Ensaio Acadêmico
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Ensaio Acadêmico
EDUCAÇÃO TRADICIONAL
Resumo: Este ensaio acadêmico tem por objetivo apresentar de forma reflexiva a prática
pedagógica inovadora e tradicional, discutindo suas perspectivas e significados, interação
entre professor e alunos com viés metodológico. No contexto de complexidade da sociedade
contemporânea em que todo conhecimento é essencial e refutável ao mesmo tempo é
primordial a construção, nas nossas escolas, de ambientes de aprendizagem que em vez de
modelar a sociedade dos séculos passados possam construir práticas pedagógicas inovadoras
capazes de desenvolver aguçar a criatividade, a autonomia na pesquisa, o censo crítico e a
cidadania, competências fundamentais aos novos tempos. Este trabalho apresenta uma
avaliação crítica sistematizada sobre a utilização das tecnologias como uma prática
pedagógica inovadora, com o intuito de substituir os métodos tradicionais de ensino, baseados
no instrucionismo, pelos aspectos relacionados ao Construcionismo. Nessa perspectiva é
abordada a tecnologia, como a utilização do computador e da robótica educacional,
enfatizando a teoria Construcionista como mecanismos para uma inovação pedagógica,
ressaltando o pensamento pedagógico de um dos estudiosos, contextualizando as ideias
pedagógicas para o contexto social. São apresentadas algumas seções que abordam
mecanismos sobre a relação entre: educação e tecnologia, robótica educacional, prática
pedagógica tradicional e inovação pedagógica.
Introdução
Inovar implica uma ruptura com a situação em curso, mesmo que seja temporária e
parcial. Inovar faz supor trazer à realidade educativa algo de efetivamente "novo",
ao invés de renovar que implica fazer aparecer algo sob um aspecto novo, não
modificando o essencial. (CARDOSO, 1992, p. 87).
Para que ocorra a sonhada inovação nas escolas, precisamos começar pelas peças
fundamentais inseridas nesse processo, os professores e alunos, pois com a inovação há
crescimento em vários aspectos da sociedade.
A motivação em relação a este trabalho é a utilização inadequada das tecnologias por
meio do modelo instrucionalista, com método de ensino tradicional (o professor como
transmissor de informações, o aluno apenas receptor do conhecimento). Neste método de
ensino, o aluno é impossibilitado de refletir para construção de pensamento crítico.
A prática tradicional, como declara Saviani (2007), foi até o século XIX a
metodologia pedagógica dominante no espaço escolar, sendo ainda, a mais presente nos dias
atuais. Isto é, até hoje mantemos a mesma filosofia e o mesmo ideário cultuadoem um
formato fabril de educação tradicional predominantemente de ordem conservadora, acrítica e
opressora. ]
Desde Platão, a pedagogia tradicional e a prática educacional cristã pautavam-se na
centralidade do professor, tido como instrutor maior, cuja atribuição era transmitir a
cultura intelectual acumulada pela humanidade, cabendo ao aluno absorver e digerir os
assuntos transmitidos (SAVIANI, 2007).
Acentuar o ensino humanístico, de uma cultura geral, no qual o aluno é educado para
atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os
procedimentos didáticos, a relação.
O professor-aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos
com as realidades culturais. É a predominância da palavra do professor, das regras impostas,
do cultivo exclusivamente intelectual (LIBÂNEO, 1985, p. 22).
Desta forma, pensar a pedagogia tradicional e suas características que moldam a
perspectiva prática, é refletir como a mesma é entendida em todos os aspectos que
influenciam e envolvem a dinâmica de ensino-aprendizagem. Neste sentido, Libâneo (1985)
descreve a pedagogia tradicional em cinco:
A inovação pedagógica
Inovar pedagogicamente significa uma descontinuidade relativa ao velho paradigma
fabril, em que aprendizes e professores se movem como agentes de mudança (FINO, 2008).
Para Fino essa mudança requer a criação de contextos de aprendizagem incomuns aos
habituais encontrados na escola.
Sacristán (1996) nos traz a ideia de inovação pedagógica nos termos de evolução e
argumenta que esta ação relaciona-se diretamente à prática, associada também a outros fatores
da ação pedagógica, na qual a evolução é estabelecida no processo de ensino-aprendizagem.
Farias (2006) reforça o caráter multilateral do movimento da inovação pedagógica,
afirmando que a inovação é uma ação deliberadamente intencional que promove mudanças
em aspectos ideológicos, políticos, sociais e principalmente práticos.
A tecnologia na educação
A ideia da tecnologia na educação é auxiliar na melhoria da aprendizagem e na gestão.
No entanto, apenas inseri-las no processo de ensino não é o bastante, sendo que muitas vezes
são fundamentais a realização de revisões nos processos pedagógicos e educacionais, a
mudança de cultura e ressignificação das relações. Essa transformação na escola pública exige
mudança de cultura.
