Relatorio Final Do Salvamento Dos Sitios
Relatorio Final Do Salvamento Dos Sitios
Relatorio Final Do Salvamento Dos Sitios
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
EQUIPE TÉCNICA
Scientia Ambiental
Coordenação Geral: Dra. Solange Bezerra Caldarelli
NUPArq/UFRGS:
Coordenação: Ms. Silvia Moehlecke Cope
Itaconsult:
Coordenação: Ms. Osvaldo Paulino da Silva
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 04
ANEXOS 71
INTRODUÇÃO 90
ANEXOS 144
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INTRODUÇÃO
Como as pesquisas, em ambas as margens do Rio Pelotas, foram feitas por equipes
diferentes, responsáveis tanto pelos trabalhos de campo quanto pelos estudos de
laboratório, o relatório divide-se em duas partes, sendo a primeira consagrada às
pesquisas na margem direita do Rio Pelotas (Estado de Santa Catarina) e a
segunda consagrada às pesquisas na margem esquerda do Rio Pelotas (Estado de
Rio Grande do Sul).
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INTRODUÇÃO
Salienta-se que este sítio foi denominado Armino Frigotto I, com a sigla SC-AG-101,
seguindo a ordem de cadastro dos sítios arqueológicos localizados no canteiro de
obras da UHE Barra Grande.
O SÍTIO NA PAISAGEM
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distante 200 metros de um lajeado e a 4,5 km do Rio Pelotas, a uma altitude de 600
metros acima do nível do mar, entre as coordenadas UTM 491569 / 6925140.
Durante anos, a área foi utilizada para agricultura, com o emprego de métodos
primários de cultivo, inclusive queimadas. Atualmente, a área apresenta cobertura
vegetal rasteira, sendo utilizada para pastoreio de gado vacum e atividade apícola.
Vista da área onde se localiza o sítio lítico Estrada de acesso ao sítio lítico na margem
Armino Frigotto, área II. direita do rio Pelotas, localidade de São
Sebastião do Rincão, município de Anita
Garibaldi.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ADOTADOS
Nas duas áreas escavadas, foi elaborado um croqui descritivo, contendo todos os
elementos em superfície, assim como a delimitação de cada área, na escala 1/50,
possibilitando a coleta sistemática do material arqueológico.
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parcialmente encobertas pela vegetação rasteira (grama). Como referido
anteriormente, este conjunto de materiais definiu os limites da área a ser escavada.
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forma de poço-teste. Encontrou-se solo argiloso com muito cascalho e rochas com
grau de intemperismo elevado. Nenhuma evidência arqueológica adicional foi
registrada.
Vista geral do primeiro nível escavado no Vista geral da área escavada, no segundo
sítio Armino Frigotto, área I. nível em 50% e no terceiro nível, nas
extremidades e no centro, sítio Armino
Frigotto, área I.
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Constatada a baixa ocorrência de material arqueológico no primeiro nível, decidiu-
se, como no sítio anterior, reduzir a escavação para cinqüenta por cento da
superfície delimitada, também em forma de xadrez. Observou-se solo pouco
compactado, com ocorrência de sílica amorfa e manchas de cascalho intemperizado,
juntamente com pequenas rochas. Neste nível, não se evidenciou nenhum material
arqueológico.
Vista geral do primeiro nível escavado, sítio Vista geral do segundo nível em 50% e
Armino Frigotto, área II. terceiro nível, nas extremidades e no centro,
no sítio Armino Frigotto, área II.
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Coleta Sistemática de Superfície
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Introdução
Assim, elaboramos uma lista de análise (ver anexo IV) que permite comparar os
vários sítios arqueológicos e identificar o que é que se modifica no que diz respeito
às estratégias adotadas pelos grupos na organização do uso dos espaços, a fim de
tentar compreender como viviam estas populações pretéritas no vale do rio Pelotas.
Além disso, apresenta-se neste relatório uma discussão acerca das Tradições
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Arqueológicas para grupos caçadores coletores que ocuparam a atual região Sul do
Brasil, na tentativa de destacar elementos que possam elucidar algumas questões
que suscitam dúvidas quanto a variabilidade de seus artefatos.
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estado do Paraná e República do Paraguai; a oeste, nas províncias argentinas de
Corrientes, Entre Rios e Misiones; a leste, o Oceano Atlântico; e ao sul, até o
extremo sul da América, no estreito de Magalhães (Ribeiro, 1990a: 131). Ocuparam
sítios a céu aberto e abrigos sob rocha.
Esta tradição lítica apresenta, de um modo geral, sítios a céu aberto, raramente
ocupando cavernas ou abrigos sob rocha. A maioria dos sítios é superficial, com
níveis arqueológicos de 20 a 30cm. Este grupo instalou-se junto às margens dos rios
e arroios das grandes bacias hidrográficas do sul do Brasil (Paraná, Uruguai e
Jacuí), tanto nas várzeas quanto nos terraços e colinas vizinhas.
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dessa tradição é composto por lâminas de machado manual, lascadas bifacialmente
(bifaces), talhadores (“choppers” e “chopping-tools”, ou seja, as talhadeiras uni e
bifaciais), picões, raspadores, plainas, facas, furadores, pontas e lascas (Kern, 1990:
112).
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Podemos inferir que estas culturas Pampa-Planalto (Umbu –
Humaitá) constituem uma única cultura de caçadores
coletores, que utilizou diferentes ambientes em épocas
distintas. Esta utilização diferenciada dos respectivos
ambientes (Pampa-Planalto) está relacionada à localização
dos sítios e composição e confecção dos instrumentos líticos.
Para testar esta hipótese, necessitamos de outros métodos de
classificação, diferentes dos até então utilizados (Hilbert, 1994:
13).
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Cita-se ainda trabalhos mais recentes, como o de Dias (1999), que em uma análise
tecno-tipológica comparativa de coleções da tradição Umbu se propõe a discutir a
variabilidade de suas indústrias líticas. A autora conclui que foi possível perceber a
existência de uma bagagem tecnológica comum aos sítios independentemente de
suas diferenças espaciais e temporais, justificando a utilização do conceito de
Tradição para afiliar culturalmente os contextos; no entanto, ressalta que há
diferenças marcantes quanto às escolhas tecnológicas associadas ao processo de
produção de artefatos funcionalmente equivalentes em forma, no caso das pontas
de projétil pedunculadas.
Um deles, ao longo do rio Uruguai, norte do estado do Rio Grande do Sul, e muito
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próximo à área deste projeto, na área a ser atingida pelas obras da construção e
implantação da Usina Hidrelétrica de Machadinho (Hoeltz, 1999); e o outro, no oeste
do mesmo estado, na obra de implantação do gasoduto Uruguaiana – Porto Alegre,
num trecho partindo do Rio Uruguai até a Usina Termoelétrica de Uruguaiana
(Hoeltz, 2001).
Conforme Vialou:
Concordando com esta perspectiva, consideramos que cabe ao artesão, até chegar
ao produto final de sua produção, efetuar uma seqüência de gestos técnicos que
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reflete a característica técnica de um grupo como um todo. É somente através da
análise particular dos lascamentos e retoques que as diversas indústrias líticas se
diferenciam. A tecnologia lítica, segundo Vialou, é invariável na sua organização
sistemática e universalmente idêntica. A originalidade ocorre somente quando os
elementos são vistos separadamente, "[...] uma matéria prima nova, um artesão
diferente, daí o estilo" (Vialou, 1980: 65).
O que se tem observado na maioria dos trabalhos sobre indústrias líticas, em geral,
são abordagens tipológicas limitadas a uma descrição do material, procurando
apenas definir a sua funcionalidade. E caracterizando-os de forma a enquadrá-los
como pertencentes à determinada tradição. Mas considerando que tais utensílios
podem ter sido usados de diversas maneiras, em razão de funções variadas, não
podemos falar, por exemplo, de raspadores quando não é feita uma análise
funcional tendo em vista as marcas de utilização. Não é possível caracterizar um
dado sítio se na sua indústria não for encontrado seu artefato lítico característico. As
meras descrições, quando não acompanhadas de um estudo tecnológico funcional
que interprete a organização de uma dada indústria lítica, podem induzir a equívocos
no momento de classificá-la.
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1989/90: 51-52).
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obtida, a redução inicial pode ocorrer imediatamente no local de obtenção ou então
ser transportada para o sítio arqueológico e lá se dar continuidade ao processo de
produção dos artefatos (Collins, 1989/90: 53-55).
