando um livro de histórias das famílias e que a participação dele também
contribuirá para o registro no livro. Solicite às crianças que contem sobre os acordos
que fizeram e perguntem se o visitante também tem alguns combinados para a me-
lhor gestão do tempo e viabilidade da atividade. Auxilie os pequenos nesse diálogo.

4 Dependendo do tipo de compartilhamento que o convidado apresente, dirijam-se


ao local escolhido. Proponha a ele que socialize a proposta de atividade com os
pequenos e que, conforme a atividade escolhida, conte mais detalhes sobre o que
vai apresentar ou realizar com as crianças.

239
Sequência: História das famílias

5 Incentive as crianças para que ofereçam ajuda ao convidado, façam perguntas e parti-
cipem da atividade. Ao preparar a receita, por exemplo, as crianças podem se organizar
em pequenos grupos para ajudar com os materiais ou com a preparação. O mesmo
pode acontecer com a brincadeira, em que as crianças e o convidado podem decidir
se brincarão em pequenos grupos, de acordo com o tipo de atividade. Observe se as
crianças participam e como se dá o envolvimento delas durante a realização da ati-
vidade com os familiares: se demonstram interesse, perguntam, fazem comentários,
dão sugestões, entre outras possibilidades. Se alguma criança não quiser participar
ativamente da conversa, sugira que ela realize os registros.

6 Assim que o convidado terminar de apresentar as histórias ou realizar com as crianças o


que veio fazer, convide todo o grupo a se reunir. Incentive as crianças para que contem
sobre as impressões delas, a participação na atividade e digam se gostariam de saber
algo mais sobre as histórias relatadas ou sobre as propostas realizadas. Instigue-as
para que comparem as histórias apresentadas com as tradições da própria família e dos
colegas delas, que investigaram na atividade Conhecendo tradições das famílias do
grupo, deste conjunto. É importante que o convidado também se manifeste. Incentive-o
a falar se gostaria de contar um pouco mais sobre a história, sobre a família, se conse-
guiu transmitir o que queria apresentar e se aprendeu algo com as crianças. Peça aos
pequenos que mostrem os registros que fizeram e falem sobre as produções.

Para finalizar
Informe que, além desses registros, outros serão realizados pelas crianças depois para compor mais uma
página do livro. Se o lanche foi preparado pelas crianças, faça o convite para que todos possam compar-
tilhar de mais um momento de convívio.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Finalize os registros da atividade em outro momento, no qual as crianças possam escrever um texto coletivo
sobre a proposta. Incentive-as a incluir desenhos e fotos, organizando os registros para que componham as
páginas em pequenos grupos. Caso muitos responsáveis tenham se disponibilizado a comparecer à escola,
organize para que, em dias diferentes, todos possam apresentar as próprias histórias. Organize as apresentações
por brincadeiras, culinária, festas, entre outros. Realize, ainda, outros registros que poderão compor o livro de
acordo com o interesse das crianças, como a capa e a contracapa.

 Engajando as famílias
Elabore com as crianças um bilhete para os responsáveis e conte sobre a atividade realizada. Informe a
importância de momentos como esse na escola, em que as crianças conhecem sobre a própria história e sobre
as vivências dos responsáveis dos colegas. Conte sobre o envolvimento delas na proposta, como reagiram ao
receber o convidado e diga que sempre estarão à disposição para que outros também participem de atividades
com as crianças na escola.

240
Atividade: Concluindo o livro das famílias do grupo

 EI03EO03  EI03EF01  EI03EF06


CONCLUINDO O LIVRO DAS
FAMÍLIAS DO GRUPO
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças tenham produzido previamente a capa e a contracapa do livro (trocando ideias
para eleger o título que melhor represente a investigação realizada, podendo ser por meio de uma votação
das sugestões dos responsáveis, por exemplo), bem como a página dos autores (escrevendo os nomes), em
papel de maior gramatura do que o utilizado nas páginas do livro, para favorecer o manuseio e a durabilidade.
Retome todas as produções anteriores, observe se há alguma pendência a ser concluída e antecipe os materiais
necessários para a finalização.

 Materiais
•  Todas as produções realizadas pelas crianças no decorrer deste conjunto;
•  Itens para registro e montagem do livro, como lápis de cor, caneta hidrocor, papéis diversos, tesoura,
cola, grampeador, clipes, entre outros;
•  Suporte de papel para as páginas do livro;
•  Capa e a contracapa do livro produzidas pelas crianças, além da página dos autores.

 Espaços
É indicado realizar a proposta na sala. Desse modo, as crianças terão fácil acesso a todas as páginas produ-
zidas, bem como aos outros materiais para registro e montagem.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais estratégias as crianças utilizam para a organização e a conclusão do livro nos pequenos
grupos? Que saberes sobre os familiares são compartilhados entre elas nesse momento?
2. Como elas articulam as estratégias de leitura e as hipóteses de escrita durante a complementação
das páginas do livro e na leitura final da história das famílias? Como se dá a interação entre as
crianças ao expor as opiniões delas e considerando as ideias dos colegas?
3. Que sentimentos são expressados pelas crianças e de que forma se manifestam em relação ao
processo de elaboração e à conclusão do livro? De que forma expressam esses sentimentos?

241
Sequência: História das famílias

 Para incluir todos


É fundamental que você conheça o histórico das crianças antes de iniciar as atividades deste conjunto. Pode
ser que haja crianças que vivam em abrigo, que perderam os pais, que são adotadas etc. O conceito de família
trabalhado aqui remete ao lugar de acolhimento e pertencimento, e não necessariamente a laços de sangue.
Nos casos de crianças que não vivem com os pais, é importante conversar com os responsáveis sobre o trabalho
que será iniciado e a importância dele para que todos do grupo se sintam participantes e acolhidos.
Para que a revisão e a complementação do livro sejam garantidas de forma coletiva e colaborativa, fique atento
aos comentários das crianças, para que todas as opiniões sejam valorizadas. Garanta diversidade de estraté-
gias (escrita, desenhos, leituras, entre outras) e ações para a produção, possibilitando a participação de todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, com todo o grupo, comente que as crianças já sabem de muitas in- A
formações sobre as famílias delas, pois já elaboraram várias páginas do livro Possível fala
e precisam agora finalizá-lo para que o socializem com a turma. Incentive-as do professor
para que relembrem as descobertas feitas, as visitas recebidas e as pesquisas — Estamos com várias
que as ajudaram a conhecer mais sobre as diversas tradições e culturas. A páginas soltas. Como
podemos organizá-las e
Convide os pequenos para que reúnam as páginas que foram confeccionadas qual ordem seguir para
2 contarmos as histórias
e esclareça que chegou o momento de rever o que fizeram e ver se precisam
das famílias de nosso
alterar ou incluir alguma informação para que finalmente concluam e mon- grupo?
tem o livro das famílias. Proponha que, em pequenos grupos, analisem as
páginas produzidas e verifiquem se precisam de alguma alteração ou com-
plementação. Divida as páginas entre os grupos para facilitar a organização.

3 Proponha às crianças que leiam as páginas designadas ao grupo delas (utili-


zando estratégias de leitura, apoiando-se na memória, em palavras conheci-
das, imagens, ou auxilie-as, se necessário). A partir disso, cada grupo define o
que precisa fazer para complementar as páginas. Talvez seja necessário incluir
escritas, legendas, fotografias, desenhos, ou que as crianças revejam alguma
parte da história ou do relato que ficou incompleto. Sugira que conversem com
os colegas dos outros grupos sobre as intervenções que farão nas páginas do
livro e procure por novas opiniões para garantir as conclusões. Observe as ne-
cessidades das crianças enquanto elas realizam as atividades. Caso perceba
dificuldade de organização, ofereça ajuda: dê dicas de como elas podem se
organizar, ajude na escrita de alguma palavra e oriente-as para que revejam
os registros de outras páginas e relembrem a sequência do livro. Sugira que,
conforme concluam as atividades, coloquem as páginas revisadas sobre al-
gumas mesas, uma ao lado da outra, para facilitar a visualização de todos.

4 Retorne com todo o grupo e proponha que observem todas as páginas produ-
zidas, apontem algo que considerem precisar de melhoria ou complementação
e decidam em conjunto como pode ser montado o livro. Auxilie as crianças
nessa organização para que o produto apresente primeiro um contexto inicial
que explique o objetivo da turma em produzi-lo. Depois traga os elementos
culturais e as tradições familiares em suas especificidades. Garanta que o livro

242
Atividade: Concluindo o livro das famílias do grupo

seja montado a partir das sugestões das crianças, valorizando ao máximo as


opiniões e as iniciativas delas.

5 Combine com as crianças que será feita a junção das páginas. Talvez seja
necessária uma encadernação, que você pode providenciar posteriormen-
te. Nesse momento, para que vejam o livro montado, utilize provisoriamen-
te grampos ou clipes. Diga aos pequenos que eles podem incluir algumas
páginas em branco para que as famílias possam, depois, deixar mensagens
registradas nele. No momento da organização das páginas e da montagem
do livro, provavelmente as crianças vão perceber que ele está sem capa e
contracapa. Solicite ajuda para incorporá-las.

Para finalizar
Com todo o grupo, proponha que façam a leitura do livro das famílias. Como a obra é algo que elas
mesmas produziram, elas estarão aptas a realizar a leitura, mesmo sem ler convencionalmente. Cada
criança pode ler uma página e as demais podem complementar com o que se lembram ou com a leitu-
ra das imagens, por exemplo. Após o término da leitura, conversem sobre como foi produzir o livro, do
que mais gostaram e quais informações acharam mais interessantes sobre as famílias. Peça a ajuda
dos pequenos para guardar os materiais que utilizaram e organizem a sala.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Promova uma roda de conversa sobre como podem socializar o livro que fizeram para contar aos outros sobre
as histórias investigadas. As crianças podem querer levar o livro para casa ou sugerir que os responsáveis venham
à escola para ler o livro. A partir das ideias dos pequenos, faça os combinados necessários. Você pode fotografar
a capa do livro para que as crianças elaborem um convite e o enviem aos responsáveis. Um cartaz pode ser
fixado na entrada da escola, ou na porta da sala, para que em horário de entrada ou de saída os responsáveis
conheçam o livro e o apreciem. Você pode ainda preparar um lançamento com a leitura do livro pelas crianças.

 Engajando as famílias
Ao apresentar o livro, convide os responsáveis para que escrevam recados para as crianças nas páginas em
branco que foram incluídas. Vocês também podem presenteá-los com uma cópia do livro. Nesse caso, as páginas
da obra podem ser fotografadas ou escaneadas para compor um documento digitalizado do livro, que pode ser
gravado em CDs ou DVDs, por exemplo, de modo que cada um receba uma cópia.

243
14
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

COLEÇÃO
DE OBJETOS
Colecionar objetos é uma maneira lúdica de promover diversas aprendizagens relati-
vas às relações interpessoais, ao conhecimento matemático e às atitudes de cuidado e
preservação. Enquanto colecionam, as crianças se deparam com situações problemati-
zadoras contextualizadas atinentes às noções de quantidade, identificação e sequência
numérica, contagem, soma, divisão, entre outras. Elas também aprendem a ser coopera-
tivas e a se responsabilizar por suas coleções. Essa é uma abordagem que potencializa as
aprendizagens a partir do protagonismo da criança em interações diversas.
Este conjunto é uma sequência didática cujas atividades devem ser desenvolvidas com
a turma na ordem em que são apresentadas. Elas propõem uma consequente amplia-
ção de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discus-
sões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento.

244
Sequência: Coleção de objetos

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

EI03ET05 Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em


EI03ET07
uma sequência.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

245
Sequência: Coleção de objetos

EI03EO04  EI03EF01  EI03ET04


INICIANDO COLEÇÕES
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é necessário que você pesquise sobre colecionadores e suas coleções, escolhendo
alguns deles para compartilhar com as crianças no início da atividade. Organize previamente a turma em peque-
nos grupos de três a cinco integrantes. Atenha-se às competências matemáticas de contagem, correspondência
numérica, reconhecimento e registro de numerais, de forma que crianças com conhecimentos matemáticos dis-
tintos fiquem em um mesmo grupo e apoiem o aprendizado umas das outras. Além disso, considere as relações
de interação entre as crianças para que todas se sintam acolhidas nos grupos.

 Materiais
•  Imagens impressas de colecionadores e de suas coleções (se não for possível imprimir, as imagens
poderão ser digitais e devem ser exibidas a partir de um dispositivo eletrônico; nesse caso, você
precisará ajustar suas intervenções na primeira etapa da atividade);
•  Marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Tabela em uma folha de cartolina, já contendo os nomes das crianças separados em pequenos
grupos, para que elas registrem sugestões para as coleções, conforme o modelo a seguir.

GRUPO
COLEÇÃO META DE QUANTIDADE
(NOME DAS CRIANÇAS)

Grupo 01: nome da criança 1, nome


da criança 2, nome da criança 3, botões 100
nome da criança 4.
Grupo 02: nome da criança 1, nome
da criança 2, nome da criança 3, tampinhas de garrafa 200
nome da criança 4.
Grupo 03: nome da criança 1, nome
da criança 2, nome da criança 3, pedrinhas 100
nome da criança 4.
Grupo 04: nome da criança 1, nome
da criança 2, nome da criança 3, bolinhas de gude 80
nome da criança 4.
Grupo 05: nome da criança 1, nome
da criança 2, nome da criança 3, figurinhas 300
nome da criança 4.

246
Atividade: Iniciando coleções

 Espaços
Preveja um espaço para a roda que será realizada no decorrer da proposta e deixe próximos todos os mate-
riais, fixando a tabela em uma parede central e a uma altura que facilite que as crianças a preencham. Observe
também a necessidade de um espaço para que elas se reúnam em pequenos grupos e planejem as coleções,
conforme o modelo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as hipóteses apresentadas pelas crianças sobre as coleções e os colecionadores


mostrados nas imagens? Que conhecimentos trazem sobre o ato de colecionar?
2. De que forma elas reagem à proposta de criação das coleções? Ficam animadas? Propõem objetos
para colecionar?
3. Como as crianças interagem durante a escolha e o registro das coleções nos grupos? Ajudam umas
às outras? Escrevem de forma espontânea? Solicitam ajuda?

 Para incluir todos


Assegure-se de que a tabela e as imagens estejam em um local que facilite a visualização das crianças. Busque
estar atento quanto às relações estabelecidas, especialmente no momento da escolha dos grupos. Proponha
alternativas para a qualidade das interações e trace estratégias para que uma criança apoie a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se sentar com você em uma roda e comparti-
lhe que você preparou algumas imagens para que conheçam uma atividade A
chamada "colecionar". Diga que mostrará as imagens para a turma e depois Possíveis falas
as passará de mão em mão, de modo que possam observar melhor os de- do professor
talhes. Explore com as crianças as coleções, a história dos colecionadores — O que acham de
e o porquê de se colecionar tais objetos. Estimule-as a criar hipóteses sobre termos nossas próprias
os motivos para alguém ser colecionador de algo e as razões pelas quais se coleções aqui na sala?
escolhe determinado objeto. Sonde o que elas já conhecem sobre coleções. — Trouxe uma tabela
para podermos registrar
nossas ideias: será
2 Proponha a todo o grupo a criação de coleções. Conte que elas vão se orga- o planejamento das
nizar em pequenos grupos e sugerir objetos para colecionar. Avise-as tam- nossas coleções.
bém que vão combinar quantos objetos desejam obter, estipulando uma meta — Vocês podem propor
de quantidade. Diga ainda que, ao se escolher o objeto e a quantidade, elas que objetos querem
devem ir até a tabela fixada na parede e registrar essas informações. Asse- colecionar e em qual
quantidade. O que
gure-se de que compreendam quais tipos de materiais podem ser usados nas acham?
coleções. Deixe as imagens das coleções acessíveis às crianças. A

3 Circule entre os pequenos grupos e incentive-os para que digam quais obje-
tos podem colecionar e em qual quantidade querem chegar. Acolha todas as
sugestões e valide-as. Caso o objeto proposto seja algo inacessível para a

247
Sequência: Coleção de objetos

coleção, instigue as crianças a repensar a sugestão e apresentar outra. Aten- B


te-se para que seu apoio nessa construção seja positivo, a fim de que as crian- Possível fala
ças se sintam estimuladas a trazer novas ideias. Assim que o pequeno grupo do professor
entrar em um consenso sobre qual objeto vão colecionar, incentive as crian- — O que será que
ças a refletir sobre uma meta de quantidade. Pergunte, por exemplo, quantos poderíamos colecionar
objetos desejam adquirir para considerar a coleção completa e finalizada. B que fosse pequeno e que
você não se importaria
de deixar na escola?
4 De acordo com o combinado no início da atividade, assim que um pequeno
grupo tiver escolhido o objeto e a meta de quantidade para a coleção, direcio-
ne-o para a tabela fixada na parede. Pergunte se alguma das crianças gosta-
ria de escrever e acolha a escrita espontânea delas. O mesmo processo deve
acontecer na coluna para a meta de quantidade. Considere que as crianças
possam se apoiar em alguma reta numérica já disposta na sala. Ao fim dessa
etapa, se necessário, diga às crianças que você também registrará para os
grupos o nome dos objetos e a quantidade esperada ao lado da escrita delas.

Para finalizar
Quando a turma já tiver escolhido e registrado os objetos e a meta de coleção, peça às crianças que re-
tornem à grande roda. Leia com elas os objetos escolhidos pelos grupos e as metas de quantidades. Com-
bine com os pequenos os dias em que os objetos poderão ser adicionados às coleções (todos os dias ou
em um dia específico da semana) e o horário (no começo ou no fim do dia). Após os combinados, organize
a turma para a próxima vivência da rotina.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à proposta de colecionar objetos e realize com as crianças a coleta dos itens, planejando
com elas como a atividade será realizada. Envolva os responsáveis e os funcionários por meio de uma caixa
de coleta na entrada da escola. Faça com as crianças os comunicados, a lista de objetos, entre outras ações.

 Engajando as famílias
Ao fim da atividade, escreva um bilhete aos responsáveis explicando a proposta da criação das coleções e
indicando os objetos que serão colecionados pelos pequenos grupos, além de explicitar os acordos realizados
com as crianças sobre o dia e o horário para adicionar os objetos às coleções. Convide os adultos a colaborar na
coleta. Dessa forma, poderão participar ativamente da proposta e contribuir com a manutenção das coleções.

248
Atividade: Classificando elementos das coleções

 EI03EO02  EI03ET01 EI03ET05


CLASSIFICANDO
ELEMENTOS DAS COLEÇÕES
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestões de leitura
 Contextos prévios • Programa Acervos em Rede. Instituto
Brasileiro de Museus. Disponível em: https://
É fundamental que as crianças já tenham iniciado as coleções www.museus.gov.br/acessoainformacao/
de objetos de forma coletiva (em pequenos grupos de três a cinco acoes-e-programas/acervo-em-rede/. Acesso
crianças por coleção). Para realizar a classificação dos objetos, em: 13 ago. 2021.
deve-se ter um mínimo de 40 objetos por grupo. Além disso, pes- • Museu da Infância. Disponível em: https://
www.unesc.net/portal/museu-da-infancia.
quise previamente alguns museus que acolham coleções para Acesso em: 20 jun. 2021.
realizar um tour virtual.

 Materiais
•  Um equipamento com acesso à internet para o tour virtual em museus que acolhem coleções. No caso
da impossibilidade de realizar o tour virtual, você precisará ajustar suas intervenções na primeira etapa
da atividade;
•  Coleções de objetos realizadas a partir da atividade Iniciando coleções, deste conjunto;
•  Recipientes em quantidade suficiente ou com divisórias para que as crianças armazenem e organizem
as coleções ao término da classificação;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço para disponibilizar as coleções de objetos dos grupos e facilitar a organização. Preveja
ainda a necessidade de um espaço em que as crianças possam se reunir e organize os recipientes ou divisórias
que possam acolher as coleções classificadas pelas crianças.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças reagem à proposta de classificação das coleções? Que comentários
trazem sobre elas? Dão sugestões de classificação?
2. Quais critérios elas utilizam para classificar as coleções? Elas se inspiram nas organizações e classi-
ficações observadas na visita sobre coleções ou criam as próprias formas de organização?
3. Como as crianças interagem durante a classificação nos grupos? Ajudam umas às outras? Acolhem
as diferentes opiniões?

249
Sequência: Coleção de objetos

 Para incluir todos


Atente-se às relações estabelecidas entre as crianças, especialmente nos pequenos grupos. Proponha al-
ternativas para garantir a qualidade das interações e trace estratégias para que uma criança ajude a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Inicie a atividade convidando todo o grupo para se sentar com você em uma
A
roda. Diga que você preparou um tour virtual por alguns museus. Conte que se
trata de uma forma de conhecer as coleções que estão em museus distantes Possíveis falas do
professor
e que o intuito dessa visita virtual é que todos possam ver como as coleções
são organizadas e quais objetos fazem parte delas. À medida que apresenta — Como os objetos
estão organizados? Por
as imagens das coleções, estimule as crianças a expressar oralmente o que tamanho, por cor ou por
estão observando. Caso não seja possível realizar o tour virtual, uma opção tipo?
é visitar a biblioteca da escola e apresentar a forma como a coleção de livros — Essa organização
está categorizada. É possível, ainda, evidenciar como a própria sala é com- é a mesma do museu
posta por diversas coleções de objetos (mobiliário, material escolar) e que anterior?
estes estão reunidos e organizados de acordo com algumas categorias. A

2 Encerre a visita virtual dizendo às crianças que você gostaria de fazer uma
proposta desafiadora em relação aos objetos que elas estão colecionando em
grupo. Diga-lhes que você gostaria que cada pequeno grupo organizasse sua
própria coleção inspirado nas exposições que acabaram de visitar. Peça a cada
grupo que classifique a coleção em diferentes seções. Rememore com os pe-
quenos as diferentes possibilidades de classificações de itens de coleções vistas
durante a visita virtual. Combine que todos investiguem formas de classificar as
coleções. Instigue as crianças a refletir sobre quais características dos objetos
vão escolher para que eles fiquem juntos ou separados na organização que es-
tabelecerão. Combine com as crianças um tempo para isso e diga que depois
vão partilhar com os colegas a forma que organizaram as coleções.

3 Entregue as coleções respectivas de cada um e convide as crianças para que


explorem e conversem sobre quais características os objetos possuem com
relação a tamanhos, formatos e cores. Depois, peça que comecem a organi-
zar a coleção e sigam a classificação escolhida. Por fim, oriente os pequenos
que coloquem os objetos da coleção nos recipientes conforme a classificação.

4 Circule entre os pequenos grupos, apoie e problematize as interações das


crianças e os critérios utilizados por elas para que realizem a classificação.
Escute quais pistas elas estão trazendo, quais desafios estão vivenciando e
que hipóteses constroem acerca do modo de se categorizar as coleções. Esse
é um interessante processo de negociação e experimentação das possibili-
dades de classificação entre as crianças. Nesse momento, faça registros de
algumas dessas relações, utilizando-os como forma de reflexão para futuros
planejamentos e documentações.

250
Atividade: Classificando elementos das coleções

Continue investigando as relações que as crianças estão estabelecendo acer- B


5
ca das classificações. Note que alguns grupos podem se deparar com desa- Possíveis falas do
fios. Esteja atento e apoie-os se for necessário. Compartilhe pensamentos e professor
possibilite trocas entre os pares, instigando as crianças com perguntas que — Como esses objetos
convidem para o aprofundamento e a sistematização da proposta. B são parecidos? E
diferentes?
— Vamos lembrar
6 Quando a turma finalizar as classificações dos elementos da coleção, peça como as coleções são
que voltem para a roda. Em seguida, inicie o diálogo a fim de investigar as organizadas nos museus
diferentes maneiras que encontraram para classificar os objetos. Nesse sen- virtuais que visitamos
tido, estimule os pequenos grupos para que apresentem as classificações e hoje?
contem como chegaram a essa organização. Incentive-os para que revelem — Como vocês acham
que poderíamos
as características consideradas na classificação e como os objetos estão guar-
organizar?
dados no recipiente para que não se desorganizem facilmente.

Para finalizar
Ao terminar a partilha, convide as crianças a guardar os recipientes com as coleções no espaço que re-
servou para acolhê-las e convide-as para que vivenciem a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outro momento, você poderá convidar as crianças para que construam gráficos sobre as características e as
quantidades de cada coleção de objetos (por exemplo: quantos objetos de cada cor, tamanho ou outro atributo
há em cada uma das coleções). Fixe-os próximos à roda de conversa para que as crianças possam preenchê-los
durante os diálogos sobre as características dessas coleções.

 Engajando as famílias
Verifique se há responsáveis ou pessoas da comunidade escolar que são colecionadores e organize uma
visita para que exponham as coleções às crianças. Também é possível escrever com os pequenos um bilhete
aos responsáveis, convidando-os para que visitem os sites utilizados no tour virtual, assim as crianças poderão
revisitar e conversar com os adultos sobre os critérios de organização das coleções nos museus.

251
Sequência: Coleção de objetos

 EI03EO07  EI03ET04 EI03ET07


ACOMPANHANDO O
CRESCIMENTO DAS COLEÇÕES
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a realização da atividade, é importante que os pequenos grupos já estejam colecionando há algum
tempo e tenham uma quantidade de objetos suficientes na coleção para tornar a contagem mais desafiadora.
Considere uma quantidade mínima de 50 objetos por grupo.

 Materiais
•  Recipientes com a classificação dos objetos da coleção Sugestão de leitura
usados na atividade Classificando elementos das • Acompanhamento das coleções. Nova
coleções, deste conjunto; Escola. Disponível em: https://nova-escola-
•  Coleções de objetos realizadas a partir da atividade producao.s3.amazonaws.com/Zfgd4KMDtzJa
Iniciando coleções, deste conjunto; Wjy32qbguQAJzgKyRVZuBQCvPH4cMPvKt
CpYzzZfyVJ5yGN4/apresentacao-sem-titulo.
•  Tabela de acompanhamento das coleções para cada um
pdf. Acesso em: 20 jun. 2021.
dos pequenos grupos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e
uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize um espaço para a roda de conversa que será realizada no início da atividade. Observe ainda a
necessidade de um ambiente em que as crianças possam se reunir em pequenos grupos para que façam a
contagem das coleções.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças realizam a contagem? Quais estratégias utilizam? Organizam ou


agrupam os objetos para facilitar a contagem?
2. De que maneira elas registram a contagem? Utilizaram numerais, desenhos ou outras expressões
gráficas? Como fizeram para compreender o registro do outro grupo?
3. As crianças interagem durante a contagem? Ajudam umas às outras? Contam juntas?

252
Atividade: Acompanhando o crescimento das coleções

 Para incluir todos


Atente-se quanto às relações estabelecidas entre as crianças, especialmente nos pequenos grupos e, no
momento de troca de coleções para checagem, proponha alternativas para a qualidade das interações. Trace
estratégias para que uma criança ajude a outra durante a contagem e o registro.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para a roda. Conte que você está feliz com o cresci- A
mento das coleções e que precisam contar os elementos para ver quantos Possíveis falas do
objetos há em cada coleção. Peça que se organizem em pequenos grupos professor
para realizar a contagem dos objetos e o registro escrito do resultado em uma — Vocês notaram como
tabela. Leia a tabela para as crianças. A nossas coleções estão
crescendo?
2 Combine com a turma a duração da atividade, da contagem e do registro e — Vocês têm ideia de
peça que troquem de coleção com outro grupo para que realizem a contagem. quantos objetos temos
Combine também que o grupo que terminar todo o processo pode organizar em cada coleção? Como
podemos descobrir?
as coleções de volta ao local adequado e começar a se preparar para a pró- — Hoje, eu gostaria de
xima atividade da rotina. propor uma contagem
para saber quantos
Ajude as crianças para que se organizem nos pequenos grupos que plane- objetos temos em cada
3 uma das coleções, assim
jaram e coletaram os objetos. Observe ainda a necessidade de organizá-las
vamos acompanhando o
no espaço, no chão ou em mesas, para que as crianças possam realizar a crescimento delas.
contagem e o registro.

4 Circule entre os pequenos grupos e observe as estratégias de contagem. B


Tente perceber até que número conseguem contar, como se organizam para Possível ação
realizar a contagem, se realizam correspondência termo a termo e de que das crianças
forma realizam os registros. Observe quando o barulho ou a intervenção de
•Elas podem chegar a
um colega faz uma criança perder a contagem. Ofereça apoio quando neces- uma estratégia eficaz
sário. Registre, por meio de fotos, vídeos e anotações, suas observações para de contagem por meio
utilizá-las como forma de reflexão em planejamentos de outras atividades. Se de registro de grupos
você perceber que alguns grupos têm mais objetos do que são capazes de de objetos ao invés
de uma contagem da
contar, aproxime-se das crianças, revise até quanto elas conseguiram contar
coleção inteira, por
e faça a contagem com elas. A partir disso, compartilhe com a turma o pro- exemplo.
blema e pergunte se alguma das crianças tem sugestões para os colegas. B

5 Quando um grupo terminar a contagem e o registro dos elementos da cole-


ção, convide as crianças para que troquem de coleção com outro grupo que
também tenha terminado a contagem. Troque também as tabelas entre eles.
Apoie-as para que compreendam o registro do grupo anterior e incentive-as
na contagem da coleção para a checagem do registro. Caso algum grupo en-
contre resultados diferentes dos registrados, reúna os dois grupos para que
realizem uma checagem em conjunto. Apoie a nova contagem e possibilite
reflexões e estratégias de ajuda mútua entre as crianças. Inicie um diálogo
para investigar a importância da checagem quando há muitos elementos
para contar.

253
Sequência: Coleção de objetos

Para finalizar
Observe que as crianças podem terminar a atividade em tempos diferentes. Assim, convide aquelas que
terminaram para guardar os elementos das coleções no espaço apropriado. Depois, diga que fixará cada
tabela para que voltem a fazer contagens, a fim de acompanhar e perceber o crescimento das coleções. Em
seguida, convide todo o grupo para vivenciar a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outros momentos, continue os registros nas tabelas por meio da contagem dos objetos das coleções. Crie
oportunidades de investigar com as crianças questões acerca do crescimento da coleção e estimule-as para
que pensem em alternativas e estratégias para esse acompanhamento.

 Engajando as famílias
Organize uma filmagem das crianças em que elas sugiram no vídeo atividades que possam ser vivenciadas
com os responsáveis. Uma das atividades pode ser, por exemplo, um vídeo em que as crianças estejam fazendo
a contagem das coleções para que os adultos assistam e ajudem na checagem dos registros que estão sendo
feitos para cada coleção.

254
Atividade: Estimativa de quantidades com coleções

 EI03EO07  EI03ET04  EI03ET07


ESTIMATIVA DE QUANTIDADES
COM COLEÇÕES
Tempo sugerido: 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a realização da atividade, é importante que os pequenos grupos já estejam colecionando há algum
tempo e tenham uma quantidade de objetos suficientes na coleção para tornar a proposta mais desafiadora.
Considere uma quantidade mínima de 50 objetos por grupo.

 Materiais
•  Dois recipientes transparentes de mesmo tamanho, onde deverão ser armazenados, previamente,
certa quantidade de objetos de duas coleções da turma. Por exemplo: em um recipiente você coloca 20
chaveiros e, em outro, 40 botões;
•  Um cartaz com a lista dos nomes das crianças em forma de tabela para registrar as estimativas;
•  Marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor).

 Espaços
Organize um espaço para a grande roda onde a atividade acontecerá, como a sala. Nesse local, na parede,
fixe o cartaz para registrar os palpites das crianças sobre as quantidades.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à proposta? Tentam estimar a quantidade? Parecem surpresas ao descobrir
a quantidade?
2. De que forma tentam estimar as quantidades? Quais estratégias utilizam? Tentam contar por meio do
pote transparente ou utilizam as dicas?
3. Como interagem durante a atividade? Ajudam umas às outras a contar? Compartilham estratégias de
estimativa?

255
Sequência: Coleção de objetos

 Para incluir todos


Certifique-se de que todas as crianças consigam visualizar os recipientes com as coleções e que os palpites
estão sendo escritos em um local que também proporcione a visualização delas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Com todo o grupo em roda, diga que você preparou uma brincadeira em que
eles, ao olhar, sugiram quantos elementos das coleções há nos recipientes
preparados. Conte que você dará algumas dicas e que cada criança poderá
dar palpites. Diga-lhes também que você preparou um cartaz com os nomes
delas e que anotará os palpites ao lado de cada nome para que, após a con-
tagem, possam conferir se alguém conseguiu adivinhar a quantidade.

2 Peça às crianças que observem os recipientes e pensem sobre as quantidades


de objetos que poderão ter em cada um deles. Possibilite um momento em
que, sem sua intervenção, elas conversem entre si e reflitam sobre as primei-
ras hipóteses de estimativas.

3 Após esse tempo, conte que preparou algumas dicas sobre as quantidades de
cada recipiente para que apoiem as ideias que estão construindo. Então, co-
mece a dar dicas sobre a quantidade em intervalos de número, por exemplo:
“A quantidade de chaveiros está entre 30 e 50”. Observe como as crianças
formulam estimativas e registre os palpites. Se o número de crianças e a di-
nâmica do grupo permitir, convide-as para que registrem os próprios palpites
e propicie uma observação dos registros numéricos. Nesse momento você
pode sugerir que a criança consulte uma reta numérica ou que peça a algum
colega que a ajude a se lembrar.

4 Depois que a turma avaliar a quantidade de objetos, proponha que contem


coletivamente a quantidade de objetos à medida que você for retirando-os do
recipiente. Ao final da contagem, verifique com as crianças se alguém estimou
a quantidade correta ou quem ficou mais próximo. Convide essa criança para
compartilhar como ela pensou para sugerir tal resultado. Paute-se em inves-
tigar o que ela observou e se as dicas a ajudaram, por exemplo.

5 Quando concluir as análises acerca de um recipiente, considere investigar


com todo o grupo a quantidade do outro recipiente que selecionou. Utilize
as mesmas estratégias da primeira estimativa.

Para finalizar
Conte à turma qual a próxima atividade do dia a ser realizada, trabalhando, assim, a noção de tempo e
oferecendo previsibilidade. Depois, convide as crianças para iniciar a próxima vivência.

256
Atividade: Estimativa de quantidades com coleções

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize outros desafios como esse ao longo das semanas com as outras coleções da turma e considere ainda
trazer recipientes de tamanhos diversos. Coloque objetos grandes em um recipiente ou vá alternando o tamanho
dos recipientes em relação aos objetos. Possibilite ainda o contato com a logística da organização de um acervo,
por meio de uma visita e conversa com um bibliotecário, com um curador de museu, entre outras possibilidades.
Reflita com as crianças sobre estratégias para catalogar os mais variados itens. Isso será necessário para a
realização da atividade Organização do acervo de coleções, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis e toda a comunidade escolar para que participem de um desafio de estimativa similar,
em que as crianças escolherão o número de objetos para armazenar em um pote transparente e darão dicas da
quantidade. Os adultos poderão escrever as estimativas em uma cartolina ao lado do pote e, no dia determinado,
vocês poderão realizar a contagem com a comunidade escolar e verificar se alguém acertou.

257
Sequência: Coleção de objetos

 EI03EO07  EI03ET01  EI03ET05


ORGANIZAÇÃO DO ACERVO
DE COLEÇÕES
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a proposta, é fundamental que as crianças já tenham concluído o agrupamento dos objetos que
colecionam a partir da meta estabelecida na atividade Classificando elementos das coleções, deste conjunto.
Considere, ainda, que é essencial ter possibilitado aos pequenos grupos o contato com a logística da organização
de um acervo para que reflitam sobre estratégias para catalogar e organizar livros, obras, entre outros itens.

 Materiais
•  Coleções de objetos realizadas a partir da atividade
Sugestão de leitura
Iniciando coleções, deste conjunto;
•  Imagens de organização de acervos diversos; • Acervo das coleções. Nova Escola.
•  Recipientes com a função de acondicionar itens das Disponível em: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/6eaU926E
coleções, tais como sacos plásticos com fechamento CHYK53hxNxDRTDb2SbUU24ufRjBFWPfY
hermético, bandejas com divisórias, potes transparentes FXG5NnMDDzWDnTPUXdzK/para-imprimir-
de tamanhos variados, caixas diversas, entre outros etiquetas-edi3-24und05.pdf. Acesso em:
materiais (considere que o número e o estilo dos 20 jun. 2021.
recipientes dependerão dos tipos, das quantidades de
coleções e dos critérios que as crianças criaram para organizar o acervo, como os estabelecidos na
atividade Classificando elementos das coleções, deste conjunto);
•  Tabela de acompanhamento das coleções, sugerida e preenchida na atividade Acompanhando o
crescimento das coleções, deste conjunto;
•  Etiquetas para fixar nos recipientes que acomodarão as coleções;
•  Canetas ou marcadores permanentes para o registro nas etiquetas;
•  Materiais para atividades que as crianças realizam com autonomia (jogos, massa de modelar etc.).

 Espaços
Considere preparar um espaço amplo em que inicialmente as crianças serão acomodadas em roda, além
de um local apropriado para que elas interajam em pequenos grupos no decorrer da atividade. Organize,
ainda, os recipientes que selecionou para o acondicionamento das coleções, tendo em vista as características
que os materiais apresentam e a coleção que acomodará. Organize também os materiais que você selecionou
para os grupos que vão realizar outras atividades com autonomia.

258
Atividade: Organização do acervo de coleções

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à proposta de compartilhar coleções com outras crianças e professores?
Se animam com a ideia ou têm receio de dividir?
2. Quais critérios criam para organizar as coleções? Como realizam as classificações para o acervo?
Quais estratégias e apoios consideram?
3. De que forma interagem durante a atividade? Ajudam umas às outras? Como acolhem as ideias dos
pares e reagem diante dos desafios vivenciados?

 Para incluir todos


Atente-se para a interação entre os pares no momento da organização do acervo. Observe a forma como as
crianças acolhem ideias e opiniões umas das outras.

O QUE FAZER DURANTE

1 Com todo o grupo em roda, diga que você fará uma proposta especial para A
organizar as coleções de modo que possam disponibilizá-las para a comunida- Possíveis falas do
de. Após esse momento, investigue com a turma quais ações um colecionador professor
pode estabelecer para partilhar sua coleção com mais pessoas. Considere — Vocês acham que
questioná-las sobre o que podem fazer para que a comunidade aprecie as as coleções poderiam
coleções. A ajudar outras crianças
da escola a também
aprender coisas novas?
2 Ainda em roda, desafie as crianças para que pensem no conceito de um acer-
— O que os
vo. Lance questionamentos e considere as relações que estabeleceram ao colecionadores fazem
longo das atividades realizadas com as coleções. Mostre as fotos de acervos com as coleções? Por
para contribuir com a conversa. B que algumas ficam em
museus?
Conte às crianças que você separou recipientes para guardar os objetos das — Que tal criarmos um
3 acervo de coleções em
coleções e que preparou etiquetas para que registrem as informações que nossa escola?
identificam cada coleção. Leia uma etiqueta para todo o grupo e apresente
os itens que a compõem.
B
4 Peça que se organizem em pequenos grupos. Comente que enquanto um Possíveis falas do
estará com você fazendo o registro da etiqueta, os outros ficarão envolvidos professor
em uma atividade que já realizam com autonomia. Esclareça que, em seguida, — Alguém sabe me dizer
farão a troca de atividades entre os grupos. Combine que cada grupo fique o que é um acervo?
em média dez minutos com você e que, depois do preenchimento da etiqueta, — Acervo é quando há a
as crianças organizem a coleção nos recipientes devidos. organização de muitos
objetos.

5 Acomode o primeiro pequeno grupo no espaço e convide as crianças a contar


sobre as características das próprias coleções. Instigue-as a dizer sobre os
materiais que a compõem, quais características elas levantaram para classi-
ficar a coleção e por que escolheram aquele material para colecionar. Con-
verse também sobre o espaço que será ocupado pelo acervo, entre outras

259
Sequência: Coleção de objetos

características. Após esse momento, conte que você apoiará o preenchimento


da etiqueta e que, depois, escreverão com autonomia o nome dos colecio-
nadores. Para isso, informe que tracem as próprias estratégias e considerem
C
se cada um escreverá o próprio nome, se um colega será o escriba ou se re-
correrão à consulta das fichas dos nomes. Diga que depois você apoiará no Possíveis falas do
professor
preenchimento das demais informações da etiqueta.
— Neste espaço
vou escrever botões
6 Atue como escriba no preenchimento da etiqueta da coleção e investigue
grandes e vou colocar
qual será o nome que o grupo dará para a coleção. Observe que sua media- 20 aqui para indicar a
ção deve considerar a lógica de que o nome revela sobre o que caracteriza quantidade. Esse é um
a coleção. Em seguida, registre a quantidade de objetos e utilize a tabela de atributo da coleção de
acompanhamento das coleções. Para o registro dos atributos que classificam a vocês.
coleção, examine o que as crianças consideraram para selecionar e classificar — Há algum outro atributo
que consideraram para a
as coleções. Por fim, direcione-as para um espaço em que possam começar a coleção?
organizar as coleções e escolher os materiais para acomodá-las no acervo. C

7 Repita as mesmas estratégias dos passos anteriores com os outros grupos.


Contudo, se as crianças estiverem cansadas, diga que você repetirá a mesma
atividade no dia seguinte, para que organizem as coleções.

8 Depois de preencher e organizar as coleções, convide as crianças para ficar


em roda e entregue as etiquetas para que cada grupo escolha o melhor local
para inseri-la no suporte que escolheu para acondicionar a coleção.

Para finalizar
Ainda em roda, conte a todo o grupo que vocês farão uma instalação do acervo no pátio ou em outro
espaço da escola que a acomode, para que a comunidade aprecie as coleções. Diga que depois vocês
podem pensar em um espaço especial da escola para deixar o acervo de forma permanente. Em segui-
da, organize a turma para a próxima proposta do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Engaje o grupo na escolha de um local acessível para guardar as coleções, na construção de regras para sua
utilização e nas estratégias para acompanhar empréstimos e devoluções. Você pode também propor que as
crianças criem convites para as outras turmas e os responsáveis, para que conheçam o acervo. Incentive ainda
a produção de outras formas de divulgá-las, como cartazes, panfletos, placas, entre outros.

 Engajando as famílias
Prepare uma instalação do acervo no pátio da escola com os registros construídos ao longo da vivência na
composição das coleções. Dessa forma, você convidará os responsáveis para que reflitam sobre o quanto é di-
vertida e recheada de aprendizados a ação de colecionar. Encoraje-os a compor novas coleções com as crianças.

260
15
AP

CONJUNTO

UNIDADE

ARTE E
NATUREZA
Apreciar significa observar com encantamento, uma atitude muito própria da infância,
mas por vezes pouco valorizada e estimulada pelos adultos. O senso estético e a sensi-
bilidade são fundamentais para o desenvolvimento das crianças. É desse modo que elas
apuram o olhar sobre o mundo, aprendendo sobre cores, formas, linhas, cheiros, texturas.
Ao mesmo tempo, elas se sintonizam com as belezas naturais, aprendendo a valorizá-las,
a compreender os ciclos de vida e a desenvolver uma atitude respeitosa e contemplativa
da natureza.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas que podem ser aplicadas de
forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoriamente desenvol-
ver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por
meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crian-
ças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
propostos no decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

261
Unidade: Arte e natureza

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
EI03TS02
produções bidimensionais e tridimensionais.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

EI03ET05 Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Traços, sons, cores


e movimentos e formas

Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações
262
Atividade: Experimentações com tintas e pigmentos naturais

 EI03EO03  EI03CG04  EI03TS02  EI03ET04


EXPERIMENTAÇÕES COM
TINTAS E PIGMENTOS
NATURAIS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de leitura


• A tinta que vem da
É necessário que você teste a receita da tinta antes de prepará-la com as crianças. natureza. Nova Escola,
out. 2007. Disponível em:
https://novaescola.org.
 Materiais br/conteudo/1286/a-tinta-
que-vem-da-natureza.
Acesso em: 21 jul. 2021.
•  Ingredientes descritos na sugestão de receita de tinta natural que sejam
suficientes para duas receitas;
•  Três recipientes transparentes, algo em torno de 500 ml, um para cada pequeno grupo;
•  Alguns pincéis e um pote com água;
•  Colheres ou palitos de sorvete para mexer a mistura;
•  Suportes para pintura, preferencialmente rígidos para que absorvam melhor a substância, como
tampas de caixas de sapatos;
•  Potes com tampa para guardar as sobras de tinta;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como jogos de montar e desenho;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A proposta pode ser realizada em um espaço interno. Disponha de, pelo menos, três mesas e separe uma
delas para fazer a manipulação dos elementos. Organize alguns cantos com os materiais das atividades que as
crianças já realizam com autonomia ou, se você já trabalha com cantos temáticos, garanta que elas brinquem
de forma autônoma nesses espaços enquanto você acompanha um pequeno grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que as crianças sabem sobre pigmentos naturais? Quais elementos presentes no cotidiano
escolar, ou no contexto familiar, são reconhecidos por elas?
2. Como as crianças percebem que alguns alimentos possuem uma coloração bastante perceptível
e que é expelida no toque facilmente?
3. Quais as hipóteses levantam a respeito da mistura de elementos? Elas conseguem estabelecer
estratégias para chegar ao objetivo proposto?

263
Unidade: Arte e natureza

 Para incluir todos


Se alguma criança apresentar resistência para tocar os ingredientes, estimule-a propondo que sinta o cheiro
e toque somente se quiser. Peça a uma delas para contar como é aquele elemento e o que sentiu ao cheirá-lo e
tocá-lo. O momento da manipulação dos elementos não precisa necessariamente ser realizado em uma mesa;
também é possível realizar as experimentações no chão, conforme a necessidade das crianças.

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda com todo o grupo e pergunte se conhecem algum alimento A
ou elemento da natureza que solta coloração ao ser tocado. Ouça as expe- Possíveis falas
riências e os conhecimentos que trazem e pergunte como descobriram esses do professor
pigmentos. A — Vocês conhecem
algum alimento que
2 Proponha a todo o grupo a elaboração de uma tinta para pintura utilizando solta coloração bem
elementos da natureza. Pergunte quais elementos acham que podem utilizar facilmente?
e por que esses e não outros. Interaja com as crianças enquanto expõem as — Alguém sabe me
dizer um elemento que
hipóteses, fazendo algumas perguntas que instiguem o grupo. B
precisamos apertar
para que solte uma
3 Ouça o que as crianças têm a dizer e como vão buscar respostas para o pro- água colorida? Você já
blema apresentado. Muito possivelmente elas darão diversas sugestões de manuseou algum deles?
outros ingredientes para juntar à mistura, podendo sugerir a água e a cola. Como ficou sua mão?
Caso nenhuma delas sugira, esclareça que, além dos elementos da natureza,
será utilizada uma quantidade de água e de cola para que seja obtida a tinta. B
Possíveis falas
4 Diga às crianças que você escolheu três materiais extraídos da natureza e que do professor
são muito utilizados. Convide-as a explorá-los de maneira que toquem e sintam
— Será que qualquer
os cheiros, as formas e as texturas, sendo possível observar e experimentar
elemento da natureza
diversas sensações. Como estarão em roda, mostre os recipientes e peça que, serve para fazer a tinta?
após cada um sentir o cheiro e tocar nos elementos, passem para o colega ao — Qual vocês acham
lado. Tenha o cuidado de observar se todos tiveram acesso aos três elemen- que podemos usar?
tos. Aproveite o conhecimento prévio das crianças para reforçar que existem — Como podemos fazer
outros elementos, que resultarão em outras cores e que poderão também ser para descobrir quais
elementos servem?
conhecidos pelo grupo em outro dia. — Será que é necessário
misturar com mais
5 Esteja atento às falas das crianças nesse momento de experimentação e apro- alguma coisa? O que
veite para registrar ou fotografar. Esse registro será utilizado no engajamen- podemos colocar na
to dos responsáveis. Pode ser que algumas não se sintam à vontade ou não mistura?
queiram participar. Nesse caso, para incluir todos, estimule a participação
pedindo a uma criança que convide o colega e conte como é. Instigue-as para C
que comentem as impressões delas sobre a vivência. C
Possíveis falas
do professor
6 Após tocar e sentir os elementos, coloque um em cada mesa diferente. Con-
— Quem sabe o que é isso?
vide as crianças para que se dirijam à mesa em que está disposto o elemento — Como você descobriu
de que mais gostaram. Anote os grupos que se formaram e escolha um deles o que é?
para começar. Explique aos pequenos que cada elemento será manipulado — Por que será que esse
por um pequeno grupo e que só será possível atender a um grupo de cada elemento foi escolhido?

264
Atividade: Experimentações com tintas e pigmentos naturais

vez durante a experimentação. Diga com qual você vai começar e oriente o D
restante da turma a brincar nos cantos da sala já preparados para esse mo- Possíveis falas
mento. Esclareça que depois (ou no dia seguinte) será a vez do outro grupo do professor
realizar a atividade de experimentação e que todos participarão. — Como você percebeu
que colocou muita água?
7 Ofereça ao pequeno grupo um recipiente com 50 ml de água e outro com 100 E agora, como podemos
ml de cola branca, colheres ou palitos de sorvete e, para realizar a mistura resolver?
— Você acha que já está
dos ingredientes, o recipiente transparente. Diga às crianças que produzirão
bom? O que acontece se
tintas fazendo a mistura dos ingredientes e convide-as a misturar os elementos colocarmos um pouco
livremente, observando as transformações. Oriente que coloquem os materiais mais de cola?
aos poucos e mexam devagar. Possibilite que o grupo faça a experimentação — Como podemos
até que fiquem satisfeitos com o material produzido. Se possível, fotografe fazer para que a cor
esse momento. Faça mediações, caso perceba que a mistura não virou tinta. D fique mais escura? E se
quisermos que ela fique
mais clara?
8 Quando finalizar o preparo da tinta, ofereça pincéis e suportes para que as
crianças façam testes. Fazendo uso das tintas elaboradas, oriente a turma a
pintar livremente. Convide outro pequeno grupo para a produção da tinta e
realize os mesmos encaminhamentos, revezando-os à medida que terminam
as atividades. Caso necessário, combine, em outro dia, a produção das tintas
dos outros grupos.

Para finalizar
Após finalizar as pinturas, proponha à turma a organização do espaço. Mostre onde é o lugar de cada
material. Disponha um recipiente com água para a colocação dos pincéis. Indique onde poderão guardar
as tintas já devidamente tampadas e outro espaço onde poderão colocar as produções para secar.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade utilizando outros elementos, como amora, açafrão, terra de cores diversas, beterraba, couve,
espinafre e erva-mate. Depois de prontas, a turma poderá usufruir de vários tons. Amplie a vivência fazendo
referências aos costumes e à cultura dos povos indígenas, os quais usam tintas naturais para pintar os próprios
corpos em rituais e comemorações, ou aborde a temática da sustentabilidade e a importância do cuidado e da
preservação da natureza.

 Engajando as famílias
Monte um painel com as fotos e os registros das falas das crianças. Escreva um texto que conte aos respon-
sáveis a atividade desenvolvida durante a semana e como as crianças se envolveram no processo. Separe um
espaço em branco para que, por meio da observação das imagens, os adultos comuniquem a impressão que
tiveram da proposta realizada. É possível também encaminhar uma foto um pouco ampliada do painel e o texto
que o acompanha, para que o responsável que não compareceu à escola também participe.

265
Unidade: Arte e natureza

 EI03TS02  EI03EF01  EI03ET05


APRECIAÇÃO E PRODUÇÃO
ARTÍSTICA
Tempo sugerido: aproximadamente 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestões de leitura


• Conjunto de esculturas. Enciclopédia Itaú
Cultural, ago. 2018. Disponível em: http://
 Contextos prévios enciclopedia.itaucultural.org.br/obra43428/conjunto-
de-esculturas. Acesso em: 30 jun. 2021.
• Los paisajes peculiares de Nils Udo. Arquiscopio,
Na atividade, serão abordadas as obras de dois artistas jan. 2013. Disponível em: https://arquiscopio.com/
escolhidos por você para inspirar a produção das crianças. los-paisajes-peculiares-de-nils-udo/?lang=pt. Acesso
Pesquise a respeito da biografia deles, a fim de ampliar co- em: 21 jul. 2021.
• Arte e arquitetura: um ninho de 80 toneladas.
nhecimentos e de contribuir com o grupo, contextualizando
ArchDaily, abr. 2012. Disponível em: https://www.
as produções deles. archdaily.com.br/br/01-44402/arte-e-arquitetura-um-
ninho-de-80-toneladas. Acesso em: 30 jun. 2021.

 Materiais
•  Itens para pintura: tintas, colas coloridas, pincéis e pequenos rolos;
•  Materiais riscantes: carvão, canetas hidrográficas, gizes de cera e gizes de quadro;
•  Materiais de modelagem: massa de modelar e argila;
•  Materiais de largo alcance: pedaços de madeira, cones de papelão, conduítes e pedaços de canos;
•  Elementos da natureza (gravetos, folhas, pedras, vasos de plantas e de flores etc.);
•  Retalhos de tecidos, retalhos de papéis coloridos, algodão, botões grandes, barbantes, lãs ou outros
tipos de fios;
•  Tampas de garrafa, palitos de sorvete, rolhas diversas;
•  Papel kraft, papel paraná, ofício, papelão, telas de pintura, papel-cartão, folhas de sulfite tamanho A3;
•  Cola branca;
•  Potes, latas, caixas ou até bandejas;
•  Imagens de obras de dois artistas plásticos que têm a natureza como matéria-prima;
•  Fotos dos artistas escolhidos;
•  Etiquetas e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade deve ser realizada em uma sala. Exponha pelo espaço as imagens das obras, reservando as fotos
dos artistas. As obras devem estar à altura dos olhos das crianças. Reserve um espaço do ambiente para colocar
uma caixa com alguns materiais de largo alcance. Para que os pequenos tenham fácil acesso aos materiais,
organize o restante em potes, latas, caixas e bandejas de modo visível em uma mesa ou bancada. Reserve ainda
espaço para que exponham as produções.

266
Atividade: Apreciação e produção artística

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que mais chama a atenção das crianças quando observam obras artísticas: cores, traçados ou tema?
2. Quais estratégias colocam em jogo quando precisam planejar o que vão fazer? Como se organizam?
O que já sabem antes do início das produções?
3. Como se dá o processo de criação e quais sentimentos estão envolvidos neste momento? Como
acolhem os comentários dos colegas a respeito das próprias obras e como expressam opiniões quanto
às produções dos demais?

 Para incluir todos


Estimule as crianças a explorar o espaço e a criar possibilidades para utilizá-lo da melhor maneira. Pode ser
no chão, na mesa, sobre a cadeira, com os suportes fixados na parede ou apoiadas sobre os joelhos. Na etapa
final, caso alguma criança não se sinta confortável para falar sobre a própria obra ou responder as perguntas,
respeite essa opção e proponha a apreciação.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para uma roda e chame a atenção das crianças para A
as imagens das obras. Pergunte se sabem o que são as imagens e por que Possíveis falas
estão ali. Questione se conhecem o nome de algum artista plástico e ouça do professor
os comentários para descobrir o que elas já sabem sobre o tema. Depois de — Vamos agora ver
ouvi-las, diga que vão conhecer dois artistas que usavam as próprias obras algumas obras de arte?
para denunciar maus-tratos à natureza e, dessa forma, chamavam a atenção — Nós vamos fazer
de todos para a importância do cuidado e da preservação. Nesse momento, a apreciação dessas
obras. Alguém sabe o
mostre fotos dos artistas e conte um pouco sobre eles.
que é "apreciação"?
— Fazer a apreciação é
2 Ainda na roda, revele à turma que as imagens ao redor são representações observar uma obra de
das obras dos dois artistas mencionados. Diga que as crianças farão uma arte! Também é pensar
apreciação dessas obras. Pergunte se elas sabem o que significa apreciação. sobre a obra e sentir
E, após escutá-las, utilize as ideias delas para esclarecer melhor o significado o que ela nos causa
durante a observação.
da palavra apreciação. A

3 Oriente todo o grupo para transitar pelo espaço e contemplar as imagens.


Interaja com as crianças nesse momento, circulando entre elas e observando
reações, comentários e expressões. Aproveite para dialogar sobre a aprecia-
ção e chame a atenção para as cores e os materiais apresentados.

4 Convide as crianças para voltar a observar a foto da obra de que mais gosta-
ram e ficar próximas a ela. Pequenos grupos poderão ser formados nesse mo-
mento e, com base na escolha, diga que cada criança vai construir uma obra
de arte a partir dos interesses de cada uma. Esclareça que a obra escolhida
servirá de inspiração e não de modelo. A ideia não é reproduzir as imagens,
mas criar novas obras inspiradas nelas.

267
Unidade: Arte e natureza

5 Direcione os pequenos grupos para que se organizem em um espaço da


sala. Ofereça mesas e cadeiras, mas possibilite que produzam no chão, caso
se sintam mais à vontade. Convide as crianças a ir até a bancada e observar
os materiais disponíveis, percebendo o que há ali e escolhendo alguns deles
para começar a produção. Combine com elas para que reflitam sobre o que
querem fazer e sobre o material que querem utilizar para concretizar as pro-
duções. Esclareça que, no decorrer da criação das obras, elas poderão pe- B
gar outros materiais, caso achem que é necessário. Sugira que compartilhem Possíveis falas do
ideias com os colegas e que também ouçam as ideias deles. professor
— Você já sabe o que
6 Enquanto a turma produz, transite entre os pequenos grupos observando o quer fazer?
processo. Caso encontre alguma criança que ainda não tenha iniciado, aju- — Quais dos materiais
você mais gostou? O
de-a, perguntando se já sabe o que pretende fazer ou se já considerou como
que podemos fazer com
vai utilizar o material escolhido. Identifique alguma criança insatisfeita com a ele(s)?
própria produção e ajude na elaboração do que ela propôs anteriormente. B

7 Sugira às crianças que mostrem o que fizeram aos colegas do pequeno grupo
e que contem para os demais o que fizeram. Aproveite esse momento de pro-
dução para observar as crianças, as estratégias e os desafios delas. Registre a
atividade com fotos e vídeos. Sinta o envolvimento da turma na realização da
proposta e perceba se será necessário mais tempo para que todos concluam.

Para finalizar
Conforme as crianças terminam, incentive que guardem os materiais e oriente a higienização das mãos.
Lembre-se de perguntar a cada uma qual é o título da obra que fez e anote-o em uma etiqueta. Cole a eti-
queta na obra da criança para que seja possível identificá-la. Incentive quem já terminou a ir brincar em
um canto da sala, enquanto esperam que os demais terminem os trabalhos. Aproveite para terminar de
identificar as obras enquanto as crianças finalizam as produções.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Sugira, em outro momento, a apreciação das obras produzidas e instigue o olhar observador das crianças,
chamando a atenção para cores, formas e materiais utilizados nas produções de cada uma. Incentive-as a fazer
perguntas sobre as produções e faça mediações, procurando saber as dificuldades que tiveram e como se sentiram
durante a realização da proposta. É possível repetir a atividade pedindo que sugiram materiais diferentes para
utilizar na proposta. A forma como produzirão também pode variar. Pode ser em duplas, trios ou todo o grupo.

 Engajando as famílias
Espalhe pela escola alguns cartazes, convidando os responsáveis para visitar as produções das crianças.
Caso a escola não possua um local fixo para o ateliê, organize um espaço de fácil visualização e exponha as
obras em mesas. Próximos a cada obra coloque pedaços de papéis e canetas hidrocor. Na entrada, escreva um
pequeno texto esclarecendo o trabalho desenvolvido e solicitando aos responsáveis que apreciem as criações
e escrevam mensagens para as crianças.

268
Atividade: Pintura com carvão e café

 EI03EO01  EI03TS02  EI03EF01


PINTURA COM CARVÃO E
CAFÉ
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Pesquise sobre os artistas escolhidos por você. Algumas sugestões são os artistas: Dado Oliveira, Giulia
Bernardelli e Ghidaq Al-Nizar. O primeiro utiliza técnicas de pintura misturando carvão e pólvora, e os demais
pintam utilizando café.

 Materiais
•  Algumas imagens de obras de artistas que usam carvão e café como matéria-prima para suas criações;
•  Aproximadamente meio litro de café misturado com água em dois recipientes plásticos;
•  Pedaços de carvão comum ou tiras de carvão vegetal próprio para desenho (reserve uma média de 30
pedaços);
•  Pincéis nº 12, de preferência;
•  Dois pedaços (aproximadamente 70 x 100 cm cada) de papéis grossos e firmes (papel paraná,
papel-cartão, papelão, entre outros) para cada estação;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade iniciará na sala, em roda, e depois continuará em um espaço externo da escola. Para o espaço
externo, escolha um local amplo, de fácil movimentação, em que as crianças possam se sentar à vontade no
chão. Disponha algumas mesas para organizar os materiais a serem utilizados para a pintura em formato de
estações, para quatro pequenos grupos, de modo a garantir duas estações com pedaços de carvão e os su-
portes, bem como outras duas estações com um recipiente com café, pincéis e papéis.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as explorações que fazem dos materiais e como conduzem as produções?


2. Como as crianças se expressam por meio dos desenhos e das experimentações com esses materiais
orgânicos? Quais criações fizeram?
3. Quais desafios surgem por terem de trabalhar em grupo? Trocar de grupo e continuar a produção já
iniciada pelo colega pode ser um desafio; como as crianças lidam com isso?

269
Unidade: Arte e natureza

 Para incluir todos


Conduza a atividade de forma que as crianças entendam como será a experimentação. No decorrer da troca
de grupos, caso alguma criança não tenha compreendido o fluxo da atividade, auxilie-a e incentive os colegas
para que se ajudem.

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda na sala e mostre as imagens que você selecionou como inspi-
A
ração. Peça às crianças que observem e tentem descobrir quais elementos os
artistas utilizaram naquelas pinturas. Ouça as hipóteses ou compartilhe com Possível fala do
professor
elas a informação de que algumas daquelas pinturas foram realizadas
com carvão e outras com café. Conte a elas o nome dos autores das obras — O que vocês acham
e fale um pouco sobre a inspiração deles e o que os levou a utilizar tais ele- que foi utilizado como
tinta para fazer essas
mentos. Conversem a respeito da possibilidade de se utilizar vários materiais artes?
encontrados na natureza para a realização de pinturas. A

2 Depois, coloque no centro o carvão e o café. Converse com as crianças sobre


esses elementos, como são utilizados no cotidiano e sobre as experiências
que já tiveram com eles anteriormente na atividade Experimentações com
tintas e pigmentos naturais, deste conjunto, se você a realizou. Passe o re-
cipiente com café para uma das crianças e um pedaço de carvão para outra.
Depois, peça que passem os elementos aos demais colegas da roda. Obser-
ve as diversas reações, expressões e comentários que surgirem. Registre os
comentários e, se possível, fotografe o momento. Fique atento para que
os elementos circulem entre todas as crianças.

3 Compartilhe com as crianças a ideia de fazer pinturas com esses dois ele-
mentos em uma área externa da escola. Ao chegar no ambiente preparado
para a atividade, faça alguns combinados com a turma para a realização da
proposta. Combine que vão se organizar em quatro pequenos grupos e que
cada grupo definirá o local que vai iniciar a pintura.

4 Esclareça que o material disponível será utilizado coletivamente e que farão


uma organização diferenciada. Explique às crianças que, inicialmente, dois
grupos vão pintar com carvão e os outros dois utilizarão o café, revezando
os pequenos grupos entre as estações. Definam um comando, por exemplo,
“Pirlimpimpim chegou ao fim”. Combine que, quando ouvir o sinal, a turma
deve parar a pintura na estação em que está para depois continuar a explo-
ração com o outro elemento na outra estação. Reforce com os grupos que só
iniciarão a atividade com o outro material quando estiverem no local indicado.

5 Ao encerrar os combinados, indique quantas crianças devem ter em cada gru-


po (isso vai depender do número total da sua turma) e que formem os peque-
nos grupos ao redor das estações, escolhendo um dos locais oferecidos, de
modo que se organizem para as explorações. Conduza o início da atividade
quando a turma estiver acomodada.

270
Atividade: Pintura com carvão e café

6 Potencialize para que explorem os elementos descobrindo novas possibilida-


des de compor a pintura, apertando o pincel, assoprando ou fazendo marca-
ções fortes e fracas, passando os dedos sobre ela. Sinta o envolvimento da
B
turma com a atividade e observe o momento adequado para propor a troca de
grupos. Assim que perceber que já exploraram bastante o material e que estão Possível fala do
professor
satisfeitos com a produção, dê o comando combinado no início da atividade
e esclareça que agora é o momento de trocar de lugar. Lembre as crianças — Vamos agora trocar
que quem usou carvão agora utilizará o café para pintar, e vice-versa. Caso de material? Eu vou falar
a palavra mágica... se
seja necessário, ajude-as para que se acomodem. Após a troca, inicia-se um preparem!
novo momento de pintura e exploração do material. B

7 Observe novamente como as crianças se envolvem com as pinturas e aprovei-


te para registrar os momentos tirando fotografias, anotando os comentários
ou filmando a realização da atividade. Sinta a participação da turma e fique
atento ao momento adequado para conduzir a finalização da vivência.

Para finalizar
Deixe à disposição de todo o grupo os potes que você separou para guardar os materiais e, caso tenha
sobrado carvão, oriente as crianças a recolhê-lo, indicando os locais para guardá-lo. Auxilie-as de modo que
coloquem as pinturas para secar e depois oriente a organização do espaço. À medida que forem terminando,
conduza-as à higienização.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outro momento, converse com as crianças a respeito da produção coletiva que realizaram e potencialize
para que falem sobre explorações, sensações, se gostaram da atividade, como fariam diferente. A proposta
pode ser repetida da mesma forma ou variando os elementos para a exploração, utilizando outros pigmentos
naturais e variando-os entre as estações. Se quiser variar as experiências com esses tipos de elementos, você
pode se inspirar na atividade O desenho das cavernas, do conjunto Desenhos.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete contando aos responsáveis sobre a atividade realizada, convidando-os a participar tam-
bém. Encaminhe a eles uma folha de papel-ofício com o nome da criança e um pedaço de carvão devidamente
embrulhado em um saco plástico, solicitando que façam a própria produção. As produções dos responsáveis
podem ser organizadas em um painel no corredor da escola.

271
Unidade: Arte e natureza

 EI03EO03  EI03TS02  EI03ET03


ESCULTURAS DE INSETOS
Tempo sugerido: 1 hora e 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Antes da realização da atividade, observe quais insetos estão presentes no ambiente escolar. Faça uma lista
com os nomes e algumas curiosidades curtas e interessantes sobre hábitos e características deles. Pesquise e
selecione imagens variadas dessas espécies.

 Materiais
•  Papel kraft ou jornal para forrar as mesas;
•  Imagens de insetos variados, se possível, em folha de sulfite tamanho A4;
•  Lupas (uma para cada pequeno grupo);
•  Papel para cartaz;
•  Lista de curiosidades sobre os insetos presentes no ambiente escolar em folha de sulfite tamanho A4;
•  Massinha de modelar e argila (50 gramas para cada criança);
•  Palitos de dente, de sorvete, de fósforos, entre outros conectivos para as esculturas;
•  Cola branca;
•  Sementes ou botões pequenos;
•  Pedaços de papelão e bandejas de isopor;
•  Etiquetas e marcadores gráficos (pincel);
•  Materiais para desenho: folhas de sulfite, caneta hidrocor e lápis de cor;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Espaços externo e interno. Organize no espaço interno mesas forradas e cadeiras para os pequenos grupos.
Coloque para cada grupo um kit com os materiais para a produção em quantidade suficiente. Disponibilize ou-
tra mesa ou bancada para colocar as esculturas ao final do processo. Organize os materiais para desenho em
um canto da sala para que, ao concluir as esculturas, as crianças desenhem enquanto aguardam os colegas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais características dos insetos as crianças observam na procura por eles no espaço externo e,
posteriormente, na análise das imagens? Como isso contribui para a elaboração da escultura?
2. Quais estratégias utilizam quando precisam manter a escultura em pé? Como é esse processo de
tentativa e erro? Como lidam com os desafios até se obter o resultado esperado?
3. Como a interação com os colegas e com o professor contribui para a representação tridimensional,
a observação atenta, o planejamento estratégico e a seleção de materiais?

272
Atividade: Esculturas de insetos

 Para incluir todos


Atente-se para que os materiais estejam visíveis e ao alcance de todas as crianças. Potencialize a exploração
do espaço, de modo que a criança possa criar sobre a mesa, sentada no chão, com a escultura sobre a cadeira
ou de qualquer outra forma que achar mais confortável.

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda e apresente as imagens dos insetos que você selecionou. Con-
verse com as crianças a respeito, perguntando o que conhecem sobre eles,
em que ambientes podem ser vistos, se estão presentes na nossa casa e/ou
na escola e quais as características que possuem. Registre as falas das crian-
ças, os conhecimentos que trazem e as possíveis dúvidas ou curiosidades que
possam surgir a partir do tema.

2 Sugira a todo o grupo uma expedição pelo espaço externo da escola para
que observem os insetos presentes no ambiente escolar. Divida a turma em
pequenos grupos de três a quatro crianças e entregue uma lupa por grupo,
para que possam compartilhá-la durante a observação dos insetos encontra-
dos. Acompanhe a expedição observando o envolvimento da turma na pro-
posta. Se achar necessário, interaja com eles sugerindo alguns lugares para
que possam investigar. Fotografe os insetos que encontrar e chame a atenção
das crianças para características deles. Assim que perceber que todos já ex-
ploraram o suficiente, reúna todo o grupo e retorne para a sala.

3 De volta à sala, em roda, apresente novamente as imagens dos insetos, per- A


guntando quais deles foram vistos no espaço externo. Peça que selecionem as Possíveis falas do
imagens que correspondem aos insetos encontrados no ambiente escolar e, se professor
você as imprimiu, cole-as no cartaz, montando um painel. Pergunte aos peque- — Quais desses insetos
nos como foi a investigação dos insetos com a lupa: quais características dos vocês viram?
corpos eles puderam perceber. Chame a atenção para as partes do corpo, como — Vamos selecionar as
o número de patas, se possuem ou não antenas, como é o formato das partes imagens dos insetos que
que os compõem e se há alguma outra característica interessante. Aproveite o vimos na escola?
— Quem quer me ajudar
interesse e diga que você selecionou algumas informações sobre alguns daque- a colar as imagens no
les insetos e gostaria de compartilhar com eles. Faça a leitura das curiosidades cartaz?
e interaja novamente com a turma ouvindo o que acharam das descobertas. A

4 Sugira a possibilidade de compartilhar as descobertas que fizeram com outras


turmas da escola e peça que deem sugestões de como podem fazer isso. Diga
que podem organizar juntos uma exposição com imagens (representação bidi-
mensional) e esculturas (reprodução tridimensional) dos insetos, convidando
outras turmas para que observem o que pesquisaram e produziram.

5 Antes de iniciar a produção das esculturas, reflita com as crianças a respeito


do que é mais importante para que a representação dos insetos fique bem
próxima da realidade. Fale sobre o que devem observar para essa construção,
quais materiais vão precisar, de que forma utilizarão esses materiais, como fa-
rão para colar as partes da escultura umas às outras, como podem fazer para

273
Unidade: Arte e natureza

que fique de pé, assim como é o corpo do inseto, entre outras perguntas que B
julgar pertinentes. Ouça as hipóteses formuladas pelas crianças e faça media-
Possíveis falas do
ções durante esse diálogo, de forma a considerar as sugestões dadas por elas. professor
— O que vocês acham
6 Convide-as para que se organizem em pequenos grupos e se acomodem mais interessante nesse
nos espaços em que os materiais estiverem dispostos. Combine que devem inseto?
escolher um dos insetos do painel para produzir a escultura. Circule entre os — Esse inseto tem asas?
grupos e acompanhe a produção. Interaja com eles, certificando-se de que E antenas?
estão atentos à representação do corpo do inseto e à observação das caracte- — Você quer mudar
alguma coisa na sua
rísticas, de modo que possam aperfeiçoar a representação. Caso não tenham
escultura? O que você
conseguido representar da maneira como gostariam, sugira que testem outros acha que pode mudar?
materiais e outras possibilidades. B

7 Ainda nesse momento de produção, incentive a interação entre as crianças.


Sugira que olhem para a construção do colega e conversem entre si, buscando
saber quais estratégias o colega utilizou. Reforce que a estratégia utilizada por
um colega pode servir de inspiração para o outro. Identifique se há alguma
criança que ainda não começou a produção e a auxilie com questionamentos
para verificar se já sabe o que vai fazer e qual material vai utilizar.

8 Observe as crianças que já finalizaram e ofereça a elas uma etiqueta para


que escrevam seus nomes e identifiquem suas produções. Caso não tenham
ainda domínio da escrita, mostre apoios como crachás ou listas de nomes da
sala. Depois, indique um local para colocar as esculturas e oriente as crianças
a guardar os materiais utilizados, higienizar as mãos e aguardar os colegas
enquanto desenham no espaço reservado para isso.

Para finalizar
Reúna novamente as crianças para observar as esculturas enquanto você as fotografa. Após esta obser-
vação, convide-as para formar uma roda e conversem sobre os desafios encontrados na elaboração das
esculturas e como solucionaram esses problemas. Planeje com a turma o local mais adequado para que
montem uma exposição. Assim que definir o espaço, solicite às crianças que organizem as esculturas da
maneira que achar mais viável.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Convide outras turmas para que visitem a exposição. Sugira que ampliem essa observação de insetos inves-
tigando outros espaços além do ambiente escolar, seja em casa ou em algum lugar em que passeiem com os
adultos. Dessa forma, conhecerão melhor esses insetos e poderão fazer outras representações.

 Engajando as famílias
Elabore com a turma um convite aos responsáveis para que visitem a exposição. Planejem o texto do convite
coletivamente e seja o escriba. Cole o texto em um cartão, peça que desenhem no convite e encaminhe-o aos
responsáveis. Deixe a exposição à disposição por alguns dias para que os adultos possam visitá-la.
274
Atividade: Desenho sob o efeito da luz

 EI03EF01  EI03ET04  EI03ET05


DESENHO SOB O EFEITO DA
LUZ
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Encaminhe um bilhete aos responsáveis sugerindo que promovam um passeio Sugestão de vídeo
em um local arborizado e escolham com a criança algumas folhas de que mais
•Como fazer uma
gostaram. Solicite que tragam as folhas à escola para a realização da atividade. mesa de luz em 30
Caso sua escola não possua área verde, colete algumas folhas previamente, para segundos. Elmira
as crianças que porventura não tragam e pule a etapa 2. Pereira de Assis.
Disponível em: https://
É indispensável prever uma fonte de luz como uma mesa ou caixa de luz. A caixa
youtu.be/2hgvbSqh4iQ.
de luz pode ser facilmente construída, caso sua escola não possua, com uma caixa Acesso em: 21 jul. 2021.
organizadora transparente (que deve caber uma luz de emergência dentro dela).

 Materiais
•  Folhas coletadas pelas crianças com seus responsáveis;
•  Duas ou três folhas secas de árvores, de tamanhos médios e formatos diferentes dos comuns, para
mostrar à turma e complementar a coleta que será realizada;
•  Lápis grafite de diferentes espessuras e borracha;
•  Papel vegetal tamanho A4 em quantidade suficiente;
•  Mesa ou caixa de luz;
•  Brinquedos diversos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja que a atividade ocorrerá em espaços externos e internos. O ambiente externo deve ser uma área com
plantas e árvores. O ambiente interno deve ser uma sala que possa ser facilmente escurecida, com cortinas,
por exemplo. Organize nesse espaço mesas e cadeiras para pequenos grupos de, no máximo, cinco crianças,
com lápis grafite, borrachas e papel vegetal. Separe uma mesa para colocar a caixa de luz e atente-se para que
ela esteja à altura das crianças, a fim de que possam visualizá-la autonomamente. Em outro espaço da sala,
coloque brinquedos à disposição da turma.

275
Unidade: Arte e natureza

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as descobertas que as crianças fazem ao observar as folhas na caixa de luz contribuem
para a realização do desenho? Quais relações estabelecem ao observar diferenças e semelhanças?
2. Que soluções as crianças encontram para expressar graficamente os detalhes observados nas folhas?
Elas trocam ideias e soluções entre si?
3. Como as crianças expressam sentimentos ao realizar o desenho a partir da observação da folha e ao
apreciar a própria produção final?

 Para incluir todos


Ofereça ao grupo diferentes apoios para desenhar, sobre a mesa, no chão ou na parede. Garanta que todos
acessem a caixa de luz, potencializando a observação e a interação entre as crianças.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, converse com as crianças a respeito das observações da natureza. A


Interaja com elas ouvindo os relatos e compartilhando experiências, inclusive
Possíveis falas do
do passeio que realizaram com os responsáveis. Ressalte que, se alguma não professor
trouxe as folhas, pode observar a do colega e recolher suas próprias em uma
— O que vocês gostam
expedição à área externa (ou escolher entre as que você trouxe). A
de observar na
natureza?
2 Sugira uma expedição na área externa da escola, para que todo o grupo vi- — Vocês já observaram
vencie a observação, toque e sinta a natureza e seus elementos. Proponha as flores, folhas, a terra?
que se atentem às folhas caídas e percebam e recolham outras (se quiserem O que acham mais
ou se não tiverem trazido) que chamem a atenção pelo formato diferenciado. interessante?
— O que você acha
Observe como as crianças participam, como reagem quando descobrem algo dessa folha que eu
inesperado e quais expressões fazem. Registre o momento com fotografias. trouxe? E dessa do
colega? Que detalhes a
3 Ao retornar à sala, reúna as crianças em roda e peça que comentem as im- folha tem?
pressões do momento vivenciado na área externa. Diga que você também fez
uma coleta prévia e faça-a circular pela roda, para que possam tocar, sentir
o cheiro, a textura, as nuances, as linhas, percebendo as semelhanças e di- B
ferenças que cada folha traz. Ressalte as diferenças de tamanho, cores, for- Possíveis falas do
matos de todas as folhas recolhidas e peça que contribuam também falando professor
a respeito do que sentem ao tocar as folhas. Solicite que indiquem duas ou — O que vocês
três folhas de que mais gostaram para observá-las com a caixa de luz. Apoie encontraram? Querem
as crianças nessa decisão coletiva. B me mostrar?
— Olha que folha
Apresente a caixa de luz às crianças e esclareça que dentro há uma lâmpada interessante! O que você
4 mais gostou nela?
que as ajudará a enxergar melhor os detalhes. Diga que vai chamar peque-
nos grupos para observar as folhas na caixa de luz e que, enquanto um grupo
investiga, os demais vão brincar autonomamente em outros espaços na sala.
Indique o grupo que vai iniciar a observação, escureça o ambiente e coloque
as folhas sobre a caixa de luz.

276
Atividade: Desenho sob o efeito da luz

Explore com cada pequeno grupo os detalhes que a caixa de luz possibilita C
5
investigar, potencializando as descobertas. Acompanhe o momento de con- Possíveis falas do
templação das crianças e observe se estão atentas aos detalhes. Interaja professor
com elas a respeito de cores, formas, texturas, traços, linhas, marcas e ou- — Agora que já sentimos
tras minúcias. Anote falas e comentários que surgirão e fotografe o momento. as folhas com todo o
nosso corpo, tocando,
observando, cheirando,
6 Após todos os grupos terem feito a exploração, convide a turma para se sentar o que acham de
em roda com você. Pergunte o que a observação com a caixa de luz propor- desenharmos tudo o que
cionou. Após a conversa, esclareça que é chegada a hora da produção dos investigamos?
desenhos e que a caixa de luz ficará à disposição, caso necessitem retomar — Fechem os olhos e
alguma observação. C enxerguem dentro da
sua memória a folha
que exploramos. Todos
7 Oriente que as crianças se organizem em pequenos grupos. Ofereça possi- conseguem encontrá-la
bilidades de apoios diferentes para desenhar. Enquanto desenham, circule na sua imaginação?
entre os grupos e valorize as produções, ressaltando as especificidades de — Agora vamos deixar
cada desenho. Observe as crianças que já finalizaram e peça que identifiquem que essa folha saia em
suas produções: ofereça apoio com crachás ou fichas do nome, se necessário. formato de desenho.

8 Quando todos já tiverem finalizado, reúna todo o grupo. Escureça o ambien-


te e proponha às crianças uma partilha do que produziram. Coloque as pro-
duções, uma de cada vez, sobre a caixa e peça que observem proporções,
tamanhos, linhas e detalhes que podem ser percebidos com mais clareza por
causa da luminosidade. Interaja com o grupo, valorizando as produções e
chamando a atenção para a diversidade de desenhos. Pergunte quais foram
os desafios na realização da atividade e como conseguiram superá-los. Sugira
expor as imagens em um mural e ampliar a proposta desenhando ainda mais
elementos da natureza em outros dias.

Para finalizar
Ao encerrar a roda de conversa, convide a turma para guardar os materiais nos locais adequados.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha novamente a observação da folha na caixa de luz e do desenho já realizado. Conforme o envolvimento
da turma, sugira sob a forma de desafio outro desenho no qual possam colocar detalhes que antes não tinham
observado. Aproveite a caixa de luz mais vezes para fazer experiências com outros elementos da natureza (por
exemplo: areia, flores e insetos). Você pode ainda ampliar as expressões gráficas das crianças com a natureza
se inspirando na atividade Desenho de experiências na natureza, do conjunto Desenhos.

 Engajando as famílias
No final do dia, coloque as produções, a caixa de luz e as folhas coletadas à disposição dos responsáveis,
para que também possam observar as folhas e os desenhos.

277
16
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

CORPO, MOVIMENTO E
DANÇA
Música e dança são expressões que promovem o desenvolvimento da corporeidade e a
ampliação do repertório cultural das crianças, assim como da autoconfiança, do autoco-
nhecimento, da capacidade criadora e da convivência respeitosa com as múltiplas formas
de expressão. A dança é uma rica linguagem do corpo que deve integrar as práticas com
as crianças pequenas. Como ferramenta, aliada à música, é um convite à experimentação,
à sensibilidade e ao desenvolvimento do senso estético, devendo sempre respeitar a ex-
pressividade original do indivíduo.
Este conjunto compõe uma sequência didática e deve ser desenvolvido com a turma na
ordem apresentada. As atividades propõem uma consequente ampliação de desafios por
meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discussões e aos recursos uti-
lizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

278
Sequência: Corpo, movimento e dança

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz
EI03TS01
de conta, encenações, criações musicais, festas.

Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas


EI03TS03
produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

 Campos de experiências

O eu, o outro Corpo, gestos Traços, sons, cores Escuta, fala,


e o nós e movimentos e formas pensamento
e imaginação

279
Sequência: Corpo, movimento e dança

 EI03CG01  EI03CG03  EI03TS03


CONHECENDO DIFERENTES
RITMOS MUSICAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestões de leitura



•Como se definem os
estilos musicais? Revista
 Contextos prévios SuperInteressante, jul. 2018.
Disponível em: https://super.abril.
É importante conhecer diferentes ritmos musicais antes de propor a com.br/mundo-estranho/como-
atividade para as crianças. se-definem-os-estilos-musicais.
Acesso em: 29 jun. 2021.

•Playlist. Nova Escola. Disponível
em: https://nova-escola-
 Materiais producao.s3.amazonaws.com/
sp52UzVbpk2NreWfkwxW9wKDSkb
•  Um equipamento para reprodução de áudio; FBttJKqJRRPz87SegCnEKDgUSefv
wMJmb/sugestao-de-playlist-edi3-
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade;
06und01.pdf. Acesso em:
•  Playlist, pen drive ou CD com músicas de diferentes ritmos e 29 jun. 2021.
estilos.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra em um espaço amplo, de preferência em ambiente externo. Considere
que o ambiente deve comportar pequenos grupos, que deverão se movimentar criando uma dança.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais critérios as crianças utilizam para discriminar o estilo apresentado? Como elas percebem o
ritmo e a melodia? Associam com outras músicas do mesmo estilo? O que alcança maior destaque
em suas percepções?
2. Como elas criam seus gestos e movimentos em relação aos ritmos vivenciados? Buscam fazê-los junto
aos pares? Repetem os mesmos movimentos em ritmos diferentes? Cuidam para que eles, mesmo
iguais, sejam conforme o ritmo?
3. Como as crianças interagem com a proposta? Evidenciam preferência por um ritmo? Como?

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais e relacionais que podem impedir que uma criança ou a turma
participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança
ou do grupo. Transite pelo espaço observando as manifestações corporais nos momentos da dança.

280
Atividade: Conhecendo diferentes ritmos musicais

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você e diga que reser-
vou um momento para que experimentem dançar diferentes ritmos musicais.
Investigue que músicas gostam de dançar e instigue-as a dar informações li-
vremente, explicando sobre os gestos ou demonstrando-os aos colegas. Des-
cubra quais são os ritmos já conhecidos pela turma e apoie-se nas vivências
das crianças em festas culturais, bem como nas possíveis diversidades regio-
nais existentes.

2 Convide as crianças, então, para apreciar a playlist que você preparou e peça
a elas que se expressem por meio da dança. Conte que você selecionou algu-
mas músicas para apresentar estilos musicais variados. Diga que as músicas
são um convite para que ouçam, sintam e dancem com todo o corpo. Explique
que esse primeiro convite é individual: peça às crianças que fiquem livres para
encontrar a melhor maneira de sentir a música e de criar movimentos que o
ritmo convida a fazer.

3 Sugira a elas que se organizem em pequenos grupos no espaço que você


preparou e convide-as para entrar na dança. Faça alguns acordos com a tur-
ma para que, nesse primeiro momento, por exemplo, evitem conversas com os
pares. Como a música faz o convite para todo o corpo, todos precisam estar
atentos. Entretanto, diga que podem dançar em duplas ou em pequenos gru-
pos. Conte que deverão se unir por meio de gestos, e não pela fala. Enquan-
to as crianças constroem percepções e movimentos, observe-as e verifique
quais expressões aparecem, como os corpos delas respondem ao convite da
música, que movimentos criam e ressignificam. Atente-se também ao que as
expressões faciais revelam, como ocorrem as interações das crianças, como
oferecem apoio umas às outras e como exploram o espaço.

4 Continue a observar as relações que a turma estabelece, inclusive se optam


por formar novos agrupamentos. Faça mediações apenas se encontrar ne-
cessidade. Caso observe que alguma criança não está envolvida com a pro-
posta, antes de fazer qualquer inferência, busque observá-la por um tempo a
fim de investigar qual relação ela está construindo. O olhar, a expressão e o
movimento dos olhos podem indicar que ela está apreciando o momento de
vivência dos pares. Possibilite que ela experimente esse momento. Registre e
busque envolvê-la na partilha de ações, contando o que sentiu ao apreciar a
proposta. Durante a observação, faça registros fotográficos a fim de construir
memórias de aprendizagens para o grupo e reflexões para você investigar
ainda mais as pistas de aprendizagens das crianças. Observe o tempo que
planejou para o momento, bem como a interação do grupo com a proposta,
podendo ampliá-lo ou reduzi-lo. Um pouco antes de terminar, abaixe aos pou-
cos o volume da música e indique a finalização do momento ao desligá-la.

5 Após a vivência, convide todo o grupo para se reunir novamente em roda.


Nesse momento, instigue as crianças a expressar sensações e sentimentos
acerca da atividade. Investigue as percepções delas quanto aos diversos rit-
mos apresentados e busque descobrir como se movimentaram em cada um

281
Sequência: Corpo, movimento e dança

deles. Possibilite que falem sobre quais foram as sensações que as músicas
despertaram. Aja de forma responsiva: acolha e aprofunde as sistematizações
das descobertas e curiosidades que emergem do grupo.

Para finalizar
Ainda em roda, conte às crianças que vivenciarão outras propostas como essa. Em seguida, engaje-as
na organização do espaço. Coloque uma música divertida para o momento e proponha que dancem en-
quanto o organizam.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize a atividade novamente utilizando tecidos leves para que as crianças componham suas danças. A
proposta é que, além de utilizarem o corpo para a expressão dos ritmos, possam explorar os tecidos, criando
novas formas de dançar.

 Engajando as famílias
Utilize o registro fotográfico das crianças dançando e monte uma exposição. Organize o espaço de modo que
convide os responsáveis a transitar pelo ambiente. Disponha as fotos nas paredes, penduradas em varais ou
em tecidos. Coloque à disposição equipamentos de som com as faixas reproduzidas na atividade e conecte a
eles fones de ouvido. Deixe ainda um cartaz em branco e uma mensagem próxima, convidando os adultos para
registrar nomes de músicas de que gostam para montar uma playlist coletiva.

282
Atividade: Dança e pintura de tecidos

 EI03CG01  EI03CG02  EI03TS03


DANÇA E PINTURA DE
TECIDOS
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestões de vídeo

 Contextos prévios
•Telas: Pollock, pinturas de
ação. Produtora: Cia Nós da
Dança. Disponível em: https://
Combine com os responsáveis que no dia da atividade as crianças tra- youtu.be/GkpkD4jTpqg. Acesso em:
gam roupa de banho para que possam vivenciá-la com mais conforto. É 21 jul. 2021.
importante que você apresente previamente para as crianças vídeos de
•Michelangelo (pinturas
artistas que enquanto dançam e fazem marcas de seus passos com tintas. renascentistas). Produtora: Kátia
de Oliveira. Disponível em: https://
youtu.be/6VS_CyhTttY. Acesso em:
21 jul. 2021.
 Materiais
•  Dois tecidos de quatro metros cada um. Sugestão: algodão cru.
Caso prefira, você pode utilizar papéis em substituição ao tecido Sugestões de música
(nesse caso, observe a espessura deles para que não rasguem
•Concerto No. 2 in G minor, Op.
com facilidade); 8, RV 315: L'estate: Presto - Tempo
•  Fita adesiva; impetuoso d'estate. Storm The
•  Tinta guache; Four Seasons - The Storm At Sea
- The Hunt [CD]. Artista: Vivaldi.
•  Cerca de dez bacias ou bandejas plásticas que possibilitem às (EMI Records, 1997).
crianças molhar os pés;
•Hallelujah. Various Positions [CD].
•  Um equipamento para reprodução de vídeo; Artista: Leonard Cohen. (Columbia
•  Um equipamento para reprodução de áudio; Records, 1984).
•  Um pen drive ou um CD com o movimento Presto, de Verão yú (Big Fish - tradução do
•Dà
inglês). Álbum de estreia de
(L'estate), de Vivaldi. Charlie [CD]. Artista: Zhou Shen.
•  Um pen drive ou um CD com uma música clássica e uma música (Taihe Music Group - Ocean
tradicional chinesa; Butterflies Music Co. Ltd., 2017).
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Organize a sala para a apreciação dos vídeos e para uma conversa inicial em roda com todo o grupo. Preveja
que a atividade continue em um espaço externo. Reserve um local amplo, forre um dos tecidos no chão e pren-
da o outro na parede com fita adesiva. Disponha as bandejas com as tintas guaches nas laterais e abaixo dos
tecidos. Se a escola tiver disponível na área externa uma ducha ou uma mangueira, aproveite para organizar a
atividade nesse espaço. Dessa maneira, após a pintura, as crianças poderão vivenciar brincadeiras com água e
se lavar ao mesmo tempo. Caso o espaço não seja amplo, considere realizar a proposta com a turma dividida
em pequenos grupos. Nesse caso, prepare dois ambientes: o da proposta com a música e outro em que os
pequenos consigam realizar atividades com autonomia (jogos, por exemplo). Assim, enquanto um grupo vivencia
a proposta, o outro estará engajado na outra vivência. Depois, basta fazer a troca de atividades entre os grupos.

283
Sequência: Corpo, movimento e dança

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolvem com a proposta de registrar traços ao dançar? Que sentimentos e
sensações revelam?
2. Que estratégias buscam para se movimentar de maneira adequada, respeitando o espaço e os pares?
Percorrem um caminho, por exemplo, criando narrativas em suas danças?
3. Como as crianças percebem as variações da qualidade sonora? Como fazem suas marcas? As marcas
mudam em espessura e volume conforme a variação sonora?

 Para incluir todos


Possibilite que as crianças se expressem de variadas maneiras mesmo que o convite seja para uma expressão
corporal. Respeite aquelas que em um primeiro momento preferem observar e engaje-as a contar suas percep-
ções sobre o que foi apreciado por elas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna-se com todo o grupo no espaço que você preparou para que apre-
ciem o vídeo e comente que você trouxe dois vídeos de artistas que, enquanto
dançam, fazem marcas de seus passos com tintas. Em seguida, convide as
crianças para apreciá-los. Após assistir aos vídeos, investigue as impressões
delas acerca do que foi observado. Conte a proposta da atividade: diga que
preparou na área externa um espaço para que dancem e registrem os passos
da dança com tinta.

