Ensaio Acadêmico

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INOVAÇÃO PEDAGÓGICA E TECNOLÓGICA VERSUS

EDUCAÇÃO TRADICIONAL

Viviane Vilanova Rodrigues1

[email protected]

Resumo: Este ensaio acadêmico tem por objetivo apresentar de forma reflexiva a prática
pedagógica inovadora e tradicional, discutindo suas perspectivas e significados, interação
entre professor e alunos com viés metodológico. No contexto de complexidade da sociedade
contemporânea em que todo conhecimento é essencial e refutável ao mesmo tempo é
primordial a construção, nas nossas escolas, de ambientes de aprendizagem que em vez de
modelar a sociedade dos séculos passados possam construir práticas pedagógicas inovadoras
capazes de desenvolver aguçar a criatividade, a autonomia na pesquisa, o censo crítico e a
cidadania, competências fundamentais aos novos tempos. Este trabalho apresenta uma
avaliação crítica sistematizada sobre a utilização das tecnologias como uma prática
pedagógica inovadora, com o intuito de substituir os métodos tradicionais de ensino, baseados
no instrucionismo, pelos aspectos relacionados ao Construcionismo. Nessa perspectiva é
abordada a tecnologia, como a utilização do computador e da robótica educacional,
enfatizando a teoria Construcionista como mecanismos para uma inovação pedagógica,
ressaltando o pensamento pedagógico de um dos estudiosos, contextualizando as ideias
pedagógicas para o contexto social. São apresentadas algumas seções que abordam
mecanismos sobre a relação entre: educação e tecnologia, robótica educacional, prática
pedagógica tradicional e inovação pedagógica.

Palavras-chave: 1. Inovação Pedagógica; 2. Tecnológica; 3. Educação tradicional.

Introdução

A palavra bem utilizada na atualidade é a inovação, principalmente nas escolas. No


entanto, tornou-se um dos maiores desafios para as organizações educacionais do mundo
contemporâneo. Sendo que inovação e prática pedagógica ainda trilham caminhos distintos.
Segundo Fino (2008), a inovação pedagógica está relacionada com as modificações
nas práticas pedagógicas, e essas mudanças circundam sempre um posicionamento crítico
face às práticas pedagógicas tradicionais, consequentemente existem fatores que
fundamentam as mudanças, porém, a inovação mesmo dependendo de diversos fatores, como
por exemplo, a tecnologia (TIC), não é neles que reside.
Para que haja a inovação pedagógica, alguns padrões precisam ser quebrados, como, o
rompimento do paradigma fabril de Kuhn (1962), possibilitando a criação de um ambiente de
aprendizagem, na qual seja o inverso dos modelos fabris.

1 Graduada em Ciências Biológicas, mestranda do ProfEPT/IFMS, Campus Campo Grande.


Drucker (1986), a inovação surge como uma novidade para as instituições e que,
aplicada na prática, trará melhorias nos processos.
No meio organizacional, a inovação consiste na busca deliberada e organizada de
mudanças e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para
a inovação econômica ou social. (DRUCKER, 1986).
Souza (2006), afirma que:
A sociedade precisa das inovações para melhorar continuamente seu bem estar e
sobrevivência, e este é um dos grandes desafios contemporâneos. Relacionando-o
com a educação nacional, devemos propiciar oportunidades inovadoras para que os
desafios atuais da educação sejam superados; precisamos, pois da criatividade, das
ideias e das inovações de todos os profissionais da educação e em todas as áreas,
desde a gestão à aprendizagem e ao processo de transformação e preparação dos que
buscam o sistema educacional para sua auto realização pessoal e profissional.
Portanto, registrar as inovações, seus ganhos e limitações, são de importância
capital. (SOUZA, 2006, p.4)

