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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

American W orld University


World
United States of America
Latin American Division

Didática e
Andragogia

Didactics and Andradogy

Ar temis Nogueira Castro


Professora Doutora em Educação a Distância

1a Edição - 2008
Rio de Janeiro/Brasil
1
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Copyright by © 2008 Grupo Palestra Editora

GRUPO PALESTRA EDITORA


Rua Monsenhor Jerônimo, 744 - Engenho de Dentro
20730-110 Rio de Janeiro/RJ - Brasil
Phone/Fax: 021 (21) 3276-3744

DIDÁTICA E ANDRAGOGIA.
Todos os direitos autorais reservados. Registro e Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10.994 de 14
de Dezembro de 2004.
Proibida a reprodução parcial ou integral desta obra, sem autorização escrita da SOCENS, sob pena das leis vigentes.
Registro no 396.091 - Livro 737 - Folha 251.

Autorizada pela SOCENS - Sociedade de Cultura, Esporte e Ensino de Nível Superior, através de documento legal, reprodução
e divulgação desta obra pela American World University/USA - Latin American Division, para fins pedagógicos.

AWU - AMERICAN WORLD UNIVERSITY/USA


Latin American Division

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E-mail: [email protected]

Didactics and Andragogy.

FICHA BIBLIOGRÁFICA
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

C35d

Castro, Artemis Nogueira, 1943-


Didática e andragogia / Artemis Nogueira Castro. - Rio de Janeiro : GPS, 2008.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7286-011-6

1. Didática. 2. Prática de ensino. 3. Educação de adultos. I. Título.

08-1227. CDD: 370.7


CDU: 371.3

31.03.08 31.03.08 005978

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Didática e Andragogia

ARTEMIS NOGUEIRA CASTRO


• Graduada em Letras - (FEFIS/RJ)
• Mestre em Educação - (UFRJ)
• Doutora em Educação a Distância - (AWU/USA)
• Capacitação Profissional em Ensino a Distância (IPAE/RJ)

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
⎯ Coordenadora de Pós-Graduação – FEFIS/RJ;
⎯ Coordenadora de Pós-Graduação – FEU/RJ
⎯ Coordenadora de Projetos Especiais – FERP/RJ
⎯ Docente de Ensino Superior – Letras (Graduação)
⎯ Docente de Ensino Superior – Educação (Graduação e Pós-Graduação Lato Sensu)
⎯ Orientadora de Trabalhos Monográficos (Graduação e Pós-Graduação Lato Sensu)
⎯ Elaboradora de Projetos Pedagógicos de Graduação e Pós-Graduação Lato Sensu
⎯ Elaboradora de Materiais Didáticos para as Modalidades Presencial e a Distância
dos Ensinos Básico e Superior (Graduação e Pós-Graduação)
⎯ Diretora Acadêmica da AWU/LAD/USA.

Sonhar, planejar, ter objetivos a alcançar são o sal e o


açúcar de nossas existências. Sem estas fontes de
motivação, a vida é uma seqüência insípida de fatos em
preto e branco, desbotados pelo desânimo e ausência de
foco. Providencie, a cada dia de sua existência, a dose de
açúcar e de sal, que energizarão Você pessoal e
profissionalmente.
Tente; valerá a pena.

Artemis Nogueira Castro

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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Anote aqui os sites que Você consultar para resolver as pesquisas


relativas às tarefas.
Bom trabalho!

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

SUMÁRIO

CAPÍTULOS/CONTEÚDOS PÁGINAS

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 07

CAPÍTULO I
Docência e Didática Andragógica. ........................................................ 09
Pedagogia x Andragogia - Quadro Comparativo Segundo Malcom Knowles. 17

CAPÍTULO II
Avaliação: O Grande Desafio Docente. ................................................ 19
Para Você Ler, Analisar e Definir-se . ...................................................... 19
Pensar, Aprender, Avaliar. ........................................................................ 19
Avaliação: O Grande Desafio Docente. .................................................... 21
Avaliação Mediadora x Avaliação Classificatória. ...................................... 23

CAPÍTULO III
Planejamento Educacional, de Currículo e de Ensino. ...................... 25
O Conceito de Planejamento. ................................................................... 25
Planejamento de Ensino. ......................................................................... 27
Planejamento de Ensino e seus Objetivos. .............................................. 30
Técnicas de Ensino. ................................................................................. 32

CAPÍTULO IV
O Professor e os Recursos Auxiliares de Ensino: Seleção, ................ 37
Elaboração e Aplicação.
Recursos Auxiliares ou Recursos Didáticos. ............................................ 37
As Tecnologias ou Recursos Didáticos de Baixo Custo. ............................ 37

CAPÍTULO V
Didática e Teorias Educacionais no Brasil. ........................................ 57
A Pedagogia Liberal Tradicional. ............................................................... 60
A Pedagogia Liberal Renovada. ................................................................. 61
A Pedagogia Liberal Tecnicista. ................................................................. 61
A Pedagogia Progressista. ......................................................................... 62
Tendência Progressista Libertadora. ......................................................... 63
Pedagogia Progressista Libertária. ............................................................ 63
Pedagogia Progressista - Crítico Social dos Conteúdos. ........................... 63
Quadro Síntese das Tendências Pedagógicas. .......................................... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 67

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................ 69

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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia


Olá! Eu sou a Carinha Amiga! Eu o(a) acompanharei ao longo dos Capítulos deste livro
dando sugestões, esclarecendo alguns pontos, enfim, seremos Colegas de estudo e
pesquisa, ok?
Para começar, que tal usar este espaço para anotações, fazer esquemas etc. Não é uma
boa idéia?
Até mais!

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

INTRODUÇÃO

Olá! Bem-vindo(a) ao Sistema de Ensino a Distância da AWU/LAD/USA.

Este Livro – DIDÁTICA E ANDRAGOGIA – foi elaborado para lhe dar


conhecimentos sólidos e orientação de aprofundamento de estudo e pesquisa ao longo
de seus Capítulos. Seguindo a metodologia do ensino a distância, tivemos a preocupação
de redigi-lo em linguagem dialógica para que Você se sinta acompanhado(a) durante
seus estudos e pesquisas.

A Carinha Amiga fará este trabalho de comunicação entre o texto e Você. E não
se esqueça de que Você tem sempre um Professor-Tutor para orientar seus momentos
de dúvidas, ok?

Os OBJETIVOS deste livro são:

√ Dar-lhe subsídios teóricos e práticos que o(a) tornarão um(a) PROFESSOR(A)


que:
a. Conhece as teorias de ensino e as aplica em sala de aula;
b. Seleciona e elabora recursos de ensino e os incorpora ao
planejamento;
c. Conhece os princípios da Andragogia como base necessária à
educação de adultos;
d. Diferencia avaliação tradicional da mediadora e as aplica em
contextos corretos.

Ao final da leitura e execução dos exercícios e pesquisa, volte a estes OBJETIVOS


e faça uma AUTO-AVALIAÇÃO: Você atingiu os itens de a. a d. supra citados?

Se algum OBJETIVO não foi atingido, releia o Capítulo, refaça os exercícios e,


sobretudo, não acumule dúvidas, combinados?

Bom estudo e muito sucesso profissional!

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Oi! Que tal Você usar este espaço para planejar seus estudos de Didática?
Faça um cronograma de tarefas, leituras etc.

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

CAPÍTULO I

DOCÊNCIA E DIDÁTICA ANDRAGÓGICA

Você, futuro Professor ou Profissional de Educação deve ter, entre os temas de


pesquisas de seu curso, a Didática Andragógica, seu objeto de estudo e as diferenças
entre este e a Didática utilizada para o ensino de crianças e adolescentes.

Através da Didática Andragógica Você estará muito melhor instrumentalizado


para lidar com seus Alunos Adultos. Vamos aos estudos?

A Andragogia objetiva o ensino para Alunos


Adultos, e tem como pontos–chave: a) considerar os
Alunos como aprendentes independentes e b) utilizar
as experiências dos Alunos como base para os

conteúdos ensinados , que aliados às experiências, Andragogia: Ciência que objetiva
o Ensino de Adultos.
se transformem em algo aplicável ao cotidiano pessoal
e profissional do Aluno.

Ao Professor ou Profissional de Educação



caberá pesquisar e planejar atividades que propiciem a Neste Capítulo Você terá uma Visão
aprendizagem significativa como motivação Geral sobre o que é Andragogia e
como ela pode ajudar ao futuro
propulsora dos Alunos Adultos. Professor ou Profissional da
Educação a atuar mais eficaz e
Vejamos como alguns estudiosos/autores vêem eficientemente junto a Discentes
Adultos. Vale a pena aprofundar seus
a Andragogia: estudos sobre o tema.

A Andragogia na essência é um estilo de vida,


sustentado a partir de concepções de comunicação,
respeito e ética, através de um alto nível de consciência
e compromisso social. (Marquez, 1998) Leitura Complementar:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da
Autonomia. RJ: Paz e Terra, 1987.
Paulo Freire complementa o pensamento de
Marquez (1998): Ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua
construção. ☺
Na obra indicada, Paulo Freire
A Andragogia se fundamenta no ensino através discute, de forma direta e objetiva,
o Ensino para Alunos Adultos.
das experiências, facilitando a assimilação de
conteúdos pelos Adultos.

Larrosa e Kohan falam sobre a aprendizagem baseada em experiência:


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A experiência e não a verdade é o que dá sentido


à educação. Educamos para transformar o que sabemos,
não para transformar o que é sabido.(Prefácio da Coleção
Educação Experiência e Sentido)

Tarefa

Goecks (2003) fala de aprendizagem do Aluno Releia o texto e responda as


Adulto: questões:

a) Quais os pontos-chave da
A maturidade da fase adulta nos traz a Didática Andragógica?
independência. As experiências nos proporcionam b) O que deve fundamentar a
aprendizados; erros nos trazem vivências que marcam aprendizagem Andragógica?
para toda a vida. Somos, então, capazes de criticar e c) O que fundamenta a assimilação
dos conteúdos pelo Aluno Adulto?
analisar situações, fazer paralelos com as experiências
já vividas, aceitar ou não as informações que nos
chegam.

Apesar da adequação coerente que a Andragogia prega em relação a educar o


adulto para a vida, Você, Nós constatamos que as Escolas continuam a utilizar as
mesmas estratégias de ensino para crianças e adultos.

(...) O chamado “efeito esponja” na qual a criança


absorve todas as informações não é possível ser
observado na fase adulta. O adulto desenvolve uma
habilidade mais intelectual – quer experimentar,

vivenciar, etc. (Goecks, 2003) Ao juntar as respostas às questões
acima Você terá, sintetizada, a
didática Andragógica. É só começar
Lembre-se: Nós, Professores e demais a planejar e... executar!
Profissionais da Educação, devemos estar sempre
A independência marca o ensino para
atentos para as diferenças existentes entre os Alunos adultos, enquanto que a dependência
Crianças e Adolescentes e os Alunos Adultos, ao do Aluno criança ou adolescente se
escolhermos as metodologias a serem utilizadas em cada destaca na relação Professor - Aluno-
faixa etária – para cada uma delas existem estratégias, Ensino– Aprendizagem.
que levem à aprendizagem significativa
correspondente.

Aprendizagem Significativa: Quando o Ensino


é endereçado a adultos, a aprendizagem deve estar
ligada ao contexto cotidiano do Aluno, dando-lhe condição

de aplicação imediata. Tarefa:

Estabeleça as diferenças entre as


Vamos saber um pouco mais sobre o que aprendizagens da Criança e do
Estudiosos pensam a respeito da Andragogia? Adulto. Releia o texto, se
necessário.

Linderman, E.C, em 1926, pesquisando as


melhores formas de educar adultos para a “American
Association for Adult Education” percebeu algumas impropriedades nos métodos
utilizados e escreveu:

Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos


e professores são os pontos de partida, e os alunos são secundários. ...
O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido. ... Grande
parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante
da experiência e conhecimento de outrem.

Mais adiante oferece soluções quando afirma que nós aprendemos aquilo que nós
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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

fazemos. A experiência é o livro-texto vivo do adulto


aprendiz.

Lança, assim, as bases para o aprendizado Acesse e leia a respeito de


centrado no estudante, do aprender fazendo. Andragogia: http://
www.andragogia.com.br/index.htm .
Infelizmente, sua percepção ficou esquecida durante Leia o artigo de Rodrigo Goecks –
muito tempo. Educação de Adultos – Uma
Abordagem Andragógica.
A partir de 1970 , Malcom Knowles trouxe à tona
as idéias plantadas por Linderman. Publicou várias obras,
entre elas “The Adult Learner - A Neglected Species”

Você concorda com Linderman
(1973), introduzindo e definindo o termo Andragogia - A quando ele opina sobre a passividade
Arte e Ciência de Orientar Adultos a Aprender. Daí em do Aluno no processo de ensino –
diante, muitos educadores passaram a se dedicar ao tema, aprendizagem? Pense a respeito.

surgindo literatura sobre o assunto.

Andragogia - A Arte e Ciência de orientar adultos


a aprender.

Neste ponto de nossa conversa, responda a



Tarefa:
seguinte questão:
Selecione um texto para uma turma
Sendo Você um(a) Aluno(a) Adulto(a), o que seria de Alunos Adultos. A série Você
escolhe. O texto deve ter como
Significativo aprender durante o curso que escolheu? objetivo introduzir um item de
conteúdo a sua escolha. Lembre-se
Se tiver dificuldades converse com outros Colegas de que texto, conteúdo e atividades
devem se transformar em
de Curso, com Amigos que estejam em Cursos de Pós- aprendizagem significativa para os
Graduação como Você (mesmo que presenciais). Seria Alunos.
interessante, também, que passasse estes dados para
seu Professor-Tutor - isto nos levará a melhorar cada
vez mais os nossos cursos. Então, comece a pensar a respeito de aprendizagens
significativas para Você. Depois compartilhe suas idéias com os colegas e Professores-
Tutores, certo?

Planejamento Docente e
Didática Andragógica

• Escolhe e planeja • Ministra os


• Seleciona conteúdos
atividades que conteúdos e
• Fundamenta-os com
motivam a a t i v i d a d e s
as experiências dos
aprendizagem dos significativas aos
Alunos Adultos.
ALunos. Alunos Adultos.

Aprendizagem Andragógico-Significiativa:
Aplicável ao cotidiano do Alunos Adulto.

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Será interessante neste ponto, analisarmos como se dá a aprendizagem


dos Alunos Adultos, para reforçar os itens até aqui estudados, concorda?

Os esquemas que seguem descrevem:

(I) o Processo de Aprendizagem do Aluno Adulto; e

(II) a Relação Professor – Aluno na Didática Andragógica.

(I)

Processo de Aprendizagem do Aluno Adulto

1 2 3
Conhece Estuda, Aplica o novo
um novo Entende conhecimento
item de e no seu
conteúdo Assimila cotidiano (=
experiência)

Aprendizagem Significativa

(II)

Andragogia e a Relação Professor-Aluno

Professor = Facilitador Alunos =


da Aprendizagem Participantes Ativos

Cria situações próprias para a


experimentação, para a
aprendizagem significativa

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Será importante que Você amplie seus


conhecimentos sobre a aprendizagem de Alunos

Pense antes de executar a tarefa
Adultos. Leia com atenção os dados coletados para sugerida. Se Você fosse um
enriquecer seus conhecimentos: Professor de uma turma de Adultos
como Você selecionaria conteúdos
significativos para eles? Que
critérios Você usaria?
Considerações sobre a Aprendizagem do
Aluno Adulto.

Pesquisas demonstram que estudantes adultos


retêm apenas 10% do que ouvem, após 72 horas.
Entretanto, serão capazes de lembrar de 85% do que ☺
ouvem, vêem e fazem, após o mesmo prazo. Ele Você, como Aluno Adulto,
observou, ainda, que as informações mais lembradas acrescentaria algum item aos
são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma princípios estabelecidos por
Knowles? Por que não? Justifique
aula ou palestra. ambos os casos.

Para melhorar estes números, faz-se necessário


conhecer as peculiaridades da aprendizagem do adulto e adaptar ou criar métodos
didáticos para serem usados nesta população específica.

De acordo com Knowles, à medida que as pessoas amadurecem, sofrem


transformações; analise os princípios que fundamentam a aprendizagem andragógica,
segundo o autor:

Passam de pessoas dependentes para


indivíduos
autodirecionados.
independentes,

Um ótimo recurso para o Professor
Acumulam experiências de vida que vão ser conhecer melhor seus Alunos Adultos
fundamento e substrato de seu e fazer “aflorar” interesses e
aprendizado futuro. motivações é trabalhar com as
dinâmicas de grupo especialmente
escolhidas para estes objetivos.
Seus interesses pelo aprendizado se
direcionam para o desenvolvimento das
habilidades que utiliza no seu papel social,
na sua profissão.
Leitura Sugerida:
Passam a esperar uma imediata aplicação O livro aqui sugerido complementa a
prática do que aprendem, reduzindo seu “dica” anterior:
interesse por conhecimentos a serem úteis
num futuro distante. GONÇALVES, Ana Maria e
PERPÉTUO, Susan, C. Dinâmica de
Grupo na Formação de Liderança.
Preferem aprender para resolver problemas RJ: DP &A Editora, 2005.
e desafios, mais que aprender
simplesmente um assunto.

