232.00 - Impugnação, 20.04.18

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ILMO SR. DELEGADO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO


BRASIL DE JULGAMENTO EM PORTO ALEGRE/RS

Auto de Infração de Lançamento de Imposto sobre Produtos Industrializados,


Imposto de Importação e Demonstrativo de apuração de multa regulamentar e/ou
multa e Juros isolados

MPF nº 1010700/00734/17
Processo Administrativo n.º 13819.723189/2017-96

NOVAIR IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE PROCUROS


PARA A CLIMATIZAÇÃO LTDA., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Av.
Dr. Ulysses Guimarães, 3413, Vila Nogueira, Diadema/SP – CEP 09990-903, inscrita no
CNPJ/MF sob o nº 03.024.664/0001-8912.508.892/0001-15, por seu representante legal
abaixo assinado, não se conformando com o Auto de Infração acima referido, lavrado
pelo Sr. Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, do qual foi notificado em 26 de
março de 2018, vem, respeitosamente, no prazo legal, com amparo no que dispõem o
art. 15 do Dec. 70.235/72, apresentar sua

IMPUGNAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito que se seguem (art. 16, inciso II do Dec.70.235/72):
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I – DOS FATOS

Foi iniciado em 2017 Mandado de Procedimento Fiscal n.º


1010700/00734/17, visando a auditoria de classificação fiscal nas Declarações de
Importação (DI) de mercadorias importadas pela Impugnante no periodo de maio de
2013 à janeiro de 2016.

Em suma, a fiscalização alega que houveram omissões de características


essenciais dos aparelhos importados pela Impugnante, bem como que houve divergência
de classificação de mercadorias para os Sistemas de ar condicionado multi-split do tipo
VRF (adotando a NCM 8415.81.90), Unidades evaporadoras para sistema de ar
condicionado do tipo VRF (NCM 8415.82.10 e 8415.81.90), Unidades condensadoras
para sistema de ar condicionado do tipo VRF (NCM 8415.81.90), o que não merece
prosperar e será adiante debatido.

Sob a alegação de determinar a correta classificação fiscal dos modelos


dos equipamentos importados, informa que a ora Impugnante foi intimada a apresentar
os documentos que instruiram as DIs, bem como os manuais e catálogos dos
equipamentos, o que foi acatado pela ora Recorrente.

Com o andamento da fiscalização, e entrega de todos os documentos


solicitados pela ora Impugnante, encerrou-se a fiscalização, com a lavratura do Auto de
Infração, reenquadrando as mercadorias importadas em classificação fiscal diversa da
correta e praticada pela ora Impugnante, cobrando então:

1. supostos créditos tributários referentes suposta diferença de


Imposto de Importação, multa e juros;

2. supostos créditos tributários referentes suposta diferenças de


Imposto sobre Produtos Industrializados, multas e juros;
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3. multas por suposta classificação incorreta de mercadorias


importadas;

4. multas por supostas descrição inexata de mercadoria importada;

5. multa por suposta falta de licença de mercadoria importada.

Tais cobranças podem ser resumidas, consoante tabela abaixo:

Em que pesem as alegações acima, e visando resguardar direitos da


Impugnante, trazemos, inicialmente, as questões preliminares, vejamos.

II- DO MÉRITO

II.1 – DAS PRELIMINARES

II.1.1– Da Tempestividade

A empresa ora Impugnante recebeu a intimação de exigência em 26 de


março de 2018.

Desta forma, trazemos a baila o decreto n.º 70.235/72, nos termos


abaixo:

Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os


documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão
preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita
a intimação da exigência.
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Nesta seara, ainda temos o artigo abaixo transcrito, do mesmo Decreto:

Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do


início e incluindo-se o do vencimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente
normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

Disto isto, conclui-se que o prazo para apresentação de Impugnação


encerra-se em 26 de abril de 2018, bem como que a presente Impugnação é
tempestiva.

II.1.2– Da Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributario

Versa o Código Tributário Nacional o abaixo transcrito:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das


obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
suspenso, ou dela conseqüentes.

Nesta seara, as reclamações e os recursos administrativos, ou seja, a


impugnação, a defesa ou o recurso administrativo contra o lançamento constitutivo do
crédito tributário suspendem sua exigibilidade, conforme se constata da simples leitura
ocular do inciso legal retrotranscrito.
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Desrespeitar tal procedimento implicaria afronta aos princípios


basilares do processo administrativo tributário, quais sejam, o da ampla defesa e o do
contraditório, insculpidos no art. 5 º, LV, da Constituição Federal, in verbis:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados


em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recurso a eles inerentes.

Ademais, a Jurisprudência é uníssona nesta questão:

TRIBUTÁRIO. AUTUAÇÃO FISCAL. PENDÊNCIA DE RECURSO


ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ARTIGO 151 DO CTN. I. Não merece
ressalvas sentença que suspende a exigibilidade de crédito tributário
pendente de recurso administrativo (art. 151, III, CTN), até mesmo por
força do reconhecimento da Fazenda do direito do contribuinte, com
expedição da CND buscada. II. Remessa oficial não provida.(TRF-1 - REO:
24320 GO 2008.35.00.024320-5, Relator: JUIZ FEDERAL OSMANE
ANTONIO DOS SANTOS (CONV.), Data de Julgamento: 29/05/2009,
OITAVA TURMA, Data de Publicação: 15/06/2009 e-DJF1 p.305)

No caso em tela, diante do acima exposto, e em se tratando de Processo


Tributário Administrativo, requeremos a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário até o deslinde final da questão.

II.1.3 – Da Nulidade Do Mandado De Procedimento Fiscal


(TDPF)

a) Da Ausência da (prova) Prorrogação de Prazo para o Mandado de


Procedimento Fiscal

Versa a Portaria RFB nº 3.014, de 29 de junho de 2011, que embasou o


Mandado de Procedimento Fiscal que:
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Art. 2 º Os procedimentos fiscais no âmbito da RFB serão instaurados com


base em Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) e deverão ser executados
por Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, observada a emissão de:
I – Mandado de Procedimento Fiscal de Fiscalização (MPF-F), para
instauração de procedimento de fiscalização; e
II – Mandado de Procedimento Fiscal de Diligência (MPF-D), para
realização de diligência.

(...)

Art. 7 º O MPF-F, o MPF-D e o MPF-E conterão:


I - a numeração de identificação e controle;
II - os dados identificadores do sujeito passivo;
III - a natureza do procedimento fiscal a ser executado (fiscalização ou
diligência);
IV - o prazo para a realização do procedimento fiscal;
V - o nome e a matrícula do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
responsável pela execução do mandado;
VI - o nome, o número do telefone e o endereço funcional do responsável
pela equipe a que está vinculado o Auditor-Fiscal da Receita Federal do
Brasil referido no inciso V; e
VII - o nome, a matrícula e o registro de assinatura eletrônica da
autoridade emitente e, na hipótese de delegação de competência, a indicação
do respectivo ato.

§ 4 º O MPF-E indicará a data do início do procedimento fiscal,


observado o modelo constante do Anexo II a esta Portaria.

Art. 9 º As alterações no MPF, decorrentes de prorrogação de prazo,


inclusão, exclusão ou substituição de Auditor-Fiscal da Receita Federal do
Brasil responsável pela execução ou supervisão, bem como as alterações
relativas a tributos a serem examinados e a período de apuração, serão
procedidas mediante registro eletrônico efetuado pela respectiva
autoridade emitente, conforme modelo constante do respectivo Anexo
a esta Portaria, cientificado o contribuinte nos termos do parágrafo
único do art. 4 º .

Art. 11. Os MPF terão os seguintes prazos máximos de validade:


I - 120 dias, nos casos de MPF-F e de MPF-E; e
II - sessenta dias, no caso de MPF-D.

Art. 12. A prorrogação do prazo de que trata o art. 11 poderá ser efetuada
pela autoridade emitente, tantas vezes quantas necessárias, observado, em
cada ato, os prazos fixados nos incisos I e II do art. 11, conforme o caso.

Art. 14. O MPF se extingue:


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I - pela conclusão do procedimento fiscal, registrado em termo próprio, com


a ciência do sujeito passivo; ou
II - pelo decurso dos prazos a que se referem os arts. 11 e 12.
Parágrafo único. A ciência do sujeito passivo de que trata o inciso I
do caput deverá ocorrer no prazo de validade do MPF.

Desta forma, considerando que o Mandado de Procedimento Fiscal


teve seu início em 25 de outubro de 2017, com previsão expressa de finalização 02 de
fevereiro de 2018, bem como que não houve qualquer prorrogação de prazo no curso
do procedimento (anexo 05), tendo sido o Auto de Infração lavrado em 02 de março de
2018 (anexo 06), com a ciência do contribuinte ter ocorrido em 26 de março de 2018,

evidente que o Mandado de Procedimento Fiscal deverá ser


extinto, sem julgamento do mérito, com fulcro no inciso II do Artigo 14 da Portaria
RFB nº 3.014/11, em virtude do decurso de prazo, haja vista a conclusão do
procedimento fiscal e ciência do contribuinte terem ocorrido fora do prazo do MPF e
ausente a prorrogação do MPF em comento.

Corrobora o entendimento o Doutrinador Hugo de Brito Machado,


verbis:

“A fiscalização não pode perdurar indefinidamente. Seus trabalhos


causam transtornos ao contribuinte, que a este não está obrigado a
submeter-se a não ser o mínimo necessário. A fixação de prazos muito
longos, ou a sucessiva prorrogação do prazo inicialmente fixado, pode
constituir abuso de poder da autoridade incumbida de realizar a
fiscalização. O auto de infração lavrado depois de esgotado o prazo
fixado para a conclusão das diligências é nulo.
O ato de prorrogação do prazo para s trabalhos de fiscalização, como
os atos administrativos em geral, deve ser fundamentado. A ausência de
fundamentação implica na nulidade do auto de infração. Prorrogação
por ato desprovido de fundamentação é incompatível com o art. 3.º do
CTN, segundo o qual o tributo há de ser cobrado mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. Aliás, admitir prorrogação
independente de fundamentação equivale a tornar absolutamente inútil
a fixação do prazo.” (grifos nossos)
(fls. 256. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário.34ª
Edição. São Paulo, Editora Malheiros, 2013.)
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b) Auto de Infração e Notificação de Lançamento sem a assinatura chefe da


unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil encarregado da
formalização da exigência

No auto de Infração como um todo temos as exigências de créditos


tributários e de penalidades aplicadas ao contribuinte. Na realidade a constituição /
lançamento dos créditos tributários deveria ser objeto de Notificação de Lançamento.
As penalidades, por sua vez, constituídas através de Auto de Infração. A Fiscalização
utilizou da faculdade legal para exigir todos os valores em único processo, diretamente
no Auto de Infração.

Assim e nos termos do DECRETO Nº 70.235, DE 6 DE MARÇO


DE 1972:

Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade


isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de
lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais
deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais
elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009) (grifamos)

§ 1o Os autos de infração e as notificações de lançamento de que trata


o caput deste artigo, formalizados em relação ao mesmo sujeito
passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação
dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova. (Redação dada pela
Lei nº 11.196, de 2005) (grifamos)

Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local
da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente:
I - a qualificação do autuado;
II - o local, a data e a hora da lavratura;
III - a descrição do fato;
IV - a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; (grifamos)
V - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-
la no prazo de trinta dias;
VI - a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o
número de matrícula.
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Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que


administra o tributo e conterá obrigatoriamente:
I - a qualificação do notificado;
II - o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou
impugnação; (grifamos)
III - a disposição legal infringida, se for o caso;
IV - a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor
autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.
Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento
emitida por processo eletrônico.

Por sua vez, o Decreto nº 7.574 de 29.09.2011, estabelece que:

Art. 31. O lançamento de ofício do crédito tributário compete:


I - a Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, quando a exigência do
crédito tributário for formalizada em auto de infração (Decreto nº 70.235,
de 1972, arts. 7º e 10; Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, arts. 5º e
6º, com a redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007, art. 9º); ou
II - ao chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil
encarregado da formalização da exigência ou ao Auditor-Fiscal da
Receita Federal do Brasil por ele designado, mediante delegação de
competência, quando a exigência do crédito tributário for formalizada em
notificação de lançamento (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 11; Lei nº
10.593, de 2002, art. 6º). (grifamos)

Deste modo e considerando a necessária e obrigatória competência,


atribuída ao Chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
encarregado da formalização da exigência, para a constituição dos créditos
tributário exigidos da Impugnante, temos, pois, como decorrência desta supressão,
a nulidade do ato praticado e, portanto, aplicável o disposto no art. 59 do
DECRETO Nº 70.235, DE 6 DE MARÇO DE 1972, in verbis.

DECRETO Nº 70.235, DE 6 DE MARÇO DE 1972.


Art. 59. São nulos:
I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; (grifamos)
II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com
preterição do direito de defesa.

Ademais, a jurisprudência administrativa é pacífica nesta questão, como


exemplificativamente abaixo se transcreve:
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Súmula CARF nº 21: É nula, por vício formal, a notificação de


lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a
expediu."

A própria doutrina jurídica tem asseverado sobre as questões de


nulidades, como pode ser observado pelos seguintes ilustres doutrinadores do direito:

ADA PELLEGRINI GRINOVER – O princípio do prejuízo constitui


seguramente a viga mestra do sistema das nulidades e decorre da idéia
geral de que as formas processuais representam tão somente um
instrumento para a correta aplicação do direito; sendo assim, a
desobediência a formalidades estabelecidas pelo legislador só deve
conduzir ao reconhecimento da invalidade do ato quando a própria
finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida.

Na Teoria das Nulidades amplamente defendida pelo Professor Hely


Lopes Meirelles temos que: "Ato nulo: É o que nasce afetado de vício
insanável por ausência ou defeito substancial em que seus elementos
constitutivos ou no procedimento formativo. A nulidade pode ser
explícita ou virtual. É explícita quando a lei comina expressamente,
indicando os vícios que lhe dão origem; é virtual quando a invalidade
decorre da infringência de princípios específicos do Direito Público;
reconhecidos por interpretação das formas concernentes ao ato. Em
qualquer destes casos, porém, o ato é ilegítimo, ou ilegal e não produz
qualquer efeito válido entre as partes pela evidente razão de que não se
pode adquirir direitos contra a lei."

Isto posto, não pode prosperar os créditos tributários exigidos da


Impugnante, eis que eivados de completa nulidade nos termos deste item das preliminares
da presente Impugnação.

c) Nulidade por falta de enquadramento legal – créditos de IPI

Dentre as inúmeras fundamentações e enquadramentos legais para a


constituição do crédito tributário de IPI (cerca de 30 artigos, com os seus vários incisos,
alienas e parágrafos, indicados às 95 do Auto de Infração), a fiscalização simplesmente
autua o contribuinte por fato que jamais ocorreu, ou seja, autua indevidamente o
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contribuinte pela prática punida com multa, disciplinada no art. 569, do Regulamento
do IPI (Decreto 7.212/2010), in verbis:

DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE 2010.


