Estudo Sobre Parâmetros Da Fluência
Estudo Sobre Parâmetros Da Fluência
Estudo Sobre Parâmetros Da Fluência
SÃO PAULO
2007
VANESSA DE OLIVEIRA MARTINS
SÃO PAULO
2007
ii
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aprovada em:
Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
v
me foram dadas e por colocar na minha vida, pessoas tão especiais e amadas,
como meus pais, irmãos, familiares e amigos, que me deram todo o suporte
Andrade. Clau, muito obrigada pela confiança no meu trabalho e pela paciência,
inclusive nos momentos em que a minha sensibilidade estava à “flor da pele”. Mas
todo o tempo em que eu tenho trabalhado com você; e pelo carinho e amizade.
como me recebeu no LIF, por todo o apoio, torcida, amizade, carinho, conselhos..., e
por sempre estar disposta a me ensinar e ajudar em todas as fases deste trabalho e
À minha amiga, Fabíola Juste, pela torcida, amizade e carinho durante todo
Elias, Mirella Pezzo, Luciana Amaro, Daniela Pugliesi (e Maitê) e Raquel Manoel,
À minha amiga Beatriz Ercolin pela amizade e orações que foram muito
seus passos.
Maria Béfi Lopes, Suelly Cecília Olivan Limongi, Carla Gentile Matas e Fernanda
realizadas.
vii
À Regina Buozzi por acreditar mais em mim do que eu mesma, pelo carinho,
bom ensinar o pouco que sabemos e por me ensinarem diariamente a partir de suas
durante toda a minha vida acadêmica desde a pré-escola e que sempre torceu por
mim, confiando no meu sucesso. Em especial, agradeço aos meus tios César, Mara,
e por sempre me mostrarem uma nova direção quando eu pensava ter chegado o
fim.
Às minhas queridas “titias” Fátima Caldas, Ângela Cota e Sueli Queiroz, pelo
carinho e apoio e por de alguma forma terem contribuído para que eu pudesse
corações abertos.
em especial à Norma, Bia, Thiago e Gleidiane, por todo apoio nessa nova fase da
SUMÁRIO
Anexos
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Abstract
1 APRESENTAÇÃO......................................................................................... 01
2 ESTUDO I – Perfil Evolutivo da Fluência da Fala de Falantes do
Adolescentes ................................................................................................... 51
3.4 Discussão .................................................................................................. 53
3.5 Referências Bibliográficas ......................................................................... 56
4 ESTUDO III – Influência do Gênero e do Nível de Escolaridade na
ANEXOS
LISTA DE FIGURAS
ESTUDO I
Figura 2.1 - Média de palavras e sílabas por minuto para cada grupo
Etário ................................................................................ 24
Figura 2.2 - Média do total de disfluências comuns, total de disfluências
LISTA DE TABELAS
ESTUDO I
Etária ..................................................................................... 18
Tabela 2.2 - Análise estatística do total de disfluências comuns por
Tabela 2.6 - Análise estatística de sílabas por minuto por faixa etária .....
23
ESTUDO II
gênero ................................................................................... 52
Tabela 3.3 - Intervalos de Confiança do Perfil da Fluência da Fala por
grupo ..................................................................................... 53
ESTUDO III
gênero ................................................................................... 72
Tabela 4.4 - Estatística descritiva das disfluências gagas para cada
gênero ................................................................................... 73
Tabela 4.5 - Resultado da ANOVA para as disfluências comuns –
nível de escolaridade............................................................. 78
xiv
ESTUDO IV
RESUMO
xvi
diversos fatores. O objetivo desta Tese foi verificar a variação da fluência da fala em
336 do gênero feminino e 258 do gênero masculino com idades entre 2:0 e 99:11
Esta Tese foi dividida em quatro estudos. O primeiro estudo teve como objetivo
de rupturas de fala não sofre grande variabilidade entre os grupos etários, enquanto
que a velocidade de fala varia ao longo das fases da vida, podendo indicar
com o aumento da idade. O terceiro estudo teve como objetivo verificar a influência
de fala para os idosos com mais de 80 anos. De maneira geral percebe-se que o
Desenvolvimento; Envelhecimento
xviii
ABSTRACT
xix
Speech fluency varies from one individual to the next, fluent or stutterer, depending
on several factors. The purpose of the present Thesis was to verify variations in
speech fluency of Brazilian Portuguese speakers. Participants of this study were 594
fluent individuals, 336 female and 258 male, with ages between 2:0 and 99:11 years,
residents in the city of São Paulo. The analyzed fluency variables were: typology of
speech disruption, speech rate and percentage of speech discontinuity. This Thesis
was divided in four studies. The first study had as a purpose to verify the
development profile of speech fluency. According to the results, the speech typology
pattern does not present great variability in the different age groups. Speech rate,
variables did not present variations according to gender, but did present differences –
age. The third study has as a purpose to verify the influence of gender and literacy
According to the results, gender and literacy are not determinant factors for the
interjections and revisions, and more prolongations. The fourth study had as a
purpose to verify the Fluency Profile of elderlies regarding all of the assessed
life and by the division elderlies and elderlies with more than 80 years of age.
observed as well as a decrease in speech rate for elderlies more than 80 years old.
Overall, age seems to be a determinant factor for speech fluency, especially in terms
1 APRESENTAÇÃO
2
No ano de 2000, sob a orientação da Profª. Drª. Claudia Scheuer fiz iniciação
design estabelecido.
Drª Claudia Regina Furquim de Andrade, quando aprendi muito sobre as desordens
os meus estudos nesta área, pois além de fascinante é uma área com poucos
Profª. Drª. Claudia Regina Furquim de Andrade, cujo objetivo foi estabelecer os
inicialmente como aluna do mestrado com projeto inicial “Estudo do perfil da fluência
aceita em outubro de 2004. Em julho de 2005, fui contemplada pelo Programa com
uma bolsa de Doutorado pelo CNPq. Em outubro de 2005, pedi rescisão do contrato
estão nas normas de publicação de acordo com as revistas escolhidas, sendo eles:
Brasileiro.
Fala de Adultos.
propostas evolutivas.
6
PORTUGUÊS BRASILEIRO
7
2.1 Introdução
e pela velocidade de fala (Andrade, 2000). De acordo com Ambrose e Yairi (1999)
gagueira e têm sido muito utilizadas para descrever, definir e medir tal distúrbio.
falantes fluentes vêm sendo realizados desde a década de 30. Os primeiros estudos
localizados foram os de Fisher (1934), Steer (1937), Davis (1939, 1940), Johnson
(1942, 1946, 1948), Oxtoby (1943), Voelker (1944) Metraux (1950) e Branscom et al.
