Cap 1 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
Cap 1 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
Cap 1 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
1. Introdução
No processo de evolução das tecnologias de comunicação, as redes de
telecomunicações vieram dar resposta a vários tipos de operações, tais como a
transmissão de dados, voz e/ou vídeo, o controlo e automatização de processos, entre
muitas, entre os diferentes terminais e servidores (mainframes 1).
Outras funções podem ser atribuídas através de servidores dedicados para a partilha de
diversos recursos, tais como a partilha de programas, de acesso a bases de dados, a
partilha de documentos e a partilha de periféricos (impressoras, discos, drives, leitores
suportes ópticos, etc.).
Uma rede local pode ser distinguida através da sua geografia, da sua função e
respectivos serviços que oferece, da topologia da rede, do meio de transmissão, da sua
arquitectura e dos protocolos2 utilizados.
Qualquer que seja a sua aplicação, devem ser levados em consideração vários factores
para a sua correcta identificação, dentro dos quais: dispersão geográfica, ambiente
operativo, número máximo de nós, distância máxima e mínima entre os nós, tempo de
resposta, tipo de informação transmitida, tipo de interação entre dispositivos, taxa
máxima de informação transmitida, fiabilidade exigida, tipo de trafego, etc.
Conceito
Uma rede de computadores é um conjunto de dois ou mais computadores ligados entre
si através de meios de transmissão (cabo, linhas telefonicas, sem fios), e respectivos
dispositivos de conectividade, controlados por software adequado, com o objetivo de
trocarem informação de forma rápida e fácil, permitindo aos utilizadores a partilha de
equipamentos e de recursos (aplicações, ferramentas de comunicação, bases de dados,
etc.).
1
Mainframes são computadores que realizam operações a grande velocidade sobre um grande volume de dados.
2
Protocolo é uma convenção ou padrão que controla e possibilita uma conexão, comunicação, ou transferência de
dados entre dois sistemas computacionais.
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Para que uma comunicação possa Figura 7.1: Esquema de uma rede
acontecer são então necessários os empresarial
seguintes componentes básicos:
Emissor;
Meio de transmissão;
Dispositivos de conectividade;
Mensagem;
Receptor.
Vantagens
A implementação de uma rede num ambiente empresarial pode trazer uma série de
vantagens. De seguida identificam-se algumas das mais comuns:
Centralizar/Descentralizar operações
o Reorganizar a arquitectura do processamento (computadores para funções
específicas: cálculos, controlo e partilha de aplicações);
o Coordenar (com dados atualizados) os vários ramos de uma organização a partir
de uma aplicação, e até mesmo a evolução do seu desenvolvimento.
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2. Tipos de Redes
A Tipologia de redes é caracterizada de acordo à sua dimensão e dispersão geográfica.
Esta se pode apenas confinar a uma sala onde, por exemplo, são partilhados
dispositivos entre vários computadores. Pode também estar distribuída por dentro de um
edifício onde, por exemplo, integra um serviço de escritório, ou uma área coberta por
vários edifícios como é o caso dos campus universitários, áreas fabris, ou mesmo até
uma pequena cidade. Esta dispersão geográfica, como se ira verificar, é fundamental
para a escolha da topologia e respectivos meios de transmissão, como também é um
factor chave na escolha e/ou implementação de alguns tipos de protocolos.
O ambiente em que a rede irá operar influencia também a escolha dos seus meios de
transmissão e respectiva topologia. Os ambientes propensos a ruídos (entenda-se
interferências) e com problemas de gestão de espaço e segurança (i.e. húmidos,
poeirentos, etc.) têm diferentes requisitos. A ocorrência de erros de transmissão
resultantes do ruído envolvente exigira, dos protocolos, mecanismos de detecção e
recuperação desses mesmos erros.
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O tipo de informação transmitida através de uma rede pode ser desde simples dados,
vídeo e/ou voz. Os diversos meios de transmissão vão diferir na capacidade de suportar:
a natureza do sinal analógico ou digital; a frequência; a quantidade de informação
transmitida; os requisitos de tempo real; de isenção de erros, etc.
Sempre que possível, a transmissão de dados entre os vários nós ou dispositivos deve
ser isenta de erros. Aquando do erro deve ser requerida uma retransmissão, a qual tem
de ser suportada pelo protocolo utilizado. As transmissões de voz e de vídeo, em geral,
devem ser efetivadas sem interrupção (tolerante a erros).
