Fluidos No Corpo Humano

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Fluidos – aplicações no corpo humano

Referências

1) Hobbie, caps. 1 e 5.
2) Okuno, caps. 19 e 20.
3) Guyton, caps. 14, 15, 16 e 25.
4) Hiperphysics, fluid, site abaixo.
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/hframe.html
Fluidos reais
Fluxo laminar com VISCOSIDADE (Hobbie cap 1)

Fluido entre duas placas:

A • Placa superior em movimento;

ŷ d • Placa inferior parada


ẑ v0 Gradiente de velocidades:

Para manter a placa superior em movimento e a inferior estacionária, é


necessário exercer uma força F em cada placa: à direita na placa superior e à
esquerda na placa inferior. A força de cisalhamento resultante ou força por
unidade de área é, em muitos casos, proporcional ao gradiente de
velocidade.
Fluxo laminar (com VISCOSIDADE) (Hobbie cap 1)

A
ŷ d Gradiente de velocidades:


ẑ v0

Fluido Newtoniano

Fluidos que seguem a eq. acima são chamados de fluidos Newtonianos.

h : coeficiente de Viscosidade

Unidade: Poise (P); 1cP = 10-2 P = 10-3 Ns/m2 = 1 mPa.s


Fa

Na parede v = 0 e
no centro v é máx. Para fluxo contínuo podemos escrever:
dv
r [ p( x)  p( x  x)]  h 2rx  0
2

dr

dv r  p( x  x  p( x)  dp r
  
dr 2h  x  dx 2h

(a velocidade é maior no meio do tubo)

A força de atrito é proporcional à viscosidade, área da parede e gradiente de


velocidade.
dv dp r 1  dp  R p

dr dx 2h
,  dv  2h  dx r rdr

Assim, temos o perfil de velocidades:

1 p
v(r )  (Rp  r 2 )
2

4h x

volume transportado Av t
A taxa de fluxo volumétrico é: jv (r )    v(r )
(area)(tempo) At

Rp
Q
A vazão total (Q) através do tubo é
dada pelo fluxo total multiplicado pela jv (r )2rdr
0
área do tubo.
Perfil de Velocidades: 1 p
v(r )  (Rp  r 2 )
2

4h x

Rp 2p R p
Q jv (r )2rdr, Q  
2 2
( R r )rdr
4hx 0
p
0

4
Rp
u  (R p  r ), du  2rdr,
2 2
a integral é
4

Lei de Poiseuille

físico francês Jean Louis Marie Poiseuille  R p p 4

Q
Vazão (m3/s) 8h x
Como exemplo, calcule a vazão de um poro de 5 nm, similar aos
encontrados na membrana basal do glomérulo do rim, onde p = 15,4 torr,
h = 1,4 x 10-3 kg.m-1s-1 e x = 50 nm.

p   Hg gz  (13,55 x103 )(9,8)(15,4 x103 )


p  2,04 x103 Pa

 R p p4

Q
8h x

(3,14)(5 x10 9 ) 4 (2,04 x103 )  21 3 1


Q -3 -9
 7 , 2 x10 ms
8(1,4x10 )(50x10 )
Circulação sistêmica e pulmonar

% do sangue total nas diferentes


partes

Artérias – alta pressão – paredes


fortes

Arteríolas – podem aumentar


muito seu diâmetro e controlar
muito o fluxo de sangue

Capilares – função de trocar


líquidos, nutrientes, eletrólitos,
hormônios, entre outros, com o
líquido intersticial

Guyton – cap 14
Lei de Ohm – Fluxo (F) = diferença de pressão/resistência

P
F
R

Medida do Fluxo
por efeito Doppler
Cap. 16 - Okuno

12. Deseja-se medir a velocidade do fluxo sanguíneo na aorta de uma


pessoa. Para isso, usa-se a técnica Doppler de ultrassom. Coloca-se um
transdutor fazendo um ângulo de 45° com a direção do fluxo sanguíneo. A
frequência do ultrassom é de 5 MHz. A diferença máxima entre a frequência
emitida e a recebida, devida ao efeito Doppler, é de 3 kHz. Sabendo-se que a
velocidade do ultrassom no sangue é de 1500 m/s, calcule a velocidade
máxima do fluxo sanguíneo na aorta.

