Discursiva História
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História
3ª 2 A/B
Instruções:
- Leia atentamente cada questão antes de resolvê-la. A interpretação faz parte da avaliação.
Sua avaliação deverá ser feita a caneta, manuscrito, de maneira clara e organizada em
folhas a parte anexadas a esse trabalho, com resposta correspondente a cada numeração de
questão.
Para uma possível revisão, é necessário que todas as instruções acima tenham sido
seguidas.
Esta prova contém 40 questões discursivas (01 à 40), assim, seu gabarito deverá ser
preenchido apenas com a numeração correspondente a estas questões.
QUESTÃO 01. 1,0
Se nos abraçarmos com alguns costumes deste gentio, os quais não são contra nossa fé católica,
nem são ritos dedicados a ídolos, como é cantar cantigas de Nosso Senhor em sua língua pelo tom e
tanger seus instrumentos de música que eles usam em suas festas quando matam contrários e
quando andam bêbados; e isto para os atrair a deixarem os outros costumes essenciais e,
permitindo-lhes e aprovando-lhes estes, trabalhar por lhes tirar os outros.
Padre Manoel da Nóbrega, Bahia, 1552, Cartas dos primeiros jesuítas no Brasil.
b) Qual a posição do padre Manoel da Nóbrega sobre a relação entre a cultura indígena e a
conversão dos índios ao cristianismo?
QUESTÃO 02 – 2,0
A conquista do território brasileiro pelos portugueses foi efetuada mediante o confronto com as
populações indígenas que habitavam o Brasil naquele momento. Com base nisso, responda o que
se pede a seguir
a) Apresente três características gerais das sociedades aqui encontradas pelos colonizadores
portugueses.
b) Vários elementos da cultura indígena foram desvalorizados pelos portugueses no afã de legitimar
seu projeto colonizador. Desse modo, indique duas práticas culturais nativas desprezadas pelos
colonizadores
c) Vários elementos da cultura indígena foram desvalorizados pelos portugueses no afã de legitimar
seu projeto colonizador. Desse modo, indique uma pratica cultural nativa desprezada pelos
colonizadores.
O Brasil, no período que vai de 1500 a 1530, não foi colonizado de maneira efetiva pelos
portugueses, cujas atividades limitavam-se à extração do pau-brasil. Esse período é denominado
pré-colonial.
A) Explique as razões do desinteresse dos portugueses em se estabelecer no território descoberto.
QUESTÃO 04 – 0,5
Quais foram os objetivos da expedição de Martim Afonso de Sousa, enviada ao Brasil em 1530/31?
QUESTÃO 05 – 0,5
QUESTÃO 06 -0,5
QUESTÃO 07 – 1,0
"Eu, o rei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de minha Casa, que vendo quanto serviço de
Deus e meu é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das Terras do Brasil (...), ordenei ora
de mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte, em um lugar
conveniente, para daí se dar favor e ajuda às outras povoações (...); e por ser informado que a
Bahia de Todos os Santos é o lugar mais conveniente da costa do Brasil (...), que na dita Bahia se
faça a dita povoação e assento, e para isso vá uma armada com gente (...) e tudo o mais que for
necessário. E pela muita confiança que tenho em vós (...) vos enviar por governador às ditas terras
do Brasil (...)."
QUESTÃO 09 – 1,0
SCHWARTZ, S. Segredos internos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. (Adaptado.)
“Na avaliação de estudiosos, a Igreja [Católica] vive um momento de transição depois da mudança
de perfil das últimas duas décadas. O teólogo Fernando Altemeyer, ouvidor da PUC/SP, (...) defende
que a Igreja reconheça erros do passado, inclusive o tratamento dispensado a índios e negros, e
assuma a sua memória, não enterrando a atuação progressiva de membros recentes, como a do
arcebispo dom Hélder Câmara.”
CAMAROTTI, Gerson. Os desafios da Igreja Católica no Brasil. In: Jornal O Globo, 06.05.07
Identifique duas ações que caracterizaram a atuação da Igreja Católica junto às comunidades
indígenas no Brasil Colônia.
