Apostila SMAR
Apostila SMAR
Apostila SMAR
A Usina de Açúcar
e sua Automação
A origem da cana-de-açúcar
ORIGEM:
Continente Asiático, trazida logo após o descobrimento do Brasil, pelos portugueses.
CARACTERÍSTICAS:
Planta semiperene, monocotiledônica, pertencente á família das gramíneas, gênero Sacharum officinarum.
PERÍODO DE SAFRA:
150 a 180 dias nas condições brasileiras.
Em outros países como a Colômbia a cana-de-açúcar é produzida em todo o ano.
PRODUTIVIDADE:
No Brasil a produtividade é de 60 á 100 t/ha.
Os melhores rendimentos agrícolas estão na África do Sul, Austrália, Peru e Colômbia, com um rendimento de
110 á 160 t/ha, que resultará em 15 á 22 toneladas de açúcar/ha.
O carboidrato é o principal constituinte de todos os seres vivos e são suas fontes de energia.
A Usina de Açúcar e sua Automação
OS ENGENHOS DE AÇÚCAR
O açúcar era produzido em engenhos usando mão-de-obra escrava e caracterizou a cultura vigente do século
XVI ao XVIII.
A moagem da cana-de-açúcar era feita em moendas construídas em madeira, com rolos verticais e acionados
por animais ou rodas d'água.
A clarificação, evaporação e a cristalização eram feitas em tanques aquecidos por fogo direto pela queima de
lenha.
O controle da cristalização era feito pela colocação ou retirada de lenha, ou seja, pela regulagem do
aquecimento.
A Usina de Açúcar e sua Automação
O caldo evaporado contendo cristais de açúcar era colocado em formas e deixando resfriar dando origem à
rapadura ou açúcar mascavo.
A Usina de Açúcar e sua Automação
O açúcar branco era produzido em casas de purga, onde em formas especiais eliminava-se o mel por gravidade
através de um período de repouso que podia chegar a 50 dias.
Em Cuba e demais países do Caribe, o açúcar branco era embalado em caixas e o açúcar mascavo em barris
para o transporte até os centros de consumo.
A MÁQUINA À VAPOR
A máquina a vapor substituiu o trabalho braçal ou animal na moagem da cana no início do século XIX, em plena
Revolução Industrial.
Os países que demoraram em adotar esse avanço tecnológico perderam mercado rapidamente.
O químico norte-americano Norbert Rillieux, nascido na Louisiana, foi o responsável pela invenção da
evaporação de múltiplos efeitos em 1834, que revolucionou a indústria açucareira mundial e também a indústria
química.
O COZEDOR À VÁCUO
O químico inglês Charles Edvar Howard (1774-1816) foi quem realizou em 1812 o primeiro projeto empregando
Vácuo para produzir ebulição do caldo a temperaturas mais baixas. Desenvolveu também projetos para
sulfitação, refino, filtragem e emprego de vapor em lugar de fogo direto nos engenhos.
A Usina de Açúcar e sua Automação
A CENTRIFUGAÇÃO DO AÇUCAR
As primeiras centrífugas de açúcar surgiram por volta de 1840 e eram acionadas por energia hidráulica (roda
d'água).
Com o uso das centrífugas de açúcar desapareceram as 'casas de purga' na produção de açúcar branco.
A produção de açúcar no século XVII
A Usina de Açúcar e sua Automação
1760
PAÍS
HAITI
ton
56646
1792
BRASIL 34000
JAMAICA 29841
MARTINICA 17000 PAÍS ton
ST. KITTS 9220 JAMAICA 55464
GUIANA 8300 BRASIL 21000
CUBA 5500 CUBA 14455
OUTROS 44827 MARTINICA 12120
TOTAL 205334 GRANADA 9432
ST. KITTS 7062
GUIANA 6700
OUTROS 58114
TOTAL 184347
( 1000 t)
120460
96/97
117340
95/96
114025
94/95
112199
93/94
111851
92/93
111061
91/92
110376
90/91
109552
89/90
107027
88/89
107172
87/88
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
Hectares
3000000
2500000
2000000
1500000
1000000
Sudeste
500000
Nordeste
0 Centro Oeste
1992
1993 Norte
1994
1995
1996
Centro-
Oeste Sul
7% 7%
Nordeste
18%
Sudeste
68%
A Usina de Açúcar e sua Automação
Tipos de Açúcar
1- Demerara (RAW SUGAR) E V.H.P. (VERY HIGH POL SUGAR)
2- Cristal Branco
4- Refinado Amorfo
5- Açúcar Líquido
6- Açúcar Invertido
AÇÚCAR DEMERARA
CRISTAL BRANCO
A Sulfitação é aplicado ao caldo, e seus principais efeitos são: efeito purificante, efeito descolorante, efeito
fluidificante, efeito precipitante.
AÇÚCAR LÍQUIDO
Açúcar obtido através da diluição do açúcar demerara ou V.H.P. recebendo um tratamento de purificação para
eliminação de impurezas, adicionamento de produtos químicos, filtragem em tanques de resina ou carvão e
o
concentração até aproximadamente 65 Brix.
O poder adoçante desse açúcar é menor devido à quantidade de água adicionada.
Esse açúcar é consumido pelas fabricas de refrigerantes e alimentos. Sua principal desvantagem é o baixo
tempo de armazenamento, devido aos ataques de microorganismos, principalmente os fungos.
AÇÚCAR INVERTIDO
Açúcar obtido através da diluição do açúcar demerara ou V.H.P.
O Açúcar Invertido é obtido através da reação de hidrólise total ou parcial da sacarose. Essa reação é
denominada Inversão, uma vez que ocorre mudança no sentido de rotação no plano de luz polarizada. O produto
final contém sacarose, glicose e frutose, a concentração de cada um desses açucares muda em função do nível
de inversão. O açúcar invertido é encontrado em diferentes graus de hidrólise.
A açúcar invertido mais produzido é o parcialmente invertido, com 50% de inversão, onde o poder adoçante é de
85% do valor do açúcar cristal.
A vantagem do Açúcar Invertido é o menor volume e maior tempo de armazenamento, pois é mais resistente ao
ataque de microorganismos.
Tipos de Álcool
1- ÁLCOOL HIDRATADO CARBURANTE
o
É o álcool a 92 GL (92% de álcool + 8% de água) utilizado como combustível direto nos veículos com motores
movidos a álcool.
2- ÁLCOOL ANIDRO
o
É o álcool a 99.6 GL (99.6% de álcool + 0.4% de água) utilizado como aditivo aos combustíveis.
Atualmente a gasolina brasileira possui 24% de álcool anidro.
BAGAÇO DE CANA
Resíduo fibroso resultante da moagem da cana-de-açúcar. É utilizado como combustível nas caldeiras para
geração de energia elétrica e calor. Pode ser utilizado na fabricação de papeis e como ração animal se for
hidrolizado.
