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Alda João Chissano
Carvalho António Manhique
Florencia Massingue
José Machuza Júnior
Helena Cossa
Propriedades combinatórias dos afixos (prefixo e sufixos)
Licenciatura em Português
Universidade Save-Sede
Chongoene
2022
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Alda João Chissano
Carvalho António Manhique
Florencia Massingue
José Machuza Júnior
Helena Cossa
Propriedades combinatórias dos afixos (prefixo e sufixos)
Seminário apresentado ao Departamento
de Letras e Ciências Sociais, para efeito
de avaliação, na cadeira de
Morfossintaxe e Lexicologia do
Português.
O Docente: Phd. Ậngelo Mauai
Universidade Save-Sede
Chongoene
2022
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indice
0.0 Introdução......................................................................................................................................5
1.0 Referencial teórico.........................................................................................................................6
1.1 Morfologia......................................................................................................................................6
1.1.1 O objecto de estudo.................................................................................................................6
1.2 Propriedades Combinatórias do Radicas.................................................................................6
1.3 Radicais e afixos.........................................................................................................................6
1.4 Radicais.......................................................................................................................................7
1.5 Afixos..........................................................................................................................................8
1.6 Prefixo........................................................................................................................................8
1.7 Sufixos......................................................................................................................................12
3.0 Conclusão.....................................................................................................................................15
4.0 Referencias Bibliográficas...........................................................................................................16
Capitulo I:
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0.0 Introdução
O presente trabalho surge no contexto da cadeira de Morfossintaxe e Lexicologia do
Português, possui como macro objectivo compreender Propriedades Combinatórias dos
afixos e mais especificamente descrever e explicitar os principais tipos dos afixos (prefixos e
sufixos).
Tendo em conta que os prefixos são aqueles que vem a esquerda do radical, ou seja, antes do
radical e por sua vez, os sufixos colocam-se depois do radical.
A credibilidade da informação que consta do presente trabalho é sustentada pelas referências
bibliográficas.
Sob poto de vista estrutural, a trabalho compreende a Capa, Folha de rosto, Parte I
(Introdução), Parte II (referencial teórico) e por fim referências bibliográficas.
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1.0 Referencial teórico
1.1 Morfologia
Morfologia é o ramo da linguística que dedica-se ao estudo da palavra, bem como as relações
que estabelece entre a forma, função e o significado. (VILLALVA,2007:10)
Morfologia é a parte da gramatica que estuda as palavras quanto às suas formas ou flexões e a
sua distribuição em classes. (BORREGANA,2003:117).
1.1.1 O objecto de estudo
É palavra, ou seja, a estrutura interna da palavra.
Morfemas são unidades linguísticas, constituídas por um significado, e indissoluvelmente
ligado a uma forma fónica, diferentemente das palavras, os resultados da combinação de
morfemas não são combinações de palavras mas sim a própria palavra. (DUARTE,2000:…)
Existe dois tipos de morfemas: os radicais e os afixos.
1.2 Propriedades Combinatórias do Radicas
1.3 Radicais e afixos
Entre os constituintes das palavras complexas, encontramos, os radicais e os afixos. Para
caracterizar estes dois tipos de unidades lexicais observemos as suas propriedades básicas.
Nas formas registadas nos exemplos em baixo temos( escol, norm, pen, avali, nasc e pens)
são responsáveis pelo significado básico das palavras, enquanto os outros constituintes (a, ar/
al, izar, ção, ar/ er e re) são responsáveis pela modificação desse significado básico e pela
especificação das propriedades gramaticais de cada uma das palavras. Sendo os primeiros
radicais e os últimos afixos.
1.Escola 2.Escolar 3.Escolarização 4.Escolarizar
Norma Normal Normalização Normalizar
Pena Penal Penalização Penalizar
.
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1.Avaliar 2.Reavaliar
Nascer Renascer
Pensar Repensar
Os afixos localizam-se na periferia, designando-se prefixos os que ocorrem à esquerda do
radical e sufixos os que ocorrem à sua direita, ou, no interior dos radicais, sendo infixos.
( MATEUS et al, 1990;429
1.4 Radicais
O radical e um forma livre/ou, a unidade mínima a que se acrescenta os afixos.
(FIGUEIREDO,2004:…)
Radicais são morfemas que, numa palavra simples determinam o significado da palavra, e
que sozinhos formam o sentido da palavra são independentes e livres.(DUARTE,2000:…)
Exemplos: amor + oso= amoroso.
(radical) (afixo)
A excepção dos casos em que são coincidentes com a palavra, os radicais, tal como os afixos,
são morfemas presos, morfemas que só podem ocorrer num enunciado quando se encontram
associados a outros morfemas. Os morfemas livres são, pelo contrário, aqueles que podem
ocorrer isoladamente.
Os radicais não podem ser atribuídas uma categoria sintáctica, nas formas a baixo, podemos
constatar que pen ocorre em palavras em que cuja categorias sintáctica pode ser, nome,
adjetivo ou verbo. Não é, pois, o radical que determina a categoria sintáctica destas palavras.
1- Pena
2- Penal
3- Penalizar
4- Penalização.
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Quanto as propriedades combinatórias dos radicais, observem-se os dos dados registados a
baixo:
1.cansativamente / cansativomente
2.traficante / caminhonte.
Cansativo, tal como, cansativa são adjetivos bem formados em português, mas para formar
um adverbio, o sufixo mente, associa-se a adjectivos flexionados no feminino ou invariáveis.
É por esta razão que cansativomente, não é uma forma gramatical, o sufixo nte seleciona
bases verbais, na forma do tema do verbo, sendo caminho um nome, caminhonte é uma forma
gramatical, os radicais, são pois, constituintes passivos, no que diz respeito a combinação
com outros constituintes: não selecionam, mas são selecionados pelos afixos.( MATEUS et
al, 1990;432)
1.5 Afixos
Os afixos- prefixos, infixos ou sufixos_ são sempre morfemas presos, que se associam a
radicais ou palavras para formar palavras derivadas. (MATEUS et al, 1990;433)
1.6 Prefixo
Os prefixos são aqueles que precedem os radicais, ou seja, colocam-se antes do radical/ou
vem antes do radical.
1. Os prefixos ocupam uma posição à esquerda da base na estrutura interna de uma
palavra complexa.
Exemplos:
P P
PREF B PREF B
Re pensar des gostar
Comparando prefixos e sufixos, podemos observar que, tanto no que diz respeito ao domínio
das alterações que desencadeiam na base à qual se associam, os prefixos soa constituintes
com menor grau de intervenção na determinação das propriedades da apalavra complexa em
que ocorrem
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2. Os prefixos não afectam a posição do acento principal da palavra à qual se
associam.
Exemplos:
Fazer - refazer
Legal - ilegal
Favor – desfavor
3. As propriedades morfológicas de género, numero, modo, tempo, tempo-aspecto e
pessoa-numero, também não são alteradas pela associação de um prefixo.
Exemplos:
1- Organização - desorganização
2- Organizava - desorganizava
No exemplo 1 podemos perceber que a palavra organização esta no género (feminino e no
singular), com o aumento do prefixo, não se alterou nada, a palavra desorganização esta no
mesmo género e numero.
No exemplo 2, a palavra organizava, esta no modo indicativo, pretérito imperfeito e 3ª pessoa
do singular, mas com o aumento do prefixo desorganizava 1não se alterou nada.
4. Os prefixos nunca dão origem a uma alteração da categoria sintáctica. A categoria
sintáctica da palavra derivada é idêntica à categoria da palavra a qual o prefixo se
associa:
Exemplos: vestir, revestir, investir, reinvestir.
Assim, considerando quer a categoria sintáctica da base, quer a do derivado, constata-se que
os prefixos so podem intervir em processos de adjetivação, deadjetival, de nominalização
denominal e de verbalização deverbal.
