Abe Huber & Ivanildo Gomes - Ide e Fazei Discípulos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 79

ABE

HUBER &
IVANILDO GOMES
Jesus queria formar uma equipe de trabalho, recrutar operários para a grande
missão de ganhar o mundo para Seu Deus e Pai. Ele poderia ter ido procurar em
Jerusalém, numa das grandes escolas rabínicas; poderia ter ido a uma das muitas
sinagogas, ou mesmo aos descendentes sacerdotais de Levi. Mas não: Ele foi para a
Galileia, a província distante e discriminada do norte de Israel.
Tudo começou quando Jesus viu uma turma de pescadores na labuta diária. Ele
encontrou primeiro Pedro e André. “Edisse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no “(Mateus
4.19-20).
É isto o que Jesus quer fazer conosco. Ele nos convida a trocar de barco, trocar de
“peixes”. Pedro e André, assim como os outros dez, deixaram tudo e 0 seguiram. 0
resultado é que eles se tornaram pescadores de homens e continuadores da grande
obra de fazer discípulos de todas as nações. E como está dando certo, apesar dos
trabalhadores ainda serem poucos para o tamanho da tarefa!
Somos chamados para andar com Ele cada dia - falando com Ele, servindo à causa
de Cristo, aprendendo de Suas palavras - para podermos transformar o mundo e
fazer discípulos de todas as nações, começando pela nossa Jerusalém, nosso oikós.
Este livro fala disto, de discipulado simplesmente. Conclama-nos a uma parceria com
Jesus, a um engajamento. Desafia-nos a deixarmos as nossas redes na praia e 0
seguirmos de todo o coração, trazendo a mudança que queremos ver na nossa
família, na igreja e no mundo.

ABE HUBER & IVANILDO GOMES


IDE
E FAZEI DISCÍPULOS
FUNDAMENTOS
PRÁTICOS PARA SER E FAZER DISCÍPULOS DE JESUS

ASSOCIAÇÃO CEARENSE DOS ESCRITORES


Copyright © 2010 Abe Huber & Ivanildo Gomes

Direção Geral
Abe Huber
Coordenação Editorial / Arte
Ivanildo Gomes
Capa
João Augusto Sá
Revisão Bia Paiva Diagramação Dárcio Pinheiro Montagem e Gravação Carlos
Antônio
(ÍRÍWW-
^^■^^EDITORA
Rua Antônio Pompeu, 1711 - Centro Cep: 60040-001 - Fortaleza-CE Fone: (85)
3214.8181 - Fax: (85)
3214.8182 [email protected] www.premiuseditora.ind.br
Filiada à
Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na fonte (CIP)

DEDICATÓRIA
Dedicamos este livro em primeiro lugar às nossas esposas e nossos filhos, como nossos
discípulos mais chegados;
Dedicamo-lo à nossa liderança, que nos acompanha e discipula com o mesmo coração de
Jesus, velando pelas nossas almas e apostando no nosso sucesso;
Dedicamo-lo aos nossos discípulos, que abnegada-mente reproduzem em outros o caráter
e as motivações do Senhor Jesus, honrando o Reino de Deus com suas vidas e ministério.
H 877 i Huber, Abe
Ide e fazei discípulos. Fundamentos Práticos para Ser e Fazer Discípulos de Jesus / Abe
Huber e Ivanildo Gomes. - Fortaleza: Premius, 2010.
128 p.
ISBN 978-85-7924-060-7
1. Discípulo cristão. 2. Discipulado -Bases e Metas. I. Gomes, Ivanildo II. Título.
CDU 27-312.5
Este livro é também o manual para a Disciplina Ide e Fazei Discípulos do Curso de
Fundamentos da Escola Ministerial Paz - EMP
SUMÁRIO

PREFÁCIO
A automação industrial tem sido responsável por um grande avanço no campo da
confecção rápida de peças e produtos. O que antigamente levava bastante tempo e o
trabalho de muitos operários hoje é feito em questão de minutos por máquinas
altamente inteligentes.
As palavras de ordem na produção industrial hoje são rapidez, eficiência, corte de custos,
competitividade, qualidade, lucro. Máquinas não chegam atrasadas, não cobram aumento
de salário, não fazem greve, não botam a empresa na justiça.
Para ganhar o mundo inteiro, Jesus poderia ter criado em Sua Igreja - em Seus discípulos -
mecanismos espirituais semelhantes aos das máquinas modernas, capazes de fazer
convertidos em série, ganhar pessoas às toneladas, cuidar delas no atacado. Mas Ele
não lez. Jesus prefere o modelo artesanal, um a um, investimento personalizado, mão na
massa. Jesus prefere operários; não máquinas.
Pastores são como encarregados, supervisores, monitores do processo. Seu trabalho é
garantir que cada peça - discípulo -desempenhe bem o seu papel na grande indústria de
Deus, que é fazer discípulos de todas as nações e apresentar todo homem perfeito diante
de Deus. Tudo manual, sem processos mecânicos e sem massificação - é aí que reside o
desafio.
As palavras de ordem para a produção artesanal de discípulos de Jesus são amor, cuidado,
perseverança, instrução, relacionamento, treinamento, caráter, sacrifício, multiplicação e
reprodução. Existem outras, mas estas já projetam um perfil agradável diante de Deus.
Este livro trata do discipulado puro e simples. Trata do compromisso que todo seguidor de
Jesus tem de ser um imitador do Mestre, um filho obediente, um membro responsável da
Família, um filho crescido que já trabalha e ajuda a colocar pão na mesa para o sustento
dos irmãos mais novos.
Este livro ainda nos desafia a ir além de ser bons discípulos e discípulas de Jesus. Além de
amá-lo e fazer o que Lhe é agradável, devemos ser Seus fiéis colaboradores ao cuidar de
outros, amando-os, batizando-os, instruindo-os em toda boa obra, a ponto deles crescerem
para fazer o mesmo com mais outros. Assim prossegue a interminável cadeia de amor,
obediência, serviço e resposta ao imperativo da Grande Comissão de Jesus: fazer
discípulos de todas as nações, até que Ele volte.
Congratulamos summa cum laude os autores pela produção deste material. Pastores,
líderes e discipuladores não podem negligenciar a leitura e a prática deste livro. Que ele
sirva de manual e guia para um discipulado eficaz e multiplicador em sua igreja, célula,
família, vida pessoal, para a glória de Deus.
Fortaleza, 06 de maio de 2010.

Jeffrey Paul Hrubik Presidente da Missão Projeto Amazônia - PAZ


INTRODUÇÃO
Alguém que está morrendo ou indo embora de vez, que sabe não verá seus entes queridos
e herdeiros por muito tempo, não desperdiça a despedida com assuntos triviais.
Brincadeiras, assuntos de menor importância são deixados de lado, e as palavras daquele
que se vai expressam o que está mais forte no seu coração; o que tem mais significado é
mais importante para ele.
Após a ressurreição, por ocasião da Sua ascensão, Jesus deu para Seus discípulos o
mandamento e a comissão mais forte do Novo Testamento, que é fazer discípulos de todas
as nações. Todo o Seu ministério terreno, Suas parábolas, ensinos e milagres giram em
torno dessa tarefa. Ele veio para ganhar as multidões e cuidar bem delas, e isto só pode ser
feito com a participação obediente da Sua igreja.
Quando iniciamos um ministério de discipulado na igreja, normalmente quedamos
preocupados com classes, formatos, duração e o número de lições ideal. Contudo,
devemos encarar o discipulado como um processo contínuo de formação, onde o estilo de
vida, o crescimento, a imitação de Cristo prevalecem sobre as formalidades. A
preocupação principal que devemos ter quanto ao discipulado é se estamos sendo bíblicos
ou não na nossa concepção.
Precisamos partir do modelo apresentado por Jesus. Jesus Leve um ministério onde
ensinou multidões, mas concentrou a
Sua mensagem nos Seus discípulos, formando a base para a continuidade do Seu
ministério a partir do discipulado. Esta é a principal ordem dada aos discípulos antes da
Sua ascensão (Mateus 28. 18-20; Marcos 3. 14).
Discipulado é o modelo Bíblico onde é possível desenvolver o caráter de Cristo na vida de
todos os envolvidos. Nele podemos conhecer a Deus por meio de Jesus, e glorificá-Lo num
relacionamento construtivo como Igreja. Nesse relacionamento construtivo o alvo é
preparar discípulos para um envolvimento na visão e nos ministérios da igreja,
proporcionando um fortalecimento qualitativo, que resultará naturalmente na
multiplicação de outros discípulos.
Este livro trata, acima de tudo, de preparar a igreja, o corpo de Cristo, os Seus discípulos,
para fazerem a obra do ministério. Trata também de redefinir papéis, posições, atitudes e
visão dentro da igreja, para que possamos ser obedientes em nossa devoção e eficazes em
nossa atuação.
CAPITULO UM

O QUE É O DISCIPULADO “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me


dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mateus 28.18-20)
O DISCIPULADO CRISTÃO
A PESSOA E O TRABALHO DO DISCIPULADOR
)ÇO DISCIPULADOR COMO MODELO DE RELACIONAMENTOS
SAUDÁVEIS
DISCIPULADO DO CRISTÃO
BASES E METAS NA OBRA DO DISCIPULADO
O QUE É O DISCIPULADO “E,
aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:
Foi-me dada toda a autoridade no céu e na
terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-
os a observar todas as coisas que eu vos
tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos.” (Mateus 28.18-20)
“Ide e fazei discípulos de todas as nações”
O maior mandamento ministerial do Senhor para nós é fazer discípulos. Todos são
chamados a participar dessa tarefa, que não é um. dom especial, e sim um mandamento.
Diante desse mandamento, todos os que creem em Cristo não têm outra opção senão
obedecer. O caráter do seguidor de Jesus é testado pela obediência aos Seus mandamentos,
e o fazer discípulos é, sem dúvida, a maior implicação da obra de pós-Calvário de Cristo.

O QUE É O DISCIPULADO?
É o relacionamento entre um mestre e um aprendiz baseado no modelo, que é Cristo. Por
ele o mestre reproduz no aprendiz a plenitude da vida que há em Cristo, capacitando o
aluno a treinar outros para que também ensinem novos discípulos.
Esse relacionamento liga a pessoa à cadeia de autoridade existente na Igreja. Assim, o
discípulo é acompanhado em seu processo de crescimento e ajudado a conformar sua vida
com o propósito de Deus, como também a se encaixar na vida da Igreja.
Discipular é transmitir a vida de Jesus.
E reproduzir essa vida em outras pessoas, ensinando-as a guardar tudo que Ele
ordenou.
QUALIDADES IMPRESCINDÍVEIS AO VERDADEIRO DISCIPULADO
O Caráter Conta
Este é um dos lemas de um grande colégio de Fortaleza, no Ceará: o caráter conta. Ele
aparece nos uniformes dos alunos, nos materiais impressos da escola, nos websites, nas
agendas escolares, nos cartazes espalhados por toda parte. E dá resultado. Eles alegam que
estão há anos sem papéis no chão. De fato: você anda por toda a escola, em todos os
andares, e não vê papel jogado no chão. Professores, funcionários e alunos garantem que
não haja lixo espalhado indevidamente. Se na educação secular o caráter e a disciplina
contam, imagine no treinamento dos discípulos de Jesus!
A verdade maior é que é preciso certo tipo de caráter para buscar a Deus fielmente, e nem
todos escolherão ter esse tipo de conduta. O chamado do evangelho separa aqueles que
estão voltados inteiramente para si mesmos daqueles que são mais altruístas,
desprendidos, que pensam nos outros.
Será que preenchemos o padrão esperado pelo Mestre Jesus para aqueles que andarão com
Ele e farão a Sua obra? Estamos querendo ser iguais àqueles que têm o forte caráter
interior que o evangelho requer? Buscar a Deus, dentre outras coisas, requer “Três C’s”:
coragem, compromisso e confissão. Se não quisermos pagar o preço em qualquer destas
áreas, então o cristianismo não é para nós.
Coragem
Coragem é força em face do perigo, e podemos estar certos de que o diabo vai tentar de
tudo para atrapalhar o nosso discipulado com Cristo. Ele vai usar pessoas, suscitar fofocas,
quebra de confiança, tudo para nos afastar da bênção e da proteção que é o discipulado.
Diante disso podemos responder com a coragem que vem da fé, que é a vontade de
enfrentar riscos reais baseados na nossa confiança de que Deus nos salvará.
No mínimo, é preciso coragem para seguir o Senhor. Em Apocalipse 21.8, os tímidos ou
covardes encabeçam a lista daqueles que serão perdidos. Coragem para dizer sim ao
Senhor, não ao pecado e não aos nossos desejos e sentimentos egoístas.
A pessoa cujo objetivo principal é proteger a si mesma e não se arriscar nunca será um fiel
seguidor do Senhor. Os riscos são reais, as perdas neste mundo podem ser grandes, e são
somente as pessoas corajosas, de fé, que lutam com perseverança que prevalecem diante
das afrontas e oposições.
Compromisso
Se não assumirmos um genuíno compromisso com Deus não resistiremos muito tempo em
face do que o diabo pode atirar contra nós. A fé necessária para nossa salvação em Deus
envolve muito mais do que uma explosão emocional ou uma forte decisão passageira.
Nem pensamento positivo, nem simplesmente “fazer uma experiência” serão suficientes.
Se propusermos de seguir a Cristo, teremos que ter o caráter que é capaz de tomar
decisões e mantê-las, fazendo realmente o que decidimos fazer. Tiago nos urge a
“purificar” nossos corações contra a indecisão: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração” (Tiago 4.8). Não há maior necessidade em nossos dias, para aqueles que
professam ser discípulos do Senhor, do que decidir focalizar seus corações em Deus com
um compromisso profundo.
Compromisso é o que nos coloca acima da mediocridade.
É o que nos mantém firmes num propósito, quando outros são levados pelo vento. O
compromisso nos dá a convicção de quem somos, a quem nós pertencemos e para que
existimos.

Confissão

Paulo apresenta a confissão da fé em Cristo como uma das condições para a salvação. “Se,
com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9). Mais adiante ele exorta
Timóteo a ter a boa confissão, que faz toda diferença na vida de um discípulo-líder bem-
sucedido:
“Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste
chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas. Exorto-te,
perante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante Cristo Jesus, que,
diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão” (I Timóteo 6.12,13).
Compromissos secretos não se sustentam tanto como os públicos. Confissão é uma
declaração testemunhada de que temos, somos ou fazemos algo. A confissão pode dizer
respeito a algo que já fizemos ou a algo que nos comprometemos a realizar no futuro. Seja
como for, outros recebem a nossa confissão como uma promessa, e isso implica em
responsabilidade e compromisso da nossa parte.
A maior confissão é declarar com a nossa boca e nossas ações que pertencemos a Jesus.
Essa confissão tem seu ponto alto no batismo, e é renovada constantemente. Uma das
maneiras pelas quais mantemos de pé a nossa confissão é a participação na mesa do
Senhor, a Santa Ceia que tomamos regularmente.
De acordo com Apocalipse 3.14, Jesus Cristo é a testemunha verdadeira e fiel, que nunca
deixou de declarar publicamente o que l lie sabia no Seu íntimo. Não podemos ter
vergonha do Senhor. Para um verdadeiro discípulo de Jesus, é preferível morrer a encobrir
ou esconder suas convicções e seu compromisso com Cristo.
Tão importante é nossa confissão que o escritor de Hebreus fala dela como algo que
precisa ser conservada firmemente, se quisermos chegar ao céu. Ele escreveu: “…
conservemos firme a nossa confissão” (Hebreus 4.14) e “Guardemos firme a
confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10.23).
Lembre-se de que os Doze do Colégio Apostólico, e mesmo os Três do círculo mais
íntimo, demoraram um tempo para atingir esse nível de coragem, compromisso e
confissão. No final, o caráter de Cristo se manifesta com toda a glória de Deus em nossas
vidas, assim como o foi com eles.
São as nossas escolhas que fazem o nosso caráter. Assim, podemos escolher mudar de
um “coração” para outro. Isto é precisamente o que está envolvido na “conversão” a
Cristo. Tal conversão não é opcional. Jesus disse que temos de mudar: “Em verdade vos
digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum
entrareis no reino dos céus” (Mateus 18.3).
E dá para ir mais além: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir
após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16.24).
É aqui que começa o processo de crescimento: formação do caráter.
PALAVRAS E CONCEITOS IMPORTANTES DO DISCIPULADO:
TERMINOLOGIA QUE DEVEMOS CONHECER
Para uma melhor compreensão do discipulado, é bom começar considerando o significado
de certas palavras e conceitos que são extremamente importantes. Muitos dos termos
que usaremos neste estudo têm significados profundos e interessantes que precisamos
conhecer de antemão.
Conhecer o significado de certos termos é um passo fundamental em qualquer estudo sério
das Escrituras. A maioria dos fracassos na vida cristã tende a estar relacionada ao
desconhecimento da Bíblia.
Quando uma pessoa não entende o significado de certas coisas, não pode formar certos
conceitos e pensamentos em sua mente. Portanto, essa pessoa não poderá cumprir com o
que lhe é pedido.

