Livro Unico
Livro Unico
Livro Unico
pessoal e
executiva
Segurança pessoal e
executiva
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Mauro Stopatto
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0228-8
CDD 363
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Reflita
Assimile
Lembre-se que segurança é o “conjunto das ações e dos recursos
utilizados para proteger algo ou alguém” (DICIO, 2017). Também
estudamos os princípios básicos do trabalho de segurança que devem
ser:
E o que dizer das normas de conduta? Você entendeu que uma norma
é uma maneira padronizada de atuar ou de se comportar diante de
uma situação específica e que as normas de conduta são elaboradas
Exemplificando
Consideremos a situação apresentada no início da seção, a respeito do
sequestro do embaixador, para explorar rapidamente três conceitos e
princípios. Primeiro, o conceito de segurança. Muito pouco se pode
observar de procedimentos de segurança adotados pelo embaixador.
Como uma autoridade, deveria haver uma mentalidade mínima de
autoproteção. Seguir sempre pela mesma rota, desguarnecido de
pessoal especializado na sua segurança, gerou uma vulnerabilidade fácil
de ser explorada.
Pesquise mais
Existem muitas fontes disponíveis para serem consultadas sobre
segurança, embora sobre o tema segurança pessoal e executiva não
existam tantas assim. A seguir, sugerimos algumas leituras sobre o tema.
Avançando na prática
Um trajeto perigoso
Descrição da situação-problema
Vamos fazer um exercício de planejamento e exploração
dos conceitos aprendidos. Suponha que você está responsável
pela segurança de uma autoridade que vai participar de uma
palestra política. Você conhece o itinerário que vai ser seguido,
sabe que no trajeto tem havido um crescimento de permanência
de desocupados, sabe que o carro da autoridade pode chamar
atenção, e sabe também que como o evento é público e foi feita
grande divulgação, muita gente sabe da participação da autoridade
no evento. Que providências iniciais você acha que são cabíveis no
atendimento dos princípios estudados? Para atender aos princípios
de segurança, penso que você deveria organizar uma equipe
de segurança, estudar conjuntamente o trajeto com a equipe e
planejar rotas rápidas de fuga e conduta em caso de confronto.
Resolução da situação-problema
Vamos aqui solucionar algumas questões da situação
apresentada. Primeiro, se a área de proteção da autoridade vai
se restringir ao carro em deslocamento, vale a pena verificar
São 211 artigos e mais onze anexos que também definem o teor
dos cursos de formação de vigilantes.
Reflita
Temos algumas questões para que você possa entender melhor a
legislação sobre segurança. Você tomou conhecimento pelas nossas
informações dadas no texto, que apenas alguns tipos de armas podem
ser usadas pelos vigilantes no desempenho de sua atividade. Você
poderia dizer por que essas empresas não podem empregar outros tipos
de armamentos?
Veja que nesta unidade, cujo assunto é legislação, você está sendo
orientado a conhecer e a se habituar à leitura e interpretação das leis,
decretos, portarias e outras normas legais sobre atividades de segurança.
Sempre haverá lacunas na legislação que irão gerar algumas dúvidas
sobre essa complexa atividade, no entanto, existe também uma enorme
quantidade de informação disponível para consulta na internet, em
organizações, como a nossa, que ministram cursos sobre segurança
pessoal e executiva e uma grande quantidade de empresas das quais se
poderá extrair um benchmark para atualização de seus conhecimentos.
Pesquise mais
Sugerimos, a seguir, fontes para que você aprofunde e atualize seus
conhecimentos sobre a legislação de segurança.
PROJETO-DO-ESTATUTO-DA-SEGURANCA-PRIVADA.html>. Acesso
em: 5 maio 2017.
Avançando na prática
Outro empreendimento na segurança pessoal
Descrição da situação-problema
O seu problema agora é encontrar recursos humanos para o
empreendimento. Pessoas capacitadas e dispostas a colaborar com
a empresa no cumprimento das suas missões. Vamos lembrar que,
agora, diferentemente de 1970, você ampliou seus serviços e quer
atuar na área de segurança pessoal e executiva. Para tal, deverá
executar o recrutamento do seu pessoal, publicando nos jornais
de circulação, um edital que recrute o pessoal a ser selecionado.
Que oportunidade de emprego publicar nos jornais?
Resolução da situação-problema
Para resolver essa situação, vamos apelar mais uma vez para a
legislação. Veja o que diz a Portaria 3.233/12, em seu Art. 69.
Assimile
É muito importante destacar as motivações que levam o agressor
ao atentado e que podem ser: a natureza do atentado e o perfil dos
agressores, ambiente físico, ambiente ideológico, possibilidade dos
agressores e possibilidade de prevenção, intervenção e controle de
danos. Esses conceitos são muito importantes para se entender o que
são e como são perpetrados os atentados, como forma de prover
mecanismos de atenuação ou supressão das ameaças.
Pesquise mais
Recomendamos a leitura dos artigos a seguir para que você possa
enriquecer o seu conhecimentos sobre o tema:
Avançando na prática
Um atentado famoso
Descrição da situação-problema
Vamos analisar mais um caso real.
Resolução da situação-problema
Lidar com autoridades com esse perfil é complicado. Mas
sempre é possível fazer alguma coisa, baseado nos princípios
e procedimentos aprendidos. Para o caso de Lennon, seria
recomendado um acompanhamento por proteção pessoal e
profissional. Haveria uma importante redução de riscos com uma
segurança ostensiva para desencorajar um potencial agressor, pelo
menos nos deslocamentos fora da residência. Se o perpetrador é
Técnicas de treinamento
Convite ao estudo
Prezado aluno, é absolutamente inegável a importância
do preparo em qualquer operação de segurança e, por que
não dizer, para qualquer atividade humana. Cada vez mais,
profissionais de diversos segmentos procuram especializar-se e
adquirir competências e habilidades em suas áreas de atuação
- o que pode ser feito de diversas formas. Um atleta, para
atingir os seus objetivos e índices cada vez maiores, exercita-se
exaustivamente usando o seu corpo no limite. Um vestibulando,
no desejo de ingressar na universidade, passa horas e horas
debruçado em suas apostilas e livros, exercitando-se no limite
da sua capacidade para poder garantir um grau desejável de
desempenho na prova. Não poderia ser diferente na área de
segurança, ainda mais na disciplina de Segurança Pessoal e
Executiva. Enquanto o atleta exercita músculos e técnicas,
enquanto o vestibulando exercita fórmulas e conhecimentos,
o agente de segurança também deve exercitar aquilo que é
pertinente à sua atividade profissional. Para isso, a disciplina
de Segurança Pessoal e Executiva apresenta uma quantidade
razoável de assuntos, práticas e técnicas para deixar o profissional
de segurança apto a desempenhar as suas funções.
U2 - Técnicas de treinamento 65
não tinha marido", disse a então primeira-dama, Nancy
Reagan, numa entrevista à CNN, alguns meses mais
tarde. (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 2015).
66 U2 - Técnicas de treinamento
satisfatório. No caso da segurança pessoal e executiva, sabemos que
a atividade consiste em garantir a segurança de indivíduo contra
ameaças de qualquer natureza, que podem incluir seus bens, seus
locais de trabalho e familiares. Mais particularmente, a atividade pode
se constituir em um acompanhamento constante do protegido, uma
vigilância constante dos seus locais de convivência e trabalho e o
manejo de instrumentos, equipamentos, armamentos e meios de
transporte que o protegido utiliza comumente. Então, dentro dessa
perspectiva, o trabalho de um segurança pessoal compreende:
a) Acompanhar o protegido em seus deslocamentos: trajar-
se de forma sóbria, com indumentária que mostre o seu status de
segurança; comportar-se de maneira educada e discreta, de forma a
nunca interferir nos contatos e atividades do protegido; antecipar-se
aos movimentos do protegido, tomando ciência dos deslocamentos
previstos pelo protegido e estar pronto para prover sua segurança; e
manter comunicação visual e eletrônica constante com o protegido.
b) Inspecionar e prover a segurança dos locais de permanência
do protegido: antecipar a inspeção do local em que o protegido vai se
situar; prever rotas de fuga nos locais de permanência do protegido;
mostrar presença nos locais de permanência do protegido; e manter
atualizados os planejamentos de ações de segurança.
c) Manter equipamentos, armamentos e meios de transporte
em condições de uso e segurança: fazer a manutenção de
armamentos, equipamentos e meios de transporte; testar previamente
equipamentos de comunicação da sua equipe; atualizar regularmente
senhas e códigos de acesso e de comunicação.
d) Realizar treinamentos e reciclagem pessoal e da sua equipe:
planejar e executar a reciclagem de treinamento de tiro; planejar
e executar os treinamentos táticos de atuação em conjunto para
situações típicas; planejar e executar treinamentos físicos para a sua
equipe.
