Artigo Cientifico Proordem

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ESCOLA SUPERIOR DE DIREITO

CÉLIO FERREIRA DA SILVEIRA

EXCLUSÃO DA ILICITUDE PELA LEGITIMA DEFESA POR DIREITO


PROPRIO OU ALHEIO

GOIÂNIA
2019
CÉLIO FERREIRA DA SILVEIRA

EXCLUSÃO DA ILICITUDE PELA LEGITIMA DEFESA POR DIREITO


PROPRIO OU ALHEIO

Artigo Científico apresentado ao curso de Pós-Graduação ao


PROORDEM como requisito para a conclusão do curso de
pós-graduação “lato sensu” em Direito Penal e Processo
Penal sob a coordenação do Profº. Thiago Peres

GOIÂNIA
2019
RESUMO

O presente artigo cientifico tem como tema a Exclusão da ilicitude pela legitima
defesa em direito próprio ou alheio, objetivando analisar sob a seara Penal os meios
as quais dão causa a excludente de ilicitude e as demais disposições legais
referentes ao tema. Com o estudo do direito Penal visando a analise simples e
complexa dos fatos, cuja a busca é de explicar e sanar dúvidas metódicas com
referência na explanação a legitima defesa como uma excludente nos casos
próprios e de terceiros. Faz-se uma abordagem dos instrumentos penais legais
dispostos na Lei para atribuir essas excludentes. Espera-se que a análise cientifica
proposta contribua não so com a explanação da narrativa como também com os
conflitos que se emerge diante o tema visto sua importância para sociedade e o
risco que se dá ao ter este como problema, visando a levar o entendimento correto
sua prioridade. As técnicas de pesquisa utilizada foram cientificas na modalidade
qualitativa, quantitativa e comparativa, onde foram adotados os tipos de abordagens
metodológicas: estudo bibliográfico e pesquisa histórica.

Palavras chaves: excludente; ilicitude; legitima; defesa; próprio; terceiro.


ABSTRACT

The present scientific articles has as its theme the exclusion of unlawfulness by
legitimate defense in its own or someone else’s right, others, aiming to analyzer
under a criminal law the means that cause penalty as the exclusion of unlawfulness
and other legal items related to the theme. With the stud of Criminal law, which
follows simple and complex analyzes of facts, which seeks to explain and resolve
methodical doubts with reference to the explanation of legitimate defense as an
exclusionary exclusion in the unique and specifc cases. It takes an approach to the
legal penal instruments provided by the law to assign these exclusives. It is hoped
that a proposed scientific analysis will contribute not only to an explanation of the
narrative but also to the conflicts that arise from the subject given its importance to
society and the risk that this problem may be caused by you; priority. As research
techniques used, qualitative, quantitative and comparative techniques were
developed, where the types of methodological approaches were adopted
bibliographic study and historical research.

Keywords: Excluding; unlawfulness; legitimate; defense; own; third.


SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................................................3
SUMÁRIO......................................................................................................................5
INTRODUÇÃO..............................................................................................................6
1. Conceito Histórico...................................................................................................8
2. Legitima defesa e sua fundamentação jurídica......................................................9
3. Requisitos.............................................................................................................10
4. Legitima Defesa por direito próprio ou alheio.......................................................11
5. Excessos da Legitima defesa e meios necessários e estrito cumprimento de
dever legal...................................................................................................................12
6. Excludentes de Ilicitude........................................................................................14
Conclusão....................................................................................................................17
REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
7

INTRODUÇÃO

A problemática, objeto da presente proposta, fica diante das condutas


relativas as pessoas que são resguardadas por um direito bem delicado, sendo a de
se ‘’auto’’ defender e defender a outrem na proporcionalidade da lei, para que seja
acobertado por uma excludente.

Existem alguns pontos principais para se abordar, cuja ele seja


especificamente quando se aplica determinada excludente, pois como ela ataca
diretamente um bem valioso e protegido pelo direito (a VIDA) não pode ser apenas
uma análise supérflua.

Desta forma vem a indicar parâmetros para a concessão do direito de


legitima defesa buscando responder as seguintes perguntas: Quando se dá a
caracterização do direito há excludente de ilicitude? Quando pode ser dado a
legitima defesa em forma de terceiros? Quando pode cessar o direito de legitima
defesa em ambas as formas? A dificuldade de se dar um veredito em relação a
legitima defesa em geral?