VINHAÇA
Resíduo resultante da destilação do álcool, é utilizado como fertilizante na lavoura. Pode ser utilizada na
fabricação de adubos.
ÓLEO FUSEL
Resultante da destilação de álcool, é constituído de álcoois superiores. É extraído em pequena quantidade e
utilizado na indústria química e de cosméticos.
MELAÇO
Resultante da centrifugação do açúcar, contendo açúcares redutores e parte de sacarose não cristalizada. É
utilizado na fermentação para produção de álcool e como matéria-prima para fabricação de cachaça e rum.
Termos açucareiros
FIBRA EM CANA
É a matéria seca e insolúvel em água que compõe a cana, que posteriormente dará origem ao bagaço.
EMBEBIÇÃO
É o processo que embebe água ou caldo ao bagaço já esmagado, para que se misture com o caldo existente no
bagaço e o dilua no próximo terno.
MACERAÇÃO
É o processo no qual o bagaço é saturado de água ou caldo, geralmente a alta temperatura. A maceração é uma
classe especial de embebição.
CALDO MISTO
É a mistura do caldo rico e do caldo pobre (caldo do primeiro e do segundo terno), contendo o caldo que veio da
cana e a água de embebição.
CALDO SULFITADO
É o caldo que passou pelo processo de sulfitação. Contém dioxido de enxofre para redução de cor e eliminação
de colóides.
CALDO CALEADO
É o caldo que passou pelo processo de alcalinização (caleação) para neutralizar o pH do caldo, após a
sulfitação.
A Usina de Açúcar e sua Automação
LEITE DE CAL
É a mistura da cal virgem com água, utilizado para neutralização do caldo ou do xarope.
SACARATO
É a mistura da cal virgem com caldo ou xarope de cana, utilizado para neutralização do caldo ou do xarope.
LODO
São as impurezas retiradas do caldo durante o processo de decantação.
CALDO FILTRADO
É o caldo que passou pelo processo de filtragem, para retirada da sacarose contida no lodo.
TORTA DE FILTRO
É a mistura do lodo com bagacinho de cana que saíram do processo de filtragem. A sacarose contida na torta é
dada como perda, pois não será mais processada. A torta é devolvida para a lavoura como fertilizante.
POLÍMERO
Composto químico misturado ao caldo ou xarope, com efeito de decantação ou flotação das impurezas.
BRIX
São os sólidos solúveis na cana ou na solução açucarada, dos quais uma parte é a sacarose. É expressa como
percentagem de peso de sólidos.
POL
É o valor obtido pela polarização simples e direta em um sacarímetro de uma solução de peso normal. É
expressa como se fosse um valor real.
PUREZA
É a quantidade de sacarose contida em 100 partes de sólidos totais.
SACAROSE
É o açúcar contido nos vegetais, encontrado em maior volume na cana-de-açúcar ou na beterraba.
A Sacarose é um dissacárideo produzido pela condensação de glicose e frutose, e sua fórmula química é C 12
H22 O11 (peso molecular 342,30).
Pode ser determinada por meio de um sacarímetro, utilizando métodos analíticos ou pela polarização direta, já
que a diferença entre pol e sacarose não se tem em conta.
INVERSÃO
Glicose Frutose
A Usina de Açúcar e sua Automação
A sacarose hidrolisa-se com facilidade em soluções ácidas a velocidades que aumentam notavelmente com o
aumento da temperatura e diminuição do pH. Esta reação hidrolítica é denominada de Inversão, e causa perda
de sacarose.
POLISSACARÍDEOS
Este nome é dado a todos os sacarídeos com cadeia de mais de 12 monossacarídeos. O mais fundamental
presente na cana-de-açúcar é a dextrana e o almidom. São muitos prejudiciais nos processos de moagem,
clarificação, cristalização e centrifugação do açúcar.
XAROPE
É o caldo de cana concentrado nos evaporadores, antes de realizar alguma operação de extração de açúcar.
MASSA COZIDA
É a mistura de cristais e licor-mãe descarregado dos Cozedores a vácuo. A massa cozida é classificada de
acordo com sua pureza (Primeira, Segunda ou Terceira).
MAGMA
É a mistura de cristais de açúcar do Cozedor de Granagem com caldo de cana, xarope ou água. É utilizada
como pé dos cozimentos de primeira e de segunda.
MEL
É o licor-mãe separado dos cristais de açúcar através da centrifugação. O mel é classificado de acordo com o
tipo de massa cozida (Mel Rico para massa de primeira, Mel Pobre para massa de segunda e Mel Final para
massa de terceira).
MOSTO
Mosto é o termo empregado em tecnologia, para definir todo o líquido açucarado susceptível de sofrer
fermentação.
Na prática é a mistura de melaço (mel final) com água ou caldo de cana, que é devidamente preparado para
sofrer a fermentação alcoólica.
VINHO
É o produto resultante da fermentação alcoólica. O vinho é centrifugado para separação da levedura e enviado
para as colunas de destilação.
Fibra Celulose
8,0 - 14,0% Pentosanas
Lignina
CANA-DE-
AÇÚCAR
Água
75 - 82%
sacarose 14,5 - 24,0%
açúcare glicos 0,2 - 1,0%
Caldo 15,5 -
s frutos
e 0,0 - 0,5%
86,0 - 92,0% 24% e
Sólido aminoácidos
Solúvei
s gordura
18-
s orgânico ceras
s
25% s corantes
ácidos,
etc.
não- SiO 2
1,0 -
açúcares K O
2,5% 2
P 2O 5
CaO
inorgânico MgO
s Na O
2
Fe 2O 3
SO
3
Cl
A colheita da cana-de-açúcar
Após atingir o ponto adequado de maturação, a cana-de-açúcar é colhida manualmente ou mecanicamente.
No corte mecânico, dispensa-se a queima das palhas antes da colheita.
A Usina de Açúcar e sua Automação
A dextrana e o almidom são polissacarídeos introduzidos em grandes quantidades no processo pelo atraso das
canas e pelas matérias estranhas, causando dificuldades ao processo:
- Aumento excessivo da viscosidade dos caldos.
- Redução da velocidade de cristalização da sacarose.
- Deformação dos cristais de sacarose, influenciando negativamente no esgotamento e na centrifugação.
- Redução geral da eficiência econômica da Usina.
A diferença entre o brix do caldo do primeiro terno e do caldo misto é um índice de dissolução proporcional a
quantidade de água incorporada no processo de extração, sendo que este aspecto é fundamental determinar:
- A carga de trabalho dos evaporadores e cozedores.
- A demanda de vapor para o processo.
A pureza do caldo serve com base de cálculo aproximado das perdas. A diminuição de pureza significa aumento
dos não-açúcares a separar, tendo como conseqüência:
- Maior quantidade de mel final e portanto aumento das perdas de açúcar.
- Aumento do consumo de vapor por unidade de açúcar produzido.
- Diminuição da produtividade.
A fibra da cana tem um efeito notável sobre a extração, quanto maior seja a fibra, menor será a extração.
PROCESSO COLHEITA-TRANSPORTE
Decide as condições em que chegará a cana na Usina.
PROCESSO INDUSTRIAL
Resume os resultados finais e resultados industriais dos três processos.
AÇUCAR
MEL FINAL ( P/ DESTILARIA )
A cana é descarregada e armazenada no pátio de cana. Muitas usinas não utilizam o pátio de cana para evitar
inversões de sacarose.
A cana é lavada nas mesas alimentadoras para eliminação de matérias estranhas. Um índice tolerável de
matérias estranhas na cana é de 3%.
A mesa alimentada à esteira metálica que conduz a cana para o preparo da cana (picadores e desfibradores). A
função dos picadores e desfibradores é a preparação da cana mediante o quebramento da estrutura dura e
ruptura das células para a moagem.
A cana desfibrada é conduzida pela esteira de borracha até as unidades de moagem. Esta esteira é de borracha
por que possui um eletroimã para eliminação das partes metálicas, para não danificar os rolos esmagadores.
ELETROIMÃ
MESA
ALIMENTADORA PICADOR DESFIBRADOR
CHUTEEE
DONELLY
TERNO
ESTEIRAA
RÁPIDA
CANA
ESTEIRA
METÁLICA
Vista de um Difusor
Os três rolos de um terno de moenda convencional são montados em triângulo tal que a cana desfibrada seja
esmagada duas vezes: uma entre o rolo superior e o rolo de entrada, e outra entre o rolo superior e o rolo de
saída. Ao passar pelo rolo superior e de entrada a cana desfibrada é conduzida por sobre uma bagaceira até o
rolo de saída. Os rolos são acionados por pinhão do rolo superior, acionado por uma turbina e um sistema de
engrenagens redutoras.
Os rolos de entrada e de saída são fixos, enquanto o rolo superior levanta e abaixa por meio de um sistema de
pressão hidráulica.
A cana é conduzida de um terno a outro através de esteiras intermediárias. As esteiras geralmente são do tipo
de taliscas de arraste, que conduzem a cana até o chute-donelly do próximo terno.
Os ternos de moendas podem ser acionados por turbinas a vapor, motores elétricos e mais recentemente por
motores hidráulicos.
O acionamento dos ternos pode ser individual, duplo ou até um acionamento para todos os ternos de moendas.
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CABEÇOTE
EIXO DE ENTRADA
HIDRÁULICO
ACIONAMENTO DE CANA
ROLO CASTELO
DE
PRESSÃO ROLO
SUPERIOR
SAÍDA
DE CANA
ROLO
DE
ENTRAD
A PENTES
POSICIONADOR ROLO
DO DE
ROLO SAÍDA
MANCAL BASE
AJUSTE DA
BAGACEIR BAGACEIRA
A
EMBEBIÇÃO E MACERAÇÃO
A embebição pode ser simples, composta com reciclagem de água ou mista. A mais utilizada é a composta, no
qual se aplica água ao bagaço no último terno, o caldo extraído no último terno é aplicado no penúltimo terno, e
assim sucessivamente até o segundo terno.
No primeiro terno é extraído o caldo contido na cana. Por isso chamamos o caldo do primeiro terno de Caldo
Rico ou Primário e o caldo do segundo terno de Caldo Pobre ou Secundário.
A quantidade de água de embebição que se aplica varia de acordo com a região da usina, com a capacidade da
moenda, com a característica da cana (sobretudo seu conteúdo de fibra).
O valor de fibra é um parâmetro difícil de ser medido, por isso geralmente aplica-se de 25 a 30% de água contra
o peso total da cana.
ÁGUA
CANA
DESFIBRADA
BAGAÇO
CALDO CALDO
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
CALD PENEIRA
O ROTATIVA
MISTO CALDO
PENEIRADO
BAGAÇO
- Para cada 1% de matéria estranha que entra na Usina, se perde 1,5 kg de açúcar por tonelada de cana
moída.
- O índice de rupturas de células define o resultado do preparo de cana. Até 90% é aceitável.
- A pol do bagaço na saída do último terno dever ser o mais baixo possível, sem afetar outros parâmetros da
fábrica. A pol do bagaço até 1,5 é aceitável.
- A extração do caldo deve ser a maior possível. A média de extração para uma moenda é 96% e para um
difusor somos 98%.
- Limpeza das moendas, mantendo um perfeito estado de assepsia da área, fazendo desinfeção com água
quente, vapor ou produtos químicos.
80
70
%
60
E
X 50
T
R 40
A
Ç 30
Ã
O 20
10
1 2 3 4 5a6
TERNO
S
CANA BAGAÇ
CONTEÚDO DE POL NA FIBRA O
PRIMEIRO ÚLTIMO
TERNO TERNO
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LIMPEZA AUTOMÁTICA
Este controle permite efetuar a limpeza automática da peneira de caldo e dos ternos da moenda, através de
válvulas on/off de vapor ou água quente. O controle consiste em efetuar limpezas automáticas temporariamente
com intervalos programados.
Estabilidade de moagem
TRATAMENTO DO CALDO
O caldo extraído na moagem chega a etapa de cristalização com uma mistura complexa, contendo os
componentes integrais da cana-de-açúcar e mais as matérias estranhas incorporadas ao caldo acidentalmente,
através do corte de cana, da colheita, do transporte, das operações na moagem. Por isso o caldo dever passar
por um processo de Clarificação Simples, que consiste em um tratamento com cal e calor antes da etapa de
evaporação.
Controlando o pH a um nível ótimo, assegura-se uma remoção satisfatória dos compostos indesejáveis no caldo
e fornece uma condição adequada para a recuperação de açúcar.
O pH ideal do caldo é aquele que resulta num pH do xarope de 6,5. Trata-se do valor mais ou menos ótimo para
conduzir as etapas subsequentes de cristalização, fornecendo massas cozidas fáceis de cristalizar, mínimo
desenvolvimento de compostos e cor indesejáveis, pequena decomposição dos açúcares redutores e perda de
sacarose por inversão.
A clarificação Simples é o método mais antigo de purificação do caldo. Este tratamento a base de cal e calor
forma um precipitado pesado de composição complexa, no qual parte é mais leve e parte é mais pesada do que
o caldo. Esse precipitado floculante leva consigo a maior parte do material fino que está no caldo e que não foi
extraído pelas peneiras no setor de moagem.
A separação deste precipitado é feita por sedimentação e decantação.