Quanto ao perfil do segurança, ele deve ter condições de realizar
todas as atividades de segurança e em boas condições. Esse perfil
deve apresentar:
a) Bom preparo físico, que lhe permita: acompanhar o protegido
em seus deslocamentos a pé, inclusive em corridas; carregar ou
deslocar outros agentes ou o protegido quando feridos; ter a agilidade
suficiente para responder rapidamente a uma situação de perigo,
como sair da viatura, proteger com o corpo o protegido; e resistir em
boas condições à tensão e à fadiga do trabalho e continuidade do
serviço, mesmo durante jornadas noturnas.
U2 - Técnicas de treinamento 67
b) Conhecimento das normas de segurança de sua empresa
e das normas legais, que lhe permita: adotar sempre a conduta
preconizada; manter suas atitudes de acordo com a legislação; exibir
uma performance profissional sempre dentro da lei.
c) Escolaridade suficiente (a lei exige no mínimo quarta série,
equivalente ao quinto ano do novo formato do Ensino Fundamental),
que lhe permita: manusear as documentações, legislações e normas
e saber interpretá-las; produzir pequenos textos para compor
relatórios, preencher formulários, administrar seus próprios contratos
de trabalho; e ter condições de diálogo de bom nível com sua equipe
e seu protegido.
d) Perfil psicológico adequado ao serviço, que lhe permita:
apresentar um comportamento equilibrado, mesmo em situação
de ameaça ou desconforto; ter frieza e calma suficiente para se
comunicar e intervir no trato com pessoas; manter a disciplina e o
autocontrole no uso de armamento e equipamento no ambiente
de trabalho; e transmitir ao protegido a sensação de segurança,
confiança e profissionalismo.
e) Atributos de comunicação e interação com o público, que lhe
permitam: lidar com o público externo e interno à sua empresa ou no
o ambiente de segurança em que trabalha; demonstrar boa educação
no trato com clientes ou outras pessoas; transmitir ascendência e
sentido de autoridade ao lidar com situações de emergência que
exijam ações de intervenção e orientação de protegidos e público
em geral.
f) Atributos de higiene, postura e disciplina, que lhe permitam:
vergar o uniforme de forma correta, transmitindo uma imagem de
competência e autocontrole; seguir ordens, horários e procedimentos
de rotina sem desconforto; servir de exemplo para colegas de trabalho
e transmitir uma imagem positiva pessoal e da empresa.
g) Conhecimento profissional, que lhe permita: garantir que suas
ações espelhem as suas obrigações profissionais; utilizar os recursos
materiais à sua disposição da forma como preconizam os manuais,
orientações e ensinamentos do seu curso de formação profissional;
aprimorar o conhecimento adquirido e colaborar para a melhoria da
documentação de ensino e controle da sua atividade.
Assimile
Prezado aluno, aqui vale ressaltar alguns conceitos importantes que
irão facilitar o seu estudo e ajudá-lo a fixar conhecimentos. O primeiro
é o conceito de treinamento. Treinar visa preparar alguém para alguma
68 U2 - Técnicas de treinamento
coisa. O atleta treina, o músico treina, o estudante treina e todos fazem
isso com um objetivo: adquirir habilidades e competências que lhes
permitam atingir seus objetivos. Em qualquer atividade, a preparação
e a formação dependem de um treinamento eficaz. Mas para que
o treinamento seja eficiente, é preciso que tenhamos um perfil a ser
atingido. Por perfil, devemos entender o conjunto de habilidades e
competências necessárias para o exercício de uma atividade. Mas o perfil
está subordinado às atividades a serem desempenhadas, isto é, será a
partir do que o profissional terá de fazer em sua rotina de trabalho que
se determinará o conjunto de habilidades e competências. Um atleta de
natação é submetido a um treinamento diferente de um atleta de tiro ao
alvo, seu perfil desejável também é diferente.
Pesquise mais
A seguir, sugerimos algumas fontes que exploram o valor do treinamento
na formação e no desempenho de um agente de segurança ou um
vigilante.
U2 - Técnicas de treinamento 69
CAVALCANTE, Vinícius Domingues. Segurança de dignitários:
protegendo pessoas muito importantes. Juiz de Fora: UFJF, s.d.
70 U2 - Técnicas de treinamento
do local do crime;
c) relações públicas: qualidade de interação com o
público, urbanidade, sociabilidade e transmissão de
confiança, priorizando o atendimento adequado às
pessoas com deficiência;
d) vigilância: atributo de movimento, dinamismo e alerta,
contrapondo-se ao conceito estático;
e) direitos humanos: respeito à dignidade e à diversidade
da pessoa humana, compromisso que o Brasil assumiu
perante a comunidade internacional e princípio
constitucional de prevalência dos direitos humanos;
f) técnico-profissional: capacidade de empregar todas
as técnicas, doutrinas e ensinamentos adequados para a
consecução de sua missão;
g) adestramento: atributo relacionado à desenvoltura
corporal, com aprimoramento físico, domínio de defesa
pessoal e capacitação para o uso proporcional da força
através do emprego de tecnologias não letais e do uso
da arma de fogo, como último recurso de defesa própria
ou de terceiros;
h) higidez física e mental: certeza de não ser possuidor
de patologia física ou mental;
i) psicológico: perfil psicológico adequado ao
desempenho do serviço de vigilante; e,
j) escolaridade: 4ª série [5º ano] (exigência legal).
U2 - Técnicas de treinamento 71
para:
a) compreender o ser humano como titular de direitos
fundamentais; b) desenvolver hábitos de sociabilidade no
trabalho e no convívio social; c) executar uma vigilância
dinâmica e alerta, interagindo com o público em geral;
d) prevenir ocorrências inerentes às suas atribuições,
dentro da área física a ele delimitada, a fim de manter a
integridade patrimonial e de dar segurança às pessoas;
e) antecipar-se ao evento danoso, a fim de impedir sua
ocorrência ou de minimizar seus efeitos, principalmente,
adotar as providências de auxílio aos agentes de segurança
pública, como o isolamento do local; f) operar com técnica
e segurança equipamentos de comunicação, alarmes e
outras tecnologias de vigilância patrimonial; g) manusear e
empregar, com segurança, armamento letal convencional na
atividade de vigilante, de forma escalonada e proporcional,
como instrumentos de defesa própria ou de terceiros; h)
defender-se com o uso de técnicas adequadas; i) manter-
se saudável e em forma física; j) identificar condutas ilícitas
descritas na legislação penal; k) identificar o conceito, a
legislação e as atribuições das empresas de segurança
privada; l) aplicar conhecimentos de primeiros socorros;
m) proteger o meio ambiente; n) adotar medidas iniciais de
prevenção e de combate a incêndios; o) tomar as primeiras
providências em caso de crise; e p) executar outras tarefas
que lhe forem atribuídas, notadamente pela criação de
divisões especializadas pela sua empresa, para permitir um
crescimento sustentado em todas as áreas de segurança
privada.
Reflita
72 U2 - Técnicas de treinamento
Analise essa ocorrência sob o ponto de vista de treinamento em situações
críticas e atendimento à lei e às normas de segurança.