2 fVH cos fv


f   VH 
v 2 f cos
3x103 x1500
VH   0,64m / s
6 2
2 x5 x10 x
2
Detecção de Pulso Doppler
O efeito Doppler em uma sonda de pulso ultrassônico detecta o som
refletido do sangue em movimento. A frequência do som refletido é
diferente e a frequência de batimento entre os sons diretos e refletidos
pode ser amplificada e usada nos fones de ouvido para ouvir o som do
pulso.
Turbulência
• Velocidade e pressão num ponto variam no tempo;
• Fatores: Velocidade do fluido, viscosidade, densidade,
obstáculos.

Número de Reynolds: Re

ρ Rp = raio do
Re  2vR p  
 η cano ou
vaso
Previsão de Turbulência:

Re  2000
A ocorrência de turbulência (fluxo não laminar) é avaliada pelo número de
Reynolds (Re), definido como
2vR p
Re 
Fluxo turbulento na aorta? h
O fluxo sanguíneo no corpo humano é notavelmente livre de turbulência,
mas os sons atribuídos à turbulência associado com a aorta são
detectados pelo estetoscópio.
Assumindo um fluxo sanguíneo de 5 L/min (débito cardíaco) e raio da aorta
de 0,9 cm, verifique.
Mas, para fluxo
laminar em um tubo
v max
v efetiva 
2
v max  66cm / s

Onde foram substituídos a densidade Assim, na região central


e viscosidade para o sangue. da aorta há turbulência,
Nos capilares a velocidade estrangulamentos podem
é ~1000 vezes menor (0,3 mm/s) provocar turbulência.
O fluxo de volume total (Q) pode ser calculado por integração dos fluxos nas
sucessivas lâminas cilíndricas.

1 p
v(r )  (Rp  r )
2 2

4h x Q v máx
Portanto, vefetiva  
A 2
Rp  r 2
2
v(r ) r2
 2
 1 2
vmáx Rp Rp
2
Rp r
Q   vdA   vmáx (1  2 )2rdr
0
Rp
Rp
r r2  R
2
4
p vmáx vmáx
 2vmáx   2
  A
 2 4 R p  0 2 2
Resistência ao fluxo

1 p
v(r )  (Rp  r 2 )
2

4h x
p vmáx
Q  Av efetiva  A
R 2
1 p 2  R p 4 p
vmáx  Rp Q
4h x 8h x
A p 2 p
Q Rp 
8h x R
8hL
R 2
R  L; R  1/A
AR p
8hL 8h
R  constante
R p 4 Rp
2
Volume Espess Veloci
Diâme Compri Re
Pressão de ura dade
tro mento no fluxo
(torr) sangue parede efetiva
(mm) (mm) máx.
(mL) (mm) (m/s)
Aorta 100 156 20 500 2 0.48 9 400

Artérias 95 608 4 500 1 0.45 1 300

Arteríolas 86 94 0.05 10 0.2 0.05

Capilares 30 260 0.008 1 0.001 0.001

Vênulas 10 470 0.02 2 0.002 0.002

Veias 4 2682 5 25 0.5 0.01

Veia cava 3 125 30 500 1.5 0.38 3 000

Artéria
20 91 7800
pulmonar
Veia
5 215 2200
pulmonar
Resistência ao fluxo sanguíneo em circuitos vasculares em série e paralelo

R eq  R 1  R 2  R 3  .... (série)

1 1 1 1
    ....(paralelo)
R eq R 1 R 2 R 3
Exemplos de fluxo sanguíneo
Suponha que você tem um requisito de emergência para um aumento de cinco
vezes no fluxo de volume de sangue (como sendo perseguido por um cão grande).
Como o seu corpo poderia suprir esse déficit?

De acordo com a lei de Poiseuille, um aumento de cinco vezes na pressão arterial


seria necessário (isso é impraticável).

Mas, as arteríolas podem dilatar seus raios em até 50%. Como o fluxo cresce com
r4 temos um aumento no volume de sangue de (1,5)4 = 5,06

Dilatadores naturais:
Óxido nítrico
Bradicinina
Histamina
Íons potássio
Adenosina

Constritores
Vasopressina
Angiotensina II
Norepinefrina
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/hframe.html Epinefrina
Lei de Ohm – Fluxo (F) = diferença de pressão/resistência

P
F
R

Medida da pressão no interior do vaso


sanguíneo (com agulha).