A constituição federal nos dá várias garantias, uma delas é a vida e que


segundo a mesma a vida é um bem cuja o qual não pode ser tirado por outra pessoa
sendo ele um direito inviolável, está expressamente referido em seu artigo 5º:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)

Mas diante de algumas situações a lei nos garante uma defesa. Está se dá
como legitima defesa que nosso código traz em seu art. 23 incisos II do código
penal.

 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 


I - Em estado de necessidade
II - Em legítima defesa
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
8

Contudo apenas este fato lido a discussão dele é bem mais ampla do que se
imagina, pois, cada fato é muito delicado, sendo este um tema bem relevante a se
tratar.

Espera-se que a análise científica proposta contribua não só para


compreensão dos conflitos apresentados, como também esclareça toda a visão
sobre a abordagem e os parâmetros da concessão do direto sendo tanto ele sobre a
vida ou sobre a legitima defesa.

Conforme explicado, o problema se instala na em alguns pontos principais,


sendo ele a defesa da vida em forma de legitima defesa com suas devidas
observâncias para que não transborde a seus excessos e a inviolabilidade do direito
à vida de outrem.
9

1. Conceito Histórico

Diante doutrinadores como Damásio (2011, p.425) diz que ‘’A noção jurídica
da legítima defesa somente surgiu quando o Estado reclamou para si o castigo do
autor em face da prática de uma ofensa pública ou privada’’ diante disto que foi
dando o conceito de legitima defesa que vem sendo aprimorado desde os primórdios
da sociedade.

Mas, contudo, doutrinadores como Masson. diz que :

‘‘O instituto da legítima defesa é inerente à condição humana. Acompanha o


homem desde o seu nascimento, subsistindo durante toda a sua vida, por
lhe ser natural o comportamento de defesa quando injustamente agredido
por outra pessoa’’(Masson, 2013,p 494).

Então Masson explica que ‘‘o homem vem com a legitima defesa desde
sempre, que a reação da pessoa é praticamente involuntária sendo ela o
comportamento do ser humano de se defender e defender sua vida ou seus bens’’.

Deste que se trata o artigo 25 do Código de penal cuja se dá o conceito de


Legitima Defesa em nosso ordenamento jurídico, então se subentende que a
Legitima defesa se tem desde os primórdios da humanidade mesmo que não
tacitamente dita nas leis, mas fixadas na sociedade.

Sendo assim como diz o Bitencourt (2018, p.618) ‘‘A legítima defesa, um dos
institutos jurídicos mais bem elaborados através dos tempos, representa uma forma
abreviada de realização da justiça penal e da sua sumária execução’’. Diante o fato
descrito a legitima defesa chegou para impor a antijuridicidade falando que o ato
praticado deixa de ser crime com a exclusão da antijuridicidade, sendo a legitima
defesa vista, aprimorada, até chegarmos nos dias de hoje onde temos os conceitos
as características e tudo mais que se tem em vista para dar o conceito de legitima
defesa.
10

Com isso conclui-se que a legitima defesa segundo Bitencourt:

‘’ O reconhecimento do Estado da sua natural impossibilidade de imediata


solução de todas as violações da ordem jurídica, e objetivando não
constranger a natureza humana a violentar-se numa postura de covarde
resignação, permite, excepcionalmente, a reação imediata a uma agressão
injusta, desde que atual ou iminente, que a dogmática jurídica denominou
legítima defesa’’. (Bitencourt, 2018, p.618)

2. Legitima defesa e sua fundamentação jurídica

A Legitima defesa é trazida pelo nosso ordenamento jurídico em seu Artigo


25 do Código Penal:

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos


meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984.)

Como está expresso em nosso ordenamento jurídico será caracterizado a


legitima defesa nesses casos, sendo assim qualquer ato que ultrapasse os direitos
ditos no Código Penal não irá caracterizar então a Legitima defesa, mas como diz
Zaffaroni e Pierangeli (p. 582) ‘‘A defesa a direito seu ou a outrem, abarca a
possibilidade de defender legitimidade qualquer bem jurídico’’ sendo assim podemos
vislumbrar a ideia de defesa não estrita a própria pessoa, mas também ao bem e a
outrem.

E ainda diante ao artigo 23 do código penal:

Art.23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:


I - Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Se dá uma excludente de ilicitude então a Legitima defesa como dito neste


artigo presente, sendo assim este fato como um fato praticado em defesa própria ou
11

a outrem como um ato licito desde de que não ultrapasse os limites que se impõe,
ele não configura crime.

