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Disciplina: OBRAS DE TERRA

OBRAS DE CONTENÇÃO
Professora: M.ª Roberta Centofante
Curso: Engenharia Civil
[email protected]
Introdução
Problemática
Introdução
Problemática
Introdução
 Os tipos de obra voltados para a estabilização do maciço do
solo evoluem constantemente, em função de novas técnicas
adotadas e dos conhecimentos, cada vez mais aprofundados,
a respeito dos mecanismos de instabilização.
 Considerando-se os problemas mais comuns, procurou-se
sintetizar algumas das obras que podem ser utilizadas, visando
a proteção ou contenção adequada e segura das encostas,
cortes e aterros.
 Essas obras são agrupadas em dois grupos:
 Obras sem estrutura de contenção;
 Obras com estrutura de contenção.
Quadro resumo dos tipos de
obra utilizados na estabilização
de massas de solo, segundo o
IPT (1991).
Estruturas de Contenção
 Estruturas de contenção ou de arrimo são obras civis construídas
com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de
maciços de terra ou rocha.

Suportar as pressões laterais


exercidas pelo solo

EMPUXOS DE TERRA
Estruturas de Contenção

 Este empuxo é resultado do peso próprio do solo, de


sobrecargas atuando na superfície do terreno, da
presença da água no interior do solo e de algumas
técnicas construtivas como a compactação de solos.
 As estruturas de arrimo são utilizadas quando se tem uma
diferença de nível (H) na superfície do terreno instável,
necessitando de contenção, e o espaço disponível não é
suficiente para vencer o desnível através de taludes
(retaludamento).
Estruturas de Contenção
Critérios para escolha de uma estrutura de contenção:
 Altura da estrutura – altura desnível;
 Cargas atuantes;
 Natureza e características do solo a ser arrimado (peso
específico, coesão, ângulo de atrito);
 Natureza e características do solo de fundação;
 Posição do nível d’água (NA) e condições de drenagem;
 Espaço disponível para construção;
 Equipamentos e mão de obra disponíveis;
 Experiência e prática das equipes;
 Especificações técnicas especiais;
 Análise de custos.
Estruturas de Contenção
 As estruturas de contenção podem ser executadas em caráter
temporário (escoramento de valas) ou permanente (muros de
arrimo).

Estrutura Permanente

Estrutura Temporária
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção em caráter temporário:
 São empregados principalmente 3 métodos construtivos:
 Contenções de madeira;
 Contenções com perfis cravados e madeira;
 Contenções com perfis metálicos justapostos.
Todos os métodos resultam
em contenções flexíveis,
podendo ou não ser escoradas.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção em caráter temporário:
Contenção escorada de madeira
 É uma técnica utilizada para escavações de pequenas alturas,
usualmente entre 1,5 e 2,5 metros, escavadas manualmente.
 No caso de escavações de obras que não sejam valas, as
estroncas são substituídas por estacas inclinadas.
Estruturas de contenção em caráter temporário:
Contenção de madeira com estroncas
 O escoramento deve ser feito a medida que avança a
escavação. As pranchas verticais se comportam melhor quando
dotadas de encaixe tipo macho e fêmea, principalmente em
areias e terrenos argilosos muito moles porque vedam melhor a
passagem de água e as partículas de solos muito finos.
Estruturas de contenção em caráter temporário:
Contenção de madeira com estroncas

Contenção de madeira para


profundidades de:
• 1,8 a 3,0 m, no caso de solos duros e
firmes;
• 1,2 a 2,0 m, no caso de solos mais
fofos e arenosos.
Estruturas de Contenção

Estruturas de contenção em caráter temporário:


Paredes de estacas metálicas com pranchões de madeira
 As paredes são constituídas de estacas metálicas,
geralmente de seção “H”, que são cravadas com certos
espaçamentos nos limites da área a ser escavada, sendo
posteriormente introduzidos pranchões de madeira entre
elas e dispositivos transversais de escoramento (estroncas),
de acordo com o avanço da escavação.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção em caráter temporário:
Paredes de estacas metálicas com pranchões de madeira
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção em caráter temporário:
Perfis metálicos

Contínuo com chapa metálica


Pontaletes justapostos
Estruturas de Contenção
Entre as técnicas de escoramento de valas mais
recomendadas na atualidade estão a
contenção de cava com escoramento com
pranchas metálicas e a utilização de módulos
pré-fabricados, a chamada blindagem de valas.