1-legal ADJ - ilegal
2-organizacao N - desorganização
3-fazer V - refazer
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5. Os sufixos são responsáveis por uma alteração regular da interpretação semântica da bas,
habitualmente indicada através de uma paráfrase que opera sobre uma variável.
Exemplos:
1. [re[X]] “voltar a X”
Refazer “voltara fazer”
2. [in[Y]] “não Y”
Ilegal não legal
6. Vimos já que os prefixos alteram posição do acento principal da palavra, nem as
propriedades morfológicas de género, numero, tempo-aspecto, e a pessoa-numero, nem a
categoria sintática, mas podem alterar a estrutura de subcategorização da base a qual se
associa. Por exemplo, o verbo pensar subcategoriza um sintagma preposicional no problema,
mas o verbo repensar subcategoriza um sintagma nominal o problema:
Exemplos:
O produtor pensou no problema.
O produtor repensou o problema.
De modo geral, os prefixos seleccionam uma única categoria sintáctica como base,
seleccionam bases pertencentes a duas categorias que partilham um mesmo traço sintáctico,
como o prefixo bem que selecciona bases [+V]. Mas há casos em que um único prefixo se
pode associar a bases de três categorias sintáticas diferentes.
1. Evitável (adj) - inevitável (adj)
2. Educado adj=[+N,+V] - bem-educado (adj)
3. Dizer V=[-N+V] bendizer (v)
7. A presenta de um determinado afixo, na base, pode favorecer ou impedir de um prefixo, os
prefixos des e in quando associados a adjetivos, operam uma modificação do significado
parafraseável como “não X” (X é uma variável, que substitui a base) mas o prefixo des não se
associa aos adjectivos derivados onde esta presente o sufixo vel. A este tipo de base associa
se sempre o prefixo in.
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Exemplos:
1. [des [leal] adj] = não leal
[des [onesto] adj] = não honesto
[in [seguro] adj] = não seguro
[In [capaz] adj] = não capaz
2. Insensível; inacessível; ilegível e insuportável.
3. *desensível,
*desacessível
*deslegivel
*desuportável
O conjunto de formas referido parece contradizer o que acabamos de afirmar. Essa
contradição é, no entanto, apenas aparente, uma vez que o prefixo des que ocorre nessas
formas não é o mesmo que ocorre nas formas registadas em cima e que a estrutura interna das
palavras que seguiram é diferente da instrutura interna das palavras acima citadas.
Contrariamente ao que se verifica nos exemplos anteriores não é o prefixo des que se associa
a um adjectivo em vel, mas sim é o sufixo vel que se associa a um verbo que contem o
prefixo des . Este prefixo não é, aliás parafraseável como “não X” mais sim como “o
contrário de X”.
Ex: desconectável
Desfiavel
Desmobilisavel
Desmontável
Desprezável.
Ex: desconectar = o contrário de conectar
Desfiar = o contrário de fiar
Desmobilizar = o contrário de mobilizar
Desprezar = o contrário de prezar.
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Ex: desentir, desaceder, desler,desuportar. Palavras erradas porque…
1.7 Sufixos
Sufixos são aqueles que vem depois do radical, ou seja, aqueles que seguem o radical.
(FIGUEIREDO,2004:27).
Exemplos:
Norma- normal- normalidade- normalmente
Leal – lealdade – lealmente.
Os afixos podem ser considerados na perspectiva da flexão ou da derivação:
A morfologia flexional situa-se a nível da morfossintaxe;
A morfologia derivacional a nível do léxico.
O a fixo flexional é aquele que nunca modifica a categoria básica.
Exemplo: cant + amos= cantamos.
Verbo verbo
O afixo derivacional é aquele que pode modificar a categoria base.
