INTRODUÇÃO Dentina

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INTRODUÇÃO

No âmbito do curso de Estomatologia, isto é, na disciplina de Histologia mostraremos um


dos elementos com grandes relevância denominado “Dentina”.. Visto que a Dentina é um tecido
conjuntivo avascular, mineralizado, especializado que forma o corpo do dente, suportando e
compensando a fragilidade do esmalte.
Com base na citação acima referida pretendemos mostrar a turma presente com mais
complexidade sobre o assunto, ciente de que nossa explanação merecerá a vossa atenção
prossigamos com o tema.

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 I CAPÍTULO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os dentes são órgãos do corpo humano de consistência dura, natureza calcária e cor
branca. Os dentes estão localizados na boca e fixados nos maxilares, na sua constituição
encontramos a coroa e a raiz.

ESTRUTURA DO DENTE

 Esmalte-a camada mais externa da superfície do dente. É o tecido mais duro e


mineralizado de todo o corpo humano, mas pode ser danificado se os dentes não forem
higienizados adequadamente.

 Dentina- camada dentária situada abaixo do esmalte.

 Polpa-tecido mole situado no centro do dente, onde se encontram o nervo e os


vasos sangüíneos.

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A dentina é um tecido conjuntivo avascular, de coloração branco-amarelada,
mineralizado, mais duro do que o osso, em consequência de uma elevada quantidade de sais
de cálcio. É uma das partes formadoras do dente, localizado mais internamente, abaixo do esmalte
e do cemento. É formada principalmente por fibrilas de colágeno tipo I, glicosaminoglicanos,
fosfoproteína, fosfolipídios e sais de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita.

É formada em peso por 70% de matéria inorgânica ou mineralizada,20%de matéria


orgânica e 10% de H2O. Essa formação cristalina da dentina é constituída principalmente por
cristais de hidroxiopatita cuja formula química é Ca10(PO4)6(OH)2. Os cristais de
hidroxiopatitada dentina são semelhantes aqueles encontrados em altos percentuais no esmalte e
em baixos percentuais tanto no cemento quanto no osso, tal como no osso alveolar. Os cristais
presentes na dentina assumem o formato de placas e são menores que aqueles presentes no
esmalte.

Na dentina, também são encontradas pequenas concentrações de outros minerais, como


carbono e fluor. Na coroa ela é revestida pelo esmalte e na raiz pelo cemento, e inclui em seu
interior o tecido mais profundo que constitui a polpa do dente. Assim, a dentina forma o
arcabouço do dente e protege a polpa.

Sua matriz orgânica é secretada pelos odontoblastos, células que estão na periferia da
polpa dental, junto à dentina. Estas células são alongadas e deposita a matriz orgânica apenas
sobre a superfície dentinária. Cada célula desta possui ramificações apicais que penetram em toda
a dentina. Estes prolongamentos vão se tornando mais longos à medida que a dentina vai ficando
mais espessa, ocupando os denominados túbulos dentários. Estes túbulos são canais estreitos que
se ramificando intensamente próximo da junção entre dentina e esmalte.

A pré-dentina é a matriz não mineralizada sintetizada inicialmente pelos odontoblastos.


Sua mineralização da dentina em desenvolvimento é iniciada quando vesículas envoltas por
membrana (vesículas da matriz), que são produzidas pelos odontoblastos, aparecem. Possuem um
grande conteúdo de íons cálcio e fosfato no seu interior, facilitando o aparecimento de pequenos
cristais de hidroxiapatita que crescem passando a servir como sítios de nucleação para deposição
adicional de minerais sobre as fibrilas colágenas circundantes.

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A dentina é sensível a variados estímulos, como: calor, frio, trauma e pH ácido. A parte
da polpa dental é muito inervada, já a dentina possui poucas fibras nervosas amielínicas que
penetram nos túbulos na sua porção pulpar.

1.PERMEABILIDADE DENTINÁRIA

Os canalículos dentinários convergem para a polpa, porque a superfície da área da junção


dentina-esmalte é maior. Isto resulta em uma concentração de substâncias que penetram muito
mais em área próxima à polpa, do que na área da junção amelo-dentinária.

Garberoglio & Brännströn (1982), observaram que a superfície de área do total de


canalículos dentiná-rios na junção amelo-dentinária corresponde a 1 por cento; o meio da
espessura da dentina, em 10 por cento, e próximo à polpa, em 45% (por cento). As implicações
clínicas desse fato são que, como a dentina é removida, tanto mecanicamente pelo profissional
como por processos patológicos, a dentina remanescente torna-se mais permeável porque
apresenta canalículos com maior diâmetro, e a dentina torna-se mais fina, aumentando, assim, a
difusão. Desse modo, escavações necessárias na dentina, aumentam o potencial de irritação da
polpa por agentes químicos ou bacterianos.

Este fato é um forte indício para a necessidade de colocar uma base protectora em
cavidades profundas antes da restauração final. A convergência dos canalículos dentinários é
também responsável pela diminuição da microdureza da dentina.

A dentina próxima à polpa tem mais canalículos dentinários e menos matriz calcificada
intercanalicular por unidade de área que a dentina periférica.

Outra variável importante que afecta a permeabilidade dentinária é a superfície de área de


dentina exposta. Obviamente um preparo para uma restauração de coroa total removerá maior
quantidade de esmalte e promoverá maior área de difusão do que uma pequena restauração
oclusal.

A característica da superfície da dentina também pode modificar a permeabilidade


dentinária.

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1.1.ESTRUTURA DA DENTINA

Quando falamos em estrutura da dentina, nos referimos à dentina circumpulpar, que


corresponde à quase totalidade do tecido dentinário.

 Estrutura tubular:

o Túbulo dentinário
 Prolongamentos dos odontoblastos;
 Espaço periodontoblástico;
 Fluido dentinário;
o Dentina peritubular
 Envolve os túbulos;
 Pouca deposição de matriz orgânica;
 maior conteúdo mineral;
o Dentina intertubular
 Situada entre dentinas peritubulares;
 Grande quantidade de colágeno;

OBS: os túbulos dentinários apresentam numerosas e finas ramificações, chamadas de


canalículos dentinários.

 Convergência dos túbulos em direção à polpa: como a formação da dentina ocorre de


forma centrípeta (de fora para dentro), a densidade de túbulos e o diâmetro do mesmo aumentam
em direção à polpa. Assim, a dentina mais próxima à polpa (chamada de dentina profunda) é mais
permeável (maior densidade de túbulos e maior diâmetro) do que a dentina mais próxima à junção
amelo-dentinária.

DOIS EXTREMOS SÃO POSSÍVEIS:

A) Canalículos que estão completamente abertos, visto em fraturas recentes ou em


dentina que sofreu ataque ácido

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B)Canaliculoque estão completamente fechados.

1.2.MINERALIZAÇÃO DA DENTINA

O inicio da mineralização se dá nas vesículas da matriz, corpos arredondados ou ovais,


rodeados de membrana lipídica, com tamanho variado, produzidos pelos odontoblastos. Nestas
vesículas ocorre a deposição de Hidroxiapatita. Depois a mineralização se estende por toda a
matriz orgânica, independente destas vesículas, com progressão globular, a calcificação se estende
para as fibrilas e espaços interfibrilares próximos à este glóbulos de calcificação.

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1.3.TIPOS DE DENTINA

•  Dentina Primária: é aquela fisiologicamente formada até o fechamento do ápice


radicular. Compreende a Dentina do Manto e a Circumpulpar.

•  Dentina do Manto: é formada pelos pré-odontoblastos e sua mineralização depende das


vesículas da matriz, tem menor porcentagem de matéria mineral comparada com a da dentina
circumpulpar. É a camada mais externa da dentina, é a dentina q forma juntamente com o esmalte
a junção amelo-dentinária.

•  Dentina circumpulpar: é a maior parte em espessura total da dentina. Compreende a


dentina peritubular e a intertubular.

•  Dentina peritubular: constitui a parede dos túbulos dentinários, sendo


hipermineralizada em comparação com a intertubular. Não aparece nos preparos histológicos por
descalcificação.É formada por toda a vida e pode obliterar os túbulos, durante estímulos de cárie e
abrasão, formando assim a dentina esclerótica.

•  Dentina Intertubular: Ocupa a maior parte da dentina preenchendo os espaços entre os


túbulos.

•  Dentina Interglobular: São áreas de dentina hipomineralizadas localizadas nas áreas


mais externas da dentina coronária. São resultados da fusão inadequada dos glóbulos de
mineralização.

•  Linhas incrementais de Von Ebner: como a formação de dentina segue ciclos de longas
fases de mineralização seguidas de fases de repouso, fica determinado linhas perpendiculares aos
túbulos, que demarcam o inicio e o termino de cada fase. Quando existe a acentuação destas linhas
indica-se momentos de distúrbios metabólicos como doenças e o nascimento.

•  Camada Granulomatosa de Tomes: durante a formação da dentina radicular, os


prolongamentos odontoblásticos se ramificam profusamente, dando a esta dentina um formato
granuloso.

•  Pré-Dentina: camada não mineralizada que permanece mesmo no dente totalmente


formado que separa a dentina mineralizada da camada de odontoblastos adjacente.

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•  Dentina Secundária: estruturalmente similar a dentina primária, é depositada em todas
as paredes do dente de forma fisiologia durante a vida do individuo. Esta deposição ocorre
preferencialmente da lingual dos dentes anteriores e na oclusal dos posteriores.

•  Dentina Reacional: Estruturalmente irregular e depositada na tentativa dos


odontoblastos de formar um barreira contra estímulos nocivos.

•  Dentina Reparativa: formada por células indiferenciadas da polpa originando um tecido


osteioíde.

1.4.A POSIÇÃO DA MATRIZ DA DENTINA

A dentinogenese é o processo de formação da pre-detina, que produz a matriz inicial de


dentina durante o estágio de aposição do desenvolvimento do dente. O momento exacto em que
ocorre o estágio de aposição do desenvolvimento do dente. O momento exacto em que ocorre esse
estágio vária de acordo com o dente estudado. Vários factores podem afectar a dentinogênese.

A pré-dentina é o material inicial depositado pelos odontoblastos , que consiste em um


produto mesenquimal composto por fibras colagenas não mineralizadas. Como os odontoblastos
foram primeiramente células externas da papila dental, a dentina e a polpa apresentam a mesma
origem embriológica, +pois ambas derivam da papila dental do germe dental. Esses novos
odontoblatos são induzidos pelos ameloblastos recém formados a produzir as camadas de pré-
dentina, que se sobrepõe a partir da juncão amelodentinaria. Diferente das células da cartilagem,
do osso e do cemento, os odontoblasto não são aprisionados pelo produto que formam; na verdade,
uma longa expansão de seu citoplasma permanece após a dentina ter sido formada. Os
odontoblastos formam, por dia aproximadamente 4  μm de pré-dentina durante o desenvolvimento
do dente. A posição da dentina ao contrário daquela do esmalte ocorre durante toda a vida do
dente. Embora os ameloblastos sejam perdidos após a erupção do dente e o esmalte deixe de ser
produzido, a dentina continua a ser formada em virtude de retenção dos odontoblastos ao longo
das paredes que circundam a polpa no interior do dente.

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1.5. MATURAÇÃO DA DENTINA

Este processo ocorre logo após a aposição. Esse processo de maturação se da em duas
fases: primaria e secundaria. Inicialmente, os cristais de hidroxiapatita formam-se como glóbulos
ou calcosferitos, nas fibras colagénias da pré-dentina, o que permite a expansão e a fusão durante a
fase de mineralização primaria. Esse processo é análogo ao que acontece numa pintura em
aquarela, na qual o undo monicromatico e húmido recebe gotas de outras tintas, no aumento da
própria circunferência, caminham umas em relação as outras, ainda que na dentina seja um
processo tridimensional. Posteriormente, novas áreas de mineralização ocorrem sob a forma de
glóbulos na predentina parcialmente mineralizada durante a fase de mineralização secundaria.
Essas novas áreas de formação de cristais são arranjadas de maneira mais ou menos regular em
camadas de cristais iniciais, que expandem e então fundem-se de forma incompleta. Esse processo
é análogo a adição de gostas de tinta em áreas específicas sobre um fundo de fuso pintado, mas as
cores desta camada adicional não correm umas em relação as outras para cobrir a página porque o
papel não está molhado.

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A fusão incompleta durante a fase de mineralização secundaria resulta em diferenças
observadas nas características microscópicas da forma cristalina da dentina. As áreas em que há
mineralização primária e secundaria com completa fusão cristalina aparecendo claras e
arredondadas em secção de dentina, são consideradas dentina globular.

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CONCLUSÃO

Durante a nossa explanação nos, podemos concluir que a dentina é recoberta pelo esmalte
na sua porção coronária e pelo cemento na porção radicular. Sua superfície interna delimita a
cavidade pulpar onde se aloja a polpa dentária. Por ser um tecido vivo, contém prolongamentos de
células especializadas e substância intercelular.

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Bibliografia

 Anatomia, Histologia e Embriologia dos dentes e das estruturas orofaciais


 Autor: FEHRENBACH, MARGARET J. / BATH-BALOGH, MARY 
   Editora: Manole
 Temas: Odontologia / Anatomia Humana / Saúde / Medicina
 Atlas de Anatomia de dentes permanente
   Autor: VIEIRA, GLAUCO FIORANELLI
   Editora: Santos Editora
 Temas: Odontologia / Anatomia Humana / Saúde
 Dentes - a beleza sem segredos
 Autor: Delavaux, Ana Paula Sorrentino
 Editora: Santos Editora
 Temas: Odontologia / Anatomia Humana / Saúde
 Anatomia Dental - dentes permanentes
 Autor: Pecora
   Editora: Santos Editora
   Temas: Odontologia / Anatomia Humana / Saúde
  Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A.
(10° Ed), 2004.

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