5-Globalização No PEA
5-Globalização No PEA
5-Globalização No PEA
Unisave
Massinga
ii
Unisave
Massinga
iii
Índice
0.Introdução................................................................................................................................4
0.1.Objectivo geral......................................................................................................................4
0.2.Objectivos específicos..........................................................................................................4
0.3.Metodologia..........................................................................................................................4
1.1Conceito de Globalização......................................................................................................5
3.Conclusão...............................................................................................................................17
4.Bibliografia............................................................................................................................18
4
0.Introdução
0.1.Objectivo geral
0.2.Objectivos específicos
Conceptualizar a globalização;
Descrever o surgimento da Globalização;
Abordar a globalização na educação;
Explicar a Globalização no Processo de Ensino e Aprendizagem.
0.3.Metodologia
O mesmo está dividido em dois capítulos sendo que o primeiro aborda os conceitos básicos: a
globalização; o processo de ensino e aprendizagem e breve historial do surgimento da
globalização. Entretanto o segundo capítulo aborda a questão da globalização e o processo de
ensino e aprendizagem. Neste são destacados aspectos da globalização na educação e no
processo de ensino e aprendizagem.
5
1.1Conceito de Globalização
Quando falamos de globalização surgem varias percepções que embora sejam heterogéneos
apresentam uma comunhão semelhante. Em outras percepções gira existem outros conceitos
mais vulgares que se assemelham com o de globalização, são exemplos de
internacionalização, mundialização. Em linhas gerais a interpretação destes conceitos
assemelham-se com a globalização. Entretanto de acordo com Ortiz (1994 cit. em Freitas et
al. 2001):
No mesmo diapasão, Campos e Canavezes (2007) vão mais além afirmando que a ideia de
globalização remete a um conjunto de transformações económicas, políticas, sociais e
culturais a nível mundial, nas quais estão associadas, por exemplo, as inovações tecnológicas.
No entender de Santos (2000) define “globalização como sendo uma revolução que se
projecta como factor de descriminação e de aprofundamento das diferenças sociais” (p.20).
Na óptica de Pinho (s/d) globalização trata-se do processo de unificação dos mercados e à
homogeneização da economia mundial, segundo o modelo capitalista de desenvolvimento. O
autor apresenta a globalização sendo essencialmente, económico-financeira e se expressa no
imenso poder do capital transnacional, implantado em âmbito mundial graças ao avanço de
novas e poderosas tecnologias. Portanto, a verdadeira globalização é, sempre e em todo lugar,
um fenómeno de características basicamente económicas.
Para Kliksberg & Sem (2010 cit. em Almeida et al. 2015) entende que a globalização é um
processo que promove a integração de diferentes comunidades, a globalização tem
contribuído para o progresso dos países por meio da realização de viagens, do comércio, da
migração, da difusão de influências culturais, da disseminação do conhecimento e do saber
científico e tecnológico, na livre circulação de capital, e da transnacionalização de
megaempresas.
6
O processo de ensino e aprendizagem deve ser compreendido como uma política cultural, isto
é, como um empreendimento pedagógico que considera com seriedade as relações de raça,
classe, género e poder na produção e legitimação do significado e experiência. Segundo
Fernandez (1998) todo acto educativo obedece determinados fins e propósitos de
desenvolvimento social e económico e em consequência responde a determinados interesses
sociais, sustentam se em uma filosofia da educação, adere a concepções epistemológicas
específicas, leva em conta os interesses institucionais e, depende, em grande parte, das
características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores,
comunidades escolares e demais factores do processo.
Uma bela visão reflexiva e analítica da situação actual do nosso ensino está virada mais para a
memorização, pouca preocupação com o desenvolvimento de habilidades para reflexão crítica
e auto-crítica dos conhecimentos que aprende; as acções ainda são centradas nos professores
que determinam o quê e como deve ser aprendido e a separação entre educação e instrução.
Hoje em dia a educação está mais virada para o aluno; ele constitui o foco principal da
aprendizagem, ele deve ser o actor e investigar sujeito descobridor. Deve considera-se a
integração do cognitivo e do afectivo, do instrutivo e do educativo como requisitos
psicológicos e pedagógicos essenciais para que o educando avance progressivamente.
7
De acordo com Rattner (1995), a globalização tem início no pós-guerra, cujo período era
caracterizado pela rápida expansão e integração da economia mundial, baseado no aumento
das relações comerciais e do crescimento dos investimentos externos. Por obséquio, os
autores como Costa (2002), Santos (2011) deixam claro que a globalização sucedeu no final
da Guerra Fria e se instalou com a hegemonia do capitalismo. Assim, a maioria dos autores
entende que a globalização é um processo económico, social e cultural estabelecido nas duas
ou três últimas décadas do século XX.
