Estágio Específico IV - Relatório Final - Finalizado
Estágio Específico IV - Relatório Final - Finalizado
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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ESPECÍFICO IV
HOSPITAL DE ALVORADA
Porto Alegre
2019
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ESPECÍFICO IV
HOSPITAL DE ALVORADA
PORTO ALEGRE
2019
Resumo: Através da prática de estágio clínico do curso de Psicologia, o
presente artigo discorre os aprendizados envolvidos na área hospitalar. O
objetivo é entender o trabalho do Psicólogo nesta instituição através da
observação, reflexão crítica e articulação teórica –prática.
(Fonte: http://www.hospitaldealvorada.com.br)
Existe apenas uma psicóloga no local, e uma equipe de 15 acadêmicos
em psicologia que estão em diferentes semestres do curso, alguns realizam
estágio curricular clínico (atuação) e outros estágio curricular a nível inicial
(observação) em instituições diferentes como por exemplo: UFRGS, PUC,
Cesuca, Unissinos, São Francisco de Assis e IPA. O serviço de psicologia
conta com uma sala específica, mas a maioria dos atendimentos se dão nos
leitos de internação, alojamento conjunto, UTI neonatal, atividades
ambulatoriais que ocorrem conforme a disponibilidade do dia, entre outros.
Meu interesse pelo tema se fez presente pela minha identificação com a
área hospitalar e por meu desejo de estar nesse espaço. Estou atualmente no
quarto semestre nessa instituição e me sinto cada vez mais motivada a estar
nele.
Fundamentação teórica
Assim, a equipe de saúde nem sempre pode se mostrar aberta, pelo menos,
em um primeiro momento, ao trabalho do psicólogo. Devido a isso, pode-se
pensar que, em algumas situações, o atendimento psicológico pode ser visto
como algo desnecessário àqueles pacientes que não apresentam
comportamentos considerados não prioritários para o atendimento à saúde, ou
ser considerado secundário por se tratar de uma demanda subjetiva. Porém, a
inserção do trabalho do psicólogo no contexto hospitalar pode mudar a
dinâmica de atividades de toda equipe de saúde, uma vez que a dinâmica das
relações de poder entre os diferentes saberes do que é saúde passam a ser
estabelecidas de outras formas, alterando o entendimento sobre atenção à
saúde, tanto por parte da equipe médica, como por parte dos pacientes.
Segundo Miriam S, toda criança tem direito a sua história, são esses
“buracos” que geram as repetições dramáticas na vida do sujeito, pois não
saber sua origem os faz andar em círculos. Durante o tratamento, se o paciente
consegue colocar palavras sobre esses não ditos e compreender o que
aconteceu, o buraco pode retomar seu lugar, sua história seu curso.
A paciente L. referiu que a gestação do seu filho Ls não foi planejada,
aconteceu pela troca de anticoncepcionais. Segundo a mesma autora, se
existe fecundação, o desejo de ter um filho está presente. Um preservativo mal
colocado, umas pílulas esquecidas são ditas atos falhos do inconsciente bem-
sucedidos. Devemos entender o por que o casal se colocou, neste momento,
no “descuido” de ter um filho.
Relacionando o texto da autora com o nascimento do Ls, podemos
interpretar o interesse da paciente como uma oportunidade de reeditar a sua
história. Antes, na primeira gestação, sua função psíquica estava ainda como
filha, demandando os cuidados de uma mãe, para a sua própria. Mas, esse
desinteresse trouxe culpa, e agora, com a nova chance de ser mãe, esta
posição de filha, se findou, passando finalmente para a de mãe, assim podendo
construir sua relação mãe-bebê de outra forma. A paciente relatou que desde o
nascimento do segundo filho não visitou sua mãe, e achou por melhor evitar,
pois se antes ela estava mais presente, agora queria tomar para si esses
cuidados, e, finalmente provar para seus familiares e para “sua cabeça que é
uma pessoa normal” (sic).
PROGNÓSTICO
Paciente L. apresentou um prognóstico favorável, visto que algumas
mudanças significativas já ocorreram desde a sua entrada em psicoterapia, até
o momento da finalização das sessões. A paciente relatou que tinha mais
consciência que seus sentimentos eram fruto de sua preocupação pelo
ocorrido durante a primeira gestação. Disse que percebeu o quanto a escuta do
que dizia fez se envergonhar pela forma como seu medo se apresentava. A
paciente disse que seu medo quando aparecia não se tornava mais irracional,
pois pensava e avaliava o que sentia, tinha mais autonomia.
Vejo essa situação como uma oportunidade de aprendizado novo, por mais
que as atividades sejam as mesmas os olhares não o são e assim podemos
atualizar os conhecimentos aprendidos anteriormente e/ou melhorá-los caso
algo seja apontado.