23452c-DC Hipoglicemia Neonatal
23452c-DC Hipoglicemia Neonatal
23452c-DC Hipoglicemia Neonatal
Documento Científico
Departamento Científico de
Endocrinologia (2019-2021)
Hipoglicemia neonatal
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Hipoglicemia neonatal
Este documento científico aborda a hipogli- Os sintomas neurogênicos mais leves são se-
cemia neonatal, suas principais etiologias, diag- cundários à resposta neuroendócrina, enquanto
nóstico e tratamento, oferecendo aos pediatras e os sintomas neuroglicopênicos mais graves são
neonatologistas, informações atualizadas e prá- decorrentes da baixa disponibilidade de glicose
ticas para o diagnóstico e tratamento inicial. para o cérebro, sendo ambos inespecíficos para
hipoglicemia.
Figura 1. G
licemias desejadas no período neonatal segundo a American Academy of Pediatrics (AAP) e
Pediatric Endocrine Society (PES):
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Hipoglicemia neonatal
Bebês nascidos de mães com diabetes, por cemias baixas como consequência da adaptação
exemplo, podem desenvolver hipoglicemia as- fisiológica à vida extrauterina1.
sintomática logo na primeira hora após o nasci-
Bebês nascidos a termo e amamentados têm
mento ou até 12 horas de vida. RN GIG (grande
concentrações mais baixas de glicose plasmá-
para a idade gestacional) ou PIG (pequeno para
tica, mas concentrações mais altas de corpos
a idade gestacional) podem desenvolver baixas
cetônicos do que bebês alimentados com fór-
concentrações de glicose plasmática com 3 horas
mula. Postula-se que crianças amamentadas
de vida, além de estarem sob risco de hipoglice-
toleram menores concentrações plasmáticas de
mia por até 10 dias após o nascimento. Portanto,
glicose, sem quaisquer manifestações clínicas
bebês em risco devem ser rastreados para hipo-
ou sequelas de hipoglicemia devido ao aumento
glicemia com frequência e duração relacionadas
das concentrações de cetonas1.
aos fatores de risco específicos de cada um6.
Hipoglicemia neonatal clinicamente signi-
ficativa reflete um desequilíbrio entre o forne-
cimento e uso de glicose e outros combustíveis
Qual é a fisiopatologia da alternativos, e pode resultar de inúmeros meca-
hipoglicemia neonatal? nismos regulatórios ineficientes1.
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a outras doenças e apenas 2% são persistentes Mutações do ABCC8 e KCNJ11 são responsá-
ou recorrentes5. veis por cerca de 50% dos casos de HC perma-
nente9. Destes, 80% não respondem ao trata-
mento com diazóxido.
Hiperinsulinismo congênito
Mutações ativadoras do GLUD1, também co-
O hiperinsulinismo congênito (HC) é a causa
nhecidas como síndrome do hiperinsulinismo
mais comum de hipoglicemia neonatal persis-
hiperamonemia, representam a segunda causa
tente, acometendo 1 em cada 30.000 a 50.000
mais frequente de HC permanente. A ocorrência
nascidos vivos. Trata-se de situação de alta mor-
de hipoglicemias é estimulada pela ingestão da
bimortalidade, com significativo risco de convul-
proteína leucina, o que explica grande parte dos
sões hipoglicêmicas. A hipoglicemia pode iniciar
casos serem diagnosticados fora do período ne-
no período neonatal ou no decorrer do primeiro
onatal, com hipoglicemias em jejum e pós-pran-
ano de vida. A necessidade de taxas de infusão de
diais5.
glicose (TIG) muito altas é uma pista diagnóstica4.
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Hipoglicemia neonatal
História clínica
Distúrbios da gliconeogênese
A primeira etapa consiste em coletar infor-
Os principais distúrbios da gliconeogênese mações sobre o paciente e seu evento hipoglicê-
(GNG) são: deficiência da frutose 1,6 difosfatase; mico, incluindo1,5.