Conforme Dias (1994: 90), os resíduos de lascamento que resultam dessa etapa são
as lascas primárias (corticais), que apresentam a face externa e/ou o talão total ou
parcialmente cortical (Prous, 1986/90: 17), juntamente com os núcleos esgotados e
abandonados.
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18). Segundo Dias, as peças bifaciais ou unifaciais, sobre núcleos ou lascas,
correspondem a esta etapa de produção. Ele afirma que esta categoria de artefatos
pode corresponder a uma etapa anterior à produção de pré-formas ou pode ser
utilizada como artefatos de funcionalidade variada e que as pré-formas, resultantes
da etapa de modificação primária, são utilizadas para a produção de instrumentos
mais complexos (Dias, 1994: 91-92).
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Conforme Andrefski (1998: 134) a produção da debitagem é sensível a um número
variado de diferentes tipos de comportamento tecnológico e a combinação dos
atributos pode variar dependendo das limitações associadas à produção, uso,
manutenção e descarte dos artefatos. Não existe uma fórmula do tipo “livro de
receitas” para o tipo e escala de análise que deve ser conduzida na debitagem para
se obter um tipo específico de interpretação de comportamento. Para o autor, as
interpretações mais convincentes são aquelas que usam resultados derivados de
diferentes atributos de debitagem e/ou tipos de debitagem.
Dados de Identificação
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processamento, em suas formas básicas e os atributos que são comuns a todas as
peças.
Os atributos que compõem esta lista baseiam-se nos trabalhos de Tixier et al (1980),
Laming-Emperaire (1967), Brezzilon (1977) e Moraes (1987), sendo os seguintes:
F. Forma Básica
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face interna das lascas que se desprenderam. Tanto a cicatriz deixada no núcleo,
quanto à face interna da lasca unipolar apresentam evidências da dispersão do
impacto que provocou o lascamento, na forma de ondas de força. A força do golpe
faz com que parte da plataforma percutida desprenda-se do núcleo, formando o
talão da lasca. A percussão também produz, na lasca unipolar, um bulbo marcado
de onde divergem as ondas de força, conferindo a sua face interna uma
conformação levemente côncava.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
distal (em contato com a bigorna); estes golpes preliminares
esmagam ambas as zonas percutidas e visam assentar a peça
melhor sobre a bigorna (...) e a debitagem pode ser iniciada
com golpes mais violentos. É geralmente aconselhável
provocar um rachamento total do bloco núcleo com uma
pancada violenta, apertando o núcleo entre os dedos. Assim
sendo, o bloco se separa em duas metades (por vezes um
seixo pode rachar em 3 ou 4 gomos) [que] (...) podem servir de
núcleos para obter lascas finas e muito cortantes (Prous &
Lima, 1986/1990: 97-98).
Bipolar: Lascas com dois pontos opostos de impacto. Segundo Heinzelin são lascas
"obtidas por debitagem bipolar. As ondas de impacto se propagam às vezes em dois
pontos opostos da mesma lasca, mas nem sempre" (Heinzelin de Braucourt, 1962:
13 apud Brézillon, 1977: 101). Segundo Prous e Lima as lascas bipolares não
apresentam, em muitos casos, nem talão, nem face interna, nem face externa no
sentido habitual. "São produtos de debitagem finos, com gumes agudos, cujo talão é
substituído por uma linha de esmagamento (...) Em conseqüência, lascas bipolares
têm tendência a serem mais retas que as unipolares" (Prous & Lima, 1986/90: 100).
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fornecer uma quantidade relativa de lascas e que é comum, seja por confusão de
formas ou por hipóteses de funcionamento, vê-lo designado como raspador, peça
bifacial, utensílio com reentrância, etc. Brézillon afirma serem as definições de
núcleos em geral constantes e cita Leroi-Gourhan, dizendo que "toda massa de
matéria prima debitada toma forma de núcleo" (Leroi-Gourhan, 1964: 9 apud
Brézillon, 1977: 87).
Laming-Emperaire (1967: 35) conceitua núcleo de uma forma similar, dizendo ser
um bloco de matéria prima preparado para que dele se possa tirar uma ou uma série
de lascas. No entanto, cita um tipo de núcleo "re-utilizado", que se caracteriza como
um núcleo que não é mais utilizado como tal, mas no qual um ou vários cantos foram
retocados e utilizados como utensílio. É o que se observa algumas vezes no
material em análise.
Detrito: "(...) peças sem formas definidas que não possuem retiradas ou retoques ou
ainda uma morfologia que lhes defina a função." (Moraes, 1977; 45 apud Moraes ,
1987: 56).
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Artefato Polido: Inclui-se dentro dos artefatos brutos, apresentam superfícies
naturais polidas.
Artefato Bruto: Materiais que não sofreram lascamento. Estes artefatos apresentam
uma superfície destinada a servir de base de percussão ou fricção ao material a ser
trabalhado, por isso são evidentes em suas superfícies as marcas de utilização ou
polimento. São geralmente usados para polir, macerar, esmagar, friccionar, bater,
moer, etc.
Termófero: Peça com ou sem ação antrópica, destacada da rocha original pelo
aquecimento.
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Calcedônia: Variedade criptocristalina fibrosa do quartzo. Apresenta variada
coloração, brilho céreo, translúcida. Freqüentemente reveste ou preenche cavidades
nas rochas. A calcedônia apresenta bom lascamento em virtude de características
estruturais oriundas de suas cristalizações. A formação destes minerais dá-se pela
precipitação química em camadas, resultando em descontinuidades físicas,
permitindo deste modo um fácil lascamento.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
percussão da peça. Largura e espessura são medidos perpendicularmente ao
comprimento. Para os núcleos, o comprimento é mensurado paralelamente ao eixo
longitudinal dos negativos de lascamentos predominantes. A largura (maior medida)
e espessura (menor medida) são também tomados perpendicularmente ao
comprimento. Quando não é possível definir predominância de negativos,
estabelece-se como comprimento o seu maior eixo de lascamento. Este
procedimento permite comparar dimensões entre núcleos e lascas. O peso é obtido
em gramas. O ângulo de lascamento, para as lascas, é calculado tomando-se o
ângulo formado entre a plataforma de percussão e a sua face ventral. Para os
núcleos e bifaces, é o menor ângulo formado entre a plataforma de percussão e um
negativo de lascamento ou entre dois negativos de lascamento (ângulo de inclinação
em relação à borda).
Sem informação: Não apresenta mais nenhum vestígio da camada externa, não
sendo possível, desta forma, determinar sua origem, se de seixo ou bloco.
Bloco: Presença da camada externa de alteração de uma rocha, que, neste caso,
indica ser a matéria prima proveniente de afloramentos. Afloramentos são os locais
naturais das rochas, sendo, portanto, a matéria prima destacada diretamente da
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rocha-mãe. A superfície não é lisa e nem as arestas são tão desgastadas quanto as
de um seixo.
Indicadores Tecnológicos
Tendo como orientação básica a seqüência de produção definidas por Collins (1975)
- entre produtos de redução inicial (preparação inicial da matéria prima para a
extração de córtex), modificação primária (pré-formatação das bases de produção de
artefatos, sejam estes produzidos sobre núcleos ou sobre lascas através de
tecnologia unipolar ou bipolar) e modificação secundária (associado à finalização e
acabamento por retoque), as lascas foram, segundo atributos técnicos
característicos, divididas em várias categorias - variando também segundo os
critérios adotados pelos pesquisadores.
Laming-Emperaire (1967: 36) e Collins (1975) as dividem nos seguintes tipos (N):
N. Tipo de Lascas
As lascas citadas a seguir podem tanto ser o produto dos resíduos de lascamento
obtidos na terceira quanto na quarta etapa de produção de Collins.
Lâminas – São definidas como lascas cujo comprimento é igual ou superior a duas
vezes sua largura (Brézillon, 1977: 99).
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O. Tipo de Plano de Percussão Direto
É a superfície que recebeu o golpe que destacou a lasca de seu núcleo (Laming-
Emperaire, 1967: 51). Tixier et al (1980: 41) denomina-o "talão" ou "parte destacada
do plano sobre o qual se deu o golpe". Este plano pode ser natural da rocha ou
preparado pelo artesão, podendo apresentar-se:
São lascas com dois pontos opostos de impacto. Segundo Heinzelin são lascas
“obtidas por debitagem bipolar. As ondas de impacto se propagam às vezes em dois
pontos opostos da mesma lasca, mas nem sempre” (Heinzelin, 1962 :13 apud
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Brézillon, 1977: 101). Segundo Prous e Lima as lascas bipolares não apresentam,
em muitos casos, nem talão, nem face interna, nem face externa no sentido habitual.
