Guia Prático de Escalas - Clarineta
Guia Prático de Escalas - Clarineta
Guia Prático de Escalas - Clarineta
Cristiano Alves
Doutor em Música pela UNICAMP e Mestre pela UFRJ, Cristiano
Alves iniciou seus estudos musicais aos sete anos de idade e aos dez teve os primeiros
contatos com a clarineta. Natural de Niterói, foi aluno de José Carlos de Castro e
recebeu orientações de inúmeros e renomados professores internacionais. Detentor de
diversas premiações em importantes concursos, graduou-se com summa cum
laude pela UFRJ.
Participou de centenas de gravações sinfônicas e camerísticas, atuando ainda
junto a grandes artistas da MPB. Apresentando-se com frequência no exterior, é
regularmente convidado a realizar recitais, concertos e masterclasses em países como
EUA, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Portugal, Espanha, Eslovênia,
Servia, Bélgica, China, Cingapura, Vietnã, Argentina, Venezuela, Uruguai, Peru,
Colômbia e Guatemala.
Em 2005, lançou seu primeiro CD solo, considerado um dos três melhores
lançamentos de música erudita no Brasil.
É professor efetivo da cadeira de clarinetas na Universidade Federal do Rio de Janeiro,
tendo seus alunos vencidos inúmeros e importantes concursos, ocupando também
destacados postos em orquestras e universidades brasileiras. O referido curso foi
comtemplado um dos três melhores cursos universitários, entre todas as áreas e
instituições do país anos atrás.
Com destacada carreira como solista, apresenta-se regularmente à frente de orquestras
nacionais e internacionais, sendo responsável pelas primeiras audições, no Rio de
Janeiro, dos concertos de Carl Nielsen, Jean Françaix e John Corigliano, além de
diversas estreias mundiais.
No Brasil, leciona frequentemente em diversos Festivais de Música, além de
ministrar, regularmente, workshops em diversas cidades nas Américas, Europa e Ásia.
Há décadas colabora com os naipes de prestigiosas orquestras brasileiras, como
Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica do Estado de
São Paulo e Orquestra do Mercosul.
Vem dedicando relevantes esforços em prol da música brasileira e da clarineta,
produzindo e lançando diversos títulos fonográficos CDs, bem como métodos, artigos e
livros. É diretor artístico do Selo de gravação e Estúdio A Casa. Desenvolve importante
carreira camerística e dezenas de títulos lhes foram dedicados por grandes compositores
da música brasileira.
Cesar Bonan
Mestre em música pela UFRJ, iniciou seus estudos de clarineta em 2000 com o
professor Uldemberg Fernandes, na Banda Sinfônica Campesina Friburguense, na
cidade de Nova Friburgo. Em 2007, ingressou na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio
de Janeiro, onde foi aluno do professor José Botelho e, em 2009, iniciou o Bacharelado
em Clarineta na Escola de Música da UFRJ, na classe do professor Cristiano Alves.
Esteve em festivais e cursos no Brasil e no exterior, dentre eles o II Encontro
Internacional de Clarinetas de Tucumán, Argentina (2012), o Festival Brasil-Alemanha
(2012) em Karlsruhe, Alemanha e os Festivais Internacionais de Clarinetistas do Rio de
Janeiro (2013-2019). Participou de masterclasses com importantes clarinetistas como,
Eduard Brunner, Fernando Silveira, José Carlos de Castro, Juan Ferrer, Mariano Rey,
Mauricio Murcia, Michael Collins, Nuno Pinto, Ovanir Buosi, Paulo Sérgio Santos,
Romain Guyot, Sérgio Burgani, Yuan Gao, entre outros.
Como músico convidado, tem participado de concertos com as orquestras
Sinfônica Brasileira, Petrobras Sinfônica, Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de
Janeiro e Sinfônica do Espírito Santo. Entre 2014 e 2016, integrou o naipe de clarinetas
da Banda Filarmônica do Rio de Janeiro e, atualmente, é clarinetista do Quinteto
Lorenzo Fernandez e da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF.
Sumário
Introdução
Método
Regras das Cores
Capítulo 1
Escalas Maiores
Escalas Menores
Escala Menor Melódica
Escala Menor Harmônica
Escalas Maiores e Menores: revisão e fixação
Capítulo 2
Modo Jônio
Modo Lídio
Modo Mixolídio
Modo Dórico
Modo Eólio
Modo Frígio
Modo Lócrio
Modos Gregos: revisão e fixação
Capítulo 3
Escala Hexafônica
Escala Alterada
Variantes do Modo Lídio
Modo Lídio b7
Modo Lídio #5
Modo Lídio #9
Modo Lídio b7 #9
Modo Super Lídio
Variantes do Modo Mixolídio
Modo Mixolídio b13
Modo Mixolídio b9
Escala Menor Harmônica 5ª Justa Abaixo
Escala Arábica
Variante do Modo Frígio
Modo Frígio 6
Variante do Modo Lócrio
Modo Lócrio 9
Capítulo 3: revisão e fixação
Capítulo 4
Escalas Pentatônicas
Escala Pentatônica Maior
Escala Pentatônica Menor
Escala Blues
Escalas Bebop
Escala Bebop Maior
Escala Bebop Menor
Escalas Octatônicas
Escala Dominante Diminuta
Escala Diminuta
Capítulo 4: revisão e fixação
Revisão Geral
Guia Prático de Escalas
Introdução
• A cor “azul” estará sempre relacionada às notas restantes da escala (9ª, 4ª/11ª,
6ª/13ª e 7ª).
o A tonalidade mais “neutra” de azul será relacionada à: 9ª maior; 4ª/11ª
justa; 6ª/13ª maior; 7ª maior.