4.1. Metodologia
Os Cursos de Formação de Vigilantes (CFV) adotarão a
metodologia do ensino direto, utilizando-se de métodos
e técnicas de ensino individualizado, coletivo e em
grupo, enfatizando ao máximo a parte prática, no intuito
de alcançar os objetivos propostos para o curso, bem
como palestras e mesas redondas abrangendo temas de
interesse dos futuros vigilantes [...] A linguagem usada
pelo professor e a complexidade na apresentação dos
temas deverão levar em consideração a escolaridade
e o nível de compreensão do aluno. [...] As aulas de
Armamento e Tiro deverão ser distribuídas ao longo do
curso, de forma intercalada com as demais disciplinas,
com o fim de valorizar o manuseio e propiciar intimidade
com a arma, mediante exercícios de empunhadura,
visada e tiros em seco antes do tiro real. (BRASIL, 2012)
U2 - Técnicas de treinamento 73
Outro aspecto também importante é o ambiente operacional de
trabalho. Por ambiente operacional de trabalho, devemos entender
todas as influências que interagem no local onde o agente de
segurança ou o vigilante vai atuar. Esse aspecto vai condicionar o
modus operandi do vigilante, independentemente da sua função ou
tarefa. Imagine que você está fazendo parte da segurança de uma
apresentação de um trio elétrico em uma praia movimentada. No
seu treinamento, você aprendeu a responder de maneira genérica a
todas as situações típicas de proteção de pessoas e prevenção de
ameaças. Mas, nessa situação, você está diante de condições muito
particulares, quais sejam: espaço aberto, grande aglomeração de
pessoas, dificuldade de se movimentar, dificuldade de identificar
possíveis ameaças, dificuldade de comunicação, limitação no
emprego de armas e equipamentos e grande variedade de incidentes
possíveis de acontecer. Agora imagine que você está fazendo a
segurança do evento de apresentação da Orquestra Sinfônica
Nacional, no Teatro Municipal de São Paulo. Nesse ambiente, você
vai se deparar com condições extremamente diversas das que você
experimentou na segurança da apresentação do trio elétrico. Aqui,
o espaço é confinado e sofisticado, a segurança tem condições de
controlar o movimento das pessoas, uma verificação in loco permite
identificar possíveis agressores e ameaças, você tem melhores
condições de movimentação e comunicação e pode planejar melhor
ações a serem realizadas. Soma-se a isso que esse púbico tende
a ser mais homogêneo e mais sofisticado e, portanto, tende a ser
mais disciplinado e mais fácil de ser orientado e controlado, antes
ou mesmo depois de uma ameaça ou ataque. Para o estudo desse
ambiente operacional de trabalho, levamos em conta dois aspectos:
– A atitude e o comportamento do agente de segurança: como
forma de o agente de segurança se “integrar, sem agredir”, o ambiente
no qual vai atuar. Para isso, a forma de se trajar, a linguagem a utilizar,
a maneira de operar as comunicações, a maneira como participa
sem interferir no evento ou ao protegido para o qual está provendo a
segurança são fundamentais.
– As características do evento e dos participantes do evento:
como forma de determinar todas as ações cabíveis nesse ambiente,
tanto no trato com as pessoas quanto no atendimento das condições
de execução do evento, frequentemente limitadoras de determinadas
ações ou atitudes do vigilante.
74 U2 - Técnicas de treinamento
Reflita
Caro aluno, todo esse conjunto de conhecimentos evoca reações de
críticas e aceitações e isso é bom. Queremos, aqui, propor uma situação
para que você pense, analise, coloque-se na posição do ator e considere
se o que a teoria propõe é realmente o que você deveria fazer na mesma
situação.
Situação:
Reflita
A seguir propomos mais uma situação para você refletir. Após lê-la,
convidamos você a analisar o erro do vigilante sob o aspecto de perfil
profissional e cumprimento de normas de segurança.
Situação:
Exemplificando
U2 - Técnicas de treinamento 75
em Salvador. Segundo informações da Polícia Militar, o
segurança foi levado para a delegacia para esclarecer o que
aconteceu. O caso aconteceu por volta das 15h, no final de
linha do bairro. Ainda de acordo com a PM, o segurança de
uma empresa privada alegou ter disparado uma escopeta
calibre 12 acidentalmente dentro da lotérica e acabou ferindo
três pessoas com os estilhaços. (CORREIO, 2016, [s.p.])
76 U2 - Técnicas de treinamento
da atitude prévia de retirar a munição ou de travá-la antes de portá-
la ou carregá-la. O treinamento pode não ter sido enfático nesse
aspecto. O vigilante poderia ter sido treinado no uso desse armamento,
reconhecendo no seu manuseio os perigos de um acionamento
acidental, com consequências imprevisíveis.
U2 - Técnicas de treinamento 77
verificar possíveis falhas no cumprimento de normas, no trato com o
público ou no uso e manuseio de armamentos.
Avançando na prática
Reação de Vigilante
Descrição da situação-problema
78 U2 - Técnicas de treinamento
manhã desta quarta-feira (6). Em entrevista à TV Cidade
Verde, a tenente coronel Júlia Beatriz, da Polícia Militar,
considerou a ação do segurança precipitada. ‘Acho que
a negociação, nesse primeiro momento, era o diálogo.
O rapaz não estava com arma de fogo e não tinha como
atingir à distância. Nessas ocasiões, o diálogo ainda é a
melhor saída’, disse. (CIDADEVERDE.COM, 2016, [s.p.])
Resolução da situação-problema
Vamos analisar essa situação-problema sob o ponto de vista do
perfil e do treinamento, objetos desta seção de ensino. São muito
comuns ocorrências em que um agente armado dispara contra
possíveis agressores. A legislação é rigorosa quanto ao emprego
de armamento por agentes de segurança, o que deve redobrar
os cuidados com o seu uso, mesmo em casos de necessidade.
Durante o treinamento, o vigilante é submetido a uma bateria de
testes e avaliações sobre o que aprendeu e realiza treinamentos e
reciclagens para fixar os conhecimentos adquiridos e se adestrar em
suas competências. O uso de armas no exercício profissional deve
obedecer aos limites das normas e da lei, principalmente para a área
de segurança privada, cujos profissionais não têm poder de polícia. Na
defesa do patrimônio ou de pessoas, todo cuidado é pouco para que
não se deixe brechas que possam incriminar o agente e sua empresa.
A resposta do profissional da segurança deve ser medida sempre em
função da ameaça ou do ataque presente, não cabendo a ele agir
como força de segurança pública, senão apenas como defensor de
um patrimônio ou pessoa e dentro dos limites das normas e da lei. No
caso em pauta, embora a ameaça tenha se transformado em ataque,
salvo melhor juízo, o agressor não estava colocando em perigo a vida
do vigilante ou de outras pessoas, mas causava danos ao patrimônio, o
que poderia ser evitado com a tentativa incialmente de contenção ou
negociação do agressor. Ainda nesse caso, o acionamento imediato
da polícia poderia antecipar a neutralização do agressor.
Outro aspecto a ser observado é a necessária frieza e o necessário
equilíbrio e bom senso a serem mantidos em qualquer ação mais
incisiva do vigilante. Saber dimensionar a ameaça e projetar a resposta
adequada pode ser ensinado e treinado para que o vigilante seja
U2 - Técnicas de treinamento 79
adestrado em situações semelhantes e possa agir segundo as normas
e a legislação. O emprego do armamento deve ser feito em último
caso, quando nem o fator presença do vigilante, nem os dispositivos
de proteção do patrimônio, do vigilante e de outras pessoas tenham
sido suficientes para desestimular o agressor.
De qualquer forma, essa análise não visa incriminar ou depreciar
a atitude do vigilante, tendo em vista que a notícia, por si só, não
informa todas as condições em que ocorreu o incidente.
80 U2 - Técnicas de treinamento
mesma área.
d) realizar treinamentos constantes do seu protegido, com vistas a mantê-
lo preparado para um eventual atentado.
e) fiiliar-se a uma organização de estudo da segurança com vistas a
atualizar conhecimentos.
a) seriedade.
b) bondade.
c) proatividade.
d) humildade.
e) seletividade.