Membrana metálica elástica e muito fina


que forma uma das paredes da câmara
de liquido.

A) Placa metálica – capacitância


B) Cilindro metálico – entra na bobina –
indutância
C) Fio elástico muito fino – a resistência
aumenta conforme é esticado
Pressões normais – posição horizontal – relativas a P0
O hematócrito normal é de 42% e pode ser determinado por centrifugação
em capilar

Viscosidade da água
h = 1 x 10-3 Pa.s
Enquanto a pressão no manguito for maior que a
pressão sistólica, a artéria braquial permanecerá
colapsada e nenhum som de Korotkoff será
ouvido na artéria distal inferior. No ponto B o
sangue começa a fluir pela artéria e os sons dos
batimentos cardíacos começam a ser ouvidos no
estetoscópio (máxima). Em C os sons são
alterados para a qualidade abafada e a pressão
é aproximadamente igual à pressão diastólica.
Pressão x altura

mmHg

Válvulas venosas nas


pernas, com o movimento a
pressão nas pernas diminui

Flebite - coágulo
Hg
embolia pulmonar
Medida do débito cardíaco pelo consumo de O2 e lei de Fick

Para cada litro de sangue que circula pelos pulmões são absorvidos 40 mL
de O2. Se forem absorvidos 200 mL/min de O2 (medido pela redução de O2
do ar respirado), então o débito cardíaco será de 5 L/min.

O 2 absorvido por min nos pulmões (mL/min)


Débito cardíaco 
Diferença arteriovenosa de O2 (mL / L) de sangue

200mL / min
  5 L / min
40mL / L
Pressão osmótica
No equilíbrio, o potencial químico do
solvente (já que somente ele está livre
para fluir), em ambos os lados da
membrana, é igual.

O compartimento contendo o solvente


puro tem um potencial químico µo(p),
onde p é a pressão.

Já no compartimento que contém o


soluto, o potencial químico do solvente
depende da fração molar do solvente
(0 < xA <1).

Além disso, este compartimento pode


assumir uma pressão diferente, p'.
Podemos, portanto, escrever o
potencial químico do solvente como
µA(xA,p’). µA(xA,p’) = µo(p)
A fórmula de van't Hoff

Se considerarmos p' = p + P, o equilíbrio do potencial químico seria:


 A ( x A , p  P)   0 ( p)
Aqui, a diferença de pressão dos dois compartimentos é definida como a pressão
osmótica exercida pelo soluto. O solvente se desloca através da membrana na direção
do soluto, pois a diluição do soluto diminui o potencial químico (um efeito entrópico).
Mas, este deslocamento do solvente aumenta a pressão da solução e isto eleva o
potencial químico. Assim, o deslocamento se dá até igualar o potencial químico de
ambos os lados da membrana.
p P
A ( xA , p  P)   ( p  P)  RT ln(g A xA );
0
A  ( p  P )   ( p)  
0
A
0
VM ( p' )dp'
p

onde gA é o coeficiente de atividade do solvente. O produto gA xA é também conhecido


como a atividade do solvente. Onde VM é o volume molar do solvente (m3/mol).
Combinando as três expressões acima temos:
p P
 RT ln(g A x A )   VM ( p' )dp'
p

A integral dá PVM (admitindo que a faixa de pressão na integração seja pequena e que
VM seja constante). Assim,
RT
P ln(g A x A )
VM
RT
P ln(g A x A )
VM

Através de uma série de aproximações para concentrações diluídas do soluto,


tem sido demonstrado que esta expressão se aproxima para:
P  RTcSoluto

Para soluções diluídas gA ~ 1 e


lnxA = ln(1-xSoluto) =~ -xSoluto = -nSoluto/nA e nAVM = V
(Atkins – Físico química, 2008, cap. 5).

Em 1877, van’t Hoff supôs que as moléculas de um soluto, quando dissolvidas


em uma concentração de até 1 mol/L devem se comportar da mesma maneira
que as partículas de um gás ideal. Essa pressão do soluto ele chamou de
"osmótica". De modo que
n
P  RT  cRT
V

A pressão osmótica exercida pelas partículas em solução, sejam elas


moléculas ou íons, é determinada pela concentração dessas partículas,
independente da massa.
Efeito da pressão osmótica sobre o tamanho das células

Em água destilada ou
solução com pouco sal as
células sofrem lise.
280 mOsm/L corresponde a

P  RTcSoluto
0,082atm.L Osmol
P (310K )(0,280 )
osmol.K L
P  7,12 atm  5401 mmHg

180 g/L de glicose


corresponde a concentração
de 1 M ou 1 Osmol/L, mas
1 M de cloreto de sódio
corresponde a 2 Osmol/L
porque este sal se dissocia
em 2 íons.
Pressão do líquido Pressão coloidosmótica
intersticial (Pli) do líquido intersticial (Pli)

Pli – força o liquido para dentro quando for positiva e para fora quando for
negativa.

A pressão efetiva é dada pela soma:

Pefetiva = Pc – Pli – Pp + Pli


7,16 atm
Pressão coloidosmótica do sangue

Pressão osmótica das proteínas

PM

69.000

140.000

400.000
Vasomotilidade. O grau de abertura e fechamento das meta-arteríolas e dos
capilares é determinado principalmente pela concentração de oxigênio.
Quando o consumo de O2 é grande no tecido, os períodos intermitentes de
fluxo sanguíneo capilar ocorrem com maior frequência e duração.

Permeabilidade relativa dos poros arterial venoso


capilares do músculo esquelético para
várias moléculas

O sistema linfático devolve à


circulação as proteínas que
vazam dos capilares.
O oxigênio e o gás carbônico não precisam passar pelos
poros necessariamente, eles podem permear as paredes
dos vasos sanguíneos.
Extremidade arterial do capilar Venosa

10
3
8
21

28
28

21
28
-7
Dores de cabeça em diálise renal

A diálise é utilizada para remover a ureia do plasma de pacientes


cujos rins não funcionam. A ureia está no líquido cerebral intersticial e
no líquido cefalorraquidiano na mesma concentração que no plasma.

Contudo, a permeabilidade da membrana capilar do cérebro é


baixa para a ureia, e para alcançar o equilíbrio são necessárias
várias horas.

Água, oxigênio e nutrientes cruzam do capilar para o cérebro a uma


taxa muito mais rápida do que a ureia. À medida que a concentração
plasmática da ureia diminui, é criada uma diferença de pressão
osmótica temporária resultante da ureia no cérebro. A pressão maior
da água no plasma força o deslocamento de água para o fluido
intersticial do cérebro.

Isto pode resultar em edema cerebral, e também pode causar fortes


dores de cabeça.
Volume de líquidos
corporais para uma
pessoa de 70 kg.

Os volumes são
medidos pelo método
da diluição.

16% Por exemplo, injeta-se


no sangue do paciente
10 mL de soro fisiológico
contendo um corante ou
outro marcador em uma
dada concentração.
Depois de um tempo
para a completa difusão,
retira-se 10 mL e mede-
se a concentração para
40% calcular a diluição e a
partir dela o volume de
água no corpo.
Detecção: contador de cintilações, NMR, cromatografia líquida e absorbância
Adição de sal
ao corpo

Reduz o volume
de
líquido intracelular
Perda de sódio
resulta na desidratação - hiponatremia – pode ser causada por diarreia,
vômito ou uso excessivo de diuréticos, entre outras causas. Leva ao inchaço
das células e pode causar edema das células cerebrais (devido à rigidez do
crânio). Os sintomas são dor de cabeça, náusea, letargia e desorientação.
Em níveis mais baixos de sódio pode levar a convulsões, coma, dano
cerebral permanente e morte.

O sistema linfático é um importante fator de segurança contra o edema. Sua


função é retornar para a circulação o líquido e as proteínas filtradas dos
capilares para o interstício. Sem esse retorno o volume do plasma sanguíneo
seria rapidamente depletado, e ocorreria edema intersticial.

O sistema circulatório humano processa uma média de 20 litros de sangue


por dia através de filtração capilar (filtra o plasma enquanto deixa as células
do sangue). Uma das principais funções do sistema linfático é proporcionar
uma rota de retorno de fluidos intersticiais, através de uma rede de vasos e
capilares linfáticos.

Outra função importante do sistema linfático é conduzir os anticorpos e os


linfócitos para a corrente sanguínea.
Tensão superficial

As forças coesivas entre moléculas no


interior de um líquido são compartilhadas
com todos os átomos vizinhos. Aquelas
moléculas da superfície não têm átomos
vizinhos acima delas e exibem forças
atrativas mais fortes sobre suas
moléculas vizinhas na superfície criando
W
melhor empacotamento. Este aumento g
das forças de atração intermolecular na A
superfície é chamado de tensão N .m J N
unidades   
superficial. A tensão superficial diminui m2 m2 m
linearmente com a temperatura.
x
A tensão superficial é definida como o L
trabalho para expandir a superfície em
1 m2. Portanto, a unidade é J/m2 ou N/m. Fx F
Pode ser vista como a energia potencial g  ou
Lx L
elástica por m2.
F
g se camada dupla (sabão)
2L
Se as forças de coesão (Fc) do líquido forem menores que as de aderência
(Fa) ao material de contato, o ângulo de contato será maior que 90º e
menor de 90º se ocorrer o contrário. As gotas de água tendem ao formato
arredon-dado quanto está sobre teflon ou algum material plástico de baixa
aderência.
Exemplo 20.5 (Okuno). Um inseto de n pernas está parado sobre a água.
Determine a condição para que ele não afunde.

As componentes horizontais
da força Fgx se cancelam e
as verticais (Fgy) combina-
das dão o peso do inseto.

dFγ  γ dl
dFγy  γ dl cos α
Peso
Fγy  γ 2πr cos α 
n
Se n  6, g água (20o C)  0,0728 N/m e se a pata produzir
uma depressão na água de 2 mm de raio e ângulo de 40o ,
qual o peso do inseto?
Peso  6 (0,0728)(2 )(0,002)cos40o  4,2 x10 3 N  0,43 g
Pressão na bolha de sabão (bicamada)

A força ascendente líquida no hemisfério


superior da bolha é apenas a diferença de F  (Pi  P0 )π r 2
pressão vezes a área do círculo equatorial:

A força da tensão de superfície para baixo em


torno do círculo é duas vezes a tensão
F  2g (2π r)
superficial vezes a circunferência, uma vez que
duas superfícies contribuem para a força:

Pi  P0  para a bolha
r bolha

Pi  P0  para o alvéolo que P0
Pi
r
tem apenas uma superfície
Este último caso aplica-se também ao caso de
uma bolha rodeada por um líquido, tal como o g
caso dos alvéolos dos pulmões.
De outro modo

O trabalho para aumentar o volume da bolha é igual ao trabalho


para aumentar a superfície.

W  gA
4 3
pdV  gdA com V  r e A  4r 2
3
dV  4r 2 dr e dA  8rdr
bolha
Assim, p4r dr  g 8rdr
2
P0
Pi
ou
2g
p Onde p é o excesso de pressão
g
r p = pi - p 0
Lei de La Place

A força de tensão por unidade


de comprimento na parede
é T = pR.

O princípio de Pascal requer que a pressão seja a mesma em toda parte


dentro do balão no equilíbrio. Mas o exame revela que há grandes diferenças
na tensão da parede em diferentes partes do balão. A variação é descrita pela
Lei de Laplace. A tensão está relacionada com o raio.
A troca de oxigênio nos pulmões ocorre através
das membranas dos alvéolos ligados aos ramos
das passagens brônquicas. Estes alvéolos inflam e
desinflam com a inalação e expiração. O comporta-
mento dos alvéolos é em grande parte ditado pela
lei de La Place e pela tensão superficial. É preciso
algum esforço para respirar porque esses
pequenos balões devem ser inflados, mas o
recolhimento elástico dos balões minúsculos nos
auxilia no processo de exalação. Se o recolhimento
elástico dos alvéolos está comprometido, como no
caso de enfisema, então fica difícil exalar.

Os pulmões humanos contém cerca de 700


milhões de alvéolos, dando ~70 m2 de área.
Cada alvéolo é envolvido em uma malha fina
de capilares cobrindo cerca de 70% de sua
área. A superfície total desses capilares atinge
uma área de ~90 m2.
Inflando os alvéolos

Inflar os alvéolos no processo de


respiração requer um excesso de
pressão dentro dos alvéolos em
relação ao seu ambiente. Isto é feito
fazendo com que a pressão na
cavidade torácica seja negativa em
relação à pressão atmosférica.

A quantidade de pressão líquida


necessária para inflar é ditada pela
tensão superficial e os raios dos
alvéolos. Durante a inalação, os raios
dos alvéolos aumentam de cerca de
0,05 mm para 0,1 mm. Com o fluido de
tecido mucoso normal que envolve os
alvéolos, a sua tensão superficial
nominal é cerca de 0,05 N/m, de modo
que a pressão líquida necessária para
fora é:

Pi  P0  para o alvéolo que
r
Mas a diferença de pressão
tem apenas uma superfície normal na respiração é somente
Como g do alvéolo é de 0,05 N/m ~1 mmHg (aquela que é puxada
através do diafragma na caixa
Se r  0,05 mm, p  15 mmHg torácica).
Se r  0,1 mm, p  7,5 mmHg

Isso indica que para inflar os A notável propriedade do


alvéolos é mais difícil no início, tensoativo que reveste os
quando o raio é menor, sendo alvéolos é que reduz a tensão
preciso exercer uma pressão superficial por um fator de cerca
inicial de 15 mmHg. de 15, de modo que a diferença
de pressão de 1 mmHg é
Este efeito facilita a liberação total suficiente para inflar os alvéolos.
do ar do pulmão.
Papel do surfactante na respiração

Parece haver uma quantidade quase constante deste surfactante por


alvéolo.

Uma vez que o efeito de redução da tensão superficial pelo surfactante


depende de sua concentração, ele diminui a pressão necessária para
inflar os alvéolos na fase mais crítica que é a inicial.

A primeira respiração do bebê depende deste tensoativo e é tornada mais


difícil nos recém-nascidos prematuros pela formação incompleta do
surfactante.
Revisão: Alvéolos e exalação

Os alvéolos dos pulmões agem como balões em que há algum esforço


envolvido para inflá-los, mas quando a pressão de inflar é liberada, o recuo
das paredes elásticas fornece a pressão necessária para desinflá-los.

Quando o diafragma é abaixado, a pressão dentro da cavidade torácica


torna-se negativa e os pulmões se expandem para dentro dela. O ar da
atmosfera move-se para o vácuo parcial resultante e infla os alvéolos.

Uma vez que os alvéolos estão totalmente inflados, a exalação pode ser
realizada simplesmente relaxando o diafragma, já que a tensão da parede
em todos os minúsculos alvéolos atuará para forçar o ar para fora deles. Ao
forçar o diafragma para cima, podemos exalar vigorosamente adicionando o
esforço do diafragma ao recuo dos alvéolos elásticos.

Em doenças como enfisema (os alvéolos aumentam de tamanho, uma parte


deles é perdida e outros se combinam para formar alvéolos maiores), a
elasticidade dos alvéolos é perdida (pela lei de La Place quanto maior o raio
de curvatura maior a tensão necessária na superfície) e a exalação torna-se
um processo difícil.
Enfisema
A doença dos pulmões chamada enfisema ou doença pulmonar obstrutiva
crônica (COPD) resulta no alargamento dos alvéolos dos pulmões, pois alguns
são destruídos e outros aumentam ou se combinam. A doença é um dos
efeitos destrutivos do tabagismo a longo prazo, mas às vezes ocorre em não
fumantes. Os alvéolos aumentados no paciente com enfisema implicam menor
recuo elástico durante o processo de exalação e em estágios avançados da
doença, um paciente não é capaz de apagar um fósforo.

Além da perda de elasticidade das paredes alveolares, o maior tamanho dos


compartimentos implica em menor área de superfície para um determinado
volume. Como a troca de oxigênio do ar para o sangue é proporcional à
área da membrana de troca, isto diminui a taxa de transferência de oxigênio.
Lei de Graham
Quando os gases são dissolvidos em líquidos, a taxa relativa de difusão de
um dado gás é proporcional à sua solubilidade no líquido e inversamente
proporcional à raiz quadrada da sua massa molecular. O CO2 tem uma
solubilidade no plasma sanguíneo 22 vezes maior que a do O2, mas é mais
massivo (44 u em comparação com 32 u para o oxigênio). De acordo com a
lei de Graham, a taxa relativa de difusão é dada por
Problema 17.38 (Hobbie). Estima-se que a área de superfície de capilar total
no pulmão seja de 90 m2. Assuma que cada capilar tenha 50 segmentos, cada
um com 10 μm de comprimento, e um raio de 5 μm.
(A) Quantos capilares existem no pulmão?
(B) Existem cerca de 3 × 108 alvéolos nos dois pulmões. Quantos capilares por
alvéolo existem?
(C) Um alvéolo tem 150-300 µm de diâmetro. As respostas acima são
consistentes?
(D) Uma dose típica de microesferas de albumina leva 0,5 mg para o pulmão,
tendo cada microesfera um diâmetro médio de 25 µm. Existem 1,85 × 106
esferas por mg. Qual fração dos capilares é bloqueada se houver boa mistura?
O problema analisa o bloqueio de capilares pela administração de microesferas de
albumina. É um exemplo de como um potencial efeito colateral - bloqueio de capilares
pelas microesferas - pode ser analisado para determinar se é significativo.

(A) A área superficial de um capilar é 2πRL. O número N está relacionado com a área
superficial total, A, por

A 90
N   5,7 x10 9

2rL 2 (5 x10 6 )(500 x10 6 )

(B) 5,7 x 109/3 x 108 = 20 (ou 1000 segmentos)

(C) O número máximo de capilares que poderiam ser acomodados em torno de um


alvéolo (raio de 100 µm) é aproximadamente

200 µm
2π (raio alveolar) 2π( 100 )
  63 10 µm
diâmetro capilar 10 Alvéolo

(D) Há 1,85 x 106 microesferas por mg. Como são 0,5 mg, a dose é de 9,25 x 105
esferas para 5,7 x 109 capilares, ou seja, somente 1 em 6162 é bloqueado.
Problema 1.18 (Hobbie). As paredes de um tubo cilíndrico que tem um excesso
de pressão p no interior estão sujeitas a uma força de tensão por unidade de
comprimento T. (Considere apenas a força por unidade de comprimento nas
paredes cilíndricas, não as forças nas extremidades transversais do tubo). A
força por unidade de comprimento nas paredes (tensão superficial, g) pode ser
calculada considerando um tubo composto de duas partes como mostrado na
figura: um semicilindro de raio R e comprimento L ligado a uma placa plana de
largura 2R e comprimento L. Qual é a força que o excesso de pressão exerce
sobre a placa chata? Mostre que a força de tensão por unidade de
comprimento na parede do tubo é T = pR. Isso é chamado de Lei de Laplace.
(Despreze qualquer deformação do tubo).
Veja se você pode obter a mesma resposta pela integração direta das
componentes horizontais e verticais da força devido ao excesso de pressão.
A força total devido à pressão na placa plana é F = pL2R.
Esta força deve ser equilibrada por uma força exercida pelas paredes do
segmento semicircular. Se a força por unidade de comprimento é T,

2LT = pL2R, então T = pR.

Pela terceira lei de Newton, a reação exercida sobre a placa hipotética é igual
a força exercida sobre o semicilindro.

Podemos obter a mesma resposta pela integração direta da força de pressão


exercida no semicilindro. Considere uma faixa de comprimento L e largura
Rdθ. A força é a pressão vezes a área: dF = pdA = pLRdθ n, onde n é um vetor
unitário normal à superfície.
Os componentes são dFx = dFcosθ e dFy = dFsenθ. A força total é obtida pela
integração de θ = 0 a θ = π.
 
Fx   dFx  pRL  cosd  pRL[ sen ]0  0
0 0
 
Fy   dFy  pRL  send  pRL[ cos ]0  2 pRL
0 0

A força por unidade de comprimento na borda é T = Fy/2L = pR.

À medida que a parede de um aneurisma da aorta se expande, R aumenta e


a força por unidade de comprimento também aumenta. Uma vez que a
parede já está enfraquecida pela expansão original, há uma possibilidade de
rompimento do aneurisma.
Problema 1.19. (Hobbie). Encontre uma relação entre a tensão por unidade
de comprimento, T, em qualquer elemento da parede de uma bolha de sabão
esférica, o excesso de pressão dentro da bolha, p, e o raio da bolha, R.
(Dica: Use a mesma técnica do problema anterior).
Em analogia com o problema anterior (da derivação da Lei de Laplace para
um cilindro), imagine um hemisfério da bolha de sabão ligado a uma placa
plana esférica.