“São produtos de debitagem finos, com gumes agudos, cujo talão é substituído por
uma linha de esmagamento (...) Em conseqüência, lascas bipolares têm tendência a
serem mais retas que as unipolares” (Prous & Lima, 1986/90: 100).
Morfologicamente se dividem em: cônica, laminar, angular e prismática.
(N) Tipo de Plano de Percussão Direto: Podem ser os mesmos planos definidos
para lascas unipolares, acrescentando apenas mais um tipo:
N. Tipo de Núcleo
Tomando por base os tipos2 de núcleos apresentados por Vialou (1980: 71-74), mas
considerando certas diferenças, identificamos:
Núcleo unipolar com uma plataforma definida: Todas as retiradas são efetuadas a
partir de um único plano de percussão (plataforma). Este plano de percussão pode
ser uma face plana, uma fratura do bloco de matéria prima ou o negativo de uma
retirada que extraiu a calota de um núcleo. Estas retiradas, na maioria das vezes,
tendem a concentrarem-se na extremidade do núcleo, dando-lhe então uma forma
piramidal ou de cone. Ou, ao invés de convergirem a um ápice, as retiradas sempre
unidirecionais ganham uma face oposta, que num plano é quase que paralelo ao
plano de percussão - "núcleo troncônico", segundo Vialou (1980: 74). Neste caso
tendem a uma forma retangular.
Núcleo unipolar com duas plataformas opostas: As retiradas são efetuadas a partir
de dois planos de percussão opostos entre si, de forma que estas retiradas tenham
direções paralelas e sentidos contrários.
Núcleo bipolar: Núcleos que apresentam duas plataformas, uma direta e outra
indireta. Podem apresentar diversas formas.
O. Tipo de Plataforma
P. Canto da Plataforma
Da mesma forma que o canto dorsal do plano de percussão das lascas (item P), as
plataformas do núcleo podem ser preparadas ou não: sem redução ou com redução.
O. Tipos Tecnológicos
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Tipo 3: Retiradas periféricas unifaciais em todo o contorno e duas terminações em
ponta.
P. Q. Quantidade de Negativos
Esta lista refere-se àqueles materiais que não sofreram lascamento. Estes artefatos
apresentam uma superfície destinada a receber ou servir de base de percussão ou
fricção ao material a ser trabalhado, por isso são evidentes em suas superfícies as
marcas de utilização ou polimento.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Percutores multifuncionais: Idem a um percutor onde as superfícies centrais, quando
apresentam uma leve depressão, servem como apoio a materiais destinados a
serem triturados ou quebrados.
Bigorna (apoio): Bloco de forma natural, não trabalhado, sendo que seu uso é
evidente por marcas de golpes impressos em sua face plana. São blocos que
servem de apoio a materiais destinados a serem batidos, quebrados ou triturados
por meio de um percutor (Laming-Emperaire, 1967: 85).
Peça com depressão semi-esférica: Seixo ou pedra que apresenta uma ou várias
depressões situadas em uma ou em duas faces opostas.
Seixo sem modificação: massa de matéria prima transportada pela água sem ação
antrópica.
Alisador de Cerâmica: Pequenos seixos com superfície lisa para polir a cerâmica.
Possuem, como marcas de utilização, ranhuras e uma superfície brilhosa.
Mós (moedor): Pedra cuja parte útil é constituída por uma superfície plana ou, então,
ligeiramente côncava em virtude do uso. É parte complementar da mão de mó,
utilizada na moagem de alimentos.
Mão de Pilão: Semelhante à Mão de mó, é maior e atua por percussão, triturando
grãos ou minerais com sua extremidade distal.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Atributos para Caracterização de Material Lítico com Modificação
Segundo Moraes (1987: 170), artefato é todo objeto talhado com a finalidade de
apropriação de uma forma pré-concebida mentalmente e que qualifica-se como tal
pela presença de retoque. Porém, as marcas de uso, quando existentes, não
necessariamente ocorrem somente em bordas retocadas, podendo ocorrer nas
bordas "cruas" sem o acompanhamento de retoques, ou mesmo nos materiais não
retocados. Desta forma, Mansur (1986/1990: 116) define artefatos pela evidência de
utilização que apresentam. Nesta análise, o artefato tem forma e/ou função definidas
evidentes pelos retoques e/ou utilização que apresenta.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
(1981) e seus colaboradores na década de 50. Sua principal contribuição foi ter
demonstrado que as peças líticas conservam vestígios indestrutíveis depois da
utilização e que é possível identificá-los ao se empregar um equipamento ótico
adequado. Semenov (1981: 13), referindo-se à elaboração do método de seleção
dos instrumentos com marcas de utilização, diz ser preciso distinguir as
particularidades de tais marcas, diferenciando-as daquelas feitas pela ação de
agentes naturais, assim como dos sinais falsos produzidos pelo homem
contemporâneo, pela intencionalidade ou ainda pela casualidade.
Dados de Modificação
R. Tipo de Modificação
São as peças que podem apresentar retoques e/ou marcas de uso. Os retoques
constituem a última fase da confecção dos artefatos e as marcas de utilização
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
correspondem ao emprego do artefato antes do seu descarte (abandono). Alguns
materiais são simplesmente utilizados sem terem sido retocados, nem por isso
deixando de ser artefatos. Ainda assim é preciso ressaltar a importância dos
retoques, uma vez que eles podem transformar-se num atributo tecnológico
diferenciador dos grupos pré-históricos e servirem diretamente na definição dos tipos
de artefatos (ainda que nem sempre o retoque seja a sua parte ativa).
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
caracterizando-os por produzirem bordas finas e delicadas, pressionando a ponta de
um instrumento (de osso, madeira ou pedra, dependendo da tenacidade da matéria
prima que sofre o retoque) sobre a borda do artefato em elaboração. O autor
destaca a possibilidade de retoque por pressão, utilizando-se a técnica do contra-
golpe com percutor brando; porém, é praticamente impossível determinar a presença
desta técnica no material arqueológico.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Retoque: Este primeiro atributo diz respeito à disposição e extensão dos retoques,
baseando-se em Moraes (1987: 177) e Laming-Emperaire (1967: 58-59). Quanto à
disposição, estes retoques podem ser: regulares, que se encontram perpendiculares
ou oblíquos à borda, mas paralelos entre si; e irregulares/escalariformes, que se
encontram perpendiculares e oblíquos ao mesmo tempo em relação à borda, de
forma a não haver paralelismo entre si ou, inclusive, estarem superpostos uns aos
outros. Podem ainda ser rasante (com um ângulo de 10º), semi-abrupto (entre 30º e
70º) ou abrupto (80º-90º).
S. Localização da Modificação
Segundo Laming-Emperaire (1967: 58), os retoques podem ser feitos na face interna
(lado ventral da lasca), na face externa (lado dorsal da lasca) ou em ambas. Para os
artefatos bifaciais e unifaciais, denominamos face 1 (maior quantidade de negativos
de lascamento) e face 2 (menor quantidade de negativos de lascamento) Desta
forma, os retoques podem ser:
T. Posição da Modificação
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Esta pode ser proximal, mesial, distal, ou a combinação destas.
SC-AG-101 49
TOTAL 49
Geologia e Geomorfologia
Estas rochas representam uma das mais expressivas manifestações deste tipo de
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
vulcanismo em todo mundo, abrangendo uma área com cerca de 1. 200. 000 Km2,
que inclui vários estados brasileiros e alguns países da América do Sul.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
se de forma micro-cristalina, nas calcedônias e ágatas, ou macro-cristalina, na forma
de cristais de quartzo hialino (Schumann, 1985: 24).
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
formação apresenta grande porosidade e permeabilidade, sendo, por isso,
considerado o melhor aqüífero do Rio Grande do Sul. Petri e Fúlfaro consideram que
“(...) se o período de formação das primeiras manifestações vulcânicas datam do
Neojurássico, uma idade Neotriássica ou Neojurássica pode ser atribuída ao Arenito
Botucatu” (Petri & Fúlfaro, 1983: 216).
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
principalmente, afloramentos de rochas vulcânicas (basálticas), associados à
calcedônia e quartzo. Os afloramentos de arenitos silicificados raramente são
evidenciados, possivelmente devido as altas cotas de altitude da área.
Mas o que se observa, quanto à escolha da matéria prima pelos grupos pré-
históricos, é a alta freqüência em quase todas as indústrias da área estudada
(canteiro de obras e reservatório), dos materiais confeccionados em basalto.