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• História gestacional detalhada (p. ex., diabetes • Doença metabólica hereditária: hepatomega-
gestacional, medicamentos). lia, esplenomegalia, icterícia, angiomas de ara-
• Sofrimento fetal. nha (p. ex., GSD), catarata (p. ex., galactosemia),
arritmias e/ou sopro cardíaco (p. ex., distúrbios
• Idade gestacional.
de oxidação de ácidos graxos), distúrbios do
• Gemelaridade, gêmeo discordante (peso mais movimento (p. ex., acidemias orgânicas), hi-
de 10% menor). potonia e mamilos invertidos e/ou tendência
• Peso, comprimento e perímetro cefálico (PC) a sangramento (p. ex. doenças congênitas de
ao nascimento. glicosilação), envolvimento de vários sistemas
(p. ex., distúrbios mitocondriais).
• Tipo de parto e condição do parto (tocotrauma).
• Características dismórficas, macrossomia, he-
• Idade de início dos sintomas de hipoglicemia.
mihipertrofia (p. ex., síndromes genéticas de
• Sintomatologia de hipoglicemia. crescimento excessivo).
• Hipoglicemia aleatória, em jejum ou após a ali-
mentação (quantificar a duração). Investigação laboratorial
• Determinar tipo de leite e volume da ingestão
A Pediatric Endocrine Society recomenda
diária
que neonatos com glicemia plasmática meno-
• Se paciente em venóclise, calcular a TIG (taxa res que 60 mg/dL, após 48 horas de vida, devam
de infusão de glicose). ser investigados (final do período de transição)4.
• Histórico de doenças que aumentam as neces- Alguns autores, consideram a persistência por
sidades de glicose (p. ex. choque, sepse, car- mais de 7 dias de hipoglicemia e/ou a necessi-
diopatia). dade de mais de 10 mg/kg/minuto de TIG como
• Icterícia prolongada, doenças hepáticas. indicativos de hipoglicemia persistente e deven-
do-se proceder investigação etiológica1.
• Consanguinidade entre os pais ou se há histó-
ria familiar de hipoglicemia. Nos RN com história clínica de hipoglicemia
em jejum, uma hipoglicemia provocada deve ser
• Evolução (histórico) das glicemias.
programada antes de qualquer terapêutica es-
• Registros de outras alterações laboratoriais pecífica, com a finalidade de se obter uma me-
(p. ex. hiponatremia e hipercalemia na insufici- lhor amostra (amostra crítica) para os exames
ência adrenal primária). diagnósticos. O valor de glicemia considerado
• Procedimentos diagnósticos anteriores (quan- ideal para coleta, deve ser menor que 50 mg/dL.
do e quais resultados). A coleta deve ser realizada conforme as instru-
• Tratamentos anteriores (tipo e duração). ções abaixo5:
• Teste com início pela manhã, quando o pacien-
te é colocado em dieta zero e a infusão de so-
Exame físico luções glicosadas é suspensa.
Dados atuais como peso, comprimento e PC, • Glicemias capilares (e aferição de cetonas em
sinais vitais e sinais clínicos de hipoglicemia tiras reagentes, se disponíveis) são medidas a
bem como alguns achados no exame físico, po- cada 30 a 60 minutos, até a glicemia capilar ser
dem revelar sinais que apontam para1,5: menor que 50 mg/dL, devendo ser confirmada
por glicemia plasmática.
• Disfunção endócrina: micropênis, anomalias
da linha média como lábio leporino e fenda • Quando glicemia plasmática for menor que
palatina (hipopituitarismo); hiperpigmentação 50 mg/dL, coletar sangue para amostra crítica.
da pele, baixo ganho de peso, ambiguidade ge- • Proceder imediatamente ao teste do glucagon,
nital (hiperplasia adrenal congênita). se disponível: administrar 1 mg de glucagon
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Hipoglicemia neonatal
endovenoso (EV) e colher amostras para glice- gasometria; lactato; insulina, peptídeo-C, beta-
mia e insulina aos 10, 20 e 30 minutos. A ele- -hidroxibutirato; ácidos graxos livres; perfil de
vação do nível de glicose superior a 30 mg/dL acilcarnitinas; amônia; aminoácidos e sumário
do basal, com elevação concomitante do nível de urina4,5.
de insulina, é sugestiva de hiperinsulinismo.