(1955). Esses estudos são citados como referências por Wingate (1962) e Yairi e
Clifton (1972), mas não são possíveis de recuperação, a partir de solicitação feita à
Bireme. De acordo com o exposto por Yairi e Clifton (1972), esses estudos mostram
que a fala tanto de gagos quanto de fluentes contém uma variedade de disfluências.
Além disso, apontam que quando comparados crianças e adultos fluentes, observa-
indivíduos fluentes. Como poderá ser observado, inicialmente o foco dos estudos era
com idades entre dois e cinco anos e concluiu que as repetições fazem parte do
padrão de fala de todas as crianças, mas que o tipo de repetição varia de criança
para criança. Além disso, as repetições de palavras e frases diminuem com a idade
idades entre 12 e 19 anos comparando com a de sete gagos com idades similares.
A partir dos anos 70, com o estudo de Yairi e Clifton (1972) iniciou-se uma
envelhecimento. De acordo com os autores, seria razoável supor que tais mudanças
com 15 participantes em cada grupo. Como resultado eles encontraram que crianças
30 crianças de ambos os gêneros com idades entre quatro e oito anos. Os autores
variou consideravelmente.
indivíduos de ambos os gêneros (40 fluentes e quatro gagos), com idade superior a
quebras formulativas para os falantes idosos, seguido de uma diminuição nos anos
idades entre 21 e 91 anos, divididos em 5 grupos (21-30 anos, 45-54 anos, 55-64
variação significativa nos níveis de disfluências entre jovens e idosos pode ser
causada pela diminuição da velocidade nos falantes idosos, ou seja, a fluência pode
parecerem mais disfluentes que os meninos, esta variação não foi estatisticamente
de três, quatro e cinco anos de idade, 10 em cada grupo, para verificar a variação ao
variação significativa entre as faixas etárias e efeito de gênero não foi investigado.
em 5 grupos (25-34 anos, 55-64 anos, 65-74 anos, 75-84 anos e 85 anos ou mais),
Participaram do estudo 120 indivíduos, 60 com idades entre oito e 10 anos e 60 com
mais rápido que crianças) e de tarefa de fala (a velocidade de fala é mais lenta na
disfluências gagas, mas não de disfluências comuns. Além disso, não há diferença
diferenças entre os grupos quanto à sílabas por segundo. Quanto a fonemas por
velocidade de fala.
14
três mulheres, com idades entre 100 e 103 anos, com o objetivo de descrever a
mais jovens.
comuns quanto gagas em sua fala. Entretanto, as crianças gagas apresentam maior
Espanhol, de Porto Rico. As crianças foram agrupadas em dois grupos: 3:5 - 4:0
anos (n=15) e 5:0 - 5:5 anos (n=17). Os resultados não apontaram efeito de idade e
Como pode ser observada, na revisão anterior, a maioria dos estudos leva em
Além disso, a comparação dos vários estudos se torna inviável, seja pelos critérios
pelo número de participantes, como apontado por Yairi (1997). Como destacado por
método além de restrito limita a acurácia e a confiabilidade dos estudos (Yairi, 1981).
quase todos os estudos existentes são para a língua inglesa, tendo sido identificado
um estudo para a língua espanhola. Para a língua portuguesa estudos que trazem
(Andrade, 2006) já foram publicados, mas nenhum deles apresenta uma análise da
2.2 Método
2.2.1 Participantes
99/11163-9) coordenado pela Profa. Dra. Claudia Regina Furquim de Andrade, cujos
pesquisa não envolveu técnica invasiva ou experimental que não tenha sido
distinção de raça, residentes no município de São Paulo e Grande São Paulo, com
idades entre 2:0 e 99:11 anos de idade. A Tabela 2.1 mostra a distribuição e
caracterização dos participantes por faixa etária. Para facilitar a análise dos dados
17:11); 18-27 anos (18:0 a 27:11); 28-37 anos (28:0 a 37:11); 38-47 anos (38:0 a
47:11); 48-59 anos (48:0 a 59:11); 60-69 anos (60:0 a 60:11); 70-79 anos (70:0 a
drogas.
neurológico ou auditivo.
idosos eram voluntários e foram selecionados em locais públicos, tais como praças,
metodologia proposta por Andrade (2000, 2004b). Para crianças de 2:0 a 3:11 anos
de idade a amostra de fala foi obtida em interação com os pais, que foram instruídos
perguntas diretivas (Andrade, 2004b). Para as demais faixas etárias uma figura foi
apresentada aos participantes e dada a seguinte ordem: “Por favor, olhe essa figura
e me fale tudo que quiser sobre ela” (Andrade, 2000 e 2004b). O discurso só foi
(ANEXO A)
marca Panasonic NVRJ36 fixada em tripé; fitas VHS-C; e cronômetro Nike modelo
velocidade de fala tanto em palavras quanto em sílabas por minuto e, a taxa total de
2.3 Resultados
(ANOVA) para as comparações entre os grupos etários para cada uma das
As Tabelas 2.2, 2.3, 2.4, 2.5 e 2.6 apresentam as médias e os desvios padrão
para cada uma das cinco variáveis da fluência da fala consideradas neste estudo e o
construídos dois gráficos (Gráficos 2.1 e 2.2) a partir das médias de cada variável
em cada grupo.
47, 60 e 70 anos > PE, E e A1; 48 - 59 anos < 38 - 47 e 60 anos; 80 anos > E. Em
e 70 anos > PE, E e A1; 38 – 47 > 48 – 59 e 80 anos; 48 – 59 anos > PE; 80 anos >
PE e E.
22
Tabela 2.2 - Análise estatística do total de disfluências comuns por faixa etária
2:0 – 7:0 – 12:0 – 15:0 – 18:0 – 28:0 – 38:0 – 48:0 – 60:0 – 70:0 – 80:0 – 90:0 –
6:11 11:11 14:11 17:11 27:11 37:11 47:11 59:11 69:11 79:11 89:11 99:11
Média 16,86 14 16,91 14,34 14,71 15,26 14,32 14,32 11,75 10,98 13,58 15,38
DP 8,52 7,34 7,3 6,81 8,81 7,53 6,55 7,56 6,49 6,45 5,9 10,54
F = 3,17; p < 0,001* (60 e 70 anos ≠ A1 e PE)
Tabela 2.3 - Análise estatística do total de disfluências gagas por faixa etária
2:0 – 7:0 – 12:0 – 15:0 – 18:0 – 28:0 – 38:0 – 48:0 – 60:0 – 70:0 – 80:0 – 90:0 –
6:11 11:11 14:11 17:11 27:11 37:11 47:11 59:11 69:11 79:11 89:11 99:11
Média 3,17 3,5 4,22 2,69 3,29 2,47 2,65 2,44 2,17 1,79 2,55 2,15
DP 3,2 3,59 2,87 2,03 2,78 2,79 2,12 2,38 2,1 2,58 2,29 2,51
F = 3,06; p = 0,001* (60 e 70 anos ≠ A1; 70 anos ≠ E)
Tabela 2.4 - Análise estatística da porcentagem de descontinuidade de fala por faixa etária
2:0 – 7:0 – 12:0 – 15:0 – 18:0 – 28:0 – 38:0 – 48:0 – 60:0 – 70:0 – 80:0 – 90:0 –
6:11 11:11 14:11 17:11 27:11 37:11 47:11 59:11 69:11 79:11 89:11 99:11
Média 10,41 8,76 10,55 8,59 9,0 8,87 8,49 8,32 6,96 6,27 8,0 8,73
DP 5,04 4,4 4,16 3,88 4,83 4,16 4,02 4,19 3,72 3,7 3,58 6,14
F = 4,54; p < 0,001* (60 anos ≠ PE e A1 ; 70 anos ≠ PE, E e A1.