Passam a apresentar motivações internas (como desejar uma promoção,


sentir-se realizado por ser capaz de uma ação recem-aprendida, etc), mais
intensas que motivações externas como notas em provas, por exemplo.

Partindo destes princípios estabelecidos por Knowles, inúmeras pesquisas foram


realizadas sobre o assunto. Em 1980, Brundage e MacKeracher estudaram
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

exaustivamente a aprendizagem dos adultos através de


programas andragógicos pois consideravam ser Adultos
em aprendizagem e identificaram trinta e seis

Como seria o Perfil do Professor para
princípios de aprendizagem, bem como as estratégias o Ensino de Adultos em sua
para planejar e facilitar o ensino. Wilson e Burket concepção? Seria muito diferente
(1989) revisaram vários trabalhos sobre teorias de ensino do que vem sendo delineado neste
capítulo? Em que aspectos?
e identificaram inúmeros conceitos que dão suporte aos
princípios da Andragogia. Também Robinson (1992), em
pesquisa por ele realizada entre estudantes secundários, comprovou vários dos princípios
da Andragogia, principalmente o uso da experiências de vida e a motivação intrínseca em
muitos estudantes.

Características da Pedagogia Andragogia


Aprendizagem

Relação Professor/Aluno Professor é o centro das A aprendizagem adquire


ações, decide o que uma característica mais
ensinar, como ensinar e centrada no aluno, na
avalia a aprendizagem independência e na auto-
gestão da aprendizagem.

Razões da Aprendizagem Crianças (ou adultos) Pessoas aprendem o que


devem aprender o que a realmente precisam saber
sociedade espera que (aprendizagem para a
saibam (seguindo um aplicação prática na vida
curriculo padronizado) diária).

Experiência do Aluno O ensino é didático, A experiência é rica fonte de


padronizado e a experiência aprendizagem, através da
do aluno tem pouco valor discussão e da solução de
problemas em grupo.

Orientação da Aprendizagem por assunto Aprendizagem baseada em


Aprendizagem ou matéria problemas, exigindo ampla
gama de conhecimentos
para se chegar a solução

Comparando o aprendizado de crianças (pedagogia) e de adultos (andragogia), se


destacam as seguintes diferenças:

Mudar a metodologia de ensino, passando do


ensino clássico para o enfoque andragógico requer
dedicação e muito trabalho. O corpo docente envolvido
nesta migração precisa ser bem preparado, inclusive
através de programas andragógicos (afinal, são
adultos em aprendizagem!). Burley (1985) enfatizou o
uso de métodos andragógicos para o treinamento de
educadores de adultos.

Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido, afirma:


“Ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho,
nós homens (mulheres) aprendemos através do mundo”
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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Em Pedagogia da Autonomia, Freire diz: “ Ensinar não é transferir conhecimento,


mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”

O professor precisa se transformar num tutor eficiente de atividades de grupos


devendo demonstrar a importância prática do assunto a ser estudado, deve transmitir o
entusiasmo pelo aprendizado, a sensação de que aquele conhecimento fará diferença
na vida dos alunos; ele deve transmitir força e esperança, a sensação de que aquela
atividade estará mudando a vida de todos, e não, simplesmente, preenchendo espaços
em seus cérebros.

As características de aprendizagem dos adultos devem ser exploradas através de


abordagens e métodos apropriados, produzindo maior eficiência das atividades
educativas.

Precisamos estar conscientes de que os adultos


têm mais experiências de vida, sendo estas também
mais diversificadas do que as das crianças. Isto significa 
que, quando formam grupos, estes são mais Tarefa:
heterogêneos em conhecimentos, necessidades,
interesses e objetivos. Por outro lado, uma rica fonte Faça um resumo das atividades que
devem embasar o ensino andragógico
de consulta estará presente no somatório das e produzir a a p r e n d i z a g e m
experiências dos participantes. Esta fonte poderá ser significativa para os Alunos.
explorada através de métodos experienciais (que exijam
o uso das experiências dos participantes), como
discussões de grupo, exercícios de simulação, aprendizagem baseada em problemas e
discussões de casos. Estas atividades permitem o compartilhamento dos
conhecimentos já existentes para alguns, além de reforçar a auto-estima do grupo.
Uma certa tendência à acomodação, com fechamento da parte do grupo para novas
idéias deverá ser quebrada pelo professor, propondo discussões e problemas, que
produzam conflitos intelectuais, a serem debatidos com mais ardor.

A aprendizagem para o adulto precisa estar vinculada às suas necessidades


do dia-a-dia, pois eles estão mais propensos a aprender algo, que contribua para suas
atividades profissionais ou para resolver problemas reais. O mesmo é verdade quando
novas habilidades, valores e atitudes estiverem conectadas com situações da vida real.
Os métodos de discussão de grupo, aprendizagem baseada em problemas ou em
casos reais novamente terão utilidade, sendo esta mais uma justificativa para sua
eficiente utilização. Muitas vezes será necessária uma avaliação prévia sobre as
necessidades do grupo para que os problemas ou casos propostos estejam bem
sintonizados com o grupo.

Outro ponto importante a sinalizar é que os adultos se sentem motivados a


aprender quando entendem as vantagens e benefícios de um aprendizado, bem
como as conseqüências negativas de seu desconhecimento. Métodos que permitam
ao aluno perceber suas próprias deficiências, ou a diferença entre o status atual de seu
conhecimento e o ponto ideal de conhecimento ou habilidade, que ser-lhe-á exigido,
sem dúvida serão úteis para produzir esta motivação. Aqui cabem as técnicas de revisão
a dois, revisão pessoal, auto-avaliação e detalhamento acadêmico do assunto. O próprio
professor também poderá explicitar a necessidade da aquisição daquele conhecimento.

Adultos sentem a necessidade de serem vistos como independentes e se


ressentem quando obrigados a ceder ao desejo ou às ordens de outrem. Por outro lado,
devido a toda uma cultura de ensino, onde o professor é o centro do processo de ensino-
aprendizagem, muitos, ainda precisam de um professor para lhes dizer o que fazer.
Alguns adultos preferem participar do planejamento e execução das atividades
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

educacionais. O professor precisa se valer destas tendências para conseguir mais


participação e envolvimento dos estudantes. Isto pode ser conseguido através de uma
avaliação das necessidades do grupo, cujos resultados serão enfaticamente utilizados
no planejamento das atividades. A independência, a responsabilidade serão
estimulados pelo uso das simulações, apresentações de casos, aprendizagem baseada
em problemas, bem como nos processos de avaliação de grupo e auto-avaliação.

Estímulos externos são classicamente


utilizados para motivar o aprendizado, como notas nos
exames, premiações, perspectivas de promoções ou
melhores empregos. Entretanto, as motivações mais

fortes nos adultos são internas, relacionadas com a Para fazer a avaliação das
necessidades do grupo, o Professor
satisfação pelo trabalho realizado, melhora da qualidade poderá usar um Questionário
de vida, elevação da auto-estima. Um programa especialmente preparado para este
educacional, portanto, terá maiores chances de bons objetivo. Os Alunos responderão,
resultados se estiver voltado para estas motivações o Professor coletará os dados e,
com eles, planejará sua ação
pessoais e for capaz de realmente atender aos anseios pedagógica.
íntimos dos estudantes.

Algumas limitações são impostas a alguns


grupos de adultos, o que impedem que venham a

Lembre que Você também pode usar
aprender ou aderir a programas de aprendizagem. O os dados oriundos das observações
tempo disponível, o acesso a bibliotecas, a serviços, a que fará durante as dinâmicas de
laboratórios, a Internet são alguns destes fatores grupo anteriormente sugeridas.
limitantes. A disponibilização destes fatores aos Antes de aplicá-las, organize um
rol de itens a serem observados
estudantes sem dúvida contribui de modo significativo durante a atividade – esta
para o resultado final de todo o processo. estratégia facilitará a sua coleta
de dados para o planejamento.
Outro fator limitativo é a questão da auto-
estima: alguns adultos não gostam de ficar embaraçados
frente a outras pessoas. Assim, adotarão uma postura

reservada nas atividades de grupo até se sentirem Estabeleça as regras antes das
seguras de que não serão ridicularizadas. Pessoas atividades em grupo: ninguém é
obrigado a falar se não se sentir à
tímidas levarão mais tempo para se sentirem à vontade vontade para isso. Coloque-os, por
e não gostam de falar em discussões de grupo. Elas exemplo, em Grupos de Observação,
podem ser incentivadas a escrever suas opiniões e, que anotam os pontos importantes
posteriormente, mudarem de grupos, caso se sintam dos debates e apresentam seu
trabalho por escrito.
melhor em outras companhias.


Tarefa:

Junte as 3 dicas acima e elabore


esta atividades com todos os itens
comentados.

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Pedagogia x Andragogia – Quadro Comparativo

Segundo Malcom Knowles:

Modelo Modelo
Pedagógico Andragógico 
Tarefa:
Papel A experiência daquele Os adultos são portadores
da que aprende é de uma experiência que os Leia com atenção o quadro
Experiência considerada de pouca distingue das crianças e comparativo dos Modelos
utilidade. O que é dos jovens. Em Pedagógicos e Andragógico
importante, pelo numerosas situações de resumindo cada item com uma
contrário, é a experiência formação, são os próprios Palavra-Chave. Que tal o desafio?
do professor. adultos com a sua
experiência que
constituem o recurso mais
rico para as suas próprias
aprendizagens.

Vontade A disposição para Os adultos estão


de aprender aquilo que o dispostos a iniciar um
Aprender professor ensina tem processo de aprendizagem
como fundamento desde que compreendam
critérios e objetivos a sua utilidade para melhor
internos à lógica escolar, afrontar problemas reais
ou seja, a finalidade de da sua vida pessoal e
obter êxito e progredir em profissional.
termos escolares.


Orientação A aprendizagem é Nos adultos a
da encarada como um aprendizagem é orientada
Aprendizagem processo de para a resolução de
conhecimento sobre um problemas e tarefas com
determinado tema. Isto que se confrontam na sua Que tal o desafio proposto? Coloque
significa que é dominante vida cotidiana (o que as Palavras-Chave no Quadro; não
a lógica centrada nos desaconselha uma lógica precisa organizar outro. É só para
conteúdos, e não nos centrada nos conteúdos) exercitar o seu poder de síntese!
problemas.

Motivação A motivação para a Os adultos são sensíveis


aprendizagem
fundamentalmente
resultado de estímulos
é a estímulos da natureza
externa (notas, etc), mas
são os fatores de ordem

externos ao sujeito, como interna que motivam o Palavra-Chave.
é o caso das adulto para a aprendizagem Elas representam o que de mais
classificações escolares (satisfação, auto-estima, importante trata um texto. Você
e das apreciações do qualidade de vida, etc) pode eleger uma ou várias palavras
professor. ou expressões-chave para um texto.

O ensino andragógico deve começar pela arrumação da sala de aulas, com cadeiras
colocadas de modo a facilitar discussões em pequenos grupos. Nunca deverão estar
dispostas em fileiras.

Antes de cada aula, o professor deverá escrever uma pergunta provocativa no


quadro, de modo a despertar o interesse pelo assunto antes mesmo do inicio da
atividade.
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

O professor afeito ao ensino de adultos raramente responderá alguma pergunta.


Ele a devolverá à classe, perguntando “Quem pode iniciar uma resposta?” (“Quem sabe
a resposta?” esta é uma pergunta intimidante e não deverá ser utilizada).

O Professor nunca deverá dizer que a resposta


de um adulto está errada. Cada resposta sempre terá
alguma ponta de verdade que deve ser trabalhada. O
professor deverá se desculpar pela pergunta pouco clara
e refazê-la de modo a aproveitar a parte correta da

resposta anterior. Fará, então, novas perguntas a outros Utilize carteiras em semi-círculos.
estudantes, de modo a correlacionar as respostas até
obter a informação completa.

Adultos podem se concentrar numa explanação


teórica durante 07 minutos. Depois disso, a atenção
se dispersa. Este período deverá ser usado pelo

Professor para estabelecer os objetivos e a relevância Este tipo de estratégia é chamada
mediadora.
do assunto a ser discutido, enfatizar o valor deste
conhecimento e dizer o quanto sente-se motivado a
discutí-lo. Vencidos os 07 minutos, é tempo de iniciar
uma discussão ou outra atividade, de modo a diversificar
o método e conseguir de volta a atenção. Estas
alternâncias podem tomar até 30% do tempo de uma
aula teórica, porém permitem quadruplicar o volume

Aproveite sempre as respostas dos
de informações assimiladas pelos estudantes. Alunos mesmo que incompletas – isto
os estimulará a ir além.
É importante estar preparado para as mudanças,
que envolvem a andragogia, o professor, agora
facilitador, precisa estar capacitado, e se colocar no
processo de ensino como estimulador da aprendizagem.

Concluindo, lembremos da citação de Rudolf



Steiner: Planejar atividades divididas em
“Não importa que eu tenha uma períodos de 7 (sete) minutos, levam
entre outros objetivos, o auto
opnião diferente do outro. Mas que desenvolvimento de tarefas.
o outro encontre o certo, a partir de
si próprio, se eu contribuir um pouco
para tal”


Ao final deste Capítulo, esperamos que Você tenha ficado com curiosidade de ir além,
de estudar mais sobre Andragogia.
Vale a pena!

18
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO: O GRANDE DESAFIO DOCENTE

Para Você ler, analisar e definir-se:

A Avaliação é, sem dúvida alguma, o ponto mais delicado da tarefa docente.


Durante toda a nossa vida, nós , independentemente de sermos Professores ou não,
estamos sempre avaliando alguém – positiva ou negativamente, não é? Mas será que ao
avaliar (julgar) os outros estabelecemos critérios? Ou nos deixamos levar pelas emoções,
simpatias e desafetos? Complicado, muito complicado.

Sua primeira parada para pensar é a seguinte: observe as cinco figuras abaixo e
selecione a que for diferente das demais. Preste atenção, analise-as demoradamente
antes de optar.

1) 2) 3)

4) 5)

Pensar, aprender, avaliar.

Durante toda a nossa vida somos estimulados a pensar, a aprender mil coisas.
Desde bebês, tudo nos leva a querer saber mais, e mais. Nossos parentes, à nossa
volta, esmeram-se em nos fazer aprender e a demonstrar o produto deste aprendizado.
19
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Assim, a gente aprende a buscar informação, prestar atenção e pensar sobre tudo que
aprende: o que é certo, o que é errado. A mais importante fonte de informações formais
é a escola.

E Você Professor, está preparado para ajudar seus Alunos? Você foi treinado a
dicernir as variadas facetas das diversas formas que seus alunos podem apresentar ao
expressar seu conhecimento sobre um tópico de conteúdo? Como Você age? De forma
radical, como um policial da aprendizagem ou estuda outras maneiras de avaliar?
Qual a sua posição a respeito?

Voltando à nossa conversa sobre aprender, pensar,


avaliar, Você já resolveu o desafio introdutório a
este capítulo?

Assimétrica:
Se a sua opção foi a figura 2, bingo! Você acertou! com ausência de simetria.
A única figura constituída por linhas retas é a dois!

Mas se a sua escolha ficou na figura número três,


Você é um observador e... está certo. A figura três é,

Ruptura:
das cinco a única assimétrica. No entanto, se Você está interrupção, rompimento.
preparadíssimo para defender a figura 1 Você continua
certo, pois é a única completa, sem rupturas. Você deve
estar querendo optar pela figura número quatro. Observe bem – somente esta possui
linha reta e outra curva, não é mesmo? Daí, Você continua certo!

E o que quer dizer a figura cinco? Pode ser a escolhida, pois é a projeção de um
triângulo. Resumindo: todas as respostas estão corretas, dependendo do modo como
Você as analisa...

Se transpusermos esta brincadeira para o contexto educacional e mais


especificamente a avaliação, o teste das figuras nos mostra que devemos ter critérios,
valores ao avaliar um Aluno. Não há somente o certo e
o errado. As provas nos levam a uma só resposta em
alguns problemas matemáticos; no entanto, na maioria
das disciplinas Você irá encontrar muitas soluções para

um problema. Por isso, dissemos acima que devemos Diretrizes:
Orientação; guia.
ter diretrizes para avaliarmos as respostas que nossos
Alunos elaboram; essas diretrizes são:

a) Estabelecer objetivos a serem


alcançados e dê ciência destes aos Alunos;
b) Selecionar os conteúdos relativos aos
objetivos;
c) Ao avaliar, ter sempre a conexão:
objetivo conteúdo avaliação;
d) Estabelecer como Você irá avaliar as
respostas dos Alunos nos exercícios,
provas, atividades, participações orais,

Tarefa:
etc. (=critérios)
e) Comunique aos Alunos os seus Se aplicarmos este texto ao
critérios ao avaliá-los; contexto escolar, como Você
f) Seu planejamento deve ser sempre delinearia a sua ação avaliativa?
Escolha um item do conteúdo como
revisto, consultado; não o deixe de lado; ponto de partida.
ele é um instrumento de trabalho
docente.
20
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Avaliação: O Grande Desafio Docente

Para Você ler e aprofundar seus conhecimentos.

Como Você define avaliação? Você


mesmo, durante toda a vida foi avaliado
inúmeras vezes na escola e na vida, não é?