A blindagem é feita com módulos constituídos


por duas paredes metálicas conectadas entre si
por estroncas, que mantêm o sistema rígido,
garantindo a continuidade da escavação e a
proteção dos profissionais que acessam a vala.

Trata-se de um procedimento de escoramento


de rápida execução e alta precisão, já que os
módulos são pré-fabricados e simples de serem
montados, e pode ser usada tanto como reforço
da vala em situações de reparo, quanto em
escavações novas.
Estruturas de Contenção
Estruturas de Contenção
Considerações estruturas de contenção em caráter temporário:
 As contenções de madeira possuem limitação na
profundidade de execução, ao contrário dos perfis
metálicos.
 Os perfis metálicos possuem melhor vedação.
 A escolha da melhor contenção para determinada
problemática está no quão rápido se deseja o escoramento,
dos equipamentos e materiais ofertados e do custo.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção em caráter definitivo (permanente):
 Algumas outras técnicas só são economicamente
recomendáveis em contenções definitivas, principalmente
por não permitirem o reaproveitamento dos componentes
(escoramento em madeira, chapas metálicas) e materiais
utilizados e por resultarem em contenções mais robustas ou
pesadas.
 Dentre elas destacaremos as estruturas com e sem reaterro.
Estruturas de Contenção
Estruturas com reaterro X Estrutura sem reaterro
 Estruturas de contenção “com reaterro” são realizadas,
normalmente, após a escavação do solo, executadas e
posteriormente reaterradas com o próprio solo natural ou
outro material oriundo de jazidas.
 Uma estrutura de contenção chamada de “estrutura sem
reaterro” trata-se de uma construção na qual os elementos
de contenção são inseridos no solo antes da escavação,
sendo que o solo contido é o solo natural.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Gravidade
 São estruturas cuja estabilidade é função apenas do seu peso
próprio.
 Concreto;
 Alvenaria de pedras (secas ou argamassadas);
 Gabiões;
 Crib-wall;
 Sacos de solo-cimento;
 Pneus, entre outros.

 Conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5 m.


Estruturas de contenção com reaterro
Muros de gravidade de concreto ou de alvenaria de pedras
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de alvenaria de pedra
 Atualmente, devido ao custo elevado, o emprego da
alvenaria de pedra é menos frequente, principalmente em
muros com maior altura.
 Resistência depende basicamente do imbricamento dos
blocos de pedra;
 Simplicidade de execução e dispensa de dispositivos de
drenagem (muro drenante – sem argamassa);
 Sem argamassa: taludes com alturas de até 2 m;
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de concreto ciclópico
 Estes muros são em geral economicamente viáveis apenas
quando a altura não é superior a cerca de 4 metros.
 O muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída
mediante o preenchimento de uma fôrma com concreto e
blocos de rocha de dimensões variadas (pedras de mão).
 Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a
execução de um sistema adequado de drenagem.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de concreto ciclópico
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de gabiões
 São estruturas formadas por gaiolas metálicas preenchidas por
pedras de mão ou blocos de rocha e construídas com fios de aço
galvanizado em malha hexagonal com dupla torção.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de gabiões
 A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência
mecânica elevada. O arame dos gabiões é protegido por uma
galvanização dupla e, em alguns casos, por revestimento com
uma camada de PVC. Esta proteção é eficiente contra a ação
das intempéries e de águas e solos agressivos.
 As principais características dos muros de gabiões são a
flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a
recalques diferenciais (sem ruptura) e a permeabilidade (estrutura
autodrenante).
 São utilizados em estabilização de taludes, obras hidráulicas e
viárias.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros tipo “crib wall”
 São estruturas formadas pela montagem de vigotas pré-moldadas
de concreto, madeira ou aço, com os espaços internos
preenchidos com solo granular compactado.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros tipo “crib wall”