• 5ª aumentada
• Fundamental
• Terça maior
• 5ª justa
• Terça menor
• 5ª diminuta
• 9ª aumentada
• 4ª/11ª aumentada
• 6ª/13ª aumentada
• 9ª maior
• 4ª/11ª justa
• 6ª/13ª maior
• 7ª maior
• 9ª menor
• 6ª/13ª menor
• 7ª menor
Estrutura da escala: (1 – NT 9 – b3 – NT 11 – 5 – ND 6 – NT 7M /
7 – NE b6 – 5 – NT 11 – b3 – NT 9 – 1)
• Modo Jônio
O modo jônio, como dito acima, nada mais é que a característica escala maior já
estudada, tendo a seguinte estrutura:
Uma vez que os estudos acerca da mesma já foram propostos anteriormente, não
se dará, portanto, a repetição destes.
Estrutura da escala: (1 – NT 9 – 3 – NE 4 – 5 – ND 6 – NT 7M)
• Modo Lídio
O modo lídio se assemelha melodicamente, em certa medida, ao modo jônio,
alterando-se, contudo, a 4ª, que aqui se encontra como 11ª aumentada. O quadro
ilustrativo evidencia esta alteração.
Logo, constitui-se novo bloco, a saber:
• Bloco “1”, padrão “C”, denominando “1C” – cor “amarelo-escuro”
O bloco 2 segue inalterado em relação ao modo jônio. Dessa forma, o lídio
constitui-se do Bloco 1C (como proposto acima) e do conhecido bloco 1A.
Estrutura da escala: (1 – NT 9 – 3 – NE 4 – 5 – NT 13 – 7)
• Modo Dórico
No modo dórico, a base harmônica é constituída sobre a tríade menor, a qual
será base também para os dois modos subsequentes, abordados oportunamente. O modo
dórico caracteriza-se pela presença da 6ª maior e da 7ª menor em sua estrutura, como
observado abaixo:
Estrutura da escala: (1 – NT 9 – b3 – NT 11 – 5 – NE b6 – 7)
Estrutura da escala: (1 – NE b9 – b3 – NT 11 – 5 – NE b6 – 7)
Para esta escala haverá apenas a proposta de exercícios em fluxo contínuo, para
cada um dos doze sons:
• Escala Alterada
A escala alterada apresenta dobramentos de 9ª (b9 e #9) e de 5ª (b5 e #5). Face
às particularidades harmônicas e melódicas desta escala e possível
“desproporcionalidade” entre blocos (as “dobras” de 9ª e 5ª e a ausência de 6ª gerariam
dois blocos absolutamente desiguais), serão observados abaixo exercícios apenas em
fluxo contínuo, sem perspectivas em blocos. Verificar-se-á sequência de tom seguido de
tom, desde a terça até a nova execução da fundamental (8ª). Muito embora esta escala
não guarde relações harmônicas estruturantes efetivamente semelhantes à escala
hexafônica, posicioná-la logo a seguir desta se deu face à possível estabelecimento de
paralelo melódico em certa medida. A escala alterada, em nível melódico, diga-se,
reproduz a hexafônica, porém com substituição da 9ª M por duas 9as (b9 e #9). É uma
forma de pensar inicialmente tal modelo (neste caso heptatônico, portanto) para
assimilar intervalos e posterior entendimento pleno, em todas as suas possibilidades
harmônicas.
Estrutura da escala: (1 – NT b9 – NT #9 – 3 – NT b5 – NT #5 – 7)
Estrutura da escala: (1 – NT b9 – 3 – NE 4 – 5 – NT 13 – 7)
Estrutura da escala: (1 – NE b9 – b3 – NT 11 – 5 – NE 6 – 7)
Este “sabor” especial pode ser apreciado e apreendido com a prática das mesmas
em fluxo contínuo, conforme exercícios abaixo:
• Escalas Bebop
Escala Bebop Maior
Também no campo das escalas octatônicas, observamos a escala “Bebop
Maior”, constituída à base da escala maior, apresentando um cromatismo entre o 5º e a
6º graus da escala. Os cromatismos, que podem ser entendidos como notas de passagem,
serão apontados com a cor amarela, como efeito ilustrativo.
Os exercícios abaixo, em fluxo contínuo, ilustram o exposto:
Escala Bebop Menor
A escala “Bebop Menor”, por sua vez, constitui-se à base de tríade menor, mais
especificamente relacionada à estrutura da escala dórica, apresentando um cromatismo
entre o 3º e o 4º graus da escala. Os cromatismos, que podem ser entendidos como notas
de passagem, serão apontados com a cor amarela, como efeito ilustrativo.
Os exercícios abaixo, em fluxo contínuo, ilustram o exposto:
• Escalas Octatônicas:
Escala Dominante Diminuta
A escala “dominante diminuta” apresenta-se como octatônica, com a
especificidade de repetir 4 vezes a sequência semitom-tom, cuja simetria pode ser
observada na ilustração abaixo. A sequência de cores será substituída pela tonalidade
única para todas as notas, face a questões estruturantes que não serão abordadas
especificamente neste caderno: