A Festa Da Páscoa e Dos Pães Asmos
A Festa Da Páscoa e Dos Pães Asmos
A Festa Da Páscoa e Dos Pães Asmos
INTRODUÇÃO
Deus estabeleceu 7 Festas para serem comemoradas anualmente por Israel. Três Festas eram realizadas no
primeiro mês do calendário Sagrado Judaico – “Nisan”. Festa da Páscoa (Lv. 23.4-5). Festa dos Pães Asmos (Lv. 23.6-
8). Festa das Primícias (Lv. 23.9-14). As três últimas Festas eram realizadas no sétimo mês – “Tishri”. Festa das
Trombetas (Lv. 23.23-25). Festa do Dia da Expiação (Lv. 23.26-32). Festa dos Tabernáculos (Lv. 23.33-44). E uma
outra festa era realizada no “meio”. Pentecostes ou Semanas (Lv. 23.15-22) celebrada 50 dias depois das Primícias.
As duas primeiras festas (Páscoa e Pães Asmos) duravam juntas 7 dias e a última (dos Tabernáculos), também durava
7 dias. Um dos objetos mais interessantes revelados por Deus a Moisés é o castiçal ou candelabro de 7 lâmpadas.
Sua estrutura (3 lâmpadas à esquerda, 3 à direita e uma ao meio) lembra muito bem a estrutura das 7 Festas. Estas 7
festas podem ser divididas em: Festas da Primavera (da Páscoa ao Pentecostes), e as Festas do Outono (das
Trombetas à dos Tabernáculos), as quais claramente descrevem os períodos de tempo para as duas vindas do
Messias (as festas da Primavera tem relação com a 1ª. Vinda de Cristo; e as festas do Outono estão relacionadas à 2ª
Vinda de Cristo.
Páscoa no hebraico é “pessach” que significa “passagem ou passar por cima”. “Porque o Senhor passará
para ferir os egípcios...” (Êx. 12.23). “É o sacrifício da páscoa ao Senhor que passou por cima das casas dos filhos
de Israel...” (Êx. 12.27). A festa começa com a morte de um cordeiro sem defeito como oferta pelo pecado (Êx.
12.2,6), no dia 14 do mês de Abibe (Lv. 23.15; Êx. 13.4). Durante o exílio na Babilônia foi substituído pelo nome de
Nisã (Ne. 2.1) que significa começo ou abertura. Corresponde a março-abril em nosso calendário. A festa foi
instituída numa sexta-feira, ou seja, um dia antes dos Pães Asmos (Lv. 23.6) e dois dias antes das Primícias (Lv.
23.12). posteriormente Deus requereu que a páscoa só fosse realizada em um local por Ele determinado (Dt. 16.2,5-
7).
1.1 O significado profético da Páscoa: Assim como um cordeiro foi sacrifício no dia da páscoa para a libertação dos
judeus do Egito, Cristo foi sacrificado para a libertação dos nossos pecados: “...Ele salvará o seu povo dos
pecados deles.” (Mt. 1.21); “...pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados.” (Ap. 1.5); “...Cristo, nosso
cordeiro pascal, foi imolado.” (I Co. 5.7). Há uma perfeita identificação entre o pecado do crente e a oferta pelo
pecado (Jo. 3.14).
1.2 O poder profético do sacrifício de Cristo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez (oferta pelo) pecado por
nós...” (II Co. 5.21). Este era o método usado por Deus, desde os tempos de Adão, para perdoar os pecados: O
sangue deveria ser derramado “Porque a vida da carne está no sangue” (Lv. 17.11). Por isso “...sem
derramamento de sangue não há remissão de pecados.” (Hb. 9.22). No tempo do AT o sangue dos animais
apenas cobria os pecados. Já no NT o sangue de Cristo tira o pecado do mundo (Jo. 1.29).
Como já falamos, existe um grande simbolismo nos elementos que envolvem a festa da Páscoa. Vejamos:
- O Cordeiro: representava o preço da redenção e libertação de Israel do Egito. Cristo é a nossa libertação do
pecado (Jo. 1.36; 19.36). João Batista afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”
- Os Pães Asmos: a farinha amassada sem ter recebido o fermento simbolizava pureza. A proibição baseava-
se em que o fermento é um agente de decomposição e servia de símbolo da corrupção moral (Mt. 16.11; Mc. 8.15).