 As estruturas são capazes


de se acomodar a
recalques das fundações
e funcionam como muros
de gravidade. Formam
um corpo resistente, pelo
seu peso, às solicitações
das massas que devem
escorar. São elementos
drenantes e flexíveis - por
isso, têm boa
adaptação a recalques.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de sacos de solo-cimento
 Estabilização do solo com cimento – ganho em diversas
propriedades;
 No local de construção, os sacos de solo-cimento são
arrumados em camadas posicionadas horizontalmente e, a
seguir, cada camada do material é compactada (com uso
de soquetes) de modo a reduzir o volume de vazios.
 O posicionamento dos sacos de uma camada é
propositalmente desencontrado em relação à camada
imediatamente inferior, de modo a garantir um maior
intertravamento e, em consequência, uma maior densidade
do muro.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de sacos de solo-cimento
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de sacos de solo-cimento
 Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo
e pelo fato de não requerer mão-de-obra ou equipamentos
especializados.
 Um muro de arrimo de solo-cimento com altura entre 2 e 5
metros tem custo da ordem de 60% do custo de um muro de
igual altura executado em concreto armado.
 Como vantagem adicional, pode-se citar a facilidade de
execução do muro com forma curva (adaptada à topografia
local).
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de pneus
 São construídos a partir do lançamento de camadas horizontais
de pneus, amarrados entre si com corda ou arame e
preenchidos com solo compactado.
 Funcionam como muros de gravidade e apresentam como
vantagens o reuso de pneus descartados e a flexibilidade.
 Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus estão limitados
a alturas inferiores a 5 m.
 O muro de solo-pneus é uma estrutura flexível e, portanto, as
deformações horizontais e verticais podem ser superiores às
usuais em muros de peso de alvenaria ou concreto.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de pneus
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de pneus

Vantagens: baixo custo de


implantação, mão-de-obra
simples e reaproveitamento
de pneus.
Desvantagem: interligada
na altura do talude,
dependendo do nível a
vencer não é seguro
adoção.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Flexão: são estruturas em concreto armado, comumente
sob as formas de L ou T invertido.
Muros de Contrafortes: são estruturas em concreto armado
dotadas de contrafortes para aumentar a rigidez do muro.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Flexão
 São estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de
L ou T invertido que resistem aos empuxos por flexão, utilizando
parte do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base
para manter-se em equilíbrio.
 Em geral, são construídos em concreto armado, tornando-se
antieconômicos para alturas acima de 7 m.
 Para muros com alturas superiores a 5 m, é conveniente a
utilização de contrafortes (ou nervuras), para aumentar a
estabilidade contra o tombamento.
Estruturas de contenção com reaterro
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Terra Armada (Solo Armado)
 Consiste em um sistema de contenção que utiliza paramento
de placas pré-moldadas (face de contenção) fixado a tiras
metálicas (aço galvanizado) enterradas no maciço
compactado.
 Essas tiras, colocadas dentro do solo na medida em que este
é compactado durante a execução, resistem aos esforços
por conta do atrito desenvolvido no maciço.
 Devido à sua alta capacidade de suportar carregamentos,
Terra Armada é ideal para muros de grande altura, ou que
estejam sujeitos a sobrecargas excepcionais.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Terra Armada
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção com reaterro
Muros de Terra Armada
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
 Cortinas de estacas-prancha;
 Paredes de estacas metálicas com pranchões de madeira;
 Paredes diafragma;
 Muros de estacas escavadas;
 Solo grampeado (soil nailing);
 Cortinas atirantadas.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas de estacas-prancha
 São estruturas constituídas por estacas-pranchas adjacentes,
que são cravadas no terreno e que possuem engates laterais
(encaixe macho e fêmea) que permitem a conexão entre elas
e a formação de uma cortina.
 As estacas são comumente de aço ou de concreto.
 Para resistir aos esforços da cravação, sem sofrer flambagem,
as estacas-pranchas metálicas possuem configurações
especiais que lhes garantem a rigidez necessária, mesmo
tendo pequenas espessuras.
Estruturas de Contenção