23
Tabela 2.5 - Análise estatística de palavras por minuto por faixa etária
2:0 – 7:0 – 12:0 – 15:0 – 18:0 – 28:0 – 38:0 – 48:0 – 60:0 – 70:0 – 80:0 – 90:0 –
6:11 11:11 14:11 17:11 27:11 37:11 47:11 59:11 69:11 79:11 89:11 99:11
Média 84,62 82,72 93,5 109,3 103,25 113,21 119,05 95,03 118,4 111,38 102,92 99,67
DP 25,14 28,22 28,4 26,2 29,48 26,76 25,53 18,81 29,26 30,44 30,1 28,14
F = 12,06; p < 0,001*
(18 – 27 anos ≠ PE e E; A2, 28 – 37, 38 – 47, 60 e 70 anos ≠ PE, E A1; 48 – 59 ≠ 38 – 47 e 60 anos; 80 ≠ E)
Tabela 2.6 - Análise estatística de sílabas por minuto por faixa etária
2:0 – 7:0 – 12:0 – 15:0 – 18:0 – 28:0 – 38:0 – 48:0 – 60:0 – 70:0 – 80:0 – 90:0 –
6:11 11:11 14:11 17:11 27:11 37:11 47:11 59:11 69:11 79:11 89:11 99:11
Média 145,74 150,78 166,6 200,4 192,67 215,09 224,24 179,78 216,95 201,64 183,61 177,34
DP 42,79 51,03 50,2 48 53,3 48,5 43,8 32,99 53,24 52,4 54,56 50,52
F = 17,09; p < 0,001*
(18 – 27 anos ≠ PE e E; A2, 28 – 37, 38 – 47, 60 e 70 anos ≠ PE, E A1; 48 – 59 e 80 anos ≠ 38 – 47 e 60 anos; 48 – 59 anos ≠ PE;
80 ≠ PE e E)
24
Gráfico 2.1 - Média de palavras e sílabas por minuto para cada grupo etário
250
200
150
100
50
0
2 - 6a 7 - 11a 12 - 15 - 18 - 28 - 38 - 48 - 60 - 70 - 80 - 90 -
14a 17a 27a 37a 47a 59a 69a 79a 89a 99a
25
Gráfico 2.2 - Média do total de disfluências comuns, total de disfluências gagas e porcentagem de descontinuidade de fala para cada grupo etário
18
16
14
12
10 disfluências comuns
disfluências gagas
8 % descontinuidade de fala
0
2 - 6a 7 - 11a 12 - 15 - 18 - 28 - 38 - 48 - 60 - 70 - 80 - 90 -
14a 17a 27a 37a 47a 59a 69a 79a 89a 99a
26
2.4 Discussão
velocidade de fala (palavras e sílabas por minuto). Para estabelecer o perfil evolutivo
um mesmo grupo de indivíduos por 90 anos seria inviável. Como descrito pelos
gagueira. Desta forma, da maneira como o estudo aqui apresentado foi proposto,
ocorre muito cedo, ainda nos primeiros anos de aquisição de fala e linguagem e que
por Duchin e Mysak (1987). Os resultados indicam uma instabilidade que vai da
Esses achados não estão de acordo com os de Yairi e Clifton (1972) que
(1981) e Leeper e Culatta (1995) que apontam um aumento nas disfluências comuns
dos adultos para os idosos, seguido de uma diminuição nos sujeitos mais idosos
do presente estudo corroboram o estudo de Haynes e Hood (1977) que aponta uma
diminuição não significativa com o aumento da idade (de quatro a oito anos).
importante observar que o total de disfluências gagas é baixo para todas as faixas
etárias, o que já era esperado por esta variável ser mais característica de distúrbios
da fluência da fala.
Manning e Monte, 1981; Wexler e Mysak, 1982; Duchin e Mysak, 1987; Leeper e
Culatta, 1995; Ambrose e Yairi, 1999; Searl et al., 2002; Pelowski e Conture, 2002;
Carlo e Watsom, 2003). Da mesma forma, não se observa variação ao longo das
idades.
1988; Ryan, 1992; Yairi e Ambrose, 1992; Yairi et al., 1993; Kelly, 1994; Throneburg
et al. 1994; Franken et al., 1995; Howell et al., 1997; Ingham e Riley, 1998; Ambrose
de fala, em geral, os valores encontrados para os grupos foi de até 10%, como
apontado em outros estudos com indivíduos fluentes (Yairi e Clifton, 1972; Manning
e Monte, 1981; Duchin e Mysak, 1987; Leeper e Culatta, 1995; Caruso et al. 1997;
Searl et al., 2002). Alguns participantes apresentaram mais que 10% de taxa total
29
de rupturas assim como encontrado por Leeper e Culatta (1995) e Searl et al.
(2002).
Como observado em outros estudos (Yairi e Clifton, 1972; Yairi, 1981; Leeper
e Culatta, 1995; Ambrose e Yairi, 1999; Throneburg e Yairi, 2001; Searl et al., 2002),
para todas as faixas etárias houve uma grande variabilidade entre os indivíduos, que
pode ser verificada a partir dos valores do desvio padrão. Este achado está de
quanto em sílabas por minuto, que vai da infância até a fase adulta, seguida de uma
de fala que vai da infância até início da fase adulta pode ser justificado com base no
30
desenvolvimento dos processos motores para a fala. Segundo Walsh e Smith (2002)
de idade, podendo se estabelecer por volta de 21 anos. Com o passar dos anos, a
etária de 48 a 59 anos, que se diferenciou das duas faixas etárias limítrofes (38 a 47
que os grupos estudados pelos autores apresentam menos que 50% do número de
décadas. Aos 60-79 anos o idoso apresenta uma velocidade de fala maior que
ocorre uma instabilidade no controle motor da fala que leva a uma diminuição na
velocidade de fala.
níveis de disfluências entre jovens e idosos pode ser causada pela diminuição da
velocidade nos falantes idosos, ou seja, a fluência pode ser mantida em função de
2.5 Conclusões
disfluências não variam ao longo da vida. O padrão de rupturas de fala não sofre
Hipótese 3: NÃO CONFIRMADA. A taxa total de rupturas não varia ao longo da vida
Ambrose N, Yairi E. Normative data for early childhood stuttering. Journal of Speech,
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39
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1997. pp 49-78.