Algumas investigações podem não ser rea-
• Reiniciar dieta e infusão de soluções glicosa- lizadas em todos os hospitais. Portanto, um ou
das e encerrar o teste. dois tubos sobressalentes também devem ser
• Alternativamente, o teste é encerrado mesmo coletados para quaisquer testes adicionais a se-
que a glicemia não tenha atingido valores me- rem realizados posteriormente1.
nores que 50 mg/dL quando o período máximo
A Figura 2 ilustra um algoritmo de diagnós-
de jejum de 6 horas for atingido.
tico para determinar a etiologia da hipoglicemia
A amostra crítica envolve a coleta dos se- neonatal, com a coleta da amostra crítica no mo-
guintes exames no momento da hipoglicemia: mento da hipoglicemia.
Figura 2. A
lgoritmo de diagnóstico para determinar a etiologia da hipoglicemia neonatal.
Coleta de amostra cítrica no momento da hipoglicemia
Amostra
Presença de acidose Ausência de acidose
Crítica
Ausência de cetose;
Ausência de cetose e
Lactato elevado Presença de cetose Ácidos graxos livres
ácidos graxos livres
elevados
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No caso de pacientes com hipoglicemia pós- lo mãe-filho está sendo estabelecido, em que
-prandial, a amostra crítica deve ser coletada o volume do leite materno ainda é baixo e o
após o estímulo alimentar que provoque a hipo- seu conteúdo é mais alto em proteínas e con-
glicemia (p. ex., lactose). sideravelmente mais baixo em carboidratos e
gordura do que no leite maduro. Um bebê hi-
Investigações adicionais específicas podem
poglicêmico também pode exigir um incentivo
ser realizadas com base nas características clí-
maior para mamar e um diagnóstico de hipo-
nicas associadas. A ultrassonografia abdominal
glicemia pode causar ansiedade para as mães,
e a ressonância magnética ou a tomografia com-
o que pode resultar em dificuldades para ama-
putadorizada ou a cintilografia podem definir a
mentar precocemente. Na impossibilidade do
morfologia e a estrutura do fígado, baço, pân-
leite materno, podem-se usar fórmulas lácteas
creas e rins (p. ex. esteatose hepática, adenomas
artificiais2.
hepáticos, hiperplasia pancreática focal)11,12.
O gel de dextrose a 40% (200 mg/kg) mas-
Um dos avanços mais significativos na última sageado na mucosa bucal antes da alimentação
década, mas ainda não disponível no Brasil, foi o demonstrou ser eficaz na melhora das concen-
desenvolvimento da tomografia por emissão de trações de glicose no sangue em bebês prematu-
pósitrons fluorine-18-L-dihydroxyphenylalanine ros e a termo hipoglicêmicos tardios nas primei-
(18F-L-DOPA PET / CT) para distinguir lesões fo- ras 48 horas após o nascimento. Em combinação
cais de difusas em crianças com hiperinsulinis- com a amamentação, fornece uma alternativa
mo congênito11,12. Com isso, a extensão da res- atraente e não invasiva à fórmula infantil e está
secção cirúrgica pancreática pode ser guiada e cada vez mais sendo usado como tratamento de
crianças com hiperinsulinismo congênito focal primeira linha para a hipoglicemia neonatal2.
ficarem completamente curadas8,12.
Se a alimentação por via oral ou por sonda
Com a melhor compreensão da genética mo- oro/nasogástrica não melhorar a concentração
lecular do HC, uma abordagem de “medicina per- de glicose, normalmente é necessária a inter-
sonalizada” para o tratamento está começando nação na unidade de terapia intensiva neonatal
a surgir de acordo com o tipo genético de HC e, para tratamento com dextrose, EV2. A definição
particularmente, de acordo com a probabilidade de uma concentração de glicose plasmática na
de uma lesão focal curável cirurgicamente11. qual a intervenção é indicada precisa ser adapta-
da à situação clínica e às características particu-
lares de um determinado bebê6.