Pense nos Professores que passaram ao longo Este Capítulo é chamado de
introdutório em avaliação porque
de sua trajetória escolar; houve algum o aprofundamento deste tema será
especial? E o pior deles? Bem, Você já tem os realizado em disciplina específica
elementos iniciais para sua definição de ao longo de seu curso. Mas nada o
impede de ir além, ler e aprofundar
avaliação. É só começar.
seus conhecimentos antes da
disciplina específica. Mantenha o
entusiasmo pelos estudos e
Um curso que se propõe refletir sobre os pesquisas, Você só ganhará, não é
mesmo?
fundamentos da didática, buscando qualificar
profissionais para a prática docente, não poderia deixar
de apresentar aqui as questões referentes à avaliação no cotidiano escolar, na medida
em que avaliar implica julgamento de valor. Todos sabemos da complexa a árdua
tarefa que configura o ato de julgar outro ser humano – esta complexidade impõe ao
futuro Professor uma formação sólida, teórico-prática, sobre os mecanismos das etapas
da avaliação.

Este capítulo objetiva iniciar seus estudos e prepará-lo (a) como futuro avaliador.

Analisaremos juntos, agora, três itens fundamentais e problemáticos no processo


de avaliação quando não são valorizados corretamente pelos Professores. Vamos examiná-
los?

a) A falta de clareza conceitual: Isto acontece


quando o Professor confunde Medir com
Avaliar e encara avaliação como um ato de

dar notas ao aluno, ao invés de avaliá-lo Medir = Mensurar
Avaliar = além de mensurar, inclui
durante todo o processo de aprendizagem.
juízo de valor.

b) A indefinição ou inexistência de critérios


para avaliar.

c) São exemplos de critérios: participação ativa



e produtiva nas atividades, harmonia no grupo; Para que Você tenha segurança ao
avaliar seus Alunos, estabeleça
clareza, concisão e correção gramatical em critérios que Você levará em conta
respostas escritas; assiduidade e pontualidade ao avaliar o desenvolvimento de seus
na execução dos trabalhos e atividades; e outros Alunos.
que serão estabelecidos pelo Professor de acordo
com a etapa a ser avaliada.

d) A utilização da avaliação como instrumento Sugestão para Leituras


disciplinador dos alunos, revelando, muitas Complementares:
vezes, o caráter autoritário do Professor. É MORETTO, Vasco P. Prova – um
momento privilegiado de estudo –
indispensável que o Professor estabeleça não um acerto de contas.RJ: Dpola,
critérios bem fundamentados para que seus 3ºed., 2002.
Alunos saibam como vão ser avaliados; O autor analisa e sugere
procedimentos de avaliação que
auxiliarão bastante em suas futuras
Da mesma forma que o planejamento e os atividades.
21
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

procedimentos de ensino, a avaliação não se realiza em um espaço neutro, mas é


contextualizada e depende de uma concepção de homem, de sociedade e de mundo
que perpassam a prática pedagógica. Sua prática poderá privilegiar tanto uma postura
reprodutora como uma postura transformadora do professor, sendo os objetivos da
avaliação determinados em função dessa postura.

Assim, três questões básicas são colocadas:

O que avaliar? Refere-se aos conteúdos, habilidades e competências


adquiridas pelos Alunos.

Como avaliar? Refere-se às variadas formas de que o Professor pode lançar


mão para avaliar seus Alunos.

Para que avaliar? Para checar se os objetivos pré-estabelecidos foram


alcançados: para reformulação e/ou continuação do planejamento.

Segundo Luckesi a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados


relevantes do processo de ensino e aprendizagem, que auxilia o professor a tomar
decisões sobre o seu trabalho.

A apreciação deve referir-se à análise de


provas, exercícios, respostas, realização de
atividades, para que após observação o professor

Tarefa:
possa decidir qual o passo seguinte no processo de
ensino. Diferencie Medir de Avaliar.

A avaliação tem como funções principais:

Pedagógico-didática.
De diagnóstico.
De controle.

Função pedagógico-didática – diz respeito ao papel da avaliação no cumprimento


dos objetivos gerais e específicos da educação escolar.

Função de diagnóstico – permite identificar progressos e dificuldades dos alunos


e a atuação do professor, propiciando condições de mudanças no processo de ensino
para que sejam alcançados os objetivos.

Função de controle – esta se refere aos meios e à freqüência das verificações e


de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das situações
didáticas.

Não podemos esquecer que estas três funções acontecem de formas


interdependentes, e que não devem ser consideradas isoladamente.

A avaliação escolar não pode ser desvinculada do processo de ensino e


aprendizagem; esta é parte integrante de todo o processo. É importante que os alunos
estejam cientes dos objetivos que devem alcançar e que segundo estes objetivos serão
avaliados (= critérios de avaliação).

A avaliação clarifica os objetivos desejados e norteia o melhor caminho a ser


seguido pelo professor para que os atinja, proporcionandofeedback permanente para o
processo ensino – aprendizagem.
22
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Segundo Libâneo (2004:203):

A avaliação é um ato pedagógico. Nela o



Se Você estabeleceu o objetivo,
professor mostra as suas qualidades identificar os componentes de um
de educador na medida em que trabalha planejamento de ensino, a avaliação
sempre com propósitos definidos em será verificar se o Aluno é capaz de
identificar.
relação ao desenvolvimento das
capacidades físicas e intelectuais dos


alunos face as exigências da vida social.

Avaliação Mediadora X Avaliação


O Aluno deve sempre saber o que se
Classificatória espera dele – que critérios serão
usados ao avaliá-lo.
Essas duas abordagens devem ser levadas em
conta, pois, de um lado está a avaliação mediadora,
com uma visão mais contemporânea, do outro, a
avaliação classificatória, com visão tradicionalíssima
do processo avaliativo:
Sugestão para Leituras
3 Avaliação Classificatória: Complementares:
Corrigir tarefas e provas do Aluno para verificar HOFFMAN, Jussara. Avaliação
Mediadora. Porto Alegre: Mediação
respostas certas e erradas e, como base nessa Editora, 24a. ed. 2005.
verificação periódica, tomar decisões quanto A autora descreve, em detalhes, o
ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação que vem a ser Avaliação Mediadora,
ou reprovação em cada série ou grau de ensino incluindo exemplos educativos.
(prática avaliativa tradicional).

Agora compare com a definição de Hoffmann:

3 Avaliação Mediadora:
Analisar (...) as várias manifestações dos alunos
em situação de aprendizagem (verbais, escritas, 
outras produções), para acompanhar as hipóteses Tarefa:
que vêm formulando a respeito de determinados
assuntos em diferentes áreas de conhecimento Elabore seu conceito de Avaliação
Mediadora.
(...) que lhes forneça a descoberta de melhores
soluções ou a reformulação de hipóteses
preliminarmente formuladas.
Acompanhamento esse que visa o acesso gradativo do aluno ao saber
competente na escola e, portanto, sua promoção a outras séries e níveis de
ensino.
(Hoffmann, 1995; 95/96).

23
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia


Ao finalizar este Capítulo, sugiro que Você retome a questão formulada na introdução.
Agora Você tem elementos para respondê-la com fundamentação.
Ao trabalho, pois!

24
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL, DE CURRÍCULO E DE


ENSINO

Não se concebe a vida e a ação de qualquer Profissional sem um planejamento de


suas atividades cotidianas. Imagine um Professor que não planeja, que entra em sala de
aula sem saber o que vai fazer ou o que já fez nas últimas “aulas” que ministrou! Todos
nós já lidamos com pelo menos, um “Professor” deste tipo, não é? Mas Você, é claro, não
se incluirá neste grupo, pois terá todo o preparo necessário para planejar sua prática
pedagógica. Para isso, é necessário estudo e empenho.

O CONCEITO DE PLANEJAMENTO

Sabemos que existem diferentes conceitos de planejamento, variando de autor


para autor.

Importante é sabermos que estes conceitos se


complementam e não se excluem. Todos concordam que ☺
o principal objetivo do planejamento é sistematizar Pense e conclua: Se considerarmos
as ações necessárias, ordenando estas mesmas ações que todas as definições de
a serem implementadas, de acordo com seus objetivos, planejamento aqui colocadas se
completam e não se excluem, como
garantindo, desta forma, uma prática organizada para Você definiria Planejamento, de
que se obtenha o máximo de resultados com a utilização acordo com a sua visão?
dos melhores recursos.

Vamos agora conhecer alguns conceitos de planejamento?

“Processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de


problemas” (Baptista, 1979, p.13).
“Processo de tomada de decisão, execução e teste de decisões” (Goldberg,
1973, p.64).
“Processo de antecipação e antevisão de condições, estados ou situações
futuras, desejadas, e a previsão de todos os
aspectos necessários para a obtenção desses
resultados” (Chruden e Sherman,1972, p.52).
“Processo de direção e controle das ações de
uma pessoa, em busca de um objetivo

Tarefa:
determinado” (Kaufman, 1978). Quais os elementos comuns ou
“Processo que consiste em preparar um básicos encontrados em todas as
conjunto de decisões tendo em vista agir, definições de planejamento?

25
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

posteriormente, para atingir determinados objetivos” (in Turra et al. 1975,


p.13).
“Visão antecipada de estágios mais avançados de desenvolvimento e de
qualidade da instituição e previsão dos passos necessários para atingi-los”
(Juliatto, 1991).
“Processo que inicia com a fixação de objetivos e define as estratégias, as
políticas e os planos detalhados para atingir” (Hampton, 1980, p.120).
“Processo de estruturação e organização da
ação intencional, realizado mediante análise de
informações relevantes do presente e do
passado, objetivando, principalmente, o
estabelecimento de necessidades a serem
atendidas; estabelecimento de estados e
Sugestão para Leituras
situações futuros, desejados; escolha e Complementares:
determinação de uma linha de ação capaz de LIBÂNEO, J. Carlos. Didática Geral.
produzir os resultados desejados, de forma a SP: Ática, 1989.
Ler especialmente as páginas 241 a
maximizar os meios e recursos disponíveis para 247.
alcançá-los” (Lück, 2002, p.24).

Podemos observar que nos conceitos acima citados encontramos explícita ou


implicitamente elementos comuns e básicos a todos os conceitos apresentados. Esses
elementos fazem parte de “um processo único e global” (Lück, 2002:25).

Que Elementos são Estes?

Estes elementos são:

• racionalidade;
• tomada de decisão;
• futurismo.

O mundo moderno vem sendo objeto de profundas e aceleradas transformações


econômicas, políticas e sociais que sinalizam para a necessidade da formação de um
educador capaz de pensar, pesquisar, decidir, planejar e executar as atividades
educacionais em sintonia com os avanços da sociedade.

Se qualquer atividade exige planejamento, a educação não é uma exceção. De


acordo com Claudino Piletti, em Didática Geral, em nível educacional, alguns
planejamentos são absolutamente necessários para o bom andamento do processo:

Um planejamento de ensino deverá prever:

objetivos específicos (ou instrucionais) estabelecidos a partir de objetivos


educacionais;
conhecimentos a serem adquiridos pelos alunos no sentido determinado pelos
objetivos;
procedimentos e recursos de ensino que estimulam as atividades de
aprendizagem;
procedimentos de avaliação que possibilitem verificar, de alguma forma, até
que ponto os objetivos foram alcaçados.

26
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

1. Consiste na tomada de decisões sobre


Planejamento
Educacional
a educação no conjunto do
desenvolvimento geral do país. A ☺
elaboração desse tipo de planejamento Atualmente o Ensino Brasileiro é
requer a proposição de objetivos a regido pelas Diretrizes Curriculares
longo prazo, que definam uma política Nacionais – DCNs.
de educação.

2. O problema central do planejamento


Planejamento curricular é formular objetivos
de educacionais a partir daqueles
Currículo
expressos nos guias curriculares
oficiais. Embora o currículo seja mais
ou menos determinado, cabe à escola
interpretar e operacionalizar estes
currículos. A escola deve procurar
adaptá-los a situações concretas,
selecionando aquelas experiências
que mais poderão contribuir para
alcançar os objetivos dos alunos, das
suas famílias e da comunidade.

Podemos dizer que o planejamento de


3.
Planejamento
de Ensino
ensino é a especificação do
planejamento de currículo. Consiste

Tarefa:
em traduzir em termos mais concretos
e operacionais o que o professor fará Estabeleça as diferenças entre os
na sala de aula, para conduzir os planejamentos educacional, de
alunos a alcançar os objetivos currículo e de ensino.
educacionais propostos.

Fonte: Didática Geral, C. Piletti.

Segundo Libâneo (2004:221)

“O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão


das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em
face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer
do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as
ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão
intimamente ligado à avaliação”

Planejamento de Ensino.

Planejar é estudar, é (...) assumir uma atitude curiosa diante de um


problema. (Pilleti, 1986:61)

Situação Problema: Você vai lecionar em uma escola no ensino médio,


2ª série e precisa elaborar um planejamento da disciplina que contenha: a)
dados de identificação do curso; b) ementa; c) objetivos e d) bibliografia. Para
ajudá-lo, vamos conversar sobre estes itens, ao mesmo tempo em que Você vai
desenvolvê-los.
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

a) Dados de Identificação:

Instituição__________________________________________

Disciplina __________________________________________

Código da Disciplina __________________________________

Ano Letivo ___________________________ Turma ________

Prof . Responsável __________________________________

Email____________________________Celular_____________

b) Ementa: É um resumo dos tópicos de uma


disciplina que vão ser desenvolvidas durante
um curso, um semestre letivo (graduação), ou ☺
um ano letivo (ensino básico). Ementa: Do latim ementa/ementum
- idéia, pensamento, sumário,
• Normas para redigir ementas: resumo.

Ementário: Livro ou caderno de


Quando se redige uma ementa deve-se ter em ementas; conjunto de ementas
mente as seguintes normas: de um curso.

• A ementa deve ser redigida em um parágrafo;


• Deve conter, no máximo 40 palavras. Isto não quer dizer que não pode ter
menos ou um pouco mais de quarenta palavras;
• Ser clara; resumir o que vai ser ensinado/estudado em um curso;
• Lembre-se que, através da ementa as pessoas devem ter uma visão o mais
completa possível do que vai acontecer em um curso;
• Quando não se tem experiência em redação de ementas, deve-se fazer o
seguinte: sublinhe os tópicos mais importantes de cada unidade de ensino;
depois, tente juntá-los num todo. Redija o parágrafo-ementa.

Vamos trabalhar a sua situação-problema?

Você já sabe o que é uma Ementa e as suas normas de redação.

Comece por redigi-la. Para ajudá–lo(a), selecionamos itens da disciplina Didática


do Ensino Superior para que Você organize a ementa a partir deles.

Volte ás normas de redação e tente redigi-la.

Disciplina: Didática do Ensino Superior

Conteúdos Programáticos:

I) Didática: conceituação. Teorias e práticas através da literatura e da


troca de vivências pedagógicas. O contexto histórico das idéias
pedagógicas.

II) Perfil do professor e do aluno universitário através da literatura e


da observação do professor e aluno em sala de aula.
28
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

III) Planejamento de ensino: Ementa; distribuição de conteúdos me carga


horária; orientação metodológica; avaliação. Aspectos técnicos da
elaboração de planejamento de ensino superior estudados através de
atividades práticas em sala de aula.

IV) Avaliação; tipos e funções. Testes –


tipos; construção de itens de teste;
critérios de avaliação para testes
objetivos e dissertativos. Avaliação e os

trabalhos em grupo. Não deixe de resolver os exercícios
e tarefas aqui propostas. Eles são
importantes para o seu melhor
V) Recursos auxiliares de ensino: do aproveitamento acadêmico.
quadro de giz ao computador. Estudo de
literatura específica e diretamente ligada
ao uso prático destes recursos em sala
de aula. Ênfase: de acordo com as
necessidades e interesses da turma.
Avaliação de livros didáticos; seleção e

utilização de textos em sala de aula. Não se preocupe se sua ementa
ficou diferente do exemplo. Isto é
normalíssimo. O importante é que se
Ementa: _________________________________________ tenha uma visão completa do que
___________________________________________________ vai ser desenvolvido (conteúdos) ao
___________________________________________________ longo da disciplina.
___________________________________________________
____________________________________________________

Agora que Você redigiu a ementa para a disciplina Didática do Ensino


Superior, confira com a que é dada abaixo:

Didática: conceituação, teórica prática. Perfil


do Professor e do Aluno universitário. Didática,
planejamento, avaliação e recursos auxiliares de
ensino. Técnicas de utilização e elaboração: do
quadro de giz aos computadores, à internet

Se Você se atrapalhou um pouco, não se desespere. Tudo na vida é uma questão


de treinamento, de exercício. Pegue outros conteúdos programáticos e tente redigir a
ementa deles. Caso prefira use os mesmos conteúdos e redija outras ementas. Você
vai observar que cada vez que exercita, Você melhora sua técnica.

a) Formulando os objetivos de seu Planejamento do Ensino.

Muitos Professores acham massante formular objetivos; eu diria que é trabalhoso.


No entanto, uma hora que Você perca o planejando corretamente, ganha em qualidade
de trabalho.

Há instituições de Ensino que não exigem a inclusão dos objetivos parciais


(= objetivos específicos, operacionais).
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Geralmente pedem somente os objetivos finais (=gerais); mesmo que isso


aconteça, não deixe de estabelecer os objetivos parciais do seu planejamento de
ensino – eles serão um guia para o seu trabalho docente.

