Manual Iodo
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Manual Iodo
Colaboração e Revisão:
Todos os direitos reservados. É permitida a Ana Maria Cavalcante de Lima – CGPAN/DAB/SAS/MS
reprodução parcial ou total desta obra, desde que Afrânio Manhães Barreto – ABERSAL
citada a fonte e que não seja para venda ou Carolina Martins dos Santos Chagas – FNDE/MEC
qualquer fim comercial. Francisco Pereira de Lucena – DFPA/SARC/MAPA
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos Gabriel Teixeira Martinho – ABIA
e imagens dessa obra é da área técnica. Halim Girade – UNICEF
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode Herbert. S. Vieira – SIERSAL
ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Luiz Caetano Alves – SINDISAL
Saúde do Ministério da Saúde: Maria Célia Barbosa de Farias – VISA/RN
http://www.saude.gov.br/bvs Maria de Fátima Rosa – VISA/RJ
Murilo Diversi – IDEC
Série A. Normas e Manuais Técnicos Marcos Sérgio Guerra – VISA/RN
Renato Fernandes da Silva – SIMORSAL
Tiragem: 1.ª edição – 2008 – 30.000 exemplares Zuleica Portela Albuquerque – OPAS/OMS
Ficha Catalográfica
ISBN 978-85-334-1445-7
NLM QV 283
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2008/0062
Apresentação 05
1 Justificativa 06
2 Conceito do Pró-Iodo 07
4 Acompanhamento do Pró-Iodo 13
Referências 18
APRESENTAÇÃO
Este manual éparte integrante do Programa Nacional para Prevenção e Controle dos
Distúrbios por Deficiência de Iodo - Pró-Iodo, criado por meio da Portaria n.º 2.362,
publicada em 01 de Dezembro de 2005. O objetivo do manual éorientar os profissionais
de saúde e de outros setores para a adequada operacionalização e acompanhamento
das ações destinadas à prevenção e ao controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo -
DDI no Brasil.
Foi elaborado pelos membros da Comissão Interinstitucional para Prevenção e
Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo - CIPCDDI, que representam os seguintes
órgãos/entidades: Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; Associação
Brasileira das Indústrias da Alimentação - ABIA; Associação Brasileira de Extratores e
Refinadores de Sal - ABERSAL; Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef;
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC; Ministérioda Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA; Ministério da Educação - MEC; Ministério da Saúde - MS;
Organização Pan-Americana/Organização Mundial da Saúde - OPAS/OMS; Órgão de
Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro; Órgão de Vigilância Sanitária do Estado
do Rio Grande do Norte; Sindicato da Indústria de Extração de Sal do Rio Grande do
Norte - SIESAL; Sindicato da Indústria de Refino do Sal do Rio de Janeiro - SINDISAL; e
Sindicato dos Moageiros e Refinadores do Rio Grande do Norte - SIMORSAL.
As informações apresentadas a seguir foram baseadas nas recomendações da OMS,
do Conselho Internacional para Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo - ICCIDD
e do Unicef.
MANUAL TÉCNICO E OPERACIONAL DO PRÓ-IODO
Programa Nacional para a Prevenção e
Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo
06
1 JUSTIFICATIVA
Os DDI são fenômenos naturais e permanentes, que estão amplamente distribuídosem várias
regiões do mundo. Populações que vivem em áreas deficientes em iodo sempre terão o risco de
apresentar os distúrbios causados por esta deficiência, cujo impacto sobre os níveis de
desenvolvimento humano, social e econômico são muito graves. A deficiência de iodo pode
causar cretinismo em crianças (retardo mental grave e irreversível), surdo-mudez, anomalias
congênitas, bem como a manifestação clínica mais visível bócio (hipertrofia da glândula
tireóide). Alémdisso, a má nutrição de iodo está relacionada com altas taxas de natimortos e
nascimento de crianças com baixo peso, problemas no períodogestacional, e aumento do risco de
abortos e mortalidade materna.