QUESTÃO 11 – 1,0
(VILHENA, Luís dos Santos. A Bahia no século XVIII. Bahia: Itapuã, 1969.)
A avaliação acima, feita por um português do final do século XVIII, aponta alguns traços da
sociedade do Brasil colonial, permitindo inferir que, ao lado dos ricos proprietários de terra,
existiam grupos marginalizados.
QUESTÃO 12 – 1,0
(Ufjf) "(...) ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se
acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento, era
justo que somente as pessoas que tiverem essa qualidade andassem na governança delas..."
"Ordem Régia" (Para Câmara de Vila Rica-MG), 27 de janeiro de 1726. "A Câmara e a Misericórdia
podem ser descritas, apenas com um ligeiro exagero, como os pilares gêmeos da sociedade colonial
desde Maranhão até Macau."
BOXER, C. R. "O império marítimo português". Lisboa: Edições 70, 1969, p. 267.
O mais significativo órgão político-administrativo implantado por Portugal nas vilas coloniais da
América Portuguesa era a Câmara Municipal. Baseando-se nas citações apresentadas, responda
com suas próprias palavras:
a) Qual era a origem social daqueles que ocupavam os cargos nas Câmaras Municipais?
b) Cite três funções das Câmaras Municipais nas principais vilas coloniais.
QUESTÃ0 13 – 0,5
APONTE os fatores que levaram a opção dos portugueses pela cultura da cana-de-acúcar na
América Portuguesa.
QUESTÃO 14 – 1,0
b) Explique por que o autor definiu “o gênero de vida” da sociedade constituída pela cultura da
cana-de-açúcar como apresentando “tendências mais ou menos aristocráticas”.
QUESTÃO 15 – 1,0
“No Brasil, costumam dizer que para os escravos são necessários três PPP, a saber, pau, pão e pano.
E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que
tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo.
(André João Antonil, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711)
b) Indique dois motivos que explicam a introdução da escravidão negra na porção americana do
Império português.
QUESTÃO 16 – 0,5
"0 ser senhor de engenho, diz o cronista, é título a que muitos aspiram porque traz consigo o ser
servido, obedecido e respeitado de muitos."
O interesse dos mercadores dos Países Baixos pelo Brasil foi um fato que antecedeu de muito os
ataques empreendidos pela Companhia das Índias Ocidentais, em 1624 contra a Bahia e, em 1630,
contra Pernambuco. Estes ataques explicam-se por aquele interesse(...). Faz-se, pois, necessário
recuar um pouco no tempo, para uma perspectiva melhor dos acontecimentos que na segunda e
terceira décadas de 1600 se desenrolam em nosso país.
(MELLO, J. A. Gonsalves de. O domínio holandês na Bahia e no Nordeste. In: HOLANDA, S. B.. de (dir.). História Geral da Civilização
Brasileira. São Paulo: Difel, 1981. t. I, v. 1, p. 235.)
CITE a forma de participação dos mercadores dos Países Baixos no comércio do açúcar anterior ao
domínio holandês no nordeste açucareiro.
QUESTÃO 18 – 1,0
“Alguns moradores daqueles distritos, por temerem os danos que recebiam e segurarem as suas
casas, famílias e lavouras dos males que os negros do Palmares lhes causavam, tinham com elas
secreta confederação, dando-lhes armas, pólvora e balas, roupas, fazendas da Europa e regalos de
Portugal, pelo ouro, prata e dinheiro que traziam do que roubavam, e alguns víveres dos que nos
seus campos colhiam, sem atenção às gravíssimas penas em que incorriam, porque o perigo
presente os fazia esquecer do castigo futuro...”
ROCHA PITA, S. da História da América Portuguesa, Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, 1976, p. 215.
Essa é uma das mais antigas descrições sobre o Quilombo dos Palmares, publicada em 1730 e
elaborada por um luso brasileiro que acompanhou, de Salvador, a sua destruição ao final do século
XVII.
QUESTÃO 19 – 0,5
Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as quais seus
povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a segunda, a mercancia;
a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de
mantimentos; a sexta e última, a criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo e
substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.
BRANDÃO, Ambrósio Fernandes, 1618. Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2001.
Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no Brasil
colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu
dinamismo interno.
QUESTÃ0 20 – 1,0
O termo ‘feitor’ foi utilizado em Portugal e no Brasil colonial para designar diversas ocupações. Na
época da expansão marítima portuguesa, as feitorias espalhadas pela costa africana e, depois, pelas
Índias e pelo Brasil tinham feitores na direção dos entrepostos com função mercantil, militar,
diplomática. No Brasil, porém, o sistema de feitorias teve menor significado do que nas outras
conquistas, ficando o termo ‘feitor’ muito associado à administração de empresas agrícolas.
(Adaptado de Ronaldo Vainfas (org.), Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2000, p. 222).
b) Qual a produção agrícola predominante no Brasil entre os séculos XVI e XVII? Quais as funções
desempenhadas pelo feitor nessas empresas agrícolas?
QUESTÃO 21 – 0,5
“(...) e em lugar de ouro, de prata e de outros bens que servem de moeda em outras regiões, aqui a
moeda é feita de pessoas, que não são nem ouro, nem tecidos, mas sim criaturas. E a nós a
vergonha e a de nossos predecessores, de termos, em nossa simplicidade, aberto a porta a tantos
males (...)” (Garcia II, rei do Congo, século XVII)
Comente os acontecimentos a que se refere o rei africano e como estão relacionados à colônia
brasileira.
O negro, na África, era encurralado pelo próprio negro; havia tribos que capturava o inimigo para
vender, um Yorubá não considerava um Fon como seu semelhante, o considerava como inimigo e
como individuo inferior que podia ser escravizado, e assim também acontecia entre outras tribos
inimigas. O escravo negro era uma mercadoria cara, valia muito dinheiro.
a) EXPLIQUE porque a escravidão era uma atividade econômica que dava duplo lucro
QUESTÃO 23 – 1,0
“E posto que sejam muitos os currais da parte da Bahia, chegam a muito maior número os de
Pernambuco, cujo sertão se estende pela costa desde a cidade de Olinda até o Rio São Francisco
(...). Sendo o sertão da Bahia tão dilatado, (...) quase tudo pertence a duas das principais famílias da
mesma cidade. (...) Porque a Casa da Torre tem duzentas e setenta léguas pelo Rio São Francisco
acima à mão direita, indo para o sul; e indo do dito rio para o norte, chega a oitenta léguas”.
(ANTONIL, Cultura e Opulência por suas Drogas e Minas – edição fac-similar da edição Princeps de 1711. Recife, Imprensa Universitária
da EFPE, 1969, p.184 - 186.)
A criação de gado tornou-se uma das atividades econômicas mais importantes da América
Portuguesa.
a) Cite uma semelhança e uma diferença entre a atividade criatória e a produção açucareira no
Brasil Colônia.
QUESTÃO 24 – 1,0
Leia este trecho, em que o personagem principal – Robinson Crusoé – rememora fatos por ele
vividos no século XVII:
“Pouco tempo depois do desembarque [na Bahia], fui recomendado pelo Capitão a um homem
muito honrado, semelhante ao mesmo capitão, que tinha o que vulgarmente se chama um
Engenho, isto é, uma plantação e uma manufatura de açúcar. Vivi alguns tempos em sua casa e por
este meio me instrui no modo de plantar e fazer o açúcar. Ora, vendo que comodamente viviam
estes cultivadores e com rapidez se enriqueciam, resolvi-me a estabelecer-me e a ser cultivador
como os outros, se fosse possível obter licença; bem entendido que procuraria o meio de me fazer
vir à mão o dinheiro, que tinha deixado em Londres [...] [Importei da Inglaterra] panos, sedas,
meias e outras coisas extraordinariamente estimadas e procuradas neste país [e...] achei o segredo
de as vender por alto preço, de sorte que posso dizer que, depois de sua venda, ajuntei mais de
quatro vezes o valor da minha carregação [...] o ano seguinte tive toda a sorte de vantagens na
minha plantação; colhi na minha própria terra cinqüenta rolos de tabaco [que] estavam bem
acondicionados e prontos para quando a frota voltasse para Lisboa.
”DEFOE, Daniel. Vida, e aventuras admiráveis de Robinson Crusoé, que contem a sua tornada à sua Ilha, as suas novas viagens, e as suas
reflexões. Lisboa: Impressão de Aucobia, 1815. v. 1, p. 68-69 e 74. (Adaptado)
1. IDENTIFIQUE duas atividades econômicas de caráter distinto desenvolvidas por Robinson Crusoé
na Bahia.
Atividade econômica 1:
Atividade econômica 2:
2. RELACIONE as atividades indicadas no item 1 desta questão à política colonizadora das potências
européias para a América na Época Moderna.
O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios que
ilustram as relações entre a França e as terras americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante
os três primeiros séculos da colonização.
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez nessas terras.
QUESTÃO 26 – 1,0
Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holandesa no Brasil pode ajudar a desconstruir
ideias feitas. Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da identidade brasileira durante as lutas
com os holandeses: a luta pela expulsão dos holandeses seria obra muito mais dos brasileiros e
negros do que dos portugueses. Já a tese que critica essa associação entre a experiência da
dominação holandesa e a gênese de um sentimento nativista insiste nas divisões – no âmbito da
economia açucareira – entre senhores de engenho excluídos ou favorecidos pela ocupação
holandesa.
(Adaptado de Diogo Ramada Curto, Cultura imperial e projetos coloniais (séculos XV a XVIII). Campinas: Editora da Unicamp, 2009, p.
278.)
b) Mencione dois fatores que levaram à invasão de Pernambuco pelos holandeses no século XVII.
QUESTÃO 27 – 1,5
KARNAL, LEANDRO. O TESTAMENTO DE ADÃO. IN: HISTÓRIA VIVA - GRANDES TEMAS (MAR PORTUGUÊS). EDIÇÃO ESPECIAL TEMÁTICA,
N. 14, 2006. P. 85.
B) Explique, “com suas palavras”, por que a denominação “invasões” holandesas é anacrônica.
QUESTÃO 28 – 1,5
No período da União Ibérica (1580-1640), o domínio espanhol sobre Portugal provocou também
mudanças político-econômicas importantes no império colonial português. Explique uma das
mudanças ocorridas na América portuguesa, resultante da dominação espanhola.
3. EXPLIQUE o papel de Maurício de Nassau na difusão de uma nova visão do Brasil na Europa.
QUESTÃO 29 – 0,5
“Por mais de um século o Brasil foi o principal exportador mundial de açúcar. De 1600 a 1650 o
açúcar respondia por 90% a 95% dos ganhos brasileiros com exportações. Mesmo no período em
torno de 1700, quando o setor açucareiro declinou, ele continuava a representar 15% dos ganhos
do Brasil com exportações.”
(SKIDMORE, Thomas E. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 36)
Explique um fator, externo à América portuguesa, responsável pelo declínio relativo do setor
açucareiro brasileiro na segunda metade do século XVII
QUESTÃO 30 – 0,5
QUESTÃO 31 – 1,0
As interpretações históricas sobre o papel dos Bandeirantes nos séculos XVII e XVIII apresentam, de
um lado, a visão desses paulistas como heróis e, de outro, como vilões. A partir dessa afirmação,
discorra sobre
Fonte: imagens das estátuas de Antônio Raposo Tavares (esq.) e Fernão Dias Paes (dir.) existentes
no salão de entrada do Museu Paulista, São Paulo.
Essas duas estátuas representam bandeirantes paulistas do século XVII e trazem conteúdos de uma
mitologia criada em torno desses personagens históricos.
b) Indique dois aspectos da atuação dos bandeirantes que, em geral, são omitidos por essa
mitologia.
QUESTÃO 34 – 0,5
QUESTÃO 35 – 1,0
No Brasil colonial, além da produção açucareira escravista, o historiador Caio Prado Junior (em
Formação do Brasil Contemporâneo) enumera outras atividades econômicas importantes como,
por exemplo, a mineração do século XVIII, que era também uma atividade voltada para o comércio
externo.
b) Cite e caracterize duas outras atividades econômicas do Brasil colonial que não eram voltadas
para o comércio externo.
QUESTÃO 36 – 1,0
Leia o texto a seguir sobre a economia mineradora no Brasil colônia. Minas Gerais rural dos anos
pioneiros apresentava feições que contrastavam gritantemente com a economia latifundiária de
"plantation" do litoral. O surto do ouro criara, pela primeira vez, um mercado a centenas de
quilômetros da costa para produtos como cachaça e açúcar, até então apenas exportados.
KENETH M. "A Devassa da Devassa". A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p.110.
A descoberta dos filões de ouro nas Gerais acelerou o processo de interiorização da colônia no final
dos seiscentos e acentuou o movimento migratório em direção ao sul.
a) Discuta a principal alteração na economia colonial introduzida pela produção aurífera, segundo a
abordagem do texto acima.
b) Cite uma medida da Coroa de normatização da arrecadação de tributos na região das minas, no
sentido de controlar o contrabando e maximizar suas receitas.
QUESTÃO 37 - 0,5
Em 1703, é assinado o tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra. Essa acordo, segundo Celso
Furtado, "significou para Portugal renunciar a todo desenvolvimento manufatureiro e implicou
transferir para a Inglaterra o impulso dinâmico criado pela produção aurífera no Brasil.”
QUESTÃO 38 – 1,0
A julgar pelas palavras de um dos primeiros governadores, ao fim das duas primeiras décadas do
século XVIII, a chuvosa e fria região central da terra mineira “evaporava tumultos”, “exalava
motins”, “tocava desaforos”, quando não “vomitava insolências”. (...) poder- se -ia inferir que o
cenário dominante nas Minas era de um permanente confronto dos novos habitantes – desejosos
de enriquecer rapidamente e, portanto, tentando fugir da ação limitadora (e arrecadadora) do
Estado (...) Bem ao espírito da época, o quinto era um ‘direito real’ praticamente incontestado. (...)
Se, por um lado, a legitimidade do direito ao quinto sobre o ouro nunca foi formalmente
questionada pelos moradores das Minas, por outro, as formas de sua aferição e o controle da
arrecadação sempre foram objeto das mais acres polêmicas.
(João Pinto Furtado, O Manto de Penélope – História, mito e memória da Inconfidência Mineira de 1788-9.)
a) Cite dois métodos utilizados em Minas Gerais para a arrecadação do quinto durante o século
XVIII.
b) Identifique e caracterize uma rebelião ocorrida em Minas Gerais na primeira metade do século
XVIII.
QUESTÃO 39 – 0,5
“A descoberta de ouro em Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e sul da Bahia provocou
transformações radicais na vida, até então agropastoril, da colônia. Muito embora, no balanço do
século XVIII, as rendas com o açúcar tenham superado as do ouro, as modificações trazidas pela
mineração mudaram irreversivelmente a face da colônia. A plantation, a atividade extrativa e a
agricultura de subsistência não acabaram, mas lhes foi acrescentada uma nova forma econômica,
cujas relações de produção, circulação e consumo de bens, além das de trabalho eram diversas.”
Cite uma mudança sócio-econômica ocorrida no Brasil colonial, na primeira metade do século XVIII,
decorrente da atividade mineradora e explique-a.
QUESTÃO 40 - 2,0
No final do século XVIII, na região das Minas Gerais havia acabado o ouro de aluvião – aquele que
era encontrado à flor da terra. O processo de mineração havia se tornado extremamente caro e
difícil e, além disso, todo ouro retirado não conseguia tornar a região rica ou formar um mínimo de
capital acumulado que permitisse o desenvolvimento.
a) Para onde foi drenado o ouro do Brasil, que não enriquecia brasileiros e nem portugueses,
durante todo o século XVIII?
b) Que relação existe entre tal saída de ouro e a revolução industrial inglesa, durante o século XVIII
e início do século XIX?