Mas qual a diferença entre os objetivos finais (ou gerais) e os objetivos parciais
(ou específicos)? Como redigi-los?

Sempre que os Alunos têm duvidas entre objetivos finais e parciais, eu faço a
analogia da escada – o patamar ou topo é representado pelo objetivo final; os objetivos
parciais são representados por cada um dos degraus.

Veja a figura abaixo:

Objetivo Final
Objetivo Parcial
Objetivo Parcial
Objetivo Parcial

Planejamento de Ensino e seus Objetivos

Agora vamos a um exemplo prático. Vamos subir


a escada acima, preenchendo cada um dos degraus pra

que o topo seja alcançado? Observe:

Os o b j e t i v o s f i n a i s são
Exemplificando: O objetivo final de Didática do caracterizados por ações de
Ensino Superior pode ser: maior abrangência, do tipo:
– Conhecer;
– Saber;
Capacitar profissionais de diversas áreas – Capacitar;
ao exercício do magistério de ensino superior, – Compreender.
através do desenvolvimento de atividades e
Os objetivos parciais por seu
estudos teórico-práticos. lado, são caracterizados por
ações de menor abrangência,
como por exemplo:
Este é o topo da escada. Mas para que eu diga – Identificar;
– Enumerar;
que preparei docentes, é necessário uma série de passos – Classificar;
ou subir degraus, não é mesmo? Lembre-se que já temos – Definir;
a Ementa, os Conteúdos Programáticos, e agora – Conceituar;
– Elaborar;
estamos trabalhando os objetivos. Veja agora alguns – Redigir.
objetivos parciais, que podem servir como “degraus”
ao meu objetivo final. Eles estão em ordem crescente: Volte ao exemplo de objetivo
final e a seus objetivos parciais
para melhor compreensão deste
1) Conceituar didática. item.
2) Estabelecer as mudanças das idéias
pedagógicas em determinada faixa de tempo.
3) Traçar o perfil do Professor através da
literatura (perfil teórico) e de observações (perfil real).
4) Identificar as seções de um programa de disciplina.
5) Elaborar programas de disciplina.
6) Identificar os tipos e funções de avaliação.
7) Construir itens de teste de resposta aberta, fechada ou mista.
8) Estabelecer critérios de avaliação para cada modalidade de atividade planejada.
30
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

9) Elaborar recursos auxiliares de ensino:

10)
seqüências visuais; transparências, etc.
Avaliar livros didáticos a partir de um guia de 
análise etc. Tarefa:

Muitos outros “degraus” poderiam ser inseridos; • Estabeleça um objetivo final para
os conteúdos programáticos
porém, estes já são suficientes para se chegar à idéia fornecidos como base para a ementa;
do que é capacitar profissionais...
• Monte a escada dos objetivos,
estabelecendo os objetivos parciais
b) Conteúdos Programáticos x Carga Horária para o objetivo final que Você
da Disciplina inicialmente estabeleceu;

Quando Você divide a carga horária da disciplina, • Os objetivos parciais devem ser pelo
menos cinco.
deve levar em conta dois princípios - o da seqüência e
o da complexidade, isto é, dar menor nº de horas para
os conteúdos menos complexos e maior número de
horas para os que oferecem maior grau de dificuldade de aprendizagem (=conteúdos
mais complexos).

c) Metodologia:

Neste item do seu Planejamento de Ensino Você deve citar todas as técnicas
e recursos auxiliares a serem utilizados ao longo do seu período letivo.

Técnicas de Ensino: Individuais


Grupais

3 Grupais: As mais utilizadas são:



– Seminário Tarefa:
– Phillips 66
Analise os conteúdos programáticos
– Grupo de Cochicho que servem de base para o
– Simpósio planejamento do seu programa de
– Técnicas dos Especialistas disciplina e distribua a carga horária
da disciplina, que é de 60h, entre
as unidades, considerando os
3 Individuais: princípios de seqüência e
– Estudo dirigido ou guia de estudo. complexidade.
– Módulo de estudos
– Instrução Programada
– Cursos em EAD

Recursos Auxiliares:

Todas as modalidades que o Professor utilizar ☺


durante as atividades letivas. Textos, livros, cartazes,
transparências, computador e softwares educativos, Seminário:
quadros de giz e branco, são alguns dos recursos Congresso Científico ou Cultural,
Sessão de Pesquisas.
auxiliares mais usados pelos Professores.
Simpósio:
A voz do Professor é o mais importante Técnica de trabalho para um grande
dos recursos auxiliares docentes. Cuidados especiais grupo, para a apresentação de um
TEMA.
devem ser tomados. Conversaremos sobre os recursos
auxiliares do trabalho docente no Capítulo seguinte.
Aguarde!
31
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Técnicas de Ensino

Vamos analisar algumas das técnicas de



Tarefa
ensino, ficando a seu cargo pesquisar sobre outras
técnicas em bibliografia específica. Escolha dois temas que poderiam ser
utilizados para a organização de um
Simpósio.
Simpósio – Características/Organização

Um exemplo de técnica de trabalho para grandes grupos é a técnica de


simpósio.

Simpósio é uma reunião de pequenas palestras, discursos ou preleções sobre


vários aspectos de um só assunto. A técnica do simpósio não envolve a apresentação
de vários temas e sim de um TEMA CENTRAL, sob diversos ângulos ou posições. O
simpósio, portanto, é uma técnica que envolve apresentação e não permite debates.

Organização do Simpósio:

• A Técnica de Simpósio envolve:


3 Um grande grupo, que assiste à apresentação;
3 Um pequeno grupo, que apresenta o assunto.

O pequeno grupo reúne-se com antecedência para esquematizar a apresentação,


garantir o fracionamento lógico do conteúdo; a duração ótima para cada apresentação
não deve ultrapassar 20 minutos, e o simpósio geralmente não vai além de 1 hora e
meia.

Esta reunião é coordenada por um dos elementos do pequeno grupo que coordenará
todo o desenvolvimento do simpósio. Este elemento do pequeno grupo recebe o nome
de SIMPOSIARCA (que coordena o simpósio).

Os elementos do pequeno grupo coordenados pelo simposiarca são chamados de


SIMPOSIASTAS.

Ao final da apresentação pelos simposiastas, o simposiarca RESUME as idéias


apresentadas.

O grande grupo participa do simpósio redigindo e encaminhando PERGUNTAS à


mesa ao final das apresentações.

O simposiarca, ainda ANALISA E ENCAMINHA aos simposiastas as perguntas


redigidas pelo grande grupo.

Resumindo, são funções do Simposiarca:

3 Coordenar o simpósio;
3 Resumir as apresentações
3 Analisar e encaminhar as questões do grande grupo aos simposiastas.

É interessante usar a técnica do simpósio para: apresentar informações básicas,


fatos ou pontos de vista; permitir uma exposição relativamente completa, sistemática e
ininterrupta das idéias; dividir um assunto-problema relativamente complexo de acordo
com:

3 Suas partes componentes lógicas;


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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

3 Diferentes pontos de vista e interesses especiais;


3 As propostas de outras soluções e suas conseqüências.

As interações entre os participantes é mínima. O interesse e a participação da


audiência dependem da força e empatia do orador e de seu domínio do assunto. Daí, a
limitação técnica.

Técnica de Painel – Características e Possibilidades de Aplicação

3 Entre as técnicas para grandes grupos, destaca-se a de painel, que é a


técnica da mesa redonda desenvolvida em uma situação de auditório.
3 Uma das características da técnica de painel é a discussão informal perante
um grande grupo. Então, a técnica de painel se caracteriza por um pequeno
grupo de pessoas.
3 Estas são as principais características da
técnica de painel. Se estabelecêssemos
uma relação com a com a técnica de
simpósio, constataríamos que são técnicas

Tarefa:
muito semelhantes. Por exemplo, o
simpósio se caracteriza por uma Você escolheu dois temas para
apresentação do tema, o painel por uma utilizar em um Simpósio. Será que
discussão informal sobre o tema. eles poderiam ser utilizados também
3 Na técnica de painel há um elemento que na Técnica de Painel? Por quê? Por
que não?
corresponde funcionalmente ao Agora, selecione d o i s temas
simposiarca, que é chamado de diferentes dos primeiros para utilizá-
MODERADOR. Nesta mesma técnica, após los em Painel.
as discussões, o grande grupo dirige
perguntas POR ESCRITO à mesa.
3 Finalmente, tanto na técnica de painel como na de simpósio, não é
necessário chegar a uma CONCLUSÃO.
3 A técnica de painel auxilia o grupo a enfrentar um assunto muito
controvertido.
3 Os participantes expõem e focalizam pontos de vista, fatos e atitudes
diferentes sobre um assunto, envolvendo o grupo na busca de soluções.
3 O método é útil quando a heterogeneidade é tal, que se torna aconselhável
a apresentação de diferentes pontos de vista e de fatos relativos ao assunto.

A(s) Bibliografia(s) do seu Planejamento de Ensino. Nesta seção Você


organizará duas bibliografias: uma para o Aluno e outra para seu uso,
Professor.

Bibliografia do Aluno: indicará os livros que complementarão os itens de


conteúdo estudados/discutidos. A inclusão de páginas, capítulos, exercícios
será feita de acordo com as necessidades do planejamento.

Bibliografia do Professor: Na do Professor incluem-se os textos que


serão utilizados; os exercícios; o número das páginas, etc. Isso o ajudará a
trabalhar com segurança. Não se esqueça de que estes acréscimos /
lembretes são feitos por unidade.

33
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Planejamento de Ensino

Escola:


Tarefa:
Ensino: Série:
• Organize um Planejamento de
Ensino. O curso, a disciplina e a
série Você escolhe. Quanto aos
Disciplina: Turma: Conteúdos Programáticos Você
poderá extraí-los de um livro
didático. Volte ao início deste
Capítulo em caso de dúvida. Use
Carga Horária: Ano: todas as orientações dadas. Se
necessário, peça ajuda.

Ementa: • Não se esqueça de aplicar os


princípios de s e q ü ê n c i a e
complexidade dos conteúdos.

Objetivo(s):

Conteúdos Programáticos (divida-os por unidades) Carga Horária

continua...

34
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Planejamento de Ensino (continuação)

Metodologia:


Tarefa:
Avaliação: (Continuação)

Metodologia: especifique-a por


unidade.

Avaliação: inclua, também os


critérios a serem usados, também por
unidades de acordo com os objetivos
estabelecidos.
Bibliografia Básica:
Bibliografias: organize a do Aluno
e, à parte a sua (do Professor).
Reveja as orientações deste
Capítulo. Bom Trabalho.

Prof. Responsável pela Disciplina:

Titulação:

35
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Ao finalizar este Capítulo, ai vai uma outra “dica” para Você – o bom profissional
é aquele que não se contenta com conhecimentos básicos – está sempre indo além, pesquisando,
perguntando, trocando idéias.

A Internet, neste caso é uma excelente aliada: pesquise, aprenda e ensine


melhor, atue com segurança e eficiência. É deste tipo de Profissional que o Mercado de
Trabalho anda à procura para as melhores oportunidades. Portanto, ao trabalho!

Livros Indicados:

Ao término deste capítulo, pesquise sobre o tema nos livros complementares


referenciados/indicados.

Pesquise, viajando na Internet.

Faça suas buscas diretas sobre o tema.


Utilize endereços indicados e outros que Você encontrará em suas viagens
virtuais.

36
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

CAPÍTULO IV

O PROFESSOR E OS RECURSOS AUXILIARES DE ENSINO:


SELEÇÃO, ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO

Neste Capítulo continuaremos a nossa conversa sobre Planejamento de Ensino,


tratada no Capítulo anterior. Agora, trataremos especificamente dos Recursos Auxiliares
de Ensino – as ferramentas que ajudam o Professor a melhor atuar junto a seus Alunos.
Ao estudo, então!

Recursos Auxiliares ou Recursos Didáticos:

Textos, livros, apostilas, transparências, cartazes, computador, softwares


educacionais, quadros de giz e branco, são alguns dos recursos auxiliares mais usados
pelo Professor.

É comum se ouvir queixas de Professores que dizem não ter como motivar/
incrementar suas aulas. Esquecem-se esses docentes que existem muitas maneiras
de trabalhar melhor, utilizando o que se pode chamar de Tecnologias de Baixo Custo.
Por que não utilizá-las, na falta de recursos tecnológicos mais caros e sofisticados? É
só guardar as palavras de Thiago de Mello:

Não, não tenho caminho novo, o que tenho é uma nova forma de caminhar.

E esta nova forma de caminhar é que estaremos examinando a seguir.

A ênfase deste trabalho será a apresentação das possíveis utilizações de alguns


recursos didáticos ou TEs de baixo custo, ao alcance de qualquer Professor. O único
pré-requisito será a predisposição em modificar o modo de ministrar suas aulas.

O que quer se propor é um convite aos educadores ao ousar a usar o diferente,


mesmo com recursos de baixo custo.

A Tecnologia Educacional é uma aplicação adaptada às necessidades de


ensino: é estratégia de ensino que quando utilizada, pode transformar
conhecimentos e motivar os Alunos.

As Tecnologias ou Recursos Didáticos de Baixo Custo.

Como ponto de partida, tomar-se-á como tecnologia de ensino, os materiais


instrucionais confeccionados ou não pelo Professor, com o objetivo de otimizar o processo
ensino-aprendizagem.
37
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

3 Os jornais como fonte de atividades criativas

De um jornal pode-se aproveitar tudo para confeccionar materiais e elaborar


atividades: as manchetes, os classificados, as propagandas, os cadernos especiais, as
ilustrações, etc. tudo se transforma em material didático para o Professor Criativo.

3 Atividades com Manchetes de Jornais

As manchetes de jornais são mananciais inesgotáveis na criação de atividades


motivadoras para as mais diversas disciplinas em todos os graus de ensino. Com elas
pode-se elaborar atividades para ser aplicadas em uma só disciplina ou sob enfoque
interdisciplinar.

Exemplificando:

Manchete O Globo: Imagens de Mãe (= os


desenhos das crianças entre 3 e 7 anos revelam o novo 
perfil das mães dos anos 90). Tarefa:

Enfoque interdisciplinar: Esta manchete pode Escolha uma Manchete de Jornal.


Organize atividades sob o enfoque
ser utilizada de inúmeras formas. As que serão descritas interdisciplinar. Leia com atenção
referem-se ao Ensino Superior. No entanto, Você pode o exemplo dado neste caderno.
criar outras para os ensinos fundamental e médio com
as mesmas disciplinas, bastando que se façam os
devidos ajustes.

Manchete: Imagem de Mãe

Língua Portuguesa
a) Estudo semântico da palavra Imagem
b) Se ligada à palavra mãe, que significados adquire? Como você interpreta esta
manchete?
c) Descreva a Imagem de sua mãe

Psicologia
a) A partir das atividades desenvolvidas em
Língua Portuguesa, como você analisa as
imagens de mãe produzidas pelas crianças e

por você? Tarefa:
b) Trace o perfil da Mãe dos anos 90, a partir das Elabore uma aplicação da manchete.
atividades desenvolvidas anteriormente, agora Imagem de Mãe, diferente das que
sob a ótica de universitários; esta análise deve foram apresentadas no exemplo.
ter como base os aspectos psicológicos relativos
ao tema.

História
a) Pesquise em textos de jornais e revistas da década de 80, os traços da mãe.
b) Compare o perfil da mãe da década de 80 com o da década de 90, anteriormente
traçado em Psicologia.

Sociologia
a) De acordo com os perfis estabelecidos em Língua Portuguesa, Psicologia e
História, analise os fatos sociológicos que estão presentes nos perfis das
mães das décadas de 80 e 90.
38
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Geografia
a) Segundo a região do Brasil de que as mães descritas anteriormente são
representantes, que fatores geográficos podem ser citados como
característicos?

Comparando manchetes: variações sobre o mesmo tema.

A comparação de manchetes é outra aplicação bastante útil do jornal em sala de


aula. Para isso, escolha uma notícia veiculada por vários jornais. Trabalhe com seus
Alunos, comparando-as quanto aos seguintes tópicos: (a) aspectos redacionais; (b)
escolha de palavras;(c) tendenciosidade ou não; (d) criação de outra manchete pelos
Alunos sobre outro tema.

Cabe ao Professor discutir com seus Alunos os aspectos sócio-político-econômico-


filosóficos que podem estar implícitos ou explícitos nessas manchetes e nos textos
relativos a elas. Ótimas fontes para este tipo de debates são as manchetes políticas.

As Charges (do francês charge) = Caricatura

As charges são sínteses de um momento ou até


mesmo de uma época. Num pequeno espaço do jornal,
o chargista é capaz de relatar um reconhecimento
político, por exemplo. As charges podem ter ou não texto.

Elas se caracterizam pela crítica humorística. Embora Tarefa:
breves e sintéticas, elas ensejam a realização de muitos
Organize uma atividade para cada
trabalhos de pesquisa e geram itens para debates em disciplina. Esta atividade deverá
sala de aula. Para elaborar tarefas é só seguir o roteiro complementar as que foram apre-
abaixo: sentadas neste Capítulo.