Associada a esses problemas, a deficiência de iodo contribui para o aumento do gasto com
atendimento em saúde e em educação, uma vez que incrementa as taxas de repetência e evasão
escolar, e ainda proporciona a redução da capacidade para o trabalho. Portanto, direta ou
indiretamente acarreta prejuízos sócio-econômicos ao país. Conseqüentemente, as estratégias
dirigidas a controlar a deficiência de iodo, devem ser permanentes e fundamentalmente
preventivas, especialmente quando se destinam às gestantes, nutrizes e crianças menores de dois
anos de idade.
Reconhecendo a importância da prevenção dos DDI, a AssembléiaMundial de Saúde adotou
em 1991 a meta de eliminação da deficiência de iodo como problema de saúde pública atéo ano
2000. Em 1990, líderesdos vários países firmarama meta na World Summit for Children, sendo
posteriormente reafirmado na Conferência Internacional de Nutrição em 1992.
Em 1993, a OMS e o Unicef recomendaram a iodação universal do sal como estratégia para
alcance da eliminação dos DDI, isto porque a iodação adequada deste produto para consumo
humano éa estratégiamais efetiva, de menor custo e de mais fácil implementação em quase
todos os países.
No Brasil, o Ministérioda Saúde preconiza a iodação do sal, assegurando as condições legais,
administrativas e operacionais para a aplicação sistemática da medida, em parceria com a ANVISA
e com o setor produtivo salineiro.
Desde o estabelecimento da obrigatoriedade de adição de iodo no sal na décadade 50, o
Ministérioda Saúde realizou quatro pesquisas para avaliar o impacto desta intervenção no Brasil,
sendo por meio destas registradas uma significativa redução nas prevalências de bócio (20,7% em
1955, 14,1% em 1974, 1,3% em 1984 e 1,4% em 2000).
No entanto, ressalta-se que apesar deste considerável avanço do controle dos DDI no Brasil,
ainda há a necessidade de aperfeiçoamento das ações de prevenção e controle, uma vez que o
constante monitoramento da deficiência de iodo constitui peça fundamental para evitar a
reincidência deste problema.
Em nível mundial, o continente americano é o que tem alcançado maiores avanços no
controle da deficiência de iodo, porémexistem casos de retrocesso em alguns países,pela falta de
sustentabilidade dos programas.
Por este motivo, o Ministérioda Saúde e a ANVISA, em parceria com os demais membros da
CIPCDDI têm trabalhado no sentido de aperfeiçoar a execução de ações estabelecidas pelo
Programa Nacional de Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo, desencadeando um
processo de revisão de seu arcabouço técnico,operacional e legal.
A sistematização dos aspectos técnicos e operacionais deste Programa, que passou a ser
denominado de Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de
Iodo (Pró-Iodo) será apresentada ao longo deste manual.
2 CONCEITO DO PRÓ-IODO
3 LINHAS DE AÇÃO DO PRÓ-IODO
07
2 CONCEITO DO PRÓ-IODO
O Pró-Iodo éum Programa coordenado pelo Ministérioda Saúde, em parceria com outros
órgãos e entidades, destinado a promover a eliminação virtual sustentável dos DDI.
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
ALTO-RISCO Estabelecimento no qual não ocorre a iodação do sal.
Nesse ponto, cabe destacar que todo o sal consumido no Paísébeneficiado no território
nacional. Portanto, embora o indicador de processo contemple o produto importado, essa
abordagem não foi considerada no âmbito do Pró-Iodo.
Conforme definido no item anterior, anualmente serão colhidas amostras para fins de
análise fiscal em todos os estabelecimentos beneficiadores de sal. Essa ação será realizada
concomitantemente à inspeção sanitária.
Para uma melhor avaliação da quantidade de Iodo ingerida pela população, foi
introduzido entre as linhas de ação do Pró-Iodo o monitoramento do sal destinado ao
consumo humano exposto no comércio.Como diretriz para execução dessa ação, os órgãos de
vigilância sanitária devem priorizar a análise do sal para consumo humano comercializado em
pequenos municípiose em regiões distantes dos grandes centros urbanos.