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Hipoglicemia neonatal
Quadro 2. T
riagem inicial de RN pretermo tardio (de 34 a 36 semanas e 6 dias), RN PIG, filho de mãe
diabética e RN GIG. Condutas em hipoglicemias sintomática e assintomática13,14.
O tratamento inicial de emergência da hipogli- ticos entre 40 e 50 mg/dL6. Se não for possível
cemia é feito com a administração EV de 2 a 4 mL/kg manter as concentrações de glicose no sangue
de glicose a 10% (200 a 400 mg/kg), seguido de superiores a 45 mg/dL após 24 horas de uso des-
infusão contínua de solução glicosada com TIG de sa TIG de 8 mg/kg/minuto, deve-se considerar
5 a 8 mg/kg/minuto (80 a 100 mL/kg/dia)12. fortemente a possibilidade de hipoglicemia hi-
perinsulinêmica6,8.
O monitoramento frequente da glicemia é ex-
tremamente importante para ajuste da TIG, que O tratamento do HC pode ser muito difícil e
deve permitir glicemias estáveis e em níveis nor- complicado, e inclui abordagens dietéticas, far-
mais para a idade. TIG acima de 15 a 20 mg/kg/ macológicas e cirúrgicas ou uma combinação
minuto podem ser necessários nos casos de hipe- delas. A apresentação clínica pode variar desde
rinsulinismo. Concentrações de glicose acima de a ausência de sintomas até hipoglicemia grave,
15 a 20% requerem um acesso venoso central. que não responde à terapia medicamentosa e re-
quer uma pancreatectomia quase total12.
Em situações em que o acesso EV não está dis-
ponível, na urgência, o resgate glicêmico com gluca-
gon administrado por via intramuscular ou subcu-
tânea (0,03 mg/kg/dose) eleva a glicose plasmática
em poucos minutos pela indução da glicogenólise, Como tratar a hipoglicemia
gliconeogênese e lipólise12. Enquanto o glucagon hiperinsulinêmica?
atua, deve-se providenciar acesso venoso.
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creção de insulina. Esta medicação está libera- disponível no Brasil). Após a localização da lesão
da para uso pela ANVISA (Agência Nacional de focal, esta pode ser retirada com preservação do
Vigilância Sanitária), mas precisa ser importada, restante do tecido pancreático. Nos demais casos,
já que não está disponível para a venda no Bra- se indica a pancreatectomia subtotal, nos casos
sil. A dose inicial é de 5 mg/kg/dia, administrada em que não ocorre a resposta aos medicamentos.
por via oral, em 2 ou 3 doses fracionadas, que
pode ser aumentada gradualmente em incre-
mentos de 5 mg/kg/dia a cada 4 dias, máximo de
15 mg/kg/dia8.
Como tratar a hipoglicemia causada
Um efeito colateral comum e grave do trata- por distúrbios metabólicos?
mento com diazóxido no período neonatal é a re-
tenção de líquidos, podendo levar ao desenvol- A terapia dos GSD, distúrbios da GNG e do
vimento de insuficiência cardíaca congestiva e metabolismo dos aminoácidos e dos ácidos gra-
hipertensão pulmonar. Seu uso requer restrição xos deve ser composta por alimentações orais
de fluidos e administração do diurético hidroclo- frequentes e enriquecidas com carboidratos, o
rotiazida. que pode ser um desafio em alguns pacientes
com HC devido a grandes problemas de alimen-
Quando a normoglicemia não é alcançada
tação, como problemas de sucção e deglutição,
com o diazóxido e a infusão contínua de glicose
recusa alimentar, vômitos, doença do refluxo
não pode ser interrompida, o tratamento de se-
gastroesofágico e dismotilidade intestinal.
gunda escolha, com octreotida deve ser iniciado8.