Esse processo de Clarificação Simples é utilizado para a fabricação do açúcar demerara ou VHP, porém para a
fabricação do açúcar cristal (conhecido como brando direto) é necessário melhorar a cor e o brilho do açúcar.
Para produzir tal açúcar é necessário recorrer a procedimentos mais complexos do que a Clarificação Simples.
Os procedimentos que usam SO2 ou CO2 com cal, processos chamados de Sulfitação e Carbonatação,
respectivamente.
A Usina de Açúcar e sua Automação
O açúcar produzido pelo processo de Carbonatação é de melhor qualidade e mais uniforme do que o produzido
por Sulfitação, porém seu custo é muito maior. Por este motivo a Carbonatação não é muito utilizado no
hemisfério ocidental, mas é muito utilizado no hemisfério oriental (Java, Formosa, Índia, África do Sul e outros
países).
A Sulfitação pode ser feita a frio ou à quente, antes ou depois do tratamento com cal.
A Sulfitação é feita de forma contínua, já que o caldo e os gases de SO 2 passam continua e simultaneamente
em contracorrente através de uma torre (Coluna de Sulfitação).
O gás dióxido de enxofre (SO2) é obtido pela combustão do enxofre em fornos. O gás é resfriado para evitar a
formação de SO3, pois aumentaria o consumo de enxofre.
O Leite de Cal (hidróxido de cálcio) é obtido através da mistura de cal virgem com água. A cal virgem deve
possuir cerca de 90% de óxido de cálcio. O leite de cal dever ser preparada com 3 a 4 graus Baume, pois este
valor garante a controlabilidade do processo.
A operação de Aquecimento consiste na elevação da temperatura do caldo caleado a uns graus acima de sua
o
temperatura de ebulição (mais ou menos 105 C).
Forno de Enxofre
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Depois que o caldo é sulfitado, caleado e aquecido, ele é enviado para os decantadores para que seja feita a
separação das impurezas (lodo). O tempo de retenção do caldo nos decantadores varia de 2 a 4 horas.
ESQUEMA DE UM DECANTADOR:
TANQUE FLASH
ACIONAMENTO
CALDO DOS
AQUECIDO RASPADORES
CAIXA DE
CALDO CAIXA DE
CLARO LODO
RASPADORES BANDEJAS
LODO
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FILTRAGEM DO LODO
O material sedimentado nos decantadores (lodo) é enviado para a filtragem, para ser feita a
recuperação da sacarose presente no lodo.
A filtragem é feita através de Filtro Rotativo à Vácuo. O filtro é um tambor rotativo, onde a
parte inferior está imersa no cocho de lodo. O tambor possui três zonas de filtragens
independentes (Zona de baixo vácuo, zona de alto vácuo e zona de descarga), cobertas por
uma tela perfurada.
O lodo é misturado com bagacinhos finos, criando uma mistura porosa (torta) que permite a
pega no tambor do filtro e a filtrabilidade da torta.
O caldo turvo e claro são retornados para caixa de caldo misto e a torta rejeitada é enviada
para a lavoura. A pol da torta rejeitada não deve ser superior a 1,5%.
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CAMADA DE BAGACILHO
(ELEMENTO FILTRANTE)
LAVAGEM
CÂMARA DA TORTA
DE
FILTRAGEM
VÁLVULA VÁCUO
DISTRIBUIDORA ALTO
TELA
VÁCUO
BAIXO
TORTA
LÔDO + BAGACILHO
CALDO CALDO
TURVO CLARO
Saída da Torta
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EVAPORAÇÃO
O tratamento do Caldo fornece um caldo clarificado. Este caldo é açúcar dissolvido na água,
com certas impurezas. Como já se eliminou parte das impurezas, é preciso evaporar a água.
Esta é a finalidade da Evaporação.
Porém, à medida que a água é extraída do caldo, o açúcar fica concentrado, até aproximar
do seu ponto de saturação, isto é, do ponto em que os cristais começam a aparecer na
massa.
A concentração é levada até seu ponto máximo, quando o licor-mãe fica apenas nos
espaços livres entres os cristais (massa cozida). Evidentemente uma massa assim não pode
ser manipulada como um caldo ou um xarope líquido. Por isso a concentração é separada
em duas fases:
- A evaporação, que concentra o caldo clarificado até formar o xarope, trabalhando
apenas com um produto líquido.
- O cozimento, que começa justamente antes do momento em que os cristais começam a
aparecer no xarope e vai até a concentração máxima.
O ponto de cristalização do caldo de cana fica nas proximidades de 78o a 80o brix.
Teoricamente é possível obter a evaporação até 75o brix, porém no cozimento é preciso de
um xarope ainda capaz de dissolver cristais falsos, que se formam no início do cozimento.
Por isso o xarope tem em média 65o brix.
O vapor entra na calandra com uma temperatura e pressão fixa, no qual condensa,
liberando assim seu calor latente. No interior dos tubos está o caldo com uma temperatura
e pressão menor que absorve o calor liberado pela condensação do vapor.
A remoção inadequada dos condensados pode causar afogamento parcial dos tubos no lado
da calandra, com redução da superfície efetiva de aquecimento. Os condensados
contaminados são encaminhados para a fábrica, como água de diluição e o condensado
bom é retornado para a geração de vapor (caldeiras) para o seu reaproveitamento.
Em média a evaporação consome entre 200 a 300 quilos de vapor para evaporar 1000
quilos de água. Enquanto o cozimento consome em média 1100 quilos de vapor para
evaporar até 1000 quilos de água.
No corpo do último efeito é feito vácuo para garantir a queda de pressão e temperatura de
cada efeito.
Esquema de Múltiplos Efeitos
ÁGUA
VÁCUO
1º 2º 3º 4º
EFEITO EFEITO EFEITO EFEITO
o
103 º 94º 78º 55º
XAROPE
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Para obter um Vácuo, os vapores liberados pela evaporação devem ser condensados.
O condensador é um recipiente cilíndrico e fechado, que entra água fria na parte superior,
que entra em contato com os vapores quentes, que condensam aumentando sua própria
temperatura. A mistura da água fria e o condensado dos vapores, saem pela parte inferior
do condensador, por uma tubulação até o poço quente, que está no piso zero. Esta água é
enviada para a torre de resfriamento e voltará novamente para o condensador, em um
circuito fechado.
CONJUNTO DE EVAPORAÇÃO:
CORPO VAPOR
VEGETAL
VÁCUO ÁGUA
SEPARADOR
DE ARRASTE
PRÉ
1º 2º 3º 4º
EFEITO EFEITO EFEITO EFEITO
20Bx
CONDENSADO
CALANDRA 65Bx
15Bx CALDO
CLARIFICADO XAROPE
VAPOR DE
ESCAPE
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COZEDORES
40 t/h
0,7 kgf/cm²
1,5 kgf/cm²
30 t/h
100t/
h
PRÉ-EVAPORADOR
25t/h CALDO
104oC 40o
C
AQUECEDORES
A área de evaporação é centro do balanço energético da Usina, pois ela recebe vapores de
escape de alta pressão e entrega vapores vegetais com baixa pressão aos aquecedores,
aos cozedores a vácuo e em alguns casos aos aparelhos de destilação.
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de relatórios, e interligado a
uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da Usina.
Diminuição da incrustação
Usinas que trabalham com esta filosofia: Usina Santa Elisa, Usina Santa Rita, Usina Cidade
Gaúcha.
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Usinas que operam com esta filosofia: Usina Maracaí, Usina Alto Alegre, Usina Santa
Terezinha de Tapejara.
FLOTADOR DE XAROPE
Por meio deste processo são eliminadas grandes partes das gomas, polissacarídeos,
almidons. Além de diminuir a viscosidade e ganhar um incremento de pureza.
O xarope recebe uma dosagem de ácido fosfórico e é aquecido com vapor, para depois
receber o leite de cal para neutralização do pH. Então o xarope passa por um sistema de
aeração e recebe a dosagem do polímero e do descolorante, para depois ser submetido ao
Flotador. O polímero de flotação reage com o ar, com os sais e as impurezas, formando um
flóculo menos denso que o xarope, subindo para a superfície superior do flotador, formando
uma espuma que é separada através de um raspador, que depois é diluída é retornada para
a caixa de caldo misto.
CONTROLE DE PH DO XAROPE
Esse controle consiste em medir o pH do xarope, e controlar a vazão de leite de cal,
garantindo a neutralização do xarope e evitando danos ao processo de cristalização.
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de relatórios e interligado a
uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da Usina.
A Usina de Açúcar e sua Automação
• Estabilidade e eficiência do
flotador
• Dosagem exata de produtos
químicos
• Economia de produtos
químicos
• Melhora na qualidade do
xarope
• Melhora na cor do
xarope
• Maior remoção de impurezas
Usinas que possuem Automação do Flotador de Xarope: Usina Santa Elisa, Usina Alto
Alegre, Usina São Luiz de Ourinhos, Usina Delta, Usina Maracaí.
A Usina de Açúcar e sua Automação
COZIMENTO
Quando o caldo de cana é concentrado, sua viscosidade aumenta rapidamente com o brix e
quando este alcança 78 à 80o, os cristais começam a aparecer e a constituição da massa
transforma-se: passa progressivamente do estado líquido a um estado meio sólido, meio
líquido, perdendo cada vez mais sua fluidez, e consequentemente, sua manipulação se
modifica completamente, torna-se massa cozida.
A consistência da massa cozida não mais permite fervê-la em tubos estreitos e nem fazê-la
circular facilmente de um corpo para ao outro. Por isso utiliza-se o Cozedor à Vácuo, que é
um evaporador de simples efeito, desenhado para manipular materiais densos e viscosos. O
cozedor é essencialmente um cristalizador evaporativo, isto é, um equipamento para realizar
e controlar a cristalização do açúcar por meio da evaporação da água.
Cozedor batelada, vertical com calandra fixa Vista interna do Cozedor (calandra fixa e plana, com tubos).
e plana, (para massas de baixa pureza maiores para melhor circulação da massa).
A Usina de Açúcar e sua Automação
MULTI-JATO
SEPARADOR
DE VÁCUO
ARRASTE
ÁGUA
TOMADA
DE QUEBRA
PROVA VÁCUO
XAROPE
MEL
ÁGUA
LUNETAS
TUBO
CENTRAL
VAPOR
CONDENSADO
CALANDRA
CONDENSADO
DESCARGA
DE
MASSA
CRISTALIZAÇÃO
A cristalização é uma operação unitária do tipo de transferência de massa. A transferência
de massa ocorre quando se ultrapassa um ponto crítico na atração molecular da sacarose.
Para que os cristais formem-se na massa, é indispensável que haja uma supersaturação
acentuada.
À medida que os cristais se formam e crescem, a supersaturação do licor-mãe diminui. Para
manter a supersaturação, é preciso haver evaporação de água e alimentação de produto
açucarado.
A velocidade de cristalização cai muito, quando a pureza do licor-mãe diminui. Por este
motivo, explica-se a diferença considerável entre os tempos de cozimento necessários para
os cozimentos de Massa A, B e C.
SUPERSATURAÇÃO
Em uma solução açucarada, não há formação e crescimento de cristais se a solução não
estiver Supersaturada, isto é, a solução tem que possuir mais sólidos do que a água possa
dissolver em uma determina temperatura.
Zona Metestável
Nesta zona, os cristais existentes na solução crescem e não há formação de novos cristais.
Zona Intermediária
Esta zona está acima da Metestável. Nesta zona há formação de cristais novos na presença
dos cristais existentes. Os cristais novos e existentes crescem juntos.
Zona Lábil
Finalmente, mais acima da zona intermediária, está a zona lábil, onde há o crescimento dos
cristais existentes e há formação de cristais novos, independente da presença de cristais.
ESGOTAMENTO
Cozimento A:
Também conhecido como cozimento de primeira, consiste em esgotar a sacarose do
xarope, que contém uma pureza média de 80 a 90. Este cozimento tem início com o magma
do cozimento C, que são cristais com tamanho médio de 0.3 milímetros, que ao crescerem,
esgotam a sacarose do licor-mãe. Ao final do cozimento, o açúcar A deve ter um tamanho
de 0.8 a 1 milímetro que está misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma
pureza menor, cerca de 68 a 72. Essa massa cozida A será centrifugada para separação do
açúcar e seu licor-mãe (mel rico).
Cozimento B:
Também conhecido como cozimento de segunda, consiste em esgotar a sacarose do mel
rico extraído do cozimento A, que contém uma pureza média de 68 a 72. Este cozimento
tem início com o magma do cozimento C e o processo é igual ao cozimento A, porém ao
final do cozimento, o açúcar B deve ter um tamanho médio de 0.7 milímetros que está
misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma pureza menor, cerca de 56 a 60.
Essa massa cozida B será centrifugada para separação do açúcar e seu licor-mãe (mel
pobre).
Cozimento C:
Também conhecido como cozimento de terceira ou de granagem, consiste em esgotar a
sacarose do mel pobre extraído do cozimento B, que contém uma pureza média de 60. Este
cozimento tem início com mel pobre ou rico, aonde será concentrado até uma determinada
supersaturação, onde será introduzida a semente (cristais preparados em laboratório com
tamanho médio de 0.1 milímetro), que ao crescerem, esgotam a sacarose do licor-mãe. Ao
final do cozimento, o açúcar C deve ter um tamanho médio de 0.3 milímetros que está
misturado com o seu licor-mãe, que deve estar com uma menor, cerca de 35 a 40. Essas
massas cozidas C serão centrifugadas em centrifuga contínua, para separação dos cristais
e seu licor-mãe (mel final).