Os ocupantes dos vários sítios tinham à sua disposição as matérias primas, acima
indicadas, tanto na forma de seixos quanto de blocos e placas. No entanto, os
artesãos optaram, quase que na sua maioria, pelas matérias primas disponíveis na
forma de blocos, ao invés de seixos e placas. Os percentuais de blocos (quase
sempre mais do que 50%), nos conjuntos líticos, excede em muito os seixos
(menores que 15% ou até inexistentes).
Concorda-se com Andrefski quando diz que “a disponibilidade de matéria prima lítica
é um dos condicionantes mais importantes na tecnologia de produção de
ferramentas de pedra” (Andrefski Jr., 1994: 21). O autor observa que há uma
segunda variável associada com a organização tecnológica que é tão importante
quanto a configuração do assentamento (populações móveis e sedentárias) e que
pode bem ser um primeiro fator na análise de como uma coleção lítica é
definitivamente organizada no que diz respeito à forma do instrumento, esforço de
produção e cronologia pré-histórica. Ele afirma que este componente é a
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
disponibilidade da fonte de matéria prima lítica, a qual define por abundância e
qualidade (Andrefski Jr., op. cit.).
Quanto à qualidade das mesmas, diríamos que o basalto utilizado é bastante friável
(baixa qualidade), e portanto, com um péssimo lascamento. Já o meta-lamito, ao
contrário, por apresentar uma matriz quase vítrea, torna-se excelente para a
confecção de artefatos (alta qualidade).
O que se pode concluir é que a escolha da matéria prima não está só diretamente
ligada à sua abundância, mas também pela facilidade de acesso até ela. O tipo de
matéria prima empregada nas indústrias dos sítios estudados vem ao encontro da
afirmação de que a organização da tecnologia lítica de qualquer grupo pré-histórico
está diretamente relacionada ao meio-ambiente. Os grupos tiveram de adaptar-se a
ele de alguma maneira, enfatizando o que diz Ricklis e Cox:
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Em combinação com informações sobre normas de ocupação
e subsistência, é aparente que a organização da tecnologia se
ajusta às necessidades mais fundamentais de obter recursos
bióticos. Como resultado, a eficiência lítica não foi uma
constante, porém flutuou dentro de um subsistema cultural
dinâmico que se articulou com as demandas de operações
adaptativas gerais (Ricklis & Cox, 1993: 444).
Primeiramente, cabe ressaltar que este sítio é a céu aberto, disposto numa
declividade suave de um potreiro abandonado, e não foi encontrado qualquer
fragmento cerâmico neste ou proximidades.
O conjunto lítico deste sítio é composto por 49 peças, que estão representadas na
sua grande maioria, por lascas bipolares (28%) e núcleos unipolares (24%), e o
restante, em proporções menores, por artefatos bifaciais/unifacias (20%), fragmentos
de núcleos (18%), lascas unipolares (6%) e detritos (4%).
20% 6%
28%
4%
18%
0% 24%
53
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Quanto às estratégias de obtenção da matéria prima, constata-se que o grupo pré-
histórico selecionou preferencialmente, o basalto (65%) para a produção de sua
indústria lítica. Trata-se de rochas amplamente disponíveis tanto no local de
assentamento, quanto na área próxima do sítio. Entretanto, em menores proporções,
tem-se a presença de calcedônias (35%).
Matéria Prima
35%
65%
Basalto Calcedonia
Núcleo unipolar com duas plataformas em ângulo, confeccionado em basalto com 2/3 de
superfície natural, com plataforma lisa sem redução (Peça n° 101-12).
55
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
unipolares com várias plataformas em outras posições apresentam somente
plataformas facetadas.
56
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Tipo de Biface
70%
10%
20%
1 2 3
57
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Os suportes para a confecção destas peças, quando possível determinar,
apresentam-se na forma de blocos, seixos e placas.
As peças com retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno (ou apenas em uma
lateral) e uma extremidade em ponta, na sua maioria (86%), apresentam até 1/3 de
superfície natural e o restante, apresenta metade da peça recoberta por córtex.
Artefato bifacial confeccionado em basalto com 2/3 de superfície natural, com suporte
em placa, possui retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno (ou apenas em
uma lateral) e sem terminação em ponta, com mais de 10 negativos de lascamento
na face 1 e entre 3 e 10 negativos na face 2. Face 1 (dir.), perfil (centro) e face 2
(esq.) (Peça n° 101-13).
Desenho: Adelson André Brüggemann
58
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Artefato bifacial confeccionado em basalto com 1/3 de superfície natural, com suporte em
bloco, possui retiradas periféricas bifaciais em apenas uma lateral e sem terminação em
ponta, com mais de 10 negativos de lascamento na face 1 e na face 2. Face 1 (esq.), perfil
(centro) e face 2 (dir.) (Peça n° 101-07).
Desenho: Adelson André Brüggemann
59
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Artefato bifacial com retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno (ou apenas em uma
lateral) e uma terminação em ponta, confeccionado sobre bloco de basalto, face 1 (esq.) e
face 2 (dir.).
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Artefato bifacial confeccionado em basalto com 1/3 de superfície natural, com suporte
em bloco, possui retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno e uma terminação
em ponta, com mais de 10 negativos de lascamento na face 1 e na face 2. Face 1
(esq.), perfil (centro) e face 2 (dir.) (Peça n° 101-16).
Desenho: Adelson André Brüggemann
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Artefato unifacial confeccionado em basalto com 1/3 de superfície natural, com suporte
em seixo, possui retiradas periféricas unifaciais em apenas uma lateral e uma terminação
em ponta, com mais de 10 negativos de lascamento na face 1 e de 1 a 3 negativos na
face 2. Face 1 (esq.), perfil (centro) e face 2 (dir.) (Peça n° 101-18).
Desenho: Adelson André Brüggemann
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Artefato bifacial confeccionado em basalto com 1/3 de superfície natural, com suporte em
bloco, possui retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno e uma terminação em
ponta, com mais de 10 negativos de lascamento na face 1 e na face 2 (Peça n° 101-15).
Desenho: Adelson André Brüggemann
65
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
No estudo das lascas unipolares que compõem este sítio, observou-se que há
exclusivamente lascas unipolares de preparação (100%). O plano de percussão
destas lascas são lisos (67%) e facetados (33%), cujos cantos dorsais não
apresentam redução.
No que diz respeito às lascas bipolares, seus planos de percussão direto podem ser
recobertos por superfície cortical (89%) ou lisos (10%). Já os planos de percussão
indiretos apresentam-se macerado/esmagado (50%), superfície cortical (25%) ou
sem este plano de percussão (25%).
Considerações finais
Nos últimos anos, o estudo das indústrias líticas, relacionado aos grupos caçadores
coletores no Sul do Brasil, tem suscitado dúvidas pertinentes quanto a validade dos
conceitos das tradições arqueológicas Umbu e Humaitá, consagrados pela literatura
da área. Conforme Dias3, “ambas tradições líticas foram definidas a partir das
atividades no sul do Brasil desenvolvidas pelo Programa Nacional de Pesquisas
3DIAS, Adriana S. Variabiliade Lítica e o Conceito de Tradição Arqueológica: Novos aportes para
uma Arqueologia de Caçadores Coletores no Sul do Brasil. Comunicação apresentada na X Reunião
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Arqueológicas (PRONAPA), na década de 1960”.
No entanto, esta seria uma resposta plausível para a compreensão parcial do sítio,
caso não fosse considerado o resultado de outras pesquisas na mesma região.
Pode-se destacar, principalmente, a análise dos conjuntos líticos dos sítios SC-AG-
40, SC-AG-47 e SC-AG-97 A, pois estes mantêm entre si e com o sítio analisado
neste trabalho, semelhanças quanto a confecção dos artefatos bifaciais/unifaciais e
por conseguinte, semelhanças quanto aos núcleos e lascas encontradas nos sítios.
A proximidade geográfica entre eles também deve ser considerada. Os sítios SC-
AG-40 e 47 possuem indústrias líticas semelhantes quanto aos seus conteúdos
(formas básicas dos materiais) e a presença, em ambos, de fragmentos cerâmicos
permitem sugerir que estes locais tratam-se de assentamentos de grupos
ceramistas.
4DIAS, Adriana S. Variabiliade Lítica e o Conceito de Tradição Arqueológica: Novos aportes para
uma Arqueologia de Caçadores Coletores no Sul do Brasil. Comunicação apresentada na X Reunião
Científica da SAB, Recife, 1999.