Diante ainda exposto Bitencourt entende que:

A legítima defesa apresenta um duplo fundamento: de um lado, a


necessidade de defender bens jurídicos perante uma agressão injusta; de
outro lado, o dever de defender o próprio ordenamento jurídico, que se vê
afetado ante uma agressão ilegítima. O exercício da legítima defesa é um
direito do cidadão e constitui uma causa de justificação contra uma
agressão injusta. Quem se defende de uma agressão injusta, atual ou
iminente, age conforme ao Direito (Bitencourt, 2018, p.619)

Como explanado a defesa vem de dar a pessoa o meio para qual ela possa
repelir a injusta, atual ou iminente agressão sendo assim agindo conforme a lei nos
passa entrando a fundo na exclusão da ilicitude abarcado na legitima defesa.

3. Requisitos

Contudo o Artigo 25 do código penal tem ligação direta com alguns


requisitos de dependência da legítima defesa, sendo esta agressão injusta, atual ou
iminente, direito próprio ou alheio, reação com os meios necessários, e uso
moderado dos meios necessários.

Cuja o qual Masson diz que:

‘‘Os requisitos da Legitima defesa podem ser divididos em 2 blocos sendo o


primeiro a Agressão (Injusta, Atual ou eminente, contra direito próprio ou
alheio) e o segundo bloco a Reação (Emprego dos meios necessários; e
uso moderado de tais meios’’(Masson , 2013, p.495).

Tendo então estes requisitos como previa visão da qualificação e


identificação do que é realmente a legitima defesa e que, contudo, poderá ser dado
a excludente de ilicitude visando a absorção testes requisitos. Ainda visando que
com todos os requisitos preenchidos é importante observar o uso de tais, para que
nunca haja o excesso e o direito ultrapasse seus limites.

Em relação a agressão Juarez diz que:

‘’Agressão é toda ação humana de violência real ou ameaçada dirigida


contra bens jurídicos do agredido ou de terceiros. O conceito de agressão
não abrange as chamadas não-ações, no caso de lesão de bens jurídicos
12

relacionada a ataques epiléticos ou estados de insciência, como sono,


desmaio ou embriaguez comatosa - que podem, todavia, fundamentar o
estado de necessidade -, porque movimentos corporais meramente causas
não constituem ações humanas"(Juares, 2008)

Então todo bem que é tutelado pelo estado que sofrer ameaça ou for
agredido, este está sofrendo uma agressão, tendo em vista que este ato é humano
de violência tendo assim a caracterização de agressão.

Tendo em vista ainda que a agressão pode ser tanto injusta, atual ou
eminente, mas sempre lembrando para repelir determinada conduta tem que ser
observado os parâmetros jurisdicional.

4. Legitima Defesa por direito próprio ou alheio

A legitima defesa tem uma grande abrangência pois todos os bens jurídicos
podem ser protegidos desde ofensa a honra, lesões corporais leves e ainda bens
jurídicos de baixa relevância. Com isso Bitencourt, (2018, p.624) diz, ‘‘Qualquer bem
jurídico pode ser protegido pelo instituto da legítima defesa, para repelir agressão
injusta, sendo irrelevante a distinção entre bens pessoais e impessoais, disponíveis
e indisponíveis’’.

Diante a legitima defesa de terceiro cuja é aquela que indiferentemente pode


ser defendida tanto pelo próprio como titular do bem agredido tanto como por
terceiros com isso Masson (2013, p.497) ‘‘E na legítima defesa de terceiro, a reação
pode atingir inclusive o titular do bem jurídico protegido. O terceiro funciona como
agredido e defendido, simultaneamente’’. Neste caso a legitima defesa em face de
terceiro pode ser dado a excludente mesmo que a pessoa que esteja defendendo
um bem ou uma pessoa, seja por qualquer motivo, que caiba a legitima defesa não
precisa ter conhecimento de quem é a pessoa e sim alguém que realmente precise
naquele momento é esteja sofrendo uma agressão por exemplo.

Mas como diz Bitencourt :

‘’No entanto, na defesa de direito alheio, deve-se observar a natureza do


direito defendido, pois quando se tratar de bem jurídico disponível, seu
titular poderá optar por outra solução, inclusive a de não oferecer
resistência’’. (Bitencourt, 2018, p.624)

Já a Legitima defesa em direito próprio seria então a defesa cuja o próprio


13

detentor do bem jurídico ofendido está repelindo e executando os meios de defesa


necessário para manter a integridade física ou um bem, como diz Bitencourt,(2018,
p.624) ‘’legítima defesa própria, quando o repelente da agressão é o próprio titular
do bem jurídico ameaçado ou atacado’’.