Teixeira (2002), afirma que:
Constituída na sua base por um conjunto de valores, crenças e pressupostos que
definem os modos pelos quais a organização conduz seus negócios. Esse núcleo de
crenças e pressupostos básicos está expresso nas estruturas, sistemas, símbolos,
mitos e padrões de recompensa dentro da organização. Esta não nasce como cultura,
mas transforma-se em cultura ao longo da sua história” (TEIXEIRA, 2002 p.8)
Mesmo tendo algumas críticas sobre o uso dessa inovação no âmbito escolar, a
tecnologia é uma ferramenta que vai ajudar no aprendizado do aluno, pois ela
possibilita buscar mais informações que facilite a aprendizagem, trazendo
riquíssimos conhecimentos. (COX 2003, p. 13)
O uso da informática, como por exemplo, o computador, é ferramenta educacional
essencial, pois, não é apenas o instrumento que ensina o aprendiz, porém é um recurso que
proporciona o aprimoramento de aplicações e, logo, o aprendizado acontece em razão de
realizar uma atividade mediada pelo computador.
Conforme postula Valente (2000):
Estas tarefas podem ser a elaboração de textos, usando os processadores de texto;
pesquisa de banco de dados já existentes ou criação de um novo banco de dados;
resolução de problemas de diversos domínios do conhecimento e representação
desta resolução segundo uma linguagem de programação; controle de processos em
tempo real, como objetos que se movem no espaço ou experimentos de um
laboratório de física ou química; produção de música; comunicação e uso de rede de
computadores; e controle administrativo da classe e dos alunos (VALENTE, 2000,
p.13)
Com o avanço das TICs existem diversos instrumentos e formas que possibilitam a
criação de ambientes inovadores, como mediadores do processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Papert (1980), na atualidade, o sistema educativo deve alterar o enfoque de
ensino em relação à educação tradicional, levando em consideração a flexibilidade do novo
recurso bem como os avanços nas tecnologias de rede e ensino a distância. Tentar formatar o
ensino computadorizado nos moldes tradicionais não é viável, tão pouco produtivo. O
computador é uma ferramenta que oferece uma gama de novos recursos, porém para
aproveitar melhor este recurso, faz-se necessário adotar novas técnicas e formas de ensino.
Dentre os recursos, destaca-se a robótica educacional, possibilitando a interação do
aluno com o hardware, concreto e com o software, construindo o conhecimento e
solucionando problemas. Neste pode-se criar cenários com diversos componentes para
montagem, como sensores, atuadores, estruturas, motores, engrenagens e outros,
possibilitando o controle via software.
O uso do computador na educação abre diversas possibilidades para o docente,
principalmente, a prática com a utilização da Robótica Educacional. Nesta pode-se
implementar ações nos objetos via ferramentas de programação. Assim sendo, a Robótica
Educacional utiliza dos elementos tecnológicos para estimular atividades que desenvolvem
ações mentais e físicas do aluno, em função do trabalho com o desenvolvimento e construção
de objetos.
A utilização das tecnologias, como o software, o hardware e a internet são
mecanismos considerados importantíssimos para a utilização de maneira adequada pelos
professores, transformando constantemente as relações humanas em vários níveis, inclusive o
educacional.
Para Fino (2003, p. 06) um bom software educativo deve permitir uma atividade:
Situada e significativa; Que estimule o desenvolvimento cognitivo, permitindo a
aplicação, com a ajuda de um outro mais capaz (par ou professor), de um
conhecimento mais elevado do que aquele que cada aprendiz poderia aplicar sem
assistência (zona de desenvolvimento proximal, segundo Vygotsky); Que permita a
colaboração, igualmente significativa em termos de desenvolvimento cognitivo, entre
aprendizes empenhados em realizar a mesma tarefa ou desenvolver o mesmo
projecto; Que estimule transacções de informação em que os outros possam
funcionar como recursos; Que estimule a intervenção do aprendiz como agente
metacognitivo, o que acontece com maior intensidade quando o aprendiz atua como
tutor; Que permita a criação de artefactos que sejam externos e partilháveis com os
outros; Que favoreça a negociação social do conhecimento (que é o processo pelo
qual os aprendizes formam e testam as suas construções em diálogo com outros
indivíduos e com a sociedade em geral); Que estimule a colaboração com os outros
(elemento indispensável para que o conhecimento possa ser negociado e testado)
(FINO, 2003, p. 06).
REFERÊNCIAS
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http://www.ipv.pt/millenium/pce6_apc.htm. Acesso em 20/06/2022.
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SEBARROJA, J. C..A aventura de inovar: a mudança na escola. São Paulo, SP: Artmed,
2001
TEIXEIRA, L.R.M. A noção de competência: uma visão construtivista. In: Eixos cognitivos
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