O Sacrifício de Animais No Batuque

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Interno, bem como aos princípios constitucionais, do contraditório e da ampla

defesa, o PT e o PC do B conduziram as manifestações como atos partidários,


incitando conflitos.

Considerando a divisão de opiniões, formalizei à Mesa Diretora


proposta de decisão deve vir da voz do povo gaúcho.

Fonte: Jornal Zero Hora de 04 de abril de 2015.

Artigo 2
O sacrifício de animais no batuque

Norton F. Corrêa
Doutor em Antropologia, autor do livro O Batuque do Rio Grande Sul

O Projeto de lei da deputada estadual Regina Becker Fortunati


(PDT) visa proibir o sacrifício de animais no batuque. A proposta, além de
discriminatória, pois ignora o judaísmo, com prática idêntica, levanta dúvidas
sobre a coerência política da autora.

Os sacrifícios de animais representam o eixo que estrutura o sistema


religioso judaico e batuqueiro. Em ambos, o animal tem a carótida cortada -
morte em poucos segundos e praticamente indolor - e a carne preparada e
ingerida ritualmente. Como antropólogo, pesquisei por 20 anos, nos templos,
assisti a tais cenas muitas vezes e jamais vi ou soube desses supostos maus-
tratos. Pela lógica do batuque, só um demente faria isto.

O Rio Grande do Sul é tido como o Estado mais racista do país, o que
se reflete na literatura gauchesca, por exemplo. Ou na repressão ao batuque
pela Igreja Católica, cuja cúpula e muitos padres são descendentes de alemães,
tidos, no geral, como muito racistas. Outras ordens, de italianos, não ficam
muito longe destes.

Há cerca de 30 mil templos de batuque no Estado, espaços criados em


torno da cultura ancestral, onde o batuqueiro centra sua vida e se defende,

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física e espiritualmente, do racismo e da discriminação. Proibir o sacrifício de
animais, o eixo da religião, é aniquilar o modo de vida de seus seguidores.

O projeto da deputada Fortunati exclui as sinagogas. Ou ela tem medo


de enfrentar a poderosa comunidade judaica, ou buscou o fácil: atacar o
segmento mais oprimido e estigmatizado da sociedade gaúcha, os batuqueiros,
na maioria negros. O aparentemente inexplicável é uma filiada ao Partido
Democrático Trabalhista propor uma lei altamente prejudicial justamente
à classe que, por coerência política, deveria defender os trabalhadores. Há
outros motivos ou os animais supostamente maltratados pelos batuqueiros
que são mais importantes, para ela, do que estes?

Fonte: Jornal Zero Hora de 04 de abril de 2015.

Considerando as credenciais dos autores dos textos “A voz dos gaúchos e o clamor dos
animais” e “O sacrifício de animais no batuque”, é possível predizer a posição que será
assumida por eles? Por quê?

Qual é o posicionamento que os autores assumem frente ao tema?

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