Desenhar uma rede que possa integrar e suportar tráfegos heterogêneos é sempre
desejável por razões económicas e operacionais. É importante que os equipamentos e
os meios de transmissão sejam escaláveis, para assim poder dar resposta adequada a
aplicações tais como a teleconferência, que requer uma transmissão interrupta de dados
(áudio e vídeo).
Regressando agora a tipologia das redes, esta se caracteriza geralmente por cinco
domínios, respectivamente à cobertura geográfica:
c) Campus
As redes denominadas de Campus abrangem a extensão de vários prédios situados
dentro de uma mesma região metropolitana (entre 10 a 100 km). São associadas
normalmente a redes que interligam diversos edifícios de uma mesma empresa, de uma
universidade ou de uma organização.
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Tabela 7.1: Resumo sobre o nome da rede, distância Figura 7.7: Interligação entre os
entre nós e localização dos nós vários tipos de rede
Distância Nome das
Localização dos Nós
Entre Nós Redes
~1-10 m Desktop, ligação entre PC PAN
~ 10 m Sala, interligação no mesmo espaço LAN
~ 100 m Prédio, ligação entre andares LAN
Campus, interligação entre
~ 2 km Campus
edifícios
Cidade, ligação entre espaços da
~ 30-50 km MAN
mesma cidade
~ 100 km País, interligação entre cidades WAN
Continente, interligação entre
~ 1000 km WAN
continentes.
~ 10.000 km Planeta, a Internet WAN
Sistema terra – espaço, terra e
~ 100.000 km WAN
satélites artificiais
3. Topologias de Redes
Conforme anteriormente descrito, as redes locais constituem-se a partir de um conjunto
de estações (nós) interligadas por um sistema de comunicação. Este sistema compõe-se
num arranjo topológico que interliga os vários nós através de um conjunto de regras de
forma a organizar a comunicação. Em suma, a topologia define a forma pela qual os
vários componentes que compõem uma rede se interligam.
A topologia abrange dois principais campos: o físico e o lógico. O primeiro diz respeito à
configuração da cablagem. O segundo descreve como a informação é tratada dentro da
rede, como circula de um nó para o outro.
Bus/Barramento
Rede em que há exactamente dois nós terminais, um número qualquer de nós
intermédios e um só caminho entre cada dois nós (todos os nós da rede se encontram
ligados uns aos outros numa linha). O desenho desta rede é relativamente simples
reduzindo-se a um único cabo que se estende de um nó até ao seguinte. Os extremos
do cabo terminam com uma resistência chamada terminador que para além de indicar
que não existem mais estações de trabalho nos extremos, permite encerrar o Bus.
Esta rede utiliza uma transmissão em broadcasting, o que significa que quando um nó
envia uma transmissão, a mesma é enviada para todos os nós da rede em simultâneo,
tendo cada nó que verificar se a informação lhe e destinada. Caso a informação tenha
sido recebida sem anomalias e enviado um aviso de recepção ao no emissor.
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Ring/Anel
Numa rede em anel os nós estão ligados entre si através de um cabo que passa por
todos, de forma sequencial, descrevendo uma circunferência (anel).
Star/Estrela
O desenho de rede em estrela é uma das primeiras configurações de rede. Todas as
estações de trabalho estão conectadas à um nó central (concentrador/hub/switch) que
funciona como distribuidor de todas as transmissões efetuadas pelos restantes nós,
formando uma estrela física.
Cada vez que se pretende estabelecer comunicação entre dois computadores, toda a
informação transferida de um nó para o outro passa primeiro pelo nó central.
Tree/Árvore
Topologia com base numa estrutura da rede em que são utilizados diversos dispositivos
de centralização (da topologia Star/Estrela), permitindo assim uma estruturação
hierárquica de redes e sub-redes.
Backbone
Caracteriza-se pela existência de uma ligação, contendo um ou mais cabos, que
desempenha o papel de Backbone, à qual se ligam diversas redes ou sub-redes através
de dispositivos de interligação.