3.1 Introdução
disso, para coordenar esses subsistemas outros subsistemas neurais devem estar
2004).
al., 1991). Baseado nesta suposição Andrade (2004b), dentre outros, acrescenta
que o grau de fluência varia de indivíduo para indivíduo e, dependendo do dia, das
fala do dia-a-dia, essas variações podem ocorrer num mesmo indivíduo. De acordo
rupturas de fala são definidas como características desta desordem. O autor ainda
acrescenta que as rupturas de fala podem ocorrer tanto em indivíduos gagos quanto
em indivíduos fluentes.
Ackerman, 1997; Yairi, 1997; Andrade, 2000). De acordo com Ambrose e Yairi
de gagueira e têm sido muito utilizadas para descrever, definir e medir tal distúrbio.
(Ambrose e Yairi, 1999; Yairi et al., 2001). Desta forma, torna-se importante
entender e/ou caracterizar a fala de indivíduos fluentes, para que não sejam
Outra divisão proposta por Ambrose e Yairi (1999), considera seis categorias
disfluências comuns.
físicos, sexuais, cognitivos (Daly et al., 1995; Bee, 2000; Assis et al., 2003) e
emocionais (Daly et al., 1995; Bee, 2000; Assis et al., 2003; Ronning et al., 2004),
assim como comportamentais (Piko et al., 2005) e sociais (Vermeiren et al., 2002).
43
Como muitas mudanças ocorrem na adolescência, este grupo merece mais atenção
(Kahane, 1982; Fitch e Giedd, 1999; Lee et al., 1999) sobre as mudanças vocais na
a adolescente foi 0,33%. Vale destacar que em alguns estudos eles são
outras áreas. Na saúde mental, por exemplo, a cobertura (Zwaanswijk et al., 2003;
Levav et al., 2004) e a qualidade (Levav et al., 2004) dos serviços de saúde mental
a adultos.
variáveis.
do Português Brasileiro (PB) na faixa etária de 2:0 anos a 11:11 anos (Andrade,
2004c). Nesse estudo observou-se que existe uma variação dos resultados entre os
sexos e entre as idades. Esta variação, de maneira geral, não foi estatisticamente
significativa, ou seja, não existe um sexo com maior ou menor disfluência, nem uma
significativas: meninos de 4:0 a 4:11 anos apresentam mais disfluências comuns que
meninas, e crianças acima de 7 anos apresentam menor taxa de ruptura de fala que
perfil da fluência da fala. Este protocolo baseou-se nos estudos de Lutz e Mallard
(1986), Schwartz e Conture (1988), Ryan (1992), Yairi e Ambrose (1992), Yairi et al.
(1993), Kelly (1994), Campbell e Hill (1994), Throneburg et al. (1994), Franken et al.
(1995), Zebrowski (1995), Howell et al. (1997) e Ingham e Riley (1998). A partir de
velocidade articulatória)
3.2 Método
99/11163-9) coordenado pela Profa Dra Claudia Regina Furquim de Andrade, cujos
gêneros, sendo 79 meninas e 51 meninos, com idades entre 12.0 e 17.11 anos,
inicial) e 15.0 a 17.11 anos (adolescência final) de acordo com a proposta de Bee
(2000).
familiar e/ou escolar de gagueira; resultado do SSI (Riley, 1994) não indicativo de
gagueira (ANEXO B); ausência de déficits de saúde geral; triagem negativa para
dentre outros), sendo que para essa triagem foi utilizado um protocolo simples
NVRJ-28).
apresentado a cada participante e dado a seguinte ordem: “Por favor, olhe essa
figura e me fale tudo que quiser sobre ela”. O discurso só foi interrompido por
fala).
de sílabas fluentes (200) de cada participante foi dividido pelo tempo total de fala
49
Mysak, 1987). A velocidade de fala em palavras por minuto foi obtida pelo cálculo do
número total de palavras produzidas pelo participante dividido pelo tempo total de
um asterisco.
3.3 Resultados
taxa total de rupturas foram examinadas para cada um dos grupos (adolescência
Como era esperado, a Tabela 3.1 mostra que os gêneros são similares em relação
50
F 15,35 7,09
TDC -0,53 0,598
M 16,04 7,29
F 3,66 2,7
TDG 1,15 0,253
M 3,14 2,4
F 103,3 30
Pal/min 1,0 0,319
M 98,4 25,6
F 187,1 54,3
Sil/min 1,02 0,311
M 177,9 47,5
F 9,56 4,14
PDF -0,03 0,973
M 9,59 4,15
Legenda: TDC, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala.
T = 3,49/ p = 0,001). Para as disfluências comuns a média foi de 16,91 (DP = 7,3)
adolescência inicial foi 4,22 (DP = 2,87) e 2,69 (DP = 2,03) para o grupo da
adolescência final.
51
sílabas por minuto para cada grupo. Os resultados do Teste t indicaram que existe
p = 0,001) quanto em sílabas por minuto (T = -3,93, p < 0,001). Para palavras por
minuto, a média foi 93,5 (DP = 28,4) para a adolescência inicial e 109,3 (DP = 26,2)
adolescência inicial foi 166,6 (DP = 50,2) e 200,4 (DP = 48) para a adolescência
final.
10,55 (DP = 4,16) e 8,59 (DP = 3,88) para o grupo da adolescência final.
a 95% foram calculados para todas as variáveis estudadas. A Tabela 3.2 apresenta
F 13,77 – 16,94
TDC
M 13,99 – 18,09
F 3,05 – 4,26
TDG
M 2,46 – 3,81
F 96,61 – 110,06
Pal/min
M 91,21 – 105,61
F 174,91 – 199,25
Sil/min
M 164,52 – 191,26
F 8,64 – 10,49
PDF
M 8,42 – 10,75
Legenda: TDC, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala.
53
GI 15,1 – 18,72
TDC
GII 12,65 – 16,03
GI 3,5 – 4,93
TDG
GII 2,19 – 3,2
GI 86,43 – 100,53
Pal/min
GII 102,84 – 115,82
GI 154,13 – 178,99
Sil/min
GII 188,5 – 212,29
GI 9,52 – 11,59
PDF
GII 7,63 – 9,56
Legenda: TDC, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala.