U2 - Técnicas de treinamento 81
Seção 2.2
Trabalho em equipe
Diálogo aberto
82 U2 - Técnicas de treinamento
profissional são atores ou atrizes extrovertidos e sociáveis; indivíduos
de temperamento apático, mas que, pelo treinamento, tornam-se
capazes de afrontar o perigo da própria vida.
Tratando-se de técnicas de facilitação do relacionamento
profissional, vamos verificar que é possível adequar o jeito de cada
um às exigências da profissão. Assim, o curso de vigilantes ensina
aos seus alunos como lidar com o público, com os seus clientes
e com os seus colegas de trabalho, superiores e subordinados.
Ensina a disciplina e a contenção, fazendo o aluno perceber o valor
do autocontrole, e colabora para que o vigilante, por meio da sua
postura e do seu comportamento, consiga transmitir segurança,
determinação e autoconfiança. Tudo isso vai ao encontro dos
objetivos do treinamento e do trabalho de equipe.
Referente às atitudes desejadas ao profissional da segurança,
essas competências adquiridas vão facilitar ao vigilante o desempenho
do seu papel profissional. Um treinamento, tema da nossa unidade,
é um esforço de mudanças e reforços de perfis, valorizando o que
o aluno já traz como características da própria personalidade e
transformando atitudes e reflexos inadequados em comportamento
profissionalmente correto. O exemplo a seguir pode mostrar o que o
poder de decisão, reflexo e iniciativa podem fazer em um momento
de crise.
U2 - Técnicas de treinamento 83
uma reação correta na neutralização de Hinckley. Considerando a
cena descrita acima, procure caracterizar, à luz do que foi estudado,
as reações desejáveis evidenciadas pelos agentes e, mais ainda,
procure descrever o que você percebe como trabalho de equipe e as
providências de segurança que poderiam ter sido tomadas para evitar
ou minimizar o incidente.
Recomendamos que você assista ao vídeo do atentado, disponível
em: <https://tvuol.uol.com.br/video/atentado-contra-presidente-dos-
eua-ronald-reagan-faz-30-anos-04028C993470CC810326>. Acesso
em: 27 ago. 2017. Esse é o ponto de partida para mais uma seção da
nossa disciplina. Lembrando que, ao final da Unidade 2, você estará
habilitado a realizar a comparação entre os sistemas de informação
da segurança pública e privada. Bons estudos!
84 U2 - Técnicas de treinamento
comportamento, como já dissemos, que o ser humano apresenta
nas diversas situações da vida e que, para nós, nesse momento, é
importante para analisarmos o desempenho do vigilante. Mas, então,
que virtudes ou competências deve possuir o vigilante, dentro do
quadro das reações humanas? Onde encontramos as referências de
capacitação e desempenho nessa área de reações humanas?
Para isso, vamos nos apoiar mais uma vez na Portaria 3.233/12
(BRASIL, 2012), aquela à qual já nos referimos em seções e unidades
anteriores. Resumimos aqui, para não sermos muito repetitivos,
grifando o que no perfil possa ser estritamente ligado às reações
humanas desejáveis para um vigilante.
1. Perfil do vigilante – o vigilante deverá ter o seguinte perfil
profissional:
a) Preventivo/ostensivo: atributo de o vigilante ser visível ao público
em geral, a fim de evitar a ação de delinquentes, manter a integridade
patrimonial e dar segurança às pessoas.
b) Proatividade: ação de antever e antecipar-se ao evento danoso,
com o fim de evitá-lo ou de minimizar seus efeitos e, principalmente,
visar à adoção de providências para auxiliar os agentes de segurança
pública, como na coleta das primeiras informações e evidências da
ocorrência, de preservação dos vestígios e isolamento do local do
crime.
c) Relações públicas: qualidade de interação com o público,
urbanidade, sociabilidade e transmissão de confiança, priorizando o
atendimento adequado às pessoas com deficiência.
d) Vigilância: atributo de movimento, dinamismo e alerta,
contrapondo-se ao conceito estático.
e) Direitos humanos.
f) Técnico-profissional: capacidade de empregar todas as técnicas,
doutrinas e ensinamentos adequados para a consecução de sua
missão.
g) Adestramento: atributo relacionado à desenvoltura corporal,
com aprimoramento físico, domínio de defesa pessoal e capacitação
para o uso proporcional da força por meio do emprego de tecnologias
não-letais e do uso da arma de fogo, como último recurso de defesa
própria ou de terceiros.
h) Higidez física e mental.
i) Psicológico: perfil psicológico adequado ao desempenho do
serviço de vigilante.
U2 - Técnicas de treinamento 85
j) Escolaridade.
Em quais desses fatores desejáveis no perfil de um vigilante você
imagina que não haja necessidade de controle das reações humanas?
Muito poucos, não é mesmo?
Para cada um desses aspectos do perfil, há de ser eleita uma ou
mais disciplinas formadoras, com seus diversos assuntos e objetivos
parciais. Por exemplo, conhecimento profissional implica, para
o vigilante, entre outras coisas, saber manusear uma arma com
autocontrole psicológico e serenidade. Para isso, uma das disciplinas
essenciais é “Armamento, Munição e Tiro”. Essa disciplina poderá estar
dividida nos seguintes assuntos: “Uso e características do armamento
do vigilante”; “Tiro de instrução”; “Manutenção do armamento do
vigilante”; “Legislação e normas relativas ao armamento do vigilante”;
“Primeiros socorros em acidentes com armas de fogo”. A cada assunto
desse são vinculados padrões de comportamento que permitam
evitar o pânico, o susto, a imprudência, a hesitação, entre outros, mas
todos referentes ao controle da reação normal de um ser humano
quando no uso do armamento.
Em sua Apostila de Agentes de Segurança Pessoal Privada
(CESEVIG, [s.d.]) o CESEVIG apresenta alguns conceitos interessantes.
Por exemplo:
86 U2 - Técnicas de treinamento
animal a fazer coisas segundo a sua natureza, como caçar, mamar,
vigiar, fugir etc. Instinto, aqui, trata de uma percepção baseada em
um sexto sentido humano, mas que é relatado como presente em
muitas situações de ameaça e perigo. A percepção também pode ser
aguçada pelo treinamento. Um caçador experimentado consegue
perceber detalhes do campo ou do terreno que lhe permite saber
qual animal está por perto, pela identificação do seu habitat através
de algumas informações. Nesse caso, não é um sexto sentido, mas
o conhecimento ditado pela experiência. Acostumado a situações
de ação de segurança, um agente de segurança pode identificar
e perceber situações de perigo para o seu protegido, bem como
identificar, no semblante das pessoas, atitudes de ameaça ou de
medo, ou de desconfiança. Mais uma vez, a reação humana deve ser
explorada a favor do agente e do protegido e contra o atacante ou
perpetrador de um atentado.
Isso nos remete ao conceito de inteligência emocional, que:
U2 - Técnicas de treinamento 87
às situações diversas, como a capacidade de correr, de lutar, de
se movimentar com rapidez, de agir sob reflexo e de impor ou
impressionar pela aparência física.
88 U2 - Técnicas de treinamento
inimigos até com uma performance, costume que até hoje é tradição
quando equipes neozelandesas disputam partidas de rúgbi em
campeonatos mundiais. Reações masculinas e femininas são típicas
e reconhecidamente diferentes em situações semelhantes. Jovens
impõem menos respeito do que adultos e idosos passam a imagem
de serem mais frágeis. Assim, aspectos como idade, sexo, tamanho,
força e expressão facial são fatores físicos que influenciam as reações
humanas.
– Fatores ambientais: são aqueles que influenciam as reações
humanas pela percepção que as pessoas têm do meio ambiente
em que a situação se apresenta. Ambientes fechados ou abertos,
chuva, frio, calor, vento, aglomerações, noite, dia podem mudar a
reação de uma pessoa. Mesmo os mais famosos exércitos do mundo
suspendiam as suas ações militares sob o rigor do frio. Em uma
progressão em zona de emboscada, soldados tendem a ficar mais
nervosos e suas reações em caso de ataque podem ser de pânico
e imprevisíveis. À noite, muitas das nossas reações podem ser bem
diferentes em relação à mesma situação de dia, em função não
apenas da claridade ou obscuridade, mas em função do que a noite
ou o dia representam em nossa cultura.
