Clarificação de Xarope Por Flotação
Clarificação de Xarope Por Flotação
Clarificação de Xarope Por Flotação
O processo de flotação vem sendo empregado há muito tempo para a clarificação de xarope e
calda de açúcar, sendo reconhecido como uma ferramenta eficiente para a garantia de
obtenção de um açúcar de melhor qualidade, especialmente em condições adversas da
matéria prima cana.
De forma geral, as unidades de flotação de xarope existentes na maioria das usinas são
oriundas de projetos antigos, aos quais não foram incorporados os melhoramentos advindos
das novas tecnologias de flotação e dos novos produtos químicos auxiliares do processo.
Visando otimizar os resultados esperados com novos investimentos, o projeto de unidades de
flotação de xarope precisa ser revisto à luz das novas tecnologias disponíveis no mercado.
Princípios da Flotação:
A etapa inicial de condicionamento consiste no "preparo" das partículas presentes no meio para
a flotação, através de um ou mais processos físico-químicos que tornam essas partículas
hidrófobas (aversão à água), forçando a sua precipitação na forma de pequenos flocos
(microflocos) de separação mais fácil. Para que a reação de precipitação seja bem conduzida é
fundamental projetar-se adequadamente os pontos de adição dos produtos químicos. Para
tanto deve ser considerado, entre outros, o tempo de reação de cada produto, bem como a
homogeneização necessária do meio.
Após o condicionamento, pode ser necessária uma etapa de aquecimento para acelerar as
reações de condicionamento e reduzir a viscosidade do meio. A seguir, tem-se a etapa de
aeração, onde é feita a adição de microbolhas de ar que vão se unir às partículas a serem
separadas do meio, tornando-as menos densas que o líquido e, portanto, propensas a flotação.
ENGENHO NOVO Tecnologia TecEN Comercial
A separação das fases é realizada em um tanque flotador, onde as partículas ou flocos menos
densos que o líquido encontram condições favoráveis para se deslocar em relação ao líquido,
acumulando na superfície como uma densa espuma (lodo) que é removida por raspadores
mecânicos de superfície. Tal remoção deve ser adequada para manter uma camada de lodo
ideal que favoreça a concentração das impurezas sem propiciar a destruição dos flocos
flotados. Após a remoção dessa espuma, tem-se uma fase líquida isenta de partículas e flocos
em suspensão.
Devido à sua importância, a etapa de aeração pode ser considerada o coração do processo de
flotação. Existem formas diferentes pelas quais as bolhas de ar podem ser introduzidas no
processo, sendo as mais usuais para a flotação de xarope a dispersão mecânica do ar
(flotação por ar disperso) e a dissolução e posterior nucleação do ar na suspensão (flotação
por ar dissolvido). Em geral, a introdução de ar por dispersão mecânica ocorre pelo
borbulhamento de ar (natural ou forçado) sob as pás de um agitador a alta velocidade ou pelo
borbulhamento de ar através de uma membrana porosa. A formação de pequenas bolhas de ar
ocorre pelo atrito entre as grandes bolhas introduzidas no meio e o líquido que se desloca a
altas velocidades. Como vantagem, esse processo apresenta a possibilidade de introduzir no
líquido uma grande quantidade de ar. Por outro lado, as bolhas formadas são relativamente
grandes, dificultando a sua adesão às partículas. Além disso, a grande turbulência causada
pelo borbulhador pode provocar a quebra dos flocos formados, além de um considerável
consumo de energia.