A força da pressão no disco plano é pπR2 e deve ser igual ao comprimento


da circunferência vezes a tensão por unidade de comprimento, T (tensão
superficial, g):

pπR2 = 2πRT ou T = pR/2. Onde p representa o excesso


de pressão p.
ou
2T
P 
R
Para a bolha de sabão
T  2γ e
4g
P 
R
Problema 1.20 (Hobbie). A lei de Laplace, T = pR, relaciona a tensão T em uma
parede arterial, com a pressão p dentro da artéria e seu raio R. Suponha que a
parede obedeça à lei de Hooke, T = k(R-R0), onde R0 é o raio da artéria
quando p = 0 e k é uma medida da elasticidade da parede.
(A) Derive uma expressão para R como uma função de p. Esboce as relações
de R versus p, e T versus p.
(B) Determine a pressão crítica na qual R vai para o infinito. Fisicamente, esta
é a pressão que garante uma ruptura da artéria (um aneurisma).
(C) As artérias seriam instáveis e poderiam estourar quando a pressão se
aproxima de um valor crítico.
Elas evitariam este problema tornando-se mais rígidas com o aumento do raio.
Repita a parte (a) usando k = cR para a rigidez. Neste caso existe uma pressão
crítica na qual a artéria vai explodir?
A lei de Laplace tem muitas aplicações em biologia e medicina (Basford, 2002).
Para uma discussão de como as artérias tornam-se mais duras à medida que
R cresce, veja Vogel (1992).
c) Se k = cR, então
a)
pR  cR 2 - cRR 0
T  pR b) R tende para o
infinito quando p se p  cR - cR 0
T  k(R - R 0 ) aproxima de k. Se a
p  cR 0
pR  k(R - R 0 ) parede da artéria ficar R
danificada, reduzindo c
R(p - k)  -kR 0 seu módulo elástico,
p
- kR 0 R0
aquela região ficaria R  R0 
R  propensa para formar c
p - k 1- p um aneurisma.
p2
k T  pR0 
c
pR 0
T  pR 
p Ambos R e T crescem com p, mas não há valor
1-
k crítico de p, para o qual R e T tendem para o
infinito. Assim, o risco de um aneurisma se torna
menor. Esse tipo de cálculo demonstra que para
evitar aneurisma a constante elástica dos vasos
precisa ser proporcional a R.
Ação capilar
A ação capilar é o resultado da
aderência e da tensão superficial. A
aderência da água às paredes de um
recipiente causará uma força
ascendente sobre o líquido nas bordas
e resultará num menisco que se volta
para cima.

O líquido é puxado para cima quando


as forças de aderência (líquido-
capilar) é maior do que as de coesão
(afinidade entre as moléculas do
próprio líquido).
No caso do
mercúrio as forças
de adesão são
maiores que as
adesivas, o efeito
capilar é invertido.
Okuno pág. 341. No caso das árvores, a seiva flui, através do xilema, das
raízes até as folhas, transportando os nutrientes minerais retirados do solo,
que mantém as células. O xilema é formado por células mortas que perderam
suas membranas e formaram condutores contínuos de 0,01 a 0,5 mm de
diâmetro. Há três mecanismos sugeridos para explicar a subida da seiva pelo
xilema:
1) Osmose. Para uma árvore de 30 m

kg m 5 N
P  gh  (10 3 )9,8 2 (30m)  3x10 2  3atm
3

m s m
P 3atm
CS    0,12 Osmol / L
RT 0,082 atm.L (293K )
osmol.K
Somente na primavera é possível encontrar esses valores de concentração.
Assim, a pressão osmótica não é suficiente para explicar.

2) Ação capilar. Supondo o diâmetro do xilema de 0,2 mm e gseiva = gágua =


0,073 N/m, temos:
2g 2(0,073N / m)
h   1,5m
gr (10 kg / m )(9,8m / s )(1x10 m)
3 3 2 4

Só seria suficiente para árvores de 1,5 m de altura ou menos.

3) Pressão negativa.
Isto é simular ao caso de sugar suco usando um canudo.

Cerca de 90% da água que chega às folhas evaporam para a atmosfera


através dos estômatos. As colunas de água são contínuas através dos
capilares e quando a água evapora a pressão negativa faz a seiva subir.

Assim, os três mecanismos podem contribuir para a subida da seiva pelo


xilema.

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