– Fatores situacionais: são aqueles que influenciam as reações
humanas em determinados eventos ou ocorrências. As pessoas
influenciam o ambiente onde estão pelas suas atitudes e pelo seu
comportamento. Velórios, shows, solenidades, festas populares,
desfiles militares, casamentos, comícios, deslocamentos etc.
apresentam e conduzem a comportamentos individuais e coletivos
diferentes que incentivam ou inibem as reações das pessoas. Para o
caso de uma ação de segurança, uma situação de ameaça iminente
provoca reações diferentes não apenas pelo aspecto psicológico,
mas pelo conjunto de reações humanas inerentes à situação vivida.
– Fatores psicológicos: são aqueles próprios de uma pessoa e
que podem fazê-la reagir de maneira diferente de uma outra pessoa
na mesma situação. Uns têm medo do escuro, outros de ambientes
fechados, outros têm medo de altura, outros têm “pavio curto”.
Experiências anteriores, traumas, bloqueios, inseguranças, esses
comportamentos são, talvez, a maior ameaça à estabilidade do
indivíduo em uma situação de defesa de um protegido.
Mas tudo isso pode ser controlado ou neutralizado em uma
ação de segurança, pelo treinamento e desenvolvimento de ações
reflexas. Um lutador de judô aperfeiçoa seu estilo e a velocidade de
seus golpes por meio de um extenuante e constante treinamento.
U2 - Técnicas de treinamento 89
É o treinamento e as lutas no tatame que o fazem perder parte do
medo de um combate, que o fazem ignorar a fama, o tamanho ou
a força do seu oponente. O medo do iniciante vai desaparecendo à
medida que o atleta vai enfrentando situações parecidas com seus
futuros combates e faz com que ele adquira confiança em si mesmo,
atitude essencial para o seu sucesso. O medo de se falar em público
é eliminado ou diminuído pela exposição gradativa ao público. A
insegurança do que se deve fazer desaparece com a frequência de
treinamento em situações típicas e os reflexos da direção defensiva
são obtidos com o manejo constante do carro.
Perceba que as reações humanas típicas, como medo,
insegurança, retardo nos reflexos e submissão a forças emocionais
podem ser controladas e minimizadas pelo treinamento adequado.
Mas que tipos de treinamento podem favorecer o agente de
segurança para que ele tenha um bom desempenho profissional?
Podemos identificar diversos tipos de treinamento. Para o caso de
treinamento de vigilantes podemos citar:
– Treinamento físico: que busca aperfeiçoar as condições físicas
do vigilante para capacitá-lo a ter a força, a flexibilidade e a resposta
muscular necessária para ser agente eficiente das ações de segurança.
– Treinamento profissional: que busca capacitar o vigilante
a desempenhar suas tarefas com conhecimento de causa, isto
é, sabendo os princípios e diretrizes, táticas e técnicas, normas e
legislações que dominam a área de segurança pessoal.
– Treinamento psicológico: que busca dar ao vigilante o equilíbrio
e a frieza necessários para se comportar adequadamente em situações
críticas de ameaça e perigo para ele e para o protegido.
– Treinamento tático: que busca colocar o vigilante em contato
com situações simuladas que imitam situações reais. Constituem-
se de treinamento em equipe, planejamento de segurança, uso de
armamento e equipamento em ações conjuntas; treinamento de
tomadas de decisão em situação de perigo e ameaça, entre outras.
Nos treinamentos tático e psicológico estão incluídos, também, o
trato com a população em situações normais e críticas e o ajustamento
às normas e diretrizes da empresa e do cliente, vale dizer: obediência,
disciplina, educação e serenidade.
90 U2 - Técnicas de treinamento
Assimile
Caro aluno, é preciso que alguns conceitos sejam repassados para
permitir uma melhor assimilação do conteúdo apresentado. Sabemos
que reações humanas são manifestações de comportamento que se
caracterizam como respostas físicas ou psicológicas a estímulos internos
ou ambientais. Elas podem ser conscientes e inconscientes, ativas e
passivas. Reações humanas são um importante estudo para a formação
de um vigilante e para o seu desempenho profissional. Também é bom
lembrar que são quatro os tipos de treinamento: físico, profissional,
psicológico e tático.
U2 - Técnicas de treinamento 91
cumprir o seu dever.
A segunda competência é saber lidar com a convivência social,
dentro e fora do seu trabalho. Isso compreende ser educado,
tolerante e saber conviver com opiniões contrárias. Nesse caso, deve
saber interpretar as reações humanas de aprovação e desaprovação,
de simpatia e antipatia.
A terceira competência leva o vigilante a aplicar o que se refere às
outras duas: tratar com seu cliente e o público de forma a cumprir a
sua tarefa sem ofender os princípios de urbanidade e respeito.
Reflita
Vamos refletir sobre algumas situações que podem ocorrer e até mesmo
são comuns na vida do vigilante: um cliente aparece bêbado e deseja
entrar em uma agência bancária; um fã não quer se afastar do protegido;
o protegido reage aos procedimentos de segurança recomendados; ou
você está muito nervoso porque a situação saiu fora do controle. Como
você agiria em cada um desses casos, considerando o seu treinamento
como vigilante e a necessidade de lidar com esse tipo de reação
humana? Aponte três virtudes que deverão guiá-lo no atendimento
dessas ocorrências e que dizem respeito a reações humanas.
Exemplificando
92 U2 - Técnicas de treinamento
A situação apresentada é um exemplo real em que as reações tanto
do cliente como do vigilante são questionáveis. A reação do cliente ao
ser barrado pelo vigilante somou-se à frustação de ter sido demitido, o
que provocou um surto de revolta e desespero e sua discussão com o
vigilante. No entanto, o vigilante errou, pois estava protegido dentro do
banco e devia estar acostumado às reclamações de clientes que chegam
ao banco após o final do expediente. Sua reação revela descontrole. Se
desconfiasse ser um assalto, deveria acionar a polícia e se posicionar de
forma a poder reagir caso a ameaça se tornasse mais grave. Discussões
podem resultar em danos físicos graves e vigilantes devem demonstrar
tranquilidade e firmeza no trato com o público. O uso da arma só se
justifica ante uma ameaça não contornável contra a vida, sua ou de outra
pessoa, caso que se pode enquadrar como legítima defesa.
Pesquise mais
Prezado aluno, veja a seguir, algumas fontes de consulta sobre esse
assunto.
U2 - Técnicas de treinamento 93
missão de segurança pessoal e executiva, eficiência e autocontrole são
essenciais. O agente de segurança, como o vigilante, deve neutralizar
os fatores adversos que possam inibir a sua iniciativa e liberar dos
seus recursos pessoais oriundos do treinamento os procedimentos
corretos para socorro de qualquer situação crítica. Na iminência de
um ataque, os fatores situacionais ganham relevância e devem ser
percebidos pelo agente e conquistados a seu favor. Isso quer dizer que
as condições de momento devem merecer o máximo de atenção para
que as reações humanas envolvidas colaborem para a manutenção
da segurança e incolumidade de agentes e protegidos. Sob ataque,
fatores físicos e psicológicos ganham relevância, tendo em vista
serem os principais vetores a serem controlados. Vigor físico, sangue
frio, obstinação e coragem devem neutralizar qualquer sensação de
insegurança, medo ou apatia por choque. Seguir rigorosamente o
planejamento e improvisar o que for necessário exige grande controle
físico e psicológico. Considerando a situação-problema do ataque
ao ex-presidente Ronald Reagan, é possível caracterizar os diversos
fatores estudados. A análise a seguir é dedução nossa, em função das
informações contidas na situação-problema.
Fatores físicos: os agentes se lançaram sobre o presidente,
empurrando-o em direção ao carro oficial, com proteção blindada.