68
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
A cerâmica que os compõem, conforme a literatura, é classificada como pertencente
à tradição Taquara, que foram grupos ceramistas que ocuparam as regiões frias do
planalto do sul do Brasil. Estes grupos estão relacionados à construção de casas
subterrâneas, que são estruturas, inclusive, encontradas na proximidade dos sítios.
Quanto ao sítio SC-AG-97 A, este apresenta semelhanças quanto aos artefatos
bifaciais/unifacias encontrados nos outros dois sítos. São artefatos do tipo com
retiradas periféricas bifaciais em todo o contorno (ou apenas em uma lateral) e uma
extremidade em ponta. Este sítio parece ter sido um local de atividades
especializadas, cujo grupo encontra-se vinculado aos grupos ceramistas dos sítios
SC-AG-40 e 47.
Observa-se que o sítio SC-AG-101 (ver anexo II), encontra-se inserido entre as
cotas de 600m e 625m de altitude e que a dispersão das peças coletadas (ver anexo
III) não indicam concentração de lascas e núcleos numa área e artefatos
bifaciais/unifaciais noutra, ou seja, todo o conjunto lítico apresenta-se espalhado por
toda a superfície (a maioria) e alguns na área escavada sem evidências de relação
entre os tipos de artefatos, ou seja, não é possível estabelecer quaiquer relações
entre a posição das peças no sítio e prováveis locais de confeção de artefatos ou
atividades específicas realizadas no sítio.
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No que diz respeito aos núcleos e lascas unipolares que compõem este sítio, ficou
evidente a predominância, entre os núcleos, os do tipo unipolar com duas
plataformas em ângulo e, entre as lascas, as do tipo de preparação. Ou seja, é
possível que a obtenção da matéria prima e a retirada da camada cortical se
processasse em outro local, pois não há lascas corticais no sítio. Além disso,
destaca-se também a pequena quantidade de lascas unipolares encontradas no
sítio, estas perfazem apenas 6% do conjunto.
Enfim, diante das evidências, não apenas do sítio SC-AG-101, mas de todo o
conjunto de sítios que formam a complexidade característica de ocupação do vale do
rio Pelotas, pode-se sugerir que este sítio é mais um sítio que, conforme a literatura,
está relacionado à tradição Taquara e não à tradição Humaitá - mesmo que o
conjunto de artefatos coletados apresente apenas peças líticas e nenhum fragmento
cerâmico.
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Área I – Superfície
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Área I – Nível 0-10cm
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Área I – Nível 10-20cm
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Área I – Nível 20-30cm
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Área II – Superfície
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Área II – Nível 0-10cm
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Área II – Nível 10-20cm
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Área II – Nível 20-30cm
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P.1
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P. 2
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P.1
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P. 2
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PARTE II - RESGATE ARQUEOLÓGICO NO RESERVATÓRIO -
MARGEM ESQUERDA DO RIO PELOTAS / RS
INTRODUÇÃO
Este relatório está estruturado em três partes: (1) apresentação geral da área, com
indicação de trabalhos arqueológicos anteriores; (2) os trabalhos realizados em
campo, com uma introdução aos aspectos teóricos e metodológicos que lhes
guiaram; e (3) os resultados das análises de laboratório do material recolhido com
breve discussão sobre a metodologia empregada.
Na segunda parte, há uma divisão, entre os trabalhos realizados nas duas primeiras
etapas de campo (já apresentados nos dois relatórios anteriores) e os trabalhos
realizados nas últimas etapas de campo, nos meses de novembro e dezembro de
2003. Já na parte dedicada aos resultados das análises de laboratório, há uma
separação pelo tipo de material encontrado: lítico (sobre pedra) e cerâmico, já que
passam por métodos de análise distintos.
90
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
alagamento, ficando preservado para futuras investigações. Assim, os trabalhos
realizados nestes três meses compreendem o salvamento de nove sítios
arqueológicos. Segue uma breve descrição de cada um deles, além do décimo sítio
que não necessitou de salvamento por estar localizado em área não atingida pelo
alagamento.
1. Cerro Alegre 1: sítio lítico superficial situado em patamar aplainado sobre o leito
do rio Pelotas, em área coberta por capão de mata secundária, contendo
afloramentos rochosos.
2. Cerro Alegre 2: sítio lítico superficial situado em meia encosta, em área ocupada
por plantação e pastagem.
3. Rincão das Aduelas 1 (sítio não indicado para salvamento): área com possível
estrutura subterrânea, em local situado fora do alagamento do usina. Não pode ser
constatado se era de fato um sítio arqueológico.
4. Rincão das Aduelas 2: sítio lítico superficial situado em meia encosta, nas
cabeceiras do Lajeado do Pinto, contendo muitos matacões naturais de basalto, em
área utilizada para plantação.
5. Rincão dos Lourenços 1: sítio lítico a céu aberto situado em topo de morro, em
área atualmente utilizada para plantação. Apesar de situar-se fora da área de
alagamento, foi recomendado para resgate.
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9. Agência 1: Sítio lítico superficial, localizado em patamar plano, entre o rio Pelotas
e um afluente menor. Sua área esta sendo utilizada para plantio.
Além destes, uma outra área teve material coletado, sendo então denominada de
Entre-Gramados, justamente por estar localizada entre os sítios arqueológicos
Rincão do Gramado 1 e Rincão do Gramado 2.
92
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Os principais rios que atravessam o Planalto das Araucárias são o rio Pelotas
(formador do rio Uruguai e limite político entre os Estados do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina), rio Taquari e seu formador rio das Antas, rio Caí e rio dos Sinos,
todos eles em seus alto e médio cursos. Com exceção do rio Pelotas, todos os
outros referidos pertencem à bacia de drenagem do rio Jacuí. A região pesquisada
está junto ao rio Pelotas e no divisor de águas com o rio das Antas.
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estudados situam-se no Planalto dos Campos Gerais, que representa uma ampla
área elevada, onde se registram as maiores cotas altimétricas de todo o domínio, na
ordem de 1.100 e 1.200 metros.
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gramíneas de colmo subterrâneo, mais resistentes ao pisoteio e ao fogo. Este tipo
de cobertura propiciou, por sua vez, o desenvolvimento de plantas como carqueja,
vassoura, caraguatá, samambaia das taperas, alecrim-do-campo e maria-mole.
A área contemplada por este projeto também abriga Florestas Ombrófilas Mistas,
divididas nas formações Montana e Alto-montana. A formação Montana ocorre em
altitudes que variam entre 400 a 1000 metros, sendo nela encontrada cerca de 196
espécies arbóreas e no estrato emergente ocorre o pinheiro brasileiro. A formação
Alto-montana ocorre em altitudes superiores a 1000 metros e nela encontram-se
cerca de 103 espécies arbóreas. Esta formação é encontrada na divisa entre os
municípios de Pinhal da Serra e Anita Garibaldi (Estado de Santa Catarina).
PESQUISAS ANTERIORES
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
totalizando 135 estruturas, três (3) estruturas sobre a superfície, três (3) galerias
subterrâneas, dois (2) abrigos sob rocha e três (3) cavernas. As dimensões da
maioria das estruturas estavam entre 6 e 10 metros de diâmetro, variando em
número de uma até 23 estruturas por sítio. A maior estrutura subterrânea encontrada
possui dimensões de 19,60 x 22,10 metros.
Nos municípios de Vacaria e Bom Jesus, a equipe de Kern levantou quinze (15)
sítios arqueológicos, sendo a sua maioria encontrada fora da área de inundação. A
pesquisa desenvolvida evidenciou a existência de quatro tipos de sítios diferentes,
aparentemente pertencentes à mesma cultura: conjunto de estruturas subterrâneas
que se poderiam considerar aldeias, grandes habitações ou estruturas isoladas,
sítios a céu aberto do tipo sítio-acampamento e sítios para obtenção de matéria-
prima (Kern et al, 1989: 111).
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
comprometesse a concepção original do projeto. Neste sentido, buscamos sempre
empregar - para cada tipo de sítio - uma metodologia que privilegiasse a coleta em
área ampla da maior quantidade de peças com rigoroso controle espacial.
Seguindo estas premissas no resgate dos sítios, assim como mantendo sempre uma
postura flexível em relação às estratégias de trabalho, foi possível aproveitar ao
máximo o tempo disponível para as atividades de campo. O planejamento prévio do
resgate de cada área favoreceu a aplicação de técnicas adequadas para sítios
bastante distintos, mantendo sempre em aberto a possibilidade de mudar as
estratégias quando necessário. Isso se deu porque o trabalho de campo em
98
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
arqueologia, no seu decorrer, sempre traz novas observações à equipe, que precisa
então se adaptar às novidades de forma a obter o máximo de informações sobre
cada local.
