Título: Aromaterapia: A Química Dos Óleos Essenciais

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TÍTULO: AROMATERAPIA: A QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

SUBÁREA: QUÍMICA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CAMILO CASTELO BRANCO

AUTOR(ES): IARA ARAUJO DA SILVA

ORIENTADOR(ES): CLAUDIA LUCIA DE MOURA


1. RESUMO

A aromaterapia é arte de usar óleos essenciais extraídos de plantas aromáticas, no


tratamento e cura de doenças, via pele e via olfato. A palavra ”aroma” se remete a
cheiro e “terapia” a cura. Os óleos essenciais são compostos orgânicos, voláteis e
de odor distinto. É extraído de diversas partes da planta, como folhas, raízes, casca,
frutos, flores e galho. Para extrair o óleo existem vários métodos de extração, em
laboratório, industrial e manual. Pela complexa composição dos óleos essenciais,
ele apresenta centenas de componentes químicos, sendo os principais os terpenos.
Baseado nesta temática, desenvolveu-se um destilador com materiais recicláveis e
de baixo custo, capaz de realizar extração de óleos essenciais, de forma que esse
destilador torna-se um equipamento de fácil acesso à escolas públicas de baixo
recurso didático, despertando e contribuindo com o conhecimento dos alunos,
auxiliando o professor de química em suas aulas práticas.

Palavras-chave: Aromaterapia, Óleos essenciais, Extração.

2. INTRODUÇÃO

Aromaterapia é arte de usar óleos essenciais extraídos de plantas, tanto para


propósitos de cura quanto para melhorar a qualidade de vida. É considerada
medicina natural, alternativa, preventiva e também curativa. (ANDREI E COMUNE,
2005). O termo aromaterapia foi introduzido por René Maurice de Gattefossé,
químico francês, e começou a ser difundido em 1964. A palavra ”aroma” se remete a
cheiro e “terapia” a cura. Consiste em um tratamento com óleos essenciais apenas
via pele e via olfato (LASZLO, 2014).

Os óleos essenciais são usados para a cura desde a aurora da humanidade e


são empregados na indústria cosmética, farmacêutica, alimentícia e na medicina.
Todos são antissépticos, sem exceção, e também fungicidas, antivírus e anti-
inflamatórios. Eles não apresentam os efeitos colaterais encontrados nos
medicamentos sintéticos, talvez isso explique o renovado interesse pela cura natural
(HUDSON, 2009).
Os óleos essenciais são absorvidos através da pele e através do olfato,
alcançando o sistema circulatório e afetam, portanto o corpo todo. Sua fragrância
exerce grande influência psicológica: eles estimulam ou relaxam, aumentam ou
diminuem o desejo sexual etc. São úteis no tratamento de várias condições
psicológicas. A qualidade dos óleos é extremamente importante. Como é difícil
determinar a qualidade, o melhor método é adquiri os óleos de uma fonte confiável
(HUDSON, 2009).

Os compostos aromáticos foram estudados quimicamente graças ao grande


crescimento do conhecimento sobre as substâncias orgânicas, que resultam da
pesquisa dos derivados do petróleo e do carvão. Foi assim que se descobriram os
terpenos, um tipo de hidrocarboneto e um dos principais constituintes mais
importantes dos óleos essenciais. O termo terpeno deriva da palavra terebintina,
nome da resina do terebinto, árvore nativa da região do mediterrâneo, usada na
medicina desde a antiguidade (GASPAR, 2004).

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Estudar a química dos óleos essenciais e mostrar as suas funcionalidades, através


de um tema diferenciado e do cotidiano dos alunos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Revelar a química dos óleos essenciais;

• Mostrar os diversos métodos de extração;

• Desenvolver um destilador com materiais recicláveis e de custo baixo, que se


torne de fácil acesso a escolas públicas de pouco recurso.
4. METODOLOGIA

Para a realização desde trabalho foi utilizado, pesquisas bibliográfica, em


livros e site. E com o objetivo de melhorar a capacitação de alunos do ensino médio
de escolas públicas de recurso didático baixo, foi desenvolvido um destilador com
materiais recicláveis e de custo baixo, capaz de realizar extração de óleos
essenciais. Existem vários métodos de extração, porém um dos mais usados é o de
hidrodestilação.

Materiais e reagentes:
1 garrafa PET de 500 ml, 1 pote de vidro de alimentos em conserva,
mangueira de nível com 70 cm de comprimento, 1 macaco elevatório ou qualquer
coisa que sirva para elevar, 1 latinha de alumínio, potinho de plástico, 1 tubo de
caneta Bic, durepoxi, suporte de arame para fogareiro, algodão, álcool, fósforo,
balança analítica e 100 g de casca de laranja perâ.

5. DESENVOLVIMENTO

Para montar o sistema de arraste a vapor utilizou-se a garrafa PET (Figura 1),
fazendo dois furos: um na tampa e outro na lateral quase no fundo da garrafa, os
furos devem ser no diâmetro aproximado da mangueira de nível. Em seguida
inseriu-se a mangueira pelo furo da tampa, permitindo que saia pelo furo lateral da
garrafa, na sequência os furos foram vedados com durepox, pois na garrafa será
introduzido água, não podendo haver vazamentos. A garrafa com mangueira
funcionou como condensador.
Fazer um furo central na tampa do pote de vidro (Figura 2) com diâmetro
aproximado de 3 mm. Cortar o tubo de uma caneta Bic em 4cm. Encaixar o tubo da
caneta na tampa e vedar com durepox. O tubo de caneta servirá como conexão,
onde encaixaremos a ponta da mangueira que sai da tampa da garrafa pet, no tubo
de caneta encaixado na tampa do pote.
Corta-se ao fundo da latinha de alumínio (Figura 3), de forma que fique com 5
cm de altura, pois servirá como fogareiro, junto a um suporte de arame (Figura 4).
E Para finalizar, descascaram-se as laranjas (Figura 5), de forma que
ficassem com a casca fina, cortando em pedacinhos pequenos, para facilitar a
extração do óleo essencial.