As redes Backbone podem assumir uma topologia Bus ou Ring, bastante adequada às
redes de dimensão intermédia (Campus, MAN) que, normalmente, são constituídas por
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4. Meios de Transmissão
A generalidade das redes locais utiliza meios de transmissão que mantém os dados no
formato digital. Porém em alguns casos, como é o exemplo da rede telefonica
tradicional, os sinais são transmitidos em formato analógico e, por este facto, existe a
necessidade da utilização de um modem.
Cabo Coaxial:
Actualmente é usado nas infraestruturas domésticas para transmissão de sinal TV,
Internet (redes locais) e telefone. É durável, mas não muito flexível, podendo transmitir
até 10 Mb/s. É imune a ruídos electromagnéticos (de baixa frequencia), mantém uma
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capacidade de tráfego constante, não produz distorção ou eco e causa reflexão do sinal
(mínima para impedância de 50).
Embora o conceito do par traçado (dois fios entrelaçados em espiral) seja diminuir o
ruido externo através do campo magnético criado, a desvantagem deste tipo de cabo
continua a ser a sua susceptibilidade às interferências a ruídos (electromagnéticos e de
rádio frequência), que podem ser minimizados com a escolha de uma versão com
blindagem e de uma categoria mais alta.
Fibra Óptica
Este tipo de cabo tem uma capacidade de transmissão a grande distância e a grande
velocidade. As fontes de transmissão de luz podem ser Diodos Emissores de Luz (LED),
mais baratos, adaptáveis à temperatura ambiente e têm um ciclo de vida maior, ou
lasers, mais eficientes devido à sua potência e espessura reduzida.
Figura 7.13: Cabo Coaxial Figura 7.14: Cabo UTP e Figura 7.15: Fibra óptica
FTP
Ondas de Laser: Têm a mesma característica das ondas de infravermelho, mas com
a particularidade de interligar redes em prédios separados por longas distâncias.
Ondas de Satélite
Estas redes utilizam satelites em órbitas geoestacionárias, em torno do equador, a cerca
de 30-40 km da superfície terrestre, implicando o uso de antenas parabólicas capazes
de efectuar uplinks (emissões da terra para o satélite) e downlinks (recepções do satélite
para a terra).
Figura 7.16: Logotipo Tabela 7.3: Relação entre a topologia da rede e o meio de
indicador de acesso a transmissão (combinações mais usadas hoje, tendo em conta
redes Wi-Fi (Wireless) os cutsos e a uni ou bidirecionalidade do meio de transmissão).
Meio de Transmissão Barramento Estrela Anel Árvore
UTP/Par Trançado X X X X
Coaxial 50 Ω X X
Coaxial 75 Ω X X
Fibra Optica X X X
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Ethernet
A Ethernet IEEE 802.3 é uma das tecnologias standard de rede mais popularmente
conhecida que foi desenvolvida pela Xerox, INTEL (International Technology
Corporation) e a DEC (Digital Equipament Corporation). Pode ser utilizada com
diferentes topologias, como por exemplo: Barramento com cabo coaxial ou estrela com o
cabo de par trancado.
Neste tipo de rede, cada nó perscruta o tráfego na rede e quando nada está a ser
transmitido é iniciada uma comunicação. Se dois nós transmitirem informações ao
mesmo tempo, são automaticamente alertados pela colisão e, de seguida, param a
transmissão e aguardam por um período aleatório de tempo (na ordem dos
milisegundos) antes de tentar novamente. Este metodo é conhecido como CSMA/CD
(Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection).
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Gestão de Colisões de dados: Método para evitar que dois ou mais computadores
enviem pacotes de dados ao mesmo tempo, pois as colisões baixam o desempenho
da rede e podem mesmo parar por alguns instantes. Neste método, sendo o
barramento a topologia utilizada, todas as máquinas fazem ao mesmo tempo a gestão
do modo de transmissão na rede.
CS (Carrier Sense): Este protocolo tem como função Figura 7.20: Descrição do
verificar se existem pacotes de informação na rede protocolo CSMA/CD
com destino a sua placa antes de libertar os seus.