A execução dessa ação fica sob a responsabilidade dos órgãos de vigilância sanitária
estaduais, distrital e/ou municipais em articulação com os laboratórios oficiais de saúde. As
amostras devem ser colhidas anualmente, sendo analisadas segundo os ritos de uma análise
fiscal. Em caso de resultados condenatórios, medidas de intervenção devem ser adotadas a
fim de evitar que o sal com teores insatisfatórios de Iodo seja consumido pela população.
Os resultados das análises fiscais, incluindo as medidas de intervenção adotadas, devem
ser consolidados pelo órgão de vigilância sanitária estadual e encaminhados a cada três meses
à GICRA por meio de planilhas específicas (Anexo B). Os laudos insatisfatórios devem ser
encaminhados como anexo da planilha de consolidação da análise do sal destinado ao
consumo humano.
A GICRA éresponsável pela consolidação do dado nacional, encaminhamento do dado
consolidado à coordenação da Comissão Interinstitucional de Prevenção e Controle dos
Distúrbios por Deficiência de Iodo e acompanhamento das ações adotadas no âmbito da
vigilância sanitária.
a) Excreção Urinária de Iodo - A excreção urinária éum excelente indicador para avaliar o
nívelde ingestão de iodo, pois 90% da quantidade absorvida éexcretada na urina.
As amostras são fáceis de serem obtidas, principalmente em campo, pois são necessárias
pequenas quantidades de urina e podem ser estocados no laboratório por vários meses sem
interferências nas dosagens. No entanto, alguns cuidados básicos com relação à higiene do
local, dos materiais e dos reagentes a serem usados são importantes para evitar possíveis
contaminações com o iodo.
b) Volume da Tireóide
3.3 Atualização dos parâmetros legais dos teores de iodo do sal destinado ao consumo
humano
Os resultados obtidos nos monitoramentos periódicos do impacto da iodação do sal na
saúde da população serão primordiais para a atualização dos parâmetros legais dos teores de
iodo do sal destinado ao consumo humano.
Valores de iodúria distintos dos considerados normais, isto é,aqueles inferiores a 100 µg/L
e superiores a 200 µg/L, conforme elencado na tabela de classificação da OMS disposta abaixo,
alertam para a necessidade de adoção de medidas corretivas, seja pela revisão dos teores
regulamentados de iodação do sal; seja pela intensificação de medidas educativas para a
população.
4 ACOMPANHAMENTO DO PRÓ-IODO
O acompanhamento das ações do Pró-Iodo será de responsabilidade dos membros
da CIPCDDI, os quais deverão se reunir duas vezes por ano para avaliar a efetividade das
ações adotadas e planejar ações corretivas e/ou mudanças de estratégias,se for o caso.
Com base nas informações do monitoramento de indicadores de processo e de
resultados, a CIPCDDI poderá ainda propor a modificação de condutas para o alcance
das seguintes metas:
INDICADOR META
1. Iodação do Sal * > de 90% dos domicílios deverão ter
sal iodado com pelos menos 15 ppm
* 95% do sal produzido e importado
deverão atender a faixa de iodação
estabelecida na legislação nacional
Na segunda reunião anual da CIPCDDI deverá ser realizado um balanço das ações
desenvolvidas durante o ano, bem como o planejamento das principais ações que deverão ser
efetuadas ao longo do ano seguinte.
As informações das ações desenvolvidas por cada membro da CIPCDDI durante o ano
deverão ser fornecidas à CGPAN, que éresponsável pela coordenação da Comissão, com um
mês de antecedência da última reunião do ano, para que esta compile os dados e os
disponibilize na home-page do Pró-Iodo (www.saude.gov.br/nutricao).
Alémdas atribuições comuns da CIPCDDI, cada uma das instituições que a compõe
deverá contribuir para a prevenção e controle dos DDI, executando atividades inerentes aos
seus campos de atuação, a fim de cumprir o seguinte rol de responsabilidades:
REFERÊNCIAS
_______. Ministérioda Saúde. Portaria n.º 520, de 06 de abril de 2005. Institui a Comissão
Interinstitucional para a Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de iodo e da
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,DF, 8 abr. 2004. Seção 1.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Iodine Status Worldwide. Global Database on Iodine
Deficiency Department of Nutrition for Health and Development. Geneva, 2004.
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