Estruturas de contenção sem reaterro


Cortinas de estacas-prancha
 Em obras de infraestrutura, são aplicadas em terminais
portuários (obras marítimas), passagens de nível em vias e
rodovias, contenção para valas de rede de água e esgoto,
além de proteção de acessos a túneis, por exemplo.
 As estacas-prancha formam uma contenção impermeável e
podem ser aplicadas de forma definitiva ou provisória.
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas de estacas – pranchas
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas de estacas – pranchas
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes de estacas metálicas com pranchões de madeira:
 As paredes são constituídas de estacas metálicas, geralmente
de seção “H”, que são cravadas com certos espaçamentos nos
limites da área a ser escavada, sendo posteriormente
introduzidos pranchões de madeira entre elas.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes Diafragma
 São estruturas contínuas de concreto armado, concretadas
em módulos ou painéis antes do início da escavação, com
espessuras típicas entre 0,40 e 1,00 m ou mais.
 Os painéis são escavados por meios de ferramentas
especiais a partir da superfície do terreno, atingindo
profundidades superiores a 40 metros.
 A largura dos painéis pode variar de 2 a 4 metros, podendo
ser executados em sequência ou em trechos alternados.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes Diafragma
 São utilizadas quando as escavações devem ser realizadas
nas proximidades de construções (pois não causam grandes
descompressões no solo), que não podem sofrer recalques
diferenciais excessivos, podendo constituir as paredes de
estruturas definitivas (subsolos).
 Geralmente a obra pode ser executada sem rebaixamento
do lençol freático.
 A estabilidade das paredes é garantida pelo preenchimento
da escavação com lama bentonítica (ou polímero).
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes Diafragma
 O emprego das paredes diafragma é muito difundido devido
a grande gama de utilização.
 Podemos utilizar as paredes diafragma como contenção de
subsolo para construção de garagens subterrâneas, obras de
canalização do leito de rios, cortinas impermeáveis, paredes de
trincheiras enterradas, estações do metrô, execução de túneis,
construção de poços subterrâneos, dentre outras aplicações.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes Diafragma
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Paredes Diafragma
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cutter Soil Mixing (CSM) – Mistura de Solo in situ
 Técnica de mistura de solo com cimento, in situ, por meio de
um misturador com rosca;
 Construção de um painel impermeável, de geometria
semelhante a de uma parede diafragma;
 Nesse caso, o solo não é retirado da cava, consistindo na
estrutura de contenção em si;
 Evita-se o transporte para aterros e a disposição final em
locais especiais;
 Aplicações: paredes de contenção, encapsulamento de
áreas contaminadas, contenção de estruturas vizinhas.
Estruturas de contenção sem reaterro
Cutter Soil Mixing (CSM) – Mistura de Solo in situ
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Muros de Estacas Escavadas
 São estruturas constituídas por estacas justapostas de concreto,
moldadas in situ e escavadas por processo rotativo, utilizando-
se revestimento metálico (recuperado à medida em que se
procede a concretagem da estaca) ou lama bentonítica
(concretagem submersa, por meio da substituição contínua da
lama pelo concreto).
 A parede final pode ser composta por estacas espaçadas,
adjacentes ou secantes; neste último caso, a execução da
estaca seguinte é feita antes da cura do concreto da estaca
anterior.
 Empregada no caso de se executar contenções próximas a
sapatas de fundações de construções vizinhas.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Muros de Estacas Escavadas

Parede de estacas justapostas

Parede de estacas secantes


Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Muros de Estacas Escavadas
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Solo Grampeado (“Soil Nailing”)
 É um sistema de contenção, aplicado a cortes, que
emprega chumbadores, concreto projetado e drenagem
(superficial e profunda).
 É formado por um maciço de solo, reforçado
com inserts metálicos que são barras de aço, fibras ou
bambu inseridos em furos de pequeno diâmetro
(aproximadamente 10 cm) envoltos em pastas de cimento,
que se transforma em um bloco monolítico comportando-se
como um muro de gravidade.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Solo Grampeado (“Soil Nailing”)

 A partir do corte
executado ou existente,
inicia-se a execução da
primeira linha de
chumbadores, aplicação
do revestimento de
concreto projetado e
execução da drenagem,
e assim sucessivamente,
até o fundo da
escavação.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Solo Grampeado (“Soil Nailing”)
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Solo Grampeado (“Soil Nailing”)
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas Atirantadas
 São estruturas constituídas por placas de concreto que são
ancoradas no terreno por tirantes, elementos que permitem
transferir, por tração, esforços para o interior do maciço.
 Os tirantes podem ser de barra, de fios e de cordoalha e sua
instalação ocorre de cima para baixo, de acordo com o
avanço da escavação (comumente com um sistema de
drenagem associado).
 O atirantamento é dividido em quatro etapas: perfuração,
instalação dos tirantes, injeção da nata de cimento e
protensão dos tirantes.
Estruturas de Contenção

Perfuração Instalação do tirante Execução cortina de concreto

Protensão Avanço
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas Atirantadas
 Indicada para vencer qualquer altura e magnitude de
contenção;
 Sua aplicação é recomendada para cortes em terrenos com
grande carga a ser contida ou solo que apresenta pouca
resistência à sua estabilidade.
 Desvantagens:
 Alto custo;
 Demora na execução.
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas Atirantadas
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Cortinas Atirantadas
Estruturas de Contenção
Estruturas de contenção sem reaterro
Diferença entre tirantes e chumbadores
Ao contrário dos tirantes, os inserts/chumbadores do solo
grampeado (soil nailing) trabalham por atrito lateral ao longo
do seu comprimento e não recebem cargas concentradas no
topo, não são protendidos, e são implantados dentro da cunha
de ruptura e não posterior a ela.
Obras sem Estruturas de Contenção
 A maneira mais econômica de tornar um talude estável é buscar
uma forma de estabilização sem a necessidade de implantação de
uma estrutura de contenção.

Obra sem sistema de drenagem = COLAPSO DA OBRA


DE CONTENÇÃO
Obras sem Estruturas de Contenção
Obras de Retaludamento
Obras de Retaludamento
Conceito
 Solução não estrutural e portanto, simples e de baixo custo.
 Aplicável para qualquer tipo de rocha branda ou solo e
adaptável a todas as situações de esforços.
 É um dos processos mais antigos e mais simples para a
estabilização de taludes, através do qual se alteram, por cortes
ou aterros, os taludes originalmente existentes em um
determinado local, suavizando sua inclinação, para se
conseguir uma estabilização do mesmo (alteração do estado
de tensões atuantes no maciço - instabilidade devido à ação
da gravidade).
Obras de Retaludamento
Conceito
“Para qualquer tipo de solo ou rocha branda, em qualquer condição
de ocorrência e sob ação de quaisquer esforços, sempre existirá uma
condição geométrica do talude que oferecerá estabilidade ao
maciço.”

Limitação: Espaço
Obras de Retaludamento
Conceito

Retaludamento
Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos
Cortes na crista do talude/encosta

Alívio da carga (redução das solicitações horizontais)

Aterros compactados na base dos taludes

Carga estabilizadora no trecho inferior da encosta


Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos - Corte
 Corte com abrandamento da inclinação média do talude.
Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos - Corte
 A gravidade como fator instabilizante de um talude está associada
não só a inclinação do talude, mas também a sua altura.

Estabilização do talude por redução da altura.


Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos - Corte
Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos - Aterro
 Outro processo de estabilização é por reaterro da região basal,
associado ou não a cortes nas porções mais elevadas.

Estabilização do talude por reaterro da região basal.


Obras de Retaludamento
Tipos de Retaludamentos – Corte + Aterro
Obras de Retaludamento
 Inviável quando o espaço é escasso ou a vegetação não
pode ser retirada;
 Geralmente é associado a obras de controle de drenagem
superficial e subsuperficial e de proteção superficial, de modo
a reduzir a infiltração de água no terreno e disciplinar o
escoamento superficial, inibindo os processos erosivos.