A ausência do fermente simbolizava a santidade de vida.
- Ervas Amargas: ou alface agreste, recordavam a opressão do Egito, a amargura do cativeiro, simbolizavam
também a amargura que o cordeiro (Cristo) iria passar e a amargura das almas humanas por causa do pecado.
- O Sangue: representa a expiação. O sangue de Cristo nos trás a libertação do pecado (Jo. 1.36). A garantia
do perdão, pois “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.” (Hb. 9.22; I Jo. 1.7).
III – QUAIS OS PRINCÍPIOS QUE A IGREJA APRENDE COM A FESTA DA PÁSCOA?
3.1 Páscoa significa libertação. A páscoa surge como a festa que marcava o fim da opressão escravizadora de Faraó
sobre o povo hebreu. E um pequeno detalhe, se esta festa era a festa da libertação, porque então ela foi celebrada
antes da libertação propriamente dita? Porque Deus quis ensinar que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa
obediência precedem a plena libertação, afinal, Israel não estava sendo liberto apenas de Faraó, mas também do
Anjo Destruidor. E isto implica que a libertação espiritual sempre precede a física. Se o sangue do cordeiro não fosse
derramado e aspergido sob os umbrais da casa, o povo de Israel teria sido destruído pelo Anjo. A libertação da
páscoa reveste-se, portanto, de um caráter introspectivo, por mostrar a necessidade pessoal de libertação por meio
da substituição. E um caráter prospectivo, porque profetizava a libertação antes dela acontecer e prenunciava a
obra de Cristo. Paulo disse que ele é a nossa Páscoa (I Co. 5.7), e ele mesmo prometeu a libertação a todos quantos
crerem nele (Jo. 8.32,36; Mt. 11.28).
3.2 Páscoa significa também salvação da família. “...Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro... pra
cada casa.” (Êx. 12.3). Observem que a promessa de Deus era que por meio do sacrifício de um cordeiro cada casa
era salva do destruidor. Faraó havia dito ao povo hebreu que eles podiam ir, mas sem os seus filhos (Êx. 10.8-11) e
nisto podemos entender a vontade do Diabo quanto as nossas famílias. Satanás sempre irá tentar cativar nossos
filhos.
3.3 Páscoa tem profundo significado para o cristão por representar a Obra de Cristo para a nossa redenção. As
festas eram “sombras das coisas futuras” (Cl 2.17), ou seja, elas tipificavam aquilo que, como no caso da Páscoa, um
dia tornar-se-ia história na encarnação do Senhor. E a Páscoa era exatamente uma antecipação figurativa da Obra de
Jesus no Calvário. Observemos algumas similaridades do cordeiro e de Cristo a nossa Páscoa. Vejamos:
- A pureza: O cordeiro pascoal era separado no décimo dia de Abibe (abril) e examinado minuciosamente antes do
seu sacrifício no dia 25 de Abibe, pois o cordeiro tinha que ser “...imaculado”. quando Lucas registra a entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém poucos dias antes da crucificação, o faz exatamente na hora em que o povo estava
trazendo os seus cordeiros pascoais para serem examinados pelos sacerdotes. Segundo Hebreus 7.26 Jesus tinha que
ser declarado “...Santo, irrepreensível, imaculado, e inviolado pelos pecadores”.
- O exame dos sacerdotes: O cordeiro da Páscoa era submetido a um exame pelos sacerdotes que o julgavam, com
base no exame de sua perfeição, apto para ser sacrificado. Quando lemos o relato de Mateus 22 do verso 15 ao 46,
encontramos Jesus, o Cordeiro de Deus, sendo examinado pelos herodianos, saduceus, escribas e fariseus e nenhum
deles conseguiu achar nele nenhum defeito que o incriminasse e eles mesmos ficaram sem condições de responder-
lhe nenhuma palavra (Mt. 22.46).