Figura 1. Garrafa PET Figura 2. Pote de vidro Figura 3. Latinha alumínio


(Condensador) (Balão p/ aquecimento) (Fogareiro)

Figura 4. Suporte de Arame Figura 5. Cascas de laranja cortada

Procedimento
Na garrafa PET (condensador) foi colocada água e esta levada á geladeira
para se solidificar, pois como não há um fluxo de água contínuo, é necessário ter
gelo para manter o resfriamento por mais tempo. Em seguida colocou-se 100g de
cascas de laranja cortada no pote de vidro (Balão de fundo chato) e acrescentou 250
ml de água, para cobrir as cascas. Na latinha de alumínio, foi colocado algodão,
álcool seguido de fogo, iniciando o aquecimento. Feito isso montou-se o destilador
(Figura 6) com materiais recicláveis e de custo baixo, que funcionará como o método
de extração por hidrodestilação. Aguardou-se a saída do óleo essencial e fez-se a
coleta.

Figura 6 – Destilador com materiais recicláveis e de custo baixo.

6. RESULTADO

Através do experimento realizado, fez-se a extração de óleo essencial de


cascas de laranja, para esse tipo de matéria prima o método de extração
recomentado é o de prensagem a frio, que é o mais utilizado industrialmente, pois se
consegue ter um rendimento mais eficaz por esse processo, já em escala
laboratorial e experimental, o método de extração por hidrodestilação funciona bem,
porém costuma ter baixo rendimento.

O sistema de extração construído com materiais recicláveis e de baixo custo,


funcionou muito bem, pois nele foi possível observar nitidamente o óleo essencial de
laranja (Figura 7). Não tem como se falar qual o rendimento, pois devido à
quantidade de óleo extraído ser muito pouco não foi possível quantificar.
Figura 7 – óleo essencial de laranja.

O experimento funcionou da seguinte forma: o vapor d’água formou-se


arrastando o óleo essencial, condensando quando entrou em contado com a parte
resfriada do condensador, formou a mistura água e óleo, coletada em béquer. Em
relação ao material coletado é exatamente o mencionado na literatura, obteve-se
uma mistura imiscível água e óleo, onde o óleo ficou na superfície, devido à
diferença de densidade, apresentando cor incolor e odor característico.

Para se fazer uma análise qualitativa dos componentes químicos presente na


amostra desse experimento, seria necessária fazer uma análise cromatográfica
gasosa, que exige equipamentos sofisticados. Contudo pela literatura podemos
apresentar a sua composição. O limoneno é o maior constituinte do óleo essencial
da laranja. É produzido em mais de 300 espécies de plantas cítricas, na laranja está
presente cerca de 93,43% do óleo encontrado na casca. No caso dos óleos
essenciais dos cítricos em geral, é o componente mais expressivo, atingindo
concentrações de 90 a 96%. É um monoterpeno e na temperatura ambiente se
apresenta como um líquido incolor, oleoso e de odor cítrico. Além do limoneno,
também esta presente na casca da laranja outros constituintes em quantidades
consideráveis; o mirceno com cerca de 3,31%, o linalol com 0,6%, o alfa-pineno com
0,95%, entre outros que constituem o óleo (MARÓSTICA e PASTORE, 2007;
WOLFFENBUTTEL, 2011).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados expostos, pode-se dizer que o trabalho atingiu


seu objetivo, pois mesmo o destilador feito de materiais recicláveis e de custo
baixo, obteve resultados satisfatórios quanto à extração do óleo essencial da
casca de laranja. O destilador foi desenvolvido com a finalidade de levar um
conhecimento diferenciado, sobre um tema presente no nosso cotidiano
relacionado com a química e assim contribuir para uma melhor capacitação de
alunos de ensino médio, onde a simplicidade da parte experimental torna-se de
fácil acesso em escolas públicas de pouco recurso e/ou sem infraestrutura
laboratorial.

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

GASPAR, E.D. Aromaterapia: Uso Terapêutico das Essências Vegetais. 2. Ed.


Revista e atualizada. Editora: Pallas. Rio de Janeiro, 2004.
HUDSON, K. Aromaterapia. Editora: Rideel. São Paulo, 2009.
LASZLO AROMATERAPIA & AROMATOLOGIA. História. Disponível em:
http://laszlo.ind.br/default.asp?pagina=historia. Acesso em: 20/01/2014.

MARÓSTICA, M. R. J. ; PASTORE, G. M. Biotransformação de limoneno: uma


revisão das principais rotas metabólicas. Química Nova, vol.30 no. 2, São
Paulo Mar./Apr. 2007.

WOLFFENBÜTTEL, A. N. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia:


abordagem técnica e científica. Editora: Roca. São Paulo, 2011.

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