2 Conte para as crianças que elas serão organizadas em pequenos grupos: um


utilizará o tecido que está no chão e outro, o que está fixado na parede. Diga
que o desafio é que, dançando a música, elas façam marcas gráficas da dança
utilizando as tintas que estão nas bandejas próximas aos tecidos. Instigue-as
a refletir se as marcas serão as mesmas se uma música for agitada e outra
lenta, por exemplo. Caso digam que serão diferentes, questione os motivos
da diferenciação. Em seguida, faça alguns acordos com elas: defina o tempo
da atividade e como farão para retirar o excesso de tinta do corpo. Observe
que é um acordo a ser feito considerando a realidade e as possibilidades de
sua escola e da turma. Depois de tudo combinado, leve as crianças para o
espaço que você preparou.

3 Ao chegar ao ambiente, convide as crianças para que, antes de utilizar as


tintas, dancem o terceiro movimento da música Verão (L'estate), de Vivaldi,
percebendo os ritmos, as alterações, se há mudanças que sugerem movimen-
tos. Em seguida, organize-as nos pequenos grupos e convide-as a dançar e
deixar suas marcas, reproduzindo a música clássica escolhida. Observe que,
quanto mais rica em ritmo a música for, maiores serão as possibilidades de
construção de percepções acerca dos movimentos corporais e dos registros
que as crianças farão.

284
Atividade: Dança e pintura de tecidos

4 Enquanto as crianças dançam e fazem os registros de seus passos, observe


quais relações estão estabelecendo. Atente-se a como elas fazem as marcas:
se observam a alteração da música e a associam à mudança ou à adaptação
do movimento corporal; se quando a música sugere um aumento no volume
elas fazem marcas no alto do tecido. Considere fazer registros fotográficos e
em vídeos das manifestações das crianças.

5 Após a primeira música, reproduza a música tradicional chinesa Dà yú. En-


quanto as crianças dançam, observe como a nova música as convida para criar
passos e marcas novos. Investigue como estão acolhendo o ritmo e continue A
a fazer os registros das relações que as crianças estão estabelecendo na pro- Possível ação das
crianças
posta. Observe o tempo acordado para a atividade conforme combinaram e
abaixe a música lentamente até silenciar o volume totalmente. Em seguida,
•Elas podem utilizar
convide as crianças para que se distanciem um pouco dos tecidos e instigue- passos e expressões
explorados na
-as para que apreciem as marcas deixadas. Observe como elas se deparam
atividade anterior.
e se surpreendem com as criações. Considere registrar esse momento. A

6 Após um período de apreciação, combine com elas que vão retirar o excesso
de tinta do corpo enquanto as obras de arte secam. Diga que em outro mo-
mento vocês observarão os vídeos e as fotografias que você fez e que tam-
bém conversarão sobre a vivência. Organize a forma como combinou com as
crianças para esse momento e apoie-as durante o processo.

Para finalizar
Depois de limpar o excesso de tinta e organizar o espaço, convide as crianças para vivenciar a próxima
atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha uma exposição do material produzido na atividade. Planeje com a turma qual espaço será utilizado
e de que modo organizarão os tecidos. Discutam sobre a possibilidade de apresentar as pinturas e as fotogra-
fias da vivência. Criem possíveis títulos para a mostra e maneiras de convidar as demais turmas da escola para
visitá-la. Também é possível repetir a proposta de dança e de produção gráfica utilizando materiais diferentes,
como canetas hidrocor, giz de cera, giz de quadro e giz pastel.

 Engajando as famílias
Utilize a filmagem que você fez das crianças no momento da vivência e planeje projetar o registro para os
responsáveis nos momentos de entrada e saída da escola ou próximo ao local da exposição. Elabore com as
crianças um convite aos adultos para que apreciem os registros das vivências delas com a pintura e a dança.

285
Sequência: Corpo, movimento e dança

 EI03EO02  EI03TS01
DANÇANDO COM A ÁGUA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo



•Projeção em tecido.
Previamente, colete os tecidos e as fitas, bem como organize o ambiente ex- Produtora: Anacã Corpo e
terno para desenvolver a atividade. Também prepare materiais para as crianças Movimento. Disponível em:
do outro pequeno grupo que aguardará o momento de participar da proposta. https://youtu.be/Sis29H_Bh_I.
Acesso em: 29 jun. 2021.

 Materiais
•  Tecidos leves, como o voal, em tamanhos diversos e cores claras, como branco, creme ou azul-celeste;
•  Fitas de cetim de diferentes cores, tamanhos e espessuras;
•  Projeção com o fundo do mar por meio de um projetor de imagem;
•  Um retroprojetor, se possível;
•  Um pen drive ou um CD com uma música clássica;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como jogos e desenhos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja um espaço externo amplo e livre de mobiliários, onde seja possível organizar a projeção do vídeo e
colocar tecidos pendurados em varais. Posicione os tecidos de modo que a projeção atravesse a transparência
deles, criando a percepção de movimento e profundidade. Os tecidos devem ficar intercalados para garantir a
circulação das crianças.
Organize outro espaço para que, enquanto metade do grupo vivencia a proposta, a outra realize uma atividade
que execute com autonomia.
A estratégia de revezamento de espaço pode ser consultada na atividade Dança e pintura de tecidos, deste
conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças envolvem os materiais oferecidos em suas criações corporais? De que forma elas
os acolhem e potencializam a expressão de dançar com a água?
2. Como as crianças harmonizam seus movimentos diante do desafio da proposta? Buscam apoio no
vídeo reproduzido? Adequam-se ao som da música? Como estão construindo a percepção dos movi-
mentos leves, alongados e fluídos?
3. Como as crianças experimentam o espaço da atividade? Como acontece o jogo imaginativo de dançar
com a água? Como interagem com os colegas?

286
Atividade: Dançando com a água

 Para incluir todos


Atente-se a como as crianças observam as criações dos pares e possibilite que apreciem o momento. Caso
perceba que se expressar corporalmente é um desafio para elas, você pode envolvê-las em seus movimentos.
Participe da composição de dança com o grupo e convide as crianças para que dancem com você.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna-se com todo o grupo e conte às crianças que separou um espaço espe- A
cial para inspirá-las a dançar no ritmo da água. Instigue-as a pensar como são
Possível ação das
os movimentos dessa dança (se são leves, pesados, longos, curtos, rápidos, crianças
circulares). Em seguida, diga a elas que preparou um espaço especial para a

•Algumas crianças
vivência e que para isso vão se dividir em pequenos grupos: enquanto um fica vão preferir contar
com você na vivência, o outro realiza atividades com autonomia; ao final, os as percepções delas
grupos se revezarão. Você pode engajar as crianças em um jogo imaginário, por meios de gestos e
no qual farão uma viagem ao fundo do mar e participarão de um baile dan- expressões corporais.
çante. Sendo assim, quando chegar ao fundo do mar, elas já podem começar Acolha esses
movimentos e envolva-
a dançar observando quais movimentos criarão. A as no diálogo.

2 Antes da saída para o espaço que organizou, faça alguns acordos com todo
o grupo considerando o tempo para a atividade e que no momento dançante
do baile, por exemplo, evitem conversas com os pares. Como a música faz o
convite para todo o corpo dançar, as crianças precisam estar atentas. As con-
versas podem fazer com que percam partes importantes desse convite. Diga
que, se alguma música as convidar a dançar em duplas ou pequenos gru-
pos, elas podem aceitar o convite unindo-se em gestos, mas não pela fala.
Combine que, quando a vivência estiver terminando, elas perceberão a músi-
ca abaixando lentamente. Diga que há alguns materiais dispostos no espaço
para que elas usem livremente em suas danças.

3 Ao chegar ao espaço organizado previamente, observe como as crianças in-


teragem com o ambiente. Dê tempo a elas para que percebam e acolham o
local. Se necessário, engaje-as no envolvimento da criação corporal e con-
vide-as a dançar. Entretanto, considere que farão isso com autonomia e em
tempos distintos. Algumas vão se engajar na dança mais rápido que outras.

4 Enquanto as crianças dançam, transite pelo espaço observando as manifes-


tações corporais e a maneira como se envolvem com a projeção e os tecidos.
Observe as relações que estão estabelecendo na vivência. Atente-se àquelas
que aparentemente não estão envolvidas corporalmente e preferem obser-
var o grupo. Registre por meio de vídeos e fotografias as relações que estão
estabelecendo e as construções corporais que estão criando. Evite fazer me-
diações com falas; engaje a turma em uma construção e percepção com o
corpo. Caso sinta necessidade, dance com as crianças. Observe o tempo que
reservou para a proposta e comece a baixar a música lentamente até silen-
ciá-la por completo. Organize as trocas entre os grupos.

287
Sequência: Corpo, movimento e dança

5 Reúna-se em roda com todo o grupo e inicie uma conversa. Instigue as crian-
ças e peça que tragam as impressões que tiveram acerca da vivência. Ques-
tione sobre os convites que a música fez e quais movimentos criaram para
esse convite. Ajude-as para que expressem verbalmente os relatos e considere
acolher as expressões corporais que algumas crianças podem trazer ao con-
texto. Recorra aos registros que fez a fim de ampliar e potencializar o diálogo
da turma. Em seguida, conte às crianças que em outro momento elas poderão
observar os vídeos e as fotografias que registrou.

Para finalizar
Depois da conversa, convide as crianças para a organização do material utilizado e oriente-as para a pró-
xima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade utilizando outros fenômenos da natureza (o movimento do vento nas folhas, por exemplo),
diversificando espaços, materiais e agrupamentos. Considere desenvolver ainda a atividade Dançar com ma-
teriais flexíveis, do conjunto Brincadeiras com materiais de largo alcance, ampliando as experiências das
crianças com danças.

 Engajando as famílias
Prepare com as crianças um convite em forma de cartaz para que a comunidade escolar também vivencie
a atividade. Fixe-o em uma das paredes do espaço junto às fotografias que narram, de forma resumida, as
experiências da turma.

288
Atividade: Brincadeira Passe a dança

 EI03EO03  EI03CG01
BRINCADEIRA PASSE A
DANÇA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Escolha o espaço previamente considerando a necessidade de ligar os equipamentos eletrônicos a uma fonte
de energia. Além disso, o ambiente deve ser organizado antecipadamente, para que esteja livre de mobiliários
e brinquedos, de forma a atender às necessidades dos pequenos grupos (em média seis crianças) em suas
criações corporais.

 Materiais
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Playlist, pen drive ou CD com uma música eletrônica dançante e uma música clássica relaxante;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Reserve um espaço amplo (de preferência em ambiente externo), livre de mobiliários e de brinquedos, onde
seja possível o uso do equipamento de áudio. O espaço deverá acolher todo o grupo, que deverá estar orga-
nizado em círculo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolvem corporalmente com a proposta? Em quais momentos demonstram


maior autonomia e liberdade nos movimentos? Em quais demonstram necessidade de apoio?
2. Como demonstram a percepção do ritmo e da intensidade em suas criações corporais? Percebem as
mudanças trazidas pela música? Quais movimentos trazidos pelas crianças evidenciam essa percepção?
3. Quais desafios são encontrados nos momentos de aguardar a vez de dançar? E na hora de passar a
dança? Como o capitão envolve o grupo em seus movimentos indicando o momento da transição?
Como esses movimentos foram recebidos pelo outro grupo?

289
Sequência: Corpo, movimento e dança

 Para incluir todos


Observe as relações que as crianças estabelecem durante a vivência. Atente-se àquelas que aparentemente
não estão envolvidas corporalmente e preferem observar o grupo de colegas. Perceba como elas observam as
criações dos pares e possibilite que apreciem o momento.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. Conte a elas que
hoje você preparou um desafio dançante para a turma. Diga que a brincadei-
ra se chama “Passe a dança”. Explore junto às crianças o que o nome desse
desafio sugere. Engaje-as em um jogo divertido e imaginativo, ouça as hipó-
teses e aproveite para saber se alguém já experimentou essa brincadeira.

2 Aproveite os comentários trazidos pelas crianças para explicar a atividade e


fazer alguns combinados. Esclareça que a atividade acontecerá em peque-
nos grupos (de até seis crianças) e que cada grupo escolherá um capitão res-
ponsável por passar a dança. Diga que todos os grupos formarão uma única
roda no espaço escolhido para a proposta. No entanto, cada pequeno grupo
dançará por um tempo no meio da roda, enquanto os outros ficam parados
como estátuas até que o capitão do grupo que está no centro da roda dê um
passo à frente e faça o movimento que passará a dança. Converse com as
crianças sobre como podem pensar em movimentos que sugerem que a dança
está sendo entregue para o outro grupo. Chame a atenção para que contem
sobre suas vivências e se já viram movimentos e danças com essas suges-
tões. Reflita se as expressões faciais podem ajudar nessa função de passar a
dança. Em seguida, combine com os pequenos a organização dos grupos no
espaço. Sugira que escolham de que forma farão o agrupamento e apoie-os
nessa ação. Levante com eles quem serão os capitães de cada grupo e inicie
a proposta. Convide o primeiro pequeno grupo a dançar no meio da roda
enquanto os demais representam estátuas.

3 Reproduza a faixa dançante e incentive que o primeiro grupo se expresse


movimentando-se de maneira livre e solta conforme a música. Acompanhe o
grupo e, se perceber que a expressão corporal é um desafio, interaja e dance
junto ou sugira alguns passos e movimentos. Procure não intervir com falas.
Movimente-se de forma que as crianças possam se apoiar ou ser envolvidas
em seus gestos e expressões. Observe o tempo que um grupo utiliza para pas-
sar a dança ao outro. Se esse tempo estiver sendo muito longo, sinalize para
o grupo que passe a dança. Depois que todos os pequenos grupos tiverem
recebido a dança, pause a atividade. Se necessário, faça acordos diante do
que observou nesse primeiro momento ou pergunte se as crianças têm alguma
ideia para que a brincadeira aconteça de forma diferente. Por exemplo: pro-
ponha que dancem até o final da música, passando a dança entre os grupos
por diversas vezes e criando movimentos de passagem.

4 Inicie a brincadeira novamente e, enquanto acompanha a criação e o

290
Atividade: Brincadeira Passe a dança

envolvimento das crianças, faça registros por meio de fotos e filmagens. Es-
teja atento às diversas expressões delas e valorize-as em seus registros. Pro-
cure capturar manifestações corporais, faciais, trocas de olhares, entre outras.

5 Ao terminar a música, investigue se a turma deseja repetir a brincadeira. Se


quiser, considere trocar os líderes de cada grupo na nova vivência. Ao final
da brincadeira, convide os pequenos grupos a apreciar outra música. Peça
que façam isso deitados no chão e em silêncio; convide-os para que fechem
os olhos, de modo que se acalmem após a dança.

6 Após o relaxamento, convide as crianças a se sentarem no chão em roda,


para conversar a respeito da vivência. Peça que partilhem o que sentiram
durante a proposta. Pergunte como foi o desafio de passar a dança com um
movimento e o que observaram enquanto aguardavam a sua vez de dançar.
Aja de forma responsiva e acolha os comentários e as impressões trazidas
pela turma. Considere trazer as observações que fez ao longo da vivência a
fim de aprofundar e apoiar as percepções das crianças.

Para finalizar
Engaje a turma na organização do espaço utilizado e, em seguida, convide as crianças para a próxima
vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade colocando outros estilos musicais, como o break. Você pode também inserir elementos para
que as crianças utilizem enquanto dançam, como bambolês, tecidos e fitas, como proposto na atividade Dança
e pintura de tecidos, deste conjunto. Também é possível realizar a atividade engajando as crianças em cons-
truções individuais, de modo que cada uma, do centro da roda, passe a dança para que outro colega continue.

 Engajando as famílias
Aproveite os registros fotográficos que realizou e organize um painel em um local que seja de grande circula-
ção, como um corredor ou na entrada da escola. Elabore um texto que contextualize a atividade para compor o
painel e convide os responsáveis para que apreciem a construção dançante do grupo. É possível ainda convidar
as crianças para que ensinem a brincadeira aos adultos, em um momento de interação, na chegada ou na saída.

291
Sequência: Corpo, movimento e dança

 EI03EO05  EI03CG03  EI03EF01


PLANEJANDO UMA
APRESENTAÇÃO DE DANÇA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A proposta convida as crianças a criar passos e movimentos para uma apresentação de dança. Para isso, é
necessário que o grupo, com o apoio do professor, já tenha selecionado uma música para o momento.
Amplie ainda mais o repertório de músicas, ritmos e estilos do grupo antes da escolha. Tenha como referência
a playlist indicada na atividade Conhecendo diferentes ritmos musicais, deste conjunto.

 Materiais
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Um pen drive ou um CD com a música escolhida previamente pelas crianças;
•  Papel e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor) para registro no cartaz;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade deve ocorrer em um espaço amplo, livre de mobiliários e que acomode as criações corporais de
todo o grupo. Considere ainda que o ambiente pode ser uma área externa, porém atente-se para que os equi-
pamentos eletrônicos possam ser ligados a uma fonte de energia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que maneira as crianças expressam ideias e defendem opiniões durante o processo de criação
coletiva? Quais argumentos usam para que façam valer as ideias? Como acolhem as ideias dos pares?
2. Quais estratégias elas utilizam para as criações dos passos? Se apoiam umas nas outras? Observam
a utilização do espaço, compondo em seus passos trajetórias espaciais?
3. Como a história da música apoia e inspira a criação dos passos? Quais explorações corporais são
criadas e motivadas por ela?

292
Atividade: Planejando uma apresentação de dança

 Para incluir todos


Acompanhe as criações do grupo e perceba quais são as crianças que expõem opiniões e participam das
escolhas e decisões coletivas. Caso note que alguém enfrenta desafios para se expor em grupo, apoie-o nesse
processo. Se a criança preferir não se expressar no grupo, procure ouvi-la individualmente. Valorize o comentário
e convide a turma para vivenciar as ideias dela.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda e conte que criarão a dança
para a música que escolheram. Combine que primeiro elas se concentrarão
em ouvir a música a fim de buscar detalhes, entender o que ela conta e saber
qual ritmo segue. Convide-as para que, de forma livre e silenciosa, apreciem
a canção. Depois, investigue junto às crianças que história a canção conta.
Conversem a respeito da mensagem e do ritmo da música. Acolha as iniciativas
verbais e não verbais (movimentos e expressões faciais, por exemplo). Caso a
música selecionada pelas crianças não traga de forma explícita possibilidades
para a interpretação sugerida na atividade, instigue-as para que pensem em
qual história elas podem narrar a partir do ritmo, dos tons, dos instrumentos
mais potencializados e das mudanças sonoras. Desenvolva a ideia de que
A
apresentar uma dança é contar uma história com o corpo.
Possíveis falas do
professor
2 Combine com as crianças que você colocará a música novamente e que ago-
ra poderão senti-la com o corpo, movimentando-se pelo espaço e dançando — Como poderiam
de forma livre. Reproduza a faixa musical e, enquanto as crianças constroem dançar esta parte? Quais
movimentos gostariam
suas percepções e movimentos, observe-as. Perceba quais expressões es- de fazer?
tão emergindo e como estão respondendo ao convite da música. Atente-se — De que forma
às expressões faciais, às interações entre as crianças, como oferecem apoio dançarão o começo da
umas às outras e como exploram o espaço. Observe se alguma criança não música?
está envolvida na proposta de forma corporal, mas está observando a criação — Começará com todos
juntos ou iniciará por um
feita pelos pares. Respeite esse momento de apreciação e evite expressar-se
pequeno grupo?
oralmente. Aprecie a dança e, se sentir vontade, interaja dançando e convi- — De que maneira
dando-a para dançar. os demais serão
convidados a entrar
Reúna todo o grupo e combine quais serão os passos e movimentos de cada na dança? Haverá um
3 momento definido para
parte da música. Ouça o que as crianças têm a dizer e acolha ideias, suges-
isso?
tões e comentários. A

4 Peça às crianças que continuem sugerindo movimentos para compor cada par-
te da dança. Peça que demonstrem essas expressões dançando. Convide-as
para que acolham as ideias repetindo os movimentos criados pelos colegas.
Apoie o processo partindo do que foi elaborado coletivamente por elas. Bus-
que apoiá-las e incentivá-las fazendo mediações que ampliem ou complemen-
tem as percepções e os movimentos criados pelo grupo. Considere convidar
algumas crianças para que assistam a um grupo dançar a composição cria-
da. Peça que deem sugestões de como alterar, excluir ou acrescentar algo
que não haviam percebido. Convide os pequenos para que pensem sobre o
refrão da música. Acompanhe sugestões e ideias criativas, incentivando que

293
Sequência: Corpo, movimento e dança

expressem envolvimento com o refrão da música. Caso a música não ofereça


essa possibilidade, busque investigar com o grupo qual parte se repete, tra-
zendo um mesmo som e uma mesma sequência em sua melodia e verificando
se ela faz esse convite para um gesto diferenciado.

5 Continuem o processo de criação até que tenham definido os movimentos para


a música inteira. Depois, toque a canção por partes para que as crianças façam
os passos, verifiquem como está ficando a dança e se há a possibilidade de
repetir ou alternar alguns movimentos conforme a melodia. Assim que forem
definidos alguns passos, filme as crianças enquanto dançam cada parte para
que depois possam relembrar o que foi combinado e ensaiar para a apresen-
tação. Observe como se dá a interação entre elas e faça registros fotográficos.

6 Depois do acerto coletivo sobre os passos da dança, conversem a respeito do


final da música e busquem levantar algo que marque o encerramento. Acolha
sempre as ideias e as sugestões das crianças. Combinem coletivamente como
será o final da dança. Caso as crianças desejem, repita a atividade.

7 Reúna todo o grupo para elaborar um cartaz coletivo sobre a apresentação


que será feita. Façam acordos sobre o título da exibição e sobre data, horário
e convidados. Combine com as crianças ensaios e possíveis figurinos. Registre
todos os acordos firmados que nortearão as próximas ações necessárias à
apresentação. Aja de forma responsiva e acolha os comentários, valorizando
as ideias e interagindo com a turma.

Para finalizar
Conte às crianças que depois vocês escolherão um local para fixar o convite e que você vai registrá-lo
em uma fotografia para que criem convites menores posteriormente. Esclareça que, para os ensaios, você
filmou os movimentos e os passos criados. Oriente as crianças a organizar o espaço e peça que guardem
os materiais utilizados nos lugares adequados. Convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à proposta por meio de ensaios, composição do cenário e do figurino para a apresentação
da música. Se possível, utilize os materiais disponíveis na escola. Atente-se à possibilidade de reutilização e
ressignificação de objetos diversos.

 Engajando as famílias
Elabore com as crianças um convite ilustrado e encaminhe-o aos responsáveis. No dia da apresentação,
elabore um mural com fotos, textos e vídeos que mostrem todo o processo criativo da turma.

294
17
AP

CONJUNTO

UNIDADE

ALIMENTAÇÃO
Além de a alimentação estar diretamente relacionada às condições essenciais da vida
humana, os hábitos alimentares dizem muito sobre as tradições culturais de um povo. A
temática é rica em possibilidades exploratórias relativas à aquisição de hábitos saudá-
veis e à ampliação de referências alimentares. Sendo a maioria das descobertas de ordem
sensorial, é fundamental que essa natureza seja reconhecida e valorizada nas vivências
planejadas com e para as crianças.
Este conjunto contém atividades que podem ser aplicadas de forma que o professor
desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é
recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da
diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças podem aprofundar
as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos no decor-
rer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

295
Unidade: Alimentação

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03CG04 Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, conforto e aparência.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Escuta, fala, Espaços, tempos,


e movimentos pensamento quantidades, relações
e imaginação e transformações

296
Atividade: De onde vem a nossa comida?

 EI03CG04  EI03ET01  EI03ET04


DE ONDE VEM A NOSSA
COMIDA?
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Pergunte a todo o grupo se eles sabem de onde vem a comida que consomem e dialogue, investigando o
que já sabem e o que gostariam de saber sobre o assunto. Convide-os para produzir um roteiro de observação
e listem aspectos que devem ser observados durante uma visita a um mercado ou feira. Definam também as
perguntas que podem ser feitas aos funcionários.
Como haverá saída das crianças da escola, é necessário ter autorização dos responsáveis. Caso alguma delas
esteja sem autorização, a escola precisa se adequar para atendê-la enquanto o grupo realiza a visita. Faça
combinados com o proprietário do local a ser visitado, inclusive mostrando o roteiro que foi elaborado. Será
necessário o auxílio de outros professores ou auxiliares para a atividade, para que a turma possa ser dividida
em pequenos grupos e que cada um tenha o acompanhamento de um adulto, favorecendo as investigações.
Por isso, combine o passeio previamente com a gestão e solicite esse apoio.

 Materiais
•  Roteiro de observação da visita (produzido previamente com as crianças), dividido em três partes;
•  Material para a produção das crianças: papel sulfite, lápis grafite, lápis de cor, caneta hidrocor e giz de cera;
•  Varal ou painel para que possam expor as produções;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade se iniciará na sala com uma conversa envolvendo todo o grupo. Depois, sairão pelo bairro em
direção a um mercado ou a uma feira onde realizarão a visita em pequenos grupos. Por fim, retornarão à sala
para registrar impressões sobre a visita.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças se envolvem demonstrando independência e confiança ao propor questionamentos durante


a visita que melhor atendem aos interesses delas?
2. O que manifestaram durante a visita? Estabelecem vínculos com aspectos do cotidiano?
3. Como ou quais estratégias usam nos registros para mostrar observações, explorações e descobertas
que realizaram durante a visita?

297
Unidade: Alimentação

 Para incluir todos


Possibilite que as crianças tenham autonomia, com participação ativa desde o planejamento da atividade.
Esteja atento para que sejam valorizadas diferentes ações e interesses. Garanta a segurança delas: ofereça
auxílio durante a visita, inclusive individualizado, se necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Tenha em mãos o roteiro que foi feito previamente com o que gostariam de ob-
servar durante a visita a um mercado ou a uma feira. Reúna as crianças em roda
e leia-o, para que possam rever o que foi pensado por elas anteriormente. Com-
partilhe com a turma que você encontrou um local próximo da escola onde essas
observações poderão ser realizadas e, ao dizer o nome do mercado (ou local da
feira), pergunte quem conhece ou já foi a esse lugar. Analisem se há necessidade
de adaptar algum item do roteiro.

2 Faça os combinados com as crianças de forma que todas se desloquem em segu-


rança e, ao mesmo tempo, observem e ouçam umas às outras. Nesse momento,
peça a elas que se dividam em pequenos grupos. Diga que cada grupo será res-
ponsável por uma parte do roteiro. Separe um tempo para que as crianças possam
se organizar e conte que cada grupo terá o auxílio de outro professor ou auxiliar.
Durante o trajeto até o local da visita, garanta que elas interajam livremente, mos-
trem e comentem o caminho, os locais conhecidos, entre outras percepções que
tiverem. Acolha, valorize os comentários e envolva todos.

3 Ao chegar ao local, retome o propósito da investigação. Possibilite que as crianças vi-


venciem uma situação social cotidiana e atente-se a como as crianças agem: gestos,
iniciativas de interação, como se surpreendem, constatações etc. Oriente os outros
professores ou auxiliares que acompanham os pequenos grupos para que façam o
mesmo. Apoie as ações das crianças e aja sempre a partir das iniciativas delas. Faça
intervenções que as auxiliem a pensar nos alimentos disponíveis no local: se são in-
dustrializados ou in natura; se são comprados por unidade ou peso; quais alimentos
necessitam de refrigeração; como eles chegam ali no mercado; quais elas nunca
viram; quais são as preferências. Uma forma interessante de ampliar as investiga-
ções é sugerir às crianças que façam perguntas aos funcionários e consumidores
no local e que busquem ler alguns cartazes ou rótulos de produtos. Lembre-se de
registrar por meio de fotos ou de vídeos o momento da visita.

4 Quando estiver chegando próximo do momento de irem embora, retome com as


crianças o propósito da visita e dialoguem sobre o que ainda gostariam de co-
nhecer. Peça aos outros professores ou auxiliares que façam o mesmo com os
grupos sob a responsabilidade deles. Indique às crianças que comentem sobre
qual prato mais gostam de comer e que pensem no que precisam para prepará-
-lo, relacionando-o com os produtos. Aproveite e instigue-as sobre quais são os
ingredientes necessários para fazer um bolo de milho, porque, na atividade Pre-
parando um lanche, deste conjunto, as crianças farão esse bolo. Explore com
as crianças algumas informações e faça possíveis registros dos ingredientes, po-
dendo comprá-los com elas nesse momento, se preferirem.

298
Atividade: De onde vem a nossa comida?

5 Auxilie as crianças no controle do tempo para que elas se organizem. Termi-


nado o tempo, comente que chegou a hora de voltar para a escola e que lá
terão a oportunidade de conversar e de registrar impressões sobre a visita.
Juntos, agradeçam funcionários e responsáveis pelo local.

6 Durante o trajeto de volta, instigue as crianças a compartilhar impressões, o


que observaram de interessante e o que descobriram. Apoie os comentários
delas, acolhendo e valorizando as experiências.

7 Ao chegar à escola, proponha às crianças que façam um registro, a partir de


escrita espontânea ou desenho, das impressões sobre a visita e das descober-
tas sobre o tema. Se alguma delas não se sentir envolvida com a proposta do
registro, convide-a a utilizar os materiais disponíveis para criar outra compo-
sição que a agrade. Aproveite e observe como escolhem ou utilizam os mate-
riais, como são os registros, as interações, o que é retratado das experiências
e aprendizagens que tiveram no mercado. Auxilie-as e participe quando soli-
citado, evitando se antecipar às iniciativas delas. Se alguma criança solicitar
a você que escreva para ela, proponha que ela mesma escreva do jeito que
souber, mas respeite a decisão dela.

Para finalizar
Disponibilize o varal ou painel para que as crianças possam expor os registros, conforme forem con-
cluindo, de forma que todas observem as produções dos colegas. Quando estiver chegando próximo do
momento de finalizar a atividade, diga a elas que em cinco minutos irão começar a guardar os materiais
e anuncie o que virá a seguir. Passados os cinco minutos, comente que chegou a hora de organizar a
sala e os materiais no lugar adequado.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Compartilhe em uma roda de conversa os registros feitos e expostos no varal e, a partir disso, elabore um texto
coletivo sobre a visita ao mercado ou à feira. Você pode preparar também uma lista de produtos separando por
departamentos (higiene, limpeza, hortifrúti, laticínios, bebidas). As crianças podem levantar novos questiona-
mentos e aspectos que querem saber sobre os alimentos, gerando uma nova pesquisa, que pode ser realizada
com materiais informativos e entrevistas. Também é possível pensar em brincadeiras, a partir das observações
que foram feitas durante a visita. Você pode, por exemplo, montar um mercadinho na sala com brinquedos ou
embalagens recicláveis, brincar de medir, pesar, comprar, entre outras possibilidades.

 Engajando as famílias
Exponha também no varal ou painel as fotos que foram tiradas durante a realização da visita. Elabore um
texto coletivo sobre o evento para ser socializado com os responsáveis. Nele, vocês podem contar sobre todo o
processo da visita, o planejamento anterior, como ela aconteceu e as impressões que tiveram dela.

299
Unidade: Alimentação

 EI03EF07  EI03ET01  EI03ET02


PREPARANDO UM LANCHE
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Combine junto à equipe da cozinha a organização prévia dos materiais e
Sugestão de leitura
ingredientes que serão utilizados e a disponibilidade de funcionários que
possam auxiliar as crianças. É interessante que a atividade seja uma das
•Bolo de milho-verde.
primeiras a ser realizada no dia, para que as crianças tenham tempo de Cybercook. Disponível em:
https://cybercook.com.br/receitas/
experimentar o bolo. É preciso conversar com a equipe gestora e solicitar
bolos/bolo-de-milho-verde-16887.
a ajuda de outro professor ou auxiliar na sala enquanto você acompanha Acesso em: 30 jun. 2021.
um pequeno grupo durante a elaboração da receita.

 Materiais
•  Uma cartolina e um marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Um cartaz com a receita de bolo de milho-verde, que será escrita em letra imprensa maiúscula. Caso se
sinta mais seguro, você pode utilizar uma receita que já conhece, adaptando as intervenções sugeridas;
•  Ingredientes suficientes para todos os pequenos grupos;
•  Utensílios necessários para o preparo (liquidificador, assadeira etc.);
•  Uma lata de milho, um pacote de milho para pipoca e espigas de milho-verde;
•  Toucas descartáveis para que todos utilizem na cozinha durante a elaboração da receita, se possível;
•  Materiais para atividades de livre escolha (massinha, desenho, brinquedos de cozinha etc.);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade ocorrerá em dois espaços. Na sala, organize as atividades de livre escolha e um espaço de roda
de conversa com todo o grupo. No local em que será feito o bolo, como a cozinha ou o refeitório, organize os
materiais necessários para a receita.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que hipóteses as crianças levantam sobre ingredientes e utensílios? Como reagem com a confirmação
ou não das hipóteses? Como se manifestam em relação às falas dos colegas?
2. Durante a elaboração da receita, elas recorrem ao texto para retomar os passos necessários? Como
se dá a interação entre os pares durante essa etapa?
3. Como se relacionam com as transformações dos ingredientes observadas durante o preparo da re-
ceita? Quais são as considerações sobre esse processo até que obtenham o bolo de milho?

300
Atividade: Preparando um lanche

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizadas as diferentes ações e os interesses de todas as crianças: no levan-
tamento das hipóteses iniciais, no planejamento e na higiene para a elaboração da receita, durante o processo
de preparação do bolo de milho, entre outras etapas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em roda e diga que vão preparar dois bolos de milho com A
a equipe da cozinha, e enquanto um pequeno grupo faz o bolo, o restante da Possíveis falas do
turma poderá brincar nas atividades de livre escolha na sala. professor
— Quem já fez um bolo?
2 Peça à turma ajuda para levantar o que precisam para preparar o bolo de mi- — De qual sabor de bolo
lho. Garanta um tempo para que as crianças manifestem as hipóteses. Esteja vocês gostam?
atento às reações e falas. Registre as considerações delas e elabore uma lis- — Vocês se lembram
dos ingredientes que se
ta em uma cartolina; assim, as crianças podem confrontar o que elas têm em
usa para uma receita de
mente inicialmente com o passo a passo da receita. A bolo?

3 Ao listar os ingredientes, problematize quando a turma apontar o ingrediente


principal. Pergunte qual o tipo de milho que elas conhecem, de onde ele vem,
se alguém já viu uma plantação de milho e como gostam de comer milho.
Apresente esse ingrediente em suas três formas: o milho enlatado, o milho
para pipoca e o milho em espiga. Assim, as crianças poderão manipulá-los e
comparar semelhanças e diferenças sobre o processo para o milho em espi-
ga (in natura) chegar em latas nos supermercados e estar pronto para o con-
sumo, diferente dos outros dois. Incentive-as a levantar hipóteses sobre as
informações que podem constar nas embalagens, exercitando a compreen-
são da função social desses textos informativos. Leia o rótulo e a validade do
milho enlatado, da pipoca e do milho em espiga, caso possuam embalagens.
Problematize a questão de durabilidade e conservantes utilizados no produ-
to enlatado. Apoie as falas das crianças e faça intervenções que as auxiliem
a pensar em qual seria o milho mais saudável para ser utilizado na receita.

4 Pergunte às crianças se já tiveram contato ou utilizaram uma receita. Possi-


bilite que tragam suas experiências, instigando que conversem sobre esse
tipo de texto. Pergunte se sabem a função de uma receita e quais elementos
devem constar em uma. Leia para as crianças e compartilhe a receita que
você separou. Confronte-a com a lista que fizeram inicialmente e faça alguns
questionamentos, se necessário.

5 Peça para que as crianças se organizem em pequenos grupos. Peça para os


grupos que permanecerão na sala organizar os cantos com os materiais dis-
poníveis para a brincadeira de livre escolha. Com o primeiro pequeno grupo
reunido, antecipe alguns combinados para o preparo da receita, levando em
consideração aspectos de organização e higiene. Disponibilize o texto da
receita de forma visível em algum mural no local de preparo, para que as
crianças consultem e acompanhem todas as etapas do preparo. Se alguma
delas não estiver envolvida, busque com ela uma forma de participar. Sugira

301
Unidade: Alimentação

que ela filme, fotografe ou realize alguma outra forma de registro durante o
preparo. Convide os funcionários da cozinha a participar junto às crianças,
auxiliando na conferência de ingredientes e utensílios necessários para a re-
ceita. Comente que o milho-verde deve ser raspado da espiga com uma faca B
e peça ajuda dos funcionáros para que façam isso, de forma que as crianças Possíveis falas do
professor
possam observar essa ação sem correr o risco de se cortar.
— Vamos olhar
Realize o passo a passo com a turma. É interessante que os ingredientes se- na receita quais
6 ingredientes devemos
jam acrescentados um a um. Possibilite que as crianças acompanhem todas misturar agora?
as transformações da receita. Incentive-as a solicitar auxílio aos funcionários — Como vocês acham
da cozinha, por serem os responsáveis pelo setor. Confiram novamente a re- que vai ficar essa
ceita, verificando se nada foi esquecido. Finalizem colocando o bolo no forno mistura? Por quê?
para assar. Nesse momento, se as crianças manifestarem o desejo de lamber a — E agora que vamos
massa da tigela, garanta que a experimentação ocorra, porque também expri- colocar o milho, o que
será que vai acontecer?
me uma tradição, uma ação cultural presente no ato de preparar um bolo. B

7 Solicite auxílio à equipe da cozinha para acompanhar a etapa de assar o bolo.


Enquanto isso, peça às crianças que guardem os ingredientes que não foram
totalmente utilizados, selecionando o que tem de ser lavado, deixando o es-
paço organizado para o próximo pequeno grupo. Direcione as crianças a um
local para higienizar as mãos. Realize o processo de preparação da receita
com o segundo pequeno grupo, utilizando as mesmas estratégias.

8 Assim que o bolo estiver pronto, convide todo o grupo para que possa prová-
-lo. Vocês podem combinar o que farão com o segundo bolo: se vão comer no
lanche novamente, oferecer para outras turmas ou levar um pedaço para casa.

Para finalizar
Incentive as crianças a se manifestar em relação à expectativa de comer algo preparado por elas. Fale sobre
o sabor do bolo, pergunte o que acharam da atividade, a interação com a equipe da cozinha e as descobertas
feitas. Cheque com elas o que ainda precisa ser organizado para que se dirijam à próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Com as crianças, pesquise sobre o milho, como é produzido ou conservado. Essas pesquisas podem ser
realizadas com materiais informativos, entrevistas com responsáveis ou profissionais. Vocês podem ainda ex-
perimentar o milho de outras formas e preparar outras receitas com ele, como utilizar farinha e farinha flocada
que se transformam em polenta, curau, pamonha, farofa, cuscuz, tortas. Além disso, vocês podem elaborar um
texto coletivo para socializar a experiência com os responsáveis e perguntar sobre as receitas preferidas deles.

 Engajando as famílias
Se um dos bolos for repartido, envie um pedaço para casa com uma cópia da receita para que os responsáveis
possam fazer o bolo em casa. Amplie a discussão com eles sobre o envolvimento das crianças na cozinha em
suas casas. Para isso, vocês podem elaborar um texto coletivo que dialogue com os adultos sobre essa questão
ou conversar em alguma reunião com eles.

302
Atividade: Comidas favoritas

 EI03EO01  EI03EF01  EI03EF07  EI03ET06


COMIDAS FAVORITAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário orientar previamente os responsáveis a escolher, junto às crianças, a receita de uma comida
favorita ou que seja especial. Peça às crianças que tragam a receita por escrito e, se desejarem, alguma foto do
prato preparado. Também é necessário que você traga sua receita preferida ou de um prato típico e, se possível,
alguma foto que mostre o prato finalizado para compartilhar com as crianças na conversa inicial. Seu material
deve servir como disparador para que elas também possam socializar as receitas com a turma.

 Materiais
•  Itens para a produção das crianças: cartolinas, papel sulfite, cola, tesouras sem ponta, lápis grafite,
lápis de cor, canetas hidrocor, giz de cera, entre outros;
•  Revistas de culinária para recorte;
•  Livros de receitas com fotos para consulta na elaboração do registro coletivo em pequenos grupos;
•  Mural para exposição dos registros.

 Espaços
A atividade poderá ser realizada na sala ou em algum espaço onde as crianças possam se organizar em roda
e, depois, em pequenos grupos. Organize, em mesas, os materiais de produção para cada pequeno grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as manifestações das crianças sobre as comidas favoritas? Que envolvimento ocorre ao
trazer as receitas e as fotos para que compartilhem no grupo?
2. Como as crianças se envolvem durante as trocas de experiências? De que forma se dá a recepção às
preferências dos colegas?
3. Ao reunir as preferências do grupo em um registro coletivo, como as crianças consideram os diferentes
hábitos e costumes da turma, bem como a contribuição de cada uma nesse registro?

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizadas diferentes ações e interesses de todos durante a atividade: nos
momentos com todo o grupo, nos pequenos grupos, na manifestação de ideias e na recepção das ideias dos
colegas. Ofereça recursos necessários para tanto, respeitando aqueles que não queiram se envolver na vivência.

303
Unidade: Alimentação

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo em roda, dizendo que é o momento para que as crianças
compartilhem as preferências de alimentação de cada uma. Inicie a conversa
e mostre a foto e a receita selecionadas por você. Busque oferecer um exem-
plo de como compartilhar essas informações e conte por que a receita que
você selecionou é importante para você; se é algo que come com frequência
ou não; quem costuma fazer essa receita. As crianças ficam curiosas em saber
de histórias do professor, então aproveite os questionamentos e mostre quão
importante é essa tradição para você e diga que está curioso em saber dos
alimentos preferidos delas. Auxilie-as a apresentar a receita escolhida. Des-
perte a atenção das crianças para a diversidade de preferências, convidando-
-as a observar quais comidas se repetem e quais aparecem pouco. Possibilite
uma conversa sobre diferenças e semelhanças culturais presentes na turma.
É possível que a turma, ao falar sobre suas receitas, traga saberes construídos
e referências das atividades De onde vem a nossa comida? e Preparando
um lanche, deste conjunto. Acolha e avise que vão compartilhar com mais
detalhes nos pequenos grupos.

2 Convide as crianças para se organizar em pequenos grupos para que possam


trocar informações mais detalhadas sobre as comidas favoritas. Instigue-as a
observar semelhanças e diferenças entre as receitas e quais as preferências
dentro do pequeno grupo: se são pratos salgados ou doces, comidas que po-
dem ser servidas em uma refeição específica, como almoço, jantar e café da
manhã ou lanche, entre outras possíveis comparações que podem ser estabe-
lecidas. Mesmo as crianças que não leem convencionalmente podem utilizar
estratégias de leitura e se apoiar na memória que têm das receitas ou do que
conversaram com os responsáveis.

3 É fundamental que você vá acompanhando cada pequeno grupo e auxilie no


que for necessário para o conhecimento do material que trouxeram, bem como
para o registro que será sugerido na etapa seguinte. Dessa forma, acompanhe
as crianças fazendo problematizações a partir do que elas trazem. Amplie as
reflexões ou aponte algumas questões; por exemplo: se os responsáveis dis-
põem de algum costume para o preparo do prato, se a criança já participou da
produção. É importante que você faça perguntas que incentivem as crianças a
observar mais minuciosamente diferenças e semelhanças a partir dessa troca
nos grupos, quais os critérios que tornam suas comidas favoritas diferentes
umas das outras, quem são as pessoas que cozinham em casa, entre outros
questionamentos.

4 Após conhecer as preferências dos colegas e de seus responsáveis, compartilhe


a ideia de organizar um registro das informações constatadas e selecionadas
pelo grupo por meio de um cartaz. Ofereça os materiais disponíveis para que
possam utilizar colagens, escrita espontânea de legendas ou pequenos textos e
desenhos. Como esse é o momento para que as crianças realizem os registros,
esteja atento à forma que se organizam, dividem tarefas, selecionam informa-
ções nos materiais de consulta, decidem o que colar, escrever. Indique que co-
loquem um título no cartaz. Auxilie-as para que garantam no registro diferentes

304
Atividade: Comidas favoritas

costumes e preferências de cada um. Esteja disponível para auxiliá-las conforme


solicitam e busque envolver todas na elaboração do registro coletivo. Caso algu-
ma delas não queira participar, convide-a para utilizar os materiais disponíveis
e criar individualmente alguma composição que a agrade.

5 Auxilie as crianças no controle do tempo, para que possam se organizar ga-


rantindo que todas tenham a oportunidade de compartilhar experiências sobre
as comidas favoritas, as receitas que foram trazidas e de participar do regis-
tro. Quando estiver próximo do momento de finalizar essa etapa da atividade,
avise que em cinco minutos precisam concluir e se reunir novamente em roda.

6 Já em roda novamente com todo o grupo, convide as crianças para conver-


sar sobre como foi compartilhar suas preferências, os hábitos de cada uma
e o que puderam observar e registrar a partir dessa troca. Garanta que cada
grupo apresente e fale sobre o cartaz que elaborou. Caso alguma criança
não tenha participado da etapa anterior e queira participar dessa conversa
coletiva, possibilite que ela fale de suas preferências.

Para finalizar
Combine com a turma para que montem uma exposição com os cartazes no mural e depois, com mais tem-
po, apreciem-no com seus responsáveis na hora da saída. Ao concluir os combinados, veja com elas o que
precisa ser organizado na sala para que se dirijam à próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Combine com as crianças de preparar uma ou mais receitas que aparecem nos registros da turma. As re-
ceitas podem ser escolhidas por votação, por exemplo. Essa ação também pode ser feita em conjunto com os
responsáveis, convidando-os a participar desse momento. Promova ainda uma socialização dos cartazes com
todo o grupo.

 Engajando as famílias
A atividade prevê o engajamento com os responsáveis desde o princípio. Entretanto, é importante comparti-
lhar também as ações das crianças a partir do que foi solicitado previamente. Uma estratégia interessante é a
exposição dos cartazes feitos pelas crianças em local a que todos tenham acesso no momento de entrada ou
saída. Além disso, seria interessante convidar os adultos para participar presencialmente, para compartilhar
com mais detalhes algum fato interessante sobre sua comida favorita, por exemplo.

305
Unidade: Alimentação

 EI03CG05  EI03ET01  EI03ET02


EXPLORANDO ALIMENTOS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É interessante que já tenha se utilizado a estratégia de estações em outras oportunidades. Caso ainda não
tenha sido possível, esteja atento às etapas descritas, de forma a possibilitar uma experiência que garanta o
protagonismo e a exploração das crianças a partir de seus interesses. É importante que a atividade seja realizada
com o auxílio de algum outro professor ou auxiliar, preferencialmente um funcionário da cozinha, de forma que
seja possível higienizar os utensílios durante as experimentações. Faça esses combinados prévios com a equipe.

 Materiais
•  Algumas mesas higienizadas para montar as estações de exploração;
•  Alimentos diversos: massas cruas e cozidas (como macarrão, sagu, misturas de amido de milho e
água); legumes crus e cozidos, inteiros e picados; frutas inteiras e cortadas; grãos diversos crus e
cozidos; ervas aromáticas (como hortelã, salsinha e manjericão);
•  Utensílios de cozinha: espremedor de frutas ou batata, pratos, potes, talheres, peneiras, batedor de
claras, escumadeira, concha, entre outros;
•  Sulfite e giz de cera;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser feita na sala ou em outro espaço em que seja possível organizar estações para a
exploração em pequenos grupos. Organize previamente nas mesas os pratos com os alimentos, separados
por categoria, em estações. Em uma primeira mesa, por exemplo, disponibilize uma variedade de massas
cruas e cozidas. Em uma segunda mesa, legumes crus e cozidos, inteiros e picados. Em uma terceira, frutas
inteiras e cortadas. Em uma quarta, grãos diversos, crus e cozidos e ervas aromáticas. Em uma quinta mesa,
ofereça os utensílios de cozinha com os quais possam pegar os alimentos que desejarem. E em uma sexta
mesa, ofereça sulfite e giz de cera.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à diversidade de materiais oferecidos nas estações? Demonstram interesse
e curiosidade por transitar pelo espaço ou preferem permanecer em um mesmo local?
2. Como elas se relacionam com os diferentes alimentos observados durante a exploração? Que comen-
tários fazem com os colegas a respeito de suas investigações?
3. De que modo se envolvem durante a troca de experiências no grupo? O que relatam sobre a expe-
riência sensorial na exposição de suas impressões?

306
Atividade: Explorando alimentos

 Para incluir todos


Atente-se para que sejam valorizadas as diferentes ações, bem como os interesses de todos durante a atividade,
seja interagindo com os variados alimentos e materiais disponíveis, nas trocas entre os pares e com o grupo, na
manifestação de suas descobertas, sentimentos e impressões sobre a vivência. Ofereça os recursos necessários
para que isso seja garantido e respeite as crianças que não queiram se envolver na situação.

O QUE FAZER DURANTE

1 Antes de entrar no ambiente preparado, diga às crianças que você organizou o


espaço com coisas bonitas e gostosas que elas podem explorar. Instigue-as a
levantar hipóteses sobre o que podem encontrar. Após a manifestação delas,
com certo suspense, mostre o local para que confirmem ou não suas hipó-
teses. Convide-as para que, em duplas ou em pequenos grupos, transitem
entre as estações para ver o que encontram e pensem nas possibilidades de
exploração que podem fazer, nos materiais que querem utilizar. Incentive-as A
a experimentar os alimentos e investigar os utensílios disponíveis, combinan- Possíveis falas do
do que elas podem utilizar o que precisar para levar até as outras mesas, professor
lembrando-se de devolvê-los nesse mesmo local após o uso para que os ou- — Como vocês acham
tros colegas também possam usar esse material. Esteja atento a interações que podemos explorar
e descobertas, a reações aos materiais oferecidos, como se dão as escolhas estes alimentos?
e as primeiras investigações. Caso alguma delas manifeste que não deseja — Será que tem algo
interagir, convide-a para participar de alguma outra forma, seja desenhando aqui que vocês ainda
não conhecem ou nunca
algum dos alimentos disponíveis, registrando as experimentações de seus
experimentaram?
colegas ou criando alguma outra composição que a agrade. A

2 Registre esse momento e socialize-o posteriormente com a turma. Observe e


apoie as iniciativas das crianças. Enriqueça as investigações durante a explo-
ração e traga elementos que ampliem, questionem e validem seus hábitos em
relação ao uso dos alimentos, a forma de alimentação, hábitos de higiene,
entre outros. Tenha o cuidado de não se antecipar às iniciativas ou dirigir as
ações delas. Nesse tipo de atividade, não é necessário acompanhar todo o
grupo, já que algumas crianças podem se sentir mais à vontade sem a sua
presença para realizar as explorações. Tenha isso em vista ao interagir com
os pequenos grupos, buscando se aproximar daqueles que o convidam ou
que estejam mais receptivos à sua aproximação.

3 Tenha atenção nas investigações que as crianças realizam em cada uma das
estações. Pode ser que nas mesas dos legumes elas se envolvam e criem com-
posições que misturam ingredientes crus aos cozidos. Na estação das frutas,
as crianças podem se envolver utilizando o espremedor para transformá-las
em sucos, explorar a extração de líquidos e criar combinações de sabores.
Muitas delas podem não ter contato com o processo de fazer um purê ou es-
magar com o pilão as ervas aromáticas. Realize uma intervenção que mostre
a elas como fazer, para que possam também se apropriar dessas técnicas e
utilizá-las em suas investigações. Pode ser também que elas decidam utili-
zar frutas, legumes ou utensílios como os personagens de alguma história e
enredo que criam enquanto experimentam, trazendo as experiências com a

307
Unidade: Alimentação

visita ao mercado ou feira da atividade De onde vem a nossa comida?, deste


conjunto, e assumindo o papel do professor na visita ou do dono do mercado,
por exemplo. Todas as possibilidades de exploração são válidas, acolha e va-
lorize as iniciativas delas, intervindo e auxiliando-as, se necessário.

4 Incentive que as crianças troquem de estações durante a atividade, assim elas


ampliam as possibilidades de exploração, uma vez que os diferentes cantos
oferecem uma variedade de materiais para experimentação. Dessa forma,
auxilie-as no controle do tempo para que possam se organizar, garantindo
que todos tenham a oportunidade de transitar pelos espaços caso queiram,
antes de que se reúnam com todo o grupo. Por fim, comente que chegou o
momento de organizar uma roda para compartilhar impressões sobre a expe-
rimentação. Mas, antes, cada uma vai ao lavatório fazer a higiene das mãos.

5 Já em roda, convide as crianças para conversar sobre a experiência de explo-


rar os alimentos em suas diferentes formas. Incentive-as a manifestar como
se sentiram durante a investigação, se havia algum alimento que chamou a
atenção, que era conhecido ou desconhecido por elas. Coloque-se a partir
do que as crianças trazem nesse momento, evitando antecipar suas falas e
respeitando aquelas que não querem falar. Finalizada a conversa, convide-as
para que vejam o que precisa ser organizado.

Para finalizar
Transite com as crianças entre os espaços, observando o que está fora do lugar ou deve ser organizado.
Indique uma bacia ou outro espaço em que possam organizar os utensílios que foram utilizados e separar
os que precisarão ser lavados. Converse com a turma sobre o destino dos alimentos que sobraram: o que
será possível guardar, o que vocês deverão descartar e o porquê, entre outras possibilidades que surjam
dessa observação. Ofereça os pratos ou potes plásticos para acondicionar o que será guardado. Após a
organização, combine com as crianças qual será a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Aproveite fotos e/ou vídeos feitos na atividade e reserve um dia para apreciar esses registros, possibilitando
uma nova conversa sobre a exploração sensorial em que as crianças possam se observar experimentando e
trazer novos elementos a partir de sua memória e dessa observação. Vocês podem também elaborar uma lista
dos alimentos que estavam disponíveis no dia, o que prepararam com eles, quais já haviam experimentado,
entre outros, além de pensar em novos alimentos a serem inseridos em outra oportunidade.

 Engajando as famílias
Se for possível utilizar meios digitais e redes sociais na escola para a socialização das experiências, aproveite
esses recursos para compartilhar com os responsáveis os registros da exploração. Elabore textos para dividir a
experiência com eles, seja por meio de escrita espontânea e desenhos das crianças ou um texto coletivo, tendo
o professor como escriba.

308
Atividade: Investigando alimentos de pouca aceitação

 EI03EO03  EI03CG04  EI03ET04


INVESTIGANDO ALIMENTOS
DE POUCA ACEITAÇÃO
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de leitura



•Programa
Pergunte aos funcionários da cozinha quais alimentos sobram mais e necessitam Educação Infantil:
cuidados, saúde e
de uma atenção maior. Peça a eles antecipadamente uma cópia do cardápio se- bem-estar. AvisaLá,
manal/mensal da escola e verifique os horários de alimentação das outras turmas. 2018. Disponível
Fotografe sobras de alimentos em diferentes dias para compartilhar com as crianças. em: https://avisala.
org.br/wp-content/
uploads/2018/11/PEI-
 Materiais Cuidadossaude-e-bem-
estar.pdf. Acesso em:
30 jun. 2021.
•  Fotos de sobras de alimentos;
•  Algumas cópias do cardápio mensal ou semanal dos pratos que compõem
a alimentação da escola, para que as crianças possam estabelecer a comparação com as sobras e com
o que é ou não é apreciado por elas;
•  Papel A3 e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor) para registrar o cronograma de entrevistas;
•  Material para registro escrito, como sulfite e lápis.

 Espaços
Na sala, organize o espaço para os pequenos grupos e um espaço de roda de conversa com todo o grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as manifestações iniciais das crianças em relação à quantidade de sobras dos alimentos?
O que apontam a partir da observação das fotos? Como expressam seus gostos ou desgostos sobre
os alimentos?
2. Quais estratégias de leitura utilizam tendo em mãos as cópias dos cardápios e as fotos das sobras
de alimentos? Quais ideias surgem para a investigação?
3. Como as crianças se envolvem com os colegas nos pequenos grupos? Quais estratégias utilizam
para o registro e as conversas entre os pares?

309
Unidade: Alimentação

 Para incluir todos


Possibilite que os pequenos exerçam sua autonomia, com participação ativa no desenvolvimento da atividade.
Esteja atento para que sejam valorizadas diferentes ações e interesses de todos. Ofereça o apoio necessário, favore-
cendo a cooperação entre eles e considerando outras alternativas para os que não queiram se envolver na situação.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e informe que a equipe da escola tem percebido que há
muitos restos de alimentos no lanche ou no almoço. Por isso, vocês precisa-
rão pensar juntos sobre como melhorar a aceitação dos alimentos servidos.
Ouça o que as crianças acham disso e tenha atenção ao levantamento de hi-
póteses sobre a questão. Incentive-as a comentar sobre pratos ou alimentos
que são servidos na escola, inclusive sobre aqueles dos quais não gostam
muito e o porquê. Tenha em mãos lápis e papel para registrar esse primeiro
levantamento.

2 Compartilhe com todo o grupo as fotos que você tirou das sobras de alimentos,
de forma a observar e comparar tanto as situações em que há muita ou pouca
sobra. Garanta um tempo para que as crianças observem e manipulem as fo-
tos, manifestando as impressões sobre o que veem: o que sobra mais, o que
sobra menos, por que será que isso acontece. Escute e observe as reações e
as falas delas, valorizando ideias e opiniões, intervindo a partir do que trazem
e confrontando com hipóteses iniciais. Pode ser que uma delas observe, por
exemplo, que em uma das fotos há um grande desperdício de brócolis e comen-
te que não gosta desse alimento ou cite os ingredientes de sua receita favorita,
demonstrando suas preferências exploradas na atividade Comidas favoritas,
deste conjunto. Aproveite essa observação para problematizar com elas sobre
seus gostos e sobre como costumam comer determinado alimento em casa.

3 Pergunte às crianças como acham que o cardápio da escola é planejado, se é


pelas pessoas da cozinha ou uma outra, se em outras escolas as crianças co-
mem comidas diferentes. Tenha em mãos o cardápio para que possam dispor
também dessas informações durante a conversa. Disponibilize algumas cópias
do cardápio e peça a elas que se juntem para analisá-lo, ainda na roda. Essa
é uma boa oportunidade para que leiam e façam o uso de estratégias literá-
rias. Peça a elas que falem o nome de alguns pratos que são servidos para
que possam encontrá-los no cardápio. Essa é uma possibilidade de observar,
por exemplo, que alguns métodos de preparo, como frituras, podem ser uti-
lizados nas casas dos pequenos, mas normalmente não estão presentes no
cotidiano escolar. Busquem juntos pratos e alimentos de pouca aceitação e
muita sobra para registrar na cartolina. Converse com o grupo sobre a forma
de preparo e de apresentação desses pratos.

4 Ainda com todo o grupo, compartilhe a ideia de pensar como esses pratos
e alimentos poderiam ser mais aceitos pelo grupo, diminuindo as perdas e
proporcionando às crianças a chance de se alimentar melhor com o que a
escola oferece. Pergunte se aquele alimento é consumido em casa e como

310
Atividade: Investigando alimentos de pouca aceitação

ele é consumido. Escute e registre as ideias. Proponha que se organizem em


pequenos grupos, com o objetivo de realizar uma investigação no refeitório
com crianças de outras turmas. É importante que você registre os integrantes
dos grupos e os combinados feitos pelas crianças, já que a investigação de
cada grupo vai acontecer em dias diferentes.

5 Nos pequenos grupos, proponha que planejem essa investigação por meio
de entrevistas do que querem perguntar às outras turmas e diga que irão
produzir o roteiro. Assegure-se de que o roteiro seja preenchido por meio da
escrita espontânea e desenhos. Auxilie-os como escriba. Busque os registros
que foram feitos sobre os alimentos que sobram e utilize o cardápio da sema-
na para apoiar o trabalho dos pequenos grupos sobre quando cada alimen-
to é servido, determinando os dias que devem investigar e conversar com as
outras crianças no refeitório. Combine com cada pequeno grupo qual será
seu dia de investigação e anote o cronograma de forma visível para a turma.

Para finalizar
Reúna as crianças em roda e possibilite que socializem suas produções, se desejarem, compartilhan-
do o que gostariam de perguntar às outras turmas no dia combinado. É importante que você anote as
curiosidades de cada grupo para apoiá-los no dia da entrevista. Diga que as produções serão guarda-
das para que possam retomá-las para usar na investigação junto às outras turmas. Combine que no dia
marcado realizarão a entrevista e convide-as para que organizem o espaço para a próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Após todos os grupos terem realizado a etapa de investigação com as crianças nos dias combinados, proponha
em outro momento que os pequenos grupos usem sua criatividade para sugerir mudanças na apresentação dos
pratos de pouca aceitação a partir de uma ficha indicada por você. Além da comida, existem outros aspectos
que podem influenciar na aceitação das crianças, como a organização do refeitório, a decoração, a maneira
como as crianças se servem ou são servidas. A partir dessa investigação, pode ocorrer um diálogo com a gestão
e com nutricionistas e equipe da cozinha, para que as sugestões das crianças possam ser transformadas em
mudanças efetivas para o cardápio da escola. Você pode ainda organizar um momento de lanche ou uma pe-
quena refeição, no qual elas podem elaborar ou decorar os pratos de forma criativa junto à equipe da cozinha.

 Engajando as famílias
Organize junto às crianças uma exposição para socializar com a comunidade escolar os registros de todo
o processo investigativo, tanto fotográficos como dos cardápios e das descobertas dos alimentos de pouca
aceitação. Incentive as crianças a convidar os responsáveis para ver os registros que foram realizados durante
a atividade. Sugira que os adultos conversem mais em casa sobre os alimentos, sua forma de preparo e apre-
sentação, trazendo as crianças para esse debate também fora da escola.

311
18
AP

CONJUNTO

UNIDADE

INVESTIGANDO
PALAVRAS E
SONORIDADES
Como as palavras são escritas? Sons iguais têm a mesma escrita? Investigar é um ato
extremamente lúdico e natural para as crianças. Elas querem saber sobre tudo, e não é
diferente quando se trata da composição das palavras. Por meio de brincadeiras, os pe-
quenos comparam sons, descobrem regularidades na escrita, divertem-se com as rimas,
compõem palavras, aproximando-se do sistema alfabético e tornam a linguagem escrita
mais uma fonte de interesse e de aprendizagem.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
isoladamente, ou seja, de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem
obrigatoriamente desenvolver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas
em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos
temas e das narrativas, as crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento propostos no decorrer do processo, de acordo com a
organização curricular da faixa etária. Este conjunto é caracterizado por atividades re-
correntes, ou seja, que devem se repetir em outros períodos ao longo do ano.
312
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

EI03EF02 Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e ritmos.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua
EI03EF08 própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória,
pela leitura das ilustrações etc.).

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Escuta, fala, pensamento


e movimentos e imaginação

313
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

 EI03CG02  EI03CG03  EI03EF02

BRINCADEIRAS COM
PALMAS – DOM FREDERICO
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo



•Brincadeiras
É necessário que você esteja bem familiarizado com a melodia, a letra e os gestos regionais: Dom
que são representados na brincadeira Dom Frederico, garantindo a fluidez que se Frederico. Nova
pede no momento de brincar. Escola. Disponível
em: https://youtu.be/
É importante que as crianças já tenham vivenciado algumas atividades que as
DK7Gbu5ABuA. Acesso
convidem a traçar estratégias de participação e de interação, de se relacionar em: 29 jun. 2021.
com os colegas, buscando sincronia entre movimentos e canções para cumprir os
desafios propostos.

Sugestão de leitura
 Materiais
•Dom Frederico.
Mapa do brincar.
•  Um equipamento para reprodução de áudio; Disponível em: http://
mapadobrincar.folha.
•  Pen drive ou CD com o áudio da brincadeira Dom Frederico ou outra
com.br/brincadeiras/
brincadeira com as mesmas características e que as crianças não conheçam; palmas/402-dom-
•  Cartaz com a letra da brincadeira Dom Frederico, escrita em letra imprensa frederico. Acesso em:
maiúscula. 29 jun. 2021.

 Espaços
Reserve um espaço aberto para a livre movimentação das crianças, que pode mudar conforme o envolvimento
e o interesse delas ao longo da vivência. Organize ainda um local para a realização da roda de conversa.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como é a percepção das crianças no reconhecimento do próprio corpo como instrumento de expres-
são, comunicação e ação?
2. Qual é a reação das crianças ao perceber que a brincadeira exige movimentos sincronizados e que
o desempenho da dupla depende disso? Apoiam-se na execução dos gestos?
3. Quais indicações revelam que a marcação de palavras com gestos e movimentos colabora para que
a turma realize as próprias investigações sonoras?

314
Atividade: Brincadeiras com palmas – Dom Frederico

 Para incluir todos


Proponha alternativas para a qualidade das interações. Trace estratégias para que uma criança ajude a ou-
tra. Se no grupo houver crianças com necessidades ou limitações físicas, sugira movimentos diferenciados que
acolham particularidades com naturalidade e qualidade relacional.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se reunir em roda com você. Conte às crianças A
que recentemente você assistiu a vídeos de brincadeiras que envolvem pal- Possíveis falas
mas e outros gestos e pergunte se elas também conhecem essas brincadeiras. do professor
Comente que, na infância, você brincava muito com os amigos e cite alguma — É engraçado o nome
brincadeira, dando o exemplo de como ela funciona, para contextualizar as dessa brincadeira, não
crianças. A partir disso, organize as falas e as demonstrações delas sobre as é mesmo? Como vocês
ideias que trazem. Após elas demonstrarem oral e corporalmente as brinca- acham que se brinca?
deiras que conhecem, comente que você trouxe uma brincadeira nova. — É uma brincadeira
cantada e, para
representar o que
Diga o nome da brincadeira e questione se alguém a conhece. Compartilhe
2 com o grupo que é uma brincadeira cantada, na qual também se faz uso de
estamos dizendo,
fazemos gestos e
gestos. Por isso, comente que primeiro terão de treinar os movimentos, bem movimentos. Faremos
como aprender a letra da canção. Caso alguém se recuse a brincar, aproveite essa interação em
o momento para estimular o envolvimento de outras formas, observando ou duplas, mas, primeiro,
vamos treinar sozinhos.
entrando na brincadeira posteriormente. A

Inicie a explicação da brincadeira. Primeiro, apresente a música que a embala.


3 Depois, revele que escreveu a letra em um cartaz e cante-a pausadamente,
indicando com o dedo o que está lendo. Em seguida, convide o grupo para
cantar com você. Após esse momento, considere inserir os gestos. Faça a re-
presentação dos movimentos vagarosamente, verso a verso. Comente que a
brincadeira se inicia batendo as palmas, fazendo os gestos devagar, e que a
velocidade, tanto da canção como dos gestos, vai aumentando a cada repe-
tição. Convide uma criança para demonstrar para a turma com você.

4 Atente-se para a apropriação da canção. Caso perceba a necessidade, consi-


dere um momento inicial em que elas brinquem algumas vezes apoiadas pela
canção reproduzida em áudio. Dessa maneira, poderão aprender de acordo
com ritmos e formas diversos que encontram para construir significados por
meio dos contextos vivenciados.

5 Após a apropriação da brincadeira, proponha o desafio de repeti-la sem o


apoio do áudio. Solicite que formem duplas e brinquem livremente. Desafie
as crianças a encontrar a melhor maneira de fazer os gestos. Lembre-as de
que algumas palavras indicam o que deverá ser feito. Combine com elas que
nesse momento da brincadeira vocês ainda não aumentarão a velocidade da
canção e dos movimentos. Engaje-as a partir da ideia de que farão alguns
treinos para que então partam para o maior desafio, que é cantar e gesticular

315
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

de maneira correta e em velocidades diferentes. Atente-se às ações dos pe-


quenos; se houver necessidade, medeie as situações e os desafios durante
a busca de sincronia das duplas. Interaja de modo a garantir que a vivência
seja positiva para todos.

6 Depois, convide as crianças para vivenciar o maior desafio: os diferentes níveis


de velocidade. Utilize números em ordem crescente (velocidade 2, 3 etc.) ou
animais que se locomovem em níveis diferentes de velocidades (como uma
lesma, uma tartaruga, um leopardo etc.). Então, convide as duplas a come-
çarem juntas o desafio. Inicie pela velocidade zero, convidando as crianças a
brincar lentamente. Depois, envolva-as em uma nova velocidade e vá aumen-
tando-a de acordo com a estratégia de marcação escolhida por você. Após
a chegada de todos na velocidade máxima da brincadeira, proponha a cada
dupla que realize o próprio desafio, brincando e combinando as velocidades
livremente. Nesse momento, observe como estão construindo estratégias para
vivenciar esse desafio.

Para finalizar
Quando perceber que o interesse da turma pela brincadeira está diminuindo, convide todo o grupo para
formar uma grande roda e conversar sobre a vivência. Inicialmente, convide os pequenos a contar sobre
suas percepções, comentando livremente acerca da atividade. Depois, paute-se nas impressões reveladas
por eles e nas observações feitas enquanto brincavam para lançar bons questionamentos e apoiar a cons-
trução desse momento de diálogo e partilha. Investigue quais foram os sentimentos, as impressões e os
desafios vivenciados pela turma nesse contexto. Em seguida, convide-os para a próxima proposta do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Convide as crianças ou as pessoas da comunidade que conhecem outras brincadeiras parecidas como essa
para compartilhar e ensinar novas formas de brincar. Traga também outras brincadeiras de palmas, como a
sugerida na atividade Identificando palavras que rimam, deste conjunto, e ensine-as em pequenos grupos,
com o intuito de que possam ensiná-las aos colegas. A ideia é que brincadeiras assim façam parte do cotidiano
da turma para que possam, ao brincar, fazer investigações sonoras por meio de diferentes linguagens.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis para uma roda de conversa e peça que tragam sugestões de brincadeiras de palmas
que eles faziam quando eram crianças. Assim, você promoverá um compartilhamento de experiências entre as
crianças e os adultos. Em seguida, possibilite que brinquem juntos.

316
Atividade: Recitando trava-línguas

 EI03EF03  EI03EF07  EI03EF08


RECITANDO TRAVA-LÍNGUAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para vivenciar a proposta, é fundamental que a turma já tenha o conhecimento de alguns trava-línguas por
meio de brincadeiras ou outras atividades ocorridas anteriormente. Também é recomendável que você leia o
livro sugerido para conhecer os trava-línguas antes de apresentá-los.

 Materiais Sugestão de leitura



•Enrosca ou
•  Um livro de trava-línguas, como o Enrosca ou desenrosca: adivinhas, desenrosca:
trava-línguas e outras enroscadas; adivinhas,
trava-línguas e outras
•  Três trava-línguas da obra para cada criança;
enroscadas. Autoras:
•  Outros livros com trava-línguas para utilizá-los ao final da proposta, Maria José Nóbrega
ampliando as possibilidades de contato com o jogo verbal desses textos; e Rosane Pamplona.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. Ilustrações: Marcelo
Cipis. (Moderna, 2005).

 Espaços
Organize um espaço para a apresentação do livro de forma confortável e que possibilite a visualização coletiva
da obra. Considere que depois as crianças vão formar trios. Sendo assim, organize o espaço atentando-se a isso.

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que indica que as crianças se atentam aos aspectos dos trava-línguas: repetições de palavras,
palavras muito parecidas na pronúncia e jogo verbal?
2. De que maneira a atividade proposta possibilita que estabeleçam novas relações com as palavras?
Quais estratégias trazem para pronunciar os trava-línguas, evitando travas na dicção das palavras?
3. Quais estratégias utilizam para escolher os trava-línguas? Utilizam-se da memória? Revisitam o livro?
Utilizam o sumário? Procuraram pelas páginas ou por palavras conhecidas?

 Para incluir todos


Proponha alternativas para a qualidade das interações e trace estratégias para que uma criança ajude a outra.
Caso você considere o desafio proposto na atividade complexo demais para algumas delas (por exemplo: crian-
ças com comprometimentos na fala), indique outro trava-língua com menos rigor para a recitação ou proponha
que haja papéis de atuação diferenciados na turma para que todos participem da atividade com engajamento.

317
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

O QUE FAZER DURANTE

1 Com todo o grupo em roda, diga que você trouxe um livro no qual as autoras
brincam com as palavras, por meio de trava-línguas. Investigue se as crianças
sabem o que são trava-línguas e se conhecem algum. Em caso afirmativo, con- A
vide-as a partilhá-los; em caso negativo, explique o que são e dê exemplos. Possíveis falas
Após acolher as falas e entrar em contato com os trava-línguas conhecidos do professor
delas, apresente o livro. Conte que essa é uma obra cheia de trava-línguas. — Aqui começam os
Diga que, dentre os trava-línguas trazidos por elas, algum pode fazer parte trava-línguas. Aqui está
da obra. Assim, revele a página em que ele se encontra, leia o texto e mostre escrito Trava-línguas
a ilustração que o acompanha. e outras enroscadas,
referindo-se à página
que antecede os
2 Na sequência, inicie a exploração do conteúdo do livro. Para isso, informe o trava-línguas.
título, indique os nomes das autoras e do ilustrador. Considere apresentar a — Por que será que
parte da obra destinada aos trava-línguas, a partir da página 31. Convide as as autoras usaram o
crianças a observar as ilustrações e incentive-as a investigar se conhecem termo “enroscadas”? Ele
ou se lembram de algum trava-língua a partir da percepção das ilustrações. combina com o termo
“trava-línguas”? Por
Proponha que recitem com você aqueles a partir dos quais conseguiram es- quê?
tabelecer relação com a imagem apresentada na obra. A

3 Em seguida, selecione cerca de cinco trava-línguas com a ajuda das crianças


e leia-os para todo o grupo, atentando-se à pronúncia e ao ritmo caracterís-
ticos do texto. Após cada leitura, faça uma pequena pausa para conversar so-
bre o que fala o trava-língua. Considere, por exemplo, se ele é sobre animais,
objetos ou pessoas e o que aconteceu com os personagens que o compõem.
Ao final da conversa, convide as crianças para recitar com você. Assim que
terminar a leitura e elas estiverem brincando de recitar alguns trava-línguas,
conte que você selecionou três. Mostre os três selecionados e leia-os para
elas, dando espaço para que interajam com os textos.

4 Logo após, combine com a turma a formação de trios, organize-os no espaço


e distribua os trava-língua para cada um deles. Oriente que eles olhem para o
texto e observem as palavras e as ilustrações presentes em cada um. Passado
um tempo de exploração e de brincadeira, proponha que escolham um trava- B
-língua para recitar para a turma. As crianças vão ensaiar e depois recitá-los Possíveis falas
para os colegas. É possível que elas necessitem de ajuda para se lembrar de do professor
trechos e para garantir o ritmo que esse tipo de texto demanda ao ser recitado. — O que vocês
já testaram para
Procure circular por todos os trios para oferecer apoio às crianças. Observe harmonizar a recitação?
5 — Há alguma outra
quais estratégias usam para memorizar e harmonizar a recitação. Considere
ideia de como podem
ler o trava-língua para o trio ou sugira que recitem-no de forma mais lenta, recitar para que todos
pronunciando cada palavra e aumentando a velocidade aos poucos. Entretan- pronunciem as palavras
to, antes de qualquer intervenção, busque primeiro entender quais estratégias corretamente?
elas consideram trazer para qualificar a memorização e a recitação do texto. — Posso ajudar com
Possibilite que testem as hipóteses e investiguem formas de aprendizados. Ob- essa sua ideia, sim!
Então, vou ler uma frase
serve que os pequenos podem estabelecer gestos que os fazem lembrar do
do trava-língua e vocês
texto. Acolha e potencialize essa forma de expressão para que partilhem as a repetem.
estratégias em trios. B

318
Atividade: Recitando trava-línguas

6 Ao observar que os trios começam a dominar os trava-línguas que escolheram


recitando-os sem se equivocar muito, sinalize que em um minuto os grupos se
reunirão para o recital. Passado esse tempo, organize as crianças em semicír-
culo e convide o trio que dará início ao recital para se posicionar e recitar o
trava-língua. Convide a turma para aplaudir o trio que se apresentou e depois
chame o próximo trio para recitar o trava-língua.

7 Após o recital, possibilite às crianças que partilhem com todo o grupo as im-
pressões acerca da construção de estratégias para a memorização do texto,
revelando quais táticas utilizaram para facilitar a memorização e para pronun-
ciar as palavras sem enrolar ou travar a língua. Nesse momento, considere
apoiar-se nas observações que fez para mediar o diálogo.

Para finalizar
Após a conversa, para valorizar ainda mais o envolvimento das crianças com a leitura de trava-línguas,
disponha as outras obras que você selecionou para a proposta. Convide-as a manusear os livros, a fim de
observar os trava-línguas presentes neles. Combine que elas poderão fazer isso em pequenos grupos, a
partir do que observam na obra, apoiando-se umas às outras.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Convide as crianças para conversar com os funcionários da escola, perguntando se eles conhecem algum
trava-língua. Caso conheçam, peça que os recitem para elas e, depois, peça a elas que também os recitem.
Proponha aos pequenos que convidem os colegas das outras salas para brincar com os trava-línguas que apren-
deram. Considere também que, após a ampliação do repertório, a turma pode construir um livro de trava-línguas
e ilustrações em formato digital ou físico.

 Engajando as famílias
Disponha, em um espaço da escola, um equipamento para reprodução de áudio, um tablet, por exemplo,
com a gravação do recital das crianças feita por você. Por meio de um breve texto que contextualize a proposta
registrado em um cartaz, convide os responsáveis para apreciar o recital de trava-línguas da turma. Outra pos-
sibilidade é organizar uma apresentação aos adultos, conforme o calendário da escola.

319
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

 EI03CG02  EI03CG03  EI03EF02


BRINCANDO COM A
SONORIDADE DAS
PALAVRAS
Tempo sugerido: 40 minutos

Sugestão de leitura
O QUE FAZER ANTES
•Parara parati.
Mapa do brincar.
Disponível em: http://
 Contextos prévios mapadobrincar.folha.
com.br/brincadeiras/
É importante que as crianças do grupo já tenham vivenciado algumas brinca- palmas/424-parara-
parati. Acesso em:
deiras em que estratégias de participação e interação em duplas tenham sido 29 jun. 2021.
experimentadas, como na atividade Brincadeiras com palmas – Dom Frederico,
deste conjunto. Também é importante que você conheça a brincadeira Parara parati.
Sugestões de vídeo

•Brincadeiras
 Materiais de palmas nas
diversas regiões
do Brasil. Território
•  Um vídeo da brincadeira Parara parati;
do brincar. Série
•  Um equipamento para reprodução de áudio; MiniDocs. Disponível
•  Um equipamento para exibição de vídeo; em: https://youtu.be/
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. u0THpCXhyjw. Acesso
em: 29 jun. 2021.

•Parara parati. Jogo
 Espaços de mão. Brincadeira
tradicional. Canal
Parabolé. Disponível
Observe a necessidade de um espaço confortável para a realização da roda de em: https://youtu.be/
conversa, que acontecerá no início da proposta, bem como a visualização do vídeo. xLfCkvIuyto. Acesso
Depois do vídeo, as crianças formarão duplas. Considere a flexibilidade do espaço em: 29 jun. 2021.
para beneficiar essa organização e a necessidade de movimentação dos pequenos
ao longo da vivência.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se engajam na construção de aliterações para a brincadeira? Apoiam umas às


outras? Acolhem as ideias do grupo? Trazem contrapontos considerando as vogais?
2. De que modo seguem os gestos sugeridos no vídeo ou criam novos, considerando o contexto e os
pares envolvidos na brincadeira?
3. Quais estratégias estabelecem para adequar o corpo à brincadeira? Encontram maneiras que tornam
os movimentos mais fáceis e harmoniosos, ficando mais próximas de sua dupla?

320
Atividade: Brincando com a sonoridade das palavras

 Para incluir todos


Proponha alternativas para melhorar a qualidade das interações: trace estratégias para que uma criança ajude
a outra. Se na turma houver crianças com necessidades ou limitações físicas, sugira movimentos diferenciados
que acolham as particularidades com naturalidade, favorecendo a qualidade relacional e, principalmente, a
participação ativa de todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se reunir em roda com você. Comente que assis-
tiu a um vídeo de brincadeiras com música e movimentos corporais, retoman-
do as brincadeiras desse tipo que a turma conhece. Depois, convide-as para
assistirem ao vídeo Brincadeiras de palmas nas diversas regiões do Brasil e
oriente-as para que se acomodem, garantindo que todas as crianças consi-
gam visualizar a projeção. Confira se todas estão confortáveis e então inicie
a exibição do vídeo. Aprecie-o junto a elas e proponha uma conversa sobre
as brincadeiras representadas no vídeo.

2 Após a conversa, diga que uma brincadeira chamou mais a atenção e que vai A
retornar o vídeo para que possam visualizá-la. Retorne ao tempo de 1m26s,
Possível ação
momento em que a brincadeira Parara parati é representada. Convide as crian- das crianças
ças para que observem com atenção e tentem perceber detalhes da brinca-
•Algumas crianças
deira. Ao término, investigue com elas as mudanças presentes na brincadeira. prestarão mais atenção
Nesse momento, pergunte se saberiam dizer o que muda entre a primeira, a nos gestos realizados,
segunda e a terceira vez que a brincadeira é realizada. Escute atentamente enquanto outras
as ideias que elas trazem e observe se alguma delas traz a percepção de que vão focar na canção
que acompanha a
há mudança na sonoridade das palavras da canção. Caso nenhuma criança brincadeira; outras
traga essa observação, indique-a. Chame a atenção para a letra da música ainda observarão
e para a troca de vogais. Para evidenciar as mudanças, convide-as para que detalhes como a
assistam à brincadeira mais uma vez. A alteração sonora.

3 Quando forem percebidas as mudanças de sonoridade na canção, converse


com as crianças e convide-as para que pensem sobre de quais outras formas
poderiam cantar e como ficaria a música. Organize as falas e possibilite que
experimentem e testem as possibilidades. Traga para o momento um contexto
lúdico em que os pequenos ampliam o repertório para a brincadeira de forma
divertida. Acompanhe as investigações que eles farão para construir as novas
versões e atente-se para as mais variadas formas de construção. Não interfira
ou chame a atenção direta quanto à alteração das vogais para a mudança
da sonoridade da brincadeira. Possibilite que eles testem e troquem entre si,
potencializando a investigação. Acolha as percepções das crianças, inclusive
se forem trazidas consoantes como uma nova possibilidade.

4 A partir disso, convide as crianças para que, em duplas, criem gestos e brin-
quem com a canção. Após certo tempo de brincadeira, proponha que cada
dupla escolha uma variação da letra da música (ou seja, uma vogal) para que
brinquem criando gestos novos. Diga que depois elas vão apresentar essa

321
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

nova forma aos colegas. Combine que você vai gravar as apresentações para
que depois compartilhem o vídeo com outras turmas e com os responsáveis.
Combine com as duplas o tempo que terão para treinar o jogo de mãos com
a variação da vogal escolhida. Conforme for indicado que estão prontas, peça
a todo o grupo que se acomode novamente em roda.

Para finalizar
Organize as apresentações, combinando qual dupla será a primeira e qual é a sequência das demais.
Ressalte que, assim que a dupla iniciar a apresentação, você dará início à gravação. Portanto, nesse mo-
mento, é necessário que as outras crianças cuidem para não interferir na apresentação, de modo a garantir
a qualidade da gravação da voz e dos movimentos corporais dos colegas.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Instigue as crianças a cantar ou falar sobre canções ou parlendas que conhecem. A partir disso, proponha
que elas escolham uma canção ou parlenda de que gostam e se organizem em duplas ou trios para brincar
fazendo alterações nas palavras a partir da inserção de vogais. Considere filmar essas novidades para compor
uma coletânea de brincadeiras cantadas da turma.

 Engajando as famílias
Organize um momento de cinema na sala e prepare pipoca. Peça às crianças que elaborem ingressos e con-
videm as outras turmas, os responsáveis e quem mais quiser participar. Compartilhe com o público o vídeo das
brincadeiras cantadas da turma. Se não for possível gravar e apresentar o vídeo, planeje um dia para que haja
uma apresentação aberta ao público, conforme o calendário da escola.

322
Atividade: Identificando palavras que rimam

 EI03EO03  EI03EF07  EI03EF09


IDENTIFICANDO PALAVRAS
QUE RIMAM
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para vivenciar a proposta, é necessário que você já tenha recitado a parlenda Hoje é domingo para as crianças
em outras situações e que elas já conheçam o texto de memória. Também é interessante que elas já tenham
contato diário com a leitura e a escrita desse e de outros gêneros. As crianças serão divididas em pequenos
grupos, por isso organize-os previamente e considere agrupá-las por níveis de conhecimentos acerca da cons-
trução da escrita, para que você, ao lançar desafios, oportunize estratégias diferenciadas para cada grupo.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Livro Quem canta seus males espanta;
•Quem canta seus
•  Uma parlenda do livro. Sugestão: Hoje é domingo; males espanta. Vol. 1.
•  Um cartaz com a letra da parlenda escrita em letra imprensa maiúscula, Autora: Theodora
respeitando a organização do texto em versos; Maria Mendes Almeida.
•  Duas filipetas de cartolina e lápis para cada pequeno grupo; (Caramelo, 1998).
•  Materiais para atividades de livre escolha, como jogos, massinha e faz de conta.

 Espaços
Organize um espaço de roda para apresentar o livro de forma confortável, onde seja possível o contato e a
visualização por todos. Preveja que nesse mesmo espaço haverá apresentação do cartaz com o texto da parlenda.
Organize os materiais da atividade de livre escolha para o revezamento dos pequenos grupos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que indica que as crianças observam palavras, sons e característica rítmica? Quais estratégias
utilizam para encontrar as rimas?
2. De que forma a atividade proposta possibilita a investigação sobre como cada uma das partes do
texto é registrada por escrito? Como verificam a disposição em linhas? O que indica que perceberam
que o texto estabelece relações entre as palavras?
3. Como acontece a vivência em grupo? De que forma acolheram a indicação da conversa entre si para
a discussão de hipóteses? Como trazem as justificativas para sustentar as escolhas diante dos demais
colegas?

323
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

 Para incluir todos


Proponha alternativas para a qualidade das interações. Trace estratégias para que uma criança ajude a ou-
tra. Considere as características de sua turma e estude qual a melhor forma de apresentar a parlenda. Se for
necessário, traga o áudio como opção ao invés da escrita do texto.

O QUE FAZER DURANTE

1 Solicite às crianças que se acomodem em roda e, enquanto vocês se organi-


zam nos lugares, fale sobre a escolha do livro. Depois, mostre o exemplar e
investigue o que sabem sobre ele. Pergunte se o conhecem, se sabem qual
tipo de texto há nele e como poderemos encontrar o texto que vamos ler. Se
for uma prática recorrente com a turma, é possível que alguns falem do ín-
dice (em geral, livros de parlendas e poesias possuem um índice). Caso as
crianças não tragam essa alternativa, faça uma breve conversa sobre o livro:
procure o título e mostre-o com o dedo durante a leitura e a página indicada.
Converse sobre como, a partir do índice, encontrar a página na qual está a
parlenda. Mostre o texto ainda no livro e inicie a leitura. Leia o primeiro verso
e convide-as a dar continuidade.

2 Compartilhe com a turma que, como a ideia é brincar com as palavras, você
registrou a letra da parlenda em um cartaz. Apresente o cartaz às crianças e
coloque-o em um local que todas possam visualizar. Proponha uma recitação
coletiva, mas, dessa vez, acompanhe com o dedo o ritmo da leitura. Depois,
converse com elas sobre o texto. Instigue-as a buscar onde se inicia o pri-
meiro verso; onde termina; do que fala essa parlenda; entre outras questões
presentes no texto. A ideia é ajudar os pequenos a identificar a sequência de
palavras e ações apresentadas, bem como a estrutura do texto em versos.
Busque encorajá-los em suas investigações e a arriscar palpites.

3 Ainda com todo o grupo, compartilhe a estrutura das parlendas: diga que são
pequenos versos repetidos e rimados. Investigue o que as crianças conhecem
sobre rimas e incentive-as para que encontrem algumas; lance perguntas que
as desafiem a relacionar e organizar as ideias a respeito do entendimento das
rimas. Sugestão: engaje a turma em uma brincadeira de rimas com os nomes
das crianças. Inicie a brincadeira e depois peça que elas façam o mesmo.
Acolha as estratégias que elas trazem. Observe que o importante nesse mo-
mento é encorajá-las a compartilhar suas hipóteses sobre rimas, mesmo que
tenham equívocos, como dizer que “Pedro” combina com “peixe” (indicando
que começam com o mesmo som).

4 Explique às crianças que, para que continuem o desafio de encontrar rimas,


elas terão de se reunir em pequenos grupos. Conte que você vai acompanhar
um grupo por vez e que preparou uma proposta de livre escolha para quem
não estiver com você na atividade. Entregue duas fichas de cartolina para o
grupo que ficou com você e oriente as crianças para que escrevam duas pa-
lavras da parlenda que o grupo considere que rimam. É importante indicar

324
Atividade: Identificando palavras que rimam

que elas podem se apoiar no texto escrito no cartaz. Solicite que dialoguem
com os colegas para decidirem as hipóteses que vão considerar, justificando
entre si as escolhas. Observe como o grupo está construindo hipóteses de es-
crita e apoie-o, conforme a estratégia que traçou mediante o conhecimento
acerca da escrita que as crianças têm. Faça questionamentos que as ajudem
a reorganizar ou avançar nas hipóteses delas. Assim que o grupo considerar
que finalizaram o desafio, propicie a troca de grupos.

5 Depois, reúna todo o grupo e peça aos pequenos que compartilhem as pa-
lavras encontradas com os colegas. Nesse momento, incentive-os a pensar
sobre as palavras escolhidas, convidando-os para que digam, por exemplo,
qual parte dessas palavras rimam e o que elas têm de parecido.

Para finalizar
Após a brincadeira reflexiva, retome o cartaz da parlenda para verificar com as crianças se todas as pa-
lavras que rimam no texto foram encontradas. Nesse momento, busque apoiá-las e observe suas estraté-
gias. Incentive que uma ajude a outra. Considere que não há problema se alguma palavra ficou de fora.
Convide-as para se organizar com o intuito de vivenciar a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize a atividade com outras parlendas, poemas e poesias ou traga o desafio de encontrar as rimas de
outra maneira. Por exemplo: escreva o texto da parlenda no cartaz sem as palavras que rimam (ou seja, com
os versos incompletos) e deixe um espaço adequado para a inserção das palavras que faltam. Prepare fichas
com essas palavras e leia os versos para que as crianças identifiquem qual par os completaria. Procure utilizar
essa diversidade de gêneros textuais no dia a dia e lembre-se de, sempre que possível, mostrá-los em seu por-
tador. Explore, ainda, novas propostas com rimas, inspirando-se na atividade Fazendo rimas a partir de uma
parlenda, do conjunto Textos poéticos.

 Engajando as famílias
Prepare com as crianças uma lista de cinco palavras e envie-a para casa. Comunique aos responsáveis que
elas estão brincando de descobrir rimas e solicite a ajuda deles para encontrar rimas para as palavras da lista.
Compartilhe que os pequenos, no retorno para a sala com o desafio alcançado, serão convidados a socializar
as descobertas com os demais colegas. Assim, poderão comparar ou até mesmo descobrir várias palavras que
rimam.

325
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

 EI03EO03  EI03EF02  EI03EF07  EI03EF09


BRINCANDO COM PALAVRAS
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, é recomendável conhecer o poema Rima ou combina, que será a referência para
a atividade. É fundamental que as crianças já tenham explorado as dimensões sonoras das palavras, por meio
de brincadeiras ou outros contextos de aprendizagens, como as atividades sugeridas neste conjunto. Divida a
turma intencionalmente em pequenos grupos, de acordo com os diferentes saberes das crianças, de forma que
possam colaborar entre si diante de algum desafio.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Livro Rima ou combina?;
•  Grupos de palavras escritas ou impressas em pedaços de papel, que
•Rima ou combina?.
Autora: Marta Lagarta.
servirão de base para as combinações;
Ilustrações: Suppa.
•  Papel sulfite A3; (Moderna, 2007).
•  Riscantes como lápis, giz de cera, lápis de cor, canetas hidrográficas;
•  Cola;
•  Jogos que as crianças possam brincar com autonomia.

 Espaços
Organize um espaço de roda de conversa confortável e de boa visualização do livro por todas as crianças.
Disponibilize nas mesas um kit para cada pequeno grupo com cola, sulfite e riscantes. Prepare um ambiente
com jogos em um canto da sala, para que aqueles que terminarem antes possam brincar enquanto aguardam
os outros grupos finalizarem a atividade.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Na observação do livro, quais hipóteses as crianças levantam acerca da obra? Sugerem temas
apoiados nas ilustrações? Constroem hipóteses acerca do gênero textual?
2. Como as crianças se engajam na construção de novas composições inspiradas no poema? Apoiam-se
umas às outras? Apoiam-se no livro buscando inspiração em gravuras, por exemplo?
3. Quais estratégias trazem acerca da combinação das palavras? Observam a sonoridade? Fazem as-
sociações entre letras ou palavras conhecidas?