3.4 Discussão
aumento na velocidade de fala com a idade (Kowal et al., 1975; Pindzola et al.,
1989; Block e Killen, 1996). Entretanto estes estudos não levam em conta apenas a
e de crianças.
anos de idade (Walsh e Smith, 2002). Com o passar dos anos a variabilidade das
54
envolvidas na fala, tanto centrais quanto periféricas, não apresentam uma mesma
A adolescência pode ser dividida em duas fases (Bee, 2000). De acordo com a
Zelaznik, 2004) que não apontou nenhuma diferença entre os gêneros quanto ao
envolvidas no controle motor da fala. Desta forma, parece que alguns ajustes
55
estudos sugerem que mulheres falam mais rápido que homens (Lutz e Mallard,
1987; Ryan, 1992), e três não apontam nenhuma diferença entre os gêneros (Kowal
et al., 1975; Amster, 1985; Block e Killen, 1996). Chan e Poon (1999) não
taxas de rupturas, assim como os achados de Ambrose e Yairi (1999), que não
encontraram nenhuma diferença entre os gêneros para tipologia das rupturas, tanto
Ambrose, N., & Yairi, E. (1999). Normative data for early childhood stuttering.
2(1), 59-60.
Fernandes, F. D. M., & Wertzner, H.F. ABFW. Teste de linguagem infantil nas áreas
diferenciados por idade para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Barueri (SP):
57
de Fomento)
Assis, S. G., Avanci, J. Q., Silva, C. M. F. P., Malaquias, J. V., Santos, N. C., &
Bee, H. L. (2000). The Developing Child. 9 th ed. Allyn & Bacon, Boston.
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Franken, M.C., Bovers, L., Peters, H. F. M., & Webster, R. L. (1995). Perceptual
Fitch, W. T., & Giedd, J. (1999). Morphology and development of the human vocal
tract: a study using magnetic resonance imaging. Journal of the Acoustical Society of
Howell, P., Sackin, S. & Glenn, K. (1997). Development of a two stage procedure for
1073-1084.
59
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Kahane, J. C. (1982). Growth of the human prepubertal and pubertal larynx. Journal
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Levav, I., Jacobsson, L., Tsiantis, J., Kolaitis, G., & Ponizovsky, A. (2004).
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82.
61
and nonstuttering preschool children. Journal of Speech and Hearing Research, 35,
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Thelen, E. & Smith, L. B. (1998) Dynamic systems theory. In W. Damon (Series Ed.)
& R. M. Lerner (Vol. Ed.) Handbook of child psychology: Vol. 1. Theoretical models
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Zwaanswijk, M., Verhaak, P. F., Bensing, J. M., van der Ende, J., & Verhulst, F. C.
(2003). Help seeking for emotional and behavioural problems in children and
12(4), 153-161.
63
who stutter and their parents. Topics in Language Disorders, 15, 1-17.
64
4.1 Introdução
de fala são: disfluências comuns [1-18]; disfluências gagas [1-19]; velocidade de fala
35].
envolvem sujeitos fluentes apenas quando comparados aos gagos. Como apontado
por Hakkesteegt et al. [36], antes da aplicação clínica de um teste deve-se conhecer
tamanho da amostra de fala analisada [60,61], uso do DAF [62-68], dentre outros.
de quanto maior melhor a habilidade em lidar com a demanda lingüística, estas duas
três anos de nível superior ou superior completo com gagos sem nível superior, mas
sugerem que as mulheres falam mais rápido que os homens [23,26], e três estudos
taxas de ruptura de fala, Ambrose e Yairi [17] não encontraram diferenças entre os
gêneros tanto para crianças fluentes quanto para as gagas. Entretanto, Leeper e
significativos, tais como: os homens produzem mais hesitações (na tarefa de leitura)
Fluência da Fala.
4.2 Métodos
4.2.1 Participantes
99/11163-9) coordenado pela Profa Dra Claudia Regina Furquim de Andrade, cujos
de gagueira. (ANEXO B)
drogas.
neurológico ou auditivo.
figura é apresentada aos participantes e dada a seguinte ordem: “Por favor, olhe
essa figura e me fale tudo que quiser sobre ela”. O discurso só foi interrompido por
fala).
4.3 Resultados
Tabela 4.2 - Análise estatística do total de disfluências comuns e gagas, velocidade de fala e,
porcentagem de descontinuidade de fala - comparação entre os gêneros
Gênero Média DP F p
F 13,98 7,92
TDC 0,26 0,613
M 14,88 6,34
F 2,05 1,81
TDG 5,01 0,027*
M 3,37 3,09
F 106,74 25,6
Pal/min 0,37 0,547
M 107,35 28,71
F 199,82 43,53
Sil/min 0,73 0,396
M 203,77 53,2
F 7,98 4,23
PDF 1,31 0,254
M 9,12 3,94
Legenda: TDC, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala.
As Tabelas 4.3 e 4.4 mostram a estatística descritiva para cada uma das
observado na Tabela 3 a disfluência comum mais freqüente nos adultos, tanto para
Tabela 4.3 - Estatística descritiva das disfluências comuns para cada gênero
Gênero Média Mediana DP
F 0,22 0 0,45
PNT
M 0,16 0 0,41
Legenda: PNT, palavra não-terminada; RP, repetição de palavra; RSG, repetição de segmento; RF,
repetição de frase.
gêneros, para cada uma das disfluências comuns com média maior que um. Como
Tabela 4.4 - Estatística descritiva das disfluências gagas para cada gênero
Gênero Média Mediana DP
F 0,18 0 0,45
RSL
M 0,32 0 0,58
73
F 0,07 0 0,26
RSO
M 0,09 0 0,33
F 1,63 1,00 1,65
Prolongamento
M 2,34 2,00 2,50
F 0 0 0
Bloqueio
M 0 0 0
F 0,32 0 1,21
Pausa
M 0,44 0 0,24
F 0,03 0 0,24
Intrusão
M 0 0 0
Legenda: RSL, repetição de sílaba, RSO, repetição de som.
Tabela 4.5 - Resultado da ANOVA para as disfluências comuns – comparação entre os gêneros
Gênero F p
F
Interjeição 0,77 0,382
M
F
Hesitação 0,79 0,376
M
F
Revisão 0,69 0,407
M
F
RP 1,75 0,188
M
Legenda: RP, repetição de palavra.
entre os gêneros, por apresentar média maior que um. Neste caso não houve
5%.
Tabela 4.6 - Resultado da ANOVA para as disfluências gagas – comparação entre os gêneros
Gênero F p
74
F
Prolongamento 3,78 0,054
M
Assim como encontrado para a análise por gêneros, a ANOVA não apontou
Tabela 4.7 - Análise estatística do total de disfluências comuns e gagas, velocidade de fala e,
porcentagem de descontinuidade de fala – comparação entre os níveis de escolaridade
Escolaridade Média DP F p
Fundamental 15,3 8,14
TDF Médio 14,78 7,35 2,00 0,140
Superior 13,23 5,8
Fundamental 2,73 3,1
TDG Médio 2,5 2,2 0,57 0,570
Superior 2,9 2,5
Fundamental 110,18 30,08
Pal/min Médio 105,03 24,59 1,05 0,354
Superior 105,93 26,72
Fundamental 201,91 53,86
Sil/min Médio 199,69 44,64 0,1 0,902
Superior 203,79 47,52
Fundamental 9,01 4,87
PDF Médio 8,59 3,92 1,23 0,296
Superior 8,06 3,47
Legenda: TDF, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala
hesitação, mas a média de repetição de palavra foi maior que a de revisão. Já para
palavra e revisão.
níveis de escolaridade, para cada uma das disfluências comuns com média maior
que um. Como pode ser observado, houve diferença estatisticamente significativa
níveis de escolaridade, sendo a única disfluência gaga com média maior que um
para análise por nível de escolaridade. Desta forma, foi a única disfluência gaga
desta análise foi estatisticamente significativo, sendo que os participantes com nível
Tabela 4.8 - Estatística descritiva das disfluências comuns para cada nível de escolaridade
Escolaridade Média Mediana DP
76
repetição de frase.
Tabela 4.9 - Resultado da ANOVA para disfluências comuns – comparação entre os níveis de
escolaridade
Escolaridade F p Tukey
Fundamental
Hesitação Médio 0,23 0,797
Superior
77
Fundamental
Fundamental ≠
Interjeição Médio 4,27 0,016*
Superior
Superior
Fundamental
Fundamental ≠
Revisão Médio 4,94 0,009*
Superior Superior
Fundamental
RP Médio 0,02 0,976
Superior
Legenda: RP, repetição de palavra
Tabela 4.10 - Estatística descritiva das disfluências gagas para cada nível de escolaridade
Escolaridade Média Mediana DP
Fundamental 0,27 0 0,57
RSL Médio 0,36 0 0,61
Superior 0,11 0 0,32
Fundamental 0,13 0 0,39
RSO Médio 0,07 0 0,26
Superior 0,05 0 0,21
78
Tabela 4.11 - Resultado da ANOVA para disfluências gagas – comparação entre os níveis de
escolaridade
Escolaridade f p Tukey
Fundamental
Médio Superior ≠
Prolongamento 3,75 0,026*
Médio
Superior
4.4 Discussão
literatura, que não encontraram diferenças entre os gêneros tanto para velocidade
de fala [21,22,27] quanto para as taxas de ruptura [17]. Desta forma, apesar de
muitos estudos indicarem que existe uma maior prevalência de gagueira no gênero
gênero.
que o gênero masculino apresenta maior média que o gênero feminino. Leeper e
Culatta [15] também encontraram uma variação isolada, mas no que se refere à
encontrados.
revisão que os participantes com Nível Superior. Tais achados não estão de acordo
com o encontrado para falantes gagos com e sem nível superior, em que se observa
uma diminuição nas disfluências de fala para os indivíduos com maior escolaridade
Superior pode ser justificada a partir das considerações de Preti [82], que sugere
que quanto maior a escolaridade maior a flexibilização para lidar com as diversas
Desta forma, pode-se supor que os indivíduos com nível Superior apresentam maior
menos das disfluências comuns durante a fala. Essas considerações são válidas
para os participantes com nível Superior também pode ser justificada pelo pouco uso
Da mesma forma, o discurso é mais claro e objetivo não sendo necessário o uso de
determinados pelo tipo de erro interno e pela estratégia de reparação utilizada pelo
produção. Os resultados do estudo aqui presente, que apontam uma diminuição das
semântico-sintático-lexicais.
Provavelmente a forma que os indivíduos com nível Superior utilizam para retomar o
Postma e Kolk [84], pode-se supor que o prolongamento em final de palavra poderia
que as interjeições.
Au-Yeung et al. [52] sugerem que existe uma influência das classes
complexidade sintática adotada. Pode ser que isso traga mais explicações sobre as
não foi encontrado efeito do nível de escolaridade. Pode-se afirmar que o nível de
sujeitos com maior escolaridade tendiam a produzir amostras mais longas que
4.5 Conclusões
83
apontam:
of adult male and female stutterers and nonstutterers. J Speech Hear Didord
1968;11:622-630.
school seniors, and geriatric persons. J Speech Hear Res 1972;15: 714-719.
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7. Manning WH, Monte KL: Fluency breaks in older speakers: Implications for a
1986.
11. Kelly EM: Speech rates and turn-taking behaviors of children who stutter and
13. Zebrowski PM: Temporal aspects of the conversation between children who
14. Howell P, Sackin S, Glenn K: Development of a two stage procedure for the
15. Leeper LH, Culatta R: Speech fluency: Effect of age, gender and context.
17. Ambrose N, Yairi E: Normative data for early childhood stuttering. J Speech
18. Conture EG: Stuttering: its nature, diagnosis, and treatment. Needham
20. Minifie FD, Cooker HS: A disfluency index. J Speech Hear Disord
1964;29:189-193.
86
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207.
22. Amster BJ: The normal preschool children. (Doctoral dissertation, Temple
23. Lutz KC, Mallard AR: Disfluencies and rate of speech in young adult
24. Duchin AW, Mysak ED: Disfluency and rate characteristics of young adult,
25. Pindzola RH, Jenkins MM, Lokken KJ: Speaking rates of young children.
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30. Zackiewicz DV, Andrade CRF de: Seis parâmetros da fluência. Rev Soc Brás
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33. Riley GD: Stuttering Severity Instrument for Children and Adults. Austin, Pro-
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39. Ainsworth S: Methods for integrating theories of stuttering; in Travis LE, ed:
Res 1994;37:69-82.
42. Caruso AJ, McClowry MA, Max L: Age-related effects on speech fluency.
43. Andrade CRF de: Fluência; in Andarde CRF de, Befi-Lopes DM, Fernandes
44. Searl JP, Gabel RM, Fulks JS: Speech disfluency in centenarians. J Commun
Disord 2002;35:383-392.
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51. Wingate ME: The first three words. J Speech Hear Res 1979;22:604-612.
90
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60. Andrade CRF de, Martins VO. Avaliação da fluência da fala: influência da
2005;10(2):91-96.
61. Sawyer J, Yairi E: The effect of sample size on the assessment of stuttering
62. Burke BD: Variables affecting stutterer's initial reactions to delayed auditory
63. Timmons BA: Physiological factors related to delayed auditory feedback and
therapeutic and altered auditory feedback speech of adults with mild and
217.
92
69. Logan K, Conture EG: Length, grammatical complexity and rate differences in
Disord 1995;20:35-62.
1997. pp 99-127.
71. Yaruss JS, Newman RM, Flora T: Language and disfluency in nonstuttering
72. Ratner NB: Performance or capacity, the model still requires definitions and
73. Hakim HB, Ratner NB: Nonword repetition abilities of children who stutter: an
74. Koopmans ML, Slis IH, Rietveld ACM: Is stuttering due to a deficient
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77. Bloodstein O: A handbook on stuttering. 5th ed. San Diego, Singular Publishing
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78. Ambrose N, Cox N, Yairi E: The genetic basis of persistence and recovery in
the community across the entire life span. J Speech Lang Hear Res 2002;
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2006;58:289-302.
94
81. McKinnon DH, McLeod S, Reilly S: The prevalence of stuttering, voice, and
472-487.
5.1 Introdução
milhões em 2040.
doenças muito freqüentes entre os idosos. Desta forma, o uso de dados normativos
comprometida, tanto por processos aparentemente normais para a idade quanto por
uma variedade de doenças que se tornam mais comuns com o avançar da idade [2].
suave e contínuo da produção de fala [3]. Além disso, as rupturas no fluxo da fala,
ser medido a partir das seguintes variáveis: tipologia das rupturas, velocidade de fala
De acordo com Preti [15], o que mais chama a atenção na fluência do idoso é
5.2 Metodologia
5.2.1 Participantes
99/11163-9) coordenado pela Profa Dra Claudia Regina Furquim de Andrade, cujos
em: a) 60-69 anos (n=36); b)70-79 anos (n=48); c) 80-89 anos (n=31); d) 90-99 anos
aos 60-69 anos, 73% aos 70-79 anos, 58% aos 80-89 anos e 85% aos 90-99 anos.
proposta pelo Protocolo de Avaliação da Fluência da Fala [7], que leva em conta os
gagas); velocidade de fala, em palavras e sílabas por minuto; e taxa total de rupturas
da Fala [7] são: hesitação, interjeição, revisão, palavra não terminada, repetição de
som ou segmento.
100
de sílabas fluentes (200) de cada participante foi dividido pelo tempo total de fala
velocidade de fala em palavras por minuto foi obtida pelo cálculo do número total de
palavras produzidas pelo participante e dividido pelo tempo total de fala incluindo as
pausas.
grupos etários para cada uma das variáveis. Para as múltiplas comparações foi
5.3 Resultados
Na Tabela 5.1 é apresentada a média e o desvio padrão, por faixa etária, para
total de disfluências gagas, palavras por minuto, sílabas por minuto e porcentagem
significativa, entre as faixas etárias, apenas para sílabas por minuto. Para as
múltiplas comparações foi utilizado o teste de Tukey, que não localizou a(s) faixa(s)
etária(s) diferente(s).
101
Tabela 5.1 – Resultados para as variáveis do Perfil da Fluência da Fala em cada um das faixas
etárias.
Faixa etária Média Desvio Padrão F p
60 11,75 6,49
70 10,98 6,45
TDC 1,91 0,131
80 13,58 5,9
90 15,39 10,54
60 2,17 2,1
70 1,79 2,58
TDG 0,65 0,587
80 2,55 2,29
90 2,15 2,51
60 118,4 29,26
70 111,38 30,44
Pal/min 2,09 0,105
80 102,92 30,10
90 99,67 28,14
60 216,94 53,24
70 201,64 52,4
Síl/min 3,01 0,033*
80 183,61 54,56
90 177,34 50,53
60 6,96 3,72
70 6,27 3,7
PDF 1,96 0,123
80 8,0 3,58
90 8,73 6,14
Legenda: TDC, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala
Para uma melhor interpretação dos dados, os sujeitos foram agrupados em:
GI - idosos (60 a 79 anos), com n=84; e GII - idosos acima de 80 anos, com n=44.
Para este agrupamento foi utilizada a proposta do Medical Subject Headings (Index
Medicus) [20]. A média de idade de GI é 70,19 anos (DP = 5,47) e de GII é 86,43
anos (DP = 5,05). A distribuição entre os gêneros é a mesma para ambos os grupos
feminino é de 75,82 anos (DP = 9,78) e para o gênero masculino é de 75,67 anos
estudo (69,5%).
Para uma melhor compreensão deste fato, os dois grupos de idosos foram
comparados para cada uma das disfluências comuns e gagas que apareceram na
Tabela 5.2 – Resultados para as variáveis do Perfil da Fluência da Fala para GI e GII
Grupo média DP F p
GI 11,31 6,44
TDF 4,89 0,029*
GII 14,11 7,48
GI 1,95 2,38
TDG 1,19 0,278
GII 2,43 2,34
GI 114,4 30,0
Pal/min 5,05 0,026*
GII 102,0 29,2
GI 208,2 53,0
Sil/min 7,19 0,008*
GII 181,8 52,9
GI 6,57 3,7
PDF 5,01 0,027*
GII 8,22 4,42
Legenda: TDF, total de disfluências comuns; TDG, total de disfluências gagas; Pal/min, palavras por
minuto; Sil/min, sílabas por minuto; PDF, porcentagem de descontinuidade de fala
104
Tabela 5.3 – Comparação entre GI e GII para cada uma das disfluências
Grupo média DP F p
GI 2,45 2,45
Hesitação 10,4 0,002*
GII 4,11 3,3
GI 4,31 4,12
Interjeição 2,12 0,148
GII 5,50 4,89
GI 1,85 1,58
Revisão 0,43 0,514
GII 1,66 1,43
GI 1,88 1,65
RP 0,14 0,713
GII 1,77 1,41
GI 0,381 0,775
PNT 0,23 0,630
GII 0,318 0,518
GI 0,429 0,811
RSG 2,17 0,143
GII 0,70 1,30
GI 0,25 0,557
RSL 0,18 0,676
GII 0,295 0,632
GI 1,20 1,38
Prolongamento 2,27 0,134
GII 0,82 1,35
GI 0,40 1,20
Pausa 7,88 0,006*
GII 1,18 1,92
Legenda: PNT, palavra não-terminada; RP, repetição de palavra; RSG, repetição de segmento; RSL,
repetição de sílaba.