Exemplo de Tarefa sob o Enfoque Interdisciplinar

Tarefa: Elaborem um roteiro interdisciplinar de


atividades a serem desenvolvidas a partir das

duas charges. Inclua(m), também, os seguintes Tarefa:
itens: (a) as disciplinas em que vão ser
Que outra variação Você
desenvolvidas; (b) itens de conteúdo a que acrescentaria a estas sugeridas
estaria ligada a charge; e (c) as atividades aqui?
propostas, em detalhes.

Utilizando o Caderno de Esportes como Recurso


Auxiliar

Preferido pelos jovens, este caderno traz, via de



regra, bastante elementos para que se explorem temas Tarefa:
e se desenvolvam as expressões oral e escrita, em geral,
Selecione uma charge e proponha
em qualquer nível de ensino. atividades a partir dela.

Os textos-síntese apresentados a seguir são um


bom ponto de partida. Com este tipo de texto pode-se
levar o interessado em esportes a pesquisar mais sobre
o assunto: como praticá-lo; as regras que o regem; os países em que é praticado;
diferenças e semelhanças entre as práticas dos países pesquisados; comportamentos
das torcidas; a ética; campeonatos promovidos durante o ano; atletas de destaque nesta
modalidade; etc.
39
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Texto nº 1:

SKATE
BENEFÍCIOS
Como a patinação, praticar skate aumenta a capacidade aeróbica e anaeróbica,
trabalha a musculatura das pernas e do abdômen. A atividade também
desenvolve o equilíbrio, a coordenação motora, a flexibilidade e a atenção.

PRECAUÇÕES
É preciso aprender a cair. É importante o uso de proteção nos joelhos e cotovelos,
além de capacete, por causa dos tombos freqüentes. Problemas graves de coluna
podem contra-indicar.

LESÕES MAIS FREQÜENTES


Estiramentos da musculatura dos membros inferiores, distensões na virilha
e traumatismos provocados pelas quedas.

IDADE IDEAL PARA INICIAR


Entre 8 anos e 10 anos

Fonte: Alexandre Calmon (Presidente da Associação de Skate Rio) e Roberto


Moreira Rodrigues (médico especialista em medicina do esporte).
Fonte: O Globo, 19/06/94.

Texto nº 2

MOUNTAIN BIKE
BENEFÍCIOS
Como ciclismo, fortalece os músculos, especialmente das pernas e das coxas,
é um ótimo exercício para melhorar o desempenho aeróbico e aumenta a
resistência cardiovascular. Proporciona grande resistência física e muscular.

PRECAUÇÕES
Deve ser praticado com equipamento adequado, incluindo capacete, para
prevenir acidentes. É preciso atenção coma coluna e com a postura correta na
bicicleta. Quem pedala mal posicionado, com curvatura errada da coluna, pode
apresentar problemas como dores nos ombros e na parte lombar.

LESÕES MAIS FREQÜENTES


Contusões e escoriações, por causa das quedas.

IDADE IDEAL PARA INICIAR


11 anos

Fonte: Roberto Moura (praticante e um dos precursores do mountain bike no


Brasil) e Roberto Moreira Rodrigues (médico especialista em medicina
do esporte).
Fonte: O Globo, 19/06/94

40
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Trabalhando com textos e imagens de propaganda

O trabalho com os textos e as imagens das


propagandas veiculadas nos jornais são fontes
riquíssimas de atividades para Professores e Alunos.

Tarefa:
Delas podem ser explorados, entre outros aspectos,
sempre vinculados a um conteúdo: Organize dois textos-síntese sobre
esportes ou cinema. Estabeleça o
a. o poder de sedução que a propaganda exerce; que se pode trabalhar a partir dele,
em termos de atividades e de
b. o vender e o comprar; pesquisas de aprofundamento. O
c. a linguagem da propaganda; texto-síntese deve ter o formato do
d. a massificação dos textos e imagens exemplo.
e. propagandas polissêmicas e polivisuais, etc.

Comece a pesquisar este tipo de recurso com “olhos de ver”, isto é, de pesquisador.
Lendo jornais, revistas, assistindo a programas de TV, ouvindo rádio, vá selecionando
materiais e prepare-os, adaptando-os aos conteúdos a serem desenvolvidos.

Classificados

São igualmente úteis os classificados de jornais 


em sala de aula, não só quanto aos aspectos redacionais Tarefa
próprios e dignos de estudo, tendo como base de
pesquisa a oferta do mercado de trabalho, a escolha de Que outros itens Você incluiria
como básicos para o trabalho com a
carreira, etc. Os aspectos relativos à compra e venda propaganda?
em geral também podem ser estudados e pesquisados a
fundo.

Na verdade, todos os cadernos de um jornal são fontes de materiais de ensino e


pesquisa. Até mesmo o caderno de culinária nos fornece elementos de trabalho. É só ter
“olhos de ver”. Comece a organizar um arquivo de textos e imagens retirados de jornais.
Inclua também as atividades que Você pode colocar em prática e os resultados obtidos.
Você verá que em pouco tempo terá um farto e valioso banco de textos e imagens.

Convoque seus Alunos a ajudá-lo(a) na coleta e classificação de textos e imagens;


é um trabalho envolvente, com certeza.

Histórias em Quadrinhos

Não muito aplicados no Ensino Superior, mas


servem às vezes para demonstrar as funções da

linguagens, os quadrinhos são muito úteis nas aulas Polissemia:
Qualidade de uma palavra de ter
de expressão escrita de várias disciplinas, pois que exige muitas significações.
poder concisão e síntese de quem os produz.

Trabalhando com quadrinhos; um roteiro para Você, Professor.

– Escolha uma estória


– Tire uma cópia do original, apagar o diálogo, antes.
– Providencie para que a turma tenha as duas cópias – com e sem diálogo.
– Trabalhe primeiro com a cópia sem diálogo e os significados de síntese e
clareza em estórias em quadrinhos.
– Em turmas de ensino fundamental diga aos Alunos que o diálogo deve ser
rápido e claro, isto é, dizer muito com poucas palavras;
41
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

– Proponha a criação de outro diálogo para a estória, agora utilizando a cópia


com diálogo nos balões.

Nota: Você pode aproveitar para trabalhar com os Alunos o significado dos
diferentes balões em que são colocados o diálogo das histórias em
quadrinhos.

3 Seqüências Visuais

Uma outra forma de trabalhar com figuras/fotos de jornais e revistas é a


organização de um banco de imagens, que dará ensejo à montagem de seqüências
visuais e textos relativos a elas.

É muito simples de elaborar: (a) recorte ou peça


que seus Alunos tragam figuras coloridas ou não que
julgue(m) interessantes; (b) apresente-as aos Alunos ☺
que estarão divididos em grupos; (c) cada grupo escolhe Procure trabalhar com outros
quatro ou cinco delas; (d) o grupo analisa as fotos Professores utilizando as mesmas
escolhidas e as coloca em ordem que lhes pareça seqüências organizadas pelos Alunos:
desta forma, eles terão uma
melhor; (e) criação de texto (história), terá como abordagem interdisciplinar.
episódios as figuras escolhidas.

A partir das histórias criadas para as seqüências visuais, poderão ser desenvolvidos
estudos, pesquisas e debates sobre os aspectos sócio-econômico-filosóficos que elas
encerrem. A adaptação à disciplina fica a cargo do Professor, que saberá enfatizar os
aspectos mais diretamente ligados aos conteúdos de sua disciplina.

3 Cadernos Temáticos

Os jornais geralmente têm cadernos temáticos no decorrer da semana. Você poderá


sugerir o estudo deles, de acordo com as preferências dos grupos de cada turma.

• Divida as tarefas entre eles.


• O grupo A estuda a estrutura, linguagem e aspectos técnicos do Caderno
de Informática; o grupo B se ocupará do Caderno de Turismo e assim por
diante;
• A pesquisa deve durar pelo menos seis meses para que os Alunos possam
estruturar bem o trabalho em termos de conteúdos significativos.
A partir deste Estudo de Cadernos Temáticos, pode-se desenvolver uma série
de trabalhos de pesquisa e criação grupal;
• Elaboração de um dicionário de termos técnicos, jargões e expressões,
específicos do tema pesquisado;
• Montagem de um caderno feito pelos Alunos; ilustrado com figuras dos
jornais ou feitas por eles próprios;
• Resenhas dos assuntos lidos;
• Os Alunos que trabalham com informática podem acessar a internet e coletar
maiores informações sobre o tema e descrevê-los em seção específica, como
Info & News, Info & Atualidades, etc; (o título deve ser criado pelos Alunos).

Muitas outras atividades podem ser desenvolvidas a partir dos Jornais


– mas isto é tarefa sua Professor! Dê asas à sua criatividade e... sucesso!

42
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Quadros de Giz e Branco

O quadro de giz é talvez, o mais antigo dos recursos didáticos do Professor.


Antigo, mas nem sempre bem utilizado. Muitos Professores não sabem usá-lo
convenientemente – escrevem, ou melhor, rabiscam em todos os pontos do quadro,
enquanto explicam os itens de conteúdo a seus Alunos, deixando-os tontos!

Aos que se enquadram no rol dos bagunceiros, aí vão algumas regras básicas
para o uso tanto do quadro de giz quanto do branco:

— Divida o quadro em duas ou três partes, de acordo com sua dimensão;


— Use a primeira parte para colocar os itens de conteúdo a serem desenvolvidos
durante a aula; não esqueça de colocar a data, também;
— Nas duas outras partes serão colocadas explicações dos itens de conteúdo,
se necessário;
— Neste caso, faça-o de forma o mais organizada que conseguir. As primeiras
vezes são difíceis, se você é do tipo desorganizado, mas com o tempo e
autodisciplina, Você conseguirá;
— Apague as notas sempre que o quadro ficar poluído;
— Ao final da aula limpe todo o quadro após ter feito uma retrospectiva dos
itens desenvolvidos e propostos no início da aula, acabe de limpar o quadro.

Giz Coloridos/Pilots de várias cores.

Use-os para marcar palavras, expressões ou trechos importantes no quadro de giz:

O vídeo é algo mais que uma técnica. É um desafio para a escola. (Ferres, 1996).

(1) (2)

Usar giz ou pilot de cor diferente da que foi usada no restante do texto,
itens (1) e (2).

A voz do Professor – o seu recurso didático mais precioso.

Devemos desejar uma bela voz, mesmo que não dependa de nós possuí-la,
dependerá de nós cultivá-la e fortificá-la.
(Cícero)

Por ser sua ferramenta de trabalho mais importante o Professor deve cuidar bem
de sua voz. Os segredos de uma emissão eficiente envolvem os aspectos: (a) ênfase; (b)
entonação; (c) pronúncia e ritmo; e (d) confiança. Quando falamos, a nossa voz
desempenha três funções principais; comunicativa, quando contamos algo a outro;
expressiva, ao transmitir emoções através da ênfase, e apelo, ao usar diferentes ou
especiais entonações da voz ao nos comunicarmos.

Leia e pense a respeito.

Ao transmitir conteúdos todo Professor deve cuidar para que sua mensagem não
se transforme num discurso monocórdio, sem entusiasmo ou ainda algo estridente e
43
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

desagradável aos ouvidos. Dê as palavras a ênfase e a entonação adequadas ao que


Você quer comunicar. Lembre-se de que a entonação confere um tom musical à sua voz.
Quer um exemplo? Pronuncie em voz alta o seguinte:

Estou COMPLETAMENTE CONVENCIDO de sua culpa!

Será que toda oração foi lida com a mesma entonação? As palavras, mesmo
isoladas, têm uma carga semântica que torna impossível pronunciá-las da mesma forma,
usando o mesmo ritmo e entonação.

Leia as palavras: Felicidade/ Traição/ Ódio/


Saudade, será que elas são lidas da mesma forma? Outro
aspecto a ser observado pelo Professor em suas ☺
comunicações é o tom de confiança com que fala e
passa informações ao Aluno. Este tom se origina no Monocórdio: aqui significa o modo
domínio dos conteúdos por parte do Professor. repetido que o Professor usa ao
falar.
O último aspecto a ser considerado é o ritmo.
Falar devagar ou depressa demais desagrada a quem
nos ouve. Por isso, adeque o tempo de que Você dispõe

ao ritmo de sua apresentação. Controle a velocidade
da fala; o mesmo se aplica ao nervosismo e ao mau Semântica: Ciência que estuda o
significado das palavras de uma
humor durante as aulas. língua.

• Alguns cuidados com as sua voz:


– Faça gargarejos com sal, vinagre e limão, sempre que começar a ficar
afônico(a);
– Masque floquinhos de gengibre – é muito reconfortante, embora não seja
gostoso;
– Faça exercícios de dicção – leia textos em voz alta sempre que possível;
grave sua leitura, avalie e tente melhorar a sua maneira de emitir fonemas
que lhe parecer não muito bem emitidos

• Conselhos para quem fala em público:


– Olhar para o público em geral, sem se fixar em ninguém;
– Não fique parado e rígido como uma estátua num só ponto da sala;
– Não se encoste em paredes ou em cantos da sala;
– Movimente-se para evitar monotonia de sua fala;
– Faça pausas estratégicas, isto faz com que sua platéia volte a se concentrar em
sua fala.

• Exercícios para Alunos e Professores:


– Ao preparar uma apresentação de trabalho ou aula, alguns cuidados devem
ser tomados com o texto a ser transmitido;
– Pronto o texto, leia-o silenciosamente, marcando os trechos e palavras de
grande força e importância.
– Leia-o agora em voz alta, procurando dar entonação e ritmo adequados; se
puder, grave este passo para analisá-lo e corrigir no que for necessário;
– Observar, também a velocidade e o tom de sua voz.

Propicie a seus Alunos atividades que lhes proporcionem momentos de expressão


oral – oriente-os quanto aos aspectos de uma boa apresentação. Certo ou errado, todos
nós somos avaliados pelo que e como nos expressamos. As sugestões aqui incluídas
podem ser enriquecidas com leituras complementares e com a sua própria experiência
docente.
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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Trabalhando com textos e as Técnicas a serem aplicadas

Em xerox, mimeografados ou no original em livros,


e jornais, os textos são os maiores auxiliares do
Professor. Sua utilização em sala de aula varia de acordo
com o curso, disciplina e o nível de ensino em que Você

está atuando. No entanto, uma qualidade é Tarefa:
indispensável à seleção/escolha do texto: a utilidade e Selecione um texto breve, mas rico
o grau de motivação que ele pode trazer a seus Alunos a em conteúdo. Levante o tema;
partir de sua leitura. A partir de um bom texto, pode-se selecione questões importantes
relativas ao texto.
organizar inúmeras atividades de estudo e pesquisa
aplicando:

– Técnicas rápidas de estudo em grupo;


– Dramatizações ou role-playings;
– Técnicas para textos longos.

Técnicas de aplicação rápida em sala de aula 


Tarefa:
a. Phillips 66: descrita e desenvolvida por J.
Donald Phillips (Universidade de Michigan), A partir do texto selecionado, das
a técnica consiste em dividir-se a turma questões levantadas e do tema,
aplique as etapas da técnica Phillips
em grupos de seis componentes, que 66.
desenvolvem tarefas em frações de seis
minutos cada.

Etapas:

1. Selecione o texto;
2. Organize tarefas que possam ser desenvolvidas em seis minutos;
3. Explique aos Alunos que todos terão que ler o mesmo texto;
4. Divididos em grupos de seis componentes, estes deverão cumprir as tarefas
em 6 minutos cada uma;

— Todos os grupos, antes de iniciar os trabalhos devem escolher o seu


secretário-redator, e um outro membro para cronometrar as etapas;
— Cada Aluno tem 1(um) minuto pra se manifestar;
— O trabalho com texto aplicando a Técnica Phillips 66 visa, principalmente:
— Agilizar as etapas dos trabalhos em grupo;
— Disciplinar os Alunos quanto ao tempo para resolução de tarefas;
— Envolver todos os membros do grupo em todas as tarefas do início ao
fim do estudo do texto;
— Quando necessário, pode-se conceder mais uma ou duas frações de
seis minutos para o término da tarefa.

“Sentindo” o texto: vamos ver como se aplica


esta técnica? ☺
Você pode pedir a seus Alunos que
1. Selecione um texto rico em conteúdo; tragam textos para serem
2. Leia as estrofes abaixo e tente resolver este trabalhados e formar um Banco de
exercício; Textos.
3. Peça a seus Alunos que o classifique dizendo
Este Banco poderá ser organizado
a cor, o cheiro e o sabor que o texto sugere; pelos Alunos que dominem o
4. Aplique-o em sala de aula e compare suas computador. Os com textos poderão
percepções com as de seus Alunos. ser gravados por todos os Alunos.

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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

1) Coração de estudante há 2) Apertados no


que se cuidar da vida há balanço
que se cuidar do mundo
tomar conta da amizade
Margarida e
Serafim

alegria e muito sonho Se beijam com Tarefa:
espalhos no caminho tanto ardor
Selecione um texto em prosa e outro
verdes: planta e Que acabam em poesia que sejam aproveitados
sentimento folhas, ficando. para dramatização.
coração, juventude e fé. (Milôr Fernandes)
(Wagner Tiso/ Milton
Nascimento)

Nota: Selecione textos e poemas breves, com conteúdo significativo para aplicar
a técnica do “sentir o texto”; Você pode, também, como desdobramento
pedir aos Alunos que produzam os textos em grupos. Após produzi-los, os
grupos trocam textos e os “sentem”.