Após esta visita, o salvamento dos sítios arqueológicos teve início, sendo priorizados
os sítios em áreas com maior urgência de liberação, seguindo, com isso, um pedido
da BAESA. Desta forma, iniciamos os trabalhos nos sítios mais próximos ao
barramento seguindo uma ordem de distanciamento deste.
A primeira área, denominada Cerro Alegre-Área 1 (Cerro Alegre 1), situa-se em meio
99
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
a uma mata secundária que cobre uma superfície de cerca de 100X50 metros.
Apesar da densa cobertura vegetal, a visibilidade do solo é relativamente boa,
estando exposto em muitos locais o embasamento rochoso basáltico.
A próxima área trabalhada foi chamada de Cerro Alegre-Área 3 (Cerro Alegre 2).
100
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Trata-se de lavoura em pousio, abaixo da da Área 2, parte em meia encosta com
forte declive, parte em patamar plano, cobrindo uma superfície de cerca de 100X50
metros. A visibilidade do solo era média para boa em algumas partes.
Ao todo foram instaladas três estações topográficas nesta área para a coleta de
artefatos. Também neste local não constatamos a possibilidade de existência de
artefatos arqueológicos em sub-superfície.
Vista geral do sítio arqueológico Cerro Na chamada Área 1 do sítio Cerro Alegre,
Alegre, a partir da estrada para a barca equipe faz percorrimento sistemático.
Pedra Overa.
Na chamada Área 3 do sítio Cerro Alegre, Coleta com auxílio de um nível topográfico
coleta do material arqueológico com nível na Área 2 do sítio Cerro Alegre.
topográfico.
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Ao todo, no sítio arqueológico Cerro Alegre (nas suas três áreas), foram coletadas
mais de 100 peças arqueológicas, sendo que aproximadamente 90% estavam
dentro da Área 2. Nenhuma outra área de ocorrência de artefatos arqueológicos foi
constatada no local denominado Cerro Alegre.
Rincão do Gramado 1
Situa-se em local plano, entre uma estrada interna e um afluente menor do Rio
Pelotas, em área de lavoura em pousio, com superfície de 200X500 metros. A
visibilidade do solo era média para ruim em algumas partes.
102
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Nenhuma outra área de ocorrência de artefatos arqueológicos foi constatada no
local denominado Gramado 1. Devido à baixa densidade de material em área tão
ampla, foi desconsiderada a abertura de poços-teste.
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Rincão do Gramado 2
Rincão do Gramado 3
104
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
No sítio arqueológico Rincão do Gramado Vista geral para o sítio arqueológico Rincão
3, equipe realiza o caminhamento do Gramado 3, situado no topo da colina ao
sistemático da área previamente indicada. centro da foto.
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Rincão dos Lourenços
Situa-se em um topo de morro, utilizado para plantio, entre duas estradas internas e
um potreiro. Esta área não será atingida pelo alagamento da usina, mas foi também
indicada para resgate. Havia boa visibilidade do solo devido à aragem para a lavoura
e para uma horta.
De acordo com o proprietário das terras, a área onde realizamos as sondagens foi
pouco alterada pela agricultura, tendo sido apenas utilizado arado de boi, e estando
sem uso para agricultura a mais de 30 anos. Assim, dada a existência de material
106
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
em sub-superfície em área pouco alterada pela agricultura, este é um sítio que
mereceria continuidade no trabalho. No entanto, como não será atingido, nem
diretamente, pelo lago da usina, optamos por resguardá-lo para pesquisas futuras.
Tem início no sítio Rincão dos Lourenços a Na área de potreiro adjacente à horta no
coleta das peças encontradas na área de sítio Rincão dos Lourenços, equipe inicia a
horta. Cada saco plástico no chão indica abertura de três poços-teste para avaliar a
uma peça. integridade do sítio, o que resultou em
grande quantidade de peças, em especial
diminutos fragmentos de lascamento.
Localizado em meia encosta, com forte declive, em área utilizada para plantação de
milho. O centro do sítio foi alterado pela construção de uma estrada interna. Solo
juncado de blocos de basalto em variados estados de decomposição. É possível
encontrar blocos rochosos de basalto sadio, próprio para o lascamento, como
indicado inclusive pela presença de artefatos arqueológicos produzidos sobre esta
107
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
mesma matéria-prima.
Vista geral da área onde se situa o sítio Amostra de blocos de basalto com
arqueológico Rincão das Aduelas. lascamento recente encontrados em
algumas áreas específicas do sítio.
108
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Guabiju 1 – RS-PE-22
Uma vez que este sítio apresentava densa cobertura vegetal, impossibilitando assim
a visualização da distribuição dos vestígios em superfície e, desta forma, a própria
delimitação do sítio, elaboramos uma estratégia amostral que cobrisse toda área a
ser investigada, a fim de elegermos as áreas que nos dariam mais informações
sobre a estrutura do assentamento. Esta estratégia se deu através da abertura de
poços-teste em distâncias regulares, de 5 a 7 metros, com os quais poderíamos
conhecer as densidades e profundidade de deposição de artefatos arqueológicos,
em um procedimento recomendado por Winter (1976).
O acesso ao local se dá por uma trilha no mato com mais de 1Km de extensão (não
havendo acesso de carro). Montamos um acampamento junto ao mato, praticamente
sobre área do sítio. Durante a abertura de valas de drenagem para montagem das
barracas encontramos um fragmento cerâmico. Outras duas peças líticas foram
109
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
encontradas em superfície, no meio de uma trilha aberta por animais.
Sítio RS-PE-22, realizando medidas com Sítio RS-PE-22, limpeza do terreno para
estação topográfica. instalação dos primeiros poços-teste.
Sítio RS-PE-22, instalando primeiros Sítio RS-PE-22, início das escavações dos
poços-teste com auxilio da estação poços-teste. Em primeiro plano a
topográfica. quadrícula 106/100.
110
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
O primeiro poço-teste, 100/100, apresentou as seguintes características: De 0 a
10cm, a textura do sedimento é argilo-arenosa, friável, contendo alguns grânulos de
carvão, às vezes formando aglomerados, parecendo ser resultado de queimadas
recentes, possivelmente para preparo da horta. Até os 5cm aparece lixo recente
(vidro, tecidos, borracha, etc). Abaixo de 5cm e até 15cm evidenciamos o
aparecimento de artefatos indígenas, principalmente cerâmica (8 fragmentos) e
peças líticas (18 peças, principalmente de lascamento em calcedônia). A partir de
10cm o sedimento muda para uma textura mais argilosa. De 15 a 20cm o material
arqueológico escasseia até que a quadrícula se torna estéril antes dos 20cm de
profundidade.
111
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
profundidade, se concentrando até 15cm. Ao todo foram recolhidas 11 fragmentos
cerâmicos e 7 artefatos líticos. Foi notada uma boa preservação dos fragmentos
cerâmicos (alguns com mais de 10cm de comprimento). Abaixo dos 15cm
começamos a evidenciar o afloramento rochoso. A quadrícula foi rebaixada até
25cm, tendo se tornado arqueologicamente estéril aos 15cm.
112
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
material arqueológico, seguindo até cerca de 15cm. Foram encontrados ao todo 7
fragmentos cerâmicos (a maior parte bem fragmentado), e 5 artefatos líticos. De 15
a 20cm a quadrícula se mostrou estéril do ponto de vista arqueológico.
113
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Abaixo dos 10cm e até 20cm a quadrícula torna-se estéril do ponto de vista
arqueológico.
114
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
no sítio arqueológico.
Sítio RS-PE-22, escavação dos poços- Sítio RS-PE-22, escavação das quadrículas
teste. Em primeiro plano a quadrícula 100/109 (à direita) e 100/105 (à esquerda).
100/109. Ao fundo a quadrícula 100/100.
115
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Vista geral das escavações. Em primeiro Sítio RS-PE-22, tomando medidas das
plano a quadrícula 89/101 sendo escavada. quadrículas finalizadas.
Com isso, ao final das duas primeiras etapas de trabalho de campo já havíamos
conseguido resgatar sete dos oito sítios líticos superficiais e ainda obter uma boa
amostragem da variabilidade do material arqueológico ao longo do sítio RS-PE-22,
delimitando sua concentração identificando uma área para concentrar a escavação.
116
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Atualmente, no local do sítio utilizam a área para plantio de milho e feijão, sem uso
de arado mecanizado.