5.4 Discussão
Ramos [22,23] afirma que a grande maioria dos idosos seja portadora de,
pelo menos, uma doença crônica e que estes idosos podem ser considerados
saudáveis, se comparados com outros idosos com as mesmas doenças, porém sem
uma ferramenta muito importante para a autonomia do idoso, sendo mais um motivo
saudáveis.
idosos, comparando-se cada uma das décadas, não se diferenciam quanto às taxas
se uma diminuição ao longo das décadas, tanto para palavras quanto para sílabas
condições orais, tais como prótese dentária mal adaptada, ou evidenciar que o
alterações nos outros aspectos da fluência ocorrem de maneira mais sutil ao longo
das décadas.
ressaltar que a média dessa variável é muito baixa, indicando que idosos fluentes
gagueira. Essa variação significativa entre os dois grupos pode ser justificada pelo
indivíduos fluentes, tanto idosos [10] quanto adultos [24]. Como apresentado nos
fala por hesitação e/ou pausa; ocorre um aumento na freqüência de hesitação e/ou
De acordo com Preti [15], na fala dos “idosos velhos” (com mais de 80 anos) o
curtos são ditos rapidamente, perdem sua força ao final e a voz torna-se ininteligível,
sensação de insegurança, que parece ser a marca mais característica da fala dos
como dizer. Ainda na visão do autor, com o avançar da idade as pausas tendem a
geral, os estudos com idosos fluentes [10-14] não apontam diferenças entre os
108
do tamanho da amostra (84 idosos versus 44 idosos com mais de 80 anos). Quando
existentes sobre a fluência da fala dos idosos refletem apenas a realidade dos
importação de testes padronizados para outras línguas sem uma adaptação anterior
patologizante para o PB. Desta forma, estudos que trazem o valor de referência para
diagnóstica.
109
5.5 Conclusões
Na forma como o presente estudo foi conduzido, a hipótese testada não foi
velocidade de fala.
2. Kent RD. Research on speech motor control and its disorders: a review and
2000;12(2):131-4.
8. Mysak EE. Pitch and duration characteristics of older males. J Speech Hear
Res. 1959;9:273-7.
10. Duchin, A. W., & Mysak, E. D. (1987). Disfluency and rate characteristics of
young adult, middle-aged, and older males. J Commun Disord 1987; 20:245-
57.
11. Caruso AJ, McClowry MA, Max L. Age-related effects on speech fluency.
12. Searl JP, Gabel RM, Fulks JS. Speech disfluency in centenarians. J Commun
Disord 2002;35:383-92.
111
13. Yairi E, Clifton NF. Disfluent speech behavior of preschool children, high
school seniors, and geriatric persons. J Speech Hear Res 1972; 15:714-9.
14. Manning WH, Monte KL. Fluency breaks in older speakers: Implications for a
16. Leeper LH, Culatta R. Speech fluency: Effect of age, gender and context.
17. Andrade CRF de: Fluência; in Andarde CRF de, Befi-Lopes DM, Fernandes
19. Riley GD: Stuttering Severity Instrument for Children and Adults. Austin, Pro-
Ed, 1994.
112
21. Schneider EL, Guralnik JM. The aging of America: impact on health care
Pública. 2003;19(3):793-8.
23. Ramos LR, Simões E, Albert MS. Dependency on daily living and cognitive
25. Martins VO, Andrade CRF de. A ocorrência de pausamento na fala de idosos:
Fono 2001;13(2):177-180.
113
6 CONCLUSÕES GERAIS
114
Essa Tese teve como objetivo geral verificar a variação da fluência da fala em
longo da vida, a idade, de maneira geral, não parece ser um fator determinante para
as rupturas de fala, tanto comuns quanto gagas, pois as diferenças encontradas não
em termos de rupturas, ocorre muito cedo, ainda nos primeiros anos de aquisição de
de envelhecimento.
para os idosos mais velhos, tanto para as taxas de ruptura, quanto para a velocidade
de fala. Os idosos com mais de 80 anos apresentam mais disfluências em suas falas
fluência consideradas neste estudo. Mulheres não falam mais rápido que homens e
estes não rompem mais suas falas que aquelas. Ou seja, o gênero não é um fator
revisões e mais prolongamentos em final de palavras. Essa variação, que pode estar
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
117
apresentados.
língua Portuguesa quanto para outras línguas. Desta fora não se sabe se os
resultados obtidos neste estudo com falantes da língua Portuguesa também refletem
estudos, o que traz maior credibilidade dos resultados quando comparados a outros
espanholas não-gagas.
grupos etários.
118
velocidade de fala aos 50 anos, podendo sugerir uma fase de maior estabilidade
outros. Além disso, pode-se pensar nos aspectos sócio-culturais – período em que
os sujeitos fluentes rompem a fala em no máximo 10% (8% por disfluências comuns
teste deve ser, além de sensível e específico, econômico. Esses valores podem ser
usados como triagem para todas as idades, não sendo necessária, num primeiro
etárias.
neste estudo é importante e deve ser divulgada, pois sempre se ouve dizer que os
são:
Português Brasileiro.
neuromotor da fala.
ruptura da fala.
121
8 ANEXOS
122
ANEXO A
123
estímulo visual. O discurso dos sujeitos só poderá ser interrompido (com perguntas
para que seja obtido o número necessário de sílabas (200 sílabas expressas, ou
3. Interrupção do terapeuta - //
4. Hesitação - #
5. Pausa - _______
hesitações: pausa curta (1 a 2 seg.) onde parece que a criança está procurando
contexto da mensagem (tá, né, assim, como, você sabe, daí, etc)
pronúncia da palavra (ela ele pode vir aqui? ele viu.. comeu todo o doce/a
posteriormente. Tipicamente é seguida por uma revisão (João ganhou uma bici,
Jõao ganhou um carrinho legal) ocasionalmente pode não ser (eu fui para o Gua
no fim de semana)
m macarrão)
de 3 seg para realizar a conexão dos elementos) podendo ou não estar associada
de características qualitativas
ou entre palavras
2. Velocidade de fala:
linha correspondente
linha correspondente
126
Protocolo de registro:
segmento
repetição de frase
total total
2 – Velocidade de Fala
ANEXO B
SSI - Stuttering Severity Instrument for Children and Adults (Riley, 1994)
200 sílabas fluentes deve ser transcrita para ser submetida a avaliação do teste que
é dividido em 4 áreas:
b) duração - escala de 0 - 18
Frequência
b) retornar a gravação e contar os eventos de gagueira. Ex: Eu não que que que que
14.28%
Duração
130
“fleeting/passageiras, fugazes”
Concomitantes Físicos
tipos: desvio de sons (qualquer som não verbal que acompanhe o evento de
evitar o contato ocular, olhar para baixo, scanear o ambienta e olhar para o teto) e
segundo a escala. Os 4 escores obtidos são somados para compor o escore final.
Adultos