326
Atividade: Brincando com palavras

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada uma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar em roda com você. Diga que pre-
parou a leitura de um poema do livro de Marta Lagarta. Conte que a autora
escreve textos divertidos e que, nesse livro, somos convidados a pensar sobre
os critérios utilizados para juntar as palavras em uma brincadeira e que isso A
pode inspirar suas combinações. Possíveis falas
do professor

2 Apresente a obra começando pela capa. Leia o título, o nome da autora e o — Estou intrigada
nome do ilustrador. Instigue as crianças para que sugiram que tipo de brinca- com uma parte deste
deira há naquele livro, apoiadas pela observação da capa e do título. Conti- pequeno texto! Vou reler
para vocês e vocês me
nue incentivando as impressões do grupo, folheando o livro e convidando as dizem o que pensam
crianças para terem novas percepções, a partir do conteúdo interno da obra. sobre o trecho: “Poesia
Nesse movimento, observe se elas levantam hipóteses acerca do gênero tex- rima e combina com
tual presente na obra por meio da observação da disposição gráfica do texto. fantasia?”.
Em seguida, revele que o livro é composto por quatro poemas e leia o título — Poesia e fantasia
rimam? Combinam?
de cada um deles, conforme for passando as páginas. Ao chegar ao final,
Como assim?
engaje a turma na brincadeira presente no texto da contracapa da obra. A
B
3 Diga que, para a atividade, vocês lerão e brincarão com o poema Rima ou Possíveis falas
combina. Inicie a leitura, atentando-se ao fato de ser um poema brincante. do professor
Destaque o ritmo, a entonação, a dicção das palavras e as pontuações pre-
— Sei por que “vaca”
sentes no texto. Por exemplo: em algumas estrofes, há pontos finais e, em e “café” não rimam,
outras, interrogações, que convidam o leitor e o ouvinte a pensarem sobre mas combinam! A vaca
a indagação presente no texto. Ao concluir a leitura, observe se as crianças dá o leite e a gente
percebem as rimas e os jogos de sentido das palavras. adora tomar café com
leite! Café e leite são
deliciosos juntos e
4 Releia cada estrofe do texto, fazendo uma pausa para conversar com o gru- combinam.
po sobre a ideia da brincadeira do poema. Ou seja, investigue o porquê de a — Vaca também
autora compor aquela estrofe, indicando se as palavras rimam ou combinam. pode combinar com
Instigue as ideias das crianças, trazendo provocações, apoiando as relações achocolatado, não é
e valorizando as descobertas. B mesmo?

5 Diga que você trouxe um desafio. Conte que a ideia é que, inspirada no poe-
ma da autora, a turma se organize em pequenos grupos que combinarão
novas “rimam ou combinam” com duplas de palavras. Instigue as crianças
para que reflitam sobre como podem assumir o desafio mantendo a lógica
da brincadeira do poema.

6 Disponha no centro da roda um dos grupos de palavras que preparou. Leia


cada uma delas e instigue as crianças para que façam a junção de algumas du-
plas de palavras, indicando se rimam e combinam, se rimam e não combinam

327
Unidade: Investigando palavras e sonoridades

ou se combinam e não rimam, sem esgotar as possibilidades. Investigue com


o grupo o motivo de algumas junções, trazendo para a reflexão o sentido da
rima ou do campo semântico existente entre elas.

7 Diga que cada pequeno grupo receberá um grupo de palavras daquele que
está no centro da roda para que produzam “rima e combina”. Depois, apre-
sente a composição dos grupos pensada por você. Combine com as crianças
que, no pequeno grupo, primeiro vão decidir se vão construir um “rima e com-
bina”, um “rima e não combina” ou “um combina e não rima” e depois esco-
lher a dupla de palavras. Incentive que façam isso respeitando as opiniões e,
depois, indique que todo material necessário estará organizado nas mesas. C
Possíveis falas
8 Apoie a acomodação das crianças nas mesas e circule entre os grupos, a fim do professor
de observar como estão pensando na combinação e nas rimas. Instigue-as
— Vocês querem rimar
para que pensem sobre qual palavras vão rimar e não combinar ou não ri-
e não combinar ou
mar mas combinar. Incentive as crianças a, além de reconhecer as palavras, combinar e não rimar?
pensar no sentido de cada uma. Observe que o campo semântico pode gerar Que palavras podem
alguns desafios entre elas. Possibilite, nesses conflitos, mediações que as usar?
convidem a ampliar e sistematizar os conhecimentos acerca das palavras. — Vou deixar vocês
Depois, combine com elas que se organizem para registrar ou colar as duplas pensando e vou para
o outro grupo. Depois
de palavras no papel sulfite, enquanto você passa para outro pequeno grupo, volto aqui!
apoiando-o, se necessário. C

Para finalizar
À medida que os pequenos grupos vão terminando, convide-os para organizar o material e brincar com
os jogos até que os outros finalizem. Depois, convide as crianças para organizar o espaço e se sentar
em roda para compartilhar o “rima ou combina”. Em seguida, convide-as para a próxima proposta do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos Sugestão de leitura



•Você troca. Autora:
Considere, no cotidiano do grupo, a leitura de outros poemas brincantes que Eva Furnari. Ilustrações:
Eva Furnari. (Moderna,
motivam a reflexão acerca do sentido das palavras. Você pode se inspirar na ativi-
2011).
dade Não confunda! Uma brincadeira com rimas, do conjunto Textos poéticos.

 Engajando as famílias
Convide as crianças para que montem um painel com suas combinações de palavras e disponibilize algumas
fichas, com as expressões “rima e combina”, “rima e não combina” e “combina e não rima”, para que os respon-
sáveis e os funcionários possam relacionar as fichas às duplas de palavras escolhidas pelos pequenos grupos
e vice-versa. É possível, ainda, que os pequenos levem alguns grupos de palavras para casa, de modo a fazer
combinações com os adultos e, posteriormente, socializá-las com a turma.

328
19
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

ANIMAIS DOS BIOMAS


BRASILEIROS
As crianças têm fascinação pela natureza e manifestam especial interesse pelos ani-
mais, portanto, a temática pode gerar percursos investigativos que promovem o acesso
a uma vasta gama de conhecimentos sobre os animais, a diferentes formas de saber mais
sobre eles, bem como a atitudes importantes na relação com o mundo natural. O profes-
sor promove grandes oportunidades de aprendizagem e de descobertas nas mais dife-
rentes linguagens ao manter uma escuta atenta das ideias originais e das curiosidades
dos pequenos sobre o assunto.
Este conjunto é uma sequência didática e deve ser desenvolvido com a turma na or-
dem em que as atividades são apresentadas. Elas propõem uma consequente amplia-
ção de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discus-
sões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento.

329
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e
EI03EF01
escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

330
Atividade: Conversa sobre animais

 EI03EO04  EI03EF01
CONVERSA SOBRE ANIMAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a atividade, pesquise sobre os biomas brasileiros, a diversidade da fauna, aprofundando
seus conhecimentos sobre o assunto.

 Materiais
•  Playlist, pen drive ou CD com sons de floresta e animais selvagens, de preferência um que não tenha
sons muito específicos de animais para não restringir as hipóteses das crianças;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Uma cartolina e um marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Papéis, lápis de cor, giz de cera para registro das crianças;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Prepare a sala com o áudio com sons de floresta e animais selvagens. Organize o espaço de forma a favorecer
o deslocamento das crianças. A proposta envolve momentos de roda de conversa, de movimentação corporal
ampla e de trabalho em pequenos grupos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que expressões verbais e gestuais demonstram o interesse das crianças pelo tema?
2. Que referências elas utilizam ao criar expressões corporais durante a imitação dos animais?
3. De que maneira as crianças comunicam ideias? Quais os principais desafios para o diálogo nos grupos?
Como resolvem esses desafios?

 Para incluir todos


Favoreça que todas as formas de expressão estejam incluídas nos momentos de roda e de trabalho em grupo
e auxilie na comunicação entre as crianças, sempre que isso se fizer necessário.

331
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para entrar na sala preparada com o áudio com sons de
floresta e animais selvagens. Observe as reações, as hipóteses e os diálogos. A
Após alguns minutos de interação, abaixe o volume do áudio e reúna todo Possível ação
das crianças
o grupo em roda. Pergunte às crianças sobre os sons que estão ouvindo: de
onde é, o que percebem, que elementos naturais são captados e o que sen- crianças
•As
tem ao ouvir esses sons. Conte que os sons são de uma floresta e questione demonstrarão
curiosidade e
se conhecem alguns animais que vivem nesse ambiente. Conversem sobre
conversarão sobre as
quais animais mais gostam e o porquê e de onde os conhecem. Diga que vai impressões e sobre
registrar o nome dos animais citados em forma de lista na cartolina, para o que estão ouvindo,
que possam fazer a leitura e ver quais já são conhecidos pelo grupo. Essa lis- como som de água e
ta será retomada na atividade Escolha de animais para conhecer melhor, de aves.
deste conjunto. A

2 Depois de todos terem tido oportunidade de se expressar e de a lista estar


concluída, faça a leitura com o grupo e problematize sobre os sons que es-
ses animais fazem e como se movimentam pela floresta. Informe que você vai
aumentar o volume do som da floresta e que a sala ficará cheia de animais.
Proponha, então, uma brincadeira em que poderão utilizar o corpo para de-
monstrar os movimentos e os sons dos animais. Brinque com eles, deslocan-
do-se pela sala. Interaja descobrindo os animais que estão imitando, imite um
animal também e convide uma criança que estiver tímida para circular pelo
espaço com você, observando e identificando os animais que os colegas es-
tão imitando.

3 Abaixe novamente o volume do som e organize a turma em pequenos grupos.


Proponha uma discussão e um levantamento de hipóteses em grupo sobre
quais dos animais listados são brasileiros e vivem em florestas do Brasil. Peça
aos grupos que registrem, por meio de escrita ou desenho, as conclusões às
quais possam chegar. As crianças também podem recorrer à lista feita inicial-
mente ou solicitar ajuda ao professor e aos colegas. Combine com os grupos
o tempo que terão para essa etapa.

4 Enquanto as crianças conversam nos grupos, observe e anote as hipóteses que


levantam para responder à questão sugerida: que conhecimentos mobilizam
para definir quais animais são brasileiros; como expressam e recebem ideias;
quais questionamentos são levantados durante a discussão e quais critérios
utilizam na definição da forma do registro (escrita ou desenho).

5 Após o término do tempo combinado, convide as crianças para retornar a


roda a fim de socializar as hipóteses; cada pequeno grupo deve apresentar
um registro e contar por que classificou determinados animais como brasilei-
ros. Problematize sobre quais foram os animais que apareceram mais vezes

332
Atividade: Conversa sobre animais

nas listas e questione por que será que isso aconteceu e onde vivem esses B
animais. Explore esse momento de investigação fazendo questionamentos a Possível ação
partir das respostas das crianças. É nessa argumentação que elas elaboram das crianças
hipóteses e constroem conhecimentos. Diante das diferentes respostas apre- pequenos poderão
•Os
sentadas, pergunte como podem fazer para descobrir se os animais são bra- levantar sugestões de
sileiros ou não. Sugira que os registros sejam posteriormente reproduzidos, pesquisar na internet,
nos livros, perguntar a
para que cada um os leve para casa e realizem uma pesquisa sobre quais alguém que conhecem
animais realmente são brasileiros. B e que supõem que
saiba responder.
Para finalizar
Convide os pequenos grupos para fixar os registros em um local acessível a todos, como um varal, um
mural ou a parede da sala. Esclareça que, para confirmar, os registros serão retomados após as pesquisas.
Organizem os materiais utilizados na atividade e retomem a rotina do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à atividade levantando os conhecimentos que as crianças têm sobre os animais listados.
Elas podem escolher o animal preferido e fazer o registro das informações que conhecem sobre eles, por meio
de desenho ou hipóteses de escrita, para compartilhar com a turma.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete com as crianças contando aos responsáveis que elas brincaram de animais da floresta e
listaram alguns deles; agora, precisam descobrir se são ou não brasileiros. Envie uma cópia da lista elaborada
pelo grupo e peça aos adultos que ajudem nessa investigação. Convide, se possível, algum responsável que
tenha conhecimento na área (biólogo, cientista, veterinário) para conversar sobre a diversidade da fauna bra-
sileira em um dia combinado.

333
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

 EI03EO06  EI03EF01
ESCOLHA DE ANIMAIS
PARA CONHECER MELHOR
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestões de leitura



•Portal da
Faça uma pesquisa sobre a fauna dos diferentes biomas brasileiros, mas não biodiversidade. ICMbio.
é necessário que as crianças aprendam esse tipo de nomenclatura. Garanta nas Disponível em: https://
imagens a diversidade e inclua os animais brasileiros da lista realizada na atividade portaldabiodiversidade.
icmbio.gov.br/portal/.
Conversa sobre animais, deste conjunto. É importante que já tenha ocorrido a Acesso em: 30 jun. 2021.
socialização das pesquisas realizadas em casa, confirmando e compartilhando as
•Animais dos biomas
descobertas sobre quais dos animais listados são realmente do Brasil. brasileiros: exemplos
de espécies. Sua
Pesquisa. Disponível
 Materiais em: https://www.
suapesquisa.com/
mundoanimal/animais_
•  Imagens de animais brasileiros, contendo legenda com o nome deles. biomas.htm. Acesso em:
Garanta animais conhecidos ou de sua região, mas privilegie também 30 jun. 2021.
animais de outras regiões do país;
•Catálogo taxonômico
•  Alguns modelos de catálogos, como de plantas, de insetos, do zoológico da fauna do Brasil.
JBRJ. Disponível em:
local, de animais para adoção, de animais em extinção etc.; http://fauna.jbrj.gov.
•  Lista produzida na atividade Conversa sobre animais, deste conjunto; br/fauna/listaBrasil/
•  Uma cartolina e um marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor); ConsultaPublicaUC/
•  Lápis de cor, giz de cera para registro das crianças; ConsultaPublicaUC.do.
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade. Acesso em: 30 jun. 2021.

 Espaços
Planeje para que a atividade ocorra na sala. Cuide para que os materiais estejam acessíveis, no campo de
visão das crianças e na altura delas, como em varais, mesas ou painéis.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais expressões, gestos e falas demonstram o interesse e a curiosidade das crianças em relação
aos animais brasileiros e aos temas relacionados?
2. Que fontes de informação elas expressam conhecer quando apresentam hipóteses para a pesquisa?
3. Quais critérios as crianças utilizam na escolha dos animais que querem conhecer melhor?

334
Atividade: Escolha de animais para conhecer melhor

 Para incluir todos


Inclua todas as formas de comunicação durante o compartilhamento coletivo de ideias e hipóteses, tais como
expressões faciais e corporais. Ofereça catálogos diversos aos pequenos, para que todos compreendam do que
se trata e assim tenham autonomia na construção do catálogo da turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Antes de a turma entrar na sala, antecipe que você organizou uma exposição
de animais brasileiros. Convide as crianças para entrar e circular pelo espa-
ço, observando as imagens. Atente-se para os diálogos que desenvolvem:
quais hipóteses levantam; se fazem relação com as listas desenvolvidas nos
pequenos grupos da atividade Conversa sobre animais, deste conjunto; se
mostram preferência por alguns animais; se utilizam a legenda para ler o nome A
do animal; quais relações estabelecem entre as imagens, os conhecimentos Possíveis falas
prévios e as vivências pessoais. Registre suas observações, pois elas guiarão do professor
sua atuação na atividade e em outros momentos de sua prática. — De qual animal vocês
mais gostaram? Por quê?
2 Caminhe entre as crianças e faça intervenções que as instiguem a estabe- — Achei esse animal
lecer relações, levantar questionamentos e formular hipóteses, apurando o muito interessante! O
que vocês acham?
olhar, aguçando as descobertas e promovendo a troca de ideias durante a
— O que mais o
observação. Peça a elas que imaginem os sons que esses animais produzem interessou aqui? Quando
e como se movimentam no ambiente em que vivem. Interaja com elas sobre fizemos a nossa primeira
hipóteses relacionadas a isso e proponha comparações entre os animais, po- lista vocês comentaram
dendo buscar apoio nos catálogos disponibilizados. Enquanto conversam e sobre esse aspecto, não
elaboram respostas aos próprios questionamentos e aos dos colegas, elas é mesmo?
— Será que temos como
poderão usar o próprio repertório, que podem ser filmes, livros, vivências de saber qual o nome desse
uma visita ao zoológico, viagens etc. Sugira que brinquem imitando os animais animal?
da exposição e explorem a expressão corporal. A

Convide os pequenos para que se sentem em roda e incentive-os a contar o que


3 acharam dos animais da exposição, o que mais chamou a atenção deles, quais
animais já conheciam e de onde. Possibilite que todos expressem suas opiniões e
pergunte se identificaram, dentre os animais expostos, alguns da lista produzida
na atividade Conversa sobre animais, deste conjunto. Retome com as crianças
a lista e façam juntos a verificação. Lembre-as da pesquisa realizada em casa
para conferir as hipóteses quanto aos animais que são brasileiros e estão ou
não na exposição. Estimule-as a compartilhar conhecimentos e suposições sobre
os hábitats dos bichos. Problematize a partir do que elas forem respondendo,
provocando a investigação, a argumentação e a elaboração coletiva.

4 Ainda na roda, conversem sobre os animais que gostariam de conhecer mais.


Liste no quadro aqueles citados pelas crianças. Sugira que escolham cinco ou
seis para pesquisar. Procure garantir a diversidade de animais (biomas e cate-
gorias diferentes). Após a definição dos animais a serem pesquisados, pergunte
às crianças o que gostariam de saber sobre eles. Diga a elas que você fará o re-
gistro das curiosidades em uma cartolina, para que possam retomá-las durante

335
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

a pesquisa. Finalizado o registro, problematize sobre onde podem encontrar as


informações que desejam e anote as sugestões. B B
Possíveis falas
Combine com as crianças que a pesquisa acontecerá na atividade Pesquisa do professor
5 sobre animais, deste conjunto, e, para que todos os animais sejam pesquisa- — O que é importante
dos, elas devem se dividir em pequenos grupos, de acordo com o interesse saber sobre esses
de cada uma. Use as imagens dos animais escolhidos para colaborar na orga- animais?
— Será que todos
nização dos grupos. Caso haja muitos integrantes em um e poucos em outro,
vivem no mesmo lugar,
proponha às crianças que sugiram maneiras de fazer a distribuição equilibrada comem as mesmas
entre os grupos, para que todos os animais sejam incluídos. coisas e têm os mesmos
hábitos?
6 Depois, nos pequenos grupos, proponha às crianças que registrem, no cartaz,
o nome do animal que pesquisarão e os nomes dos integrantes do grupo. Com-
partilhe com elas que a função desse cartaz é deixar registrada a organização C
que fizeram hoje para a atividade de pesquisa. Incentive as crianças para que Possível ação
registrem também, por meio de escrita espontânea ou de desenho, os conheci- das crianças
mentos prévios, as hipóteses ou ainda as informações que foram compartilha-
•Elas podem, por
dos na roda sobre o animal em questão. Observe as hipóteses delas durante exemplo, copiar o nome
a escrita, quais conhecimentos mobilizam, quais estratégias utilizam. Ofereça do animal com base na
legenda da imagem.
apoio, quando necessário, ou proponha auxílio entre as crianças. C

Para finalizar
Peça aos pequenos grupos que forem concluindo os registros para que coloquem os cartazes em locais
visíveis e acessíveis. Em seguida, solicite que colaborem com o recolhimento e a organização dos materiais
utilizados. Convide-os, então, para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outro momento, compartilhe a ideia da elaboração de um catálogo como forma de organizar as pesquisas e
as descobertas, informando que essa é uma organização utilizada pelos cientistas que pesquisam, por exemplo,
plantas e animais. Apresente os modelos de catálogos às crianças e possibilite que manuseiem, interajam e
façam perguntas sobre eles. Depois que a turma comentar o que observou e as impressões sobre os catálogos,
retome o levantamento realizado a respeito do que querem saber sobre os animais e instigue os pequenos a
fazer a busca dessas informações para elaborarem o catálogo dos animais escolhidos. Avalie, ainda, a pos-
sibilidade de fazer uma visitação externa a um zoológico, museu ou a uma exposição itinerante sobre o tema
dos animais brasileiros. Há diversos institutos e ONGs que acolhem animais silvestres que também podem ser
visitados virtual ou presencialmente.

 Engajando as famílias
Redija um bilhete com as crianças, contando sobre a vivência, a escolha dos animais e o propósito de pesquisar
sobre eles em pequenos grupos. Peça aos responsáveis que apoiem as pesquisas e as investigações, enviando
para a escola imagens, livros, vídeos, relatos orais ou escritos, endereços de sites, reportagens e catálogos
sobre os animais dos biomas brasileiros. Combine a data para o envio dos materiais de pesquisa.
336
Atividade: Pesquisa sobre animais

 EI03EF09  EI03ET03  EI03ET04


PESQUISA SOBRE ANIMAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestões de leitura

Na atividade, é importante selecionar e organizar os recursos enviados pelos


•Livro vermelho
das crianças. Autores:
responsáveis, garantindo materiais variados e adequados para a pesquisa em sala. Otávio Borges Maia e
Tino Freitas. (Instituto
Brasileiro de Informação
 Materiais em Ciência e Tecnologia,
2015). Disponível em:
•  Cartaz das curiosidades sobre os animais escolhidos, produzido na https://livroaberto.ibict.
br/handle/1/1056. Acesso
atividade Escolha de animais para conhecer melhor, deste conjunto; em: 30 jun. 2021.
•  Materiais para pesquisa em que possam ser encontradas as curiosidades
•Abecedário de bichos
listadas pelas crianças no cartaz, como enciclopédias, reportagens, textos brasileiros. Autor:
informativos, catálogos, imagens, sites, livros infantis, relatos etc.; Geraldo Valério. (WMF
•  Vídeos sobre o tema; Martins Fontes, 2016).

•Animais. Ciência
•  Um equipamento para reprodução de áudio e de imagem; Hoje das Crianças.
•  Modelos de catálogos utilizados na atividade Escolha de animais para Disponível em: http://
conhecer melhor, deste conjunto; chc.org.br/?s=animais.
•  Fichas (em quantidade suficiente) para preencher com as informações Acesso em: 23 jul. 2021.
pesquisadas, contendo os itens que as crianças querem saber sobre o
•Modelo de ficha. Nova
animal; Escola. Disponível em:
https://nova-escola-pro-
•  Cartazes contendo as divisões dos grupos e as hipóteses sobre o animal ducao.s3.amazonaws.
que escolheram, produzidos na atividade Escolha de animais para com/gd2VeDnZ4A-
conhecer melhor, deste conjunto; 3D8xksRYVDCMW7P-
•  Canetas hidrocor, lápis grafite, lápis de cor e giz de cera; 9JtyhQ7FnUzwRSmE-
•  Materiais para atividades de livre escolha que as crianças já realizam com WaZg4mrPHuj2jMewjuc/
edi3-28und03-mode-
autonomia, como modelagem, jogos de encaixe, entre outros; lo-de-ficha.pdf. Acesso
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. em: 30 jun. 2021.

 Espaços
Planeje a atividade na sala, organizada de forma que um pequeno grupo trabalhe com a pesquisa em um
espaço e o restante esteja envolvido em outras propostas que possam realizar com autonomia.
No espaço destinado à pesquisa, deixe os recursos de áudio e vídeo instalados e os materiais impressos
acessíveis aos pequenos. Opte por organizar os materiais com as crianças em cantos ou estações de atividades.

337
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que critérios as crianças utilizam para selecionar a fonte de informação que vão utilizar na pesquisa?
Quais as estratégias utilizadas na busca das respostas?
2. Como realizam os registros na ficha? Quais estratégias utilizam para registrar? Em que momentos
recorrem ao material impresso?
3. Por qual forma de registro que as crianças optam? Fazem registros com segurança e tranquilidade?
Solicitam ajuda dos colegas ou do professor para ser escriba?

 Para incluir todos


Para que as ações ocorram de modo harmonioso, é necessário apoio constante do professor e entre as pró-
prias crianças, respeitando interesses e auxiliando se houver dificuldades. Esteja pronto para ler os materiais de
interesse e ofereça recursos além dos impressos, como áudios e vídeos, para que todas participem efetivamente
do processo de investigação.

O QUE FAZER DURANTE

1 Retome com todo o grupo a primeira conversa sobre os animais; as listas


com as suposições de quais eram brasileiros; a pesquisa para confirmação;
a exposição e a escolha de alguns para conhecer melhor; suas curiosidades;
as divisões dos pequenos grupos e os registros produzidos. Peça às crianças
que observem os cartazes contendo as divisões dos grupos e as hipóteses so-
bre os animais que escolheram. Leiam juntos o cartaz com as curiosidades e A
informe que esse será o momento da pesquisa sobre o que querem saber do Possíveis ações
animal que escolheram. Compartilhe as fichas contendo os itens que desejam das crianças
pesquisar e conte que um grupo de cada vez vai investigar sobre o animal crianças podem
•As
escolhido, preencher as fichas e, depois de todos terem concluído, juntá-las optar por buscar as
para organizar o catálogo. respostas de uma
questão por vez. Para
Retome com as crianças o que é um catálogo. Disponibilize novamente os isso, podem dividir as
2 fontes de informação
catálogos para que leiam e manuseiem entre os pares. Peça a quem desejar entre elas para que
para expor sobre o que é, o que contém, como é organizado e o que chamou todas pesquisem sobre
a atenção nos catálogos manuseados. Conversem sobre os materiais sele- do que o animal se
cionados em casa com os responsáveis e que serão utilizados na pesquisa e alimenta, por exemplo.
conte que você também separou alguns recursos. Ao encontrarem a
resposta, compartilham
umas com as outras e
3 Diga às crianças que um dos grupos fará a pesquisa sobre o animal escolhido combinam quem fará o
enquanto os outros poderão realizar atividades de livre escolha. Esclareça que registro.
os outros pequenos grupos farão a pesquisa em outros dias. Com o grupo
•Também podem dividir
que fará a pesquisa já reunido, levante combinados para a organização do as questões: cada uma
trabalho. Sempre que se fizer necessário, sugira que retomem as fichas para procura sobre um tema
e faz o registro quando
lembrar o que devem pesquisar. Diga a elas que você pode ajudá-las lendo encontrar.
algum material que desejarem. A

338
Atividade: Pesquisa sobre animais

Observe se elas estão dividindo as tarefas e se todas estão envolvidas e par- B


4 ticipando da atividade. Faça intervenções que apoiem a organização e o foco Possíveis falas
do grupo. Se houver entre as crianças uma liderança que assuma esse papel do professor
naturalmente, observe e atue somente se necessário, garantindo o protago- — Vocês já combinaram
nismo delas. Faça registros fotográficos, que serão utilizados quando o catá- quem ficará responsável
logo for apresentado, na atividade Apresentação do catálogo de animais, por registrar sobre a
locomoção?
deste conjunto. B — O que descobrimos
sobre onde vive este
5 Observe se os recursos estão sendo bem utilizados. Caso haja algum livro ou animal?
informativo deixado de lado, chame a atenção das crianças para sua utiliza- — Enquanto ele faz o
ção. Conforme as informações são descobertas, elas devem registrá-las nas registro, quem vai buscar
fichas, por meio de desenho e escrita espontânea. Por se tratar de fichas que a próxima resposta?
— Vamos dividir os
farão parte de um catálogo a ser compartilhado com outras pessoas, devem materiais para procurar
conter também a escrita convencional das respostas feita por você como es- sobre esta questão?
criba. Quando alguém encontrar uma curiosidade sobre o animal, incentive-o — Você já observou
a compartilhar com os colegas do grupo. esta imagem da
enciclopédia?
— O que podemos
Quando a investigação estiver sendo concluída, avise as crianças que em
6 alguns minutos será o momento de organizar os materiais. Se ainda ficar al-
concluir observando o
corpo do animal?
guma parte da ficha para completar, combine com o grupo outro dia para dar
continuidade. Após o tempo combinado, sugira a socialização dos registros,
C
conferindo se todos concordam e se há algo a acrescentar ou retirar. Retome
o cartaz que contém o nome dos integrantes do grupo e as hipóteses sobre o Possível fala
do professor
animal escolhido, incentivando a comparação entre as hipóteses iniciais e o
resultado da pesquisa. C — O que já sabiam que
encontraram nessa
pesquisa? O que mais
Para finalizar aprenderam sobre esse
Peça às crianças que colaborem com a organização do espaço. Lembre animal que não sabiam?
esse pequeno grupo de que a mesma dinâmica se dará nos próximos dias
com os demais.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize com os demais grupos novas atividades que possam realizar com autonomia durante o período em
que aguardam a pesquisa do grupo da vez. Compartilhe com todo o grupo essa organização e os momentos
da rotina em que vão acontecer. É possível também envolver os pequenos pedindo sugestões de atividades.

 Engajando as famílias
Se possível, sugira alguns vídeos utilizados ou complementares às pesquisas, para que os responsáveis assistam
com as crianças em casa. Envie um bilhete com o link do vídeo e incentive-os a assistir e conversar sobre ele.
Caso queiram, proponha que compartilhem sobre a vivência por meio de mensagem, vídeo, áudio ou desenho.

339
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

 EI03EO03  EI03EF01
ORGANIZANDO O CATÁLOGO
DE ANIMAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, é indispensável que todos os pequenos grupos já tenham realizado as pesquisas.

 Materiais
•  Fichas sobre o animal pesquisado, preenchidas na atividade Pesquisa sobre animais, deste conjunto;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Recursos para produção do catálogo, como papel tipo color set ou cartolina, lápis de cor, lápis grafite,
borracha, apontador, giz de cera, papéis para recorte, cola, tesoura e régua, para serem usados em
pequenos grupos;
•  Jogos que as crianças já realizam com autonomia, como dominó, jogo da memória e quebra-cabeças;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade aconteça na sala, preparada de modo que haja espaço para a roda e, em seguida,
interações em pequenos grupos. Separe um espaço com os materiais para um grupo trabalhar nas demandas
do catálogo e outro com os cantos de jogos para que os demais realizem com autonomia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que expressões corporais e verbais as crianças realizam para demonstrar interesse pelo tema dos
animais e pela construção do catálogo?
2. Que diferentes atuações e participações desenvolvem durante a atividade em grupo? Como elas
expressam os conhecimentos e as experiências anteriores à realização das tarefas?
3. Como se dá a interação entre as crianças? Em que momentos é possível observar a cooperação entre
elas? No caso de haver conflitos, como os resolvem?

 Para incluir todos


A atividade requer um trabalho coletivo e colaborativo durante todo o processo de planejamento e desenvol-
vimento da tarefa escolhida para a organização do catálogo. Para que essas ações ocorram de modo tranquilo,
é necessário o apoio constante do professor e entre as próprias crianças. Sendo assim, trace estratégias para
incluir todas na proposta.
340
Atividade: Organizando o catálogo de animais

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo na roda e conversem sobre como foi o trabalho de pes-
quisa. Peça às crianças que contem do que mais gostaram de fazer e de des-
cobrir nas pesquisas, em qual recurso conseguiram encontrar as informações
que buscavam, as dificuldades encontradas, como as superaram, em que mo-
mentos trabalharam em equipe e o que aprenderam e ensinaram aos colegas.
Instigue-as para que percebam a variedade dos recursos utilizados pelos gru-
pos: um pode ter se pautado mais em vídeos, outro, em livros, por exemplo.

2 Distribua as fichas dos animais para cada grupo que as fez. Sugira que, um
por vez, os pequenos grupos apresentem os registros das pesquisas e falem
sobre o animal pesquisado. Apoie a leitura da ficha, se necessário. Convide os
demais a participar, elaborando perguntas para os colegas do grupo que está
apresentando, expondo impressões sobre o que aprenderam com a pesquisa
ou compartilhando conhecimentos e vivências sobre o animal em questão.
Após a apresentação de cada grupo, favoreça que compartilhem a ficha para A
que a turma possa manusear, observar e ler os registros. Possíveis falas
do professor

3 Retome com as crianças o propósito de organizar um catálogo e problematize — Agora que já temos
o que precisarão para isso. Diga a elas que vai registrar as sugestões em um as fichas prontas, o
cartaz para que organizem os passos da construção do catálogo de animais que precisamos fazer
para construir o nosso
brasileiros. Atente-se para a ordem de trabalho do planejamento (por exem-
catálogo? O que deve
plo: o índice deve ser produzido após a numeração das páginas). Disponibilize conter nele?
os catálogos observados anteriormente pela turma para apoiar a conversa. — Que tipo de
Provavelmente, as sugestões das crianças conterão itens como: capa, índice, ordenação existe
número nas páginas e montagem (encadernação). Questione sobre a ordem nos catálogos que
que os animais serão colocados no catálogo e registre no cartaz a ordem das observamos?
— Como faremos nossa
fichas, de acordo com o que ficou combinado. Por exemplo: organizar em or- organização?
dem alfabética, por espécie dos animais, entre outros. A

Após a turma finalizar a lista, levante mais um questionamento para a dis- B


4
cussão: pergunte sobre o compartilhamento do catálogo quando ele estiver Possível ação
pronto. Observem juntos um calendário, marque o dia em que farão o com- das crianças
partilhamento e defina com a turma o público para que se possa elaborar os crianças podem
•As
convites. Registre ao final do cartaz todas as decisões coletivas, bem como escolher apresentar
a data do evento. B o catálogo para uma
ou mais turmas da
escola, compartilhá-lo
5 Proponha a divisão em pequenos grupos para realização das demandas. Por com os responsáveis
exemplo: um deles ficará responsável por preparar a capa, outro por ordenar ou realizar um evento
as fichas, outro por numerá-las, outro para fazer o índice, outro pela monta- de lançamento, para
gem e outro para produzir os convites. Os grupos não precisam ter a mesma depois disponibilizá-lo
quantidade de crianças. Observe se todas as demandas foram contempladas na biblioteca da escola.
e se há mais crianças do que o necessário desejando realizar a mesma ação,
ou outras divergências. Se for preciso, retome a importância de cada tarefa
e como cada uma contribuirá na construção do catálogo, valorizando todas
as etapas. Dialoguem trocando ideias sobre como resolver as pendências e
depois registre a organização.

341
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

6 Informe que você vai acompanhar um pequeno grupo, mas que também es-
tará disponível caso alguém precise de auxílio nas outras propostas. Com
a turma já dividida nas atividades que irão realizar, acompanhe o primeiro
pequeno grupo na produção da capa. Promova uma conversa sobre como
estão pensando em fazê-la, o que observaram nas capas dos catálogos que
manusearam, que informações não podem faltar, se terá só escrita ou também
alguma imagem, o que precisa estar em destaque e que cores utilizar para
destacar. Conversem sobre a divisão de tarefas no grupo, quem ficará respon-
sável por escrever, desenhar, colorir. Realize as intervenções de forma que as
crianças aprimorem a capacidade de trabalhar em equipe, elaborando e ex-
pressando ideias e opiniões, bem como ampliando a escuta das manifestações
dos colegas. Faça registros fotográficos do grupo realizando as produções.

Para finalizar
Avise os pequenos quando estiver encerrando o tempo proposto para a atividade. Peça a eles que cola-
borem com o recolhimento e o armazenamento dos materiais. Lembre-os de que essa mesma dinâmica se
dará nos próximos dias para a realização do trabalho com os outros grupos. O cartaz com o registro das
demandas e divisão de grupos deve ser fixado na sala, em local acessível, para que todos acompanhem.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à proposta, promovendo a realização das demandas listadas com os demais grupos, apoian-
do-os, sempre a partir de produções iniciais. Por exemplo: acompanhando o grupo que fará a numeração das
páginas, veja se é necessário ter o suporte da sequência numérica ou se as crianças conseguem realizá-la a
partir da própria memória. No momento de ser elaborado o índice, acompanhe-as na escrita (ou cópia) do nome
dos animais e as respectivas páginas. Na produção dos convites, dialoguem no pequeno grupo sobre para quem
serão destinados, quais informações precisam ter, qual será o formato, que recursos utilizarão e qual será a
divisão de tarefas entre os integrantes. Ao final, proponha que socializem entre os grupos como ficou o catálogo.
Planeje ainda a distribuição dos convites e, se desejarem, reservem ou produzam elementos decorativos para
o dia do compartilhamento do catálogo.

 Engajando as famílias
Envolva os responsáveis nesse processo construindo com as crianças um painel de fotos do trabalho em
equipe, contando sobre a divisão de tarefas e expondo o catálogo.

342
Atividade: Apresentação do catálogo de animais

 EI03EO04  EI03EF01
APRESENTAÇÃO DO
CATÁLOGO DE ANIMAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é necessário já ter enviado o convite (feito pelas crianças) às pessoas com quem elas es-
colheram compartilhar o catálogo (responsáveis, outras turmas, funcionários ou comunidade em geral). Se for
opção da turma, vocês já devem ter planejado e elaborado elementos para a decoração da sala. É importante
definir o que for necessário com a gestão da escola, como limpeza e arrumação prévia dos espaços.

 Materiais
•  Catálogo de animais brasileiros elaborado pela turma;
•  Outros materiais utilizados durante a pesquisa, como vídeos, imagens dos animais pesquisados, livros,
revistas, informativos, enciclopédias, catálogos, áudios com sons da natureza;
•  Um equipamento para reprodução de imagem e de áudio;
•  Fotografias tiradas durante o processo de pesquisa e organização do catálogo;
•  Elementos decorativos (se houver);
•  Recursos para organização da exposição: cartolina, papel kraft, lápis grafite, etiquetas, marcador
gráfico (pincel e caneta hidrocor), apontador, fita adesiva, cola, tesoura.

 Espaços
A organização do espaço será realizada pelas crianças. O local escolhido pode ser a sala, a biblioteca ou um
auditório, a depender de quem elas escolheram convidar, da quantidade e do tipo de público.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças escolhem os recursos para a organização do espaço? Como se dá a interação


entre elas para essas escolhas?
2. Que expressões verbais e gestuais as crianças utilizam para compartilhar os conhecimentos e as
vivências que foram significativos a elas durante as atividades?
3. Como elas se comunicam com os convidados? Demonstram segurança e tranquilidade? Em que situa-
ções isso fica evidente?

343
Sequência: Animais dos biomas brasileiros

 Para incluir todos


A atividade envolve diversidade de recursos e linguagens para a apresentação do percurso do grupo durante
a investigação. Sendo assim, as crianças têm múltiplas possibilidades de envolvimento e interação, conforme
suas preferências. Converse com elas sobre essas possibilidades, buscando estratégias para que todas partici-
pem e respeitem as individualidades.

O QUE FAZER DURANTE

Com todo o grupo reunido, retome o propósito de compartilhamento do ca- A


1
tálogo de animais brasileiros da turma. Proponha uma conversa para decidir Possíveis falas
sobre como vão expor o catálogo e os materiais que serviram de apoio às do professor
pesquisas. Enriqueça a discussão com questionamentos. A — Com a chegada dos
convidados, em que
Diga às crianças que, para que os convidados saibam como foi o processo local eles vão encontrar
2 o catálogo?
de elaboração do catálogo, elas poderão usar os recursos utilizados na pes-
— O que é importante
quisa e, ainda, expor as fotos dos processos de criação. Conversem sobre os dizer sobre ele?
elementos de que dispõem para compor o ambiente e planejem a organiza- — Como iremos
ção, registrando as soluções encontradas para a organização dos recursos. apresentá-lo?

3 A partir do registro, decidam a maneira de apresentar cada um dos elemen-


tos. Vocês podem, por exemplo, combinar que uma criança de cada grupo B
explique sobre a ficha do animal pesquisado. É importante promover a refle- Possíveis falas
xão sobre aspectos relacionados às diferenças individuais. Algumas crianças do professor
podem se sentir mais à vontade para se expressar oralmente, interagindo — Quem vai apresentar
mais com os convidados, dialogando e esclarecendo as dúvidas, enquanto o catálogo?
outras podem assumir funções como operar os equipamentos de transmissão — É necessário ter um
grupo de crianças diante
de vídeo e áudio. B do painel de fotografias?
O que elas contarão
4 Planejem como será a dinâmica de recepção dos convidados. Por exemplo: aos convidados? Quem
primeiro será apresentado o catálogo, depois terão tempo para circular pelo gostaria de ficar com
espaço e interagir com os elementos expostos e, ao final, ocorrerá um en- essa tarefa?
— E na transmissão
cerramento. É importante que conversem sobre como vão interagir com os
dos vídeos, quem serão
visitantes em cada momento: como vão recepcioná-los, o que as pessoas os responsáveis? Que
costumam dizer ao receber convidados, onde vão acomodá-los, o que dirão informações podem dar?
na despedida e como podem expressar gratidão por terem aceitado o convite.

5 Proponha às crianças que se dividam em pequenos grupos e escolham o


que querem organizar na sala, seguindo o que ficou acordado com todo o
grupo em relação à organização do espaço. Observe como se dividem e faça
intervenções se um grupo ficar muito maior que outro ou se um dos materiais
não for escolhido, levantando ideias para solucionar tais questões. Indique
o tempo que terão para essa organização, respeitando o horário combinado
para a chegada dos convidados.

6 Enquanto as crianças organizam os recursos, circule entre os grupos e observe


como trabalham em equipe. Apoie as instalações e incentive a colaboração
entre elas. Ao terminar a organização, verifique se está tudo pronto como o

344
Atividade: Apresentação do catálogo de animais

planejado, se querem mudar ou acrescentar algo na arrumação, se todos os


elementos estão visíveis, se há espaço para acomodar os convidados e para C
a circulação. Oriente-as a fazer as alterações necessárias. Retome a dinâmi-
Possíveis falas
ca planejada e faça os últimos combinados, revisando a divisão de tarefas e do professor
a disposição dos pequenos pelo ambiente, conforme as ações que vão de-
— Você poderia explicar
sempenhar. aos nossos convidados o
que é um catálogo?
7 Receba os convidados no ambiente preparado. Incentive as crianças respon- — Conte para eles como
sáveis pelo acolhimento inicial para que digam palavras de boas-vindas aos foi a escolha do animal
visitantes, conforme conversaram no planejamento: apresentando o catálogo pesquisado e fale um
pouco sobre as fontes de
de animais brasileiros da turma e indicando onde podem se acomodar.
informação.
— Por que você não
8 Com todos acomodados, iniciem a apresentação do catálogo. Apoie, sempre convida aquele grupo
que necessário, quem fará a explicação para os visitantes. Ao final, as crian- para assistir ao vídeo?
ças podem convidá-los a circular pelo espaço, conhecer a história da elabo- — Fale aos visitantes
ração do catálogo e as investigações que realizaram por meio dos elementos o que vocês estavam
fazendo quando esta
expostos. Atente-se a como elas interagem com os convidados. Circule pelo foto foi tirada.
espaço e observe os diálogos, auxiliando quando necessário. C

Para finalizar
Após a interação dos convidados com as crianças e com os recursos disponíveis, convide-as a encerrar a
interação com a atividade planejada. Por exemplo: com o áudio dos sons de animais e uma brincadeira de
imitação. Aproveitem juntos esse momento de descontração e brincadeira. Depois, oriente a turma a agra-
decer a presença dos convidados e sugira a eles que se manifestem sobre esse tempo de compartilhamento.
Dê a oportunidade para que as crianças também expressem opiniões e impressões sobre a vivência.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode dar continuidade à proposta, realizando uma conversa sobre como foi a apresentação do catálogo
e avaliando os pontos positivos, bem como o que poderão melhorar em uma próxima oportunidade que inclua
convidados. Vocês também podem elaborar catálogos com temas diferentes, de acordo com o interesse das
crianças, gerando novas pesquisas.

 Engajando as famílias
Caso os convidados não sejam os responsáveis, combine um momento para que estes também conheçam o
catálogo, em uma reunião ou em um momento de entrada e saída. O catálogo também pode estar na biblioteca
circulante, sendo levado para casa por uma criança a cada vez.

345
20
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

MÚSICAS REGIONAIS
As crianças aprendem sobre o mundo com base em suas vivências, por isso a diversi-
dade e as especificidades culturais são importantes elementos do currículo da Educação
Infantil: promovem aprendizagens relativas ao mundo social, à valorização das cultu-
ras locais, às diversas funções da escrita e à construção das identidades dos pequenos.
Ao interagir e apreciar músicas regionais, as crianças terão assegurados os direitos de
aprender a explorar, a se expressar, a se conhecer, a conviver, a participar e a brincar com
diferentes sons, ritmos, timbres e gestos.
Este conjunto compõe uma sequência didática e deve ser desenvolvido com a turma
na ordem apresentada. As atividades propõem uma consequente ampliação de desafios
por meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discussões e aos recursos
utilizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

346
Sequência: Músicas regionais

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções,


EI03CG01
tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.
Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de
EI03TS01
faz de conta, encenações, criações musicais, festas.
Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas
EI03TS03
produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.
Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e
EI03EF01
escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.
Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares
EI03ET06
e da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Traços, sons, cores


e movimentos e formas

Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

347
Sequência: Músicas regionais

 EI03EO04  EI03EO06  EI03CG02


FESTA DO BUMBA MEU BOI
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestão de vídeo
 Contextos prévios
•Uma conversa
sobre Bumba meu
É fundamental que você pesquise sobre a festa do Bumba meu boi para que possa boi no Maranhão.
incentivar a investigação das crianças e o respeito pelas diferentes culturas. Se essa Território do Brincar.
festa ocorre em sua região, você terá mais elementos para enriquecer a atividade Disponível em: https://
e para encaminhar as proposições. Aproveite a oportunidade para valorização da youtu.be/yLo-3yKaslA.
Acesso em:
cultura local.
23 jun. 2021.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Vídeo de curta duração sobre a festa do Bumba meu boi;
•Bumba meu boi.
•  Um equipamento para reprodução de áudio e de imagem; Autores: Stela Barbieri
•  Livro que traga uma história e a dança do Bumba meu boi; e Fernando Vilela.
•  Materiais para desenho. Ilustrações: Fernando
Vilela. (Girafinha, 2007).

 Espaços
A atividade deve ser desenvolvida na sala ou em outro ambiente que permita a reprodução de vídeo e possi-
bilite a movimentação das crianças, reservando um canto para o material de desenho.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças relacionam as suas vivências pessoais com as novas experiências culturais que
estão experimentando?
2. De que forma manifestam interesse em conhecer outras culturas?
3. Como comunicam descobertas, ideias e hipóteses? Como consideram os diferentes aspectos investi-
gados?

 Para incluir todos


Pense na organização das crianças para que todas estejam envolvidas nas experiências propostas. Você pode
sugerir que algumas se sentem mais próximas ao equipamento de reprodução do vídeo para uma observação
mais atenta.

348
Atividade: Festa do Bumba meu boi

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar em uma roda. Inicie um diálogo per-
guntando a que tipo de festas as crianças já foram com seus responsáveis. Se
na turma houver crianças de outras cidades, outras regiões do país ou mesmo
de outros países, peça que contem como são as festas típicas de lá. Também
é possível que conheçam outras comemorações com as quais entraram em
contato a partir de viagens ou de vivências de seus responsáveis ou amigos.
Dê espaço para que falem sobre isso. Em seguida, pergunte se alguém já ou-
viu falar da festa do Bumba meu boi. Se ninguém a conhecer, conversem, a
partir do nome, sobre como imaginam ser esse evento. Os conhecimentos e
as experiências a respeito do Bumba meu boi variam de acordo com o local
em que está situada sua escola, mas a possibilidade de investigação de uma
cultura regional é instigante para todas as crianças.

2 Diga que vocês vão conhecer algumas canções da festa do Bumba meu boi
e reproduza apenas o som do vídeo. Escute as hipóteses levantadas sobre
a música, os instrumentos musicais e o enredo. Amplie as investigações so-
bre a festa perguntando sobre o que fala a música, quais instrumentos são
tocados, como será que as pessoas dançam e que roupas utilizam. Além
de comentar sobre a festa, as crianças podem experimentar movimentos e A
iniciar uma dança do Bumba meu boi à sua maneira.
Possível ação
das crianças
3 Reproduza, então, o vídeo completo (som e imagem) e favoreça as novas
descobertas sobre a festa. Envolva as crianças em observações quanto aos crianças podem
•As
aproveitar o som
diferentes elementos (vestimentas, instrumentos, dança, história e local) apre- e as imagens
sentados no material audiovisual. Faça pausas em momentos que achar opor- para se expressar
tuno, assim elas podem observar com mais calma um detalhe diferente, rever corporalmente,
um trecho da dança ou mesmo aproveitar para expressar corporalmente as imitando passos da
descobertas. Em uma dessas pausas, chame a atenção para o personagem dança assistida ou
criando os próprios
principal. Pergunte a elas se acham que o boi está no centro da festa e qual
passos.
será a história dele. Proporcione que novas hipóteses sejam compartilhadas. A

4 Proponha às crianças que conheçam mais sobre o boi e sobre a festa com
a leitura de um livro. Peça a elas que se acomodem em roda no espaço que
costumam usar para a leitura de histórias. Apresente o livro, mostre a capa
ou outra imagem e possibilite que elas a relacionem com o vídeo a que as-
sistiram. Leia a história e, ao terminar, incentive-as a falar sobre qual seria a
relação da história com o vídeo. Nesse momento, elas podem comentar sobre
o que gostaram de saber acerca da festa, qual personagem mais chamou a
atenção delas e manifestar-se corporalmente, caso queiram.

5 Reproduza novamente o vídeo para que as crianças tenham a oportunidade


de explorar a sonoridade dançando livremente. Observe se escolhem repre-
sentar um personagem ou apenas brincar com os movimentos do corpo. Caso
algumas delas não estejam interessadas na atividade, sugira o espaço de
desenho como uma possibilidade de representar a festa, os personagens ou
os colegas dançando.

349
Sequência: Músicas regionais

Para finalizar
Ao término da música, reúna todo o grupo e proponha que conversem com os responsáveis sobre a
festa. Peça às crianças para contar um pouco da história e de suas características. Instigue-as a sondar se
alguém de seu convívio conhece a festa, a história ou outros elementos relacionados ao Bumba meu boi.
Convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Inclua em sua rotina momentos de escuta de músicas relacionadas à festa do Bumba meu boi e às brincadeiras
ligadas a ela a partir das ideias que surgiram na atividade. Traga novas referências para ampliar o repertório das
crianças e programe uma visita a uma biblioteca ou a uma casa de cultura local que possua acervo referente
à festa do Bumba meu boi.

 Engajando as famílias
Apoie as crianças na construção de um cartaz com o objetivo de compartilhar com os responsáveis essa apren-
dizagem. Disponha-o em um local de movimento constante dos adultos e encaminhe uma pesquisa para saber
se alguém conhece a festa e pode compartilhar o que sabe sobre ela. Essas informações serão indispensáveis à
realização da atividade Outras maneiras de brincar de boi, deste conjunto. Caso algum responsável conheça
a festa, tenha fotos, instrumentos ou outros objetos típicos, convide-o, com antecedência, para compartilhar as
vivências dele com os pequenos.

350
Atividade: Outras maneiras de brincar de boi

 EI03TS01  EI03EF01  EI03ET06


OUTRAS MANEIRAS DE
BRINCAR DE BOI
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Pesquise o contexto das brincadeiras do Boi de mamão que ocorrem na região sul do país. Conheça os per-
sonagens da festa e a sequência em que aparecem, assim poderá ampliar as possibilidades de investigação
das crianças. Para realizar a atividade, é necessário também combinar com os responsáveis sobre o envio das
informações e dos registros da pesquisa solicitada na atividade Festa do Bumba meu boi, deste conjunto.

 Materiais
•  Pesquisa realizada com os responsáveis, na atividade Festa do Bumba Sugestões de vídeo
meu boi, deste conjunto;
•Brincadeiras
•  Um equipamento para reprodução de áudio e de imagem; regionais – Sul.
•  Vídeo com apresentação do Boi de mamão; Produtora: Nova
•  Áudio das canções 1, 8 e 9 do CD Boi de mamão, que apresentam os Escola. Disponível em:
https://youtu.be/-
personagens da festa; PqcLuQbokw. Acesso
•  Cartazes com as letras das canções, em letra imprensa maiúscula; em: 29 jun. 2021.
•  Máscaras, microfones e instrumentos musicais disponíveis na escola de mamão.
•Boi
(pandeiros, maracás e tambores, por exemplo); Produtor: Núcleo de
•  Materiais de largo alcance, como caixas de papelão ou de ovos, tecidos, Desenvolvimento
Infantil da Universidade
embalagens de iogurte, tubos de papelão, lã, cabos de vassoura e outros Federal de Santa
materiais que possam ser interessantes para a proposta; Catarina. Disponível
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. em: https://youtu.be/
SkUazTZEYSI. Acesso
em: 29 jun. 2021.
 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida na sala ou em outro ambiente que favoreça a reprodução de áudio e vídeo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como ocorre o envolvimento das crianças ao compartilhar as experiências? Como elas demonstram
interesse em compartilhar experiências e conhecer as informações apresentadas pelos colegas?
2. Quais elementos envolvidos nas apresentações mais chamam a atenção delas?
3. Como acontece a exploração de sons e movimentos corporais durante a encenação livre? Que critérios
usam para formar seus pares durante a vivência?

351
Sequência: Músicas regionais

 Para incluir todos


Como a proposta prevê o uso de áudios e vídeos, organize situações de ajuda entre as crianças. Favoreça
um ambiente agradável e convidativo onde todas se sintam motivadas a participar. Valorize as hipóteses e os
comentários delas acerca da manifestação cultural. Durante a encenação livre, garanta um espaço adequado
à movimentação e evite locais com degraus, piso muito liso ou ocupado por muitos móveis.

O QUE FAZER DURANTE

Reúna as crianças em roda e peça que compartilhem o que descobriram com


1 os responsáveis sobre a festa do Bumba meu boi. Elas podem apresentar
relatos, fotos e objetos que trouxeram, se houver. Aproveite para proble-
matizar as informações que trazem, perguntando em que lugar ocorreu a
festa registrada na foto ou como acham que a festa foi organizada. Objetos
podem ajudar a construir um contexto. Por exemplo: se uma criança traz um
pequeno boi de cerâmica, você pode perguntar por que acham que aquele
boi pode representar o boi da festa e se existe alguma semelhança entre ele
e o que viram no vídeo da atividade anterior. Isso também poderá acontecer
a partir de um instrumento musical. Fique atento se as crianças trazem infor-
mações de diferentes formas de dançar o boi. Mostre ao grupo algum objeto
que possibilite a conversa, caso nenhuma delas tenha trazido algo. A partir
desse diálogo, pergunte se já ouviram falar do Boi de mamão. Convide-as
a conhecer essa brincadeira típica da região sul do Brasil.

2 Proponha às crianças que assistam a um vídeo que mostra como se brinca de


Boi de mamão em Santa Catarina. Em seguida, poderão brincar com os cole-
gas. Diga que podem escolher um personagem e observar como ele partici-
pa enquanto assistem ao vídeo da festa. Observe as reações delas enquanto
assistem (falas e gestos, associações que fazem com o Bumba meu boi e se
relacionam alguma característica do Boi de mamão com relatos trazidos de
casa). Depois do vídeo, converse sobre o que gostaram e como as crianças
do vídeo brincavam com o boi. Chame a atenção delas aos demais persona-
gens além do boi, de modo que comentem o que observaram sobre eles e a
possível função deles nessa festa.

3 Convide as crianças para conhecer mais sobre esses personagens. Diga que
vão ouvir três canções, uma para cada um deles. Peça que fiquem atentas para
perceber quais são. Se elas desejarem, reproduza os áudios algumas vezes.
Sugira que cantem ou acompanhem o ritmo batendo palmas ou realizando
movimentos expressivos. Depois de ouvir as músicas, mostre que você trouxe
cartazes com a letra das canções que falam sobre os personagens. Apresente
os cartazes e negocie com os pequenos um lugar de fácil acesso para dispo-
nibilizá-los, em que possam sempre visualizar. Outros materiais apresentados
durante a conversa inicial também podem compor esse espaço.

4 Pergunte sobre o que precisarão para brincar de Boi de mamão. Proponha


que escolham um personagem da festa e convide as crianças para brincar.
Diga que trouxe alguns objetos que elas poderão escolher para improvisar o

352
Atividade: Outras maneiras de brincar de boi

personagem escolhido. Se notar que alguma delas ainda está indecisa, aju- A
de-a para que possa construir o personagem ou, se preferir, auxiliar algum Possíveis falas
colega e brincar com ele. Garanta que elas fiquem livres para construir em do professor
pequenos grupos. Observe como interagem com os colegas e formam pares, — Você já pensou com
auxiliando-as na dificuldade para se definir os materiais. A qual personagem quer
brincar?
— Temos caixas, tecidos,
5 Reproduza novamente os áudios e incentive que as crianças dancem livre-
máscaras. O que
mente, encenando os personagens da festa a partir das referências que podemos usar para fazer
elas construíram. Caso alguma delas não queira participar, ofereça os ins- o boi, o cavalo, a cabra?
trumentos musicais como alternativa para que acompanhe o ritmo da músi- — De qual deles você
ca. Combine o tempo que terão para a brincadeira e aproveite o momento gostou mais?
para observar e registrar. Perceba os movimentos que realizam, se buscam
reproduzir algumas cenas da história do boi ou se acompanham as canções.
A partir das letras das músicas, indique algumas ações dos personagens no
contexto das brincadeiras das crianças.

Para finalizar
Informe que terão a oportunidade de brincar mais quando estiver perto do horário de saída. Assim, as
crianças poderão mostrar para os responsáveis as descobertas delas e construções da festa do Boi de ma-
mão. Combine com elas um local adequado para guardar os materiais até a hora de retomar a brincadeira.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha às crianças que conheçam os outros personagens da festa do Boi de mamão. Se for possível, orga-
nize uma pesquisa usando as mídias digitais, assim elas poderão ampliar as possibilidades de brincar inserindo
outros personagens dessa festa popular em suas vivências.

 Engajando as famílias
Peça às crianças que reorganizem os materiais usados em um ambiente externo de fácil acesso aos responsá-
veis, de modo que brinquem novamente de Boi de mamão próximo ao horário de saída. Dessa forma, os adultos
podem observar a vivência dos pequenos e até brincar com eles.

353
Sequência: Músicas regionais

 EI03TS01  EI03TS03  EI03EF09


INSTRUMENTOS MUSICAIS
DO BUMBA MEU BOI
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Recorra ao acervo da escola e da comunidade escolar para selecionar os instrumentos musicais. Caso a
quantidade reunida não seja suficiente, uma boa estratégia é a confecção de matracas, que é um instrumento
de baixo custo e fácil construção.

 Materiais
•  Caixa ou cesto fechado;
•  Instrumentos musicais relacionados à festa do Bumba meu boi (maracás, triângulos, tambores,
matracas em variedade e quantidade suficientes);
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Áudio das canções 1, 8 e 9 do CD indicado na atividade Outras maneiras de brincar de boi, deste
conjunto;
•  Materiais para desenho e escrita;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida na sala ou em outro ambiente que possibilite a reprodução de vídeo e a
livre movimentação das crianças. Disponha os instrumentos musicais na caixa (ou cesto) e coloque os materiais
de desenho e escrita em um canto da sala. Atente-se à quantidade de instrumentos, de modo a garantir que
todas as crianças possam utilizá-los.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças exploram os instrumentos musicais e fazem suas escolhas? Como buscam
referências na sonoridade e na estética do instrumento?
2. Que estratégias usam para ampliar as experiências com diferentes ritmos e sons? Como a interação
com os colegas influencia nessa exploração?
3. Que linguagens são utilizadas durante a exploração dos instrumentos e para que expressem suas
descobertas? Prevalece a oralidade ou também surgem gestos, movimentos, dança, desenhos e
escrita espontânea?

354
Atividade: Instrumentos musicais do Bumba meu boi

 Para incluir todos


Proponha apoios pontuais, como: corporal para a representação do boi; bases variadas para a produção de
desenhos (plano inclinado usando parede, cavaletes, mesas e papéis presos ao chão). Faça ainda intervenções
que fortaleçam as interações: proponha a uma criança que observe como a outra manipula um instrumento ou
como um pequeno grupo pode produzir sons a partir de diferentes instrumentos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em roda e diga que tem uma surpresa: mostre a caixa fe- A
chada (ou cesto). Mexa a caixa e aguarde a manifestação delas a respeito
Possíveis falas
dos sons produzidos. Explore as hipóteses sobre quais objetos podem produ- do professor
zir sons. Direcione a conversa para os instrumentos musicais e convide uma
— Alguém conhece
delas para abrir a caixa. Proponha que todas explorem o que há ali. Peça a
esse instrumento que o
elas que experimentem os sons e os relacionem aos que já ouviram antes. colega escolheu?
Instigue-as a nomear instrumentos e relacioná-los à festa. A — Sabe dizer seu nome
ou como é tocado?
Proponha que se organizem em pequenos grupos e escolham alguns dos — Em que festa vocês
2 acham que esse
instrumentos. Atente-se para que todos os grupos tenham uma quantidade
instrumento é usado?
razoável. Observe se buscam um instrumento específico, se mexem em vários
prestando atenção à sua sonoridade e depois escolhem, se decidem pelo ta-
manho ou forma, e não pelo som. Combine que cada pequeno grupo carregue
instrumentos para um canto da sala e escolha apenas um dos instrumentos.
À medida que um grupo toca, os demais precisam adivinhar o nome do ins- B
trumento e se têm um igual em seu grupo. Faça combinados para que todos Possíveis falas
toquem apenas quando solicitado: diga que isso facilitará a escuta dos sons do professor
produzidos por cada instrumento. — Há muitos cavalos
passeando pela festa,
Depois, aproveite para instigar a percepção de ritmo. Peça às crianças que eles andam bem
3 devagar para laçar o
escolham um personagem da festa (que eles já conheceram nas atividades boi (crianças tocam os
anteriores) e então crie um enredo que deverá ter o ritmo marcado pelos ins- instrumentos no ritmo do
trumentos. A partir desse enredo, elas exploram as mudanças graduais de trotar dos cavalos).
ritmo. Podem, também, sugerir enredos e ritmos para experimentar. Se não — Agora a festa acabou
houver instrumentos para todos, proponha um revezamento. B e querem voltar logo
para casa (mudança no
ritmo).
4 Proponha que façam um ensaio para a festa. Diga que você vai colocar um — Eles estão cavalgando
vídeo e elas podem acompanhar o ritmo da música com os instrumentos, pela campina, há um
dançando ou assistindo. Respeite as escolhas de cada uma e aproveite para morro para subir e vão
registrar como ocorrem as explorações dos sons, movimentos e interações. bem devagar (o ritmo
Incentive o desenho e a escrita no canto da sala, assim as crianças podem muda novamente).
— Acabou a subida,
aproveitar esse momento em outra vivência. Favoreça, também, para que pro- avistam sua casa e
duzam escritas livres, como nomear os personagens e os instrumentos usados. voltam a andar rápido
(inversão do ritmo).
Para finalizar — Chegaram e agora
Diga às crianças que poderão brincar de festa do Bumba meu boi e tocar é hora de descansar
(silêncio como uma
os instrumentos musicais em outros momentos. Peça que reúnam os instru-
forma de produção
mentos na caixa (ou cesto) e organizem o espaço. Convide-as para a próxima sonora).
atividade do dia.

355
Sequência: Músicas regionais

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha a confecção de instrumentos musicais. Com a colaboração das crianças e dos responsáveis, orga-
nize materiais de largo alcance e elementos da natureza, como: potes, latas, pedrinhas, sementes, pedaços
de madeira e outros que possibilitem a construção de maracás, matracas e tambores. Depois de prontos, elas
podem pintar e decorar livremente. Esses materiais podem ser usados em outras vivências com sons.

 Engajando as famílias
Promova uma orquestra circulante com as crianças. Peça que escolham um dos instrumentos que manipu-
laram durante a atividade para levar para casa e fiquem com ele por alguns dias para que possam explorar.
Incentive-as a contar para os responsáveis como se toca aquele instrumento e em que festa ele pode ser
encontrado. Proponha aos adultos que aproveitem para cantar com as crianças as músicas preferidas delas
enquanto acompanham o som do instrumento.

356
Atividade: Construção do boi

 EI03CG03  EI03TS01  EI03EF01


CONSTRUÇÃO DO BOI
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é preciso que os pequenos engajem os responsáveis na coleta de materiais para a
confecção do boi. Solicite previamente os materiais aos adultos.

 Materiais
•  Imagens variadas da festa do Bumba meu boi e do Boi de mamão;
•  Caixa grande para acomodar os materiais de largo alcance;
•  Materiais de largo alcance em quantidade e diversidade que possibilitem criações variadas, como:
caixas de papelão, de leite, de sapato, bambolês velhos, pedaços de conduítes, pedaços de tecido de
diferentes estampas, papéis variados, caixas de ovos, tampas, entre outros;
•  Cola, tesoura, pincel, tinta e outros materiais de construção e decoração disponíveis na escola;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Áudio das canções 1, 8 e 9 do CD indicado na atividade Outras maneiras de brincar de boi, deste
conjunto;
•  Instrumentos musicais típicos da festa do Bumba meu boi (matraca, triângulo, tambor);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida na sala ou no ateliê. Organize os materiais previamente em um desses
ambientes de modo a favorecer a autonomia e a livre escolha.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Enquanto brincam, como as crianças reproduzem descobertas relacionadas a sonoridade de cantigas


e instrumentos musicais?
2. De que forma utilizam o corpo para comunicar impressões e sensações?
3. Como ocorre a interação entre o grupo? O planejamento das ações reflete as ideias e as preferências
do grupo? Que estratégias usam para organizar e contemplar diferentes opiniões?

357
Sequência: Músicas regionais

 Para incluir todos


Para apreciação das imagens, possibilite meios para que todos conheçam as referências visuais. Interfira
chamando a atenção para aspectos importantes das imagens, se necessário. Quando selecionar os materiais
para a construção do boi, tente incluir elementos de texturas e tamanhos variados. Esses apoios facilitam
a participação de todos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, envolva as crianças com relatos coletivos sobre o que já conheceram


em atividades anteriores em relação à festa. A partir dos relatos, convide-as
a produzir o próprio boi da turma, assim poderão brincar e dançar com esse
personagem. Lembre-se de que, na festa, a fantasia de boi é vestida por al-
guém. Por isso, elas precisarão escolher materiais que possibilitem construir
uma estrutura a ser vestida, de modo que todos possam brincar e dançar as
cantigas da festa. Caso a turma seja muito grande, você pode sugerir a cons-
trução de dois bois, para que todos possam participar da construção.

2 Informe que há imagens das festas do Boi de mamão e do Bumba meu boi
que elas poderão usar como referência. Fixe-as na parede em uma altura
em que todas as crianças possam ver. Entregue a caixa com os materiais
e possibilite que elas os explorem livremente, criando possibilidades e hi-
póteses para a construção. Aproveite para observar e registrar como os A
pequenos relacionam os materiais com o personagem que será construído. Possíveis falas
do professor

3 Após a manipulação dos materiais, proponha às crianças que planejem como — Será que se fizermos
farão o boi. Peça que pensem na estrutura e, dependendo dos materiais es- o boi com esse material
colhidos, problematize: chame a atenção para a firmeza e o tamanho do boi. conseguiremos vesti-lo?
— Quais outros materiais
Se alguma criança quiser utilizar papel, pergunte se uma estrutura de papel podemos usar para dar
se sustenta ou o que poderia usar para dar mais firmeza. Com a base para a firmeza?
estrutura definida, observe se os pequenos estão atentos aos detalhes e per- — Gostei muito da
gunte o que falta para ter forma de boi. Caso necessário, peça que retornem escolha dos dois
às imagens. Conforme vão observando os detalhes, eles podem separar os materiais. Qual deles
vocês acham que tem o
materiais que usarão. Durante o planejamento, pode ocorrer que escolham
tamanho mais adequado
materiais diferentes para construir o mesmo elemento do boi. Intervenha e para esse detalhe?
proponha que negociem as escolhas. A

4 Convide as crianças para começar a construção. As escolhas são delas, mas,


caso note que uma criança não está envolvida na criação, aponte algum ele-
mento do boi que precisa ser montado e convide-a a escolher os materiais
necessários para aquela ação específica. É possível sugerir que um colega
trabalhe em conjunto com ela.

5 Quando a estrutura do boi estiver pronta, disponibilize outros materiais de de-


coração, como tecidos, tintas e papéis diversos. Observe como realizam suas
escolhas e, enquanto escolhem os materiais para decoração, esteja pronto
para interferir, caso haja conflitos. Ajude as crianças a tomar decisões coleti-
vas. Pense no tempo que você organizou para a atividade e peça a elas para

358
Atividade: Construção do boi

concluir suas construções. Se necessário, combine com elas que poderão fi-
nalizar a construção em outro dia.

6 Convide as crianças para apresentar o boi finalizado ou o que conseguiram


produzir até o momento. Conversem sobre os materiais utilizados, como pen-
saram na estrutura e o que ainda querem fazer para finalizar. Caso tenham
construído dois bois, oriente-as para que façam comparações entre eles e ob-
servem alternativas para a estrutura e a decoração. Após as apresentações,
proponha que a turma escolha um nome para o boi e realize seu batizado.
Reproduza as músicas e disponibilize os instrumentos musicais típicos que
você separou, assim as crianças podem brincar com as próprias produções.
Aproveite para registrar as ações delas.

Para finalizar
Peça às crianças que recolham os materiais que sobraram para que possam ser reutilizados pela escola
para outras finalidades. Com o espaço organizado, elas podem iniciar a próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outra oportunidade, escolha com as crianças outros personagens da festa que são significativos para
elas e proponha a construção deles. Utilize recursos variados, como a confecção de máscaras de papel machê,
fantoches, entre outros. Você também pode se inspirar nas atividades do conjunto Brincadeiras com materiais
de largo alcance para propor outras construções com esses materiais.

 Engajando as famílias
Combine com as crianças que vocês deixarão o boi (ou os bois) exposto na entrada da escola. Faça cartões
de apresentação, contendo informações importantes como “O que é”, “Onde e quando é usado” e “Como foi
feito”. Assim, todos podem apreciar com mais autonomia e os pequenos terão um apoio para apresentar o boi
para os responsáveis.

359
Sequência: Músicas regionais

 EI03EO06  EI03CG01  EI03CG02  EI03EF01


BRINCADEIRA DE BOI COM
OUTRAS TURMAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A proposta é promover interação com as demais turmas. Portanto, é importante que se façam combinados
prévios com professores e funcionários em relação ao horário e às interações que serão propostas. Elabore
um cartaz com as crianças informando que todos estão convidados e quando será realizada a brincadeira do
Bumba meu boi na escola.

 Materiais
•  Boi construído com materiais de largo alcance na atividade Construção do boi, deste conjunto;
•  Instrumentos musicais típicos da festa do Bumba meu boi (maracás, triângulos, tambores, matracas);
•  Objetos que possibilitem a caracterização dos personagens da festa, por exemplo: tecidos variados,
máscaras, cocar indígena, fitas e chapéus;
•  Áudio das canções do CD Boi de mamão, em especial Grande baile de despedida (aos 17 minutos e 51
segundos), sugerido na atividade Outras maneiras de brincar de boi, deste conjunto;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade inicia-se na sala, estende-se por toda a escola e é finalizada com o encontro de turmas no pátio
ou em outro espaço externo que favoreça a brincadeira pelas diferentes turmas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que relações as crianças constroem entre os objetos apresentados e a festa? De que forma elas
expressam essas relações e criam elementos novos para brincar?
2. Que estratégias usam para organizar as diferentes ações? Como é a escolha dos personagens, o
trajeto e a partilha dos adereços com outras crianças da escola?
3. Como a turma interage entre si, com as outras turmas e com os adultos?

360
Atividade: Brincadeira de boi com outras turmas

 Para incluir todos


Como a proposta requer ampla mobilidade entre os espaços da escola, privilegie um caminho plano e garanta
apoios à locomoção. Aproveite a variedade de opções dentro da atividade para garantir os diferentes interesses
e habilidades das crianças. Um bom exemplo é explorar as potencialidades motoras dos pequenos enquanto
eles dramatizam os personagens ou dançam as canções. Já suas habilidades sonoras poderão ser exploradas
na manipulação dos instrumentos musicais.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em roda e, no centro, disponha o boi (ou os bois) construído


na atividade Construção do boi, deste conjunto. Peça a elas que comentem
sobre o que mais gostaram no boi construído. Relembre com elas como o boi
foi feito, como montaram sua estrutura e o decoraram. Dê indícios do que
você mais gostou na forma como planejaram e construíram o personagem.
Incentive o trabalho coletivo, o respeito às sugestões dos colegas e às formas
diferentes de enfeitar o boi. Convide-as a compartilhar a brincadeira com as
outras turmas da escola, propondo que o planejamento e a organização se-
jam realizados pelas crianças.

2 Pergunte o que elas acham necessário providenciar, além do boi, para que
possam brincar com as outras turmas. Problematize o fato de haver apenas
um boi (ou dois) para a brincadeira. A partir dos comentários delas, relembre
os elementos que já foram vivenciados, como as canções, os instrumentos A
musicais usados na festa e os outros personagens que integram a brincadeira.
Possíveis falas
Diga aos pequenos que você trouxe outros objetos e os instrumentos musicais. do professor
Possibilite que manipulem adereços, instrumentos e fantasias, a fim de relem-
brar cenas e movimentos típicos das festas. Incentive-os a criar alternativas — Temos quatro colegas
que querem vestir o
para os elementos apresentados. boi. Como vocês se
organizarão para que
3 Enquanto as crianças manipulam os objetos, reproduza músicas típicas da todos participem?
festa. Aproveite para observar e registrar como elas manipulam e escolhem — Notei que você
os objetos e como interagem entre si. Negocie com elas como podem se or- não quis escolher
um adereço. Que
ganizar para brincar com o boi: escute as hipóteses delas e ajude-as a con- tal experimentar os
siderar a preferência dos demais colegas. Faça pequenas intervenções, se instrumentos musicais?
necessário, para que todas participem. A

4 Quando notar que as crianças já definiram suas preferências ao escolher os


objetos que usarão durante a brincadeira, reproduza o vídeo e observe como
elas relacionam os adereços e reproduzem tanto os movimentos de dança
quanto o som dos instrumentos. Chame a atenção delas sobre a marcação
do ritmo no vídeo e pergunte como poderão fazer a marcação enquanto pas-
seiam com o boi pela escola. Proponha um ensaio com a turma e observe
como as crianças manipulam os instrumentos enquanto andam e dançam.
Se necessário, faça sugestões para facilitar a manipulação e pergunte a elas
como podem organizar o trajeto por onde vão passar e dançar, a fim de que
convidem os colegas para a brincadeira. A partir das sugestões dos peque-
nos, organize com eles o trajeto: considere o ponto de partida (a sala) e o

361
Sequência: Músicas regionais

ponto de chegada (pátio ou área externa). Caso já saibam a letra de algu-


ma canção, podem ir cantando enquanto dançam e tocam os instrumentos.
Caso contrário, use um equipamento portátil como apoio.

5 Após a organização da turma para a festa, as crianças caminham pela escola


cantando, tocando e dançando atrás do boi. Conforme os combinados pré-
vios com a equipe da escola, elas podem entrar nas salas dançando entre as
crianças de outras turmas. À medida que circulam, as outras crianças podem
ir seguindo a brincadeira com a ajuda dos professores. Garanta que os pe-
quenos transitem por todos os espaços, inclusive pela secretaria, próximos à
cozinha, ao refeitório, à sala dos professores, entre outros locais. Peça a eles
que convidem também os profissionais da escola para acompanhar a festa.
Termine o trajeto no pátio ou na área externa da escola.

6 Com todos reunidos, proponha às crianças que partilhem os adereços e os


instrumentos com os colegas das outras turmas que acompanham a brinca-
deira. Diga que elas podem mostrar como tocar o instrumento, dançar junto e
ajudar os colegas na caracterização. Aproveite para observar e registrar (em
vídeo, se possível) como elas se expressam corporalmente e como interagem
com os colegas e os adultos que acompanham a brincadeira. Depois de um
tempo, peça que se acomodem livremente e proponha pequenas conversas
sobre o que acabaram de viver, o que mais gostaram nessa grande festa e se
gostariam de fazer novamente a atividade.

Para finalizar
Proponha uma despedida do boi e dos demais personagens: reproduza a música Grande baile de despe-
dida e peça às crianças caracterizadas que se levantem devagar e dancem para se despedir dos colegas,
que também podem voltar para as salas dançando. Oriente os pequenos a guardar os adereços e os ins-
trumentos em um lugar específico, assim poderão brincar novamente em outra oportunidade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Com outros professores ou auxiliares, organize atividades coletivas que favoreçam a interação, como uma
oficina de instrumentos musicais usados na festa. Se você registrou em vídeo a brincadeira, convide oportu-
namente as crianças para assistir, assim elas poderão relembrar a vivência e visualizar a própria participação.

 Engajando as famílias
Em uma ocasião já programada em calendário escolar (como um dia destinado aos responsáveis na escola
ou uma festa cultural), convide os adultos para que assistam às crianças apresentando a festa do Bumba meu
boi. Escreva um convite com os pequenos e ilustre-o com fotos tiradas no decorrer deste conjunto. Durante a
apresentação, as crianças podem representar a festa e depois convidar os responsáveis para tocar, cantar e
dançar com elas.

362
21
AP

CONJUNTO

UNIDADE

JOGOS COM REGRAS


Quando jogam, as crianças acionam aprendizagens já construídas e, por meio das si-
tuações problematizadoras, avançam em outras, de maneira lúdica e contextualizada.
Com os jogos, desenvolvem a autonomia, ampliam a capacidade de comunicação e apu-
ram os modos de se relacionar diante de desafios. Os jogos são potentes estratégias de
aprendizagem, oferecem desafios genuínos com retorno imediato e promovem intensi-
dade e variedade de situações. Também proporcionam tomadas de decisão, adaptação
às regras, interação e participação ativa dos pequenos, além de fazer parte do repertório
brincante deles.
Este conjunto contém atividades que podem ser aplicadas de forma autônoma. Porém,
é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação
e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças podem apro-
fundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos no
decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

363
Unidade: Jogos com regras

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com
EI03EO07
crianças e adultos.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em


EI03ET07
uma sequência.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

364
Atividade: Aprendendo um jogo novo

 EI03EO01  EI03EO03
APRENDENDO UM JOGO NOVO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante ter uma conversa prévia com as crianças, levantando os jogos conhecidos por elas (tanto na
escola como em casa). Assim, os jogos propostos na atividade serão, de fato, novidades para a turma. Considere
a quantidade de jogos selecionados e acolha a participação de todos. Busque aqueles que envolvam quatro ou
mais jogadores ou estude adaptá-los, caso a quantidade indicada seja de dois participantes, para que duplas
representem um jogador, por exemplo.

 Materiais
•  Três jogos com regras (de preferência com embalagens e manuais originais) que sejam desconhecidos
pela turma, sendo um para utilizar com todo o grupo e outros dois em pequenos grupos. Considere
mais de um exemplar de cada jogo, dependendo da quantidade de crianças;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize a sala para garantir a participação de todo o grupo e a circulação dos pequenos pelos espaços.
Assegure uma boa visualização para todos, colocando os jogos no chão (no centro de uma roda) ou em cima
da mesa (com a turma ao redor).

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças se envolvem com a proposta? Como reagem diante de algo novo? De-
monstram curiosidade?
2. Como foi a escuta do grupo? Ouvem as regras e as dúvidas dos pares? Fazem questionamentos para
entender melhor o jogo? Auxiliam os pares durante o jogo?
3. Como as crianças jogam? Esperam a vez de cada uma? Respeitam o momento dos pares? Interagem
de forma respeitosa?

 Para incluir todos


Considere as especificidades da turma para selecionar os jogos e cuide para que a dinâmica deles não ofereça
obstáculos para a participação de todos. Esteja por perto para colaborar com dificuldades e possíveis conflitos.

365
Unidade: Jogos com regras

O QUE FAZER DURANTE

Em roda, coloque os jogos no centro e relembre as conversas que já tiveram


1
sobre jogos conhecidos. Acolha as colocações das crianças e faça perguntas
para apoiar a memória delas. Depois, conte a elas que buscou jogos diferentes A
daqueles que costumam jogar. Convide-as para conhecer os jogos, passando- Possíveis falas
-os pela roda, para que possam observar as informações que aparecem nas do professor
embalagens (imagens, títulos, informações). — Como vocês
acham que podemos
Para que experimente os jogos, convide a turma a se organizar em pequenos experimentar os jogos
2 novos? Ela disse que
grupos e combine que, depois de um tempo jogando, voltem para a roda e podemos sortear os
conversem sobre a experiência. Instigue as crianças a refletir sobre como po- grupos e cada grupo
dem fazer para se organizar. Acolha as falas delas, buscando contribuições escolhe um jogo. Vocês
que indiquem a necessidade de conhecer as regras para que depois possam concordam?
jogar. Apresente os jogos disponíveis, lendo o nome deles e as informações — O que faremos
contidas nas embalagens, como o objetivo e o número de jogadores. Sele- depois? Bem lembrado!
Precisamos conhecer as
cione com elas um jogo para que conheçam coletivamente e diga que, em regras.
seguida, cada pequeno grupo vai escolher um jogo para conhecer e jogar. A

3 Convide uma das crianças para abrir o jogo escolhido e descrever o que en-
controu. Estimule a turma a refletir sobre os itens encontrados e as possíveis
funções deles no jogo. Preveja que as crianças poderão falar simultaneamente
e que muitas poderão querer manusear as peças do jogo. Faça intervenções
buscando destacar a necessidade de escuta. Após a exploração dos itens do B
jogo, lance o desafio de entender como se joga e conversem sobre a impor- Possíveis falas
tância das regras. do professor
— Observem que esse
4 Peça a outra criança que pegue o manual do jogo para que você leia as regras jogo tem apenas quatro
com a turma. Busque fazer uma leitura comentada e em voz alta. Aponte que peões e é por isso que
todo jogo tem peças e reflita com as crianças sobre o que acontece se uma aqui no manual são
indicados de dois a
delas for perdida. Chame a atenção também para a quantidade de jogadores
quatro jogadores. Como
e traga situações reais que ilustrem a limitação de participantes em um jogo. faremos se cinco crianças
Em seguida, leia os objetivos e interprete-os com o grupo. Detalhe as regras, quiserem jogar?
destacando que elas revelam o passo a passo do jogo. Uma vez percorrido — Ah! A quinta criança
todo o manual, investigue se as informações foram suficientes para que enten- pode ser o juiz, boa
dam como se joga. Considere pedir que expliquem com as próprias palavras, ideia! Ou ela pode
esperar para jogar em
a partir do conhecimento do manual do jogo. Para isso, elas podem usar os uma nova rodada!
materiais do jogo como apoio. B

5 Ainda com todo o grupo reunido, escolha algumas crianças para jogar uma
rodada do jogo apresentado. Proponha a elas que assistam ao jogo e sejam
parceiras dos jogadores, contando para eles, apoiados nas regras, as dicas
de como devem se movimentar no jogo.

6 Convide as crianças para que se organizem em pequenos grupos e selecio-


nem outro jogo para explorar. Retome os outros jogos e faça uma apresen-
tação de cada um deles. Aproveite para levantar as hipóteses das crianças
quanto à dinâmica de cada um deles. Peça a cada grupo que escolha um jogo.
Caso mais de um grupo tenha interesse em um mesmo jogo, reforce a exis-
tência dos outros e estabeleça com as crianças envolvidas um critério para a

366
Atividade: Aprendendo um jogo novo

seleção. Combine, ainda, que os jogos ficarão na sala e que todos poderão
experimentá-los em algum momento. Auxilie os grupos para que todos tenham
espaço para visualizar e participar.

7 Circule pelos pequenos grupos, utilizando estratégia semelhante à realizada


na roda. Observe as crianças jogando e faça anotações sobre os desafios en-
contrados em cada grupo. Quando solicitado, ofereça o suporte necessário,
seja realizando a leitura do manual, seja esclarecendo uma dúvida ou me-
diando situações que possam emergir no contexto do jogo. Busque estimular
o encontro de soluções de forma autônoma e solidária e sinalize quando o C
tempo da vivência estiver terminando. Ao terminar, peça a cada grupo que
Possíveis falas
guarde o jogo na embalagem e dirija-se à roda. do professor
— Hoje começamos
8 Na roda, pergunte às crianças se gostaram da proposta e convide-as para a atividade com um
partilhar as experiências. Incentive-as a ouvir e a respeitar as falas dos co- objetivo, vocês se
legas. Tendo em vista suas observações durante a atividade, convide-as a lembram qual era?
refletir sobre maneiras diversas de superar conflitos; entretanto, fale sobre Conseguimos cumpri-lo?
as situações presenciadas sem expor em quais grupos elas aconteceram. — Além de conhecermos
novos jogos e de nos
Por fim, conclua a atividade resgatando o objetivo proposto e verificando se divertirmos, o que mais
conseguiram atendê-lo. Aproveite para investigar com os pequenos o que aprendemos?
aprenderam com a atividade. C

Para finalizar
Ao encerrar a partilha de experiências acerca da atividade, com todo o grupo, convide-o para encon-
trar um local em que os jogos sejam guardados, de maneira que possam ser usados em outros momentos.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Explore os jogos de maior interesse de maneira mais aprofundada em outro momento, dando origem a um
campeonato, como indicado na atividade Realizando um campeonato de jogos, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Incentive as crianças a compartilhar com os responsáveis a experiência com os jogos e proponha que façam
com os adultos algo semelhante ao que fizeram na escola. Peça a elas que compartilhem com a turma curiosi-
dades e aspectos interessantes sobre os jogos em casa.

367
Unidade: Jogos com regras

 EI03EO01  EI03EO03
MUDANDO AS REGRAS DO
JOGO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Selecione previamente jogos clássicos que as crianças saibam jogar, como jogo da memória, dominó, rouba-
-monte, mico, dama, jogo da velha, entre outros.

 Materiais
•  Jogos clássicos conhecidos pelas crianças em quantidade suficiente para que joguem simultaneamente
em pequenos grupos;
•  Fichas com as regras de cada jogo;
•  Papel e lápis grafite;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize a sala com os jogos em mesas, bem como a ficha com as regras de cada jogo, e os materiais neces-
sários para registro de novas regras em quantidade suficiente para o número de integrantes de cada pequeno
grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se organizam para realizar a atividade? Respeitam as escolhas dos colegas?
2. De que maneira ocorrem as interações entre as crianças? Elas se ajudam? Trocam informações e
cooperam durante a atividade?
3. Como se deram as escolhas das novas regras? Houve debate? Como os grupos discutem ideias e
escolhas?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Ao
selecionar os jogos, considere as especificidades de sua turma, cuide para que a dinâmica não ofereça obstá-
culos para a participação de todos.

368
Atividade: Mudando as regras do jogo

O QUE FAZER DURANTE

1 Acomode-se com todo o grupo em roda e informe que, em cada mesa, há


um jogo que todos conhecem. Destaque que a atividade deve ser realizada
em pequenos grupos e que em cada mesa estão um jogo e uma ficha com
as regras. Diga que vão escolher um dos jogos para experimentar e que cada
grupo tem como desafio recordar as regras e jogar duas partidas. Garanta que
os grupos concluam pelo menos uma partida, e que aqueles que terminem an-
tes possam iniciar novas partidas. Atente-se para apoiar os possíveis desafios
que encontrarão, como fazer negociações, escolher jogos e agrupar-se. Em
seguida, avise que logo serão convidados para outro desafio.

2 Quando a turma estiver acomodada, peça às crianças que explorem o jogo es-
colhido e relembrem as regras. Enquanto jogam, circule pelas mesas instigando-
-os acerca das regras. Durante a conversa, elas podem encontrar dificuldades e
solicitar apoio. Nessas situações, considere recorrer à ficha de regras para auxi-
liá-las no alinhamento. Busque realizar a leitura da ficha de forma que todos do
grupo possam acompanhar. Ao ler, deslize o dedo sob o texto, indicando cada
palavra, para que acompanhem o movimento da leitura. A
Possíveis falas
3 Durante a realização das primeiras rodadas, percorra as mesas, observando do professor
e fazendo anotações sobre interações e diálogos estabelecidos. Esteja atento
— A regra nos conta
às situações de colaboração e competição, ao atendimento às regras do jogo dessa possibilidade no
e ao posicionamento das crianças diante de falas ou formas de se expressar. jogo? Vamos olhar!
Intervenha na interação dos grupos quando sentir necessidade ou se for solici- — Vocês acham que
tado. Busque incentivar que encontrem alternativas com questionamentos que não pode dar empate?
as levem a refletir sobre a situação e a resolução. Por exemplo: uma criança Por quê? Qual seria a
busca ajuda revelando que, no jogo rouba-monte, houve um empate (duas forma de resolver esse
impasse? Quem seria o
crianças têm números iguais) e um conflito foi estabelecido. Busque auxiliá- vencedor e por quê?
-las para que analisem a situação e as possíveis alternativas de resolução. A

4 Após a realização de pelo menos uma partida, proponha que façam uma
B
pausa, para que você conte sobre o novo desafio: cada grupo deve criar ou
mudar uma das regras do jogo. Explique às crianças que vão conversar entre Possíveis falas
do professor
si e definir que regra vão criar ou mudar, registrando a novidade do jogo com
o seu apoio. Comente que, para a realização dos registros, você deixará em — Temos um grande
cada mesa papéis e lápis. Ressalte ainda sobre a importância de que todos desafio: criar ou mudar
uma regra do jogo.
do grupo concordem com a alteração proposta. Diga que, para isso acontecer, — Seria possível jogar
precisarão fazer acordos e traçar estratégias, a fim de que todos se sintam se as regras não
participantes da elaboração. existissem?
— Que regra poderia
Observe os grupos e ofereça apoio para a realização dos registros, problema- ser criada para este
5 jogo para torná-lo
tizando as ideias trazidas pelas crianças. Busque refletir com elas a função das
mais divertido ou mais
regras do jogo e auxilie-as de forma que cheguem a um consenso possível, desafiador?
ou seja, uma regra plausível. B

6 Definida a nova regra do jogo, auxilie as crianças a registrá-la, assumindo a


função de escriba. Quando finalizar o registro de um grupo, incentive-o a jogar
mais uma partida, agora incluindo a nova regra, a fim de testá-la. Enquanto as
crianças jogam com as novas regras, observe as interações e problematize as

369
Unidade: Jogos com regras

situações trazidas pela mudança, estimulando reflexões nos grupos e fazendo


intervenções apenas se necessário. Atente-se ao tempo que estipulou para
a interação e sinalize às equipes quando faltar cerca de dois minutos para o
encerramento dos jogos.

7 Ao encerrar a última rodada, convide os pequenos grupos para que se reúnam


em roda para a partilha das experiências. Peça aos grupos que apresentem
os jogos, as regras e a mudança que realizaram. Questione as crianças sobre
o que acharam da alteração feita e sobre como se sentiram ao participar da
atividade. Estimule a participação de todas e acolha as expressões delas.
Considere também trazer algumas das observações que você registrou, de
modo a instigá-las ainda mais para expressar impressões, sentimentos e de-
safios superados.

Para finalizar
Após o momento de partilha, sinalize à turma que você vai adicionar as novas regras aos jogos, criando
uma ficha de regras alternativas, no verso das fichas existentes. Diga que poderão experimentar os jogos
modificados pelos colegas em outro momento. Em seguida, convide todo o grupo para organizar os jogos,
os registros e o espaço utilizado. Depois, sigam para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha um momento para que as crianças joguem conforme as novas regras criadas pelos colegas. Possi-
bilite que o grupo que criou o jogo fale sobre a regra criada e apoie os jogadores, se necessário.

 Engajando as famílias
Estimule os pequenos a partilhar a experiência com os responsáveis. Se possível, prepare uma estratégia
de rodízio, para que os jogos e as fichas de regras circulem entre os adultos. Você pode sortear e registrar no
calendário o dia que cada criança vai levar e devolver o jogo.