Realmente neste sentido descordamos com os autores quando falam do ano 70, tomando em
conta o conceito da globalização no entendimento mais generalizado, começa desde a
interacção das trocas comerciais iniciais. Ora vejamos, o capitalismo se é um sistema
económico que tem como um elemento fulcral o capital, este por sua vez que gira em torno do
mercado, por outro lado a manifestação capitalista não se limita apenas no capital mas
também movimenta a sua concentração no lucro.
O mundo actual percorre para uma estatística contraditória. Vivemos num mundo em que a
tecnologia facilita todo trabalho da humanidade em contrapartida as taxas de pobreza, baixo
8
A globalização possibilitou a integração entre todos os países do globo, seus respetivos povos
e cultura, quebrou barreiras regionais, o que facilitou as relações comerciais, entretanto, gerou
efeitos negativos muito graves, principalmente no aspecto social (Dupas, 1999). Por outro
lado, a Globalização e exclusão representam a dialéctica da mundialização do capital, já que
são conceitos que estão intrinsecamente ligados entre si. O primeiro representa as
características actuais do processo de desenvolvimento do capitalismo em esfera mundial e o
segundo, sua consequência mais notória e directa (Santos, 2001).
Como fundamenta Ortiz (1994 cit. em Freitas et al. 2001) a existência da sociedade
globalizada não ocorre da mesma maneira uniforme, pois o mundo apresenta diferentes
estágios de desenvolvimento. De igual modo que não é globalização mas sim é um processo
de desenvolvimento social bastante descontinuo, selectivo e excludente. Castells (1999)
concorda com Ortiz (1994) nos seguintes termos: a globalização não é homogénea, porque as
sociedades são diferentes e as consequências são drásticas e diferentes. De igual forma que o
autor enfatiza a área de informação como sendo um motor da globalização mas esta não é
recebida de igual forma nas sociedades devido as suas diversidades e especificidades.
Para além disso, Afonso & Ramos (2007) referem que as reformas educativas e a
reestruturação dos sistemas educativos voltam a ser pensadas mediante as mudanças, ainda
mais, globais no sistema capitalista, fazendo assim, à apologia de uma reconexão mais forte
entre o mandato das políticas educativas e as Mudanças na Educação devido supostas
necessidades dos sistemas produtivos e da competitividade econômica, dirigidas agora para
mercados e espaços económicos que transcendem cada vez mais e a capacidade de regulação
dos Estados nacionais. Robustecendo ainda, Souza (2006) propõe que “a globalização abre
novas perspectivas e oportunidades, mas acarretam também, problemas e dificuldades, em
particular, desigualdade econômica” (p.20), o que tem de certa forma, reforçado e
questionado a dimensão democrática da mundialização.
Os autores consideram, além disso, que a governança internacional tem-se expandido nos
âmbitos regional e global, possibilitando novas maneiras de pensar sobre a política, a
economia, educação e a mudança cultural. Oliveira (2002) afirma ainda ser necessário que as
organizações escolares revejam suas formas de planeamento e administração estratégica, a
fim de alcançarem condições, tendo possibilidades para obterem vantagens competitivas para
qualquer nova estrutura organizacional escolar.
De acordo com Bernard Charlot (2007) a educação face à globalização sofreu mudanças
significativas. Tais, constitui um novo desafio para o PEA, em que as políticas educativas
voltaram-se à fragmentação, a diferenciação, profissionalização e o mercado. O saber tornou-
se uma acumulação de um capital humano em vistas a custos e benefícios, como se fosse uma
mercadoria. O aprendizado passou a ser posto sob a ótica objetividade, em que se pode
10
Na verdade existem mais escolas que se preocupam em formar cada vez mais e sem realmente
se preocupar com a finalidade destes. O que significa que a educação foi globalizado no
sentido económico de apenas importar o lucro e não o benefício do consumidor. No entender
de Charlot (2007):
(...) a globalização é, antes de tudo, um processo socioeconômico. Todavia, ela traz também
consequências culturais, através do encontro entre culturas e do aparecimento e espalhamento
de novas formas de expressão. Cabe destacar a miscigenação entre povos devido aos
fenômenos de migração acrescido, a divulgação mundial de informações e imagens pela mídia
audiovisual e a internet, a ampla difusão de produtos culturais, a generalização do uso do
inglês ou de uma língua internacional baseada nele, em detrimento de outras línguas. As
consequenciais culturais e até sociocognitivas desses fenômenos ainda são difíceis de serem
avaliadas, mas não há dúvida de que constituem novos desafios a serem enfrentados pela
escola. (p. 134).