Das Multas
Lançamento de Ofício

Art. 569. A falta de destaque do valor, total ou parcial, do imposto na


respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto destacado
sujeitará o contribuinte à multa de ofício de setenta e cinco por cento do
valor do imposto que deixou de ser destacado ou recolhido (Lei nº 4.502, de
1964, art. 80, e Lei no 11.488, de 2007, art. 13).

§ 1o No mesmo percentual de multa incorrem (Lei nº 4.502, de 1964, art.


80, § 1º, e Lei no 11.488, de 2007, art. 13):
I - os fabricantes de produtos isentos que não emitirem, ou emitirem de
forma irregular, as notas fiscais a que são obrigados (Lei nº 4.502, de 1964,
art. 80, § 1º, inciso I);
II - os que transportarem produtos tributados ou isentos, desacompanhados
da documentação comprobatória de sua procedência (Lei nº 4.502, de 1964,
art. 80, § 1º, inciso III);
III - os que possuírem, nas condições do inciso II deste parágrafo, produtos
tributados ou isentos, para venda ou industrialização (Lei nº 4.502, de
1964, art. 80, § 1º, inciso IV); e
IV - os que destacarem indevidamente o imposto na nota fiscal, ou o
destacarem com excesso sobre o valor resultante do seu cálculo (Lei nº 4.502,
de 1964, art. 80, § 1º, inciso V).

Ora, em nenhum momento a Impugnante deixou de destacar, em suas


notas fiscais de saídas de produtos, o respectivo imposto federal, ou mesmo deixou de
efetuar o seu recolhimento. Assim, não incorreu na matriz do caput do art. 569, qual
seja, “falta de destaque do valor, total ou parcial, do imposto na respectiva nota fiscal ou
a falta de recolhimento do imposto destacado”. Em nenhum momento nos autos esta
situação é indicada e, portanto, tal fato deve ser objeto de nulidade, em verdadeiro vicio
formal, com a consequente anulação da autuação imposta ao contribuinte, inclusive em
relação aos seus acessórios e acréscimos, inclusive os moratórios.
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Ainda, autua o contribuinte por presunção de lançamento não


efetuado, outro fato que jamais ocorreu, tendo em vista que todos os lançamentos forame
efetuados de acordo com a legislação, bem como com as alíquotas corretas.

d) Nulidade por falta de enquadramento legal – créditos e multas de I.I.

Nesta mesma linha, a Impugnante debate também e a seguir, dentre as


inúmeras fundamentações e enquadramentos legais para a constituição do crédito
tributário de Imposto de Importação (cerca de 30 artigos, com os seus vários incisos,
alienas e parágrafos, às Fls. 95 do Auto de Infração), na qual a fiscalização simplesmente
autua o contribuinte por fato que jamais ocorreu, ou seja, autua o contribuinte por ter
incorrido nos termos do artigos abaixo, todos do decreto 6759/2009, in verbis:

Art. 569. Na quantificação ou identificação da mercadoria, a fiscalização


aduaneira poderá solicitar perícia, observado o disposto no art. 813 e na
legislação específica.

Art. 570. Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência que


impeça o prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após
o registro da exigência correspondente, pelo Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil responsável.
§ 1º Caracterizam a interrupção do curso do despacho, entre outras
ocorrências:
I - a não-apresentação de documentos exigidos pela autoridade aduaneira,
desde que indispensáveis ao prosseguimento do despacho; e
II - o não-comparecimento do importador para assistir à verificação da
mercadoria, quando sua presença for obrigatória.
§ 1º-A. Quando for constatado extravio ou avaria, a autoridade aduaneira
poderá, não havendo inconveniente, permitir o prosseguimento do
despacho da mercadoria avariada ou da partida com extravio, observado o
disposto nos arts. 89 e 660. (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 16 de
maio de 2013)
§ 2º Na hipótese de a exigência referir-se a crédito tributário, o importador
poderá efetuar o pagamento correspondente, independentemente de
processo.
§ 2º Na hipótese de a exigência referir-se a crédito tributário ou a direito
antidumping ou compensatório, o importador poderá efetuar o pagamento
correspondente, independente de processo. (Redação dada pelo Decreto nº
8.010, de 16 de maio de 2013)
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§ 3 o Havendo manifestação de inconformidade, por parte do


importador, em relação à exigência de que trata o § 2 o , o Auditor-Fiscal
da Receita Federal do Brasil deverá efetuar o respectivo lançamento, na
forma prevista no Decreto n o 70.235, de 6 de março de 1972.
§4 o Quando exigível o depósito ou o pagamento de quaisquer ônus
financeiros ou cambiais ou o cumprimento de obrigações semelhantes, o
despacho será interrompido até a satisfação da exigência.

Seção IV
Das Atividades de Perícia e de Assistência Técnica
Art. 813. A perícia para identificação e quantificação de mercadoria
importada ou a exportar, bem como a avaliação de equipamentos de
segurança e sistemas informatizados, e a emissão de laudos periciais sobre o
estado e o valor residual de bens, será proporcionada:
I - pelos laboratórios da Secretaria da Receita Federal do Brasil;
II - por órgãos ou entidades da administração pública; ou

III - por entidades privadas e técnicos, especializados, previamente


credenciados.
Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá ato
normativo em que:
I - regulará o processo de credenciamento dos órgãos, das entidades e dos
técnicos a que se referem os incisos II e III do caput ; e
II - estabelecerá o responsável, o valor e a forma de retribuição pelos serviços
prestados.

Parágrafo único. O assistente técnico será indicado livremente, sendo sua


remuneração estabelecida em contrato.

Ora, em nenhum momento a Impugnante deixou de observar tais


dispositivos legais em relação ao imposto de importação. Por si só, estes enquadramentos
ilegais deveriam acarretar na anulação dos créditos tributários constituídos contra a
Impugnante.

Ademais, a fiscalização não prospera na efetiva e suposta infração


cometida pela Impugnante, quanto à constituição de crédito tributário de Imposto de
Importação, pois o suposto infringimento sequer está corretamente enquadrado. Eis, que
as Fls. 95 do Auto de Infração, o principal enquadramento legal está, por mais estranho
que possa parecer, no art. 711 do Decreto 6759/2009, in verbis:
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Art. 711. Aplica-se a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro


da mercadoria (Medida Provisória n o 2.158-35, de 2001, art. 84,
caput ; e Lei n o 10.833, de 2003, art. 69, § 1o):

A Impugnante suplica, mais uma vez, que não é possível se defender de


tamanhos e quantidades de erros, nulidades, enquadramentos legais múltiplos (quase
citado o regulamento inteiro para enquadrar legalmente as supostas irregularidades
cometidas pela Impugnante), sem nenhum critério ou zelo, sem efetivamente
enquadrarem corretamente as supostas falhas cometidas pela Impugnante. Portanto, mais
uma vez, eivado de completa nulidade os atos da fiscalização, sendo nulos de pleno
direito.

e) Nulidade por falta de enquadramento legal –multas de I.I.

Nas capitulações e enquadramento legal para a aplicação da multa de


1% sobre o valor aduaneiro, descrito às fls. 95 do Auto de Infração (capitulação repetida
duplamente nesta mesma folha, em verdadeiro bis in idem, vedado pelo nosso
ordenamento jurídico), qual seja, Decreto 6759/2009, em seu “Art. 711. Aplica-se a
multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria”, não foi possibilitado, ao
contribuinte, aferir ao longo do Auto de Infração se tal penalidade estava ou não em
observância às limitações contidas nos parágrafos deste mesmo artigo, ou seja:

§ 2 o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos


reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior, observado o disposto
nos §§ 3 o a 5 o (Medida Provisória n o 2.158-35, de 2001, art. 84, §
1 o ; e Lei n o 10.833, de 2003, art. 69, caput ).

§3 o Na ocorrência de mais de uma das condutas descritas nos


incisos do caput , para a mesma mercadoria, aplica-se a multa
somente uma vez. (grifamos)

§ 4 o Na ocorrência de uma ou mais das condutas descritas nos incisos


do caput , em relação a mercadorias distintas, para as quais a correta
classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul seja idêntica, a multa
referida neste artigo será aplicada somente uma vez, e corresponderá a:
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I - um por cento, aplicado sobre o somatório do valor aduaneiro de tais


mercadorias, quando resultar em valor superior a R$ 500,00 (quinhentos
reais); ou

II - R$ 500,00 (quinhentos reais), quando da aplicação de um por cento


sobre o somatório do valor aduaneiro de tais mercadorias resultar valor
igual ou inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais).

§ 5 o O somatório do valor das multas aplicadas com fundamento


neste artigo não poderá ser superior a dez por cento do valor total das
mercadorias constantes da declaração de importação (Lei n o 10.833,
de 2003, art. 69, caput). (grifamos)

Sem ainda considerar o próprio exagero cometido pela fiscalização, até


mesmo por que, em nenhum momento, houve dolo ou má- fé da Impugnante, situação
esta contemplada e a favor da Impugnante, através do ADN Cosit 12/1997 em sua parte
final ao estabelecer “que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou
má fé por parte do declarante”, sequer tal autuações fiscal poderia ter sido efetivada
pelo agente fiscalizador. De qualquer forma, nas razões de mérito tal situação ainda será
debatida.

A despeito do parágrafo anterior, não há no Auto de Infração


informações que possibilitem a Impugnante aferir, com precisão, se os limites desta
penalidade foram ou não respeitados, gerando verdadeiro cerceamento de defesa, com a
impossibilidade da Impugnante rechaçar as supostas alegações da fiscalização. Deste
modo, em afronta aos princípios constitucionais do devido processo legal, ao
contraditório, ampla defesa e legalidade, temos novamente a nulidade do ato praticado
pela fiscalização.

ATO DECLARATÓRIO (NORMATIVO) COSIT Nº 12/97, DE 21 DE


JANEIRO DE 1997
DOU de 22/01/1997
O Coordenador-Geral do Sistema de Tributação, no uso das atribuições que
lhe confere o item II da Instrução Normativa nº 34, de 18 de setembro de
1974, e tendo em vista o disposto no inciso II do art. 526 do Regulamento
Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 5 de março de 1985, e no
232.00

art. 112, inciso IV, do Código Tributário Nacional - Lei nº 5.172, de 25 de


outubro de 1966,
Declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita
Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais
interessados, que não constitui infração administrativa ao controle das
importações, nos termos do inciso II do art. 526 do Regulamento
Aduaneiro, a declaração de importação de mercadoria objeto de
licenciamento no Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, cuja
classificação tarifária errônea ou indicação indevida de destaque "ex" exija
novo licenciamento, automático ou não, desde que o produto esteja
corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua
identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate,
em qualquer dos casos, intuito doloso ou má fé por parte do declarante.

III.1.4 – Da Impossibilidade De Revisão De Lançamento

Versa o Código Tributário Nacional, verbis:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só


pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no artigo 149.

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de


decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode
ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato
gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.”

Neste sentido, inexistindo qualquer fato gerador posterior a introdução


das mercadorias, com a quitação de todos os impostos atinentes conforme alíquota
prevista na NCM correta, não havendo qualquer irregularidade nas Declarações de
Importação, não há que se falar em revisão de lançamento ou fato gerador após a sua
introdução no mercado interno, razão pela qual não haveria justificativa para a revisão
de todos os lançamentos efetuados pela ora Impugnante, consubstanciados no auto de
infração que ora se impugna.
232.00

E mais, o próprio Código Tributário Nacional prevê um rol taxativo


para a eventual revisão de lançamentos, verbis:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade


administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e
na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo
seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou
falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma
autoridade, de ato ou formalidade especial.”

Ora, nenhuma das situações taxativas acima descritas se aplicam as


Declarações de Importação emitidas pela ora Impugnante, haja vista que não houve
qualquer erro de classificação quando as evaporadoras e condensadoras importadas pela
Impugnante, bem como não houve qualquer omissão de dados ou descrição inexata de

todas as mercadorias importadas, haja vista que todas foram objeto de


conferência pelo sistema da Receita Federal do Brasil, foram
liberadas com o canal verde, culminando com a sua regular
liberação.
232.00

Ainda, não há que se revisar os lançamentos, no tocante a falta de


licença de importação quando do ingresso das mercadorias no território nacional, pelas
razões de direito acima expostas.

Diante do exposto, não se pode falar em alteração do lançamento, razão


pela qual o auto de Infração que consubstanciou o lançamento de ofício também é nulo
de pleno direito.

III.1.5 – Da afronta ao Princípio da Legalidade

Versa a Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

Versa o Código Tributário Nacional que:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos
artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito
passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
232.00

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus


dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários,
ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso
II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de
cálculo.

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou


modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes
sobrevenha.

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em
função das quais sejam expedidos, determinados com observância das
regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Ora, estamos diante do princípio da legalidade, o qual prescreve que


apenas a lei pode determinar os critérios para o lançamento de um tributo. No caso em
tela, diante do Imposto sobre Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, os
referidos impostos são lançados pelo contribuinte, e sujeitos a homologação pela
autoridade competente.

Sendo os impostos lançados com amparo na legislação atinente, sendo


que as mercadorias são previamente descritas na Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM), sendo determinadas alíquotas para o recolhimento dos referidos impostos em
documento e tratamento oficial, efetuar qualquer tratamento diferenciado às
alíquotas previstas da NCM ou obrigar o contribuinte a recolher imposto com
alíquota diversa da NCM correta é uma afronta ao Princípio da Legalidade, o que
não se pode aceitar.

Nesta seara, trazemos a lição do Doutrinador Hugo de Brito Machado,


vejamos:

“(...) Presta-se o principio da legalidade para garantir a segurança nas


relações do particular (contribuinte) com Estado (fisco), as quais devem
232.00

ser inteiramente disciplinadas, em lei, que obriga tanto o sujeito ativo


quanto o sujeito passivo da relação obrigacional tributária.”( fls. 33.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário.34ª Edição.
São Paulo, Editora Malheiros, 2013.)

“... Não se deve admitir que os princípios da legalidade e da


anterioridade da lei tributária, que são garantias do contribuinte, sejam
simplesmente minimizados ou descartados.” (fls. 44. MACHADO,
Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 34ª Edição. São Paulo,
Editora Malheiros, 2013)

Dito isto, o Auto de Infração, que visa obrigar a ora Impugnante a


enquadrar suas mercadorias em NCM diversa da correta, consoante será demonstrado,
deflagra uma afronta ao Princípio da Legalidade, o que não se pode aceitar.

III.1.6 – Do cerceamento de defesa e do ônus da Prova

Versa o Ilustre Hugo de Broto Manchado, em sua obra “Curso de


Direito Tributário;

“São requisitos para o auto de infração(a) a identificação do atuado;(b)


o local, a data e a hora de sua lavratura. (c)a descrição do fato que
constitui a infração; (d) o dispositivo da legislação que o autuante reputa
infringido; (e) o valor do crédito tributário exigido e a intimação para
o respectivo pagamento, o oferecimento de impugnação com o prazo
legalmente estabelecido para tal fim; (f) a assinatura do autuante, sua
identificação funcional.
Entre os requisitos acima enumerados, deve ser destacado, por sua
grande importância, a descrição do fato que, no entender do
autuante, configura infração da legislação tributária. Esse descrição
há de ser objetiva, clara e tão completa quanto necessária a que o
autuado possa saber de que realmente está sendo acusado, pois, a
não ser assim, não terá condições para o exercício da plena defesa
que lhe assegura a constituição Federal.” (fls. 462. MACHADO,
Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário.34ª Edição. São Paulo,
Editora Malheiros, 2013.) (grifamos)

Ora, Senhor Julgador, verificando o auto de infração e suas, não há


qualquer descrição clara e objetiva a fim de permitir que a ora Impugnante tenha real
232.00

conhecimento do que está sendo acusada. O que se nota é uma simples afirmação acerca
da eventual classificação incorreta.