Esse processo de 3 massas é utilizado na maioria dos países que produzem açúcar. Porém
no Brasil, as usinas utilizam o processo de 2 massas, que consiste nos Cozimentos A e C,
que consiste em não produzir o açúcar B, devido ao seu baixo preço, dando preferência à
fabricação do álcool. Porém muitas usinas já estão pensando em adotar o processo de 3
massas, devido ao baixo preço do álcool.
CENTRÍFUGA
CENTRÍFUGA
AUTOMÁTIC
CONTÍNUA
A
DILUIDOR
MEL MEL MEL MEL
RICO POBRE RICO POBRE
A A B B MEL FINAL
AÇUCAR MAGMA
AÇUCAR A
B
Funcionamento de um Cozedor:
Primeiramente o operador deve efetuar a formação de vácuo, que compreende abrir a
válvula de água para o multijato, para conseguir o vácuo desejável (média de 24 polegadas
de mercúrio). Para formar o vácuo rapidamente, o operador abriu a válvula de vapor de
limpeza.
Com o vácuo formado, o operador faz o carregamento de pé, que compreende abrir a
válvula de produto açucarado (xarope, mel rico, mel pobre, ou uma mistura desses
produtos) com uma pureza média de 78 a 82 (para granagem). A quantidade de pé deve ser
o mínimo possível, mas deverá ser suficiente para cobrir a calandra, para evitar a formação
de pequenas ondas ou respingos, caindo sobres às partes descobertas dos tubos de
aquecimento, que provocaria a caramelização.
À medida que o produto açucarado se concentra, ele torna-se mais viscoso. Quando a
supersaturação alcançar o ponto desejado, procede-se a semeação (granagem).
Todo o restante do cozimento consiste no crescimento dos cristais existentes, sem formar
cristais falsos (novos cristais que se formam de tamanhos diferentes, dificultando a
centrifugação, ou formando uma poeira que passa pela tela das centrífugas, enriquecendo e
contaminando os méis). Para isto não ocorrer, deve-se manter a maior regularidade do
cozimento, mantendo o vácuo e a pressão da calandra constante. Qualquer aumento no
vácuo ou queda de pressão da calandra, pode ocasionar uma formação secundária de
cristais pela diminuição da temperatura do cozedor (passagem rápida na zona lábil ou
intermediária).
Além destas duas causas freqüentes, os cristais falsos também podem ser produzidos,
devido a:
- uma evaporação rápida demais.
- introdução de produto açucarado frio demais.
- entrada de ar pelas válvulas secundárias (descarga, corte, quebra-vácuo) que não estão
seladas hermeticamente.
Assim que se contata que os cristais ocupam todo o espaço disponível e que o licor-mãe
está somente nos espaços livres entre os cristais, é alcançado o nível final, devendo o
operador efetuar a descarga de massa para os cristalizadores ou sementeiras.
CONTROLE DE ALIMENTAÇÃO
Esse controle consiste em medir a concentração da massa cozida, através de um sonda de
radiofreqüência, refratômetro, condutivimento, etc., e controlar a alimentação de produto
açucarado. Este controle permite manter a supersaturação.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Sonda de Radiofreqüência
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de
relatórios, e interligado a uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da
Usina.
SEPARAÇÃO DO AÇÚCAR
A massa cozida descarregada de um cozedor apresenta uma supersaturação acentuada.
Deixando-a em repouso nos cristalizadores, a sacarose ainda contido no licor-mãe continua
a depositar-se sobre os cristais. Porém, após pouco tempo em repouso, a cristalização será
interrompida, por isso é preciso agitar esta massa, para modificar constantemente as
posições relativas de todas as partículas do licor-mãe e dos cristais.
Quando o licor-mãe está praticamente esgotado, é preciso somente separá-lo dos cristais,
para obter o açúcar comercial. Esta operação é realizada em turbinas centrifugas de
secagem, que são chamadas de turbinas ou centrifugas.
A centrífuga contínua é utilizada para a separação dos cristais do açúcar C, para a formação
do magma, que será utilizado como pé dos cozimentos A e B.
SECAGEM DO AÇÚCAR
O açúcar comercial saindo das centrífugas contém em média, uma umidade de 0.5 a 2%. Esta umidade
representa grave inconveniente à conservação do açúcar, quando passa de um certo limite (acima de 1%).
Com um secador de açúcar é possível diminuir a umidade para 0.1 a 0.2%, obtendo uma melhor conservação do
açúcar, além de aumentar a polarização e a titulação proporcionalmente à água extraída. O rendimento
financeiro é muito superior à perda de peso ocasionada pela água evaporada.
Um secador compreende um aquecedor de ar com ventilador e é dividido em uma parte de secagem e outra de
esfriamento.
A secagem por insuflação de ar quente consiste no aquecimento de ar para aumentar sua capacidade de
absorção de água e em projetá-lo sobre o açúcar, o que provoca a evaporação da umidade.
Existe secador vertical e horizontal. O secador horizontal é formado por um tambor rotativo, com uma inclinação
de 5 a 7%, que facilita a progressão do açúcar.
O ar quente que saí através do secador contém uma poeira muito fina de açúcar, por isso é enviado para uma
coluna de lavagem para recuperação do açúcar.
COLUNA
DE
LAVAGEM
DAMPER ÁGUA
VAZÃO
GASES EXAUSTOR
ENTRADA
DE AÇÚCAR
VÁLVULA
VAPOR ROTATIVA
VIVO
DAMPER
DAMPER
AR
AMBIENTE
AR
AMBIENTE
REFINARIA
A fim de produzir um açúcar comercial com melhor preço e mais aceitação do mercado, é produzida o Açúcar
Refinado, que é um produto mais puro, com mais sacarose e com melhor aspecto (polarização, cor, tamanho,
etc.).
A produção do açúcar refinado requer a dissolução do açúcar cristal (demerara, VHP ou açúcar B). O processo
de refinação possui várias etapas. O esquema abaixo, mostra um processo clássico de refinação.
A Usina de Açúcar e sua Automação
VAPOR
MASSA AÇÚCAR LAVADO CALDA DILUÍDA
MISTURADOR CENTRIFUGAS TRATAMENTO
AÇÚCAR E MEL DE AFINAÇÃO DERRETIDOR DA CALDA
VAPOR ESPUMA
ÁGUA
TORTA
REFINADO GRANULADO REFINADO AMORFO
A afinação consiste na extração da película de mel que envolve a superfície do cristal. O cristal em si consiste
em uma sacarose quase pura (maior de 99,5%), porem a película de mel pode apresentar uma pureza muito
o o
baixa (60 ). O açúcar cristal é misturado com um xarope denso (75 brix), para depois ser separado nas
centrifugas, uma vez eliminado este xarope na afinação, o cristal é lavado com água quente.
