Valores, Moral e Ética

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Colégio Estadual Constantino Fernandes

Professora: Stephane
Disciplina: Filosofia
Turma: NEJA I

INTRODUÇÃO

Vocês já se perguntaram como nossas vidas mudam e são impactadas pelas


tecnologias? Muitas vezes é difícil ter a real noção desse impacto, não é mesmo?

Neste bimestre nós vamos problematizar e compreender como o desenvolvimento


da tecnologia e a sua consequente introdução em nossas vidas, mudaram nossa forma de
viver e ver o mundo. Até a forma que nos relacionamos foram afetadas. Justamente por
causa desses relacionamentos que acabamos por repensar as nossas próprias atitudes e
atos morais.

E esses atos são fundamentais para nossa vida em sociedade e para o modo como
nos orientamos como indivíduos. A autonomia do sujeito moral é fundamental para que
vocês comecem a pensar a partir dos seus próprios parâmetros. Tenha em mente que a
busca pela felicidade é uma preocupação primordial nas relações humanas e, por isso, a
moralidade, a justiça e outros conceitos fazem parte do nosso cotidiano.

Dessa forma, sempre que isso ocorre estamos diante de uma decisão que envolve
julgamento moral e temos que decidir com base no que consideramos bom, justo ou
moralmente correto. Com certeza você já deve ter ouvido as palavras “ética” e “moral”, mas
será que elas têm o mesmo significado?

Vamos tentar desvendar essa dúvida?


Bons estudos!

1. AULA 2: Valores, Moral e Ética?

Como dissemos, os seres humanos agem conscientemente e cada um de nós é


responsável pela sua própria vida e, consequentemente, pelas decisões que toma. Mas,
como decidimos o que fazer? Você já pensou como tomar as decisões sobre o que fazer
em determinada situação? Você age impulsivamente, fazendo “o que der na telha” ou
analisa cuidadosamente as possibilidades e as consequências, para somente depois decidir
o que fazer?

Essas são questões filosóficas e a Filosofia pode nos ajudar a pensar sobre a
nossa própria vida por meio dessa área que se chama Ética, é ela que se dedica a pensar
as ações humanas, os seus fundamentos e faz uma análise das consequências. Um dos
primeiros filósofos a pensar a Ética foi nosso amigo Aristóteles, que viveu na Grécia no
século IV a.C.; ele ensinava numa escola à qual deu o nome de Liceu e muitas de suas
obras são resultado das anotações que os discípulos faziam de suas aulas. As explicações
sobre a Ética foram anotadas pelo filho de Aristóteles chamado Nicômaco, por isso esse
livro é conhecido por nós com o título de Ética a Nicômaco.

Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou
decisivamente o modo de pensar ocidental, ele ensinava que todo o conhecimento e todo
trabalho visa a algum bem, o bem é a finalidade de toda ação, a busca do bem é o
diferente, é o que difere a ação humana da de todos os outros animais. E você, tem
buscado o “bem” como finalidade de toda ação?

Cabe ainda destacar, que para Aristóteles esse “bem” seria o mais precioso e é a
maior busca do ser humano, ou seja, a “felicidade”. Mas, o que é felicidade? Essa pergunta
não é respondida igualmente por todos, pois cada um de nós responde de uma forma
diferente, de forma singular. Essa singularidade na resposta é partilhada por outros
indivíduos com os quais convivemos, portanto, no processo de nossa educação familiar,
religiosa e escolar aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que sustentam
nossas ações.

Para entendermos melhor como essas questões funcionam em nossas vidas


precisamos compreender como construímos os nossos valores, o que é Ética e como a
moral atua em nossas vidas.

1.1. Como construímos os nossos valores?


Você já deve ter percebido que desde a infância estamos sujeitos à influência do
meio social por intermédio da família, da escola, dos amigos e dos meios de comunicação
de massa (principalmente a televisão e a internet). Assim, todos nós vamos adquirindo aos
poucos princípios morais. Portanto, ao nascer cada um de nós nos deparamos com um
conjunto de normas já estabelecidas e aceitas pelo meio social. Consegue perceber que já
recebemos tudo isso “pronto” e que só mais tarde vamos (re)construindo esses valores?
Este é chamado aspecto social da moral.

