Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional
Educação a Distância
Recife
Revisão Diagramação
Audennille Marinho de Almeida Jailson Miranda
Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly
Vera Lúcia Arcanjo Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Coordenação de Curso Renata Marques de Otero
Raísa Rení Lima Andrade Manoel Vanderley dos Santos Neto
Conclusão ............................................................................................................................................. 50
Referências ........................................................................................................................................... 51
6
Mas de fato... o que é a tão falada Higiene Ocupacional?
A Higiene Ocupacional, também chamada de Higiene do Trabalho consiste na ciência que
atua nos estudos do ambiente laboral, bem como a prevenção de doenças causadas por ele. Esta
prevenção é dada por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes
ambientais. No Brasil, passou a ser reconhecida como ciência praticada profissionalmente no ano de
2014, isto porque só neste período houve a sua inserção na Classificação Brasileira de Ocupações -
CBO.
Mas será que esse reconhecimento foi tardio?
Da Antiguidade a Idade Média, o termo “trabalho”, remetia a algo negativo, apresentando
sofrimento e castigo para os que o desempenhavam. Mas se você parar para pensar, até os dias de
hoje, nós mesmos usamos o termo: “determinada coisa dá muito trabalho... ou mesmo... isto é muito
trabalhoso”. Como se algo que desse muito trabalho fosse negativo não é mesmo?
Pois bem, a palavra “trabalho” é originada do vocábulo latino tripaliu – advindo de um
instrumento utilizado para tortura formado por três (tri) paus (paliu).
É de nosso conhecimento que na Inglaterra, no período da Revolução Industrial, o regime
de trabalho era extremamente pesado, chegando muitas vezes a dezesseis horas por dia, em
condições precárias, não sendo levada em consideração o bem-estar do trabalhador. Porém, no
decorrer dos anos, começaram a surgir algumas preocupações relativas a saúde dos trabalhadores e
a partir disto, iniciativas passaram a ser tomadas.
No ano de 1556 Georg Bauer, pesquisador alemão, desenvolveu uma obra denominada
“Dos Metais”, na qual era apresentado o drama vivido pelos trabalhadores que atuavam em minas
subterrâneas. Na obra, Bauer descreveu ações preventivas a partir da ventilação local.
Em 1700, Bernardino Ramazzini publicou na Itália, o livro “As doenças dos trabalhadores”
esta obra apresentava as doenças originadas dentro do ambiente laboral. Vale ressaltar que
Ramazzini tem grande destaque na Higiene Ocupacional por ter praticado e ensinado grandes lições,
dentre elas:
• A relevância do bom atendimento, levando em consideração a dignidade e o
respeito com todos os trabalhadores, sem levar em consideração a sua condição
social;
7
• A importância de conhecer a profissão do trabalhador, sabendo como a mesma é
desenvolvida diariamente;
• A necessidade de se realizar visitas aos locais e trabalho;
• A importância de dialogar com o trabalhador, conhecendo assim suas queixas e
necessidades;
• Abordar e analisar de forma coletiva e comparativa, levando em consideração as
ligações entre o mundo do trabalho e o meio ambiente do entorno.
Caro estudante, observe que estes fatos mundiais que apresentam grande
relevância na história da higiene ocupacional se deram em um intervalo de
tempo bastante considerável!
8
diante da Organização Internacional do Trabalho com o objetivo de investir em Segurança e Medicina
do Trabalho, tendo o início de suas atividades apenas no ano de 1969.
No ano de 1978, através da Portaria nº 3.214 surgiram as conhecidas Normas
Regulamentadoras sobre segurança e medicina do Trabalho.
O ano de 1992 é marcado pela introdução do mapa de riscos, tornando possível a
participação dos trabalhadores no reconhecimento dos riscos bem como na avaliação qualitativa dos
ambientes de trabalho. E em 1994 foi criada a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
(ABHO).
No decorrer deste tempo, o simples fato de se associar um risco ambiental com sua
consequência, ou seja, uma doença desenvolvida naquele ambiente, foi o ponto inicial para que se
desenvolvesse de forma prática a Higiene Ocupacional!
Interessante não é mesmo?
Foram citados acima os principais pontos que culminaram no desenvolvimento desta
ciência e sua história pode ser acompanhada com melhor detalhamento na biblioteca da
FUNDACENTRO onde o acesso é gratuito a partir do link a seguir:
9
Já na segunda semana, o conteúdo que será apresentado lhe dará condições de
Estabelecer Ações Preventivas e Corretivas para a Promoção da Higiene e Organização do Trabalho.
Percebeu quão grande será sua responsabilidade como profissional da área de
segurança?
Pois bem, este será o momento de solidificar sua base de conhecimentos!
ATENÇÃO!
Não esqueça que a sua participação no AVA é fundamental. Nossa equipe
de professores estará sempre disponível para esclarecer as possíveis duvidas, nos
canais de comunicação (Fóruns, chats e mensagens diretas). Vamos nessa? Este é
o momento de buscar o diferencial para sua vida profissional!
Bons Estudos!
10
Competência 01
A NR 9, que trata dos agentes ambientais, passou por recente atualização e pode ser
consultada na íntegra no link a seguir:
Antes de prosseguirmos com nosso conteúdo, apesar de ser um termo bastante utilizado,
saiba que é incorreto afirmar que Agentes Ambientais é o mesmo que Riscos Ambientais. Você sabe
diferenciar os termos “agente” e “ risco”?
Entenda...
11
Competência 01
12
Competência 01
Conforme descrito na NR- 09, são considerados agentes físicos as diversas formas de
energia a que os trabalhadores podem estar expostos em seu ambiente laboral, tais como: ruídos,
13
Competência 01
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes
e umidade. Este tipo de agente é representado pela cor verde no mapa de riscos.
1.2.1 Ruído
O ruído é considerado um dos agentes físicos mais comuns encontrado no ambiente
laboral. Por este motivo e pelo fato de que os danos causados à saúde dos trabalhadores expostos
são elevados, passou a ser um fator de grande relevância para higienistas e profissionais que atuam
na segurança e saúde do trabalhador, sendo dada uma atenção especial a este tipo de agente.
Mas na verdade, o que é o tão falado “ruído”? Para um melhor entendimento, partiremos
de conceitos básicos.
Agora que você sabe o que é um “som” ficará mais fácil compreender o que é um ruído!
Ruído é um conjunto de sons não coordenados, não havendo relação harmônica entre si.
Por este motivo nos causam incômodo e desconforto, sendo assim considerado indesejável. Podem
ser classificados como:
14
Competência 01
15
Competência 01
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
16
Competência 01
Destaco ainda o uso de fones de ouvido, item que se tornou indispensável em nossa rotina
e está no limiar de som lesivo! Quem de nós não aprecia uma boa música? Conforme pode ser
conferido na imagem apresentada, o uso desse item pode trazer uma pressão sonora aos nossos
ouvidos de até 100 dB (lembrando que este é um valor estimado, ou seja, há equipamentos que
possuem maior potência atingindo a valores mais elevados).
17
Competência 01
Preocupante não é mesmo? Imagine você, em sua atuação profissional se deparar com a
queixa de um funcionário em relação à perda auditiva? Como comprovar se esta perda está
relacionada ao trabalho desenvolvido ou ao uso de fones de ouvido no caminho de casa? Mais
preocupante ainda não é?
Pois bem, a partir desse exemplo ressalto que toda doença relatada deve ser muito bem
investigada antes mesmo de se chegar a um diagnóstico! Utilizando ainda o mesmo exemplo, no caso
da perda auditiva apresentada é necessário avaliar se há um nexo causal com a atividade
desenvolvida, por exemplo: verificar se realmente o ambiente é ruidoso, observar se os demais
trabalhadores que desenvolvem a mesma atividade apresentam queixas, verifica se o trabalhador
que apresenta queixa cumpre as medidas de segurança estabelecidas (uso de EPI corretamente,
quando aplicável), verificar a evolução dos exames periódicos, entre outras.
Há danos, causados por esse tipo de exposição que pode ser irreversível, incapacitando o
trabalhador permanentemente para a realização de suas atividades.
Vale a pena que você confira o material complementar disposto no AVA, onde estão
apresentados os danos causados à saúde do trabalhador em decorrência da exposição ao ruído,
danos estes que vão bem mais além de perdas auditivas, como muitos nem imaginam.
Atenção!
Se durante a jornada de trabalho o trabalhador ficar exposto a dois ou mais
períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, os seus efeitos devem ser
considerados de forma combinada!
De que maneira podemos calcular a forma combinada de exposição ao ruído?
Você verá a seguir que este é um cálculo bastante simples, basta que você esteja
atento aos valores dos ruídos e do tempo de exposição a ele.
Valos lá então!
Considere:
C: como o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico,
T: como a máxima exposição diária permissível a este nível.
18
Competência 01
Se a soma das frações acima exceder a unidade, ou seja, apresentar valor que ultrapasse
o número 1, a exposição estará acima do limite de tolerância.
Então, as condições de trabalho neste setor avaliado são insalubres? O que acha de pôr
em prática esse novo conhecimento e postar sua resposta no nosso fórum? Vamos
exercitar! Aguardo você lá!
1.2.2 Vibrações
A vibração no ambiente laboral é bem mais comum do que imaginamos, estando presente
em inúmeras atividades. Certamente quando paramos para pensar na presença desse agente nos
vem à mente atividades desenvolvidas pelos operadores de máquinas (marteletes, compactadores,
moto serra).
19
Competência 01
Pois bem, você já analisou a atividade do motorista de transporte coletivo? Será que
aquela posição que o mesmo atua, próximo ao motor do veículo, tocando no câmbio para passagem
de marcha durante todo o expediente o expõe a vibração?
Na maioria das vezes as vibrações quando ocorrem de forma discreta e rápida, podem
passar despercebidas no ambiente de trabalho, fato considerado grave, pois a exposição contínua às
vibrações, em casos onde não há o devido controle dos riscos nem a proteção adequada, pode causar
graves danos à saúde do trabalhador, dentre eles: doenças vasculares, neurológicas e musculares.
Mas o que é a vibração?
A vibração é um movimento oscilatório, ou seja, para frente e para trás, movimento este
característico da maioria das máquinas e equipamentos. Este agente é classificado em:
• Vibração de corpo inteiro (VCI): É caracterizada por incidir sobre todo o corpo do
trabalhador, esteja ele sentado, em pé ou deitado. Geralmente ocorrem em atividades com
máquinas pesadas.
• Vibração localizada ou Vibração em Mãos e Braços (VMB): É caracterizada por afetar uma
determinada região do corpo do trabalhador, como em membros superiores e inferiores.
Este tipo de vibração atinge principalmente mãos, braços e ombros, geralmente ocorrem
em atividades desenvolvidas com o uso de ferramentas manuais.
Vale salientar que nenhum trabalhador se expõe à vibração de forma passiva, como
acontece com a exposição ao ruído, por exemplo. Neste caso obrigatoriamente o contato faz parte
da ação. Pessoas que utilizam maquinário pesado, no decorrer de suas atividades são as mais
atingidas, estando propícias a sentir dores no corpo a princípio, tendo posterior evolução a problemas
degenerativos.
20
Competência 01
Para que sejam minimizados os danos causados pela vibração no ambiente laboral,
algumas técnicas podem ser utilizadas com o intuito de medir as vibrações causadas pelo
equipamento em uso e o respectivo impacto que este causa a saúde do trabalhador. Tendo estas
informações em mãos, a empresa terá condições de montar seu plano de ação com o intuito de
reduzir estes danos.
Mas de que forma você como profissional da área de segurança do Trabalho pode
contribuir?
Uma medida preventiva bastante comum é a utilização de ferramentas que possuem
controle de impacto e luvas antivibração, trata-se de uma luva bastante robusta e resistente, com
poder de absorção dos impactos causados por vários tipos de vibração. Este tipo de luva, diminui a
exposição ao agente por ser produzida em fibra sintética, e possuir diversos gomos para absorver os
impactos da vibração.
Outra medida preventiva de grande eficiência é a destinação de um período para o
descanso e massagens nos dedos e braços, bem como a submissão dos trabalhadores a treinamentos
que proporcione o uso correto de máquinas e equipamentos. É necessário também orientar o
trabalhador a:
• Não utilizar força além da necessária para operação do equipamento,
• Evitar o contato direto da máquina com a pele,
• Adotar uma postura adequada na realização da atividade,
• Não trafegar com velocidade superior a indicada,
• Realizar as manutenções periódicas nos equipamentos.
Pois bem, você como profissional atuante na área de Segurança deve estar sempre
atento! Conforme dito anteriormente, muitas vezes esse agente acaba passando despercebido, e isto
é algo que não pode ocorrer em hipótese alguma.
21
Competência 01
a) Pressão Hiperbárica
Ocorre quando o trabalhador desenvolve suas atividades abaixo do nível do mar, tais
como: atividades de mergulho, serviços metroviários (em casos onde estes são subterrâneos),
escavação de minas, construção civil (trabalhos em tubulões), entre outros. Vale salientar que,
quanto maior for a profundidade, maior será a pressão exercida sobre o trabalhador.
Este tipo de ambiente, pressurizado, interfere nos gases presentes em nosso organismo,
os quais acabam se dissolvendo no sangue e nos tecidos, exigindo assim que haja uma manobra de
descompressão ao término da atividade. Esta descompressão varia de acordo com o tempo de
exposição do trabalhador bem como o nível de pressão sofrido por ele, podendo ser um processo
bem demorado.
Após esta manobra, é necessário que o trabalhador permaneça em observação médica
no local de trabalho por um período de no mínimo duas horas.
b) Pressão Hipobárica
Ocorre quando o trabalhador está exposto a pressões menores que a pressão
atmosférica. Esta exposição se dá em atividades que demandem determinada altitude, tais como:
atividades de pilotos de avião, paraquedista, alpinista, astronautas, entre outros. Quanto mais alto
estiverem, menor será a pressão exercida sobre eles.
Quanto maior a altitude, menor a concentração de oxigênio respirável, reduzindo a
quantidade de oxigênio recebido pelos tecidos corporais, o que chamamos de hipóxia. Em resposta a
esse processo, na tentativa de estabilização, nosso organismo acaba gastando maior energia por
adotar medidas compensatórias de adaptação, uma das consequências diante disto é o aumento da
frequência respiratória, o que pode trazer efeitos nocivos ao organismo, tais como: irritabilidade,
22
Competência 01
O agente ambiental temperatura extrema, que engloba o calor e o frio, pode trazer
diversos riscos para a saúde e o bem-estar do trabalhador, desta maneira acaba interferindo em seu
desempenho. Por este motivo é fundamental que o empregador invista em um ambiente que seja
agradável e que possa preservar a qualidade de vida do funcionário.
A própria NR17 em seu item 17.5.1, estabelece que:
“As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado”.
a) Exposição ao calor
Não é nada fácil e nem saudável para um trabalhador que desenvolve diariamente suas
atividades tendo que lidar com altas temperaturas. Anualmente inúmeros funcionários apresentam
problemas de saúde relacionados a exposição ao calor excessivo que, em alguns casos, podem levar
ao óbito do trabalhador.
Atividade como fundição de metais, laminação a quente, operação de fornos, atividades
em minas, lavanderias, esterilização de materiais hospitalares, cozinhas industriais, entre outros. Vale
ressaltar que os trabalhadores que atuam ao ar livre, expostos ao sol, como é o caso da atividade da
construção civil, manutenção e limpeza de galerias entre outros, estão susceptíveis a desenvolver
doenças relacionadas ao calor. Este calor pode ser:
• Produzido: Aquele que se dá pelo esforço físico. Ex.: transportar carga manualmente.
23
Competência 01
• Recebido: Aquele que ocorre através de fonte de calor no trabalho. Ex.: operar forno
em indústria de vidro.
Quando este calor excede ao que é dissipado pelo organismo, a tendência é que haja o
aumento da temperatura corporal, levando o trabalhador a um quadro de hipertermia, ou seja o
aumento da temperatura interna do organismo.
Você sabia?
Quando nosso cérebro detecta a hipertermia, nosso organismo passa a lutar para
que o equilíbrio corporal seja mantido e se adapte a esta situação.
Em busca do equilíbrio corporal, nosso organismo responde com diversas reações, uma
delas é a vasodilatação periférica, que é dada pela expansão dos vasos sanguíneos, proporcionando
uma melhor troca térmica entre o corpo e o meio, realizada através da circulação sanguínea. Além
dessa reação, podemos citar também a ativação das glândulas sudoríparas, aquelas que são
responsáveis pela produção do suor.
De acordo com a própria NR 17 a temperatura ideal, que traga conforto ao trabalhador
deve estar no intervalo de 20° C a 23° C, para o desenvolvimento das atividades em lugares fechados
tais como escritórios, laboratórios, entre outros. Por outro lado, a ISO 9241/2011 determina que a
melhor temperatura fica no intervalo de 20° C a 24° C no verão e de 23° C a 26° C no inverno.
A NR 15, a qual estabelece critérios para a caracterização das atividades ou operações
insalubres que decorrem da exposição ao calor em ambientes fechados ou ambientes com fonte
artificial de calor, apresenta em seu anexo III a temperatura máxima permitida de acordo com o nível
de dificuldade da atividade desenvolvida, sendo elas classificadas como: leves, moderadas e pesadas.
Você como profissional da área de Segurança do trabalho deve aderir medidas de
controle com o intuito de impedir que os trabalhadores se exponham a altas temperaturas. Dentre
essas podemos citar: adotar sistema de rodízio, descanso em locais com temperatura ambiente, uso
de equipamentos adequados, monitoramento do trabalho do colaborador e realização de exames
médicos regulares.
24
Competência 01
• O IBUTG para ambientes internos (sem carga solar) é calculado a partir da medição
de duas temperaturas: Tbn e Tg
Onde:
Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural
Tg - Termômetro de globo
• O IBUTG para ambientes externos (com carga solar) é calculado a partir de três
medições: Tbn e Tg, que já conhecemos, e a Tbs.
Onde:
Tbs - Termômetro de bulbo seco
O IBUTG calculado considera o tipo de atividade desenvolvida, sendo avaliada por classe
ou por tarefa (quantificando a tarefa em kcal/h).
25
Competência 01
b) Exposição ao frio
A perda do calor, causa uma série de problemas nos casos em que os trabalhadores não
estão preparados para estas atividades (temperaturas extremas). As extremidades (pés e mãos) são
as principais áreas afetadas, mas esta exposição pode afetar também o sistema respiratório e a pele.
O anexo IX da NR 15 estabelece que as atividades realizadas em interior de câmaras
frigoríficas, ou em condições similares, expondo os trabalhadores ao frio (sem a devida proteção)
serão consideradas insalubres.
1.2.5 Radiações
A Radiação é um processo físico que emite e propaga a energia, entre dois pontos no
espaço ou no meio material. Ao se utilizar a radiação é liberada a radioatividade em sua volta,
26
Competência 01
podendo expor o trabalhador a esse agente. O uso da radiação se estende a diversos segmentos tais
como: medicina, indústria, agricultura e geração de energia.
A radiação pode ser classificada em Radiação ionizante (conforme disposto no anexo V
da NR 15), e Radiação não ionizante (conforme disposto no anexo VII da NR 15).
a) Radiação Ionizante:
Se caracteriza por apresentar poder de penetração na matéria de acordo com seu tipo e
energia, possuindo poder de remover parte do átomo. Exemplos de radiação ionizante:
a. Raio X: atravessa o corpo humano;
b. Radiação alfa (α): bloqueadas por uma folha de papel;
c. Radiação beta (β): bloqueadas por uma camada de alumínio;
d. Radiação gama (γ): bloqueadas por uma camada de chumbo ou concreto;
Os danos causados por este tipo de radiação podem ter efeitos imediatos, como
queimaduras e vômitos. Podem também apresentar-se ao longo do tempo, que é o caso da
infertilidade e da leucemia, por exemplo.
Em alguns casos, o organismo tem a capacidade de se regenerar diante dos danos
eliminando as células modificadas, porém nos casos em que a exposição à radiação é muito elevada,
a taxa de renovação é insuficiente, o que dá origem a vários problemas. Vale salientar que a gravidade
das consequências por exposição à radiação está associada ao tipo, quantidade e tempo de
exposição, isto porque quanto maior tempo de exposição, maior o risco de danos severos.
Inicialmente, as consequências pela exposição à radiação em excesso surgem em fração
de horas, dentre elas podemos destacar: náuseas, vômitos, dores de cabeça, diarreia e sensação de
fraqueza. Estes podem ser sintomas passageiros, porém podem reaparecer com maior intensidade
após dias e com o passar do tempo, surgirão consequências mais graves, dentre elas:
• Queimaduras na pele;
• Cataratas;
• Síndrome cerebral, podendo levar à morte;
• Sonolência, convulsões, incapacidade de andar e coma;
• Doenças do sangue, sendo mais comum a leucemia;
27
Competência 01
Quando houver suspeita de exposição a um elevado nível de radiação ionizante, visto que
essa exposição é imperceptível, recomenda-se que o trabalhador busque ajuda profissional para dar
início ao tratamento adequado. A NR-15 estabelece Limites de Tolerância para a exposição à radiação
ionizante, que é calculada em dose, e representa a quantidade de energia absorvida pelo organismo.
O Limite de Tolerância é dado pelos Máximos Admissíveis de Dose Anuais, ou seja, são os
valores de doses que o trabalhador poderá ficar exposto por um período de um ano, sem que isso
resulte em danos à sua saúde.
Se caracteriza por ser menos energética, não têm capacidade de danificar o material
genético, além disso não apresenta poder de penetração, ou seja, age principalmente sobre a
superfície. Podemos identificar as radiações não ionizantes em nosso cotidiano, como por exemplo:
Radiação ultravioleta (radiação solar), Radiação Infravermelho, Radiofrequência, Lasers, Micro-
ondas, smartphones, etc.
Este tipo de radiação, apesar de ser menos agressiva, quando comparada com as
ionizantes, podem comprometer à saúde do trabalhador dentre elas destacamos a radiação solar e
radiação UV emitida em serviços de solda, que podem acarretar alguns danos, dentre estes podemos
destacar:
• Envelhecimento precoce da pele;
• Câncer de pele;
• Lesões na pele e nos olhos, quando não se utilizam as devidas proteções;
• Cansaço físico
28
Competência 01
1.2.6 Umidade
29
Competência 01
Particulados líquidos:
• Neblinas: A neblina é a suspensão de partículas líquidas formadas pela condensação
do vapor de uma substância que é líquida na temperatura natural.
• Névoas: as névoas são pequenas gotículas que ficam em suspensão no ar, geralmente
encontradas por operações com uso de spray. Exemplos de névoas são pinturas a
base de pistola e aplicação de agrotóxicos.
30
Competência 01
Gasosos:
• Gases: Os gases se caracterizam por em temperatura ambiente, se apresentarem em
estado gasoso. São exemplos de gases: Monóxido de carbono; Gás carbônico;
amônia, Gás de cozinha.
• Vapores: são resultados de evaporação de um líquido ou sólido, podemos dizer que
ocorre da mesma forma que a água é transformada em vapor.
• Fumos metálicos: São liberados em processos de fundição de metais (fumaça) em
serviços de solda e corte de chapas à quente por exemplo.
Os gases e vapores tem classificação de acordo com a sua ação sobre o organismo
humano, podendo ser:
Irritantes: quando em contato direto, causam inflamação nos tecidos, tais como: a pele,
a conjuntiva ocular e as vias respiratórias.
Anestésicos: este efeito anestésico ocorre pela ação depressiva sobre o sistema nervoso
central. Ao serem introduzidas no organismo pela via respiratória, estas substancias alcançam o
pulmão, em seguida a corrente sanguínea e a partir daí distribuída para o resto do corpo.
Asfixiantes: são aqueles que apresentam a capacidade de deslocar o oxigênio da
atmosfera ambiente fazendo com que menos oxigênio seja inalado nos pulmões. Isso diminui a
chegada de oxigênio aos órgãos vitais.
Os agentes químicos causam consequências como: dores de cabeça, irritação, doenças
pulmonares que podem se agravar com o passar do tempo levando o trabalhador à morte.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho - OIT, há registros de mais de 11
milhões de substâncias químicas, resumindo-se em cerca de 6.000 novos produtos anualmente.
As consequências decorrentes da exposição aos agentes químicos podem ser:
pneumoconioses, transtornos gastrointestinais, câncer, anemia entre outros.
Na NR 15 em seu anexo Nº13, está disposta uma relação de atividade e operações que
envolvem produtos químicos considerados insalubres, essa conclusão se deu em decorrência de
inspeção realizadas no local de trabalho. O grau de insalubridade também está definido no referido
anexo.
31
Competência 01
Para que essas doenças possam ser classificadas como doenças profissionais, é necessário
que o trabalhador se exponha a estes micro-organismos.
Diante disso, é necessário que sejam tomadas medidas preventivas, para que assim as
condições de higiene e segurança nos setores de trabalho sejam adequadas.
Os agentes biológicos afetam a saúde humana, foco de nosso estudo, mas você
sabia que estes agentes também podem atingir as plantas e os animais? E estes
sendo atingidos podem se tornar hospedeiros das doenças.
32
Competência 01
A entrada do agente no organismo pode ser por via cutânea, via parenteral (quando há
inoculação intravenosa, subcutânea), pelo contato direto com mucosas, por via respiratória e por via
oral. Ressaltamos a importância da identificação destas vias de transmissão, pois é esta informação
que irá determinar as medidas de proteção a serem adotadas.
Vale salientar, caro estudante, que cada local de trabalho tem sua particularidade em
termos de precauções a serem tomadas, e estas devem ser adequadas ao ambiente laboral, porém,
independente da atividade desenvolvida, a principal medida de segurança é a pratica constante da
higiene. A utilização de EPI’s também é fundamental, dede que estejam de acordo com a classificação
de risco do local.
33
Competência 01
Ainda ressaltamos que: para que haja um eficaz gerenciamento do risco é necessário que
o trabalhador passe por treinamento específico ao setor de atuação.
Os riscos que iremos abordar a seguir, mecânicos e ergonômicos, não são considerados
riscos ambientais de acordo com a definição disposta na NR 9, conforme apresentada anteriormente,
porém pelo fato de o trabalhador está exposto, deve SIM ser contemplado no PPRA, visto que o
mesmo precisa estar articulado as demais NR’s, nas quais são tratados esses riscos (NR 10 – risco de
choque elétrico, NR 12 – acidentes com máquinas e equipamentos, NR 35 - acidentes com trabalho
em altura, NR 17 – ergonomia, entre outras normas), então vamos conhecer esses riscos?
34
Competência 01
Conforme disposto na NBR 14280, que trata sobre o Cadastro de acidente do trabalho -
Procedimento e classificação, o fator pessoal de insegurança está relacionado ao comportamento do
trabalhador, comportamento este que pode resultar na ocorrência do acidente ou mesmo no Ato
abaixo dos padrões de segurança. Exemplo: Falta de conhecimento ou experiência (quando o
trabalhador não está apto para atuar em determinada atividade); Desajustamento físico (quando o
trabalhador apresenta deficiência visual, doença degenerativa, deficiência auditiva, entre outras);
Desajustamento emocional ou mental (quando o trabalhador apresenta comportamento agressivo,
distúrbios emocionais entre outros).
O Risco ergonômico está relacionado a todo e qualquer fator que venha a interferir nas
características psicofislológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde no
35
Competência 01
desenvolvimento de suas atividades laborais. No mapa de riscos, este risco é representado pela cor
amarela.
A norma que trata especificamente este tipo de risco é a NR 17, que apresenta o título
Ergonomia e tem por objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho aos trabalhadores, de modo que lhe proporcione um máximo de conforto, segurança e além
disso um desempenho eficiente em suas atividades laborais.
Podemos exemplificar como risco ergonômico atividades que envolvam: levantamento
de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho,
iluminação inadequada, jornadas de trabalho prolongadas entre outros. O empregador deverá ter a
preocupação em adequar a empresa ergonomicamente, ou seja, alocar o trabalhador em postos de
trabalho que sejam compatíveis com suas condições físicas e mentais, além de dispor de ferramentas
de trabalho adequadas, o que permitirá a realização de tarefas com o menor desgaste ao organismo.
Os riscos ergonômicos podem trazer sérios danos à saúde do trabalhador, interferindo no
seu desempenho no ambiente laboral. As medidas preventivas relacionada aos riscos ergonômicos
não é só uma exigência da legislação trabalhista brasileira, e sim uma necessidade que deve ser levada
a sério! Para que isso aconteça, a legislação exige que seja feita a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET). Sobre este tema, você irá estudar de forma detalhada ainda neste módulo.
36
Competência 01
Figura 2: Quadro resumo dos riscos que podem ser encontrados no ambiente laboral.
Fonte: http://ambientesst.com.br
Descrição: A imagem apresenta um quadro contendo 5 colunas, onde cada uma representa o risco com sua respectiva
cor, sendo da esquerda para a direita: Grupo 1 verde (risco físico), Grupo 2 vermelho (risco químico), Grupo 3 marrom
(risco biológico), Grupo 4 amarelo (risco ergonômico), Grupo 5 azul (risco de acidentes). Nas respectivas linhas estão
representados os agentes que se enquadram em cada grupo.
Pois bem, caro estudante, finalizamos aqui o conteúdo desta primeira semana de estudos.
Saiba que o entendimento do que foi apresentado será fundamental para uma melhor compreensão
do conteúdo que será abordado na nossa segunda semana de estudos! Portanto, caso ainda haja
dúvidas, nossa equipe de professores estará sempre disponível a esclarecê-las. Sigamos adiante!
37
Competência 02
2.1.1 Antecipação
A fase de antecipação de riscos é considerada a etapa mais importante, isto porque, nela
é possível identificarmos os agentes ambientais que os trabalhadores poderão estar expostos. Nesta
fase as medidas de controle são implantadas, antes mesmo do agente estar presente no ambiente
laboral.
38
Competência 02
2.1.2 Reconhecimento
Sabemos que nem sempre é possível se antecipar aos riscos. Em alguns casos acabamos
nos deparando com novas situações dentro da organização, onde a alternativa que resta é a de
reconhecê-los. Nesta fase de reconhecimento devemos identificar os riscos ambientais, analisando
quais efeitos que eles poderão trazer a saúde dos trabalhadores.
Vale salientar a importância de utilizar um método de avaliação adequado para o
reconhecimento dos riscos, pois é a partir destas ferramentas de análise que iremos identificar a
necessidade de implantar ações com o intuito de eliminar, neutralizar ou controlar os possíveis
agentes presentes.
De que forma podemos realizar este reconhecimento?
Em casos onde o processo produtivo está em andamento, iniciamos com a fase de
identificação, onde se avaliam todas as ações desenvolvidas. Mas como fazê-la de forma eficiente?
O profissional de segurança deve buscar informações relacionadas a atividade
desenvolvida, assim como: a identificação dos produtos utilizados, subprodutos, suprimentos,
resíduos produzidos, procedimentos seguidos, máquinas, equipamentos e ferramentas utilizados.
A partir dessas informações, o profissional de segurança terá condições de realizar as
inspeções "in loco", a fim de verificar tanto as condições operacionais, como os postos de trabalho.
Feito isso, as atividades poderão ser avaliadas. Estas avaliações se dão a partir de entrevista aos
trabalhadores, pois ninguém melhor que eles para descrever as atividades diárias desenvolvidas não
é mesmo? A partir dessas informações é possível elaborar o relatório onde se caracterizam os riscos
encontrados
39
Competência 02
2.1.3 Avaliação
Esta fase tem por objetivo, diante a presença do agente, avaliar sua concentração ou
intensidade. A avaliação irá determinar a exposição a partir do tempo que o trabalhador fica exposto
a determinada intensidade ou concentração de um agente nocivo.
Nesta etapa são utilizados os equipamentos que avaliam os riscos de forma quantitativa,
dentre eles podemos destacar: dosímetro, decibelímetro, bomba gravimétrica, luxímetro,
termômetros, equipamentos estes que serão apresentados adiante.
2.1.4 Controle
Sendo a última fase, após realizar o reconhecimento e a avaliação dos riscos, é chegado
o momento de propor as medidas de controle adequadas as atividades desenvolvidas. Vale salientar
a importância de ser levado em consideração a ordem em que essas medidas de controle devem ser
implantadas.
Ex: No meu processo produtivo existe um maquinário ruidoso. Para realizar o controle na fonte
é necessário que se realize manutenção na máquina, enclausuramento (isolamento deste
equipamento a fim de reduzir o ruído causado por ele), ou mesmo substituição por uma
máquina mais moderna e consequentemente mais silenciosa.
b) Controle na trajetória– Ocorre quando não for possível o controle na fonte, o controle na
trajetória se dá no trajeto entre a fonte e o receptor.
Ex: Para o mesmo caso do maquinário ruidoso, uma alternativa para o controle na trajetória
seria a utilização de barreiras na transmissão do ruído, como por exemplo: barreiras isolantes,
neste caso, a construção de uma parede se enquadraria neste tipo de controle.
40
Competência 02
c) Controle no receptor – Este tipo de controle, trata-se de uma ação direta no trabalhador, e só
devem ser implantadas quando as tentativas de medidas de controle utilizadas anteriormente
forem inviáveis, insuficientes ou em situações emergenciais.
41
Competência 02
42
Competência 02
2.3 Instrumentação
43
Competência 02
44
Competência 02
• Luxímetro: Este equipamento tem por finalidade medir a iluminância, isto é, a luz
distribuída em uma superfície ou área dentro do ambiente laboral. O luxímetro
transforma a luz captada, seja ela natural ou artificial, em corrente elétrica, sendo
apresentada em seu visor.
45
Competência 02
• Higrômetro: Este equipamento tem por finalidade medir a umidade relativa do ar,
verificando as condições nos ambientes fechados, onde a umidade em altos níveis
poderia causar danos.
Figura 8: Higrômetro.
Fonte: https://www.highmed.com.br
Descrição da Imagem: A imagem apresenta um higrômetro nas cores preta e branca e visor branco.
46
Competência 02
47
Competência 02
48
Competência 02
49
Conclusão
Estimado Estudante,
Finalizamos nossa disciplina de Higiene ocupacional, após o estudo de duas
competências, esperamos ter contribuído com seu aprendizado!
O conteúdo abordado no decorrer destas duas semanas, sem dúvidas, será de grande
relevância para sua atuação profissional. Certamente o que foi trabalhado contribuiu para o despertar
de uma visão crítica e mais criteriosa no que diz respeito as condições do ambiente laboral, o que lhe
permitirá uma maior facilidade na identificação dos riscos, bem como nas medidas a serem tomadas,
as quais você como profissional de segurança será responsável!
Não se limite ao que foi fornecido no e-book, vídeo aulas, fóruns e chats! Avance, busque
pela informação, procure sempre atualizar-se e seja ousado! Um bom profissional precisa estar
atento e aberto a mudanças, desta forma, você certamente fará diferença na vida das pessoas!
“Eu não posso mudar o mundo, mas posso mudar a vida de alguém”.
Mário Fortuna
Pense nisso!
Profª. Crisleide Nascimento.
50
Referências
Ambiente Saúde e Segurança do trabalho - Riscos de Acidentes – Saiba quais são e como identificá-
los. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/riscos-de-acidentes/ >Acesso em: 10 de fevereiro de
2020.
Associação Nacional de Medicina do trabalho – ANAMT. Vibração ocupacional pode causar sérios
danos à saúde do trabalhador. Disponível em:
<https://www.anamt.org.br/portal/2018/01/18/vibracao-ocupacional-pode-causar-serios-danos-a-
saude-do-trabalhador/> Acesso em: 12 de dezembro de 2019.
51
Minicurrículo do Professor
52