Segundo Cardoso (1997), a inovação em educação é uma das exigências prioritárias


do presente se atendermos à necessária participação do homem na construção das sociedades
contemporâneas.
A sua importância e necessidade são amplamente aceitas. A inovação pedagógica
requer uma ação persistente, tenciona melhorar a prática educativa, o seu processo deve poder
ser avaliado e para se constituir e desenvolver, requer componentes integrados de pensamento
e de ação (CARDOSO, 1992, p. 87).
Neste contexto, a inserção da inovação na educação, tornou-se a perspectiva de
mudança e melhoria do sistema educativo, em um primeiro momento com enfoque
tecnológico, o que implicava na prática, na perspectiva dos idealizadores algo muito simples e
estreito do que é inovação.
Hernández et.,al. (2000), preconiza que a ideia tecnológica é prestar atenção ao plano
das inovações, já que os professores as adotarão de imediato, acreditando que o plano por si
só é essencialmente bom e por suas intenções de melhoria quando forem levadas à prática.
Cardoso (1992), diz que:
A inovação pedagógica traz algo de “novo”, ou seja, algo ainda não estreado é uma
mudança, mas intencional e bem evidente, exige um esforço deliberado e
conscientemente assumido. Requer uma ação persistente; tenciona melhorar a
prática educativa; o seu processo deve poder ser avaliado; e para se constituir e
desenvolver, requer componentes integrados de pensamento e de ação (CARDOSO,
1992, p. 87).

A inovação pedagógica provoca melhorias nas práticas em sala de aula, mudando o


posicionamento de senso crítico do aprendiz, divergindo das práticas pedagógicas
tradicionais.
Para Sebarroja (2002) afirma que refletir sobre o sentido e a vigência das pedagogias
inovadoras, a concepção e organização do conhecimento na era da informação; o projeto
educativo e a autonomia pedagógica; o desenvolvimento da democracia participativa; a
relação da escola com o meio; e as práticas e materiais curriculares faz parte do processo de
construção de uma escola inovadora.
Assim, a inovação envolve, essencialmente, as práticas, pois a inovação pedagógica
não deve ser buscada somente nas reformas educacionais, ou nas reformas do programa ou
nas alterações do currículo, ainda que ambas reformas e alterações, possam facilitar ou
mesmo sugerirem mudanças qualitativas nas práticas pedagógicas (SEBARROJA, 2002).

Assim sendo, Cardoso (1992) diz que:

Inovar implica uma ruptura com a situação em curso, mesmo que seja temporária e
parcial. Inovar faz supor trazer à realidade educativa algo de efetivamente "novo",
ao invés de renovar que implica fazer aparecer algo sob um aspecto novo, não
modificando o essencial. (CARDOSO, 1992, p. 87).

Para que ocorra a sonhada inovação nas escolas, precisamos começar pelas peças
fundamentais inseridas nesse processo, os professores e alunos, pois com a inovação há
crescimento em vários aspectos da sociedade.
A motivação em relação a este trabalho é a utilização inadequada das tecnologias por
meio do modelo instrucionalista, com método de ensino tradicional (o professor como
transmissor de informações, o aluno apenas receptor do conhecimento). Neste método de
ensino, o aluno é impossibilitado de refletir para construção de pensamento crítico.

A prática pedagógica tradicional

A prática tradicional, como declara Saviani (2007), foi até o século XIX a
metodologia pedagógica dominante no espaço escolar, sendo ainda, a mais presente nos dias
atuais. Isto é, até hoje mantemos a mesma filosofia e o mesmo ideário cultuadoem um
formato fabril de educação tradicional predominantemente de ordem conservadora, acrítica e
opressora. ]
Desde Platão, a pedagogia tradicional e a prática educacional cristã pautavam-se na
centralidade do professor, tido como instrutor maior, cuja atribuição era transmitir a
cultura intelectual acumulada pela humanidade, cabendo ao aluno absorver e digerir os
assuntos transmitidos (SAVIANI, 2007).
Acentuar o ensino humanístico, de uma cultura geral, no qual o aluno é educado para
atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os
procedimentos didáticos, a relação.
O professor-aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos
com as realidades culturais. É a predominância da palavra do professor, das regras impostas,
do cultivo exclusivamente intelectual (LIBÂNEO, 1985, p. 22).
Desta forma, pensar a pedagogia tradicional e suas características que moldam a
perspectiva prática, é refletir como a mesma é entendida em todos os aspectos que
influenciam e envolvem a dinâmica de ensino-aprendizagem. Neste sentido, Libâneo (1985)
descreve a pedagogia tradicional em cinco:

1. Papel da escola: A função da escola é a de preparar o intelecto e a moral dos


alunos para assumirem sua posição na sociedade. O caminho cultural em direção ao
conhecimento é comum a todos, desde que se empenhem; portanto, os alunos menos
capazes devem tentar superar suas deficiências e conquistar seu espaço junto aos
outros. E outros, ainda com menos potencial, devem procurar o ensino
profissionalizante. 2. Conteúdo de ensino: São as verdades absolutas acumuladas por
gerações adultas passadas, sendo que os conteúdos são trabalhados de forma
desconectada das vivências dos alunos. 3. Métodos: Fundamenta-se numa sequência
de repetição, de definições, conceitos e fórmulas, visando memorização e a
disciplinarização da mente do aluno. A transmissão dos conteúdos é feita via
exposição oral e/ou demonstrações por parte do professor, cabendo ao aluno decorar
e repetir a sequência em situações semelhantes. 4. Relacionamento professor-aluno:
Há um predomínio do discurso unilateral do professor que exige atitude receptiva
dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles durante a aula. O
reconhecimento da estrutura hierárquica da sala de aula coloca o professor em um
grau de superioridade em relação ao aluno, do qual é exigido atenção e silêncio
como garantia para assegurar o respeito e a disciplina. 5. Pressupostos de
aprendizagem: A ideia de aprendizagem corresponde à transferência de informações
do professor para o aluno, encarando a criança igualmente a um adulto, só que
menos desenvolvido, com uma aprendizagem mecânica e dependente basicamente
do treino. Nesta perspectiva, a retenção dos conteúdos torna-se indispensável para a
repetição das situações semelhantes às apresentadas e a avaliação se dá através de
interrogatórios, exercícios, provas orais e escritas e trabalhos para casa (LIBÂNEO,
1985).

Na prática tradicional (não reflexiva), o ambiente escolar é transformado em palco


político, opressor e de ideologia deturpada. Prevalecendo, o autoritarismo, as normas de
conduta e o imperativo do silêncio inculcam nos alunos a ideologia do poder que agrega as
distinções entre classes sociais, raça e sexo, pois, assim como o professor transmite
implicitamente as verdades da cadeia produtiva, o próprio currículo impõe a cultura, os
hábitos e as crenças que supostamente têm mais valor (APPLE, 1994).

A inovação pedagógica
Inovar pedagogicamente significa uma descontinuidade relativa ao velho paradigma
fabril, em que aprendizes e professores se movem como agentes de mudança (FINO, 2008).
Para Fino essa mudança requer a criação de contextos de aprendizagem incomuns aos
habituais encontrados na escola.
Sacristán (1996) nos traz a ideia de inovação pedagógica nos termos de evolução e
argumenta que esta ação relaciona-se diretamente à prática, associada também a outros fatores
da ação pedagógica, na qual a evolução é estabelecida no processo de ensino-aprendizagem.
Farias (2006) reforça o caráter multilateral do movimento da inovação pedagógica,
afirmando que a inovação é uma ação deliberadamente intencional que promove mudanças
em aspectos ideológicos, políticos, sociais e principalmente práticos.

A tecnologia na educação
A ideia da tecnologia na educação é auxiliar na melhoria da aprendizagem e na gestão.
No entanto, apenas inseri-las no processo de ensino não é o bastante, sendo que muitas vezes
são fundamentais a realização de revisões nos processos pedagógicos e educacionais, a
mudança de cultura e ressignificação das relações. Essa transformação na escola pública exige
mudança de cultura.
Teixeira (2002), afirma que:
Constituída na sua base por um conjunto de valores, crenças e pressupostos que
definem os modos pelos quais a organização conduz seus negócios. Esse núcleo de
crenças e pressupostos básicos está expresso nas estruturas, sistemas, símbolos,
mitos e padrões de recompensa dentro da organização. Esta não nasce como cultura,
mas transforma-se em cultura ao longo da sua história” (TEIXEIRA, 2002 p.8)