Mas, a moral não se limita ao aspecto social, pois à medida que o indivíduo
desenvolve a reflexão crítica, a Filosofia, os valores herdados passam a ser colocados em
questão. Você mesmo pode perceber que de muitas das coisas que lhe ensinaram, hoje
você já adquiriu outro olhar. A Filosofia ajuda na reflexão sobre as normas e decide aceitá-
las ou negá-las, a decisão de acatar uma norma é fruto de uma reflexão pessoal consciente
que podemos chamar de “interiorização”. Essa interiorização da norma é que qualifica o ato
como moral. Caso não seja interiorizado, o ato não é considerado moral, é apenas um
comportamento determinado pelos instintos, pelos hábitos ou pelos costumes.

Temos que entender que a maneira como a consciência individual vai reagir diante
das normas depende de muitos fatores, alguns são pessoais (formação familiar, caráter,
temperamento), mas outros são oriundos de instituições sociais (regime político,
organização social, instituição religiosa, sistema econômico, instituições culturais, meios de
comunicação em massa) que podem criar possibilidades ou impor obstáculos à criticidade e
também à construção da moral.

Vamos pegar um exemplo corriqueiro para entendermos como o conceito de


interiorização funciona. Imagine um condutor de um veículo, em uma via urbana, ao parar
antes da faixa de segurança de maneira espontânea e permitir que os pedestres
atravessem a rua, ele estará respeitando as pessoas e o Código de Trânsito Brasileiro,
sendo, portanto, um comportamento moralmente correto. Entretanto, se ele parar o veículo
pelo simples fato de ter receio em receber uma multa, seu comportamento se limita a um
ato mecânico e sem reflexão crítica, ou seja, ele
apenas fez pelo cumprimento da lei. Na charge
do Arionauro vemos o cúmulo da falta de
interiorização, em que, além de parar na faixa
de pedestre, em frente a uma escola, o
motorista ainda estava utilizando o celular. Por
isso, multa nele, seu guarda! Conseguiram
compreender a diferença?
Para entender melhor, quando falamos de moral temos que ter em mente que a
pessoa sabe aquilo que precisa ser feito, pois após o processo de interiorização, a atitude
moralmente correta acontece de forma natural, independentemente das vantagens ou
prejuízos que possa vir a acontecer, mas não confunda ato moral com um ato acima de
contestações. Isso porque quando você pratica um ato moral, também está sujeito a sofrer
consequências negativas, pois o que é moral para uns pode ser amoral ou imoral para
outros, ou seja, um sujeito amoral é aquele que desconsidera ou não se importa com as
regras ou normas morais, já o sujeito imoral é aquele que conhece as regras ou normas,
mas é completamente contra elas.

Vejamos algumas questões que norteiam o vasto campo da moral, estas são as
perguntas fundamentais que nos ajudam a refletir e a interiorizar:

● O que devo fazer para ser justo?


● Quais valores devo escolher para guiar minha vida?
● Há uma hierarquia de valores que deve ser seguida?
● Que tipo de ser humano devo ser nas minhas relações comigo mesmo, com meus
semelhantes e com a natureza?

● Que tipos de atitudes devo praticar como pessoa e cidadão?

Valor (lat. valor) Literalmente, em seu sentido original, "valor" significa coragem, bravura, o caráter
do homem, daí por extensão significar aquilo que dá a algo um caráter positivo.
Do ponto de vista ético, os valores são os fundamentos da moral, das normas e regras que
prescrevem a conduta correta. No entanto, a própria definição desses valores varia em diferentes
doutrinas filosóficas. Para algumas concepções, é um valor tudo aquilo que traz a felicidade do
homem. Mas trata-se igualmente de uma noção difícil de se caracterizar e sujeita a divergências
quanto à sua definição. Alguns filósofos consideram também que os valores se caracterizam por
relação aos fins que se pretendem obter, a partir dos quais algo se define como bom ou mau. Outros
defendem a ideia de que algo é um valor em si mesmo. Discute-se, assim, se os valores podem ser
definidos intrínseca ou extrinsecamente. Há ainda várias outras questões envolvidas na discussão
filosófica sobre os valores, p. ex., se os valores são relativos ou absolutos, se são inerentes à
natureza humana ou se são adquiridos etc.
JAPIASSÚ, H. Dicionário Básico de Filosofia. 5 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

ATIVIDADE

1- Como vimos, um dos primeiros filósofos a pensar a Ética foi Aristóteles, ele ensinava
numa escola à qual deu o nome de Liceu. De acordo com o que estudamos, o que
Aristóteles ensinava em suas aulas.

2- O que é o sujeito amoral e o sujeito imoral? Explique:

3- De acordo com o texto acima e as reflexões construídas por você, como o ser
humano constrói os seus valores?

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