Agentes bem treinados e com reflexos rápidos indicam boas
condições físicas. Facilitam a resistência em caso de ferimentos e
permitem durar mais na ação. O presidente já estava com 70 anos
e, embora gozasse de boa saúde, tinha os seus reflexos diminuídos
e a sua pronta resposta comprometida. O atacante, com 26 anos,
gozava de vitalidade, o que lhe permitiu disparar seis tiros antes de ser
neutralizado.
Fatores psicológicos: incluem o treinamento a que são
submetidos e a experiência que possuem, pois são escolhidos a
dedo para serem responsáveis pela segurança de um presidente.
Estão confiantes e prontos. O presidente não esperava o ataque,
mas a pronta intervenção dos agentes diminuiu a sua vulnerabilidade
momentânea. O atacante deveria estar sob muita pressão psicológica,
mas se manteve firme, embora dos seis tiros que fez em pouco mais
de dois segundos, apenas um, por ricochete, atingiu o presidente. A
pressa em disparar evidencia uma precipitação.
Fatores ambientais: nada indica, na situação-problema, que
houvesse condições adversas para a defesa do presidente, embora o
fator surpresa tenha favorecido o atacante, que pôde se aproveitar do
tumulto da multidão para perpetrar o atentado.
94 U2 - Técnicas de treinamento
Trabalho de equipe: funcionou muito bem, tendo em vista que a
reação foi rápida e coordenada, o que permitiu que a inciativa de um
agente preferisse conduzir o presidente a um hospital, certamente
uma das linhas de ação em caso de ferimento do protegido.
Providências de segurança que poderiam ter sido tomadas para
evitar ou minimizar o incidente (aqui vale considerar alguns aspectos).
1. Reagan deveria participar de um compromisso político, um
almoço, no Hotel Hilton.
2. Havia pessoas do lado de fora do hotel aguardando a saída do
presidente.
3. O presidente caminhou em direção ao carro oficial, acenando
em frente à multidão que o aguardava.
4. Havia cordão de isolamento formado por policiais, entre a
posição do presidente e a multidão.
5. Reagan vestia um terno preto que foi perfurado por um projétil
de calibre .22.
É difícil analisar uma situação de atentado quando não se tem
todas as informações necessárias. Faremos aqui uma análise com o
que se dispõe.
1. Reagan gozava de popularidade, que aumentou após o ataque.
Não era de se esperar que sofresse um ataque nessas situações. No
entanto, como já estudamos, existem muitas motivações para um
atentado e, no caso do presidente, foi uma tola demonstração de
poder de um jovem obcecado pela atriz Jodie Foster. O que nos leva
a pensar que SEMPRE deve se esperar um ataque. Então, providências
como distância do protegido e dobramento de número de agentes
seriam desejáveis.
2. Sempre há a necessidade de se manter controle e vigilância
sobre aglomerações, principalmente em locais de presença esperada
da autoridade.
3. Reagan era um homem de estatura alta, 1,85 m, portanto,
um alvo de vulto. Isso aumenta a possibilidade de ser atingido,
principalmente durante seus acenos para o público, quando expunha
o lado esquerdo. Nesses casos, recomenda-se escudo humano
formado por alguns agentes de estatura igual ou superior.
4. Embora houvesse um isolamento formado por alguns policiais,
Hinckley não teve dificuldade de se aproximar para executar os
disparos. Nota-se, em algumas fotos e filmes, que os policiais olhavam
para o presidente e não para a multidão no momento do ataque.
Isso devia ter sido recomendado a todos os agentes de segurança,
U2 - Técnicas de treinamento 95
inclusive policiais em serviço.
5. O terno de Reagan foi perfurado por uma munição .22
ricocheteada. Isso pode indicar que o presidente não usava terno
com tecido para-balas, nem colete de proteção, providências
indispensáveis do vestuário de uma autoridade.
Eis uma proposta de solução à nossa situação-problema. Analise,
critique e formule as suas hipóteses e soluções. Bons estudos.
Avançando na prática
Atentado terrorista na Suécia
Descrição da situação-problema
Apresentamos aqui uma nova situação-problema com vistas
a exercitar a sua capacidade de compreender a importância das
reações humanas no trabalho do vigilante.
96 U2 - Técnicas de treinamento
O questionamento aqui se refere às condições de reação do
agente de segurança à luz das atitudes desejadas ao profissional de
segurança.
Resolução da situação-problema
Caro aluno, apresentamos aqui uma sugestão simplificada para a
solução da situação-problema apresentada. Ressalta-se na situação
que o vigilante se defrontou com um atentado sendo praticado.
A primeira coisa que se destaca é a iniciativa, isto é, agir sem ser
demandado, por pura vontade própria e no momento necessário.
Destaca-se, também, a improvisação do agente ao usar o próprio
carro para interceptar o atacante em plena ação. Outra virtude
evidenciada é a coragem, que, conforme o próprio vigilante confessa,
teve de superar o medo. Um comportamento também esperado e
perfeitamente evidenciado é o desprendimento, isto é, a virtude de
arriscar a própria segurança em defesa de outros. O vigilante não só
teve uma reação ativa, como ainda foi ajudar os feridos depois de ter
neutralizado o atacante. Isso demonstra espírito de humanidade. As
limitações pessoais existiam como existem em qualquer pessoa, mas
o seu treinamento profissional e tático se evidenciou e, ainda mais:
a valorização de virtudes desejáveis a todo vigilante em sua prática
profissional.
U2 - Técnicas de treinamento 97
2. Existem diversos fatores que influenciam o comportamento humano.
Situações de estresse podem determinar explosões de apatia ou desespero.
Condições do local e disposição e ânimo podem determinar se um indivíduo
faz ou não determinada coisa, mesmo reconhecendo a utilidade da ação.
Entre os fatores que condicionam o comportamento humano, e segundo
o que foi apresentado, podemos didaticamente considerar a existência de:
98 U2 - Técnicas de treinamento
Seção 2.3
Organização da segurança privada
Diálogo aberto
U2 - Técnicas de treinamento 99
brasileiras, contará com policiais federais brasileiros e
apoio das polícias Militar e Civil, das Forças Armadas e
da Guarda Municipal, no Rio. [...] A Delegacia de Defesa
Institucional (Delinst) da Polícia Federal brasileira deve
ocupar a portaria e entradas do hotel, e fará um segundo
anel de segurança de Obama e de sua família. No Rio,
policiais militares de unidades de elite, como o Bope e o
Grupamento Tático de Motociclistas (GTM) vão integrar
a segurança de área. Caberá à PM fechar avenidas por
onde passará o comboio de carros de Obama, de sua
segurança e da comitiva, abrir caminho com batedores
em motocicletas e fazer o patrulhamento ostensivo
das ruas [...] Especialistas em explosivos da Divisão
Antibomba da Polícia Civil também estão designados.
Outros policiais civis e a Guarda Municipal completam
o esquema, em tarefas secundárias. As Forças Armadas
devem colaborar com pessoal à paisana (segurança
“velada”) e fardado, com o possível uso de blindados,
reforçando o patrulhamento nos itinerários e ajudando
no balizamento do trânsito. Atiradores de precisão
(snipers, ou “caçadores”, no jargão militar), espalhados
por lugares estratégicos, vão formar duplas e ocupar
“pontos dominantes”. Eles estarão nesses lugares altos,
com visão privilegiada, na Cidade de Deus, favela de UPP
que visitará, e na Cinelândia, onde ocorrerá o discurso de
Obama ao público brasileiro. (GOMIDE, 2011, [s.p.])
Reflita
Frente a essas informações relativas ao cenário de segurança, vamos
pensar mais um pouco nas suas influências nas oportunidades de ofertas
de serviços. Como você sabe, o mercado de serviços é o ponto de
encontro entre os que procuram proteção para eles mesmos ou seus
patrimônios. Isso posto, que tipo de serviços você considera que será
o mais procurado? Com o aumento da sofisticação tecnológica e nos
armamentos e face ao controle da legislação, que saída você sugere às
empresas de segurança para acompanhar esse boom tecnológico?
Pesquise mais
Prezado aluno, você pode encontrar material para reforço do que foi
estudado nas obras a seguir:
GIOVENARDI, Ricardo. Gerenciamento de crises corporativas. São
Paulo: RG Editores, 2011.
Gerenciamento de crise
Descrição da situação-problema
Prezado aluno, vamos aqui explorar um exemplo relacionado ao
gerenciamento de crise.
Resolução da situação-problema
Caro aluno, no gerenciamento de crise, deve-se seguir três etapas:
identificação do estado de crise; análise e determinação das causas da
crise; e medidas de neutralização ou minimização da crise. No caso,
não parece ter havido esse cuidado por parte do vigilante. Ao tentar
identificar o estado de crise, o vigilante deveria ter como parâmetros:
ameaça à vida, perigo para o protegido ou coisa protegida, ou
situação fora do controle. Na segunda etapa, verifica-se por que
existe a crise. Se um tanque de água está transbordando (crise) pode
Convite ao estudo
Nesta unidade, você vai receber um conjunto de informações
muito importantes vinculadas à gestão em segurança pessoal.
Como você já deve saber, a gestão de qualquer atividade humana
é um dos principais fatores de sucesso de um empreendimento.
É ela que define os objetivos de um negócio e os caminhos
que devemos tomar para atingi-los. E o gestor, como o principal
vetor nesse processo, deve possuir competências e habilidades
particulares que vão desde liderança até conhecimentos
técnicos sobre gestão e economia. Para uma empresa de
segurança, determinadas competências devem estar mais em
evidência: competência administrativa, percepção de mercado,
comprometimento e espírito de missão. Espírito de missão não
é uma competência comum e vamos explorá-la mais no item
Não pode faltar. Esta unidade esta dividida em três seções:
Segurança pessoal, Agir com segurança e Compartilhamento
e sigilo de informação. Ainda que você não esteja ocupando
um cargo de gestor, ou mesmo que não deseje ocupá-lo,
é importante conhecer os processos e as particularidades
da missão do gestor como forma de auxiliar efetivamente a
organização como um todo, facilitando o trabalho daqueles
que estão nessa função.
Diálogo aberto
Assimile
É importante que você compreenda bem essas informações iniciais. A
primeira é a noção de cenário como a imagem de uma situação, evento
ou ocorrência com todos os seus detalhes visíveis e invisíveis, como
componentes culturais e psicológicos. Um cenário de segurança contém
elementos físicos, ambientais, culturais e psicológicos. É importante
também lembrar os tipos de cenários mais frequentes: ambiente aberto/
perpetrador unitário; ambiente aberto/vários perpetradores; ambiente
fechado/perpetrador único; e, ambiente fechado/vários perpetradores.
Pesquise mais
Para saber mais sobre Diagrama de Ishikawa, consulte:
Exemplificando
Vejamos um exemplo da análise de um cenário de uma ocorrência atual:
o atentado em Londres. Ataque terrorista deixa sete mortos e 48 feridos
em Londres (G1, 2017). Cenário: ambiente aberto/um perpetrador
(van). Nesse cenário, existe uma grande vantagem para o atacante:
possibilidade de atacar muitos alvos; rota de fuga; possibilidade de
emprego de vários meios de ataque; elemento surpresa; dificuldade de
se prever o local, os meios e momento do ataque. As ações preventivas
para esse caso são genéricas e se limitam à fiscalização e vigilância
constante em áreas de grandes concentrações de pessoas e medidas
padronizadas pós-ataque, que englobam isolamento de área, buscas e
apreensões, neutralização dos atacantes e cruzamento de informações
que possam identificar possíveis atacantes. Como se trata de Londres,
é facilitado o levantamento do perfil provável dos atacantes e a sua
associação com grupos terroristas radicais.
Pesquise mais
WADE, Woody. Planejando cenários: um guia prático para se preparar
para o futuro do seu negócio. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
Operacionalização
Avançando na prática
Planejamento de segurança de uma autoridade que comparece
ao enterro
Descrição da situação-problema
Para a participação de uma autoridade em um evento, o ambiente
externo ou interno pode merecer mais atenção do que a própria
natureza da ameaça em si, por causa do volume de agentes que
pode ser necessário para um ambiente ou outro. Propomos aqui,
inicialmente, uma situação-problema para que você comece a pensar
sobre a importância do cenário. Pense em você como o planejador
de um plano de segurança para a proteção de uma autoridade que
vai comparecer ao enterro de um outro político. Você tem como
elementos físicos os agentes de segurança com seus equipamentos,
armamentos, meios de transporte, além do protegido; você tem
como elementos ambientais o cemitério, as pessoas que participarão
do enterro, o horário, as condições do tempo e a duração do enterro;
você tem como fator psicológico o sentimento de constrição e
tristeza; tem como elemento cultural ou comportamental a rotina do
cerimonial e a necessidade de máxima discrição. A questão é: como
você concebe a influência desses diversos fatores como elementos
de facilidade ou restrição para uma ação de segurança? Pense
em como cada uma dessas informações poderia influenciar o seu
planejamento e a sua decisão.
Resolução da situação-problema
O planejamento de toda ação de segurança inclui a visualização de
um cenário em que diversos elementos informam sobre possibilidades
de defensor e atacante. Em cada situação ou cenário, cada um
a) Elementos culturais.
b) Elementos físicos.
c) Elementos ambientais.
d) Elementos psicológicos.
e) Elementos humanos.
a) Amarelo.
b) Laranja.
c) Vermelho.
d) Verde.
e) Marrom.
a) Semicírculo.
b) Círculo.
c) Hexágono.
d) Pentágono.
e) Trapézio.
Exemplificando
Vamos apresentar uma tabela que pode ser empregada na avaliação das
linhas de ação (LA).
FE ER EPO TOTAL
LA
1 3 2 6 2 1 2 2 3 6 14
LA
4 2 8 3 1 3 3 3 9 20
2
LA
3 2 2 4 3 1 3 2 3 6 13
Legenda:
FE – facilidade de execução.
ER – economia de recursos.
Observe que cada critério tem uma nota, um peso e um total. A nota é
aquela que a linha de ação recebe segundo aquele critério (varia de 0 a
5). O peso é o valor que cada critério tem para os planejamentos (varia
de 1 a 3). O total é o resultado de nota x peso. Por exemplo, a Linha de
ação 1 recebeu nota 3 em “facilidade de execução” que, por ter peso 2,
ficou com um total de 6 pontos. Somando-se os totais de cada critério
para cada linha de ação, obtém-se o total que determina a pontuação
final de cada linha de ação. A Linha de ação 1 obteve os totais 6, 2 e 6,
portanto, seu total de pontos é 14, como pode ser visto na tabela. A linha
de ação a ser escolhida é a LA 2, com 20 pontos, seguida da LA 1, com
14, e da LA 3, com 13 pontos.
Assimile
Caro aluno, até aqui apresentamos diversos conceitos ligados ao tema
agir com segurança. Precisamos rever alguns desses conceitos para
facilitar a sua compreensão e fixação. Começamos pelo conceito de
estratégia como sendo um conjunto de ações planejadas para atingir
determinado objetivo. Também vimos a definição de planejamento
como sendo um conjunto de ações que estabelece a maneira pela
qual se vai realizar uma ação. Vale a pena, também, rever as fases do
planejamento: estudo da situação; determinação das metas e objetivos;
levantamento dos recursos disponíveis; elaboração das linhas de ação;
seleção das linhas de ação; elaboração do plano; e análise crítica do
planejamento.
Pesquise mais
Aqui estão outras fontes para você pesquisar e saber mais sobre esse
assunto:
Avançando na prática
Falhas na segurança do presidente
Descrição da situação-problema
Descreveremos, agora, mais uma situação-problema que nos
permita explorar um pouco mais o tema agir com segurança.
Resolução da situação-problema
Dessa forma, o nosso estudo sugere que, para que o planejamento atenda
a todos os requisitos necessários, seja dividido nas seguintes fases, pela
ordem:
a) Forças e oportunidades.
b) Forças e ameaças.
c) Ameaças e oportunidades.
d) Fraquezas e forças.
e) Fraquezas e oportunidades.