A alimentação enteral deve ser encorajada
A octreotida é administrada por via subcu-
para manter a oralidade. Em algumas crianças, é
tânea em uma dose inicial de 5 mcg/kg/dia (por
necessário administrar alimentos entéricos com
infusão contínua ou injeções subcutâneas de 6
soluções hipercalóricas e carboidratos por meio
a 8 horas) que pode ser aumentada progressiva-
de gastrostomia percutânea para manter os ní-
mente em incrementos de 5 mcg/kg/dia a cada 2
veis de glicose no sangue na faixa normal. A su-
a 3 dias até uma dose máxima de 35 mcg/kg/dia.
plementação com amido de milho cru (1-2 g/kg)
Os critérios de resposta são os mesmos do dia-
pode melhorar a tolerância ao jejum noturno em
zóxido. A administração da octreotida pode ser
crianças a partir de 1 ano de idade8.
seguida de taquifilaxia. Os potenciais efeitos co-
laterais incluem: anorexia, diarreia, hepatite, sín-
drome do QT longo e enterocolite necrosante5,8.
Glicocorticoides devem ser
Novas fórmulas de análogos sintéticos da utilizados como tratamento
somatostatina, lanreotida e LAR-octreotida, têm para hipoglicemia neonatal?
sido utilizadas no manejo de crianças com HC.
Esses medicamentos têm atividade mais longa
que o octreotida e melhor potencial no controle Em situações fisiológicas, os glicocorticoides
da glicose do que os medicamentos atuais5,8. aumentam a resistência à ação da insulina e re-
duzem a sua secreção, ativam enzimas envolvi-
Terapia cirúrgica do HC deve ser indicada nos das na gliconeogênese assim como mobilizam
casos que não respondem ao tratamento medi- aminoácidos para a glicogenólise. Teoricamente,
camentoso, ou quando a investigação mostrar tais efeitos deveriam induzir o aumento da gli-
mutações em heterozigose paterna no ABCC8 cemia. Entretanto, não existem evidências em
ou KCNJ11. Antes da cirurgia, se possível, deve favor do uso dos glicocorticoides no tratamento
proceder a realização da CT-PET Scan com Fluor da hipoglicemia que não seja causada por insufi-
18, para localização de eventual lesão focal (não ciência adrenal primária ou secundária.
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Hipoglicemia neonatal
O uso sistêmico dos glicocorticoides envolve ca causa facilmente evitável de lesão cerebral
riscos significativos de efeitos colaterais como neonatal2.
supressão do crescimento, hipertensão arterial,
intolerância alimentar, gastrite medicamentosa, Ainda existem controvérsias sobre a defini-
perfuração do trato gastrointestinal em prema- ção e o tratamento, sem que limites diagnósticos
turos com muito baixo peso ao nascer e podem e operacionais estejam definidos. Além disso,
aumentar o risco de resultados adversos no de- não existe consenso sobre a definição de quais
senvolvimento neurológico15. seriam os neonatos de risco1.
Embora essas associações entre hipoglice- Uma vez que tratamentos adicionais podem
mia neonatal sintomática prolongada e lesão ser necessários para diferentes distúrbios, um
cerebral estejam bem estabelecidas, o efeito da diagnóstico etiológico oportuno é crucial. De-
hipoglicemia mais branda no desenvolvimento pois da correção da hipoglicemia aguda, enquan-
neurológico é incerto16. to se aguardam os resultados dos testes de con-
firmação, ações específicas devem ser tomadas
para prevenir sua recidiva. Como recomendação
geral, o jejum deve ser evitado e o fornecimento
adequado de carboidratos deve ser mantido du-
Conclusão
rante qualquer estresse metabólico, e um plano
de tratamento dietético personalizado com ali-
A hipoglicemia é o distúrbio metabólico mentação frequente são as intervenções mais
mais comum do recém-nascido e talvez a úni- comuns1.