• Dramatizações:

Textos narrativos dialogados ou não servem para serem aplicados às atividades


de dramatização ou role-playing.

Quando não dialogados, os textos devem ser lidos, discutidos e adaptados pelos
próprios Alunos com a supervisão do Professor. É também, muito importante a voz e a
performance do Professor ao se comunicar com os Alunos e ao ler textos para a
turma.

3 Aconselha-se para atividades de dramatização, que o Professor selecione


textos extraídos de contos, romances ou mesmo poemas que se adequem a
elas.
3 O Professor deverá, antes de aplicar o texto, lê-lo com atenção e estudar o
tipo de leitura que fará com os Alunos. Ele deverá interpretar enquanto lê,
para que os Alunos sintam o quanto a entonação, o ritmo e a pronúncia
corretos são importantes no momento da comunicação.

• Vendendo idéias

Esta técnica é apropriada para textos breves, mas que contenha idéias que
possam ser compradas e defendidas e ao mesmo tempo, contestadas.

Etapas:

3 Escolha um texto adequado à técnica;


3 A turma toda deverá receber e ler o texto como primeira tarefa;
3 Depois, dividida em grupos; a turma analisará o texto, posicionando-se contra
ou a favor das idéias expressadas no mesmo;
3 Os grupos deverão “vender” as opiniões formadas a partir da leitura e
discussão do texto.
3 Esta técnica-competição é vencida pelo grupo que melhor “vender” as suas
idéias, sejam elas a favor ou contra às do autor;
3 O Professor será o juiz; ao final ele dará o resultado, analisando as
performances dos grupos.

46
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

• Técnica para textos longos

• Técnicas dos Especialistas:

Apropriadas para textos longos a técnica dos especialistas é aplicada da seguinte


forma:

3 Selecionado o texto apropriado à técnica,


prepare tantas tarefas quantas o teor do
texto permitir;

3 Distribua o texto para toda a turma; Tarefa:
3 Leitura silenciosa pelos Alunos;
Selecione um texto adequado à
3 Distribuição das tarefas Técnica dos Especialistas (vide
3 Cada grupo irá examinar um aspecto, tornando- passos).
se Especialista.

O objetivo desta técnica é que um texto longo seja estudado e examinado


detidamente pela turma.

3 Após a exposição dos especialistas, as conclusões de cada grupo, com a


devida avaliação do Professor, serão trocadas, para que todos tenham o
estudo do texto inteiro.

3 São tipos de atividades para a técnica dos especialistas:

— Idéias-chave do texto;
— Linhas do tempo;
— Divisão do texto em parágrafos, estabelecendo o início e o final da
Introdução/Desenvolvimento/Conclusão;
— Análise do uso de palavras feito pelo autor (= a escolha de palavras
significativas utilizadas pelo autor para enfatizar alguns pontos-chave
da sua obra);
— Levantamento de questionamentos do texto;
— Organização de perguntas sobre o texto, designando os grupos que vão
respondê-la.

3 Outras tarefas podem ser organizadas: voltamos a enfatizar que elas


dependem do teor do texto. As sugestões acima são apenas uma ilustração
e não foram inspiradas em nenhum texto-base.

3 Use os seus conhecimentos sobre os conteúdos de sua disciplina e um


pouquinho de criatividade ao organizar as atividades para os seus Alunos
especialistas. Bom trabalho e... sucesso.

Uso de Filmes em sala de aula (VHS/CDs/DVDs)

O filme é um recurso precioso, quando a sua


utilização é planejada conscientemente pelo Professor.
Não se concebe a idéias de fazer o Aluno assistir a um
filme, só para passar o tempo.
Exemplo de um filme universal:
Sociedade do Poetas Mortos (Você
Um filme deve ser escolhido de acordo com o item já encontra à venda em DVD).
de conteúdo que estamos desenvolvendo com nossos
47
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Alunos. De preferência, deve-se planejar a sua utilização sob o enfoque interdisciplinar.


Assim, um só filme poderá servir como fonte de aprendizagem total para os Alunos.

Quando se planeja a utilização interdisciplinar de um filme é necessário:

⎯ um filme universal, isto é, aquele que possibilita ser estudado sob vários
enfoques.
⎯ uma ficha de avaliação única para a equipe de Professores que vai utilizá-
lo.

Neste ponto, deve-se esclarecer que os filmes pára-didáticos podem ser utilizados
da mesma forma que os didáticos; às vezes, com muito mais vantagens.

A popularização do uso de vídeo cassetes e dos DVDs em escolas públicas e


particulares está fazendo com que muitas empresas que trabalham com vídeos didáticos
aprimorem cada vez mais suas coleções para que os seus usuários extraiam o máximo
proveito possível delas.

Voltando aos filmes para didáticos.

A ficha de avaliação de filmes tem como objetivos gerar subsídios para que, à
medida que forem sendo preenchidas pelos Professores, elas sejam uma fonte de dados
sobre uma determinado filme.

A sugestão apresentada a seguir pode servir como base ao planejamento da


equipe interdisciplinar.

• Filmes x Enfoques

Há alguns filmes que possuem seu Enfoques = Abordagens

enredo e script várias possibilidades de utilização


interdisciplinar. Tomemos como exemplo o filme
Sociedade dos Poetas Mortos.

Procure selecionar f i l m e s e
destacar os enfoques ou
abordagens

3 Que enfoques poderiam ser trabalhados?

– Psicológico: relações pais – filhos; Professor – Aluno; diretor – pais –


Professores; Alunos – Alunos; jovem – sociedade; juventude x maturidade.
– Sociológico: a estrutura da sociedade da época; a postura autoritária do
pai e a submissa de esposa/filhos; a estrutura da escola; etc.
– Literário: todo o enredo é baseado nas características do Romantismo em
contraposição às do Realismo. O próprio nome do Professor protagonista
lembra um poeta romântico inglês – Keats (Keating).
– Filosófico-educacional: a contraposição metodológica o tradicional x o
moderno - Colégio x Prof. Keating.


Exemplos de enfoques e de aplicação
interdisciplinar de um filme vão ser
apresentados a seguir. Não se
preocupe.

48
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

FICHA DE AVALIAÇÃO DE FILME

PARTE I

Título

Duração: Ano: Vídeo-Locadora: Tel:

PARTE II

Tópicos relevantes a serem trabalhados em sala de aula:

Abordagens principal e secundária

Tópicos de conteúdo a que se poderia ligar o filme

Atividades preliminares desenvolvidas para a exibição do filme

Avaliação: pontos positivos e negativos em termos da utilização do filme em


sala de aula

Sumário do filme

Sugestões de atividades interdisciplinares a partir da exibição do filme.

49
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

• A partir destes quatro enfoques já dá para vislumbrar o trabalho que os


Professores de psicologia, sociologia, literatura, teoria literária, filosofia e
didática poderiam planejar a partir deste filme.

• O ideal seria que a exibição do filme fosse assistida pela turma e a equipe de
Professores. Juntos, eles abordariam os tópicos relativos às suas disciplinas.
No entanto, por questões de horário, sabe-se que é difícil juntar toda uma
equipe para um trabalho como este.

• Sugere-se, pois, que visto filme, cada Professor faça durante o seu tempo
normal de aula, os comentários e promova debates e atividades. O que se
objetiva é dar ao Aluno a chance de começar assistir, filmes “com olhos de
ver e de pesquisar”. Às vezes, os Alunos são capazes de perceber aspectos
que nós, Professores não conseguimos.

Sugiro, a seguir alguns filmes, que podem ser usados da mesma forma
que Sociedade dos Poetas Mortos. As atividades e o planejamento ficam por
sua conta.

a) Mudanças de Hábito II

– Estudo de classes de minoria nos EUA e no mundo;


– A auto-estima;
– Conceitos de liderança, fraternidade, colaboração, etc.
– A música como fator de integração/arte;
– Relação Professor – Aluno; Direção – Professores; Professores – Professores;
Aluno – Aluno.

Enfoques:Psicológico/Sociológico, principalmente.

b) Clara

– Relação pais – filhos (pais com problemas)


– Adolescência
– Maternidade
– Filhos; drogas.

Enfoque: Sócio-psicológico

c) Meu mestre, Minha Vida/ Ao Mestre com Carinho/O Preço de um Desafio

Os três filmes enfocam problemas sócio-psicológicos de classes de minoria e que


têm no educador um agente de mudanças.

Muitos outros títulos poderiam ser citados; no entanto, deixo a seu cargo
a agradável tarefa de pesquisar outros e, quem sabe Você comece a preencher as
fichas e organizar uma pasta com títulos, avaliação e atividades para seu
uso didático? Não é uma boa sugestão? Espero que concorde comigo...

50
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

A televisão e o ensino: recurso didático ou concorrente?

O uso dos meios de comunicação é, ao mesmo tempo, arte e tecnologia.


Arte porque os meios não são frios e indiferentes transportadores mecânicos de
mensagens, mas sim parte do patrimônio artístico dos homens, que buscam,
através deles, sua expressão e a produção de valores estéticos. (Bordanave,
1986:56)

• Falar dos meios de comunicação é também falar de linguagem. Cada um dentro


de suas características, são lembradas, de imediato, o rádio e a televisão. Através
da criação de uma linguagem radiofônica ou televisiva, os dois mais
importantes meios de comunicação cumprem a sua trajetória de auxílio à
educação. Longe de ser frios, rádio e televisão conseguiram a fórmula certa de
chegar mais perto de seu cliente – ouvinte ou telespectador.
• É através destes dois veículos capazes de alcançar os lugares mais longínquos
que a educação vem, de alguma forma tentando levar informações sistemáticas,
ou não, a várias camadas da população brasileira.

Televisão: recurso didático ou concorrente?

Se Você, Professor, é daqueles que vivem




reclamando que seus Alunos conversam todo
o tempo sobre o que viram no dia anterior na
Tarefa:
tv? Você acha que a tv lhe faz concorrência
“desleal”? Não se aborreça – use-a como aliada. Selecione trechos de programas
Aproveite o interesse e a motivação dos Alunos (dois ou três) e organize atividades
para promover atividades variadas, a partir de a partir deles.

um “talk show” (programa de entrevistas),


novela ou telejornal. Não deixe que o preconceito o impeça de ministrar aulas
interessantes. Lembre-se que, às vezes, a artificialidade de determinados
procedimentos didáticos se choca com o apelo externo, que é muito mais
atraente. Pense bem, não exite em criar situações novas de ensino; os Alunos
têm sensibilidade de escolha.

Aula de História
Tocou a sineta. O Professor de História entrou na sala, mas a discussão
entre os Alunos continuou, intensa e apaixonada... Dois Alunos desta sala do
Colégio de Genebra são espanhóis. Na noite anterior, o general Franco havia
ordenado a execução de três bascos oposicionistas, o que provocou reações do
mundo inteiro. Os Alunos viram-se para o Professor e pedem-lhe sua opinião,
sua ajuda para compreenderem o que se passava. “Agora silêncio, calem a boca
que está na hora de começar a aula de História...” (Harper et allii).

• Se Você está começando a pensar em usar a TV como aliada, prepare-se


primeiro:

– Assista aos programas com olhos de pesquisador; observe todos os ângulos


que se encaixam nos conteúdos que Você vai ministrar;
– Grave cenas, capítulos ou mini-séries;
– Organize atividades a partir do material gravado;
– Proponha aos Alunos que tragam as aulas fitas e organizem atividades
juntos;
51
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

– Tenha um caderno em que Você guardará anotações sobre essas atividades


– o que deu certo, o que foi um desastre...

• Sugestão:
Organize uma videoteca com seus colegas Professores e/ou Alunos
– Por temas;
– Com filmes não didáticos;
– Com filmes baseados em obras literárias;
– Desenhos, jogos de futebol, vôlei, basquete, etc.

• Mil e uma aplicações

Existem caminhos bastante variados para explorar a tv em nossas aulas. Mesmo


quando a tv exibe imagens negativas, estas se transformam em matéria-prima para
nós, Professores; quer um exemplo?

Cenas de novelas: O personagem chega da rua e, sem lavar as mãos, vai direto
para a mesa fazer uma refeição. Isso não lhe sugere um tópico de discussão, debate,
pesquisa? Quer outro exemplo? Um personagem se senta num sofá ou cama, sem tirar
os sapatos... Bem, agora é sua vez – procure outros tópicos para, criticando, usar a tv
em suas aulas; mas não se esqueça de mostrar aos Alunos o outro lado da moeda.

Avaliação e seleção de Livros Didáticos

Introdução

Segundo Bloom, citado por Sant’ Anna et allii, “o crescimento profissional do


Professor depende de sua habilidade em garantir evidências de avaliação, informações
e materiais, a fim de constantemente melhorar seu ensino e aprendizagem do Aluno”.
Para que tal aconteça, cabe ao Professor planejar com cuidado e técnica as atividades a
serem desenvolvidas e, principalmente, avaliar os materiais instrucionais que irá utilizar.
O livro didático é a “ferramenta de trabalho” mais importante para o docente; uma
avaliação minuciosa facilitará, em grande parte o trabalho de Alunos e Professor.

O roteiro de avaliação aqui apresentado tem como objetivo ajudar na análise e


seleção de livros didáticos por Professores, qualquer que seja a sua área de atuação
e grau de ensino.

Roteiro de Avaliação de Livros Didáticos

3 Dados de Identificação
– Autor(es); título; local; editora; ano de publicação do volume avaliado;
curso(s) a que se destina;
3 Conteúdos: (a) obedecem aos princípios de seqüência e complexidade? (b)
são relevantes quanto a(os)curso(s) a que se destina, os conteúdos estão
completos? (c) quanto aos textos – são objetivos? Claros? Extensos em
demasia? Interessantes? Aborrecidos? Descreva-os objetivamente.
3 Exercícios: (a) quais os tipos incluídos pelo autor?(b) são relevantes para a
fixação dos conteúdos? (c) há necessidade de exercício complementares? De
que tipo? (d) caso o livro não tenha exercícios, de que forma(s) Você trabalharia
a fixação dos conteúdos através de atividades?
3 Apresentação Gráfica: (a) há gráficos, esquemas, quadros e fotos importantes
para facilitar a compreensão e aprendizagem dos conteúdos? (b) tipo de letra:
facilita a leitura?

52
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

Aperfeiçoando o seu Planejamento de Ensino

O diagnóstico da turma, como recurso de planejamento.

Primeiro dia de aula. Você Professor, deve antes de propor um programa de


disciplina, fazer um diagnóstico para ver como seus Alunos estão em termos de
pré-requisitos. Isto pode ser feito através de testes, contendo itens de conteúdos
representativos dos pré-requisitos; conversa com a turma (embora não seja
mais eficaz por causa da natural inibição do 1º dia de aula); ou a versão apresentada
aqui – o roteiro de apresentação de Alunos. Ele apresenta 10 seções:

1. Dados de identificação do Aluno; eles nos dão o perfil da turma.


2. Formas de estudar: este item nos indica as preferências dos Alunos
quanto às modalidades de trabalho acadêmico a serem desenvolvidas no
semestre letivo;
3. Neste item se incluem os conteúdos da disciplina que você vai ministrar,
par ver os itens que os Alunos já têm algum conhecimento e os que
conhecem pouco ou nada.De acordo com os dados, o Professor saberá
distribuir a carga horária disponível e programa as atividades, usando mais
ou menos tempo, de acordo com os dados coletados pelo roteiro. Lembra-se
dos princípios de complexidade e seqüência.

No exemplo dado, foram usados os conteúdos de Didática

Os itens nº 4 a 10 se referem à checagem de conhecimentos, leituras e


formas de exercícios e tarefas que poderão ser promovidas durante o semestre.
Caso o Professor queira promover alguma atividade que seus Alunos desconheçam,
ele deverá prepará-los para este trabalho, dando-lhes explicações e exercícios
práticos antes de o trabalho ser feito.

Uma cópia do roteiro foi incluída neste Caderno Pedagógico, para que Você possa
organizar os seus próprios, de acordo com a(s) disciplina(s) em que vai atuar.

Tarefa Guiada:

Organize um roteiro de apresentação de


Alunos tendo como base os conteúdos ☺
programáticos abaixo. Quanto às leituras, Antes de organizar o seu roteiro
atividades e trabalhos, estes ficam a seu critério. de apresentação de Alunos próprio
Consulte o roteiro-exemplo sempre que estiver treine, elaborando a tarefa guiada.
Ela o(a) ajudará bastante em sua
em dúvida. futura vida profissional, fique
certo(a) disto!
Disciplina: Tecnologia Educacional

Conteúdos Programáticos

Unidade I: Conceituação: Courseware, hardware, software. Tecnologia


Educacional x Tecnicismo – teoria e prática.
Unidade II: As tecnologias ou recursos de baixo custo. O jornal como fonte de
atividades criativas. Quadros de giz e branco.
Unidade III: A voz do Professor: o recurso didático mais precioso. Alguns cuidados
com a voz, exercícios corretivos.
Unidade IV: Uso do vídeo em sala de aula. Ficha avaliação de filme. O filme e a
interdisciplinaridade.
53
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

PÓS-GRADUAÇÃO Lato Sensu


DISCIPLINA: DIDÁTICA

PROFESSOR(A):

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO CONTEXTO DISCENTE ou ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DE ALUNOS

1) Dados de Identificação do Aluno


Nome:
Trabalho Atual
Graduado em
Instituição onde se graduou
Leciona a(s) disciplina(s):

2) Formas de Estudar
De que forma(s) Você prefere estudar/apresentar trabalhos?
( ) em grupo ( ) em dupla ( ) individualmente

3) Bagagem de conhecimentos do Aluno


Você costuma ler textos relativos à Didática e/ou assuntos educacionais? Em caso afirmativo, cite-os.