Exemplificando
Vamos analisar agora um exemplo hipotético: agentes de segurança
buscavam informações sobre o paradeiro de um conhecido perpetrador
de atendados, John Fleck, quando foram abordados por Thomas Link,
conhecido contraventor, interessado na recompensa da informação.
Link informava que Fleck se refugiava em uma pequena fazenda em
Forestshire e que aparecia no pub da vila próxima para beber todos os
domingos. Os agentes, de posse desses dados, iniciaram o diagnóstico
da informação considerando o seguinte:
Assimile
Até o momento, tivemos conhecimento de diversos conceitos
importantes para o trato das informações e que merecem um reforço.
O primeiro deles é informação. Informação é um dado que foi analisado
e diagnosticado segundo técnicas próprias. Pela sua importância, a
informação merece atenção especial e controles que se constituem
em um sistema de segurança chamado de segurança da informação.
É bom saber também que os dados submetidos a um diagnóstico de
análise passam por um crivo com os seguintes filtros: fonte, utilidade,
confiabilidade, relevância e disponibilidade.
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Segundo o que estudamos, o processo de busca da informação
inclui as seguintes etapas: análise da ação pretendida, identificação das
informações pertinentes, seleção das possíveis fontes de informação,
ação de busca de informações, organização das informações obtidas.
Na notícia, podemos verificar que a polícia belga tinha dificuldade em
obter e, principalmente, processar determinados dados: a análise de
explosivos, por exemplo. Então, parte para a busca de informações.
Na primeira etapa, faz uma análise da ação pretendida, que é
agir contra perpetradores de atendados; na etapa seguinte, identifica
que necessita de informações, inclusive sobre explosivos; na terceira
etapa, seleciona fontes de informação, no caso, forças policiais de
a) depuração.
b) avaliação.
c) diagnóstico.
d) comparação.
e) preparação.
a) Disponibilidade.
b) Relevância.
c) Fonte.
d) Utilidade.
e) Confiabilidade.
Planejamento e sistema
Convite ao estudo
Caro aluno, nesta unidade, intitulada Planejamento e sistema,
vamos estudar os seguintes conteúdos: na Seção 4.1, veremos
sobre o sistema de controle de acesso e tentativa de intrusão;
circuito fechado de televisão; centrais de controle; segurança
física (elementos, tipos de fechadura, barreiras); na Seção 4.2,
aprenderemos sobre o intercâmbio de informação; inteligência
empresarial; vazamento de informação; consequências legais
contra o vazamento; por fim, na Seção 4.3, conheceremos
as noções fundamentais de primeiros socorros; sinais vitais;
materiais e equipamentos de socorro imediato; acidentes mais
frequentes em operações de segurança pessoal e executiva;
atendimento pré-hospitalar tático; técnicas de manejo de
feridos; técnicas de ressuscitação (RCP); planejamento no
atendimento de acidentados em operações de segurança
pessoal e executiva; manual de primeiros socorros para
segurança pessoal e executiva. Tudo isso para capacitá-lo
a entender e participar de trabalhos de estabelecimento de
circuitos físicos de proteção, atuação de agentes e vigilantes,
cuidados com o trato da informação e, finalmente, socorrismo.
Bons estudos.
Seção 4.1
Metodologia da segurança
Diálogo aberto
Caro aluno, veja as notícias a seguir.
Assimile
Prezado aluno, nesta altura do nosso texto, já temos a necessidade
de reforçar alguns conceitos importantes para a compreensão geral
do conteúdo. Vimos que sistemas ou recursos de segurança ligados
ao controle de acesso e circulação podem ser de quatro tipos: físicos,
eletroeletrônicos, humanos e híbridos. Também vimos que, em cada um
desses sistemas, existem vantagens e desvantagens em sua utilização.
Por exemplo, recursos físicos geralmente são mais simples e menos
custosos, sendo de fácil aplicação e podendo agir, se necessário, de
forma independente e até isolada. Lembramos que esse isolamento e
essa independência só são válidos para situações em que o acesso e
a circulação não necessitem de fiscalização e intervenções constantes.
Reflita
O avanço da tecnologia indica que novas formas, mecanismos e recursos
de segurança surgirão e com uma velocidade cada vez maior. Mas os
recursos disponíveis para os atacantes também estarão mais sofisticados,
como já vem acontecendo. Em sua opinião, com base no que se observa
na evolução dos sistemas de recursos e sistemas de controle de acesso
e circulação, qual dos tipos estudados tende a avançar mais: Os físicos,
os eletroeletrônicos, os humanos ou os híbridos?
Exemplificando
Veja, no exemplo a seguir, um caso de invasão do qual se podem tirar
vários ensinamentos.
Pesquise mais
CLARKE, Richard A.; KNAKE, Robert K. Guerra cibernética: a próxima
ameaça à segurança e o que fazer a respeito. São Paulo: Brasport, 2015.
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Vemos, na notícia apresentada, não uma contradição em relação
aos postulados de segurança, mas a sua confirmação. Sim, muros
altos e grades protegem áreas de segurança, senão seria melhor
deixá-las abertas, não é mesmo? Ocorre que, como já dissemos,
obstáculos sem vigilância acabam protegendo os invasores. Pular o
muro da casa só é risco para o invasor se a defesa física estiver sob
vigilância eletroeletrônica, humana ou animal. Dentro dos muros,
essa proteção passa a ser um escudo visual para o invasor, que
a) Virtuais.
b) Humanos.
c) Eletroeletrônicos
d) Articulados.
e) Físicos.
a) Porta.
b) Aviso.
c) Barreira.
d) Circuito de TV.
e) Vigilante.
Assimile
Caro aluno, vamos aqui já reforçar alguns conceitos que foram
explanados: primeiro, vamos recordar que a informação é um dado
que pode gerar vantagens à organização no mercado em que atua.
Segundo, vamos entender que inteligência empresarial é um processo
que busca informações e recursos onde eles se encontram e os adapta
às necessidades das empresas, gerando novos processos, modificando
a visão da empresa sobre o seu mercado, por meio da coleta e obtenção
de conhecimento estratégico para a empresa. Vamos lembrar, também,
que a informação, por si só, tem pouca utilidade se não for usada para
gerar atitudes, seja na renovação dos seus processos, seja na aquisição
de ativos que lhe permitam incrementar eficiência e competitividade.
Exemplificando
Caro aluno, para exemplificar os conteúdos estudados, leia a notícia a
seguir:
Avançando na prática
A prova vazou!
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Conforme o que foi estudado, um vazamento de informação
normalmente ocorre por: falha no sistema de proteção à informação;
exposição da informação a níveis e círculos desnecessários; e
erros no armazenamento e trânsito de informações. Seguramente
houve falha no sistema de proteção à informação, tendo em vista
que os funcionários tiveram acesso às provas já impressas e prontas
a) Adequabilidade e produtividade.
b) Produtividade e competência.
c) Necessidade e capacidade.
d) Capacidade e competência.
e) Necessidade e adequabilidade.
Reflita
Convidamos você a analisar e refletir sobre a seguinte situação: em uma
ação de segurança, durante o transporte de um protegido, a equipe com
dois agentes sofre um ataque de arma de fogo, ferindo um dos agentes e
o protegido. O outro agente, verificando a gravidade da situação, decide
aplicar os primeiros socorros em ambos os feridos. Qual, a seu critério,
deve ser a prioridade de atendimento já que temos como feridos um
agente e o protegido?
Exemplificando
Pesquise mais
VARELLA, Dráuzio; JARDIM, Carlos. Primeiros socorros: um guia prático.
Rio de Janeiro: Claro Enigma, 2011.
Avançando na prática
Vigilante ferido! E agora?
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Em caso de acidentes ou atentados com armas de fogo que
atinjam vigilantes ou protegidos, é preciso ter muita calma, no sentido
de não se exasperar e deixar de ser uma opção de socorro. Ferimentos
com armas de fogo geralmente são graves e exigem sangue frio e
conhecimento de primeiros socorros. Para esse caso, vamos pedir
ajuda à Revista de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP).