Secagem Conceitos

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Secagem

INTRODUÇÃO

A literatura define a secagem como


uma operação destinada a eliminar a
água ou qualquer outro líquido,
contido em um sólido, por meio de
adição de calor
INTRODUÇÃO

A secagem envolve a vaporização do


líquido contido no sólido seguido da
remoção do vapor pela corrente de
ar.
INTRODUÇÃO

Processos fundamentais e
simultâneos da secagem

i) transferência de calor para


evaporar o líquido
ii) transferência de massa, na forma
de líquido ou vapor no interior, e na
forma de vapor a partir da superfície
do sólido.
INTRODUÇÃO

A secagem é influenciada por:

✓condições externas
- temperatura,
- umidade
- fluxo do ar, se o mesmo for o agente
de secagem utilizado.
INTRODUÇÃO

A secagem é influenciada por:


✓ condições internas:
- gradientes de concentração (que
dependem das características do
material):
• físicas;
• químicas;
• físico-químicas
INTRODUÇÃO

A secagem é influenciada por:

✓condições em que se encontra o leito


de sólidos no secador
PRINCÍPIOS DE
SECAGEM
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Quando um sólido é exposto ao ar


com determinada temperatura e
umidade, esse sólido perderá ou
ganhará água (teor de umidade) até
atingir uma condição de equilíbrio.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Os tipos de umidade nos sólidos são:


• Umidade superficial: o líquido existe como um
filme externo sobre o material devido a efeitos de
tensão superficial.
• Umidade livre ou não-ligada: umidade que pode ser
eliminada em uma determinada condição de
processo. Em material higroscópico, é o excesso em
relação à umidade de equilíbrio. Em material não-
higroscópico, representa todo o teor de umidade
interna presente.
• Umidade ligada, higroscópica ou dissolvida:
retida em microcapilares, em solução contida nas
paredes celulares, adsorvida quimicamente.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Os tipos de umidade nos sólidos são:

Figura 1 – Ilustração gráfica dos tipos de umidade


nos sólidos
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Métodos utilizados para determinação da


secagem

a) Monitoramento da perda de umidade – é


necessário um sensor de resposta rápida.
Exemplos: psicrômetros e higrômetros de
infravermelho.

b) Pesagem direta (in situ) - consiste no


monitoramento do peso de uma amostra mantida
em uma corrente de gás de secagem, através do
registro em uma balança.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Com os valores do decréscimo da massa do sólido


úmido com o tempo (condições constantes).

umidade do material em base seca


 mi − m f 
X bs =  
 m ss 
umidade do material em base úmida
 mi − m f 
X bu =  
 mi 
taxa de secagem em base seca
mss dX
W =−
A dt
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Figura 1 – Curva de secagem convectiva típica


PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Figura 2 – Curva da taxa de secagem


PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa constante

1) A secagem ocorre pela difusão do vapor a


partir da superfície saturada do material e
através de uma película de ar estagnado para
o ambiente;

2) O movimento da umidade dentro do sólido é


suficientemente rápido para manter a
condição de saturação na superfície, e a
velocidade da secagem é controlada pela
velocidade de transferência de calor para a
superfície evaporante. A temperatura da
superfície saturada permanece constante;
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa constante

3) O sólido está tão úmido que existe uma


película contínua de líquido sobre toda a
superfície de secagem. A resistência na camada
limite controla a transferência de massa e a
taxa de evaporação independe da umidade do
sólido;

4) Se o sólido é não poroso o líquido evaporado é


essencialmente o que recobre sua superfície.
Nos sólidos porosos a maior parte da
evaporação provém do interior do mesmo.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa decrescente

O ponto crítico (C) marca o instante em que a água


líquida que está sobre a superfície é insuficiente
para manter uma película contínua que cubra toda a
área de secagem.
✓ sólidos não-porosos – C é alcançado quando se
evapora a umidade superficial;
✓ sólidos porosos - C é alcançado quando a
velocidade de fluxo de umidade para a superfície é
insuficiente para igualar a velocidade de
evaporação requerida para manter às condições de
saturação na superfície.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa decrescente


Primeiro período de taxa decrescente:
✓ parte da superfície evaporante se mantém
insaturada, uma vez que a velocidade do movimento
do líquido para a superfície é menor que a
velocidade com que a massa é transferida da
superfície;
✓ ocorre dois mecanismos de transferência de
massa: a difusão de vapor a partir da superficie
saturada para o gás secante e a difusão direta do
vapor desde os níveis mais internos do sólido para a
superfície insaturada e desta para a corrente
gasosa.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa decrescente

Primeiro período de taxa decrescente:

✓ neste período a velocidade de secagem depende


dos fatores que afetam a difusão da umidade para
longe da superfície evaporante e de outros que
alteram a velocidade do movimento interno da
umidade
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa decrescente

Segundo período de taxa decrescente:

✓ Toda a evaporação ocorre no interior do sólido,


pois toda a superfície evaporante está insaturada e
o plano de evaporação desloca-se para o interior
deste;
✓ a influência das variáveis externas diminui e a
velocidade de secagem é controlada pela velocidade
do movimento de umidade interna;
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Período de secagem a taxa decrescente

Segundo período de taxa decrescente:

✓na secagem de baixos teores de umidade este


período usualmente é predominante na
determinação do tempo de secagem global;
✓ a investigação sobre o movimento interno da
umidade indica a possibilidade de vários
mecanismos de controle, sendo os mais
significativos os de difusão, de capilaridade e os de
gradiente de pressão.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Mecanismos propostos para o movimento de


umidade em sólidos são:

✓ difusão de líquido devido ao gradiente de


concentração,
✓ difusão de vapor devido ao gradiente de pressão,
✓ movimento de água devido às forças capilares,
✓ fluxo de líquido e vapor devido ao gradiente de
pressão total,
✓ difusão superficial e fluxos provocados por
evaporação e condensações sucessivas.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Modelos matemáticos para a secagem

✓ Baseados nas teorias que tem como principal


objetivo descrever como a umidade é transferida
do interior do sólido para evaporar na sua
superfície e qual mecanismo de transferência
controla o processo de secagem.
✓ São tradicionalmente dois:
1. modelos puramente convectivos
2. modelos difusivos.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Modelos difusivos

✓ Quando o movimento da umidade num sólido


ocorre pelo mecanismo de difusão em fase
líquida, a segunda Lei de Fick pode ser
aplicada para predizer a velocidade do
movimento da umidade.
X   2 X q X  (1)
= Def  2 + 
r  r r r 

q=0 geometria plana


q=1 geometria cilíndrica
q=2 geometria esférica
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Modelos difusivos

Placa plana
X − Xe 8 
1  Def t 
= 2  exp  − ( 2n + 1) 
2
2  (2)
2

X0 − Xe  n = 0 ( 2 n + 1)
2
 4l 

Cilindro infinito
X − Xe 
1   n2 Def t 
= 4 2 exp  −  (3)
X0 − Xe n =1  n
 2
Rp 

Esfera
X − Xe 6 1  − n 2
 Def t 
= 2  2 exp   (4)
X 0 − X e  n =1 n  2
Rp
 
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Modelos empíricos e semi-empíricos de secagem

EQUAÇÃO MODELO

NEWTON
*
X = e ( − K1t )
X =e
* ( − K1 ( t ) N )
PAGE
*
X = A1e ( − K1t ) HENDERSON E PABIS
X * = A1 e ( − K1t ) + A2 LOGARÍTMICO
X * = A1 e ( − K 0t ) + A2 e ( − K1t ) DOIS TERMOS
* ( − K1t ) ( − K1 A1t ) DOIS TERMOS
X = A1 e + (1 − A2 )e
EXPONENCIAIS
WANG E SINGH
*
X = 1 + A1t + A2 t 2
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Modelos empíricos e semi-empíricos de secagem

MODELO APLICAÇÃO

HENDERSON E Milho, arroz, trigo, amendoim.


PABIS
Milho feijão branco, noz de
DOIS TERMOS
macadamia, uvas.
Cevada, trigo, milho descascado,
NEWTON
castanha de caju, noz.
Arroz de grãos pequenos e grandes,
PAGE feijão branco, milho descascado,
cevada, semente de girassol.
WANG E SINGH Arroz
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Formas de se promover a secagem


Secagem natural ou ao sol
 Exposição do produto úmido ao sol ou à sombra
em ambiente relativamente seco.
 Mais utilizado para produtos naturais.
 É vantajoso pelo baixo custo de instalação
associado ao emprego de fonte natural de
aquecimento.
 Por outro lado, o processo é lento, depende das
condições climáticas locais e exige mão-de-obra
exclusiva para as operações de revolvimento do
produto.
PRINCÍPIOS DE SECAGEM

Formas de se promover a secagem


Secagem artificial
 O produto úmido é submetido à ação de uma
corrente de gás (ar) aquecido.
 É um processo dispendioso em energia térmica
e mecânica, necessárias para aquecer e
movimentar o agente de secagem (ar).
 Permite reduzir rapidamente o teor de
umidade dos produtos, possibilitando controle das
condições de secagem.
 Apesar de seu custo relativo mais elevado, a
secagem artificial é amplamente adotada por
razões de produtividade e manutenção da
qualidade do produto

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