Após uma prospecção intensiva por vestígios, apenas seis peças foram
encontradas, reforçando nossa observação inicial sobre a escassez de material
arqueológico neste sítio. Devido a essa baixa concentração das peças e ao diminuto
número de evidências, optamos por coletá-las com referenciamento por GPS. Assim,
as posições de cada evidência são as que seguem (neste caso específico, o datum
utilizado no GPS foi WGS84).
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concentrados nos primeiros 10cm. Aos 20cm, a camada vai ficando mais pedregosa,
a medida que se aproxima do afloramento.
119
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contendo alguns grânulos de carvão Abaixo de 5cm e até 15cm evidenciamos o
aparecimento de artefatos indígenas, principalmente cerâmica e peças líticas. A
partir de 10cm, o sedimento muda para uma textura mais argilosa, começando a
aparecer mais rochas procedentes do afloramento. De 15 a 20cm o material
arqueológico escasseia até que as quadrículas se tornam estéril antes dos 20cm de
profundidade.
Com estas indicações em mãos, é possível interpretar esta concentração como uma
pequena choça de palha indígena, como as indicadas na bibliografia para os grupos
ceramistas do planalto (Schmitz & Becker, 1991), como sítios de acampamento nas
matas de galeria do rio Pelotas. Esta choça seria pequena (4 metros de diâmetro),
abrigando possivelmente uma família nuclear. Nela foram encontradas vasilhas
inteiras indicando que não só era o local de descanso dos indígenas, mas era
também abrigo para seus pertences. A pequena espessura dos postes do telhado,
aliada a pouca profundidade da camada arqueológica, sustenta a hipótese de ser
apenas um acampamento, não um local de moradia permanente.
Após terminarmos a escavação em área ampla, e dado que nenhuma outra área do
sitio indicou outras concentrações de artefatos como a escavada, encerramos os
120
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
trabalhos no sitio Guabiju.
121
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122
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Todos os artefatos cerâmicos e líticos dos sítios foram lavados com água e, após a
secagem, numerados com tinta nanquim. Cada peça foi individualmente numerada,
segundo o sítio, a posição geográfica da coleta (quadrícula), o nível estratigráfico e o
número dentro da unidade mínima da escavação (plotagem). Foi realizada a
contagem e classificação da natureza do material, segundo os seus aspectos
morfológicos, por níveis estratigráficos de cada unidade escavada. Este
procedimento permitiu uma melhor caracterização da densidade e distribuição
espacial dos sítios trabalhados, guiando estratégias amostrais para seleção de
unidades a serem analisadas detalhadamente em laboratório.
OS ARTEFATOS LÍTICOS
O material lítico recuperado pelo projeto, em sua maior parte lascado, foi analisado
parcialmente de acordo com uma proposta metodológica baseada amplamente em
Andrefski (1998). Este autor, ao fazer um balanço dos principais atributos utilizados
na análise de material lítico, apresenta os aspectos positivos e negativos de cada
123
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
um, possibilitando a cada pesquisador uma escolha mais de acordo com seus
problemas e limitações.
A lista de atributos dos artefatos que foi elaborada para a presente análise busca
oferecer dados para discutir duas questões principais sobre os sítios arqueológicos
resgatados: (1) a função do sítio e (2) o grau de sedentarismo dos grupos
assentados. Para tanto, foram selecionados aqueles atributos apresentados por
Andrefski (1998) que permitissem o mapeamento de atividades realizadas em cada
sítio e que tivessem maior capacidade de replicabilidade entre diferentes
pesquisadores, tornando os resultados mais confiáveis e mais aptos para
comparações com outros trabalhos.
124
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
e sobre lasca), foi utilizada também uma listagem de tipo morfológico baseada no
Guia para o estudo das indústrias líticas da América do Sul (Laming-Emperaire
1967). Esta teve o objetivo de identificar a existência ou não de formas
padronizadas, não significando, no entanto, uma ligação direta entre estas formas e
as funções por elas exercidas. A escolha por este tipo de denominação para a
morfologia dos instrumentos deve-se a um problema constatado em estudos
anteriores, em que a ênfase sobre descrições extremamente objetivas das peças
acabou por torná-las, dentro do banco de dados, muito homogênea. Assim,
escolhendo morfologias talvez menos objetivas, mas que oferecem uma visualização
mais concreta das peças, busca-se sanar o problema anterior, e permitir a
identificação de semelhanças e diferenças entre as coleções.
É apenas depois de feita a análise que as duas questões propostas como problema
para estas coleções podem ser endereçadas. O interesse em buscar identificar a
função dos assentamentos e o grau de sedentarismo dos mesmos está em melhor
compreender o tipo de ocupação humana com a qual estamos lidando. Coleções
líticas do planalto sul-brasileiro foram muito pouco trabalhadas, sendo o interesse
dessa área em geral voltado para as coleções cerâmicas. Assim, os sítios
arqueológicos sem presença de cerâmica, tradicionalmente classificados como
pertencentes à tradição pré-cerâmica Humaitá, tornaram-se objetos de pesquisa
periféricos. Entretanto, justamente pelo desconhecimento destas coleções, vem
sendo colocado por diferentes pesquisadores um problema quanto à possibilidade
destes sítios serem também parte do sistema de assentamento de grupos
ceramistas. Neste caso, ao invés de representarem uma ocupação pré-cerâmica,
estes sítios seriam vestígios de locais de atividades específicas de grupos
ceramistas. É nesse sentido que a análise proposta para o material resgatado busca
agir.
125
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
caracterizaria assentamentos com um grau maior de sedentarismo, como por
exemplo, acampamentos residenciais. Além disso, dados relativos ao refugo da
produção dos instrumentos (debitagem) também permitem identificar locais de
manufatura, uso e reciclagem das peças, tornando possível o mapeamento de áreas
de atividades internas aos sítios.
A coleção que compõe este sítio compreende 63 peças líticas, as quais, a partir da
análise tecno-tipológica, foram classificadas segundo a tecnologia de produção
empregada. De acordo com as principais categorias de análise, a coleção demonstra
uma clara divisão das peças entre debitagem e instrumentos, ou seja, 43% da
coleção está relacionada a produtos de debitagem e núcleos enquanto, 57%
corresponde a instrumentos.
126
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
lascamento destas rochas corresponde essencialmente à unipolar, resultando em
núcleos com mais de uma plataforma de debitagem.
2%
30% Debitagem
39% Núcleo
Instr. sobre lasca
Instr. sobre bloco
16%
Aproveitamento de Matéria-prima
Cerro Alegre
Basalto
100%
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5%
16% Ausente
32%
Menos de 25%
De 49% a 25%
De 74% a 50%
47%
Não identificado 3%
8%
21% 17% Ausente
6%
Bloco rolado de Menos de 25%
afloramento 23% De 49% a 25%
Bloco de De 74% a 50%
14% afloramento
De 99% a 75%
Seixo
57%
51%
5%
16% Ausente
32%
Menos de 25%
De 49% a 25%
De 74% a 50%
47%
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Raspador terminal
3%
3% Raspador semi-circ.
26%
Lasca com
20% modificação
Talhador circular
Talhador reto
3%
6% Talhador lateral
3%
Borda de biface
Não padronizado
36%
A coleção deste sítio é composta por 19 evidências líticas. Da mesma forma que o
sítio arqueológico Cerro Alegre, há um equilíbrio entre restos de debitagem (21%
debitagem e 32% núcleos) e instrumentos (11% sobre lasca e 36% sobre bloco).
32% Debitagem
36%
Núcleo
Instr. sobre lasca
Instr. sobre bloco
11% 21%
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desta região, não sendo empregado nem mesmo seixos de rio. A técnica de
lascamento unipolar foi a única em empregada na produção das peças.
Aproveitamento de Matéria-prima
Rincão das Aduelas
Basalto
100%
17% 17%
22% 22%
Ausente Ausente
Menos de 25%
De 49% a 25% Menos de 25%
33% 33% De 74% a 50%
De 49% a 25%
56%
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Lasca com
14% 7%
7% modificação
Talhador
Talhador reto
Talhador lateral
72%
A coleção lítica deste sítio arqueológico é composta por 137 peças. Desta
amostragem, 94% está relacionada a restos de lascamento, ou seja, 89% são
classificados como debitagem e 5% como núcleos. Como se percebe, este a coleção
lítica deste sítio apresenta uma configuração bem diferenciada dos apresentados
anteriormente.