4 a 10) Checagem de conhecimento – leituras – formas de estudar – exercícios e tarefas do curso.

Marque com um “x” os itens que Você gostaria de aprender e/ou relembrar:
( ) organizar/redigir ementas
( ) formular objetivos
( ) organizar orientações metodológicas
( ) definir formas de avaliação docente/discente
( ) analisar/selecionar livros
( ) trabalhar com textos
( ) preparar recursos auxiliares de ensino
( ) utilizar recursos auxiliares adequadamente
( ) identificar uma referência bibliográfica corretamente redigida

5) Marque com um “x” o(s) filme(s) a que Você já assistiu:


( ) Sociedade dos Poetas Mortos ( ) Mentes perigosas ( ) Tomates verdes fritos
( ) O preço de um desafio ( ) Um novo homem ( ) Uma história americana
( ) Meu mestre, minha vida ( ) Ensina-me a viver ( ) Clara’s Heart
( ) Conrack ( ) Mr. Polland, adorável Professor ( ) Bagdá Café
( ) A ilha das flores ( ) Meu pé esquerdo ( ) Outros – Citar alguns

6) Recursos Auxiliares de Ensino (RAE). Numere os parênteses usando 1,2 ou 3: (1) se Você conhece/ usa/elabora
os recursos auxiliares de ensino; (2) conhece somente; e (3) não tem qualquer noção a respeito.

( ) Transparências ( ) Fichas didáticas ( ) Vídeo


( ) Cartazes ( ) Fichas-roteiro ( ) Resumos didáticos/apostilas
( ) Portfólios

continua...

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

7) Em termos de avaliação e construção de itens de teste, Você:

( ) conhece profundamente o assunto


( ) tem noções superficiais
( ) desconhece completamente

8) Um exercício bastante utilizado em nível de pós-graduação é a resenha. Você...

( ) não conhece
( ) já leu, mas nunca redigiu uma
( ) conhece, leu, mas (não) saberia aplicá-la em aula

9) Caso Você já tenha lido uma ou mais resenhas, cite onde a(s) leu:

10) Descreva, em poucas palavras, o que é uma resenha.(*)

(*) Caso Você detecte que a turma não sabe o que é uma resenha
caberá a Você dar-lhes um roteiro e todo o embasamento necessário para
que possam desenvolver este tipo de trabalho. É aconselhável mostrar-lhes
vários tipos de resenha, retirados de jornais revistas e estudá-los em sala
de aula, mostrando-os as variadas formas de redigi-los. Só depois é que se
pode pedir que eles leiam um livro para resenhá-lo. Isto vale, também, para
outros itens; a conduta docente é a mesma.

Os dados coletados através deste roteiro vão lhe dar segurança para
fazer as ajustes necessários ao seu planejamento. É como lhe disse
anteriormente: um pouco mais de trabalho no início do ano ou semestre
letivo será recompensado pelo aproveitamento dos Alunos e o seu êxito
profissional. Não custa experimentar, não acha?


☺ Tarefa:

Escolha uma disciplina e os conteúdos


Este roteiro é específico de uma disciplina. programáticos da mesma. Estabeleça o nível de
Você, como Especialista em determinado ensino e a série, também. Depois prepare um
conteúdo, saberá fazer as devidas adaptações roteiro de apresentação de Aluno; use o modelo
a este modelo aqui apresentado. Bom trabalho! dado, adaptando-o às características do
planejamento a ser desenvolvido.

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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia


No Capítulo III Você se auto-avaliou. Que tal agora avaliar este Livro?
Use este espaço para as suas anotações, ok?
Se preferir, pode nos enviar a sua avaliação via e-mail ou junto com os ACDs da
disciplina.
Sua avaliação nos ajudará bastante nas revisões e ampliações vindouras. Obrigada!

56
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

CAPÍTULO V

DIDÁTICA E TEORIAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

Todos nós sabemos que, em Educação as


concepções, idéias e pressupostos mudam em relação
a um tema, de acordo com o Teórico (ou Estudioso) e
com o contexto em que este mesmo estudioso insere

suas idéias. Desta forma, aí vai a sua próxima tarefa: Todo professor deve conhecer as
Teorias Educacionais para
conhecer as tendências teóricas que marcaram posicionar-se, no futuro, como
determinadas fases do pensamento pedagógico que Profissional consciente.
influenciaram e contribuíram para o desenvolvimento
da Pedagogia Brasileira.

Nossos estudos sobre as tendências pedagógicas parte do pressuposto de que


todo Educador precisa conhecer as tendências que influenciaram o ensino e a
aprendizagem ao longo da história, para melhor entender a Educação no contexto atual
e refletir sobre sua atuação pedagógica futura.

Antes de começarmos a conversar sobre as Teorias Educacionais é fundamental


situar a Didática no contexto contemporâneo. Aqui também encontraremos algumas
diferenças de conceituação. Alemães, franceses,
brasileiros, portugueses referem-se à Didática usando
definições similares à arte de ensinar; estratégias e
técnicas de ensino ou, ainda, processos de ensino-
aprendizagem organizados. Para os Norte-

Americanos, a organização dos processos de ensino e Pedagogia: Teoria e Ciência de
Educação e do Ensino.
de aprendizagem é denominada Theory ou Philosophy
of Education ou, ainda, Pedagogy. Ingleses e Norte-
Americanos tendem a chamar de Didactic como um tipo
de ensino que não evolui, que não muda.

O termo D i d á t i c a tornou-se
Comenius conhecido a partir da obra do
pastor luterano J.A. Comenius – A
Em nosso estudo adotaremos Didactica Magna, publicada em
a definição detalhada de Ghiraldelli 1630. Tinha o sub-título: Arte de
(2002): Ensinar Tudo a Todos. Os livros de
educação chamam-no pai da didática
moderna.
O senso comum pedagógico de Comenius foi um reformador
professores e estudantes que se educacional, tendo reestruturado
dedicam aos estudos da educação no vários e diferentes sistemas
educacionais a convite de
Brasil toma o termo didática como Governantes.
apontando para o centro de um
57
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

conjunto que reúne o que, em geral, é denominado de


disciplinas básicas e disciplinas aplicadas em
educação. (...) a didática seria o campo que informa
através de disciplinas básicas de modo a estabelecer a Leitura Complementar:
organização e otimização de processos de ensino- GHIRALDELLI Jr., Paulo. Didática
aprendizagem e, assim nutrir aqueles que se formam e Teorias Educacionais. RJ: DP &A
como professores de ensino básico e médio, diretores de Editora, 2002.
escolas, supervisores de ensino, animadores culturais, Este livro traz de forma concisa e
direta um estudo sobre a Didática à
pedagogos e aqueles que vão lidar diretamente com o luz das teorias educacionais pós-
que foi traduzido nas disciplinas aplicadas. (p.10). modernas. Leitura obrigatória para
quem quer ser um profissional de
educação atualizado.
E conclui:

(...) as questões que a didática coloca exigem a confluência de saberes,


num patamar de articulação entre o que se deve fazer e o que se deve saber
(p.11).

Como disse Ghiraldelli “a didática é uma


confluência de saberes”; Você poderá observar que muitos
estudiosos de diferentes áreas de conhecimento e saber
contriuíram para o desenvolvimento dos estudos
pedagógicos. Assim, temos a Psicologia, Medicina, Leia mais sobre estes estudiosos em
Livros de História da Educação.
Biologia, Antropologia entre outros, como áreas auxiliares
dos estudos educacionais.

Mesmo sem serem educadores, alguns pesquisadores e estudiosos como:


Rousseau, Pestallozzi, Froebel, Dewey, Dècroly, Makarenko, Ferrière, Cousinet, Rogers,
Vygotsky, Robin, Montessori, Piaget desenvolveram estudos que serviram à educação.
Selecionamos algumas notas para que Você saiba quem foram e o que de melhor fizeram
para a Educação.

Jean Jacques Rousseau

Rousseau foi um filósofo que


se preocupou com a educação: seu
livro Emílio ou Da Educação de 1762
retrata seus estudos e observações

Jean Jacques Rousseau nasceu em
sobre a educação. Cousinet era
Genebra, Suíça, em 28 de junho de
professor e inspetor-formador; 1712 e faleceu em 2 de julho de
Steiner lidou com a educação como 1778. Entre suas obras destacam-
um aspecto de sua teoria se: Discurso sobre a origem da
desigualdade entre os homens; Do
globalizante; Pestallozzi e Montessori foram médicos contrato social, e Emílio ou Da
pesquisadores que se voltaram para a educação; Rogers Educação (1762).
foi professor e psicólogo clínico; Makarenko foi professor
e diretor de escolas para alunos com desvios de conduta;
Fröebel e Dewey tiveram proposições importantes no
campo da educação. Fröebel foi o precursor dos jardins
de infância e Dewey um dos mentores do movimento “Viver é o que desejo ensinar-lhe.
conhecido como Escola Nova. Pestallozzi fundou Quando sair das minhas mãos, ele
escolas e laboratórios pedagógicos. não será magistrado, soldado ou
sacerdote, ele será, antes de tudo,
um homem” (Rosseau).
Esses e outros, conforme veremos no decorrer de
nossos estudos, ocupam um importante lugar no campo
58
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

educacional. Destaques para Piaget, com seus trabalhos


sobre a gênese do desenvolvimento do raciocínio e
Vygotsky com sua importante teoria Histórico-Cultural ☺
de Construção de Conhecimentos. Froebel nascido em Oberweibach, no
ano de 1782 e falecido em 1852,
Órfão de mãe, muito cedo, ainda
Fröebel bebê, Froebel é criado pelo pai e
Alguns deles criaram teorias pela madrasta. Tem uma infância
enquanto que outros realizaram isolada e triste. Sua própria
estudos e os aplicaram em observações infância, seu amor pela natureza e
sua grande religiosidade
no campo pedagógico, mas, certamente, influenciaram toda sua obra
deixaram marcas importantes na educacional. Trabalhou com
Educação. Pestalozzi, tendo suas idéias
influenciadas por ele, mas conseguiu
manter-se independente e crítico,
Pestallozzi nasceu em 1746 em criando seus próprios princípios
Zurich, na Suiça. Bastante educacionais, tendo sido esses
influenciado pelas idéias de Rousseau, Pestallozzi princípios, durante muitos anos
considerados politicamente
escreverá um artigo, um ano antes de sua morte (1826) radicais; por isso, foram banidos da
em que reconhece em Rousseau o centro do movimento Rússia.
em torno de uma outra visão de educação. Defende
Rousseau das más interpretações de sua obra, afirmando
que ela não foi bem compreendida.

Pestalozzi
Ovide Decroly nasceu em
1871 e morreu em 1932. Destacou-
se pelo valor que colocou nas
condições do desenvolvimento

Tarefa:
infantil; ressalta o caráter global
da atividade da criança e a função Organize um Quadro em que você
de globalização do ensino. Decroly incluirá: os nomes dos estudiosos que
influenciaram os estudos
era médico e, partindo de suas
pedagógicos; a contribuição de cada
experiências com crianças normais um deles.
e deficientes mentais, passou a se preocupar com um
método globalizado de ensino. Em 1901, abriu a primeira
escola para crianças deficientes com retardo mental, propondo uma educação voltada
para os interesses destas crianças, apta a satisfazer sua curiosidade natural, que os
estimulasse a pensar colocando-os em contato com a realidade física e social.

Ovide Decroly

Princípios da Pedagogia de Decroly:

O essencial é que as crianças gostem de aprender, e liberdade,


responsabilidade e respeito são valores fundamentais na educação.

John Dewey preocupava-se com o lado prático da educação;


pragmático, dava importância central à adequação da educação ao
meio e à evolução social. Para ele, a educação é o principal fator de
progresso do mundo.

Estaremos seguindo a classificação proposta por Libâneo (1989), em seu livro


Democratização da Escola Pública: a Pedagogia crítica-social dos conteúdos ao
estudar as Teorias/Tendências Educacionais Brasileiras.

LIBÂNEO (1989, p. 21) propõe a seguinte classificação:


59
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Pedagogia liberal
• tradicional
• renovadora progressista

• renovadora não-diretiva A Pedagogia Renovada é conhecida
também como Pedagogia Nova,
• tecnicista Escolanovismo ou ainda Escola
Nova.
Pedagogia progressista
• libertadora
• libertária
• crítico-social dos conteúdos
“Por educação nova entendemos a
É interessante observar que alguns educadores corrente que trata de mudar o rumo
da educação tradicional,
não conhecem o real sentido das terminologias acima. intelectualista e livresca, dando-lhe
Muitos professores se sentem orgulhosos em dizer que sentido vivo e ativo. Por isso se deu
são “liberais” porque atuam de forma aberta e também a esse movimento o nome de
”escola ativa” (LUZURIAGA, 1980,
democrática em suas salas de aula, dando total liberdade
p. 227).
aos seus alunos. Eles desconhecem o verdadeiro sentido
da palavra.

A pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os
indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais
[...]. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois,
embora difundida a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade
de condições (LIBÂNEO, 1989, P. 21-22).

O pensamento liberal burguês do século XVIII tem como expoente principal


Rousseau (1712-1778). Na sua visão, a educação começa pelo desenvolvimento das
sensações e dos pensamentos, da valorização da espontaneidade e das experiências.
Logo, a educação das crianças fica por conta do desenvolvimento natural. Em uma de
suas principais obras, o Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens,
tornou-se célebre como defensor da pequena burguesia. COTRIM (1987, p. 179).

A PEDAGOGIA LIBERAL TRADICIONAL

A tendência liberal tradicional é marcada pela


concepção do homem em sua essência. Sua finalidade
de vida é dar expressão à sua própria natureza. A Leitura Complementar:
pedagogia tradicional preocupa-se com a universalização Para maior aprofundamento sobre a
do conhecimento. O professor é o elemento principal classificação das Tendências
no processo ensino-aprendizagem, se utilizando Pedagógicas sugerimos a leitura das
seguintes obras:
métodos como o treino intensivo, a repetição e a
memorização ele transmite todo seu acervo de LIBÂNEO, José Carlos.
informações aos alunos. Importante ressaltar que os Democratização da Escola Pública:
alunos são agentes passivos aos quais não é permitida a Pedagogia Crítica-Social dos
Conteúdos. SP: Loyola, 20 a ed.,
nenhuma forma de manifestação. Os conteúdos são 2005.
verdades absolutas, dissociadas da vivência dos alunos
e de sua realidade social. LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da
Educação. SP: Cortez Editora, 21a
reimpressão, 2005.
Os métodos baseiam-se tanto na exposição
verbal como na demonstração dos conteúdos, que são
apresentados de forma linear e numa progressão lógica,
sem levar em consideração as características próprias dos alunos, estes sendo vistos
como adultos em miniatura. O professor é detentor do saber e deve avaliar o seu
aluno através de provas escritas, orais, exercícios e trabalhos de casa. Esse tipo de
60
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

avaliação geralmente vem regado de um reforço negativo,


com ameaças, punições e até mesmo redução de notas
em função do comportamento do aluno durante as aulas.

Podemos perceber que ainda hoje a pedagogia tradicional De acordo com a tendência Liberal
continua presente na grande maioria das escolas e Tecnicista o homem é considerado
um produto do meio.
universidades.

A PEDAGOGIA LIBERAL RENOVADA

duas
A tendência renovada manifesta-se por meio de
versões: renovada progressista ou

Participe da elaboração deste texto
programática, que tem em Anísio Teixeira seu conosco, escrevendo aqui suas
principal expoente; renovada não-diretiva, com Carl opiniões sobre a presença da
Rogers como elemento de destaque, que enfatiza Tendência Pedagógica Liberal na
Educação Brasileira nos dias de
também a igualdade e o sentimento de cultura como hoje.
desenvolvimento de aptidões individuais.

Na concepção renovada progressista, cabe à escola adequar as necessidades


do indivíduo ao meio social em que está inserido, tornando-se mais próxima da vida. Já
a concepção renovada não-diretiva relega à escola o papel de formar atitudes e, para
isso, esta deve estar mais preocupada com os aspectos psicológicos do que com os
aspectos pedagógicos ou sociais.

Devido à necessidade imperiosa de democratização da sociedade, o movimento


da Escola Nova acabou acontecendo paralelamente à pedagogia tradicional, objetivando
reformas educacionais urgentes, emergindo da própria população a necessidade de uma
consciência nacional.

A Escola Nova tem seus objetivos concentrados no aluno. Os educadores que


adotam essa concepção acreditam em uma sociedade mais justa e igualitária, na qual
caberia à educação adaptar os estudantes ao seu ambiente social.

“Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos pela ciência


e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos,
pois acreditava-se que, passando por esses métodos, eles seriam
naturalmente encontrados e organizados” (FUSARI e FERRAZ, 1992, p.
28).

A PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA

A Pedagogia Liberal Tecnicista aparece nos Estados Unidos na segunda metade


do século XX, e é introduzida no Brasil entre 1960 e 1970. De acordo com essa tendência,
o homem é considerado um produto do meio, uma conseqüência das forças existentes
em seu ambiente. A consciência do homem é formada nas relações acidentais que ele
estabelece com o meio ou controlada cientificamente através da educação.

A educação deve atuar no aprimoramento da ordem social vigente (o sistema


capitalista), estando diretamente articulada com o sistema produtivo; para tanto, emprega
a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu
objetivo em curto prazo é o de produzir indivíduos “competentes para o mercado de
trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas”
(LÍBANO, 1989, p. 290).

Temos nesse momento da História das Tendências Pedagógicas, a vigência da


Lei de Diretrizes e Bases 5692/71.
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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

Durante os anos 70, firma-se a tendência


tecnicista apoiada no princípio da otimização:
racionalidade, eficiência e produtividade. Por meio de

sua organização racional e mecânica, visava corresponder Segundo LIBÂNEO, o termo
progressista é tomado emprestado
aos interesses da sociedade industrial. A identificação de Snyders e utilizado nesses
com o processo industrial não ocorre por acaso, pois tal estudos para:
proposição atinge seu apogeu nos anos 70 e durante
esse período percebemos a forte presença do Designar as tendências que,
partindo de uma análise crítica das
autoritarismo do Estado e do regime militar. É nesse realidades sociais, sustentam
período que o espírito crítico e reflexivo é banido das implicitamente as finalidades
escolas. sociopolíticas da educação.
Evidente que a pedagogia não tem
como institucionalizar-se numa
Chegamos ao fim da nossa reflexão relacionada sociedade capitalista; daí ser ela
sobre as pedagogias liberais: podemos observar que um instrumento de luta dos
essas pedagogias sobrevivem ainda hoje em nosso professores ao lado de outras
práticas sociais (1989, p. 32).
sistema de ensino em nível de Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Médio e Superior. Grande parte dos
profissionais que hoje atuam no mercado de trabalho teve aí as bases de sua formação.
Logo, suas práticas de sala de aula estão intimamente relacionadas à essas Tendências
Pedagógicas.

A PEDAGOGIA PROGRESSISTA

Diante dos rumos que a Educação vinha tomando na década de 60, muitos
educadores se mostraram apreensivos e iniciaram uma discussão que resultou na
tendência progressista. Essas discussões tinham como foco principal a escola pública
e suas reais contribuições para a sociedade.

Essas discussões têm contribuído para mobilizar


novas propostas pedagógicas que apontam para uma
educação conscientizadora do povo e para um Sugestão de Leitura:
redimensionamento histórico do trabalho escolar GADOTTI, Moacir. Pensamento
público, democrático e de toda a população (FUSARI e Pedagógico Brasileiro. SP: Ática,
FERRAZ, 1992, p. 40). 8a ed., 2004.

Como já foi mencionado no início deste artigo, a pedagogia progressista


apresenta-se por meio das tendências libertadora, libertária e a crítico-social dos
conteúdos. Nessas concepções, a escola deve ser vista como o ambiente onde acontecem:

“[...] conflitos, interesses sociais


contraditórios, lutas de poder, e no qual
é possível criar-se um discurso crítico
capaz de desvelar esta realidade, seus
condicionamentos sócio-econômicos e as

Tarefa:
condições necessárias à sua superação.
Neste contexto, torna-se imprescindível Destaque os pontos positivos e
a discussão sobre a cultura popular negativos da pedagogia
versus cultura erudita, enfim, passa-se progressista, de acordo com a sua
opinião.
necessariamente a discutir a
problemática da democratização da
cultura” (FORESTE, 1996, p. 43).

Importante ressaltarmos que durante os anos 60 a 64 existia um movimento de


promoção da cultura popular, um meio de resgate do nacionalismo, da verdadeira cultura
do povo.
62
Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA

Sua marca principal é a atuação não-formal, mas alguns educadores vêm adotando
os pressupostos dessa tendência:

“Quando se fala da educação em geral, diz-se que ela é uma atividade onde
professores e alunos, mediatizados pela realidade que aprendem e da qual
extraem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa
mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de transformação social”
(LUCKESI, 1994, p. 64)”.

O mentor dessa tendência foi Paulo Freire, que considera a Educação um ato
político. Segundo Paulo Freire, este caráter político de sua pedagogia dificulta uma prática
sistemática. Mas isto não tem impedido os professores de colocarem em prática em suas
salas de aula seus pressupostos.

Buscar o conhecimento nessa concepção é essencial, devendo ser uma prática


indissociável da prática social, não devendo se basear em acúmulo de informações, mas
sim, em um processo de reelaboração mental, através de ações sobre o mundo social.

Os conteúdos de ensino são retirados da problematização da prática de vida


dos alunos. Parte-se da idéia de que cada aluno traz consigo uma leitura de mundo,
conhecimentos prévios dos conteúdos necessários para a aprendizagem dos conteúdos
tradicionais.

A escola deve ser encarada como um


instrumento de luta das camadas populares,
propiciando o acesso ao saber historicamente acumulado
pela humanidade; porém, reavaliando a realidade social

Tarefa:
na qual o aluno está inserido. Sua principal função deve
ser a de elevar o nível de consciência do educando sobre Qual o diferencial da pedagogia
a realidade que o cerca, de modo a torná-lo capaz para progressista libertadora de Paulo
Freire?
atuar no sentido de buscar sua emancipação econômica,
política, social e cultural.

PEDAGOGIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA

A pedagogia progressista libertária valoriza a experiência de autogestão,


autonomia e não-diretividade. Pode-se dizer que a pedagogia libertária tem em comum
com a pedagogia libertadora “a valorização da experiência vivida como base da relação
educativa e a idéia de autogestão pedagógica” (LUCKESI, 1993, p. 64). Nessa concepção,
a idéia de conhecimento não é a descoberta de respostas relacionadas às exigências da
vida social. Essa tendência acredita na liberdade total; por isso, dá mais importância
ao processo de aprendizagem grupal do que aos conteúdos de ensino.

Pode-se afirmar que a pedagogia libertária “abrange quase todas as tendências


anti-autoritárias em educação, como a psicanalítica, a anarquista, a dos sociólogos e
também a dos professores progressistas” (LIBÂNEO, 1989, p. 39). O professor assume
a função de conselheiro e, muitas vezes, também, a de instrutor-monitor.

PEDAGOGIA PROGRESSISTA
CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS

Tendo surgido no início dos anos 80, também é conhecida por pedagogia histórico-
crítica. Diferencia-se das duas progressistas anteriores pela ênfase que dá aos
63
American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

conteúdos, confrontando-os com a realidade social.


Sua tarefa principal centra-se na difusão dos conteúdos,
que não são abstratos, mas concretos. Alguns

Tarefa:
educadores questionam o aspecto conteudista dessa
tendência. Qual é o papel do Professor e do
Aluno nas Tendências Pedagógicos
estudadas?
É papel do professor selecionar os conteúdos
mais significativos para o aluno, que possam vir a
contribuir na sua formação profissional. Visando à inserção do aluno no contexto social.
É importante que os conteúdos sejam além de bem trabalhados visando o sucesso do
processo ensino - aprendizagem, tenham também significação humana e social.

Teorias Pós-Modernas de Ensino

Além das teorias já apresentadas e muito conhecidas é preciso que Você, futuro
Docente ou Profissional de Educação trave conhecimento de teorias mais
contemporâneas de ensino. Incluímos, a seguir, um quadro comparativo que Você
deverá aprofundar seu estudo através da leitura indicada à direita desta página.

O quadro inclui as características nucleares das teorias educacionais de Herbart,


Dewey, Paulo Freire e a teoria educacional pós-moderna ou a post-narrative turn.


HEBART DEWEY FREIRE “POST-NARRATIVE
TURN”

Preparação Atividade Vivência Apresentação do Tarefa


problema
Faça uma reflexão:
Procure analisar sua experiência
Apresentação Problemas Temas Geradores Articulação entre os durante sua vida escolar e
P r o b l e m a s identifique nela que tendências
apresentados e os estiveram presentes, ao longo dos
cursos que fez.
problemas da vida


cotidiana.

Associação Dados Problematização Discussão dos


Problemas através das Tarefa:
narrativas tomadas Como são tratados os Conteúdos nas
sem hierarquização Tendências Pedagógicas estudadas?
epistemológica.

Generalização Hipóteses Conscientização Formulação de novas


narrativas.

Aplicação Experimentação Ação Política Ação cultural, social


e política.

Caso Você tenha dúvidas releia o
Fonte: Ghiraldelli Jr, Paulo. Didática e Teorias Educacionais. RJ:D P texto; utilize as “dicas” de estudo –
& A Editora, 2002, págs 55-56. sublinhe, destaque em cores as
idéias-chave, pensamentos etc.
Faça um estudo minucioso, leia com
Ao final deste Capítulo e também do Livro, a t e n ç ã o , em lugar calmo, de
reiteramos nossos votos de bom estudo e uma preferência sem interrupções.
aprendizagem consciente, que o leve sempre à frente. Tente.
Lembre-se sempre das palavras de Vandré: “...quem Você saberá de que modo assimila
sabe, faz a hora, não espera acontecer.” Corra atrás melhor os conteúdos, não é mesmo?
dos novos conhecimentos, faça a sua hora... Se preferir, consulte seu Professor-
Tutor Virtual.
Boa Sorte!

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Quadro Síntese das Tendências Pedagógicas

NOME DA PAPEL DA ESCOLA C ONTEÚDOS M ÉTODOS P ROFESSOR APRENDIZAGEM M ANIFESTAÇÕES


TENDÊNCIA X
P EDAGÓGICA ALUNO

Pedagogia Preparação São conhecimento Exposição e Autoridade do A aprendizagem é Nas escolas que
Liberal intelectual e moral e valores sociais demonstração professor que receptiva e adotam filosofias
Tradicional. dos alunos para acumulados verbal da matéria exige atitude mecânica, sem se humanistas
assumir seu papel através dos e / ou por meios receptiva do aluno. considerar as clássicas ou
na sociedade. tempos e de modelos. características científicas.
repassados aos próprias de cada
alunos como idade.
verdades
absolutas.

Tendência A escola deve Os conteúdos são Por meio de O professor é É baseada na Montessori
Liberal Renovadora adequar as estabelecidos a experiências, auxiliador no motivação e na Decroly
Progressiva. necessidades partir das pesquisas e desenvolvimento estimulação de Dewey
individuais ao meio experiências método de livre da criança. problemas. Piaget
social. vividas pelos solução de Lauro de oliveira
alunos frente às problemas. Lima
situações
problemas.

Tendência Formação de Baseia-se na Método baseado Educação Aprender é Carl Rogers,


Liberal Renovadora atitudes. busca dos na facilitação da centralizada no modificar as “Summermerhill”
não-diretiva conhecimentos aprendizagem. aluno e o professor percepções da escola de A. Neill.
(Escola Nova) pelos próprios é quem garantirá realidade.
alunos. um relacionamento
de respeito.

Tendência É modeladora do São informações Procedimentos e Relação objetiva Aprendizagem Leis 5.540/68
Liberal comportamento ordenadas numa técnicas para a onde o professor baseada no e
Tecnicista. humano através de seqüência lógica transmissão e transmite desempenho. 5.692/71.
técnicas e psicológica. recepção de informações e o
específicas. informações. aluno vai fixá-las.

Tendência Não atua em Temas geradores. Grupos de A relação é de Resolução da Paulo Freire.
Progressista escolas, porém discussão. igual para igual, situação
Libertadora visa levar horizontalmente. problema.
professores e
alunos a atingir um
nível de
consciência da
realidade em que
vivem na busca da
transformação
social.

Tendência Transformação da As matérias são Vivência grupal É não diretiva, o Aprendizagem C. Freinet
Progressista personalidade num colocadas mas na forma de auto- professor é informal, via Miguel Gonzales
Libertária. sentido libertário e não exigidas. gestão. orientador e os grupo. Arroyo.
autogestionário. alunos livres.

Tendência Difusão dos Conteúdos O método parte Papel do aluno Baseadas nas Makarenko
Progressista conteúdos. culturais de uma relação como participador estruturas B. Charlot
“crítico social universais que direta da e do professor cognitivas já Suchodoski
dos conteúdos ou são incorporados experiência do como mediador estruturadas nos Manacorda
“histórico-crítica” pela humanidade aluno confrontada entre o saber e o alunos. G. Snyders
frente à realidade com o saber aluno. Demerval Saviani.
social. sistematizado.

Extraído do Site do Professor (http://www.aol.com.br/professor/)

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Tarefa

Ao final deste Livro, propomos as seguintes tarefas em que Você aplicará seus
conhecimentos sobre Andragogia:

a) Elabore um plano de estudos para uma turma de crianças entre 10 e 12 anos, de 4ª


série do Ensino Fundamental, de Língua Portuguesa e o mesmo plano, para uma turma
de Alunos Adultos na faixa etária de 18 a 20 anos, cursando, também a mesma série.
Depois de prontos os dois planos de aula, estabeleça as diferenças entre ambos e
justifique-as.

b) Entreviste um Professor que trabalhe com Alunos Adultos; faça perguntas quanto a
metodologia usada, seus conhecimentos sobre a Andragogia a relação Professor -
Alunos. Depois compare as respostas do Professor entrevistado com as noções
teóricas que Você acaba de estudar/receber neste Capítulo e elabore as suas
conclusões.

Sugestão para Leituras Mensagem Final


Complementares:

Leia o Cap. II – A s T e o r i a s
educacionais na modernidade e
pós-modernidade, em Ghiraldelli,
Caro(a) Aluno(a): Ao término deste Livro gostaria de
indicado abaixo do quadro incluído parabenizá-lo(a) pela escolha do Curso e ao mesmo tempo
nesta página (págs. 39 a 74) desafiá-lo(a) a continuar estudando, pesquisando em
busca da formação profissional continuada e do
desempenho de excelência em suas atividades do
presente e do futuro próximo.
Felicidades e sucesso!

Acesse:
http://www.filosofia.pro.br Site Artemis Nogueira Castro
sobre Filosofia da Educação de P.
Ghiraldelli e A. Pagni da UNESP.
http:://www.educação.pro.br Site
da Encyclopedia of Education, com
penetração mundial.

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. Jogos para bem falar: Homo Sapiens, Homo Loguens. SP: Papirus
Editora, 2ª Ed., 2004.

BLOCH, Pedro. Divulgando problemas de fala. RJ: Editora Revinter, 1ª Ed., 2003.

____________Você quer falar melhor? RJ: Editora Revinter, 1ª Ed., 2002.

CITELLI, Adilson(org.). Outras linguagens na escola: publicidade. cinema e Tv. rádio.


jogos. informática. SP: Cortez Editora, 4ª Ed., 2004.

FREIRE, Paula. Pedagogia da autonomia. RJ: Editora Paz e Terra, 33ª Ed., 2006.

HARRIS, C.Ray. Faça seu próprio jornal. SP: Papirus Editora, 11ª Ed., 2003.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora – uma prática em construção da pré-


escola à universidade. RS: Editora Mediação, 24ª Ed., 2005.

MELO, Mª Cristina e RIBEIRO, Amélia E. do A. Competência e habilidades da teoria


à prática. RJ: Wak Editora, 3ª Ed., 2003.

As autoras apresentam, de forma objetiva o trabalho docente/discente a partir


destes dois conceitos.

RODARI, Gianini. Gramática da fantasia. SP: Grupo Editorial Summus, 1ª Ed., 2003.

SODRÉ, Muniz. Televisão e psicanálise. SP: Editora Ática, 2ª Ed., 2000.

O livro trata as relações entre imagem, indivíduo e cultura e tenta, também,


apreender os mecanismos da produção de mensagens televisivas através da
psicanálise.

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American World University/Latin American Division/USA Didática e Andragogia

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Didática e Andragogia American World University/Latin American Division/USA

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

FARIA, Maria Alice. O jornal em sala de aula. SP: Editora Contexto, 13ª Ed., 2004.

Este livro aborda a utilização do jornal em sala de aula abordando sua produção
e formatação, ao mesmo tempo em que leva o aluno a desenvolver a expressão
escrita.

KLEIMAN, Angela. Leitura: ensino e pesquisa. SP: Pontes Editores, 2 a Ed., 2 a


reimpressão.

MORAN, José Manoel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. SP: Papirus, 8a


Ed., 2004.

PERISSÉ, PAULO M. O educador aprendedor. SP: 1a Ed., 2004. [Col. Questões, vol.
118].

PETERS, Otto. Didática do ensino a distância - experiências e estágio da discussão


numa visão internacional. RS: Editora UNISINOS, 3a Ed., 2001.

PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Didática e formação de professores. SP: Cortez, 3a


Ed., 2001.

QUITÉRIO, Eudósia. Estética da voz. SP: Grupo Editorial Summus, 4ª Ed., 2001.

RANGEL, Mary. Dinâmicas de leitura para sala de aula. RJ: Editora Vozes, 20ª Ed.,
2006.

Prático, este livreto tem 36 dinâmicas de leitura que podem ser utilizados nos
três graus de ensino.

ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. SP: Cortez,


6a Ed., 2005 [Coleção Guia Completo da Escola Cidadã, vol.2].

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