Token Ring
A tecnologia de acesso Token Ring IEEE 802.5 faz uso da topologia em anel cujo
controlo do acesso à rede é feito através do protocolo Token Passing. Para o nó poder
transmitir dados terá de receber primeiro o sinal (Token) que lhe dará o direito de
transmitir. Este sinal especial viaja de nó em nó através da rede. Apenas um destes
sinais está disponível na rede, o que faz com que um único dispositivo possa transmitir,
evitando conflitos na transmissão. O exemplo que se segue, explica de forma resumida
o processo de trespasse do Token:
Wireless
As redes wireless usam várias tecnologias e protocolos, destacando-se aqui a tecnologia
IEEE 802.11 e suas variantes (protocolos 11a: 54 Mbps; 11b: 11 Mbps; 11g: 54 Mbps;
11n: 150 Mbps – 1 Gbps; 11ac: 600 Mbps – 1 Gbps), a mais comum na transmissão de
dados em redes WLAN actuais, oferecendo uma interface de comunicação sem fios
entre um nó e uma estação de base/concentrador ou entre dois nós.
Para além destes protocolos, associa-se também a tecnologia MIMO que aumenta
consideravelmente o desempenho da rede com o uso de várias antenas que permitem
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uma maior propagação do sinal pelo espaço, enviar e receber várias streams em
simultâneo e o direcionamento da informação para cada cliente (beamforming),
optimizando ainda mais a conexão.
Bluetooth
É um padrão de tecnologia para a troca de dados a curtas distâncias, através de redes
sem fio em dispositivos fixos e móveis (ondas de 2400-2480 MHz), permitindo criar
redes de área pessoal (PAN) com altos niveis de seguranca. Foi criado pela Ericsson em
1994 como uma alternativa sem fio para as conexões em modo série.
Arquitectura GSM
A interface entre o subscritor e a rede GSM (Global System For Mobile Communication)
é feita através do terminal GSM (telefone móvel) que só funciona quando um cartão SIM
de acesso à rede nele for introduzido. O GSM é um standard internacional de
funcionamento de telemóveis, smartphones, pads e as comuns pens de acesso à banda
larga em várias frequências (dual-band, tri-band, etc.) e velocidade (2G, 3G, 4G, etc), de
acordo ao país e ao plano de dados subscrito, daí a necessidade de verificar a
compatibilidade do equipamento no país de destino.
7. Componentes de Rede
NIC (Placa de Rede: Network Interface Card) Figura 7.21: Placa de Rede
Permite a ligação de equipamentos à rede e trata de com 4 portas Rj45
enviar e receber mensagens, aceitar ou rejeitar,
conforme o seu endereço físico ou do destinatário
(MAC address).
Modem
O termo significa Figura 7.22: Representação das ligações à Internet via linha telefónica
MOdulator/DEModulator e
a sua função é converter
sinais digitais em sinais
transmissíveis em outros
meios (linha telefónica) e
vice-versa.
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Repetidor
Apenas regenera e/ou amplifica o sinal, não Figura 7.23: Repetidor de dados
desempenha qualquer função no controlo
do fluxo de dados. Todos os pacotes
presentes no primeiro segmento da rede ou
de cabo serão replicados para os demais
segmentos de rede ou restante cabo.
Hub
É usado como concentrador numa rede, conectado Figura 7.24: Hub com
fisicamente como estrela, mas logicamente é uma rede de primeira porta de uplink
topologia Bus, pois distribui todos os pacotes para todas
as portas simultaneamente, o que por vezes faz com que
ocorram colisões. Tem a vantagem sobre a topologia Bus
tradicional por permitir a remoção e inserção de novos nós
com a rede ligada e, quando há problemas com algum
cabo, somente o nó correspondente é afectado.
Switch
É um Hub inteligente, pois Figura 7.25: Descrição de funcionamento de um switch
permite a troca da
informação entre várias
estações ao mesmo tempo
sem serem replicadas em
todas as máquinas, uma vez
que estas são enviadas
directamente para o destino.
Bridge/Ponte
Este dispositivo interliga duas redes locais que usam a mesma tecnologia de rede. Na
interligação, assumem a função de transciever, permitindo a comunicacao de duas redes
diferentes (Wireless - Fibra Optica; cablada - wireless).
A Bridge pode actuar também como um filtro, Figura 7.25: Bridge de Fita – UTP
permitindo a separação do tráfego entre dois
segmentos, evitando a propagação da informação
sem interesse para restantes segmentos.
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As pontes utilizam protocolos de controlo de acesso ao meio físico (via endereco MAC),
possibilitando ligar meios físicos diferentes, como os cabos de fibra óptica e coaxiais,
desde que as duas partes utilizem o mesmo protocolo (p.e. Ethernet).