1% 1%
4%
5%
Debitagem
Núcleo
Instr. sobre lasca
Instr. sobre bloco
Termófero
89%
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
relação ao basalto (20%). Esta escolha por outros tipos de rocha vai se refletir
também na técnica de debitagem empregada. Assim, o uso da técnica bipolar de
lascamento parece estar ocorrendo em combinação com a debitagem unipolar
(encontramos núcleos unipolares e bipolares nesta amostra). Dos suportes
empregados no lascamento, foi percebida uma pequena predominância dos
nódulos, isto é, suportes relacionados à obtenção de calcedônia e quartzo.
Aproveitamento de Matéria-Prima
Rincão dos Lourenços
3%
20%
23% Basalto
Calcedônia
Quartzo
Outros
54%
3%
20%
23% Basalto
Calcedônia Ausente
50% 50%
Quartzo Menos de 25%
Outros
54%
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Lasca unipolar
Não identificado
16% 20%
26% Lasca bipolar
Bloco rolado de
afloramento
Fragm. de lasca
Bloco de 13%
2% afloramento
61%
Seixo de rio 31% Fragm. de lasca
10% bipolar
1% Nódulo 20% Detrito
A coleção deste sítio arqueológico é composta por 12 evidências líticas. Dentre elas,
11 correspondem a instrumentos fabricados sobre bloco de basalto. Dentre os
artefatos, seis (ou 55%) deles não possuem uma morfologia padronizada, estando
os demais divididos entre talhadores e um chopper.
9% Tallhador circ
9% Tallhador curvo
55% 18% Talhador reto
Chopper
9% Não padronizado
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9%
9% Não identificado
27%
Bloco rolado Estágio 1
27%
Estágio 2
37% Bloco de 64%
Afloramento Estágio 3
27% Seixo
A coleção arqueológica deste sítio corresponde a duas peças. Uma lasca unipolar
de basalto e um instrumento bifacial lascado sobre seixo de basalto. Este artefato foi
morfologicamente classificado como chopping tool, portanto possui baixíssimo
investimento de redução na sua produção.
A coleção deste sítio corresponde a 5 peças líticas produzidas sobre basalto. Destas
peças, duas são lascas unipolares de seixos e uma é biface sobre bloco,
morfologicamente classificado como talhador reto. A baixa densidade deste sítio
pode estar indicando um local de atividade muito restrita e específica.
134
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Sítio Arqueológico RS-PE-22: Guabiju
10% 3% 18%
Debitagem Basalto
46%
Calcedônia
Núcleo
Quartzo
Artefato bruto 36%
87%
Quanto à cobertura cortical, a coleção apresenta a maior parte das peças com
menos de 25% de córtex. Porém, encontramos quantidades córtex bem variadas
nesta coleção, o que deve estar indicando que boa parte dos processos de
lascamento tem início e fim na área do sítio.
135
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
provavelmente empregados como percutores. Esta informação pode estar indicando
o aproveitamento expediente das lascas sem um maior investimento na produção de
artefatos.
17% Ausente
6% Não identificado
2% 25% Menos de 25% 13%
De 49% a 25% 1% Bloco de
3%
De 74% a 50% afloramento
11% Seixo
De 99% a 74%
Total 80% Nódulo
42%
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137
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138
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OS ARTEFATOS CERÂMICOS
A representação gráfica foi realizada a partir dos critérios levantados por Meggers &
Ford (1970). Em Anexo colocamos a lista dos atributos considerados na análise.
139
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
Quando foi possível identificar o método de manufatura (pelo local da fratura) este foi
o roletado anelado e o modelado. Este último está presente nas bases, outras foram
iniciadas (o centro) com argila modelada e seguidas por roletes, outras com toda a
base modelada (paredes com roletes).
Todas as bases possuem forma côncava, a não ser uma cuja forma não foi
identificada.
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141
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Cerro Alegre 1 e 2
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Gramado 1, 2 e 3
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150
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835.00
830.00
825.00
820.00
815.00
810.00
152
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SÍTIO RS-PE-22
24.00
22.00 24.00
22.00
20.00 20.00
18.00
18.00
16.00
14.00
16.00
12.00
10.00
14.00
8.00
12.00 6.00
4.00
10.00 2.00
0.00
8.00
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00
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SÍTIO RS-PE-22
Sítio RS-PE-22
24.00
17.00
22.00
16.00
15.00
14.00
20.00
13.00
12.00
11.00
18.00
10.00
9.00
8.00
16.00
7.00
6.00
5.00
14.00
4.00
3.00
2.00
12.00
1.00
0.00
-1.00
10.00
-2.00
-3.00
8.00
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00
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SÍTIO RS-PE-22
106/100
104/105 104/110
101/113
100/100 100/105 100/109
99/93
Nm
93/93 93/100 93/106
89/101 89/106
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Agência 1 a
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Agência 1 b
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Lista de análise
159
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160
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Lista de análise p. 1
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Lista de análise p. 2
162
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Lista de análise p. 3
163
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164
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Cerro Alegre p. 1
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Cerro Alegre p. 2
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Cerro Alegre p. 3
167
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Cerro Alegre p. 4
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Rincão das aduelas p. 1
169
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Rincão das aduelas p. 2
170
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Rincão dos Lourenços p.1
171
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Rincão dos Lourenços p. 2
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Rincão dos Lourenços p. 3
173
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Rincão dos Lourenços p. 4
174
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Rincão dos Lourenços p. 5
175
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Rincão dos Lourenços p. 6
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Rincão dos Lourenços p. 7
177
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Rincão dos Lourenços p. 8
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Gramados p. 1
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Gramados p. 2
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RS-PE-22 p. 1
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RS-PE-22 p. 2
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RS-PE-22 p. 3
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RS-PE-22 p. 4
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Tabela cerâmica p. 1
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Tabela cerâmica p. 2
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Tabela cerâmica p. 3
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Tabela cerâmica p. 4
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Tabela cerâmica p. 5
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Tabela cerâmica p. 6
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Tabela cerâmica p. 7
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Tabela cerâmica p. 8
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 Foram consideradas ocorrências arqueológicas os locais onde o número de peças resgatadas foi
inferior a 10.
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Guabiju Sítio Cerâmico e lítico Esquerda
Armínio Frigotto Sítio Lítico lascado Direita
Total
Sítio/ Suporte dos
Debitagem Instrumento Técnica Matéria Prima de
ocorrência Instrumentos
peças
71% Bloco
Cerro Alegre 43% 57% Unipolar 100% basalto 63
29% Lasca
61% não
54% calcedônia
identificado
Rincão dos Unipolar 23% quartzo
94% 6% 11% Bloco 137
Lourenços e bipolar 20% basalto
2% Seixo
3% outros
26% Nódulo
9% não
identificado
Gramado I 8% 92% Unipolar 100% basalto 12
64% Bloco
27% Seixo
100%
Gramado II* 100% - Bipolar - 01
calcedônia
Entre
50% 50% Unipolar 100% basalto 100%bloco 02
Gramados**
50% Bloco
Agência I Unipolar 100% basalto 05
20% 80% 50% Seixo
80% nódulos
46% quartzo 6% não
RS-PE-22 Unipolar
97% 3% 36% calcedônia identificado 73
Guabiju e bipolar
18% basalto 13% Bloco
1% Seixo
73% Bloco
Armínio Unipolar 65% basalto
78% 22% 18% Seixo 49
Frigotto e bipolar 35% calcedônia
9% Placa
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BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
seguido pela calcedônia, ambas consistindo em rochas largamente presentes na
área de estudo, não exigindo grandes deslocamentos para sua obtenção.
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residenciais de duração mais longa e maior densidade demográfica foram
implantadas mais afastadas do rio.
196
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
197
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
CRABTREE, D. E. An introduction to flintworking, Occasional Papers of the Idaho
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__________. Havia uma pedra no meio do caminho: indústrias líticas das tradições
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198
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HEINZELIN DE BRAUCOURT, J. De. Manuel de Tipologie des Industries Lithiques.
Bruxelles, 1962. 74p. 50pl. In : BRÉZILLON, M. N. La Dénomination des Objets de
Pierre Taillée : Matériaux pou un Vocabulaire es Préhistoriens de Langue Française.
Paris : Gallia Préhistoire, 1977, 423 p.
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Cerâmicas Humaitá e Umbu. Revista do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas, Porto Alegre, Univ. Fed. Do RGS, nº 11/12, 1983/84, p. 205-215.
LEINZ, V. & AMARAL, S. E. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989,
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________. Arqueologia Brasileira. Brasília: Unb, 1992.
201
BAESA SCIENTIA AMBIENTAL
223p.
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pré-coloniais do centro-oeste brasileiro: a analise espacial do Sítio Guará 1 (GO-NI-
100), Goiás. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo,
Universidade de São Paulo, nº 6, 2001: p.47-82.
203