Apostila - Doença Celíaca - Und. II (Aula I)
Apostila - Doença Celíaca - Und. II (Aula I)
Apostila - Doença Celíaca - Und. II (Aula I)
Doença
Celíaca
Aula 1
bem-
vindo!
2
UNI Diagnóstico e fluxo
DA para o tratamento
DE AULA 1
VÍDEOAULA
Unidade 2 - Aula 1
Disponível na plataforma do curso!
Fonte: MEU SEGREDINHO. Ana Paula Rodrigues, Segredinhos, dicas, desabafos e receitas de uma
celíaca para viver muito bem sem glúten. Disponível em: http://meusegredinho.com/
O diagnóstico da Doença Celíaca (DC) começou a ser realizado por meio da detecção de al-
terações histológicas do intestino. No entanto, os avanços no conhecimento fisiopatológico
da doença levaram à descoberta de novas e melhores técnicas de diagnóstico de caráter
não invasivo (DUARTE, 2016).
4) TTG anormal, IgA normal e biópsia de intestino com resultado negativo: exclui DC - Re-
sultado de DC deve ser considerado falso positivo. Deve-se repetir a biópsia. Se realmente
for negativo, deve-se repetir a biópsia com a obtenção de múltiplos fragmentos. Caso o
padrão histológico não for de DC, a existência da doença é pouco provável.
O recurso à análise histológica pode apenas ser evitado em crianças sintomáticas e com
uma forte propensão para a doença, nas quais se faz a pesquisa sorológica de anticorpo-
sespecíficos, sendo o diagnóstico confirmado posteriormente por meio da coexistência de
um genótipo HLA específico (DUARTE, 2016).
ATENÇÃO!
O diagnóstico da DC tem por base as manifestações clínicas, os exames
laboratoriais e o emprego de marcadores sorológicos altamente sensíveis e
específicos, assim como os aspectos histológicos das biópsias do intestino
delgado (SANTOS et al., 2013).
SOROLOGIA
PARA REFLETIR
Existem pessoas que, apesar de apresentarem sintomas semelhantes, ao fazerem os
exames verifica-se que não tinham a doença (falso-positivo). Você já se deparou com
um caso como esse?
ATENÇÃO!
Podem ocorrer resultados falso-positivos associados à doença hepática crôni-
ca, insuficiência cardíaca, artrite, diabetes mellitus, alergia alimentar, giardíase,
doenças autoimunes, esofagite, gastrite, fibrose cística e doença inflamatória
intestinal (SANTOS et al., 2013).
ANTICORPO 86 85
ANTIGLIADINA IgA
ANTICORPO 93 100
ANTIENDOMÍSIO IgA
ANTICORPO ANTI 95 65
TRANSGLUTAMINASE
TISSULA IgA
TIPAGEM DE HLA
ENDOSCOPIA DIGESTIVA
BIÓPSIA INTESTIONAL
A análise histológica isolada, apesar de não ser suficiente para o diagnóstico da DC,
desempenha papel de destaque. A análise histológica dos fragmentos deve ser reali-
zada por patologista treinado e baseada nos seguintes parâmetros: aumento de LIE
(Linfócitos Intraepiteliais) e arquitetura de vilosidades e criptas, por meio dos critérios
estabelecidos por Marsh-Oberhuber e posteriormente por Corazza (SANTOS et al.,
2013).
ATENÇÃO!
Os pacientes com alimentação sem glúten devem esperar
ao menos quatro semanas com ingestão de dieta rica em
glúten antes de realizar a biópsia. Todavia, as alterações
na mucosa intestinal podem demorar anos para surgir
(SANTOS et al., 2013).
SAIBA
MAIS
Conheça a classificação de Marsh e de
Marsh e Corraza para as lesões intestinais
decorrentes da Doença celíaca.
TIPOS DA LINFÓCITOS
CLASSIFICAÇÃO¹ INTRAEPITELIAIS CRIPTAS VILOSIDADES
MARSH 100 ENTERÓCITOS
Moderadamente
3A >40 Aumentadas
Atrofiadas
Aumentadas Relevantemente
3B >40
Atrofiadas
1.Tipo 0: Doença Celíca improvável; Tipo 1: observado em doentes com dieta sem glúten, com dermatite
e com membros na família portadores da doença, tipo 2: raro, presente em pacientes com dermatite
herpetiforme, tipo3: paciente sintomáticos. 2 Tabela adaptada de Pedro et al. (2009).
CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE
DE MARSH CORAZZA E VILLANACCI
Tipo 1 e 2 Grau A
Tipos 3A e 3B Grau B1
Tipos 3C Grau B2
Tipo 4 Excluído
FAMILIARES DE 1° SÍNDROME
GRAU DE DOENTES de Turner
CELÍACOS
OSTEOPOROSE EM SÍNDROME
IDADES PRECOCES De Down
DIABETES SÍNDROME
TIPO 1 Addison
HIPERTRANSAMINÉMIA SÍNDROME
SEM CAUSA APARENTE Sjögren
HEPATITE AUTOIMUNE
DOENÇA TIROIDEIA
INFERTILIDADE INEXPLICADA
DEFICIÊNCIA IgA
ATRASO NO
DESENVOLVIMENTO DERMATITE
DA CRIANÇA HERPETIFORME
DOR ABDOMINAL
SÍNDROME DO
PERSISTENTE, DISTENSÃO INTESTINO IRRITÁVEL
E CÓLICAS
PERDA DE PESO
SÚBITA E INEXPLICADA
Indo além, quando a TTG anormal estiver acompanhada de IgA normal e biópsia de
intestino delgado com resultado do exame histopatológico negativo exclui-se o diag-
nóstico de DC, e o resultado da dosagem de TTG deve ser considerado falso positivo,
contudo é recomendado acompanhamento e se possível encaminhamento posterior
à biópsia (PIMENTEL, 2012).
ATENÇÃO!
Segundo a Sociedade Europeia de Pediatria, Gastroenterolo-
gia e Nutrição a biópsia intestinal poderá ser dispensada em
casos que a TTG e IgA estiverem muito alterados (com títulos
10 vezes maiores que o limite superior do valor de referência
em pacientes sintomáticos). Nesses casos é recomendado a
realização do HLA (se possível) para reforçar diagnóstico ou a
realização de antiendomísio (EmA) em uma segunda amostra
de sangue (LIU, 2014).
Considerar
diagnóstico
sem biópsia
Considerar outros Considerar
testes diagnósticos diagnóstico
ou mesmo biópsia: diferencial
se < 2 anos, não é DC
restrição de glúten
na dieta, suspeita
clínica forte ou HF
positiva para DC
Figura 3. Sugestão de esquema para diagnóstico Fonte: Adaptado de Liu et al. (2014)
AAEIgA +- AATIgA,
AAGLgA/G
AAELgA ou AAT
e Biópsias Duodenais
BIÓPSIAS DIAGNÓSTICO
DUODENAS IMPROVÁVEL
AAELgA ou AAt
positivos histologia
positiva
DOENÇA
CELÍACA
Figura 4. Sugestão de esquema para diagnóstico Fonte: Adaptado de Nobre et al. (2007).
VÍDEO
Como descobrir
se você é Celíaco?
Dr. Juliano Pimentel/ Fisiopatologia
SUS
ASSISTIR ASSISTIR
PARA REFLETIR
Você já se deparou com pessoas que referiram alterações de saúde após consumir
alimentos contendo glúten? Como procedeu? Foi um caso diagnosticado de doença
céliaca?
• Consulta Médica
Anamnese com especial atenção para antecedentes gestacionais e de parto, história
alimentar, desenvolvimento neuropsicomotor (atraso, involução), consanguinidade,
histórico familiar positivo para casos semelhantes, óbitos neonatais ou na infância
de causa indeterminada, exame físico completo com especial atenção para antro-
pometria, sinais dismórficos específicos, exame neurológico, alterações oculares, de
pele, cabelos e unhas (fâneros) (BRASIL, 2014).
a) Anamnese, elaboração de heredograma (pelo menos três gerações), atenção aos an-
tecedentes gestacionais, condições ao nascimento e período neonatal, desenvolvimento
somático e neuropsicomotor e outras intercorrências mórbidas relevantes. Exame físico
completo, com especial atenção a antropometria, presença de sinais dismórficos, exa-
me neurológico, alterações oculares e dos cabelos.
d) Aconselhamento genético;
e) Contra Referência para seguimento na Atenção Primária, com diagnóstico (quando pos-
sível), orientação e monitoramento de cuidados.
Persistência
Exames
da hipótese
Confirmatórios
diagnóstica
Confirmação
Testes Específicos,
Diagnóstica
dependentes de
suspeita clínica
Acompanhamento
Fonte: Brasil, 2014
clínico; tratamento;
Aconselhamento
genético e avaliação
do risco de recorrência;
Encaminhamento a outros
especialistas
Cuidados e
seguimento
SAIBA MAIS
Conheça o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA
DOENÇA CELÍACA aprovado pelo Ministério da Saúde (Portaria no. 1149,
11 de novembro de 2015). Ele é de caráter nacional e deve ser utilizado
pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios na
regulação do acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos
procedimentos correspondentes.
FAZER DOWNLOAD
ACESSAR
Diagnóstico
Promoção da saúde
Níveis de Intervenção:
Prevenção de doenças
Assistência/tratamento/cuidado
A ESF desempenha papel estratégico ao ser o primeiro contato dos usuários com o
sistema de saúde, tornando-se, assim, local privilegiado de atuação na promoção de
saúde e no enfrentamento dos agravos nutricionais que acomete o indivíduo, às famí-
lias e a população. A ESF tem como característica do processo de trabalho a definição
do território de atuação e a responsabilização por determinada clientela, em que se
analisa a situação de saúde, considerando os aspectos sociais, econômicos, culturais,
demográficos e epidemiológicos.
Há, todavia, especificidades nas ações de Alimentação e Nutrição nas equipes multi-
profissionais, relativas ao diagnóstico, planejamento, programação, implementação,
monitoramento e avaliação delas, considerando as características sociais, econômi-
cas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, inserindo-as ao plane-
jamento local de saúde de cada equipe de Saúde da Famíla (SF).
SAIBA MAIS
Maiores informações estão detalhadas
na seguinte nota:
Na lógica desse modelo de atenção, uma agenda da área de nutrição deve ser organi-
zada, em conjunto com a equipe de SF, tendo como base as necessidades locais – Ou
seja, pela caracterização do perfil epidemiológico, ambiental e social da comunidade
e dos espaços domiciliares, com a identificação de riscos, potencialidades e possibili-
dades de atuação e reconhecimento da situação de saúde, alimentação e nutrição das
famílias. Diante de tais pressupostos, podem ser enumerados os sujeitos da aborda-
gem no cuidado nutricional. São eles: o indivíduo, a família e a comunidade.
Nesse sentido, faz-se necessária a interlocução dentro de variados espaços, como cre-
ches, escolas, ambientes de trabalho, igrejas, além de meios de comunicação de massa,
como rádios comunitárias. É imprescindível, ainda, que o profissional promova e esteja
engajado em debates, encontros, seminário, sejam eles locais, sejam de âmbito maior,
para o fortalecimento das ações de alimentação e nutrição.
A inclusão da família na agenda da Atenção Primária pode ser ressaltada como um dos
avanços da Estratégia de SF e atualmente das equipes multiprofissionais para modificar
o modelo biomédico de cuidado em saúde, ultrapassando o cuidado individualizado,
focado na doença, por um cuidado que contextualiza a saúde, produzida num espaço
físico, social, relacional, resgatando suas múltiplas dimensões.
Pensar a família como sujeito de abordagem exigirá dos profissionais das equipes mul-
tiprofissionais estratégias adequadas junto aos profissionais da SF e da comunidade,
tais como diagnóstico da situação alimentar e nutricional, coleta, registro e análise dos
indicadores de segurança alimentar e nutricional, além dos indicadores de diagnóstico
nutricional e alimentar, além da identificação das famílias em risco. A partir do diagnós-
tico é que deve ser elaborado em conjunto com as equipes de SF um plano de atuação
no território.
Além disso, o nutricionista pode orientar o uso e a adoção de material instrucional, bem
como elaborar orientações que apoiem a organização da dinâmica familiar, visando à
segurança alimentar e nutricional de todos os seus membros.
O apoio a tais equipes pode ser desenvolvido por meio de atendimentos e intervenções
conjuntas, por meio das ferramentas de atendimento compartilhado e elaboração de
Projeto Terapêutico.
Cabe ao nutricionista, junto aos profissionais das equipes multiprofissionais e das equi-
pes de Saúde da Família, desenvolver estratégias para identificar oportunamente pro-
blemas relacionados à alimentação e nutrição, além de estabelecer os critérios de en-
caminhamento a outros pontos da rede assistência, estabelecendo, quando necessário,
proposta de referência e contrarreferência.
Geralmente, essa pessoa deve ser aquela com quem o usuário tem um vínculo mais
positivo, destacando-se, especialmente, o papel do ACS.
Nos casos imprevistos ou urgentes, em que não seria recomendável aguardar a reunião
regular, a equipe poderá acionar o nutricionista por meios diretos de comunicação.
Possibilidades de Atuação do
Nutricionista da Equipe Multiprofissional
A inserção das ações de alimentação e nutrição na ESF, por meio das equipes mul-
tiprofissionais, favorece a discussão e a implementação das diretrizes da PNAN, po-
tencializa a prática de promoção da alimentação saudável junto aos profissionais e a
comunidade, situa a alimentação e nutrição na perspectiva do Direito Humano à Ali-
mentação Adequada, permitindo visão ampliada do processo saúde e doença, a partir
do processo de trabalho multidisciplinar e interdisciplinar.
VÍDEO
Assista ao vídeo da OPAS/OMS, que alerta para a ingestão de
uma grande quantidade de ingredientes artificiais presentes
nos alimentos industrializados consumidos diariamente por
crianças e adultos de todo o Brasil.
ASSISTIR
PARCEIROS
MÓDULO
DOENÇA
CELÍACA