FECULA

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/301799801

Fabircação de amido de mandioca

Technical Report · August 1995


DOI: 10.13140/RG.2.1.3040.8561

CITATIONS READS

0 2,698

4 authors, including:

Aline Regina Fernandes Hector Páez


Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI) University of La Serena
51 PUBLICATIONS   55 CITATIONS    6 PUBLICATIONS   145 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Decision Support Systems (DSS) for Agroindustrial Projects View project

Projetos Agroindustriais View project

All content following this page was uploaded by Aline Regina Fernandes on 03 May 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


SÉRIE PERFIS AGROINDUSTRIAIS - 8

FABRICAÇÃO DE AMIDO DE MANDIOCA - 8

FICHA TÉCNICA DE ELABORAÇÃO:

Coordenação Geral
Prof. Carlos Arthur Barbosa da Silva

Equipe Técnica:
Prof. Renato Cruz
Eng. Alessandro José Rios carvalho
Eng. Aline Regina Fernandes
M. Sc. Héctor Hernando Páez Ribeira

Desenho: Argeu Brust


Diagramação: Milton Ribeiro

Esta edição foi produzida em cooperação com a Fundação Arthur Bernardes-


FUNARBE, vinculada à Universidade Federal de Viçosa-UFV, mediante convênio
com o Ministério da Agicultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.

Fabricação de amido de mandioca / [Coordenado por] Carlos Arthur


F126 Barbosa da Silva. - Brasília : Ministério da Agricultura, do abastecimento
1995 e da Reforma Agrária, Secretaria do Desenvolvimento Rural, 1995.

35p. : il. - (Série Perfis Agroindustriais, 8)

ISSN 0040104-8848

Edição produzida em cooperação com a Fundação Arthur Bernardes /


Universidade Federal de Viçosa, mediante convênio com o Ministério da
Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.

1. Amido de mandioca - Produção. 2. Mandioca - Indústria - Instalações.


. Silva, Carlos Arthur Barbosa da, 1954- . Série.

CDD. 18.ed. 664.23


CDD. 19.ed. 664.23
2
3

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO
2.1. Polvilho Doce ou Amido de Mandioca
2.2. Polvilho Azedo

3. ESPECIFICAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA


3.1. Importância da Cultura
3.2. Armazenamento de Raízes Frescas
3.3. A mandioca nos Processos Industriais
3.4. Aprovisionamento da Indústria

4. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO


4.1. Produção de Fécula
4.2. Preparação das Raízes para Industrialização
4.3. Processo de Obtenção
4.3.1. Descascamento
4.3.2. Repinicagem
4.3.3. Ralação das raízes
4.3.4. Separação da fécula
4.3.5. Secagem
4.4. Rendimento Industrial

5. DIMENSIONAMENTO E LOCALIZAÇÃO
6. ESPECIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE OBRAS E CONSTRUÇÃO CIVIL
7. ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E RELAÇÃO DOS FORNECEDORES EM
POTENCIAL
7.1. Equipamentos
7.1.1. Recepção
7.1.2. Preparo da matéria prima para extração de amido
7.1.3. Seção de extração do amido
7.1.4. Seção de concentração e refinação do amido
7.1.5. Seção de secagem do amido
7.1.6. Seção de armazenamento, classificação e ensacamento do amido
7.1.7. Sistema elétrico dos equipamentos
7.2. Relação dos Fornecedores Potenciais

8. INVESTIMENTO EM CAPITAL FIXO E DE GIRO


8.1. Investimento Fixo
8.2. Capital de Giro

9. CUSTOS OPERACIONAIS
10. ESTIMATIVA DA RENTABILIDADE
11. LINHAS POTENCIAIS DE FINANCIAMENTO
12. OBSERVAÇÕES ADICIONAIS
4

FABRICAÇÃO DE AMIDO DE MANDIOCA


(Capacidade: 200 ton./dia, de mandioca)

1. Introdução

O presente perfil apresenta uma proposta para a industrialização da


mandioca (Manihot esculenta Crantz) para a obtenção de amido. O perfil indica e
descreve os processos de produção, os equipamentos requeridos, o
dimensionamento, os critérios de localização e as necessidades de construção civil,
incluindo as informações técnicas e econômicas necessárias para orientação de
potenciais investidores nesta área.
A industrialização da mandioca constitui uma boa alternativa para adicionar
valor a esta cultura tradicional do Brasil, que poderá dar estabilidade econômica aos
produtores, assim como gerar empregos e proporcionar um maior retorno financeiro
para esta atividade agro-industrial. A maior abertura do país para o comércio
exterior abre muitas possibilidades para os produtos agroindustriais.
Concretamente, o Mercosul elevou a população consumidora a quase 200 milhões,
mercado que é necessário conquistar e manter com produtos de alta qualidade.
Considerada como fonte de alimentação humana, a mandioca é consumida
preferencialmente na forma "in natura", o que leva a elevadas perdas por danos
fisiológicos ou microbianos (23 %). A industrialização da mandioca aparece como
uma das formas de minimizar essas elevadas perdas na produção primária, o que
permitiria manter os preços e ao mesmo tempo incentivar o crescimento da área
cultivada.
O objetivo deste perfil é fornecer subsídios para produção de amido para o
atendimento do mercado interno e/ou externo.

2. Considerações sobre o mercado

O empreendimento para a industrialização de mandioca deve considerar,


obviamente, o mercado interno brasileiro, que é muito importante, mas também
deve tomar em conta as imensas possibilidades de chegar a ser fornecedor do
mercado externo: o mercado internacional de produtos de mandioca se refere
basicamente ao amido ou fécula.
5

Neste contexto, o Brasil não tem uma participação ativa no mercado externo
apesar de ser o principal produtor mundial da matéria prima. Toda a produção
nacional é consumida internamente, com sérios problemas de produtividade, que é
muito baixa, (em torno de 12 toneladas por hectare), e também com altas perdas de
comercialização. Devido à alta perecibilidade, a mandioca apresenta um período de
comercialização de 1 a 3 dias, após os quais a deterioração da raiz não permite sua
utilização.
A alta perecibilidade desta matéria-prima obriga o uso de processos de
industrialização para sua utilização. É interessante destacar que a mandioca, na
sua forma industrializada, pode ser direcionada para alimentação humana: na forma
de farinhas cruas ou torradas e polvilhos (doce ou azedo), como aditivo na
fabricação de embutidos, leite em pó, chocolates, balas, bolachas, sopas,
sobremesas sagú e pão. Pode ser também direcionada para alimentação animal,
na forma de raspas e resíduos da própria indústria ou pode simplesmente ser
transformada em fécula ou amido. O amido pode ser utilizado em indústria de
adesivos, indústria têxtil, fogos de artifício, fabricação de fósforos, dextrinas, malto
dextrinas, Indústria de papel, embalagens biodegradáveis, fundição de metais e
indústria da madeira (compensados). Na indústria farmacêutica, é utilizado na
massa dos comprimidos e em creme dental. Os amidos são usados ainda na
perfuração de poços petrolíferos. Se estima que, a nível mundial, 95% do amido é
destinado a usos industriais diferentes das aplicações como ingrediente de
alimentos, e somente 5% é destinado à alimentação humana.
Uma análise preliminar de mercados deve considerar, desde logo, todas as
possíveis aplicações atuais e futuras do amido de mandioca.

2.1. Polvilho doce ou amido de mandioca


O mercado atual é fundamentalmente interno e a eventual chegada ao
mercado externo requer uma padronização rigorosa das características de
qualidade do produto para cumprir as exigências dos eventuais importadores. Os
principais problemas referem-se à falta de uniformidade, com ampla variação da
composição centesimal do produto.
As chances de atingir o mercado externo dependerão fundamentalmente da
utilização de uma tecnologia apropriada, com equipamentos adequados e controles
de qualidade e de produção exigentes para satisfazer os padrões internacionais.
Considerando que as aplicações do polvilho doce são mais universais, a
6

possibilidade de conquistar mercados externos dependerá principalmente de custos


e qualidade e, em vista disto, qualquer empreendimento deve ser de grande
porte,com capacidade de processamento em torno de 200 ton./dia de matéria-
prima.

2.2. Polvilho azedo


O polvilho azedo é o amido da mandioca submetido a um processo de
fermentação natural que modifica suas propriedades físico-químicas, de tal sorte
que permite a elaboração de produtos tais como biscoitos e "pão de queijo" que são
de consumo tradicional no país. Os principais problemas do produto são a falta de
padronização e o desconhecimento do processo fermentativo, que determinam uma
qualidade muito variável dentro de uma mesma região, inclusive para um mesmo
produtor.
As possibilidades de mercado interno no Brasil vão depender da obtenção de
um bom padrão de qualidade, capaz de manter ao longo do tempo, e independente
de questões naturais, uma mesma qualidade de polvilho.
O mercado externo, sendo muito mais exigente e sensível às variações de
qualidade, somente poderá ser acessado quando os problemas atuais do processo
fermentativo forem superados. Contudo o mercado externo poderá ser muito
importante, assim que os produtos fabricados com polvilho azedo passarem a ser
conhecidos e aceitos no estrangeiro, principalmente no Mercosul.

3. Especificação da matéria prima

Uma grande vantagem da industrialização da mandioca é que não há


necessidade de utilização de outras matérias-primas. Pode-se elaborar a partir dela
uma série de derivados, destinados ao uso industrial ou como alimento para o
homem e para animais.

3.1. Importância da Cultura


A cultura da mandioca constitui uma atividade agrícola importante na
produção primária de alimentos.
Embora o Brasil seja o maior produtor mundial da raiz, está no continente
africano a maior produção seguindo-se do asiático e da América do Sul. A fraca
participação do produto nacional no mercado mundial deve-se ao elevado custo de
7

produção da matéria prima, à competição regional de outras culturas anuais e dos


derivados de mandioca, ao tradicional e elevado consumo da farinha de mesa, e ao
fato de os preços no mercado interno serem superiores aos do mercado externo.

3.2. Armazenamento de raízes frescas


O fato de raízes frescas de mandioca se mostrarem impróprias para o
consumo poucos dias após a colheita causa sérios problemas à sua utilização e
comercialização. Em geral, admite-se que o período entre colheita e consumo não
deva exceder 48 horas. Assim, deve-se planejar a colheita de tal forma que haja um
fluxo contínuo entre colheita e industrialização, com um mínimo de tempo no pátio
de estocagem.

3.3. A mandioca nos processos industriais


A composição centesimal da mandioca varia grandemente de acordo com o
cultivar e a idade da planta. Para um bom rendimento industrial a riqueza em fécula
é o fator mais importante. As informações referem-se as raízes com riqueza
variando de 2 a 40%, mas para cálculos industriais, pode-se considerar como
média, valores compreendidos entre 20 e 22%.
Para uma indústria, a observância e o conhecimento destes limites influi
diretamente no rendimento industrial e no custo de produção. A colheita deveria se
limitar à época de maior produção agrícola e de máximo teor em fécula. Porém,
diversos fatores levam os produtores a trabalharem fora deste período.