As tecnologias (TICs), principalmente, a informática, são importantes em diversos


campos da atividade humana. Esse poderoso instrumento sofre duras críticas dentro e fora
do contexto escolar.
COX, (2003) afirma que:
No campo educacional, a atmosfera não se encontra diferente, Há fervorosos
seguidores e ferozes opositores da informática a questionar se os computadores
devem ser inseridos no contexto escolar e de que modo. Há aqueles que atribuem às
máquinas de processamento o papel “mágico” de salvadoras da educação e há os que
acreditam que a inserção delas nas salas de aula mecanizará os alunos, desempregará
os professores e desvirtuará os efeitos do processo ensino-aprendizagem”. [COX,
2003, p.10]

No entanto, a tecnologia é uma inovação que viabiliza inúmeros trabalhos do homem,


mas ainda há questões que causam críticas, como por exemplo, a forma de sua utilização.
Essa afirmação, corrobora com a de Cox (2003):

Mesmo tendo algumas críticas sobre o uso dessa inovação no âmbito escolar, a
tecnologia é uma ferramenta que vai ajudar no aprendizado do aluno, pois ela
possibilita buscar mais informações que facilite a aprendizagem, trazendo
riquíssimos conhecimentos. (COX 2003, p. 13)
O uso da informática, como por exemplo, o computador, é ferramenta educacional
essencial, pois, não é apenas o instrumento que ensina o aprendiz, porém é um recurso que
proporciona o aprimoramento de aplicações e, logo, o aprendizado acontece em razão de
realizar uma atividade mediada pelo computador.
Conforme postula Valente (2000):
Estas tarefas podem ser a elaboração de textos, usando os processadores de texto;
pesquisa de banco de dados já existentes ou criação de um novo banco de dados;
resolução de problemas de diversos domínios do conhecimento e representação
desta resolução segundo uma linguagem de programação; controle de processos em
tempo real, como objetos que se movem no espaço ou experimentos de um
laboratório de física ou química; produção de música; comunicação e uso de rede de
computadores; e controle administrativo da classe e dos alunos (VALENTE, 2000,
p.13)

Com o avanço das TICs existem diversos instrumentos e formas que possibilitam a
criação de ambientes inovadores, como mediadores do processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Papert (1980), na atualidade, o sistema educativo deve alterar o enfoque de
ensino em relação à educação tradicional, levando em consideração a flexibilidade do novo
recurso bem como os avanços nas tecnologias de rede e ensino a distância. Tentar formatar o
ensino computadorizado nos moldes tradicionais não é viável, tão pouco produtivo. O
computador é uma ferramenta que oferece uma gama de novos recursos, porém para
aproveitar melhor este recurso, faz-se necessário adotar novas técnicas e formas de ensino.
Dentre os recursos, destaca-se a robótica educacional, possibilitando a interação do
aluno com o hardware, concreto e com o software, construindo o conhecimento e
solucionando problemas. Neste pode-se criar cenários com diversos componentes para
montagem, como sensores, atuadores, estruturas, motores, engrenagens e outros,
possibilitando o controle via software.
O uso do computador na educação abre diversas possibilidades para o docente,
principalmente, a prática com a utilização da Robótica Educacional. Nesta pode-se
implementar ações nos objetos via ferramentas de programação. Assim sendo, a Robótica
Educacional utiliza dos elementos tecnológicos para estimular atividades que desenvolvem
ações mentais e físicas do aluno, em função do trabalho com o desenvolvimento e construção
de objetos.
A utilização das tecnologias, como o software, o hardware e a internet são
mecanismos considerados importantíssimos para a utilização de maneira adequada pelos
professores, transformando constantemente as relações humanas em vários níveis, inclusive o
educacional.
Para Fino (2003, p. 06) um bom software educativo deve permitir uma atividade:
Situada e significativa; Que estimule o desenvolvimento cognitivo, permitindo a
aplicação, com a ajuda de um outro mais capaz (par ou professor), de um
conhecimento mais elevado do que aquele que cada aprendiz poderia aplicar sem
assistência (zona de desenvolvimento proximal, segundo Vygotsky); Que permita a
colaboração, igualmente significativa em termos de desenvolvimento cognitivo, entre
aprendizes empenhados em realizar a mesma tarefa ou desenvolver o mesmo
projecto; Que estimule transacções de informação em que os outros possam
funcionar como recursos; Que estimule a intervenção do aprendiz como agente
metacognitivo, o que acontece com maior intensidade quando o aprendiz atua como
tutor; Que permita a criação de artefactos que sejam externos e partilháveis com os
outros; Que favoreça a negociação social do conhecimento (que é o processo pelo
qual os aprendizes formam e testam as suas construções em diálogo com outros
indivíduos e com a sociedade em geral); Que estimule a colaboração com os outros
(elemento indispensável para que o conhecimento possa ser negociado e testado)
(FINO, 2003, p. 06).

