Carvalho Actos de Fala
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Sabemos que, durante o processo de aquisição de um idioma, para ex-
pressar-se na língua estrangeira, o aprendiz precisa de conhecimentos
linguísticos, gramaticais, fonéticos e fonológicos, culturais, etc. Porém,
nos últimos anos, a competência pragmática vem ganhando destaque no
ensino e na aprendizagem de línguas estrangeiras, visto que, durante os
intercâmbios comunicativos, as intenções dos interlocutores que rodeiam o
enunciado nem sempre são compreendidas. É precisamente nesse ínterim
que os conhecimentos pragmáticos se fazem importantes para decodificar
o que se quer comunicar implicitamente.
Por outro lado, este estudo se fundamenta na Gramática do Designer
Visual, que estuda, entre outros, textos publicitários como veículo de
comunicação. Esse gênero textual está presente no nosso dia a dia, em
forma de representações visuais, que se organizam e se estruturam nos
textos multimodais.
Os textos multimodais são textos formulados a partir de signos linguís-
ticos e são representados por meio de elementos visuais e verbais. Esses
textos são divididos em dois modos, que compõem sua estrutura: o modo
verbal e o modo não verbal.
Propomos, com este estudo, apresentar a análise de algumas peças
publicitárias, sob a ótica da pragmática, com base na teoria dos atos de fala
diretivos propostos por Austin (1962) e Searle (1969). As peças publicitá-
rias serão analisadas na perspectiva da GDV, segundo os autores Kress e
Van Leeuwen (2006), abordando a função composicional nos enunciados.
No que concerne à metodologia, a pesquisa possui caráter descritivo,
qualitativo e interpretativo.
O primeiro tópico apresenta o surgimento da pragmática e sua impor-
tância para os estudos da linguagem, bem como os pressupostos teóricos
da Gramática do Design Visual (GDV); o segundo tópico mostra alguns
principais conceitos necessários à compreensão da Pragmática, dos Atos de
Fala e da GDV; no terceiro tópico, está presente a metodologia empregada
Essas teorias explicam que nós nos comunicamos não somente para
informar, mas também para pedir convidar, saudar. É importante com-
preender que, quando uma pessoa fala algo, ela tem alguma intenção, e
isso vai além do que se vê literalmente em nossas trocas comunicativas e
depende de fatores que influenciam diretamente o locutor e o interlocutor.
Segundo Frías Conde (2001, p. 4), “o enunciado pode ser uma oração ou
uma frase, contanto que esteja contextualizado”. Por isso, a compreensão e
a interpretação também podem variar, pois estão vinculadas ao momento
específico que envolve os falantes.
Todavia, é importante considerar que todo discurso possui um objetivo,
como afirmam Calsamiglia Blancafort e Tusón Valls (2002):
O discurso sempre tem um propósito–muitas vezes, mais de um–em-
bora o grau de controle que a consciência exerce sobre a produção dos
enunciados e sobre a manifestação ou a execução de nossas intenções seja
muito variável² (CALSAMIGLIA BLANCAFORT; TUSÓN VALLS, p. 187,
2002, tradução do autor)6.
Segundo a autora de Las cosas del decir, o propósito do nosso discurso
é algo que varia e de que nós só manifestamos e deixamos aparecer o que
5 Texto original: “Para que haya comunicación es preciso que exista una
transacción de información entre una fuente- la instancia emissora- y
un destino- la instancia receptora-, y eso se reproduce en un contexto
determinado y concreto”.
6 Texto original: “El discurso siempre tiene un propósito-a menudo, más
de uno-, si bien el grado de control que la consciência ejerce sobre la
producción de los enunciados y sobre la manifestación o la ocutación de
nuestras intenciones es muy variable”.
- Feliz aniversário!
- Obrigado!
Figuras 1 e 2–Anúncio 1
Figura 1 Figua 2
Figuras 3 e 4–Anúncio 2
Figura 3
Figura 4
8
Fonte: La Voz del Sur (2018)
Figuras 5 e 6–Anúncio 3
Figura 5
Figura 6
Fonte: 4 Vientos (2017)9.
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