370
Atividade: Construção de um jogo de tabuleiro

 EI03EO03  EI03EF09  EI03ET07


CONSTRUÇÃO DE UM JOGO
DE TABULEIRO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

Sugestões de leitura

•Jogos de tabuleiro.
O QUE FAZER ANTES Smart Kids. Disponível
em: https://www.
smartkids.com.br/
 Contextos prévios trabalho/jogos-de-
tabuleiro. Acesso em:
30 jun. 2021.
Para a atividade, é interessante que a turma esteja envolvida com alguma te-
•Jogos de mesa na idade
mática específica, como investigando os animais ou conhecendo algum artista em média: tabuleiros, dados
especial. Dessa forma, terão um contexto que enriquecerá a criação do jogo de e cartas. História Livre.
Disponível em: http://www.
tabuleiro. Além disso, é importante que a turma já tenha familiaridade com jogos historialivre.com/medieval/
de tabuleiro, para que fomente estratégias para a criação de um novo jogo. É jogos_media.htm. Acesso
importante conhecer um pouco da história dos jogos de tabuleiro para conversar em: 30 jun. 2021.
com as crianças.
•Oito dicas para
fazer seu próprio
jogo de tabuleiro.
 Materiais Superinteressante.
Disponível em: https://
super.abril.com.br/blog/
•  Alguns jogos de tabuleiro clássicos, como ludo, sobe e desce etc.; superlistas/8-dicas-para-
•  Tabela de plano de ação; fazer-seu-proprio-jogo-
•  Papel grande fixado na parede e marcador gráfico (pincel e caneta de-tabuleiro/. Acesso
em: 30 jun. 2021.
hidrocor).
•Tabela de plano de
ação. Nova Escola.
Disponível em: https://
 Espaços nova-escola-producao.
s3.amazonaws.com/
Organize a sala reservando espaço para que a atividade ocorra em roda e o papel ZvBabq68b6FW2KN
cneRuCee7SbGSszyw
fixado na parede possa ser visualizado e utilizado por todos. 3nSjkdrRmGsdDWkJe5U
dZ7tYQ5vP/tabela-de-
plano-de-acao.pdf.
 Perguntas para guiar suas observações Acesso em: 30 jun. 2021.

1. Como as crianças se envolvem com a proposta? Demonstram interesse? Exploram os jogos apre-
sentados? Identificam as características e as diferentes dinâmicas envolvidas? Experimentam o
antes, o depois e as sequências numéricas?
2. Quais estratégias de leitura, escrita e contagem utilizam ao criar o jogo? Diferenciam letras, números
e símbolos? Estabelecem relação entre números e quantidades?
3. Como interagem entre si durante as explorações do jogo e do momento de criação? Ouvem e emitem
opiniões? Trabalham de forma colaborativa?

371
Unidade: Jogos com regras

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou a turma
participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada uma ou
da turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se juntar a você em uma roda. Apresente os jo-
gos de tabuleiro que selecionou e proponha começar a pensar na criação de
um jogo de tabuleiro sobre o tema que está sendo vivenciado no cotidiano.
Questione se conhecem os jogos que você trouxe. Aproveite as falas para lis-
tar nomes de jogos de tabuleiro, valorizando as experiências compartilhadas
e destacando como eles são interessantes.

2 Conte às crianças um pouco da história dos jogos de tabuleiro e apresente um


dos que selecionou. Por meio de questionamentos, estimule-as a descrever o A
jogo e levantar hipóteses sobre como se joga. Em seguida, peça a uma delas Possíveis falas
que escolha outro jogo e que, junto aos colegas, faça o mesmo. Caso elas não do professor
tenham familiaridade com textos de regras de jogos, escolha um manual para — Qual número saiu no
fazer a leitura e possibilitar uma breve familiarização. Você pode ainda apre- dado? Vamos andar esta
sentar a elas manuais de jogos, como foi desenvolvido na atividade Aprenden- quantidade de casas?
do um jogo novo, deste conjunto. Faça essa exploração com todos os jogos Quem ajuda a contar?
— Vocês andaram seis
que selecionou e, por votação, escolham um para todo o grupo jogar na roda. casas, mas a gente tinha
tirado quatro no dado.
3 Durante a partida, instigue as crianças a refletir sobre a interpretação dos Quantas casas temos de
dados ou das roletas, destacando a representação numérica apresentada voltar? O peão estava
(numeral ou pontos) e sua utilização na movimentação das peças no tabuleiro. nesta casa. Andando
Observe como estão relacionando-as às respectivas quantidades. Aproveite quatro casas, tem de
parar em qual? Isso! São
para problematizar situações de ordenação, incentivando as crianças a ob- duas casas a menos,
servar o que acontece antes e depois, o que vem primeiro ou quem chegou certo?
primeiro, por exemplo. A

Ao encerrar a partida do jogo ou um número significativo de rodadas, convide B


4
todo o grupo a comparar os jogos disponíveis. Busquem perceber se os jogos Possíveis falas
são todos iguais, o que eles têm em comum, dentre outras características. do professor
Durante as observações, busque instigar as crianças a perceber os elemen- — O que os jogos de
tos comuns entre os jogos de tabuleiro. Aproveite esse momento para regis- tabuleiro têm em comum?
trar as informações trazidas por elas no papel fixado na parede, dizendo que — Vou anotar a sua
observação aqui
essas são informações importantes para que possam atender ao desafio de
no cartaz: as peças
criar um jogo. Leia os registros e questione se existe algo mais que precisam caminham no tabuleiro.
saber sobre jogos de tabuleiro para criar um novo jogo com um tema no qual Percebem algo mais?
estejam envolvidas. B — Ótima percepção:
algumas casas do
Ao finalizar o registro das observações, sinalize para as crianças que é hora caminho do tabuleiro
5 têm cores diferentes e
de criar o próprio jogo. Questione-as sobre por onde é possível começar e, indicam tarefas.
se necessário, sugira que comecem definindo qual será o enredo do jogo.

372
Atividade: Construção de um jogo de tabuleiro

Por exemplo: se a temática for animais, elas podem definir que o jogo será C
um caminho em uma floresta ou uma exploração no fundo do mar. Em se- Possíveis falas
guida, estimule-as a pensar nas regras. Diga que também vai registrar as do professor
ideias trazidas no cartaz, buscando promover uma troca entre elas por meio — Qual é o objetivo do
de questionamentos. C jogo? Alguém sabe me
dizer?
6 Ao esgotar o registro das ideias, faça a leitura do cartaz construído e ques- — Então, qual será o
tione as crianças acerca da concretização do jogo. Acolha as falas delas e objetivo do que estamos
construindo? Quantos
diga que trouxe uma tabela que pode ajudar nesse planejamento.
serão os jogadores?
— Como eles vão se
7 Apresente à turma a tabela de plano de ação. Diga que a tabela ajuda a locomover no tabuleiro? O
organizar as ideias e combinar as etapas de tudo que temos de fazer, sem que pode acontecer neste
esquecer de nada que combinamos. Destaque a existência de colunas: uma caminho?
com o que precisa ser feito e outra com os recursos que são necessários
para fazer.
D
8 Seja o escriba no preenchimento da tabela e detalhe o processo de escrita Possíveis falas
das palavras trazidas pelos pequenos, estimulando a reflexão sobre elas. do professor
Para isso, considere que essa é uma construção de texto oral (das crianças) — Precisaremos fazer
com destino escrito (escrita do professor) e que marcar o tempo da escrita um tabuleiro. Então,
enquanto registra as ideias das crianças é uma forma interessante de de- vou escrever aqui na
primeira coluna a palavra
talhar o processo. D
“tabuleiro”. Alguém sabe
como se escreve esta
Para finalizar palavra?
Ao concluir o preenchimento da tabela, faça a leitura dos itens que foram — Agora precisamos
listados como necessários para a confecção do jogo. Faça uma revisão com preencher esta outra
as crianças, verificando se deixaram de incluir algo importante. Informe que coluna. Que materiais
precisaremos para
ela ficará exposta para que complementem com outras ideias e proponha construir o tabuleiro?
que construam o jogo em outro momento.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Construa o jogo de tabuleiro utilizando o plano de ação elaborado. Organize pequenos grupos e lance
mão dos materiais já existentes na sala ou reutilize materiais comuns na escola, como caixas, copos, entre
outros. Você pode construir uma agenda para a elaboração do jogo com a turma. Considere, ainda, ampliar
as experiências das crianças com jogos, desenvolvendo as atividades Jogos de percurso e Construção de
um jogo de percurso, do conjunto Jogos para aprender números.

 Engajando as famílias
Exponha as regras do jogo e o plano de ação no mural da sala e peça aos responsáveis que contribuam
com sugestões, propondo novas regras para enriquecer o jogo ou indicando novas ações ou materiais para
a confecção dele.

373
Unidade: Jogos com regras

 EI03EF09  EI03ET04
PRODUÇÃO DE MANUAIS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que as crianças tenham familiaridade com a organização das regras de um jogo e já tenham
participado de situações de construção de texto com esse enfoque. Por isso, considere, entre outras experiên-
cias, ter desenvolvido as atividades Aprendendo um jogo novo e Mudando as regras do jogo, deste conjunto.

 Materiais
•  Exemplos de manuais de jogos;
•  Cartolina fixada na parede e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Um jogo para cada pequeno grupo de quatro a cinco participantes, que a turma já conhece e que não
tenham os manuais;
•  Papel sulfite, lápis grafite, canetinhas e lápis de cor;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida na sala. Preveja um espaço para a roda. Organize as mesas de modo que
acomodem os pequenos grupos para jogar e criar os manuais dos jogos. Disponha em cada mesa um jogo e
os materiais para produção dos manuais para cada grupo.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças refletem sobre as regras do jogo e a importância de seu registro? Buscam dialogar
de forma colaborativa para a criação do manual?
2. Ao produzir os manuais, como as crianças buscam diferentes alternativas quanto à leitura, escrita e
contagem? Diferenciam letras, números e símbolos? Estabelecem relação entre números e quantidades?
3. Quais estratégias as crianças elencam para registrar as observações coletadas a partir da manipulação
dos itens do jogo e da observação dos colegas jogando? Experimentam hipóteses de escrita? Exercitam
a escrita espontânea?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou da turma. Ao
selecionar os jogos, considere as especificidades da turma. Cuide para que a dinâmica não ofereça obstáculos
para a participação de todos.
374
Atividade: Produção de manuais

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo em roda e conte que pensou sobre como poderiam in- A
dicar para uma outra turma alguns jogos que já sabem e gostam de jogar: Possíveis falas
criar manuais que ensinem sobre esses jogos. do professor
— Como você descobriu
2 Instigue a turma a descrever as informações que estão presentes em um ma- que era desse jogo?
nual de jogo. Para isso, lance mão de alguns exemplos de manuais de jogos. — Pela imagem? Tem
Engaje as crianças em uma brincadeira em que, olhando para os manuais, algum manual que não
tentem descobrir a qual jogo cada manual pertence. Para isso, entregue-os tem imagem?
— O que mais eles têm em
a elas e peça que, observando como são escritos e quais elementos têm, comum e de diferente?
identifiquem de qual jogo o manual faz parte. A

3 Depois dessa exploração, proponha que produzam os manuais dos jogos. Diga B
que precisarão se dividir em pequenos grupos e que, para que os manuais Possível fala
elaborados sejam realmente úteis, precisam combinar o que não podem deixar do professor
de incluir neles. Convide as crianças para que listem quais informações devem — Para que possamos
estar presentes nos manuais que vão elaborar. Nesse momento, possibilite que construir os manuais,
utilizem os exemplos que você trouxe para a criação da lista e elabore-a na car- precisaremos lembrar
tolina, registrando as sugestões das crianças. Por meio de questionamentos, de como se joga, não é
mesmo? Podem começar a
instigue-as para que se lembrem de todas as informações relevantes, como:
fazer algumas anotações
objetivo, materiais, regras, número de jogadores e pontuação. enquanto jogam. Anotem
o número de jogadores,
4 Diga que vão jogar agora para que se lembrem das regras e depois, com o façam um desenho dos
seu apoio, produzirão os registros. Esclareça que cada grupo fará um ma- materiais do jogo. Vamos
nual e você os apoiará ao longo dos dias. Aproveite esse momento para utilizar essas anotações
no momento da escrita
definir a agenda de produção dos manuais com cada pequeno grupo, re- dos manuais.
gistrando os acordos no calendário da sala. B

5 Proponha às crianças que se organizem nas mesas e sinalize que o primeiro


passo é se lembrar das regras do jogo. Circule pelas mesas observando as
interações estabelecidas. Preveja um tempo de algumas rodadas e estimu-
le os grupos para que registrem observações e façam anotações. Combine
com eles que façam os registros por desenhos e/ou escrita e diga que você
os apoiará, se necessário.

6 Junte-se a um pequeno grupo para a produção do manual. Enquanto isso,


os demais jogam e continuam fazendo anotações sobre as regras de forma
espontânea ou jogam outros jogos disponíveis na sala. Atue como escriba
das informações trazidas pelo grupo e proponha a participação de todos.
Preveja, portanto, a escrita de dados, como: número de jogadores, nome do
jogo (copiando com o apoio da embalagem), nome dos responsáveis pelo
manual, desenhos de peças ou figuras do jogo, por exemplo.

7 Ao encerrar a produção com o primeiro pequeno grupo, questione as crian-


ças quanto ao formato final do manual: se o texto será digitado ou se vão
manter o formato original; se farão a impressão; se haverá ilustrações. Aco-
lha e anote as definições do grupo, promovendo um consenso entre eles.

375
Unidade: Jogos com regras

Para finalizar
Uma vez feitas as definições, consulte a agenda e verifique com as crianças quando vai realizar a produ-
ção do manual com o próximo pequeno grupo. Peça aos grupos que organizem os jogos para que nada
seja perdido.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Continue produzindo os manuais com os demais grupos, considerando a retomada dos registros realizados
e as mesmas estratégias da atividade. Ao final da produção, organize um rodízio de jogos entre as turmas,
fomentando a utilização dos manuais produzidos para ensinar como se joga. Outra ideia seria engajar a turma
na identificação de jogos incompletos, rasgados e que precisem de reparos, de forma a organizar uma oficina
de recuperação e organização de jogos.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis para um rodízio com os jogos cujos manuais foram elaborados para que joguem em
casa com as crianças.

376
Atividade: Realizando um campeonato de jogos

 EI03EO07  EI03ET04  EI03ET07


REALIZANDO UM
CAMPEONATO DE JOGOS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que a turma já vivencie em seu cotidiano práticas de jogos diversos para que você selecione até
cinco jogos de que ela goste. Considere, se necessário, ampliar o repertório de jogos conhecidos pelas crianças,
podendo desenvolver o conjunto Jogos para aprender números antes de realizar a atividade.

 Materiais Sugestão de leitura



•Campeonato de pega-
•  Exemplos de tabelas de campeonatos, como tabelas de pontuação vareta. Nova Escola.
individual ou de grupos, organização de rodadas, grades de jogos e Disponível em: https://
cruzamento de jogadores, regras de campeonatos; nova-escola-producao.
•  Cinco jogos de que a turma goste; s3.amazonaws.com/
YcA42bVdMXEe9CXbGC
•  Papel sulfite e canetas hidrocor para registros dos votos; 5S h8cDdK82rTUPpvqpw
•  Cartolinas para dois cartazes; UkDa 3Eq9wDzeBs7Zf7
•  Tabela do campeonato da turma. 3MBVr/exemplo-campeonato.
pdf. Acesso em: 30 jun. 2021.

 Espaços
Na escolha do espaço, preveja que a atividade será desenvolvida, em sua maioria, com todo o grupo. Assim,
esteja atento à disponibilização dos jogos e dos materiais de registro para garantir a visualização de todos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se envolvem com o grupo? Como fazem as trocas e acolhem as ideias dos pares?
2. Que estratégias usam para registrar as observações e os resultados?
3. Durante a construção da lógica de partidas do campeonato, como elas revelam as estratégias mate-
máticas para construir entendimentos acerca da classificação dos times?

 Para incluir todos


Ao selecionar os jogos, considere as especificidades da turma. Cuide para que a dinâmica não ofereça obs-
táculos para a participação de todos.

377
Unidade: Jogos com regras

O QUE FAZER DURANTE

A
1 Reúna todo o grupo em roda e diga que, considerando os
diversos jogos disponíveis, você pensou que a turma poderia Possíveis falas do professor
vivenciar um desafio de produzir e participar de um campeo- — O que acham de escolhermos um dos
nato. Busque investigar junto às crianças o que conhecem jogos e organizarmos um campeonato?
sobre campeonatos e se já participaram de algum. Convi- — Alguém pode me dizer o que é um
de-as a falar sobre a experiência. A partir disso, aprofunde campeonato? Ah, a Copa do Mundo é um
campeonato? Por quê? Como vocês acham
o tema, destacando as características de um campeonato, que ela é organizada?
como a participação de vários times ou jogadores, a existên- — Vejam, eu trouxe aqui a tabela da Copa
cia de rodadas, o registro dos resultados e as pontuações. do Mundo como um exemplo de organização
Apoie-se nos exemplos de tabelas de campeonatos que pro- de campeonato. Como sabemos quem
videnciou e circule-as pela roda, para que elas observem e joga contra quem? Como alguns times são
eliminados até ter um campeão?
construam significados apoiadas no material. A

Apresente os jogos selecionados, dispondo-os no centro da


2 roda. Instigue as crianças para que façam comentários sobre
eles. Em seguida, diga que a proposta é que, dentre aque-
les jogos, escolham um para organizar o campeonato. Para
essa escolha, conte que separou papéis e canetas hidrocor
que servirão como cédulas de votação. Sendo assim, cada
uma deverá registrar o nome ou o desenho que caracteriza
o jogo que prefere e que as embalagens podem servir de
apoio, caso sintam necessidade. Combine que, após o regis- B
tro, vão formar uma roda para compartilhar os votos e fazer Possíveis falas do professor
a contagem para descobrir qual será o jogo escolhido. Em — Vou escrever no cartaz o nome dos cinco
seguida, convide-as para registrar os votos. jogos. A cada voto, vou desenhando uma
bolinha ao lado do nome de cada um deles.
Convide-as para que, na roda, revelem seu registro, lendo — Agora que acabamos a votação, olhem
3 para o cartaz e me digam qual será o jogo
ou mostrando a ilustração que caracteriza o voto. Vá ano- do campeonato. Vamos contar o total de
tando em um cartaz a votação. Ao final, convide-as para votos de cada um?
que observem qual foi o jogo com maior número de votos,
revelando o resultado da votação. B
C
4 Definido o jogo, converse com as crianças a fim de investi- Possível fala das crianças
gar como podem organizar o campeonato. Busque, nessa
— Já sei! Que tal desenharmos um quadrado
conversa, instigar as ideias delas, trazendo provocações, para cada time e ir fazendo os desenhos das
apoiando as relações e valorizando as descobertas. C linhas igual a esse aqui (a criança mostra um
gráfico ou mapa de campeonato, utilizando o
Continue investigando a composição das regras de um cam- material selecionado)?
5
peonato. Faça observações que ajudem as crianças a sis-
tematizar, aprofundar os pensamentos e fazer trocas entre
si, de modo que os conhecimentos revelados se comple- D
mentem e uma apoie a outra. Diga às crianças que você vai Possível fala do professor
anotar, em forma de lista e em outro cartaz, quais serão as — Vejam, aqui fala sobre quem poderá
regras sugeridas para o campeonato. Investigue qual será a participar do campeonato. Vocês acham que
primeira regra e leia algumas presentes nos exemplos que essa é uma boa informação para nós? Quem
trouxe para o grupo. D poderá participar?

378
Atividade: Realizando um campeonato de jogos

6 Após registrar as regras, leia para as crianças, convidando-as


para verificar se desejam acrescentar mais alguma informação.
Em seguida, instigue-as a refletir sobre a composição da tabela E
de jogos. Traga questionamentos acerca de como serão orga-
Possível fala das crianças
nizados os jogos dentro do campeonato, quantos dias durará,
quais times competirão entre si, dentre outras informações que — Tive uma ideia. No primeiro dia, todos
compõem a tabela. Caso elas não cheguem a um consenso os times jogam. Aí, a gente vai ter dois
que vão ganhar e dois que vão perder. Os
quanto à organização de disputa entre os times, sugira um sor- dois que ganharam jogam de novo.
teio para decidir quais times se enfrentarão. E

7 Preveja que algumas crianças podem optar por não participar


do campeonato. Investigue as razões para a recusa e acolha
as escolhas delas, propondo que assumam outras funções den-
tro do campeonato, como juiz ou responsável pelo registro de
resultados, por exemplo. Uma vez elaborada a tabela, faça a
leitura para elas e busque saber se desejam fazer alguma al-
teração. Em todas as sugestões, acolha as ideias das crianças,
instigue-as a sistematizar e aprofundar os sentidos que estão
construindo no contexto da atividade.

8 Convide as crianças para que realizem a primeira rodada, se-


guindo a lógica elencada por elas. Considere observar o enga-
jamento com a proposta e caso sinta que elas estão cansadas,
pause a proposta, e combine com elas o início ou a continuidade
do campeonato no próximo dia ou em outro período do dia. De-
fina com todo o grupo quais serão os dias de cada rodada do
campeonato, inserindo-os na tabela ou no calendário da turma.

Para finalizar
Após a atualização da tabela, peça às crianças que organizem os jogos e informe que darão continuidade
ao campeonato ao longo da semana.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Além de realizar o campeonato com a turma, considere expandi-lo para outras turmas de sua escola, enga-
jando as crianças em uma nova organização de campeonato e colocando-as diante de novos desafios. Você
pode aprofundar a participação com jogos e modelos de campeonatos mais elaborados.

 Engajando as famílias
Envolva os responsáveis a partir da exposição dos registros do campeonato, organizado e realizado pela
turma, no mural da sala, para que apreciem os resultados. Além disso, incentive as crianças a compartilhar as
experiências com os adultos.

379
22
AP

CONJUNTO

UNIDADE

ESCREVER COM SENTIDO


Desde cedo, as crianças percebem a função social da escrita, que permeia a vida delas
também. Na escola, ampliam essas vivências, experimentando e interagindo com situa-
ções diversificadas, nas quais a escrita se faz necessária. Ao se fazer isso, são construí-
dos conhecimentos acerca do sistema alfabético, das funcionalidades e características
dessa prática de linguagem, ao mesmo tempo em que criam um vínculo positivo com ela.
Este conjunto contém atividades que podem ser aplicadas de forma autônoma. Porém,
é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que, por meio da ampliação
e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças podem apro-
fundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos no
decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

380
Unidade: Escrever com sentido

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com
EI03EO07
crianças e adultos.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e
EI03EF01
escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações,


EI03EF04
definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.

EI03EF05 Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o professor como escriba.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Escuta, fala, pensamento


e movimentos e imaginação

381
Unidade: Escrever com sentido

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF09


ESCREVER NOMES PARA O
JOGO DA MEMÓRIA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Organize a impressão de um retrato de cada criança, que privilegie o foco no rosto delas. É relevante que, na
sala, esteja disponível a lista de nomes do grupo em algum mural, que pode ser o de chamada, o de ajudantes,
o de cabides onde penduram mochilas.

 Materiais
•  Um jogo da memória conhecido pelas crianças;
•  Cartões com fotos das crianças da turma (tamanho mínimo de 8 x 8 cm) em cartolina ou papel mais
resistente, plastificados em papel contact, garantindo maior durabilidade;
•  Cartões em cartolina ou em papel de gramatura resistente para a escrita dos nomes;
•  Uma caneta para cada criança (todas da mesma cor, para que não identifiquem os nomes pela cor);
•  Livros diversos.

 Espaços
Preveja que a atividade iniciará com todo o grupo reunido em roda. Depois, as crianças vivenciarão a proposta
individualmente, mas organizadas em pequenos grupos. No final, retornarão à formação em roda. Organize um
espaço de leitura para as crianças que forem terminando esperarem os colegas. Desse modo, o local escolhido
deve comportar a dinâmica da proposta.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as estratégias usadas pelas crianças para escrever os nomes? Elas identificam a primeira
letra? Buscam referência no som ao pronunciar a palavra para realizar a escrita? Trocam ideias com
os colegas?
2. Quais conhecimentos e hipóteses de escrita as crianças demonstram ter? Elas já fazem o uso da escrita
convencional para registrar os nomes?
3. De que forma as crianças organizam o corpo (postura, movimentos de preensão do material) e dão
conta do desafio proposto?

382
Atividade: Escrever nomes para o jogo da memória

 Para incluir todos


Observe a necessidade de apoiar as crianças que, porventura, revelam certa insegurança em escrever o
próprio nome. Ofereça estratégias que impulsionem o raciocínio delas. Se necessário, ofereça a elas a consulta
da ficha do nome.

O QUE FAZER DURANTE

Convide as crianças para que se acomodem em roda e conte que você trouxe
1 um jogo da memória. Investigue quais conhecimentos elas têm sobre o jogo,
se gostam dele, se sabem jogá-lo. Após acolher as expressões delas, infor-
me que a proposta é que construam o jogo da memória com fotografias da
turma, mas com um desafio especial: em vez de o par ser composto por duas
fotografias, nesse jogo ele é formado pela fotografia e pelo nome de cada um.

2 Conte que, para a construção, você já trouxe uma das cartas prontas, revelan-
do as fotografias que escolheu. Diga que as crianças construirão a segunda
escrevendo os próprios nomes. Mostre o cartão que reservou para acolher
a escrita e diga ao grupo que chamará os nomes individualmente para que
cada uma pegue seu cartão, sua caneta e se acomode na mesa. Diga a elas
que estarão organizadas em pequenos grupos.

3 Enquanto as crianças realizam a escrita, acompanhe as construções, circulan-


do entre os grupos e observando a necessidade de apoio. Provoque conflitos
cognitivos, levando-as a pensar, selecionar, optar e conferir as escolhas, re- A
fazendo-as, se necessário. Se você observar que há alguém que ainda não Possíveis falas
escreve o próprio nome com autonomia, auxilie-o, propondo que consulte a do professor
ficha dos nomes da turma, e encoraje-o a realizar a escrita com apoio. — Aqui você escreveu
seu nome! Essa é a
4 Conforme as crianças forem finalizando a escrita dos nomes, proponha a re- primeira letra do seu
visão dos registros. Faça isso, por exemplo, pedindo a elas que leiam o que nome? Qual é a última?
escreveram e solicitando que consultem na sala a lista de nomes, as fichas, — Você gostaria de
os nomes nos cabides, nos pertences e nas produções para que verifiquem se ordenar as letras do seu
nome?
precisam mudar algo na escrita, refazer ou se consideram que está bom. Caso — Para essa aqui ser a
perceba que alguma criança escreveu o nome de forma espelhada, apoie-a primeira, em que lugar
oferecendo questionamentos que façam que ela reflita sobre a posição das da ficha você precisa
letras no nome. A escrevê-la?

5 Ao observar que algumas crianças terminaram a escrita, peça a elas que co-
loquem os cartões no local estipulado e escolham um livro para ler no espaço
de leitura, enquanto as demais terminam a atividade. Depois, reúna todo o
grupo na roda, relembre as regras de um jogo da memória e combine quem
vai iniciar a brincadeira e quem vai dar continuidade. Considere a especificida-
de da turma e reflita a necessidade de, inicialmente, propor o jogo da memó-
ria aberto, com as imagens voltadas para cima, indicando que encontrem os
pares. Nesse primeiro momento, combine que o dono do próprio nome pode
ajudar a encontrar o par. Depois, amplie para a maneira convencional, com
todas as cartas viradas para baixo.

383
Unidade: Escrever com sentido

Para finalizar
Após a exploração do jogo, diga que terão mais um momento para jogar. Peça às crianças que fiquem à
vontade e escolham o que preferirem, podendo utilizar o outro jogo que você trouxe; porém, mostre que o
jogo confeccionado por elas ficará na sala, compondo o acervo da turma.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Após o jogo tornar-se bastante conhecido, pode-se pesquisar variações, tais como o Lince, e adaptá-lo ao
objetivo da proposta. Confeccione com todo o grupo um tabuleiro grande com os nomes das crianças. Inclua
outros nomes diferentes para aumentar a complexidade. Elas devem procurar os nomes a partir dos cartões com
as fotos. Outra possibilidade é uma adaptação do jogo Cara a cara, com as fotos delas. A brincadeira consiste
em adivinhar quem é a pessoa retratada, considerando dicas de características físicas, podendo acolher também
dicas de letras que compõem os nomes no desafio.

 Engajando as famílias
Construa um tabuleiro para servir de mural com as peças formadas a partir das fotos das crianças e uma cesta
para os nomes. Convide os responsáveis para encontrar as fichas com os nomes e colocá-las ao lado das fotos.
Deixe esse mural disponível no espaço de entrada da escola.

384
Atividade: Escrita de um novo final para uma história conhecida

 EI03CG02  EI03EF04  EI03EF05


ESCRITA DE UM NOVO
FINAL PARA UMA HISTÓRIA
CONHECIDA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
A atividade pressupõe que as crianças já tenham ouvido, nos últimos dias, versões diferentes de uma mesma
história e que, nesse processo, tenham conversado e comparado as versões ouvidas. Também é importante que
tenham escolhido uma das versões para criar um novo final para a narrativa.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Livro escolhido pelas crianças;

•Chapeuzinho
•  Três cartazes em cores diferentes com os trechos que compõem a narrativa Vermelho. Autor: Lola
(começo, meio e fim). Os cartazes do início e do meio devem compor Moral. (SESI-SP, 2017).
as partes das histórias já escritas e estar impressos em letra imprensa
maiúscula. Já o cartaz do final acolherá a reescrita dos pequenos.

 Espaços
Organize um espaço onde as crianças se sintam confortáveis para conversar sobre a construção do novo final
da história. Atente-se ao momento da escrita, garantindo que o espaço escolhido possibilite que elas visualizem
o portador que preparou, de forma que a escrita do novo final da história seja acolhida.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como a atividade aprofunda o aprendizado das habilidades de planejar e revisar o texto?


2. Ao ditar a história, como as crianças se apropriam da estrutura da narrativa e da construção da se-
quência de episódios da história?
3. Ao propor a revisão sobre as melhores expressões e palavras, ou substituição daquelas que se repe-
tem, as crianças percebem diferenças entre a língua oral e a escrita? Como isso ocorre?

385
Unidade: Escrever com sentido

 Para incluir todos


Considere as diversas formas de comunicação, como o desenho, para trabalhar com aquelas que preferem
não se expressar de forma verbal, garantindo o direito de que atuem na proposta.

O QUE FAZER DURANTE

Convide todo o grupo para se acomodar em roda. Conte que a proposta é


1 escrever um novo final para a história que as crianças escolheram anterior-
A
Possíveis falas
mente. Investigue quais os conhecimentos delas sobre as características da do professor
estrutura da narrativa. Desse modo, chame a atenção para a estrutura cons-
— O que aconteceu?
titutiva da história. Considere engajá-las no pensamento de quais são os ele-
— Quem está presente
mentos característicos de uma narrativa, ou seja: o que, quem, quando, onde, na história?
como e por quê. A — Quando e onde
ocorreu?
Conte às crianças que preparou cartazes coloridos e que cada cor traz uma — Como os personagens
2 resolveram o conflito?
parte da história: o começo, o meio e o que acolherá o fim. Revele para elas
— Por que aconteceu
a cor de cada tópico e leia a narrativa, apoiando-se nos cartazes como mar- isso?
cadores para facilitar a visualização da estrutura da narrativa pela turma.
Após a leitura, volte ao cartaz que acolherá o fim da história e leia apenas a
introdução do desfecho do conto. Convide os pequenos a escrever um novo B
final, a partir de onde você pausou a leitura. Considere, por exemplo, a nar- Possíveis falas
rativa de Chapeuzinho Vermelho: “O lobo chegou na casa da vovozinha e do professor
bateu na porta e...”. — Será que devemos
contar o final tão
3 Após conversar e combinar sobre os possíveis rumos para o novo final, convide rápido? Vamos pensar
as crianças a ditar a história para você escrever. Considere mediar a constru- em que mais podemos
ção delas sobre as marcas faladas e escritas. Se perceber que estão resumin- considerar para o final.
do muito a história, ofereça possibilidades para que reflitam se a forma com — O que a personagem
pode dizer e sentir?
que contamos histórias em uma conversa é a mesma que os autores escrevem — Será que existe
nos livros. Investigue junto à turma formas de potencializar as marcas escri- alguma palavra que os
tas, incentivando a busca por sugestões para substituir marcas de oralidade autores usam para que a
que se repetem ao se ditar o novo final. Considere retomar o texto do livro, gente substitua o “aí”?
revelando algumas expressões, como “quando” e “então”, para apoiar a cons- — Vejam, vou ler como
vocês me ditaram.
trução da história. Atente-se ao fato de que, mesmo com suas intervenções, — Que palavra podemos
o texto precisa acolher a lógica das crianças. Ao vivenciar outras propostas usar para esta parte: “Aí,
de reescritas, elas continuarão a construir sentidos para as diferenças entre o lobo pegou a chave
marcas verbais e escritas. B embaixo do tapete. Aí,
ele entrou na casa e aí
Para finalizar engoliu a vovó”? Alguém
tem alguma sugestão?
Ao finalizar a reescrita, releia o texto com as crianças, perguntando se con-
sideram que está finalizado ou se ainda precisam fazer ajustes. Caso tragam
sugestões, faça as alterações e informe que você vai digitar o texto e fazer
uma cópia para cada uma levar para casa. Em seguida, organize a turma para
a próxima vivência do dia.

386
Atividade: Escrita de um novo final para uma história conhecida

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Possibilite outras situações em que as crianças ditam um texto coletivo, ampliando o desafio. Ao invés de se
reescrever só o final, peça a elas que planejem a reescrita da metade da história e, depois, a história toda. Con-
sidere ainda se inspirar na atividade Recontar um conto, do conjunto Conversa sobre histórias e ilustrações,
para oferecer outras experiências para os pequenos.

 Engajando as famílias
Informe os responsáveis sobre a atividade vivenciada pelas crianças na escola e envie a cópia do texto para
casa. Comunique que elas estão levando uma cópia da reescrita coletiva e peça aos adultos para realizar um
momento de leitura com elas.

387
Unidade: Escrever com sentido

 EI03EO07  EI03EF01  EI03EF09


A ESCRITA NAS BRINCADEIRAS
DE FAZ DE CONTA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a realização da atividade, é importante que as crianças já estejam familiarizadas com as brincadeiras
de faz de conta e as tenham incorporadas na rotina escolar. Um exemplo são as atividades do conjunto Faz de
conta. A fim de enriquecer a experiência, prepare os materiais de forma a abranger diferentes cenários em que
a escrita se faz presente.

 Materiais
•  Materiais que reproduzam os seguintes cenários: banco, lanchonete e consultório médico,
possibilitando o contato com portadores e a vivência da escrita no contexto da brincadeira, tais como:
-  Dinheiro de mentira;
-  Máquinas de calcular;
-  Computadores;
-  Blocos de papéis e riscantes;
-  Telefones;
-  Revistas;
-  Cadernetas;
-  Agendas;
-  Caixas vazias.

 Espaços
Você pode organizar os cantos em áreas amplas, como quadras de esportes e corredores, bem como am-
bientes internos, como a própria sala. Potencialize os espaços de brincar, organizando-os de modo a favorecer
a apreciação estética e a relação autônoma das crianças.
É importante organizar cada um dos ambientes, considerando a reunião de objetos e brinquedos dentro da
mesma temática da brincadeira. Busque representar cada um desses locais, instigando os pequenos a vivenciar
e representar papéis sociais nas brincadeiras.

388
Atividade: A escrita nas brincadeiras de faz de conta

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as relações que se estabelecem entre as crianças no decorrer da brincadeira? Como assumem
os papéis e quais ações realizam?
2. Como é desenvolvida a brincadeira? Como se relacionam ao fazer escritas espontâneas?
3. Ao se deparar com desafios, tanto cognitivos quanto sociais, como buscam apoio? Consideram os
pares? Recorrem ao adulto?

 Para incluir todos


Cuide para que as crianças desempenhem papéis diferentes em uma mesma brincadeira. Observe que al-
gumas tendem a ficar mais quietas e se posicionam com menos intensidade nas interações. Busque participar
envolvendo-as na brincadeira de faz de conta.

O QUE FAZER DURANTE

Convide todo o grupo para se sentar em roda e compartilhe o propósito da


1 atividade: conte às crianças que poderão escolher um dos três cenários para A
brincar de forma livre. Combine com elas a duração da atividade e a organi-
Possível fala
zação dos materiais ao fim da exploração. A do professor

Enquanto as crianças brincam, movimente-se pelo espaço a fim de observar — Temos três espaços
2 diferentes para brincar.
as relações que estão estabelecendo enquanto interagem com os suportes Escolham em qual
de escrita, para refletir sobre as intervenções durante a brincadeira. Caso deles vocês iniciarão
perceba que elas não dão atenção ou não escolhem elementos que possibi- a brincadeira e, se
litam a intencionalidade da escrita, integre-as à brincadeira, potencializando quiserem, poderão
esse aspecto e a própria situação imaginária. Considere entrar na brincadei- trocar de cenário depois.
Quando faltar dez
ra das crianças de forma sugestiva e espontânea. Por exemplo: no ambiente
minutos para terminar a
da lanchonete, você pode assumir o papel de um cliente e pedir o cardápio brincadeira, vou avisar
ao garçom. Caso não tenham um cardápio, sugira que anotem o pedido, de vocês.
modo a incentivar o uso da escrita e observar quais conhecimentos os pe-
quenos revelam.
B

3 Continue as observações de modo que seja capaz de interpretar os significa- Possíveis falas
dos que estão em jogo no faz de conta. Assuma o papel de um adulto brin- do professor
cante, possibilitando trocas e investigações nessa ação. Suponhamos que, no — Doutor, meu filho está
espaço do consultório médico, você interprete o papel de mãe ou pai que levou muito doente? Ele está
o filho a uma consulta. Estabeleça um diálogo com a criança que representa o desde ontem com febre,
vômito.
médico, possibilitando uma interação que prioriza o trabalho com a escrita. B — Doutor, que remédio
você sugere que eu
Procure instigar comportamentos e ações na brincadeira, com a intenção de compre na farmácia?
4 que elas vivenciem papéis ao brincar, experimentando novas práticas em re- — Você pode anotá-lo na
lação aos materiais disponibilizados. Considere envolver outras crianças nas receita?
situações. Por exemplo: assuma o papel de atendente do banco, convidan-
do-as a anotar os dados pessoais para a abertura de uma conta bancária.

389
Unidade: Escrever com sentido

Atente-se quanto ao tempo estipulado para a atividade e sinalize quando fal-


tar dez minutos para o fim, de modo que comecem a finalizar a brincadeira.

Para finalizar
Peça às crianças que organizem os brinquedos e os objetos no local determinado. Reúna todo o grupo
em uma roda de conversa e investigue, junto aos pequenos, o que podem fazer para enriquecer ainda mais
as brincadeiras. Converse sobre os temas desenvolvidos nas situações das brincadeiras, os papéis repre-
sentados, os conflitos que apareceram e outras questões que forem propostas.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize visitas a diferentes espaços e estabelecimentos da comunidade, possibilitando que as crianças se
atentem para a estrutura, o funcionamento, as regras sociais, os profissionais que neles atuam. A partir dessa ação,
considere organizar novas temáticas para futuras brincadeiras de faz de conta. Para isso, você pode consultar as
atividades Cantinhos das profissões e Ampliando o acervo para brincar com as profissões, do conjunto Pro-
fissões, e se inspirar nas propostas de organização de cantos de brincadeiras. Organize, ainda, com as crianças,
a produção de novos materiais para a brincadeira, incorporando as novas descobertas, tais como: fazer cartazes
com o nome da lanchonete, do banco, da clínica médica, um livro de receitas de lanches, um cadastro com nomes
de vários clientes, fichas de prontuários médicos etc.

 Engajando as famílias
Comunique aos responsáveis sobre a vivência. Convide-os para conversar sobre suas profissões ou ativida-
des preferidas de lazer. Solicite que enviem para a escola o que utilizam em suas profissões, de preferência,
relacionados à função da escrita.

390
Atividade: Escrita de um roteiro de encenação

 EI03EF03  EI03EF04  EI03EF09


ESCRITA DE UM ROTEIRO
DE ENCENAÇÃO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que as crianças já tenham experimentado contextos de aprendizagens relacionados à estrutura
textual de um roteiro de encenação. O conjunto Teatro pode ser uma boa sugestão para desenvolver esses
contextos. É fundamental que tenham feito a escolha de um conto clássico para que planejem o roteiro de uma
encenação em vídeo e que o tenham lido em diversas ocasiões, a fim de fortalecer as percepções acerca da
narrativa. É importante preparar o suporte e a estrutura visual que acolherá o registro escrito do roteiro, utilizando
editores de textos digitais. Considere ter um arquivo com imagens dos personagens e use-as no documento, caso
sinta ser uma boa estratégia para a turma. Caso não disponha dos recursos digitais, você pode fazer o roteiro
à mão, utilizando cartazes em papel A4 com a estrutura do texto.
Sugestões de leitura
três porquinhos.
•Os
 Materiais Autora: Ana Maria
Machado (recontado
•  Livro de um conto clássico escolhido pelas crianças; por). (FTD Educação,
2004).
•  Projetor de imagem e computador, se possível;
•Roteiro de encenação.
•  Roteiro de encenação. Nova Escola.
Disponível em: https://
nova-escola-producao.
 Espaços s3.amazonaws.com/
JNwveAHejKb
hxgkewAbSBYmA
Escolha um lugar amplo para a organização das crianças, de modo que possam UXgfBBnTHb
interagir enquanto elaboram, com seu apoio, o roteiro de encenação. Essa organi- 6qHuyKzt7vP3PN5w
zação deve garantir que visualizem o suporte que acolherá a escrita. ZASuyaMeRj/modelo-
de-roteiro.pdf. Acesso
em: 30 jun. 2021.
 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais expressões revelam que a atividade proposta possibilita às crianças que construam relações
de aprendizagens quanto à elaboração de um roteiro?
2. Como as crianças associam o retorno ao texto organizado em partes à composição do roteiro? Que
ideias e apoios essa consulta possibilita ao grupo na escrita do roteiro?
3. Ao elencar as frases para os diálogos dos personagens, quais estratégias as crianças traçam? Recor-
rem às ilustrações do livro? Apoiam-se umas nas outras? Debatem ideias quanto às marcas verbais,
buscando substituí-las por palavras características das marcas da linguagem escrita?

391
Unidade: Escrever com sentido

 Para incluir todos


Caso considere que para a sua turma seja necessário adaptar o desafio proposto na atividade, proponha às
crianças que façam o roteiro de encenação apenas de uma parte da história ou, ainda, que o concluam em
outro dia.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se sentar em roda e compartilhe A


o propósito da atividade. Diga que o desafio é transformar a Possíveis falas do professor
história em um roteiro de teatro. Na conversa, investigue o que
— Quem sabe me dizer o que é um
é necessário para planejar a encenação de uma história; por
roteiro?
exemplo: personagens, cenário, espaço, diálogos, composição — O que devemos saber para fazer
de cenas. Acolha as hipóteses levantadas para aprofundar o uma encenação? Como o livro e a
diálogo, lançando perguntas que apoiem a construção dos pen- história podem nos ajudar a pensar na
samentos. A encenação?

2 Após a acolhida das hipóteses dos pequenos, conte que, para


a composição do roteiro, você preparou um material de forma
que todo o grupo participe e acompanhe o registro da escri- B
ta. Revele o documento para as crianças, falando sobre cada Possível fala do professor
tópico que o compõe. Nesse momento, busque saber o que já
— Vejam, o roteiro é organizado por
sabem sobre os elementos que compõem um roteiro, evitando tópicos diferentes. Aqui escreveremos
trazer os conceitos ao apresentar o documento e sempre con- quem são os personagens da história.
siderando os conhecimentos e ideias das crianças. B

3 Após a apresentação do documento, conte para a turma que C


você será o responsável pela escrita do que for ditado. Inicie Possíveis falas do professor
a proposta investigando quais serão os personagens e, em se- — Para pensarmos sobre os detalhes
guida, qual será o cenário do roteiro. Observe que, nesse mo- dos personagens, precisamos nos
mento, é fundamental que você apoie as crianças, de forma que lembrar da história e pensar um pouco
manifestem com liberdade expressões de curiosidade. Dessa sobre cada um deles.
forma, exerça a escuta atenta, considerando as diversas repre- — Vamos escrever as características de
cada um. Para isso, vamos pensar: como
sentações que elas utilizam para contar as impressões. Garan- eles são, que tipo de roupa vestem, como é
ta um diálogo para mostrar que o que trazem ao contexto está o temperamento (carinhoso, bravo, tímido).
sendo acolhido e refletido na composição do roteiro. C

4 Inicie a busca para a composição de cenas com as crianças. Ins-


D
tigue-as para que pensem sobre o que é “cena” e como podem
organizá-la dentro de um roteiro. Considere voltar na história, Possíveis falas do professor
apoiado pelo livro, caso sinta que essa ação fortalecerá os en- — Precisamos definir qual será a primeira
tendimentos da turma. Diga que no documento a organização cena do nosso roteiro. Como podemos
da cena dispõe de dois espaços: um para indicar a ação dos fazer isso?
— Ah, boa ideia! Podemos seguir o início
personagens e outro para os diálogos entre eles. Sugira que,
da história! Como ela começa? Quem
para indicar isso no roteiro, a turma escolha alguns marcado- começa falando?
res visuais para identificar as relações de diálogos e ações. D

392
Atividade: Escrita de um roteiro de encenação

Após conversar sobre a caracterização da cena, considere o E


5
início da escrita das ações e dos diálogos dos personagens. Possíveis falas do professor
Instigue as crianças a pensar sobre como poderão iniciar a his- — Precisamos pensar quais serão as
tória. Observe que elas podem começar a narrar a história com falas dos personagens. Vou ler o que
“era uma vez”, por exemplo. Nesse momento, investigue quem vocês decidiram como fala do narrador:
é essa pessoa, trazendo o narrador e suas características para “Em uma fazenda, bem perto da floresta,
morava uma família de porquinhos”.
o contexto do roteiro. Em seguida, evidencie a divisão dos diá- — E agora, o que a mamãe diz? Vou
logos entre os personagens e o narrador. Para isso, elenque os colocar aqui a imagem da boca, que foi
marcadores visuais que indicarão essas ações e falas. E o que vocês escolheram para indicar o
diálogo no roteiro.
6 Siga a composição dos diálogos e das ações envolvendo as
crianças, buscando investigar e acolher os pensamentos delas.
Antes de iniciar a composição da nova cena, convide-as para
um retorno. Releia o que foi construído a fim de que o grupo
avalie se pode seguir ou não para uma nova cena, ou se é ne-
cessário alterar algo. Então, a partir daí, continue a construção
da escrita do roteiro, instigando os pequenos a refletir acerca
da sequência. Observe a interação deles na construção do rotei-
ro. Se considerar que começaram a ficar cansados e dispersos,
avise-os que continuarão a escrita no dia seguinte.

Para finalizar
Após terminar a escrita, combine que vocês lerão todo o roteiro no dia seguinte, para que avaliem se
podem considerá-lo finalizado ou se farão alguma alteração. Em seguida, organize com a turma a próxima
atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à vivência propondo que as crianças façam a encenação e a filmagem da história. Busque
engajá-las na construção dos cenários, divisão de papéis e construção de figurino. Você pode organizar a turma
em pequenos grupos, filmando a representação de cada um.

 Engajando as famílias
Comunique aos responsáveis sobre a proposta de escrita de um roteiro vivenciada pelas crianças. Se a
encenação for realizada, incentive-os a se engajar na organização dos figurinos e acessórios que as crianças
podem utilizar na caracterização dos personagens. Combine com os adultos um dia para que assistam ao vídeo
produzido e encenado pelos pequenos.

393
Unidade: Escrever com sentido

 EI03EO04  EI03EF01  EI03EF09


ESCRITA DE UM ÁLBUM DE
DICAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é necessário que a turma tenha selecionado dez fotografias de momentos que consideram
importantes para expressar dicas às crianças mais novas que vivenciarão a proposta no próximo ano.

 Materiais
•  Dez fotografias de momentos que as crianças consideram importantes;
•  Papel A3;
•  Fita-crepe e cola;
•  Marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Lápis de cores, gizes de cera, entre outros riscantes;
•  Retalhos de papéis recortados em diferentes formatos e espessuras;
•  Potes ou bandejas.

 Espaços
Observe que a turma vivenciará a proposta em pequenos grupos, organizados em duplas. Dessa forma,
considere um local amplo, interno ou externo, que acolha com qualidade as relações do grupo e disponha
de uma parede na qual serão fixadas as páginas do álbum em formato A3, em que serão registradas as dicas
ditadas pelas duplas. Preveja ainda o espaço para um pequeno grupo que fará a ornamentação das páginas
fotográficas do álbum, com uma mesa que acolha cada material de forma categorizada: papéis por tamanho e
espessura, os lápis de cores, gizes de cera, canetas hidrocor, entre outros riscantes, em potes ou bandejas. A
disposição do material deve ser um convite para a expressão da criatividade das crianças.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais expressões ou ações revelam que a atividade proposta possibilita às crianças construir novos
significados em relação à linguagem escrita?
2. Como reagem à proposta de criação do álbum? E como recebem a ideia de preparar os materiais para
os grupos de crianças menores?
3. Como notam a passagem da descrição oral para a escrita? Quais movimentos indicam que percebem
que a escrita estava coerente com a fala?

394
Atividade: Escrita de um álbum de dicas

 Para incluir todos


Esteja atento às relações estabelecidas na turma, especialmente no momento de organizar as fotos e na
criação das dicas, propondo alternativas para a qualidade das interações, traçando estratégias para que todos
consigam manifestar suas ideias. Quando assumir a função de escriba, cuide para atender às expressões das
crianças, mediando apenas quando necessário.

O QUE FAZER DURANTE

Convide todo o grupo para uma roda. Informe que vocês construirão juntos o A
1
álbum de dicas para as crianças que vivenciarão a atividade no ano seguinte, Possíveis falas
utilizando as fotografias selecionadas pela turma previamente. Conte que ele do professor
será um presente para as crianças menores e que a proposta é que pensem e — Vocês já escolheram
escrevam as dicas que vão compor as páginas do álbum. A as fotografias dos
momentos que querem
compartilhar?
2 Após ouvir as expressões do grupo, apresente o material que será utilizado
— Aqui nesta imagem
na construção do álbum. Considere que um pequeno grupo, organizado em vocês escolheram o
duplas, esteja com você. Os demais, também organizados em duplas, reali- momento da roda de
zarão intervenções com autonomia nas páginas do álbum que acolherão as conversa. O que vocês
fotografias. Informe que cada dupla ficará responsável por uma fotografia e consideram importante
pelas dicas para o momento que a imagem representa. Combine, ainda, que nesse momento para
dizermos às crianças
você assumirá a tarefa de escriba do que for ditado por elas e que depois as menores?
duplas farão a troca de atividades. Combine também se a posição do álbum — E esta foto em que
será vertical ou horizontal, indicando em qual posição deve estar a folha A3 há amigos brincando
que acolherá a fotografia colada. Expresse-se de modo que saibam que po- juntos? Que dicas
derão criar livremente na página do álbum, inserindo desenhos, recortes de podemos dar sobre isso?
papéis, entre outros ornamentos.
B
Organize as duplas e convide-as, chamando-as pelos nomes, para escolher Possíveis falas
3 a fotografia pela qual se responsabilizarão. Indique o local para o grupo que
do professor

estará com você se acomodar e convide as crianças que vão trabalhar nas — Você chorava quando
páginas do álbum para utilizar com liberdade o material disposto na mesa. veio da outra escola
para esta?
Junte-se ao primeiro pequeno grupo para registrar a escrita das dicas e com- — O que você fez ou o
bine que cada uma das duplas terá cerca de cinco minutos para observar a que aconteceu para você
imagem e conversar sobre o que querem registrar. parar de chorar quando
se despedia dos seus
Em seguida, enquanto se engajam na ação, observe as duplas, instigando-as responsáveis?
4 — Talvez no grupo menor
sobre quais lembranças trazem, o que consideram para as dicas, se ressaltam
tenham crianças que no
detalhes específicos ou a rotina como um todo. Observe como se relacionam, início do ano sentirão
acolhem e trazem contrapontos às ideias. Dado o tempo destinado para esse saudades e talvez
momento, convide os pequenos para se acomodar em uma roda, a fim de que chorem, outras não
compartilhem as dicas. B chorarão, você não acha?
— Vocês passaram pelo
mesmo momento, mas
5 Em roda, combine com as crianças que cada dupla falará suas próprias di- sentiram coisas diferentes.
cas e que você fixará as páginas na parede, para escrever o que elas dita- Que tal vocês construírem
rem. Convide a primeira dupla para mostrar a fotografia, pedindo que diga o dicas sobre isso?
nome do momento ilustrado. Escreva-o na parte superior da folha. Em seguida,

395
Unidade: Escrever com sentido

questione quais dicas elencou para aquele momento e considere ouvir as


sugestões das outras duplas. Acolha com atenção as expressões das crian-
ças. Observe que esse é um vínculo em que você é testemunha e registra as
construções das duplas; contudo, você também apoia a ampliação de co-
nhecimentos acerca da escrita e de sua função social, assumindo o papel de
mediador. Portanto, é fundamental que instigue as crianças a perceber que
suas falas estão sendo acolhidas, mas também que há diferenças entre a lin-
guagem escrita e a linguagem falada. Desse modo, considere, por exemplo,
que ao término de cada dica, você releia o que elas ditaram, a fim de construir
análises da composição do texto com o grupo.

6 Siga convidando cada dupla para ditar as dicas e, na hora da escrita, negocie
significados propondo a substituição de termos próprios da linguagem oral
para a linguagem escrita.

7 Após a escrita das dicas das primeiras duplas, convide-as para a troca de
atividades e repita as mesmas estratégias com o novo pequeno grupo. Ob-
serve a interação das crianças na construção do álbum e se considerar que
começaram a ficar cansadas e dispersas, combine que vai guardar o que já
foi construído e que continuarão no dia seguinte.

Para finalizar
Depois do término da escrita, combine que vocês lerão todas as dicas com todo o grupo, a fim de que
percebam se há necessidade de alguma alteração ou de inclusão de outras dicas. Em seguida, combine
com as crianças que vocês vão decidir como farão a capa, a encadernação e a entrega do álbum para o
grupo de crianças menores. Em seguida, convide a turma para vivenciar a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Dê continuidade à proposta produzindo com as crianças a capa e convidando-as para escrever cartas às
outras turmas. Sugira também que elaborem outras dicas de vivências, trazendo a escrita em uma proposição
que tenha sentido social para elas.

 Engajando as famílias
Envie um bilhete aos responsáveis comunicando sobre a proposta vivenciada pelas crianças e convidando-os
a escrever um bilhete aos futuros responsáveis que também vivenciarão essa etapa no ano seguinte, dando
dicas e sugestões de como acolheram e apoiaram os desafios enfrentados pelos pequenos. Ressalte que os
bilhetes farão parte do álbum.

396
23
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

MÚSICAS DE
DIFERENTES POVOS
Uma das funções essenciais da Educação Infantil é promover a ampliação do repertó-
rio cultural das crianças por meio de vivências que respeitam a maneira que aprendem e
se expressam. O universo sonoro traz, em si, múltiplas possibilidades de aprendizagem
sobre diversidade cultural, especialmente de gêneros e estilos musicais. Nesta sequên-
cia, os pequenos aprendem a valorizar diferentes formas de manifestação cultural e am-
pliam as referências. Descobrem também como pesquisar em fontes variadas, apuram a
sensibilidade sonora e a expressão gestual.
As atividades devem ser desenvolvidas com a turma na ordem apresentada, pois pro-
põem uma consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as
outras, no que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

397
Sequência: Músicas de diferentes povos

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções,


EI03CG01
tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de
EI03TS01
faz de conta, encenações, criações musicais, festas.

Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas


EI03TS03
produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.

EI03EF02 Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e ritmos.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos,


EI03EF09
por meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro e Corpo, gestos Traços, sons, cores Escuta, fala,


o nós e movimentos e formas pensamento
e imaginação

398
Atividade: Conhecendo a música indígena

 EI03EO06  EI03TS03  EI03EF02


CONHECENDO A MÚSICA
INDÍGENA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de música



•Cantos da floresta
Para realizar a atividade, pesquise sobre o instrumento maracá, os materiais uti- [áudios]. Artistas:
lizados para confeccioná-lo e seu uso nas expressões culturais ligadas à música de Magda Pucci e
Berenice de Almeida.
diferentes povos indígenas. Mantenha o foco na sonoridade e riqueza cultural do Cantos da floresta.
instrumento e não no uso religioso ou ritualístico, tendo cuidado com estereótipos Disponível em: http://
e generalizações. www.cantosdafloresta.
com.br/. Acesso em:
30 jun. 2021.
 Materiais
•  Instrumento indígena maracá (se possível, em boa quantidade para maior exploração da turma);
•  Cantos da floresta – áudio 2: Ñande Mbaraete’i Katu (Vamos nos fortalecer – Guarani Mbyá – SP) e
áudio 7: Darö Wihã (Canto de iniciação Wapté Xavante – MT);
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Materiais para desenho: papel e riscantes diversos;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A proposta pode ocorrer na sala ou em outro espaço agradável que o grupo escolher, prevendo a utilização
do equipamento de áudio. Organize os materiais favorecendo a livre movimentação das crianças em um canto
que tenha disponíveis os materiais para desenho.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como acontece a exploração dos ritmos nas diferentes possibilidades musicais, canções infantis
do cotidiano e canções indígenas?
2. Quais as hipóteses levantadas pelas crianças com relação aos materiais usados na fabricação do
maracá?
3. De que modo elas expressam descobertas, dúvidas e hipóteses? Fazem isso em diferentes agrupa-
mentos?

399
Sequência: Músicas de diferentes povos

 Para incluir todos


Aproveite para explorar as diversas possibilidades sensoriais, como a textura da cabaça e a sonoridade do
instrumento. Faça combinados prévios para que todos explorem o instrumento respeitando o tempo do colega.
Você pode sugerir que uma criança descreva para a outra, se necessário, como são os materiais usados ou com
o que se parece o som produzido pelo maracá.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. Antes de apresen-
tar o maracá, diga que vão conhecer novos sons e estimule-as a apresentar
hipóteses sobre o que poderia ser. Convide-as a cantar uma música e diga
que usarão apenas a voz nesse momento.

2 Comecem a cantar a música escolhida. Após um tempo, pegue o maracá e


comece a tocar acompanhando o ritmo da canção. Observe a reação das
crianças e aproveite o momento para brincar com a música, mudando algu-
mas vezes o ritmo. Troque de música, garantindo outras melodias e ritmos. É
possível que as crianças se levantem, se movimentem e desejem mexer no
instrumento. Esse é um momento importante para explorações e descobertas.
Se tiver outros maracás, traga-os para a roda. Se for apenas um, garanta que
as crianças o manipulem, em revezamento. Faça combinados para a utiliza-
ção do instrumento: isso facilitará a fluidez da proposta.

3 Enquanto as crianças cantam, tocam e se movimentam, reproduza o áudio.


Essa mudança pode provocar novas reações, movimentos e manifestações.
Observe e participe. Em pequenos grupos, elas podem criar alguns passos
e pequenas coreografias. Incentive-as a dançar em roda e seguir umas as
outras, formando um caracol e explorando o espaço a partir da marcação do
maracá e das músicas.
A
4 Após um tempo de dança e exploração do instrumento, convide as crianças a Possíveis falas
se sentar novamente em roda com todo o grupo. Como elas já tiveram opor- do professor
tunidade de manusear o instrumento, pergunte como imaginam que seja o — Vamos escutar com
nome e o criador dele. Dependendo da região do Brasil em que você está, as atenção o som produzido
crianças terão diferentes hipóteses de nomes, como o chocalho. A partir disso, pelo maracá.
amplie a conversa e as informações que elas têm sobre instrumentos e músi- — Se os povos indígenas
cas indígenas, dizendo o nome do instrumento e as comunidades indígenas usam elementos da
natureza para construir
dos áudios reproduzidos. Conte sobre a história do maracá, como ele é feito
os instrumentos, o que
e quando é usado. Se houver diferentes maracás, proponha que observem vocês acham que foi
semelhanças e diferenças, aproveitando a oportunidade para ampliar as des- colocado aqui dentro?
cobertas sobre a relação dos materiais e da sonoridade. A

Propicie mais tempo para que as crianças ampliem as experiências com os


5 sons. É fundamental que elas manipulem o instrumento. Reproduza novamen-
te os áudios e possibilite que se sintam livres para manuseio e movimentação.
Enquanto isso, aproveite para observar e registrar como interagem com o

400
Atividade: Conhecendo a música indígena

instrumento, se acompanham o ritmo com movimentos corporais, se reagem


aos sons produzidos e como expressam as descobertas. Mostre que em ou-
tro canto da sala estão os materiais riscantes. Dessa forma, as crianças que
não desejam continuar na exploração da música indígena ou que esperam
um colega manipular o maracá têm a opção de desenhar. Incentive a incor-
poração das descobertas e brincadeiras do dia às produções, como desenhar
o maracá, as crianças dançando e tocando, entre outros.

Para finalizar
Convide novamente todo o grupo para a roda e proponha uma canção de despedida. Uma criança ini-
cia tocando o maracá, os versos são cantados por todas e o maracá passa para as mãos de outra criança.
Elas devem fazer esse movimento sucessivamente até que todas tenham participado. Outra opção é incluir
uma brincadeira cantada:

“Eu já vou embora


vou deixar meu maracá,
Para (nome da criança)
ele vai ficar”.

Quando finalizar, diga às crianças que em outro momento poderão tocar o maracá novamente. Aquelas
que realizaram o desenho podem mostrá-lo e falar da produção aos colegas e, juntos, podem guardar os
materiais utilizados.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Amplie as experiências com instrumentos musicais indígenas. Você pode usar outros tipos de chocalho, como
o chocalho de pé ou o pau-de-chuva e instrumentos de outra família, como os de sopro. Dessa forma, será pos-
sível explorar as demais músicas do site Cantos da floresta. Outra possibilidade é a construção de maracás com
materiais de largo alcance e elementos da natureza, como garrafinhas, potes, pedrinhas, sementes, pedaços
de cabos de vassoura etc. Se tiver possibilidade de conseguir cabaças, construa um maracá tal qual os povos
indígenas.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que contem aos responsáveis sobre a experiência sonora e perguntem se conhecem o
maracá, bem como histórias ou músicas que falem do instrumento. Convide os adultos para relatar vivências
relacionadas ao tema. Se não for possível estar presente na escola, o responsável poderá gravar um vídeo ou
áudio que será apresentado para a turma.

401
Sequência: Músicas de diferentes povos

 EI03EO04  EI03EO06  EI03CG01


CULTURA SONORA INDÍGENA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de leitura



•Culturas indígenas.
Para a atividade, é necessário que você pesquise e selecione materiais com Culturas indígenas do
antecedência, conhecendo mais sobre a cultura indígena. Brasil. Disponível em:
http://culturasindigenas
dobrasil.blogspot.
 Materiais com/?view=snapshot.
Acesso em: 30 jun. 2021.

•  Um equipamento para reprodução de áudio;


•  Um vídeo que apresente a diversidade das músicas indígenas. Não sendo Sugestões de vídeo
possível, escolha outro recurso que apresente a música escolhida, como

•Território Indígena
imagens ou algum indígena que possa conversar com a turma, adequando Panará, Pará. Território
as intervenções quando necessário; do brincar. Disponível
•  Músicas cantadas por crianças guaranis. Podem ser as músicas indicadas em: https://youtu.be/Jt8-
na atividade Conhecendo a música indígena, deste conjunto, ou as X5TGXo0. Acesso em:
sugestões indicadas na lateral direita desta página; 30 jun. 2020.

•Apresentação de dança
•  Papel e riscantes diversos; dos índios guaranis.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para Disponível em: https://
registrar a atividade. youtu.be/Uu3GiO2cp4g.
Acesso em: 30 jun. 2021.

•Exposição virtual:
 Espaços a dança como
representação da
cultura Krenak na terra
Organize um ambiente favorável à reprodução do vídeo, do áudio e também para Índia Vanuíre. Museu
a exploração de danças. Reserve os materiais para desenho em um dos cantos Índia Vanuíre. Disponível
desse local. em: https://youtu.be/
gBZ8r5_hSSE. Acesso
em: 30 jun. 2021.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as principais observações das crianças quando assistem ao vídeo?


2. Elas exploram diferentes movimentos corporais? Como?
3. Comunicam as descobertas tanto para os colegas como para o professor, expondo opiniões?

 Para incluir todos


Durante as possíveis representações de dança, garanta que as crianças que demonstrem timidez ou que
tenham alguma dificuldade em desenvolver atividades em grupo possam ser apoiadas por outros colegas.

402
Atividade: Conhecendo a música indígena

O QUE FAZER DURANTE

Organize um semicírculo com as crianças e diga a elas que assistirão a um A


1
vídeo que apresenta diferentes manifestações de música e dança indígenas. Possível fala
Isso facilitará que elas percebam a riqueza de sons e movimentos corporais do professor
dentro dessa cultura. Reproduza o vídeo. A — Existem muitas formas
de cantar e movimentar
Peça às crianças que comentem sobre o que assistiram. Escute atentamente o corpo quando
2 dançamos. Vamos
os relatos. Possivelmente trarão outros elementos além de músicas, danças assistir ao vídeo e, em
e movimentos, como considerações sobre roupas, adornos e sobre o ambien- seguida, vocês poderão
te em que estão. É importante considerar todas as observações, ampliando contar o que acharam
a investigação das crianças sobre a cultura indígena. Faça perguntas ou co- interessante, mostrando
mentários que tragam a atenção para aspectos não considerados por elas. os movimentos que
aprenderam.
Proponha que assistam novamente ao vídeo e peça que, nesse momento,
observem a coreografia e os movimentos que os indígenas realizam com o
corpo durante a música. B B
Possível fala
3 Convide as crianças para que experimentem cantar e dançar como os in- do professor
dígenas. Caso elas queiram pegar os maracás e os outros instrumentos
— Vocês perceberam
explorados na atividade Conhecendo a música indígena, deste conjunto, que, enquanto cantavam
incentive-as a utilizá-los na vivência, favorecendo as relações que fazem e dançavam, eles batiam
sobre a cultura indígena. Elas vão formar duplas ou pequenos grupos e com mais força um dos
explorarão livremente os movimentos que viram no vídeo ou até mesmo pés no chão? Por que
outros que podem ser criados. Observe a dinâmica do grupo; caso perceba será que isso acontece?
que algumas crianças se mostram tímidas, respeite e sugira alguma intera-
ção. Lembre-se de que a música indígena está sempre relacionada a ritmos
Sugestões de música
e movimentos, por isso é muito importante que as crianças experimentem
essa sensação corporal. Favoreça que elas experimentem movimentos e
•Sons indígenas.
sons realizados e criados pelos colegas, enriquecendo o próprio olhar. Dê a Fundação Nacional do
Índio (Funai). Disponível
opção do canto de desenho para aquelas que não querem participar, suge- em: http://www.funai.gov.
rindo que desenhem os movimentos que os colegas fazem. Quando a turma br/index.php/indios-no-
concluir, solicite que guardem os materiais. brasil/sons-indigenas.
Acesso em: 30 jun. 2021.
Convide todo o grupo para uma grande roda. Reproduza o áudio de músi-
•Nhanerãmoit Karai Poty.
4 Memória viva Guarani
cas cantadas por crianças guaranis e proponha uma dança em roda na qual
[CD]. Artista: Nande Reko
os pequenos possam reproduzir os movimentos que viram no vídeo ou os Arandu. (MCD, 2002).
que criaram na etapa anterior. Os movimentos podem ser mais rápidos ou Disponível em: http://
lentos, seguindo o ritmo da música. www.funai.gov.br/index.
php/indios-no-brasil/
Para finalizar sons-indigenas/684-ww.
Acesso em: 30 jun. 2021.
Combine com as crianças que você fará três paradas na música. A cada
parada, quem desejar entrar no círculo poderá fazê-lo, realizando alguns
movimentos similares aos dos indígenas e, assim que a música reiniciar,
podem retornar à roda. Encerre dançando em roda ou um atrás do outro,
podendo se dirigir para outro espaço da escola.

403
Sequência: Músicas de diferentes povos

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha movimentos corporais a partir do som de instrumentos indígenas ou de sons da natureza comuns
ao cotidiano das aldeias. Você pode ampliar as possibilidades sugerindo movimentos no plano do chão (imitar
animais marinhos), no plano médio (animais terrestres) e no plano alto (animais aéreos). Você pode ainda propor
às crianças que se divirtam com algumas brincadeiras de origem indígena, como a atividade Brincadeira da
onça, do conjunto Jogos na área externa.

 Engajando as famílias
Incentive as crianças a conversar com os responsáveis sobre a dança indígena. Como fio condutor, disponha
próximos à porta os desenhos produzidos nas atividades Conhecendo a música indígena e Cultura sonora
indígena, deste conjunto. Quando cada responsável chegar à escola, reproduza novamente as músicas indíge-
nas experienciadas pelos pequenos.

404
Atividade: O canto indígena

 EI03CG01  EI03CG03  EI03TS03


O CANTO INDÍGENA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é necessário que o professor se familiarize com a canção indígena Po Hamék. Você
encontra as informações necessárias no site Cantos da Floresta, já indicado anteriormente.

 Materiais Sugestão de música

•  Um equipamento para reprodução de áudio;


•Tradução livre da
•  Áudio 9: Po Hamék (Bate palma, bate o pé – Krenak – Serra do Cipó – MG) canção Po Hamék.
Intérprete: Maurício
do álbum citado na atividade Conhecendo a música indígena, deste Krenak. Disponível
conjunto; em: http://www.
•  Cartaz com a tradução livre da canção Po Hamék, em letra imprensa cantosdafloresta.com.
maiúscula; br/audios/po-hamek/.
•  Quadro ou cartaz e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor); Acesso em:
30 jun. 2021.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para
registrar a atividade.

 Espaços
Você pode usar a sala ou outro espaço fechado que favoreça a escuta atenta da música.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças levantam hipóteses sobre a origem dos sons ouvidos na música, bem como da
letra da canção?
2. Como elas manifestam o desejo em reproduzir os sons da canção e criar novos a partir deles?
3. Durante a canção, elas buscam se movimentar e interagir com os colegas? Como?

 Para incluir todos


A atividade dá ênfase à percepção auditiva e à expressão corporal por meio de diferentes movimentos. Esteja
atento aos interesses de cada criança, explore as criações e descobertas delas, bem como as várias possibili-
dades de movimentos livres produzidos.

405
Sequência: Músicas de diferentes povos

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda e pergunte o que costumam fazer


quando recebem visitas em suas casas. Depois da descrição de algumas situa-
ções, como cumprimentar, convidar a entrar e servir um café, compartilhe que
existe um grupo indígena chamado Krenak que gosta de receber os visitantes
com música e dança. Peça às crianças que escutem com atenção a canção
para que conversem sobre ela. Reproduza a canção Po Hamék.

2 Após escutar a canção indígena, garanta que as crianças se expressem e so-


cializem impressões e sensações. Envolva-as para que tragam observações
e comentários. É importante que elas desenvolvam uma maior percepção da
sonoridade das palavras e de suas repetições, a utilização de batidas de pés
e mãos e o andamento da música, que vai acelerando à medida que se re-
pete. Se observar interesse por parte dos pequenos, repita o áudio para que
observem alguns detalhes com maior atenção.

3 Proponha que brinquem de traduzir a música para nossa língua, agora que
sabem que é uma canção de saudação. Você pode ir escrevendo no quadro,
ou em um cartaz, as hipóteses das crianças.

4 Compartilhe com as crianças a ideia de que, se a canção convida os visitan-


tes para fazer parte do grupo, cantar e dançar juntos, elas podem também
experimentar essa ação. Proponha a divisão da turma em pequenos grupos, A
como se fossem duas comunidades indígenas. Uma será a comunidade Krenak Possível fala
e a outra será de outro povo indígena que veio fazer uma visita. As crianças do professor
podem sugerir o nome da comunidade indígena, com referências a outros gru- — Vamos fazer de conta
pos que já conheceram nas atividades anteriores deste conjunto. Reproduza o que vivemos na aldeia
áudio novamente e incentive-as a cantar, dançar e criar as situações de faz de Krenak e estamos
conta de quem recebe e de quem é o visitante, promovendo a interação dos recebendo visitas.
grupos. Mantenha o foco na sonoridade da canção e no uso do corpo como Vamos recebê-los
dançando a música Po
instrumento de percussão, bem como nas possibilidades de exploração dos Hamék.
movimentos. Os grupos podem revezar os papéis no faz de conta. A

5 Depois, em roda, cante e peça às crianças que repitam com você. Caso tenha B
dúvidas sobre a pronúncia correta, use a gravação. Proponha maior atenção Possível ação
aos movimentos com o corpo que os indígenas fazem para produzir sons. das crianças
Oriente-as a testar alguns sons para que descubram qual se assemelha ao

•Alguma criança pode
som que escutaram. Esteja atento aos sons e movimentos que exploram, in- estalar os dedos,
dicando que as outras experimentem também. B esfregar as mãos, bater
as pontas dos dedos,
Você pode sugerir que as crianças rodem de mãos dadas e, ao comando da bater os pés e as mãos,
6 entre outros.
palavra "Po Hamék" (que se pronuncia como “pauamé”), batam palmas. Já na
palavra "Grí erehé" (que se pronuncia como “grirerré”), batam os pés. Comece
usando só as palavras de comando. Depois de várias explorações, convide
as crianças para definir que movimento e som vão fazer para cantar e dançar
juntas. Coloque novamente o áudio para que representem juntos a canção de
saudação da aldeia Krenak.

406
Atividade: O canto indígena

Para finalizar
Em roda, sente-se novamente com todo o grupo e retome o registro escrito da tradução da canção criada
na etapa 3. Converse com os pequenos sobre o significado da canção para os indígenas Krenak, podendo
apresentar algumas informações e a tradução. Eles podem fazer comparações entre a tradução que cria-
ram e a tradução livre apresentada no site, percebendo se há elementos em comum. Convide o grupo para
se organizar para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Traga brincadeiras com outras canções indígenas, explorando o ritmo. As canções de acalanto, por exemplo,
podem ser experimentadas pelas crianças com pedaços de tecidos. O ritmo suave amplia a possibilidade de
exploração dos movimentos corporais e promove uma variedade de sons que podem ser produzidos com o
corpo. Em outro momento, pode ser elaborado com os pequenos um texto coletivo, por meio do qual eles vão
socializar aprendizagens sobre a cultura sonora indígena e contar sobre as experimentações que vivenciaram
a partir das referências indígenas. O registro pode fazer parte de um painel.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que combinem com alguém do núcleo familiar um cumprimento de bom dia ou boa
noite que inclua um gesto e um som. Peça que contem para os responsáveis como isso acontece na canção Po
Hamék. Envie um bilhete aos adultos contando sobre a vivência dos pequenos e fazendo o convite para que
criem os cumprimentos, que podem ser apresentados pelas crianças para a turma em uma outra oportunidade.

407
Sequência: Músicas de diferentes povos

 EI03TS01  EI03EF07  EI03EF09


SONORIZANDO UM CONTO
INDÍGENA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Analise a história para dar ênfase aos pontos mais importantes. Priorize instrumentos que fazem parte da cul-
tura indígena e, se necessário, peça a ajuda dos responsáveis e da comunidade. Envie um bilhete perguntando
se algum adulto tem instrumentos indígenas que possam ser compartilhados.

 Materiais Sugestão de leitura



•Três contos
•  Instrumentos indígenas como o maracá, outros tipos de chocalhos, flautas, indígenas para mostrar
zumbidores, pau-de-chuva, pios de pássaros, pequenos tambores, entre outra visão de mundo
outros, em quantidade que possibilite a livre escolha. Caso não tenha o às crianças. Nova
suficiente, é possível incluir alguns da escola, como pauzinhos (pedaços Escola, mai. 2018.
de cabo de vassoura), chocalhos, reco-reco, tambores pequenos ou, até Disponível em: https://
mesmo, instrumentos feitos com materiais de largo alcance; novaescola.org.br/
conteudo/11697/3-
•  Conto indígena A dança do arco-íris ou outro característico de sua região; contos-indigenas-para-
•  Materiais para registro das crianças (lápis e papel); mostrar-aos-alunos-
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para outra-visao-de-mundo.
registrar a atividade. Acesso em:
30 jun. 2021.

 Espaços
Você pode realizar a atividade na sala ou em outro espaço que favoreça a escuta. Organize um local acolhedor
para a leitura do conto e disponha os instrumentos de maneira harmoniosa.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se relacionam com os instrumentos? O que manifestam durante a exploração?


2. A escolha dos instrumentos para ilustrar os sons da narrativa é aleatória ou as crianças levantam
hipóteses para a escolha? Como constroem essas hipóteses?
3. Como experiências anteriores influenciam na escrita espontânea dos pequenos? Que relação eles
fazem entre o instrumento e a escrita das palavras?

408
Atividade: Sonorizando um conto indígena

 Para incluir todos


Ao ler o conto, garanta apoios visuais para que todas as crianças possam compreender a narrativa e participar
da proposta. Disponibilize instrumentos de diferentes sonoridades e formas de manuseios, assim você ampliará
as possibilidades de escolha e exploração dos pequenos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se sentem em roda com você. Compartilhe que A
você lerá um conto indígena. Apresente o título e o nome do autor. Proponha
Possível fala
que, enquanto você faz a leitura, elas encontrem alguns sons escondidos na do professor
história. Leia a narrativa. Como se trata de um conto curto, você pode repetir
— Em todos os lugares
a leitura, dependendo do interesse delas. A que estamos, ouvimos
muitos sons. Na rua,
2 Depois de concluir a leitura, pergunte quais são os elementos da narrativa que ouvimos o som dos
remetem a algum som. Possibilite que elas se expressem e criem estratégias carros, da buzina, das
para ampliar as possibilidades de escuta e imaginação. Peça que fechem os pessoas andando. Na
praia, ouvimos o som do
olhos e, então, leia um trecho do conto para que percebam os sons. Enquan-
mar, dos pássaros, dos
to reproduzem variadas sonoridades, as crianças podem incluir movimentos vendedores. Neste conto
corporais. Considere todas as possibilidades imaginativas e criativas. B que vou ler para vocês,
também há muitos
Informe às crianças que você trouxe instrumentos como os usados pelos indí- sons. Vamos ouvir o
3 conto e perceber alguns
genas e convide-as para explorar a sonoridade. Apresente-os e observe como
sons que podemos
elas escolhem, exploram e reagem à diversidade de sons e aos objetos em si, reconhecer nele?
pois algumas podem se interessar por outros aspectos além do som. Respeite
o ritmo e as preferências de cada uma e aproveite para ampliar as possibili-
dades de representação sonora, intervindo se necessário. Por exemplo: caso
uma criança chacoalhe com força o pau-de-chuva, proponha que faça movi- B
mentos leves e observe o som. Pergunte com o que o som se parece e sugira Possível fala
que fique atenta enquanto movimenta o instrumento bem devagar. do professor
— Aqui diz: “De vez em
4 Instigue as crianças, em pequenos grupos, a conversar umas com as outras quando, o chão dava
sobre as descobertas, imitando movimentos e sons que os colegas fazem ou umas sacudidelas,
mesmo buscando sons parecidos em instrumentos diferentes. a planície inteira
corcoveava e diminuía
de tamanho”. Como
5 Converse com as crianças sobre os elementos da narrativa que podem ser pode ser o som do chão
sonorizados e quais instrumentos podem emitir sons que combinem com o dando sacudidelas?
texto. Ajude-as a perceber elementos na narrativa relendo alguns trechos.
Ofereça papel e lápis dizendo que podem registrar o nome do elemento que
queiram usar.

6 Convide todo o grupo para um ensaio da sonorização do conto. Sugira que


compartilhem o elemento que escolheram sonorizar. Elas podem fazer isso
lendo a própria escrita. Informe que fará a leitura do conto e, a cada elemento
escolhido, você dará uma pausa para a sonorização. Combine um comando
para interromper o som do instrumento e continuar a leitura.

409
Sequência: Músicas de diferentes povos

7 Proponha a uma das crianças que não demonstrou muito interesse pela pro-
posta que filme esse momento, para que você possa realizar a leitura. Leia a
história enquanto os pequenos sonorizam. Repita alguns trechos com os quais
eles se envolveram mais e, conforme o interesse, diga que podem trocar de
instrumentos, propiciando novas explorações.

Para finalizar
Proponha às crianças uma conversa musical de despedida com os instrumentos. O primeiro instrumen-
to deve emitir o som e, quando parar, o segundo deve começar. Diga que essa é uma conversa musical e
precisamos usar a imaginação para descobrir as falas. Conforme os instrumentos se despedem, são guar-
dados, encerrando a atividade. Diga à turma que em outra oportunidade os instrumentos voltarão para
continuar a conversa.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Sonorize outras histórias que apresentam diferentes oportunidades sonoras. Uma sugestão é usar técnicas
que exploram os sons do próprio corpo (bater palmas, bater as mãos em forma de conchinha, bater suavemente
nas bochechas cheias de ar, estalar os dedos, bater nas pernas, entre outros sons). Outra opção é ampliar a
diversidade de instrumentos e objetos que ilustram sonoramente a narrativa, como cascas de coco se trans-
formando no trote do cavalo ou pedaços de madeira sonorizando uma porta batendo. As crianças podem, ao
assistir à filmagem em outro dia, conversar mais sobre os sons produzidos ou apresentá-los para outras turmas.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que, em casa, encontrem nos objetos do cotidiano oportunidades para representar sons
comuns em contos indígenas. Escreva um breve bilhete para os responsáveis explicando a proposta e pedindo
a colaboração deles. No dia seguinte, peça aos pequenos para compartilhar as descobertas que fizeram.

410
Atividade: Compartilhando a cultura sonora indígena

 EI03CG01  EI03TS01  EI03EF03


COMPARTILHANDO A
CULTURA SONORA INDÍGENA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Organize, com os outros professores, horários adequados para a socialização com crianças de turmas e idades
diferentes. Faça combinados com os pequenos para que seja garantida a convivência agradável entre todos.

 Materiais
•  Registros do professor durante as atividades deste conjunto (fotos, textos, vídeos);
•  Produções das crianças organizadas em um painel (desenhos ou escrita espontânea desenvolvidos
durante as atividades deste conjunto);
•  Materiais utilizados nas atividades anteriores deste conjunto:
-  Instrumentos musicais e outros materiais de exploração das sonoridades indígenas;
-  Conto indígena A dança do arco-íris;
-  Áudio: Po Hamék;
-  Vídeo sobre a cultura sonora indígena.
•  Livros e revistas com temática indígena;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Papel sulfite e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser realizada na sala ou em outro espaço que favoreça a vivência das crianças e que pos-
sibilite a reprodução de áudio e vídeo. Reserve algumas mesas e suportes para a organização dos materiais.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais critérios e hipóteses as crianças usam para separar e organizar os materiais?


2. Ao comunicar experiências a outras pessoas, como elas transmitem as aprendizagens coletivas e
incluem impressões pessoais?
3. Por se tratar da continuidade de experiências com a cultura indígena, como elas demonstram apro-
priação de movimentos, ritmos, canções e instrumentos?

411
Sequência: Músicas de diferentes povos

 Para incluir todos


As diversas possibilidades da proposta favorecem a participação de todas as crianças; porém, para que isso
ocorra, respeite as escolhas e as formas de organização propostas por elas. Durante a organização dos cantos,
esteja atento à altura e aos demais aspectos que garantam a visualização e a exploração pelos pequenos.

O QUE FAZER DURANTE

1 Peça às crianças que se organizem em roda e proponha um diálogo sobre


descobertas e impressões durante as vivências sobre a cultura indígena. Para
a conversa, tenha disponíveis os materiais que foram usados e construídos
ao longo deste conjunto. Eles servem como apoio à memória e favorecem o
compartilhamento de saberes. Comente que elas tiveram tantos aprendiza-
dos interessantes que agora outras crianças da escola vão poder conhecer
também sobre a cultura e, em especial, sobre a música indígena. Definam
juntos como podem compartilhar com as outras turmas canções, danças, ins-
trumentos, movimentos e sonoridades que fazem parte da cultura indígena,
em diferentes povos.

Convide-os para organizar o ambiente em que as outras turmas poderão viven-


2 ciar com eles algumas músicas e objetos da cultura indígena. Recupere com
as crianças cada vivência realizada antes, identificando juntos os materiais e
buscando formas de organizá-los, para que os apresentem e brinquem com
os colegas. Indique o tempo que terão para essa organização, por conta do
horário combinado para a chegada dos visitantes.

3 Observe como as crianças se agrupam para a organização, se estão reuni-


das em pequenos grupos ou agem individualmente, quais sugestões apre-
sentam, como se dá a iniciativa às ações, como selecionam e como definem
o local para acomodação dos materiais etc. Apoie as crianças, ajudando-as
com sugestões, se necessário. Caso queiram sinalizar e identificar alguns es-
paços ou materiais, disponibilize o material ou seja o escriba delas. Quando
a organização do espaço estiver feita, acompanhe-as para que contem o que
acontecerá em cada local e qual é a proposta para cada um dos materiais
selecionados. Faça, com a turma, adaptações necessárias para que a visita
dos colegas seja agradável e organizada.

4 Com os espaços organizados e as propostas definidas, pergunte às crianças


como é que os indígenas do povo Krenak saúdam os visitantes e questione
quem se lembra da música. Proponha receber os convidados com a canção Po
Hamék. Lembre as crianças de que, durante a visita dos colegas, é importante
que elas encontrem uma forma de organizar e favorecer as brincadeiras com
os convidados nas diferentes propostas.

5 Observe as propostas e os combinados feitos com a turma. Quando esti-


ver tudo preparado, organizem-se para receber os convidados, conforme o
horário estabelecido com o outro professor. Ao chegar, os visitantes serão

412
Atividade: Compartilhando a cultura sonora indígena

cumprimentados e convidados a assistir a uma breve apresentação da canção


Po Hamék. Depois, as crianças indicarão a eles o que vão encontrar na sala,
orientando-os para participar das diferentes experiências, podendo escolher
entre vivenciar a história sonorizada, apreciar o painel com os desenhos, fo-
lhear livros e revistas com a temática indígena, assistir a vídeos e acompa-
nhá-los dançando ou utilizando os instrumentos. Informe o tempo que terão
para conhecer e participar das diferentes experiências.

6 Observe como interagem, registre o momento e, se for necessário, faça pe-


quenas intervenções, de modo a ampliar as possibilidades de comunicação
entre os grupos. Esse é um momento rico de troca e convívio, de partilhar co-
nhecimentos, emoções, sensações e preferências. Avise todo o grupo quando
faltar cinco minutos para o término da socialização, para que possam apro-
veitar esse tempo para participar do que desejam.

Para finalizar
Convide todo o grupo para encerrar o encontro cantando e dançando a canção Po Hamék, apresentada
no início. Quando a turma estiver em roda, coloque o áudio da música. As crianças cantarão e dançarão
juntas, finalizando a atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize com as crianças todos os registros das experiências como um portfólio (físico ou digital), que pode
incluir: fotos das atividades, registros escritos, desenhos, letra de músicas e do conto sonorizado, informações
sobre os instrumentos indígenas, opiniões e sentimentos relacionados à música indígena e à oportunidade de
socialização com outras turmas. Combine com os pequenos como o portfólio será organizado para que tenham
a oportunidade de levá-lo para casa e compartilhá-lo com os responsáveis.

 Engajando as famílias
No dia seguinte, convide os responsáveis para visitar, no horário de saída ou chegada, o espaço que as crianças
organizaram. Avise os adultos com antecedência, para que possam dispor de tempo para apreciação e vivência
com as crianças. Em seguida, organize uma roda de leitura. Enquanto você lê, os pequenos sonorizam o conto
com os adultos. Compartilhe ainda o portfólio da turma, conforme combinado.

413
24
AP

CONJUNTO

UNIDADE

JOGOS PARA APRENDER


NÚMEROS
Os jogos impulsionam aprendizagens de diferentes naturezas e promovem desafios
a cada jogada. Por meio deles, as crianças vivenciam seguidas situações problematiza-
doras e ativam conhecimentos, assim como aprendem com base nas estratégias usadas
pelos parceiros de jogo. Os pequenos também aprendem a seguir regras, a conviver e a
se autoconhecer – conhecimentos fundamentais para as interações sociais.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e que podem ser aplicadas
de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem obrigatoriamente desen-
volver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, uma vez que,
por meio da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as
crianças podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvol-
vimento propostos no decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da
faixa etária.

414
Unidade: Jogos para aprender números

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com
EI03EO07
crianças e adultos.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em


EI03ET07
uma sequência.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Espaços, tempos,


quantidades, relações
e transformações

415
Unidade: Jogos para aprender números

 EI03EO07  EI03ET07
JOGOS DE PERCURSO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é necessário que a turma já conheça a dinâmica do jogo de percurso. Para compor
os pequenos grupos de quatro componentes, considere a diversidade dos conhecimentos relativos à contagem
e à identificação de número e quantidade entre as crianças. Agrupe as que têm mais autonomia com contagem
numérica com aquelas que necessitam de mais apoio. Dessa forma, uma poderá apoiar a outra.

 Materiais
•  Cartelas para jogo de percurso sem indicações numéricas (uma para cada pequeno grupo);
•  Dados de seis faces (um para cada pequeno grupo);
•  Tampas de garrafas ou botões para usar como marcador (um para cada criança);
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia (livros, por exemplo).

 Espaços
A atividade deve começar com todo o grupo reunido em roda na sala, por exemplo, ou em um espaço que
comporte a dinâmica da proposta. Depois, forme pequenos grupos com quatro componentes cada. Os grupos
devem ser acomodados nas mesas e, ao final, retornar à roda.
Como as crianças possuem tempos diferentes de exploração, organize alguns materiais de livre manuseio,
de modo a disponibilizá-los ao final para aquelas que esperam o término das demais partidas. Considere essas
estratégias também para as atividades Construção de um jogo de percurso e Jogo – Feche a caixa, deste
conjunto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem enquanto jogam? Elas respeitam as regras do jogo? Esperam a vez?
Respeitam os outros jogadores? Ajudam umas às outras?
2. Como elas relacionam a quantidade do dado com a quantidade de casas que devem andar?
3. Quais estratégias utilizam para identificar quem está na frente, atrás e quanto falta para finalizar o
percurso?

416
Atividade: Jogos de percurso

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que as crianças participem e
aprendam. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada uma. Sugira alternativas
para a contribuição individual e coletiva, traçando estratégias para que uma ajude a outra.

O QUE FAZER DURANTE

A
Chame as crianças para se sentar em roda com você. Diga que vão jogar um
1 jogo de percurso e que, para isso, precisam se organizar em pequenos gru- Possíveis falas
do professor
pos de até quatro componentes. Mostre o percurso, o dado e os marcadores.
Pergunte se elas se lembram das regras e rememore-as com todo o grupo. A — Vocês se lembram
como se joga?
— Onde devemos
Convide as crianças para se organizar em pequenos grupos. Diga que cha-
2 mará os nomes individualmente para compor os grupos. Ao chamar cada um,
colocar os marcadores
para começar o jogo?
indique o local em que devem se acomodar. Terminada a organização, peça — Como fazemos para
que um de cada grupo pegue o próprio percurso, o dado e os marcadores. andar as casas?
— Quando termina o
jogo?
Conte às crianças que, para iniciar o jogo, precisam entrar em um acordo
3
sobre quem deve começar. Nesse momento, observe quais estratégias elas
traçam. Se perceber que algum grupo necessita de apoio, ajude-o de forma B
que entrem em consenso para dar início à partida. B Possíveis falas
do professor

Circule pelas mesas e faça observações sobre como as crianças constroem — Como vamos resolver
4 quem vai começar o
estratégias para jogar. Observe como elas contam as bolinhas do dado (com
jogo?
os dedos ou mentalmente); como iniciam a contagem para andar no jogo; se — Como podemos
partem da casa seguinte ou da mesma casa em que estão; se permanecem decidir de uma forma
até o final da partida; como lidam com a possibilidade de perder; se apoiam justa?
os colegas que porventura enfrentam alguma dificuldade ao jogar. Considere — O que acham de jogar
fazer algumas mediações e amplie as observações (por exemplo: observe se o dado para começar
um dos grupos está enfrentando algum conflito quando umas das crianças quem tirar o maior
número?
avançou mais casas do que a indicada pelo dado). C

Conforme as crianças vão terminando de jogar, solicite que guardem os per- C


5 Possíveis falas
cursos, os dados e os marcadores em um lugar estipulado. Diga que, enquanto
do professor
esperam os colegas terminarem de jogar, podem manusear livros no espaço
de leitura da sala, por exemplo, e as auxilie na escolha dos livros caso elas — O que aconteceu?
se mostrem interessadas nessa opção de atividade. — Como podemos fazer
para ajudá-lo?
— Você não quer voltar
Para finalizar para onde estava antes
Quando a turma terminar de jogar, reúna as crianças em roda e converse so- e fazer a contagem
bre como foi o jogo. Estimule as crianças a falar sobre quais problemas encon- de forma mais lenta,
traram ao jogar e quais soluções usaram para resolvê-los. Caso tenha notado dizendo o próximo
alguma dificuldade que não foi abordada nessa conversa, fale brevemente número apenas quando
andar com o marcador?
sobre como seria possível resolvê-la e diga que podem, em outra ocasião, jo-
gar de novo com essa resolução em mente. Após essa conversa, convide-as
para a próxima atividade do dia.

417
Unidade: Jogos para aprender números

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Considere criar alguns percursos com o grupo, inspirando-se na atividade Construção de um jogo de percurso,
deste conjunto. Eles podem ser temáticos, acolhendo as histórias preferidas das crianças, temas de interesses
e investigação do grupo, entre outras possibilidades.
Para ampliar o processo de construção do conhecimento numérico, podem trazer sequências de números e
obstáculos ao longo do percurso (por exemplo: “pule duas casas”, “volte ao número 10”, “avance até o número
20”). Com o tempo, acrescente mais um dado para que as crianças somem e criem alguns problemas, como:
“Imagine que você tirou dois na primeira jogada e depois seis. Em que casa você está agora?”. Você pode de-
safiá-las para que criem o próprio percurso em duplas ou pequenos grupos.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que façam um revezamento e levem o jogo de percurso para casa. Com as regras, envie
um bilhete convidando os responsáveis a jogar em conjunto. Caso sinta abertura para tal, sugira que os respon-
sáveis criem seus próprios jogos de percurso e os levem para a escola em algum dia de atividades coletivas,
para que possam apresentá-los às turmas da escola.

418
Atividade: Construção de um jogo de percurso

 EI03ET04  EI03ET07
CONSTRUÇÃO DE UM JOGO
DE PERCURSO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é necessário que as crianças já conheçam a dinâmica do jogo de percurso e tenham
tido algumas experiências com esse tipo de vivência, entre elas a atividade Jogos de percurso, deste conjunto.

 Materiais
•  Dois jogos de percurso;
•  Suportes de um material resistente para montar as trilhas, como papel-cartão;
•  Papel sulfite para as ilustrações;
•  Lápis de cor, giz de cera, canetas hidrocor, colas, tesouras sem ponta, tampas de garrafas, caixas de
fósforos, entre outros;
•  Para os marcadores: tampas de garrafas, botões ou rolhas;
•  Pequenos cartões com números de 1 a 30;
•  Reta numérica fixada à parede;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como livros, por exemplo;
•  Pequenas bandejas.

 Espaços
Comece com todo o grupo reunido em roda, na sala ou em outro ambiente que comporte a dinâmica da proposta.
Depois, divida a turma em pequenos grupos com quatro componentes cada. Considere a mesma composição de
grupo proposta na atividade Jogos de percurso, deste conjunto (se você a realizou), de modo que as crianças con-
solidem parcerias e você possa observá-las melhor.
Os grupos poderão escolher o espaço da sala que quiserem para criar o jogo, no chão ou nas mesas. Coloque
todos os papéis nas bandejas e reserve lápis de cor, giz de cera, canetas hidrocor, colas, tesouras sem ponta, tampas
de garrafas, caixas de fósforos, marcadores e os cartões com os números para cada pequeno grupo. Observe uma
forma de dispor o material que respeite a autonomia das crianças, de forma que elas possam escolher os materiais
desejados para suas criações.

419
Unidade: Jogos para aprender números

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se apropriam dos materiais disponibilizados para a confecção do jogo?


2. Como elas resolvem os possíveis impasses que encontram na execução da proposta? Ajudam umas
às outras? Resolvem os desafios em grupo?
3. Como elas trocam informações entre si? Que estratégias utilizam para criar o percurso? Pensam na
sequência numérica do percurso?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança. Por exemplo: indique
a reta numérica para que elas consultem sempre que necessário. Incentive que uma apoie a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda com você. Diga que vão criar um
jogo de percurso que fará parte do acervo da sala e com o qual poderão brin- A
car em diversos momentos. Relembre os percursos que já brincaram e traga Possíveis falas
outros modelos para que elas observem. Incite-as a fazer uma descrição. Faça do professor
mediações na conversa para que os pequenos se expressem com liberdade. A — Onde começa a trilha?
— Há obstáculos no
caminho?
2 Apresente os materiais à turma. Disponibilize os pequenos cartões com núme-
— O percurso tem um
ros de 1 a 30 e diga que poderão usá-los para montar os jogos. Exponha-os em tema?
uma mesa de modo organizado e convidativo para que as crianças peguem
o que quiserem com autonomia e incentive aquelas que preferem grafar seus
próprios números a fazê-lo. Combine a duração da atividade e a organização
do espaço ao final da confecção.

3 Organize as crianças nos mesmos pequenos grupos da atividade Jogos de


percurso, deste conjunto. Diga que poderão escolher em qual local da sala
vão criar o jogo.

4 Convide as crianças para escolher os materiais e iniciar a montagem do per-


curso. Diga que elas poderão voltar à mesa dos materiais quantas vezes for
necessário. Observe a dinâmica e a movimentação dos grupos. Esteja atento
para apoiar aqueles que, porventura, precisem de ajuda. Antes de propor uma
resolução, encoraje as crianças a consultar o grupo nas decisões de escolha
de material, por exemplo.

5 Circule pelos grupos e encoraje a participação de todos. Estimule os integran-


tes de cada grupo para que cheguem a um consenso de como será o percurso.
Observe se há cooperação, organização e verifique como estão construindo
a sequência numérica. Caso as crianças tenham dúvidas quanto à ordem da
sequência e ao que vem antes e depois, incentive a colaboração entre elas,
fazendo perguntas ao grupo para que pensem em possibilidades de reorga-
nizar as percepções. Se algumas crianças escolherem traçar os números e

420
Atividade: Construção de um jogo de percurso

espelhá-los, considere que essa é uma etapa natural do processo de escrita B


para a faixa etária. B Possível fala
do professor

6 Conforme as crianças forem terminando, peça que guardem todos os mate- — Já olharam a reta
riais utilizados, organizem a sala e se sentem na roda com o percurso criado. numérica fixada na
Enquanto os pequenos estiverem guardando e se encaminhando para a roda, parede? Ela pode ajudar
na organização dos
podem cantar uma música conhecida pela turma. números do percurso de
vocês.
7 Quando todo o grupo estiver reunido, peça a cada pequeno grupo compar-
tilhar o percurso. Coloque no meio da roda todas as produções, para que
possam ver e apreciar o resultado. Compare os percursos, observando até
que número eles vão e se têm ou não obstáculos. Pergunte qual o percurso
mais longo, o mais curto e o porquê dos temas. Elogie o esforço de todas as
crianças e diga que agora poderão escolher qual percurso querem para jo-
gar. Nesse momento, incentive-as a criar novos agrupamentos, se preferirem,
disponibilizando os jogos que você trouxe.

Para finalizar
No fim do jogo, solicite que guardem os percursos, os dados e os marcadores no lugar estipulado. Diga
que, enquanto esperam o término do jogo dos demais grupos, podem ler livros no espaço de leitura da
sala, por exemplo.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode desenvolver uma proposta em que as crianças refaçam o jogo ou o aprimorem a partir das obser-
vações sobre o que gostariam de acrescentar. Caso o material do jogo tenha se mostrado frágil, proponha que
a turma reforce o tabuleiro com uma base mais resistente, trazendo o conceito de que não é necessário sempre
descartar os materiais que estejam fragilizados. Depois, eles poderão fazer parte do acervo do grupo para que
joguem em oficinas de jogos ou em outros momentos. Quando tiver um número interessante de jogos, poderão
escrever um convite para outras turmas virem jogar com a sua turma.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete aos responsáveis relatando sobre a confecção dos jogos de percurso. Convide-os para que,
em um dia combinado, venham à escola brincar com as crianças. Caso sinta necessidade, enumere alguns dos
jogos que foram confeccionados para incentivar os responsáveis a conhecer o material de antemão.

421
Unidade: Jogos para aprender números

 EI03EO02  EI03ET07
JOGO – FECHE A CAIXA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que o professor se aproprie das regras do jogo e que jogue várias vezes antes de apresentá-lo
para as crianças. Para compor as duplas, considere a diversidade dos conhecimentos relativos à contagem e
identificação de número e quantidade entre as crianças, considerando juntar as que têm mais autonomia com
contagem numérica com aquelas que necessitam de mais apoio. Assim, uma criança poderá apoiar a outra.
O jogo Feche a caixa tem como objetivo cobrir todos os números do tabuleiro. Nele, lançam-se dois dados e a
criança poderá escolher se cobrirá o número que representa os dois dados juntos ou cobrir dois números, um
de cada dado. Portanto, para realizar a atividade, é necessário que as crianças já tenham explorado propostas
com dados, como nas atividades Jogos de percurso e Construção de um jogo de percurso, deste conjunto.

 Materiais
Sugestões de leitura
•  Um tabuleiro do jogo Feche a caixa para cada criança,
•Tabuleiro Feche a caixa. Nova
conforme a sugestão: Escola. Disponível em: https://nova-
escola-producao.s3.amazonaws.com/
1 2 3 4 5 6 7 8 9 GfSbySX3p8VV7uDZqpYTHhNwsrew
VQtttXqrFdyCjG8hG8vtWrqMxdJMjskj/
atividade-para-impressao-feche-caixa-edi3-
23und03.pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.

•Registro da partida. Nova Escola.
Disponível em: https://nova-
escola-producao.s3.amazonaws.
•  Uma folha de registro das partidas para cada criança, com/52PAkAtpunsv3AysRShguvcSqvqq
Mu7MdcbthpMP7aybBEWv7R2qdPsYcuPY/
conforme a sugestão:
atividade-para-impressao-registro-de-
partida-edi3-23und03.pdf. Acesso em:
NOME
03 jun. 2021.

1ª PARTIDA

2ª PARTIDA

3ª PARTIDA

•  Dois dados convencionais de seis faces para cada dupla;


•  Nove marcadores para cada criança;
•  Materiais para atividades de livre escolha, como livros;
•  Lápis de cor.

422
Atividade: Jogo – Feche a caixa

 Espaços
A atividade deve começar com todo o grupo reunido em roda, na sala, por exemplo. Depois, divida as crianças
em duplas e acomode-as nas mesas, em que estarão dispostos os materiais. Por fim, todos devem retornar
para a roda.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças relacionam a quantidade do dado com os números que têm de cobrir? Contam
os dois dados juntos?
2. Quais estratégias utilizam para cobrir os números? Como refletem sobre as diferentes possibilidades?
3. Como ficam os registros no final das partidas? Com numerais? Com ícones?

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada uma. Deixe fixada na
parede uma reta numérica para que os pequenos consultem caso sintam necessidade.

O QUE FAZER DURANTE

Convide as crianças para se sentar em roda com você. Conte a


1 elas que vivenciarão um momento em que vão jogar Feche a cai-
A
Possíveis falas do professor
xa. Sonde se elas conhecem o jogo ou já ouviram falar sobre ele.
— Vejam, esse é o tabuleiro do jogo.
— Quais números tem?
Após ouvir as crianças, diga que o jogo foi criado há muitos anos,
2 por marinheiros que jogavam nos portos para se distraírem entre
— Para jogar, vamos precisar de dois
dados e também de tampas de garrafas.
viagens. Mostre a elas o jogo e todos os elementos. A
B
3 Ainda em roda, conte para as crianças que o objetivo é cobrir o
máximo de números possíveis com as tampas, “fechando a cai- Possíveis falas do professor
xa”. Para isso, o jogador lança os dois dados para descobrir qual — Vamos testar quais números saíram
número vai cobrir. Ele pode somar o resultado das duas faces dos no dado?
dados e cobrir o número que representa essa quantidade ou cobrir — O que devo fazer? Agora que o
número seis já está com a tampa,
os dois números das faces dos dados. Faça algumas jogadas com
tenho outra alternativa?
a turma para ilustrar o jogo. B

4 Diga que vão jogar e peça que, ao final de cada partida (quando
alguma criança fechar a caixa), elas anotem em uma folha de regis-
tros quantos números conseguiram cobrir. Mostre a folha e conte
que cada um da dupla terá um tabuleiro; entretanto, vão revezar
o uso dos dados nas jogadas. Diga que um poderá ajudar o outro
sempre que necessário. C

423
Unidade: Jogos para aprender números

5 Chame as crianças individualmente e organize-as em duplas. En- C


tregue os tabuleiros, os dados, as tampas e a folha de marcação. Possível fala do professor
Peça que se acomodem nas mesas e iniciem o jogo.
— Nesta folha, vocês vão anotar
quantos números conseguiram cobrir
6 Circule pelas mesas e faça observações sobre como as crianças es- em cada partida. Aqui, onde está
tão construindo estratégias para jogar. Observe, por exemplo, como escrito “nome”, vocês escrevem o
elas contam as bolinhas do dado (com os dedos ou mentalmente), se nome de vocês. Embaixo, em “1ª
refletem sobre as diferentes possibilidades para tampar os números, partida”, vocês escrevem quantos
números tamparam na primeira
que estratégias utilizam e como estão estabelecendo as trocas en-
partida. Depois, há a “2ª” e a “3ª”.
tre si. Considere observar quais avanços relacionados a contagem No final, vamos ver quantos números
e experiências anteriores com os dados cada criança representa. foram tampados em cada partida.
É possível que cada uma traga diferentes percepções. Anote algu-
mas estratégias que podem ser interessantes para compartilhar. D
D
Observe como as crianças registram a quantidade de números que Possíveis falas do professor
7
conseguiram cobrir: se escrevem os numerais ou os representam — Falta fechar o número nove em seu
com pauzinho, bolinhas ou ainda se o registro corresponde real- tabuleiro.
mente ao que ocorreu na jogada. Conforme elas vão terminando — Que números você precisa tirar
as três partidas, peça que guardem os tabuleiros, os dados e as para conseguir fechá-lo?
tampas em um lugar predeterminado. Diga que, enquanto espe-
ram o término das outras partidas, podem ler livros no espaço de
leitura da sala, por exemplo.

Para finalizar
Quando a turma terminar de jogar, reúna as crianças em roda para que compartilhem os registros feitos.
Estimule que falem o que acharam, se teve algum número que foi mais difícil de fechar e se alguém tem
alguma dica para dar. Pergunte, por exemplo, se alguém fechou o número sete, como conseguiu fazê-lo
e se existe outra forma. É importante que nesse momento você deixe alguns dados disponíveis na roda,
assim será mais fácil se alguma criança sentir necessidade de mostrar como construiu a estratégia. Após
essa conversa, convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Disponibilize várias vezes o jogo para que as crianças se apropriem das regras e criem estratégias. Com o
jogo, elas vão pensar nas diversas possibilidades de decompor um número. Aproveite e inclua novos desafios
para que descubram formas diferentes de compor um número, auxiliando as crianças que apresentarem mais
dificuldade e promovendo o compartilhamento de informações entre a turma.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete aos responsáveis contando que as crianças aprenderam o jogo Feche a caixa, um jogo
antigo com dados. Pergunte se conhecem outro jogo com dados que possam compartilhar, ampliando o repertório
das crianças. Quanto mais informações os responsáveis puderem fornecer a respeito dos jogos, caso conheçam
algum, melhor. Eles podem sugerir vídeos, livros ou mesmo escrever sobre o jogo em que pensaram para que
você possa entendê-lo e repassá-lo à turma.
424
Atividade: Jogo da melancia

 EI03EO02  EI03ET04
JOGO DA MELANCIA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que os pequenos já tenham vivenciado diversas experiências com dados em jogos, como os
sugeridos nas atividades Jogos de percurso, Construção de um jogo de percurso e Jogo – Feche a caixa,
deste conjunto, e que você tenha se apropriado das regras do jogo. Construa com as crianças os tabuleiros e as
sementes (que podem ser feitas de bolinhas de papel crepom) para o jogo. Fixe os tabuleiros em um papel-car-
tão ou em um papelão bem duro e plastifique-o para aumentar a durabilidade. É possível plastificar as cartelas
quadriculadas também, de forma a utilizar marcador permanente e depois limpá-las (com álcool e pano) para
reaproveitá-las em outros momentos, se preferir.

 Materiais
•  Dois dados convencionais de seis faces;
Molde para o tabuleiro em formato de melancia 
Sugestão de leitura
•  Tabuleiros em formato de melancia, conforme sugerido:

•Modelo para o tabuleiro do jogo.
Nova Escola. Disponível em: https://
nova-escola-producao.s3.amazonaws.
com/FZxPcmMMYd2W65bY3RYGHrdXyTg
NxgJWpCCAQJaKEucTSDSYJkFmzrYzuRsP/
para-imprimir-tabuleiro-do-jogo-edi2-
29und05.pdf. Acesso em: 05 jun. 2021.

•  Sementes para serem usadas como marcadores (90, em média);


•  Cartaz com as regras do jogo em letra imprensa maiúscula:
-  Regras do Jogo da melancia
1. Cada grupo receberá um tabuleiro em formato de fatia de melancia e 40 sementes e as posicionará
como desejar.
2. Um dos jogadores do grupo lança os dados e retira da sua melancia o número de sementes igual
ao número sorteado, registrando-o na tabela.
3. Os grupos revezam as jogadas e os jogadores, vencendo o que primeiro ficar sem sementes.
•  Uma cartela quadriculada para a marcação de jogadas dos grupos, que pode ser feita em cartolina,
para que as crianças registrem o número sorteado no dado durante as jogadas;
•  Marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Reta numérica para consulta;
•  Itens que possam ser utilizados com autonomia em atividades de livre escolha, como jogos, desenho e
faz de conta.

425
Unidade: Jogos para aprender números

 Espaços
Deixe a sala organizada com cantos para atividades de livre escolha. Organize em um dos cantos os materiais
para o Jogo da melancia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as estratégias das crianças para resolver os problemas propostos? Elas colaboram entre
si quando jogam ou precisam de você com frequência?
2. Como elas registram os números? Fazem desenhos, tentam usar os numerais convencionais ou outros
símbolos?
3. Elas conseguem ler os dados e fazer a contagem das bolinhas? Como contam as sementes que retiram
da melancia? Conseguem fazer correspondência termo a termo?

 Para incluir todos


Incentive que as crianças colaborem entre si nos diferentes momentos que o jogo exige, como fazer registros
ou contar as figuras do dado.

O QUE FAZER DURANTE

1 Com todo o grupo reunido, diga às crianças que vão brincar com um novo
jogo: o Jogo da melancia. Lembre-as de quando fizeram os tabuleiros e as
sementes para a atividade. Leia as regras e pergunte se elas gostam de me-
lancia, se já comeram e quais são as características dessa fruta.

2 Informe-as que se dividirão em dois pequenos grupos para jogar e organi-


ze-as de acordo com a preferência das crianças. Em seguida, proponha que
façam uma partida coletiva e diga que você precisa de ajuda para organizar
os tabuleiros. Com a ajuda delas, disponibilize os dois tabuleiros sobre as me- A
sas, um para cada grupo. Disponibilize também as sementes. Peça que cada
Possíveis falas
grupo coloque 40 sementes em cada melancia, de acordo com as regras do do professor
jogo. Observe como separam as sementes, se contam termo a termo, se pe-
— Olha! Ele parece ter
dem ajuda ou colaboram entre si. Se a turma tiver problemas para realizar mais sementes.
a separação por enfrentar dificuldades na contagem, conte em voz alta com — Vamos contar?
a ajuda de algumas das crianças ou de todo o grupo. Caso elas excedam o — Ele tem mais
número de sementes (o que não afeta o jogo), apenas use a oportunidade sementes.
para criar situações a partir do número desigual de sementes nos tabuleiros. — Vocês acham que o
jogo está justo?
Depois, diga que é importante fazer a conferência, visto que os dois grupos — O que precisam fazer?
precisam ter quantidades iguais. A

3 Com os tabuleiros organizados, disponibilize a cartela quadriculada. Combine


que uma criança de cada grupo jogue os dados, faça o registro na cartela e
retire o número correspondente de sementes da melancia. Durante as jogadas

426
Atividade: Jogo da melancia

acontecem muitos momentos oportunos para problematizar situações. É im- B


portante que essas problematizações aconteçam de modo que instiguem as Possíveis falas
crianças sobre os próprios registros e contagens. Se perceber que elas en- do professor
frentam dificuldades para fazer os registros, sugira que se apoiem na reta nu- — Você tirou que
mérica, por exemplo. Faça as jogadas alternando entre os times e incentive números nos dados?
a participação de todos os interessados. Caso perceba que alguma criança Quatro e cinco! Vamos
tirar nove sementes.
não se sente envolvida, convide-a a brincar nas atividades de livre escolha. B — Opa! Parece que
você tirou oito sementes
4 Quando um dos grupos retirar todas as sementes, declare-o vencedor. O jogo apenas. Será que
pode continuar até que as crianças retirem todas as sementes da outra melan- tiramos sementes a
cia. Sugira ainda que, aquelas que quiserem, joguem novamente. Oriente-as menos ou a mais?
para se organizar e revezar as jogadas, enquanto as outras podem brincar — Pode tirar mais
quantas?
nas atividades de livre escolha. Garanta que se organizem autonomamente
conforme os próprios interesses. Faça problematizações para o grupo que
está jogando e acompanhe todas as jogadas, incentivando os pequenos a
colaborar entre si, assim como fizeram no grupo.

Para finalizar
Quando estiver próximo do término da atividade, comunique aos pequenos grupos que eles farão a
última jogada e depois vão guardar os materiais. Reúna as crianças em roda e converse sobre como foi o
jogo. Estimule-as a falar sobre quais problemas encontraram ao jogar e quais soluções traçaram para os
resolver. Após essa conversa, convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade nos dias seguintes, dando oportunidade para que as crianças vivenciem o jogo mais vezes.
Você pode fazer agrupamentos intencionais menores, de acordo com os saberes dos pequenos, e acompanhar
um grupo por dia. Você pode ainda construir com eles outros tabuleiros para partidas coletivas, incentivando-os
a interagir com outras turmas.

 Engajando as famílias
Prepare sacolinhas de TNT ou caixinhas nas quais as crianças possam levar para casa os jogos para brincar
com os responsáveis. Dentro da sacolinha, coloque um bilhete explicativo destinado aos adultos com as regras
e comentando que já brincaram com o jogo na escola. Envie junto um caderno no qual eles possam registrar
como foi esse momento.

427
Unidade: Jogos para aprender números

 EI03EO02  EI03ET07
JOGO – BATALHA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças já reconheçam os numerais de um a nove e suas respectivas quantidades. O
professor deve se apropriar das regras do jogo e jogar várias vezes antes de apresentá-lo para a turma. Para
compor os pequenos grupos, considere a diversidade dos conhecimentos relativos à sequência numérica e
identificação de número e quantidade entre as crianças.

 Materiais
•  Cartas de baralho, do Ás ao 9, em quantidade suficiente para os pequenos grupos. Caso não seja
possível, confeccione cartões com numerais de 1 a 9 e faça adequações relacionadas às intervenções;
•  Reta numérica de 1 a 9 para cada grupo.

 Espaços
A atividade deve começar com todo o grupo reunido em roda, na sala, por exemplo. Depois, a turma deve
ser organizada em pequenos grupos de quatro crianças, que serão acomodadas nas mesas ou no chão e
receberão quatro cartas cada uma.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem enquanto jogam? Respeitam as regras do jogo e os outros jogadores?
Esperam a vez delas?
2. Elas relacionam número com quantidade? Identificam as posições dos números na sequência?
3. Comparam resultados durante o jogo, quem tem mais no monte, quem tem menos? Que estratégia
usam para isso?

 Para incluir todos


Sugira alternativas para a contribuição individual e coletiva, traçando estratégias para que uma criança apoie
a outra. Pondere agrupar as crianças que têm mais autonomia em co­nhecimentos numéricos com aquelas que
necessitam de maior apoio, assim uma poderá ajudar a outra.

428
Atividade: Jogo – Batalha

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda com você. Conte que você pla-
nejou um momento para que elas conheçam um novo jogo. Pergunte se elas
conhecem algum jogo de cartas. Instigue a conversa de forma que se sintam
livres para contar experiências com os jogos que conhecem. Após acolher os
relatos, conte então que o jogo se chama “Batalha”. Com o intuito de dar iní-
cio a uma reflexão, questione os pequenos sobre suas primeiras impressões,
considerando o nome do jogo.

2 Após acolher as percepções das crianças, apresente as cartas do jogo. Conte


que nesse jogo o Ás representa o numeral um. Inicie então a proposição do
objetivo do jogo, contando que a batalha acontece entre números, de forma
que o maior número ganha do menor. Diga que cada jogador organiza as car-
tas em uma pilha com os números virados para baixo e que, sem olhá-las an-
tecipadamente, os jogadores, ao mesmo tempo, viram a carta de cima de sua
pilha. Aquele que tiver a carta de maior quantidade ganha as cartas de todos
os outros jogadores que foram viradas. Entretanto, caso dois jogadores virem
cartas com o mesmo valor e esses valores sejam os mais altos, reserva-se as
cartas dessa rodada e parte-se para uma segunda. O jogador que ganhá-la
leva também as cartas da rodada anterior. Considere jogar de forma coletiva,
com as crianças ainda sentadas em roda. Para esse momento, escolha três
crianças e seja você também um dos jogadores. Ao término da partida, instigue
o grupo a refletir sobre quem ganhou e por que ganhou. Faça isso algumas
vezes até que as regras tenham sido compreendidas por todos.

3 Depois de conversar com as crianças sobre o jogo e suas regras, conte que
agora elas vão vivenciar a batalha de números. Para isso, organize-as em
pequenos grupos de quatro jogadores cada um. Fale que você chamará os
nomes individualmente. Nesse momento, combine com os grupos o tempo
que eles têm para a batalha. Revele ainda que você deixará disponível retas
numéricas nos grupos para que, caso necessitem, consultem qual número é
maior que o outro.

4 Após organizar os grupos, distribua as cartas para as crianças. Diga que, en-
quanto elas jogam, você circulará entre os grupos para apoiá-las, se neces-
sário. Comente que, quando faltar cerca de três minutos, você avisará que o
tempo reservado para o jogo está chegando ao fim. A partir dessa sinaliza-
ção, cada grupo jogará apenas uma rodada. Conte também que, terminando
essa última rodada, as crianças começarão a contar a quantidade de cartas
de cada jogador do grupo para que descubram quem venceu a batalha. Após
esse momento, vocês retornarão à roda para conversar sobre o jogo. Consi-
derando que combinaram todas as necessidades do grupo, peça então que
elas iniciem as batalhas.

5 Enquanto as crianças jogam, circule pelas mesas e faça observações sobre


como estão jogando. Observe, por exemplo, se estão relacionando o número
com a quantidade, se percebem qual é a carta que vale mais, se apoiam os
colegas que, porventura, enfrentam alguma dificuldade, se recorrem a novas

429
Unidade: Jogos para aprender números

estratégias para construírem a lógica de qual carta é maior. Esteja atento para A
as necessidades de apoio às crianças e indique a reta numérica para consulta, Possível fala
se necessário. Contudo, priorize a consulta aos pares e só interfira no ato do do professor
jogo se, de fato, elas não encontrarem soluções. — O que você acha de
convidar (considere uma
6 Observe o tempo reservado para o jogo e sinalize-o ao grupo. Pode acontecer criança do grupo com
de o tempo terminar e as crianças ainda terem cartas para jogar. Nesse caso, maior conhecimento
diga a elas que o jogador que tiver alcançado o maior número de cartas na numérico) para contar
com você? Ou então,
batalha é o vencedor.
vocês podem combinar
assim. Você conta até 10
Observe como as crianças estão se envolvendo em relação à contagem das
7 cartas para descobrir quem venceu a batalha. Caso necessitem de apoio, in-
e o colega conta a partir
do 10. Acho que vai ser
teraja assumindo um papel problematizador, lançando questionamentos que divertido!
ajudem na elaboração de pensamentos para ampliar as estratégias delas.
Conforme forem finalizando as contagens, peça que se encaminhem para o B
espaço da roda, assim vocês poderão conversar sobre o jogo. A Possível fala
do professor
Na roda, converse com as crianças sobre o jogo. Estimule-as para que falem — Como você fez para
8 sobre quais problemas encontraram ao jogar e quais foram as soluções que contar as cartas? E como
traçaram para resolvê-los. Traga também algumas observações feitas por fez para saber qual era
o maior número quando
você durante a atividade, a fim de proporcionar ao grupo reflexões acerca de
tinha essas cartas?
situações-problema. B

Para finalizar
Ainda na roda, pergunte às crianças se gostaram do jogo e se gostariam de jogá-lo em outros momentos.
Após essa conversa, convide-as para que se organizem para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Disponibilize o jogo em outros momentos, para que as crianças se apropriem das regras, e confeccione cartões
com números mais altos, para ampliar as construções numéricas do grupo. Sugira, ainda, que criem as próprias
cartas de baralho. Elas poderão, por exemplo, desenhar ou recortar figuras de animais e estipular um número
para cada uma, sendo, assim, autoras do jogo.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete para os responsáveis contando que as crianças aprenderam um jogo novo com baralho.
Envie um cartão com as regras para que possam brincar juntos. Aproveite e pergunte se eles conhecem outro
jogo com cartas de baralho para compartilhar com a turma.

430
25
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

PROFISSÕES
Parte da compreensão da criança sobre o mundo social se dá por meio do conhecimen-
to das relações de trabalho existentes nele. Assim, um processo de investigação sobre
as profissões dos responsáveis e/ou pessoas do convívio das crianças é importante para
que elas compreendam diversas questões. Por exemplo: diferentes funções sociais, sua
importância, saberes e artefatos inerentes a cada profissão, relações de interdependên-
cia e valorização da função de cada uma para a vida em sociedade. Dessa forma, o conhe-
cimento, o interesse e o respeito pelos diferentes modos de vida serão ampliados.
Este conjunto de atividades compõe uma sequência didática e deve ser desenvolvido
com a turma na ordem. As atividades propõem uma consequente ampliação de desafios
por meio da inter-relação umas com as outras, no que tange às discussões e aos recursos
utilizados para o aprofundamento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

431
Sequência: Profissões

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EO06 Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e Corpo, gestos Escuta, fala, Espaços, tempos,


o nós e movimentos pensamento e quantidades, relações
imaginação e transformações

432
Atividade: Cantinhos das profissões

 EI03CG01  EI03CG03  EI03EF01  EI03EF07


CANTINHOS DAS
PROFISSÕES
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante dar preferência para objetos “reais” na organização dos cantinhos de brincadeiras, como uten-
sílios antigos e que não funcionem mais. Converse com os responsáveis para verificar se podem contribuir para
compor os cantinhos das profissões.

 Materiais
•  Utensílios de cozinha (panelas, travessas, talheres, pegadores);
•  Objetos utilizados em salão de beleza (espelhos, escovas, secador de cabelo);
•  Instrumentos de consultórios médicos (aparelhos de pressão, termômetro, toucas, jalecos);
•  Instrumentos musicais;
•  Objetos utilizados na limpeza (vassoura, panos, rodo);
•  Outros objetos que possam remeter às profissões: ferramentas, carrinhos, bonecas, bolas, raquetes, giz
de quadro, roupas, sapatos, blocos de papel, cadernos, lápis grafite, canetas, carimbos, tintas, tecidos,
colchonetes, equipamentos de som, computadores, mouses, teclados, telefone;
•  Suportes para organização dos materiais, como mesas, cadeiras, caixas de madeira ou papelão;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
É importante escolher um espaço que possa ser organizado com antecedência, para que as crianças encon-
trem os materiais dispostos ao chegar ao local e que, se possível, permaneça organizado durante a realização
de todas as atividades deste conjunto. É possível usar a sala, a brinquedoteca, a sala multiuso ou um canto do
pátio que possibilite a disposição dos materiais.
Organize os materiais em cantinhos temáticos. Caso a escola não tenha um espaço para organização prévia,
os itens podem ser organizados em caixas, de acordo com a profissão, para que sejam transportados com mais
facilidade ao local da brincadeira.

433
Sequência: Profissões

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças exploram o espaço e os objetos? De que forma? Vivenciam expressões corporais e gestuais
ao brincar de profissões?
2. Elas manifestam conhecimento dos objetos e das profissões que os utilizam? Estabelecem relações
com situações cotidianas, com profissões dos responsáveis ou pessoas do seu convívio?
3. Como as crianças se organizam para brincar? Interagem com os colegas ou brincam sozinhas? Com-
partilham experiências com os colegas e professor por meio de diferentes linguagens?

 Para incluir todos


Organize um espaço que possibilite se locomover com facilidade, possibilitando o acesso de todas aos di-
ferentes cantinhos. Garanta diversidade de materiais para o manuseio de todos, apoiando-os e auxiliando-os,
caso necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para ir até o espaço planejado. Instigue-as a descobrir quais


brincadeiras estão propostas. Possibilite que explorem os materiais e falem sobre
suas primeiras impressões em relação aos cantinhos. Converse sobre as diversas A
possibilidades de brincar de profissões que os espaços e materiais oferecem. Possíveis falas
do professor

2 Incentive as crianças a escolher como querem brincar. É provável que elas se in- — Tem algo diferente na
teressem pelos ambientes de trabalho que fazem parte do cotidiano delas, como sala hoje?
— O que vocês acham
escritório, salão de beleza, cozinha, consultório, supermercado, loja. Sugira que or-
que este espaço nos
ganizem o espaço de acordo com o local de trabalho relacionado à profissão. Crie convida a fazer?
condições para que troquem os objetos de um canto ao outro, se necessário. A

3 Observe como as crianças estão brincando e interagindo. Passe nos cantinhos para
observar e registrar as ações e reações em relação ao repertório de profissões e
às formas de linguagens que fazem uso nas interações. Observe se, dentre os ma-
teriais escolhidos, elas demonstram preferências ou brincam em vários cantinhos,
se têm curiosidade em conhecer novos instrumentos ou preferem brincar com os
já conhecidos, se demonstram repertório em relação às profissões e se comentam
sobre as profissões de adultos de sua convivência. Enriqueça os registros escritos
com fotografias e filmagens. Esses registros serão usados nas atividades Produ-
zindo o roteiro de uma entrevista e Ampliando o acervo para brincar com as
profissões, deste conjunto. As crianças também podem colaborar manuseando a
câmera fotográfica ou o celular. Dessa forma, você terá mais uma opção de parti-
cipação para quem não manifestar interesse em brincar nos cantinhos.

4 Após cerca de 20 minutos de brincadeira, sugira às crianças que conheçam


outros cantinhos e brinquem com as outras profissões, mas respeite se a tur-
ma quiser permanecer no mesmo local todo o tempo.

434
Atividade: Cantinhos das profissões

Para finalizar
Avise quando estiver terminando o tempo proposto para a brincadeira. Se puder, mantenha os cantinhos
organizados por profissões, considerando a organização prévia das crianças. Elas poderão retomar a brin-
cadeira em outros momentos, inclusive para aprimorar os cantinhos conforme suas pesquisas e experiên-
cias ao longo das atividades sobre o tema. Proponha que organizem os materiais utilizados nos diferentes
espaços, acomodando-os de forma a facilitar o uso em outros momentos ou a reutilização do local para
outras atividades da rotina. Se não for possível mantê-los no espaço, combine como os materiais serão
guardados nas caixas. Durante a organização, converse com os pequenos sobre a experiência que tiveram,
de que profissão gostaram mais e se faltou algo relacionado àquela profissão.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade várias vezes, revezando espaços e materiais, dê prioridade para determinadas profissões
e materiais menos conhecidos pelas crianças. Inclua pesquisas com fotografias e pequenos vídeos que ilustrem
as diversas profissões. Em outro momento, elas podem convidar outras turmas para participar, apresentando as
brincadeiras para os colegas ou incentivando-os a brincar livremente.

 Engajando as famílias
Além da participação na coleta dos materiais, como indicado em Contextos prévios, os responsáveis podem
ser convidados a ajudar na organização dos cantinhos e participar de algum momento das brincadeiras. Para
isso, elabore um pequeno registro com as crianças, contando que organizaram espaços de algumas profissões,
convidando-os a vir os conhecer.

435
Sequência: Profissões

 EI03EO01  EI03EO04  EI03EF01  EI03EF07


PRODUZINDO O ROTEIRO
DE UMA ENTREVISTA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a atividade, é importante que os pequenos tenham conhecimento prévio e já tenham realizado
alguma vivência sobre o gênero textual entrevista. Considere apresentar previamente um vídeo de uma entrevista
realizada por crianças dentro do universo infantil, a fim de ampliar o repertório da turma.

 Materiais
•  Fotografias e vídeos dos cantinhos de brincadeiras, em formato digital, desenvolvidos na atividade
Cantinhos das profissões, deste conjunto;
•  Um equipamento para produzir imagem e áudio;
•  Materiais para registro das crianças: caderno ou bloco de anotações, lápis grafite, canetas hidrocor e
gravador de voz, se possível;
•  Cartolina ou papel kraft;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ser realizada na sala, na biblioteca, na brinquedoteca ou em outro espaço disponível, desde
que seja aconchegante e que possibilite que as crianças se movimentem entre os diversos grupos formados.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Ao formular as perguntas para a entrevista, como as crianças manifestam vontade em conhecer


algumas profissões? Compartilham entre si as experiências vividas com os responsáveis?
2. Como os pequenos interagem com os colegas? Compartilham ideias negociando-as com as sugestões
dos colegas?
3. Como organizam os grupos e definem a forma de registro das questões da entrevista?

436
Atividade: Produzindo o roteiro de uma entrevista

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada uma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Inicie a conversa com todo o grupo, em roda, resgatando ima- A


gens, vídeos ou falas das brincadeiras das crianças nos cantinhos Possíveis falas do professor
das profissões. À medida que reproduzir as imagens, incentive-as — Olhem essas fotografias, vocês
a relatar do que estavam brincando, qual instrumento estavam estavam brincando de quê?
usando e o que acharam da brincadeira. Converse com elas sobre — Qual era a profissão desse colega?
as diversas profissões representadas nos cantinhos e se as reco- Que instrumento é esse que ele está
nhecem entre as exercidas por algum responsável. A segurando?
— Vocês conhecem algum adulto que
trabalha nessa profissão?
2 Pergunte o que as crianças gostariam de ser quando crescer. In-
centive-as a falar, individualmente, sobre a profissão escolhida.
À medida que elas forem falando sobre as profissões, instigue-as B
a contar sobre o motivo da escolha e sobre o que esse profissio- Possíveis falas do professor
nal faz. Para enriquecer a conversa, proponha que falem sobre
as profissões que os responsáveis delas exercem. Incentive que — Vocês sabem o que seus
responsáveis fazem no trabalho?
se manifestem livremente, fazendo suposições sobre o assunto. — Como podemos descobrir mais
É importante registrar as ideias apontadas pelos pequenos e as informações sobre as profissões?
curiosidades que têm sobre as profissões. Converse sobre a possi- — Anotei aqui que algumas crianças
bilidade de convidar alguns responsáveis para virem à escola, para não sabem o que um apicultor faz;
que a turma possa conhecer mais sobre as diferentes profissões. B como podemos obter mais informações
sobre essa e outras profissões?

3 Converse com as crianças a respeito do que já sabem sobre o gê-


nero entrevista, indicando que é uma possibilidade de descobrir
C
mais informações sobre as profissões dos responsáveis. Relembre
com elas aspectos do que já conhecem sobre uma entrevista. Con- Possíveis falas do professor
verse sobre a importância de se preparar para receber os convida- — Outro dia fizemos uma atividade
dos: definir quem serão, como devem preparar o local, quem fará sobre entrevista, vocês se lembram?
as perguntas, a importância de ouvir o outro e de esperar sua vez — O que vocês gostariam de perguntar
aos nossos convidados? Precisamos
para falar, como registrar a entrevista, entre outros preparativos. C nos preparar para essa conversa.

4 Proponha que se reúnam em pequenos grupos, elaborem as per-


guntas para a entrevista e decidam como vão registrá-las. Vocês
podem usar gravador de voz ou, ainda, você pode ser o escriba,
se necessário.

5 Discuta com as crianças nos grupos sobre como as perguntas po-


dem ser elaboradas: devem ser relacionadas à profissão e possi-
bilitar maior conhecimento sobre o trabalho que a pessoa exerce,
assim como o que a levou a escolher a profissão. Acompanhe as

437
Sequência: Profissões

discussões de cada grupo e auxilie no registro das perguntas. Defi-


na o tempo necessário para que os grupos discutam. Quando faltar
poucos minutos para encerrar o tempo, avise que vão se reunir com
todo o grupo para montar o roteiro da entrevista.

6 Convide as crianças para auxiliar a escrever, na cartolina, as per-


guntas elaboradas pelos grupos. Conversem sobre as questões
que são iguais ou semelhantes e criem um roteiro único, que con-
tenha as ideias de todos.

Para finalizar
Avise que a atividade já está chegando ao fim e que só falta escolher a forma como farão a entrevista e
como vão registrá-la (por escrito, vídeo ou áudio).

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Converse com as crianças outras vezes sobre a entrevista, definindo como farão o registro. O roteiro pode ser
revisto, acrescentando novos questionamentos ou retirando alguns. Convide, ainda, os pequenos para brincar
de entrevista, simulando momentos de conversas sobre assuntos diversos.

 Engajando as famílias
Solicite às crianças que conversem com os responsáveis sobre as profissões deles e que tragam registros
(como fotografia, escrita e/ou desenho) sobre as profissões que eles exercem. Esses registros serão usados na
atividade Escolhendo profissões para conhecer melhor, deste conjunto.

438
Atividade: Escolhendo profissões para conhecer melhor

 EI03EO03  EI03EO06  EI03EF09


ESCOLHENDO PROFISSÕES
PARA CONHECER MELHOR
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a realização da proposta, é fundamental que as crianças já tenham conversado com responsáveis ou
pessoas do convívio sobre suas profissões, trazendo registros escritos e/ou fotográficos. Caso alguma criança
não tenha tido essa oportunidade, garanta, antes da atividade, um tempo para que ela procure um profissional
da escola e obtenha as informações que serão compartilhadas com os colegas.

 Materiais
•  Roteiro da entrevista elaborado e registros diversos enviados pelos adultos responsáveis sobre suas
profissões na atividade Produzindo o roteiro de uma entrevista, deste conjunto;
•  Cartolina ou papel kraft e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Papel sulfite, lápis grafite, lápis de cor, canetas hidrocor para as crianças.

 Espaços
A atividade pode ocorrer na sala, na biblioteca ou em outro lugar que tenha uma boa acústica, onde as crianças
possam se movimentar e também se ouvir durante suas interações.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças socializam conhecimentos sobre as profissões e os relacionam aos instrumentos


necessários em cada uma delas?
2. Como elas interagem com os colegas, expressam opiniões e escutam as dos outros, trocando, bus-
cando informações e decidindo coletivamente?
3. Que conhecimentos sobre a linguagem escrita as crianças demonstram ter ao realizar o registro com
escrita espontânea?

439
Sequência: Profissões

 Para incluir todos


A proposta deve ser executada em local amplo que possibilite a mobilidade de todas as crianças e a coope-
ração entre elas. Sendo uma atividade com envolvimento dos responsáveis, fique atento às várias composições
familiares, com respeito e acolhimento.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda com todo o grupo, peça que retomem as questões do


roteiro de entrevista. Pergunte às crianças se pensaram sobre qual A
profissão gostariam de conhecer melhor e diga que é importante Possíveis falas do professor
que todos se manifestem e escutem o relato sobre as profissões — Vocês se lembram do roteiro
que os colegas vão apresentar. Assim, terão mais opções para es- de entrevista que fizemos? Já
colher as pessoas entrevistadas. organizei aqui todas as questões
que elaboramos. Agora precisamos
Relembre que vocês haviam combinado que todos iriam conversar decidir quem serão os entrevistados.
2 — Vocês conseguiram conversar com
com os responsáveis sobre suas profissões. Proponha que cada
seus responsáveis ou com algum
criança fale um pouco sobre as profissões dos responsáveis ou de conhecido sobre a profissão deles?
alguém com quem conversaram. A

3 Proponha às crianças que se organizem em pequenos grupos para


contar aos colegas sobre as profissões dos responsáveis e fazer
registros. Disponibilize o material para que cada uma possa regis-
trar as profissões apresentadas. Podem usar escrita espontânea,
desenhos ou outra forma de registro. Incentive-as a contar qual a
ocupação do responsável e o instrumento de trabalho utilizado (um
mecânico, por exemplo, conserta carros e usa ferramentas como
chave de fenda, alicate). Elas também podem mostrar o que trou-
xeram, como fotografias e registros. Combine o tempo que terão
para conversar e diga que, se quiserem, podem mudar de grupo
para conhecer mais sobre outras profissões. Respeite quem não
quiser falar, mas explique sobre a importância de ouvir os colegas.
Fique atento caso alguma criança precise de auxílio e se todas es-
tão tendo a oportunidade de falar. B
Possíveis falas do professor

4 Retorne à organização em roda. Diga que você também quer saber — Vocês conversaram sobre as
sobre as profissões que compartilharam com os colegas. Proponha várias profissões que as pessoas
que relatem o que conversaram. Nesse momento, as crianças po- exercem. Agora, vamos compartilhar
dem mostrar e falar sobre os registros individuais que realizaram. com todos essa informação. Quem
quiser contar sobre a profissão do
Organize as informações na cartolina ou papel kraft para visua- responsável, ou sobre a profissão
lização de todos, elaborando, à medida que cada uma fala, uma que o colega falou, pode nos contar.
lista com os nomes das profissões e, ao lado, o nome do adulto — O que acham de escrevermos o
que a exerce e que poderá ser convidado para a entrevista. Deci- nome das profissões no quadro?
da com elas como registrar as profissões que se repetem. Dessa — Quem vai me ajudar a registrar
as informações? Como podemos
forma, ficará mais fácil visualizar todas as profissões discutidas
registrar as profissões que se
nos grupos. Elas vão precisar dessa anotação para a escolha dos repetem?
entrevistados. B

440
Atividade: Escolhendo profissões para conhecer melhor

5 Diga que chegou o momento da escolha de quem serão os con-


vidados para a entrevista na escola. Possibilite que as crianças
sugiram como será a decisão. Diga que todos têm direito a votar
na profissão que desejam conhecer melhor. Dentre as profissões
mais votadas, três ou quatro pessoas serão convidadas a partici-
par da entrevista. Caso as crianças sintam dificuldade em se or-
ganizar, proponha uma votação escrita. Cada uma escreve em um
papel a profissão: pequenos papéis podem ser recortados, e uma
caixa pode ser providenciada para servir de urna. Auxilie-as na
apuração dos votos e no registro. Pense na possibilidade de que
alguns responsáveis não terão disponibilidade de vir à escola para
a entrevista. Portanto, não defina pessoas, e, sim, profissões. Des-
sa forma, caso um não possa vir, vocês terão a oportunidade de
consultar outro.

6 Proponha às crianças a elaboração de um convite para enviar aos


entrevistados. Informe que antes você vai consultar os responsá-
veis que têm a profissão que escolheram para saber da sua dis-
ponibilidade.

Para finalizar
Chegando ao final da atividade, solicite às crianças que ajudem a organizar o espaço e a guardar os ma-
teriais que utilizaram. Combine que, antes de enviar os convites para a entrevista, elas poderão conversar
com o adulto sobre a possibilidade de comparecer na escola.

O QUE FAZER DEPOIS

Após a confirmação dos responsáveis, elabore com os pequenos o convite para a entrevista, indicando o local
e o horário, solicitando que tragam, se possível, algum instrumento que utilizam em seu trabalho. Possibilite que
as crianças planejem como será a criação deste convite e o envio. Se elas tiverem interesse, podem entrevistar
diferentes funcionários da escola para que façam o registro e o tratamento das informações, construindo gráficos,
elaborando listas ou outras formas de registro.

 Engajando as famílias
A atividade em si já deve ter oportunizado o engajamento dos responsáveis na medida em que as crianças
conversaram com eles sobre as profissões. Para a proposta da entrevista, a participação deles é ainda mais
importante. No contato prévio com os adultos, organize uma agenda conveniente para todos.

441
Sequência: Profissões

 EI03EO01  EI03EO06  EI03ET06


ENTREVISTANDO FAMILIARES
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Prepare com as crianças uma forma de agradecer a presença dos convidados, que pode ser: uma carta de agra-
decimento escrita por você e ilustrada pelas crianças; ou um áudio de agradecimento gravado por uma criança.

 Materiais
•  Roteiro da entrevista elaborado na atividade Produzindo o roteiro de uma entrevista, deste conjunto;
•  Carta de agradecimento;
•  Tapete emborrachado, colchonete, almofadas, cadeiras ou poltronas confortáveis;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade pode ocorrer na sala, na biblioteca ou em outro lugar que tenha uma boa acústica. Evite espaços
com muito barulho, como o parque, e próximos à rua. As crianças precisam escutar o entrevistado e vice-versa.
O local deve ser aconchegante e propiciar o conforto de todos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças planejam o momento da entrevista, organizando o espaço e antecipando os com-


binados? Como se dá o atendimento às diferentes opiniões e decisões coletivas?
2. De que forma interagem com os colegas e com os entrevistados? No caso de situações que geram
conflitos, como buscam resolvê-los?
3. Como demonstram interesse por conhecer as profissões dos entrevistados? Utilizam o roteiro para
guiar a conversa? Comentam e propõem novos questionamentos?

 Para incluir todos


A atividade requer um trabalho coletivo e colaborativo durante todo o processo de planejamento e desenvol-
vimento da entrevista. Para que essas ações ocorram de forma tranquila, é necessário apoio constante do pro-
fessor e entre as próprias crianças, respeitando os interesses, auxiliando e dando apoio, se houver dificuldades.

442
Atividade: Entrevistando familiares

O QUE FAZER DURANTE

1 Converse com as crianças em roda e avise que chegou o dia de receber os


convidados para a entrevista e que, para isso, elas precisam organizar esse
momento. Proponha que pensem sobre a forma de receber os convidados e
façam alguns combinados para garantir a autonomia, o respeito e a partici-
pação de todos. Por exemplo: quem irá receber os convidados; quem fará as
perguntas; como precisam agir enquanto o colega ou o entrevistado estiver
falando; o que fazer quando quiser falar. Caso alguma criança não queira par-
ticipar do momento, combine alguma atividade que ela possa fazer na sala
sem comprometer a entrevista.

2 Decida com os pequenos a melhor forma de organizar o espaço para realizar a


entrevista. É importante ressaltar que todos precisam ficar confortáveis e que,
se possível, todas as crianças precisam ver os entrevistados e também serem
vistas. Convide-as, em pequenos grupos, a organizar cadeiras, poltronas, ta-
petes e/ou almofadas pelo ambiente. Diga que precisam registrar a entrevis-
ta, para retomá-la depois. Combine com elas como será feito o registro, com
anotações, fotografias ou filmagens, e quem ajudará nessas ações. Considere
realizar a filmagem, que será utilizada nos desdobramentos e na atividade
Ampliando o acervo para brincar com as profissões, deste conjunto.

3 No horário combinado com os entrevistados, confira com a turma se está tudo


pronto para que eles entrem. De acordo com o planejamento, solicite às crian-
ças que façam o convite para que entrem na sala.

4 Peça aos pequenos que expliquem aos convidados os combinados que fize-
ram para garantir a participação de todos. Sugira aos responsáveis para que
também contribuam com algum combinado diferente que não tenha sido cita-
do, a fim de que o grupo analise a possibilidade de incluí-lo. Diga às crianças
que chegou o momento de realizar a entrevista. Conte aos adultos que elas
já discutiram antes sobre o que gostariam de saber acerca das profissões e
elaboraram juntas um roteiro.

5 Caso perceba que as crianças ficaram retraídas, inicie a entrevista propondo


uma das questões. Provavelmente, à medida que a conversa fluir, elas vão
participar mais ativamente. É importante que as perguntas registradas no ro-
teiro sejam feitas, mas respeite as manifestações das crianças, possibilitando
que perguntem sobre outras curiosidades que surgirem. É normal que elas
declinem a conversa para outros aspectos e interesses, sem relação direta
com o tema. Caso isso ocorra, retome de forma delicada ao que o entrevis-
tado veio contar para o grupo. Indique que, durante as respostas, os adultos
mostrem os instrumentos (se trouxeram) utilizados no trabalho e que, ao final
da entrevista, os pequenos poderão manipulá-los, se possível.

443
Sequência: Profissões

6 Encerradas as perguntas do roteiro, sugira que os entrevistados acrescentem


outras informações que julguem importantes sobre a profissão. Da mesma
forma, pergunte às crianças se têm mais alguma pergunta ou algo mais que
desejam saber. Promova um momento descontraído de interação entre as
crianças e os entrevistados, instigando que comentem sobre os sentimentos
em relação à participação na entrevista e, ao final, peça aos pequenos que
façam o agradecimento.

Para finalizar
Com as crianças, agradeça a participação de todos e fale sobre a importância da presença dos respon-
sáveis na escola. Garanta um tempo para que elas conversem pessoalmente com os entrevistados, ex-
plorando os instrumentos de trabalho. Quem não se envolver nessa ação, sob sua orientação, já pode ir
organizando o espaço.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Utilize os registros e as gravações da entrevista para conversar sobre o que aprenderam, quais informações
acharam interessante e o que ficaram com desejo de conhecer mais, favorecendo outras pesquisas. Organize
outros momentos de entrevistas, convidando pessoas do núcleo familiar ou da comunidade escolar para falar
sobre outros assuntos do interesse de todos, como reciclagem, animais, plantas, brincadeiras etc.

 Engajando as famílias
A atividade em si já deve ter possibilitado a participação dos responsáveis. É um momento rico para partilhar
informações, ampliando o universo cultural das crianças; representa muito para aquelas que puderam ter os
adultos presentes, mas é importante que todas sejam valorizadas e contempladas. Uma forma de garantir isso
é elaborar, ao longo das atividades, um álbum sobre as profissões ou um painel com as profissões dos respon-
sáveis, que pode ser socializado com toda a comunidade escolar.

444
Atividade: Ampliando o acervo para brincar com as profissões

 EI03CG02  EI03EF01  EI03EF09


AMPLIANDO O ACERVO
PARA BRINCAR COM AS
PROFISSÕES
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante fazer a edição com partes da entrevista (gravadas em vídeo) realizada na atividade Entrevistan-
do familiares, deste conjunto, para que as crianças possam relembrar os momentos em que os responsáveis
apresentaram os instrumentos de trabalho.

 Materiais
•  Fotos e vídeos dos cantinhos de brincadeiras, produzidos na atividade Cantinhos das profissões,
deste conjunto, bem como os objetos utilizados na atividade;
•  Trechos em vídeo da entrevista realizada na atividade Entrevistando familiares, deste conjunto;
•  Um equipamento para reproduzir áudio e imagem, se possível com acesso à internet;
•  Materiais para pesquisa sobre profissões e instrumentos de trabalho, como livros, revistas, jornais,
fôlder, encartes de lojas e supermercados (entre estes, alguns para recorte);
•  Cartolina ou papel kraft e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Cartolina, papel sulfite, bloco de anotação, lápis grafite, lápis de cor, canetas hidrocor, tesoura e cola.

 Espaços
A atividade pode acontecer na sala, onde os materiais para registro estarão mais próximos e de fácil acesso,
desde que seja possível o acesso à internet. Se o cantinho das profissões estiver disponível, é ideal usar o
mesmo local para a realização da proposta. Caso não esteja, monte os cantinhos no local que escolher para a
proposta. É importante que as crianças tenham acesso a eles novamente.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças interagem com os colegas? Como se organizam para colaborar com a
realização da pesquisa?
2. Demonstram interesse em realizar a atividade? Qual etapa tem maior participação das crianças? O
que motiva esse maior interesse?
3. Como realizam os registros? Como elaboram hipóteses sobre a escrita?

445
Sequência: Profissões

 Para incluir todos


Diversifique os materiais usados nas pesquisas e nos registros, em termos de linguagens (áudios, vídeos,
textos, imagens) para garantir a participação de todas as crianças na vivência.

O QUE FAZER DURANTE

1 Inicie a proposta com todo o grupo em roda, conversando com as crianças


sobre a ampliação do acervo dos cantinhos de profissões. Diga que para isso
vocês vão retomar o que já descobriram sobre instrumentos que são usados
nas diferentes profissões. Instigue-as a pensar em como fazer isso, sugerindo,
se necessário, a retomada dos apontamentos feitos em outros momentos da
investigação. Se você reorganizou novamente os cantinhos, proponha que an-
dem pela sala e os observem melhor, agora que já conhecem um pouco mais
sobre as profissões. Incentive-as a falar sobre as profissões representadas nos
cantinhos e pergunte se percebem a falta de alguns objetos e instrumentos de
trabalho. Disponibilize também as fotografias e demais registros realizados
durante as atividades anteriores.

2 À medida que as crianças vão retomando as descobertas sobre as diferentes


profissões e os instrumentos usados para exercê-las, apoie-as, utilizando tre-
chos das entrevistas, fotos, vídeos que foram usados, conversando sobre a
viabilidade ou não de se conseguir outros objetos para as brincadeiras. Faça
anotações dos itens sugeridos por elas para compor os cantinhos, utilizando
uma lista em um cartaz como estratégia para organizar as sugestões.

3 Proponha às crianças que manuseiem livros, revistas, jornais, fôlderes e rea-


lizem pesquisas na internet sobre outros instrumentos de trabalhos que não
estão presentes nos cantinhos e quais profissionais os utilizam. Lembre-se
de combinar o tempo que elas têm para realizar a pesquisa; entretanto, de
acordo com a interação delas, ele pode ser reduzido ou ampliado. Conforme
pesquisam e escolhem objetos que acham interessante incluir nos cantinhos,
elas podem fazer registros desenhando-os, recortando, escrevendo em um
bloco, memorizando, marcando a página do livro ou a página da internet ou
apenas falando para que outra criança ou o professor a auxilie na escrita.

4 Reúna todo o grupo para compartilhar o resultado da investigação, falando


sobre os materiais que as crianças selecionaram, as profissões e os instru-
mentos que encontraram na pesquisa. Peça que mostrem os registros umas às
outras, o que escreveram ou desenharam. Retome as anotações iniciadas no
cartaz e, com as crianças, vá ampliando a lista, a partir do que encontraram
na pesquisa. Inclua os próprios registros realizados por elas ou, se alguma
delas desejar, pode complementar a lista escrita com ilustrações ou colagem
de alguma figura.

5 Releia com a turma tudo o que foi registrado e converse sobre como podem
conseguir os materiais para que insiram nos cantinhos das profissões. Elas
vão perceber que algumas coisas já existem na escola e que outras podem

446
Atividade: Ampliando o acervo para brincar com as profissões

ser obtidas em casa ou em alguns comércios do bairro, conversando com os


responsáveis ou perguntando se alguns profissionais possuem algo antigo
para doar. Os instrumentos também podem ser produzidos pelas crianças
com materiais recicláveis.

Para finalizar
Converse com elas sobre uma maneira de informar os responsáveis a respeito da pesquisa e como podem
contribuir na busca por objetos e instrumentos de trabalho de algumas profissões para ampliar o acervo de
brincadeiras da turma. Informe que está terminando o tempo que combinaram para a atividade, solicitando
ajuda para guardar os materiais e organizar a sala.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode propor um dia para que as crianças selecionem materiais que existem na escola e que podem ser
utilizados nos cantinhos ou combinar uma data para a confecção de alguns objetos com materiais descartáveis.
Com os materiais sendo incorporados, elas precisam organizar os cantinhos e ter garantidos momentos para a
brincadeira, inclusive podendo convidar outras turmas para brincar.

 Engajando as famílias
Com os pequenos, faça um bilhete para enviar aos responsáveis indicando a possibilidade de envio de alguns
utensílios reutilizáveis que tenham em casa ou que possam conseguir em algum comércio, com algum profis-
sional da comunidade. Outra alternativa é convidar os adultos para que estejam na escola em um momento
pré-agendado, de modo a elaborar alguns objetos com material reciclável para compor as brincadeiras.

447
26
AP

CONJUNTO

UNIDADE

LER PARA
APRENDER
Dentre as muitas funções sociais da leitura está a possibilidade de obter informações
sobre algo que desejamos saber. Ao entrar em contato com práticas sociais em que a
leitura apoia suas aprendizagens em situações diversas, as crianças avançam tanto na
compreensão dessa função quanto nos conhecimentos dos temas em si. Assim, vão se
vinculando positivamente com esse universo letrado, fazendo múltiplas descobertas.
Este é um conjunto com atividades para crianças pequenas que podem ser aplicadas
de forma que o professor desenvolva qualquer uma delas sem obrigatoriamente desen-
volver as outras. Porém, é recomendável que sejam aplicadas em conjunto, pois através
da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças
podem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
propostos no decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etá-
ria. O conjunto também é caracterizado por atividades recorrentes, ou seja, que devem
se repetir em outros períodos, ao longo do ano.

448
Unidade: Ler para aprender

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
EI03EF03
palavras conhecidas.

Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a


EI03EF07
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.
Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria
EI03EF08 leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela
leitura das ilustrações etc.).
Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações

449
Unidade: Ler para aprender

 EI03EO03  EI03EF07  EI03EF08


LER PARA BRINCAR
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças combinam com o professor quais são as estratégias para ler as instruções de uma
nova brincadeira.

 Materiais
•  Uma brincadeira desconhecida pela turma;
•  Portador textual da brincadeira escolhida, como um almanaque de brincadeiras, que traga diferentes
elementos do texto instrucional, ou seja, o nome da brincadeira, as regras e os passos que mostram
como se brinca, bem como ilustrações (desenho, fotos ou esquema) que apoiem o entendimento das
regras;
•  Cartaz com a descrição das regras e do modo de brincar da brincadeira escolhida;
•  Objetos para a brincadeira escolhida, caso necessário.

 Espaços
Escolha um espaço para iniciar a atividade com todo o grupo sentado em roda, de maneira que seja possível
que as crianças mantenham o contato visual com você e com o texto. Preveja também o tipo de espaço que a
brincadeira escolhida sugere.

 Perguntas para guiar suas observações

1. A estratégia utilizada proporcionou o interesse do grupo pela leitura?


2. Como as crianças interagem com a leitura? Percebem a descrição de passos característica do texto?
Estabelecem relações com alguma brincadeira já conhecida? Apoiam-se em letras conhecidas para
sugerir possíveis palavras no texto?
3. Como foi a interação delas? As hipóteses foram levantadas em grupo ou individualmente? Houve
respeito pelos entendimentos individuais?

 Para incluir todos


Busque facilitar a participação de todas as crianças, traçando alternativas para que se sintam acolhidas na
proposta. É fundamental que o cartaz esteja fixado num local em que tenham acesso visual. Incentive a coope-
ração entre elas, de modo que estabeleçam ações de trocas entre os pares.

450
Atividade: Ler para brincar

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se organizar em roda com você. Quan- A


do a turma estiver acomodada, conte que você preparou uma Possíveis falas do professor
nova brincadeira e que o desafio é aprender como se brinca.
— O nome dela é (nome da brincadeira).
Nesse momento, você pode dizer algumas informações sobre Ela surgiu em (local). O nosso desafio
a brincadeira, tais como o nome, a origem, se há variação do é aprender a brincar. Com essas
nome conforme regiões do país. Entretanto, cuide para não con- informações vocês acham que já
tar como se brinca, pois esse será o disparador para as crianças conseguem brincar com ela?
pensarem em hipóteses de leitura. A — Por que vocês acham que essa
brincadeira é assim?
— O que tem nela que indica que se
2 Após a escuta das hipóteses iniciais dos pequenos, traga para brinca dessa forma?
o contexto da conversa o portador. Mostre e comente algumas
de suas características para as crianças. Diga que a brincadei-
ra que irão aprender está escrita no portador, mas, para que B
todas possam acompanhar a leitura do texto, você preparou Possíveis falas do professor
um cartaz com a descrição da brincadeira. Comente que, no — O que vocês acham que está escrito
texto, há as informações de como poderão aprender a brincar nesse título?
e instigue-as a pensar em como ler o texto para aprender. Pro- — Por que têm várias partes nesse texto?
blematize o contexto, chamando a atenção das crianças para — Como vocês acham que eu devo ler
para vocês?
que olhem para o texto em busca de pistas para encontrarem
— Há somente letras ou há números
a melhor forma de leitura. B também?
— Para que será que há esses números
3 Acolha as sugestões das crianças e diga que é necessário que no texto?
elas cheguem a um acordo quanto à forma que você deverá
ler o texto. Diga que, se a turma precisar de apoio para entrar C
em um acordo, você pode ajudá-los; entretanto, incentive que
Possível fala do professor
seja uma decisão do grupo, levando a refletir sobre as suges-
tões de modo a trazer as hipóteses de que a estratégia defen- — Vocês estão dizendo que o melhor
caminho para a leitura do texto é ler
dida é a melhor opção para a leitura. C
por partes. Por que vocês acham que é
importante ler por partes?
4 Após combinar a forma de leitura, leia o texto para as crian-
ças sem omitir nenhuma palavra. Durante a leitura, passe o
dedo pelas linhas, indicando o que está sendo lido, para que
as crianças acompanhem o movimento da leitura. Ao terminar,
pergunte se é necessário que você leia mais uma vez ou se já
podem ir brincar com a nova brincadeira. Leiam novamente,
caso sugiram.

Para finalizar
Vá com as crianças até o local escolhido para brincar com a nova brincadeira. Caso elas sintam necessi-
dade de revisar as regras, ofereça o retorno ao texto para consultarem as informações. Quando a brinca-
deira terminar, peça que os pequenos se organizem para a próxima atividade do dia.

451
Unidade: Ler para aprender

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Para que as crianças fortaleçam a relação da função social da leitura para aprender novas brincadeiras,
você pode buscar fontes de brincadeiras diversas, tais como das diferentes regiões do Brasil, de outros países
e brincadeiras indígenas como a atividade Brincadeira da onça, do conjunto Jogos na área externa. Assim, a
turma pode ir montando um banco de novas brincadeiras.

 Engajando as famílias
Prepare um cartão com a descrição da brincadeira e envie para os responsáveis. Indique no bilhete que o grupo
aprendeu a nova brincadeira e peça aos adultos para que encorajem as crianças a lhes ensinar como brincar.

452
Atividade: Ler para se orientar

 EI03EO02  EI03EF01  EI03EF07


LER PARA SE ORIENTAR
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na proposta, as crianças têm de se guiar pela leitura de placas de sinalização para encontrar um local es-
pecífico da escola.

 Materiais
•  Imagens de placas informativas ou sinalizadoras (em quantidade suficiente para dois percursos), como
“vire à direita”, “vire à esquerda”, “siga em frente”, “cuidado com o chão molhado”, “cuidado com os
degraus” etc.;
•  Caixa de papelão ou um baú contendo jogos, objetos preferidos da turma ou livros variados;
•  Algumas cangas para forrar o espaço final do percurso.

 Espaços
A atividade pressupõe a vivência de dois momentos: o primeiro com todo o grupo, na sala, e o segundo, na
área externa, onde as crianças, em dois pequenos grupos, percorrerão dois caminhos distintos, guiadas pela
leitura de placas informativas ou sinalizadoras.
Disponha as placas pelos dois caminhos e considere que o final dos percursos seja um espaço tranquilo, de
preferência embaixo de uma árvore, onde estarão os jogos, os objetos preferidos da turma ou os livros.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças interagem com os meios de comunicação não verbais reconhecendo a função social das
placas informativas ou sinalizadoras?
2. Elas realizam trocas ao percorrerem os caminhos? Uma ajudou a outra? Realizam o caminho demons-
trando envolvimento com a proposta e autonomia?
3. Como foi a partilha de experiência das crianças? O que disseram? Quais os pontos que você observou
que necessitam de maior aprofundamento para uma próxima proposta?

453
Unidade: Ler para aprender

 Para incluir todos


Pense previamente, com base no histórico das necessidades de cada criança, em como elas poderão explorar
e interagir com a proposta, de acordo com suas habilidades e possibilidades. Utilize o conhecimento e o auxílio
dos colegas do grupo, valorizando a colaboração e o trabalho em equipe. Caso haja necessidade, personalize
a atividade, cuidando para que elas se sintam mais confortáveis.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda com você. Infor-


me que elas vivenciarão um desafio para encontrar uma caixa A
(ou baú) que está em algum lugar na área externa da escola. Possíveis falas do professor
Explique que, para encontrar essa caixa, precisarão ler as in- — Preparei uma surpresa para vocês e,
formações das placas espalhadas pelos caminhos. Esclareça para achá-la, vocês vão percorrer um
que essas placas são imagens que indicam o que seguir, como caminho. Nele, vão encontrar pistas que
“seguir em frente”, “virar para um lado”, “virar para outro lado”, os levarão à surpresa. Sabem do que se
“voltar”, entre outros. trata?
— As placas vão apontar o caminho
que devem seguir, por isso elas são
2 Organize a turma em dois pequenos grupos. Indique qual é o essenciais para que vocês encontrem a
ponto de partida de cada um. Combine com as crianças que elas surpresa.
precisam parar e ler as placas, ou seja, o grupo precisa chegar — É importante que parem e leiam o que
em um consenso sobre o que aquela placa indica e realizar a a placa quer dizer. Todos precisam estar
juntos e cumprir a ação coletivamente.
ação em conjunto. Oriente que o grupo que chegar ao final do Não estamos numa corrida. Estamos em
caminho primeiro será responsável por forrar as cangas para um trabalho de equipe. Não pode deixar
que todos se acomodem confortavelmente para explorar o ma- ninguém para trás.
terial da caixa. A

3 Enquanto as crianças percorrem o caminho, acompanhe os gru-


pos, a fim de observar as relações que estão estabelecendo na
vivência. Considere que possam trazer referências da leitura
das regras da brincadeira na atividade Ler para brincar, des- B
te conjunto, para se orientar. Quando um dos grupos chegar, Possíveis falas do professor
peça que as crianças comecem a forrar as cangas no espaço.
— Vocês conhecem outras placas assim?
Quando o próximo grupo chegar, diga que se acomodem da — Onde vocês encontram e para que elas
forma que considerarem mais confortável. Converse como foi servem?
a experiência, garantindo um momento de reflexão em que o — Alguém já viveu alguma situação
grupo possa avaliar quais foram os maiores desafios para per- parecida em que precisou se orientar por
correr o caminho. Nesse momento, aproveite as percepções das placas?
— Vocês têm algum outro exemplo de
crianças sobre a estratégia de seguir as imagens pelo caminho
situações em que usamos placas para
e levante hipóteses com o grupo sobre quais informações há nos orientar?
sobre placas de sinalização ou informativas. B

4 Após essa conversa, convide as crianças para abrir a caixa. Diga


que elas desfrutarão de um momento livre para explorar o ma-
terial que separou. Considere que elas podem se organizar em
pequenos grupos ou duplas para esse momento. Garanta que

454
Atividade: Ler para se orientar

essa forma de organização seja uma escolha delas. Indique ainda que, caso
alguma criança prefira, poderá percorrer o caminho novamente para depois
explorar o material disposto na caixa.

Para finalizar
Atente-se ao tempo de interesse das crianças em relação à exploração dos objetos para encerrar a
atividade. Observando esse tempo, avise para elas, cerca de cinco minutos antes, que a vivência será
encerrada. Por fim, convide-as para a organização do espaço, volte para sala por um dos percursos
organizados e convide a turma para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize outras situações em que o uso de placas tenha funções sociais diversificadas, como passeios a
estabelecimentos públicos ou em vias de trânsito, para constatar a existência das placas informativas ou sinali-
zadoras. Na sala, pode-se inventar com o grupo um conjunto de símbolos que representam algumas atividades
rotineiras; convencionados os símbolos, eles podem ser utilizados ao longo de todo o ano para organizar os
horários da turma.

 Engajando as famílias
Comunique os responsáveis que as crianças estão conhecendo um pouco mais sobre a leitura não verbal e
sua função social e convide-os para que, ao realizar um passeio com elas, destaquem a presença das placas
informativas ou sinalizadoras, assim como quais informações oferecem. As crianças também podem consultar
os adultos sobre uma placa que faz parte do cotidiano como forma de ampliação desse repertório.

455
Unidade: Ler para aprender

 EI03EO03  EI03EF07  EI03ET03


LER SOBRE O TEMPO
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças fazem a leitura de boletins meteorológicos com o apoio de imagens. Dessa maneira,
selecione com antecedência formas diferentes de apresentação dos dados meteorológicos.

 Materiais
•  Boletins meteorológicos impressos, que retratam informações sobre o clima da cidade (é relevante que
você selecione no mínimo cinco formas diferentes de apresentação dos dados);
•  Papel para cartaz e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor).

 Espaços
Considere, na organização do ambiente, a formação da roda e da organização das crianças em pequenos
grupos, na sala e na área externa da escola. No ambiente escolhido, disponibilize os materiais impressos de
forma harmoniosa e convidativa, de modo a despertar a curiosidade e o interesse dos pequenos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças conseguem perceber e extrair informações das imagens pesquisadas sobre a pre-
visão do tempo da sua cidade?
2. Como foi o desenvolvimento de cada criança em relação à proposta? Elas apoiam umas às outras
outras para a realização da proposta?
3. Como a atividade evidenciou para as crianças a leitura enquanto função social de informar sobre o
tempo?

 Para incluir todos


Cuide para que todos possam ter contato visual com você e garanta que sejam acolhidos pelo grupo. Privi-
legie a organização em pequenos grupos nos quais as crianças colaborem umas com as outras, garantindo
uma interação dinâmica e inclusiva. Lembre-se de disponibilizar os materiais impressos de forma acessível
para todas elas.

456
Atividade: Ler sobre o tempo

O QUE FAZER DURANTE

Convide as crianças para ir até a área externa. Procure um lugar onde o céu A
1
possa ser amplamente visto e comunique que irão observar e pensar sobre o Possíveis falas
que estão vendo e sentindo em relação ao clima do dia. do professor
— Como está o
2 Solicite que observem o céu, olhem umas para as outras e percebam como tempo hoje? Ontem
estão agasalhadas. Utilize as observações das crianças para abordar a ques- estava igual a hoje? É
tão de como o clima do lugar em que se vive influencia no nosso dia a dia e possível ver o sol? Está
ventando? Como está a
a importância da previsão do tempo. A temperatura hoje?
— Por que motivo vocês
3 Retorne com o grupo até a sala e peça para que os pequenos se acomodem escolheram vestir a
em roda com você. Inicie uma conversa sobre o tema. Investigue junto às crian- roupa que estão usando
ças os conhecimentos acerca de clima e previsão do tempo. Após acolher as hoje? Vocês vêm sempre
vestidos da mesma
hipóteses delas, apresente o portador que acolhe um dos boletins meteoroló- maneira?
gicos que indica a previsão do tempo local para o dia. Pergunte se elas conhe- — Como poderemos
cem tal material e como é possível ler as informações contidas nele. Faça a saber se amanhã vai
leitura do boletim meteorológico a partir do que elas trazem, apontando para chover ou vai fazer sol?
os desenhos que indicam as informações sobre o tempo, como sol, nuvens,
gotas de chuva. Peça aos pequenos que comparem a leitura da imagem com
B
as observações que realizaram na área externa. B
Possíveis falas
do professor
4 Após a leitura do boletim meteorológico, diga que há maneiras diferentes utili-
zadas pelos meios de comunicação para divulgar a previsão do tempo, sendo — Nesta folha, há
informações sobre a
por meio de mapas, ilustrações ou dados. Apresente ao grupo as impressões
previsão do tempo para
dos modelos de boletim meteorológico selecionados por você. Convide as hoje em nossa cidade.
crianças a formarem pequenos grupos e entregue a cada um deles um por- — O que vocês acham
tador. Solicite que observem a imagem e comentem quais informações con- que essas imagens
seguem retirar dela. Observe quais hipóteses levantaram e, se você realizou indicam?
a atividade Ler para se orientar, deste conjunto, perceba se fazem relação — Por que é importante
a gente ler a previsão do
sobre a leitura das imagens e dos símbolos. tempo?

5 Enquanto os grupos manuseiam os materiais, você pode circular entre eles,


mediando a interpretação das informações dos boletins. Apoie as crianças na
localização do nome da cidade, do dia da semana, do mês e do dia do mês.
Instigue a refletirem sobre os desenhos utilizados para ilustrar a previsão do
tempo, apoiando-as conforme suas curiosidades.

Para finalizar
Após os grupos terem realizados suas interpretações sobre a previsão de tempo, convide para que um
grupo de cada vez compartilhe a leitura de seu boletim meteorológico. Nesse momento, traga à tona os
novos símbolos que a especificidade da leitura meteorológica traz e instigue as crianças para conversa-
rem sobre eles. Escreva uma lista de curiosidades sobre esses novos símbolos e deixe-a fixa na sala para
pautar novas investigações.

457
Unidade: Ler para aprender

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Confeccione um quadro com os dias do mês, os dias da semana e o mês e complete-o com imagens retiradas
da internet ou de jornais que informam a previsão do tempo para a cidade. Para isso, organize a turma em pe-
quenos grupos e combine que cada grupo, semanal ou diariamente, faça a pesquisa sobre o tempo. O grupo
compartilha com os demais colegas a leitura da previsão do tempo para o dia ou para a semana e a expõe no
mural, formando um gráfico climático do mês. Considere continuar explorando a leitura de símbolos e imagens,
ampliando as experiências das crianças para a representação, como na atividade Criação de mapa de um
trajeto conhecido, do conjunto Experimentos com registro.

 Engajando as famílias
Como a previsão do tempo é algo reportado nos telejornais diariamente e em vários horários diferentes, comu-
nique aos responsáveis a proposta da atividade e peça que estimulem as crianças a se atentarem ao momento
em que a previsão do tempo está sendo apresentada. Sugira que os adultos reflitam com as crianças sobre as
informações do tempo e como esses dados influenciam o dia a dia delas.

458
Atividade: Ler para fazer experiências

 EI03EO03  EI03EF07  EI03EF08


LER PARA FAZER
EXPERIÊNCIAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES Tinta borbulhante


Materiais:

•Papel branco;
 Contextos prévios
•Tintas coloridas;

•Detergente;
Na atividade, as crianças realizam a leitura de instruções e fazem um expe-
•Cola branca;
rimento. Sendo assim, é importante separar previamente os itens necessários
•Canudos;
copos;
•3
para a realização do experimento.
•Água.
Passo a passo:
 Materiais 1. Coloque um pouco de
detergente num copo e
acrescente cola branca,
•  Manual de instrução de um experimento (sugestão: “tinta água e tinta azul.
borbulhante”), escrito em letra imprensa maiúscula, em formato A3; 2. Mexa tudo com um canudo
•  Itens necessários para a realização do experimento; e faça o mesmo com as
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com outras cores.
3. Coloque a mistura sobre o
autonomia, como desenho, modelagem, jogos de encaixe e leitura.
papel branco.
4. Com um canudo, sopre a
mistura até
 Espaços as bolhas saírem do copo,
com atenção para não
A vivência pressupõe que a turma inicie reunida em roda. Em seguida, sugar o líquido.
5. Faça o mesmo com as
as crianças serão organizadas em dois pequenos grupos que atuarão em outras cores, até obter
atividades diversificadas. Para tal, observe a necessidade de um espaço uma figura legal.
acolhedor e amplo, para que elas tenham liberdade em suas explorações;
Fonte: Mister maker: Vamos
por isso, disponha os materiais a serem utilizados em pequenas “ilhas”, in- fazer mais! Vários
dicando o espaço de atuação de cada grupo. Autores. São Paulo:
Editora Fundamento, 2011.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais estratégias as crianças utilizam para ler o manual? Seguem o passo a passo pelos numerais?
Orientam-se pelas ilustrações?
2. Elas compreendem a estrutura do texto e sua função social? Percebem que, para realizar o experi-
mento, é preciso seguir as instruções?
3. Como elas se relacionam durante a experimentação? Há trocas entre os integrantes? Como se orga-
nizam nos pequenos grupos?

459
Unidade: Ler para aprender

 Para incluir todos


Cuide para que todos possam interagir com qualidade durante a proposta. Lembre-se de que um dos experi-
mentos pede que as crianças soprem água e detergente com um canudinho. Sinalize o movimento de soprar e,
no momento da experiência, tenha um olhar cuidadoso para que elas não façam o movimento contrário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide a turma para sentar-se em roda com você. Informe que vocês
realizarão um experimento. Pergunte quem sabe o que é um experimento,
quem já fez e como foi a experiência (se deu certo ou não). Interaja com as
crianças, estimulando a fala e a partilha de vivências. Diga que você trouxe
sugestões de experiências e que, para testá-la, elas precisarão se dividir A
em dois pequenos grupos. Combine com a turma que você acompanhará Possível fala do professor
o grupo que iniciará a experiência enquanto o outro estará envolvido em
— Vocês sabem como fazer
uma atividade que já realiza com autonomia. Comente que, em seguida, esse experimento? Do que
eles trocarão de propostas. será que precisamos? Para
nos ajudar, eu trouxe esse
Após a divisão dos grupos, reúna-se com o pequeno grupo que iniciará cartaz. Olhando para ele, o
2 que vocês observam?
a proposta. Instigue as crianças a pensar sobre a experiência: quais ma-
teriais serão necessários, a quantidade de cada um deles e como fazer o
experimento. Depois de acolher as hipóteses delas, apresente o cartaz no B
formato A3 com as instruções do passo a passo para realizar o experimen- Possíveis falas do professor
to. Indague se elas reconhecem algo no texto: o que ele contém, para que
— Agora que li o que está
serve, se já viram em casa algo semelhante. A
escrito no cartaz, o que ele
nos apresenta? Por que é
3 Faça a leitura do manual, apontando cada palavra lida para que as crian- dividido em partes?
ças façam o acompanhamento da leitura. É provável que elas reconheçam — Por que as partes estão
alguns números e os relacionem com etapas de uma brincadeira pela vi- enumeradas? Vocês já viram
vência que tiveram na atividade Ler para brincar, deste conjunto, ou façam um texto semelhante a esse?
O que ele ensinava a fazer?
previsões sobre a quantidade dos ingredientes do experimento. Incentive
essa participação, bem como a análise das informações contidas no texto,
favorecendo a compreensão de que o que está escrito instruirá a execu- C
ção da experiência. Acolha as falas dos pequenos para levantar hipóteses Possíveis falas do professor
sobre as instruções. B
— Como faremos para
realizar o experimento?
4 Convide as crianças para testar o experimento. Peça que se acomodem no — O que vocês acham,
lugar reservado para a realização da experiência e apresente os ingredien- precisamos seguir
tes na ordem em que aparecem no manual. Para iniciar a execução do ex- o manual? Por onde
perimento, volte a leitura do cartaz e incentive a participação dos pequenos começamos?
— E agora que terminamos
no passo a passo. Nesse momento, é importante chamar a atenção para o primeiro passo, onde está
as diferentes partes do texto e para as imagens (se houver), convidando-os o segundo? Vamos ler o que
para pensar sobre o que está escrito e o que precisam fazer. C ele nos diz?
— Quantas colheres
Assim que o primeiro pequeno grupo estiver finalizando o experimento, si- temos que colocar? Onde
5 está dizendo sobre essa
nalize ao outro que, em cinco minutos, trocarão de propostas. Para isso, as
quantidade no manual?
crianças precisam começar a organizar os materiais utilizados. Ao terminar,

460
Atividade: Ler para fazer experiências

organize a troca de grupos e repita a mesma orientação, seguindo o ma- D


nual do experimento. Possíveis falas do professor
— Como foi realizar esse
6 Após a realização nos dois pequenos grupos, reúna todo o grupo e con- experimento? O que vocês
verse com as crianças sobre como foi a experiência. Caso os grupos, ou mais gostaram de fazer?
um grupo, não tenham obtido sucesso, sugira que repitam o passo a passo — O experimento deu certo?
do experimento em um outro momento. D Como vocês sabem que deu
certo?
— O que vocês fizeram para
Para finalizar que o experimento desse
Divirta-se com a turma explorando os experimentos. Após a vivência, certo? E vocês, o que precisa
convide as crianças para realizar a próxima proposta do dia. ser refeito?

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Continue explorando a leitura e a estrutura de textos instrucionais, pesquisando com as crianças outras suges-
tões para propor a construção de brinquedos, fantoches ou receitas (você encontra uma referência na atividade
Preparando um lanche, do conjunto Alimentação), seguindo as instruções. Você pode ainda sugerir que os
grupos façam experimentos diferentes e compartilhem o passo a passo no final.

 Engajando as famílias
Comunique aos responsáveis a situação vivenciada pelas crianças em sala. Envie aos adultos um cartão com
o passo a passo do experimento e peça a eles que estimulem a leitura do cartão e que o realizem com o auxílio
dos pequenos, sugerindo outras cores.

461
Unidade: Ler para aprender

 EI03EF03  EI03EF07  EI03EF08


LENDO BIOGRAFIAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário planejar a impressão das informações sobre o referido autor, logo após a pesquisa na internet
feita com a turma.

 Materiais
•  Cinco livros de histórias preferidos da turma, que contenham biografias;
•  Cartaz e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor) para anotar as curiosidades iniciais das crianças
sobre o autor;
•  Computador ou notebook conectado a uma impressora e com acesso à internet;
•  Um projetor de imagem, se possível;
•  Papéis A3, tesoura sem ponta e cola para os pequenos grupos.

 Espaços
A atividade acontecerá inicialmente na sala, com a roda inicial, e, posteriormente, na biblioteca, com todo o
grupo em roda. Caso sua escola não disponha de uma biblioteca, organize previamente uma minibiblioteca ou
um cantinho da leitura na sala, incluindo os livros selecionados.
Na biblioteca, preveja os equipamentos e considere projetar o computador em uma parede, de forma que
a visualização do que é pesquisado seja facilitada para todo o grupo. Ao final, na sala, para a atividade em
pequenos grupos, organize os materiais de registros nas mesas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como foi a escolha do livro preferido? As crianças os escolhem com base em seus próprios interesses
e gostos ou fazem uso dos argumentos dos colegas para realizar as escolhas?
2. A proposta desperta o interesse e a investigação por parte das crianças em relação à vida do autor?
Elas elencam curiosidades?
3. As crianças compreenderam que a finalidade do gênero textual biográfico é informar sobre a vida
das pessoas? Como demonstram isso?

462
Atividade: Lendo biografias

 Para incluir todos


Procure acolher todas as curiosidades das crianças. Observe que a atividade também acontecerá em pequenos
grupos, por isso busque garantir a participação de todas, envolvendo-as conforme suas especificidades, e circule
entre os grupos para garantir que estejam interagindo com o material da pesquisa e com os demais colegas.

O QUE FAZER DURANTE

Convide as crianças, ainda na sala, para uma conversa inicial. Conte que hoje A
1
preparou um momento para que elas busquem conhecer a biografia do autor Possíveis falas
de um livro de histórias. Nesse momento, pergunte se alguém sabe o que é do professor
uma biografia e o que ela nos informa. Ainda na conversa, diga que reservou — Este foi o livro que a
o espaço da biblioteca para que façam a busca das informações sobre a vida maioria escolheu. Quem
do autor e que você separou as cinco histórias de que mais gostam, mas que sabe qual é o título
deste livro? Onde está
precisam escolher apenas uma para a pesquisa da biografia do autor.
escrito o título?
— Quem sabe onde
2 No espaço da biblioteca, peça às crianças que se organizem em roda. Sente- está escrito o nome do
-se e inicie questionando que curiosidade elas têm sobre a vida dos autores autor? Vocês conhecem
dos livros: os escritores. Instigue o interesse dos pequenos, comentando que essa pessoa? Vocês têm
existe uma maneira de saber algumas coisas sobre quem escreve os livros. curiosidade de saber
sobre a vida desse autor?
Aproveite e comente que as obras selecionadas por você foram escritas por — O que vocês
pessoas diferentes e que a turma precisará escolher uma para conhecer mais gostariam de saber
sobre a vida do autor. Assim que começarem a expressar qual livro desejam, sobre ele? Vocês sabiam
peça para justificarem a opção, dizendo o porquê da escolha. Em seguida, que no próprio livro tem
proponha uma votação. algumas informações
sobre o autor? Quem
quer descobrir?
3 Feita a escolha, compartilhe com as crianças uma análise da capa e da con-
tracapa do livro, observando e destacando detalhes na conversa: ressalte B
o nome do autor e instigue a curiosidade delas sobre a vida dele. Anote as
Possíveis falas
questões que elas desejam saber em uma lista no cartaz. A B das crianças

Folheie o livro até a página que contém a biografia do autor. Leia as informa- — Queria saber quantos
4 anos ele tem.
ções sobre o autor contidas no livro, exatamente como está escrito. Chame a — Ele mora onde? O que
atenção das crianças para as características do texto biográfico e entrelace gosta de comer?
o diálogo, de modo que conte a elas o conceito do gênero textual biografia, — Ele ainda é vivo? Para
que é um texto que conta a história de vida das pessoas. C que time torce? Ele tem
filhos?

5 Ainda em roda, retome a lista das curiosidades levantadas. Leia-a e questione


se todas as dúvidas foram sanadas. Provavelmente as crianças dirão que não, C
então, instigue-as a descobrir o que não foi esclarecido. Acolha as hipóteses Possíveis falas
delas e proponha uma pesquisa na internet. Tente responder ao máximo as do professor
curiosidades dos pequenos e busque imagens pertinentes à biografia do autor — Como o texto iniciou?
escolhido. Leia todas as informações coletadas e quando todas as curiosida- O que ele nos conta?
des forem respondidas, imprima a pesquisa com os detalhes encontrados. — Quem escreveu esse
texto foi o próprio autor?
Retorne com as crianças à sala e peça que se acomodem, organizadas em pe- — Isso já aconteceu com
6 o autor ou vai acontecer?
quenos grupos. Proponha a produção de um painel sobre o escritor, que será
feito com as informações encontradas na internet. Distribua, a cada grupo,

463
Unidade: Ler para aprender

folhas de papel A3, com indicações de elementos da pesquisa sobre a vida


do autor. Considere escrever as informações no momento, trazendo aspec-
tos das curiosidades das crianças, como uma folha com o título “cidade onde
nasceu o autor”, outra com o título “família do autor” etc. Os pequenos gru-
pos devem organizar e colar as informações referentes à consigna. Observe o
engajamento das crianças; caso sinta que elas começam a mostrar cansaço,
combine que continuarão a atividade no dia seguinte.

Para finalizar
Após a conclusão das atividades, convide as crianças para organizar os registros num mural ou varal
da sala.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Utilize a pesquisa biográfica para organizar com o grupo uma lista com títulos de outros livros escritos pelo
autor e incentive a leitura dessas obras. É possível comparar o contexto das histórias: personagens, onde acon-
tecem e os fatos relatados. Há também a possibilidade de iniciar a escrita de biografia, das crianças ou de um
funcionário da escola, na qual os pequenos elaboram as perguntas que guiarão as entrevistas e depois a escrita
do texto biográfico baseado nas respostas.

 Engajando as famílias
Informe aos adultos responsáveis sobre a atividade vivenciada pelas crianças na escola e peça a eles que as
estimulem a se interessar por outras biografias, sugerindo nomes que possam ser investigados em atividades
futuras.

464
27
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

APRECIAÇÃO DE
FORMAS GEOMÉTRICAS
As crianças podem aprender noções de forma, proporcionalidade, tamanho e simetria
enquanto apreciam obras de artistas variados. Ao observar como artistas plásticos utili-
zam formas, cores e linhas para gerar efeitos visuais e sensações diversas, os pequenos
ampliam o repertório cultural e a sensibilidade estética, aprendem a apreciar e avançam
nas aprendizagens relativas à linguagem geométrica, por meio de uma inserção praze-
rosa, estética e envolvente no universo das formas e de suas múltiplas manifestações.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas, visto que as vivências pro-
põem uma consequente ampliação de desafios na inter-relação dos objetivos de apren-
dizagem e desenvolvimento no que tange ao tema e aos recursos utilizados.

465
Sequência: Apreciação de formas geométricas

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
EI03TS02
produções bidimensionais e tridimensionais.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

EI03ET05 Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Traços, sons, cores Espaços, tempos,
e movimentos e formas quantidades, relações
e transformações

466
Atividade: Formas geométricas no entorno

 EI03CG02  EI03ET01  EI03ET05


FORMAS GEOMÉTRICAS NO
ENTORNO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que as crianças já tenham vivenciado contextos de brincadeiras com formas geométricas
sólidas e planas, como atividades com blocos de construção, criação de castelos, maquetes, apreciação de
obras de artistas etc.
A proposta pressupõe a autorização dos responsáveis para o deslocamento das turmas, por isso, assegure-se
de que todos os procedimentos de segurança estejam sendo seguidos. Considere envolvê-los para acompanhar
e apoiar a turma. Ainda, caso não possa contar com muitos adultos ou sua turma seja muito numerosa, faça a
atividade com um pequeno grupo por vez, enquanto as demais crianças ficam na escola, com outro professor
ou auxiliar, realizando alguma outra atividade.

 Materiais
•  Pranchetas, papéis, canetas, máquina fotográfica e, se possível, gravadores;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade deve se iniciar na roda com todo o grupo reunido. Depois, as crianças devem ser organizadas
em pequenos grupos para uma volta ao redor da escola. No final, reúna-as novamente para compartilhar a
experiência. Para compor os grupos, considere as competências complementares entre as crianças acerca de
liderança, autonomia e organização.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que maneira as crianças se relacionam com um contexto repleto de informações de natureza


geométrica? Como manifestam a percepção do espaço que as rodeia?
2. Como elas analisam e comparam os objetos encontrados no caminho? Identificam e descrevem formas
geométricas ao longo do passeio? Quais trocas e apoios entre si ocorrem?
3. De que forma elas se movimentam na vivência? Encontram formas de adequar seu corpo, como ma-
neira de qualificar sua observação?

467
Sequência: Apreciação de formas geométricas

 Para incluir todos


Providencie o suporte necessário para o deslocamento de todos, como outros adultos que possam acompanhar
as crianças, de forma a assegurar a qualidade das interações possíveis durante a visita. Respeite quem preferir
não se manifestar e observe sua interação com as outras crianças, suas expressões faciais e gestos enquanto
se movimenta. Incentive que uma criança apoie a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se sentar em roda e conte que a proposta será


encontrar as formas geométricas que estão à nossa volta. Para dar início à A
busca, peça que percorram o olhar pela sala, a fim de encontrar objetos que
Possíveis falas
apresentam formatos geométricos. Ao identificar alguns deles, instigue-as a do professor
descrever e a justificar suas observações, incentivando-as a expressar as pis-
— Quais combinados são
tas que as levaram a decidir sobre a qualificação do objeto, comparando-o a importantes para que
formas geométricas. nossa exploração seja
um sucesso?
Revele para as crianças que elas terão uma missão: procurar formas geo- — Quais cuidados
2 devemos ter?
métricas em uma volta pelo quarteirão da escola. Diga que para isso você
— O que podemos
irá organizá-las em pequenos grupos e que vocês farão combinados para fazer para identificar as
a saída. Instigue-as a refletir e elencar esses combinados. Acolha as ideias formas geométricas ao
delas a respeito de como o grupo deve se portar para que a exploração seja longo do percurso?
agradável, cuidadosa e cumpra com seu objetivo. A

3 Ainda em roda, anuncie que cada pequeno grupo receberá pranchetas, pa-
péis, canetas, máquina fotográfica e gravadores para os registros. Peça às
crianças que, ao longo do percurso, troquem com os pares suas opiniões, com-
partilhem impressões e contem porque acreditam que as figuras têm caracte-
rísticas relacionadas às formas geométricas. Terminando os acordos, chame B
individualmente as crianças para a composição dos grupos. Possíveis falas
do professor
4 Entregue os materiais para cada pequeno grupo e convide-os para dar início — Interessante
à investigação. Ao longo do caminho, faça algumas paradas em pontos es- esse telhado! Está
tratégicos para as análises e os registros das crianças, lembrando-as de que observando algo
é possível registrar de diferentes formas; por exemplo: fotografar, desenhar, específico dele ou a
escrever algo ou gravar um áudio. Atente-se às buscas dos grupos e às diver- imagem como um todo?
— Você encontrou
sas expressões que os pequenos podem trazer, quais critérios estão usando nele alguma forma
para apontar as figuras, quais são suas hipóteses etc. Se possível, faça um geométrica?
registro audiovisual da investigação. B

5 Siga o percurso com o grupo, acolhendo suas descobertas e lançando ques-


tionamentos, a partir de suas observações, que o faça refletir e aprofundar
as relações que estão estabelecendo nos encontros com as formas geomé-
tricas. Incentive as crianças a compartilhar entre si pensamentos e desafios.
Ao completar o percurso, considere convidá-las para beber água, utilizar o
banheiro e, em seguida, reúna-as na sala.

468
Atividade: Formas geométricas no entorno

Em roda, convide-as para partilhar as impressões acerca da vivência, os re- C


6
gistros que fizeram, suas experiências e sensações durante a investigação. Possíveis falas
Encoraje-as a descrever onde localizaram determinada forma e que pistas do professor
usaram para decidir o que era. Atente-se aos argumentos e às justificativas — Percebi que alguns
das descrições das figuras registradas. Observe se falam das características registraram a janela
e dos atributos das formas. Busque perceber que impressões revelam acer- da casa azul como um
quadrado e outros como
ca do espaço visitado e se a atividade foi prazerosa. Potencialize o diálogo retângulo.
trazendo algumas observações que você registrou ao longo da proposta. C — Como podemos saber
ao certo se é um ou
Para finalizar outro? Que atributo cada
Ainda em roda, diga que em outro momento irão organizar todos os regis- um tem?
tros, as impressões das fotos e as falas anotadas durante a caminhada para
montarem uma exposição. Após a conversa, diga que investigarão mais sobre
as formas geométricas no cotidiano ao longo de novas atividades. Em seguida,
convide o grupo para vivenciar a próxima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
É importante promover o desenvolvimento da percepção espacial e de habilidades como memória e discri-
minação visual. Considere engajar os pequenos em outras atividades, como criar objetos e construções com
formas geométricas de madeira de tamanhos variados, para, depois, organizar uma exposição.

 Engajando as famílias
Considere elaborar um convite com a turma para que a comunidade escolar aprecie uma exposição com os
registros que fizeram durante a volta pelo quarteirão. Disponha também a filmagem que você realizou para
compartilhá-la com o núcleo familiar.

469
Sequência: Apreciação de formas geométricas

 EI03CG05  EI03TS02  EI03ET01


MÁSCARAS GEOMÉTRICAS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Pesquise sobre a história de vida do artista Milton Dacosta, elencando os principais fatos da biografia dele
para apresentar às crianças.

 Materiais
•  Cópias impressas de obras do artista Milton Dacosta em que ele representa rostos. Por exemplo:
Mulher sentada (1950), Mulher sentada (1951), Mulher sentada (1952), Figura com chapéu (1955), Auto
Retrato (1943), Cabeça (1948), Figura (1950);
•  Varal para exposição das imagens;
•  Caixas ou bandejas plásticas para acomodar os materiais;
•  Suportes de papelão em formatos diferentes;
•  Palitos de sorvete;
•  Recortes de figuras geométricas em diversos tamanhos;
•  Barbantes e fitas de diferentes espessuras;
•  Botões coloridos, argolas plásticas, retalhos de tecidos;
•  Tesouras sem ponta, colas, lápis de cor e canetinhas;
•  Livros para manuseio;
•  Playlist, pen drive ou CD com música para o baile de máscaras;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize uma sala ampla ou uma área externa que acolha as imagens em um varal e na qual as crianças
possam circular. O local deve possibilitar que se organizem em roda para partilhar as impressões acerca do
apreciado e que possa acomodar livros para manuseio pelas crianças que terminarem primeiro. Considere fazer
do espaço um ateliê de criação, em que os pequenos possam visualizar as imagens, se relacionar de forma
autônoma com o material e ainda se engajar na criação individual das máscaras.
Caso você disponha de uma mesa grande, o material poderá ser disposto seguindo suas caraterísticas e
especificidades sobre ela, acomodado nas caixas ou bandejas. Observe que apresentar o material, tendo em
vista a dimensão estética, convida as crianças para que, de forma autônoma, se relacionem com eles. Ao final
da proposta todos serão convidados para um baile de máscaras, que pode acontecer no mesmo espaço ou em
outro que você julgar interessante.

470
Atividade: Máscaras geométricas

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças se relacionam com a exposição das obras do artista? Que expressões revelam?
O que consideram? Relacionam os traços dos artistas com as figuras geométricas que conhecem?
2. Como elas se relacionam com o material disposto para as criações? Buscam detalhes, a fim de ex-
pressar especificidades? Apoiam-se umas nas outras para as escolhas feitas?
3. Como coordenam as habilidades manuais durante a criação? Enfrentam desafios? Buscam apoios?
Reorganizam as ideias?

 Para incluir todos


Encoraje todas as crianças a se expressar, estimulando-as a conversar entre si, contando o que estão vendo,
sentindo e pensando a respeito da exposição. Se alguma delas não se sentir à vontade para expor sua opinião,
respeite e observe sua interação com as demais, suas expressões faciais e gestos enquanto aprecia o material.
Na hora da confecção das máscaras, apoie o processo criativo de cada uma e incentive a ajuda mútua.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e conte que preparou uma exposição com obras do artis-
ta brasileiro Milton Dacosta. Diga que o propósito da atividade é apreciar as
imagens e conversar sobre elas, a fim de trocar ideias e impressões. Peça que
observem detalhes, representações, movimento, formas, linhas, fundo e ou- A
tras minúcias das obras. Conte que após a apreciação conversarão em roda Possíveis falas
do professor
para partilhar as impressões acerca do que viram e que depois irão vivenciar
um momento em que farão suas próprias criações artísticas. — Vi que você está
observando essa
imagem! O que você
2 Circule pelo grupo, a fim de escutar o que revelam ao contemplarem as obras. percebe nela?
Faça registros escritos e fotográficos das relações estabelecidas e dos comen- — Já viu alguma
tários que fazem. Se necessário, instigue-as a observar os traços, a identificar parecida?
as formas que compõem as imagens e a refletir sobre as intenções do artis- — Reconhece alguma
ta. Ao perceber que todos já apreciaram as imagens, sinalize que vocês se forma?
reunirão para partilhar as observações. Convide as crianças para se reunir e — Achou-a engraçada?
Por quê?
compartilhar as impressões da vivência. A

3 Em roda, investigue quais impressões tiveram a partir da vivência. Considere


trazer para a conversa as observações que você registrou ao longo do per-
curso de apreciação. Paute-se em questionamentos que convidem a dizer o
que acharam das obras, se elas tinham algo em comum e como o artista re-
presentou os rostos. Para contextualizar ainda mais, apoie-se nas três ima-
gens da Mulher sentada. Instigue as crianças a pensar como ele representou
o rosto da mulher, como ele é visto de frente e de perfil. Utilize também a obra
Figura com chapéu para fazer a análise do rosto. Após esse momento, conte
ao grupo a história de vida do artista Milton Dacosta, elencando os principais
fatos da biografia dele.

471
Sequência: Apreciação de formas geométricas

Ainda em roda, diga que chegou o momento de criarem uma obra de arte tam- B
4
bém e que a proposta é criar rostos com as formas geométricas, que se trans- Possíveis falas
formarão em máscaras para um baile de máscaras. Aproveite para estimular do professor
a conversa sobre esses objetos: questione como elas são, se as crianças já — Você veio buscar um
fizeram alguma e se já participaram de um baile de máscaras. material para criar algo
específico da máscara?
Combine a duração da atividade e como se dará a organização do espaço ao — Vamos olhar todos
5 os materiais dispostos?
final da confecção. Convide as crianças para escolher os materiais e iniciar a Quem sabe a gente
criação das máscaras. Diga que poderão voltar à mesa dos materiais quan- encontra ou você pede a
tas vezes precisarem. Observe a dinâmica e a movimentação dos pequenos um colega para te ajudar
e esteja atento às necessidades de apoio que, porventura, alguns precisarão. com a ideia?
Encoraje a troca de ideias entre eles. B

6 Enquanto as crianças estão criando suas máscaras, circule pela sala e observe
como está sendo o processo, qual significado estão dando para os materiais
e as formas geométricas e como estão compondo as máscaras. Faça anota-
ções, fotografias e esteja atento para fazer mediações e apoiar os pequenos
quando necessário.

7 Conforme forem terminando, solicite que apreciem livros no espaço de leitura


enquanto aguardam a finalização de todo o grupo. Quando todas as crianças
finalizarem, engaje-as na organização dos materiais utilizados e convide-as
para que, acomodadas em uma roda, partilhem suas criações e contem as fi-
guras geométricas que utilizaram. Considere encorajá-las a dar nomes para
as criações.

Para finalizar
Após a partilha, convide as crianças para um baile de máscaras. Nesse momento, você pode propor um
desfile ou escolher uma música para dançarem e cantarem no baile. Se você considerar que o tempo de
criação individual foi grande e que elas estão cansadas, combine que o baile acontecerá no dia seguinte
ou até mais tarde no mesmo dia, antes da saída, por exemplo.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outros momentos, proponha que as crianças construam personagens e cenários usando apenas as for-
mas. Em pequenos grupos, elas poderão inventar uma história a partir dessa criação. Organize ainda, com as
crianças, uma exposição com as imagens, as fotos que você fez e as máscaras.

 Engajando as famílias
Escreva aos responsáveis contando sobre a criação das máscaras e convide-os para apreciar a exposição no
mural da escola.

472
Atividade: Arte geométrica nas máquinas

 EI03CG05  EI03TS02  EI03ET05


ARTE GEOMÉTRICA
NAS MÁQUINAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo



•Exposição Abraham
Para a atividade, é fundamental que você conheça algumas obras do artista Palatnik - a reinvenção
brasileiro Abraham Palatnik. Os “objetos cinéticos”, como são chamadas da pintura, no MAM.
algumas de suas criações, são máquinas que colocam luz, cor e formas Conteúdo Comunicação.
Disponível em: https://www.
geométricas em movimentos constantes.
youtube.com/watch?time_
continue=61&v=zqDDUmLhS5A.
Acesso em: 18 jun. 2021.
 Materiais
•  Imagens digitais de obras do artista Abraham Palatnik;
•  Um equipamento para reprodução de áudio e imagem;
•  Materiais diversos, como caixas de papelão, carretéis de linha, mangueiras finas, conduítes, rolhas,
latas, pedaços de canos, tubos de papelão, recortes de acrílicos, botões, papéis de diferentes
espessuras, dentre outros objetos em formatos geométricos;
•  Caixas ou bandejas plásticas para acomodar os materiais;
•  Arame de artesanato, fios de nylon, barbantes e elásticos;
•  Tesouras sem ponta e colas;
•  Etiquetas e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Livros para manuseio;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja um espaço que acolha todo o grupo, de forma confortável para apreciar as obras projetadas e con-
versar sobre o artista. Considere que, depois, a turma será organizada em trios para a criação das máquinas
geométricas. Assim, prepare um local agradável e flexível para essa troca de agrupamento.
Estabeleça uma organização estética para os materiais de criação conforme sugerido na atividade Máscaras
geométricas, deste conjunto. Organize também um espaço com livros para que as crianças que terminarem
primeiro possam ler enquanto aguardam o grupo finalizar as criações.

473
Sequência: Apreciação de formas geométricas

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que as crianças expressam ao criar as máquinas geométricas? Falam de desafios, atribuem a elas
funções considerando os detalhes criados?
2. Que critérios estabelecem para escolher os materiais das criações? Buscam na composição das formas
a representação das ideias para criar detalhes, como botões ou tubos para as máquinas?
3. De que forma elas coordenam as habilidades manuais para as criações? Buscam apoio nos pares
para compor as ideias? Pedem ajuda ao colega ou ao adulto? Ressignificam a ideia?

 Para incluir todos


Apoie as crianças para que se expressem contando o que estão sentindo e pensando a respeito das obras. Se
notar que alguma delas prefere não expressar verbalmente suas impressões, considere que esta não é a única
forma de se manifestar. Sendo assim, busque observar o que seus olhares e expressões faciais e corporais revelam.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças no espaço que preparou e conte que irão co-


nhecer um pouco das obras de Abraham Palatnik. Diga que ele foi
um artista brasileiro que estudou em Israel e depois voltou para o
Brasil, que ele sempre gostou de máquinas e que tem duas paixões:
arte e tecnologia. Sendo assim, a composição de suas máquinas
são, na verdade, magníficas obras de arte. Diga que preparou a pro-
jeção de algumas obras do artista para que apreciem e conversem
sobre elas e sobre as impressões que geram. Acrescente que, em
seguida, inspirados nas obras do artista, em trios, criarão máquinas
que também serão obras de arte.

2 Inicie a projeção das obras para a turma, oportunizando um tempo


de passagem entre uma e outra, para que as crianças observem
detalhes e estabeleçam relações. Atente-se para não fazer pergun-
tas nesse primeiro momento, respeitando a apreciação e criação
de significados. Após esse primeiro momento, instigue as crianças
a falar sobre suas impressões acerca das obras. Você pode ques-
tionar o que elas veem, se é parecido ou diferente de outras que
conhecem, com o que parecem, quais formas conseguem identificar,
se gostaram e quais sentimentos a apreciação evocou.

3 Depois da apreciação, diga que chegou o momento de criarem e


que a proposta é, em trios, inventar máquinas geométricas usando
objetos com formas diversas, e que darão um nome para a criação,
decidindo sobre sua funcionalidade.

4 Apresente os materiais e diga que elas poderão voltar à mesa


quantas vezes quiserem e combine a duração da atividade. Peça
que formem os trios para a confecção da máquina. Atente-se para

474
Atividade: Arte geométrica nas máquinas

a possibilidade de uma criança querer componentes que já forma- A


ram outro trio ou ficar parada, sem saber o que fazer. São situa- Possíveis falas do professor
ções que podem gerar desconforto, mas são oportunidades para — Como podemos fazer para que
desenvolver cooperação e respeito. A todos formem um trio? E se um trio já
estiver formado e mais alguém quiser
Com os trios organizados, solicite que planejem com os compo- fazer parte?
5 — Com quem você quer formar um
nentes do grupo qual máquina farão e quais materiais utilizarão.
trio? Vamos juntos resolver?
Esteja atento para apoiar quem precisar. Encoraje as crianças a
trocarem ideias e decidirem juntas a escolha dos materiais e como
será a confecção. Observe como está sendo esta troca, se justifi- B
cam suas escolhas em contraponto com o outro. B
Possível fala do professor

Circule pela sala e observe como está sendo o processo, quais — Percebi que vocês estão decidindo
6 como será a máquina. Qual será
significados estão atribuindo aos materiais e às formas geométri-
a função dela? Como vocês estão
cas, como estão dividindo as tarefas, quem são as crianças que pensando em fazê-la? Todos do
assumem lideranças etc. Faça anotações e fotografias de suas grupo concordam com a ideia?
observações, instigando-as a pensar como utilizar os materiais. C

Conforme as crianças forem terminando suas criações, peça que C


7
deem um nome para as máquinas para que você o escreva em uma Possíveis falas do professor
etiqueta para uma exposição posterior. Solicite que apreciem livros — O que pretendem fazer com o
no espaço de leitura enquanto aguardam a finalização de todo o arame? Estão todos de acordo?
grupo. Quando todas as crianças terminarem, engaje-as na orga- — Interessante, vocês pegaram
nização dos materiais utilizados e convide-as para que, em roda, triângulos de diversos tamanhos.
partilhem suas criações. Qual ser a função deles na máquina?

Para finalizar
Na roda, peça que cada trio apresente sua máquina. Incentive as crianças a contar para que serve, como
foi a criação, o que deu certo, o que não deu e o porquê. Potencialize a conversa com as anotações que
fez ao longo da atividade. Após todos compartilharem, convide a turma para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Sugestão de vídeo
Em outro momento, sugira a criação de móbiles ou esculturas tridimensio-
•Como fazer o pêndulo
nais com as formas geométricas, massinhas coloridas ou argila e tinta. Outra desenhista incrível. Manual
possibilidade é convidar membros da comunidade escolar para criarem com do Mundo. Disponível em:
https://www.youtube.com/
as crianças máquinas que se movimentam, como um pêndulo cinético que watch?v=E_cHdRb5XZQ.
cria desenhos simétricos. Acesso em: 18 jun. 2021.

 Engajando as famílias
Organize uma exposição das máquinas e envolva a turma na elaboração de um convite. Escreva um peque-
no texto contextualizando a atividade. Utilize as fotos que tirou e insira falas e expressões das crianças para
compor a exposição.

475
Sequência: Apreciação de formas geométricas

 EI03EO04  EI03CG05  EI03TS02


INVESTIGANDO A
TRIDIMENSIONALIDADE
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Pesquise sobre a história de vida da artista Beatriz Milhazes, elencando os principais fatos da biografia dela
para apresentar às crianças.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Imagens impressas de obras da artista Beatriz Milhazes; 13 obras
•As
•  Itens diversos, como papéis de diferentes tamanhos, cores, formas e imperdíveis de Beatriz
espessuras; papéis-celofanes de cores variadas recortados; embalagens Milhazes. Cultura
de doces; suportes brancos e pretos em papel rígido; tecidos rendados; genial. Disponível
em: https://www.
materiais vazados; círculos e semicírculos de materiais diversos etc.;
culturagenial.com/
•  Formas geométricas em madeira de tamanhos variados; obras-beatriz-milhazes/.
•  Um espelho grande; Acesso em: 18 jun. 2021.
•  Um equipamento para reprodução de imagens ou um retroprojetor;
•  Caixas ou bandejas plásticas para acomodar os materiais;
•  Tesouras sem ponta, colas e fita adesiva;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja, para o primeiro momento, um local para uma roda com todo o grupo, onde você apresentará as
imagens para as crianças.
O espaço deve possibilitar que se organizem três estações de exploração em forma de ateliê, para os peque-
nos se relacionarem de forma autônoma com os materiais e se engajarem nos processos criativos. Sugestão:
•  Ambiente 1 - Colagem com papéis variados: em uma mesa ou prateleira, organize nas bandejas ou
caixas os papéis diversos, as embalagens de doces, cola e os suportes;
•  Ambiente 2 - Criações com o retroprojetor: um retroprojetor e, ao lado, em uma mesa, os tecidos
rendados, os materiais vazados, os círculos e semicírculos e os papéis-celofanes cortados;
•  Ambiente 3 - Composição com formas geométricas no espelho: formas geométricas em madeira, em
cima de um espelho grande no chão.

476
Atividade: Investigando a tridimensionalidade

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais expressões as crianças revelam ao verem as obras da artista? O que consideram e o que chamou
a atenção? Identificam as figuras geométricas que conhecem? Que descrições fazem?
2. Como se relacionam com o material disposto para as criações? Que critérios utilizam? Apoiam-se
umas nas outras? Buscam detalhamentos nos materiais dispostos para compor a ideia de suas criações?
3. De que forma coordenam as habilidades manuais ao criarem nos diferentes ambientes? Pedem ajuda
aos pares? Mudam de ideia frente a desafios?

 Para incluir todos


Apoie para que todos manifestem suas impressões. Estimule-os a trocarem ideias entre si, mas fique atento
se alguma criança não se sentir à vontade para expor sua opinião ao grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para sentar em roda e diga que irá mostrar algumas
obras da artista Beatriz Milhazes. Diga que depois irão vivenciar um momento
de criação artística. Com o intuito de iniciar uma contextualização acerca da A
artista e suas obras, conte que ela nasceu no Rio de Janeiro, estudou artes Possíveis falas
do professor
plásticas e deu aulas por um período. Além de pintar, trabalha com a irmã
compondo cenários e criou painéis enormes para o metrô de Londres. Apre- — Que formas vocês
sente algumas de suas produções. Busque, nesse primeiro momento, garantir conseguem identificar
nessa obra? (ao mostrar
que as crianças apreciem de forma livre, evitando perguntas ou indicações a obra Liberty). O que
acerca das imagens. mais estão vendo nessa
imagem?
2 Após essa primeira apreciação, investigue quais impressões as crianças tra- — O que vocês sentem
zem acerca das obras da artista. Instigue a revelarem os sentimentos que a ao vê-la? Por quê?
— Vocês já viram algo
apreciação evoca, o que lhes chama a atenção, as cores, formas, figuras,
parecido?
dentre outras percepções que podem emergir do grupo. A

3 Ainda em roda, diga que fixará as obras da Beatriz Milhazes no ateliê para
inspirar suas criações. Conte às crianças que elas terão um momento de cria-
ção e que você preparou o espaço de maneira especial, com três ambientes
diferentes para elas explorarem, brincarem e criarem, e que cada um terá
uma proposta diferente: colagem com papéis variados; criações com o retro-
projetor; e composição com formas geométricas no espelho. Revele que elas
poderão circular com autonomia entre os ambientes e combine a duração da
vivência e a organização do espaço ao final.

4 Convide as crianças a iniciar a exploração e a criação. Leve as obras da ar-


tista para fixá-las nas paredes em pontos estratégicos, de forma que fiquem
acessíveis. Enquanto as crianças fazem suas criações, circule pela sala e fique
atento às necessidades de apoio. Encoraje a troca de ideias entre elas. Obser-
ve a dinâmica, como estão interagindo, que composições estão fazendo e que

477
Sequência: Apreciação de formas geométricas

significado dão aos materiais. No ambiente da colagem, repare o simbolismo


que estão dando para os papéis e como estão articulando a montagem. No es-
pelho, acompanhe a percepção de transformação e de ressignificação a cada B
nova experimentação. No retroprojetor, perceba a investigação e a composi-
Possíveis falas
ção que estão criando para ser projetada. Tire fotos e anote os comentários, do professor
as expressões, as soluções que surgem frente aos desafios, encantamentos,
— Percebi que, em
surpresas e criações das crianças. vários momentos,
vocês pararam para
5 Atente-se à interação das crianças. Ao perceber que todas já circularam pelo apreciar as obras
espaço, fizeram trocas entre si e o envolvimento começou a diminuir, sinalize que deixei fixadas
que em breve vocês terminarão a exploração, para organizar o espaço e se da Beatriz Milhazes.
Ela inspirou nas suas
reunir em roda para conversar. Dado um tempo, convide a turma para organi- criações? Como?
zar o espaço e os materiais e, em seguida, para se reunir em roda. — Vi também algumas
crianças criando juntas
6 Em roda, investigue junto ao grupo o que acharam de cada ambiente e quais quando usaram o
impressões trazem a partir da vivência. Procure iniciar esse momento convi- retroprojetor. Como foi
dando as crianças a contar suas experiências de forma espontânea. Apoie-se compor com o outro? O
que fizeram?
nas suas anotações para potencializar a conversa. B

Para finalizar
Ainda em roda, diga que elas poderão ter outros momentos de criação e exploração inspirados nas obras
da artista, se quiserem, e convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha que, em pequenos grupos, as crianças possam criar uma obra de arte, inspiradas em uma das
obras da artista Beatriz Milhazes, como a Gamboa, um imenso móbile colorido, que poderá compor a sala ou
algum ambiente da escola.

 Engajando as famílias
Considere elaborar um convite com o grupo para que a comunidade aprecie em uma exposição as produções
das crianças, as imagens das obras da Beatriz Milhazes e as fotos que você tirou das explorações na atividade.

478
Atividade: Arte com luz e formas

 EI03CG05  EI03TS02  EI03ET05


ARTE COM LUZ E FORMAS
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é fundamental que você conheça a obra do artista brasileiro Ricardo Lara, o “VJ Spetto”.
Sua arte convida o público a apreciar projeções digitais de linhas e formas tridimensionais, feixes de luzes,
movimentos visuais e ilusões de óticas, acompanhados de animadas trilhas sonoras.

 Materiais
•  Matéria sobre VJ Spetto; Sugestão de leitura
•  Um equipamento para reprodução de vídeos do artista; abre caminho
•VJ
•  Playlist, pen drive ou CD com músicas eletrônicas; para um nova profissão.
•  Papéis diversos de cores, formas e tamanhos variados; Estadão, 15 mai. 2011.
•  Papel rígido, de diversos formatos para suporte; Disponível em: https://
sao-paulo.estadao.
•  Colas em bastão, tesoura sem ponta, fita crepe e barbante; com.br/noticias/geral,o-
•  Varal com pregadores para acolher as produções das crianças; vj-que-abre-caminho-
•  Uma lanterna para cada criança (cada uma coberta com uma cor diferente parauma-nova-
de papel-celofane e preso com elástico); profissao,719118. Acesso
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para em: 18 jun. 2021.
registrar a atividade.

 Espaços
Preveja um espaço que acolha todo o grupo de forma confortável, para apreciar as projeções e conversar
sobre o artista, podendo ser na sala ou outro ambiente que dê para escurecer. Observe como apresentar os
materiais, tendo em vista a dimensão estética e respeitando a autonomia da criança quando ela for escolher o
que deseja usar para sua criação. Acomode-os em uma mesa ou bancada. Além do varal, favoreça a possibili-
dade de organizar as produções em instalações presas ao teto e nas paredes.

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que as crianças expressam ao criarem livremente com as formas geométricas? Quais aspectos da
apreciação levam em conta? Como consideram esses aspectos para suas produções?
2. Como se relacionam com os materiais? Exploram diferentes possibilidades de composição? Como?
3. Elas coordenam habilidades manuais durante a exploração? Enfrentam desafios? Buscam apoios?

479
Sequência: Apreciação de formas geométricas

 Para incluir todos


Estimule as crianças a trocar ideias entre si, mas fique atento se alguma delas não se sentir à vontade para
expor a opinião ao grupo. Respeite essa opção e observe a interação dela com os colegas, suas expressões
faciais e gestos enquanto aprecia as obras e explora o ambiente. Incentive que uma ajude a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em roda e conte que irão conhecer um pouco do trabalho do


artista Ricardo Lara. Informe que ele utiliza o nome "VJ Spetto" e que é comum
que alguns artistas estabeleçam nomes diferentes para si, a fim de traçarem
maior identidade artística ao contexto de sua criação. Diga que você trouxe
uma matéria que encontrou no jornal, que conta um pouco sobre a biografia
do artista e as principais características de suas obras. Leia a matéria para as
crianças e, após a leitura, busque investigar junto a elas curiosidades acerca
do que foi lido. Considere anotá-las, para posteriormente conversarem mais.
Em seguida, diga que hoje elas verão algumas projeções da arte de Vj Spetto
e que conversarão sobre as impressões que elas geram. Diga que você pla- A
nejou um momento de criação e exploração com diversos materiais para que Possíveis falas
do professor
elas criem obras inspiradas nas produções do artista.
— Ao verem essas
Apresente os vídeos das projeções e observe as reações das crianças. Aten- imagens, o que vocês
2 sentem?
te-se às diversas manifestações e faça registros fotográficos e escritos. Evite
— O que vocês acham
perguntas e possibilite que as crianças apreciem de forma livre. Respeite a que o artista quer nos
criação de significados. dizer?
— A música faz diferença
Ao final das projeções, pergunte se gostaram e se já tinham visto algo pareci- na obra? Por quê?
3 — E as formas e as
do. Fale que mostrará novamente e peça que dessa vez observem minuciosa-
luzes? O que chamou a
mente as formas e figuras que aparecem para depois comparar as impressões. atenção?
Acolha percepções, hipóteses e a imaginação das crianças. A

4 Ainda em roda, revele que organizou materiais para as crianças criarem e in-
vestigarem inspiradas no que viram. Apresente as formas coloridas cortadas e
diga que poderão colá-las no suporte, criando as imagens que quiserem,
e que, depois, irão juntos fixar na parede, pendurar no teto (se possível) e no
varal. Revele que depois, com a sala toda decorada, farão uma experiência
com as luzes apagadas e as lanternas cobertas com papel-celofane. Combine
a duração da atividade e a organização da sala.

5 Após apresentar os materiais, convide as crianças a iniciar suas criações. Ob-


serve como se apropriam dos elementos, como compõem as imagens, como
utilizam todo espaço do papel, se as formas inspiram figuras diferentes, se
buscam classificá-las e como trocam ideias com os pares. Pergunte o que pre-
tendem fazer, como acham que podem conseguir realizar a criação e quais
formas irão utilizar para obter o que querem. Apoie-as, oportunizando a refle-
xão acerca dos materiais dispostos que as ajudarão a atingir seus objetivos.

480
Atividade: Arte com luz e formas

Conforme forem terminando as produções, peça ajuda para organizar a sala B


6
com as produções. Quando tudo estiver pronto, diga que irá escurecer o am- Possíveis falas do
biente, que elas receberão uma lanterna com papel-celofane para iluminar professor
as produções e que poderão trocar as cores entre si para ver o que acontece. — Que legal, o que
Coloque uma música para inspirá-las. Encoraje a exploração e incentive a co- você percebe quando
municação entre as crianças. Tire fotos e anote os comentários, as expressões aproxima e afasta a
lanterna? Faz diferença?
e as soluções que surgem frente aos desafios, encantamentos e surpresas. B — Vamos fazer
novamente e observar o
7 Ao perceber que começaram a se dispersar, sinalize que em breve vocês termi- que acontece?
narão a proposta, organizarão o espaço e se reunirão em roda para conversar. — E agora, o que você
Dado um tempo, convide as crianças para cumprir o combinado. acha que aconteceu?

Para finalizar
Em roda, instigue as crianças a contar o que acharam da proposta, o que sentiram e o que descobriram.
Potencialize a conversa com as anotações que fez ao longo da atividade e traga para a discussão a com-
paração com as obras do VJ. Pergunte para as crianças o que mais podemos fazer para nos aproximar das
projeções do artista e que elementos tecnológicos presentes na escola elas podem utilizar para criar arte.
Anote as sugestões e as impressões delas, dizendo que em outro momento aprofundarão essas ideias. Em
seguida, convide-as para a próxima vivência do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Se possível, utilize tablets para que as crianças, por meio de aplicativos como Kids Doodle, desenhem formas
geométricas. O aplicativo gratuito captura o movimento de desenho da criança e o transforma em vídeo. É
possível juntar os vídeos e projetá-los, trazendo maior proximidade da ideia de intervenção digital dos artistas
VJs. Outra possibilidade é projetar a tela do computador e utilizar ferramentas de desenhos, como o Paint, e
convidar as crianças para criar desenhos digitais ao som de músicas animadas.

 Engajando as famílias
Escreva aos responsáveis contando sobre a atividade que vocês fizeram. Se possível, ilustre o recado com as
fotos que tirou e com comentários das crianças. Sugira que, ao passearem com os responsáveis, atentem-se à
arquitetura da região e às formas que podem ser vistas em janelas, telhados, portas etc. Peça que tirem fotos
para depois compartilharem com a turma.

481
28
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

DESENHO DE
OBSERVAÇÃO
O desenho é uma linguagem muito usada pelas crianças para se expressar. Assim como
acontece em todas as habilidades, o desenhar passa por um processo de permanente
evolução, especialmente se as interações em diferentes contextos são favoráveis e exi-
gem que elas se comuniquem. Os desenhos de observação ajudam as crianças a desen-
volver sua inata capacidade de observar, contemplar, analisar e sentir cores, texturas,
formas, diferenças e semelhanças, pois promovem um refinamento dessas atitudes, vis-
to que são essenciais para esse propósito. Situações dessa natureza, contextualizadas e
com sentido para as crianças, ampliam sua capacidade expressiva e sua possibilidade de
ver o mundo de forma sensível e atenta.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas. As atividades propõem
uma consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras,
no que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objeti-
vos de aprendizagem e desenvolvimento.

482
Sequência: Desenho de observação

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto
Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
EI03TS02
produções bidimensionais e tridimensionais.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos Traços, sons, cores


e movimentos e formas

Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações
e transformações
483
Sequência: Desenho de observação

 EI03EO04  EI03EF01  EI03ET01


DESENHO DE OBSERVAÇÃO
DA NATUREZA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário ter disponibilidade para visitar uma área verde a fim de observar os elementos naturais. Caso não
haja área verde em sua escola, programe com antecedência uma visita a uma praça, um jardim ou um parque
mais próximo. Nesse caso, organize os combinados prévios e providencie autorizações com os responsáveis e
com a gestão da escola; verifique também a possibilidade de ter outro professor ou auxiliar no apoio à visitação
e na transferência das imagens para o computador.

 Materiais
•  Celulares ou câmeras fotográficas para registrar a atividade (um para cada dupla ou trio);
•  Um projetor de imagem e um computador;
•  Suportes para desenho: cartolina, papel-cartão, sulfite;
•  Diversidade de gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor, giz de quadro etc.;
•  Livros infantis e jogos, como quebra-cabeças, peças de montar etc.

 Espaços
A atividade ocorrerá em dois ambientes distintos: a observação e o registro fotográfico devem ocorrer em
uma área verde e o desenho na sala. Deixe o espaço da sala preparado antes de iniciar a atividade, tanto os
materiais para o desenho como o equipamento para a projeção. Disponha de forma convidativa todo o material
para desenho em uma mesa ou bancada, favorecendo a acessibilidade das crianças. Organize também um canto
com os livros e jogos, para atividades autônomas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. O que as crianças comentam sobre a diversidade dos elementos naturais? Notam diferenças e seme-
lhanças, comparando suas características e detalhes?
2. Como expressam os motivos e as curiosidades que as levam a fotografar determinado elemento?
3. Enquanto desenham, quais ideias trocam entre si a respeito do elemento escolhido, partilhando suas
impressões e maneiras de desenhá-lo? Demonstram interesse no desenho do colega, fazendo per-
guntas e dando opiniões?

484
Atividade: Desenho de observação da natureza

 Para incluir todos


Promova a vivência de forma colaborativa, em duplas ou trios, para que os colegas se ajudem mutuamente.
Dê especial atenção aos registros fotográficos dos elementos naturais e certifique-se de que todas as crianças
tenham escolhas e formas de olhar a natureza capturadas em imagens.

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda com todo o grupo e pergunte o que encontram de interessante
ao observar árvores, flores, folhas, terra, raízes. Interaja com as crianças ou-
vindo e compartilhando relatos e suas experiências. Complemente que seria
divertido registrá-las em fotografias, para serem exibidas na sala. Convide-as
para fazer isso, visitando uma área verde próxima, onde elas possam apre-
ciar os elementos da natureza e tirar fotos para mostrar aos colegas e fazer
desenhos a fim de organizar uma exposição para os responsáveis e para a
comunidade escolar. Converse sobre o funcionamento de câmeras fotográficas
ou celulares, fazendo alguns testes e combinados quanto ao uso dos equipa-
mentos antes de ir para a área externa. Façam acordos também em relação
à visita ao local, indicando que escolham, em duplas ou trios, os elementos
da natureza que desejam observar melhor e registrar em foto.

2 Na área verde, favoreça a exploração dos elementos naturais, aguçando o


olhar das crianças para a riqueza de detalhes, diferenças dos formatos de cau-
les, troncos, folhas etc. Evidencie a variedade de cores e de formas encontra-
das na natureza. Atente-as para diferentes ângulos e distâncias possíveis para
uma foto de um mesmo elemento, explorando o zoom (efeito das fotografias
tiradas mais de perto ou de longe). Conforme as crianças vão observando e de-
cidindo em seus agrupamentos o que e como fotografar, compartilhando o uso
dos equipamentos disponíveis, acompanhe o procedimento oferecendo ajuda
e orientações quando necessário, de forma a garantir que todos tenham tirado
fotos. Se alguma criança ou agrupamento não quiser fotografar, proponha que
memorize as formas, as cores ou outra coisa que tenha chamado a atenção.

3 De volta à sala, em roda com todo o grupo, proponha um diálogo sobre as


observações realizadas, possibilitando que as crianças visualizem as imagens
fotografadas. Faça acordos com a turma para que todos possam ver os re-
gistros: nas duplas ou nos trios, as crianças apreciam e comentam as fotos.
Transfira as imagens para o computador e organize apresentações em slides,
que facilitam a investigação dos detalhes e as conversas coletivas. Para esse
fim, é muito importante a presença de outro professor ou auxiliar, pois enquan-
to ele programa as imagens nos equipamentos, você dialoga com o grupo so-
bre a exploração dos elementos naturais na área externa. Se for necessário
mais tempo para essa ação ou se não houver outra pessoa para auxiliá-lo,
você pode dar continuidade à proposta em outro momento.

4 Convide as crianças a escolher um elemento da natureza para desenhar, des-


tacando os detalhes observados. Instigue a exploração do elemento na roda,

485
Sequência: Desenho de observação

conversando com a turma a respeito do que mais chamou a atenção. Dentre


algumas fotos destacadas, proponha uma votação de um dos elementos para
que realizem os desenhos.

5 Informe as crianças que a imagem escolhida permanecerá projetada para que


possam revê-la. Circule entre as mesas fazendo com que as observações e
soluções encontradas sejam compartilhadas durante a criação dos desenhos.
Fomente a troca de ideias em duplas ou pequenos grupos sobre o elemen-
to destacado, para que as crianças apresentem umas às outras soluções de
traçados, para aproximarem-se do almejado. Observe o tempo delas e, ao
perceber que já estão concluindo suas criações, ofereça o canto de livros ou
jogos enquanto o restante do grupo conclui os desenhos.

6 Retome a roda de conversa com todo o grupo e promova um momento para


apreciação das produções. Convide as crianças que queiram para apresen-
tar as criações, contando algo sobre o desenho. Enquanto isso, as demais
comentam e fazem relações com as suas próprias produções. Informe que
em outros dias terão mais oportunidades de desenhar explorando outros ele-
mentos que fotografaram, buscando inserir mais detalhes da próxima vez. Re-
tome a proposta de organização da exposição e combine onde irão guardar
seus desenhos.

Para finalizar
Convide as crianças para colaborar na organização do espaço, guardando os materiais e se preparando
para a próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Recolha com as crianças elementos naturais que foram deixados na área externa pela ação do tempo, que
podem servir de apoio e referência para outros desenhos de observação. Se quiser explorar com os pequenos
mais elementos da fotografia, bem como o uso da câmera, a apreciação e o enquadramento, realize as ativi-
dades do conjunto Fotografia.

 Engajando as famílias
A partir dos combinados com as crianças sobre a forma de organização da exposição, registre com elas os
momentos de exploração e de criação. Socialize com os responsáveis algumas fotos do processo ou envie
pequenos bilhetes sobre o assunto, deixando os desenhos para serem expostos na mostra.

486
Atividade: Desenhando em parceria

 EI03EO01  EI03EO04  EI03ET04


DESENHANDO EM PARCERIA
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças formam duplas para elaborar um desenho com base em uma fotografia escolhida.

 Materiais
•  Fotografias tiradas pelas crianças durante a atividade Desenho de observação da natureza, deste
conjunto, preferencialmente impressas;
•  Suportes para os desenhos, como cartolina ou papel-cartão, em tamanhos e formatos variados;
•  Diversidade de gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor, giz de quadro;
•  Livros infantis e jogos, como quebra-cabeças e peças de montar.

 Espaços
A vivência ocorrerá na sala ou em outro espaço que você achar adequado. Organize os materiais de forma
acessível aos pequenos sobre uma mesa, de maneira esteticamente agradável e convidativa. Acomode os ma-
teriais riscantes em potes coloridos e arrume os suportes em cascata, por exemplo. Organize também um canto
com livros e jogos, para atividades autônomas das crianças.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Ao rever as fotografias, quais contribuições as crianças trazem sobre a experiência de observação da


natureza e sobre os registros fotográficos propostos anteriormente?
2. Como compartilham ideias sobre suas observações a partir da fotografia? E durante a elaboração do
desenho? Conversam entre si refletindo sobre seus traçados, alterando ou melhorando algum detalhe
após comentários do parceiro?
3. De que forma analisam seus projetos nas comparações entre a foto e a forma que estão desenhando?
Apreciam, criticam, encontram diferenças e elaboram alterações?

 Para incluir todos


Caso alguma criança rejeite a proposta, mesmo sendo encorajada a partilhar a criação com um colega, pos-
sibilite o desenho individual ou em trios, para que ela encontre uma alternativa que garanta sua participação.

487
Sequência: Desenho de observação

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda e converse com as crianças sobre as fotografias que tiraram
durante a observação da natureza. Disponibilize as imagens e interaja com
todo o grupo, apreciando as fotografias e ouvindo o que as crianças têm a
dizer sobre os momentos vivenciados. Destaque as percepções semelhantes
entre elas e compartilhe também suas observações. Valorize os detalhes con-
tados a respeito das fotografias, avivando as lembranças sobre o momento
em que a imagem foi registrada.

2 Ao explorar todas as imagens, proponha às crianças que escolham uma foto-


grafia para fazer um desenho. Convide-as para uma seleção coletiva, propon-
do uma votação. Assim, a referência do desenho será a mesma e de comum
acordo. Compartilhe a ideia de que dessa vez o desenho seja realizado em
duplas, para que possam dar dicas, observar juntas os detalhes da fotografia
e decidir como comporão o desenho. Informe que os desenhos serão depois
utilizados em uma exposição que irão organizar para que as outras crianças
da escola e seus responsáveis possam visitar.

3 Ao convidar as crianças à seleção dos materiais, promova uma rápida conver-


sa sobre a proposta e combine que durante a produção podem querer fazer
alterações e que, para isso, é preciso pensar sobre qual material possibilita
fazer isso da melhor forma. Para a escolha do suporte, indique que pensem
em algo que tenha um espaço adequado para a realização de um desenho em
duplas. Depois que selecionaram o suporte e os demais materiais deixados à
disposição para a atividade, convide-as para iniciar as produções.
A
4 Acompanhe o envolvimento das duplas. Observe se estão trocando informa- Possível ação
ções quanto aos detalhes da produção e considerando os olhares de cada um. das crianças
Sugira que observem a fotografia e que façam comparações quanto ao que crianças podem
•As
estão desenhando. Faça apontamentos que potencializam as investigações decidir por manter a cor
sobre as particularidades do elemento que estão explorando e que alimentam da imagem, imprimindo
as reflexões sobre seus traçados. maior realidade ao
desenho, ou utilizar
cores diferenciadas,
5 Conforme os desenhos se definem, indique que olhem novamente para a fo-
dando um toque
tografia, observando suas cores para decidir a coloração. Incentive a dupla a pessoal à produção.
decidir a partir da observação e da discussão sobre os elementos da foto. A

6 Ao perceber que algumas duplas estão finalizando, comunique o término da


atividade, mas tranquilize as crianças dizendo que poderão terminar os de-
senhos em outro momento. Disponibilize um jogo, brinquedos ou um canto
de livros para aquelas que forem terminando. Conforme a maioria finaliza a
atividade, solicite auxílio para guardar os materiais e organizar a sala.

7 Convide as crianças para se reunir em roda e apresentar as produções. Peça


que cada dupla comente o processo e dê uma opinião sobre a representação
da fotografia no desenho criado.

488
Atividade: Desenhando em parceria

Para finalizar
Após propiciar oportunidade a todos exporem as criações, solicite que arrumem as fotos e os desenhos
para que suas produções fiquem expostas por um tempo em sala. Convide as crianças para colaborar na
organização do espaço, guardando os materiais utilizados.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha que desenhem novamente em duplas ou trios, a partir de outra fotografia, apresentando maior
desafio às crianças. Considere aprofundar as parcerias ao desenhar desenvolvendo também a atividade Dese-
nhos e narrativas, do conjunto Desenhos.

 Engajando as famílias
Combine com as crianças que contem aos responsáveis sobre a experiência de desenhar em duplas e sobre
a proposta de produção de mais um desenho para compor a exposição que será organizada.

489
Sequência: Desenho de observação

 EI03EO04  EI03EF01  EI03ET01


APRIMORANDO O DESENHO
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo


borboleta de
•A
É importante que você pesquise sobre feedbacks que favoreçam o aprimora-
Austin (legendado).
mento do desenho. Como subsídio para que conheça um pouco mais sobre esse Disponível em: https://
tipo de proposta e, com isso, possa planejar intervenções interessantes, assista www.youtube.com/
ao vídeo sugerido, que apresenta exemplos de argumentos eficazes para esse watch?v=yjmmXrdtmEw.
tipo de atividade. Acesso em:
22 jun. 2021.

 Materiais
•  Desenhos feitos pelas crianças e fotografias tiradas durante a atividade Desenho de observação da
natureza, deste conjunto, preferencialmente impressas;
•  Suportes para o desenho: cartolina (cortada em tamanhos variados), papel sulfite em formato A4 e A3;
•  Varal ou painel para disponibilizar os desenhos iniciais e a versão aprimorada;
•  Diversidade de gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor, giz de quadro etc.;
•  Um caderno e uma caneta para registrar a atividade;
•  Livros infantis e jogos, como quebra-cabeças, peças de montar etc.

 Espaços
A atividade ocorrerá na sala ou em outro espaço que você achar adequado. Organize os materiais de forma
que fiquem esteticamente convidativos ao envolvimento. Garanta, ainda, que os desenhos e os materiais estejam
expostos de forma acessível para as crianças.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças decidem pela imagem que será analisada pelo grupo? Recordam e comentam
situações de quando aquele desenho foi feito?
2. Elas analisam o desenho do colega e propõem modificações a partir de uma observação detalhada
e comparativa com a fotografia? Sugerem relações com figuras geométricas, perspectivas e distâncias,
apontando novas possibilidades de traços e formas?
3. Enquanto produzem, elas interagem com os colegas, solicitando ou apontando sugestões para apri-
moramento de seu desenho? Retomam o olhar à fotografia buscando observações mais apuradas?

490
Atividade: Aprimorando o desenho

 Para incluir todos


Garanta que todos tenham possibilidade de expressar opiniões e percepções sobre o desenho em discussão,
sendo específicos e gentis em seus comentários. Com isso, as crianças poderão trocar dicas e ideias de cons-
trução com seus colegas de diferentes maneiras e linguagens.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, aborde as possibilidades de melhorar um desenho que fizeram. In-


dique que trocar ideias é importante para se descobrir como é possível fazer
isso e solicite opiniões sobre o assunto. A partir dos comentários, organize as
ideias com a turma e peça que escolham um desenho da atividade Desenho
de observação da natureza, deste conjunto.

2 Diga que elas apreciarão e conversarão sobre as características do dese-


nho. Destaque que esse momento de conversa será muito importante para
conhecer as ideias do colega. Com todas essas informações, elas terão mais
elementos para pensar em como fazer outro desenho, melhor do que o primei-
ro. Combine com as crianças que todos terão a oportunidade de contribuir com
suas ideias, mas que as conversas deverão ser com muito carinho e respeito
ao colega que emprestar sua produção para a opinião coletiva.

3 Programe um tempo para que as crianças vejam os desenhos e selecionem


um desenho para ser aprimorado na reflexão coletiva. Durante o processo de
escolha, dialogue com elas resgatando lembranças da atividade Desenho de
observação da natureza, deste conjunto, dos momentos de exploração no
jardim, das escolhas de elementos da natureza para as fotografias. Comente
sobre o que mais chamou a atenção em alguns momentos, fomentando as
ideias da turma.

4 Organize com as crianças o espaço para que exponham o desenho ou os de-


senhos escolhidos e as respectivas imagens fotográficas para as discussões, A
de forma a garantir a visualização por todos. Possível fala
do professor

5 Proponha o momento de apreciação, com todo o grupo. Converse com as — Ao sugerir alguma
crianças sobre como podemos apontar nossas observações no desenho do mudança, podemos
colega. Compartilhe que cada um tem um jeito de desenhar e que podemos mostrar aqui no quadro
ajudar uns aos outros, falando o que achamos que pode ser feito em alguma a maneira que pensamos
para que ele fique mais
parte do desenho para aprimorá-lo, para que ele fique mais parecido com a parecido com a foto.
fotografia. A

6 Proponha que as crianças iniciem suas observações sobre o desenho. Po-


tencialize as sugestões apresentadas, considerando as diversas formas da
criança se expressar, falando, fazendo gestos, mostrando e comentando so-
bre algumas formas e traços específicos do desenho etc. Convide-as para que
ofereçam sugestões de modificações possíveis, caso não surjam espontanea-
mente nas falas. Ao perceber que as ideias vão se esgotando, pergunte a elas
se consideram que, com essas observações, o desenho ficará ainda melhor

491
Sequência: Desenho de observação

e se isso que conversaram ajuda também para que pensem em seu próprio
desenho e em como criar mais detalhes nele. Após finalizar as discussões, co-
munique que terão a oportunidade de reelaborar seu próprio desenho a partir
das considerações e ideias do grupo.

7 Convide as crianças para fazer uma nova produção de seus próprios desenhos.
Proponha que cada uma pegue seu desenho inicial e o material necessário
para começar a criação, considerando o que observaram no desenho e na
fotografia e as sugestões dos colegas de possíveis modificações. Não deixe
de registrar as ações e interações importantes do grupo nesse momento de
aprimoramento do desenho inicial, o que manifestam que querem melhorar,
o que não tinham colocado no desenho e agora viram que precisam fazer,
detalhes de formas, elementos e cores etc.

8 Observe o tempo do grupo e converse com as crianças para que olhem se o de-
senho está como desejam, se já incorporaram as ideias sugeridas pelos colegas,
se falta algum detalhe para acabar. Caso alguma criança tenha experimentado
um material para seu desenho, como lápis grafite, e não tenha gostado do resul-
tado, diga que ela pode utilizar outro papel e realizá-lo de outra forma. Quando
perceber que estão finalizando, avise que quem for terminando pode organizar
a sala ou brincar enquanto os colegas concluem as produções.

9 Na roda de conversa, proponha que as crianças insiram no varal ou no pai-


nel seu desenho inicial e o reelaborado no dia. Proponha que comparem sua
primeira produção e a atual, compartilhem suas criações e apreciem a dos
colegas. Comunique que os desenhos também farão parte da exposição que
irão organizar para que as outras crianças da escola e seus responsáveis
possam visitar.

Para finalizar
Após finalizar os comentários e as apreciações, convide-as para colaborar na organização do espaço,
preparando a sala para a próxima atividade.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode oferecer a atividade de aprimoramento do desenho com as produções das crianças realizadas
durante a atividade Desenhando em parceria, deste conjunto.

 Engajando as famílias
Proponha às crianças que levem as duas produções para casa e contem aos seus responsáveis como foi
o processo de dar opiniões e pensar juntos em como modificar os desenhos. Combine a data de retorno dos
desenhos para que estejam na escola por ocasião da exposição que irão organizar.

492
Atividade: Desenho de perspectiva

 EI03EO02  EI03TS02  EI03EF01


DESENHO DE PERSPECTIVA
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na proposta, as crianças irão retornar ao mesmo local externo em que estiveram para observar novamente o
mesmo elemento, mas sob outras perspectivas. Por isso, organize-se como sugerido na atividade Desenho de
observação da natureza, deste conjunto.

 Materiais
•  Fotografias tiradas durante a atividade Desenho de observação da natureza, deste conjunto,
preferencialmente impressas;
•  Celulares ou câmeras fotográficas para registrar a atividade (um para cada dupla ou trio);
•  Projetor de imagem e computador;
•  Suportes para desenho: cartolina, papel-cartão, sulfite;
•  Varal ou painel;
•  Diversidade de gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor, giz de quadro;
•  Livros infantis e jogos, como quebra-cabeças e peças de montar.

 Espaços
A atividade ocorrerá em dois espaços distintos: as observações, na parte externa, e o desenho, na sala. Orga-
nize o espaço da sala de forma convidativa; sobre uma mesa, coloque os materiais para fácil acesso e escolha
pelas crianças. Disponha as fotografias em um varal ou painel.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Na investigação, as crianças observam algo novo no elemento natural? Como reagem a isso?
2. Que ideias são trocadas entre elas sobre como se posicionar para examinar o elemento sob outro
ponto de vista? De que forma atribuem esses novos olhares à ação de fotografar?
3. Durante a apreciação dos desenhos do grupo, as crianças identificam elementos, como traçados,
formas e cores, que determinam os desenhos criados sobre uma mesma perspectiva? Como?

 Para incluir todos


Garanta que todas as crianças experimentem novas possibilidades de observação do elemento natural e
façam seus registros fotográficos. Encoraje narrativas e outras formas de socializar as descobertas, o modo de
olhar e os detalhes percebidos, para que a troca favoreça o aprimoramento do desenho.

493
Sequência: Desenho de observação

O QUE FAZER DURANTE

1 Partilhe com todo o grupo a proposta de retornar à área verde para observar
novos elementos e tirar outras fotografias. Para isso, mostre que você orga-
nizou no varal ou painel as fotografias da visita. Conte às crianças que elas
farão a escolha de uma nova imagem de um componente da natureza, para
que voltem ao local e façam novas investigações. Compartilhe que irão expe-
rimentar formas diferentes de apreciação do elemento retratado, conferir se
é possível vê-lo da mesma maneira que está representado na foto, olhar se
houve alguma mudança e tirar novas fotografias. Adiante que, após a vivência,
todos retornarão à sala e farão um novo desenho. Informe que vocês farão
uma roda para discutir e trocar ideias sobre as apreciações realizadas e para
pensar em possibilidades de registro das informações obtidas na nova visita.

2 Convide as crianças para iniciar o processo de escolha. Programe um tempo


para que vejam as fotografias e selecionem apenas uma imagem para dire-
cionar a exploração externa. Defina com elas a forma de escolha da imagem,
combinando que terão outras oportunidades de explorar as demais fotos. Feita
a escolha, faça acordos em relação à visita à área externa. Indique que reali-
zem as observações junto a um colega, em duplas, para conversarem sobre
a vivência e um auxiliar o outro no registro fotográfico.

3 Na área externa, ofereça a fotografia escolhida para que as crianças possam


utilizá-la como referência de posição. Se na primeira vez tiraram a foto em
pé, por exemplo, de uma flor, agora irão buscar novas perspectivas, fotogra-
fando de diferentes lugares, sentadas, deitadas, de lado, distantes etc. Avise
sobre o tempo que terão para essa investigação. As crianças, por sua atitude
investigativa, naturalmente irão explorar outras formas de visualização do
elemento sem sua interferência direta. Por isso, nesse momento de desco-
bertas, observe como elas manifestam o olhar e as diferentes perspectivas,
que movimentos fazem e como se posicionam.

4 Após o tempo dado para a exploração, convide as crianças a se sentarem


em roda com você, próximo ao elemento investigado. Conversem sobre as
observações e novas descobertas que estão sendo feitas. Interaja com elas,
partilhando também suas investigações. Conte como foi diferente olhar o
elemento natural sob outra perspectiva e pergunte se alguém achou outra
posição para a investigação. Durante a interação, oportunize também que
algumas crianças se posicionem novamente em volta do elemento e o ob-
servem, descrevendo para a turma conforme se movimentam. Destaque as
diferenças relatadas para despertar a percepção de mudança conforme o
ponto de vista.

5 Proponha novo registro com fotos a partir desses diferentes ângulos, infor-
mando as crianças que, retornando à sala, devem produzir seu desenho de
observação a partir da posição escolhida. Em duplas, elas devem combi-
nar como vão tirar a fotografia, trocar sugestões e impressões, retomar os
olhares e ângulos antes investigados para realizar o registro por meio de
nova fotografia.

494
Atividade: Desenho de perspectiva

6 De volta à sala, convide a turma para selecionar o material necessário, para


que, individualmente, cada criança faça um desenho do elemento natural.
Projete as novas fotografias para que as crianças tenham referências das
diferentes perspectivas ao fazer a produção. Ao notar que algumas delas já
estão terminando a produção, comunique o tempo restante para o final da
atividade. Disponibilize livros e jogos para as brincadeiras, enquanto as de-
mais estão finalizando seus desenhos.

7 Conforme as crianças concluem seus desenhos, convide-as para colocá-los


no varal ou em um painel para apreciação do grupo. Durante esse momen-
to, elas podem buscar por semelhanças de perspectiva, percebendo colegas
que desenharam o elemento natural a partir da mesma posição e como foi
a representação. Ao observar que os diálogos se encerraram, proponha que
guardem os materiais utilizados e ajudem na organização dos espaços.

Para finalizar
Informe às crianças que a produção fará parte de uma exposição para mostrar as criações a todos os
responsáveis e também para os colegas da escola e que a organizarão coletivamente.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a atividade propondo a utilização de outras imagens dos elementos naturais fotografados que ainda
não foram investigadas, ou oportunize outras formas de apreciação e representação da natureza através do
desenho, como a atividade Expressões gráficas de experiências na natureza, do conjunto Desenhos.

 Engajando as famílias
Planeje com as crianças que compartilhem com os responsáveis a ideia de que podemos olhar a natureza
ao redor de várias maneiras. Diga para que apresentem a eles a proposta de fotografar posições diferentes de
uma planta, para a observação das mudanças conforme o ponto de vista. Você pode propor que façam esse
compartilhamento por meio de um bilhete coletivo.

495
Sequência: Desenho de observação

 EI03EO04  EI03CG05  EI03TS02


ORGANIZANDO A EXPOSIÇÃO
DOS DESENHOS
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário verificar a disponibilidade dos espaços para acomodar a proposta e a data que estará disponível
(às outras turmas e posteriormente aos responsáveis). Se necessário, verifique também a possibilidade de ter
outro professor ou auxiliar para ajudar na organização.

 Materiais
•  Fotografias impressas e desenhos produzidos pelas crianças durante as atividades deste conjunto;
•  Painéis, stands, biombos e varais, conforme disponibilidade e hábito de uso pela equipe escolar para
exposição de atividades;
•  Fitas adesivas, prendedores, barbante e cola;
•  Etiquetas;
•  Cartolinas, papéis-cartão, sulfites, papéis-pardo, entre outros;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Livros infantis e jogos, como quebra-cabeças e peças de montar.

 Espaços
A atividade ocorrerá em dois espaços distintos: na sala e no espaço escolhido para a exposição. Organize
os materiais na sala de maneira acessível para organizar a exposição. Caso seja possível montar a exposição
em área externa, sugira às crianças aproveitar os locais próximos a árvores e plantas, que foram os elementos
naturais de observação registrados por elas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais relatos as crianças fazem sobre suas aprendizagens nas diversas formas de observar, fotografar
e desenhar o que viram ao longo das atividades?
2. Como elas decidem e se organizam para a montagem da exposição? De que forma trabalham nos
pequenos grupos?
3. Quais são os comentários no momento da apreciação de suas produções e como avaliam o resultado
da montagem da exposição?

496
Atividade: Organizando a exposição dos desenhos

 Para incluir todos


Para que todos participem do processo de organização da exposição, assegure o envolvimento do grupo
favorecendo ações em duplas ou trios, para que os pequenos possam se auxiliar mutuamente.

O QUE FAZER DURANTE

1 Compartilhe com as crianças que chegou o momento de organizar a exposição


dos desenhos de observação produzidos por elas. Para isso, precisam planejar
a montagem do evento. Dialogue sobre o que vem a ser uma exposição, para
que ela serve e para quem é direcionada. Peça aos pequenos que pensem e
sugiram o que gostariam de exibir aos responsáveis e à comunidade escolar.
Escolha com as crianças o espaço que gostariam de usar para montar a ex-
posição. Compartilhe também que precisam decidir se vão produzir cartazes
e legendas para integrar os desenhos e as fotos, para complementar as in-
formações aos visitantes.

2 Definido o local, convide os pequenos para pensar nas ações necessárias


para montar a exposição. Apresente algumas ideias sobre o que eles preci-
sarão fazer, por exemplo: selecionar os desenhos e as fotografias, definindo
se exibirão todas as produções ou se escolherão algumas de cada estratégia
de desenho de observação. Questione-os sobre o que mais é preciso ser feito
para a organização e, enquanto eles falam, dando suas opiniões, anote as
ideias no quadro, planejando o roteiro de montagem da exposição.

3 Convide as crianças para dar início às ações levantadas no roteiro de monta-


gem. Solicite que, em pequenos grupos, elejam suas criações para a mostra,
escolham os papéis que servirão de molduras para as produções e façam a
colagem dos desenhos e das fotos. Retome o percurso de aprendizagens com
os desenhos de observação: saída para fotografar, os desenhos individuais
e em duplas, apreciação das imagens e dos desenhos, escolha de uma ima-
gem, várias perspectivas para olhar, apreciação dos colegas, aprimoramento
dos desenhos.

4 Convide os pequenos grupos para dar andamento às ações combinadas para


montar a exposição. É importante que vocês retomem o que conversaram,
apoiando cada grupo nas ações combinadas, como escolher obras (imagens
e desenhos) e papéis, produzir molduras, organizá-las em murais, cartazes e
legendas. É possível que cada grupo necessite do seu apoio e precise de sua
presença para dar andamento às ações. Considerando isso, procure ter ma-
teriais à disposição, para que as crianças possam utilizá-los de forma autôno-
ma enquanto você acompanha cada pequeno grupo. Esteja disponível para
registar legendas ditadas pelos pequenos, questionar sobre o espaçamento
que precisam ter entre uma obra e outra em um mesmo mural, perguntar se
sentem necessidade de incluir a foto que inspirou a produção do desenho
etc. Sendo necessário, reserve mais dias para essa organização, pois é fun-
damental que os pequenos participem de cada ação relativa à exposição, do
planejamento à sua realização.

497
Sequência: Desenho de observação

5 Após todos os grupos terem finalizado a organização de suas obras para a


exposição, e tendo a decisão sobre o espaço, convide todos para se dirigir até
o local e, juntos, expor as obras, colando os murais e outras produções que
realizaram de forma interessante, para garantir espaço aos visitantes e envol-
vimento com o que está sendo exposto. Aproveite para fazer uma última che-
cagem com as crianças, solicitando ajuda para que verifiquem se há legendas
suficientes, se há alguma obra sem moldura, se ficou algum espaço vazio etc.

Para finalizar
Convide as crianças para que apreciem a exposição que montaram, falando sobre suas próprias produ-
ções e sobre as dos colegas. Verifiquem se a organização da exposição está de acordo com roteiro plane-
jado anteriormente e se já está tudo em ordem para receber os visitantes no dia combinado. Programem
alguns acertos posteriores, se necessário.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Elabore um cartaz com as crianças, como forma de convidar as outras turmas da escola, e organize com os
demais professores como será a visita à exposição. Combine ainda com as crianças sobre a confecção de convites
para os responsáveis. Nos momentos de visitação, elas podem se posicionar junto das produções para contar
aos visitantes como foi realizado aquele trabalho. Elas também podem ser repórteres e fotógrafos, entrevistando
os artistas da mostra e os convidados sobre o que acham das produções exibidas.

 Engajando as famílias
Com a exposição pronta para a visitação, envie os convites para os responsáveis e combine com as crianças
que contem em casa como foi que aconteceu a montagem da mostra de desenhos.

498
29
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

FOTOGRAFIA
Esta é uma oportunidade interessante para que as crianças apreciem o trabalho de fo-
tógrafos e aprendam a tirar as próprias fotos, experimentando diversas formas de captu-
rar detalhes de objetos e materiais em diferentes perspectivas. As atividades envolvem
fotos da turma em diferentes movimentos e expressões, acompanhadas de experiências
nas quais conversam sobre corpos e gestos, bem como sobre as formas de retratá-los,
além da elaboração de legendas para as imagens capturadas.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem que são apresentadas. As atividades propõem uma
consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no
que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento.

499
Sequência: Fotografia

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
EI03EO05
(crianças e adultos) com os quais convive.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Corpo, gestos Escuta, fala, Espaços, tempos,


nós e movimentos pensamento e quantidades, relações
imaginação e transformações

500
Atividade: Apreciação de fotografias

 EI03EO03  EI03EO04
APRECIAÇÃO DE
FOTOGRAFIAS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

Sugestão de leitura
 Contextos prévios
programa.
•O
Território do brincar.
É importante que você conheça um pouco da trajetória de David Reeks no projeto Disponível em: https://
que motivou as fotografias. territoriodobrincar.com.
br/o-projeto/. Acesso
em: 20 jun. 2021.
 Materiais
•  Algumas imagens impressas, em papel sulfite tamanho A3, do fotógrafo David Reeks. Caso não seja
possível que a escola faça a impressão, procure utilizar um tamanho um pouco menor. Escolha um
outro papel mais rígido (papelão ou papel-cartão) e recorte-o no tamanho da imagem para deixá-la
mais firme;
•  Fio de nylon ou barbante;
•  Pregadores de roupa ou clipes;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a proposta seja realizada em um local externo que acolha o grupo em roda e as imagens
selecionadas por você. Para organizar a exposição das fotografias, você pode fazer varais com fio de nylon ou
barbante, fixando-as com clipe ou pregador de roupa. Observe a necessidade de que a exposição acolha o olhar
das crianças; para tal, cuide da altura em que disponibilizará as imagens. Caso não seja possível a realização
da vivência na área externa, considere uma sala, o pátio ou um espaço amplo disponível em sua escola.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como foi para a turma se deparar com uma exposição que retrata fotos de crianças brincando? Houve
identificação com alguma das fotos? De que maneira os pequenos expressam isso?
2. Conhecer os motivos que inspiraram o fotógrafo na realização do projeto contribuiu para a contex-
tualização da exposição? Como?
3. De que forma elas se relacionam e se comunicam durante a apreciação das fotografias?

501
Sequência: Fotografia

 Para incluir todos


Possibilite que todos participem e expressem suas impressões, estimulando-os a conversar entre si a respeito
da exposição. Se alguma criança não se sentir à vontade para expor uma opinião ao grupo, respeite essa opção e
observe a interação dela com os colegas ou até mesmo as expressões faciais e gestos enquanto aprecia as fotos.

O QUE FAZER DURANTE

Convide as crianças para se acomodar em roda com você. Infor- A


1
me que você preparou uma exposição de imagens do fotógrafo Possíveis falas do professor
David Reeks. Investigue o que conhecem sobre uma exposição — Por que tiramos fotografias?
fotográfica e acolha as expressões, fomentando a ideia de apre- — Quando vemos uma fotografia, todos
ciação de imagem como forma de leitura do olhar do artista. A têm a mesma impressão sobre a foto ou
surgem olhares diferentes?
Em seguida, combine com elas como será a exposição. Ao longo — Por que será que isso acontece?
2
da apreciação, elas podem conversar entre si sobre o que sen-
tem ou veem ao olhar para as imagens. Acolha as ideias, que
podem trazer elementos inusitados, como observar tampando
um olho, deitar diante de uma imagem, olhar bem de perto,
olhar bem de longe. Terminados os acordos, convide todo o
grupo para iniciar a visita.

3 Circule pelo grupo, a fim de escutar as expressões que revelam


ao contemplar as fotografias. Faça registros fotográficos e es-
critos das relações do grupo com a exposição e atente-se para
as diversas expressões que as crianças podem trazer. Perceba
quando a vivência estiver chegando ao fim, verificando se to-
dos já circularam pelo espaço e exploraram as fotos de modo
suficiente. Sinalize ao grupo que em cinco minutos vocês ter-
minarão a visita. B
Possíveis falas do professor
4 Ao finalizar a apreciação, convide as crianças para se sentar em — O que ela contava?
roda e esclareça que nesse momento você quer ouvir o que elas — Por que o fotógrafo quis capturar
têm a dizer sobre a experiência que tiveram com a exposição. aqueles momentos?
Ouça o que sentiram e quais descobertas fizeram ao apreciar — Existe alguma fotografia da qual não
as imagens. Paute-se também nas observações que você fez gostaram? Por quê?
— O que mais querem contar sobre a
enquanto os pequenos apreciavam a exposição, lançando es-
exposição?
sas observações para a reflexão do grupo. B

5 Após acolher as percepções das crianças, com apoio das ima-


gens da exposição, compartilhe uma breve biografia do fotógra-
fo David Reeks. Conte que cada brincadeira serviu de inspiração
para os registros do fotógrafo, que teve como propósito retra-
tar a espontaneidade e a alegria do brincar de crianças de vá-
rios lugares, ao visitar diversas regiões do Brasil. Acolha nesse

502
Atividade: Apreciação de fotografias

diálogo as possíveis manifestações dos pequenos entrando em C


contato com a informação sobre o projeto fotográfico, assu- Possíveis falas do professor
mindo uma postura responsiva em que eles sejam motivados a
— Será que o fotógrafo montou a pose
ampliar curiosidades e hipóteses. C da brincadeira ou fotografou as crianças
enquanto brincavam?
Para finalizar — Vocês acham que as crianças estão
Ainda em roda, conte aos pequenos que vocês continuarão pensando na pose ou só brincando nas
vivenciando propostas que trazem a fotografia como foco e que fotos?
— Será que todas as fotos necessitam
todos vão vivenciar o papel de fotógrafos para capturar imagens que façamos uma pose?
do cotidiano da escola. Após a conversa, organize todo o grupo
para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Utilize os registros coletados a partir das experiências de apreciação das crianças e faça um álbum de relatos e
fotografias, tanto do artista como das registradas por você e que mostram a vivência da turma durante a exposição.

 Engajando as famílias
Transfira os varais da exposição para o pátio central da escola e convide os responsáveis para apreciar as
imagens. Você também pode compor a instalação com o álbum de relatos e fotografias.

503
Sequência: Fotografia

 EI03EO02  EI03CG01
RETRATOS DO COTIDIANO
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestão de arte


pureza da infância
•A
pelas lentes de Adrian
 Contextos prévios McDonald. Criatives:
criatividade, inovação
e arte. Disponível em:
É fundamental que você organize uma tabela para registrar o número do equi- https://www.criatives.
pamento fotográfico que a criança utilizará e a sequência das três fotografias que com.br/2015/07/a-
ela registrou, a fim de que, posteriormente, você consiga organizar as fotos, aten- pureza-da-infancia-
tando-se para a autoria das imagens. Preveja que a atividade ocorrerá em peque- pelas-lentes-de-adrian-
nos grupos e que será necessário seu acompanhamento enquanto as crianças mcdonald/. Acesso em:
20 jun. 2021.
fotografam; por isso, combine com a gestão o apoio de outro professor ou auxiliar.

 Materiais
•  Três imagens impressas do fotógrafo David Reeks, utilizadas na exposição da atividade Apreciação de
fotografias, deste conjunto;
•  Três imagens impressas, em papel sulfite tamanho A3, do fotógrafo Adrian McDonald;
•  Quatro celulares ou câmeras fotográficas para registro pelas crianças;
•  Tabela para registrar quais fotografias cada uma realizou;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade se iniciará no espaço interno, que pode ser a própria sala. Organize-o de modo que seja possível
sentar-se em roda com a turma. Preveja também que a vivência se desenvolverá por outros ambientes da escola.
Contudo, a seleção dos ambientes percorridos dependerá da escolha das crianças, podendo haver variação entre
espaço interno e externo. Organize um espaço com materiais para que elas possam brincar com autonomia,
enquanto o pequeno grupo está envolvido com o registro das fotografias.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais expressões, falas e comentários as crianças revelam ao receber a proposta de registrar foto-
grafias com autonomia?
2. Quais maneiras elas encontram para buscar apoio quando precisam de ajuda?
3. Quais movimentos corporais elas fazem em busca de uma melhor posição ao fotografar?

504
Atividade: Retratos do cotidiano

 Para incluir todos


Crie condições para que todas as crianças possam participar da experiência de fotografar. Organize os peque-
nos grupos de modo que as crianças que não disponham de muita habilidade com o equipamento consigam
encontrar um colega disponível para oferecer ajuda e apoio.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se organizem em uma roda com


A
você. Conte que hoje você trouxe novamente algumas das ima-
Possíveis falas do professor
gens de David Reeks e também de um outro profissional que fo-
tografa crianças, chamado Adrian McDonald. Circule as imagens — Por que você acha que ela está
entre as crianças e acolha as percepções que elas trazem. As- feliz?
— Como será que o fotógrafo fez para
suma uma postura responsiva, atentando-se quanto a surpresas
tirar essa fotografia que transmite a
e curiosidades que elas expressam, lançando questões que am- felicidade da criança?
pliem as trocas e as construções entre elas. A

2 Assim que as imagens já tiverem circulado entre as crianças, ain-


da na roda, investigue o que as fotografias podem ter em comum.
Potencialize que percebam as características que possuem, de for-
ma que tenham ciência de que são retratos. Acolha as ideias dos
pequenos e considere apoiar-se também nas imagens que trouxe,
usando-as como exemplos para sua fala.

3 Em seguida, proponha o desafio de que a turma capture retratos


no cotidiano escolar, fazendo o papel de fotógrafo. Caso perce-
ba a necessidade, dialogue com a turma sobre as formas de uso
do equipamento fotográfico. Conte que a atividade acontecerá
em pequenos grupos de até oito crianças, que serão dividi-
das em duplas. Cada dupla receberá um equipamento e cada
criança deve registrar três fotografias. Depois, a outra criança
pode fotografar também. Preveja em torno de dez minutos para
a atividade, de modo que as demais crianças possam fotografar
também. Diga ainda que, enquanto um pequeno grupo fotogra-
fa, os demais estarão engajados em outra proposta com outro
professor ou auxiliar e que depois farão a troca de atividades.

4 Defina com todo o grupo três espaços que poderão percorrer


para fotografar, de modo que façam retratos de pessoas ou de
um grupo. Lembre-as da necessidade de que cada uma regis-
tre três fotografias e acolha as construções delas acerca do
registro. Organize a turma de acordo com os locais escolhidos
para fotografar, facilitando a observação e os registros das re-
lações que as crianças estão estabelecendo.

5 Convide, então, o primeiro pequeno grupo para caminhar pelo lo-


cal escolhido em busca de retratos. Leve com você a tabela para

505
Sequência: Fotografia

anotar a sequência das fotografias registradas pelo grupo e um


celular ou uma câmera fotográfica para capturar as crianças na
realização da atividade. Procure não intervir ou mediar esse mo-
mento. Busque focar nas expressões que emergem das crianças
nessa relação de busca por imagens.

6 Enquanto o pequeno grupo faz os registros, observe o tempo e


busque atender ao combinado. Quando faltar três minutos, sina-
lize que comecem a se organizar e finalizar os retratos. Contudo,
tenha percepção quando alguma criança necessita de mais tempo.
Atente-se ao registro, em sua tabela, da última fotografia que a
criança tirou na máquina, a fim de garantir a autoria das imagens.
Organize a troca de atividades entre os pequenos grupos e siga
as mesmas estratégias para o novo grupo que vai fotografar. B
Possíveis falas do professor
7 Ao finalizar as fotografias, convide as crianças para organizar o es- — Como foi fotografar?
paço e reúna-as para investigar quais experiências trazem da ação — Vi que você precisou se abaixar
de fotografar. Interaja de forma responsiva, acolhendo surpresas, para registrar a fotografia. Por que
curiosidades, desafios, descobertas e encantamentos que emer- precisou fazer isso?
gem no diálogo. Possibilite a ampliação e trocas das expressões — Você chegou bem pertinho do rosto
do colega para registrá-lo. Chegar
da turma por meio de bons questionamentos. Para isso, recorra mais perto fez alguma diferença?
aos registros que coletou ao longo da atividade. B

Para finalizar
Após a roda de conversa, compartilhe com todo o grupo que haverá um momento para que organizem e
partilhem as fotografias que registraram. Em seguida, convide as crianças para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Monte uma exposição ou organize um painel em local visível, acolhendo as fotografias das crianças. Lembre-
-se de identificar os autores das fotografias e registre os relatos que colheu durante a vivência para compor a
exposição. Considere criar um convite à comunidade escolar para a apreciação das produções.

 Engajando as famílias
Convide as crianças para escolher um dos registros fotográficos que fizeram na atividade, a fim de levar para
que os responsáveis apreciem. Escreva uma carta coletiva da turma contando sobre as experiências vivenciadas.

506
Atividade: História da fotografia

 EI03CG05  EI03EF01  EIO3ETO2


HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER DEPOIS

 Contextos prévios Sugestão de vídeo

É fundamental que você já tenha reunido e inserido o nome de cada uma das
•História da
fotografia. Produtor:
crianças nas fotografias que registraram na atividade Retratos do cotidiano, deste Marcelo André.
conjunto. Procure seguir uma ordem cronológica na organização das imagens que Disponível em: https://
contam a história da fotografia, para que percebam as mudanças ocorridas nos youtu.be/VDfwlD139Es.
equipamentos e nas imagens ao longo do tempo. Acesso em: 07 jul. 2021.

 Materiais
•  Um computador ou notebook;
•  Um projetor de imagens;
•  As fotografias feitas pelas crianças na atividade Retratos do cotidiano, deste conjunto, em formato
digital;
•  Imagens de equipamentos fotográficos antigos, de diferentes tipos e épocas, em formato digital;
•  Equipamentos fotográficos antigos, filme fotográfico de impressão (chamado “negativo”), binóculo de
fotos, entre outros objetos importantes que contam a história da fotografia, se possível;
•  Fotos antigas coloridas e em preto e branco;
•  Vídeo breve que conte a história da fotografia;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje para que a atividade aconteça em um espaço interno. Considere propor um ambiente acolhedor com a
exposição dos objetos que reuniu. Disponibilize os objetos em mesas, cubos expositores ou caixotes de mercado.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Qual foi a reação das crianças ao apreciar os retratos fotografados por elas e pelos colegas? O que
revelam nesse exercício de apreciar a própria produção?
2. Como elas se expressam ao entrar em contato com a história da fotografia? Trazem experiências e
conhecimentos do cotidiano? O que dizem ao observar as imagens e objetos antigos?
3. Como demonstram interesse ao apreciar as imagens? Apresentam interesse em repetir a atividade?

507
Sequência: Fotografia

 Para incluir todos


Potencialize a singularidade das crianças ressaltando que a imagem retrata o olhar subjetivo de cada uma.
Peça que observem as imagens e estimule uma visão da importância das individualidades na criação da cole-
tânea de fotos exibidas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças diante da tela de projeção e conte que você trouxe fotogra-
fias realizadas na atividade anterior, para serem partilhadas com todo o grupo.
Diga que no canto de cada fotografia está inserido o nome da criança que criou o
registro. Combine que, enquanto as fotografias forem projetadas, a turma traga
percepções, acolhendo os comentários e interagindo entre si para potencializar
ideias. Observe as expressões das crianças ao apreciar as fotografias e instigue-as
a investigar os detalhes das expressões das pessoas retratadas, se a fotografia
foi tirada de perto ou de longe, se aparece todo o rosto ou parte dele, entre outros
detalhes. Registre as expressões e os relatos dos pequenos.

2 Aproveite o envolvimento dos pequenos com as fotografias e investigue se sempre


foi possível ver as fotos assim, em grandes telas e pouco tempo depois de terem
sido registradas. Acolha as hipóteses que as crianças trazem. A partir disso, convi-
de-as a conhecer outras imagens. Conte que você trouxe imagens de modelos de
equipamentos fotográficos diversos de diferentes tipos e épocas. Incentive-as a
imaginar, a partir da observação das imagens, como era o processo de fotografar,
de que maneira os equipamentos eram utilizados e como era o trabalho dos fotó-
grafos. Instigue-as a refletir e construir hipóteses sobre como a fotografia evoluiu
ao longo do tempo.

3 Mostre as imagens que você selecionou. Chame a atenção para o tamanho dos
equipamentos, o formato das lentes, as especificidades das fotografias quanto a
cores e outras características pelas quais o grupo revele interesse. Aproveite as
imagens para dialogar sobre os benefícios que a tecnologia trouxe para a fotogra-
fia. Se possível, disponibilize os equipamentos, os negativos e as fotografias antigas
nesse momento para potencializar a vivência, oportunizando experiências interes-
santes e uma possível investigação sobre o processo de revelação de imagens.

4 Convide todo o grupo para assistir ao vídeo sobre a história da fotografia. Em se-
guida, inicie um diálogo de modo que expressem as descobertas a respeito da fo-
tografia e das mudanças que ela sofreu ao longo do tempo. Acolha e potencialize
o diálogo, assumindo o papel daquele que lança ao grupo perguntas que apro-
fundam e sistematizam as ideias emergentes. Caso sinta que as crianças estão
cansadas, pause a proposta e combine com elas de continuar no próximo dia ou
em outro horário, por exemplo.

Para finalizar
Após a conversa, ainda em roda, conte que haverá outras atividades para que os
pequenos façam novas descobertas sobre as fotografias. Em seguida, convide-os
para a próxima atividade do dia.

508
Atividade: História da fotografia

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Sugestão de leitura
Aproveite os registros fotográficos do grupo para a criação de um álbum digital
•Como revelar fotos
da turma. Para isso, considere utilizar um programa ou aplicativo, como PowerPoint, antigas. Mundo Net.
Canvas, Google Fotos, Picaboo, entre outros. Separe as crianças em pequenos gru- Disponível em: http://
pos para a composição do álbum, de forma que escolham a ordem das fotografias, wwwmundoblog-
mundonet.blogspot.
as molduras, as legendas e outras possibilidades que o programa ou o aplicativo com/2015/03/como-
escolhido ofereça. Ao final, você poderá presentear os responsáveis com o álbum. revelar-fotos-antigas.
html. Acesso em:
20 jun. 2021.
 Engajando as famílias
Encaminhe um bilhete aos responsáveis solicitando, se possível, o envio de algumas fotos antigas deles para
que a turma possa apreciar e observar as características e conversar sobre elas.

509
Sequência: Fotografia

 EI03ET01  EI03ET02
ENQUADRAMENTO
FOTOGRÁFICO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que você use a tabela para registrar o número do equipamento fotográfico que a criança utili-
zará e a sequência das três fotografias que ela registrar, para posteriormente organizar as fotos de cada uma.
Preveja que a vivência ocorrerá em pequenos grupos; por isso, faça combinados com a gestão da mesma forma
que na atividade Retratos do cotidiano, deste conjunto.

 Materiais
•  Um computador ou notebook e um projetor de imagens;
•  Três fotografias que revelem situações de enquadramento fotográfico. Considere selecionar imagens
dos fotógrafos David Reeks e Adrian McDonald utilizadas nas atividades Apreciação de fotografias e
Retratos do cotidiano, deste conjunto;
•  Molduras em papel panamá de diferentes tamanhos e formatos (cilíndricos, retangulares, quadrados);
•  Quatro celulares ou câmeras fotográficas para registro pelas crianças;
•  Tabela para registrar quais fotografias cada uma realizou;
•  Brinquedos, jogos ou outra situação de aprendizagem que a turma possa realizar com apoio de outro
professor ou auxiliar;
•  Materiais para atividades de livre escolha (desenho, leitura e massinha);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja que a atividade se iniciará no espaço interno, que pode ser a própria sala. Organize as mesas e cadeiras
para pequenos grupos de forma que acomodem até quatro crianças. Observe a necessidade de reservar um
espaço que possibilite a reunião de todo o grupo em roda.
Considere que a proposta pressupõe a vivência em outros ambientes da escola. Contudo, a seleção desses
locais dependerá da escolha das crianças.

510
Atividade: Enquadramento fotográfico

 Perguntas para guiar suas observações

1. Ao fotografar, como as crianças visualizam os registros e o comparam com o objeto ou situação? Como
revelam estar satisfeitas com o que capturaram?
2. Quais movimentos corporais e expressões faciais elas fazem ao buscar o enquadramento da imagem?
De qual forma elas demonstram estar pensando sobre o uso do corpo ao fotografar?
3. Ao sugerir determinado registro, elas defendem suas opiniões? Como?

 Para incluir todos


Atente-se à desenvoltura das crianças no momento de fotografar e perceba aquelas que, mesmo em grupo,
precisam de mais tempo ou apoio para o desenvolvimento da atividade. Esteja por perto para auxiliar, se ne-
cessário. Medeie e ajuste o tempo diante das demandas individuais que possam surgir.

O QUE FAZER DURANTE

1 Faça uma roda com todo o grupo e apresente as três fotografias que você A
selecionou. Peça que observem o que as fotos têm em comum. Paute-se em
Possíveis falas
questionamentos que revelem o foco do enquadramento. Chame a atenção do professor
para o papel do fotógrafo, que diante de uma cena faz escolhas e fotografa
apenas aquilo que quer mostrar. Ouça as hipóteses que surgirem e apoie-se — O que será que ficou
de fora da cena quando
nos comentários que fizerem para, a partir deles, ampliar as possibilidades o fotógrafo escolheu
de enquadramento. A registrar um abraço?
— Por que será que ele
2 Após acolher as hipóteses das crianças, conte que buscarão registrar fotogra- escolheu mostrar essa
fias como os fotógrafos fazem, ou seja, de partes de objetos ou cenas. Conte parte e não outra?
— Quais as intenções
que preparou molduras para apoiar o trabalho. Ao encontrar o que querem
dele ao fazer isso?
registrar, oriente-as a colocar as molduras para destacar o que querem captu-
rar e explique que moldura não pode aparecer na fotografia. Caso considere
necessário, exemplifique a utilização das molduras em alguns objetos da sala.

3 Diga às crianças que a atividade de fotografar deverá acontecer nos mesmos


pequenos grupos que foram fotografar os retratos. Sendo assim, elas for-
B
marão as mesmas duplas, revezando-se quanto à realização dos registros.
Conte com a ajuda de outro professor ou auxiliar, o qual deverá se atentar aos Possíveis falas
do professor
pequenos grupos que estiverem em atividades de livre escolha.
— O que você quer
Após contar sobre como a atividade acontecerá e planejar os espaços que serão mostrar na fotografia?
4 — Você pode me mostrar
percorridos, diga que as duplas podem ajudar a dispor a moldura no objeto ou sua fotografia?
local para o registro. Certifique-se de que os acordos estejam claros para todos e — Que lindo detalhe
convide as crianças para que busquem os detalhes que querem capturar. você capturou!
— O que você deixou de
Circule pelo espaço observando como elas se movimentam, o que escolhem fora da fotografia?
5 — Quando escolhemos o
para fotografar, como interagem com os colegas, como utilizam o corpo, a
que vai aparecer na foto
moldura e o equipamento. Anote comentários e, se possível, fotografe as estamos realizando um
expressões delas. Atue de forma responsiva, acolhendo as descobertas ou enquadramento.
oferecendo apoio, se necessário. B

511
Sequência: Fotografia

6 Observe o tempo da vivência, buscando atender ao combinado com o grupo.


Quando faltar cinco minutos, sinalize que comecem a se organizar para fina-
lizar as fotografias. Atente-se quanto ao registro, em sua tabela, da última fo-
tografia que a criança tirou, a fim de garantir a autoria das imagens. Organize
a troca de atividades entre os pequenos grupos e siga as mesmas estratégias
para o novo grupo que vai fotografar.

7 Quando todos já tiverem realizado a atividade, organize com as crianças equi-


pamentos, molduras e materiais utilizados. Convide-as para uma atividade de
livre escolha, enquanto você organiza as fotografias em um computador. Consi-
dere que algumas delas podem querer ficar próximas, observando as imagens.
Acolha-as e faça comentários sobre a organização que está fazendo.

8 Com o espaço organizado, projete as imagens registradas e paute-se em


questões que chamem a atenção quanto à especificidade desse tipo de foto-
grafia, quais as dificuldades encontradas e como se sentiram na realização
da atividade. Observe o engajamento da turma com a proposta e, caso sinta
as crianças cansadas, combine a continuidade em outro dia ou em outro pe-
ríodo do dia.

Para finalizar
Após o momento de diálogo, organize todo o grupo para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Selecione com as crianças algumas fotografias que elas fizeram nas atividades Enquadramento fotográfico
e Retratos do cotidiano, deste conjunto, de modo que cada uma tenha uma foto de sua própria autoria, para a
atividade Identificando nossas fotografias, deste conjunto. Possibilite ainda trazer fotógrafos à escola para
conversar com as crianças a respeito do trabalho que realizam, ou faça esse contato por meio de videochamada.
Dê continuidade ao tema explorando outros tipos de técnicas, como close, formas de composição, enquadra-
mentos inclinados, panning (técnicas de movimento) e outras que ache interessante abordar.

 Engajando as famílias
Oportunize que as imagens fotografadas pelas crianças sejam projetadas em algum local de circulação na
escola por alguns dias nos horários de entrada e saída. Convide os responsáveis para visitar o espaço e apreciar
as fotografias.

512
Atividade: Identificando nossas fotografias

 EI03EO05  EI03EF01
IDENTIFICANDO NOSSAS
FOTOGRAFIAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES


Sugestão de leitura

 Contextos prévios
•Steve McCurry
fotografa a condição
humana. Vice, abr.
É fundamental que a turma já tenha selecionado algumas fotografias, de modo 2013. Disponível em:
que cada criança tenha uma foto de sua própria autoria. Identifique as imagens, https://www.vice.
inserindo o nome do responsável pelo registro. É importante também que você leia com/pt_br/article/
a respeito do fotógrafo Steve McCurry. wnejnb/steve-mccurry-
fotografa-a-condicao-
humana. Acesso em:
20 jun. 2021.
 Materiais
•  Um computador ou notebook;
•  Projetor de imagens;
•  Duas imagens digitais do fotógrafo Steve McCurry que possuam legendas;
•  Imagens selecionadas pelas crianças, impressas em formato A4;
•  Papel e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor) para escrita das legendas;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Preveja que a atividade acontecerá em um espaço interno. Considere um ambiente acolhedor para as crianças
e cuide para que haja um espaço no qual elas possam se reunir em pequenos grupos para escrever as legendas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças comunicam impressões ao apreciar as fotografias?


2. Elas negociam ou defendem pontos de vista nos momentos de discussões? Como?
3. Ao ouvir as legendas criadas pelos outros grupos, as crianças descobrem novas possibilidades e
demonstram necessidade de recriar e repensar as frases? Quais as reações quando os grupos se
pronunciam?

513
Sequência: Fotografia

 Para incluir todos


Para organizar as crianças em pequenos grupos, reúna a diversidade de habilidades, agrupando, por exemplo,
aquelas que tendem a observar detalhes com aquelas que mostram um olhar mais global sobre a imagem. Aten-
te-se ainda às diversas formas de expressões que as crianças utilizam para a busca de significados, acolhendo
e interpretando gestos, expressões faciais, surpresas e encantos delas durante a atividade.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para que se acomodem no espaço de apreciação e conte


que vão apreciar fotografias que possuem legendas. Investigue os conheci-
mentos que possuem acerca de legendas fotográficas, acolhendo-os e, com
base neles, lançando perguntas que ampliem os conhecimentos da turma.
Conte que você trouxe imagens do fotógrafo Steve McCurry e apresente aos
pequenos um breve relato a respeito dele e das motivações que o inspiraram
para tais registros, projetando as imagens selecionadas.

2 Escolha uma das imagens e deixe-a projetada por alguns minutos, convidando
as crianças a apreciá-la. Instigue-as a comentar percepções e perceba o que A
observam; quais elementos trazem (cenário, cores, linhas, formas etc.); que Possíveis falas
sentimentos a imagem evoca nelas (se surpreendem, não gostam de algo); que do professor
hipóteses levantam; quais relações fazem com o cotidiano e outras observa- — Vocês acham que
ções que julgar importantes ou que surjam no contexto. Explore a riqueza de aqui a legenda pode ser
detalhes que a fotografia traz, fazendo comentários, provocando os pequenos “Menina”? Quem tem
com perguntas e acolhendo as percepções deles. outra ideia?
— Vou ler para vocês
o que está escrito na
3 Aproveitando as inferências que as crianças já fizeram a partir da observa- legenda. O fotógrafo
ção da imagem, pergunte qual seria uma possível legenda para a foto apre- chamou de “Garota com
sentada. Potencialize que se expressem, sugerindo possíveis títulos. Após o xale verde”.
levantar possíveis nomes, apresente a legenda criada pelo fotógrafo, con- — O que vocês acham?
Poderíamos inventar
tando as características de como uma legenda se apresenta e comentando
outra?
ainda o nome do autor e o ano que a fotografia foi tirada. A

4 Antes de projetar a próxima imagem, combine com a turma que primeiro você
fará a leitura da legenda e que, a partir dela, trará o desafio de levantar hipó-
teses a respeito da obra que será apresentada, pensando em como ela será,
em que cenário se apresenta, quais cores ela deve ter etc. Leia a legenda e
instigue-os a imaginar a obra fotográfica. Interaja com a turma enquanto se
expressam e depois projete a imagem para as crianças. Investigue se con-
sideram que a legenda está em consonância com a figura, se corresponde
àquilo que imaginaram ou se está muito diferente. Retome as vivências que
tiveram nas atividades anteriores deste conjunto e discuta com a turma a im-
portância desse texto para a exposição de uma obra. Acolha os comentários
das crianças, contextualizando mais as características de uma legenda e sua
relevância para as obras.

5 Conte sobre a proposta da criação de legendas para as fotografias que sele-


cionaram. Comente que para isso você separou a turma em pequenos grupos

514
Atividade: Identificando nossas fotografias

e imprimiu as produções de cada criança, mas que as legendas serão discu-


tidas e decididas coletivamente. Faça os acordos para a realização da ativi-
dade e peça às crianças que observem a importância da postura respeitosa B
para que todos possam falar e ser ouvidos. Diga que terão 30 minutos para Possíveis falas
a realização da proposta e que você indicará quando estiver próxima do fim. do professor
Combine ainda que, assim que definirem qual será a legenda das fotogra- — Quais sugestões vocês
fias, é necessário que o grupo sinalize isso a você para que assuma o papel já levantaram para a
de escriba. legenda dessa imagem?
— Que tal conversarmos
sobre cada uma delas?
6 Enquanto elas criam em pequenos grupos, circule pelo espaço acompanhan- — Lembrem-se de que a
do as ideias e as relações que estão estabelecendo. Se possível, fotografe ou legenda é um nome para
filme os momentos em que se expressam, partilham olhares, defendem pontos a foto.
de vista e se manifestam de formas variadas. B

7 Enquanto acompanha os grupos e registra as legendas, observe o tempo, bus-


cando atender ao combinado que estabeleceram. Quando faltar cinco minutos
para a atividade acabar, sinalize para as crianças que finalizem as discussões
e definam as legendas. Perceba se o tempo sugerido foi o suficiente para que
todos pudessem criar frases, discutir as ideias e chegar a um consenso, ajus-
tando-o, se necessário. Então, anuncie o término das discussões e convide
novamente a turma para se sentar em roda com você. Peça que tragam as
fotografias para serem apreciadas.

Para finalizar
Disponha as fotografias no centro da roda e diga para as crianças que as imagens e as legendas compo-
rão a coletânea de fotos da turma. Convide um pequeno grupo de cada vez para compartilhar as legen-
das criadas com os colegas e valorize as criações. Em seguida, oriente os pequenos para que organizem
o espaço para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Utilize as fotografias e as legendas para montar uma exposição de autoria dos pequenos. Planejem e organizem
coletivamente a exposição, definindo o local, imprimindo e legendando mais algumas fotografias e projetando
outras. Escolham um título para a exposição que remeta aos significados que as imagens trazem e elaborem
convites para as outras turmas da escola e para a comunidade escolar.

 Engajando as famílias
Considere imprimir as fotografias em tamanho 10 x 15 cm. Cole-as em papéis A4 dobrados ao meio, de modo
que fiquem como um cartão e que a fotografia fique na parte de dentro. Na parte de fora, cole a legenda criada
pelas crianças para cada fotografia e monte um mural para a apreciação dos responsáveis. Em um cartaz, solicite
que primeiro leiam a legenda e imaginem como será a fotografia a partir da descrição, para só depois apreciar
a imagem. Considere deixar um cartaz em branco para que a comunidade faça registros de suas percepções
sobre o que foi exposto e sobre a brincadeira.

515
30
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

TEATRO
O mundo das brincadeiras de faz de conta e da criação estética, próprio da literatura e
de outras artes, convida as crianças para brincar com a imaginação e entrar no universo
da ficção, experimentando outras possibilidades comunicativas. Quando pequenas, elas
vivem mergulhadas no mundo da fantasia, revelando a beleza da criatividade e da imagi-
nação que somente elas possuem. Por meio de situações teatrais, elas podem aprender a
se conhecer, a revelar e aprimorar múltiplas formas de expressão, a ampliar o repertório
cultural e a manifestar a criatividade e a imaginação.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas. As atividades propõem
uma consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras,
no que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objeti-
vos de aprendizagem e desenvolvimento.

516
Sequência: Teatro

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto
EI03CG01
nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.

Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto
EI03CG02
de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.

Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como
EI03CG03
dança, teatro e música.

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz
EI03TS01
de conta, encenações, criações musicais, festas.

Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo


EI03EF04
os contextos, os personagens, a estrutura da história.

Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria
EI03EF08 leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela leitura
das ilustrações etc.).

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro Corpo, gestos Traços, sons, cores e Escuta, fala,


e o nós e movimentos formas pensamento e
imaginação

517
Sequência: Teatro

 EI03EF04  EI03EF08  EI03EF09


DEFINIÇÃO DO CONTO
DE FADAS
Tempo sugerido: 1 hora 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que você tenha uma prática diária de leitura de histórias e tenha formado um repertório com as
crianças, de modo que elas escolham um conto entre os que já conhecem. Se necessário, considere se inspirar
nas atividades do conjunto Leitura e contação de histórias.

 Materiais
•  Um painel com recortes de revistas ou imagens impressas contendo encenações, cenários,
personagens, figurinos, palcos e plateias de teatro;
•  Papel kraft para o painel;
•  Fotos e cenários de peças teatrais realizadas na escola, caso seja possível, dispostos sobre uma mesa
ou tapete;
•  Caixas com fantasias, tecidos e acessórios para brincadeiras espontâneas;
•  Cinco opções de livros de contos de fadas conhecidos pela turma;
•  Canetas hidrocor e filipetas de papel;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor).

 Espaços
A atividade ocorrerá em sala. Selecione previamente imagens sobre teatro, organizando um painel para apre-
sentar as imagens à turma na roda de conversa. Conforme as possibilidades, disponha fantasias, acessórios e até
mesmo partes de cenários de peças que já foram produzidas anteriormente na escola, para tornar o momento
de contextualização sobre o tema ainda mais inspirador. Organize fantasias e acessórios em cabides ou varais,
de forma esteticamente agradável e acessível às crianças. Os cenários podem estar dispostos sobre uma mesa
ou um tapete, para que elas escolham e organizem conforme as próprias preferências.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Durante o primeiro momento de exploração das fantasias, dos cenários e acessórios, como acontece
o brincar de teatro e a interação das crianças? Que enredos surgem na brincadeira?
2. De quais estratégias elas fazem uso para o registro do voto no conto de fadas? Como são expressas
as hipóteses de escrita nesse momento?
3. Durante a leitura do conto, que reações e expressões manifestam? E como se organizam para criar o
roteiro de produção da peça de teatro a partir dessa história?

518
Atividade: Definição do conto de fadas

 Para incluir todos


Caso uma ou mais crianças prefiram observar e sejam menos ativas na hora de falar ou escrever, proponha
que atuem em duplas, tendo o cuidado de promover parcerias em que uma criança mais participante seja
colaboradora de outra que necessite de apoio.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças para conhecer os materiais com os quais vão brincar. Ob-
servando fantasias, acessórios e partes de cenários, elas provavelmente vão
dizer que podem brincar de faz de conta ou de teatro. Dialogue com elas sobre
quais histórias podem ser contadas com os materiais e proponha que brinquem
e criem as próprias histórias. Nesse momento, pequenos recontos de histórias
que já conhecem podem surgir. Instigue-as na construção desses pequenos
enredos para as brincadeiras, em pequenos grupos. Depois de um tempo,
peça para que organizem os materiais e se sentem em roda para conversar so-
bre a proposta. Garanta que, no final da atividade, a turma brinque outra vez.

2 Com todo o grupo, comente que você percebeu que as crianças se divertiram
criando personagens e histórias. Favoreça que, durante os diálogos, elas tragam
elementos do teatro, como personagens, falas, o lugar em que estavam, e utilizem
o corpo e suas expressões para comunicar ideias. Convide-as para observar o pai-
nel que você organizou com as imagens sobre teatro. Investigue o que os peque-
nos pensam sobre elas, se já estiveram em um teatro e como foi essa experiência,
bem como o que viram e sentiram enquanto assistiam a uma apresentação teatral.

3 Na roda, peça que as crianças compartilhem um pouco mais sobre as vivências


que tiveram com o teatro junto dos responsáveis e algumas que tiveram na
própria escola. Comente que seria muito bom aprender como se faz uma peça.
Após manifestações, dialoguem sobre como se constrói uma apresentação,
como se definem os personagens, as falas, as roupas, os cenários. Conduza
a conversa para encantar os pequenos e motivá-los na construção da peça
teatral, que poderá ser apresentada para as outras turmas.

4 Após a conversa, proponha a escolha de uma peça para se tornar o enredo da


turma. Disponha sobre uma mesa cinco livros de contos de fadas que as crian-
ças já conhecem e dos quais elas gostam, para que escolham o que mais lhes
agrada. Apresente os títulos para que elas antecipem os acontecimentos, co-
mentem e recontem algum momento marcante.

5 Proponha uma votação para eleger a peça. Distribua as filipetas de papel para
cada criança escrever, de forma espontânea, o título do conto de que mais gosta.
Apoie sempre que alguém solicitar, utilizando diferentes estratégias, como observar
como um colega escreveu, lembrar palavras conhecidas que possuam as mesmas
letras, buscar suportes na sala, ler para a criança o que já escreveu até o momento.

519
Sequência: Teatro

Combine com a turma que cada uma das crianças vai ler o próprio voto e colocá-lo A
6
sobre o livro de contos de fadas. Faça a contagem dos votos, comparando os resul- Possíveis falas
tados para a definição da peça. Em caso de empate, é possível fazer uma rodada do professor
de argumentos sobre por que as crianças escolheram aquela história e combinar — Pelas imagens,
com o grupo de fazer uma nova votação entre os livros empatados. conseguimos saber o que
o personagem vai fazer?
— Alguém gostaria de
7 Feita a escolha, convide todo o grupo para conhecer bem a história, para que contar algo importante
todos possam criar uma peça a partir dela. Leia o conto para as crianças, dan- sobre este desenho que
do ênfase a cenários, personagens, características e emoções. Após a leitura, nos ajudaria a entender
explore as imagens, chamando a atenção para o que as ilustrações contam a história?
sobre o ambiente da história. A
B
8 Convide o grupo para pensar na organização e na produção da peça. Acolha as Possível fala
ideias apresentadas e planeje com as crianças um roteiro de produção, anotando do professor
na cartolina o passo a passo. A partir da história que escolheram, instigue-as a pen- — O que precisamos
sar em algumas ações, propondo questionamentos. Compartilhe com a turma que fazer para ter uma
o roteiro estará fixado no painel da sala, para que possam acompanhar e conferir peça interessante para
as ações de montagem e de organização dos personagens e cenários. B apresentarmos às outras
turmas?
Para finalizar
Convide as crianças para brincar um pouco mais de teatro com as fantasias, os tecidos e os acessórios.
Ao final, proponha que organizem os materiais e que guardem em caixas o que for necessário para brincar
em outro momento, inclusive durante as próximas atividades.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você pode propor que as crianças façam desenhos do conto de fadas que foi selecionado como enredo para
a peça, inserindo-os no painel das fotos e imagens de teatro com o roteiro que elaboraram.

 Engajando as famílias
Organize um bilhete para compartilhar com os responsáveis, informando que a turma conheceu mais sobre
teatro e que vai montar uma peça para apresentar na escola. Para isso, escolheu um conto de fadas para se
tornar o enredo. Proponha que as crianças recontem em casa a história escolhida.

520
Atividade: Descrevendo personagens e cenários

 EI03EO03  EI03CG02  EI03EF04


DESCREVENDO
PERSONAGENS E CENÁRIOS
Tempo sugerido: 1 hora 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a proposta, será necessária a gravação antecipada de um áudio, no qual esteja narrado
o conto de fadas escolhido na atividade Definição do conto de fadas, deste conjunto. É importante que você
já programe quais serão as pausas que deseja fazer, pois, caso as crianças não percebam, você pode trazer
alguma provocação que as apoiem na identificação de quando acontecem mudanças de local na história e de
quando os personagens vão surgindo no enredo.

 Materiais
•  Painel com as imagens e o roteiro da peça da atividade Definição do conto de fadas, deste conjunto;
•  Áudio da narração do conto de fadas escolhido pelas crianças;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Celular ou gravador de voz (se possível), papel A3, lápis grafite, giz de cera, lápis de cor e canetas
hidrocor para registro;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel e caneta hidrocor);
•  Livro de contos escolhido pelas crianças;
•  Caixas com fantasias, tecidos e acessórios para brincadeiras espontâneas, como na atividade
Definição do conto de fadas, deste conjunto.

 Espaços
A atividade ocorrerá na própria sala, organizada de forma aconchegante. As crianças precisam ficar bem
acomodadas para ouvir com atenção o áudio do conto de fadas. Em um canto da sala, disponha as caixas com
materiais para brincadeiras de teatro.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais demonstrações as crianças dão sobre sua compreensão do enredo da história que podem
auxiliar na definição de personagens e cenários?
2. Que expressões, movimentos e gestos elas usam para relatar as emoções manifestadas pelos per-
sonagens?
3. Como elas se organizam expondo ideias e considerando as dos colegas para descrever os cenários
e personagens para a peça teatral?

521
Sequência: Teatro

 Para incluir todos


Se uma ou mais crianças sinalizarem desinteresse pela proposta dos pequenos grupos, convide-as para serem
ajudantes na gravação dos áudios, na distribuição de materiais ou em outras ações, envolvendo-as de maneira
produtiva durante a atividade. Para garantir o entendimento do conto de fadas por toda a turma, é fundamental
fazer a utilização do livro com texto e imagens, além do recurso em áudio.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, retome com a turma os passos que foram definidos no roteiro. Com-
partilhe que chegou o momento de explorar um pouco mais os personagens
e os cenários da história. Diga que para isso você vai oferecer outra versão
do conto, dessa vez por meio de um áudio. Como as crianças já conhecem o
conto de fadas, favoreça que elas compartilhem do que se lembram sobre
locais em que a história acontece e sobre personagens.

2 Acomodem-se para ouvir o áudio. Proponha às crianças que prestem atenção


aos momentos que tratam dos locais onde a história acontece e que notem
quando é possível entender que a narrativa mudou de espaço. Pergunte se
o narrador fala mais rápido ou mais pausado e em que situações elas con-
seguem perceber isso. Avise que elas precisarão saber como são os perso-
nagens para montar a peça; por isso, é importante que prestem atenção ao
que o narrador fala sobre elas e nos diálogos que ocorrem, como são suas
vozes, o que nos fazem sentir etc. Combine que vão ouvir uma vez a história
toda, com bastante atenção, para perceber todos esses detalhes e que, na
segunda vez, farão paradas para ir registrando as informações sobre cenários
e personagens da história.

3 Após as crianças terem ouvido a história uma vez, convide-as para se aco-
modar próximo à cartolina, para o registro dos cenários em que ocorrem a
história e dos personagens. Combine que você repetirá o áudio para que fa-
çam observações. Diga que, para isso, será preciso que levantem a mão para
sinalizar que têm algo a comentar. Você pode fazer a pausa e trazer alguma
provocação que as apoie na identificação de quando acontecem mudanças
de local na história e de quando os personagens vão surgindo no enredo. Re-
gistre o que está sendo destacado no conto. É essencial que vocês levantem
todos os locais e o nome dos personagens.

4 Proponha um diálogo sobre o que mais precisam saber sobre os cenários e


personagens para montar a apresentação teatral. Sugira que se organizem
em pequenos grupos, conforme suas preferências, combinando que alguns
grupos vão descrever os personagens e outros, os cenários. Ofereça duas es-
tratégias: gravação de áudios, nos quais as crianças descreverão oralmente
personagens e cenários, ou desenhos em folhas de papel, nos quais serão
representados personagens e cenários.

5 Combine com a turma que a atividade terá dois momentos: enquanto um


pequeno grupo trabalha com o seu apoio, os demais se envolvem com uma

522
Atividade: Descrevendo personagens e cenários

brincadeira de teatro, utilizando os materiais das caixas. Explique a todos


que depois de 20 minutos haverá uma troca, deixando claro como se dará a
dinâmica de organização e trabalho nos grupos.

6 De acordo com o que for escolhido com os grupos dos cenários, questione a
respeito dos elementos e objetos que possam ter nos locais, pois precisarão
considerá-los na montagem da peça. Se decidirem que vão gravar as descri-
ções em áudio, questione quem fará essa gravação. Se optarem por desenhar,
pergunte se cada criança fará de um cenário ou se elas farão de outra forma.
Após os combinados, instigue-as a falar um pouco mais sobre cada local em
que se passa a história. Nessa troca, elas vão expondo suas visões, que podem
ser diferentes, e definirão como compor a peça. Se perceber que os pequenos
não abstraíram elementos suficientes, proponha que escutem novamente o
áudio ou que vejam o livro da história.

7 Faça o revezamento dos grupos. Para os grupos dos personagens, além de


falar sobre características gerais, as crianças podem descrever e reproduzir
alguns diálogos. Chame a atenção delas para o narrador, elemento recorren-
te nos contos de fadas e essencial para a compreensão do enredo da histó-
ria. Se elas registraram as características por meio de desenhos, sugira que
complementem com escrita espontânea. Se optarem pelo registro em áudio,
considere apoiá-las como no grupo anterior.

Para finalizar
Convide as crianças para ver os desenhos e ouvir os áudios dos colegas, dialogando com todo o grupo
sobre o que cada pequeno grupo realizou. Se não for possível, combine que retomarão esses materiais
para complementar com as sugestões dadas pelos colegas. Solicite ajuda para organizar a sala e guardar
nas caixas os materiais utilizados para a brincadeira teatral, bem como os materiais de registro.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha em outro momento que as crianças possam retomar os registros e conversar sobre eles. A conversa
será retomada na atividade Produção de cenário, figurino e sonoplastia, deste conjunto. Oportunize que imitem
e gravem a voz dos personagens e do narrador. Isso pode ajudá-las no momento da definição dos papéis. Ao
realizar a atividade, de certo modo, elas já estarão fazendo pequenos ensaios.

 Engajando as famílias
Compartilhe com os responsáveis, junto das crianças, as descobertas sobre os cenários e os personagens
do conto de fadas – se possível, por meio de áudios curtos e trechos da história, em grupos de aplicativos de
compartilhamento de mensagens instantâneas.

523
Sequência: Teatro

 EI03CG03  EI03TS01  EI03EF04


PRODUÇÃO DE CENÁRIO,
FIGURINO E SONOPLASTIA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que o grupo já tenha conversado sobre os registros da atividade Descrevendo personagens e cenários,
deste conjunto. Solicite aos responsáveis doações de itens para serem aproveitados na caracterização do cenário,
figurinos e sonoplastia. Colete também, na própria escola, materiais de peças teatrais já realizadas pelas crianças.

 Materiais
•  Livros com o conto escolhido pelas crianças, se possível, em outras versões;
•  Desenhos e áudios da atividade Descrevendo personagens e cenários, deste conjunto;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Cartaz produzido na atividade Descrevendo personagens e cenários, deste conjunto;
•  Para as estações de produção e caracterização:
-  Cenografia: caixas de papelão, tecidos diversos, objetos decorativos etc.;
-  Figurino: fantasias e máscaras, tecidos, roupas, sapatos e acessórios;
-  Sonoplastia: instrumentos e brinquedos sonoros, materiais de largo alcance para serem explorados
na produção de efeitos sonoros, playlist, pen drive ou CD com trilha sonora.
•  Folhas sulfite, lápis de cor, canetas hidrocor, pincéis atômicos, fitas adesivas, cartolinas etc.;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como jogo, massinha etc.;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Componha na própria sala as estações nas quais as crianças vão explorar os elementos de uma peça teatral.
Como a proposta é desenvolvida em pequenos grupos, organize outros espaços para as atividades autônomas.
Disponha em outra mesa os livros e materiais de suporte para as produções.

 Perguntas para guiar suas observações

1. De que forma as crianças organizam as ideias de caracterização dos elementos necessários para a
montagem da peça teatral? Como planejam a elaboração dos cenários, figurinos e sonoplastia?
2. Que recursos sugerem para a criação dos efeitos sonoros da peça?
3. Como usam o corpo para caracterizar as personagens do conto e suas emoções? De que forma ex-
ploram as expressões faciais, mímicas e entonação de voz como recursos da representação?

524
Atividade: Produção de cenário, figurino e sonoplastia

 Para incluir todos


Favoreça a colaboração entre as crianças, propondo que desenvolvam as atividades em duplas e tendo o
cuidado de promover parcerias entre aquelas que se identificam e se auxiliam quando aparecem dificuldades.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se sentar em roda com você. Retome com as crian- A
ças a conversa que tiveram sobre os registros das descrições dos cenários e Possíveis falas
dos personagens da história por meio dos áudios e desenhos. Instigue-as a do professor
pensar sobre esses elementos em uma peça teatral. Em seguida, apresen- — Vejam este tecido
te às crianças as estações, dizendo que elas precisam pensar em todas as florido, para que ele vai
coisas que já conhecem a respeito de contos de fadas para que identifiquem servir?
objetos que podem ser usados e em qual momento da história. A — E estes instrumentos
e objetos sonoros, como
vamos usar na nossa
2 Informe as crianças que poderão escolher que elementos do teatro desejam peça?
planejar e produzir: cenário, figurinos ou sonoplastia. Proponha que se organi-
zem em pequenos grupos. Combine que poderão dar continuidade às produ-
ções no decorrer da semana e que, quando todos os pequenos grupos tiverem
terminado de elaborar os elementos da peça teatral, haverá um momento para
cada grupo apresentar suas produções.

3 Convide o grupo que vai produzir o cenário para explorar os objetos e criar
os locais de cena em que a peça vai acontecer. Faça intervenções, problema-
tizando as ações das crianças, para que pensem em elementos importantes
que caracterizem os locais da história. Reúna-se com elas em torno dos mate-
riais e exponha o livro de contos de fadas selecionado para o grupo visualizar
e explorar as possibilidades de encontrar materiais parecidos com o que a
ilustração da história propõe. Tenha o áudio do conto e o equipamento para
reproduzi-lo caso as crianças desejem ouvir novamente a história. Retome o
cartaz com os registros elaborados para que se lembrem dos locais em que
a história acontece. Combinem sobre o que cada criança do grupo ficará res-
ponsável por fazer. Registre as decisões tomadas pelo grupo para retomá-las
nas etapas de produção do cenário.

4 No momento de planejar com outro pequeno grupo a caracterização dos figu-


rinos, reúna-se com as crianças em torno dos materiais disponíveis para figurinos.
Recorde com o grupo quais personagens aparecem no conto e as descrições
que já realizaram. Faça uso dos livros com o conto de fadas, dos registros e dos
desenhos ou áudios elaborados para contextualizar os personagens. No final
das caracterizações, proponha que deem sugestões de como será registrada a
forma que eles planejaram os figurinos, para que possam compor novamente
no dia da apresentação da peça. Decida com as crianças o que elas preferem
fazer e auxilie-as nesse registro e organização.

5 Para o grupo da sonoplastia, convide as crianças para a estação com os obje-


tos e diga que vão pensar como acrescentar sons e músicas à história. Sugira

525
Sequência: Teatro

que escutem novamente o áudio da gravação do conto de fadas e sinalizem


onde acham que precisam marcar a história com algum som ou música. Após
apontar essas marcações, subdivida o grupo para que cuidem da produção.

Para finalizar
Após todos os pequenos grupos terem concluído a proposta, organize um momento para que cada um
conte o que elaborou e como foi feita a construção de cada elemento da peça. Após cada pequeno grupo
apresentar sua produção, diga para todo o grupo comentar, fazer sugestões e pensar no que está faltando
providenciar para a apresentação. Enquanto as crianças apresentam suas produções, faça registros fotográ-
ficos do momento para compor o painel iniciado na atividade Definição do conto de fadas, deste conjunto.

O QUE FAZER DEPOIS

 Descobrimentos
Dê continuidade às produções nos pequenos grupos no decorrer da semana, para que você possa acompanhar
a construção das crianças e dar atenção adequada a cada grupo. Conforme finalizam, organize um canto com
os elementos já criados, para que todos conheçam, sugiram coisas e possam colaborar com os outros grupos.

 Engajando as famílias
Elabore com todo o grupo um bilhete para contar aos responsáveis como anda a montagem da peça teatral,
o que já fizeram e os passos que ainda terão.

526
Atividade: Elaboração do roteiro

 EI03CG03  EI03TS01  EI03EF04


ELABORAÇÃO DO ROTEIRO
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças tenham concluído a caracterização de cenário, figurino e sonoplastia nos pe-
quenos grupos. Para distribuir as falas dos personagens, será preciso adequar o texto do conto de fadas para
o teatro, garantindo um bom texto do narrador, que seja lido por você ou outro professor ou auxiliar, e falas
simples dos personagens para as crianças.

 Materiais
•  Cenários, sonoplastia e figurinos da peça produzidos pelas crianças;
•  Áudio da narração do conto de fadas usado na atividade Descrevendo personagens e cenários, deste
conjunto;
•  Um equipamento para reprodução de áudio;
•  Texto do conto de fadas adaptado para teatro;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Cópias das falas de cada um dos personagens;
•  Um gravador de voz ou celular;
•  Material para desenho: papel sulfite, lápis de cor, canetinhas, giz de cera etc.;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize a sala com os cenários e os figurinos de maneira bem atrativa e envolvente. Você pode posicionar
os cenários de modo que as crianças possam se inserir neles, favorecendo a percepção do local em que os per-
sonagens devem estar conforme o desenrolar da história. Exponha os figurinos em varais ou utilize estratégias
similares. Crie um ambiente de camarim, colocando acessórios, perucas e chapéus em destaque. Organize um
canto para desenho com as folhas sulfite, os lápis de cor e as canetinhas em potes, para que as crianças usem
na finalização da proposta.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Que relatos emergem durante o resgate dos acontecimentos de construção da peça?


2. De que forma as crianças incorporam elementos às suas caracterizações dos personagens? Usam
expressões corporais e entonações de voz representativas?
3. Como interagem no momento da distribuição dos papéis e funções na peça teatral? Havendo conflitos
durantes essas definições, de que modo são resolvidos?

527
Sequência: Teatro

 Para incluir todos


Conduza os momentos de escolhas e mudanças de personagens de forma tranquila, e não como algo inflexível.
Se alguma criança não quiser experimentar estar no papel de algum personagem ou não aceitar fazer trocas
com os colegas, proponha que trabalhem em conjunto.

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, retome com as crianças todas as etapas construídas, resgatando a defi-


nição do conto, a descrição e a composição dos personagens, dos cenários e da
sonoplastia. Pergunte o que falta para que a apresentação de teatro seja reali-
zada. Compartilhe com a turma que chegou o momento de elaborar o roteiro da
peça, conversando sobre a atribuição das crianças aos personagens na história e
a definição de suas falas.

2 Ainda em roda, convide-as para brincar de imitar os personagens da história. Diga


a elas que, para que recordem os diálogos e a forma de falar de cada persona-
gem, você irá colocar novamente o áudio do conto de fadas. Nesse momento,
as crianças já podem imitar os personagens, repetindo junto suas falas. Obser-
ve as preferências demonstradas, pois, espontaneamente, elas vão indicando
suas afinidades às características de cada personagem. Diga a elas que, para
a apresentação, você poderá ser o narrador da peça teatral, lendo o enredo da
história e acompanhando as falas durante os diálogos. O grupo pode definir se
o narrador terá alguma caracterização ou algum figurino específico, e, conforme
as ideias surgirem, podem pensar na elaboração.

3 Após aproveitar o áudio do conto para marcar as formas de se expressar de cada


personagem, proponha ao grupo que organize o espaço com o cenário, os re-
cursos para a sonoplastia, os figurinos e outros acessórios e tecidos que tiverem
disponíveis. Propicie um momento de encenação livre. Dessa vez, em vez do áu-
dio, você pode ser o narrador, marcando as cenas do conto, enquanto as crianças
vão representando os personagens, revezando os papéis ou com mais de uma
criança representando o mesmo personagem. Elas podem utilizar ou não os fi-
gurinos, combinando com os colegas caso queiram trocar em algum momento.

4 Durante o brincar, indique que percebam em quais partes ocorrem alguns diálo-
gos na história, para que se posicionem nos diferentes cenários. Quem desejar
pode ocupar a função do sonoplasta, fazendo os efeitos sonoros com alguns ob-
jetos e reproduzindo as canções que já escolheram para a história. Observe se
alguma criança não demonstra interesse por nenhum papel e diga que precisa
de alguém para registrar as falas dos personagens. Sugira que ela o auxilie gra-
vando as cenas que se desenrolam. Se alguma criança manifestar interesse em
ser o narrador, favoreça essa atuação, auxiliando-a no encadeamento da história.

5 Após a brincadeira e depois de todas as crianças terem feito o papel dos perso-
nagens que quiseram, retome com todo o grupo a conversa sobre a distribuição
das falas e das demais funções. Partilhe com elas que toda apresentação de tea-
tro precisa de muitas pessoas na montagem e organização. Diga que cada uma

528
Atividade: Elaboração do roteiro

poderá escolher como irá participar da peça e que, além das personagens, as
outras atividades também são importantes. Exponha que elas podem escolher
fazer uma dessas funções, explicando as possibilidades existentes.

6 Compartilhadas com a turma as funções existentes para preparar a apresenta-


ção da peça, convide o grupo para se organizar, registrando em um cartaz. Como
escriba, faça uma relação de todas as funções que as crianças levantaram na
etapa anterior. Defina com elas quais serão os personagens que farão parte da
encenação. Conforme forem manifestando interesse por uma atividade ou atua-
ção, escreva o nome de cada uma ao lado da respectiva escolha. Caso mais de
uma queira ser um personagem, divida as falas para que alternem a participa-
ção entre as cenas. Verifique se todas as funções e todos os personagens foram
contemplados, propondo negociações e trocas, se necessário.

7 Após atribuir funções para todas as crianças, problematize quais serão os próxi-
mos passos na montagem da peça. Compartilhe que você preparou cópias das
falas para levar para casa e treinar com a ajuda dos responsáveis. Diga que
vocês farão ensaios durante alguns dias para se preparar para a apresentação.

Para finalizar
Proponha que as crianças façam um desenho sobre a vivência do dia. Combine que elas podem levar
a produção para casa, com um bilhete que irão criar para compartilhar com seus responsáveis e informar
como anda a montagem da peça teatral.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Ofereça o áudio do conto de fadas no momento do brincar, para que as crianças imitem as falas dos perso-
nagens. Programe alguns ensaios das falas e da sonoplastia. Verifique e providencie o que falta para finalizar
a montagem, articulando outras propostas conforme as necessidades.

 Engajando as famílias
Elabore um bilhete com a turma para ser anexado ao desenho da proposta, contando aos responsáveis como
foi realizada a atividade do dia. Evidencie todas as funções que existem para a organização da peça teatral e
a forma como foi definida a participação de cada uma das crianças. Conte que você enviará as falas para as
crianças treinarem com os responsáveis em casa, preparando-se para a apresentação. É importante saber a
disponibilidade dos adultos para ajudar os pequenos na memorização de suas falas em casa.

529
Sequência: Teatro

 EI03CG01  EI03CG02  EI03TS01


APRESENTAÇÃO DA PEÇA
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças tenham memorizado as falas, ensaiado e definido o local e os convidados, além
de terem produzido os convites. Faça combinados com a gestão da escola sobre o uso do espaço escolhido,
definição de data, horário e parceiros, para colaborar com a organização no momento da apresentação.

 Materiais
•  Painel utilizado na atividade Definição do conto de fadas, deste conjunto;
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Cenários da peça, recursos de sonoplastia e figurinos produzidos;
•  Cadeiras, tapetes e almofadas para acomodação da plateia;
•  Um equipamento para reprodução de áudio, microfones e amplificador (dependendo do ambiente);
•  Lanternas ou abajures como opção ao equipamento de iluminação;
•  Caixa de apoio para a montagem dos cenários com materiais diversos: papéis, pedaços de tecido,
canetinhas, pincéis atômicos, fitas adesivas, papel pardo, grampeador, barbante, entre outros;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade ocorrerá no espaço definido previamente pelos pequenos e organizado de forma a acomodar a
plateia durante a apresentação. Antecipe a colocação dos materiais do cenário, a sonoplastia, os figurinos e
caixa com materiais diversos para serem organizados com as crianças. O preparo do local e a organização dos
materiais farão parte da atividade delas.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais ideias as crianças compartilham sobre a construção da peça? Que momentos se mostram mais
significativos para elas?
2. Na etapa de organização do ambiente que soluções elas propõem? De que forma elas interagem?
Como planejam o espaço e a colocação dos materiais?
3. Durante a apresentação da peça, como se dá o envolvimento de todo o grupo na atividade? Quais
expressões corporais e verbais são utilizadas para a encenação e para as demais funções?

530
Atividade: Apresentação da peça

 Para incluir todos


Ofereça apoio e parceria nas propostas da atividade. Tenha sempre o cuidado de adequar duplas ou trios, se
necessário, favorecendo parcerias e ajudas mútuas. Caso alguma criança se sinta insegura e não queira fazer
parte da atuação na peça teatral, sugira que se integre nas diversas possibilidades existentes na proposta.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar próximo ao painel com registros das
experiências vivenciadas e recorde o processo. Acolha as falas das crianças e
acrescente suas percepções, destacando momentos marcantes e valorizando
a produção coletiva. Diga que chegou o momento de apresentar a peça tea-
tral e, para isso, precisam verificar os detalhes finais. Em uma cartolina, faça
uma listagem do que precisam organizar e conferir.

2 Convide as crianças para ir ao local da apresentação, levando a listagem para


pautar as ações. Mostre que ali já estão os materiais produzidos e outros que
podem precisar para a finalização. Revendo a listagem, combinem quem or-
ganizará cada ambiente, em pequenos grupos. Defina com as crianças onde
organizarão o palco palco, a sonoplastia e o camarim.

3 Enquanto as crianças trabalham nos pequenos grupos, observe como intera-


gem e como organizam os espaços e materiais. Ofereça alguns materiais que
podem ajudá-las em algum momento e auxilie no teste de equipamentos e
na conferência de outros elementos. Comunique-as quando estiver acabando
essa etapa, para que possam concluir a montagem e a organização.

4 Promova o reconhecimento do ambiente com todo o grupo. Confira se está


tudo organizado para a apresentação e definam onde cada criança deverá
ficar para realizar sua função no teatro. Retome que precisam ter responsá-
veis para sonoplastia, iluminação, orientação dos personagens na entrada das
cenas, recepção da plateia e anúncio do teatro. Quanto aos personagens, é
importante que se mantenham atentos para garantir as falas já ensaiadas. É
normal que fiquem inseguras. Incentive-as a fazerem juntas o personagem,
uma apoiando a outra. Se, mesmo assim, a criança ainda não quiser, respei-
te-a. Como provavelmente você fará o papel do narrador da história, pergun-
te quem gostaria de ser o fotógrafo do teatro, para registrar as imagens da
apresentação. Se tiver mais equipamentos disponíveis, pode haver duas ou
mais crianças ocupando a função de tirar fotos e filmar.

5 Proponha que experimentem os efeitos, a trilha sonora, a iluminação etc.


Enquanto isso, peça a algumas crianças que auxiliem os personagens a ves-
tir roupas e adereços. Já arrumadas, proponha um rápido ensaio, que não
precisa ser de toda a peça, para que testem o deslocamento no palco, fa-
las e movimentos dos personagens com os adereços. Realize a narração de
um trecho marcante da história, preferencialmente que tenha efeito sonoro,
para a equipe de sonoplastia entrar em ação. Algumas crianças que estão

531
Sequência: Teatro

responsáveis por receber os convidados devem combinar como vão recebê-los


e auxiliá-los na acomodação nas cadeiras ou almofadas.

6 Chegado o momento da encenação, escute o que as crianças têm a dizer, suas


emoções e expectativas. Ressalte que o apoio entre elas é fundamental para
tudo dar certo. Enquanto os convidados chegam, algumas crianças devem ficar
atentas para recebê-los com alegria e ir acomodando a plateia no local. Após
tudo organizado, é hora de o espetáculo começar. As crianças que ficaram res-
ponsáveis por anunciar a peça teatral podem dizer o que combinaram. Se pre-
cisar, você pode ajudá-las em sua fala ou, como narrador, complementar o que
for necessário para completar o enredo da peça. Se alguma criança ficar parada
no meio da cena, você pode dar a mão a ela e fazer junto a expressão corporal
que seria realizada.

Para finalizar
Após o término da apresentação, convide todas as crianças para a saudação da plateia. Proponha que
cada uma fale seu nome e a função que ocupou. Se você optou por apresentar a outras turmas, possibilite
maior interação entre as crianças de sua turma e as que assistiram, propondo que seu grupo as convide
para conhecer o que foi produzido. Você pode colocar a música principal da trilha sonora e dançar junto
às crianças. Depois, convide-as a organizar e limpar o espaço.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Promova uma roda de conversa para avaliação do processo de construção do teatro. Utilize, para isso, fotos
e vídeos do dia da apresentação e de todas as etapas. As crianças podem fazer registros do que vivenciaram e
de suas emoções por meio de diversas linguagens e tecnologias. Se perceber que elas se motivaram com a
proposta, planeje outras situações de construção de teatro com outras histórias e recursos, como teatro de
máscaras, de fantoches, de sombras etc.

 Engajando as famílias
Em futuras montagens teatrais, você pode inserir a participação de responsáveis que estejam disponíveis. Eles
podem representar, tocar algum instrumento, elaborar com as crianças o figurino, o cenário, os fantoches e as
máscaras, dependendo da linguagem que será utilizada. Se a escola fizer uso de redes sociais para divulgação
de seu trabalho pedagógico, poste fotos e vídeos nos canais disponíveis.

532
31
SA

CONJUNTO

SEQUÊNCIA

INVENTOS E
INVENTORES
As crianças aprendem sobre o mundo investigando modos de ser e estar nele, realizando
comparações entre diferentes tempos e hábitos. Aprender sobre as pessoas, os objetos
inventados por elas e como isso gerou mudanças na cultura, promove uma inserção ativa
na sociedade e a compreensão das mudanças como um fenômeno social. Investigando
invenções e inventores, as crianças poderão acessar algumas dessas transformações que
ocorreram em diferentes tempos, culturas e tradições e, assim, ampliar seu repertório
cultural e compreender como a produção humana ocorre.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas. As atividades propõem uma
consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no
que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento.

533
Sequência: Inventos e inventores

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos,
EI03EO01
necessidades e maneiras de pensar e agir.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua
EI03EF08 própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória,
pela leitura das ilustrações etc.).

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e
EI03ET06
da sua comunidade.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Escuta, fala, Espaços, tempos,


nós pensamento e quantidades, relações
imaginação e transformações

534
Atividade: Invenções para todo o lado

 EI03EO04  EI03ET01
INVENÇÕES PARA TODO O
LADO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças conversam sobre invenções e montam uma lista com aquelas que conhecem.

 Materiais
•  Papel grande fixado na parede, como kraft;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor).

 Espaços
A atividade pode ser desenvolvida na própria sala.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças recebem a proposta da atividade? Conseguem identificar as invenções que as


cercam? Percebem as funções e razões de cada invenção identificada?
2. Elas se envolvem com a proposta das invenções? De que forma refletem sobre os inventos identifica-
dos? Demonstram curiosidade acerca de suas histórias?
3. De que forma as crianças interagem com as invenções e entre si? As relacionam com suas histórias
e vivências?

 Para incluir todos


Atente-se às diferentes formas de expressão das crianças pontuando-as ou reformulando-as quando necessá-
rio, durante o momento de observação dos objetos e nas conversas em roda, de maneira que as considerações
de todos possam ser acolhidas pelo grupo. Lembre-se, inclusive, de fixar o papel na parede em uma altura
acessível para as crianças.

535
Sequência: Inventos e inventores

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo em uma roda de conversa. Conte que você chegou bas- A
tante curioso e cheio de questionamentos. Diga que, ao escovar os dentes, Possíveis falas
você ficou imaginando como seria se não existisse escova de dentes. E, a do professor
partir disso, começou a se perguntar como seria a vida sem vários objetos, — Imaginem se nós não
como cadeira, lápis, telefone, talheres. Nesse momento, instigue as crianças tivéssemos calendário?
a refletir e entrar nesse jogo imaginário, levantando hipóteses acerca da im- — Como será que
portância das invenções das coisas. Crie condições para que elas também inventaram o calendário?
Por quê?
tragam questionamentos de objetos. — Todas as invenções
ajudam as pessoas? Por
2 Em seguida, escolha um item bastante utilizado no cotidiano da turma, como que acham isso?
um calendário. Instigue as crianças a refletir sobre a importância do objeto
no dia a dia. Então, fortaleça nesse contexto a temática das invenções, con-
vidando-as para conversar sobre o porquê de inventarmos tantas coisas. Aco- B
lha as respostas e busque instigá-las, lançando provocações, apoiando suas Possíveis falas
relações e valorizando suas curiosidades acerca das questões que emergem do professor
no diálogo. A — Aqui na sala temos
muitas invenções,
Convide as crianças para observar a sala e os objetos que a compõem. Esti- mas vocês conseguem
3 se lembrar de outras
mule-as a descrever os objetos e refletir sobre a funcionalidade de cada um.
invenções que tenham
Aproveite a exploração das crianças e suas falas para ampliar a temática mudado o mundo? Que
das invenções questionando-as sobre quem será que inventou esses objetos. tenham melhorado a
Busque levantar com a turma as dificuldades que os inventos ajudaram a su- vida das pessoas? Será
perar, elencando as melhorias e vantagens que eles trouxeram para a vida que sempre existiu a
das pessoas. roda, por exemplo?
Como seria sem a roda?
— E os remédios? Quem
4 Ainda em roda, desafie as crianças a elaborar uma lista das invenções. Insti- aqui nunca tomou um
gue-as para que pensem em invenções antigas e modernas, busque incenti- remédio? Será que no
vá-las a encontrar invenções de todos os campos, isto é, na área das artes, da tempo da avó de vocês
saúde, da engenharia/tecnologia etc. Por meio de questionamentos, auxilie-as existia tudo isso? Como
eles viviam?
a pensar nos impactos que cada invenção trouxe para a história da humanida-
de e relatar suas vivências com relação a esse objeto ou contar histórias de
seu núcleo familiar ou comunidade com relação a essa invenção. B C
Possíveis falas
5 Durante a conversa, sinalize para as crianças que você irá anotar no papel as do professor
invenções trazidas por elas para que possam visualizá-las melhor. Aproveite
— Vocês perceberam
também para instigá-las a pensar nas pessoas que inventaram esses objetos, quantas invenções
destacando que todas essas invenções foram feitas por diferentes pessoas, conseguimos listar?
homens e mulheres, crianças e adultos, sempre por alguma razão e, assim, Estamos sempre
cada invenção tem uma história. C inventando coisas
para resolver nossos
problemas e melhorar
Para finalizar
nossas vidas, né?
Leia a lista com todo o grupo e sinalize que ela ficará exposta para que fa- — Quem será que
çam complementações ou outras atividades ao longo dos dias. Em seguida, inventou esse objeto?
convide as crianças para vivenciar a próxima atividade do dia. Como será que teve a
ideia? Como será que
são os inventores?

536
Atividade: Invenções para todo o lado

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Complemente a lista, classificando, ordenando e agrupando as invenções identificadas segundo diferentes
critérios: tempo, função, características etc. a partir de uma pesquisa com as crianças. Você pode, ainda, trazer
o nome dos inventores de cada uma.

 Engajando as famílias
Convide as crianças para elaborar um bilhete coletivo para os responsáveis, contando que a turma começou
uma investigação acerca de inventos e inventores. Proponha, no bilhete, que, caso os adultos tenham curiosi-
dades ou invenções criadas, compartilhem com os pequenos em uma visita, por exemplo.

537
Sequência: Inventos e inventores

 EI03EO01  EI03ET01  EI03ET06


INVENÇÕES E INVENTORES
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante reunir todas as informações necessárias para a elaboração do mapa visual previsto na atividade,
de maneira que possa dar suporte aos grupos durante sua elaboração e assegurar a veracidade das informa-
ções. Selecione uma pessoa idosa da comunidade, como os avós das crianças, para conversar com a turma,
contando como eram e como se usavam os telefones antigamente. É importante que, previamente, você se
reúna com essa pessoa e conversem, levantando materiais (telefones diversos e/ou fotografias de telefones) e
combinando algumas questões acerca do diálogo com a turma, como a organização do tempo. Para organiza-
ção dos pequenos grupos, considere saberes complementares entre as crianças, observando capacidade de
liderança, afinidades e apoios mútuos. Caso avalie que a proposta possui muitas ações, você pode optar por
realizá-la em momentos e até dias diferentes, potencializando as interações.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Aparelhos telefônicos antigos e novos, se possível; • Modelo de mapa
•  Imagens impressas de aparelhos telefônicos antigos; informativo. Nova Escola.
•  Um computador com acesso à internet; Disponível em: https://
•  Mapa visual de invenção com os ícones informativos divididos em fichas, nova-escola-producao.
s3.amazonaws.com/
em tamanho A4, para serem usados em pequenos grupos; CyCeePzFVQz2GAGG
•  Lápis grafite, lápis de cor, hidrocores etc.; 25emGuSTX6cBhDgtBU2
•  Fitas adesivas; CExfsgerXVXdGrZ9Mhcq6
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. asSF/modelo-mapa-
visual-invencao.pdf.
Acesso em: 24 jun. 2021.
 Espaços
A sala é o lugar ideal para a realização da proposta, para que a turma tenha acesso posterior ao mapa visual
que será construído. Organize o espaço de forma a dispor os materiais de fácil acesso aos pequenos grupos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem com as invenções e entre si? Foram capazes de relacioná-las a suas
histórias e vivências?
2. De que forma o grupo demonstra curiosidade quanto à invenção proposta? Explorou os objetos que
trouxe, comparando com aqueles mais recentes?
3. Elas formulam hipóteses sobre a história da invenção e seus impactos na vida das pessoas?

538
Atividade: Invenções e inventores

 Para incluir todos


Atente-se para as diferentes linguagens das crianças, acolhendo as maneiras diversificadas de se expressarem.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e conte que você trouxe uma pessoa especial que apre- A
sentará alguns aparelhos telefônicos e como eles eram utilizados antigamen- Possíveis falas
te. Convide a pessoa para a roda de conversa. Peça que ela se apresente e do professor
conte as curiosidades dos aparelhos telefônicos e das imagens que selecio- — Orelhão? Vocês
nou para a atividade. Busque mediar a conversa entre o visitante e o grupo, conhecem esse telefone
acolhendo as expressões das crianças e estimulando-as para que relatem que é um orelhão?
vivências e experiências com o telefone. Estabeleça relações entre as falas — E quando o senhor
dos pequenos e a fala do visitante, fortalecendo o diálogo e as trocas de ex- usava a ficha no
orelhão, tinha um tempo
periências. A determinado para falar?
Era muito ou pouco
2 Circule as imagens entre a turma, a fim de que perceba detalhes e se engaje tempo?
ainda mais na conversa com o visitante. Após a conversa, considerando que
o visitante compartilhou o que desejava e que as crianças expressaram suas
curiosidades, agradeça a ele a partilha de história de vida. Considere regis- B
trar uma fotografia das crianças com ele para, posteriormente, enviá-la como Possível fala
forma de agradecimento especial. B C do professor
— Vi que você gostou
Com o intuito de continuar a investigação acerca do telefone, pergunte às dessa imagem que
3 nosso visitante acabou
crianças se sabem quem o inventou. Incentive-as a pensar quando e como
de mostrar. Você
ele foi inventado. Após a partilha das hipóteses acerca da invenção, convide- conhece um telefone
-as a realizar uma pesquisa monitorada na internet, buscando informações como esse?
relevantes, como o nome do inventor, local e data da invenção, as motiva-
ções para a invenção e os obstáculos no processo inventivo. Considere que C
é fundamental que, ao longo da atividade, você observe o engajamento da
Possível fala
turma com a proposta. D das crianças
— É que tem um
4 Convoque as crianças para uma conversa sobre o que descobriram sobre a histó- igualzinho, só que
ria do telefone e diga para organizarem e registrarem as informações acerca da vermelho, lá na casa da
invenção dos telefones, pois vocês montarão um mapa visual com as principais minha avó. A gente põe
informações do invento. Acrescente que você já preparou algumas fichas para a o dedo no buraquinho
organização do mapa e apresente-as às crianças, destacando e explorando com do número e roda. Não é
igual ao celular, não!
elas a palavra escrita, o ícone e as cores utilizadas. E

5 Após apresentar os ícones referenciais do mapa visual, combine com as crian- D


ças que você as organizará em pequenos grupos e que cada um ficará res- Possíveis falas
ponsável pelo registro de uma informação, para que ao final montem o mapa do professor
visual da invenção do telefone. Peça que os grupos selecionem as informações — Vocês querem saber
que desejam registrar e esclareça que você os apoiará e que esse registro o nome do inventor?
pode ser escrito, tendo colegas ou você como escriba, mas que também pode — Acham que foi fácil ou
ser apresentado em forma de desenho. difícil para ele inventar o
telefone? Por quê?

539
Sequência: Inventos e inventores

Peça que iniciem os registros. Circule entre os grupos para observar como as E
6
crianças estão encontrando e fazendo trocas acerca do que e como irão regis- Possíveis falas
trar. Observe que você pode, por exemplo, apoiar o pequeno grupo que está do professor
registrando o nome do inventor, sua profissão, nacionalidade, convidando-os — Para organizar e
para que retornem à pesquisa para consultar tais informações, a fim de que registrar tudo o que vocês
também percebam se aparece o nome escrito. Caso resolvam fazer o desenho estão me contando,
vamos montar um mapa
da bandeira que representa o país em que o inventor nasceu, busque investi- visual aqui na parede
gar com as crianças como podem fazer isso, sugerindo a busca da imagem na da sala. Para facilitar
internet ou no ambiente de leitura da sala. já trouxe aqui os títulos
desse mapa, olhem aqui
Quando os registros forem finalizados, reúna as informações construídas e, (mostre o título “Quem
7 Inventou?”, por exemplo)
coletivamente, construa o mapa, pedindo para que as crianças fixem as in-
— O que acham que está
formações no mural/parede. Ofereça o apoio necessário e cuide para que as escrito aqui? Olhem bem
informações sejam fixadas de forma organizada, facilitando o entendimento essa figura, esse ícone
do mapa visual. Ao fim da instalação do mapa visual, faça a leitura com o gru- aqui. Que informação
po, destacando as seções organizadas e suas legendas. Instigue as crianças acham que iremos colocar
a refletir se desejam complementar o mapa ou se o consideram finalizado. nesta parte do mapa?

Para finalizar
Acorde que o mapa visual sobre o telefone ficará exposto para que incluam novas descobertas e para
guiar a elaboração de outros mapas posteriormente. Conte, ainda, que nos próximos dias vocês farão bus-
cas de informações acerca de outras invenções.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha a investigação de outras invenções: combine que farão os mapas visuais de invenções que queiram
conhecer. Para isso, faça um levantamento sobre quais invenções a turma tem curiosidade de conhecer e, em
pequenos grupos (em média seis crianças), eleja sobre qual invenção o grupo gostaria de pesquisar mais. Essa
ação é uma premissa para a atividade Descobrindo invenções, deste conjunto. Considere, ainda, caso seja
possível em sua região, realizar uma visita das crianças em algum museu que apresente históricos e objetos
que contextualizam invenções.

 Engajando as famílias
A participação dos responsáveis na busca de informações sobre as invenções selecionadas é uma oportuni-
dade interessante de aproximação; para isso, prepare com as crianças um convite especial para que os adultos
contribuam nas investigações.

540
Atividade: Descobrindo invenções

 EI03EF08  EI03ET04
DESCOBRINDO INVENÇÕES
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a atividade, é importante que, além da definição, por parte das crianças, das invenções a serem pesqui-
sadas, vocês também já tenham elencado os materiais que serão utilizados. Esse levantamento pode ser feito
com uma visita à biblioteca da escola, uma pesquisa de imagens em revistas, jornais e internet, e até mesmo
pesquisas realizadas junto aos responsáveis.

 Materiais
•  Mapas visuais de invenção conforme indicado na atividade Invenções e inventores, deste conjunto,
dividido em fichas, em tamanho A4;
•  Calendário da turma para fazer a marcação das datas;
•  Mapa visual de invenção do telefone construído na atividade Invenções e inventores, deste conjunto;
•  Materiais sobre as invenções que serão investigadas, levantados previamente pelas crianças;
•  Lupas e réplicas das invenções, dentre outros materiais que o ajudarão a compor um ambiente para
envolver as crianças na composição de seus mapas visuais;
•  Lápis grafite, lápis de cor, hidrocores etc.;
•  Tesouras sem ponta, cola e fita adesiva;
•  Um computador com acesso à internet;
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como faz de conta, modelagem e jogos.

 Espaços
Organize em um ambiente da sala uma mesa para a reunião dos pequenos grupos, acolhendo lupas, com-
putador, réplicas das invenções e disponha os materiais que as crianças selecionaram previamente, de maneira
convidativa e acessível. Esses itens permanecerão ali enquanto os grupos estiverem envolvidos na composição
dos mapas.
A cada alternância de grupos, atente-se para a troca dos materiais informativos referentes às invenções
escolhidas. Atente-se, também, ao livre acesso dos grupos às paredes, para que componham mapas. Organize
ainda o espaço com as atividades que os outros grupos farão com autonomia.

541
Sequência: Inventos e inventores

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças exploram todos os materiais disponíveis? Como demonstram autonomia e cooperação?


2. Que estratégias utilizam para selecionar as informações sobre suas invenções? Interagem com
diferentes fontes? Solicitam suporte para leitura de textos? Selecionam fontes diversificadas de
informações (imagens, textos, desenhos etc.)?
3. Elas lançam mão de formas diversas de registro de informações? Refletem sobre seus registros,
detalhando-os? Como interagem na elaboração dos registros a serem incluídos?

 Para incluir todos


Atente-se às diferentes formas de expressão dos pequenos, acolhendo-os para o contexto da construção do
mapa. Procure estar atento às estratégias de leitura e registro de informações de cada criança, de forma que a
proposta acolha a diversidade de conhecimentos de cada uma e garanta a participação de todos a seu modo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna-se em roda com a turma e relembre as crianças sobre o combinado de


se confeccionar, em pequenos grupos, os mapas visuais sobre as invenções
selecionadas. Diga que para dar apoio a todos os grupos, você pensou na pos-
sibilidade de que cada um construa seu mapa em dias diferentes. Sendo assim,
é necessário que vocês conversem e combinem os dias, o horário e a ordem
de cada grupo. Conte que, nos momentos de construção de um grupo, os de-
mais estarão envolvidos em outras propostas. Combine que todos os materiais
de informações acerca da invenção que buscaram anteriormente estarão no
ambiente especial que você organizou. Revele, ainda, que esse ambiente per-
manecerá na sala enquanto estiverem engajados na construção dos mapas
visuais das invenções. A
Possíveis falas
Em seguida, combine com todo o grupo a definição da agenda para a cons- do professor
2
trução dos mapas visuais. Utilize o calendário da turma para fazer a marcação — Preparei esse
das datas e, após essa organização, combine com as crianças a divisão de espaço especial para
atividades, para iniciar a construção do mapa com o primeiro pequeno grupo. investigarmos nossa
invenção.
Esclareça qual será a proposta realizada pelas crianças que não estarão com
— Vejam que aqui está
você, oferecendo os materiais e espaço em que será vivenciada. Convide o todo o material que
primeiro pequeno grupo ao ambiente que preparou para a criação dos mapas. vocês selecionaram.
— Vamos combinar que
Após a organização da vivência, reúna-se com o primeiro pequeno grupo no vocês podem usá-los
3 para e encontrar mais
espaço apropriado. Como as crianças já estão engajadas no levantamento
informações para
de informações acerca da invenção, inicie um pequeno diálogo, incenti- acrescentar ao mapa
vando-as a contar o que já descobriram nas buscas e explorar os materiais do grupo.
disponíveis. A

4 Depois de considerar um tempo livre de exploração pelas crianças com os mate-


riais, resgate os elementos visuais do mapa. Nesse momento, considere apoiar-se
no mapa que vocês construíram em relação à invenção do telefone. Rememore

542
Atividade: Descobrindo invenções

com o grupo o que representam os ícones, ou seja, que tipo de informação cada B
um caracteriza. Destaque a importância de preencher todos os campos do mapa, Possíveis falas
levando em consideração seus títulos. Busque oferecer questionamentos ao gru- do professor
po, a fim de aprofundar e sistematizar as construções. B — Vamos relembrar as
informações que vão
Dê apoio quanto ao registro das informações para o mapa. Observe que a compor o nosso mapa?
5 — Para caracterizar esse
forma de registro pode acontecer por meio da escrita e também por dese- ícone da chave de fenda,
nhos. Portanto, busque oportunizar às crianças situações em que percebam que tipo de informação
como desejam fazer a escolha de como registrar as informações. Encoraje a do invento devemos
coautoria da criação, de forma que elas se apoiem e façam trocas de conhe- registrar?
cimentos. C — Vocês encontraram
essa informação em
algum material?
6 Continue apoiando o grupo nas criações de seus registros até que todas as
informações que elencou para o mapa visual sejam levantadas e registradas.
Busque instigar as ideias das crianças trazendo provocações, apoiando suas C
relações e valorizando suas descobertas acerca das questões que emergem Possíveis falas
ao se pensar sobre as informações que estão registrando. do professor
— Percebi que vocês
7 Ao concluírem o levantamento e registros das informações acerca da inven- encontraram a fotografia
ção, inicie a instalação do mapa visual no espaço que reservou, envolvendo do inventor. Vocês
as crianças nessa ação. Instigue-as e refletir sobre o ordenamento das infor- acham que a imagem
mações, buscando atender à coerência e ordem cronológica, por exemplo. do inventor é uma boa
Atente-se para que essa disposição esteja na altura do olhar das crianças, informação para o mapa?
— Como podemos fazer
para que elas estabeleçam relações, narrem a história da invenção, apoia- para inseri-la?
das no processo criado, com autonomia.

Para finalizar
Organize com as crianças o espaço utilizado para as atividades e, em seguida, convide-as para vivenciar
a próxima proposta do dia. Considere as mesmas estratégias descritas nos passos para a construção do
mapa visual com os outros pequenos grupos ao longo do período que programaram.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Continue realizando a proposta de criação dos mapas visuais com os outros grupos e, ao final das produções,
em uma roda de conversa, defina e planeje com as crianças uma dinâmica de apresentação de seus mapas
para os colegas.

 Engajando as famílias
Incentive as crianças a compartilhar a experiência com seus responsáveis e buscar com eles outras informações
para a complementação de seus mapas.

543
Sequência: Inventos e inventores

 EI03EO01  EI03ET02
PARTILHA DE INVENÇÕES
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a atividade, será necessário que as crianças já tenham conversado sobre como irão realizar
a partilha com todo o grupo, isto é, já tenham escolhido qual será a dinâmica da apresentação que farão. Sendo
assim, todos os pequenos grupos precisam ter finalizado o mapa visual.

 Materiais
•  Mapas visuais de invenção de cada grupo, construídos pelas crianças na atividade Descobrindo
invenções, deste conjunto, expostos na sala;
•  Papel grande fixado na parede, como kraft;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor).

 Espaços
A proposta pressupõe a partilha dos mapas visuais de cada invenção criados pelos grupos. Dessa forma, a
sala é o local mais apropriado. Lembre-se de garantir que os pequenos grupos tenham espaço para apresentar
suas produções e que todos possam visualizá-las.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como os pequenos se organizam para partilhar as descobertas? Distribuem atribuições? Relacio-


nam-se de forma respeitosa e colaborativa?
2. As crianças apresentam suas descobertas estabelecendo relações com experiências e vivências?
Identificam as mudanças geradas pelas invenções investigadas?
3. Quais relações, comparações ou observações as crianças fazem sobre as diferenças das invenções com
o passar do tempo? Como interagem entre si durante a atividade? Como acolhem e contrapõem ideias?

 Para incluir todos


Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança. Atente-se para a ade-
quação dos recursos utilizados para que todos possam aproveitá-los. Lembre-se de fixar o papel na parede em
uma altura acessível para as crianças.

544
Atividade: Partilha de invenções

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna-se com as crianças em uma roda. Diga que, como cada


grupo, ao produzir o mapa da invenção, fez descobertas muito
interessantes, a proposta é que façam a partilha das informa-
ções da invenção para os colegas. Peça que utilizem o mapa
como apoio para narrar o percurso histórico da invenção e lem-
bre que, para isso, seguirão os combinados que já fizeram para
esse momento.

2 Convide o primeiro pequeno grupo a se apresentar, lembrando


que todos devem participar auxiliando os colegas e fazendo as
perguntas necessárias. Durante a apresentação dos grupos, ob-
serve o comportamento das crianças, incentivando a escuta e a
participação colaborativa. Ofereça suporte e apoio nos momen-
tos de perguntas, estimulando o envolvimento de todas as crian-
ças. Observe se, nesse jogo dialógico, ao serem instigadas pelos
colegas, elas revelam dificuldade em responder às duvidas, por
essa informação não ter sido levantada na pesquisa. Anote-a e
sinalize que poderão pesquisá-la em outro momento. Atente para A
fixar a informação no mapa.
Possíveis falas do professor
Ainda durante a partilha, busque incentivar as crianças a refletir — O que vocês acham que precisa
3 mudar em nosso mundo?
sobre o processo inventivo. Peça para que relatem as desco-
— Que invenção poderia ser criada
bertas sobre a história do inventor e como foi o processo até
para melhorar essa situação?
conseguir concluir a investigação histórica da invenção. A par- — Quer dizer que vocês acham que
tir das falas delas, destaque os desafios superados, as etapas é um problema se as crianças ficam
do processo inventivo e aspectos relacionados, como questões resfriadas e, assim, não brincam fora
que a invenção busca resolver, como o inventor teve a ideia, de casa?
os protótipos feitos, o planejamento realizado, os estudos, o — O que vocês acham que pode ser
inventado para mudar isso? E como
esforço etc. isso funcionaria?

4 Após a partilha das informações e apreciações dos mapas visuais


de todos os grupos, lance um desafio para todo o grupo: “se
B
vocês fossem inventores, o que inventariam?”. Acolha as ideias
das crianças e convide-as para fazer uma lista de invenções. Possíveis falas das crianças
Diga que irá anotar as ideias. Sugira que pensem em invenções — Acho que podia inventar um tênis-
que possam melhorar o mundo em que vivemos. Acompanhe as patins mais rápido do universo. Aí
conversas e medeie as reflexões por meio de questionamentos. a gente ia chegar logo em todos os
lugares.
Acolha as falas, inclusive invenções inusitadas recorrentes do — Será que ia ter que fazer uma pilha
imaginário infantil. Registre o nome das invenções e suas res- bem forte para esse patins?
pectivas funções no papel fixado na parede. A B

Para finalizar
Ao perceber que a turma esgotou as ideias, faça a leitura da lista de invenções e sugira que em outro
momento a retomem para outras atividades. Em seguida, convide-a para a próxima atividade do dia.

545
Sequência: Inventos e inventores

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Realize uma exposição dos mapas visuais de cada invenção, convidando os responsáveis e outras turmas.
Atente-se ainda à busca das respostas aos questionamentos que foram fixados para pesquisa posterior. Além
disso, é possível complementar a lista de possíveis invenções e realizar atividades relacionadas a ela, como a
confecção de um projeto, de um protótipo, a criação de um livro com registros em forma de desenho e sobre
as invenções imaginadas.

 Engajando as famílias
Elabore com as crianças um divertido convite e envie aos responsáveis para que conheçam os mapas visuais
construídos pelos grupos.

546
Atividade: Planejando uma invenção

 EI03ET01  EI03ET04
PLANEJANDO UMA
INVENÇÃO
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios Sugestão de vídeo


onde vem o
•De
Para a proposta, é necessário que você conheça os sites e vídeos que estarão fósforo? #Episódio 10.
disponíveis para os grupos. Além disso, é preciso que a turma já tenha conversado Disponível em: https://
sobre a temática das invenções e elaborado uma lista de possíveis invenções para www.youtube.com/
melhorar o mundo em que vivemos. watch?v=S01TrpEO148.
Acesso em:
24 jun. 2021.

 Materiais
Sugestão de leitura
•  Lista de possíveis invenções para melhorar o mundo em que vivemos,
• Modelo de ficha de
construída com as crianças na atividade Partilha de invenções, deste invenção. Nova Escola.
conjunto; Disponível em: https://
•  Objetos ou inventos curiosos (colher, guarda-chuva, espanador, máquina nova-escola-producao.
fotográfica, entre outros), modernos ou antigos, que possam despertar o s3.amazonaws.com/
interesse do grupo; bZtdSgUUpzabakCX
nwdScBSzhdJDVkv
•  Livros e revistas sobre inventos e inventores;
2K9MWP3kEgkbKySu
•  Um computador; JR5y5MwzEhRp2/
•  Lápis grafite, lápis de cor, hidrocores etc.; para-impressao-modelo-
•  Uma ficha de invenção para cada pequeno grupo. de-ficha-de-invencao-
edi3-26und05.pdf.
Acesso em: 24 jun. 2021.
 Espaços
Organize a sala em quatro espaços, distribuindo entre eles os materiais sinalizados. Dessa maneira, prepare
um canto para a leitura e o manuseio dos livros e revistas sobre inventores e invenções, um canto para explo-
ração de invenções curiosas, outro para a apreciação dos vídeos no computador e, principalmente, um canto
no qual cada pequeno grupo irá planejar sua invenção com seu suporte.

 Perguntas para guiar suas observações

1. As crianças exploram os materiais disponibilizados? Como comparam os objetos? Exploram e


levantam hipóteses sobre eles?
2. Como elas interagem nos pequenos grupos? Compartilham opiniões, descobertas e observações?
3. De que forma buscam registrar suas ideias? Apoiam-se umas nas outras? Buscam fontes, como
livros, imagens e outros materiais para se inspirar?

547
Sequência: Inventos e inventores

 Para incluir todos


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança participe e
aprenda.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças em uma roda e retome a lista que elas elobora- A


ram de possíveis invenções para melhorar o mundo. Diga que terão
Possíveis falas do professor
a oportunidade de ser inventoras e de experimentar a primeira etapa
do processo inventivo. Para isso, irão, em pequenos grupos, plane- — Enquanto um grupo estiver
planejando sua invenção, os
jar uma invenção da lista. Comente que você organizou a sala para
demais poderão experimentar os
que, enquanto um grupo estiver com você planejando a invenção, os outros cantos da sala.
demais estarão em atividades nos outros cantos da sala. Diga que — Este canto aqui está cheio de
preparou três cantos nos quais elas poderão circular livremente. Apre- livros e revistas sobre inventores
sente os materiais disponíveis em cada um, estabelecendo sempre a e invenções. Aqui vocês podem
relação deles com a temática das invenções. A explorar os materiais, folhear
e ler os livros e conversar
a respeito. Tem muita coisa
2 Em seguida, faça a leitura da lista de invenções e explique como farão interessante aqui! Olhem esse
o planejamento da invenção. Sinalize que você estará com os grupos livro é sobre o inventor do avião.
no canto da invenção para auxiliá-los nessa etapa do processo in- Muito legal!
ventivo. Lembre as crianças de que irão apenas planejar a invenção
e que em outros momentos poderão seguir com o processo inventivo.
Então, estimule o grupo a pensar sobre as etapas do processo inven-
tivo, por meio de questionamentos que destaquem a imaginação, o
planejamento, a realização de pesquisas, estudos, protótipos e tes- B
tes, o registro e a apresentação da invenção e, por fim, a produção
Possíveis falas do professor
da invenção em grande escala. B
— Quando fizemos a lista
Depois que o grupo conversar sobre as etapas do processo inventivo, de invenções, começamos
3 o processo inventivo,
diga que para ajudar no planejamento das invenções você trouxe uma identificando um problema, uma
ficha de invenções. Apresente a ficha dizendo que cada pequeno grupo questão a ser resolvida. Então
irá, com sua ajuda, completá-la enquanto planejam as invenções. Pro- imaginamos uma invenção
ponha que as crianças se organizem nos pequenos grupos, de acordo para resolver essa questão,
com a escolha das invenções, assim, aquelas que querem planejar uma melhorando a vida das pessoas.
— Agora seguiremos para a
mesma invenção formam uma equipe.
etapa seguinte que é planejar a
invenção. Depois de planejá-la,
4 Com as invenções escolhidas, pergunte qual grupo quer iniciar seu o que faz o inventor?
planejamento e convide-o a se juntar a você no canto da invenção; — Sempre dava tudo certo?
direcione os demais para as experiências nos outros cantos da sala. Como ele resolvia?
Lembre-os de que quando cada pequeno grupo encerrar seu pla- — Isso mesmo, pesquisava
materiais, conhecia outras ideias
nejamento você irá convidar outro para o canto da invenção. Assim, para ajudar na sua invenção,
o grupo que encerrou seu planejamento poderá explorar os demais testava-as muitas vezes.
cantos da sala.

5 No canto da invenção, diga ao pequeno grupo que agora seus integran-


tes são inventores e vão detalhar a invenção que escolheram. Pegue

548
Atividade: Planejando uma invenção

a ficha de invenção e inicie seu preenchimento, registrando as ideias trazidas.


Instigue as crianças a pensar nas ideias, a debatê-las e encontrar um consenso
sobre o que deverá ser registrado. Considere que nesse primeiro planejamento
é importante respeitar as ideias e hipóteses das crianças sobre quais materiais
precisam, como podem fazer e como vai funcionar o que irão inventar. Assim, o
planejamento não será um registro fechado e elas poderão testar suas ideias
posteriormente. Aproveite o momento para sinalizar que, ao final, poderão parti-
lhar suas ideias com os outros grupos. Por isso, comente que esse registro deve
ser rico em detalhes e informações. Quando finalizar a proposta, convide outro
pequeno grupo para o canto da invenção.

6 Quando todos os grupos tiverem realizado seus projetos de invenção, convide


as crianças para uma roda de partilha na qual apresentarão seus projetos.
Auxilie os grupos na apresentação, por meio de questionamentos que escla-
reçam as principais motivações, funções e características das invenções regis-
tradas na ficha. Estimule as crianças a fazer perguntas aos colegas e pontue
a necessidade de escutar e respeitar as opiniões de todos. Aproveite também
para coletar as impressões delas sobre as experiências vividas na atividade,
destacando, assim, os desafios enfrentados pelos inventores.

Para finalizar
Diga às crianças que em outra oportunidade elas poderão construir uma ou mais invenções e convide-as
para organizar a sala, guardando os materiais utilizados e desmontando os cantos.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
A materialização das vivências e do processo inventivo experimentado é de grande valor para o grupo. Por
isso, a construção das invenções é o desdobramento natural e quase mandatório da proposta. Todavia, o grupo
poderá optar por trabalhar apenas com uma invenção. Além disso, podem ser organizadas exposições e apre-
sentações das invenções projetadas.

 Engajando as famílias
Os planejamentos podem ser expostos em um mural para que os responsáveis também participem da partilha;
pode ser deixado um espaço para comentários e sugestões para cada projeto, o que vai enriquecer ainda mais
a experiência de uma invenção coletiva.

549
32
AP

CONJUNTO

Atividades mais indicadas para crianças a partir de 5 anos

UNIDADE

EXPERIMENTOS COM
REGISTRO
As crianças são curiosas por natureza, por isso estão sempre perguntando por que as coisas
são como são. Elas aprendem sobre o mundo por meio de um movimento permanente de in-
dagar e compreender progressivamente os fenômenos. Durante a vivência das experimen-
tações variadas e instigantes, elas ativam e refinam a capacidade de fazer perguntas, de-
senvolvem o seu potencial observador e acessam novas maneiras de encontrar respostas
para questionamentos, ampliando conhecimentos. À medida que usam diversas formas de
registro, descobrem também diferentes possibilidades de expressar descobertas.
Este conjunto contém atividades para crianças pequenas e podem ser aplicadas de for-
ma que o professor desenvolva qualquer uma delas, sem obrigatoriamente desenvolver as
outras. Porém, é recomendável que sejam realizadas em conjunto, uma vez que, por meio
da ampliação e da diversificação dos materiais, dos temas e das narrativas, as crianças po-
dem aprofundar as experiências e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento pro-
postos no decorrer do processo, de acordo com a organização curricular da faixa etária.

550
Unidade: Experimentos com registro

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades


EI03CG05
em situações diversas.

Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando
EI03TS02
produções bidimensionais e tridimensionais.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em


EI03ET02
experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a natureza, seus
EI03ET03
fenômenos, sua conservação.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e Traços, sons, cores e


movimentos formas

Escuta, fala, pensamento Espaços, tempos,


e imaginação quantidades, relações e
transformações
551
Unidade: Experimentos com registro

 EI03EO02  EI03EF09  EI03ET02


OBJETOS QUE FLUTUAM
OU QUE AFUNDAM
Tempo sugerido: 1 hora e 20 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para desenvolver a atividade, separe um tempo para as crianças coletarem, na sala ou na área externa, obje-
tos diversos que serão usados no experimento. Programe a vivência para um dia de clima agradável e propício
para brincadeiras com água.

 Materiais Sugestão de leitura


• Material para registro
•  Ficha impressa que será utilizada para registro; dos experimentos. Nova
Escola. Disponível em:
•  Lápis grafite, lápis de cor e canetas hidrocor para registro pelas crianças;
https://nova-escola-
•  Uma bacia para cada pequeno grupo; producao.s3.amazonaws.
•  Garrafas de tamanhos diversos, baldinhos de plástico, potes, entre outros; com/4mVk9XYvUWd5eu2g
•  Objetos diversos para a realização do experimento (as crianças farão a wrPGq8QjYPTfZZPWHYa
coleta de alguns deles na sala e na área externa da escola). Antecipe yZxvryNbNuyTKCJqjYSj
alguns itens, como papéis, papelão, borracha, pedaços de espuma, buchas W9yky/atividade-para-
impressao-material-para-
porosas, parafusos, pedras, entre outros; registro-dos-experimentos-
•  Panos para secar os objetos após o uso; edi03-27und01.pdf. Acesso
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para em: 20 jun. 2021.
registrar a atividade.

 Espaços
Realize a atividade em dois espaços: na sala, com conversas envolvendo todo o grupo, e na área externa,
próxima a uma torneira ou mangueira, para que realizem a experimentação com objetos e água em pequenos
grupos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais as hipóteses iniciais das crianças em relação aos objetos que flutuam ou afundam? Quais
estratégias utilizam para a coleta dos objetos que vão investigar?
2. Como elas se envolvem durante a investigação? Quais são as diferentes ideias que surgem nos pe-
quenos grupos? Como reagem com a confirmação ou não das hipóteses iniciais?
3. Como interagem para o preenchimento da ficha sobre as investigações? Elas se envolvem com as
estratégias de desenho e escrita espontânea?

552
Atividade: Objetos que flutuam ou que afundam

 Para incluir todos


Possibilite que as crianças exerçam a autonomia com participação ativa no desenrolar da atividade. Esteja
atento para que sejam valorizadas diferentes ações e interesses de todas as crianças: na manifestação de ideias,
na investigação, nos registros, entre outras coisas, oferecendo apoio, se necessário.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e apresente a seguinte situação: outro dia, enquanto a fun-


cionária da limpeza da escola estava limpando a sala, você viu que ela jogava A
algumas coisas no balde com água. Conte que observou que algumas coisas Possíveis falas
afundavam e outras não. Diga que ficou pensando por que isso acontecia; do professor
ouça o que as crianças acham disso e esteja atento às hipóteses levantadas — Será que a escova
sobre o fenômeno e registre-as. A afundou? E a esponja?
— O que acontece
quando nadamos?
2 Pergunte às crianças como vocês podem descobrir mais sobre esse aspecto — O que deve acontecer
dos objetos – os que flutuam e os que não flutua; caso nenhuma ideia surja, se jogarmos uma folha
sugira a realização de experimentos. Convide-as a se reunir em pequenos de papel?
grupos para coletar os objetos que gostariam de investigar. Estabeleça que
cada pequeno grupo poderá escolher até dez objetos, para que todos possam
saber o que foi descoberto. Diga aos pequenos que depois vão experimentar,
fazer descobertas e registrá-las. Adiante então a ficha que todos utilizarão
para que tenham conhecimento da proposta investigativa.

3 Acompanhe as crianças na coleta dos objetos, observe e registre os critérios uti-


lizados para a escolha dos materiais. Disponibilize as bacias para acondicionar
os objetos conforme coletam. Diga que terão até dez minutos para a escolha
e auxilie-as no controle do tempo. Planeje parte desse tempo para a coleta de
alguns objetos na sala e depois siga para a área externa.

4 Caminhe com as crianças ao local em que farão a atividade. Tenha em mãos


os objetos a serem investigados, proponha que encham as bacias com água
e usem materiais para coletá-la (como garrafas vazias, baldinhos de plásti-
co, potes etc.). Assim que tudo estiver pronto, peça que cada pequeno grupo
mostre aos demais quais foram os objetos que escolheram. Peça também
que antecipem o que acham que vai flutuar ou afundar e o porquê. Faça suas
argumentações para que possam comprovar ou não suas hipóteses durante
o experimento. Acompanhe e registre-as.

5 Informe às crianças que elas terão 30 minutos para a etapa de investigação.


Pode ser que alguma delas não queira realizar a pesquisa. Sugira que utilize os
materiais disponíveis em outra brincadeira que a agrade. Incentive-as a explorar
os objetos de todas as formas possíveis. É importante que você não antecipe as
ações, mas que esteja atento para potencializar as possibilidades investigativas
e intervenha quando necessário.

553
Unidade: Experimentos com registro

6 Ao perceber que as crianças já finalizaram as investigações com os materiais


disponíveis, ou passados 30 minutos de realização da atividade, avise que em
cinco minutos deverão finalizar as observações e fazer o registro das investi-
gações. Ao término do tempo, fale que é necessário organizar o espaço para
voltar à sala. Caso ainda tenha sobrado água nas bacias, incentive as crianças
a utilizá-la para molhar plantas e evitar o desperdício. Vocês podem ver um
local para armazená-la, para que seja utilizada pela equipe de limpeza. Ofe-
reça panos para elas enxugarem os objetos que foram utilizados e peça para
levá-los à sala. Indique um local em que possam deixar as bacias secando.

7 Na sala, convide as crianças para se organizar em pequenos grupos. Retome


a ficha e peça para registrarem as próprias observações. Instigue a escrita
espontânea e sugira também que desenhem o experimento. Oriente-as a se
organizar nos grupos e definir os responsáveis de cada etapa do registro. In-
centive-as a conversar a fim de se lembrar dos objetos para retomar as cons-
tatações. Conte que a etapa seguinte será uma socialização das experiências
e que terão 20 minutos para esse registro.

Para finalizar
Convide as crianças para compartilhar os resultados das experimentações em uma roda de conversa.
Peça que leiam os registros, contem os resultados e, em seguida, exponham-nos em um mural coletivo ou
no varal da sala. Caso algum dos grupos tenha feito o experimento com o mesmo material, solicite que
comparem os resultados para saber se foram iguais ou diferentes e por quê. Relembre o levantamento
realizado antes do início das investigações a fim de verificar a confirmação ou não das hipóteses iniciais,
ou a necessidade de uma nova investigação para as dúvidas que não foram contempladas. Por fim, peça
aos pequenos para organizar a sala para se dirigir à próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS


Sugestão de leitura
 Desdobramentos
•Brincar com a água
e aprender na ação.
Proponha outras investigações a partir de questionamentos que podem surgir AvisaLá, jul. 2004.
Disponível em: https://
desse experimento. Incentive as crianças a buscar informações sobre o assunto avisala.org.br/index.php/
em diferentes fontes, como livros, revistas ou internet. Elas podem querer saber assunto/conhecendo-
por que certos objetos flutuam e outros não, além de refletir sobre formas e pesos, a-crianca/brincar-com-
buscando novos elementos que possibilitem outros resultados. Considere realizar a-agua-e-aprender-na-
a atividade Brincadeiras com água, do conjunto Brincadeiras com materiais de acao/. Acesso em:
20 jun. 2021.
largo alcance.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis para ver os registros que foram realizados e expostos no mural. Disponibilize uma
nova ficha para as crianças levarem para casa e, caso queiram, realizar novas investigações com os adultos.
Essas fichas podem ser trazidas para contribuir com o painel das investigações.

554
Atividade: Pesquisa sobre sombras

 EI03EF01  EI03ET03  EI03ET04


PESQUISA SOBRE SOMBRAS
Tempo sugerido: 1 hora e 15 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças, a partir de diversas fontes, realizam pesquisas sobre sombras autonomamente.

 Materiais Sugestões de vídeo



•Brincando com
•  Fontes de pesquisa organizadas em estações: sombras – Ep.
-  Estação 1: revistas, livros de pesquisa ou textos adequados à faixa etária 5 – Chapeuzinho
(textos de fontes como Recreio online ou Ciências Hoje Crianças); Vermelho.
-  Estação 2: imagens e livros que versem sobre o tema; MFShadowPlay
-  Estação 3: notebook, celular ou tablet, além de pequenos vídeos sobre o Disponível em:
https://youtu.be/
fenômeno da sombra. BOjYGzWEI8A. Acesso
•  Mesas ou tapetes e almofadas para a ambientação das estações; em: 20 jun. 2021.
•  Quadro ou cartaz para registro;
•Sombra com
•  Papel sulfite e lápis de cor para o desenho. as mãos. Olivia
Campiche. Disponível
em: https://youtu.be/
h6y2mJzIiRE. Acesso
 Espaços em: 20 jun. 2021.

Na sala, disponibilize os diversos materiais de pesquisa organizados de maneira convidativa e acolhedora


em mesas ou tapetes e almofadas, separados em estações. Escolha um local na área externa que disponha de
algum objeto fixo que as crianças possam ter como referência durante as observações (uma árvore, um poste
ou algum muro da escola, por exemplo) e que poderá ser visitada diversas vezes para as observações.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais são as hipóteses iniciais e os questionamentos das crianças em relação à sombra? Como
elas se envolvem durante a investigação com os materiais de pesquisa?
2. Que hipóteses surgem na investigação? Como se organizam para observar e registrar?
3. Como reagem com a confirmação ou não das hipóteses iniciais? Quais são as novas perguntas que
surgem a partir do que foi observado?

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizados diferentes interesses e ações de todas as crianças: seja na manifes-
tação de ideias, seja na investigação e nos registros. Ofereça o apoio necessário e favoreça a cooperação entre
elas, em especial nos momentos de deslocamento, detalhamento e descrição dos experimentos e dos resultados.

555
Unidade: Experimentos com registro

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e relembre algum momento em que o fenômeno da proje-


ção da sombra tenha sido tema do grupo, como em brincadeiras de pega-pe- A
ga ou teatro de sombras. Instigue-as a falar sobre o fenômeno. Registre as Possíveis falas
falas iniciais e os questionamentos sobre o tema no quadro ou em um cartaz. do professor
Mostre que você organizou estações de pesquisa com diversos materiais para — O que é a sombra?
que aprendam mais sobre as sombras. Sugira que se reúnam em pequenos — Onde podemos
grupos e circulem entre os cantos. Possibilite que investiguem as diferentes observá-la? Ela está
fontes ou permaneçam em um mesmo canto, combinando de conhecer os sempre no mesmo lugar?
Do mesmo jeito?
demais espaços em outro dia. A

Diga para as crianças que podem assistir aos vídeos, manipular as imagens B
2
e pesquisar nos textos e livros disponibilizados nas estações. Conte que te- Possíveis falas
rão 20 minutos para essa etapa e que depois compartilharão as descobertas do professor
com todo o grupo. Auxilie no controle do tempo. Esteja atento às interações — Vocês repararam que
das crianças com os materiais nos pequenos grupos: como os dividem, quais essa sombra é diferente
hipóteses e argumentações surgem diante de um texto ou uma imagem, as da outra? No que elas
se diferem?
trocas de materiais que realizam, entre outros. Além de observá-las, ofereça — Ah, uma é mais
apoios necessários e faça também questionamentos que instiguem o olhar e comprida do que a outra.
a curiosidade delas. B Por que será que isso
acontece?
É importante que você não se antecipe, mas que esteja disponível caso al- — Vocês perceberam
3 que algumas sombras
guma criança solicite, percebendo as necessidades de cada pequeno grupo
são mais escuras e
(aqueles que optaram pelos textos podem requerer auxílio maior na leitura, outras mais claras? O
enquanto os que estão utilizando vídeos talvez precisem de ajuda quanto ao que será que faz isso
uso da tecnologia ou para compartilhar os materiais). Proponha que na pró- acontecer?
xima etapa as crianças selecionem algum material das fontes de pesquisa e
compartilhem o que observaram todo o grupo. Retome os registros iniciais e
auxilie-as na busca de informações com os materiais disponibilizados. Faltan-
do cinco minutos para o término dessa etapa, avise que elas precisam finali-
zá-la. Terminado o tempo, peça para selecionarem o que vão compartilhar e C
guardarem os demais materiais nos cantos em que estavam. Possíveis falas
do professor
4 Em roda, convide as crianças para mostrar os materiais selecionados e so- — Como aparecem as
cializar o que aprenderam. Registre essas novas considerações e proponha sombras que vocês viram
outras problematizações. Favoreça o diálogo e a argumentação das hipóte- nas imagens das árvores
ses, perguntando às crianças o que elas podem fazer para confirmar algumas e das casas?
— Será que temos
dessas descobertas. Registre as diversas ideias que podem surgir. Sugira que
sombra todos os dias? O
se dirijam à área externa para observar se encontram alguma sombra e que dia todo?
façam registros a partir do que vão observar lá. C

5 Peça o auxílio das crianças para levar papel e lápis de cor para os registros e
dirija-se com todo o grupo até um local com sol na área externa. Convide-as
para caminhar em busca de sombras e provoque reflexões por meio de ques-
tionamentos. Chame a atenção delas para a posição do sol no céu ou a quanti-
dade de nuvens. Oriente-as a observar como estão as sombras nesse espaço e
apontar principalmente objetos fixos como referência: uma árvore, um poste ou

556
Atividade: Pesquisa sobre sombras

um muro. Sugira que se posicionem confortavelmente para fazer um desenho D


das sombras que observam. Diga que terão dez minutos para isso. Auxilie os Possíveis falas
pequenos no controle do tempo a fim de que se programem. Caso algum deles do professor
não se interesse pelo registro da observação em si, convide-o para fazer outra — O que acontece com
composição que o agrade. D nossa sombra quando
andamos?
6 Retorne com as crianças mais vezes ao mesmo local durante o dia para obser- — Será que há sombras
var o que mudou. É interessante dar um tempo de intervalo para observarem a que não estão se
movendo? Por quê?
mudança de direção das sombras a partir de uma nova posição do sol ou uma
área que estava exposta ao sol e que, agora, está com sombra. Estimule-as a
contar sobre as mudanças que observam e oriente-as a fazer um novo registro.

Para finalizar
Ao término do último registro, convide as crianças para uma nova roda de conversa. Peça que falem
sobre as observações que fizeram ao longo do dia. É importante que tenham em mãos todos os regis-
tros que foram feitos para compará-los. Leia para elas novamente as hipóteses levantadas no início e as
considerações feitas a partir das fontes de pesquisa. Incentive-as a compará-las com o que descobriram
nas observações com o apoio dos registros. Aproveite para conversar sobre o que acharam do processo
investigativo, se há alguma outra coisa que queiram saber sobre as sombras e quais outras experiências
podem realizar para descobrir mais sobre o assunto. Registre as novas sugestões para que possam reali-
zá-las em outro momento. Após a conclusão da conversa, organize o espaço com os pequenos e siga para
a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS


Sugestão de leitura

•Entre as sombras e
 Desdobramentos as luzes: um contraste
que diverte e ensina.
Possibilite outros momentos de investigação como esse para que busquem infor- AvisaLá, abr. 2004.
mações em outras fontes ou revisitem materiais que já analisaram, agora com outro Disponível em:
https://avisala.org.br/
olhar. Vocês podem realizar outros experimentos, como acompanhar a sombra de
index.php/assunto/
um mesmo objeto, riscando-a com giz no chão ao longo de um dia inteiro; fazer um tempo-didadico/
teatro de sombras; experimentar com lanternas etc. Você encontra inspirações entre-as-sombras-e-
na atividade Brincando com sombras, do conjunto Faz de conta, e na atividade as-luzesum-contraste-
Dançando com a água, do conjunto Corpo, movimento e dança. que-diverte-e-ensina/.
Acesso em:
20 jun. 2021.
 Engajando as famílias
Comunique aos responsáveis as descobertas que fizeram. Seja o escriba de um texto coletivo que os convide
a pesquisar mais ou a realizar alguns experimentos em casa e exponha os registros que foram feitos em um
painel. Elabore pequenos textos com as crianças por meio da escrita espontânea ou texto ditado por você que
narrem o processo investigativo para os adultos.

557
Unidade: Experimentos com registro

 EI03CG05  EI03TS02  EI03ET02


EXPERIMENTOS COM TERRA,
AREIA, ARGILA E ÁGUA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças utilizam elementos da natureza para criar esculturas, percebendo as transformações
que ocorrem com as misturas.

 Materiais
•  Imagens de esculturas feitas em diferentes materiais (pedra, madeira, barro, areia, entre outros);
•  Terra e areia para que os trios possam coletá-las, de acordo com a disponibilidade da escola;
•  Argila em quantidade suficiente para exploração, manuseio e construção;
•  Recipientes grandes, como baldes e bacias, para coleta e disponibilização de terra, areia e argila;
•  Garrafas ou jarras plásticas para coleta de água;
•  Baldinhos, forminhas para areia, potes, palitos, peneiras etc.;
•  Folhas, gravetos e pedrinhas podem ser buscados pelas próprias crianças na área da brincadeira;
•  Suportes para a produção (pratos, vasilhas, tábuas de madeira, tampas de pote etc.);
•  Cartolina e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Um cavalete para fixar a cartolina, se possível;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade deve ser realizada em uma área externa, próxima a uma fonte de água, a um tanque de areia e
canteiros com terra onde as crianças possam coletar e utilizar livremente os materiais. Caso não seja possível,
disponibilize a areia e a terra em bacias e, a água, em recipientes. Coloque o cavalete com a cartolina fixada
próximo ao local. A sala deve estar preparada para a roda de conversa inicial e para receber as esculturas,
organizadas de preferência em um móvel na altura dos pequenos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à diversidade de materiais? Que hipóteses trazem sobre sua utilização?
2. Como se relacionam com as diferenças dos materiais e com as transformações observadas durante
a experimentação? Que comentários fazem a respeito das investigações?
3. O que elas relatam sobre a produção das esculturas e diante delas prontas? Que relações fazem com
as hipóteses iniciais sobre como utilizam os elementos naturais para as criações?

558
Atividade: Experimentos com terra, areia, argila e água

 Para incluir todos


Atente-se para que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de todas as crianças, seja interagindo
com os materiais, nas trocas entre os pares, na manifestação de descobertas, sentimentos e impressões. Ofereça
os recursos necessários para que isso aconteça e respeite aquelas que não quiserem se envolver.

O QUE FAZER DURANTE

1 Na sala, reúna as crianças e pergunte se alguém já viu uma escultura, se


sabem o que é e do que pode ser feita. Para fomentar a conversa, disponibi-
lize imagens e aproveite vivências anteriores para rememorar. Compartilhe
a ideia de fazer uma escultura utilizando elementos da natureza disponíveis
na escola. Conte que você já organizou, na área externa, alguns materiais e
instigue-as a levantar hipóteses sobre o que podem encontrar lá. Combine
que se dividirão em trios para a confecção das esculturas, mas não se opo-
nha se alguma criança preferir elaborar sua construção sozinha ou em dupla. A
Possível fala
2 Dirijam-se até o local da atividade, transitem pelo espaço para ver o que en- do professor
contram e peça aos pequenos que pensem nas possibilidades de esculturas — Como os materiais
que podem fazer, bem como nos elementos e objetos que querem utilizar. Após poderão se transformar
essas explorações, façam uma parada e conversem sobre as possibilidades de em uma escultura?
criação das esculturas. Registre as hipóteses levantadas. A

3 Combine que cada trio pode realizar uma, duas ou até três esculturas e su-
gira que se planejem: se cada criança vai utilizar exclusivamente um mate-
rial para produzir algo, se vão misturar os materiais, se produzirão juntas as
obras etc. Apresente os materiais e suas funções. Esteja atento às interações
e descobertas das crianças, bem como às reações relacionadas aos materiais
oferecidos, como se dão as coletas, as escolhas e as primeiras experimen-
tações. Observe e apoie as iniciativas delas, enriqueça as investigações na
produção das esculturas e traga elementos que ampliem as possibilidades de
interação com os materiais. Aproveite para registrar na cartolina impressões
do contato com esses elementos. Faça perguntas que as instiguem a pensar
sobre cores, texturas, cheiros, sensações térmicas.

4 Incentive que as crianças investiguem, levantem hipóteses, explorem e façam


descobertas, de forma que observem semelhanças e diferenças dos materiais e
o que acontece quando adicionam água ou misturam elementos, como argila e
areia. Lembre-se de que o objetivo não é apenas o de criar uma escultura, mas
investigar as possibilidades a partir das ações sobre os materiais disponíveis.

5
4 Passados 25 minutos do início da atividade, informe que em cinco minutos os
grupos deverão finalizar as esculturas e transportá-las até a sala para secar.
Terminado o tempo, combine para que deixem a escultura por um momento
enquanto organizam os materiais nos locais indicados. Peça que devolvam
a areia e a terra que sobraram aos locais de origem e deem um destino ade-
quado à água, como regar as plantas. Peça ainda que armazenem a argila de

559
Unidade: Experimentos com registro

uma forma que ela não seque. Auxilie os trios a transportar as esculturas com
cuidado até a sala e leve a cartolina. Peça ajuda às crianças para encontrar
um local em que as esculturas possam permanecer durante alguns dias e que
vocês possam observá-las até secar sem correr o risco de quebrar acidental-
mente. Por fim, oriente as crianças a se dirigir ao banheiro para lavar as mãos.

Para finalizar
Converse com as crianças sobre como foi a experiência. Evite antecipar as falas e respeite aquelas que
não quiserem participar. Leia para elas o que foi registrado e as primeiras ideias sobre como fariam as es-
culturas. Possibilite que manifestem novas impressões e descobertas a partir das transformações observa-
das nos materiais durante a vivência. Pergunte se já viram o que acontece com a areia, a argila e a terra
depois que secam e o que acham que vai acontecer com as esculturas. Registre essas hipóteses, podendo
confrontá-las assim que secar. Veja o que mais precisa ser organizado na sala para que se dirijam à pró-
xima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Em outros momentos, convide os pequenos a pensar em nomes para suas obras, registrando em etiquetas
por meio de escrita espontânea ou com sua ajuda como escriba. Favoreça a observação das esculturas até que
sequem completamente, ampliando os registros já iniciados e confrontando-os. Depois, reúna-se novamente com
a turma para conversar a partir das hipóteses registradas e sobre o que foi observado. Os registros realizados
durante a atividade também podem trazer possibilidades de reflexões sobre as experimentações. Quando as
imagens forem visualizadas, oportunize momentos de pesquisa em materiais diversos para buscar respostas
aos questionamentos das crianças. Você encontra ainda outras inspirações para experiências com elementos
da natureza no conjunto Arte e natureza.

 Engajando as famílias
Organize com as crianças uma exposição das esculturas, convidando os responsáveis para que as vejam em
algum momento de saída da turma. Os registros podem compor essa exposição, fixados como uma linha do
tempo em que seja possível observar os diferentes estados e as transformações dos materiais utilizados. Favo-
reça que os pequenos contem aos adultos sobre as experimentações e o processo de produção da escultura.

560
Atividade: Experimentos de equilíbrio com materiais de largo alcance

 EI03CG05  EI03ET02  EI03ET04


EXPERIMENTOS DE
EQUILÍBRIO COM MATERIAIS
DE LARGO ALCANCE
Tempo sugerido: 50 minutos

O QUE FAZER ANTES Sugestões de leitura



•Matemática mão
 Contextos prévios na massa. Ensinando
Matemática, set.
2018. Disponível
Os fenômenos físicos, como o equilíbrio e a atuação da força da gravidade, chamam em: http://www.
a atenção das crianças e são ricos em possibilidades de exploração. Pesquise antecipa- ensinandomatematica.
damente materiais que falem sobre o interesse delas por explorar, investigar e conhecer com/matematica-mao-
mais sobre o mundo que as cerca para favorecer de maneira lúdica essas investigações. na-massa/. Acesso em:
20 jun. 2021.

•Ambientes lúdicos
2 – materiais da
 Materiais indústria têxtil. Caleido.
Disponível em: http://
•  Materiais de largo alcance, como blocos de madeira, cilindros, pratinhos www.caleido.com.br/
uploads/2/2/8/0/22809
de diferentes diâmetros e espessuras, potes e copos plásticos de
50/ambiente_l%C3%B
diferentes tamanhos, latas etc.; Adico_2__materiais_
•  Papel e lápis de cor para os desenhos; da_ind%C3%BAstria_t%
•  Prancheta ou papelão para apoiar os desenhos; C3%AAxtil_caleidosc%
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade. C3%B3pio_15_anos.pdf.
Acesso em:
20 jun. 2021.

 Espaços
Em um local amplo e livre de móveis, prepare diferentes cantos com materiais de largo alcance. É interessante
que a atividade seja realizada em duplas. O registro será feito em folhas de papel sobre a prancheta ou um
papelão e em frente ao colega que está construindo. Preveja também um local para uma roda com todo o grupo
para que manifestem impressões e descobertas sobre a experiência e socializem os desenhos.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças manuseiam os objetos? Planejam ou testam diferentes hipóteses a partir de


construções que caíram? Observam peças que podem servir melhor para suas necessidades?
2. Como resolvem o problema de uma construção com equilíbrio? Quais percepções que demonstram ao
acrescentar novos objetos ou reconstruir com outras peças buscando o equilíbrio?
3. Que estratégias utilizam durante o registro do desenho? Buscam ser fiéis ao retratar os objetos?

561
Unidade: Experimentos com registro

 Para incluir todos


Valorize as diferentes ações e interesses dos pequenos: a curiosidade durante as escolhas e as investigações
com os materiais, as hipóteses testadas, as narrativas que surgem etc. Ofereça o apoio necessário e favoreça
a cooperação entre eles. Considere outras alternativas para quem não quiser participar.

O QUE FAZER DURANTE

1 Antes de entrar no espaço, diga às crianças que você organizou o local para
elas brincarem de equilibristas. Instigue-as a levantar hipóteses sobre o que A
vão encontrar lá. Potencialize as reflexões com alguns questionamentos. Em Possíveis falas
seguida, convide-as para se organizar em duplas. Conte que a ideia é criar do professor
construções que se equilibrem. Diga que elas poderão usar os diferentes ma- — Alguém já viu um
teriais que estarão disponíveis. Avise que, nos primeiros 15 minutos, um dos equilibrista?
integrantes da dupla vai brincar enquanto o outro registra as descobertas — O que ele faz?
Que coisas ele usa?
por meio de desenho e escrita espontânea: quais construções se mantiveram
— Vocês já brincaram
firmes, onde cada objeto foi colocado, se foi necessária alguma modificação de equilibrar coisas?
na construção etc. Depois será a vez do outro construir. A

2 Com certo suspense, convide-as para que passeiem pelo espaço e conheçam
os materiais disponíveis nos cantos. Peça que descrevam o que observam, se
as hipóteses se confirmaram ou não, se existem objetos do mesmo tipo em
todos os cantos ou se há materiais diferentes. Dessa forma, as crianças pen-
sarão em possibilidades de exploração e de equilíbrio. Observe como se dão
as escolhas nas duplas: se decidem juntas ou se cada uma demonstra indi-
vidualmente as preferências sem conversar com a outra. Oriente-as a decidir B
quem vai brincar primeiro e quem iniciará com o desenho e como será feito o
Possíveis falas
registro. Diga para começarem a brincar ao finalizar os combinados. do professor

Caso uma dupla precise de algum item que já está sendo utilizado, incentive — Por que pegam pratos
3 maiores do que alguns
o diálogo e as trocas entre as crianças. Interaja e traga elementos que am- potes?
pliem e questionem as interações com os objetos, bem como as possibilida- — Por que preferem usar
des associativas entre os materiais. Tenha o cuidado de não se antecipar às um cilindro mais grosso
iniciativas das crianças ou dirigir as ações delas. Converse sobre as hipóteses do que um mais fino na
que as crianças expressam nas escolhas durante a experimentação e registre estrutura da construção?
o momento. B
C
Observe as investigações que as crianças realizam em cada uma das duplas. Possível fala
4 do professor
Pode ser que algumas utilizem materiais apenas de um mesmo tipo, enquanto
outras optam por misturar materiais diferentes. Problematize as escolhas e — Essa torre que você
pergunte sempre sobre as ações, assim a criança organiza o pensamento e construiu havia ficado
bem grande! Por que
projeta novas hipóteses. Sugira o uso de outros materiais ou que aumentem
será que ela caiu? O que
a quantidade, elevando o grau do desafio. Incentive o colega que registra a fazer para que ela fique
também manifestar a própria opinião. Registre com fotos as construções fei- em pé? Tem algum outro
tas para que todas tenham a oportunidade de conhecer as obras dos colegas objeto que pode ajudar
posteriormente. C com isso?

562
Atividade: Experimentos de equilíbrio com materiais de largo alcance

Preste atenção se a criança que está registrando busca representar as ações D


5
do colega, se procura retratar exatamente os objetos e as quantidades ou se Possível fala
faz algum desenho com menos detalhes. Incentive que o colega que está cons- das crianças
truindo veja o desenho e opine se está de acordo ou se há algum elemento — Consegui equilibrar
importante que não foi considerado. Além da interação, a criança elabora o cinco potes porque
pensamento lógico, confronta as hipóteses do colega e fica atenta à forma coloquei os maiores
resultante da construção e à ação desenvolvida pelo outro. D embaixo e você
desenhou o maior em
cima. Assim não daria
6 Auxilie as crianças no controle do tempo para que os dois componentes da certo.
dupla brinquem e realizem o registro antes da reunião de todo o grupo. Sina-
lize quando faltar cinco minutos para que cada um encerre o próprio trabalho
e troque de lugar. Assim que ambos da dupla tiverem brincado e registrado,
avise que em cinco minutos vocês precisam concluir a atividade para se reunir
em roda. Por fim, comente que chegou o momento de desmontar as constru-
ções. Peça que guardem os materiais e se organizem em roda para compar-
tilhar as descobertas feitas.

Para finalizar
Já em roda, convide as crianças para conversar sobre a experiência de brincar de equilibrista com os ma-
teriais disponíveis. Instigue-as a contar como se sentiram durante a brincadeira. Respeite quem não quiser
falar. Possibilite que elas socializem os desenhos e peça que comentem sobre dificuldades, estratégias e
percepções que tiveram na vivência. Finalizada a conversa, convide-as para ver o que precisa ser organi-
zado na sala para poder se dirigir à próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Favoreça novas construções propondo que as crianças troquem os desenhos entre as duplas e produzam as
construções registradas pelos colegas. Outra possibilidade é pedir que façam um novo desenho das constru-
ções feitas como se elas existissem no mundo real, relacionando suas formas com construções de uma cidade.

 Engajando as famílias
Sugira que cada um leve o desenho que fez para contar para os responsáveis sobre a proposta e convidá-
-los a buscar juntos outros materiais para construir algo parecido com o que foi desenhado. Com isso, terão a
oportunidade de realizar o processo inverso: o registro servirá como “manual de instruções” para uma nova
construção. As fotos podem ser utilizadas com o mesmo intuito.

563
Unidade: Experimentos com registro

 EI03EO02  EI03EF09  EI03ET04


CRIAÇÃO DE MAPA DE UM
TRAJETO CONHECIDO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças elaboram um mapa para auxiliar os colegas novos a irem da sala até o parque.

 Materiais
•  Papel sulfite A3 (ou outro papel cortado nesse mesmo formato);
•  Materiais riscantes diversos (lápis de cor, lápis grafite, giz de cera e caneta hidrocor);
•  Exemplos de mapas para crianças (podem ser de locais que visitaram, como parques, museus, entre outros);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
A atividade vai ocorrer em mais de um espaço. Inicia-se na sala com a apresentação da proposta e, em seguida,
vocês percorrerão o trajeto da sala até o parque ou outro espaço que seja favorável como ponto de referência
para a construção dos mapas. Por fim, farão uma roda de conversa em um local agradável.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças interagem nos grupos e apresentam as hipóteses? Como ocorrem as discussões
e as decisões do grupo diante das diferentes sugestões de trajetos e formas de registro?
2. Como utilizam a língua escrita em seus registros? Indicam elementos do local, sinalizações, legen-
das? Como articulam as diferentes hipóteses de escrita do grupo durante o registro do mapa?
3. Quais comparações estabelecem entre o que registraram e o que observam durante a realização do
trajeto? Quais novos elementos foram acrescentados no registro?

 Para incluir todos


Esteja atento para que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de todas as crianças. Ofereça o apoio
necessário, favorecendo a cooperação entre elas, em especial nos momentos de deslocamento, detalhamento e
descrição das observações realizadas. Considere outras alternativas para quem não quiser se envolver na proposta.

564
Atividade: Criação de mapa de um trajeto conhecido

O QUE FAZER DURANTE

1 Em roda, diga que sempre temos crianças novas na escola e uma das dificul- A
dades desses novos colegas pode ser se localizar no novo ambiente; fale que, Possíveis falas
no entanto, se a escola tivesse um mapa, poderia ser diferente. Instigue-as a do professor
expor hipóteses e experiências prévias com esse recurso. Apresente os ma- — Vocês já viram alguém
pas que você trouxe de exemplo para que tenham contato com o material. utilizando um mapa?
Ao circular os mapas entre elas, instigue-as a observar e comentar sobre as — Já visitaram algum
características deles. A lugar que dispõe desse
recurso?
— O que será que este
2 Apresente a ideia de elaborar um mapa da sala até o parque e, para isso, su- mapa está mostrando? O
gira que relembrem o trajeto juntos. Peça às crianças que narrem os locais e que vocês observam no
os pontos de referência pelos quais passam para chegar até lá. Caso exista caminho?
mais de um caminho possível, vocês podem relembrá-los, mas oriente-os a — De onde podemos sair
decidir por, no máximo, dois trajetos. e para onde podemos ir
usando este mapa?

3 Peça que se reúnam em trios ou duplas, a fim de proporcionar uma reflexão


coletiva no decorrer da atividade. Assim que a turma se reunir, ofereça as fo-
lhas de papel A3 e materiais riscantes para que possam utilizar no registro B
dos trajetos. Diga que precisam conversar com o colega para decidir o que
Possíveis falas
vão representar no papel. Adiante que, em um segundo momento, vocês per- do professor
correrão os trajetos para conferir se as informações do mapa os fazem chegar
— Quando saímos
até o parque, se apresentam os elementos e locais que há pelo caminho ou se da sala para ir ao
será necessário fazer acréscimos e correções. Informe que terão 15 minutos parque, onde passamos
para essa primeira etapa. primeiro?
— O que encontramos
Observe com atenção como se dão os diálogos e os registros das crianças neste caminho? Como
4 podemos representar
nesse momento. Observe se há algum desacordo em relação ao trajeto e isso no mapa que estão
como resolvem isso, entre outras percepções. Pode ser que solicitem seu au- fazendo?
xílio para escrever alguma palavra ou um pequeno texto no mapa. Incentive — O desenho do trajeto
que façam tentativas de registrar essas palavras a partir de outras que já co- está ficando muito
nhecem e construam novas hipóteses a partir da escrita espontânea e da ar- grande para a folha?
Como resolver isso?
gumentação de ideias. Caso as crianças peçam que você as ajude a construir
Você precisa de outro
o trajeto, tenha o cuidado de não fornecer as respostas, mas faça perguntas papel?
que as ajudem a refletir sobre o caminho. B

5 Terminado o tempo proposto, percorra com as crianças o trajeto registrado e


observem se os elementos que encontram pelo caminho estão presentes ou
se serão necessários acréscimos e correções. Sugira que levem os riscantes
e um apoio caso precisem alterar algo. Caso exista mais de um trajeto a ser C
percorrido, combine com elas em qual vocês vão primeiro e o tempo que terão Possível fala
para se dedicar à observação. Convide a turma para utilizar os mapas com a das crianças
finalidade de descobrir se conseguem chegar ao parque a partir deles. Sugi- — Nunca havia reparado
ra que se mantenham próximos, nos trios e duplas, para que acompanhem, que passava em frente
revejam e completem os registros. Oriente-as a comparar se as informações da copa dos funcionários
para ir ao parque.
registradas estão de acordo com o que estão vivenciando. Fique atento às
Preciso acrescentar isso
observações e manifestações das crianças em relação ao registro dos ele- no mapa.
mentos que compõem o trajeto e podem não ter sido notados a princípio. C

565
Unidade: Experimentos com registro

Para finalizar
Ao chegar ao parque, peça a ajuda dos pequenos para encontrar um local agradável no qual todo o
grupo possa se reunir e compartilhar como foi a experiência. Instigue as crianças a se manifestar: como foi
a investigação, se conseguiram elaborar mapas que as trouxessem ao parque, quais descobertas fizeram,
se algo ficou faltando e acrescentaram depois ou se precisaram corrigir alguma parte do registro. Pergunte
também o que acharam da proposta. Acolha e valorize as expressões delas, mas respeite aquelas que não
quiserem se manifestar. Após a conversa, indique um local para guardarem com segurança os registros e
quaisquer materiais que possam ter utilizado. Convide-as para brincar no parque.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Possibilite outras propostas a partir dos registros que foram feitos. Caso a escola tenha disponível, reproduza
algumas cópias da planta do local para que as crianças possam compará-las aos próprios mapas, observando os
elementos que estão presentes nela, mas não nos registros e vice-versa. Vocês também podem ampliar o trajeto
dos mapas acrescentando o caminho da entrada até a sala, por exemplo. Outra possibilidade é desenvolver a
atividade Ler para se orientar, do conjunto Ler para aprender, em que os pequenos poderão vivenciar outra
experiência de orientação nos trajetos até o parque.

 Engajando as famílias
Disponibilize cópias dos mapas para que as crianças levem para casa e convidem os responsáveis a percorrer
com elas o trajeto, seguindo o mapa nos momentos de entrada ou saída. Você também pode propor aos adultos
que escolham um local e produzam um mapa (por exemplo: do quarto até a cozinha, da casa à padaria, da
escola à casa) para compartilhar com restante da turma.

566
33
SA

CONJUNTO

Indicado para crianças a partir de 5 anos

SEQUÊNCIA

MEDIDAS
Em grande parte das experiências cotidianas as medidas estão presentes, o que favo-
rece o contato das crianças com essa temática desde cedo. Esses conhecimentos e expe-
riências, adquiridos no âmbito da convivência social, favorecem a proposição de situa-
ções que despertem a curiosidade e o interesse dos pequenos para continuar a aprender
mais sobre as medidas, fazendo comparações, estabelecendo relações e ampliando o vo-
cabulário e o repertório deles progressivamente.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas. As atividades propõem uma
consequente ampliação de desafios por meio da inter-relação umas com as outras, no
que tange às discussões e aos recursos utilizados para o aprofundamento dos objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento.

567
Sequência: Medidas

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas


EI03EO02
conquistas e limitações.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças
EI03EO07
e adultos.

Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita
EI03EF01
(escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

EI03ET01 Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.

Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro


EI03ET04
por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

EI03ET05 Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

Relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em


EI03ET07
uma sequência

 Campos de experiências

O eu, o outro e o Escuta, fala, Espaços, tempos,


nós pensamento e quantidades, relações
imaginação e transformações

568
Atividade: Conversa sobre o tempo

 EI03EO04  EI03EF01
CONVERSA SOBRE O TEMPO
Tempo sugerido: 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Preveja para a atividade um conteúdo que traga a temática do tempo como ideia Sugestões de leitura
central. tempo. Autor
•O
e ilustrador: Ivo
Minkovicius.
 Materiais (Cultura, 2009).
relógio. Autor:
•O
Vinícius de Moraes.
•  Um portador textual para o encadeamento da atividade que tenha como Disponível em: http://
tema o tempo; www.viniciusdemoraes.
•  Tapetes emborrachados, almofadas ou pufes, se possível; com.br/pt-br/poesia/
poesias-avulsas/o-
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para
relogio. Acesso em:
registrar a atividade. 27 jul. 2021.

•Vovô. Versão de
Palavra Cantada.
 Espaços Artistas: Paulo Tatit
e Edith Derdyk.
Disponível em: http://
Planeje que a atividade acontecerá com todo o grupo reunido em roda, em um palavracantada.com.br/
lugar confortável, para a escuta e a conversa sobre o texto. Considere a disposição musica/vovo/. Acesso
de tapetes emborrachados, almofadas ou pufes, de modo a oferecer características em: 27 jul. 2021.
mais aconchegantes e convidativas à escuta da história. Caso tenha feito a escolha tempo. Houdelier.
•O
de um poema ou uma música, organize a escrita do texto em um cartaz, considerando Disponível em: https://
houdelier.com/album_
um tamanho em que seja possível ao grupo estabelecer contato visual com o texto.
parlendas_brasileiras/
otempoperguntou
protempo.html. Acesso
em: 27 jul. 2021.
 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais relações as crianças fazem ao entrar em contato com o texto? Comparam com o cotidiano?
Citam instrumentos e formas de medição do tempo, como ponte ao que foi lido?
2. Que hipóteses levantam em relação aos questionamentos das formas subjetivas de vivenciar o tempo?
Que questionamentos fazem?
3. Como o grupo se posiciona diante de pontos e contrapontos que permeiam o diálogo?

569
Sequência: Medidas

 Para incluir todos


Atente-se para acolher as diversas formas de participação do grupo, orais e não orais, observando olhares,
gestos e expressões corporais. Atue de forma que as crianças que preferem não se expressar de forma verbal
estejam sendo consideradas por você e pela turma.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodar no espaço que preparou. Con- A


te que trouxe um texto para que conheçam e depois conversem sobre Possível fala das crianças
ele. Inicie contando o título e a autoria do texto, com o intuito de já es-
— Minha mãe sempre fala: “Eu
tabelecer reflexões que convidem à investigação e tragam uma refle- não tenho tempo, menina!”,
xão sobre o tema do tempo. Sonde por meio de perguntas as primeiras “Vamos, senão não vai dar
impressões relacionadas à palavra “tempo”. Estimule a conversa de tempo”.
tal forma que todos sintam vontade de participar. Observe as diversas
expressões dos pequenos, de modo a ampliar e fortalecer as primeiras
teorias que aparecerem. A B B
Possíveis falas do professor
2 Após a conversa, leia a história que escolheu. Atente-se para o fato de — Quando sua mãe fala que
que, como você representa um modelo de leitor para as crianças, é ne- não tem tempo, o que ela
cessário que sua leitura seja apresentada de acordo com a linguagem está fazendo? O que você está
que o texto sugere. Sendo assim, considere pausas, ritmos e entonações querendo fazer, quando ela
fala que não dá porque não
presentes na obra. tem tempo?
— Vocês já ficaram sem
3 Ao concluir a leitura, promova um novo diálogo, investigando quais no- tempo? Como isso acontece?
vos pensamentos sobre o tema do tempo a narrativa oportunizou. Con-
sidere que os diálogos infantis ultrapassam a expressão verbal e que os
pequenos possuem múltiplas formas de expressar impressões. Acolha C
as falas da turma e demonstre que as diferentes expressões são ouvi- Possíveis falas do professor
das, consideradas e interpretadas, fazendo parte do diálogo proposto. — Existe algum objeto que
Considere anotar hipóteses e teorias iniciais que as crianças revelam podemos colocar em nosso
sobre o tempo, a fim de aprofundar as investigações do grupo e de pau- pulso que esteja relacionado
tar o seu próximo planejamento a partir de escutas e interpretações que ao tempo?
esses registros proporcionam. C — Alguém sabe me dizer o que
uma pessoa busca ao olhar
para o pulso?
4 Diga que histórias e lembranças contam o tempo dentro da gente e con-
verse com as crianças sobre o que pensam sobre lembranças e passa-
gem do tempo percebida por elas. Considere perguntas que convidem D
ao retorno de lembranças, podendo contextualizar a fase em que eram Possíveis falas do professor
bebês, por exemplo. D
— Do que se lembram de
quando eram bebês? Que
Para finalizar roupas vestiam? Do que
Ao observar que as hipóteses do diálogo se esgotaram, considere, ain- brincavam? Isso faz muito
da, levantar os sentimentos do tempo vivido, perguntando se o tempo de tempo?
conversa sobre a história foi rápido ou lento e por quê. Após a conver- — Como medimos esse
sa, diga que vocês investigarão mais sobre o tempo ao longo de outras tempo que passou? Quais
instrumentos usamos?
vivências e convide a turma para vivenciar a próxima atividade do dia.

570
Atividade: Conversa sobre o tempo

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Convide as crianças e seus responsáveis para confeccionar uma linha do tempo até o momento atual da vida
de cada uma. Anote em um suporte os momentos de vida e as marcas temporais significativas vivenciadas por
elas, como nascimento, primeiro aniversário, entrada na escola, primeiro corte de cabelo, entre outros momentos
marcantes que revelam mudanças, marcas afetivas e histórias que ocorrem ao longo do tempo. Mostre tam-
bém maneiras de marcar o tempo, a partir de instrumentos como calendário, cronômetro, relógio, ampulheta,
agenda, entre outros.

 Engajando as famílias
Escreva um comunicado contando aos responsáveis que vocês iniciaram uma investigação sobre formas de
medir o tempo. Peça que enviem objetos e curiosidades para auxiliar nas investigações sobre a temática.

571
Sequência: Medidas

 EI03EF01  EI03ET01
MEDINDO O TEMPO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Na atividade, as crianças participam de uma exposição com imagens e objetos usados para aferir o tempo.

 Materiais
•  Imagens para ilustrar as diversas maneiras que o ser humano buscou para marcar a passagem do tempo, como
relógio de areia (ampulheta), relógio de sol, relógio de água (clepsidra), relógio de vela, as fases da lua;
•  Itens como ampulheta, relógio de ponteiro, relógio de pulso, relógio digital, calendário etc.;
•  Duas velas comuns em tamanhos iguais;
•  Suporte para fixar a vela, como tampa ou pratinho;
•  Quatro canetas hidrocor de cores diferentes;
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Organize no espaço uma mostra dos materiais e imagens que separou para a atividade, de preferência em uma
área externa. Considere um formato de exposição em que as imagens e os objetos fiquem disponíveis em mesas,
cubos expositores ou caixotes de feira. Considere a necessidade de escolher um ambiente amplo, tendo em
vista a circulação do grupo para a apreciação e a organização em roda para uma conversa acerca do apreciado.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais relações as crianças fazem quando entram em contato com as imagens e os objetos dispos-
tos? Comparam com o cotidiano? Associam os instrumentos e suas propriedades às funções relati-
vas quanto à marcação de tempo?
2. Que fatos curiosos e inusitados elas trazem durante a apreciação? Quais relações desses fatos se
conectam com o contexto da proposta?
3. Como o grupo se posiciona diante dos pontos e contrapontos que permearam o diálogo?

 Para incluir todos


Cuide para que todos participem e expressem suas impressões; estimule-os a conversar entre si, comparti-
lhando o que estão vendo. Se alguma criança não se sentir à vontade para expor a própria opinião, respeite
essa opção e observe a interação dela com os colegas, as expressões faciais e os gestos enquanto aprecia o
material exposto.
572
Atividade: Medindo o tempo

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e conte que você preparou uma visita a uma exposição,
organizada na área externa, que conta um pouco sobre quais meios o ser
humano encontrou para marcar o tempo ao longo da história. Faça combi-
nados com as crianças para realizar a visita à exposição e diga que ao longo
da apreciação elas podem conversar com os pares, a fim de trocar ideias e
contar o que sentem ou veem nas relações que estabelecem ao apreciar as
imagens e os objetos. Acolha as ideias delas para a composição dos acordos,
considerando aquelas que sejam inusitadas, tais como observar tampando o
olho, tocar os instrumentos para ver o outro lado, olhar de pertinho e de lon-
ge. Terminando os acordos, convide-as para iniciar a visita.

2 Enquanto as crianças apreciam a exposição, circule pelo grupo, a fim de es-


cutar as expressões que revelam ao contemplarem as imagens e os objetos.
Faça registros fotográficos e escritos das relações estabelecidas no grupo.
Atente-se às diversas expressões que as crianças podem trazer, pautando-se
sobre quais olhares a contemplação evoca nelas (surpresas, sorrisos, uso do
corpo durante as apreciações, manipulação curiosa dos objetos ao observar
o cair da areia na ampulheta e o ponteiro do relógio girar). Ao perceber que
A
todos já circularam pelo espaço, fizeram trocas entre si e que o envolvimento
com a exposição começou a diminuir, sinalize que em cinco minutos vocês Possível fala
do professor
terminarão a visita. Diga que, em seguida, vocês se reunirão em roda para
uma conversa sobre as impressões e descobertas que fizeram na exposição. — Observei uma coisa
curiosa enquanto vocês
estavam apreciando a
3 Reúna as crianças em roda, convidando-as para contar as impressões sobre a exposição. Um grupo
exposição e o que perceberam e sentiram nessa relação. Escute atentamente de crianças ficou um
o que elas manifestam sobre o momento, que comentários fazem e que ele- tempo observando a
mentos, hipóteses e teorias trazem a respeito do que foi vivenciado. Como areia da ampulheta cair
forma de trazer maior significado ao diálogo, além das contribuições que as e o ponteiro do relógio
girar. O que vocês
crianças estão emprestando, considere utilizar como referência as imagens, estavam observando? O
os objetos e as observações que você fez na vivência com a exposição para que descobriram nessa
fazer perguntas que ajudem a vislumbrar aprofundamentos e provocações observação?
no grupo. A

4 Após acolher as expressões do grupo, conte que aqueles elementos e ima-


gens revelam a construção de alternativas encontradas pela humanidade
para marcar a passagem do tempo. Revele que antigamente tudo era muito
diferente e as pessoas sabiam que o tempo passava, mas não sabiam como
marcar e medir esse tempo. Assim, por meio de observações dos elementos
da natureza, como o dia e a noite, as fases da lua, a evaporação da água, a
sombra que o sol fazia, o crescimento e envelhecimento das pessoas e plan-
tas, os seres humanos foram inventando formas diversas de se relacionar,
marcar e medir o tempo.

5 Evidencie cada elemento da exposição de forma a contextualizar e problematizar


sua observação e criação, oferecendo às crianças possibilidades de questiona-
mentos investigativos. Por exemplo: ao contar sobre a construção do relógio do

573
Sequência: Medidas

sol, convide o grupo a pensar em quais momentos e situações ele não funcionaria. Converse
com a turma e revele a evolução das formas de medidas do tempo até os tempos atuais.
Nesse contexto, instigue e incentive o diálogo colaborativo, pautando-se nas curiosidades e
expressões dos pequenos, oferecendo a eles o lugar de protagonistas na compreensão dos
conceitos associados ao tempo, suas medidas e, sobretudo, ao seu uso social e cotidiano.

6 Após o diálogo, engaje as crianças em uma experimentação de medida de tempo como


era feito antigamente. Convide-as a observar o tempo passar nas atividades do dia por
velas. Para que isso ocorra, utilize duas velas exatamente do mesmo tamanho, acenda
uma delas e só apague quando terminar a atividade. Como forma de marcação, uma
criança escolherá uma caneta permanente e fará o registro na vela que não foi acesa,
associado ao tamanho da vela que foi acesa, após o tempo percorrido pela atividade.
Conte que farão dessa mesma forma ao longo de todas as atividades do dia, marcan-
do cada uma com cores diferenciadas. Ao final, compare com elas quanto tempo levou
cada atividade, qual foi mais longa e qual teve a menor duração.

7 Diga que conversarão ainda se o tempo marcado condiz com o tempo sentido, com-
parando, por exemplo, qual atividade acham que passou rápido e que talvez foi a que
teve o maior tempo marcado. Pergunte também qual atividade sentem que demorou a
passar. Para tal construção de sentido, considere ações na rotina que apresentem maior
densidade e menos movimentação e outras mais leves e cheias de movimentos, como
brincadeiras no parque e de livre escolha, por exemplo. Considere que é fundamental
ao longo da vivência que você observe o engajamento da turma. Caso você perceba
diminuir a atenção das crianças ou se estenda a exploração sobre os diferentes ins-
trumentos de medida de tempo, você pode pausar a proposta e combinar com elas a
experiência de medir o tempo com velas no dia seguinte.

Para finalizar
Após a reflexão, conte que continuarão outras investigações que revelam formas diferenciadas de medir e
se relacionar com o tempo. Convide, então, os pequenos para se organizar para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha novas situações de aprendizagens que convidem as crianças a pensar nas outras formas que o ser
humano encontrou para marcar o tempo. Convide-as a construir relógios de água, ampulhetas, relógios de sol
e até inventar novas formas de observação e medição do tempo para marcar a rotina. Considere documentar
o processo da vivência e partilhá-lo em uma instalação para apreciação da comunidade, evidenciando as des-
cobertas e construções da turma.

 Engajando as famílias
Escreva um bilhete contando para os responsáveis sobre a investigação que estão fazendo acerca das
maneiras de medir e de se relacionar com o tempo. Nesse contexto, solicite a quem puder que contribua com
fotografias e objetos antigos relacionados às marcas do tempo para que a curiosidade das crianças seja instigada.

574
Atividade: Marcas do tempo nos objetos

 EI03EF01  EI03ET01  EI03ET05


MARCAS DO TEMPO NOS
OBJETOS
Tempo sugerido: 1 hora e 30 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Considere buscar o apoio da comunidade para compor a coleção dos materiais, selecionando-os previamente.

 Materiais
•  Imagens de alguns objetos que mudaram ao longo do tempo, tais como lamparina, ferro de passar,
máquina de escrever, disquete, discos de vinil, telefone, brinquedos e roupas de outras épocas;
•  Alguns objetos antigos;
•  Fotos atuais e antigas de pessoas idosas;
•  Fotos de bebês e crianças;
•  Computador, celular, tablet;
•  Suportes para acolher a exposição;
•  Cartaz grande e marcadores gráficos (pincel e caneta hidrocor);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para registrar a atividade.

 Espaços
Planeje que a atividade começará com todo o grupo reunido em roda na sala e que, depois, os pequenos serão
convidados para o pátio central a fim de se aproximar dos objetos e imagens que você selecionou. Após esse
momento, reúna-os novamente para criar uma instalação. Considere organizar os materiais no espaço em cantos
diferenciados, de modo que apoie a circulação e a concentração de pequenos grupos, focados por interesse.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais relações as crianças estabelecem ao entrar em contato com os materiais dispostos? Fazem
comparações entre antigamente e a atualidade? Testam os objetos? Comparam conforme suas
funções e propriedades?
2. Que hipóteses levantam em relação às funções e características dos objetos? Associam objetos antigos
a novos, considerando a passagem de tempo? Quais características trazem como pontos para orga-
nizar a instalação?
3. Como as crianças acolhem e trocam ideias para compor a exposição?

575
Sequência: Medidas

 Para incluir todos


Proponha que todos participem e expressem as próprias impressões. Estimule-os a conversar entre si contando
uns para os outros o que estão vendo, sentindo e pensando a respeito da exposição. Sugira alternativas para a
contribuição individual e coletiva ao compor a exposição que o grupo vai organizar. Trace estratégias para que
uma criança ajude a outra.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e conte que você preparou uma vivência no pátio da es-
cola para observar diversos objetos. Conte que alguns deles são atuais, outros
são antigos ou sofreram mudanças ao longo do tempo. Diga que o propósito
da atividade é que descubram quais objetos são mais antigos, quais são mais
novos e quais características revelam as impressões das crianças em relação
à época de origem. Após a conversa, faça combinados com os pequenos para
esse momento e peça que, ao longo da apreciação dos objetos, eles conver-
sem com os pares, a fim de trocar ideias e contar o peça que faz acreditar
que os objetos são mais antigos ou mais novos. Acolha as ideias deles para
a composição dos acordos e convide-os para caminhar até o pátio e iniciar
a investigação.

2 Enquanto as crianças apreciam os elementos, circule pelo grupo a fim de


escutar as expressões que revelam ao contemplar os objetos. Faça registros
fotográficos e escritos das relações estabelecidas pelo grupo. Atente-se às
diversas expressões que as crianças podem trazer, pautando-se sobre quais
olhares a interação evoca nelas. Ao perceber que todos já circularam pelo
espaço, fizeram trocas entre si e o envolvimento começou a diminuir, sinalize
que em cinco minutos vocês terminarão a exploração e se reunirão em roda
para uma conversa sobre os materiais.

3 Com as crianças reunidas, investigue quais impressões trazem a partir da vi-


vência delas. Procure iniciar esse momento convidando para que contem de
forma espontânea sobre as experiências que possuem. Depois, você pode
apoiar-se nas descobertas sobre quais materiais julgam ser mais antigos;
quais são aqueles que revelam maior curiosidade; quais conhecem; quais nun-
A
ca viram; quais sugestões trazem sobre como alguns objetos eram utilizados
antigamente. Instigue e acolha as falas dos pequenos durante o diálogo. Se Possíveis falas
do professor
possível, grave esse momento para utilizar em projeções futuras.
— Observei que vocês
Após a conversa, conte ao grupo a proposta da montagem de uma exposição colocaram algumas fotos
4 preto e branco perto da
para que a comunidade também aprecie os materiais. Acorde com as crianças máquina de escrever.
a melhor maneira de disposição, revelando para elas o material que reservou — O que vocês viram na
para organizar os elementos da exposição. Busque acolher as ideias delas, foto de modo a tomar
fazendo mediações apenas se julgar necessário. Nesse momento, potencialize essa decisão?
observar as formas que estão escolhendo para classificar os objetos, como — Por que as fotos
coloridas estão perto do
estão dividindo as tarefas, quem são aquelas que assumem lideranças e ou-
tablet?
tros movimentos que emergem no contexto. A

576
Atividade: Marcas do tempo nos objetos

5 Após organizar a instalação, pergunte o que acham de fazer um texto coletivo


contando sobre a exposição e os cuidados que os visitantes devem ter. Diga
que planejou fixar um cartaz grande e disponibilizar canetas para que a co-
munidade expresse, por meio da escrita, memórias e sentimentos ao apreciar
a exposição que criaram.

Para finalizar
Convide a turma para retornar para a sala e, em roda, pergunte o que acharam da vivência. Conte que
fez alguns registros fotográficos e escritos e que seria interessante compor uma instalação. Considere in-
vestigar se as crianças se sentem confortáveis com essa ideia. Após as trocas, selecione alguns conteúdos
para compor o espaço de exposição. Em seguida, convide-as para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Organize a visita de avós das crianças da turma ou idosos da comunidade para contar curiosidades, brincadeiras
e outros elementos que marcaram o tempo de infância vivido por eles. Observe ainda que, a partir dos registros
que coletou da vivência, o grupo pode sugerir pistas de uma curiosidade que convida para uma investigação
mais profunda acerca da invenção de um objeto, por exemplo.

 Engajando as famílias
Elabore um convite com todo o grupo para que a comunidade visite a exposição que criaram. Você pode
disponibilizar a filmagem que realizou da vivência para os responsáveis apreciarem.

577
Sequência: Medidas

 EI03EO07  EI03ET04  EI03ET07


PLANEJANDO O TEMPO
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para realizar a proposta, é necessário que a turma já tenha conversado anteriormente sobre o calendário, a rotina
do dia e o tempo que leva cada atividade. Para compor os grupos, considere competências complementares entre
as crianças, como a diversidade de liderança, a organização e os conhecimentos relativos à leitura.

 Materiais Sugestão de leitura



•Tabela de plano
•  Plano de proposta do dia em formato de tabela, para cada pequeno de atividades do
grupo; dia. Nova Escola.
•  Canetas hidrocor coloridas referente às cores das legendas da tabela para Disponível em: https://
cada pequeno grupo; nova-escola-producao.
•  Materiais para as atividades sugeridas no plano de atividades do dia s3.amazonaws.com/
AWtvh3q6Q3Q3YPEuKY
(pintura, jogo de tabuleiro, quebra-cabeça e brincadeira de faz de conta); W8YJHkK44GMkUHVd5
•  Fotos ou imagens que ilustrem as atividades da rotina para apoiar ZWEWKSzYMqSHUB7sZ
a construção das crianças em relação à organização da tabela de sW72h8EY/atividade-
planejamento, se necessário; para-impressao-tabela-
•  Um relógio; de-plano-de-atividades-
do-dia-edi3-25und04.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica, um caderno e uma caneta para
pdf. Acesso em:
registrar a atividade. 27 jul. 2021.

 Espaços
Preveja que a proposta começará com todo o grupo reunido em roda e que depois as crianças serão organizadas
em pequenos grupos e farão escolhas de como vivenciarão a sequência de propostas do dia. Planeje que o ambiente
seja organizado de tal forma que as atividades ocorrerão simultaneamente e ficarão disponíveis ao longo do dia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Ao registrar o planejamento das atividades escolhidas, o que as crianças expressam? Foram


sugeridos quais trocas e apoios entre si?
2. De que forma elas respeitam as decisões ao longo do dia? Como demonstram perceber as impli-
cações de escolher uma atividade ao invés da outra? O que revela isso?
3. Como foram as percepções das crianças com relação ao tempo durante o dia? Manifestam perceber
que alguma atividade estava demorando muito ou que acabou rapidamente?

578
Atividade: Planejando o tempo

 Para incluir todos


Disponibilize as fotos ou imagens das atividades para ajudar na hora de registrar na tabela. Incentive que
uma criança ajude a outra na reflexão e decisão de como será o planejamento do dia.

O QUE FAZER DURANTE

A
1 No começo do dia, convide as crianças para se sentar em roda e diga que
a proposta é que, em pequenos grupos, façam um plano de atividades do Possível fala
do professor
dia, no qual selecionarão como preferem vivenciar as atividades. Diga que
preparou uma tabela para os grupos registrarem as escolhas e mostre que — Aqui está a tabela
que vamos usar para
há alguns momentos fixos, já registrados na tabela, que serão aqueles em
organizar o nosso dia.
que todo o grupo estará junto, tais como roda de conversa no início do dia, No número 1 está escrito
lanche e parque. “Roda”, que é a atividade
que estamos vivenciando.
No número 3 está escrito
2 Apresente uma tabela e fixe-a na parede. Leia o que está escrito, as ativi-
“Lanche” e estaremos
dades que elas poderão escolher, a ordem com os horários e os momentos
todos juntos, assim
em que estarão todos juntos. Revele a legenda, dizendo que as crianças como no número 4, que
seguirão as cores indicadas e pintarão na tabela a atividade e o tempo es- está escrito “Parque”,
colhidos. Fale que cada grupo receberá uma tabela e canetas referentes à e no 7, que está escrito
legenda. Entretanto, considerando a melhor estratégia para o grupo, você “Roda” novamente. No
pode adaptar esse momento com fichas escritas com os nomes das ativida- espaço restante, vocês
decidirão as atividades
des ou também pedir que escrevam o nome das atividades. Contudo, não
que vão querer vivenciar.
perca de vista o objetivo de que o grupo faça a organização do tempo das Aqui está a legenda das
vivências do dia. A atividades do dia de hoje.

3 Ainda em roda, chame as crianças individualmente para a composição dos B


pequenos grupos. Entregue a tabela e indique o local para que se acomo-
Possível fala
dem, conversem e decidam sobre como farão as escolhas. Combine que do professor
todas as atividades serão de 30 minutos. Sempre que forem iniciar uma
proposta dentro da sala, e caso tenha um relógio de ponteiros acessível, — Pessoal, vejam que há
mais tempo destinado
mostre-o aos pequenos. Em especial, apresente o ponteiro que marca os aqui na tabela. Vocês
minutos, mostrando onde ele está e onde ele deve estar quando a ativida- não precisam escolher
de for encerrada. Dessa forma, você as ajudará a notar o movimento da apenas uma atividade.
passagem do tempo pelo relógio e a ter mais um indicador para controlar Vocês podem entrar
a duração das atividades. B em acordo e escolher
vivências diferentes
em cada momento de
4 Após a finalização do planejamento das atividades do dia, convide as crian- escolha livre.
ças para vivenciar as escolhas. Enquanto elas estão realizando as propos-
tas, circule entre os grupos a fim de observar, registrar e apoiar, quando
necessário. Ao longo das vivências, instigue-as a perceber que o tempo
está passando. Se alguém perguntar quanto tempo falta, questione-as so-
bre onde podem obter essa informação. Caso ninguém se lembre de olhar
o relógio, consulte-o na frente delas para dar a informação solicitada. Ob-
serve as percepções de tempo dos pequenos e como lidam com as escolhas
que fizeram em conjunto. Ao observar que um grupo não sabe o que tem de
fazer na próxima atividade, sugira olhar o registro que fizeram na tabela.

579
Sequência: Medidas

C
5 Após a vivência dos planejamentos, próximo ao final do dia, reúna as crian-
ças na roda a fim de investigar junto ao grupo as percepções sobre a pro- Possíveis falas
do professor
posta: o que acharam, se gostaram de planejar o dia, do que não gostaram,
como se sentiram em poder decidir o que fazer, se ficaram com vontade de — As propostas tinham
fazer outras coisas e como resolveram essa questão. Retome as tabelas e o mesmo tempo, vocês
sentiram diferenças de
pergunte se elas acham que deu tudo certo. C uma atividade para a
outra?
Para finalizar — Tiveram a sensação
Após a conversa, combine com as crianças que, caso queiram, podem repetir de que algumas
a atividade em outro dia. demoraram mais e
outras menos? Por que
será?
— Como foi consultar o
relógio? Ajudou? Como?

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita algumas vezes a proposta, ampliando os contextos de aprendizados e inserindo marcadores de tempo
diversos. Aproveite o uso do relógio para cotidianamente utilizá-lo como meio de consulta e combinados com
as crianças. Após vivenciar alguns planejamentos em pequenos grupos, proponha construções individuais, ou
seja, cada criança com a própria tabela.

 Engajando as famílias
Compartilhe os planos de atividades do grupo em um mural. Insira falas, expressões e fotografias que registrou
das crianças ao longo do dia, convidando os responsáveis a apreciar e entender mais sobre as conversas que
elas estão realizando a respeito do tempo.

580
Atividade: Conhecendo outras formas e instrumentos de medidas

 EI03EO02  EI03ET01  EI03ET04


CONHECENDO OUTRAS
FORMAS E INSTRUMENTOS
DE MEDIDAS
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças já tenham tido experiências anteriores com registros em tabelas.

 Materiais Sugestão de leitura



•Tabela de registro.
•  Ferramentas de medidas e materiais para instigar a investigação das Nova Escola. Disponível
unidades de medida a seguir: em: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.
-  Medidas de comprimento: réguas, fitas métricas, trenas e objetos em com/6FMDf3ynC
tamanhos diversificados; faHxxJB5gckv6Fm
-  Medidas de massa: brinquedos com pesos diferenciados, como bichos QHgschmTtaDPd2
de pelúcia, carrinhos, bolas maciças, bolas de borracha e balanças de kym6ck3xnFrRRKncq
diversas formas e possibilidades de uso; 7njaY/atividade-para-
impressao-tabela-de-
-  Medidas de volume: jarras medidoras em tamanhos e formatos registro-edi3-25und05.
diversificados, copos de medida, xícaras e recipientes com água. pdf. Acesso em:
•  Uma tabela para registro das investigações da unidade de medida; 27 jul. 2021.
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Considere um espaço em que seja possível preparar ambientes diversificados e provocadores para as inves-
tigações das crianças. Busque organizá-los levando em consideração a estética ao disponibilizar os materiais
selecionados e observe se a exploração autônoma das crianças está garantida. Atente-se ainda para que cada
ambiente criado provoque a investigação acerca de uma unidade de medida. Sendo assim, considere um canto
para as provocações quanto às medidas de comprimento, um para investigações com medidas de massa e outro
para as medidas de volume.
Como as crianças serão convidadas a vivenciar com autonomia o que você organizou, é fundamental que o
local selecionado para a atividade possibilite a livre circulação delas, bem como a organização em roda, para
que, ao final da vivência, compartilhem descobertas e impressões.

581
Sequência: Medidas

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais relações as crianças estabelecem ao entrar em contato com os materiais? Como fazem as
comparações e testam as diversas unidades de medidas?
2. Que hipóteses levantam em relação às características e funcionalidades das ferramentas de medidas?
Testam diferentes possibilidades? Quais informações trocam entre elas?
3. Como expressam as descobertas? Quais vocabulários trazem ao encontrar as medidas?

 Para incluir todos


Cuide para que todos explorem e expressem as próprias impressões; estimule-os a conversar, compartilhando
as sensações que emergem ao se relacionar com os materiais disponibilizados. Se observar que alguma criança
prefere não expressar verbalmente as próprias impressões, considere que essa não é a única forma de investigar
as construções de sentido acerca do que é vivenciado e se atente às outras manifestações delas.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna as crianças e conte que você organizou a sala com ambien- A


tes diversificados, trazendo em cada canto objetos e ferramentas
Possíveis falas do professor
que são utilizados para realizar medidas diversas no cotidiano.
Revele ao grupo que a proposta é explorar esses ambientes, in- — Vejam, esta tabela na cor verde vai
vestigando as formas de utilização das ferramentas dispostas por acolher as descobertas que vocês farão
sobre o comprimento dos objetos. Na
meio de experimentações. Conte, ainda, que você organizou uma
primeira linha está escrito a seguinte
tabela de registro dos experimentos para cada ambiente e que pergunta (aponte com o dedo enquanto
cada uma delas possui uma cor específica. lê): “Qual é o comprimento?”. Na linha
abaixo está escrito: “Objeto”. Aqui nesta
Ainda em roda, apresente as tabelas para as crianças. Descreva coluna está escrito “Comprimento”.
2 Observem que não há nada escrito
as unidades de medida, investigando com o grupo quais ferra-
nas linhas e colunas abaixo delas. Este
mentas são utilizadas para cada uma. A espaço (referindo-se a terceira linha
da primeira coluna) é para que vocês
3 Faça a leitura de cada tabela que você organizou, investigando registrem o nome ou o desenho do objeto
juntos às crianças quais ferramentas apoiarão as descobertas que investigaram. Registrem aqui do lado
delas sobre cada unidade de medida. Disponibilize-se também a medida (referindo-se à segunda coluna).
— Quais ferramentas temos que nos ajuda
para ser escriba ou ajude-as a pensar sobre quais letras com-
a encontrar o comprimento dos objetos?
põem o nome do objeto. Quanto à medida encontrada, considere
instigá-las a utilizar os numerais revelados pelos instrumentos. B
Proponha, ainda, que façam coletivamente uma medida de cada
Possível fala do professor
tipo e registrem-nas na tabela como exemplo. B
— Pessoal, para o registro da medida do
Após a leitura das tabelas, combine com o grupo o tempo da ati- objeto, cada ferramenta já apresenta o
4 resultado em número. Vejam, esta é a
vidade e convide-o para iniciar a investigação. Provoque o apro-
fita métrica. Vou medir a altura da mesa
fundamento das relações por meio de mediações que convidem e escrever “Mesa” aqui na primeira
as crianças a revelar os pensamentos ao grupo, ao explorar fer- coluna. Agora, para observar como
ramentas e objetos, ao ajudar uns aos outros, ao se surpreen- registrar a medida, vamos olhar na fita
der, ao se deparar com desafios, ao encontrar soluções, entre métrica?

582
Atividade: Conhecendo outras formas e instrumentos de medidas

tantas outras relações que os pequenos estabelecem em suas buscas. Re- C


gistre parte das experiências, anotando relatos e fotografando expressões
Possível fala do professor
e encontros com ferramentas, materiais e pares. C
— O que você percebeu
Continue a observar as relações que estão estabelecendo, busque acolher explorando essas duas
5 bolas? Vamos observar
as ideias das crianças de como medir e faça mediações apenas se julgar cada bola? Que tal
necessário. Nesse momento, potencialize a investigação, encorajando a sentirmos com nossas mãos
comparação dos objetos e estimulando os registros. Aproveite para revelar o peso de cada uma?
o vocabulário específico das unidades de medida em cada ambiente. D

Ao perceber que todas as crianças já circularam pelos ambientes, fizeram tro- D


6
cas entre si e começaram a se dispersar, sinalize que em dois minutos vocês Possíveis falas do professor
organizarão a sala e, depois disso, vão se reunir em roda para conversar so- — Como você vai registrar na
bre as descobertas que fizeram. Dado o tempo e após organizar o ambiente, tabela o tamanho deste livro?
reúna as crianças e convide-as a expressar quais impressões trazem a partir — Isso, deste lado você
da vivência. Instigue-as a contar experiências e descobertas de forma espon- desenha o livro e aqui
tânea. Apoie-se nas observações feitas, a fim de aprofundar e de sistematizar anota o número que
aparece na régua.
as experiências do grupo. — Ah, então você descobriu
que o livro mede 25
Para finalizar centímetros. O que você vai
Ainda em roda, diga que pensou em criar um espaço de investigação per- medir agora? Será que vai
manente, com alguns instrumentos de medida, para que possam continuar ser maior ou menor do que
o livro? Vamos ver?
as investigações. Pergunte aos pequenos o que acham da proposta e peça
que ajudem na execução dela, coletando ferramentas de medidas com seus
responsáveis. Em seguida, convide-os para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Você poderá dar prosseguimento ao tema e ampliar as experiências das crianças propondo diversas investigações.
Por exemplo: a altura dos colegas de sala, a distância da sala até o parque, a distância percorrida por carrinhos
ao descer de rampas, o peso de objetos e produtos em visitas a mercados e feiras, a preparação de receitas etc.

 Engajando as famílias
Organize com os pequenos um espaço de investigação de grandezas e medidas em um espaço externo.
Componha o ambiente com explicações de como foi a atividade em sala e ilustre-o com fotos, falas e registros
das crianças. Convide a comunidade escolar e os responsáveis para explorar os objetos e os instrumentos,
como a turma os fez, e disponibilize também tabelas em branco para que registrem suas próprias descobertas.

583
34
SA

CONJUNTO

Indicado para crianças a partir de 5 anos

SEQUÊNCIA

RECONTO
O contato frequente com livros e textos de qualidade faz com que as crianças tenham
acesso a uma linguagem específica, com qualidade estética, e isso se torna um terreno
fértil para formação de leitores competentes.
Na interação com diferentes tipos de textos, as crianças ampliam o vocabulário e a
maneira de se expressar oralmente, pois entram em contato com palavras e expressões
novas, além de estruturas próprias da linguagem escrita. Com o reconto, elas buscam
aproximações da estrutura do texto escrito para narrar e colocam em jogo esses conhe-
cimentos, elaboram e constroem sentidos sobre as histórias e sobre a articulação lógica
da narrativa.
Este conjunto traz atividades que compõem uma sequência didática e devem ser de-
senvolvidas com a turma na ordem em que são apresentadas, visto que elas propõem
uma consequente ampliação de desafios na inter-relação dos objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento e no que tange ao tema e aos recursos utilizados.

584
Sequência: Reconto

BNCC
 Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento explorados neste conjunto

EI03EO03 Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

EI03EO04 Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

EI03EF05 Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o professor como escriba.

Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função
EI03EF06
social significativa.

Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por
EI03EF09
meio de escrita espontânea.

 Campos de experiências

O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento


e imaginação

585
Sequência: Reconto

 EI03EO03  EI03EF09
ESCREVER UMA INDICAÇÃO
DA NOSSA HISTÓRIA
FAVORITA
Tempo sugerido: 50 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É fundamental que você já tenha levantado com as crianças qual é o livro preferido delas. É importante tam-
bém que já tenham vivenciado situações de aprendizagens em que o contexto da estrutura textual do gênero
carta tenha sido apresentado. Observe ainda a necessidade de combinar com outro professor de sua escola ou
de uma escola do bairro uma proposta em que sua turma envie uma carta às crianças de outra turma ou escola
sugerindo a leitura do livro preferido dos pequenos.

 Materiais
•  O livro da história preferida da turma, se possível, sendo mais de um exemplar;
•  Suporte para escrever uma carta: projetor de imagens conectado a um computador com editor de texto,
um flip chart ou parede com papel para cartaz;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor).

 Espaços
Antecipe um espaço que acolha de forma confortável as crianças para que elas possam acompanhar a escrita
da carta com você. Considere que elas ficarão acomodadas de modo que seja garantido o movimento de troca
e de comunicação, oportunizando que falem, se escutem e considerem a fala do outro.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quais aspectos do livro as crianças consideram importantes indicar a outras pessoas?


O que chama a atenção do grupo para propor o livro? São aspectos ligados aos sentimentos que a
leitura desperta? São engraçados, curiosos, inesperados?
2. Como elas revelam suas hipóteses para sugerir a escrita da carta? Recorrem ao livro como apoio?
Trazem experiências? E quanto à composição característica da carta? O que consideram?
3. Como acontecem as trocas entre elas nas sugestões de ideias? Como fazem os acordos? Como aceitam
ou não as proposições dos pares para a escrita?

586
Atividade: Escrever uma indicação da nossa história favorita

 Para incluir todos


Atente-se para acolher as diversas formas de participação, orais ou não orais. Considere os olhares, as ex-
pressões faciais e lance-se em um jogo em que as crianças percebam que suas expressões e encontros nessa
comunicação estão sendo acolhidos por você e pelo grupo.

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide as crianças para se acomodarem em roda no espaço escolhido. Con-


te a elas que você trouxe uma proposta diferente, revelando que farão juntos
uma carta para indicar o livro favorito delas para outro grupo de crianças.
Diga que, para que possam se lembrar dos detalhes da história, você iniciará
a proposta fazendo a leitura do livro. Leia-o e, caso tenha mais exemplares,
disponibilize-os para que os pequenos acompanhem a leitura com você.
A
2 Após a leitura, proponha que as crianças citem os motivos que as fazem gostar Possíveis falas
da história e escreva-os no suporte preparado por você. Faça questionamen- do professor
tos que inspirem os comentários delas; por exemplo: o motivo de quererem — Agora que já temos
ouvir a história, qual é a passagem favorita delas, quais situações na história os motivos para indicar
consideram emocionantes, qual personagem mais as instiga etc. Observe ain- a nossa história favorita,
vamos começar a nossa
da que você assume a importante atuação de escriba ao mesmo tempo que carta! Como poderíamos
medeia as construções do grupo. começar? De onde
escrevemos?
3 Após terem listado os argumentos que classificam o livro como uma história — Que tal se
querida, instigue as crianças a refletir sobre a composição textual da carta. acrescentássemos uma
saudação carinhosa
Investigue o que já conhecem sobre o gênero, apoiando-se em vivências do
ao destinatário? Qual
grupo. Você pode trazer para esse momento a possibilidade de as crianças en- saudação podemos
contrarem em livros infantis a lógica estrutural da carta. Em seguida, inicie com utilizar?
elas a escrita da carta, convidando-as a indicar o que escreverão primeiro. A

4 Após o registro da estrutura inicial da carta, indicando a cidade, a data e a


saudação ao destinatário, instigue o grupo a propor uma introdução ao tex-
to, explicando a razão pela qual escrevem a carta. Envolva as crianças em
um diálogo sobre como poderão iniciar essa escrita. Esteja atento para que
nesse jogo dialógico os pontos e os contrapontos sejam trazidos e aceitos de
maneira respeitosa. Após a escrita desse trecho, leia-o para os pequenos com
o intuito de que reflitam se podem seguir na composição da carta ou se há
necessidade de fazer ajustes. Caso eles não tragam a ideia de contar sobre o
título do livro e o nome do autor, reforce a necessidade de acrescentar essas
informações, ressaltando a importância de, ao escrever para alguém, incluir
detalhes e buscar o entendimento do leitor.

5 Continue a escrita da carta com o grupo, sinalizando para as crianças que,


agora que vocês contaram o motivo da carta, precisam explicitar os motivos
da indicação do livro. Retome a lista que compuseram no início da atividade
para apoiar a construção. Considere apoiar os pequenos, indicando que a
carta sempre faz menção aos seus interlocutores. Além disso, instigue-os a

587
Sequência: Reconto

refletir sobre adjetivos para compor as indicações, de forma que agucem a B


vontade do leitor de ler o livro que eles tanto gostam. B C Possível fala
das crianças

6 Siga construindo a carta com o grupo, fazendo emergir das crianças expres- — Podemos falar assim:
sões, ideias e sentimentos acerca da história. Assuma, ao longo da construção, “Amigos, nesta história
o papel de mediador e leve-as a refletir e construir significados. Observe ainda o lobo finge que fica
bonzinho e engana a
a necessidade de irem ajustando a lógica da composição textual característica vovó e a chapeuzinho!”
da carta. Observe também que é fundamental que, a cada parte construída,
você realize a leitura do texto, oportunizando às crianças reflexões acerca C
dele. Forneça também apoios para o encadeamento de ideias. Considere
Possíveis falas
que é muito importante que o texto seja o produto dessa construção coletiva, do professor
ainda que apresente repetições ou partes menos elaboradas. É preciso aco-
— Então, já que vocês
lher as sugestões delas, valorizar e respeitar suas possibilidades de produção
preferem deixar os
textual. Ao terminar a composição da carta, leia-a de forma integral, a fim de leitores da carta curiosos
que observem se há necessidade de alterações ou se a consideram finalizada. sobre o que acontece com
o lobo, como podemos
Para finalizar escrever sobre ele?
Após terem concluído a escrita da carta, combine com a turma que você — O que acham dessa
ideia da colega? Então
a imprimirá e que vocês traçarão uma estratégia para realizar a entrega ao vou escrever: “Amigos,
outro grupo de crianças. Em seguida, convide-a para vivenciar a próxima ati- preparem-se! Vocês não
vidade do dia. podem nem imaginar
o que acontece com o
lobo nessa história. O
final dela nos deixou
chocados!”. Agora
vou ler para que me
digam se acham que
precisamos inserir ou
retirar algo.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Repita a estratégia de indicação de obras literárias em outros momentos. As crianças podem indicar outros
livros e recontar experiências vividas pelo grupo, como visitas externas e brincadeiras. Outra possibilidade é
gravar vídeos ou áudios de indicações.

 Engajando as famílias
Conte para os responsáveis sobre o trabalho realizado com a escrita de uma carta, compartilhando, em mo-
mentos coletivos, o texto produzido pelas crianças. Considere também imprimir a carta em tamanho grande e
fixá-la do lado de fora da sala, com o livro disposto, para engajar a leitura dos adultos em momentos de espera.

588
Atividade: Recontando uma notícia de jornal

 EI03EO04  EI03EF06
RECONTANDO UMA
NOTÍCIA DE JORNAL
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
Para a proposta, é importante que o grupo já tenha vivenciado contextos de aprendizados com notícias de
jornais. Selecione, para o reconto, uma notícia veiculada em um jornal da região ou notícias de jornais impressos
ou digitais. Considere temas que abordem ações positivas, como a inauguração de um parque para crianças,
a recuperação de uma área degradada ou um espetáculo para o público infantil que acontecerá em algum
espaço público.

 Materiais
•  Um texto jornalístico, impresso ou em formato digital (no último caso, considere utilizar um projetor de
imagem e computador);
•  Papel para cartaz;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Um celular ou uma câmera fotográfica para registrar a atividade.

 Espaços
Antecipe um espaço que possa acolher de forma confortável todo o grupo, no qual os pequenos possam
acompanhar a leitura da notícia e construir o reconto. Esse ambiente deve oportunizar o acompanhamento da
leitura da notícia e a construção escrita do relato, possibilitando que as crianças ouçam umas às outras, garan-
tindo a boa qualidade das trocas e das tomadas de decisões acerca do reconto.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem frente à proposta? O que consideram na produção do reconto? A quais
elementos da notícia dão maior ênfase?
2. Ao elaborar as perguntas, elas buscam aprofundamentos acerca do acontecimento em si ou curiosi-
dades, como a história de vida dos personagens? Quais são as maiores curiosidades do grupo?
3. Como elas se relacionam na construção do reconto? Como recebem as sugestões e os contrapontos
dos pares? Quais estratégias lançam para as negociações?

589
Sequência: Reconto

 Para incluir todos


Caso perceba que é desafiador para algumas crianças engajar-se na proposta, preferindo não se expressarem
oralmente, busque alternativas para que possam observar o momento ou crie condições para que elas vivenciem
outros papéis, por meio dos quais usem outras linguagens como forma de expressão.

O QUE FAZER DURANTE

1 No local preparado, conte para todo o grupo que você trouxe um texto diferente
para a leitura. Apresente a notícia, na projeção multimídia ou em outro suporte e
diga que, depois da leitura, vocês se engajarão em uma proposta divertida, pois
recontarão a história da notícia como se fossem os personagens que estavam no
local e que vivenciaram o fato narrado. Conte ainda que para isso o grupo irá se
organizar de forma que algumas crianças representem os personagens da notícia
e outras façam as perguntas. Assim, por meio de perguntas e respostas, construi-
rão o reconto. Inicie, então, a leitura da notícia.

2 Lida a notícia, investigue quais impressões as crianças tiveram. Possibilite que fa-
çam relatos espontâneos, evitando um jogo de perguntas e respostas com elas.
Após acolher as primeiras impressões, instigue-as a observar a história presente
na notícia, convidando-as a verificar e a expressar os detalhes visíveis e aqueles
que talvez estejam nas entrelinhas. Caso considere importante, faça mais uma
leitura da notícia. Busque levantar com as crianças as características percebidas
nos personagens, convide-as a buscar como eles estavam se sentindo diante do
fato noticiado, se estavam felizes ou fazendo reivindicações, por exemplo. Inves-
tigue também o contexto da notícia, ressaltando a importância e o impacto que o
fato gerou ou gerará para a comunidade. Caso a notícia traga em seu texto ima-
gens, destaque-as como mais uma forma de leitura, para que os pequenos sejam
apoiados em suas construções sobre a reportagem.

3 Ainda com o apoio do texto e das imagens, convide os pequenos para listar os
personagens. Atente-se para que eles percebam aqueles que não são citados no
texto, mas que aparecem na fotografia, por exemplo. Anote em um cartaz os nomes
ou as funções, caso a notícia não os revele, de cada personagem percebido pela
turma. Ao lado do nome ou da função, anote as características levantadas para
cada um. Instigue as crianças a pensar em como o personagem anda, qual será
o tom de sua voz, como ele gesticula ao contar algo, se ele se expressa de forma
animada ou resistente frente ao fato, dentre outras questões que irão ajudá-las
a vivenciar o reconto. Elas podem propor a inserção de alguns personagens que
não aparecem na notícia nem na fotografia, mas que imaginam que poderiam es-
tar presentes do local, participando do enredo noticiado. Acolha essas propostas,
anotando-as no cartaz.

4 Após concluírem os levantamentos dos personagens e de suas características, en-


gaje as crianças quanto à formulação de perguntas acerca do enredo. Convide-as
de forma que abracem a proposta, expressando curiosidades e peculiaridades que
lhes são próprias. Apoie-as, acolhendo as variadas expressões que podem emer-
gir e relancando-as ao grupo, a fim de que, por meio desse jogo, aprofundem e

590
Atividade: Recontando uma notícia de jornal

sistematizem suas construções. Esteja atento também às curiosidades que trans-


cendem o noticiado. Algumas crianças podem, por exemplo, fazer perguntas
pessoais aos personagens. Assim, o reconto poderá ganhar novos elementos e o
grupo, por meio da brincadeira e da imaginação, vivenciará formas de interpretar,
inferir e construir novos significados. Considere registrar as perguntas.

5 Feitas as perguntas, combine com o grupo a estratégia para definir quais crianças
representarão os personagens e quais farão os questionamentos. Possibilite que
elas façam suas próprias escolhas. Contudo, cuide para que cada uma esteja con-
fortável com o que irá vivenciar. Após a definição dos personagens, volte à lista
que criaram no início da proposta para relembrar as características de cada um
deles. Com o grupo que ficará responsável pelas perguntas, especifiquem juntos
alguns acordos para o momento, como fazer uma pergunta de cada vez.

6 Após as estratégias e os acordos terem sido compartilhados, convide o grupo


para se acomodar no espaço que você organizou e peça que inicie o jogo de
perguntas e respostas. Registre a vivência por meio de filmagens. Perceba
como os pequenos se envolvem, como fazem as representações e quais são os
desafios que encontram. Se necessário, apoie-os, recorrendo à leitura da lista
de perguntas, por exemplo. Quando os questionamentos que o grupo elabo-
rou se esgotarem, avalie se há mais perguntas a serem feitas, a partir do que
foi revelado pelos personagens, ou se os personagens desejam falar sobre
algo que não foi abordado nas perguntas. Então, quando o grupo finalizar a
entrevista, sanando todas as curiosidades, convide as crianças para revelar
suas impressões sobre a atividade. Investigue junto a elas como foi entrar na
notícia, vivenciar personagens, elaborar perguntas e com quais opiniões de
personagens mais se identificaram. Considere utilizar, como meio para po-
tencializar sua mediação nesse diálogo, as observações que você realizou
durante a vivência da proposta.

Para finalizar
Após a conversa, convide a turma para organizar o espaço utilizado, caso seja necessário. Em seguida,
convide-a para vivenciar a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha que a turma faça recontos de outras notícias, fazendo mudanças no final delas, ou que reescreva
uma reportagem, trazendo outras perspectivas.

 Engajando as famílias
Exponha o registro do reconto, utilizando uma televisão ou o projetor de imagens. Próximo ao aparelho que
projeta o documento, fixe um breve texto registrado em cartaz, contextualizando a proposta vivenciada.

591
Sequência: Reconto

 EI03EO04  EI03EF05
NOVOS PERSONAGENS
PARA A HISTÓRIA
Tempo sugerido: 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças já tenham vivenciado momentos de leitura do livro Chá das dez. É importante
também que você crie previamente a tabela ou o cartaz que indique, por meio de ícones, os personagens, as ca-
racterísticas que as crianças elencarão sobre cada um deles, o acompanhamento do chá e o motivo que fará que
um dos personagens não compareça. Se preferir usar outro título, faça as adequações da tabela e das estratégias.

Sugestões de leitura
 Materiais

•Chá das dez. Autor:
Celso Sisto. Ilustrações:
•  Livro Chá das dez; Duke. (Aletria, 2009).
•  Uma tabela de seis colunas e pelo menos 10 linhas;
•Tabela chá da
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor). dez. Nova Escola.
Disponível em: https://
nova-escola-producao.
 Espaços s3.amazonaws.com/
XgCKSRjDFBy8RQzGf
d3PrFbsrEmkXTxDNzXs
Antecipe um espaço que acolha todo o grupo, possibilitando que participe da PAnJtm6gBKctr9mQ6
leitura da história e construa o reconto. É importante garantir que todos interajam FJ53N9c/tabela-cha-
de forma confortável e que possam visualizar a construção da tabela. das-dez.pdf. Acesso
em: 28 jul. 2021.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Como as crianças reagem à proposta de reconto? Quais falas, gestos ou expressões usam?
2. Elas propõem ideias na construção da tabela? Quais? Há apoio entre elas para preencher as colunas?
Há construção de novas ideias a partir das sugestões? Quais?
3. Quais reações elas demonstram ao perceberem o reconto construído? Que comentários fazem? Quais
indicativos de que percebem sua autoria da história?

 Para incluir todos


Estabeleça mediações para que todos se expressem por variadas maneiras. Possibilite desenhos e imitações
corporais dos novos personagens, por exemplo. Considere oportunizar um ambiente em que as ideias possam
ser modificadas com harmonia, mediando essa construção dialógica.

592
Atividade: Novos personagens para a história

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar em roda no espaço preparado. Con-


te às crianças que preparou uma atividade diferente com o livro Chá das dez.
Diga a elas que, depois da leitura, vocês criarão um reconto diferente, usando
uma tabela para recriar a narrativa. Após compartilhar a proposta, leia a his-
tória e, em seguida, inicie um diálogo investigando os detalhes da narrativa.

2 Explore a estrutura da história. Diga que há um segredo, uma brincadeira do


autor com as palavras. Instigue o grupo perguntando o que sempre se repete
na história, o que motiva essa repetição, qual o efeito que isso produz na nar-
rativa e qual o segredo do autor em relação à brincadeira com as palavras.
Observe que esse movimento, de alguém nunca conseguir tomar chá, tem o
efeito de diminuir os personagens até que não reste nenhum, produzindo um
resultado cômico ao texto da expectativa de um chá que nunca se concretiza.
É importante que você instigue os pequenos a estabelecer essa relação com a
narrativa por meio de mediações lúdicas, acolhendo as impressões que eles
trazem acerca da obra. Diga que, para refletirem sobre o desafio do autor,
você fará a leitura da história mais uma vez.
A
3 Convide as crianças a compartilhar ideias sobre o desafio do autor. Caso elas
Possíveis falas
não tragam a lógica da rima do texto, em que a caraterística sempre rima com do professor
o personagem e que o acompanhamento do chá rima com o numeral, você
— Crianças, para
pode compartilhar esse segredo, exemplificando com a leitura de alguns tre- recontar esta história
chos. Após conversarem sobre as rimas, convide as crianças para a criação do precisamos escolher os
reconto. Diga que a ideia é criar uma narrativa parecida com a do autor, mas personagens principais.
trazendo novos personagens, novos acompanhamentos para o chá e novos — O autor escolheu
motivos para que alguns personagens não participem do chá das dez. A nar- velhinhas; vocês têm
rativa precisa seguir a lógica da composição das rimas para a nova criação. outra sugestão?
— O que acham de
Instigue-as, perguntando quem consideram ser os personagens principais e fazermos uma votação
quais personagens gostariam de sugerir para substituir as velhinhas da nar- para escolhermos?
rativa. Observe que a decisão é coletiva; portanto, podem aparecer diversas
sugestões. Trace estratégias para apoiá-las nessa escolha, como uma vota- B
ção, convidando-as a compartilhar os motivos das escolhas. A
Possíveis falas
do professor
4 Definidos os personagens principais, compartilhe com as crianças a tabela.
— Vocês podem atribuir
Diga que elas se unirão em trios e que cada um terá a missão de complemen- as características
tar uma linha da tabela elencando características para os personagens, suge- que quiserem para
rindo complementos para o chá e o obstáculo que impedirá que o personagem os personagens, mas
compareça. Considere competências complementares entre as crianças, por lembrem-se de que elas
exemplo, agrupando aquelas com maiores habilidades de arranjos coletivos precisam rimar!
— Eles estão tomando
com aquelas que encontram maiores desafios para acolher ideias. B chá com o quê? Biscoito,
queijo ou rocambole?
5 Após os trios terem se organizado, retorne à tabela e indique a coluna refe- Que legal! Esses
rente a cada campo para a criação do reconto. Instigue as crianças a cons- acompanhamentos rimam
truírem hipóteses acerca de qual informação o campo acolhe, apoiadas nas com os números?
imagens presentes. É importante que você, nesse início, demande apenas uma — Por que ele não pôde ir
ao chá? Ele caiu ou teve
linha da tabela para cada trio e, ao longo da atividade, amplie o desafio. Se dor de barriga?
necessário, realize a atividade em duas ou mais etapas. Você pode também

593
Sequência: Reconto

construir as três primeiras linhas de forma coletiva, para então fazer a divi- C
são nos trios. C Possíveis falas
do professor

6 Após fazerem os combinados, diga para as crianças que reservou cerca de — Crianças, o que é
cinco minutos para que conversem nos trios e levantem ideias que trarão para esta imagem? Ah, e que
o preenchimento da tabela. Diga que irá sinalizar quando o tempo estiver informação ela indica?
— O que vamos colocar
chegando ao fim e que, em seguida, vocês se reunirão para a composição do aqui?
reconto. Após esse tempo, peça para que cada trio conte suas sugestões de — Então, sempre
complemento da tabela. Anote as ideias no suporte. Ao finalizar, leia para os que formos falar das
pequenos cada sugestão, investigando se acolhem a ideia da rima brincante características dos
do texto do livro, se são repetidas e assim por diante. Caso não rime ou haja personagens, usaremos
repetições, envolva todo o grupo na proposição de sugestões. Em seguida, esta coluna!
volte para o próximo trio para que lancem suas sugestões, e assim sucessi-
vamente até finalizar a lógica numérica da narrativa.

7 Enquanto os trios sugerem os elementos para a criação do reconto, observe


como eles propõem as mudanças para o personagem escolhido, como fazem
as trocas entre os pares e se sentem a necessidade de alterar alguma carac-
terística levantada frente à ideia posta pelos demais. Assim, vá tecendo uma
relação dialógica e harmônica com as crianças. Contudo, caso perceba que a
turma está cansada e começou a se dispersar, proponha uma pausa na ativi-
dade e combine que continue depois. Após criarem a tabela, combine com as
crianças que, em outro momento, vocês farão a escrita do reconto, apoiadas
na construção da tabela que preencheram.

Para finalizar
Convide as crianças para organizar o espaço e guardar o material utilizado na atividade. Em seguida,
encaminhe todo o grupo para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Use essa mesma estratégia de substituição em outras narrativas. Uma boa ideia é engajar as crianças na
representação cênica do reconto. Para isso, considere se inspirar no conjunto Teatro.

 Engajando as famílias
Compartilhe a tabela e uma breve explanação de como aconteceu a proposta em um espaço de espera dos
responsáveis. Você pode deixar o livro exposto para que conheçam a história, propondo um painel interativo,
fixando uma tabela em branco para que a comunidade sugira novos personagens, acompanhamentos e motivos,
inspirados na história e construção das crianças.

594
Atividade: Mudando o cenário da história

 EI03EO04  EI03EF06
MUDANDO O CENÁRIO DA
HISTÓRIA
Tempo sugerido: 40 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É necessário que as crianças já tenham vivenciado diversos contextos de leitura do conto escolhido, de forma
que conheçam bem o enredo. Na proposta, o conto clássico Chapeuzinho Vermelho será tomado como exemplo.

 Materiais
•  Um conto clássico preferido da turma, dispondo mais de um exemplar do livro, se possível;
•  Papel para cartaz e marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como jogos e modelagem.

 Espaços
Antecipe um espaço que possa acolher dois pequenos grupos em atividades simultâneas e oportu-
nize o estabelecimento de relações de qualidade, de modo que conversem e se expressem nas diferentes
linguagens, estabelecendo trocas entres os pares.

 Perguntas para guiar suas observações

1. Quando é feito o convite para propor que o conto aconteça em outros espaços, as crianças contribuem
com quais hipóteses? Elas trazem sugestões e ideias de novos espaços de seu cotidiano? Como?
2. Elas se apoiam em sugestões dos pares e fazem complementos às ideias que emergem? Quais falas,
gestos ou expressões indicam esse apoio?
3. Como reagem ou comentam o reconto criado? Quais expressões usam? Há sorrisos? Demonstram
interesse? Como?

 Para incluir todos


Busque oportunizar um ambiente de acolhida e trocas entre as crianças. Observe que elas encontram diversas
formas para expressar suas ideias e curiosidades. Sendo assim, acolha-as, trazendo-as para o contexto do re-
conto e considerando gestos, expressões faciais, olhares, pausas, surpresas e outras expressões que emergem
no processo de construção do grupo.

595
Sequência: Reconto

O QUE FAZER DURANTE

1 Convide todo o grupo para se acomodar no ambiente e diga às crianças que A


preparou duas propostas. Conte que, para isso, um grupo ficará com você de-
Possível fala
senvolvendo um reconto enquanto o outro se engaja em uma atividade que do professor
realiza com autonomia. Depois, acontecerá a troca dos grupos. Divida-os com
— Crianças, como
uma brincadeira. É importante pensar em mesclar as crianças, oportunizando começa a história da
que haja diversidade para que, nas trocas, uma aprenda com a outra. Após or- Chapeuzinho? A mamãe
ganizar os pequenos grupos, encaminhe cada um para a proposta escolhida. chama a Chapeuzinho
para levar uma cesta
Depois do encaminhamento dos grupos, compartilhe com as crianças que fi- de guloseimas para a
2 vovó. Mas agora que
caram com você que hoje farão um reconto diferente. Pergunte o que acham
o nosso cenário é a
da possibilidade do conto favorito delas acontecer em um espaço diferente escola, como podemos
do da história, como a escola, uma loja de brinquedos, um supermercado etc. começar?
Instigue-as a imaginar os efeitos que a mudança do cenário causaria na narra-
tiva. Acolha hipóteses e falas, considerando apoiá-las nesse jogo imaginário. B
Ao final, proponha a criação e a escrita do reconto em um cenário diferente. Possíveis falas
Se não houver consenso, trace uma estratégia para escolher o cenário para do professor
o conto, como uma votação. — Então, na história, o
lobo escondido atrás
3 Com o cenário escolhido, compartilhe com o grupo que, agora, vocês come- da árvore observa a
çarão a narrativa e você será o escriba do reconto. Pergunte às crianças como Chapeuzinho. E aqui na
começa o conto favorito delas. Em seguida, pergunte como começariam a nar- escola? De qual lugar ele
pode fazer isso?
rativa no cenário escolhido. Anote as escolhas feitas de forma a encadear a — Agora vou ler
nova narrativa. Considere apoiá-las, auxiliando na construção das hipóteses a sugestão de
propostas. Por exemplo: é possível que os personagens sejam modificados vocês, para a gente
para que o cenário novo tenha sentido na narrativa. A mamãe da história da continuar a história: “O
Chapeuzinho pode ser transformada em professora que pede que uma criança lobo, escondido atrás do
escorregador, observava
leve folhas para outra sala. A
a Chapeuzinho Vermelho.
Aí, ele teve uma ideia!
4 Siga o enredo da narrativa, instigando as crianças a ressignificar a história Pensou que ela poderia
conforme o cenário. Continue oferecendo suporte, mas incentive-as nessa pedir para brincar com
criação do reconto, apoiando e estimulado a construção dos pensamentos. as crianças de outra
Observe que, nesse momento, é importante construir mediações junto a elas. turma e aí ele chegaria
primeiro e aí conseguiria
Incentive-as a perceber as diferenças entre as marcas orais e escritas, lançan- comer os doces!”. Vocês
do situações emergentes para que construam reflexões que as aproximem da perceberam que temos
linguagem escrita. Observe que, por se tratar de um processo de aquisição, a muitos “aís” nessa
escrita do novo reconto não precisa ficar perfeita, deixando de lado palavras parte? Será que, nas
e expressões que, por vezes, se distanciam da marca escrita mas são carac- histórias que lemos, uma
expressão se repete
terísticas dos pequenos e compõem suas ideias para o reconto. B
tanto assim? Vamos
pensar em quais outras
5 Esteja atento para acolher a forma de produção das crianças e, ao mesmo expressões podemos
tempo, potencializar os entendimentos acerca das especificidades das cons- trazer para o nosso texto?
truções escritas. Oportunize reflexões que as levem a refletir sobre como po- Quando usamos o “aí”
dem fazer para não repetir muito a palavra “Chapeuzinho Vermelho” e sobre para contar algo, o que
estamos querendo dizer?
como utilizar sinônimos. Uma boa ideia é ler o trecho original do livro, por
exemplo, para apoiar as ideias dos pequenos.

596
Atividade: Mudando o cenário da história

6 Ao finalizar, combine com as crianças que o outro grupo participará da cons-


trução do reconto e que elas irão para a outra atividade. Combine que, assim
que o outro grupo finalizar, você reunirá todo o grupo para compartilhar as his-
tórias criadas. Organize a troca entre os grupos e siga as mesmas estratégias
para o reconto. Observe o engajamento das crianças com a proposta. Caso
você sinta que elas estão cansadas, pause a atividade e diga que continua-
rão em outro momento. Caso prefira, os grupos podem vivenciar a proposta
em dias e espaços diferentes, ampliando assim as possibilidades de criação.

Para finalizar
Depois dos dois pequenos grupos escreverem seus recontos, reúna todas as crianças e compartilhe a
leitura das narrativas criadas. Convide-as a expressar o que acharam das histórias e da proposta. Em se-
guida, encaminhe a organização dos espaços utilizados e conduza a turma para a próxima atividade do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha essa mesma estrutura de reconto para outras histórias favoritas das crianças. Elas também podem
preparar uma encenação do reconto criado, utilizando espaços diversos e até criando cenários. Outra proposta
interessante é engajá-las na ilustração do reconto no novo cenário. Você pode se inspirar na atividade Recontar
um conto, do conjunto Conversando sobre histórias e ilustrações.

 Engajando as famílias
Exponha, próximo à sala, os recontos criados e, junto a eles, considere dispor o livro de história que inspirou
a proposta, para que os responsáveis leiam e se divirtam com as criações das crianças. Outra sugestão é digitar
as produções e enviá-las para os adultos, convidando-os a conversar com os pequenos sobre como foi criar um
novo cenário para a história.

597
Sequência: Reconto

 EI03EO03  EI03EF06
CRIANDO UM NOVO FINAL
PARA UMA HISTÓRIA
Tempo sugerido: aproximadamente 60 minutos

O QUE FAZER ANTES

 Contextos prévios
É importante que você selecione uma história que as crianças já tenham lido e gostado. Considere que o final
dela tenha possibilidades de ser alterado. Portanto, observe a necessidade de que o enredo escolhido seja uma
sequência de acontecimentos que culminam para um desfecho, ou seja, que haja marcações claras de começo,
meio e fim. Sendo assim, prepare o registro de todo o texto até o trecho a partir do qual elas se engajarão na
construção do novo final.

 Materiais
•  Um livro com uma narrativa já conhecida pelo grupo;
•  Suporte para reescrita do texto da narrativa: projetor de imagens conectado a um computador com um
editor de texto, um flip chart ou a parede com papel para cartaz;
•  Marcador gráfico (pincel, caneta hidrocor);
•  Materiais para atividades que as crianças já realizam com autonomia, como jogos e modelagem.

 Espaços
Antecipe um espaço para que um pequeno grupo acompanhe a leitura da história de forma acolhedora. Na
organização, considere que as crianças precisam acompanhar a construção do reconto com qualidade, visuali-
zando o texto que elas criarão. Proponha um espaço com uma atividade em que o outro pequeno grupo possa
se engajar com autonomia.

 Perguntas para guiar suas observações

1. No engajamento que propõe um novo final para a história, as crianças apresentam diversas possi-
bilidades? Elas estruturam essas possibilidades em pontos prévios da narrativa? Como fazem isso?
2. O grupo compartilha diversos finais? Como? Que ações das crianças indicam que estão trocando ideias
para chegar a um consenso? Que tipo de mediações precisam nesse momento?
3. Quais reações, tanto de fala quanto de expressões, indicam que as crianças se engajaram na proposta?

598
Atividade: Criando um novo final para uma história

 Para incluir todos


Ao perceber que algumas crianças respondem com olhares ou gestos, use essas expressões no contexto,
efetivando o sentido expresso ao reconto, por exemplo, acolhendo um olhar surpreso. Sugira que no texto essas
manifestações estejam presentes.

O QUE FAZER DURANTE

1 Reúna todo o grupo e compartilhe com as crianças que vocês farão a leitu-
ra de uma história e que têm o desafio de modificar o final. Para isso, você
organizará a turma em dois pequenos grupos. Indique para as crianças que
uma parte ficará com você para a roda de história e outra se engajará em uma
proposta que já realizam com autonomia. Explique que, ao final, os grupos
farão a troca das atividades. Para a organização em grupos, selecione a es-
tratégia que mais achar adequada à sua realidade. Em seguida, convide o
grupo que ficará com você para se acomodar no espaço preparado para a
atividade da história.

2 Com os grupos organizados, combine que, primeiro, você fará a leitura de toda
a história utilizando o livro. Em seguida, vocês irão conversar sobre o novo fi-
nal. Inicie a leitura da história utilizando entonações que convidem as crianças
a se envolver com o enredo, construindo uma contação de história cativante
com o grupo. Após a leitura, converse com as crianças para que elas contem
as impressões acerca da história e já comecem a trazer hipóteses para novos
finais. Em seguida, apresente o editor de texto ou o outro suporte escolhido. A
Diga que você reescreveu o texto do autor, deixando de fora o final original da Possíveis falas
narrativa. Sendo assim, faça a leitura até esse ponto, para que os pequenos do professor
decidam como a narrativa continuará. — Crianças, neste ponto,
chegamos ao momento
3 Leia o texto novamente até a parte que planejou a interrupção. Indique para de construir um novo
as crianças que um novo desfecho será proposto e as instigue a levantar hi- final. O que vocês acham
póteses de como modificá-lo, convidando que proponham uma sequência que os personagens
podem fazer? Vocês têm
de ações para os personagens. No suporte de texto, anote as ideias delas. alguma proposta?
Anotadas as proposições, convide-as a definir uma maneira de selecionar um — Vamos escolher uma
novo final da história. Medeie as ideias oferecidas, de forma que todos pos- das propostas sugeridas.
sam expressar opiniões e ajudar o grupo a chegar a um consenso, que pode Qual destas podemos
ser através de uma votação ou outra estratégia pertinente. A escolher? De que forma?

4 Escolhido o novo final, instigue o grupo a construir uma estratégia para a rees-
crita. Indique que precisam, então, escrever o final com a linguagem que a
narrativa propôs, sinalizando que, na linguagem falada, existem diferenças em
relação à linguagem escrita. Convide os pequenos a construir o final, oferecen-
do apoio com palavras e mediando a estruturação do novo trecho da história.

5 Finalizada a construção, leia o trecho criado a fim de investigar se as crianças


almejam fazer alterações no reconto criado. Em seguida, indique que, agora,
elas trocarão de atividades e que o segundo pequeno grupo construirá outro

599
Sequência: Reconto

final e vocês compartilharão os novos desfechos na roda. Repita os passos


anteriores com o novo pequeno grupo e, ao terminar, reúna todo o grupo
para compartilharem as narrativas. Convide as crianças a se expressar sobre
como foi a vivência, quais desafios encontraram e se gostariam de repeti-la
com outras histórias favoritas da turma.

Para finalizar
Proponha que as crianças organizem os espaços utilizados e encaminhe-as para a próxima atividade
do dia.

O QUE FAZER DEPOIS

 Desdobramentos
Proponha essa estratégia com outras histórias. O grupo de crianças pode ser convidado a ilustrar o novo final,
expondo as novas estruturações de narrativas.

 Engajando as famílias
Convide os responsáveis a conhecer a proposta através de um bilhete elaborado com as crianças, que conte
como aconteceu a dinâmica da proposta na sala. É possível combinar que os pequenos levem o livro para casa
e dividam com os adultos o novo final que estruturaram.

600
Realização
ISBN 978-65-5965-038-5

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