Diante disto se tem então a legitima defesa em direito próprio cuja não tem
muitas dificuldades de se observar pois a agressão injusta ou indevida se recai
contra a própria pessoa que se defende, contudo, os meios cuja se repele esta
ameaça devem ser tomados com a devida cautela pois seu excesso pode tirar a
excludente de ilicitude, como será observado no próximo tópico.

Agora a legitima defesa é diferente de vingança pois nunca se pode


confundir a vingança com a legitima defesa. Devido que a vingança seja algo
premeditado algo que aconteça após a eminente ameaça, se tratando assim de
outro assunto a legitima defesa como dito está em algo próximo, eminente, pois ai
sim podemos dizer que se caracteriza a legitima defesa.

5. Excessos da Legitima defesa e meios necessários e estrito cumprimento de


dever legal

Como a vida é um bem de valor a ser resguardado, tem que ser ela
preservada na sua proporcionalidade, como diz Masson:

‘‘O meio necessário, desde que seja o único disponível ao agente para
repelir a agressão, pode ser desproporcional em relação a ela, se
empregado moderadamente. Imagine-se um agente que, ao ser atacado
com uma barra de ferro por um desconhecido, utiliza uma arma de fogo,
meio de defesa que estava ao seu alcance. Estará caracterizada a
excludente. Se o meio empregado for desnecessário, estará configurado o
excesso, doloso, culposo ou exculpante (sem dolo ou culpa), dependendo
das condições em que ocorrer’’. ( Masson, 2013, p.499)

Mesmo que seja a vida, deve sempre observar a proporcionalidade e a


desproporcionalidade, mas sempre com a ideia de emprego moderado pois assim
há um resguardo da vida se possível e a proporção aplicada pode ser
desproporcional se moderado, sempre com a observação legal.

Diante disso Bitencourt (2018, p.625) diz: ‘‘A configuração de uma situação
de legítima defesa está diretamente relacionada com a intensidade e gravidade da
agressão, periculosidade do agressor e com os meios de defesa disponíveis’’. Pois
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diante os meios disponíveis que se dá a proporção a ser aplicada, como uma


pessoa que venha lhe agredir o tempo de reação para sessar a agressão
geralmente é pequeno, então os meios utilizados geralmente é o que se tem em
mão ou os a vista.

Ainda visando os meios necessários para cessar a agressão tem sempre


que se notar a equiparar aos meios agredidos para que não ocorra um excesso,
como diz Bitencourt (2018, p.625):

‘‘No entanto, não se exige uma adequação perfeita, milimetrada, entre


ataque e defesa, para se estabelecer a necessidade dos meios e a
moderação no seu uso. Reconhece-se a dificuldade valorativa de quem se
encontra emocionalmente envolvido em um conflito no qual é vítima de
ataque injusto. (Bitencourt 2018, p.625)

Como dito, não precisa ser exatamente proporcional de modo que a defesa
seja igual ao ataque e sim de modo que finalize a agressão indevida.

Com isso sempre devemos observar que terá que ser levado em
consideração o mínimo gravoso ao atacante que com isso Nucci diz: ‘‘são os
eficazes e suficientes para repelir a agressão ao direito, causando o menor dano
possível ao atacante”(Nucci, 2005.p. 229)

Ainda que no cumprimento do dever legal deve ser visto a razoabilidade e a


proporcionalidade da ação em detração da Legitima defesa, como diz Bitencourt:

‘’ quem pratica uma ação em cumprimento de dever imposto pela lei não
comete crime. Ocorrem situações em que a lei impõe determinada conduta
e, em face da qual, embora típica, não será ilícita, ainda que cause lesão a
um bem juridicamente tutelado. Nessas circunstâncias, isto é, no estrito
cumprimento de dever legal, não constitui crimes a ação do carrasco que
executa a sentença de morte, do carcereiro que encarcera o criminoso, do
policial que prende o infrator em flagrante delito etc. Reforçando a licitude
de comportamentos semelhantes, o Código de Processo Penal estabelece
que, se houver resistência, poderão os executores usar dos meios
necessários para defenderem-se ou para vencerem a resistência’’
(BITENCOURT, 2008, p. 332)

Que ainda no artigo 23 do código penal se dá a excludente de ilicitude para


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aqueles que no estrito cumprimento do dever legal será vislumbrado pelo código
penal a excludente de ilicitude do tal ato, pois este tem o dever de agir.