Router
Dispositivo de (re) encaminhamento de mensagens Figura 7.26: Router ADSL
entre redes diferentes e, eventualmente, quando
entre emissor e receptor existem vários caminhos
(rotas) possíveis. Especificamente a função de um
router é examinar o endereço de origem e de
destino de cada mensagem ou pacote e decidir qual
o melhor caminho (rota) para o destinatário.
Gateway
Dispositivo que permite o acesso a uma rede exterior (engloba Bridges e Routers),
interligando redes internas a externas (WAN – LAN e vice versa).
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O modelo OSI permite então uma descrição de como o hardware e o software de rede
trabalham em conjunto numa disposição por camadas para possibilitar a comunicação.
Cada camada refere-se a diferentes actividades, equipamentos e protocolos de rede e
prepara os dados para a camada superior ou inferior. Este modelo tem como objectivos:
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A razão do seu grande sucesso deve-se justamente ao facto do TCP/IP não ter
nenhuma grande empresa associada ao seu desenvolvimento. É usado por
praticamente todos os tipos de hardware e sistemas operativos existentes. É o protocolo
preferencial dos sistemas operativos Windows NT da Microsoft.
b) Protocolos em Camada
Todos os protocolos de redes são construídos com base numa arquitectura de camadas.
Por essa razão são chamados “protocolos em pilha” ou “protocolos em camada”, que
provém do inglês, protocol stack. O termo "pilha" ou “camada” é utilizado porque os
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protocolos de uma dada camada normalmente interagem apenas com os protocolos das
camadas imediatamente superior e inferior.
Nível 2 – Camada de Rede: Transmissão de mensagens entre nós, mesmo que estes
estejam em redes fisicamente distintas, através do Internet Protocol (IP). Realiza a
interconexão entre redes, permitindo reconfigurar caminhos (rotas) quando uma parte da
rede está indisponível, procurando uma rota alternativa.
O protocolo UDP trabalha com datagramas, que são pacotes com um comprimento pre-
estabelecido cuja entrega não é garantida, sendo deitados fora (dropped) caso a rede
esteja congestionada, ou cheguem ao seu destino numa ordem diferente daquela que
foram enviados. Isto acontece porque o UDP é um protocolo de comunicação simples
que transmite sem estabelecer conexões entre os softwares e/ou os nós que estão a
comunicar.
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ARP: Adress Resolution Protocol (Protocolo de resolução de endereços)
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d) Endereçamento e roteamento
Numa rede TCP/IP v4, a cada host é atribuido um endereço numérico formado por 4
octetos (4 bytes), geralmente escritos na forma w.x.y.z. Além deste endereço IP, cada
computador possui uma máscara de sub-rede (network mask ou subnet mask), que é
um endereço com a mesma estrutura, mas que deve começar sempre por uma
sequência contínua de bits “1”, seguida por outra de bits “0”. Por exemplo, a máscara de
rede pode ser 255.255.0.0 (11111111.11111111.00000000.00000000), mas nunca
255.255.7.0 (11111111.11111111.00000111.0000000).
Tabela 7.4: Máscara separando
A máscara de sub-rede serve para identificar endereços
no endereço IP a parte que pertence à rede e à Mascara de sub-rede 255.255.255.0
Numa rede TCP/IP cada host possui um endereço IP único e exclusivo, que, quando
pretende comunicar, é decomposto e comparado com o endereço de destino pelo uso
da máscara da sub-rede que determina se os dois pertencem ou não à mesma rede. Se
sim a mensagem é encaminhada ao seu destino na rede local. Se não, o IP envia o
pacote para o default gateway que se encarrega de encaminhá-lo para a rede externa
onde está o endereço IP do destino.
É importante que o default gateway tenha o seu endereço IP na mesma rede que todos
os restantes hosts, caso contrário, a rede não lhe poderá endereçar pacotes, podendo
esta apenas comunicar-se com os restantes hosts da rede. Por isso, para a correcta
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configuração de um host numa rede TCP/IP, este deve ser configurado com pelo menos
três parâmetros: a) o endereco IP (exclusivo); b) a máscara de rede (que deve ser a
mesma utilizada pelos demais hosts na mesma rede); e c) o endereco IP do default
gateway.
A classe de uma máscara de sub-rede define quantos bits estão a ser usados para
identificação de rede e quantos para identificacao do host.
f) Endereços Reservados
Existem alguns endereços IP que são reservados para funções específicas e que não
podem ser utilizados como endereços para hosts:
127.0.0.0: Utilizados como um alias (falso) para uma máquina local (local host), isto é,
um endereço interno. Normalmente é utilizado o endereço 127.0.0.1,
g) Sub/sobre-endereçamento
Com crescimento exponencial da Internet e sendo os endereços únicos, a partir da
década de 90, o espaço de endereçamento IP4 (32 bits) começou a não ser suficiente e
as regras que dividem as redes em classes revelaram-se muito restritivas ("desperdício"
de endereços: hosts menores que a gama oferecida).
Por isso, foi iniciado o desenvolvimento do IPv6 (48 bits). Mas, devido a sua demoura,
foram encontradas alternativas: o CIDR (Classless Inter-Domain Routing, “Sub-redes e
Super-redes”) para reduzir ou eliminar o desperdício de endereços devido à divisão em
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classes e NAT (tradutor de endereços) para ligar uma rede IP à "internet" através de um
único endereço oficial ao invés de um endereço para cada nó da rede.
h) Sub-redes e super-redes
Implementado entre 1994 e 1995, o CIDR diminuiu as tabelas de roteamento de 70.000
para 30.000 rotas, diminui os desperdícios de endereços usando máscaras de tamanho
variável (manipulação das máscaras) ao invés do padronizado (classes A (8 bits); B (16
bits) e C (24 bits)) com o aumento de bits “1” à direita da máscara “normal” (super-rede)
ou desactivando (passar para “0”) os bits da máscara “normal” (sub-redes). Por exemplo,
um bloco de endereços 206.0.64.0/18 para um ISP de 800 hots existem 2 14-2-
800=15582 endereços desperdiçados. Fazendo máscaras variadas, pode-se escolher
206.0.64.0/22, que corresponde a 2 10-2-800=222 endereços “desperdiçados” para uso
futuro. As sub-redes são de 4 (218-16) e 64 (222-16), respectivamente.
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b) NAT estático
Com o fluxo de envio e recepção de pacotes o servidor proxy cria tabelas NAT que
determinam as portas que devem ser redirecionados os pacotes (DNAT) para um dado
IP na rede privada, definindo estaticamente entradas que facultam à rede privada
acesso aos servidores externos. Estas entradas estáticas devem conter o número de
porta dos servidores da "internet", o endereco IP de destino (na rede privada) e o
número de porta de destino.
Para ter acesso a vários servidores, sendo a porta igual para todos, atribui-se um
endereço oficial a cada, passando as entradas estáticas DNAT a conter, para além dos
dados acima citados, o enedereço IP do servidor da Internet. Este procedimento nem
sempre é possivel, pois o custo da aquisição de mais um IP ao ISP poderá ser proibitivo.
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k) Protocolos
1) TCP
Como foi visto, o protocolo TCP/IP é composto por dois principais protocolos, o Internet
Protocol e o Transmission Control Protocol.
Até aqui tem sido maioritariamente descrito o protocolo IP cuja missão é fornecer uma
identificação única a cada host numa rede (endereço IP) e uma rota (ou rotas) entre a
origem e o destino de uma comunicação (Roteamento).
o Portas TCP
Depois dos pacotes chegarem à placa de rede, vindos da camada de aplicação, o
protoclo TCP/IP faz a divisão por portas na camada de transporte, associando cada
programa a um número de porta. Quando existe mais do que um acesso diferente a
partir de várias janelas ou separadores, o protocolo pode incluir informações para além
da porta que identificam cada janela ou separador individualmente. A tabela a seguir
mostra exemplos de portas normalmente usadas:
2) UDP
O UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo embutido no protocolo composto
TCP/IP cuja função é apenas a transmissão rápida de dados entre hosts, mas sem
qualquer garantia na entrega e verificação destes dados, pois ele foi desenhado
especialmente para transmissões em Multicast e Broadcast áudio e vídeo, onde não é
tão necessária a integridade da mensagem.
Para isto o protocolo não utiliza pacotes, mas sim datagramas, pacotes simples, pois
contêm apenas um cabecalho e a mensagem.
Sem o serviço de DHCP as configurações TCP/IP de cada host terão de ser feitas
manualmente, uma desvantagem quando o número de hosts é grande ou exista
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Assim, num contexto empresarial com acesso a Internet e em muitos outros servicos,
são necessários os seguintes elementos para a configuração do TCP/IP de cada host:
Endereço IP; Máscara de sub-rede; Default Gateway; Endereço IP de um ou mais
servidores DNS; Endereço IP de um ou mais servidores WINS; Sufixos de pesquisa do
DNS. A seguir são apresentados e identificados os principais termos relacionados com a
correcta configuração de um servidor DHCP:
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Por esta razão foi desenvolvido o DNS que é um serviço de resolução de nomes, onde
os servidores mantêm uma base de dados ligando os nomes lógicos aos respectivos
endereços IP. Assim, o papel do DNS é transformar os endereços IP em nomes de
dominios e vice-versa. Quando é introduzido o URL www.empresa.tld, o papel do DNS é
traduzir o URL em endereço IP e informar o Router do caminho a tomar.
Para uma fácil gestão, o DNS Figura 7.33: Estrutura do DNS
funciona de forma hierárquica.
Um URL típico é composto no
minimo por três partes: o "www"
(World Wide Web), o alias ou
nome do dominio “empresa” e
por fim o .tld (Top Level
Domain) que representa a
localização do domínio
(ex.: .pt, .es, .com, .edu). Cada
entidade pode ter o seu servidor
de DNS, que contém os nomes
dos hosts (e respectivos
enderecos IP) sob a sua
autoridade, podendo criar
subdomínios, por exemplo,
departamento.empresa.tld ou
pais.empresa.tld.
O serviço WINS permite que os hosts façam o registo do nome NetBios dinamicamente
durante o arranque. Desta forma o SO cliente regista o nome NetBios e o respectivo
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Este ficheiro ainda hoje existe, mas existem outros protocolos que obedecem a rotinas automatizadas e
produzem o mesmo efeito, facilitando a descoberta de hosts na rede.
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6) Outros orotocolos
a) NetBIOS/NetBEUI (Network Basic Input/Output System)
É um dos primeiros protocolos com base em datagramas10 para a transmissão de dados
que inclui um serviço de nomes que identifica hosts na rede. Na prática não é um
protocolo de comunicação de redes de computadores, mas sim uma interface para a
programação de aplicativos (API: Aplication Program Interface) que fornece diversos
serviços para a camada de sessão do modelo OSI, permitindo que computadores com
sistemas operativos distintos possam trocar aplicações numa rede local. Disponibiliza
essencialmente três serviços: estabelece nomes lógicos na rede (nomes de hosts);
estabelece conexões entre hosts (camadas sessões) através dos nomes lógicos e
transmite dados entre hosts na rede através das sessões.
Nos sistemas operativos mais antigos este protocolo corria sobre o IEEE 802.2, mas
actualmente é executado sobre redes TCP/IP através do protocolo NetBIOS over TCP/IP
(NetBIOS sobre IPX/SPX).
Foi desenhada para ser dinâmica e auto-configurável para redes não superiores a 200
nós e como tal não permite o roteamento de pacotes.
b) IPX/SPX e NetWareLink
É um protocolo de comunicação de redes sobre Ethernet desenvolvido pela Novell com
base no protocolo XNS da Xerox. Construído para ser o padrão no sistema operativo
NetWare, tambem da Novell, o IPX/SPX é, a semelhança do TCP/IP, um protocolo
dividido por camadas. Permite o roteamento e suporta mais do que um tipo de
standards, tais como o Ethernet II, IEEE 802.2 e IEEE 802.3.
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Unidade de transferência básica de uma rede comutada de pacotes em que a hora e a ordem de
entrega não são garantidas.
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Nesse tipo de rede, pastas, ficheiros, dados e periféricos (drives ópticas, impressoras,
etc.) podem ser partilhados entre os nós, podendo ainda (em função das permissoes
atribuídas) facilmente aceder, ler, alterar e editar os conteúdos armazenados nos
restantes nós. Caracteristicas de uma rede Ponto-a-Ponto:
Utilizada em redes de pequena dimensão (normalmente até 10 hosts);
Implementação fácil e baixo custo;
Baixos níveis de seguranca;
Sistemas simples de cablagem;
Os hosts podem funcionar sem estar conectados à rede;
Normalmente não existe um administrador de rede;
Normalmente não existem servidores, cada host pode ser um tipo de servidor;
b) Client-Server/Cliente-Servidor
Sistema de organização vertical (hierárquico) e centralizada num elemento denominado
servidor, um computador que disponibiliza um ou mais recursos para os demais clientes
(host) na rede.