Lembr + ança = lembrança
Verbo nome
1.Os sufixos ocupam uma posição à direita da base na estrutura interna de uma palavra
complexa:
Ex: p P
B SUF B SUF
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Organiza cão estaciona mento
2 Os sufixos alteram a posição do acento principal da palavra à qual se associam ( a silaba
tónica é indicada pelo itálico).
Ex: círculo circular
Casa casulo
Velar velório
Aparentemente, alguns sufixos, como ico, não tem este comportamento mas este sufixo não
faz com que o acento se desloque para silaba que imediatamente o precede, excepto quando
essa silaba já é acentuada.
Ex: poeta poético
Ópera operático
3 a categoria morfológica do género nas palavras complexas em que esta presente o sufixo, é
normalmente determinada por este constituinte. Exemplo, nas palavras onde esta presente o
sufixo cão, o género é feminino [+ fem], mas quando o sufixo é mento o género é [+masc].
Neste dois casos a determinação do género pelo sufixo é evidente, dado que a base é um
verbal que não tem qualquer especificação de género e ainda porque uma mesma base da
origem ao feminino, quando o sufixo e cão e a um masculino quando o sufixo é mento.
Ex: [[dignifica]tv cão [ +fem]][+fem]
[[dinamiza]tv cão [ +fem]][+fem]
[[condiciona]tv mento [ +masc]][masc]
[[tracaeja] tv mento [ +masc]][masc]
4 Os sufixos determinam, igualmente a categoria sintática das palavras em que estão
integrados.
Ex: [[form]RN a]N [[form]RN al]ADJ
[[form]RN al]ADJ [[formal]ADJ izar]V
[[formal]ADJ iza]TV [[formaliza]TV cão]N
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5. Os sufixos são reesposáveis por uma alteração regular da interpretação semântica das
formas derivantes, que habilmente se indica através de uma paráfrase que opera sobre uma
variável.
Ex:[[X] cão] “acção ou processo de X”
Organização “acção ou processo de organizar
Ex:[[Y] or ] “pessoa que Y”
Organizador “pessoa que organiza”
6.Os sufixos podem ainda alterar traços como [+/- animado] ou [+/-contável].
Ex: jornal [-anim] jorlanista [+anim]
cão [-anim] canil [-anim]
cinza [+cont] cinzeiro [-anim]
folha [+cont] folhagem [-cont]
7. A estrutura argumental, ou seja, a indicação sobre os complementos seleccionados pelas
palavras complexas em que esta presente um sufixo é resultado da conjugação da informação
argumenta da base com a do sufixo. Assim, a estrutura argumental da base e ado derivado
podem ser diferentes mas estão relacionadas entre si.
Ex: os estudantes organizaram a festa de fim de ano.
A organização da festa de fim do ano deu muito trabalho.
Os organizadores da festa de fim do ano divertiram se imenso.
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3.0 Conclusão
Findo o trabalho, o grupo concluiu que, ao falar das propriedades combinatórias dos afixos
observa-se, Os prefixos não interferem na categoria sintáctica da palavra, não determinam o valor
das categorias morfológicas, morfo-sintácticas e os sufixos determinam a categoria sintáctica da
palavra, determinam o valor das categorias morfológicas, morfo-sintácticas e por fim, e por fim os
prefixos, os sufixos selecionam, ou seja, associam-se a unidades lexicais pertencentes a uma
única categoria sintáctica ou a duas categorias que partilhem um traço de categoria sintáctica.
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4.0 Referencias Bibliográficas
BORREGANA. António, Gramatica Língua Portuguesa. Lisboa. 1ª Edição. 2003.
DUARTE. Ines. Lingua Portuguesa, Instrumento de Analise. Lisboa. Universidade Aberta.
2000.
FIGUEIREDO. O.M. et all. Gramatica da Língua Portuguesa. 6ª Edição. 2004.
MATEUS.et all. Fonética, Fonologia e Morfologia do Português. Lisboa. Universidade
Aberta. 1990.
VILLALVA, Alina. Morfologia do Português. Lisboa, Universidade Aberta. 2007.