No entanto, é importante salientar as problemáticas envolvendo a utilização do


computador na escola. A falta de preparação dos professores em utilizá-lo como recurso na
construção do conhecimento dos alunos em sala de aula. Também em utilizar o conceito de
instrução programada, na qual recebem um texto que deve ser estudado e para comprovar que
os conceitos tinham sidos assimilados, os alunos realizam posteriormente a prova
(VALENTE, 2005).
Contudo, não trata-se de desprezar o modelo instrucional, porém, ele sozinho é
insuficiente na construção do conhecimento. Assim, como o simples uso das TICs não é
inovação pedagógica. No entanto, ela exige uma “metamorfose” de todos os processos e
atores envolvidos no ambiente escolar. E a tecnologia deve ser utilizada para auxiliar o aluno
na construção do conhecimento.
De acordo com Sousa e Fino (2001), a inovação pedagógica passa por modificações na
atitude do docente, que presta uma maior atenção à criação dos contextos da aprendizagem
para os seus alunos do que aquela tradicionalmente comum, sendo o essencial dos processos
centrados neles e na atividade deles.
Diante deste cenário de inovação pedagógica, o papel do professor passa de apenas
transmissor do conhecimento, para o de mediador, auxiliando o aluno na construção da
aprendizagem, consequentemente nota-se a importância da inovação pedagógica que busca
mudanças nos paradigmas tradicionais da educação, trocando o modelo conservador por outro
que ajude na construção do conhecimento, através de técnicas de inovação pedagógica.
Neste sentido, faz-se necessário uma profunda reflexão sobre as relações entre:
educação, tecnologia e prática pedagógica. Assim, é essencial ser flexível e disposto a
enfrentar desafios na utilização de tecnologias, pois estas são um importante instrumento na
mediação da aprendizagem significativa, podendo consistir em uma educação inovadora.
Conclusão
A inovação pedagógica requer distintos estágios que envolvem indivíduos e segmentos
divergentes, implicando em processos bem complexos.
O uso das tecnologias (TIC), como recurso básico da educação, ainda é pouco
utilizado nas instituições educacionais, nas quais segue com aulas tradicionais (centrada no
professor, conteúdo memorizado e decoreba) e possui visíveis impactos de atrasos nas
escolas, quando comparados a outros setores na sociedade.
Na discussão deste texto compreendemos a prática pedagógica tradicional, como uma
metodologia centrada no professor, a autoridade máxima detentora do conhecimento e sua
relação com o aluno é vertical, professor, como apenas aquele indivíduo que transmite o
conhecimento, e os alunos como meros receptores.
Não há uma construção dialógica do conhecimento. Nestes moldes, a falta de diálogo
constrói um ambiente opressor que oferece poucas oportunidades a quem não se enquadra
rapidamente neste regime.
Por outro lado, entendemos a inovação pedagógica como prática educativa, onde o
aluno é o principal ator da ação pedagógica, respeitando as suas individualidades, o diálogo é
a chave para troca de experiências, a pesquisa é um elemento pulsante no ambiente escolar,
bem como a problematização de temas significativos aguça a curiosidade e estimular a
criatividade. Assim, a prática inovadora busca, dentre outras competências cognitivas,
desenvolver a capacidade de raciocínio, senso crítico, cidadania, criatividade, autonomia,
reflexão e colaboração.

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