3.4. Aprovisionamento da indústria


A indústria deve apresentar continuidade de operação, para maior produção
industrial e barateamento dos custos de produção. As interrupções causam,
também, inconvenientes na sanidade e qualidade do produto. Desta forma, o
fornecimento da matéria à indústria deve ser bem planejado, para não faltar e não
sobrar. É comum às indústrias de produtos de mandioca o trabalho apenas no
período diurno, mas é possível projetar os turnos diários completos, para maior
aproveitamento do período de colheita, mão-de-obra e equipamento industrial.
A experiência obtida em fábricas de féculas recomenda que o
armazenamento da mandioca não deve ser maior do que a capacidade de consumo
de um dia, para evitar a deterioração e as perdas dela advinda. Considera-se o
8

período de 36 horas, como máximo adequado de espera entre a colheita e a


industrialização.
O armazenamento pode ser a céu aberto, desde que a industrialização seja
feita no mesmo dia da colheita. Galpões cobertos têm a vantagem de cobrir tanto
os operários quanto a matéria-prima. Em indústrias bem projetadas, podem seguir
para a industrialização por meio de moegas de alimentação e o armazenamento
pode ser feito em silos abertos, compartimentados por cargas, para permitir a
alimentação de forma
mais adequada. O volume dos silos podem ser calculado, admitindo-se 1 m3 por
600-700 Kg de raiz.

4. Descrição do processo de produção

4.1. Produção de Fécula


Fécula, amido, polvilho ou goma são sinônimos. Entretanto costuma-se
chamar de amido ao produto encontrado em sementes e fécula ao produto originário
de tubérculos e raízes. É uma diferenciação puramente tecnológica que indica a
origem do amido. O amido ou fécula é branco, insípido, insolúvel em água fria,
embora absorva água e os grânulos inchem. Em água fria, forma uma suspensão
leitosa que se deposita rapidamente, o que permite fácil separação. Quando em
presença de água aquecida entre 60 a 75 oC forma uma substância gelatinosa,
denominada goma ou grude.
O processo de produção inicia-se como no caso da farinha, até o processo
de ralação. As raízes são lavadas, descascadas em lavadores, descascadores e
depedradores de maior capacidade, alimentados contínua e mecanicamente
através de esteiras e condutores. Com os equipamentos mais requintados, a
operação manual de repinicagem pode ser eliminada, dada a grande eficiência dos
aparelhos extratores e purificadores.
Polvilho é a fécula extraída das raízes de mandioca . De acordo com sua
acidez , será classificado como doce ou azedo. As características físicas e químicas
estabelecidas para fécula de mandioca são: máximo de 13% de água, máximo de
acidez correspondente a 1,0 ml de soluto Normal/100g, máximo de 0,5% de cinzas
e mínimo de 80% de amido.
Os países importadores são mais exigentes que o Brasil, estipulando
padrões de cor, finura, uniformidade, cheiro, umidades, cinzas, contaminações com
cascas e sujeiras, pH e viscosidade a frio e a quente. Quanto à finura, 99% devem
9

passar em uma peneira de padrão USA-140 (0,0041 pol). A uniformidade de cor é


necessária, sendo rejeitados lotes com mais de 10% de amostras diferentes. As
especificações exigem que a fécula tenha odor agradável, isenta de caráter ácido,
mofado, terroso, rançoso ou estranho. A umidade deve se situar entre 10-12,5%. O
teor de cinzas não deve ser superior a 0,2%. O pH deve estar compreendido entre
4,5 e 6,5. A viscosidade tem padrões definidos em função do fim ao qual se destina
o amido.

4.2. Preparação das raízes para a industrialização


As raízes vem acompanhadas de terra , do campo. Dependendo do solo em
que é produzida, uma tonelada de raiz pode ter aderida até 100 Kg de pedras. A
eliminação desta impurezas é importante, não só por evitar a incorporação de
massa inerte às operações, como para reduzir o perigo de contaminações com
microrganismos, diminuir o desgaste dos equipamentos, raladores e seguintes e o
aparecimento de sujidades e impurezas nos produtos acabados. Na indústria, as
raízes são colocadas em lavadores-depedradores, que, além de lavar, eliminam
a película parda. Pequenos pedaços de casca branca podem ser eliminados.. Estes
lavadores geralmente, são cilíndricos ou semi-cilíndricos construídos de barras de
madeira reforçadas, afastadas umas das outras alguns milímetros.
A carga é contínua, por uma das extremidades. As raízes são impelidas para
a outra extremidade, com a revolução dos eixos. Um tubo aspersor sobre as raízes
provoca a lavagem e auxilia na eliminação da película. Na outra extremidade, as
mandiocas são retiradas continuamente. Seguindo as operações posteriores,
estima-se um gasto de 2 a 3 m3 de água, para cada tonelada de mandioca.

4.3. Processo de Obtenção


Basicamente, a fécula é obtida por lavagem, após enérgica moagem das
raízes de mandioca e posterior decantação da água de lavagem, para separá-la de
fibras, material protéico e impurezas. Depois da decantação, a fécula é submetida
à secagem. Na obtenção da fécula, distinguem-se três maneiras de processar:
processo rudimentar, processamento industrial de pequeno porte (caseiro) ou de
grande vulto.
A Figura 2 mostra o Fluxograma de obtenção industrial de fécula de
mandioca.

4.3.1. Descascamento
10

Esta operação é feita no lavador descascador já descrito quando se tratou do


preparo da matéria-prima para a indústria (4.1.2.). Uma lavagem perfeita conduz a
obtenção de produto final de melhor qualidade , menos celulósico e mais limpo.
As impurezas pesadas como pedras e terra, cascas brancas e películas,
estimadas em 5 a 10%, saem entre as barras do lavador, arrastadas pelas águas,
ou são retiradas através da porta de limpeza.
As características do lavador quanto a quantidade das raízes, volume de
água gasto, etc, são especificadas pelo fabricante, mas seu desempenho depende
de técnicas de trabalho.