Drenagem Eficiente

Proteção Superficial
Obras de Retaludamento

Retaludamento de um talude associado à proteção e drenagem


Obras de Drenagem
Obras de Drenagem
 Finalidade: captar e conduzir as águas superficiais e subterrâneas
para fora do maciço de solo.

Evitar erosões e movimentos de massas

Pressão Neutra Carga Hidráulica Empuxo Hidrostático


Obras de Drenagem
 Grande parte dos acidentes envolvendo muros de arrimo está
relacionada ao acúmulo de água no maciço. A existência de
uma linha freática no maciço é altamente desfavorável,
aumentando substancialmente o empuxo total.
 O acúmulo de água, por deficiência de drenagem, pode
duplicar o empuxo atuante.
 A não existência ou ineficiência de sistemas de drenagem
podem causar um incremento das pressões neutras resultando
no colapso do maciço.

Sistemas de drenagem eficientes


Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Superficial
 A experiência tem mostrado que em
todo talude de corte, de aterro e de
encostas naturais, uma eficiente
proteção superficial e um sistema de
drenagem superficial, que dê
escoamento rápido à água da chuva,
impedindo sua infiltração e erosão
superficial, melhoram as condições de
estabilidade.
Obras de Drenagem
Sistemas de drenagem superficial
 Os dispositivos são selecionados para o projeto de drenagem,
em função:
 Da natureza da área (ocupação densa, com vegetação
etc.);
 Das condições geométricas do talude;
 Do tipo de material (solo/rocha).
 Em geral, os projetos de drenagem combinam com
dispositivos de proteção superficial do talude.
Obras de Drenagem
Sistemas de drenagem superficial
 Devem captar e conduzir as águas que incidem na superfície
do talude, considerando-se não só a área da região estudada
como toda a bacia de captação.
 Diversos dispositivos:
 Canaletas transversais;
 Canaletas longitudinais de descida (escada);
 Dissipadores de energia;
 Caixas de passagem, entre outros.
Obras de Drenagem
Sistemas de drenagem superficial
Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Superficial
Valas Revestidas: impedir erosão e infiltração e facilitar o
escoamento da água.
Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Superficial
Canaletas Moldadas in situ: direcionar a água superficial.
Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Superficial
Canaletas Pré-Moldadas: facilidade e rapidez de instalação.
Obras de Drenagem Superficial
Escadas d’água: canais abertos ou fechados em encostas com
inclinações elevadas, onde os degraus conduzem grande volume de
água.

CONCRETO ARMADO
MOLDADO IN LOCO
Obras de Drenagem
Superficial
Obras de Drenagem Superficial
Caixa de Transição -
Passagem/Dissipação: diminuir e
controlar a velocidade de
escoamento das águas coletadas
(evitar problemas de erosão e
desgaste do concreto).

MUDANÇAS BRUSCAS NA DIREÇÃO DO


ESCOAMENTO/UNIÃO DE CANALETAS DE
DRENAGEM OU TUBULAÇÕES COM SEÇÕES
TRANSVERSAIS DIFERENTES!
Obras de Drenagem
Superficial
Obras de Drenagem
Sistemas de drenagem subterrânea
 Têm como função controlar as magnitudes de pressões de
água e/ou captar fluxos que ocorrem no interior dos taludes.
 Dispositivos: Drenos horizontais, trincheiras drenantes
longitudinais, drenos internos de estruturas de contenção,
filtros granulares e geodrenos.
 Estes sistemas tendem a causar rebaixamento do nível
piezométrico, sendo o volume de água que flui através dos
drenos diretamente proporcional ao coeficiente de
permeabilidade e ao gradiente hidráulico.
 Sistemas de drenagem subterrânea: Drenos inclinados
 Sistemas de drenagem subterrânea: Drenos verticais

Filtro: impede o
carreamento de
finos.
Obras de Drenagem Subterrânea
DHP – Drenos Horizontais Profundos: tubos instalados em furos sub-
horizontais para captação de águas subterrâneas.
Rebaixar o NA (Lençol freático); Reduzir pressão neutra; Prevenir
erosão tubular progressiva “piping”.

EXTREMIDADE EXTERNA: LIVRE 1 metro

- TUBO DE PVC DE 38 A 50 mm de diâmetro


- Perfurações de 4 mm (trecho perfurado)
Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Subterrânea
DHP – Drenos Horizontais Profundos
Obras de Drenagem Subterrânea
Trincheira Drenante: valas com a finalidade de interceptar, coletar
e escoar a água subterrânea (evitar a saturação da base dos
aterros ou dos taludes em corte).


Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Subterrânea
Trincheira Drenante
Obras de Drenagem
Obras de Drenagem Subterrânea
Barbacãs (Drenagem de Estrutura de Contenção): tubos horizontais
curtos instalados em estruturas de contenção para coletar águas
subterrâneas – rebaixar o NA e diminuir o empuxo hidrostático sobre
a estrutura.
Obras de Proteção Superficial
 A proteção superficial de taludes de corte ou de aterro e encostas
naturais, por revestimento vegetal, imprimação asfáltica, etc.,
desempenha papel extremamente importante na estabilização
dos mesmos, impedindo a erosão e a infiltração de água.
Obras de Proteção Superficial
 Sistemas de proteção de talude têm como função
reduzir a infiltração e a erosão, decorrentes da
precipitação de chuva sobre o talude.
 As alternativas de proteção superficial podem ser
classificadas em dois grupos:
 Proteção com vegetação;
 Proteção com impermeabilização.
Obras de Proteção Superficial
Material Natural - Revestimento vegetal
 O meio mais simples e eficiente de proteção de taludes ainda é o
revestimento vegetal, que os protege contra a erosão das águas
das chuvas e do vento.
 O crescimento e desenvolvimento da grama faz com que ela
absorva a maior parte do impacto das gotas de chuva. Suas raízes
fixam o solo superficial, impedindo que ele seja carreado pela
água talude abaixo.
 Dentre os procedimentos mais usuais, no nosso meio, destacam-se
a grama em placas e o uso de mudas.

OBS: EXECUÇÃO IMEDIATA APÓS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM


NECESSÁRIO: ACOMPANHAMENTO + MANUTENÇÃO!
Obras de Proteção Superficial
Material Natural - Revestimento vegetal
 Efeitos Favoráveis:
Redistribuição da água das chuvas
↓ Impacto direto na superfície do terreno;
↓ Infiltração;
↑ Retirada da água do solo (evapotranspiração);
↑ Resistência do solo: ação das raízes.
Obras de Proteção Superficial
Material Natural - Revestimento vegetal

TALUDES + ÍNGREMES : I > 67% (34º)

Revestimento vegetal
Obras de Proteção Superficial
Material Natural - Revestimento vegetal – Grama em Placas
Material Artificial – Imprimação Asfáltica
Camada delgada de asfalto diluído.
 Proteção contra erosão e infiltração
das águas pluviais;
 Inconvenientes ambientais;
 Manutenção constante – raios solares.
Obras de Proteção Superficial
Material Artificial – Argamassa:
aplicação manual/mecanizada
de cobertura de argamassa de
cimento e areia.
 Eficiente e exige pouca
manutenção;
 Custo relativamente elevado.
Obras de Proteção Superficial
Material Artificial – Tela + Concreto Projetado
Concreto ou argamassa sob pressão (3 a 5 cm de espessura).
Drenagem: barbacãs.
Obras de Proteção Superficial
ANTES

DEPOIS
AVALIAÇÃO – PESO 4,0
 Trabalho a ser realizado em duplas.
 Entrega impressa até dia 22/04.
 ENUNCIADO: Escolher um terreno real onde existiria a necessidade
de uma obra de contenção. Justificar a escolha do tipo de
contenção (ou, caso for obra sem contenção).
 Entregar relatório contendo memorial fotográfico e explicativo da
escolha do tipo de obra.
 Caso não existam dados, a condição geológica-geotécnica pode
ser suposta e deve constar no relatório para justificar a escolha do
tipo de obra a ser realizada, bem como cargas atuantes e NA.
 Devem ser levados em conta e justificados todos os critérios de
escolha de estrutura de contenção.

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