- Exame feito pelas autoridades civis. Em Jo. 18.12,28, encontramos Jesus sendo preso e levado ao tribunal na casa
de Caifás, e como era ocasião da Páscoa, os judeus não podiam entrar no tribunal para não se contaminarem, pois se
assim fizessem não poderiam comer da Páscoa. Naquele momento também, os cordeiros pascoais estavam também
sendo examinados. E Caifás queria evidências para o entregar a Pilatos, mas não as encontrou; por isso, ao invés de
apresentar ofensa, disse apenas que se Ele não fosse ofensor não seria entregue (Jo. 18.29). Pilatos por sua vez, após
ter examinado Jesus “...não achou nele crime algum...” (Jo. 19.4). E com estas palavras, o veredito legal e civil
estava dado e três vezes Pilatos declarou que Jesus era inocente (Jo. 18.28; 19.4,6).
- A eficácia de Cristo: A lei dizia que o cordeiro teria que ser sem defeito algum, senão, ele não poderia ser
sacrificado ao Senhor (Dt. 15.21). Jesus foi achado sem defeito diante de todos depois de profundo exame, e só
depois foi crucificado. Tendo em vista que o sacrifício do cordeiro pascoal era suficiente para justificar os hebreus
diante do destruidor, o sacrifício de Cristo também foi suficiente para justificar o homem diante de Deus
satisfazendo a justiça divina (Rm. 5.1).
4.1 O que é a festa dos Pães Asmos? Nome de uma Festa dos judeus. Sua instituição encontra-se em (Lv. 23.6-11).
Era realizada entre o décimo quinto e o vigésimo segundo dia do mês de Abibe. Nenhum pão preparado com
fermento deveria ser comido “qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até o sétimo dia, essa
pessoa será eliminada de Israel” (Êx. 12.15). todo fermento deveria ser retirado das casas. Este uso dos Pães Asmos
retratava a pressa com que Israel saiu do Egito. Eles não tiveram tempo para fazer pão levedado. Levava muito
tempo para o fermento subir e eles estavam partindo às pressas, prova disto, é que eles dormiram com os pés
calçados (Êx. 12.8-11, 14-20, 31-39). Assim, a conversão a Cristo deve ser bem clara e definitiva. A vida antiga e
pecaminosa deve ser deixada para trás com muita pressa, e para o recém-convertido deve começar uma vida
totalmente nova, sem pecado (fermento). A saída apressada do Egito aponta para a necessidade de separação
radical entre os salvos e este mundo pecaminoso.
4.2 Onde e quem se deveria participar desta festa? O 1º e o 7º dia são considerados Santa Convocação “nenhuma
obra servil fareis”, por isso esses dias são considerados sábados (sabbath – descanso, feriado). O dia 15 de Abibe
(Nisan)é o 1º sábado anual. O dia 21 de Abibe (Nisan) é o 2º sábado anual (Êx. 12.15-18; Lv. 23.6-8). Paulo usa a
figura dos pães asmos e escreve: “Por isso celebramos a festa (da Páscoa) não com o velho fermento, nem com o
fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (I Co 5.8).
CONCLUSÃO
Vimos que o cumprimento das 7 festas sob o aspecto profético, simbolicamente pode ser entendido da seguinte
maneira: A festa da Páscoa nos lembra o Calvário, conforme citado acima, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo. Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. A festa dos Pães Asmos, que são pães feitos sem fermento; o fermento
simboliza o pecado. Nesta festa vemos a santificação, que é a ausência do pecado e a comunhão com Deus. A festa
das Primícias nos lembra a ressurreição (I Co. 15.20). Na festa de Pentecostes contemplamos a decida do Espírito
Santo para o surgimento da Igreja. Essas quatro festas já tiveram seu cumprimento profético. Veremos, a partir de
agora, as três festas que ainda não tiveram acontecimento profético. A festa das Trombetas: nesta notaremos o
chamamento da Igreja (I Ts 4.16). A festa da Expiação: nesta perceberemos o arrependimento de Israel como nação
(Rm. 11). A festa dos Tabernáculos: esta é a festa que significa a restauração de todas as coisas; profeticamente,
representa o milênio onde todos irão a Jerusalém.
REFERÊNCIAS