Na falta de tal precisão, evidente o cerceamento de defesa da ora


Impugnante, que se traz a baila e não merece ser aceito.

LANÇAMENTO DE OFÍCIO - Devem prevalecer os termos da


denúncia fiscal quando o sujeito passivo deixa de atacar, objetivamente,
os fatos e enquadramento legal contidos no Auto de Infração.
Cerceamento do direito de defesa: sua simples argüição, não é o
bastante e necessário para invalidar o feito fiscal. Deve o sujeito passivo,
objetivamente, apontar onde seu direito foi preterido. Não há
nulidade a ser declarada, se incomprovado o prejuízo do contribuinte.
Recurso negado (Ac. nº 202-07.830, de 20/06/95 - DO de 25/09/96).

Ainda, o Auto de Infração, que possui uma magnitude milionária, foi


lavrado sem o devido respeito a fase não contenciosa ao processo administrativo, na qual
são colhidas todas as provas, realizadas todas as pesquisas em fontes confiáveis, normas
técnicas e eventual verificação in loco dos equipamentos.

O Auditor fiscal que efetuou a colheita de informações simplesmente


ignorou todo o material fornecido pela ora Impugnante, que continha as informações
básicas e essências de seus equipamentos (catálogos e manuais técnicos), as normas do
INMETRO e da ABNT, bem como sequer efetuou qualquer diligência a fim de verificar
as informações contidas em catálogos, lavrando um relatório como se fosse um
engenheiro expert no assunto, porém, ignorando os pontos principais a serem abordados
tecnicamente, que corroboram com todas as alegações que serão suscitadas pela ora
Impugnante e serão capazes de afastar todas as alegações contidas em Auto de Infração.

Sobre a produção de provas, evidenciamos Hugo de Brito Machado:

“O ônus da prova dos fatos em disputa no procedimento


administrativo fiscal não é do contribuinte, como alguns afirmam. O
ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito é de quem o alega.
Aplica-se a teoria geral da prova, que está consubstanciada nas
232.00

disposições do Código de Processo Civil. Ocorre que, em face de


indícios fortes de existência do fato gerador da obrigação tributária,
capazes de autorizar a presunção de tal ocorrência, pode dar-se a
inversão do ônus da prova. A não ser em tal circunstância, o ônus de
provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária é
naturalmente do Fisco..”

Nesta seara, o Fisco sequer apresentou provas cabais e técnicas capazes


de provar que as NCM utilizadas pela ora Impugnante não eram corretas, baseando-se
apenas em informações de dicionários simples para supostamente reenquadrar as
mercadorias importadas pela ora Impugnante, o que deve ser cabalmente afastado.

III.2 – DO DIREITO

ADVERTÊNCIA INICIAL

DA INTERPRETAÇÃO DA UNIÃO FEDERAL, DO MERCADO


INTERNACIONAL E DA ABRAVA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
REFRIGERAÇÃO, AR CONDICIONADO, VENTILAÇÃO E
AQUECIMENTO – ACERCA DA CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS
ORA DISCUTIDOS

I. Julgador, a origem da discussão que motivou o auto de infração


combatido, basicamente, versa acerca da possibilidade de comparação, ou não
diferenciação, dos sistemas de ar-condicionado chamados “Multi-Sistemas VRF” e os
chamados “Split System “ ou “Mini-Split”.

Pois bem.

Ainda que todas as explanações abaixo não sejam suficientes para a


cognição desta R. Delegacia, já deveria colocar uma pá de cal sobre o assunto salientar
que a própria ABRAVA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO,
232.00

AR CONDICIONADO, VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO, associação


civil de cunho técnico que representa toda a classe JÁ POSSUI ESTUDO
TÉCNICO EMBASADO NA LITERATURA NACIONAL E INTERNACIONAL
QUE CONFIRMA O ENTENDIMENTO FIRMADO QUE OS MULTI-
SISTEMAS VRF JAMAIS PODERIAM SER COMPARADOS COM SPLIT-
SYSTEM, DEVENDO, POR DIREITO, SER ALOCADOS NA NCM 8415.81.90.
(Anexo 14)

Leia-se, I. Julgador, os sistemas VRF NÃO PODEM SER


CONFUNDIDOS OU NÃO DIFERENCIADOS dos equipamentos “Split System
ou Mini-System”, conforme quer fazer crer o I. Fiscal.

Note-se que nas conclusões, I. Julgador, o referido órgão representativo

expõe: que “não existe a mínima possibilidade, do ponto de vista técnico de

confusão entre sistemas VRF e Splits Systems”, senão vejamos:

De fato, as diferenças são gritantes, destacamos abaixo


pormenorizadamente algumas de suas distinções:

SPLIT SYSTEM OU MINI SPLIT MULTI-SISTEMAS (VRF)


Regido pela Norma Internacional - AHRI Regido pela Norma Internacional
210/240 ANSI/AHRI Standard 1230, 2010 Standard
for performance rating of variable refrigerante
flow (VRF) Multi-split Air Conditioning and
232.00

Heat Pump e pela ASHRAE Handbook –


HVAC System and Equipment (SI) de 2012.
É um equipamento unitário, destinado ao É um equipamento central de ar
atendimento individual de um ambiente condicionado, que atende a múltiplos
apenas. ambientes, não pode ser instalado
isoladamente no modo.
Não é classificado como sistema central de ar É classificado como sistema central de ar
condicionado condicionado. Seus condensadores e
evaporadores apenas tem sentido quando
combinados e as capacidades destas
combinações não podem ser determinadas
apenas pelos equipamentos isoladamente. Pois
tanto condensadores como evaporadores
podem ser agrupados formando sistemas
maiores.
Não utiliza dutos Pode utilizar dutos
Possui capacidade definida. A capacidade das condensadoras e
evaporadoras individualmente não tem uma
relação definida com a capacidade do produto
final, podendo formar inúmeras combinações
de capacidades.
Condensador, com capacidade constante, sua Condensadores com capacidade variável por
interligação com o evaporador é apenas um controle micro processado, e capacidade de
fechamento elétrico de um circuito de comunicação em rede com múltiplos
comando único. O dispositivo de expansão evaporadores, para gerenciamento do
fica nos condensadores em sistemas Split, caso funcionamento do conjunto de evaporadores,
contrário todos os produtos hoje e ajuste de sua capacidade através de
caracterizados como Split junto à Receita compressores com variadores de frequência.
Federal não o poderiam ser por esta definição
tirada de uma fonte isolada. Porém este fato
não muda que estes equipamentos mesmo
com dispositivo de expansão instalado no
condensador (tubos capilares) sejam tratados
232.00

por Split System, o que são na realidade do


mercado nacional e internacional.

Evaporador, capacidade constante, dotado de Evaporadores com dispositivo de expansão


controle remoto individual, ventilador, eletrônico (Válvula de Expansão Eletrônica) e
serpentina, sensores de temperatura e controle micro processado, dotados de
fechamento elétrico de comando para comunicação de rede para comunicação com
operação conjunta com o condensador. os condensadores que atendem ao sistema e
centrais de gerenciamento predial para
gerenciamento inteligente de sua operação e
automação do funcionamento.
Centrais de controle para gerenciamento.
Módulos de reaproveitamento de calor para
aquecimento de água combinado ao processo
de resfriamento do ar dos ambientes
condicionados.
Evaporador, capacidade constante, dotado de Evaporadores com dispositivo de expansão
controle remoto individual, ventilador, eletrônico (Válvula de Expansão Eletrônica) e
serpentina, sensores de temperatura e controle micro processado, dotados de
fechamento elétrico de comando para comunicação de rede para comunicação com
operação conjunta com o condensador. os condensadores que atendem ao sistema e
centrais de gerenciamento predial para
gerenciamento inteligente de sua operação e
automação do funcionamento.

Centrais de controle para gerenciamento.


232.00

Não é sem razão que, EM NENHUM LUGAR DO


MUNDO, confunde-se a tecnologia VRF como algo similar ou parecido com o

chamado Split System.

Em realidade, SÓ ALGUNS AUDITORES DA RECEITA

FEDERAL DO BRASIL ENTENDEM DE MANEIRA DIFERENTE.

Para ilustrar, juntamos no Anexo 22, diversos editais de licitação que


comprovam essa clarividente diferenciação pelo mercado consumidor, além de,

inclusive, de que a PRÓPRIA UNIÃO FEDERAL ENXERGA


ESSA DIFERENCIAÇÃO.

A fim de se exemplificar esse gritante equívoco interpretativo da RFB,


que ora motiva o auto de infração combatido, destacamos alguns pontos do Anexo 22:

1)

2)
232.00

3)

4)

Note-se, I. Julgador, não é difícil constatar pelos prints dos editais de


licitação acima que; o mercado consumidor e a PRÓPRIA UNIÃO FEDERAL
considera que o equipamento chamado como Multi-Split ou VRF é totalmente diferente
do equipamento nomeado como Split-System.

Portanto, não existe outra conclusão senão que as premissas que


motivaram o I.Fiscal em seu relatório SÃO TOTALMENTE EQUIVOCADAS.

Ora, vejamos a afirmação contraditória de fls. 76 do I. Fiscal em seu


relatório do auto de infração:
232.00

Apontamos: “sistema de ar condicionado split system do tipo


VRF” (????)

Novamente: NÃO EXISTE CONFUSÃO ENTRE


EQUIPAMENTOS VRF E SPLIT-SYSTEM.

Os equipamentos importados NÃO SÃO SPLIT-SYSTEM OU

MINI-SPLIT, mas equipamentos do tipo VRF, constituindo


maquinários que são parte integrante de uma composição ou um
sistema de ar-condicionado.

Não bastasse, I. Julgador, uma simples fiscalização in loco do D.


Fiscal (o que não ocorreu) poderia facilmente ter constatado isso e evitado essa
discussão, vez que é praticamente impossivel atribuir o contrário após uma
investigação presencial.

Leia-se. Ilustramos novamente, baseado nos catálogos dos


produtos importados pela Impugnante (Anexo 29):

I. Julgador, no seu entendimento, pode-se considerar os


equipamentos abaixo como mini-split, ou Split- System (sinônimo)?
232.00

Ora, a resposta é absolutamente


incontestável: Claro que não!

Entendemos, I. Julgador, que essas preliminares são


suficientemente robustas para a cognição deste R. Juízo, porém, caso
ultrapassadas, e por amor ao debate, passamos a pormenorizar tenicamente as
inexatidões versadas na peça do R. Auditor Fiscal.

III.2.1 – Dos Produtos Importados pela ora Impugnante e sua correta


classificação fiscal

III.2.1.1 – Da correta interpretação do conceito de unidades evaporadoras e unidades


condensadoras multi-sistemas

Para delimitar a exata classifcação fiscal das mercadorias importadas


pela ora Impugnante e questionadas pelo Sr. Auditor Fiscal, necessária uma prévia análise
acerca das unidades evaporadoras e unidades condensadoras que compõem um sistema

de ar condicionado, que o Auditor erroneamente denominou


232.00

como “Split-System” ou “Mini-Split” (vide fls. 72, 73,


76, 78 e 80).

A fim de colaborar com a didática e cognição desta


delegacia de julgamento, passamos a tratar das inexatidões versadas
pelo D. Fiscal em seu relatório do auto de infração
pormenorizadamente:

1- Item “a” do relatório da análise da classificação fiscal


do auto de infração (fls. 72 e 73 do relatório):

O D. Fiscal reconhece em seu preâmbulo que os produtos


importados são parte de um sistema de ar-condicionado multi-split do tipo VRF,
porém, se equivoca ao mencionar que estes podems ser classificados como
aparelhos do tipo split-system:

2- Item “b” do relatório da análise da classificação fiscal


do auto de infração (fls. 76 e 78):
232.00

O D. Fiscal afirma que o contribuinte importou unidades


evaporadores para um sistema de ar-condicionado “split-system” do “tipo VRF”.

Não exite tal confusão, os sistemas de ar-condicionado VRF são


diferentes daqueles mencionados como “Split System”, o 1º é um equipamento
central de ar condicionado, que atende a múltiplos ambientes, não pode ser instalado
isoladamente no modo, enquanto o 2º é um equipamento unitário, destinado ao
atendimento individual de um ambiente apenas.

3- Item “c” do relatório da análise da classificação fiscal


do auto de infração (fls. 80):

Novamente o D. Fiscal equivoca-se ao afirmar que o contribuinte


importou unidades evaporadores para um sistema de ar-condicionado “split-
system” do “tipo VRF”.

Não exite tal confusão, os sistemas de ar-condicionado VRF são


diferentes daqueles mencionados como “Split System”.
232.00

Uma prévia comparação entre sistemas de ar condicionado culminará


na conclusão de que as evaporadoras e condensadoras que compõem o sistema Multi-
Split (VRF) são dotadas de caracteristicas essencias totalmente diferentes do “Split-
System” ou “mini-split” (sinônimo) comum, e jamais poderiam ser com este confundidas
ou comparadas, e muito menos enquadradas em uma mesma NCM, conforme crê ser
possível o Ilustre Fiscal. Vejamos.

De acordo com a ABNT NBR 16655-1 (Anexo 08), Split System seria:

Ou seja, é um sistema de refrigeração usado em equipamentos


condicionadores de ar, que são similares aos equipamentos do tipo janela, sendo divididos
em apenas dois módulos, denominados unidade interna (evaporadora) e unidade externa
(condensadora).

O sistema envolvido é o chamado ciclo de refrigeração por compressão


de vapor. Tal ciclo funciona baseado no deslocalmento do gás refrigerante que é
impulsionado pela compressão de um dispositivo próprio chamado compressor. Este
dispositivo possui um mecanismo atrelado a um motor elétrico que se desloca
comprimindo o gás na camara de compressão dentro do compressor.

Nos aprofundando no sistema, temos:


232.00

Definição: equipamento de condicionamento de ar que utiliza ciclo de compressão


de vapor, dotado de serpentinas de evaporação, condensação, dois ventiladores,
compressor, dispositivo de expansão e sistema eletromecânico ou eletrônico de
controle. Sua montagem é em gabinete dividido, onde evaporador e ventilador são
instalados no interior do ambiente condicionado ou no forro (neste caso a
circulação de ar frio é indireta por dutos de ar), e, o compressor e condensador são
instalados remotamente, sendo interligados à unidade evaporadora por meio de
tubos de cobre com isolamento térmico e cabo de comando.

O dispositivo de expansão nesta classe de equipamento é instalado no interior da


unidade condensadora, pois sua principal característica diferencial é o menor nível
de ruído que um aparelho de janela, obtido através da retirada do compressor para
o exterior do ambiente e remoção do dispositivo de expansão (tubo capilar) para o
exterior do ambiente condicionado (no interior da unidade condensadora).

Sua instalação em geral permite distâncias de 15m, desnível de 10m. Porém


produtos mais sofisticados podem atingir distâncias de 50m, desnível de 50m.

Aplicação: Uso unitário em ambiente que tenha área livre externa para instalação
da unidade condensadora remota para fazer o ciclo de refrigeração por compressão
de vapor (captação do calor interno pelo evaporador e descarga do calor pelo
condensador para o exterior) dentro da distância limite expecificada pelo fabricante
(máximo conhecido de 50m).

Caracteristicas: É caracterizado por ser um equipamento destinado a um único


ambiente (zona de controle única de temperatura). Em geral ele é divido em duas
categorias internacionalmente:
RAC – Room Air Conditioneer – Possui capacidades até 30.000BTU/h = 2,5TR
= 7560kcal/h (frigorias/h) = 8,79kW, para uso residencial e comercial leve, em
geral revendidos em lojas de departamento ou especializadas. Em geral estes
equipamentos são caracterizados como “Split” apenas.
PAC – Package Air Conditioneer – Possui capacidades superiores a dos RAC e
inferiores a 60.000BTU/h = 5TR = 15.120kcal/h (frigorias/h) = 17,58kW, para
uso comercial em lojas e escritórios com ambientes mais amplos, são revendidos
em lojas especializadas e instaladas por profissionais especializados. Em geral são
caracterízados como “Split” para uso comercial.

Já o multi-sistemas VRV (volume de refrigerante variável) ou VRF (do

inglês "variable refrigerant flow") é um tipo de sistema de ar condicionado


central.

De acordo com a ABNT, ABNT NBR 16655-1:


232.00

De acordo com o Anexo da Portaria INMETRO 372/2010, item 1.64


(Anexo 11)

1.64 – Sistema de Fluxo de Refrigerante Variável (VRF)


Sistema de condicionamento de ar tipo expansão direta com múltiplas
unidades evaporadoras, no qual pelo menos um compressor possui, no qual
pelo menos um compressor possui capacidade variável, que distribui gás
refrigerante através de uma rede de tubulações para as diversas unidades
evaporadoras com capacidade de controlar a temperatura individual da
zona térmica através de dispositivos de controle de temperatura e de uma
rede de comunicação comum (Incluído pela Portaria INMETRO número
229 de 19/06/2013).

É um modelo de ar condicionado desenvolvido especialmente para


residências amplas e edifícios comerciais de médio e grande porte. Possui um sistema
multi-split com uma ou mais unidades externas ligadas a múltiplas unidades internas
operando individualmente por ambiente (podendo chegar a 64 máquinas).

O gás do sistema R-410A (entre outros), chamado agente refrigerante,


é o responsável pela captura térmica e intercambio do ar ambiente com o meio externo.
O sistema de refrigeração chamado ciclo de refrigeração é composto por diversos
componentes, os quais proporcionam uma condição de funcionamento que permite o
retorno desse fluido refrigerante para a condição inicial no ciclo.

O grande diferencial nesse sistema VRF é uma combinação de


tecnologia eletrônica com sistemas de controle microprocessados, aliado à combinação
232.00

de múltiplas unidades internas em um só ciclo de refrigeração. Além de ser versátil e


flexível, possui expansão modular e de grande facilidade de adaptação em estruturas já
existentes.

Ademais, o sistema multi-split conta também com um sistema


integrado de controle que já disponibiliza interface com automação própria e Lon Works
entre outros. Pode-se dizer que esse sistema, atualmente, é o sistema mais moderno e
versátil do mercado. Sua aplicabilidade atende especificações de um sistema de água
gelada (water chiller), tanto na capacidade de condicionar amplos ambientes, quanto na
possibilidade de dimensionamento levando-se em consideração a simultaneidade de carga
térmica ao longo do dia. Atende também às necessidades de adaptação e versatilidade do
sistema tipo Split System, que já vem dominando o mercado de ar condicionado há
alguns anos.

Aprofundando um pouco mais no assunto:

- VRV (volume de refrigerante variável) ou VRF (do inglês "variable


refrigerant flow"):

Definição: equipamento de condicionamento de ar que utiliza ciclo de compressão


de vapor, dotado de múltiplos evaporadores e condensadores conectados por uma
tubulação, compostos por serpentinas de evaporação, condensação, ventiladores
com variação de capacidade, compressores com variação de capacidade, dispositivos
de expansão com variação de capacidade; eletronicamente controlados e sistema
micro processado de controle com comunicação em rede e possibilidade de sistemas
de gerenciamento centralizado. Sua montagem é em gabinete dividido com
múltiplas unidades evaporadoras satélites e condensadores modulares, onde cada
condensador é composto por compressor e ventiladores dotados de variadores de
frequência, trocador de calor, e quadro micro processado de gerenciamento de
capacidade do sistema. Os evaporadores satélites são formados por serpentina de
evaporação, ventiladores, válvula de expansão eletrônica linear e quadro de
comando micro processado com capacidade de comunicação em rede.

Aplicação: é aplicado em grandes residências e edifícios como sistema de


condicionamento central com capacidade variável. Possui controle multizona, ou
seja, cada unidade evaporadora é capaz de gerenciar a temperatura dos ambientes
232.00

condicionados de forma individual, mas o sistema a condensação é feita por


condensadores centrais, unidos aos evaporadores por tubulação e conexões tipo
“T” ou “Y“ para distribuição de ramais que atendem diversos ambientes da
edificação associados ao mesmo sistema.

Características: A capacidade do sistema é definida pela soma de capacidade


dos módulos de condensadores que variam conforme o projeto, embora sempre
façam uso dos mesmos elementos básicos. Os evaporadores podem ser conectados
com capacidade superior à dos condensadores em até 30% (em geral), aproveitando
a característica centralizada do sistema, que possibilita a um grupo de
condensadores distribuir sua capacidade pelos evaporadores de diversos ambiente
de acordo com sua demanda instantânea e variável em função do tempo. Como a
demanda de calor não é simultânea e todos os equipamentos são dotados de
controle variável de capacidade, é possível instalar condensadores com capacidade
inferior a de evaporadores já que as cargas dos diversos ambientes não atingem
picos de demanda simultâneos e são determinadas pela posição geográfica na
edificação e os horários de ocupação.

Ademais, os equipamentos de multi-sistemas VRF possuem válvula


de inversão de ciclo térmico (bombas de calor reversíveis), também conhecidos como
Ciclo Reverso.

O Ciclo reverso refere-se a capacidade dos equipamentos de ar


condicionado de aquecer ou esfriar alternadamente o ambiente, conforme a necessidade
do usuário. Para tal característica, o equipamento é dotado de dispositivo de reversão do
fluxo (válvula de 4 vias), que direciona o fluxo do refrigerante da descarga do compressor
e sucção, invertendo as funções dos trocadores de calor internos e externo entre
condensação e evaporação (quente e frio).

Outrossim, suas unidades condensadoras e evaporadoras possuem


construção diferenciada, impedindo sua compatibilidade com sistemas Split System ou
mini-split (unitários), impedindo também que sejam compartilhados para combinação
como produtos acabados. As principais incompatibilidades estão no posicionamento
e tipo de dispositivos de expansão usados, e padrão de fechamento elétrico ou
comunicação entre os equipamentos de ambos os sistemas.
232.00

Feita esta prévia análise, ao contrário do determinado no relatório


fiscal, definir a categoria do condicionador de ar apenas pela sua utilização do ciclo
de compressão de vapor é errado, pois a maioria dos equipamentos de condicionamento
de ar utilizam este tipo de construção para produção tanto de frio como de calor. As
exceções são sistemas de absorção (uso apenas de grande porte ou indústrial) ou elétrico
pelo efeito peltier (apenas pequenos aparatos ou eletrodomésticos), os quais representam
uma parcela mínima dos sistemas de condicionamento de ar ou resfriamento existentes.
Existem ainda modelos de VRF (Sistema de Aquecimento e resfriamento simultâneo
CITY MULTI R2 de condensação a ar e WR2 de condensação à água – “Heat Recovery”)
capazes de produzir quente e frio simultaneamente no mesmo sistema para ambientes
diferentes, sendo ainda capazes de produzir água quente/fria para utilização no edifício.
Estas características não são encontradas em Sistemas Split convencionais.

É importante, portanto, definir sua construção, com posicionamento


dos componentes, capacidade e forma de combinação para poder classificar o tipo de
condicionador de ar que está sendo formando. Esta definição resulta em sua
aplicabilidade técnica e comercial, e é utilizada tanto para efeitos de diferenciação de
cátalogos com públicos alvo diferentes, como na maneira que são comercializados,
instalados e mantenidos.

Ainda, para conhecimento:

1kW = 860 kcal/h = 860 frigorias/h = 3412BTU/h = 1,34 HP

1 TR (tonelada de refrigeração) = 3024 kcal/h (frigorias/h).

Desta forma, diante desta prévia análise, novamente faz-se


necessário uma diferenciação técnica entre Split System ou Mini-Split e VRF (multi-
sistemas):
232.00

Diferenciação entre Split System e VRF

SPLIT SYSTEM OU MINI SPLIT MULTI-SISTEMAS (VRF)


Regido pela Norma Internacional - AHRI Regido pela Norma Internacional
210/240 ANSI/AHRI Standard 1230, 2010
Standard for performance rating of
variable refrigerante flow (VRF) Multi-
split Air Conditioning and Heat Pump e
pela ASHRAE Handbook – HVAC
System and Equipment (SI) de 2012.
É um equipamento unitário, destinado ao É um equipamento central de ar
atendimento individual de um ambiente condicionado, que atende a múltiplos
apenas. ambientes, não pode ser instalado
isoladamente no modo.
Não é classificado como sistema central É classificado como sistema central de ar
de ar condicionado condicionado. Seus condensadores e
evaporadores apenas tem sentido quando
combinados e as capacidades destas
combinações não podem ser determinadas
apenas pelos equipamentos isoladamente.
Pois tanto condensadores como
evaporadores podem ser agrupados
formando sistemas maiores.
Não utiliza dutos Pode utilizar dutos
Possui capacidade definida. A capacidade das condensadoras e
evaporadoras individualmente não tem
uma relação definida com a capacidade do
produto final, podendo formar inúmeras
combinações de capacidades.
232.00

Condensador, com capacidade constante, Condensadores com capacidade variável


sua interligação com o evaporador é por controle micro processado, e
apenas um fechamento elétrico de um capacidade de comunicação em rede com
circuito de comando único. O dispositivo múltiplos evaporadores, para
de expansão fica nos condensadores em gerenciamento do funcionamento do
sistemas Split, caso contrário todos os conjunto de evaporadores, e ajuste de sua
produtos hoje caracterizados como Split capacidade através de compressores com
junto à Receita Federal não o poderiam variadores de frequência.
ser por esta definição tirada de uma fonte
isolada. Porém este fato não muda que
estes equipamentos mesmo com
dispositivo de expansão instalado no
condensador (tubos capilares) sejam
tratados por Split System, o que são na
realidade do mercado nacional e
internacional.
Evaporador, capacidade constante, Evaporadores com dispositivo de
dotado de controle remoto individual, expansão eletrônico (Válvula de Expansão
ventilador, serpentina, sensores de Eletrônica) e controle micro processado,
temperatura e fechamento elétrico de dotados de comunicação de rede para
comando para operação conjunta com o comunicação com os condensadores que
condensador. atendem ao sistema e centrais de
gerenciamento predial para
gerenciamento inteligente de sua operação
e automação do funcionamento.
Centrais de controle para gerenciamento.
Módulos de reaproveitamento de calor
para aquecimento de água combinado ao
processo de resfriamento do ar dos
ambientes condicionados.
232.00

Evaporador, capacidade constante, Evaporadores com dispositivo de


dotado de controle remoto individual, expansão eletrônico (Válvula de Expansão
ventilador, serpentina, sensores de Eletrônica) e controle micro processado,
temperatura e fechamento elétrico de dotados de comunicação de rede para
comando para operação conjunta com o comunicação com os condensadores que
condensador. atendem ao sistema e centrais de
gerenciamento predial para
gerenciamento inteligente de sua operação
e automação do funcionamento.

Centrais de controle para gerenciamento.

Destaca-se, o próprio auditor em seu relatório, na folha


35, admite que o fato de condensadores multi-sistemas poderem ser
conectados entre si faz com que tenham que ser tratados como “outros”,
pois podem, mesmo com alguns módulos menores que 30.000 frigorias,
formar conjuntos maiores que isso. Isto prova que estamos falando de
um conjunto de equipamentos que combinados superam as capacidades
discriminadas para outros itens de definição de NCM, criando uma
categoria diferenciada de produtos, o que explica sua aplicação como
“outros”.

Tanto nacionalmente como internacionalmente Split System e VRF


são discriminados sempre distintamente por fabricantes, associações de fabricantes,
usuários, engenheiros, revistas especializadas e institutos de pesquisa de mercado, bem
como pelo próprio poder público, que diferencia tais tecnologias em seus editais de
licitação, que ora acostamos com efeito ilustrativo (Anexo 22).
232.00

Em especificações de projetos e concorrências, os sistemas são


totalmente diferenciados, sendo nomeados de Split System os sistemas unitários e
denominados de VRF os sistemas Multi System ou Multi Split System com um
sistema central de condicionamento de ar. (Anexo 22)

Corrobora-se este entendimento juntando Edital do Pregão Eletrônico


SAMF/AM n.º 19/2010, do próprio Ministério da Fazenda, cujo objeto é “Contratação
de pessoa jurídica especializada para fornecimento e instalação de sistema de ar
condicionado tipo Multi-split (City-Multi ou Set Free ou similar)com tecnologia
VRF (Fluxo de Refrigerante Variável), concomitantemente à elaboração fo respectivo
projeto executivo, contemplando a desinstalação dos equipamentos existentes, incluindo
a posterior remoção e desmonte das instalações do ar condicionado, para atender as
necessidades do Edifício-Sede do Ministério da Fazenda, conforme termo de
referência, memorial descritivo e especificações técnicas.” (Anexo 22)

Desta forma, ao contrário do que alega o Auditor da Receita Federal,


no sistema VRF, somente um evaporador e um condensador não formam um
conjunto que possa ser chamado de Split System.

E mais, os próprios órgãos do Governo já utilizam as


NCMs 8415.81.90 há anos para “equipamento de resfriamento e válvula
de inversão do ciclo térmico – bombas de calor reversíveis”, conforme
Anexo 15.

Não menos importante, destaca-se que de acordo com as Portarias do


INMETRO números 372, de 17 de setembro de 2010 e 007, de 04 de janeiro de 2011
(Anexos 11 e 30), no item “OBJETIVO”, determina-se que aos aparelhos do tipo
“Condicionadores de ar tipo Dutos e Multi-Split” não se aplicam os Requisitos de
Avaliação da Conformidade para Condicionadores de Ar (RAC), demonstrando que
232.00

tais aparelhos não estão sujeitos às mesmas regras e exigências determinadas pelo
INMETRO aos aparelhos tipo “Split System”.