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a) Servidor de Rede
Tem como função a gestão e a monitorização da rede ao nível do tráfego, desempenho
e da presença dos clientes (hosts), sendo possível a um administrador de rede detectar
erros, efectuar diagnósticos e resolver eventuais problemas, tais como falhas de
comunicação, quebras de desempenho, etc.
b) Servidores de Ficheiros
Têm a função de disponibilizar e gerir em toda a rede um serviço de armazenamento,
partilha e acesso a ficheiros, através de suas unidades de armazenamento. Para
sistemas operativos diferentes é necessário usar-se um standard para o sistema de
ficheiros (NFS11 por exemplo), convertendo (pelos protocolos da camada apresentação)
os vários ficheiros dos nós para o correcto armazenamento no servidor.
c) Servidor de Aplicações/Serviços
Permite disponibilizar à rede determinados serviços e aplicações como, por exemplo,
uma base de dados, um servidor Web, servidor de calendários, acesso remoto a
determinado software, entre outros.
d) Servidor de Impressão
Tem como finalidade facultar serviços de impressão aos clientes da rede. Pode ser parte
constituinte de um servidor de aplicações ou serviços.
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NFS (Network File System): Sistema de ficheiros desenvolvido pela Sun Microsystems, Inc. para a
partilha de ficheiros e pastas entre computadores com sistemas operativos distintos numa rede local.
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f) Servidor de Comunicações
Realiza tarefas relacionadas com as várias possibilidades de comunicação quer da rede
interna, quer com redes externas. Usando um router este servidor pode correr vários
serviços de comunicação, tais como um servidor de correio electrónico, um servidor de
mensagem (XMPP/Jabber)12, um servidor de Intranet 13, bem como outros serviços que
permitam a comunicação interna e/ou externa.
g) Servidor de Directório
Permite armazenar informação de forma extensível e que pode ser acedida através de
rápidas pesquisas.
12
XMPP (Extensible Messaging and Presence Protocol): Protocolo XML extensível e aberto para sistemas
de mensagens instantâneas.
13
Intranet: "Versão privada da Internet" ou mini-Internet confinada a uma organizacão.
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Assim, o SOR é um SO desenhado para servir de suporte à conexão de redes locais por
parte de Workstations e computadores pessoais. São exemplos dos primeiros SOR o
Artisoft LANtastic, Banyan VINES, Novell's NetWare e Microsoft's LAN Manager.
O SOR, para além das funções de comunicação controla o acesso aos recursos
partilhados evitando, por exemplo, que um utilizador não autorizado apague ficheiros
que não lhe pertencem.
b) Administração
O Administrador de Rede é a entidade que instala, opera e gere a rede, bem como o
SOR. É de a sua competência configurar os equipamentos e o software para que ambos
trabalhem em conjunto.
c) Estrutura
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Cada entidade tem as suas propriedades que podem ser configuradas de forma
independente consoante:
Exercícios
1. Em que consiste uma rede de computadores? Refira‐se à vantagem da sua
implementação.
R: Uma rede de computadores é constituída por dois ou mais computadores
interligados por cabo, por linhas telefónicas ou por comunicações sem fios. Na
rede podem ser adicionados outros tipos de equipamentos, como por exemplo,
periféricos (impressoras, modems, etc.) ou equipamentos de rede, como, os hubs,
switchs, routers, etc. As vantagens mais significativas de uma rede de
computadores são a partilha de hardware e de software. Relativamente ao
hardware pode‐se referir a partilha de impressora para todos ou para um grupo de
computadores, modem comum para acesso à Internet, partilha de discos rígidos para
armazenar informação, partilha de leitores de CD e DVD. Relativamente ao
software pode‐se referir a partilha de programas e dados armazenados
nos discos rígidos, acesso a bases de dados centralizadas ou partilhadas num
computador, troca de mensagens e informação pelos utilizadores da rede, acesso
e administração remota, centralização das cópias de segurança, etc.
Bibliografias
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