D e s c a s c a m e n to

R epinicagem

R alação

S e p a r a ç ã o d o Am i d o d a M a s s a R a l a d a

P u r i fi c a ç ã o

Secagem

M o a g e m e Ac o n d i c i o n a m e n to

Figura 2: Fluxograma de Produção de Fécula de Mandioca.

4.3.2. Repinicagem
As raízes de mandioca tem formas variadas e irregulares porque às vezes
são cultivadas em terrenos fortemente argilosos, especialmente as colhidas fora do
11

tempo. Apresentam em geral más condições de limpeza, retendo película e terra


aderente. Para contornar este problema, após a lavagem, faz-se um repasse
manual, para limpá-las e para eliminar os pedaços de caules remanescentes e as
partes lesadas. Esta operação é chamada de repinicagem e exige um depósito de
raízes já lavadas, de onde são conduzidas por um transportador, no qual são limpas
e levadas ao ralador. Os resíduos podem ser juntados a outros para fabricação de
ração.

4.3.3. Ralação das raízes


As raízes limpas e repinicadas são levadas para os raladores, manualmente
ou através de transportadores mecânicos, dependendo do volume de produção.
Nesta operação, a mandioca é reduzida a uma massa mais ou menos fina.
Os raladores mais comuns são os constituídos de um cilindro de madeira,
provido de lâminas de aço serrilhadas substituíveis, fixadas paralelamente entre si,
e no sentido longitudinal do eixo. O tambor gira a 1200-1500 rpm, protegido por um
cofre de madeira. As raízes são empurradas contra ele, por meio de braços de
madeira, de movimentos alternados.
Para substituir os ralos comuns ou uma bateria necessária para grande
capacidade, existem desintegradores de alta velocidade, com alto desempenho,
que exigem um picador como preparador das raízes, para a ralação. Estes
picadores transformam as raízes de mandioca em pedaços de 3-5 cm. facilitando
a operação de redução.

4.3.4. Separação da Fécula


Nas grandes instalações, a separação da fécula é mais rápida e mais
facilmente conduzida do que nas menores instalações, desde o início dos trabalhos.
Em todas as operações de separação, há uma purificação. Esta vai se
intensificando de maneira seqüencial até a obtenção da fécula pura.
A massa ralada é conduzida por bombas até uma bateria de escovadeiras,
onde a fécula é separada. A fécula de cada uma é encaminhada a um tanque
agitador, através de peneiras vibratórias, providas de malhas muito finas, realizando
em cada estágio uma lavagem e separação da fécula que é armazenada em
tanques agitadores. O bagaço fibroso, celulósico, praticamente isento de fécula é
eliminado como subproduto ou resíduo, seco ou úmido, conforme seu destino.
Este sistema de separação pode ser substituído por um mais rápido,
constituído por baterias de extratores providos de peneiras cônicas horizontais, com
12

crivos de 125m, que giram em alta velocidade. A massa desintegrada é introduzida


através de um tubo central na direção do eixo. Por causa da injeção contínua e do
rápido movimento rotativo das peneiras cônicas, a massa se desloca do fundo para
fora. Ao mesmo tempo que a força centrífuga age sobre a raladura, uma forte
injeção de água por meio de um distribuidor coaxial disposto por fora do tubo de
alimentação, lava-a intensamente. O leite de amido e a raladura lavada são
retiradas tangencialmente. A raladura passa deste para outros extratores em série
em número suficiente para lavar o restante do amido que contém.
A fécula obtida passa para outra bateria de extratores, com peneiras de 50 a
80m, onde é lavada de novo, para retirar mais amido e separar mais fibras, e daí
para um tanque agitador. A água usada nos extratores pode conter ácido sulfuroso,
que auxilia no descoramento.
Do tanque agitador, que armazena um certo volume, o leite de amido é
encaminhado à purificação, com uma concentração de 3 a 4 oBé, através de um
hidrociclone e um filtro.
A purificação inicia em separadores centrífugos de pratos que giram em torno
de 1000 rpm, e instalados em série. As separadoras eliminam o leite de amido,
tangencialmente pela base e axialmente, por cima, a água que arrasta substâncias
solúveis, como açúcares e material protéico. Esta operação concentra o leite de
fécula a 22-25oBé. Destas separadoras centrífugas a fécula pode ser enviada a um
filtro rotativo ou antes para nova purificação, em centrífuga de cesto não perfurado,
onde sofre centrifugação e nova dispersão, com injeção de água e agitação, e
subseqüente centrifugação e aspiração de água de lavagem.
Das centrífugas a fécula é conduzida aos filtros rotativos a vácuo, de tambor
revestido de lona apropriada e de onde é retirada com 45% de umidade. Neste
sistema, a separação da fécula é muito mais rápida; do lavador ao ensacador a
operação tarda cerca de 3 horas e, como consequência, os perigos de fermentação
são reduzidos, contribuindo para elevar a qualidade.

4.3.5. Secagem
O material amiláceo que sai do filtro a vácuo, esfarelado pela própria
raspagem automática do filtro, é encaminhado a um secador pneumático por meio
de esteiras ou outro tipo de transportador. No secador, o amido recebe ar quente a
100-110o C, ou mais, soprado por fortes ventiladores, através de radiadores. A
secagem é em corrente paralela, e a recuperação da fécula é feita em ciclones que
abastecem uma moega do dispositivo de ensacamento.
13

Embora a temperatura do ar seja superior a 100oC, não ocorre gomificação


ou dextrinização, porque a umidade da fécula que entra no secador foi reduzida
pelas operações que a precedem, bem como pela velocidade. Neste sistema de
secagem, o amido é recolhido em pó muito fino, não necessitando de moagem
posterior e, normalmente, obedece às exigências dos importadores quanto à finura.