Ou seja, diferentemente dos aparelhos do tipo “Split System” ou “Mini-

Split”, aos aparelhos do tipo Multi-Split não é exigida certificação do

INMETRO, demonstrando de forma inequívoca que estes sistemas pertencem a uma


categoria totalmente distinta e com normatização específica.

Diante de todas as alegações acima transcritas, comprova-se que os


multi-sistemas (VRF) são diferentes do Split-System, e com este jamais poderiam ser
confundidos ou enquadrados em uma mesma classificação fiscal.

Do Processo Produtivo Básico do Split

Ainda, todas as alegações acima elencadas, bem como a diferenciação


entre Split e VRF podem ser corroboradas através de uma simples análise do Processo
Produtivo Básico do Split-System.

A PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 171, DE 04 DE JULHO


DE 2011, cujo objeto é “O Processo Produtivo Básico para os produtos:
CONDICIONADOR DE AR COM MAIS DE UM CORPO, TIPO SPLIT SYSTEM
e UNIDADES EVAPORADORA E CONDENSADORA PARA
CONDICIONADOR DE AR, COM MAIS DE UM CORPO, TIPO SPLIT SYSTEM,
industrializados na Zona Franca de Manaus, estabelecido pela Portaria Interministerial
MDIC/MCT nº 218” (Anexo 12), faz uma clara distinção entre o Split System e o VRF,
consoante abaixo transcrito:

Art. 7º Entende-se por CONDICIONADOR DE AR COM MAIS DE UM


CORPO, TIPO SPLIT SYSTEM, a que se refere o caput do art. 1º e demais
232.00

artigos, o sistema formado por uma UNIDADE CONDENSADORA e


uma única UNIDADE EVAPORADORA.

Art 8º Ficam dispensadas do cumprimento das etapas constantes dos incisos


I a XIII e XVI a XXI do art. 1º, até o limite de 200 (duzentas) unidades
anuais, os fabricantes de condicionador de ar com mais de um corpo, tipo
split system e/ou multi split system, com capacidade de refrigeração da
unidade condensadora acima de 24.000 BTU/h.

Parágrafo único. A dispensa a que se refere o caput não se aplica aos


equipamentos condicionadores de ar do tipo VRF (Variable
Refrigerant Flow) ou (Volume Variável de Refrigerante), cujas
principais características técnicas são, dentre outras:
I - desenvolvido especialmente para residências amplas e edifícios
comerciais de médio e grande porte;
II - possui um sistema multi-split com apenas uma unidade externa ligada
a múltiplas unidades internas operando individualmente por ambiente
(podendo chegar a 64 unidades evaporadoras ou mais);
III - possui uma combinação de tecnologia eletrônica com sistemas de
controle microprocessados, aliado à combinação de múltiplas
unidades internas em um só ciclo de refrigeração.

Ora, a própria Portaria que regulamenta o


processo produtivo do Split-System faz sua diferenciação
quanto aos equipamentos VRF.

Ainda, o próprio sistema VRF (multi-sistemas) possui Processo


Produtivo Básico aguardando aprovação, conforme protocolo anexo, com linha de
montagem e características essenciais totalmente diferenciadas do Split-System.
232.00

III.2.1.2 - Das unidades condensadoras e evaporadoras multi-sistemas (VRF) e sua


classificação Fiscal

Inicialmente, o próprio Auditor Fiscal da Receita Federal alega à


fls. 76 e 79 do Relatório Fiscal que, os equipamentos importados possuem tecnologia
VRF, e que; “as unidades condensadoras são instaladas externamente, e os ambiente são
atendidos por múltiplas unidades evaporadoras, possibilitando o controle preciso e
independente para cada usuário, de acordo com as condições de conforto e horário de
utilização desejada.”

Também indicando em seu relatório (fls. 68):

Nesta seara, o referido fiscal também corrobora (fls.70), “O Sistema de


ar condicionado em questão é formado por uma condensadora FDC560KXE6, 03 (três)
evaporadoras FDUM112KXE6F e 02 (duas) evaporadoras FDUM140KXE6F, e tem como
função a climatização (quente/frio) de vários ambientes. A Condensadora (FDC560KXE6)
fica instalada na parte externa do prédio e é interligada às evaporadoras (FDUM112KXE6F
x 3 unidades e FDUM140KXE6F x 2 unidades) instaladas na parte interna do prédio através
de tubos de cobre e cabos de comunicação.”
232.00

Note, I. Julgador, que o Sr. Auditor fiscal NÃO DESCREVE OU


MENCIONA, QUE EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA VRF E O
SPLIT-SYSTEM!

Por fim, o Sr. Auditor Fiscal conclui à fls. 72 que “se um aparelho é
destinado a manter, em recinto fechado, uma determinada atmosfera sob duplo aspecto da
temperatura e umidade e for integrado por um ventilador com motor para circulação do ar
e um evaporador de grupo frigorífico, ele será, obrigatoriamente, classificado na posição
8415.”

Nesta seara, não contesta-se que os equipamentos tipo VRF se


enquadram na posição 8415, razão pela qual trazemos a baila a classificação adotada para
estes sistemas de ar condicionado, alocadas na posição 8415.81 da NCM, verbis:

8415 MÁQUINAS E APARELHOS DE AR CONDICIONADO QUE


CONTENHAM UM VENTILADOR MOTORIZADO E DISPOSITIVOS
PROPRIOS PARA MODIFICAR A TEMPERATURA E A UMIDADE,
232.00

INCLUINDO AS MÁQUINAS E APARELHOS EM QUE A UMIDADE NÃO SEJA


REGULÁVEL SEPARADAMENTE

841510 - Dos tipos utilizados em paredes ou janelas, formando um corpo único ou do tipo
split-system (sistema com elementos separados)

8415101 Com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora

84151011 Do tipo split-system (sistema com elementos separados)

84151019 Outros

84151090 Outros

841520 - Do tipo dos utilizados para o conforto dos passageiros nos veículos automóveis

84152010 Com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora

84152090 Outros

84158 - Outros:

841581 -- Com dispositivo de refrigeração e válvula de inversão do ciclo térmico


(bombas de calor reversíveis)

84158110 Com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora

84158190 Outros

841582 -- Outros, com dispositivo de refrigeração

84158210 Com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora

84158290 Outros

84158300 -- Sem dispositivo de refrigeração

841590 - Partes

84159010 Unidades evaporadoras (internas) de aparelho de ar split-system (sistema com


elementos separados), com capacidade inferior ou igual a30.000 frigorias/hora

84159020 Unidades condensadoras (externas) de aparelho de ar split-system (sistema com


elementos separados), com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora

84159090 Outras
232.00

A luz da explicação efetuada acima, contesta-se as NCMs


8415.90.10, 8415.90.20, 8415.90.90 e 8415.10.90, utilizadas pelo fiscal
para reenquadrar os equipamentos importados pela ora Impugnante.

As NCM suscitadas pelo Auditor da Receita Federal são apenas


utilizadas para classificar equipamentos de parede, janela ou Split-System, ao passo que
a NCM 8415.81.90 e 8415.82.10, utilizadas pela ora Impugnante, é a posição correta e
utilizada para aparelhos de ar condicionado com dispositivo de refrigeração e válvula
de inversão de ciclo térmico (bombas de calor reversíveis), categoria na qual se
enquadram todos os equipamentos multi-sistemas VRF, conforme explanado até então.

Reitera-se, TODOS os equipamentos de multi-sistemas

VRF, importados pela ora Impugnante, possuem válvula de inversão de


ciclo térmico, sendo que possuem capacidade de aquecer ou esfriar
alternadamente conforme a necessidade do usuário. Para tal, o equipamento
é dotado de dispositivo de reversão do fluxo (válvula de 4 vias), que direciona o fluxo do
refrigerante da descarga do compressor e sucção, invertendo as funções dos trocadores
de calor internos e externo entre condensação e evaporação (quente e frio).

Ademais, considerando que nos multi-sistemas VRF temos diversos


evaporadores e condensadores interligados para formar um conjunto o qual tem
capacidade variável dependendo da quantidade e tamanho dos componentes adotados, e
este produto apenas se torna um produto final comercial no momento que estes
elementos são unidos formando um sistema, evidente que se enquadra da NCM
“Outros”, por não possuir uma capacidade pré-delimitada.

Considerando que TODOS os equipamentos de ar condicionado do


tipo VRF importados pela Impugnante são dotados de válvula de inversão de ciclo
térmico, bem como o produto final não é formado por dois elementos apenas, além de
não possuir uma capacidade pré-delimitada - dependendo de combinações diferentes para
232.00

o produto final - não há correspondência dos equipamentos VRF com os tipo Split
ou mini-split e, portanto, não houve erro de classificação.

Aprofundando mais o estudo acerca da posição a ser adotada para a


classificação de mercadorias, imperioso trazer a baila o Apêndice (anexo 18), que versa
sobre as Regras Gerais de Interpretação do Sistema Harmonizado.

A Primeira Regra Geral de Interpretação do Sistema versa:

“1. Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor


indicativo.
Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das
posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam
contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes:”

A Terceira regra Geral de Interpretação do Sistema versa:

“Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais


posições por aplicação da regra 2b) ou por qualquer outra razão, a
classificação deve efetuar-se da seguinte forma:

c) Nos casos em que as regras 3a) e 3b) não permitam a classificação, a


mercadoria classifica-se nas posição situada em último lugar na ordem
numérica dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em
consideração;”

A Quarta Regra preconiza:

“Quando as mercadorias não possam ser classificadas por aplicação das


regras acima enunciadas classificam-se na posição correspondente aos
artigos mais semelhantes.”
232.00

E, por fim, a Sexta Regra Geral para interpretação do Sistema


Harmonizado prevê:

“A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma


posição é determinada, pare efeitos legais, pelos textos dessas subposições
e das Notas de Subposições respectivas, assim como, mutatis mutandis,
pelas regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis
subposições do mesmo nível. Para os fins da presente regra, as Notas de
Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário.

Desta forma, evidencia-se, mais uma vez, que os sistemas de ar


condicionado do tipo multi-sistemas (VRF) se enquadram da Posição Geral 8415.81,
por ser a posição real e, por sua capacidade não se enquadrar no item 8415.81.10
(Com capacidade inferior ou igual a 30.000 frigorias/hora) haja vista ser medida
pela somatória das capacidades das evaporadoras e condensadora que ultrapassa
30.000 frigorias/hora, fatalmente devem e corretamente foram alocados na posição
8415.81.90, não havendo que se falar em erros de classificação ou reclassificação das
mercadorias importadas.

Em que pesem todas as explicações cima aventadas, considerando ainda


a Sexta Regra de Interpretação, trazemos a baila as Notas de Subposições. Vejamos.

Consultando a NESH (Anexo 17), acerca da posição 8415, em suas


Notas explicativas de subposições, constatamos mais uma justificativa para a exclusão de
enquadramento dos sistemas de VRF na Subposição 8415.10, verbis:

“A presente subposição compreende as máquinas e aparelhos para


condicionamento de ar dos tipos para paredes ou janelas, formando um só
corpo ou do tipo Split-system (sistema de elemebtos separados).
232.00

As maquinas e aparelhos “formando um corpo único” são constituídas de


um só dispositivo contento todos os elementos necessários formando um só
corpo.
As máquinas e aparelhos do tipo Split-System são apenas aparelhos que não
comportam dutos mas utilizam um evaporador individual para cada área
climatizar (cada cômodo de uma casa, por exemplo).
São, pelo contrário, EXCLUÍDAS desta subposição as centrais de ar
condicionado providas de dutos que utilizam esses dutos para
conduzir o ar condicionado de um evaporador para diversos
ambientes a resfriar.” (grifos nossos)

Nesta seara, consultando os catálogos do fabricante, que seguem anexos


a esta defesa, imperioso salientar que diversos modelos de evaporadoras de multi-sistemas
VRF utilizam dutos, conforme listagem abaixo e que podem ser conferidas nos catálogos
anexos (anexo 29):
232.00
232.00

Exatamente os mesmos modelos elencados pelo I. Fiscal em seu


relatório (Anexo 7), em sua maioria.

Ilustramos:

Assim, por utilizarem dutos para conduzir o ar condicionado,


fatalmente estariam excluídas da posição 8415.10, a qual tenta erroneamente o Fiscal
da Receita Federal enquadrar os equipamentos de VRF importados pela ora Impugnante.

Nesta seara, não há dúvidas que os sistemas de ar condicionado do


tipo VRF se enquadram na posição 8415 da NCM, porém, sua exata posição seria a
8415.81.90 e 8415.82.10, por ser mais semelhante as mercadorias importadas, bem como
seguindo as orientações e Notas Explicativas, de acordo com as especificações do produto
e regras do sistema harmonizado acima elencadas.

Ao contrário do que alega o Relatório Fiscal, a tecnologia VRF afeta


sim a classificação da mercadoria, e não refere-se apenas a simples combinação de
232.00

tecnologia eletrônica, com a utilização de várias unidades externas em um só ciclo de


refrigeração, devendo todos os equipamentos de VRF se enquadrar na 8415.81.90 e
8415.82.10, por todas as razões acima expostas, notadamente a questão do ciclo reverso.

Ademais, acerca da alegação de que as NCMs informadas nos


conhecimentos de carga e nas Declarações de Importação seriam divergentes, a ora
Impugnante esclareceu que as NCMs informadas no conhecimento de carga estão
incorretas, corroborando o entendimento que as NCMs utilizadas no conhecimento de
carga são referentes a outros aparelhos de ar condicionado, sendo que as máquinas
efetivamente transportadas eram do tipo VRF (multi sistema ou city multi), portando,
devendo ser enquadradas na 8415.81.90 e 8415.82.10.

Conclui-se, ao contrário do que alega o Relatório Fiscal, o


importador não possui dúvidas quando a NCM a ser adotada para as máquinas e
sistemas de VRF, haja vista que estas se enquadram perfeitamente na NCM que ora
se pretende ver acatada por Impugnação. Todos os elementos comprobatórios,
fáticos e técnicos apontam que as máquinas de VRF (multi-sistemas) devem se
enquadrar nas NCM 8415.81.90 e 8415.82.10.

Acerca da grande variedade de modelos de evaporadoras, estas não


podem ser consideradas partes de Split-System, haja vista que cada única unidade
evaporadora não é ligada para uma única unidade condensadora, ou seja, o sistema não é
único, sendo que múltiplas unidades evaporadoras são ligadas múltiplas unidades
condensadoras (multi-sistemas). Este sistema é vendido em conjunto, haja vista que uma
única evaporadora não possui finalidade sozinha, bem como uma única condensadora
não possui serventia se não conectada a uma evaporadora.

Conclui-se, diante de todas as explanações acima, que os multi-sistemas


VRF jamais poderiam ser comparados Split-System, sendo que jamais poderia ser alocado
na mesma posição que este na NCM, devendo, por direito, ser alocado na NCM
8415.81.90.
232.00

III.2.1.3 - Dos modelos das unidades condensadoras e evaporadoras

a) Modelos FDC560KXE6, FDC450KXE6M, FDC560KXE6M, FDC504KXE6,


FDC680KXE6, FDC680KXE6M, FDC400KXE6M, FDC504KXE6M,
FDC615KXE6M, FDC400KXE6, FDC615KXE6, FDC335KXE6G,
FDC280KXE6G, FDC280KXE6M e FDC450KXE6 (unidades condensadoras) e
FDUM140KXE6F, (unidades evaporadoras)

Em relação as unidades evaporadoras para multi-sistemas VRF, como


bem asseverou o Relatório Fiscal, todas possuem capacidades inferiores a 30.000
frogorias/hora.