De facto, com a globalização a escola foi ultrapassada como único centro de aquisição de
conhecimentos. Surgiram assim novas formas com a internet. Ao buscar novas posturas para a
educação, tem-se uma nova constituição de ações comunitárias, em que a escola abarca a
diversidade, assumindo assim, uma postura política e, ao mesmo tempo, pedagógica
11
Entretanto, faz uma ressalva, declarando acerca das desigualdades sociais, que permeiam as
relações da educação, tanto numa concepção global como nacional, conduzem a uma agenda
globalmente estruturada da educação, contrária à teorização da cultura mundial educacional
comum, em que ambas as propostas se inter-relacionam e podem complementar uma a outra.
Dale defende a importância da existência de conteúdos programáticos comuns a todos os
Estados nações, obtendo dessa maneira, um currículo mundial comum.
Assim como Castells, a autora Lucília Machado faz uma análise da globalização como um
novo padrão internacional de competitividade capitalista em face à educação. Para a autora, as
alterações na estruturação do trabalho e a introdução de novas tecnologias de gestão e de
produção exigem um novo perfil de trabalhador, que almeja tanto habilidades gerais de
abstração, comunicação e integração, que devem ser apreendidas na escola durante a instrução
regular, tal configuração, torna-se a raiz do recente interesse das classes dominantes pela
eficácia e qualidade escolar.
Sabendo que o motor da globalização é o capitalismo, fica claro que o lucro assume todo
espaço inclusive da nova educação. Seguindo a mesma perspectiva, Stephen Ball, esclarece “a
educação está, cada vez mais, sujeita às prescrições e assunções normativas do economicismo
e o tipo cultura na qual a escola existe e pode existir”. (Lingar, Ladwig & Luke, apud Ball,
2001, p.104). E prossegue, afirmando que, ao colocar a educação como um mercado em
expansão, deixa claro que mercado, gestão e performatividade são elementos inseparáveis,
dentro de uma perspectiva de globalização, economia e política. A educação, por sua vez,
almeja uma qualidade, disseminada pela mídia global, em que a “produção de mercadoria
cada vez mais enfatiza os valores e virtudes do instantâneo e do descartável” (Ball, 2001), e
destaca:
(...) mercados e sistemas de competição e escolha através dos quais eles operam, reprocessam
os seus próprios atores-chave – no nosso caso, famílias, crianças e professores (as) – e exigem
que as escolas assumam novos tipos de preocupações extrínsecas e, por consequência,
reconfigurem e revalorizem o significado da educação. (Ball, 2001, p. 107).
Para Ball, a globalização tem papel imprescindível na economia e na educação, de forma que,
não ocorra da mesma maneira e com o mesmo ritmo em todos os lugares do mundo, tendo
assim, um posicionamento relacional, em que a política perpassa por um reprocessamento,
tendo as tecnologias, uma função primordial, tanto em nível micro quanto em macro, ao que
compete a gestão pública. “A gestão representa a introdução de um novo modelo de poder no
setor público; é uma força transformadora, ela desempenha um papel crucial no desgaste dos
regimes étnico-profissionais nas escolas e a sua submissão por regimes empresariais
competitivos” (Ball, 2001, p. 108).
Sendo assim, compreende-se que a educação passou e tem passado por inúmeras mudanças,
conforme realça Charlot, voltada à competitividade e para a formação para a cidadania. Ao
13
Conforme analisa Castells (1999), a globalização traz em seu bojo uma identidade
legitimadora, que, enquanto fenômeno cultural, interfere na escola com intuito de expandir e
racionalizar a sua dominação em relação aos atores sociais.
14
Segundo Garruti e Oliveira (2014) na era da globalização é preciso romper com o pensamento
de continuidade e os velhos paradigmas com os quais se acostumou a conviver na cultura
pedagógica da escola. O Processo de Ensino e Aprendizagem requer ou obedece uma cadeia
de planificação para a sua realização. Neste caso, no tempo actual da globalização tomamos
dois conceitos que assolam o mundo em quase todas esferas: a conjuntura e a estrutura. Para
Garruti e Oliveira (2014) o conjuntural abrange situações momentâneas, como por exemplo,
as tantas crises passageiras que assolam a escola, enquanto o estrutural consiste em ser mais
abrangente por estar constituída em um processo histórico de alterações profundas na
sociedade e, por conseguinte na escola. Essas mudanças têm provocado verdadeiras
revoluções em seus agentes, produzindo mutações socioculturais que testam continuamente a
capacidade das organizações escolares que, por causa das constantes tensões, precisam se
ajustar às novas situações, forçando a necessidade de se adequarem ao uso de novas
tecnologias acompanhadas com suas metodologias arrojadas, voltadas às inovações do
ambiente organizacional da escola.
[...] as pessoas são forçadas a aprender novas e complexas formas de fazer as coisas e
de se comunicar, possibilitando mudanças significativas em produtos e serviços até
obrigando todas as organizações a acompanharem o progresso global. A comunicação
aperfeiçoada significa que mudanças antes visíveis apenas localmente são agora
experimentadas simultaneamente em toda parte (p. 205).
lapso de tempo tão efêmero, o que acabou gerando um desemprego em massa, sem propensão
para encontrar um uso produtivo para todos os profissionais deslocados por esse processo.
Cargos e funções tornaram-se obsoletos, desativados e não mais reativados Garruti e Oliveira,
2014).
Hoje em dia, o quadro e giz podem ser ou são substituídos por meios informáticos como
apontadores, projectores, meios informáticos que são aplicados em todos os sectores sem
exclusão da escola. Assim, num mundo globalizado o professor é obrigado a exigir de si mais
do que sabe para enfrentar os efeitos conjunturais. Os alunos usam smartphones, ou o mundo
em geral se desenvolveu em grandes passos no uso de tecnologias que permitem adquirir
informações instantaneamente o que pode dificultar a compreensão por parte do professor.
Na actual conjuntura, as organizações escolares acabam por ter que se ajustar ao novo quadro
socioeconômico, o qual lhes impõem mudanças estruturais, na tentativa de operacionalizar
soluções concretas para seus problemas efetivos, transformando o espaço escolar em
permanente devir não suficientemente planejado. Como consequência desse movimento,
houve uma maior necessidade de instrumentalizar os diretores das escolas a lidarem melhor
com a dinâmica decorrente da globalização do sistema capitalista de produção.
Para Garruti (2014) essas mudanças estruturais acabaram desencadeando ações basilares de
princípios ajustados apenas aos processos internos da escolarização, dando conta das
necessidades interescolar, deixando ao ócio as questões extraescolares. As influências
advindas da globalização por um lado oferecem ameaças, mas por outro, criam condições de
mudanças e novas oportunidades. A postura, das diferentes organizações escolares com seus
gestores, embora ainda bem desestruturadas e até desorganizadas, tem promovido ações
epistemológicas e, desta forma, esse movimento acaba sendo considerado agente de mudanças
16
Por fim, pode-se concluir que a confluência desses elementos, de forma compartilhada e
democrática, entre os integrantes da nova estrutura descrita aqui, favorecerão o consenso e o
entendimento das alterações ambientais, a agilidade na elaboração de estratégias, além de
explicitarem as decisões e abrirem vários pontos de controlo. A postura dos gestores
educacionais pode ser reativa ou proativa, isso dependerá muito do contexto e das alterações
sofridas pelos movimentos externos, alterando posturas e conceitos conforme a apropriação
das informações daí oriundas.
17
3.Conclusão
Conclui-se que, a globalização traz consequências diretas para o campo educacional, tendo
como maior desafio, a elaboração de uma educação que vise a construção de um sujeito e uma
sociedade crítica e democrática.
4.Bibliografia
BALL, J. Stephen. (2001). Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação.
Currículo sem Fronteiras, v.1, n°2, 99-116.
CASTELLS, Manuel. (1999). A sociedade em rede. São Paulo. Brasil. Paz e Terra.
FREITAS, Maria C., RODRIGUES, Ana Maria, & OLIVEIRA, Cristina. (2001).
Globalização, cultura e Sociedade da informação, V.6, n.1, Belo Horizonte. Brasil. p.97-105.
GUEDES, Olga & PAULA, Silas de. (1999). Sociedade da informação: o futuro im(perfeito,
fronteiras midiaticos, n.1, p.132-144.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira. (1998). A Educação Escolar: sociedade
contemporânea. Revista Fragmentos de Cultura. Goiânia: Braisl. IFITEG, v. 8. p. 597-
612.
OLIVEIRA, Manfredo Araújo De. (2001). Desafios Éticos da Globalização. São Paulo.
Brasil. Paulinas.
ORTIZ, Renato. (1994). Mundialização e Cultura, 3ª ed. São Paulo, Brasil. Brasilense.
PACHECO, J. A.; VIEIRA, A. P. Europeização do currículo: para uma análise das políticas
educativas e curriculares. In: MOREIRA, A. F.; PACHECO, J. A. (orgs.) (2006).
Globalização e educação: desafios para as políticas e práticas. Porto. Portugal. Porto
Editora. 87-126.
SANTOS, Milton. (2000). Por Uma Outra Globalização do pensamento único à consciência
universal. São Paulo. Record.
SAVIANI, Dermeval. (1995). Escola e Democracia. (30ª edição). Campinas. Brasil. Autores
Associados.
SOUZA, Donaldo Bello. (1996). Globalização, a mão invisível do mercado mundializada nos
bolsões da desigualdade social. Boletim técnico do SENAC, Vol.22. N.2.