Taqueometria

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Topografia I

Profa. Andra Ritter Jelinek

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Captulo IV

TAQUEOMETRIA

1. Princpios Gerais

A taqueometria, do grego takhys (rpido), metren (medio), compreende uma srie de operaes que constituem um processo rpido e econmico para a obteno indireta da distncia horizontal e diferena de nvel. O instrumento utilizado o teodolito provido de fios estadimtricos, que alm de medir ngulos, acumula, tambm, a funo de medir ticamente as distncias horizontais e verticais. So feitas as leituras processadas na mira com auxlio dos fios estadimtricos, bem como o ngulo de inclinao do terreno, lido no limbo vertical do aparelho.

2. Clculo da Distncia Horizontal e Diferena de nvel

A determinao indireta de uma distncia est detalhadamente descrita no captulo de Planimetria, procedendo-se de forma idntica neste caso.

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Figura 4.1

Recordando, a frmula de determinao indireta da distncia horizontal, deduzida da figura 4.1 a seguinte: DH = 100.I.cos2 ou DH = 100.I.sen2 Z

onde: DH a distncia horizontal; I o intervalo de leituras na mira; o ngulo vertical; e Z o ngulo zenital.

Determinao da diferena de nvel

A diferena de nvel obtm-se de forma idntica aquela descrita no captulo de Altimetria, no item referente ao nivelamento trigonomtrico. Sendo assim, a frmula do clculo da diferena de nvel entre dois pontos pelo nivelamento trigonomtrico, deduzida no item acima especificado, a seguinte: DN = DH.tg - FM + Ai

onde: DH = distncia horizontal entre os dois pontos; = ngulo de inclinao; FM = leitura Lc, realizada na mira com a linha de vista central; e Ai = altura do centro tico da luneta at o ponto topogrfico.

ou DN = DH.cotg Z - FM + Ai

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sendo que Z o ngulo zenital.

Substituindo a frmula da distncia horizontal anteriormente vista: DN = 100.I.cos2 .tg - FM + Ai

sendo: tg = sen / cos

temos: DN = 100.I.cos2 .(sen / cos ) - FM + Ai DN = 100.I.cos .sen - FM + Ai

sendo: cos .sen = .sen (2.)

temos: DN = 100.I. .sen (2.) - FM + Ai

DN = 50.I.sen (2.) - FM + Ai

ou DN = 50.I.sen (2.Z) - FM + Ai

Tcnicas de Levantamento Taqueomtrico pelo processo da Irradiao

O levantamento taqueomtrico usado principalmente para definio planialtimtrica de parcelas do terreno, realizado atravs de poligonais e de irradiaes a partir dos vrtices das poligonais. A poligonal, desenvolvida em geral ao longo do contorno da rea considerada, serve de arcabouo, base de

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todo levantamento, enquanto as irradiaes tm por finalidade a determinao dos pontos capazes de definirem os acidentes a existentes e de caracterizarem o relevo do terreno. O mtodo correntemente empregado o de num vrtice de coordenadas conhecidas, obtidas atravs da poligonao, ou mesmo de uma triangulao, levantar os pontos em todas as direes que definam nitidamente as feies da superfcie terrestre necessrias ao trabalho que se est realizando. Para a boa prtica das operaes essencial que o vrtice onde o instrumento estacionado seja nivelado com preciso, pois um vrtice mal nivelado afetar, naturalmente, o clculo de todas as cotas ou altitudes dos pontos e, consequentemente, o traado das curvas de nvel.

O exemplo a seguir de um levantamento taqueomtrico pelo processo da irradiao. O teodolito foi estacionado na estaca A e irradiaram visadas para trs pontos. Sabe-se que: AzA1 = 3300000, CA = 20,00 m e Ai = 1,60 m.

Croqui:

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Figura 4.2

Planilha:
EST PV 1 2 3 ANG. HOR. 0 00 50 00 10043 Z 6326 7004 7822 LEITURAS MIRA I FS FM FI (FS - Fi) 1,725 1,600 1,475 0,250 1,196 1,008 1,000 0,196 2,198 2,099 2,000 0,198 DH (m) 19,99 17,32 18,99 DN (m) 10,00 6,78 3,41 COTA (m) 30,00 26,78 23,41

Verificao das leituras na mira: FM = (FS + FI) / 2 1mm

Clculo da distncia horizontal: DH = 100.I.sen2 Z DHA1 = 100.0,250.sen2 63 26 DHA1 = 19,99 DHA2 = 100.0,196.sen2 70 04 DHA2 = 17,32 DHA3 = 100.0,198.sen2 78 22 DHA3 = 18,99

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Clculo da diferena de nvel:

DN = 50.I.sen (2.Z) + Ai - FM DNA1 = 50.0,250.sen (2.63 26 ) + 1,60 - 1,600 DNA1 = 10,00 DNA2 = 50.0,196.sen (2.70 04 ) + 1,60 - 1,098 DNA2 = 6,78 DNA3 = 50.0,198.sen (2.78 22 ) + 1,60 - 2,099 DNA3 = 3,41

Clculo das cotas:

C1 = CA + DNA1 C1 = 20,00 + 10,00 C1 = 30,00 C2 = 20,00 + 6,78 C3 = 20,00 + 3,41 C2 = 26,78 C3 = 23,41

3. Traado de curvas de nvel e Noes de topologia

Noes de topologia

Dentre os vrios mtodos de representao do relevo de um terreno, o mais utilizado o das curvas de nvel. Curva de nvel uma linha que liga pontos do terreno de mesma cota ou de mesma altitude. Esta linha dada pela interseco de planos horizontais com a superfcie do terreno. A projeo do conjunto de linhas horizontais sobre o plano horizontal dse em verdadeira grandeza, isto , conserva as formas e as dimenses das linhas projetadas.

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Figura 4.3

A distncia vertical entre os planos horizontais sucessivos se mantm constante, ou seja, estes planos horizontais que representam as curvas de nvel so eqidistantes. A eqidistncia corresponde, na planta, diferena de nvel entre as curvas. A eqidistncia das curvas de nvel varia com a escala do desenho e com o rigor com que se deseja representar o relevo. Quanto menor a eqidistncia, maior o rigor, ou seja, melhor a representao do relevo do terreno. As cartas geogrficas com curvas de nvel, que recebem o nome de cartas hipsomtricas, mantm eqidistncia entre 100 e 200 m. As cartas batimtricas, aquelas que apresentam o relevo submarino, tem eqidistncia variando de 1a 2 m perto da costa, at valores que atingem 200 m. Para maior facilidade de leitura, representamos com traos mais fortes as curvas mestras, geralmente aquelas mltiplas de 5 ou de 10 m. E, somente nestas curvas so assinaladas as cotas altimtricas.

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Nos desenhos a cores, as curvas de nvel so representadas na cor terra de siena (spia ou marrom), enquanto as cotas so representadas em preto. A interpretao do terreno, representado por curvas de nvel na planta, feita pelas distncias horizontais que separam as curvas de nvel. Curvas de nvel muito afastadas umas das outras indicam que a topografia do terreno suave; se estiverem muito prximas, trata-se de topografia acidentada e, portanto, de terreno fortemente inclinado. Sendo assim, o maior declive de um terreno ocorre no local em que aparece a menor distncia horizontal entre duas curvas de nvel. As elevaes e depresses isoladas do terreno distinguem-se, graficamente, pelo envolvimento das curvas de nvel. Quando as curvas de nvel de menor valor envolvem as de maior valor, trata-se de uma elevao; em caso contrrio, de uma depresso. Para possibilitar o traado da planta planialtimtrica o levantamento deve obter dados que permitam marcar no desenho um nmero de pontos cotados notveis capaz de caracterizar o relevo da superfcie topogrfica atravs das curvas de nvel que melhor o representem. Estes pontos so aqueles em que o terreno apresenta uma mudana acentuada de declividade em relao a suas proximidades. Os pontos notveis podem ser classificados, sempre em relao a suas proximidades, em mais altos, mais baixos e intermedirios. A unio de pontos notveis da mesma categoria d origem s linhas notveis, que so os elementos do relevo, ou seja, caracterizam a forma da superfcie topogrfica. Os principais elementos do relevo so os seguintes: (a) linha de cumiata: o lugar geomtrico dos pontos de altitudes mais altas, materializa a linha divisora das guas; (b) linha de talvegue: o lugar geomtrico dos pontos de altitudes mais baixas, materializa a linha de juno das guas; (c) vertente: a superfcie compreendida entre a linha de cumiata e a linha de talvegue; (d) espigo: o ponto de altitude mais alta da linha de cumiata; e (e) garganta: o ponto de altitude mais baixa da linha de talvegue. Os erros mais comuns de ocorrerem durante a interpretao grfica das curvas de nvel encontram-se abaixo listados:

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(a) Duas curvas de nvel jamais se cruzam, porque disto resultaria um nico ponto com duas elevaes diferentes; (b) Duas curvas de nvel no podem se encontrar e continuar numa s. Neste caso elas estariam superpostas, e, para isto acontecer, deveria haver um plano vertical, o que no ocorre na natureza; (c) Nenhuma curva de nvel pode desaparecer ou aparecer

repentinamente; e (d) No se pode ter uma linha nica compreendida por uma curva de nvel.

Traado das curvas de nvel

Ao final do levantamento planialtimtrico, tem-se o desenho cotado. Para obter os pontos de passagem das curvas de nvel de cotas inteiras nas plantas deve-se empregar o mtodo da interpolao. Trata-se de uma atividade simples, pois se considera o terreno como uma linha reta entre os dois pontos de cota conhecida, determinando assim os pontos de cota inteira existentes entre eles. A interpolao pode ser feita pelo mtodo grfico ou pelo mtodo analtico. Do desenho com pontos cotados, parte-se da suposio de que as declividades entre os pontos topogrficos sejam constantes.

Interpolao grfica

Na figura 4.4, tm-se os pontos de cotas conhecidas A e B, distantes entre si de 10 m. Pelos pontos A e B foram traadas duas retas paralelas, no necessariamente perpendiculares a AB. Nelas foram marcadas as distncias 0,3 e 0,6 em qualquer escala, contanto que iguais. So os valores para chegar de 10,7 a 11 (0,3) e de 11,6 a 11 (0,6). Obtemos os pontos C e D. Traando a reta CD, ela cruza AB em E, que justamente o ponto de cota 11 na reta AB.

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Figura 4.4

Interpolao analtica

Considerando a figura 4.4, a interpolao analtica baseada na semelhana dos tringulos ACE e BDE: AE / AB = AC / (AC + BD)

no caso, AE = 10.0,3 / (0,3 + 0,6) = 3,33 m.

Conhecendo-se AE (3,33), o ponto E ser marcado na reta AB usandose a mesma escala.

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