O dever legal ele realmente exclui a ilicitude do devido ato que se praticou,
sendo assim ele mesmo cometendo algum crime como diz o código penal um fato
típico, será este desconsiderado pois o agente que tal o cumpre, o fez devido a seu
dever legal sendo assim uma determinação prevista por lei como nos dá o artigo 23
do código penal, caracterizando claramente a excludente de ilicitude pelo estrito
cumprimento do dever legal, mas sempre visando que mesmo no estrito
cumprimento do dever legal será punido o excesso.

6. Excludentes de Ilicitude

Para concluir o pensamento sobre ilicitude devemos observar primeiro o que


é realmente uma excludente de ilicitude, sobre isso nosso código traz em seu artigo
23 do código penal, quais são as excludentes abarcadas em nosso ordenamento
jurídico, mas ainda sobre a ilicitude Nucci nos define como ‘’ a contrariedade de uma
conduta com o direito, causando efetiva lesão a um bem protegido’’ vendo que
então a conduta é diversa ao direito, infligindo o que ele nos diz, que com isso
ocasiona uma lesão a tutela jurisdicional .

Diante a excludente de ilicitude o código penal nos dá em seu artigo 23 tais


excludentes cuja são:

Art.23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:


I - Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Sendo assim quando o agente age em algum desses 3 fatores ditos pelo
nosso código penal não será crime quando praticado tais atos, seja no estado de
necessidade ou legitima defesa ou no estrito cumprimento do dever legal,
imputando-se a eles a excludente de ilicitude. Não quer dizer que não seja ilícito, só
está falando que caso cometa tais atos, que sejam acobertados por esse artigo está
caracterizado a excludente de ilicitude. Caso aconteça a descaracterização da
ilicitude quem cometeu o ato será julgado normalmente.
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Dentro destas excludentes podemos dar diferença entre o estado de


necessidade e a legitima defesa.

A legitima defesa em diretamente ligada ao ato humano como diz Masson


(2013,p 505) ‘‘Na legítima defesa, o perigo provém de uma agressão ilícita do
homem, e a reação se dirige contra seu autor’’. Que nos vem a dizer que o homem é
propriamente o causador do dano eminente ou atual causado. Ainda que indiferente.

Agora sobre o estado de necessidade ainda é uma causa de excludente de


ilicitude de algum fato que deste se originou a, pôr um agente, em nosso
ordenamento jurídico está descrito em seu artigo 24 do código penal o que é
considerado o estado de necessidade sendo ele:

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (BRASIL, 1941)

Dado o conceito de estado de necessidade pelo artigo 24 do código penal


ele é abarcado e suscitado também em seu artigo 23 do código penal caracterizando
uma excludente de ilicitude.

Ainda é possível que exista a hipótese das duas ao mesmo tempo quando
existe neste caso o estado de necessidade em decorrência da legitima defesa, com
relação a isso Masson Diz:

‘’É possível que uma mesma pessoa atue simultaneamente acobertada pela
legítima defesa e pelo estado de necessidade, quando, para repelir uma
agressão injusta, praticar um fato típico visando afastar uma situação de
perigo contra bem jurídico próprio ou alheio. Exemplo: “A”, para defender-se
de “B”, que injustamente desejava matá-lo, subtrai uma arma de fogo
pertencente a “C” (estado de necessidade), utilizando-a para matar o seu
agressor (legítima defesa) ’’ (Masson, 2013,p.506)

Neste caso a legitima defesa é tomada de forma que seja a última opção,
como diz Bitencourt:
17

‘’ No estado de necessidade há um conflito de interesses legítimos: a


sobrevivência de um significará o perecimento do outro; na legítima defesa
o conflito ocorre entre interesses lícitos, de um lado, e ilícitos, de outro: a
agressão é ilícita; a reação é lícita, isto é, legítima. Na legítima defesa a
preservação do interesse ameaçado se faz através de defesa que é dirigida
contra o autor da agressão, enquanto no estado de necessidade essa
preservação ocorre através de ataque ao bem jurídico de um terceiro
inocente. No estado de necessidade existe ação e na legítima defesa,
reação ’’. (Bitencourt, 2018, p.628)

Como observado a reação de defesa seja própria ou terceira, ela vem com
atos lícitos e ilícitos. Lícitos diante a defesa proporcional e ilícitos diante o ataque
indevido. Mas ainda