Uma interessante forma de aeração, que combina vantagens dos dois processos anteriores,
sem, contudo, incorporar suas respectivas desvantagens, consiste na aeração com ejetores de
mistura. No interior desses sistemas (Figura 1), o líquido é acelerado em um venturi, trocando
pressão estática por velocidade de escoamento. Com isso, gera-se vácuo à saída do bico
ejetor, que succiona o ar atmosférico que flui paralelamente com o líquido em direção à câmara
de mistura do equipamento. Nessa câmara ocorre a desaceleração do meio e a conseqüente
permuta de velocidade de escoamento por energia de cisalhamento e pressão estática. Em
determinado ponto dessa câmara (zona de choque), ocorre um "choque" do ar com o líquido,
promovendo um íntimo contato entre as fases. Na zona de choque, a pressão estática eleva-se
instantaneamente, ao mesmo tempo em que o atrito e o cisalhamento causados provocam a
dispersão do ar no líquido na forma de microbolhas. A mistura líquido-ar passa então por um
cone divergente, onde é concluída a permuta velocidade-pressão estática. Com o aumento da
pressão estática, tem-se a dissolução de parte do ar disperso no meio, originando um meio
praticamente saturado com ar dissolvido, contento também uma grande quantidade de
microbolhas de ar, finamente divididas e dispersas. Dessa forma, na aeração com ejetores de
mistura, as bolhas são produzidas tanto por processo de ar dissolvido quanto por processo de
ar disperso, sem limitações práticas da quantidade de ar que pode ser adicionada e sem a
necessidade de compressores de ar, garantindo-se ótima eficiência com baixo investimento e
reduzido consumo energético, mesmo quando operando com brix e temperatura de xarope
elevados.
ar atm. cone difusor
zona de choque
entrada saída
atm
Custos x Benefícios:
Do lado dos custos, o gasto com produtos químicos auxiliares do processo representa um dos
itens de maior peso e depende, entre outros, da eficiência da unidade. Tecnologias obsoletas,
além de não garantir a obtenção da qualidade do produto final, favorecem a adição de maior
quantidade de produtos químicos como forma de compensação de suas deficiências, o que,
em muitos casos, inviabiliza a sua operação.
A tecnologia de flotação de xarope ENGENHO NOVO vem sendo implantada no Brasil desde
1993 com sucesso, tanto na forma de novas unidades como para a otimização de unidades
existentes, para capacidades de processamento de até 200m3/h de xarope.
O sistema de aeração do tipo ejetor de mistura (AIR-JET) têm apresentado ótimo desempenho
de aeração e grande flexibilidade operacional, além de reduzido custo de manutenção.
. Sistema de aeração do tipo ejetor de mistura (Sistema AIR-JET) que garante a geração de
microbolhas em quantidade e tamanho adequados ao processo, mesmo quando operando
com xarope com brix e temperatura elevados. O sistema requer quase nenhuma manutenção
e não requer a utilização de compressores de ar;
. Sistema de alimentação de xarope com reduzida turbulência para evitar a destruição de
flocos;
. Locação dos pontos de adição de produtos químicos visando a otimização de performance e
conseqüente redução de consumo;
. Sistema de raspagem de lodo de fluxo tangencial, adequado para a remoção do lodo formado
e sem danificar os flocos flotados;
. Concepção de projeto adequado para a otimização de unidades existentes, visando o
aproveitamento máximo das instalações da indústria.
Descrição do Processo:
Aquecimento
Ácido Fosfórico
Ar Atmosférico
Descolorante
XAROPE Polímero
Sistema
Air-Jet LODO
XAROPE
Sacarato CLARFICADO
Flotador
p/ Cozimento
Condicionamento
Em seguida, o xarope segue para a etapa de aeração em ejetores de mistura. Nos aeradores,
o ar atmosférico é admitido e cisalhado em minúsculas bolhas pela ação da energia cinética
que é transferida do xarope que se desloca em alta velocidade. Ao mesmo tempo, uma fração
do ar admitido no processo é dissolvida no xarope em conseqüência do perfil de pressões que
existe no interior do aerador. Pelas características do sistema, que concilia a aeração por ar
disperso com a aeração por ar dissolvido, a aeração obtida permite a introdução de bolhas de
ar na quantidade e qualidade necessárias para a perfeita flotação de todas as impurezas
presentes no meio, qualquer que seja a natureza do xarope. A vazão total de ar admitida ao
processo depende do teor de impurezas, sendo monitorada em rotâmetro de ar. Devido à sua
natureza hidrofóbica, os flocos constituídos pelos precipitados que foram formados pelos
colorantes e o surfactante (agente descolorante) se aderem firmemente às bolhas de ar,
formando flocos bastante estáveis.