Alega o fiscal quanto às unidades condensadoras para multi-sistemas,


com exceção dos modelos FDC280KXE6G, FDC280KXE6M e FDC450KXE6.19250,
todos os demais modelos possuem capacidade superior a 30.000 frogorias/horas, porém,
este raciocínio está equivocado, tendo em vista que a capacidade máxima das
condensadoras é medida através da função aquecimento.

Por outro lado, está correto o raciocínio do relatório fiscal à fls. 79, no
tocante a que todas as unidades fazem parte de um sistema multi-split DO TIPO
VRF, sendo que a classificação dos equipamentos seria pela somatória das
capacidades, formando conjuntos com capacidades variáveis e maiores que 30.000
frigorias/hora.

Mas, equivoca-se em enquadrar tais equipamentos na NCM


84.15.90.10, 84.15.90.20 e 8415.90.90, quando o enquadramento correto seria o
adotado pela Impugnante, qual seja, 8514.81.90 e 84.15.82.10 – Outros, haja vista
232.00

que tais equipamentos possuem válvula de inversão de ciclo térmico, o produto final
não ser formado por dois elementos apenas e não possuir uma capacidade pré
delimitada, dependendo de combinações diferentes para o produto final, além de
utilizarem dutos em determinadas combinações.

III.2.1.4 – Das supostas infrações apuradas e penalidades aplicáveis para as unidades


condensadoras e evaporadoras multi-sistemas

a) Das supostas multa por classificação incorreta e descrição inexata

Diante do acima exposto, aplicando a NCM, suas NESHs e Notas


Explicativas, temos que para os equipamentos VRF a NCM correta seria a posição

8415.81.90 e 84.15.82.10 – Outros, haja vista a somatória das capacidades da

evaporadoras e condensadoras do sistema, conforme acima explanado.

Nesta seara, as importações realizadas pela ora Impugnante, para o


período compreendido no relatório fiscal, foram realizadas com as NCMs corretas, não
havendo que se falar em reclassificação fiscal e afastando, consequentemente, as multas
por suposto erro de classificação, no importe de um por cento do valor aduaneiro da
mercadoria.

Outrossim, imperioso afastar as alegações de descrição inexata ou


omissão de características fundamentais dos sistemas importados, haja vista que durante
o desembaraço aduaneiro o Auditor Fiscal e o próprio Sistema da Receita Federal do
Brasil entenderam que as Declarações de Importações estavam corretas.

Versa a Instrução Normativa SRF nº 680, de 2 de outubro de 2006,


acerca da Declaração de Importação, vejamos:
232.00

“Art. 4º A Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador


no Siscomex e consistirá na prestação das informações constantes do Anexo
Único , de acordo com o tipo de declaração e a modalidade de despacho
aduaneiro.

Controles de Outros Órgãos e Agências da Administração Pública


Federal

Art. 6º A verificação do cumprimento das condições e exigências


específicas a que se refere o art. 512 do Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro
de 2002, inclusive daquelas que exijam inspeção da mercadoria, conforme
estabelecido pelos competentes órgãos e agências da administração pública
federal, será realizada exclusivamente na fase do licenciamento da
importação.

Art. 9º Os relatórios ou termos de verificação de mercadoria lavrados por


servidores dos órgãos e agências da administração pública federal a que se
refere o art. 6o poderão servir como elemento comprobatório da
identificação e quantificação das mercadorias inspecionadas, para os
fins da fiscalização aduaneira.

REGISTRO DA DECLARAÇÃO
Art. 14. A DI será registrada no Siscomex, por solicitação do importador,
mediante a sua numeração automática única, seqüencial e nacional,
reiniciada a cada ano.

Art. 15. O registro da DI caracteriza o início do despacho aduaneiro


de importação, e somente será efetivado:
I - se verificada a regularidade cadastral do importador;
II - após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a
verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido
pelos órgãos e agências da administração pública federal competentes;
III - após a chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado
da DI, previsto no art. 17;
IV - após a confirmação pelo banco da aceitação do débito relativo aos
tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização
do Siscomex;
V - se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do
registro.
§ 1º Entende-se por irregularidade impeditiva do registro da
declaração aquela decorrente da omissão de dado obrigatório ou o seu
fornecimento com erro, bem assim a que decorra de impossibilidade legal
absoluta.
§ 2º Considera-se não chegada a carga que, no Mantra, esteja em situação
que impeça a vinculação da DI ao conhecimento de carga correspondente.”
232.00

Ora, Sr. Julgador, verificando as Instruções Normativas da Receita


Federal do Brasil, a Declaração de Importação apenas será efetivada para o
Importador, com a consequente liberação da mercadoria e pagamentos dos impostos
competentes, se todos os requisitos essenciais estiverem completos, bem como se não for
constatada qualquer irregularidade impeditiva do Registro.

Neste passo, estando as Declarações de Importação da ora Impugnante


completas, com todas as características essenciais dos equipamentos importados, e
enquadradas da classificação fiscal correta, seu registro foi liberado, sendo que agora, anos
após a liberação das mercadorias, não haveria que se falar em omissão de características
essenciais das mercadorias importadas.

E vamos mais longe nesta alegação, a mesma Instrução Normativa


prevê:

“SELEÇÃO PARA CONFERÊNCIA ADUANEIRA


Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e
selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:
I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da
mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da
mercadoria;
II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo
constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada
a verificação da mercadoria;
III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a
realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e
IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro,
para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao
preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica.

§ 1 o A seleção de que trata este artigo será efetuada por intermédio do


Siscomex, com base em análise fiscal que levará em consideração, entre
outros, os seguintes elementos:
I - regularidade fiscal do importador;
II - habitualidade do importador;
III - natureza, volume ou valor da importação;
IV - valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação;
232.00

V - origem, procedência e destinação da mercadoria;


VI - tratamento tributário;
VII - características da mercadoria;
VIII - capacidade operacional e econômico-financeira do importador; e
IX - ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo
importador.
§ 2º A DI selecionada para canal verde, no Siscomex, poderá ser
objeto de conferência física ou documental, quando forem
identificados elementos indiciários de irregularidade na importação,
pelo AFRFB responsável por essa atividade.

Art. 22. As declarações de importação selecionadas para conferência


aduaneira serão distribuídas para os Auditores-Fiscais da Receita Federal
(AFRF) responsáveis, por meio de função própria do Siscomex.”

Nesta linha, todas as Declarações de Importação que ora tenta se fazer


crer omissas, foram submetidas a analise fiscal após o seu registro, sendo que no referido
momento constatou-se que estas estavam corretas, tanto quanto ao tratamento
tributário, quanto às características das mercadorias.

Assim sendo, seria afronta ao princípio da segurança jurídica do


importador a simples reclassificação das mercadorias anos após seu desembaraço,
bem como a alegação que tais Declarações de Importação conteriam descrição
inexata das mercadorias importadas.

Assim, imperioso trazer a baixa o Código Tributário Nacional, verbis:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só


pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no artigo 149.

E mais, o próprio Código Tributário Nacional prevê um rol taxativo


para a eventual revisão de lançamentos, verbis:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade


administrativa nos seguintes casos:
232.00

I - quando a lei assim o determine;


II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e
na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo
seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou
falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma
autoridade, de ato ou formalidade especial.”

Ora, nenhuma das situações taxativas acima descritas se aplicam as

Declarações de Importação emitidas pela ora Impugnante, haja vista que não houve

qualquer erro de classificação quanto as evaporadoras e condensadoras


importadas pela Impugnante, bem como não houve qualquer omissão de
dados ou descrição inexata das mercadorias importadas, haja vista que todas
foram enviadas completas, com todas as características essenciais da mercadorias, além
de terem objeto de conferência pelo sistema da Receita Federal do Brasil, foram liberadas
com o canal verde, e culminaram com a sua regular liberação.

Ainda, havendo eventual pequeno equivoco em Declarações de


Importações isoladas, não houve qualquer benefício para a ora Impugnante, bem como
não há que se falar em dolo, fraude ou simulação, pois isso de fato não ocorreu, sendo
que eventuais equívocos serão objeto de pedido de repetição de indébito ou
compensação, no momento oportuno.
232.00

Neste aspecto, trazemos a baila entendimento da Jurisprudência, a qual


taxativa quanto a reclassificação de mercadorias após o desembaraço aduaneiro:

TRIBUTÁRIO. II E IPI. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA.


REVISÃO ADUANEIRA APÓS O DESEMBARAÇO.
MUDANÇA DE INTERPRETAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL. APARELHOS DECODIFICADORES
NO SISTEMA DE TV POR ASSINATURA. FUNÇÃO
PRINCIPAL. POSIÇÃO RESIDUAL. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS.
1. Se a autoridade fiscal não se insurgiu contra a classificação
tarifária indicada pelo contribuinte no momento do desembaraço
das mercadorias importadas, não pode, posteriormente, em razão
da mudança de critério de interpretação, proceder à revisão
aduaneira. É a inteligência dos arts. 145, 146 e 149 do CTN, bem
assim da Súmula nº 227 do extinto TRF.
2. Os aparelhos receptores e decodificadores de sinais de vídeo e áudio
codificado na forma analógica para uso em sistema de TV por assinatura
a cabo devem ser classificados na posição NCM/SH 8543,
correspondente a "máquinas e aparelhos elétricos com função própria
não especificados nem compreendidos em outras posições", código
8543.89.90 "Outros".
3. O equipamento em comento não pode ser enquadrado na posição
8528, referente a "aparelhos receptores de televisão", porquanto a
recepção de sinais constitui apenas sua função auxiliar, para a qual, aliás,
sua utilização é dispensável, tendo o aparelho o verdadeiro escopo - o
qual justificou a sua aquisição pela empresa - de permitir o
gerenciamento do serviço de televisão por assinatura, por meio do
sistema de codificação e decodificação.
4. Vencida a Fazenda Pública e/ou inexistindo provimento
condenatório, a fixação de honorários não está adstrita aos percentuais
constantes do art. 20, § 3º, do CPC, mas afeta à apreciação eqüitativa
do juiz, atendidos os critérios das alíneas "a", "b" e "c" do aludido
dispositivo. Verba honorária reduzida para o patamar de R$ 25.000,00.

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. IPI. REVISÃO DE


CLASSIFICAÇÃO. ERRO DE DIREITO. POSSIBILIDADE.
1. A modificação dos critérios de classificação tarifária, importa em
erro de direito, que não admite a revisão " ex offício " do lançamento.
2. Incidência da SUM-227 do extinto TFR.
3. Apelação e remessa oficial improvidas.
(AMS nº 95.04.17060-9, 1ª Turma, Rel. Des. Federal Fábio Bittencourt
da Rosa, DJ 25-03-1998)
232.00

TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA.


REVISÃO DE LANÇAMENTO. A mudança de critério jurídico
adotado pelo fisco não autoriza a revisão de lançamento.
(REO nº 90.04.23518-3, 1ª Turma, Rel. Des. Federal Vladimir Passos
de Freitas, DJ de 11-06-1997)

TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. REVISÃO DO


LANÇAMENTO, APÓS O DESEMBARAÇO. CLASSIFICAÇÃO
FISCAL (TEC). MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. O Código Tributário Nacional define exaustivamente as hipóteses
em que o lançamento pode ser revisto, por ato de ofício, pela
autoridade fiscal.
2. Após o desembaraço da mercadoria, a revisão do lançamento
somente poderá ocorrer nos casos do art. 149 do CTN. A mudança de
interpretação acerca da legislação tributária, no que tange à
classificação fiscal da mercadoria importada na Tarifa Externa
Comum - TEC, com modificação de alíquotas, não pode ensejar a
revisão do lançamento pretérito.
3. Súmula 227 do TFR ("A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco
não autoriza a revisão de lançamento").
(AMS nº 2001.04.01.021430-0, 1ª Turma, Des. Federal Maria Lúcia Luz
Leiria, 20-03-2002)

O Superior Tribunal de Justiça também comunga do entendimento:

TRIBUTÁRIO. IPI. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPORTAÇÃO


DE MERCADORIA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO.
CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. AUTUAÇÃO POSTERIOR.
REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO. SÚMULA
227/TRF. PRECEDENTES.
- Aceitando o Fisco a classificação feita pelo importador no momento
do desembaraço alfandegário ao produto importado, a alteração
posterior constitui-se em mudança de critério jurídico vedado pelo
CTN.
- Ratio essendi da Súmula 227/TRF no sentido de que "a mudança de
critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão do lançamento".
- Incabível o lançamento suplementar motivado por erro de direito.
- Recurso improvido.(REsp 412.904/SC, 1ª Turma, Rel. Ministro Luiz
Fux, julgado em 07/05/2002, DJ 27/05/2002, p. 142)

TRIBUTÁRIO - IPI - MANDADO DE SEGURANÇA - IMPORTAÇÃO


DE MERCADORIA - DESEMBARAÇO ADUANEIRO -
CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA - AUTUAÇÃO POSTERIOR -
REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - SÚMULA
227/TRF - PRECEDENTES DO STJ.O art. 149 do CTN somente autoriza
232.00

a revisão do lançamento, dentre outras hipóteses, quando se comprove


falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória, ou seja, quando
há erro de direito. Se a autoridade fiscal teve acesso à mercadoria
importada, examinando sua qualidade, quantidade, marca, modelo e
outros atributos, ratificando os termos da declaração de importação
preenchida pelo contribuinte, não lhe cabe ulterior impugnação ou
revisão do lançamento por alegação de qualquer equívoco. Precedentes
do STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 478.389/PR, 2ª
Turma, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 25/09/2007, DJ
05/10/2007, p. 245)

Exemplificado isto, eventual multa punitiva por eventual descrição


incorreta ou inexata deve ser afastada eis que inexistente, bem como eventual e isolada
descrição de fato inexata também deve ser afastada, eis que o comportamento da
Contribuinte não foi ilícito, ocorrendo tão-somente eventual e isolado equívoco no
preenchimento da guia.

Ademais, o comportamento da empresa está lastreado em decisões


anteriores da administração aduaneira, que a impeliram a adotar a classificação tarifária
discutida, de forma que a exclusão da multa atende à regra do art. 100 e par. único do
CTN:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
(...)
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a quem a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas;
(...)
Par. Único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização
do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Esses aspectos, somados aos anos de importações efetuadas pela ora


Impugnante, sempre com as mesmas NCM e formalmente liberadas pelas autoridades
232.00

aduaneiras, são praticas reiteradas observadas pela autoridade administrativa afastando


qualquer eventual penalidade e/ou multa por descrição inexata de mercadorias.

Nesta seara, sobre a classificação das mercadorias, as alegações


contidas no Auto de Infração, no tocante ao Artigo 551 foram inteiramente cumpridas,
verbis:

Art. 551. A declaração de importação é o documento base do despacho de


importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 44, com a redação dada pelo
Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o).
§ 1o A declaração de importação deverá conter:
I - a identificação do importador; e
II - a identificação, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da
mercadoria.

Sendo efetuados todos os procedimentos descritos no Art. 564 do


Decreto n.º 6.759/09, com a liberação das mercadorias com o canal verde, evidente que
a classificação das mercadorias adotadas pela ora Impugnante estava corretas, não
havendo que se falar em erro de classificação fiscal.

Art. 564. A conferência aduaneira na importação tem por finalidade


identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção das
informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e
valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras,
exigíveis em razão da importação.
Parágrafo único. A fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a
ser efetuado na conferência aduaneira, serão adotados canais de seleção
(Norma Relativa ao Despacho Aduaneiro de Mercadorias, Artigos 64
e 65, aprovada pela Decisão do Conselho do Mercado Comum -
CMC nº 50, aprovada no âmbito do Mercosul, de 2004, e internalizada
pelo Decreto nº 6.870, de 2009). (Incluído pelo Decreto nº 8.010, de 2013)

E, consequentemente, devem ser afastadas as alegações de infrações


consubstanciadas no Art. 673 do referido Decreto:

Art. 673. Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou


involuntária, que importe inobservância, por parte de pessoa física ou
232.00

jurídica, de norma estabelecida ou disciplinada neste Decreto ou em ato


administrativo de caráter normativo destinado a completá-lo

Bem como devem ser cabalmente afastadas as alegações de:

Art. 675. As infrações estão sujeitas às seguintes penalidades, aplicáveis


separada ou cumulativamente:
IV – multa

Art. 711. Aplica-se a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro


da mercadoria (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 84, caput;
e Lei nº 10.833, de 2003, art. 69, § 1º):
I - classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul,
nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos
instituídos para a identificação da mercadoria;
§ 2o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos
reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior, observado o disposto
nos §§ 3o a 5o (Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 84, § 1º; e Lei
nº 10.833, de 2003, art. 69, caput).
§ 3o Na ocorrência de mais de uma das condutas descritas nos incisos do
caput, para a mesma mercadoria, aplica-se a multa somente uma vez.
§ 4o Na ocorrência de uma ou mais das condutas descritas nos incisos do
caput, em relação a mercadorias distintas, para as quais a correta
classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul seja idêntica, a multa
referida neste artigo será aplicada somente uma vez, e corresponderá a:
I - um por cento, aplicado sobre o somatório do valor aduaneiro de tais
mercadorias, quando resultar em valor superior a R$ 500,00 (quinhentos
reais); ou
II - R$ 500,00 (quinhentos reais), quando da aplicação de um por cento sobre
o somatório do valor aduaneiro de tais mercadorias resultar valor igual ou
inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais).
§ 5o O somatório do valor das multas aplicadas com fundamento neste
artigo não poderá ser superior a dez por cento do valor total das
mercadorias constantes da declaração de importação (Lei nº 10.833, de
2003, art. 69, caput).

Ademais, sobre a suposta omissão ou informação inexata ou


incompleta, como amplamente destacado, estas não merecem acolhida, vejamos:

Art. 564. A conferência aduaneira na importação tem por finalidade


identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção das
informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e
232.00

valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras,


exigíveis em razão da importação.
Parágrafo único. A fim de determinar o tipo e a amplitude do controle a
ser efetuado na conferência aduaneira, serão adotados canais de seleção
(Norma Relativa ao Despacho Aduaneiro de Mercadorias, Artigos 64
e 65, aprovada pela Decisão do Conselho do Mercado Comum -
CMC nº 50, aprovada no âmbito do Mercosul, de 2004, e internalizada
pelo Decreto nº 6.870, de 2009). (Incluído pelo Decreto nº 8.010, de 2013)

Nesta seara, como a conferencia aduaneira não localizou qualquer


informação inexata, e liberou as mercadorias com o canal verde, essencial afastar as
multas previstas no Art. 711 do Decreto n.º 6.759/09, haja vista que inexistentes.

Conclui-se, diante de todo o acima alegado, que não houve qualquer


erro de classificação para as mercadorias do tipo multi-sistemas VRF, sendo que estas

foram corretamente classificadas nas NCM 8415.81 e suas subdivisões, bem como

latente a necessidade de afastar todas as multas por eventual omissão de


características ou descrição inexata para as mercadorias nas Declarações
de Importação, considerando que todas as Declarações de Importações continham
informações suficientes para a conferência das mercadorias pelo auditor fiscal, reiterando
que o Código Tributário Nacional apenas permite a revisão do lançamento de ofício em
situações taxativas, sendo que a ora Impugnante não se enquadra em nenhuma dessas
situações no presente caso.

Diante disto, requer-se a anulação da multa por descrição inexata,


consubstanciada no do Auto de Infração.

b) Da multa por falta de licença de importação

A Auto de Infração enquadrou a ora Impugnante como infratora dos


dispositivos do Decreto n.º 6.759/10, abaixo transcritos:
232.00

Art. 550. A importação de mercadoria está sujeita, na forma da legislação


específica, a licenciamento, por meio do SISCOMEX.
(...)
Art. 706. Aplicam-se, na ocorrência das hipóteses abaixo tipificadas, por
constituírem infrações administrativas ao controle das importações, as
seguintes multas (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 169, caput e § 6º, com a
redação dada pela Lei no 6.562, de 1978, art. 2o):
I - de trinta por cento sobre o valor aduaneiro:
a) pela importação de mercadoria sem licença de importação ou documento
de efeito equivalente, inclusive no caso de remessa postal internacional e de
bens conduzidos por viajante, desembaraçados no regime comum de
importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 169, inciso I, alínea “b”,
e § 6º, com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978, art. 2o);

Ocorre que, evidencia a ora Impugnante que a Portaria Secex n.º


23/2011, nos termos abaixo:

“Art. 12. O sistema administrativo das importações brasileiras compreende


as seguintes modalidades:
I - importações dispensadas de Licenciamento;
II - importações sujeitas a Licenciamento Automático; e
III - importações sujeitas a Licenciamento Não Automático.

Art. 13. As importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento,


exceto nas hipóteses previstas nos arts. 14 e 15, devendo os importadores
somente providenciar o registro da Declaração de Importação (DI) no
SISCOMEX, com o objetivo de dar início aos procedimentos de Despacho
Aduaneiro junto à RFB.

Licenciamento Automático
Art. 14. Estão sujeitas a Licenciamento Automático as importações:
I - de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do
SISCOMEX; também disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para simples
consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento
Administrativo; e
II - as efetuadas ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback.
§ 1º Na hipótese do inciso I, mensagem de alerta no tratamento
administrativo do produto informará que a licença exigida é
automática.
§ 2º Caso o produto, identificado pela Nomenclatura Comum do
MERCOSUL da Tarifa Externa Comum (NCM/TEC), possua
destaque, e a mercadoria a ser importada não se referir à situação
232.00

descrita no destaque, o importador deverá apor o código 999, ficando


a mercadoria dispensada daquela anuência.”

Neste aspecto, para os equipamentos de multi-sistemas VRF,


enquadrados na NCM 8415.81 e sua subposições, trazemos o Tratamento
Administrativo mencionado no artigo 14 acima transcrito, estando abarcados pela
licença automática.

Ressalta-se que de acordo com as Portarias do INMETRO números 372,


de 17 de setembro de 2010 e 007, de 04 de janeiro de 2011 (Anexos 11 e 30), no item
“OBJETIVO”, está determinado que aos aparelhos do tipo “Condicionadores de ar
tipo Dutos e Multi-Split” não se aplicam os Requisitos de Avaliação da
Conformidade para Condicionadores de Ar (RAC), demonstrando que tais aparelhos
não estão sujeitos às mesmas regras e exigências determinadas pelo INMETRO aos
aparelhos tipo “Split System”. Ou seja, aos aparelhos tipo Multi-Split não é exigida
Certificação do INMETRO, estando estes submetidos à licença automática.

Ainda, a posição da NCM 8415.81.10 contém destaque, necessitando


apenas de aprovação de INMETRO para Split System com capacidade até 60.000 BTU-
H ou portátil, sendo então regra geral a licença automática, na qual se enquadram os
equipamentos importados pela ora Impugnante, que não necessitam de INMETRO.

Corroborando o entendimento temos o Decreto n.º 6.759/09, que


versa sobre o licenciamento de importações, abaixo:

“Do Licenciamento de Importação


Art. 550. A importação de mercadoria está sujeita, na forma da legislação
específica, a licenciamento, por meio do SISCOMEX.
§ 1o A manifestação de outros órgãos, a cujo controle a mercadoria
importada estiver sujeita, também ocorrerá por meio do SISCOMEX.
§ 2o No caso de despacho de importação realizado sem registro de
declaração no SISCOMEX, a manifestação dos órgãos anuentes ocorrerá
em campo específico da declaração ou em documento próprio.
232.00

§ 3o Os Ministros de Estado da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria


e Comércio Exterior determinarão, de forma conjunta, as informações de
natureza comercial, financeira, cambial e fiscal a serem prestadas para fins
de licenciamento.”

Ora, se a legislação específica determina que o licenciamento de


mercadorias enquadradas na posição NCM 8415.81 e suas subposições será automático,
conforme o Tratamento Administrativo, não há que se falar em multa por falta de
licenciamento ou Importação desamparada de guia de importação ou documento
equivalente para Multi-sistemas VRF.

E mais, para os equipamentos do tipo multi-sistemas (VRF), por não se


enquadrarem na posição da NCM 8415.10 e suas subdivisões e por terem tratamento
diferenciado pelas suas próprias características específicas, deve ser afastada a multa
regulamentar de 30 por cento do valor aduaneiro, prevista na alínea “a”, do inciso I, do
Art. 706 da Lei abaixo transcrita.

Diante do acima exposto, a suposta multa por falta de


licenciamento, consubstanciada no uto de Infração

III.2.1.5 – Diferença a de Imposto de Impostação e Imposto sobre Produto


Industrializado a ser recolhida por suposto erro de classificação das evaporadoras e
condensadoras de multi-sistemas VRF

Diante de todo acima exposto, não há que se falar em reclassificação


para as mercadorias importadas do tipo multi-sistemas VRF, e, consequentemente, fica
afastada a cobrança de diferença de impostos.

Em nenhum momento nos autos esta situação é indicada e, portanto,


tal fato deve ser objeto de nulidade, em verdadeiro vicio formal, com a consequente
232.00

anulação da autuação imposta ao contribuinte, inclusive em relação aos seus acessórios e


acréscimos, inclusive os moratórios

Nesta seara, as planilhas anexas ao auto de infração, referentes a


imposto de importação e para o imposto sobre produtos industrializados, inclusive a
multa exigida, devem ser totalmente desconsideradas, afastando-se a cobrança de:

Ora, o Decreto n.° 7212/10, que Regulamenta a cobrança, fiscalização,


arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, versa:

“Art. 15. Os produtos estão distribuídos na TIPI por Seções, Capítulos,


Subcapítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens (Lei nº 4.502, de 1964,
art. 10).

Art. 16. Far-se-á a classificação de conformidade com as Regras Gerais


para Interpretação - RGI, Regras Gerais Complementares - RGC e Notas
Complementares - NC, todas da Nomenclatura Comum do
MERCOSUL - NCM, integrantes do seu texto (Lei nº 4.502, de 1964, art.
10).

Art. 17. As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e


de Codificação de Mercadorias - NESH, do Conselho de Cooperação
Aduaneira na versão luso-brasileira, efetuada pelo Grupo Binacional
Brasil/Portugal, e suas alterações aprovadas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, constituem elementos subsidiários de caráter
fundamental para a correta interpretação do conteúdo das Posições e
Subposições, bem como das Notas de Seção, Capítulo, Posições e de
Subposições da Nomenclatura do Sistema Harmonizado (Lei nº 4.502, de
1964, art. 10).
Do Lançamento
Conceito
Art. 181. Lançamento é o procedimento destinado à constituição do
crédito tributário, que se opera de ofício ou por homologação mediante
atos de iniciativa do sujeito passivo da obrigação tributária, com o
pagamento antecipado do imposto e a devida comunicação à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, observando-se que tais atos (Lei
232.00

no 5.172, de 1966, arts. 142, 144, 149 e 150, e Lei no 4.502, de 1964, arts.
19 e 20):
I - compreendem a descrição da operação que lhe dá origem, a identificação
do sujeito passivo, a descrição e classificação do produto, o cálculo do
imposto, com a declaração do seu valor e, sendo o caso, a penalidade
prevista; e
II - reportam-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regem-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Lançamento por Homologação
Art. 182. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, de que trata o art. 181,
serão efetuados, sob a sua exclusiva responsabilidade (Lei nº 4.502, de 1964,
art. 20):
I - quanto ao momento:
a) no registro da declaração de importação no Sistema Integrado de
Comércio Exterior - SISCOMEX, quando do despacho aduaneiro de
importação (Lei nº 4.502, de 1964, art. 19, inciso I, alínea “a”);

Em se tratando de alíquota de 0% para o Imposto sobre Produto


Industrializado, evidente que não haveria que se falar diferença de imposto a
recolher, muito menos em multa de 75% sobre o valor do crédito apurado,
consubstanciada nos Art. 555 e 569 do Decreto n.° 7212/10 e no Artigo 80, caput,
da Lei n. 4.502/64, haja vista que tais situações são inexistentes, pois o contribuinte
efetuou o lançamento de forma correta, bem como jamais deixou de destacar, em suas
notas fiscais de saídas de produtos, o respectivo imposto federal, ou mesmo deixou de
efetuar o seu recolhimento.

E mais, evidente a necessidade de afastar o Art. 184, do Decreto n.°


7212/10, que versa sobre a presunção de não lançamento.

Presunção de Lançamento Não Efetuado


Art. 184. Considerar-se-ão não efetuados os atos de iniciativa do sujeito
passivo, para o lançamento:
I - quando o documento for reputado sem valor por lei ou por este
Regulamento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 23, inciso II);
II - quando o produto tributado não se identificar com o descrito no
documento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 23, inciso III); ou
III - quando estiver em desacordo com as normas deste Capítulo
232.00

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e III não será novamente exigido
o imposto já efetivamente recolhido, e, no caso do inciso II, se a falta resultar
de presunção legal e o imposto estiver também comprovadamente pago.

É sabido que o Imposto sobre produtos está sujeito a homologação pelo


sujeito ativo, nos termos do Art. 150 do CTN. A lição do Artigo 262, inciso I do Decreto
7.212/10, o referido imposto é recolhido antes da saída da mercadoria da repartição que
processar o despacho, evidenciando que o tributo é lançado e recolhido antes mesmo da
liberação das mercadorias.

Nesta seara, sabendo que a base de cálculo do IPI, para casos de


mercadorias importadas é a mesma do Imposto de Importação, acrescida do próprio II,
das taxas exigidas para entrada de produtos no país e ainda demais encargos, e
considerando que a alíquota do Imposto sobre produtos Industrializados
consubstanciada na TIPI para as mercadorias alocadas na posição 8415.81.90 e 8415.82.10
seria de 0%, evidentemente que, efetuado o lançamento com a declaração de impostação
no SISCOMEX, a operação foi efetuada conforme descrito no parágrafo anterior, e
evidente que está afastada a hipótese de não lançamento aventada no Auto de
Infração,

Acerca dos juros de mora cobrados no auto de Infração, para suposto


recolhimento a menor sobre Imposto sobre Produtos Industrializados, seguimos com o
mesmo Decreto n.º 7212/10, em seu artigo 554. Não havendo que se falar em
recolhimento de Imposto sobre Produtos Industrializados a menor, evidente a
necessidade de afastamento dos juros de mora exigidos.

Ademais, acerca do Imposto de Importação, em não havendo


classificação incorreta, tendo a Impugnante enquadrado as mercadorias na NCM correta,
qual seja, a 8415.81.90 e 84.15.82.10, evidente que também não há que se falar em
diferença de recolhimento de Importação.
232.00

Para que não restem dúvidas sobre o Imposto de Importação, a Lei n.º
9430/96 preconiza:

“Art. 90. O imposto será calculado pela aplicação das alíquotas


fixadas na Tarifa Externa Comum sobre a base de cálculo de que trata o
Capítulo III deste Título

Art. 94. A alíquota aplicável para o cálculo do imposto é a


correspondente ao posicionamento da mercadoria na Tarifa Externa
Comum, na data da ocorrência do fato gerador, uma vez identificada
sua classificação fiscal segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul.

Parágrafo único. Para fins de classificação das mercadorias, a


interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da Nomenclatura
Comum do Mercosul será feita com observância das Regras Gerais para
Interpretação, das Regras Gerais Complementares e das Notas
Complementares e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema
Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, da
Organização Mundial das Aduanas (Decreto-Lei no 1.154, de 1o de março
de 1971, art. 3o, caput)

Ainda, o Decreto n.º 6.759/09 prevê:

Art. 107. O imposto será pago na data do registro da declaração de


importação.

Nesta seara, tendo a ora Impugnante efetuado o pagamento do Imposto


na forma e momento corretos, qual seja, no registro da Declaração de Importação,
evidente que não há que se falar em falta de recolhimento ou recolhimento de diferença
de Imposto de Impostação, consubstanciado no Art, 725 do Decreto n.º 6.759/10.

Ora, sendo as mercadorias enquadradas na Nomenclatura Comum do


Mercosul correta, qual seja, a posição 8415.81.90 e 84.15.82.10, evidente o recolhimento
do imposto na forma correta, quando do Despacho de Importação e do registro da
Declaração de Importação.
232.00

Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual


é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em
relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à
legislação específica.

Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título


definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação,
deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com base
em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a
mercadoria (Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 44, com a redação dada pelo
Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o).

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às mercadorias


reimportadas e às referidas nos incisos I a V do art. 70.

Art. 545. Tem-se por iniciado o despacho de importação na data do


registro da declaração de importação.

§ 1o O registro da declaração de importação consiste em sua numeração


pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do SISCOMEX.

§ 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil disporá sobre as condições


necessárias ao registro da declaração de importação e sobre a dispensa de seu
registro no SISCOMEX.

Ainda, tanto estavam certas da Declarações de Importações registradas


pela ora Impugnante, que estas foram liberadas pela autoridade aduaneira. SE estivessem
incorretas, deveria o auditor da Receita Federal do Brasil ter adotado a providencia
abaixo, porém, por estarem corretas das DI, estas foram regularmente liberadas.

Art. 569. Na quantificação ou identificação da mercadoria, a fiscalização


aduaneira poderá solicitar perícia, observado o disposto no art. 813 e na
legislação específica.

Art. 570. Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência


que impeça o prosseguimento do despacho, este terá seu curso
interrompido após o registro da exigência correspondente, pelo
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável.
232.00

Nesta seara, evidente que a multa prevista no Art.


44 da Lei n.º 9430/96, deve ser totalmente afastada.

Ainda, devem ser afastadas todas e quaisquer multas consubstanciadas


no Art. 725 do Decreto n.º 6.759/10, verbis:

Art. 725. Nos casos de lançamentos de ofício, relativos a operações de


importação ou de exportação, serão aplicadas as seguintes multas,
calculadas sobre a totalidade ou a diferença dos impostos ou
contribuições de que trata este Decreto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, inciso
I, e § 1º, com a redação dada pela Lei no 11.488, de 2007, art. 14):
I - de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento, de
falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do
inciso I.

Consoante amplamente explanado, não havendo que se falar falta de


pagamento, haja vista que o Imposto de Impostação foi recolhido a tempo e a modo,
com a alíquota correta, evidente que a referida multa mencionada em auto de Infração
deve ser totalmente afastada, pois que descabida e inexistente.

Nesta mesma toada, deve ser afastada a multa prevista no Art. 61, da
referida Lei n.º 9430/96.

Ainda, afastado o recolhimento a menor de Imposto de Importação


a menor, os juros cobrados em sede de auto de Infração, também devem ser
afastados.

Diante de todo o exposto, deve ser anulado o Auto de Infração


indicado no processo administrativo nº 3819.723189/2017-96, de MPF nº
1010700/00734/17, no tocante a eventual crédito de diferença de alíquota de
Imposto de Importação ou Imposto sobre produto Industrializado oriundos de
classificação fiscal equivocada, juros de mora ou multa proporcional por diferença
de alíquota.
232.00

IV- Da Conclusão

Diante de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e


improcedência da ação fiscal, espera e requer a Impugnante seja acolhida a presente
impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelando-se o débito fiscal reclamado,
nos moldes abaixo:

1- Seja expressamente declarada a suspensão da exigibilidade do


crédito tributário consubstanciado no Auto de Infração em
epígrafe, com fulcro no inciso III, do Artigo 151 do Código
Tributário Nacional;

2- Que sejam apreciadas todas as questões preliminares, com a


consequente anulação da autuação de todo o procedimento fiscal,
diante da falta de comprovação da Autoridade Competente para
lavratura do Mandado de Procedimento Fiscal; da ausência de
prorrogação de prazo para o Mandado de Procedimento Fiscal; da
ausência de assinatura do chefe unidade da Secretaria da Receita
Federal do Brasil encarregado da formalização da exigência no Auto
de Infração e Notificação de Lançamento; pelo Embasamento do
Relatório Fiscal em Portaria revogada da Receita Federal; por falta
de enquadramento legal dos supostos créditos de IPI; por falta de
enquadramento legal dos supostos créditos e multas de I.I.; pela
impossibilidade de revisão de lançamento, pela afronta ao princípio
da legalidade, pelo cerceamento de defesa e pela inversão do ônus
da prova.

3- Caso sejam ultrapassadas as preliminares, seja a presente


Impugnação julgada totalmente procedente, a fim de declarar:
a) Que todas as importações de equipamentos de ar condicionado
multi-splits do tipo VRF sejam enquadrados na posição NCM
232.00

8415.81.90 e 84.15.82.10, por serem dotadas de dispositivo de


refrigeração e válvula de inversão de ciclo térmico (bombas
de calor reversíveis), bem como por seus diversos evaporadores
e condensadores interligados formarem um conjunto o qual tem
capacidade variável dependendo da quantidade e tamanho dos
componentes adotados;

4- Ainda, Que seja a presente Impugnação julgada totalmente


procedente, a fim de declarar, no tocante ao Auto de Infração de
Imposto sobre Produtos Industrializados:
a) Que seja afastada a suposta cobrança de diferença de Imposto
sobre Produtos Industrializados, haja vista que indevida, bem
como ausente o enquadramento legal, conforme amplamente
explanado;

b) Que seja afastada a multa de 75%, consubstanciada no Art. 80,


da Lei 4.502/64 e Art. 569 do Decreto n.º 7212/10, por suposto
recolhimento a menor de Imposto sobre Produtos
Industrializados, haja vista que indevida e que tais situações não
ocorreram.

c) Que seja afastada a cobrança de juros, consubstanciada no art.


66, § 3º, da Lei 9.430/96, tendo em vista que, afastada a
exigência do principal, necessária a exigência dos acessórios.

5- Que seja a presente Impugnação julgada totalmente procedente, a


fim de declarar, no tocante ao Auto de Infração sobre Imposto de
Importação:
a) Que seja afastada a suposta cobrança de diferença Imposto de
Importação, supostamente consubstanciada no Art. 725 do
232.00

Decreto n.º 6.759/09, considerando que indevida por todo o


acima explicitado;

b) Que seja afastada a multa de 75% sobre o suposto recolhimento


e menor de Imposto de Importação, supostamente
consubstanciada no inciso I do Art. 725 do Decreto n.º
6.759/09, considerando que o suposto crédito de diferença do
referido imposto é indevido;

c) Que seja afastada a cobrança de juros, haja vista que indevida e


que sequer foi mencionado no Auto de Infração o dispositivo
legal autorizados de tal cobrança, razão pela qual seria nula;

d) Que seja afastada a suposta alegação de importação desamparada


de guia de importação ou documentos equivalentes,
consubstanciada no Art. Art. 706 do Decreto n.º 6.759/09, haja
vista que todos os equipamentos multi-split VRF (NCM
8415.81.90 e 8415.82.10) são abarcados por licença automática
de importação e a própria portaria do INMETRO determina
que tais equipamentos não necessitam de sua chancela;

e) Que seja afastada a multa regulamentar sobre mercadoria


classificada erroneamente na Nomenclatura comum do
Mercosul, consubstanciadas nos inciso IV do art. 675 e art. 711
e parágrafos do decreto n.º 6.759/09, haja vista que as
mercadorias multi-split (VRF) foram corretamente classificadas
na NCM 8415.81.90 e 8415.82.10, pelas razões acima expostas.

f) Que seja afastada a multa por suposta omissão ou informação


inexata e incompleta nas declarações de Importação, inciso IV
do art. 675 e art. 711 e parágrafos do decreto n.º 6.759/09, haja
232.00

vista que todas as declarações de importações possuíam


informações completas e corretas, permitindo a verificação das
mercado, pelas razões acima expostas.

Requer, ainda, a realização de perícia técnica, para

comprovar todas as alegações suscitadas na presente Impugnação, apesentando desde já


quesitos a serem respondidos pelo perito a ser designado por V. Sª, o qual segue como
ANEXO I, que fica fazendo parte integrante desta petição, bem como protesta desde já
pela elaboração de quesitos suplementares.

Indica o Profissional Engenheiro Mecânico Lucio Sekine, brasileiro,


casado, Engenheiro Mecânico, inscrito no CREA/SP n.° 0601686155 , CPF 088.691.078-
17, RG nº 7.603.733-2, com domicílio na Rua Ministro Godoi, 679, na cidade de São
Paulo - SP - CEP 05015-000, em caso de acatamento do pedido de realização de perícia.

Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de provas em


direito admitidos, especialmente a produção de provas testemunhais, provas
documentais, depoimentos pessoais e sustentações orais, períciais, e juntada ulterior de
documentos que se fizerem necessários.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
São Paulo, 20 de abril de 2018.

NOVAIR IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE PROCUROS PARA A


CLIMATIZAÇÃO LTDA
p.p LUCAS PARREIRA OAB/SP 342.809
232.00

LISTAGEM DOS ANEXOS

Anexo 01 – Quesitos
Anexo 02 - Contrato Social da Impugnante
Anexo 03 - Cartão do CNPJ da Impugnante
Anexo 04 - Documentos pessoais do representante legal da Impugnante
Anexo 05 - Mandado de Procedimento Fiscal
Anexo 06 - Cópia do Auto de Infração
Anexo 07 - Relatório Fiscal
Anexo 08 - Norma Brasileira ABNT 16655 -1
Anexo 09 - Avaliação do segmento Industrial de Condicionadores de Ar no PIM –
2008 a 2012
Anexo 10 - Portaria n.º 215, de 23 de julho de 2009 - INMETRO
Anexo 11 - Portaria n.º 372, de 10 de setembro de 2010 - INMETRO
Anexo 12 - Portaria Interministerial n.º 171, de 04 de julho de 20111 - Processo
Produtivo Básico do Split- System
Anexo 13 - Protocolo de Processo Produtivo Básico para condicionadores de ar do tipo
VRF
Anexo 14 – Ofício resposta a Abrava acerca da classificação dos produtos ora debatidos
Anexo 15 - Demonstração das Impostações com NCM 8415.81.90 (fonte:
aliceweb/MDIC)
Anexo 16 - TEC da NCM 8415
Anexo 17 - NESH
Anexo 18 - Apêndices – Regra Geral do SI
Anexo 21 - Testes para INMETRO Split- System
Anexo 22 - Editais de Licitação diferenciando multi-sistemas VRF de Split-System
Anexo 29 - Catálogos dos Equipamentos
Anexo 30 - Portaria n.º 007, de 04 de janeiro de 2011 – INMETRO
232.00

ROL DE QUESITOS PARA RESPOSTA DO EXPERT

1. O ““SPLIT-SYSTEM”” pode ser considerado um sistema de ar condicionado


central? Por que?
2. Como é medida a capacidade de um sistema VRF?
3. Como é medida a capacidade do “SPLIT-SYSTEM”?
4. No sistema VRF a capacidade da condensadora é necessariamente a mesma da
evaporadora?
5. No sistema “SPLIT-SYSTEM” a evaporada possui a mesma capacidade que a
condensadora?
6. De acordo com o artigo 7º da Portaria Interministerial nº 171, de 08 de julho de
2011, expedida pelo MDIC (Ministério de Estado do Desenvolvimento Indústria
e Comércio), o que se entende por “SPLIT-SYSTEM”? De acordo com esse
conceito, é correto afirmar que o Sistema “SPLIT-SYSTEM” é de 1x1 (uma única
condensadora para uma única evaporadora)?
7. De acordo com o Parágrafo Único do Artigo 8º da a Portaria Interministerial nº
171, de 08 de julho de 2011, expedida pelo MDIC (Ministério de Estado do
Desenvolvimento Indústria e Comércio), quais as características do VRF?
De acordo com o entendimento adotado pelo Ministério de Estado do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio manifestado no quesito anterior, VRF e
“SPLIT-SYSTEM” possuem sistemas diferentes ou são absolutamente a mesma
coisa?
a) Caso a resposta a este quesito seja que são sistemas diferentes, pode-se
concluir que o órgão oficial do governo adotou o critério de que o número
de unidades internas (evaporadoras) ligadas a uma única unidade externa
(condensadora) é diferenciador essencial dos sistemas “SPLIT-SYSTEM” e
VRF?
b) Caso a resposta a este quesito seja que são sistemas iguais, pergunta-se: Por
que o “SPLIT-SYSTEM” system não admite várias evaporadoras combinadas
com uma única condensadora ou com um grupo de condensadoras
interligadas entre si, numa única linha de gás refrigerante ?
232.00

8. O VRF, multi system é um sistema que utiliza diversas condensadoras moduladas,


formando um conjunto, de capacidades diversas e que são interligadas a diversas
evaporadoras (até 64) com modelos e capacidades diferentes, que podem chegar
de 30% a 100% a maior do que a capacidade da condensadora, interligadas numa
única linha de gás refrigerante. Pode-se dizer que isso é um “SPLIT-SYSTEM”?

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