4.4. Rendimento Industrial


A fécula de mandioca obtida em uma boa instalação, de grande capacidade,
representa mais de 90% da fécula contida nas raízes de mandioca , e sua análise
química obedece às especificações dos importadores e, obviamente, às
características previstas na legislação nacional.

5. Dimensionamento e localização

O tamanho da indústria de fécula neste perfil está dimensionado para 200


ton/dia de mandioca, sendo ainda possível aumentar a sua capacidade para 400
ton/dia com pequenas modificações que não representarão um desembolso muito
elevado de capital. Considerou-se principalmente as possibilidades de acesso aos
mercados internacionais e as múltiplas aplicações do produto como matéria prima
para outras indústrias, sejam da área de alimentos ou não. A inversão inicial é maior,
mas em compensação existe uma economia de escala importante.
A localização da indústria deve ser na região produtora de mandioca, pois o
transporte da matéria prima pode constituir-se em um problema importante,
considerando a alta perecibilidade da matéria prima.
O abastecimento anual de mandioca seria de 72.000 ton.; para isso se requer
uma superfície aproximada de 4.000 hectares, com uma produção em torno de 20
ton/ha.
As necessidades de água são de 350 m 3 /dia. O rendimento industrial de
uma fecularia depende da intensidade de moagem e das lavagens sucessivas. A
água usada no processo deve ser potável e perfeitamente limpa, isenta de sais
minerais, sobretudo de sais de ferro. O máximo aceitável é de 0,3 mg de íons
ferrosos por litro e um grau de dureza de 10o na escala alemã.
Nas grandes fecularias, nas quais há exigências de um grande volume de
água, ela deve ser tratada, sobretudo se é proveniente de lagoas, de cursos de água
e de rios onde há possibilidade de contaminação. O tratamento de alumínio e cal,
14

seguido de decantação e filtração é recomendado. A água de lavagem pode ser


água bruta. Porém, a água de extração do amido e de lavagem da polpa e fibras
deve ser limpa, tratada e ainda conter uma certa quantidade de gás sulfuroso, para
evitar contaminação prejudicial e para se obter uma fécula pura e clara.
A demanda de energia foi dimensionada para satisfazer 100 HP de potência
dos equipamentos instalados. O consumo de energia é estimado em 500 KVA para
os equipamentos e 50 KVA na iluminação. O consumo de lenha é em torno de 30
m3 diários.

6. Especificação das necessidades de obras e construção civil

A área edificada necessária às instalações industriais e complementares


(armazém, descarga, balança, tanque bagaço, caldeira) está especificada abaixo.

 Área total do terreno: 15.000 m2


 Unidade industrial: 600 m2
 Prédio social: 150 m2
 Complementares: 1.004 m2

As obras devem ser de alvenaria, com uma altura máxima de 9 m e o teto


montado sobre estrutura metálica. Considerou-se 5.000 m2 para a fábrica e anexos
e 10.000 m2 para lagoas de tratamento de efluentes.

7. Especificação dos equipamentos e relação dos fornecedores em potencial

A indústria brasileira está apta a fornecer os equipamentos para as indústrias


de amido de mandioca. Alguns equipamentos de alto desempenho, para indústrias
de grande capacidade, são produzidos por empresas multinacionais ou por
empresários nacionais, mediante autorização.
Embora haja variedades de mandioca com mais de 30% de amido, a
experiência industrial aconselha adotar 23-25% como média de riqueza. Ao longo
de uma safra é comum certas partidas de raízes de mandioca serem entregues à
fabrica com menos de 10% de amido.
Os decantadores de amido são canais contínuos, dispostos em chicanas,
construídos de alvenaria revestida, de 0,3 m de profundidade, 0,4 a 0,5 m de largura
15

e de comprimento suficiente para perfazer a área necessária para a decantação da


fécula.
Os secadores de túnel tem o comprimento variável, em função da quantidade
produzida. Os secadores para 1,2 e 4 ton./24 hs tem 1m de largura por 1m de altura,
mas o comprimento é de 8, 10 e 12 m respectivamente para as tonelagens referidas.
Todos os equipamentos têm que ser acompanhados de uma série de
acessórios que permitam as operações com toda a segurança, o processo contínuo
e até a automação em determinados setores. Estes acessórios incluem esteiras,
condutores, elevadores e bombas. Ao se discriminar os equipamentos
individualmente, o total de energia ultrapassa 50 HP. O fabricante produz
equipamentos padronizados que podem parecer superdimensionados para uma
capacidade estimada.

7.1. Equipamentos

7.1.1. Recepção
Balança rodoviária 60 T
Para pesar os caminhões com a matéria prima.

Rampa de descarga de raízes


Para descarregar as raízes de mandioca dos caminhões e carretas agrícolas para
o depósito.

Alimentação automática de raízes


Transporta as raízes de mandioca até o pré lavador.

Pré-lavador de raízes
Faz a pré-lavagem das raízes e transporta até o lavador.

Lavador de raízes
Lava e descasca as raízes separando as pedras, metais e outros materiais.

Motobomba
Bombeia a água para o separador de pedras do lavador.

Rosca dupla para casquinha


16

Separa as casquinhas da água do lavador para o reaproveitamento da mesma em


forma de reciclagem e posterior recirculação.

Motobomba
Bombeia a água reciclada para o início do lavador para lavagens das raízes.

7.1.2. Preparo da matéria prima para a extração do amido


Correia de inspeção
Transporta as raízes de mandioca do lavador para o triturador, possibilitando a
inspeção visual das mesmas.

Triturador de raízes
Tritura as raízes para obter uma alimentação e moagem uniforme.

Rosca elevadora
Transporta as raízes trituradas para o alimentador dosador.

Alimentador dosador
Alimenta uniformemente o desintegrador para obter dessa forma maior
produtividade.

Desintegrador
Desintegra as raízes trituradas transformando-as em massa. Processo necessário
para a extração do amido.

7.1.3. Seção de extração do amido


Motobomba
Transporta a massa do desintegrador para as peneiras extratoras.

Peneiras rotativas extratoras GL


Separa o amido da massa desintegrada e separa a polpa do amido.

Motobomba
Bombeia a massa para outra peneira extratora.

Peneira rotativa extratora GL-5


17

Separa o amido do bagaço e desidrata o mesmo, retornando a água para o


processo.

Motobomba
Traz o leite da última peneira extratora de volta para o processo.

Tanque agitador
Recebe o leite das peneiras GLs para alimentar a centrífuga concentradora e
também regular as oscilações da produção.

7.1.4. Seção de concentração e refinação do amido


Motobomba
Bombeia o leite do tanque agitador para a centrífuga concentradora.

Centrífuga primária
Concentra o amido, separando-o da água vegetal e extraindo as impurezas.

Tanque agitador
Recebe o leite da centrífuga concentradora e controla uma produção e alimentação
uniforme da centrífuga refinadora.

Motobomba
Bombeia o leite concentrado para a centrífuga refinadora.

Centrífuga secundária
Concentra e refina o amido.

Motobomba
Bombeia o leite concentrado e refinado para outro tanque agitador.

Tanque agitador
Recebe o leite concentrado e refinado para em seguida alimentar o filtro à vácuo.

7.1.5. Seção de secagem do amido


Motobomba
18

Bombeia o leite concentrado do tanque para o filtro à vácuo.

Misturador
Mistura o amido úmido com seco, alimenta e dosa o secador FLASH DRYER e
controla a umidade do amido seco.

Secador de amido tipo flash-dryer


Faz a secagem final do amido deixando-o com umidade de 13,5%.

Caldeira
Aquece o ar que alimenta o secador.

7.1.6. Seção de armazenagem, classificação e ensacamento do amido

Silo
Armazena o amido seco com fundo fluidizado para facilitar a retirada do amido.

Rosca do silo
Transporta o amido seco do silo até o classificador.

Classificador
Separa o amido seco dos carolos.

Ensacadeira
Ensaca o amido.

Rosca dupla para casquinha


Separa as casquinhas da água geral da indústria, antes da mesma entrar para as
lagoas de tratamento dos efluentes.

Rosca para bagaço


Retira o bagaço úmido do depósito e carrega os caminhões ou carretas agrícolas.

7.1.7. Sistema elétrico dos equipamentos


19

Sistema elétrico de interligação dos equipamentos relacionados nesta seção.


Materiais como quadro de comando geral, quadro de comando à distância, fios,
cabos,chaves, contactores, relés, botoeiras, conduites, iluminação interna.

7.2. Fornecedores Potenciais


A relação a seguir apresenta uma sugestão de fornecedores potenciais para
os equipamentos recomendados neste perfil. A inclusão das empresas foi definida
em função de seu interesse em responder as solicitações de orçamentos feitas pela
equipe de elaboração. A lista não pretende ser exclusiva, e o investidor é
aconselhado a consultar técnicos da área para ampliar suas alternativas de
fornecimento de equipamentos.

1. Elétrica Bio Solar


Av. Pres. Epitácio, 30 - Cx. Postal 270 - 85.963
Quatro Pontes - Mal. Cândido Rondon - Paraná
Fone: (0452) 54-1925
Fax: (0452) 84-1116
Fonecimento de fecularias completas, incluindo projetos e montagens.

8. Investimento em capital fixo e de giro

8.1. Investimento fixo


O investimento em capital fixo é o destinado às imobilizações com o terreno,
unidade produtora e complementares. Estão incluídos os custos referentes a
supervisão de construção, engenharia, estudos e projetos, tendo sido estes
calculados como um percentual de 6%, 7% e 1% respectivamente, sobre os custos
de construção civil da área edificada.
Os equipamentos necessários ao processamento são aqueles descritos no
ítem 7 deste perfil, incluindo também materiais permanentes tais como móveis,
utensílios e equipamento de escritório. Os equipamentos auxiliares referem-se à
linhas externas de água, vapor e energia (5% sobre o custo do equipamento de
processamento), bem como a aquisição de equipamentos de seguro e proteção
contra incêndio ( 1% sobre o custo do equipamento de processamento). As
instalações referem-se aos gastos com a montagem, frete dos equipamentos e
20

eventuais, respectivamente 10%, 3% e 5% sobre o custo total dos equipamentos.


Os valores estão discriminados no Quadro 1 abaixo.

QUADRO 1: INVESTIMENTOS FIXOS


ITEM DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTID. VALOR (R$)
1 Terreno e terraplenagem m2 15.000 76.550,00
2 Obras Civis m2 1.754 492.013,60
3 Equipamentos diversos diversos 795.978,00
4 Equipamentos Auxiliares diversos diversos 47.758,68
5 Instalações diversos diversos 151.872,52
6 Veículos 1 1 24.000,00
TOTAL 1.589.172,80

Referente aos seguros foi considerado o índice de 1 % a.a. para obras civis
e instalações da fábrica. Veículos foram segurados a um custo de 8,5 % de seu
valor a.a.. Foi considerado um imposto territorial de 1 % a.a. sobre o investimento
fixo.
O custo de oportunidade do uso da terra destinada á fábrica foi considerado
equivalente a 6% sobre o valor do terreno.
A vida útil das edificações para fins de depreciação foi estimada em 50 anos.
A vida útil para os equipamentos da fábrica foi considerada como sendo de 10 anos,
enquanto que para veículos foi considerada como sendo de 5 anos. Os valores se
encontram discriminados no Quadro 2 abaixo.

QUADRO 2: DESPESAS FIXAS DE CAPITAL - ANUAL


ITEM DESCRIÇÃO VALOR (R$)
1 Custos Administrativos 63.168,00
2 Depreciação 99.148,47
3 Impostos e seguros 23.291,64
4 Custo de oportunidade 4.500,00
TOTAL 190.108,10
21

As necessidades de mão de obra fixa estão descritos no Quadro 3, abaixo.


Os custos administrativos englobam também os encargos sociais.

QUADRO 3: NECESSIDADE DE MÃO DE OBRA FIXA


ITEM FUNÇÃO QUANTIDADE
1 Administrador Geral 1
2 Secretária 2
3 Contador 1
4 Gerente de vendas 1
5 Gerente de compras 1
6 Vigia 2
TOTAL 8

8.2. Capital de giro


A estimativa do investimento necessário à operação normal do
empreendimento considerou ítens que envolvem estoques mínimos de matéria-
prima e materiais secundários, estoque de produtos acabados e em processo,
reserva de caixa para compromissos de curto prazo, crédito junto aos fornecedores,
necessidades para cobrir as vendas a prazo e desconto bancário para reduzir as
necessidades de capital de giro. Os prazos de estocagem e pagamento estão
especificados no Quadro 4, assim como as necessidades de capital de giro para
cada ítem considerado.

QUADRO 4: NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO


ITEM DESCRIÇÃO PRAZO VALOR(R$)
(dias)
1 Matéria prima 10 69.041,10
2 Insumos e embalagens 60 141.345,65
22

3 Lenha 90 10.225,97
4 Produtos acabados 7 117.839,34
5 Vendas a prazo 20 67.336,77
6 Crédito a fornecedores 15 140.602,39
7 Desconto bancário 30 -3.366,84
8 Reserva de caixa 30 11.941,35
TOTAL 554.965,72

9. Custos operacionais

Nos custos operacionais, foram incluídas despesas com pessoal operacional,


material de escritório, água, lenha, eletricidade, matérias-primas principais e
secundárias, manutenção, e custos financeiros. Foi considerado ainda o imposto
sobre produtos industrializados(IPI), sendo incluído apenas para alguns insumos. O
ICMS foi considerado como 18%. O Quadro 5 seguinte apresenta uma estimativa
do custo variável anual.

QUADRO 5: ESTIMATIVA DO CUSTO VARIÁVEL ANUAL


ITEM INSUMOS UNID. QUANTI UNIT.(R$) TOTAL (R$)
1 Matéria-prima Ton. 72.000 35,00 2.520.000,00
2 Mão de obra Homem/ano 25 ------ 43.680,00
3 Encargos Sociais % 88 ------ 38.438,40
4 Manutenção % 2,5 ------ 25.490,23
5 Embalagem Kg 9.040 2,85 25.764,00
6 Embalagem Tambor 85.840 5,00 429.200,00
7 Energia KW 1.523.945 0,10 152.394,48
8 Outros Variável ------------ ------ 268.476,00
9 Despesas Gerais % 3 ------ 29.503,29
10 Despesas Financeiras % 5 ------ 49.172,16
11 ICMS % 18 ------ 1.106.006,40
12 Vendas % 2 ------ 122.889,60
TOTAL 4.811.014,56
(4) Calculada sobre os investimentos com equipamentos, montagem e instalações.
23

(6) Refere-se à demanda absorvida da rede provável. A potência instalada é de 500 KW.
(7) Refere-se as despesas de material de escritório, detergentes, sanitizantes, água e lenha.
(8) Calculada sobre o total dos custos operacionais.
(9) Calculada sobre o total dos custos operacionais.
(10) Calculado sobre a receita bruta anual

O custo de produção total que permite obter o custo de produção para cada
unidade de produto, engloba os custos fixos e variáveis calculados anteriormente.
Os valores estão listados no Quadro 6 abaixo.

QUADRO 6: CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO


ITEM DESCRICÃO UNITÁRIO(R$) TOTAL (R$)
1 Custos Operacionais 0.27 4.811.014,56
2 Custos fixos 0.01 190.108,10
Total 0.28 5.001.122,66

10. Estimativa da rentabilidade

A estimativa de rentabilidade foi calculada através do fluxo de caixa do


empreendimento, obtendo-se resultados favoráveis, que são apresentados a seguir.
Os valores que pemitiram estimar a receita anual a ser alcançada estão no Quadro
7. Considerou-se o preço médio por kg independente da sua forma de
comercialização.

QUADRO 7: ESTIMATIVA DA RECEITA ANUAL


ITEM DESCRIÇÃO VALOR
1 Produção anual 18.072.000
2 Preço FOB ( R$ / KG ) 0.34
RECEITA ANUAL 6.144.480,00
24

Os indicadores econômicos calculados no estudo da rentabilidade do


presente perfil, operando com 100% da capacidade de produção a partir do 1o ano
de instalação do projeto, estão listados no Quadro 8, abaixo:

QUADRO 8: INDICADORES ECONÔMICOS


DESCRIÇÃO DO INDICADOR UNIDADE VALOR CALCULADO
Tempo de Retorno de Capital (TRC) ANOS 2,43
Ponto de Nivelamento (PN) % 15
Taxa Interna de Retorno (TIR) % 44

Os indicadores econômicos encontrados indicam a alta rentabilidade deste


investimento. A TIR foi superior ao custo de oportunidade de capital de qualquer
aplicação financeira. O TRC corresponde ao tempo esperado para o retorno do
capital investido e o PN demonstra a segurança deste investimento indicando a
flexibilidade da operação.
Prevendo-se a dificuldade de se iniciar a produção operando inicialmente
com 100% da capacidade do empreendimento foram calculados os indicadores
econômicos considerando-se que no 1o ano de implantação a indústria utiliza
apenas 50% de sua capacidade, passando a atingir os 100% apenas no segundo
ano. Os valores encontrados estão no QUADRO 9 abaixo:

QUADRO 9: INDICADORES ECONÔMICOS


DESCRIÇÃO DO INDICADOR UNIDADE VALOR
Tempo de Retorno de Capital (TRC) ANOS 3,0
Ponto de Nivelamento (PN) % 15
Taxa Interna de Retorno (TIR) % 36

11. Linhas potenciais de financiamento

O presente perfil enquadra-se na categoria de Micro e Pequena empresa de


acordo com os requisitos pré-estabelecidos pelos agentes financeiros. Os agentes
estabelecem que a empresa cuja receita operacional líquida anual, em moeda
nacional, for equivalente a até US$4,400,000.00 (quatro milhões e quatrocentos mil
25

dólares americanos), é caracterizada como Micro e Pequena empresa para fins de


financiamento através dos programas automáticos tais como o FINAME, do BNDES.
As necessidades de capital aplicadas em obras civis, instalações e em capital
de giro utilizam-se do mecanismo de financiamento automático BNDES, adotado
pelo BDMG. Neste mecanismo, o prazo de carência é de 24 meses e o prazo total
de pagamento é de 60 meses para os recursos destinados a investimentos mistos
industriais. Aos investimentos fixos, a participação máxima é de 65% das inversões,
com juros de 6% a.a. e del-credere de 3% a.a.. Ao capital de giro associado, o
financiamento limita-se a 30% do investimento fixo (excluídos máquinas e
equipamentos nacionais e importados), com taxa de juros de 9% a.a. e del-credere
máximo de 3% a.a..
As aplicações em máquinas e equipamentos podem utilizar-se do programa
automático FINAME, do BNDES. A participação máxima neste caso é de 80% com
o prazo de carência de 12 meses, o prazo total de 60 meses e a taxa de juros+del
credere é de 9% a.a..
O esquema de financiamento adotado neste perfil é apresentado no Quadro
10 abaixo.

QUADRO 10: NECESSIDADES DE CAPITAL


ITEM NECESSIDADES DE CAPITAL CAPITAL VALOR
CAPITAL PRÓPRIO FINANC. TOTAL
1 Terreno e Obras Civis 198.996.96 369.566,34 568.563,60
2 Máquinas e Equipamentos 194.921,77 815.687,43 1.019.609,20
3 Capital de Giro 384.396,64 170.569,08 554.965,72
TOTAL (R$) 778.285,37 1.355.822,85 2.143.138,52

Os programas de financiamento oficial variam conforme a região em que se


situar o empreendimento objeto do apoio financeiro. No âmbito nacional são
estabelecidas duas regiões. A região I compreende os estados de Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, exceto a
área Mineira da Sudene. A região II compreende toda a área nacional exceto a área
da região I.
26

O planejamento de financiamento utilizado neste perfil é o aplicado a toda


região de Minas Gerais, exceto a área da SUDENE. A opção deve-se ao fato de ser
esta uma região mais desenvolvida. Regiões menos desenvolvidas contam com
planos de financiamento ainda mais facilitados, com taxas de juros, prazos e/ou
participação máxima ainda mais convenientes a fim de estimular o desenvolvimento.
Os futuros investidores devem procurar na sua região o agente financeiro do
BNDES ou as agências de desenvolvimento locais para identificar o plano de
finaciamento correspondente às condições do empreendimento em sua localidade.
As tabelas abaixo descrevem as condições de financiamento de micro e
pequenas empresas para a região I e II Mineira a fim de demonstrar a variação
ocorrente neste caso.

TABELA 1: FINANCIAMENTO PARA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


REGIÃO CARÊNCIA TOTAL PARTICIPAÇÃO MÁXIMA JUROS +
(meses) (meses) (%) DEL-CREDERE
I 3 a 12 12 a 60 90 8
II 3 a 12 12 a 60 80 9

TABELA 2: FINANCIAMENTO PARA INVESTIMENTO FIXO E CAPITAL DE GIRO


REGIÃO CARÊNCIA TOTAL PARTICIPAÇÃO JUROS DEL-CREDERE
(meses) (meses) MÁXIMA (%) (% a.a.) (% a.a.)
I 24 60 75 5 3
II 24 60 65 6 3

12 - OBSERVAÇÕES ADICIONAIS

Apesar deste perfil discorrer sobre a importância do Mercosul e da possível


e vantajosa comercialização externa, não foi considerado na avaliação econômica
nenhum aspecto referente à exportação. Os cálculos foram realizados
considerando-se apenas os gastos referentes a comercialização interna. Também
não foram considerados gastos com a distribuição do produto, pois se adotou o
27

preço FOB para a estimativa da receita e é prática comum de mercado se adicionar


a taxa de frete a esse preço, sendo repassada aos compradores.

View publication stats

Você também pode gostar