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Hipoglicemia neonatal
Diretoria
Triênio 2019/2021
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Suzy Santana Cavalcante (BA) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Tânia Denise Resener (RS) Joel Alves Lamounier (MG) Sergio Antônio Bastos Sarrubo (SP)
João Coriolano Rego Barros (SP) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
Silvia Wanick Sarinho (PE) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
Marisa Lopes Miranda (SP) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES
Joaquim João Caetano Menezes (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS
MEMBROS: EM PEDIATRIA PRESIDENTE:
CONSELHO FISCAL Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Mario Santoro Júnior (SP)
TITULARES: COORDENAÇÃO:
Núbia Mendonça (SE) Paulo César Guimarães (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) VICE-PRESIDENTE:
Nelson Grisard (SC) Cléa Rodrigues Leone (SP) MEMBROS: Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) SECRETÁRIO GERAL:
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Jefferson Pedro Piva (RS)
SUPLENTES: NEONATAL
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) DIRETORA DE COMUNICAÇÃO
João de Melo Régis Filho (PE) Ruth Guinsburg (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR) Conceição Ap. de Mattos Segre (SP)
Darci Vieira da Silva Bonetto (PR) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Tânia Denise Resener (RS) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) • Adolescência
PÚBLICAS: Kátia Laureano dos Santos (PB) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) • Aleitamento Materno
COORDENAÇÃO: Jefferson Pedro Piva (RS) • Alergia
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Sérgio Luís Amantéa (RS) • Bioética
Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Susana Maciel Wuillaume (RJ) • Cardiologia
MEMBROS: Aurimery Gomes Chermont (PA) • Dermatologia
Clóvis Francisco Constantino (SP) Luciano Amedée Péret Filho (MG) • Emergência
Maria Albertina Santiago Rego (MG) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO • Endocrinologia
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) • Gastroenterologia
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Virgínia Resende Silva Weffort (MG) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Luciana Rodrigues Silva (BA) • Genética
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Hélcio Maranhão (RN) • Hematologia
Evelyn Eisenstein (RJ) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS • Hepatologia
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) • Imunizações
Normeide Pedreira dos Santos (BA) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
João Coriolano Rego Barros (SP) Adelma Figueiredo (RR) • Imunologia Clínica
Alexandre Lopes Miralha (AM) Marcia de Freitas (SP) • Infectologia
André Luis Santos Carmo (PR)
Virgínia Weffort (MG) Marynea Silva do Vale (MA) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
Themis Reverbel da Silveira (RS) PORTAL SBP • Nefrologia
Luciana Rodrigues Silva (BA) Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR)
• Neonatologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO MUSEU DA PEDIATRIA • Neurologia
PROFISSIONAL PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA • Nutrologia
À DISTÂNCIA COORDENAÇÃO:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Oncologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) • Otorrinolaringologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) MEMBROS:
Mario Santoro Junior (SP) • Pediatria Ambulatorial
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSONAL Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
José Hugo de Lins Pessoa (SP) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
• Pneumologia
REDE DA PEDIATRIA • Reumatologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES • Saúde Escolar
Mauro Batista de Morais (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) COORDENAÇÃO:
Luciana Rodrigues Silva (BA) • Segurança
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) • Sono
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Rubem Couto (MT)
• Suporte Nutricional
Joel Alves Lamounier (MG) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA: • Terapia Intensiva
COORDENAÇÃO DO CEXTEP Altacílio Aparecido Nunes (SP) Ana Isabel Coelho Montero • Toxicologia e Saúde Ambiental
(COMISSÃO EXECUTIVA DO TÍTULO Paulo Cesar Pinho Ribeiro (MG) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA:
DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Flávio Diniz Capanema (MG) Marcos Reis Gonçalves GRUPOS DE TRABALHO
COORDENAÇÃO: AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA: • Atividade física
Hélcio Villaça Simões (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) • Cirurgia pediátrica
COORDENAÇÃO: Rosenilda Rosete de Barros
MEMBROS: AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA: • Criança, adolescente e natureza
Ricardo do Rego Barros (RJ) Renato Procianoy (RS) • Doenças raras
Clovis Francisco Constantino (SP) MEMBROS: Elena Marta Amaral dos Santos • Drogas e violência na adolescência
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA: • Metodologia científica
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Ana Luiza Velloso da Paz Matos • Oftalmologia pediátrica
Flavia Nardes dos Santos (RJ) João Guilherme Bezerra Alves (PE) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA: • Pediatria e humanidade
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Marco Aurélio Palazzi Sáfadi (SP) Anamaria Cavalcante e Silva • Saúde mental
www.sbp.com.br
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