Com a observação do exercício regular do direito ainda como uma


excludente de ilicitude ainda vemos que caso aconteça algum ato do agente não
será caracterizado como ilícito. Diante disto como diz Bitencourt:

‘’O exercício de um direito, desde que regular, não pode ser, ao mesmo
tempo, proibido pela ordem jurídica. Regular será o exercício que se
contiver nos limites objetivos e subjetivos, formais e materiais impostos
pelos próprios fins do Direito’’. (Bitencourt, 2018, p.632 p.633)

O entendimento diz que não deve ser proibido algo que foi imposto, sendo
assim punindo somente como sempre frisado neste, o abuso o excesso que aí sim
descaracteriza a excludente. Mas ainda vendo que o exercício deve ser regular do
direito.
18

Conclusão

Conclui-se que a legitima defesa é vivida há tempos, ela já vem sendo


enraizada no homem desde seus primórdios, pois diante disto que o homem realiza
a defesa de sua vida e seus bens de uma forma que a lei permite. Com isso os
homens sempre utilizando deste meio para defesa própria ou até mesmo a ajudar
alguém na forma de defesa a terceiros vem sendo aprimorados e colocados em lei.
Hoje o instituto da legitima defesa é uma excludente de ilicitude que consta no artigo
23 do código penal em seu inciso II, onde ele exclui o fato dizendo que não é crime
se praticado conforme diz a lei, tornando uma excludente de ilicitude.

Diante tudo isso, a legitima defesa tem alguns requisitos para que assim se
torne uma excludente, e somente será determinado legitima defesa se capturar toda
essência que o código nos traz, pois existe requisitos para se observar, que então
destes se toma a legitima defesa. Sendo que a não observância pode
descaracterizar a legitima defesa.

Assim o instituto da Legitima defesa veio em nosso ordenamento jurídico em


uma forma de prevenção, pois todos os atos são postos para prevenir que algo
aconteça a alguém ou a alguma coisa, ou que, já esteja acontecendo mas para
evitar uma quebra de um bem maior esteja acobertado pela lei.

Existem alguns meios de legitima defesa, o tema abordado é por direito


próprio ou alheio, sendo assim a defesa que você próprio pode tutelar a seus bens e
sua vida como exemplo, e também a tutela de bens alheios da forma que convém,
sempre com a observância da lei.

A legitima defesa é tomada por meios cuja uma pessoa ou alguém no


resguardo da lei executa uma ação com os meios necessários para repelir uma
agressão, seja a pessoa ou a bens, sendo assim os meios que se usam são os de
mais fácil alcance aquela que esta resguardando o bem, pode ser até
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desproporcional a agressão injusta ou eminente, mas usada em sua


proporcionalidade.

E bem complicado a medição de proporção, mas é completamente


compreensível se não cessar a agressão o uso até que este pare. Como por
exemplo um bandido que vem lhe dar uma facada, injusta agressão, você repelir
com um tiro é desproporciona, l um tiro com uma facada, mas proporcional para
cessar a eminente agressão se foi a última hipótese.

Concluindo está é uma excludente de ilicitude que dá uma defesa a mais ao


que o estado nos proporciona, pois, o estado não pode estar em todo lugar todo o
tempo. Então existe está excludente que descaracteriza determinadas ações dos
indivíduos para que estes, cuja cometeu tais atos, não seja punido como bandido se
ele está apenas resguardando sua integridade física ou um bem tanto, seu quanto
de outrem.

Ficando assim resguardado o direito também nos casos de estrito


cumprimento de dever legal, claro sempre visando a razoabilidade e a
proporcionalidade da ação aplicada, amparando então além de toda sociedade
ainda os que trabalham com a segurança, pois ainda mais estão sujeitos a ter a
legitima defesa como uma excludente de ilicitude.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Código de Processo Penal e Constituição Federal. 54. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 12. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 24. ed. São
Paulo: Saraiva, 2018
_______. Código Penal e Constituição Federal. 52. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
JUAREZ, Cirino dos Santos. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Lumen Juris ICPC.
2008
JESUS, Damásio de. Direito Penal, Volume 1: Parte Geral. 32. Ed. Rev. E atual. -
São Paulo: Saraiva, 2011
Nucci, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral: parte especial –
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral, parte especial. 6.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009
MASSON, cleber. Direito penal esquematizado: parte geral (art. De 1 a 120)- vol.1/
Cleber Masson. - 08.ed.rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2013.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal
brasileiro: parte geral. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015

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