O açúcar lavado que saí da centrifuga de afinação é dissolvido em um derretidor, onde o açúcar é diluído com
o
água e vapor, dando origem a calda com um brix médio de 65 , que passará por um processo de clarificação.
Normalmente a Clarificação é feita pelo processo de adição de cal e ácido fosfórico, que permite uma excelente
clarificação de boa supressão de cor, porém o precipitado de fosfato é de difícil filtragem, por isso são utilizados
os clarificadores de espuma.
O princípio básico dos clarificadores de espuma é a aeração da calda, para que contenha bolhas de ar finamente
separadas, e após o aquecimento da calda, o ar possa sair da solução.
As bolhas de ar arrastam consigo o precipitado floculante para formar uma nata em forma de espuma, que são
separadas pelos raspadores do clarificador. A calda limpa é retirada da parte inferior do clarificador, para seguir
para o processo de filtragem.
A calda que saí do clarificador possui uma cor clara brilhante, mas com grande parte da cor do açúcar cristal. A
cor se suprime pela ação de meio de descoloração: carvão de osso animal, resinas químicas, etc. Estas
substâncias extraem a cor e parte das cinzas, com muita eficiência.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Depois do processo de descoloração, a calda está praticamente incolor e passa para os concentradores.
o
A concentração da calda, consiste em aumentar o brix até 75 , através de concentradores à placa ou através da
evaporação da água em um múltiplo efeito (tríplice efeito).
A calda concentrada já está pronta para a cristalização, podendo ser utilizado para a produção do Açúcar
Refinado Granulado ou do Açúcar Amorfo.
O açúcar refinado granulado é cristalizado em Cozedores à Vácuo, idênticos aos do açúcar cristal, porém com
algumas modificações para manejar massas com maior pureza e viscosidade.
A massa cozida de refino será centrifugada em centrífugas automáticas, para separação dos méis.
A Usina de Açúcar e sua Automação
O açúcar amorfo é concentrado em Tachos com aquecimento e vácuo, porém imediatamente após a
cristalização é descarregado para uma batedeira para afinação do açúcar, evitando a formação de grãos grandes
e empedrados.
CONTROLE DE PH DA CALDA
Esse controle consiste em medir o pH da calda, e controlar a vazão de leite de cal,
garantindo a neutralização da calda.
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de relatórios, e interligado a
uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da Usina.
A Usina de Açúcar e sua Automação
DESTILAÇÃO DE ÁLCOOL
O mel final, mas conhecido como melaço, que sobrou do processo de produção do açúcar, será utilizado para a
produção de álcool. Da fermentação do melaço resulta uma grande porcentagem do álcool feito no Brasil.
o
A pureza do melaço depende da quantidade de esgotamento feita na fabrica de açúcar, normalmente de 58 a
O o O
60 , com uma concentração média de 75 a 80 brix.
o
Chegando na fermentação, o melaço é diluído com água ou com caldo, para uma concentração em média de 18
o
à 22 brix, originando o Mosto. o brix ideal do mosto depende do tipo de levedura utilizada e do processo de
condução da fermentação. Quando se trabalha com um mosto diluído, a fermentação é mais fácil, rápida e
completa, a multiplicação é favorecida pela transferência de oxigênio, os problemas de limpeza dos aparelhos
são menores, porém exige maior volume de dornas e diminui a capacidade dos aparelhos, exigindo mais vapor e
água. Quando se trabalha com um mosto muito concentrado, a fermentação é mais lenta e incompleta (açúcar
residual alto), exigindo mais limpeza nos aparelhos e menor rendimento da fermentação.
O mosto preparado é enviado para as dornas de fermentação, onde é adicionado o levedo (fermento), iniciando
a fermentação alcoólica.
A fermentação alcoólica é composta por 3 fases: fermentação preliminar, fermentação principal e fermentação
complementar.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Fermentação Preliminar
Esta fase tem início, quando o fermento é adicionado e termina quando o desprendimento de gás carbônico
CO2 se torna evidente.
Nesta fase, apesar do fermento estar consumindo sacarose do mosto, praticamente não há produção de álcool,
por este motivo deseja-se que a duração desta fase seja a menor possível. Atualmente existem métodos de
fermentação que se elimina esta fase.
Fermentação Principal
Esta fase tem início, quando é caracterizado o desprendimento do gás carbônico CO 2. A produção de CO2 vai
aumentando progressivamente e com rapidez, dando a impressão que o mosto está em plena ebulição, por este
motivo há um aumento de 20% do volume e na temperatura. Então se torna necessário à verificação constante
da densidade (brix) e da temperatura do mosto. As dornas possuem um sistema de resfriamento do mosto.
Nesta fase a formação de álcool é máxima e rápida, diminuindo o brix do mosto até o ponto da fermentação
complementar.
Fermentação Complementar
Esta fase tem início, quando é caracterizada a queda de desprendimento do gás carbônico CO 2 e com a
diminuição da temperatura do mosto. Esta fase é muito delicada, pois é nela que pode aparecer infeções e
formação dos álcoois superiores, devido ao óleo da cana. Isto quer dizer que a maior rapidez desta fase,
resultará em um álcool de melhor qualidade, mais fino.
o
Esta fase é controlada pelas medições de brix, até o ponto favorável para a destilação. O brix final varia de 3 à
o
8 , dependendo da concentração inicial do mosto e outros fatores.
Quando termina a fermentação alcoólica, o mosto torna-se vinho, pois não possui mais sacarose.
A fermentação alcoólica pode ser feita com processo contínuo ou em batelada.
O vinho será centrifugado, para a separação do fermento. O vinho centrifugado é enviado para a dorna volante
que alimenta os aparelhos de destilação, e o fermento é enviado para as Cubas, aonde o fermento será tratado,
para ser reutilizado nas próximas fermentações.
O tratamento do fermento consiste na diluição com água e diminuição do pH. O fermento deixa a fermentação
O o
com uma concentração média de 10 a 12 brix e será diluído com água até 5 brix. Depois de diluído, será
tratado o pH do fermento, adicionando ácido sulfúrico para baixar o pH até 2.5.
O vinho centrifugado é bombeado da dorna volante para caixa de vinho no topo da destilaria, ou diretamente
para o Condensador E, onde sofre aquecimento com os vapores da Coluna Retificadora B. O vinho
o
praticamente desagasado é aquecido até 70 à 75 C, passando a seguir ao conjunto de recuperadores ou
Trocador K, aonde é aquecido com a vinhaça que sai da base da Coluna Epuradora A, alcançando uma
o
temperatura de 90 à 94 C, entrando na Coluna A1, aonde sofre uma epuração a baixo grau.
Na Coluna A1, o vinho é aquecido com os vapores que sobem da calandra, entrando em ebulição, perdendo
maior parte das impurezas, principalmente os produtos leves ou produtos de cabeça que sobem para a Coluna
D, sobreposta a Coluna A1. Da base da coluna A1, o vinho passa para a coluna A, aonde o vinho vai descendo e
se empobrecendo em álcool até chegar na base da coluna A, originando a vinhaça. O vapor injetado na base da
coluna A, vai subindo, tendo contato com o vinho que está descendo, chegando na coluna A16, aonde é retirada
da coluna A, originando a Flegma.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Colunas de Destilação
O flegma que sai da coluna A16, entra na base da coluna B (que está em cima da coluna B1) e vai subindo pela
o
coluna B, até chegar em seu topo com 96 GL, originando o álcool hidratado. Na coluna B1 (coluna de
esgotamento), o flegma vindo da coluna A, vai se esgotando gradativamente até a sua base, aonde está a
entrada de vapor. Na base da coluna B sai o álcool fraco que retorna para a coluna A.
O álcool hidratado que sai da coluna B, vai para a coluna C (desidratadora), aonde o álcool alcançará 99 a
o
99,8 GL originando o álcool anidro, através da extração da água pelo benzol ou ciclo-hexano.
O álcool hidratado entra no topo da coluna C, juntamente com o benzol ou ciclo-hexano. No pé da coluna entra o
vapor, que vai subindo, tendo contato com álcool hidrato e benzol. O benzol ou ciclo-hexano vai extrair a
molécula de água contida no álcool hidratado, deixando-o mais concentrado. O benzol e água formam uma
mistura ternária (água + benzol + álcool fraco), que será enviada para a coluna P (recuperadora). O álcool
anidro sai no pé da coluna C.
A mistura ternária entra na coluna P, entrando em contato com o vapor injetado no pé da coluna, extraindo a
água da mistura ternária. O recuperado da coluna P (benzol + álcool) vai para o condensador I, e retorna para
coluna C. Teoricamente a coluna P tem que eliminar a mesma quantidade de água que foi extraída da coluna C.
A coluna A possui condensadores R, para recuperação dos gases incondensáveis da cabeça coluna D e
retornam para a coluna A.
A coluna B possui condensadores E, para recuperação dos gases incondensáveis da cabeça da coluna.
A coluna C possui condensadores H, para recuperação dos gases incondensáveis da cabeça da coluna.
Tanto o álcool hidratado, como o álcool anidro é resfriado na saída das colunas, e são enviados para o tanque de
medição e posteriormente bombeados para os tanques de armazenamento.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Condensadores
CONTROLE DE pH DO FERMENTO
Esse controle consiste em medir o pH do fermento, e controlar a vazão de ácido sulfúrico, através de uma bomba
dosadora com inversor de freqüência.
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de relatórios, e interligado a
uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da Usina.
Economia de vapor
A Usina de Açúcar e sua Automação
GERAÇÃO DE VAPOR
Uma Usina de Açúcar é praticamente auto-suficiente em energia, obtendo a potência e calor necessário pela
queima de seu próprio combustível, o bagaço.
As caldeiras são responsáveis pela geração de vapor que alimentam as turbinas a vapor, que movimentam as
moendas para a extração do caldo ou os geradores de energia elétrica.
O bagaço sai das moendas com umidade de 48% aproximadamente, e é transportado até as caldeiras através
de esteiras, que alimentam os dosadores de bagaço. A alimentação da caldeira normalmente é do tipo spreader-
stoker, que consiste numa alimentação bagaço e ar, através do ventilador espargidor, que permite a maior
queima do bagaço em suspensão.
Alimentadores de Bagaço
Grelhas rotativas asseguram a queima do restante do bagaço, mostrando muita eficiência na remoção das
cinzas. A queima em suspensão também dá uma resposta mais rápida a variações de cargas.
A Usina de Açúcar e sua Automação
O uso de sopradores de fuligens em pontos estratégico da caldeira, permite a eficiência total do feixe tubular,
evitando a permanência de fuligens entre os tubos do feixe tubular, pois causaria perda de calor.
O lavador de gases na saída da fornalha, permite que o gás da chaminé seja mais limpo, evitando que o
bagacinho fino seja jogado para a atmosfera.
Pré-Aquecedor de Ar e Economizador
( Em fase de montagem )
A água de alimentação das caldeiras, não deve causar incrustações ou corrosão ao tubulão e feixe tubular da
caldeira, e deve fornecer um vapor livre de contaminantes. A melhor fonte de água capaz de satisfazer esta
necessidade é a água da condensação do próprio vapor.
Assim, o condensado do vapor constitui na principal fonte de suprimento de água. Como a quantidade de
condensado não é suficiente, devido às perdas, é necessário o complemento com água fria tratada.
Desaerador Térmico
A Usina de Açúcar e sua Automação
A Usina de Açúcar e sua Automação
SISTEMA DE SUPERVISÃO
Software de supervisão para operação, arquivo de dados em histórico e emissão de relatórios, e interligado a
uma rede Ethernet para comunicação com os outros setores da Usina.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Tela de Sinótico
Resultados da Automação:
Melhor qualidade do açúcar (menor cor, maior filtrabilidade, menor umidade, melhor
fator de conservação, etc.)
Eliminação dos trabalhos de rotina que consomem tempo e atenção dos operadores,
que podem assim dedicar mais tempo à otimização do processo
A Usina de Açúcar e sua Automação
A Divisão Gestão Empresarial, contando com sua equipe de consultores certificados pela
SAP, vem desenvolvendo aplicações de interface entre sistemas de chão de fábrica e o
SAP-R/3. O conceito envolve implementações de controle de processos (chão-de-fábrica) e
ERP (Enterprise Resource Planning), bem como a integração entre eles, habilitada pela
nova tecnologia Smar, a EPI (Enterprise Plant Integration). Com essa ferramenta,
agora, a sua empresa passa a contar com grande disponibilidade e precisão de
informações.
R/3-SAP
Field Instruments
Redução de estoques;
Controle e integração dos processos industriais e de negócios;
Identificação e otimização de pontos críticos;
Redução do ciclo de fabricação;
Melhoria de qualidade e serviços;
Agilidade frente às variações do mercado;
Através dessa tecnologia é possível acompanhar custos, produção, tecnologia adequada, qualidade total,
investimentos, análise das exigências do mercado, além da utilização eficaz do tempo e simplificação das
atividades para melhor rentabilidade.
A Usina de Açúcar e sua Automação
Índice:
Origem da cana-de-açúcar ............................................................................. Pág. 3
Bibliografia:
SPENCER e MEADE, Manual del Azúcar de Cana, Cuba (tradução para espanhol),
1974, 914 páginas