Conceitos e palavras relacionadas com o método do discipulado

O discipulado consta de várias partes, mas uma parte fundamental é a que está relacionada
com o ensino das Escrituras. Estas palavras expressam as diferentes formas ou métodos de
ensino. Doutrina: Ensino. Esta palavra se usa com relação ao que se ensina (Mateus
7.28), assim como com o próprio ato de ensinar (Mateus 7.29). O ensino aponta para
marcar positivamentç a obediência à Bíblia.
Admoestação: Em contraste com o ensino, a admoestação põe às claras os exemplos
negativos, e adverte contra eles, mostrando os resultados nefastos da desobediência. A
admoestação é uma instrução de palavra, tanto de alento como de repreensão (Colos-
senses 1.28; I Coríntios 10.11; Tito 3.10).
Exortação: Estimular alguém a que siga certa e determinada conduta. A exortação se dá
com antecipação, com vista para o futuro (Atos 2.40; 11.19-23).
Consolação: Em contraste com a exortação (que se dá com vistas ao futuro); a consolação
tem a ver com provas enfrentadas recentemente (I Tessalonicenses 3.6-7; Lucas 16.24-25;
Atos 15.30-33; 16.35-40).
Dissertação: Esta palavra não se refere a um sermão ou a um discurso, mas a um ensino
que se dá por meio de conversações (Atos 20.7-9; 24.24-25).
Repreensão: A Bíblia faz diferença entre uma repreensão útil e uma repreensão que é
injusta, ou inútil. A repreensão que aproveita é a que é feita com provas convincentes, e
com base na Palavra (Gálatas 2.11-14; Mateus 18.15; Lucas 3.19-20, João 3.20-
21). Instrução: Em geral se usa para referir-se a uma instrução oral (Atos 18.24-25;
Gálatas 6.6). A palavra catecismo significa “ensinar”, “informar”.
Estas palavras fazem referência à edificação que o discípulo recebe.
Jesus Cristo tinha em mente uma grande tarefa quando disse: “Ide e fazei discípulos”.
Conceitos e palavras relacionadas com o entorno do discípulo

O entorno ou ambiente correto é determinante para que um cristão chegue a ser um bom
discípulo (Atos 4.32-33).
Igreja: A reunião dos irmãos. A igreja é um dos fatores mais importantes na formação dos
discípulos (Efésios 4.11-16).
Dons espirituais: Com isto a Bíblia se refere à capacidade que Deus dá a cada um dos
irmãos para ministrar aos demais. Se cada um utiliza seus dons no âmbito da igreja, o
crescimento dos discípulos é facilitado (I Pedro 4.10-11).
Ministérios: É o trabalho que fazem os irmãos segundo seus dons para aperfeiçoar uns
aos outros. O desenvolvimento dos irmãos depende da atividade de cada membro (Efésios
4.15-16; I Coríntios 12.1-7).
Mestres: São os que dão ensinamento teórico e prático (Atos 13.1;
I Coríntios 12.27-29).
Na formação de um só discípulo muitas pessoas têm participação. Por isso, numa igreja
ativa, o que discipula nem sempre será o mesmo, pois as pessoas vão crescendo,
novos arranjos ministeriais vão sendo formados, e chamados específicos sendo
direcionados (Efésios 4.11-16). Nesses casos, a pessoa vai ser discipulada onde ela está
exercendo seus dons e chamado, como acontece quando uma pessoa muda de uma rede de
apoio ou de um ministério para outro dentro da própria igreja.
A igreja foi desenhada para preparar discípulos completamente desenvolvidos, e é por isso
que Deus deu diferentes dons e habilidades aos irmãos (Efésios 4.11-16).
De acordo com seus dons, os irmãos trabalham em diferentes ministérios, nos quais os
discípulos vão desenvolvendo seu chamado e sua vocação (Romanos 12.3-13).
O plano bíblico para o desenvolvimento de um discípulo é: aprender a Palavra de Deus,
conhecer o Seu dom (ou Seus dons) e trabalhar nessa área do ministério da igreja.
Se estes passos acontecem dentro de uma igreja, o discípulo chegará à maturidade. O
ambiente da igreja é crucial na hora de fazer discípulos (I Tessalonicenses 1.6-8).
Jesus Cristo tinha em mente um ambiente muito especial para o desenvolvimento de Seus
discípulos.

Conceitos e palavras relacionados com o discipulador

O Mestre, ou discipulador, é a ponte pela qual o discípulo chegará à maturidade (Atos


20.18-28; Colossenses 1.28-29).
Discípulo: O termo que se encontra em franco contraste com “Mestre” é a palavra
“discípulo”. Este vocábulo significa basicamente “aprendiz”.
Um aprendiz é alguém que segue as instruções de um Mestre, e por isso o discípulo vem a
ser um “seguidor”. A Bíblia menciona as palavras “discípulo” e “discípula”. Os
evangelhos e as epístolas são bastante generosos com as mulheres, mais do que a igreja
que se seguiu nos séculos posteriores.
O discipulador nunca deve esquecer-se de que ele mesmo continua a ser um discípulo em
aperfeiçoamento. O discipulador que esquece isso se extravia do caminho, e faz com que
o discípulo também se extravie (Filipenses 3.12-16; II Timóteo 2.17-18).
O discipulador deve entender que seu principal compromisso é ensinar fielmente a Palavra
de Deus (II Timóteo 4.1-5; Atos 20.18-28; Colossenses 1.25).

O discipulador deve evitar certos erros historicamente frequentes:

❖ Considerar o discípulo como alguém inferior (Lucas 6.40);


♦> Considerar o discípulo como algo de sua propriedade (I Pedro 5.1-3);
*1* Descartar o discípulo quando este não corresponde (Atos 15.37-38; II Timóteo 4.11;
I Pedro 5.13).
O discipulador não está obrigado biblicamente a produzir quantidade, mas sim está
obrigado a obter qualidade em seu trabalho. Esta é a forma de cumprir com o que o
Senhor pediu: “sede, pois, perfeitos, como vosso pai que está nos céus é perfeito” (Mateus
5.48). Boa qualidade sempre gera muita quantidadel
Perfeito: (gr. teleios) Equivale a ser totalmente desenvolvido moralmente. É sinônimo de:
maduro, desenvolvido, cabal, completo, sem “detalhes de acabamento”.
O discipulado não é um trabalho “mecânico”, industrial, no qual se produzem “discípulos
em série”. O discipulado é um trabalho “artesanal”, no qual cada discípulo chega a ser
único, legítimo, precioso, e perfeito (Colossenses 1.28-29; Efésios 4.11-16). O Senhor
Jesus Cristo tinha em mente nossa maturidade quando ordenou que fizéssemos discípulos.

Resumindo…

a. Deus nos deu certa quantidade de ensinamentos que é necessário que os aprendamos, e
por sua vez os ensinemos.
b. O ensinamento bíblico pode ser recebido ou dado de diferentes formas, dependendo
das circunstâncias.
c. A variedade de dons que Deus deu aos irmãos da igreja permite que cada um ensine
algo específico.
d. Esta variedade também significa que cada discípulo necessitará de diferentes mestres
para desenvolver-se, apesar de ter aquele discipulador que o acompanha de perto.
e. O ensino deve ser dado a alguém que está interessado como discípulo, ou seja, um
“aprendiz” e “seguidor”. Ele precisa querer, estar disposto a pagar o preço e acertar
o passo com Cristo e com o discipulador.
f. O discipulador deve estar atento para não cometer certos erros frequentes.

Trazendo para a prática…


* Assegure-se de entender bem o plano revelado na Bíblia.
■ Familiarize-se com os métodos de ensino oferecidos pela sua igreja.
■ Peça uma entrevista com seu pastor de rede, distrito ou região, para sua orientação
sobre seu envolvimento num dos ministérios da igreja.
■ Se você conhece seu dom, envolva-se no ministério para criar um ambiente ideal na
igreja.
■ Se você é um líder, evite cometer os erros frequentes de má atitude.
■ Faça um trabalho “artesanal” no discipulado.
* Se você é um crente novo(nova), peça para ser disci-pulado(da).
TAREFA (Busque as respostas neste capítulo)
1. O que Jesus tinha em mente quando disse: “ide e fazei discípulos”?
2. O que é necessário para ter um ambiente ideal na igreja para formar outros discípulos?
3. Quais são os erros frequentes que os discipuladores cometem?
4. Qual é a meta do discipulado?
í CAPITULO DOIS >
V

O DISCIPULADO CRISTÃO
AQUELE QUE APRENDE E SEGUE O ENSINAMENTO

O QUE É UM DISCÍPULO?

Discípulo é aquele que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo o que
Cristo manda.
Àquele que creu, arrependeu-se, foi batizado e recebeu o dom do Espírito Santo a Bíblia
chama de discípulo. É importante entender que no contexto do Novo Testamento não
existe uma pessoa que seja convertida e não seja discípulo.
Salvo, convertido, discípulo, todos são termos que se referem a uma mesma pessoa. Cada
um desses termos tem um sentido diferente, mas são aplicados a um mesmo indivíduo.
❖ A palavra “convertido” aparece 2 vezes no AT;
♦> A palavra “crente” aparece 15 vezes no NT;
❖ A palavra “discípulo” aparece 3 vezes no AT e 258 vezes
no NT;

“Evangélico” não aparece em lugar nenhum (esta palavra


às vezes é mal compreendida, difamada, devido a inúmeros escândalos divulgados pela
mídia e pela população).
M ♦> Salvo: o que foi liberto do poder e da condenação do pecado. ‘ ♦> Convertido: o
que mudou de atitude e mentalidade (transformação de mente).
c r. b> >7
*t* Discípulo: o seguidor, praticante dos ensinos do mestre, submisso.
♦> Crente: aquele que crê em Cristo como preceitua a Palavra de Deus.
É comum encontrarmos pessoas que se dizem convertidas, creem sinceramente que são
salvas, mas se você perguntar se elas desejam se submeter e obedecer a Cristo em tudo,
vão dizer: “ainda não…”; “■talvez um áia eu me consagre totalmente..”
Isto é uma grande contradição, pois como alguém pode se considerar salvo ou convertido
se ainda não se entregou total e incondicionalmente a Jesus Cristo para viver em total
obediência a Ele, renunciando a tudo quanto tem, e até à sua própria vida?
Um convertido é mais do que um crente: é um discípulo. “Partindo Jesus dali, viu
sentado na coletaria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele,
levantando-se, o seguiu” (Mateus 9.9). Entregou-se completamente, largou tudo que
estava fazendo e seguiu a Cristo.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que
faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7.21). É necessário obedecer, fazer
a vontade do Pai. Isso não significa que temos que ser perfeitos para seguir a Jesus, mas
sim que devemos nos colocar totalmente sob o Seu governo e obedecê-Lo.
Se alguém pretende ser salvo ou convertido sem se tornar um discípulo, não encontrará
jamais qualquer respaldo para tal pretensão nas Escrituras. Todo salvo é um discípulo;
ninguém é salvo se não for discípulo.
Discípulo é o termo que Jesus, os apóstolos e os primeiros cristãos da Igreja Primitiva
escolheram. O primeiro nível de relacionamento com Jesus é sempre fazer Dele Senhor e
Rei da nossa vida.
Em todos os quatro evangelhos vemos que o primeiro nível de relacionamento que as
pessoas tinham com Jesus não era de amigo, mas de Senhor. O servo nunca diz “nãoele
obedece a todas as ordens. File nunca pode dizer: “Agora não…”; “não estou com
vontade…” O servo nunca diz: “Não, Senhor”.
Ou Jesus é Senhor e a resposta é SIM, ou Ele não é Senhor c a resposta é NÃO\
João 15.14-15: ‘Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo
servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque
tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer”.
É interessante observar que o relacionamento de amigo é consequência do relacionamento
entre Senhor e servos. Um não anula o outro. Jesus é nosso amigo e nós somos Seus
amigos, mas antes Ele é nosso Senhor e nós somos seus servos. O Senhorio de Jesus vem
sempre antes da Sua amizade.
^ O DISCÍPULO CRISTÃO: AQUELE QUE APRENDE E SEGUE O
ENSINAMENTO
Num certo sentido, a Bíblia ensina que nenhum cristão estará totalmente aperfeiçoado até
ter chegado à presença de Deus. Assim, pois, nesta vida, todos os cristãos seremos sempre
discípulos em relação a Cristo. Somente quando formos glorificados chegaremos à
perfeição final.
Por outro lado, a Bíblia nos mostra que nosso objetivo é desenvolver o caráter de Cristo
sem demora, o mais antes possível. Esta meta será conseguida, basicamente, pela
obediência à Bíblia.
Um discípulo pode levar extensos períodos de tempo para se desenvolver espiritualmente,
abusando da paciência de Deus (e dos irmãos). Mas um discípulo sério (ainda que tenha
suas falhas humanas), chegará onde Deus quer, como Deus quer, e no tempo que Deus
deseja.
Nosso objetivo principal nesta vida é chegar a ser cristãos maduros ou completamente
desenvolvidos.
/

^ A IMPORTÂNCIA DE CONHECER A PALAVRA DE DEUS


No mundo inteiro, a Bíblia é o único elemento físico que contém a revelação Divina sem
erros (II Pedro 1.19-21).
Quando talamos da formação moral do homem, ou da preparação de um discípulo, a
Bíblia deve ter total preeminência em relação a qualquer outro escrito (II Timóteo 3.16-
17).
O discípulo nunca deveria subestimar a importância do conhecimento das Escrituras, já
que de outro modo nem sequer começaria a carreira que tem diante de si (I
Tessalonicenses 5.20; Hebreus 12.25).
Um cristão pode chegar a fazer coisas úteis para Deus (grandes ou pequenas - mas de
preferência grandes!), se primeiro compreender as Sagradas Escrituras (Josué 1.8-9).
Ainda que o conteúdo da Bíblia seja de origem sobrenatural, esse livro possui
características físicas comuns e correntes (peso, medidas, material).
Por que a Revelação Divina nos foi dada em forina de livro? Eis algumas razões:
Um documento escrito impede mudanças e/ou emendas (Apocalipse 5.1).
Um documento escrito é mais seguro e fácil de preservar (II Crônicas 34.14-21).
Um documento escrito é mais fácil de consultar e de ensinar de forma sistemática ou
ordenada (Lucas 4.16-21; II Pedro 3.1-2).
Um documento escrito se torna mais prático para copiar, traduzir e distribuir (Colossenses
4.16; II Timóteo 4.13). Um documento escrito facilita que cada pessoa possa
se transformar em um estudante individual da revelação de Deus (Atos 8. 26-35; Atos 17.
10-12; Deuteronômio 17. 14-20).
Fazendo um resumo destes cinco pontos vemos que ter a revelação de Deus em um livro é
totalmente seguro e tremendamente prático. Isto significa que Deus planejou a Bíblia para
que a estudemos com confiança e em qualquer lugar ou momento (Atos 8.26-35).
Em muitos aspectos a Bíblia foi única e insuperável na história da humanidade. No ano de
1456, na Alemanha, John Gutenberg imprimiu o primeiro livro da história: a Bíblia.
Foi uma tiragem total de 180 cópias, das quais hoje ainda existem 48.
A Bíblia é o livro mais impresso cio mundo: 24 milhões de Bíblias, 19 milhões de Novos
Testamentos, 505 milhões de porções da Bíblia são distribuídos por ano.
A Sociedade Bíblica do Brasil - SBB tem sido, nos últimos anos, a recordista mundial
de distribuição, tendo superado, em 2009, a marca de seis milhões (6.007.759) de
Bíblias completas distribuídas, entre eles o texto sagrado em Braille, em áudio, CD-ROM,
etc. (Fonte: http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=1018cid=441).
Considerando os números acima, a SBB sozinha produz 25% de todas as Bíblias
distribuídas no mundo!
A Bíblia é o livro mais traduzido na história da humanidade, seja parcial, seja
totalmente, e se encontra em 627 línguas na África, 552 na Ásia, 396 na Oceania, 197 na
Europa, 73 na América do Norte e Carbe, 384 na América Latina, e cm 3 línguas
artificiais. A Bíblia já foi traduzida ern mais de 2200 idiomas para que todos os cristãos
possam lê-la e estudá-la. (Dados estatísticos do Anuário Cristiano 2003. Editorial La
Buena Semilla)
O nível de conhecimento bíblico determinará certas coisas no discípulo:
Sua capacidade para ensinar e pregar (Atos 14.24-28).
Sua capacidade para projetar uma visão (Atos 15.12-20). Sua capacidade para confiar e
transmitir confiança em Deus (Romanos 15.5-6).
*** Sua capacidade para ajudar os outros em tempos difíceis (Atos 15.32-35; 19.9-10;
20.1-2; 28.30-31).
♦> Sua capacidade para ser paciente nas provas (Atos 14.21-22; Tiago 5.11).
Seja se tratando do discípulo ou do discipulador, deve haver um compromisso sério para
com a Bíblia; de outro modo, a capacidade para ministrar será muito limitada. Palavras de
Jesus: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas
que testificam de mim” (João 5.39). Ao examinar uma longa carta, podemos conhecer
profundamente o coração e a mente do autor.
D A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DAS ESCRITURAS
/ Um ditado popular diz: “A prática faz o mestre”. Isto signi-‘ / fica que o mundo que
nos rodeia reconhece que a teoria deve ir
! acompanhada da prática para chegar a uma meta.
Salvo muito raras exceções, a finalidade de toda teoria sempre é levar a uma prática que
resulte benéfica para as pessoas.
As ciências elaboram diversas teorias ou hipóteses com o alvo de poder aplicá-las
proveitosamente nos diferentes campos do conhecimento humano.
Sem dúvida, nenhuma ciência (ou pseudo ciência) conseguiu elaborar uma teoria que leve
o homem a um conhecimento real e prático do Ser Divino (Daniel 2.1-23).
Somente a ciência ou Estudo da Bíblia conseguiu levar o homem ao conhecimento prático
de Deus. O ensinamento teórico da Bíblia conduz a um conhecimento prático de Deus
(João 5.39-40).
A teoria bíblica é para analisar, estudar, e meditar os textos em análise (Atos 17.1-3; 19.8-
10). Estes textos dizem que Paulo “discutiu”, “disputou”: (Gr. dialogismos: dia,
“através”, sugerindo separação; logismos “arrazoamento”) Significa:
pensamento, arrazoamento, interrogações internas (W.E.Vine), Dessa maneira, o texto e as
verdades se tornam claros, fazem sentido.
Este processo de reflexão nos leva a conclusões que nos permitirão por em prática os
ensinamentos com certa convicção. Por isso, a teoria bíblica nos é dada com a finalidade
de que possamos conhecer a Deus de uma forma prática e pessoal, e não para
regulamentar religiosamente nossas vidas (Josué 1.8-9).
Contrariamente à posição bíblica, as religiões humanas espiritualizam e mistificam o que
diz respeito a Deus, deixando o homem com as mãos vazias (1 Coríntios 12.2).
Colocar a Bíblia em prática equivale a andar dentro dos limites morais estabelecidos por
Deus. Em outras palavras, equivale a sermos “cheios do Espírito Santo ’, ou sermos
controlados totalmente pelo Espírito Santo (Efésios 5.18).
O que é que determina que estamos obedecendo a Deus (João 14.15-24)? A Bíblia possui
um conteúdo teórico e prático geralmente simples de entender. Nas epístolas em que
predomina o conteúdo para a formação do caráter cristão, existe um equilíbrio perfeito
quanto à teoria e à prática.
Por exemplo:

Romanos 10 capítulos teóricos 3 Diáíicos 01 de saudação

I Coríntios 08 capítulos teóricos 7 pváücos 01 de epílogo

íí Coríntios 09 capítulos teóricos c práticos

Gálalas 03 capítulos teóricos 3 ‘práticos

Efésios 03 capítulos teóricos 3 práticos

Filipenses 02 capítulos teóricos 2 práticos

Colossenscs 02 capítulos teóricos 2 práticos

I Tessalonicenses 02 capítulos teóricos 2 práticos 01 de prólogo

II Tessalonicenses 02 capítulos teóricos 1 prático

Total 41 capítulos teóricos 30 práticos

Uma média de todos estes capítulos indica que 57% são teóricos e que 43% são práticos.
Para ilustrá-la de alguma maneira, digamos que em 60 minutos de aula se estudasse teoria
durante 35 minutos, e que se fizesse uma prática durante 25 minutos.
O equilíbrio entre teoria e prática é notavelmente próximo e equilibrado.
Esta abundante proporção prática demonstra que a Bíblia é um “livro” feito para aprender
a viver (II Timóteo 3.16). Em vista da prática, os ensinamentos mais básicos são aqueles
que se repartem desde o princípio, quando o crente se acha na etapa inicial do
desenvolvimento (Hebreus 5.13).
Por outro lado, os ensinamentos mais sólidos são para aqueles que já começaram a por em
prática o que foi aprendido (Hebreus 5.14). As Escrituras também nos mostram que o
problema do crescimento do crente se deve em grande parte a uma falta de obediência ou
de sujeição ao ensinamento da Bíblia (I Coríntios 3.1-6).
Aprendemos também que um crente maduro pode decres-cer na fé se ele se tornar
obstinado diante da Palavra de Deus (Hebreus 5.11-12).

Existem, contudo, certas problemáticas que surgem quando tratamos de


sinceramente colocar em prática as Escrituras:

♦> Nas primeiras provas sofremos certas crises diante das quais nos queixamos
abertamente por acharmos difícil a vida cristã (Êxodo 14.10-14; I Tessalonicenses 2.17-
3.8).
* As tentativas iniciais de obedecer à Bíblia parecem ser extremamente difíceis (Êxodo
16.14-30; Salmo 73.1-28).
* Os novos crentes são ingênuos e relativamente fáceis de se desviar da Verdade, e às
vezes se esforçam em coisas inúteis (Atos 15.22-33; Efésios 4.11-14).
* Qualquer destas coisas traz consigo outro grande problema que também devemos
aprender a enfrentar: o desânimo. Este é um inimigo perigoso para o discípulo (II
Coríntios 2.5-8; 7.10).
* Estas e outras muitas coisas são as que o crente enfrentará diariamente ao tratar de
colocar em prática a Bíblia para aperfeiçoar-se como discípulo (Atos 14.21-22).
Por fácil ou difícil que pareça esta etapa, devemos insistir nela vez após vez, sabendo de
antemão que o Senhor estará conosco íicimente para levar-nos a alcançar a nossa meta.
Recordemos a meta (Mateus 28.18-20; Filipenses 5.12-14. Col.1.28).
A IMPORTÂNCIA DA FÉ NAS ESCRITURAS
Já foi dito que o discípulo deve conhecer e praticar a Palavra de Deus. A fé está
relacionada diretamente com estas duas coisas.
Existem muitos conceitos errôneos da fé, e aqui estão alguns deles:
❖ Crer que a fé é um sen timento que nos indica o que devemos fazer. Veremos que a fé
não é um sentimento (Jeremias 17.9).
♦> Crer que a fé é um “palpite” ou “pressentimento” que nos indica algo que vai ocorrer.
Veremos também que a fé não é um poder intuitivo da mente (Hebreus 11.1).
♦> Crer que a fé equivale ao grau de determinação de nossa vontade. A fé não se relaciona
com a intensidade ou magnitude de nossos desejos nem prognósticos pessoais (Tiago
4.13-16).
Na Bíblia se fala da fé em Deus e fé em Cristo (Marcos 11. 22; Gálatas 3. 26; Colossenses
1. 4; 2. 5; I Tessalonicenses 1. 8; Hebreus 6. 1).
Quando o discípulo lê e começa a conhecer as Escrituras, ele se dá conta de que Deus deu
numerosas e variadas promessas aos Seus filhos (Romanos 8.32-39).
É fundamental que o discípulo aprenda a reconhecer as promessas que correspondem ao
tempo em que vivemos (II I i-móteo 2.15). “Que maneja hem” ou “Que traz bem”
significa dizer que utiliza a Bíblia corretamente para discernir e separar as coisas umas das
outras.
Logo em seguida, o discípulo poderá aferrar-se com plena segurança às promessas que se
aplicam a ele (II Pedro 1.3-8).
O discípulo verá que algumas das promessas são exclusivamente para outras pessoas,
situações ou momentos históricos, e por isso não terá uma fé equivocada (Josué 21.43-45).
Verá com certeza outras promessas que são para nossa realidade presente e nelas poderá
exercitar sua fé em Deus (Mateus 28.18-20). “Fim do mundo” ou “consumação do
século” significa que o Senhor promete estar conosco todos os dias na luta que chega até o
final desta vida terrena, para logo entrarmos no céu com Ele.
Algumas das promessas são exclusivas para tempos futuros (II Pedro 3.13-14).
Algumas das promessas que o discípulo encontrará são promessas condicionais. Para
alcançar essas promessas o discípulo deve agir de certa maneira (Filipenses 4.6-7, 9).
Outras promessas são incondicionais, isto é, promessas em que Deus se comprometeu a
fazer algo sem relação com nada de nossa parte (Por exemplo: João 14.1-3; I
Tessalonicenses 4.13-18; I Coríntios 15.51.57).
Quando falamos de ter fé em Deus, estamos dizendo que cremos que Deus é digno de toda
confiança quanto a tudo o que Ele prometeu na Bíblia (Números 23.19; Atos 27.21-25).
O cristão entende que pode e que deve alcançar aquelas maravilhosas promessas de Deus
(obviamente as condicionais) e isto o leva a viver de certa e determinada maneira. Sua fé
se mostra por suas obras (Tiago 2.20-26).
Ter fé é algo muito prático se entendemos que se trata de viver de acordo com certas
regras que nos conduzirão às fiéis promessas de Deus (Hebreus 11.11).
Viver pela fé significa viver de acordo com as regras morais da Bíblia. Isto nos assegura
totalmente as promessas de Deus, as quais contêm tudo de que necessitamos (Filipenses
4.10-20).
Viver pela fé não significa viver em circunstâncias imprevisíveis; pelo contrário, significa
viver sabendo o que certamente ocorrerá (Hebreus 11.1).
Advertência: quando dizemos que viver pela fé - ou em obediência à Palavra de Deus, na
espera por Suas promessas - é viver uma vida previsível, não estamos dizendo que essa
vida será uma vida perfeita e ideal, sem nenhum problema ou dificuldade daí para I rente.
O que queremos dizer é que vivendo em obediência a Deus podemos vislumbrar de
antemão uma vida cujo caminho está revelado a nós, e que possui um final glorioso
(Hebreus 11.13-16). Ao mesmo tempo, temos garantia e certeza de vitória na
existência presente, pois a Palavra garante que em Cristo já somos mais que vencedores
(Romanos 8.37).

Resumo deste capítulo…


a. Nosso objetivo principal nesta vida é chegarmos a ser cristãos completamente
desenvolvidos.
b. O conhecimento das Escrituras é indispensável para nosso desenvolvimento moral,
pois a prática das Escrituras é o que nos leva a experimentar uma relação real e
prática com Deus.
c. A fé é um exercício no qual aprendemos a viver diariamente de certa forma, enquanto
esperamos o cumprimento de certas promessas de Deus.
d. Há certas promessas que requerem muita atenção de nossa parte.
e. Deus respalda com Sua Palavra que viver por fé é viver uma vida previsível.

Trazendo para a prática…

♦♦♦ Faça um plano sério para conhecer e estudar a Bíblia.


♦♦♦ Não leia a Bíblia aleatoriamente. Leia-a sistematicamente (em ordem).
♦♦♦ Busque os pontos práticos da Bíblia.
DISCÍPULO
♦♦♦ Aproveite a maior quantidade dos estudos e mensagens que se dão na igreja.
Esteja afinado com os desejos do Espírito Santo que mora em você e busque obter as
promessas condicionais que Deus nos deu.
♦♦♦ Viva a vida cristã fielmente para não ser uma pessoa imprevisível. As pessoas fogem
dos cristãos imprevisíveis.
TAREFA (Busque as respostas neste mesmo capítulo)
1. Por que é indispensável o conhecimento da Bíblia no desenvolvimento do discípulo?
2. O que obtemos ao trazer a teoria bíblica para a prática?
3. Que dois tipos de promessas há e em que se diferenciam?
4. Que significa ter fé?
5. Como se pode viver uma vida previsível e o que significa isto?
CAPITULO TRES

O QUE É UM
DEFINIÇÕES DO PRÓPRIO JESUS
Sempre ouvimos dizer que devemos ser discípulos de Jesus. Mas cada pessoa tem a sua
própria definição do que é ser realmente um discípulo de Cristo. Mas o que importa não é
como EU ou VOCÊ definimos o que é ser discípulo, mas como realmente Jesus define.
Vejamos as definições que o próprio Cristo dá para
discípulo.
Primeira Definição:
^ O Discípulo Faz o Que o Seu Mestre Faz
“Não é o discípulo mais do que o seu Mestre, nem o servo maior do que o seu senhor;
basta ao discípulo ser como a seu mestre, e o servo ser como a seu senhor” (Mateus
10.24,25).
O discípulo entra num relacionamento de aprendizado com o seu mestre. O discípulo faz o
que o seu mestre faz. Ele vê em seu mestre o exemplo a ser vivido. Em seu mestre ele
busca respostas e orientações para todos os momentos de sua vida.

Segunda Definição:

■4Ç O Discípulo Faz o Que o Seu Mestre Manda


“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará” (João 8.31, 32).
O discípulo obedece a palavra do mestre. O discípulo vive os ensinamentos do mestre.
Nesse caso, tanto do Mestre por excelência - Jesus - assim como do seu discipulador, que
o orienta debaixo da Palavra de Deus.

Terceira Definição:

O Discípulo Vive para Agradar o Mestre


“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e
irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que
não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26,
27).
O Discípulo deixa tudo por amor de seu Mestre. Deixa pai, mãe, filho, filha, qualquer
parente, qualquer pessoa que o possa atrapalhar de seguir a Jesus. O discípulo está
disposto a carregar a cruz que precisa carregar para seguir o seu Mestre.

Quarta Definição:

$ O Discípulo Ama Como o Mestre Ama


“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a
vós, que também, vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.34, 35).

Há três palavras na língua grega que podem ser traduzidas como amor:

*** Filéo: Amor Fraternal (ele estabelece condições para amar alguém).
*1* Eros: Amor romântico (entre marido e mulher - este amor também estabelece
condições para amar alguém).
*t* Agape: Amor Divino (o amor de Deus para com o ser humano - este amor não
estabelece condições para amar). Este amor simplesmente ama incondicionalmente
alguém. E quando Jesus disse que para ser seu discípulo deveria amar (ágape) como Ele
ama, disse: incondicionalmente.

Quinta Definição:

O Discípulo Faz Novos Discípulos


“Nisto é glorificado o meu Pai, que deis muito fruto, e assim sereis meus discípulos”
(João 15.8).
O fruto de que Jesus está falando aqui são os novos discípulos. Não está falando de um
fruto esporádico, mas de muitos frutos. De fazer muitos novos discípulos.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS DE UM DISCÍPULO

Você pode ser um grande cientista, um famoso estadista, ou mesmo um grande teólogo, e
mesmo assim estar longe do plano de Deus para a sua vida. Se você não compreende e não
experimenta as verdades básicas do discipulado, ensinadas por Jesus e pelo Apóstolo
Paulo, então você não é um discípulo de Jesus, e você não será capaz de discipular outros.
O apóstolo Paulo escreveu para seu discípulo Timóteo, seu filho espiritual: “Tu, pois, filho
meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste
através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos
para instruir a outros” (II Timóteo 2.1,2).
Um discípulo é alguém que ama a Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, de todo o seu coração,
alma, e mente, e tenta se tornar mais e mais como Ele por meio da fé e da obediência.
*
Jesus, através de Lucas, ilustra muito bem como deve ser a vida e a conduta de um
discípulo de Jesus. Essa porção das Escrituras mostra que discipulado, segundo Jesus
Cristo, não é uma moda nova que apareceu na Palestina do primeiro século com a intenção
de ganhar espaço no mercado eclesiástico. Tampouco é uma moda nova no século XXI.
Pelo contrário, é compromisso sério com o projeto de Jesus.
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e
irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que
não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”
(Lucas 14.26,27).
As características que se seguem foram escritas por Bill Bright, fundador da Campus
Crusade for Christ, aqui conhecida como Cruzada Estudantil e Professional para Cristo.
1. Um discípulo deve ter a certeza da salvação. Deve saber que é um filho de Deus,
que Cristo mora dentro dele. Deve ser capaz de explicar isto para outros, sendo capaz de
dar seu testemunho com clareza e graça, convencendo os outros de que Cristo Jesus é o
Senhor e faz toda a diferença na vida do ser humano.
2. Um discípulo anda na plenitude e poder do Espírito Santo. O Espírito Sagrado é
responsável por tudo que acontece na vida de um crente: seu novo nascimento, andar
diário, compreensão das Escrituras e orações. Pile produz o fruto do Espírito em nós,
que nos capacita a ter vidas santas e a testemunhar de Cristo.
3. Um discípulo demonstra amor a Deus, aos seus líderes, seus vizinhos, seus irmãos
e seus inimigos. Jesus manda nos amar a Deus de todo nosso coração, com toda nossa
alma, com toda a nossa mente, e Ele também nos manda amar nosso próximo como a nós
mesmos.

4. Um discípulo é alguém que sabe como ler, estudar, memorizar e


meditar na Palavra de Deus, e esconder suas verdades no

seu coração. É impossível andar na plenitude do Espírito Santo de Deus sem um


entendimento da Sua Palavra. O contrário é íambém verdadeiro: você não pode
compreender a Palavra de Deus sem o Espírito Santo.
5. Um verdadeiro discípulo de Jesus é um homem ou mulher de oração. O Senhor
Jesus Cristo, que gastou 40 dias em oração e jejum no deserto, é nosso grande exemplo
disto. Para ele, a oração é uma disciplina diária, regular, e não um exercício que ele
faz apenas algumas vezes e fica um tempo sem fazer.
/ 6. O discípulo é alguém obediente, que estuda a Palavra de Deus e obedece aos Seus
mandamentos num estilo de vida que honra o Senhor Jesus Cristo.
(/ 7. Um discípulo é alguém que confia em Deus e leva uma vida de
fé. As Escrituras lembram - nos disso: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus
11.6).
\( 8. Um discípulo entende a graça de Deus. Deus ama-nos incondicionalmente, se nós o
obedecemos ou não. Isto é o contrário do legalismo, a heresia primária da vida cristã, que
nos aconselha a tentar obedecer às leis de Deus pela nossa própria sabedoria, força, e
poder.
,Ç 9. Um discípulo é alguém que testemunha de Cristo como um modo devida. Como
cristãos, devemos dar frutos, de acordo com João 15.8: “Nisto é glorificado meu Pai, em
que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”. Isto inclui tanto o fruto de
almas levadas ao reino de Cristo como o fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5.22,23).
10. Um verdadeiro discípulo do Senhor Jesus adora a Deus no companheirismo da
Sua igreja. É envolvido em Sua Igreja através do estudo, adoração, oração, testemunho e
a mordomia do seu tempo, talento e tesouro (ou seja, ele sabe que o tempo, talento e
tesouro pertencem a Deus, pois isso é ser mordomo: cuidar daquilo que é de Deus,
administrar seu tempo, talentos e tesouro para honrar a Deus).

João 15.7, diz: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras


permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”.

João 15.14: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando”.

O discípulo aprende vendo, ouvindo e perguntando. O relacionamento espontâneo e


constante entre o discípulo e o disci-pulador faz surgir oportunidades de ensino, exortação
e consolo em situações do dia-a-dia.

jfe ALVOS PARA O DISCÍPULO

Discípulo Recém-Convertido

♦> Experimentar o batismo no Espírito Santo.


♦> Aprender a manusear a Bíblia, estudando-a sistematicamente. *** Demonstrar sujeição
à autoridade de Cristo e da Igreja.
♦t» Demonstrar compromisso e envolvimento com os irmãos (reuniões, contribuições,
serviço).
♦í* Ter revelação da pessoa e da obra de Jesus.
♦> Aprender o manual básico (Acompanhamento Inicial).
♦♦♦ Vencer os principais problemas do velho homem (vícios, impurezas, rebeldias,
mentiras, desonestidade, etc.).
❖ Fazer o Encontro com Deus na Visão do MDA.
Congregar fielmente na célula e no culto de celebração.
♦> Reunir-se regularmente com seu discipulador.

Material de Trabalho para o Discípulo Recém-Convertido

<♦ A Bíblia, principalmente o Novo Testamento.


♦J* Acompanhamento Inicial (Níveis 1, 2 e 3).

Alvos para o Discípulo em Formação


❖ Manter e aperfeiçoar o que foi alcançado.
❖ Continuar congregando fielmente na célula, no culto de celebração e no discipulado
pessoal um a um.
❖ Administrar bem a sua vida, sua casa, suas finanças e seu tempo.
❖ Apresentar evidências de uma vida transformada que reflete o caráter de Cristo no
seu viver diário.
❖ Proclamar e testemunhar de Jesus.
❖ Manifestar os dons do Espírito Santo.
❖ Caminhar em companheirismo (oração, ensino e edificação mútua).
♦> Ter clareza sobre o Evangelho do Reino.
♦> Ter clareza sobre o Propósito Eterno de Deus.
❖ Alimentar-se corretamente, todos os dias, da Palavra de Deus, e estudá-la
organizadamente, juntamente com uma vida intensa de oração.

Material de Trabalho para o Discípulo em Formação

Apostilas do Curso de Fundamentos, com a respectiva participação nas aulas


ministradas: Curso de Membresia, Classe da Nova Criatura, Família Cristã e Ide e Fazei
Discípulos (esta que ora você estuda).

O Discípulo Pronto para Discipular e Liderar Células


♦> Manter e aperfeiçoar o que foi alcançado.
❖ Ter revelação da sua vocação (Romanos 8.29; Mateus 28.18-20).
❖ Ter uma disciplina de oração e leitura da Palavra.
❖ Buscar capacidade e graça para transmitir a Palavra.
❖ Compreender e demonstrar obediência à Grande Comissão de Jesus descrita em
Mateus 28.18-20.

Material de Trabalho para o Discípulo Pronto para liderar

Apostilas e classes do Curso de Maturidade Cristã -CMC. Mordomia Cristã e Finanças,


Vida Devocional, Caráter de Cristo, Vida Transformada, Autoridade Espiritual e
Relações Interpessoais.
Em seguida vem o Curso de Treinamento de Líderes - CTL, assim como os demais
cursos que compõem a Escola Ministerial.
CAPITULO QUATRO
O DISCIPULADOR CRISTÃO
AQUELE QUE DISCÍPULA
Diz um ditado popular: ua corda sempre se rompe do lado mais fraco”. Na obra de Deus a
parte mais fraca da “corda” é o lado dos discipuladores.
Em muitas igrejas o grupo de pessoas espirituais que geralmente estão dispostas a fazer
outros discípulos é reduzido, e a obra de Deus deixa de crescer e de propagar-se (Mateus
9.37-38). Na verdade, quando um cristão já compreendeu e assimilou as lições básicas da
vida cristã, ele já pode também começar a discipular outros cristãos (Atos 9.10-20).
O cristão relativamente expernvcmado não deveria adiar o momento de ensinar a outros
aquém- Moes que ele mesmo já aprendeu (para isso ele vai valer-se da ajuda de seu
discipulador e dos materiais disponíveis, como o Acompanhamento Inicial para o
discípulo e o Manual do Discipulador para si mesmo).
Devemos entender que, no princípio, ninguém possui todas as características ideais
para ser um discipulador. Estas coisas se obtêm precisamente por meio da
experiência de ensinar a outros (ninguém nasce sendo pai, mãe, líder, ou profissional;
tudo isto se aprende no decurso da vida).
O CORAÇÃO DE DISCIPULADOR E SUA NATUREZA ESPIRITUAL
Levar alguém à maturidade espiritual requer uma grande disposição do coração (I
Coríntios 9.19-23; Filipenses 1.3-11; I Tessalonicenses 2.5-8).
O crente que amadurece sente uma grande carga pelos irmãos, e deseja de todo coração
levá-los à maturidade espiritual (II Coríntios 3.1-3; Gálatas 4.19; Colossenses 1.24-29; I
Tessalonicenses 2.19-20).
Um coração bem disposto não se obtém de um dia para o outro, já que ele é resultado de
passar por um amplo processo de 1 aprendizagem. A duração desse processo vai desde a
dureza de nosso coração até a ternura do coração de Cristo (Efésios 4.11-14).
As provas e as crises são coisas que Deus utiliza para moldar nosso coração. Devemos
aceitar e permitir que essas coisas tenham lugar em nós para gerar um conhecimento
prático de Deus superior ao teórico (Gálatas 4.19; II Coríntios 4.7-15; I Tessalonicenses
3.1-7).
Não devemos ficar desorientados, nem nos sentindo condenados, nem perder a paciência,
quando precisarmos cuidar de nossas próprias crises, e deixarmos momentaneamente
outros ir-—I mãos com necessidade de ajuda. Como discipuladores, Deus nos ^ levará a
explorar novos terrenos da vida cristã para que depois possamos ajudar os outros a entrar e
caminhar neles (II Coríntios 1.3-6).
\0
‘^7
O O coração do crente maduro tem certas características espirituais:
*** Está disposto a começar de novo com o mesmo discípulo quantas vezes for necessário
- sempre que Deus o permita (João 20.24-27).
*** É persistentemente amoroso, e amorosamente persistente com o discípulo (João 21.9-
19).
❖ Está disposto a continuar com a preparação de outros discípulos quando ura discípulo
o abandona (II Timóteo 49-11). Mesmo assim, ele nunca desiste daquele que se foi, mas
exerce fé para que ele retorne e seja bênção.
O trabalho de um coração espiritual glorifica a Deus (Comparar I Samuel 13.13-14; Atos
13.21-22),
Jí A MENTE DO DISCIPULADOR E SUA NATUREZA ESPIRITUAL
O discipulador deve entender que seu coração não funciona como sua mente. Há
diferenças entre “mente” e “coração” e Deus trabalha individualmente com relação a eles
(Salmo 7.9; Jeremias 17.10).

Vejamos estas comparações:

♦> A. mente busca entender as razões… o coração busca achar repouso (Atos 17.16 21).
❖ A mente busca analítica e sistematicamente… o coração busca ansioso e
desesperadamente.
❖ A mente busca comparações técnicas… o coração busca discernir as intenções a
“fundo” (II Reis 5.24-27).
❖ A mente busca os dados… o coração só quer a paz (Atos 8.27-37).
♦> Na mente ficam as memórias… no coração ficam as feridas.
❖ A mente pensa… o coração sente (Atos 13.44-48).
Como se pode notar, existe uma profunda interdependência entre o coração e a mente. O
coração só terá sua porção se primeiro a mente cumprir com sua função. Em outras
palavras, se você se dedica a esquadrinhar e a estudar a Bíblia, seu coração terá
bom. repouso (João 5.39-40).
* Um discipulador com pouco conteúdo intelectual corre o risco de ser emocional e
superficial em seus ensinamentos.
.0 Um discipulador com pouco coração corre o risco de converter-se em uma máquina de
dar informação e princípios, ainda que bons. Pense sobre com que tipo dessas pessoas
você tem tendência de ser mais parecido.
^ Nós crentes devemos procurar um equilíbrio entre o trabalho da mente e do coração. Um
desequilíbrio fará que as Escrituras sejam ensinadas com a ênfase no lugar errado.
A diferença entre mente e coração pode ser vista, por exemplo, no primeiro grande
mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e com toda tua alma, e
com toda tua mente” (Mateus 22.37). Isto significa que se deve amar a Deus com todas as
capacidades, apesar de se diferenciar a mente do coração, já que são capacidades distintas:
♦> Coração: (Gr.xapôía = kardia). Termo que figurativamente alude aos sentimentos.
❖ Alma: (qruxn =psyquê) Termo que inclui uma variedade de coisas, entre as quais
está a vontade.
❖ Mente: (Siávoia = ãianoia) Termo que alude à capacidade de pensar e refletir.
Evidentemente uma grande parte do discipulado se faz com o coração, mas outra parte
requer exclusivamente o trabalho da mente. Cada parte desempenha uma função distinta e
indispensável.
O discipulador deve exercitar sua mente por meio do estudo sério da Bíblia; só assim
poderá entender bem com o coração a vontade de Deus e logo poderá transmiti-la
efetivamente (1 Pedro 1.10-13).
| A SOBREVIVÊNCIA ESPIRITUAL DO DISCIPULADOR
^ Aprender a sobreviver espiritualmente é algo essencial na vida do discipulador (Atos
14,19-22),
Jf- O discipulador é uma ameaça para os planos do inimigo na vida das pessoas, sejam
elas candidatos à conversão, sejam os novos convertidos, ou até mesmo outros discípulos
mais maduros, em treinamento. Por isso o diabo vai fazer de tudo para neutralizar o
discipulador na sua tarefa de cooperar com Cristo.
A sobrevivência do discipulador é uma das tarefas mais difíceis que este enfrentará na
vida (Atos 26.22-23; II Timóteo 4.14-17).
O discipulador tem que compreender que muitas vezes ele terá que sobreviver a
circunstâncias difíceis. De outro modo ficará desqualificado para o serviço, ou prejudicará
a obra de Deus (I Coríntios 4.11-13; 9.11-12; 9.24-27).
Mesmo Cristo oferecendo vida abundante, o discipulador se verá muitas vezes em uma
desesperada luta pela sobrevivência espiritual. Ele é mais atacado porque ele está na linha
de frente, fazendo oposição aos planos do diabo na vida dos discípulos e quebrando seus
sofismas.
O fato do discipulador ou qualquer outro cristão sobreviver às crises não deve ser motivo
de jactância, nem de autocompaixão, mas de dar graças a Deus (I Tessalonicenses 2.17-
3.13).
^ Há certas causas de “morte” espiritual, e há certas formas de evitá-las:
❖ Não aprofundar sua própria vida espiritual levá-lo-á a um naufrágio na fé. A maneira
de evitar isto é amadurecer continuamente para que, quando a tormenta vier, a
sua vida espiritual esteja bem firmada (II Timóteo 4.9-10). Ficar aborrecido e
abandonar a carreira em casos de extrema pressão. A maneira de evitar isto é ir um
passo à frente dos problemas. Como? Buscando a Graça de Deus que, sem dúvidas,
será suficiente (II Coríntios 1.12; 12.7-10).
Jj|r* Desanimar-se e desfalecer pela intensidade da luta. Não
assuma mais responsabilidades do que as que pode
realizar. Não importa quantas necessidades estejamos conseguindo resolver; sempre
haverá mais necessidades. Não caia nesse engano do diabo; é melhor seguir o
plano de Deus de rogar por obreiros (Mateus 9.37-38).
♦> Canalizar as crises por caminhos equivocados. Por exemplo: buscar distrações,
passatempos, amizades, etc. para escapar das circunstâncias. O remédio para superar as
crises sem sofrer ainda não foi descoberto. Assim, você deverá enfrentá-las com valor
e ousadia, sem desviar-se. Batalhe com honra, esqueça-se de suas circunstâncias
passageiras, e entenda que você está lutando uma batalha espiritual de proporções
incalculáveis (Efésios 6.10-12).
As pessoas que você está levando à maturidade devem vê-lo sobreviver uma e outra vez
para que o ensinamento que você passa para eles seja realmente completo (II Timóteo
3.10-12).

Resumo deste capítulo…

a. O coração do cristão sofrerá conflitos, já que ele necessita ser preparado por Deus
para poder fazer discípulos.
b. É indispensável sermos fiéis nos processos de crise, já que estes são os que vão
amaciando o coração.
c. Não ter coração para fazer a obra de Deus equivale a ser imaturo, ou carnal.
d. A mente do discipulador deve ser submetida a exercícios frequentes do estudo da
Bíblia.
e. A mente deve ser satisfeita com a Palavra para que o coração chegue a estar satisfeito
de gozo e paz.
f. A mente e o coração devem manter-se equilibrados para podermos guiar outras
pessoas à maturidade espiritual.
g. A sobrevivência do cristão que faz discípulos pressupõe uma luta incessante.
h. O discipulador deve aprender a sobrepor-se aos ataques inimigos para que seus
discípulos tenham um ensino completo.
Trazendo para a prática…
■ Aprenda a predispor seu coração de uma forma mais sacrificial.
* Olhe para as provas com bons olhos, sabendo que estas lhe ajudam a apcrfeiçoar-se na
fé.
■ Submeta sua mente a estudos consistentes da Bíblia. (Como discipulador, você
deveria deixar as caixinhas de promessa, o uPão Diário” e os “devocionais” que
vêm prontos um pouco de lado, e tratar de ter algo mais sólido para alimentar-se. Comece
você mesmo a “cavar” os tesouros profundos contidos na Palavra).
■ Treine sua mente para poder ensinar as verdades da Bíblia, lendo bons materiais sobre
discipulado.
■ Aprenda a dar graças nas provas e a ter uma boa atitude em meio a elas; de outro
modo você não sobreviverá espiritualmente no futuro.
■ Aprenda a orar, orando a sós. Se você aprender a orar a sério e mantiver essa prática
diariamente, estará tão perto de Deus que não cairá facilmente.
TAREFA (Busque as respostas neste mesmo capítulo)
1. E possível fazer um discípulo somente com a carga do coração
Por quê?
2. É possível fazer um discípulo somente com a capacidade mental? Por quê?
3. De que maneira se prepara o coração do discipulador?
4. De que maneira se prepara a mente do discipulador?
5. Mencione duas coisas necessárias para a sobrevivência do discipulador.
CAPÍTULO CINCO
A PESSOA E O TRABALHO DO
DISCIPULADOR
PRINCÍPIOS ESSENCIAIS AO DISCIPULADOR O Discipulador deve ser adepto
da visão de discipulado
Segundo George Barna, visão é a “força impulsora por trás da atividade de um líder ou
grupo de pessoas motivadas. É uma força interior que guia o indivíduo através de
dificuldades imprevistas ou o estimula a agir quando exausto ou hesitante em dar o
próximo passo rumo à meta a ser alcançada”.
É necessário que o discipulador tenha realmente absorvido a visão do discipulado e
não simplesmente concordado com sua eficácia. Em outras palavras, é necessário que
ele esteja envolvido intelectualmente, emocionalmente e voluntariamente com a
visão.
jf O pastor titular da igreja é quem deve capitanear a visão.
™ O líder da rede é quem deve capitanear a visão dentro da sua rede. Não pode ser
apenas um dos ministérios, cuidado por alguém que recebeu delegação para isto.
Toda a igreja deve respirar discipulado. Todos os ministérios devem estar envolvidos
na tarefa de fazer discípulos. O discipulado é algo essencial à vida da Igreja.

O díscipulador deve ter determinação e compromisso

Aquele que assume o compromisso do discipulado deve estar consciente da grande


responsabilidade que está assumindo. Este compromisso pode ser deleitoso, caso assuma
totalmente este ministério, pois é um ministério de formação de vidas, e o discipulador
poderá ver na prática o fruto do seu trabalho. Porém, deve ser lembrado que os discípulos
serão pessoas que, muitas vezes, vêm para a igreja feridas, problemáticas,
decepcionadas. Muitas vezes seus conceitos e costumes estão errados e deverão ser
trabalhados através de um acompanhamento sincero, onde o discipulador deverá
identificar-se com tais pessoas e seus problemas, mas não deixar de confrontar o que está
errado. Precisa ser equilibrado, para não tomar uma posição legalista (Tito 2.11-15). Isto
deve ser feito com amor e zelo.
O princípio a ser seguido aqui entre discipulador e discípulo é o da “identificação”. Caso o
discipulador não se identifique com o problema do discípulo, este não sentirá segurança
em ser pastoreado, comprometendo assim o objetivo do discipulado.
Muitas vezes o discípulo será acometido de desânimo, e caso o discipulador não tenha
determinação e compromisso, ele mesmo será absorvido pelo desânimo do seu discípulo.
Por isso aconselhamos que você nunca falte aos compromissos, e só desmarque em
casos totalmente incontornáveis.

^ ‘O discipulador deve ter preparo e conhecimento bíblico-doutrinário


É imprescindível que o discipulador tenha tal conhecimento, pois o discípulo estará
adentrando numa denominação confessional. Caso ensine doutrinas que não se coadunem
com todo o corpo doutrinário da igreja, você causará confusão na mente do discípulo,
tornando-o um crente instável (Efésios 4.11-16).
Caso você tenha alguma dúvida quanto a alguma doutrina, procure o seu pastor e recorra
para pesquisa aos materiais de discipulado e ensino que a igreja tem. Leia também bons
livros que tratem do assunto. No caso da Igreja da Paz, a Classe da Nova Criatura e o
Curso de Membresia (livro Aliança de Membresia) trazem as principais doutrinas cridas e
praticadas por ela.
Tanto o discipulador quanto o discípulo deverão estar participando dos cursos oferecidos
pela igreja, através da Escola Ministerial Paz - EMP. Cursos como o Curso de
Fundamentos (Nova Criatura + Família Cristã + Aliança de Membresia + Ide e Fazei
Discípulos), Curso de Maturidade Cristã - CMC, Curso de Treinamento de Líderes -
CTL, e outros. O projeto inclui um curso completo de graduação teológica.
Outras igrejas co-irmãs têm excelentes programas de ensino e desenvolvimento de seus
membros. Geralmente há opções de cursos para todos os níveis, desde os novos
convertidos e recém-chegados até aqueles que já servem com sucesso e graça
nos ministérios e atividades da congregação.
O TADEL é uma grande escola de formação de lideranças, onde os candidatos à liderança
das células são treinados e reciclados continuamente. Como não podemos desvincular as
células do discipulado, o TADEL desempenha um importante papel na consecução de toda
a visão.
Matérias avulsas também podem ser oferecidas: Treinamentos de evangelismo,
treinamentos do Ministério Infantil, treinamento para professores da Escola Ministerial
Paz - EMP, cursos de treinamento para visitação hospitalar, visitação em presídios, cursos
de teatro, música, etc..
No caso de você não pertencer a uma igreja da Paz, atente para a estrutura de doutrinas
e ensino oferecidos pela sua igreja. Lembrando que a maioria dos ensinos e princípios
aqui contidos não são invenção da igreja da Paz, mas da Palavra de Deus, e são
acatados pela maioria das boa igrejas cristãs.

( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )

-Jjf O discipulador deve ser empático


O discipulador deve ter facilidade para desenvolver um relacionamento pessoal. Precisa
estar disposto a ter uma amizade sincera com o seu discípulo e trabalhar continuamente
para esse fim. Deve ter um comportamento pastoral, sendo sensível aos problemas e
necessidades do discípulo, expressando esse sentimento através de: aconselhamento,
oração e outros tipos de ajuda, se necessário. Portanto, deve ter um profundo senso
de equipe. Já vimos que pessoas auto-suficientes não têm característica de ovelha, mas
sim de lobo.
O discipulador deve entregar o discípulo aos cuidados de todos os recursos da igreja. Se
necessário, encaminhá-lo aos supervisores, aos pastores de rede, ou ao pastor titular da
igreja. Ele deve lembrar que é proibido proibir. Ninguém pode impedir que seu discípulo
recorra, quando necessário, às instâncias superiores da liderança da igreja.
JÇ O discipulador deve ter um bom testemunho
Isto envolve muito mais do que ser simplesmente um crente “bonzinho”. Deve ser alguém
que se preocupe em ser fiel àquilo que é bíblico e lute por isso na sua vida, em primeiro
lugar. Deve ser alguém que tenha “sede de Deus” para aprender, orar e envolver-se.

O discipulador deve saber ouvir


O discipulador é uma pessoa que sabe dar a oportunidade para que outros falem. Que se
agrade em ver o desenvolvimento de seus discípulos. Que não venha, pelo seu orgulho, a
inibir o crescimento do discípulo. Quem souber ouvir saberá que deve fazer o discípulo
pensar e não dar respostas prontas, como se fosse o dono da verdade. Evite estes três
erros:
Não ignore o que está sendo falado.
Não aparente estar ouvindo, mas desligar-se mentalmente da conversa.
Não ouça as palavras sem “ouvir” os sentimentos que estão por trás delas.

Como você aprende?

Eu leio muito. Os livros são importantes para mim quando quero aprender.
Raramente leio. Não gosto de ler.
Eu aprendo ao fazer, olhar e me envolver com coisas práticas. Frequentemente ouço fitas,
CD ou vídeos educativos. Gosto de conversar com alguém que conhece sobre o assunto
que me interessa.
Eu não tenho um padrão definido de aprendizagem.

QUEM SERÁ DISCIPULADO?

Os visitantes contínuos podem ser discipulados

Devemos aproveitar as oportunidades e oferecer o discipu-lado um a um àqueles que estão


visitando a nossa igreja com certa frequência. Provavelmente essa pessoa aceitará ser
discipulada, pois as suas repetidas visitas à igreja demonstram certo interesse. Devemos
respeitar, contudo, sua vinculação com outra igreja. Às vezes é alguém que tem igreja,
mas não está indo lá, por isso vem regularmente para nossa igreja. Nesses casos, ela deve
se entender com a sua igreja de origem, ou ter a bênção e permissão para mudar. Ou pode
ser alguém que já se considera parte na igreja, mas está preferindo ficar quietinha no seu
lugar.
Como as pessoas citadas acima não foram à frente aceitando Jesus, é fácil considerar que
“alguém já está cuidando delas”, principalmente numa igreja grande. Muitas vezes não
está. Por isso é preciso garantir que ninguém fique descoberto.
A evangelização não é algo que deve ser feito somente com aqueles que vêm à igreja! O
mandamento do Senhor Jesus é evan-gelizar “indo por todo o mundo” (Mateus 28.19-20).
Caso você descubra que algum dos seus parentes, amigos, ou conhecidos tem o interesse
de estudar a Bíblia, não perca a oportunidade de oferecer o discipulado.

Os novos convertidos devem ser discipulados


É necessário discipular os novos convertidos para acelerar o processo de maturidade e
firmeza na fé. Se esperássemos que esse novo convertido aprendesse sobre a vida cristã
apenas vindo à igreja nos cultos, provavelmente ele levaria muito tempo. A experiência
tem mostrado que alguns levam anos para estarem prontos para a evangelização sem o
discipulado, ou para servir em outros ministérios dentro da igreja.
O discipulado tem se mostrado eficaz em integrar e vacinar os novos convertidos contra
os famosos “pescadores de aquário”. Geralmente os novos convertidos saem para outras
denominações por causa da confusão doutrinária que sofrem, ou por não
encontrarem acolhida na comunhão da igreja de origem. Estes dois problemas
são solucionados através de um discipulado sério e focado em Jesus.

Discipulado através do Curso de Fundamentos

O discipulado encaminha para a maturidade cristã e para a liderança na Igreja. No


processo de aprendizagem, e ao nos certificarmos de que o aluno realmente fez seu
compromisso de salvação com Cristo, devemos conscientizar o novo convertido de sua
necessidade de assumir um compromisso completo.
Aquele que tem compromisso com Cristo também o tem com a sua Igreja. O Curso de
Fundamentos deve ser visto como uma sequência e um acessório natural do Discipulado
Um a Um, mas não o seu fim. O discípulo precisa aprender que ele começou a aprender, e
que esse aprendizado nunca para.

Os novos discípulos gerados pelos discípulos

Após o término do Curso de Fundamentos o indivíduo estará pronto para preparar e


discipular outros. “Eu aprendi para ensinar”. Ovelha gera ovelha!
Dessa maneira, ele continuará sendo discipulado, acompanhado fielmente pelo seu
discipulador e crescendo na visão. Ele estará envolvido, na escola, nas células, mas já
poderá cuidar de seus “próprios filhos”. Assim como a maturidade física e psicológica
prepara para a paternidade ou maternidade biológica, assim também a maturidade
espiritual habilita para a paternidade ou maternidade espiritual.

^ SITUAÇÕES DELICADAS NO DISCIPULADO


Algumas perguntas devem ser levantadas por serem circunstâncias possíveis de acontecer.
Se o discípulo se mostrar desinteressado? Não desista facilmente dele. Não permita que
o seu desânimo contagie você.
Se quiser estudar tudo de uma vez? O princípio a ser seguido é que ele aprenda.
Conheça a capacidade de assimilação do seu aluno.
Se alguém de sua família for contra o discipulado? Tenha em tudo a prática da
paciência e da sabedoria. Converse com ele, e talvez seja melhor esperar um tempo
oportuno. Ou, se for desejo sincero do discípulo, ele encontrará meios de conversar
e convencer seus parentes a concordarem com o discipulado.
E se o discípulo for analfabeto? Leia para ele a lição e os versículos bíblicos. Somente
não haverá a necessidade de se completar a lição, podendo ser usada apenas a revista do
discipulador. Mas incentive o discípulo a estudar, e aprender a ler, para que tenha
o privilégio de ler a Palavra de Deus. Você mesmo pode utilizar os encontros do
discipulado para ensiná-lo a ler.
Se os filhos atrapalharem, por serem pequenos? Encontre meios de você mesmo ir à
casa da pessoa, ou reunir-se em horários em que as crianças estão dormindo, ou na escola.
Deus dará sabedoria a vocês dois.
Se ele for adepto de alguma religião, ou de algumas crenças (católico, espírita,
Testemunha de Jeová, Igreja da Vovozinha, etc.)? Primeiro, prossiga a lição
sequencialmente. Segundo, se o texto bíblico fizer menção direta, ou indiretamente a
alguma doutrina de sua crença, mostre a incoerência entre a afirmação bíblica e a sua
religião. Terceiro, se ele fizer alguma pergunta que você não saiba responder, não exerça a
sua “achologia”; comprometa-se em responder-lhe no próximo estudo. E corra atrás do
pastor!
Desafie o aluno, em toda oportunidade, a fazer um compromisso com o Senhor Jesus.
Observe abaixo como é simples evitar idéias erradas e encaminhá-lo à salvação:
1. Ele precisa reconhecer 2. Ele precisa fazer
a. Sou pecador a. Arrepender-se dos seus pecados
b. Minhas virtudes/boas obras são insuficientes b. Crer e confiar só no perdão de
Cristo
c. Preciso conhecer mais de Jesus c. Fazer-se membro da igreja

^ QUANTO AO MATERIAL DE ESTUDO


Se possível, ambos devem ter a mesma versão da Bíblia para se evitar a confusão de
divergência de traduções. Uma recomendação é usar a Nova Versão Internacional - NVI.
Outros, por uma questão de hábito e popularidade de uso, preferem a Almeida Revista e
Atualizada - ARA. Recomendamos estas duas.
Quanto à revista ou apostila usada, não se deve passar de uma pergunta para a outra até
que se certifique que o discípulo compreendeu bem o assunto e o texto bíblico.
Preferencialmente deve-se limitar a estudar uma lição por vez. Mesmo que o discípulo
tenha disponibilidade de tempo, não tenha pressa de terminar.
O material do discipulado, no caso da Igreja da Paz, é aquele que já está aprovado pelo
Presbitério de Governo. Inclui, no nível um, o Acompanhamento Inicial (Revista do
Aluno e Manual do Discipulador). Em seguida vem o material do Discipulado
Nível Dois e Nível Três, todos acompanhados de manual para o discipulador.
Além desses, sugerimos que os discipuladores possuam, como recurso, ou material de
apoio, os seguintes materiais:
♦> Uma Bíblia de Estudo (Bíblia de Estudo Almeida, Plenitude, Aplicação Pessoal).
❖ O Fator Barnabé (Pastor Abe Huber).
❖ O Purê de Batatas (Pastor Abe Huber).
♦> Discipulado Um a Um (Pastor Abe Huber).
❖ Como estudar a Bíblia Sozinho (James Braga), e outros.

POR QUE FAZER DISCÍPULOS?

Porque Jesus fez assim e mandou que fizéssemos do mesmo jeito. Ele concentrou Seus
esforços em doze homens. Ministrou às suas vidas por três anos e meio, dia e noite,
dando-nos o exemplo de como devemos fazer. Esta é a única maneira de trazer todos
os homens de volta ao governo (disciplina) de Deus.
A QUESTÃO DA AUTORIDADE
Sem submissão não há formação; O discípulo deve ser manso e humilde, estando sujeito
aos irmãos, aos líderes, sem rebeldia e obstinação.
Sem submissão não há autoridade; O princípio básico para ter autoridade é estar
debaixo de autoridade e se sujeitar a ela (Ex: Jesus). Se você não respeita e não honra
aqueles que estão acima de você, não terá igualmente a honra e o respeito dos seus
liderados.
Ninguém tem autoridade em si mesmo: Nossa autoridade vem de Jesus.
Autoridade é diferente de autoritarismo: O discipulador precisa entender que ele é o
servo do discípulo e não o dono. Deve ensinar todo o conselho de Deus e não os seus
gostos e preferências pessoais.
TRÊS NÍVEIS DE PALAVRA NO DISCIPULADO

QJ A Palavra de Deus

A essa o discípulo deve ter uma submissão absoluta. Quando damos a Palavra de Deus a
um discípulo e ele não a recebe, está sendo rebelde. Nesse caso devemos seguir as
orientações dadas por Jesus em Mateus 18.15-20, ou seja a pessoa poderá até ser
disciplinada. Todos no Corpo de Cristo, e não apenas o discipulador, têm autoridade para
corrigir e repreender outro irmão dentro do ensino da Palavra (Deve-se observar, antes, o
ensino de Gálatas 6.1 e Mateus 7.1-5).

Nossos Conselhos

A submissão aqui é relativa. Exemplo: quando dizemos a um discípulo que ele não pode
casar com uma moça incrédula, estamos dando a Palavra do Senhor. Isso é absoluto. Mas
quando falamos que não é bom que ele se case com a “irmã fulana”, estamos dando um
conselho.
Pode ser que o conselho que damos seja baseado no conhecimento que temos da Palavra
de Deus, mas, mesmo assim não passa de conselho. E relativo. Se o discípulo rejeita um
conselho, não é necessariamente um rebelde. Entretanto, aquele que nunca aceita
conselhos, é orgulhoso e auto-suficiente. Não pode ser edificado.

Nossas Opiniões
Não é necessário nenhum tipo de submissão às opiniões e gostos pessoais do discipulador.
Há casos em que o discípulo fica parecido com o discipulador, mas isto é algo espontâneo,
fruto da convivência, do andar junto. Não é imposição, uma cobrança. Pedro era diferente
de João, de Tiago e de André, mas todos eram discípulos de Jesus.
O que acontece com um novo convertido, torcedor do Fortaleza, que vai ser discipulado
por um irmão que torce pelo Ceará (pode ser São Paulo e Palmeiras, Flamengo e Vasco,
Vitória e Bahia, Coritiba e Atlético, Remo e Paysandu, Grêmio e Internacional)? Enfim,
opiniões e gostos diferentes. O discípulo não precisa mudar de time ou começar a gostar
de comer o que antes não gostava. Isto não é discipulado!
Discípulo formando discípulos
Enfatizamos constantemente que ovelha sadia sempre dá cria. Dentro da lógica do mundo
animal, em se tratando de ovinos, é ovelha quem gera ovelha. Dessa maneira, é
correto dizer que pecador gera pecador, mas discípulo gera discípulos.
Quantas pessoas foram transformadas por Deus em crentes maduros e multiplicadores,
graças ao fato de você, um dia, ter se apegado às suas vidas, e investido tempo com elas,
de modo que Deus usou a sua vida como exemplo? Podemos apenas mencionar os
seguintes textos bíblicos:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os…
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28.1 9-20).
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar
Jesus, o Cristo” (Atos 5.42).
“E o que da minha parte ouviste através de muitas testemunhas isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (II Timóteo 2.2).
“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender e sim deve ser brando
para com todos, apto para instruir” (II Timóteo 2.24).
“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tito 2.1).
O fiel discípulo de Jesus forma outros discípulos. Este princípio acontece em
consequência da obediência ao claro ensino da Escritura quanto ao crescimento do Corpo
de Cristo. Vejamos alguns exemplos deste princípio bíblico:

Jesus investiu mais tempo no treinamento dos doze

O Senhor Jesus constantemente pregou às multidões, mas o seu ensino foi direcionado aos
seus discípulos. A Escritura relata que “Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que
ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os apóstolos, para
que estivessem com ele, e os enviasse a pregar” (Marcos 3.13-14, NIV).

Barnabé investiu em alguém que seria maior que ele: Saulo -


Atos 9.26-27; 13.1-3.
No primeiro texto vemos Barnabé tomando Paulo consigo e o apoiando em um momento
que enfrentava a oposição dos irmãos que não acreditavam em Paulo. Vemos aqui que,
apesar de todo conhecimento bíblico que Paulo possuía (Atos 22.3), ele agora precisava de
alguém que o apoiasse e que o colocasse em condições de servir a igreja. Nesse
direcionamento, Barnabé foi peça fundamental.
No capítulo 13, vemos Lucas mostrando uma lista de profetas e mestres, onde Barnabé
está encabeçando essa lista e Saulo é o último dela; não sabemos exatamente se há
implicações quanto a essa ordem na lista, mas no versículo 3 vemos ambos sendo
separados pelo Espírito Santo e pelos irmãos, e mandados juntos para sua primeira missão.
Vemos aqui que o período de discipulado já dava seus primeiros frutos.
Barnabé acredita naqueles que se afastaram e lhes dá uma segunda chance, com
vitória garantida: João Marcos - Atos 13.13; 15.37-39; II Timóteo 4.11.
Aqui vemos, num primeiro momento, João Marcos sendo objeto de contenda entre Paulo e
Barnabé, em virtude de ter abandonado uma missão recém-iniciada. Depois, lemos
Barnabé tomando João Marcos e fazendo o mesmo que fizera anteriormente com Paulo,
ou seja, tomando alguém nascido de novo em Cristo, mas que necessitava de ajustes em
seu caráter cristão. Por fim, vemos Paulo já no final do seu ministério recomendando
a Timóteo que lhe enviasse João Marcos, pois lhe seria útil para o ministério do apóstolo.
Paulo aposta e investe nas novas gerações: Timóteo - Atos 16.1-2; II Timóteo 2.2
Nesse texto de Atos verificamos que Paulo tomou esse jovem discípulo e o fez
acompanhá-lo. Com certeza seguiu-se a partir daí um período de discipulado intensivo,
pois Paulo, já no final do seu ministério, se dirige a Timóteo com essas palavras: “e o que
de minha parte ouviste, através áe muitas testemunhas, isso mesmo, transmite a homens
fiéis e também idôneos para que instruam a outros
O discipulado deve ser muito mais do que simplesmente transmissão de informação;
antes, é formação, pois o que temos visto em muitas igrejas é apenas uma transmissão de
lições que não chega a ser um verdadeiro discipulado, pois não forma; apenas informa.

O discipulado não pode ser apenas uma preparação para o batismo

Cremos que um discípulo de Jesus não pode ser formado em apenas três ou seis meses.
Contudo, não há problema algum que em 6 meses de discipulado o discípulo já tenha
crescido, seja batizado e até já seja um auxiliar de célula, em preparação para liderar. Ele
já pode ser um membro ativo com muitos frutos. Ele está pronto para continuar a crescer e
a frutificar. Contudo, o discipulado nunca para, deve continuar.
A experiência de muitas igrejas tem mostrado que muitos dos que são recebidos como
membros de uma igreja local, após algum curso preparatório para o batismo, passam a não
ter mais a mesma disposição de aprender. Ou seja, de se submeterem a um discipulado
mais maduro. Consequentemente, a formação de um caráter cristão, e o seu crescimento
espiritual, que até então era notável, também sofre uma desaceleração gradual.
CAPITULO SEIS
)ÇO DISCIPULADOR COMO MODELO
DE RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS
O discipulador é, em primeiro lugar, um membro do Corpo de Cristo. Como membro da
família, como um filho crescido, ele é requerido ajudar a cuidar dos “irmãos mais novos”,
e é aí que ele assume o papel de discipulador. Nessa posição, ele precisa ter um
comportamento aprovado pelo Mestre. Se você quer ensinar, então deve ser exemplo.
Paulo deu uma ousada palavra de comando para os crentes da igreja de Corinto: “sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (I Coríntios 11.1). Escrevendo aos
Filipenses, o apóstolo exige que “o que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e
vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Filipenses 4.9).
A seguir, algumas sugestões que você, como servo do Senhor, deve viver para influenciar
positivamente a vida do novo discípulo:
♦J* Obedeça sempre a Palavra de Deus.
❖ Cuide bem da sua família. Quando necessário, busque auxílio pastoral para
aconselhamento.
♦> Não perca a ternura. A amargura mata o vigor espiritual e nos torna indiferentes à
santidade.
❖ Nunca seja orgulhoso. A soberba é essencialmente competitiva e ofensiva.

♦> Não seja uma oposição rebelde à liderança da igreja.

Pelo contrário, contribua com críticas e sugestões construtivas.


♦> Exercite uma vida de oração contínua. A intimidade com Deus é o exercício do
relacionamento que Ele exige.
*t* Cultive uma vida de santificação pessoal. Sem ela ninguém verá a Deus.
♦> Anseie ardorosamente andar dentro da vontade de Deus para que você esteja
aprovado na Sua presença.
♦> Aprenda na Palavra de Deus acerca do sentido e propósito da sua vida.
❖ Humilhe-se diante de Deus naqueles momentos de crise e desespero.
❖ Seja sincero em desabafar os desafetos e problemas nos aconselhamentos,
buscando respostas na sabedoria da Palavra de Deus.
❖ Chore lágrimas de quebrantamento, mas não de amargura.
❖ Não desista do seu compromisso com o Senhor, pois Ele é fiel à Sua Aliança com
você.
*t* Permita-se ser pastoreado, ainda que você mesmo seja um pastor.
♦> Esteja atento àquilo que a Palavra de Deus tem a dizer.
♦> Com temor aceite a repreensão dos seus pecados, buscando o arrependimento
sincero.
❖ Seja humilde em pedir perdão e disposto a perdoar.
♦> Deseje crescer e servir com eficácia e aceitação diante de Deus.
❖ Identifique os dons que o Espírito Santo lhe deu e use-os no serviço e edificação dos
irmãos.
❖ Seja produtivo, para que não caia na futilidade e não perca o seu propósito de
glorificar a Deus.
Estas atribuições serão para você contínuos desafios como um discipulador. Todavia, para
que consiga viver efetivamente,
você necessita praticar a mutualidade da comunhão (uns aos outros) no Corpo de Cristo.
Não existe rebanho de uma ovelha só.

O MOTIVO DO DISCIPULADO

O propósito do Discipulado é um só. Todavia, ele é como uma corda trançada de vários
fios. Podemos mencionar os elementos que somam ao principal motivo.
Quando aderimos ao discipulado estamos sendo obedientes ao imperativo da Grande
Comissão de Jesus (Mateus 28.18-20), que nos ordena fazer discípulos de todas as nações.
Não discipu-lar equivale a desobedecer a um dos mandamentos mais contundentes de toda
a Bíblia.
Ao aplicar o discipulado, apresentamos o evangelho da salvação aos eleitos de Deus,
proporcionando a oportunidade para que o Espírito Santo aplique a graça de Deus às
mentes e corações. Evangelizar é compartilhar Jesus no poder do Espírito, deixando os
resultados com Deus, visando à reeducação para uma vida transformada.
Através do discipulado preciosas vidas são libertas das trevas e do poder de Satanás para a
luz do reino do Filho de Deus.
Com o discipulado a igr ej a cresce espiritual e numericamente.
Pelo discipulado ensinamos as pessoas a reconhecer a soberania de Cristo sobre todas as
esferas da vida humana, inclusive na ciência, na arte, na educação, na economia, na
política e no lazer.
O propósito essencial que envolve todos os demais é a glória de Deus. O profeta Oséias
disse: “conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda
é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva serôdia que rega a terra” (Oséias 6.3).

O OBJETIVO DO DISCIPULADO

O objetivo do discipulado já está bem trabalhado neste material. Contudo, podemos ser
ainda mais específicos quanto a ele. Devemos nos perguntar que mudanças Deus tem feito
na vida de outras pessoas através da nossa vida. Conseguimos responder?
Instruir abrindo caminho para a evangelização
Alguns chamam de pré-evangelismo a instrução de doutrinas básicas da fé cristã. O pré-
evangelismo é ao mesmo tempo tanto didático como apologético. É didático porque se
propõe a estabelecer as doutrinas fundamentais sobre o trino Deus, o que é a Bíblia,
pecado, graça, perdão, expiação, céu, inferno, e tantas outras palavras-chaves que
preparam o evangelizado para receber a verdade integral para a sua vida.
Vivemos numa sociedade pós-moderna onde não basta apenas dizer: arrependa-se e creia
em Cristo. É possível que no decorrer dos estudos você descubra que o discípulo carrega
consigo uma carga enorme de conceitos estranhos e talvez anticristãos que recebeu em sua
formação. É necessário redefinir palavras, com fidelidade à Escritura.
A formação de um novo caráter nos indivíduos
Este é o aspecto que visa implantar no discípulo um caráter que mais se aproxime da
imagem de Jesus Cristo (Romanos 8.29). Portanto, não é algo a ser aplicado apenas a um
cristão menos experiente ou com pouca idade, com pouco ou muito tempo de igreja, pouca
ou muita experiência de vida. Pelo contrário, destina-se a cristãos comprometidos e
humildes o suficiente para reconhecer que ainda necessitam de transformação. A
santificação é progressiva. Consequentemente, os relacionamentos serão melhor
vivenciados quando se vive numa atmosfera comunitária de discipulado bíblico (Atos
2.42-47).
Evangelização pela amizade
A evangelização eficaz acontece através da amizade. Pessoas que demonstram o amor de
Cristo, que se preocupam umas com as outras, são pessoas que cuidam umas das outras. O
papel do discipulado é explicar o “porquê” desse cuidado e comunhão. A transformação
pessoal através de relacionamentos ocorre quando o amor de Deus é manifestado através
dos seus filhos (João 17.20-23). Existe uma legítima diferença entre evangelismo
e discipulado. John R.W. Stott comenta que:
No evangelismo proclamamos a loucura do Cristo crucificado, a qual é a sabedoria de
Deus. Decidimos não saber mais nada e, mediante a insensatez dessa mensagem, Deus
salva aqueles que nele creem. No discipulado cristão, entretanto, ao levar pessoas
à maturidade, não deixamos a cruz para trás. Longe disso. Antes, ensinamos a completa
implicação da cruz, incluindo nossa suprema glorificação.
A Bíblia afirma que os cristãos sobrevivem e crescem nos relacionamentos mútuos:
♦í* Membros uns dos outros (Romanos 12.5)
♦> Amando cordialmente uns aos outros (Romanos 12.10).
♦> Honrando uns aos outros (Romanos 12.10).
♦> Tendo o mesmo sentir uns para com os outros (Romanos 12.16; 15:5).
*> Amando uns aos outros (Romanos 13.8).
♦t* Edificando uns aos outros (Romanos 14.19).
♦> Acolhendo uns aos outros (Romanos 15.7).
*t* Admoestando uns aos outros (Romanos 15.14).
♦> Saudando uns aos outros (Romanos 16.16).
♦> Esperando uns pelos outros (I Coríntios 11.33).
♦> Importando-se uns com os outros (I Coríntios 12.25). Servindo uns aos outros
(Gálatas 5.13).
♦> Levando as cargas uns dos outros (Gálatas 6.2).
♦> Suportando uns aos outros (Efésios 4.2; Colossenses 3.13).
*** Sendo benignos uns para com os outros (Efésios 4.32).

Crescimento numérico natural


^ Uma igreja local saudável naturalmente se desenvolve e cresce. Lucas narra que “a
igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e
caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em
número” (Atos 9.31).
Quantas pessoas se converteram através da minha evangeli-zação? É triste saber que há
cristãos que nunca levaram ninguém a Cristo. É óbvio que quem realiza a sobrenatural
obra regene-radora é o Espírito Santo, mas Deus decidiu chamar pecadores perdidos
através de pecadores perdoados. O apóstolo João relata que André, após conhecer
pessoalmente a Jesus, foi em busca de seu irmão Simão e “o levou a Jesus” (João 1.42).
A igreja atual tem gradativamente perdido a noção de que cada cristão é um ganhador de
almas. Até mesmo a expressão “ganhador de almas” soa um tanto que estranho aos
nossos ouvidos pós-modernos, mas era um termo muito comum até o fim do século 19.
Esta expressão é uma menção à declaração do apóstolo Paulo, que disse: “porque, sendo
livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (I
Coríntios 9.19).
Somos cooperadores desta maravilhosa obra de reconciliação. A Escritura declara que
“somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio.
Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (II Coríntios 5.20).
Evangelizar é compartilhar Jesus, no poder do Espírito, deixando os resultados para Deus.
Contudo, devemos regar a semente plantada com todo afinco.

Amadurecimento espiritual

Esta divisão se refere principalmente à formação de líderes que estarão discipulando no


futuro. Mas haverá também multiplicação dos discípulos de Cristo, pessoas que serão
tratadas no seu caráter e transformadas para glória de Deus, a fim de ocuparem outros
lugares na Igreja de Jesus.
É comprovado por pesquisas que nos primeiros meses de conversão o potencial
evangelístico do cristão é muito mais aguçado. Se as células estiverem abertas a visitantes,
serão também um forte instrumento de evangelização, pois o novo
convertido desempenhará como nenhum outro a tarefa de trazer pessoas para ouvirem a
mensagem de Cristo, além do resultado positivo que a comunhão pode produzir no
coração do visitante.

Preparo para os ministérios no Corpo de Cristo


Os ministérios na igreja local são diversos e também diversos os dons. Portanto, o
discipulado deve visar também os demais ministérios dentro da Igreja. Teremos como um
resultado natural um número maior de membros envolvidos na evangelização, evitando a
ociosidade e outros problemas consequentes. A mente desocupada é produtiva oficina do
diabo!
Nenhum ministério (serviço) é superior ao outro. Um ministério depende do outro. Todos
os ministérios devem cooperar entre si. Dentro dessa visão, o discipulado ocorre em duas
frentes. A primeira visa a edificação, o crescimento pessoal do indivíduo enquanto pessoa,
filho de Deus e membro do Corpo de Cristo. A segunda objetiva fazer dele um obreiro,
um cooperador, um multiplicador da vida de Deus em outros.
Os ministérios são fortalecidos quando um membro que tem determinado chamado,
determinado dom, é acompanhado por alguém que já milita naquela direção. Por exemplo,
um músico novo convertido acompanhado por alguém da rede de louvor e adoração será
bem suprido tanto na vida pessoal como na sua inclinação vocacional. Da mesma forma,
um professor crescerá e desenvolverá os seus dons (naturais e espirituais) quando caminha
junto com alguém que flui nessa área.

COMO EU ME TORNO UM DISCIPULADOR?

Todos nós somos chamados para fazer discípulos! Só existem dois tipos de pessoas que
não podem discipular: alguém que não é um seguidor de Jesus e/ou alguém que
desobedece ao mandamento de Deus e se recusa a discipular outros.
Discipule obedecendo e fazendo como Jesus fez! Trace um plano; escolha duas ou três
pessoas, de acordo com a orientação de seus líderes e as necessidades que forem surgindo
na sua célula, sem ignorar as necessidades das demais pessoas ao seu redor.
Em Provérbios 27.17 e I Coríntios 10.12, nós somos encorajados a chegar junto daqueles
que estão desencorajados e animá-los. O mesmo vale para aqueles que são novos,
recém-chegados, idosos, imaturos, e também para aqueles que são maduros. Em outras
palavras, para todo mundo!
Formar uma equipe com Deus e com os irmãos torna tudo isto possível! O discipulado
acontece num ambiente de amizade, confiança, companheirismo e informalidade.
Contudo, há muita responsabilidade e seriedade envolvidas.

Para alcançar o alvo diante de mim, existem três P’s que eu preciso
buscar e orar sobre eles:
Preparação - nunca saia para fazer algo se você não estiver guiado por Deus e igualmente
preparado para realizar aquilo. No caso do discipulado, uma das primeiras condições para
discipular é você mesmo estar sendo discipulado!
Processo - seguir um plano estratégico, seguindo os princípios e preceitos de Jesus! Não
podemos simplesmente copiar a experiência dos outros. Temos que encarnar em nossa
vida e em nossa prática a realidade do Reino de Deus e manifestar a obediência requerida
por ele.
Pessoas - Cerque-se de pessoas crentes, tementes a Deus e que serão uma influência
positiva no seu crescimento cristão. Dessa maneira todos são abençoados e também
abençoam.

Considere estes pensamentos e faça as seguintes perguntas para si mesmo,


em oração:

Depois de fazer uma checagem em mim mesmo a respeito da minha fé, eu realmente
me tornei um discípulo de Jesus ou estou apenas usando o uniforme?
♦> Eu O amo de todo o meu coração? Então, qual o obstáculo em obedecê-Lo
plenamente?
<* O Espírito Santo consegue acesso ao meu coração para me convencer de pecados
ou más atitudes que eu preciso confessar e submeter a Cristo?
♦> Eu tenho um bom entendimento do chamado de Deus, e estou seguindo-O
obedientemente?
♦> Quem está, na verdade, no controle das minhas decisões, eu ou o Senhor?
♦> “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece,
tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça
todo aquele que professa o nome do Senhor” (II Timóteo 2.19). Depois de ler este texto,
o Senhor realmente me conhece? Os outros sabem que Ele me conhece?
♦> Sou eu quem usa Jesus ou é Ele quem me usa? Ele é um
rapaz de recados divino ou meu Senhor?
♦> Em tenho clara consciência e me recordo sempre para o que estou vivendo, uma
esperança futura na eternidade?
♦> Estou disposto a fazer qualquer coisa que for preciso para me tornar mais e mais
parecido com Jesus?
♦> Calvino disse que devemos querer “regular nossa vida e maneiras de acordo com as
Escrituras!” Queremos?
♦> Para onde eu devo ir e o que eu preciso fazer? (Busque a vontade de Deus através
do conhecimento de Seu caráter e preceitos das Escrituras, e olhe para o seu próprio
coração. Descubra seus dons espirituais e que oportunidades estão diante de você).
♦> Devo lançar alvos para mim mesmo, pois é melhor
preparar do que consertar! São Francisco de Assis disse:
“Comece fazendo o que é necessário; depois faça o possível; e de repente você estará
fazendo o impossível”.
*** Eu pratico minhas disciplinas espirituais de uma maneira consistente?
* Minha família está em boa forma, andando na verdade e em plena harmonia com
Deus e uns com os outros?
*** Já descobri meus dons espirituais e estou direcionando meu ministério para
complementá-los e fazê-los render o melhor para o Reino de Deus?
♦> Eu tenho parceiros de oração e intercessores que me ajudam a orar e me cobrem
de oração para que eu seja uma bênção e um abençoador?
* Eu consigo enxergar a seriedade da obediência, e percebo que o meu destino
eterno depende dela? Eu compreendo que Jesus exige que os Seus discípulos distingam
entre aparência e realidade, isto é, entre ser verdadeiros cristãos e apenas realizar rituais e
coreografias?
♦> Qual é a minha atitude para comigo mesmo, as pessoas ao meu redor, minha
situação, os preceitos das Escrituras, e as oportunidades e a vida que Cristo me
oferece?
*** Se Ele é o Senhor, então Ele é meu chefe e meu conquistador, um chefe amoroso e
cuidadoso, que leva em conta os meus melhores interesses, porque é um Rei bom e
gracioso! Assim, será que estou disposto a entregar as rédeas da minha vida a Ele, não só
uma parte ou pela metade, mas deixá-Lo controlar tudo, inteiramente? Como disse Santo
Agostinho: “Se Ele não for o Senhor de tudo, então Ele não é realmente o Senhor”.
*** Eu tenho medo do fracasso? Se tiver, devo lembrar que Deus entende as
dificuldades, e não é o fim do mundo se eu falhar, desde que eu tenha tentado acertar e me
mantido obediente a Cristo. Devo tentar de novo e, dessa vez, com a graça Dele, eu vou
conseguir. Devo lembrar que Jeremias foi um grande fracasso aos olhos dos seus
contemporâneos
e do mundo, mas um grande homem de obediência aos olhos de Deus!
♦> Meu foco deve estar em Cristo, não em como discipular.
Eu não devo deixar o método ou o processo ser a minha doutrina, mas Cristo!
♦> Será que eu O confesso com os meus lábios, mas o nego com as atitudes do meu
viver diário? Não é tão
difícil pertencer a uma igreja ou aprender as normas religiosas de uma organização, mas é
mais difícil viver a vida cristã. Contudo, Cristo nos dá o amor, a graça, os meios e as
condições de fazê-lo.
♦> Como eu defino a fé? Lembre-se, fé sem ação é contradição, e amor sem obediência é
impossível!
♦> Nós nos tornamos discípulos quando somos discipu-lados, e então devemos ir e
fazer o mesmo com outros!
Discipulado é o meio para construir relacionamentos!

Nós fomos criados para algo mais na vida do que simplesmente buscar prazeres. É por
isso que pessoas que “têm tudo” ainda se sentem vazias. Deus não criou cristãos Lobos
Solitários. Ele nos criou para estarmos em comunidade, em relacionamento uns com os
outros, e o discipulado é a chave para essa comunidade.
Deus nos convida a edificar uns aos outros. Em nossa igreja não pode existir nenhuma
pessoa que não tenha pelo menos outra pessoa a quem ela possa chamar de amiga e em
quem confie, e com quem possa se relacionar também fora da igreja, como aniversários,
eventos, comunhões, retiros, passeios, etc. Pode ser o discipulador ou a discipuladora, mas
pode ser também outro irmão ou irmã. Encorajamos essas amizades entre pessoas do
mesmo sexo: duplas de amigos homens ou duplas de amigas mulheres. Podem ser também
grupos, e nesse caso podem ser pessoas de ambos os sexos.
Leve isto em conta no seu coração: Jesus nunca pediu a ninguém para fazer algo sem
habilitá-lo com o poder necessário para realizá-lo. Que isto nos encoraje e nos motive a
prosseguir!

Algumas passagens para considerar sobre discipulado:

Provérbios 18.24: “O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais
chegado do que um irmão”.
Mateus 7.18-24: “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má
produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!
entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras
e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha…”
Mateus 19.28-30: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei,
antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Não se
vendem doispardaispor um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de
vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados”.
Marcos 1.1-5: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está
escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual
preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas; apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de
arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da
Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram
batizados por ele no rio Jordão”.
Lucas 9.23-25,48: “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia
a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem
perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? … e lhes disse: Quem
receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele
que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande”.
Lucas 14.26-27: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”.
João 8.31: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes
na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.
I João 5.3: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora,
os seus mandamentos não são penosos”.
II Timóteo 2.7: “Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não
minto), mestre dos gentios na fé e na verdade”.
I Pedro 3.15: “…antes, santifiicai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando
sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que
há em vós”.

O DiSCIPULADO QUE TRANSFORMA


Nestes dias de grande colheita e de múltiplas oportunidades

de ministério, cada Paulo necessita de um Barnabé, e cada Timóteo precisa de um


Paulo. Assim, animando-nos mutuamente, crescemos juntos “até que todos
cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus…”
(Efésios 4.13).
De todos os desafios que a igreja do século XXI enfrenta, o de formar uma nova geração
de líderes é talvez a mais colossal. Enquanto o número de convertidos e a quantidade de
igrejas continuam aumentando em muitos países, os líderes não dão conta de tanto
crescimento.
No âmbito local, muitos pastores se veem forçados a duplicar seu trabalho já que os
líderes não são suficientes para assumirem responsabilidades nos diferentes ministérios.
Esta carência de líderes resulta em uma escassez de pastores competentes e maduros
espiritualmente para dirigir as novas obras. A necessidade produz, no final, uma crise de
liderança cristã muito séria a nível regional, nacional, e mesmo internacional nos
diferentes esforços para a expansão do reino de Deus.
Os líderes emergentes necessitam de capacitação; precisam de bons modelos e
oportunidades que lhes ofereçam experiências
na liderança. Jesus exemplificou para Seus discípulos a liderança por excelência. Para
suprir esta necessidade de liderança, tem surgido um sem número de programas,
seminários e instituições.
Os institutos bíblicos e os seminários teológicos, com todo seu valioso trabalho, não
conseguem preparar o número necessário de graduados para preencher o vazio de
liderança nas igrejas.
Sem querer depreciar a educação formal, reconhecemos que é premente a necessidade de
um paradigma de desenvolvimento de liderança que esteja ao alcance de toda a igreja, de
todo pastor, e de todo líder na igreja, como os supervisores de células, os líderes em todos
os níveis, e os discipuladores de maneira geral. Jesus ainda é, e sempre será, o modelo
maior que devemos imitar pela maneira como desenvolveu Seu ministério terreno,
preparando Seus num treinamento direto e pessoal discípulos para sucedê-Lo.
DAS MASSAS PARA OS DISCÍPULOS
Jesus começou Seu ministério dedicado à proclamação pública das Boas Novas.
Depois que João foi encarcerado, Jesus foi à Galiléia pregando o evangelho do reino de
Deus. Ele dizia: “O tempo é chegado, e o reino de Deus está perto. Arrependei-vos, e
crede no evangelhol” (Marcos 1.14-15).
Como evangelista itinerante, Jesus se movia entre as cidades de Israel, e pregava o reino
de Deus, curava os enfermos, libertava os oprimidos por Satanás, e ensinava com
autoridade. Multidões o seguiam (Marcos 3.7-8). No Sermão da Montanha, ensinou a uma
multidão (Mateus 5.1), alimentou os 5.000 homens (Mateus 14.21) e os 4.000 homens
(Mateus 15.38), sem contar mulheres e crianças. De todos estes seguidores e
simpatizantes, escolheu doze “para que estivessem com ele, e para os enviar a pregar, e
que tivessem autoridade para curar as enfermidades e para expulsar demônios” (Marcos
3.14-15).
Os líderes emergentes necessitam de capacitação e ensino. Mas, ainda mais, precisam de
bons modelos e oportunidades que lhes ofereçam experiências de liderança. Jesus
exemplificou para Seus discípulos a liderança por excelência. Eles o acompanharam em
Seu ministério, e foram testemunhas de Seus profundos ensinos e de Seus milagres
estremecedores. Ele lhes deu oportunidades de ministrar, e para isto lhes concedeu Sua
autoridade (Mateus 10.1-23).
No decurso de Seu ministério o Senhor Jesus começou a mudar a ênfase; decide dedicar
menos tempo às multidões, e investe mais e mais tempo em Seus discípulos, até chegar
àcjuele evento íntimo, a última ceia que compartilha com Seus discípulos. Logo, no jardim
de Getsêmani, convida os Seus chegados (Pedro, Tiago e João) para que O acompanhem
na angustiante luta que trava antes de Seu sofrimento na cruz (Mateus 26.36-46).
Podemos observar no enfoque ministerial de Jesus Cristo uma mudança intencional das
massas para os discípulos. Esta decisão estratégica frutificou na formação dos Doze, que
vieram a não só estender Seus ensinos por todo o mundo conhecido, mas também
constituíram a liderança da igreja nascente e foram os formadores dos novos líderes.
Jesus investiu Seus melhores esforços na formação de um grupo relativamente pequeno de
líderes, e o resultado pode ser visto até hoje, no fato de que Sua Igreja continua crescendo.
Se Jesus não tivesse seguido esta estratégia de desenvolver líderes, onde estaria a Igreja
hoje em dia? O Senhor Jesus nos deixou um modelo maravilhoso de como ser um bom
mentor ou discí pula d or
O MINISTÉRIO DO MENTOR OU DISCIPULADOR
O termo mentor não aparece na Bíblia. É uma palavra que se introduziu no português por
meio da literatura grega de Homero, na qual “Mentor” é o amigo confiável a quem
Odisseu encomenda a responsabilidade de educar e cuidar de seu filho TeJêrac u Odisseu
partiu para a guerra, mas quando voltou, muitos nos depois, encontrou seu filho parecido
consigo, refletindo f • u caráter, fruto do bom trabalho feito pelo seu amigo Mentor
Desde então, um mentor se define como uma pessoa de experiência que ajuda outra de
menos experiência (o mentoreado ou discípulo) a desenvolver-se, e por sua vez lhe oferece
conselho sábio, serve-lhe de modelo em sua maneira de viver. Esta relação de
mentoreamento é comum no mundo acadêmico e, atualmente, também no contexto
organizacional das empresas. Será que podemos apresentar para Jesus discípulos parecidos
com Ele?
Na experiência cristã, o mentor é conhecido mais como um líder espiritual, um “irmão
mais velho”, ou um discipulador. Uma boa definição do mentoreamento é o discipulado tal
como Jesus o praticou. Hoje em dia, não é de se estranhar que o conceito de discipulado se
limite às primeiras etapas da vida cristã.
Sem dúvida, o discipulado deve permanecer vigente durante toda a vida do indivíduo. Não
é um modelo novo, mas se requer uma visão distinta quanto ao desenvolvimento da
liderança. Não é somente a busca pela transferência de conhecimentos, mas também
compartilhar as experiências de vida no Senhor, com o fim de apoiar o discípulo em seu
crescimento espiritual e ministerial.
Aquele que quer discipular como Cristo fez deveria buscar o reino de Deus mais do que
seu próprio império. Muitos pastores e líderes estão tão submersos na obra do ministério,
sempre apelando para a ajuda de líderes competentes que andem em santidade, mas se
esquecem do princípio da formação de líderes ensinado pelo apóstolo Paulo à igreja de
Efeso (Efésios 4.11,12).
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos
para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
Quantos ministros continuam sem entender este princípio? Muitos! Lutam para levar
adiante programas de ministério, mas não se dedicam a levantar novos líderes, formando-
os para a obra do ministério.

MUDANÇA DE VALORES

Com honestidade devemos confessar que muitas vezes nós, que lideramos igrejas e
ministérios, valorizamos mais o status que nos traz sucesso pessoal do que o
desenvolvimento de outros para exercerem sua própria liderança. O discipulado exige uma
mudança radical dos valores que governam nosso enfoque ministerial.
Vivemos numa época em que a importância do ministério de alguém está, muitas vezes,
ligada à quantidade de resultados. Esta ênfase quantitativa faz com que muitos líderes se
dediquem a edificar seus próprios reinos. Sem dúvida, aquele que quer discipular como
Cristo fez deveria buscar o reino de Deus mais do que construir seu próprio império. Esta
mudança resulta numa postura de humildade que permite que outros cresçam para a
glória de Deus e para o bem de Seu povo.
Lamentavelmente, tal postura está muito ausente na maioria dos pastores e líderes cristãos
contemporâneos. O anseio pelo protagonismo e reconhecimento produz efeitos negativos
no reino de Deus. Por exemplo, muitos líderes se sentem ameaçados por líderes mais
jovens, pois temem que eles vão “puxar seu tapeie”. Muitos líderes jovens, em muitas
igrejas, têm sido obrigados a buscar oportunidades de ministério fora de suas próprias
igrejas porque seus pastores não lhes deram espaço para desenvolver sua liderança e
exercer seus dons e habilidades.
Um exemplo de um líder-mentor que buscava o desenvolvimento de outros líderes é o do
discípulo cujo sobrenome era Eilho da Consolação” (Atos 4.36). Barnabé era
reconhecido entre os apóstolos por seu compromisso e generosidade. Enviaram Barnabé a
Antioquia para que ele cuidasse da igreja crescente. Era um homem bom, cheio do
Espírito Santo e de fé (Atos 11.24). Foi abençoado em sua liderança, pelo que não hesitou
em apoiar um novo convertido que havia sido inimigo ferrenho dos seguidores ilo Senhor
Jesus Cristo. Desta maneira abriu as portas para o desenvolvimento de Saulo,
posteriormente chamado de Paulo. Ele mesmo foi atrás de Saulo para apoiá-lo na colheita
de Antioquia.
Mais tarde o Espírito Santo separou a ambos para que levassem o evangelho para além de
Antioquia (Atos 13.2).
Pouco a pouco Paulo se destaca diante de Barnabé como u líder de mais influência na obra
missionária. Aquele que havia sido maior na fé vê seu discípulo superando-o em
autoridade e em reconhecimento. Mas não houve rivalidade nem ciúmes quanto ao
ministério.
Barnabé e Saulo se separaram mais na frente, é verdade, mas foi devido às suas diferenças
de opinião quanto à participação de João Marcos na equipe missionária (Atos 15.37-41).
Então Barnabé chegou a ser mentor de João Marcos enquanto continuavam em suas
labutas missionárias. Considerando o Evangelho segundo Marcos e as epístolas de Paulo,
sem mencionar o livro de Atos, é notável a influência de Barnabé sobre os mesmos
escritos do Novo Testamento.
A prática de Barnabé de apoiar outros líderes faz dele um grande modelo para os
discipuladores de hoje. Barnabé não se agarrou ao poder. Muitos líderes atuais defendem
sua posição e poder com unhas e dentes, e fazem todo o possível para manterem sua
autoridade e prestígio a todo custo. Quantas igrejas e ministérios não já naufragaram
depois da saída do líder? Enquanto o mundo promove uma liderança baseada em posição e
em poder, o Senhor nos chama para uma liderança de serviço.
“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são
considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os
seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o
primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.42-45).
Alguém mencionou ter visto uma caricatura há algum tempo. Nela, um líder religioso,
diante do corpo ministerial da igreja, afirmava: “Eu creio na teocracia; e meu nome é
Teo!” Ainda que isto soe engraçado, é cada vez mais frequente a tendência de se exercer a
liderança na igreja com autoridade “infalível” e “inquestionável”. Em alguns grupos, até
se pronunciam maldições contra aquelas pessoas que se opõem a este estilo de liderança
centralizadora. O coronelismo, tão comum na esfera política, encontra seus adeptos até
mesmo em muitas comunidades evangélicas. Mas o Senhor nos exorta: “não será assim
entre vós” (Mateus 20.26).
O valor fundamental da liderança do discipulador está baseada em seu serviço. Primeiro,
está para servir ao Senhor, mas também para servir aos demais segundo a vontade de
Deus. O bom discipulador não se torna “dono” de seus discípulos. Pelo contrário, sua meta
deve ser manifestar a mesma atitude de Jesus Cristo para o bem de todos.
Normalmente as pessoas não consideram a humildade como um valor na liderança.
Contudo, no caso do discipulado, o discipulador é chamado a exercer sua influência com a
mesma humildade de Jesus Cristo, o qual “a si mesmo se humilhou, tomando-se
obediente até à morte e morte de cruz” (Filipenses 2.8). O discipulador e o discípulo são
amigos, mas são amigos com um propósito: que os dois cresçam em santidade e em
serviço ao Senhor.
O DISCIPULADO NA PRÁTICA
Se alguém decide seguir a Jesus em Seu modelo de desenvolver líderes, deve entender que
discipulado não é uma estratégia para multiplicar o número de líderes do dia para a noite.
É um processo onde você pacientemente investe sua vida na de seus discípulos. E
devemos inculcar na vida dos discípulos esta mesma visão de multiplicar intencionalmente
líderes por meio de uma relação pessoal centrada em Jesus e em Sua Palavra.
Você precisa ser o modelo perfeito para entrar numa relação de discipulado. Isto só é
possível porque a perfeição de Cristo nos cobre, envolve-nos totalmente. Não somos
perfeitos, mas a perfeição de Cristo, a qual nós também buscamos, garante que seremos
bem-sucedidos, tanto nós como nossos discípulos.
Devemos entender que é um compromisso de viver os valores assinalados anteriormente, e
investir tempo. Não é um programa baseado somente em materiais impressos nem
num currículo pré-estabelecido. Tanto o discipulador como o discípulo realizam seu
avanço com. sensibilidade e submissão à direção do Espírito Santo.

Devemos buscar o Pai em oração


Assim como Jesus buscou o Pai em oração antes de escolher Seus discípulos (Lucas 6.12),
o discipulador deve orar para que o Senhor o guie até as pessoas idôneas que ele deve
discipular. Jesus escolheu doze. Pode ser que você decida começar apenas com
um discípulo.
É recomendável não se sobrecarregar com uma quantidade de discípulos maior do que
aquela que podemos dar conta, já que nosso tempo pode ser suficiente para cuidar apenas
de alguns poucos. É preferível realizar um bom trabalho com poucos discípulos do que
fazê-lo pela metade com muitos. O discipulador busca multiplicar-se, não simplesmente
somar um número de discípulos bem alimentados.

O que se deve buscar no discipulado?

*** Você deve estar atento para identificar pessoas com potencial para o ministério.
♦> O coração desta pessoa se inclina para Deus?
*** Ele ou ela é responsável?
*** Ele ou ela toma iniciativa?
*** Está disposta a comprometer-se com uma relação de discipulado que possa implicar
em reuniões semanais ou, ainda, várias outras atividades?
❖ Também deve existir certa química entre o discípulo e o discipulador. Se não existe, os
resultados da relação de discipulado provavelmente terminarão sendo pobres.
Uma palavra de advertência: já que a relação de discipulado se baseia na transparência e
na vulnerabilidade de um para com outro, terminantemente não é saudável nem
recomendado que um homem discipule uma mulher, ou vice-versa.

Devemos reconhecer o papel central da Palavra de Deus

A oração e as Escrituras devem desempenhar um papel central na relação do discipulado.


O discipulador e o discípulo são amigos, mas são amigos com um propósito: que os dois
cresçam em santidade e em serviço ao Senhor. É uma relação transformadora.
Um bom discipulador escuta seu discípulo para entender quais são seus sonhos e suas
necessidades. Usando a sabedoria do alto que Deus concede aos que a buscam, o
discipulador pode compartilhar ensinamentos da Palavra, relatando suas
próprias experiências para ilustrar as verdades bíblicas.
O discipulador é conselheiro. Mas, cuidado: o discipulador sábio deixa que seu discípulo
tome suas próprias decisões. Um bom discipulador não dá ordens ao seu discípulo, mas o
ajuda a explorar as facetas da situação que está vivendo com perguntas e observações. Ele
orienta pela Palavra e pelos princípios gerais de bom senso, justiça e equidade. O
discípulo, contudo, é o responsável final por suas próprias decisões.

Devemos passar tempo de qualidade juntos

Gastem tempo juntos. Certo pastor, cujo ministério tem sido caracterizado pelo
desenvolvimento de líderes, disse que não faz nada sozinho no ministério. Se ele visita
um enfermo, se vai ministrar numa igreja, mesmo quando vai ao banco, sempre trata de ir
acompanhado de algum outro homem em quem ele
está investindo tempo e esforço. Talvez o papel mais importante do discipulador seja o de
ser modelo para o discípulo.
Elias levou tanto Eliseu consigo para todo lugar que, mesmo depois de ser arrebatado na
carruagem de fogo, seu ministério continuou. Continuou com o mesmo caráter, mesmas
virtudes, mesma seriedade, mesmo impacto e mesma aprovação diante de Deus. Na
verdade, foi até maior, pois, como Eliseu mesmo pediu, recebeu porção dobrada do
espírito de Elias.

Devemos promover o crescimento do discípulo

O bom discipulador abre portas para seu discípulo. Às vezes insistimos em que uma
pessoa ou outra não está pronta para assumir responsabilidades. Mas ao lhes dar
oportunidades de liderança, elas aprendem com a mão na massa. Não podemos
desampará-los no ministério, mas devemos ficar ao seu lado para apoiá-los. Não
podemos também super protegê-los diante do fracasso. Muitas vezes aprendemos mais
com nossos “fracassos” do que com nossos “êxitos”.
Todos precisamos de um discipulador. E todos podemos dis-cipular, já que sempre
haverá pessoas com menos experiência que nós. Quando você começa a desenvolver
líderes da maneira de Jesus, por meio do discipulado, você descobre que não é só o
discípulo que recebe benefícios; o discipulador também é transformado pela relação.
Nestes dias de grande colheita e de múltiplas oportunidades de ministério, ca i Paulo
precisa de um Barnabé, e cada Timóteo precisa de um Paulo. Assim, animando-nos
mutuamente, crescemos juntos “até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura d*
plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).

OUTRAS ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

Jesus não era um homem de púlpito. Não era um homem de mensagens elaboradas ou
entusiasmadas. Jesus era um homem de relacionamentos. Seus discípulos aprenderam tudo
vendo (I João 1.1).

ajÇ O Discipulador Deve Amar os Discípulos

Um dos fatores importantes para que os discípulos aprendam a amar é que sejam amados.
Espírito Santo nos dá a capacidade de amarmos e de demonstrarmos o amor.
Os discípulos amarão uns aos outros (isso vai causar impacto no mundo).
O amor é a única maneira de conquistarmos uma reação favorável dos homens.

O Discipulador Deve Conviver com os Discípulos

Compartilhar sua vida (este é o melhor ensino).


Ter encontros frequentes (semanais ou, excepcionalmente, quinzenais).
Deve ir à frente ao invés de só apontar o caminho.
Ensinar com a vida, não com estórias ou lições somente.
Discipulador Deve Ser Exemplo para os Discípulos (I Coríntios 11.1)

O discipulador deve ser e fazer tudo aquilo que quer que seus discípulos sejam e façam.
Jesus vivia os seus ensinamentos, mostrando assim que funcionavam.
A melhor escola é o exemplo. Aquilo que não ensinamos pelo exemplo, na verdade, não
ensinamos.

O Discipulador Deve Delegar Responsabilidades

Começar encarregando de pequenas tarefas, supervisionando sua atuação com sabedoria.


Isso ajudará o discipulador a descobrir as deficiências, virtudes e dons; tornando o
discípulo mais aberto ao ensino.
♦> Ajudar a superar as dificuldades e direcionar o ministério.

O Discipulador Deve Supervisionar os Discípulos

■ ❖ Averiguar com atenção se o discípulo está indo em direção ao alvo.


*** Mostrar o que ele tem que mudar, deixar ou manter.
Possuir uma visão geral das áreas a serem supervisionadas.

0 Discipulador Deve Levar os Discípulos à Frutificação

>L ♦> Ensinar a evangelizar, pela amizade, pelo exemplo e pela transmissão da verdade
cristã de maneira clara e objetiva. /,:*** Proclamar e testemunhar juntos de Cristo e de
Sua vontade.
. L ❖ Visitar contatos juntos, principalmente familiares, colegas de estudo e trabalho e
aqueles mais próximos de sua área de influência.
ç.*♦* Todo discípulo deve dar fruto.
CAPÍTULO OITO
DISCIPULADO DO CRISTÃO
PRINCÍPIOS PARA DISCIPULAR
Já falamos dos princípios elementares que regem o disci-pulado. Tais princípios são
universais e nunca mudam, já que procedem da Bíblia. Nenhum modismo dos tempos
atuais pode substituir o que a Bíblia já ensina com muita clareza e riqueza de exemplos e
resultados.
Diferentemente dos princípios, é normal que os métodos variem entre si. Isto se deve ao
tato de que os métodos são o canal pelo qual se dá o ensino.
Como os métodos em sua maioria são relativamente bons, esta lição não se propõe a
examiná-los. O que desejamos é trazer uma série de pautas e princípios que deveríam estar
presentes em qualquer método de discipulado.
Apesar dos métodos serem importantes, mais importante ainda é que tais métodos incluam
certos princípios. Assim, pois, qualquer método deveria levar muito em conta os seguintes
pontos:
♦> Ter um objetivo bem definido.
♦> Ter um curso bem traçado até o objetivo almejado.
♦> Ter mecanismos que permitam que o discípulo comece a ensinar.

A IMPORTÂNCIA DE DEFINIR BEM OS OBJETIVOS COM


ANTECIPAÇÃO

Deus possui pleno domínio sobre o tempo. Ele sempre soube o que aconteceria em
nosso passado, presente e futuro. Esta ampla revelação contida na Bíblia nos permite
compreender bem o plano de Deus (Isaías 41.21-27).
Isto também nos permite definir bem os objetivos que devemos alcançar como cristãos
neste tempo. Qualquer um que se proponha a fazer um discípulo deve saber onde está
“parado” e para onde se dirige o plano de Deus (João 3.7-12).
Empreender certo e determinado caminho sem ter estabelecido um objetivo concreto é um
erro grave e muito frequente entre os seres humanos. O Senhor mostra outro exemplo na
hora de encomendar algo (Êxodo 3.7-10; Josué 1.1-9).
Os bons líderes sempre marcaram objetivos claros e bem definidos para os seguidores de
Cristo.
*** Moisés aos Israelitas (Deuteronômio 4.1-9).
*** Paulo aos cristãos gentios (Efésios 4.1-6,13; Filipenses 3.
13-17).
*** Outros aos cristãos judeus (Hebreus 4.1-13; Tiago 5.7-9).
Falar com o discípulo acerca do objetivo antes de iniciar qualquer classe de estudo é um
detalhe muito importante que não deve ser esquecido. Como você se sentiría subindo num
transporte cujo destino você ignora?
Na “viagem” em direção ao objetivo, o discípulo se sentirá mais seguro e confiado se ele
conhece o destino de antemão. Assim será mais simples para o discipulador guiar o
discípulo, já que, havendo antecipado o itinerário, pode concentrar-se em outros detalhes
(João 14.1-6).
Nas preleções prévias de “orientação” deve-se tratar de incluir tudo o que é relativo à
meta, de forma clara e breve. Desde o básico até o complexo.

Por exemplo:
♦t* Qual é o tema do curso que o discípulo receberá na Escola Ministerial Paz - EMP, à
proporção que ele avança na visão?
❖ Qual é a meta de tal curso?
❖ Como se chega ao objetivo do curso?
❖ Por que se deve alcançar o objetivo?
♦> Para que se deve alcançar o objetivo?
♦J* Que conhecimentos teóricos ele terá obtido ao final desse curso?

Vejamos os resultados de levar isto a um plano concreto:

❖ Curso (exemplo): Doutrina de Deus.


❖ Objetivo: Conhecer os atributos morais e essenciais do ser Divino.
❖ Duração: 8 aulas de 2 horas cada aula (Se a frequência de todo mundo for integral).
♦> Por que fazê-lo? Porque a única forma de poder nos
relacionar com Deus é conhecendo-O primeiro.
♦> Para que fazê-lo? Para poder melhorar nossa relação pessoal com Deus e amadurecer
na vida espiritual e social.
♦> O que aprenderei?

■ As Características essenciais de Deus: Onipo

tência, Onisciência, Onipresença, Infinidade, Eternidade, Unidade, Simplicidade, etc.


❖ As Características morais de Deus: Amor, Misericórdia, Compaixão,
Longanimidade, Justiça, Fidelidade, Santidade, etc.
O discipulador deve prover um panorama amplo quanto às metas da vida cristã; assim o
discípulo não estará limitado para seguir adiante (Atos 19.1-7).
ABE HUBER & IYAXILDO GOMES
IDE E EAZE! DISdPGEOS
- Empregado
- Chefe
- Governanta do iar
- Estudante
- Etc.
No caso de Timóteo, vemos que ele havia sido instruído inicialmente por sua avó e por sua
mãe (II Timóteo 1.3-5; 3.14-15), e logo por outros líderes cristãos (Atos 16.1-4) e depois
por Paulo (II Timóteo 3.10-14).
Em geral, quando o discípulo recebe um panorama amplo e claro quanto às metas e
objetivos da vida cristã, ele responde bem. aos ensinos.
No trabalho de levar alguém à maturidade moral de Cristo, o discipulador notará
diferentes níveis de resistência que o discípulo oferecerá (I Coríntios 3.1-7).
Esta resistência é lógica, já que toda mudança pressupõe uma crise. Contudo, se estas
resistências acontecerem pelo fato do discípulo não ter uma visão clara quanto ao objetivo
de sua vida espiritual, o problema será então do discipulador, e não do discípulo
(Provérbios 11.14; Provérbios 15.22).
Deus nos tem revelado amplamente as metas que devemos alcançar como cristãos. O
discipulador deve agir para com o discípulo no mesmo sentido, e ser amplo e claro quanto
às metas da vida espiritual (Mateus 28.18-20; Atos 1.6-11).
A IMPORTÂNCIA DE TER UM RITMO BEM DEFINIDO QUANTO AO
OBJETIVO DO DISCIPULADO
Como regra geral, o mais comum é que o homem viva uma vida improvisada. Uma vida
improvisada gera tensões, inseguranças e desilusões indesejáveis. A vida não é assim; a
vida se transforma em algo assim quando não se tem um mínimo de ordem, e de
planejamento para o futuro (Lucas 15.11-17).
O caminho para a maturidade espiritual pode tornar-se pesado e mais complicado que o
normal quando não se tem um ritmo ou um plano bem traçado até o objetivo.
De nada aproveita ter metas claras na vida se carecemos dos meios para chegar a tais
metas (Juizes 7.14-23. etc.).
Nas corridas de atletismo sempre se pode observar que as raias estão bem definidas com
linhas brancas que chegam até o alvo. Tais raias garantem que d alicia chegará à linha
de chegada sem perder tempo com desvios U Coríntios 9.25-27).
Quando falamos de ter v e> “amo nem marcado até a meta, falamos basicamente de fazer
um plano que seja coerente com nossas capacidades e limitações.
No caso concreto do discípulado, trata-se de ter certas prioridades bem definidas, e estas
são:
*1* Definir que lugar eu ocupo na sociedade e o que Deus espera que eu faça como
cristão nessa posição.
Por exemplo: Quem eu sou?
- Pai, Mãe, ambas as coisas
- Avô, Avó sem filhos dependentes
- Avô, Avó com filhos dependentes
- Filho, filha dependente dos pais
- Filho, filha independente dos pais
- Etc.
❖ Definir isto lhe ajudará a entender quem é você, que lugar deve
ocupar, c o que se espera que você faça. Uma vez definido isto é mais fácil saber quais são
suas necessidades mais urgentes.
♦t* Definir, de acordo com minha posição, que estudos eu preciso fazer primeiro. Por
exemplo:
■ Os pais com filhos terão a necessidade de compreender urgentemente a base bíblica
para o lar cristão.
■ Os solteiros precisam compreender os princípios do Romance Real, também contidos
no curso de Família Cristã (Fundamentos).
■ Um filho jovem terá a necessidade de compreender
‘ urgentemente como fazer frente aos desejos da carne, os
desejos dos olhos e a vaidade da vida (I João 2.15-17).
■ Os avôs ou avós (sem filhos aos seus cuidados) terão a necessidade de estudar e
compreender sua função passiva de conselheiros e guias para com os menos
experimentados. Devem evitar en-volver-se em coisas muito dinâmicas. Eles têm
a responsabilidade de aprender e ensinar como se usa a experiência.
* Um casal sem filhos deve ter como prioridade o estudo do casamento cristão, já que
quando chegarem os filhos eles deverão aprender outras coisas relativas ao novo
integrante familiar.
■ Um cristão que já passou por estas etapas poderia ter como prioridade o estudo de
outras doutrinas “menos indispensáveis”, mas extremamente úteis para seu ministério
futuro.
■ Cada um destes exemplos se relaciona com doutrinas diferentes, e não podemos
esquecer que todos necessitam conhecer as doutrinas básicas.
❖ Uma vez que a pessoa já definiu isto, ela deve encaminhar-se para o estudo. No caso
de haver pessoas capazes de discipular, deveriam aproveitá-las, criando vínculos entre elas
e os novos convertidos e/ou irmãos que ainda não estão sendo acompanhados. No caso de
não haver pessoas capazes ou prontas para discipular, poderiam pedir os materiais e
estudar por si mesmos, debaixo da supervisão de alguém experimentado. Isto não é o
ideal, mas foi um método utilizado por Paulo, quando deixava alguém numa cidade onde
estivera por pouco tempo.
*1* A meta de todo discipulado é levar o discípulo à maturidade o suficiente para que este
ensine e aprenda a estudar por si mesmo (Atos 17.10-12; I Timóteo 4.13-14).
❖ Em resumo, diriamos que cada um deve entender que posição ele ocupa, assumi-la, e
buscar aperfeiçoar-se como filho de Deus em vista de suas circunstâncias. Isto forma
o plano que nos leva por diferentes caminhos até à maturidade (I Coríntios 3.1-9; I
Coríntios 7.1-24).
Não ter um plano que conduz a uma meta definida traz junto consigo certas
consequências negativas:
❖ O investimento de um precioso tempo em estudos de pouca prioridade.
Dificuldade em encarar problemas urgentes.
❖ Interrogações desalentadoras diante da falta de soluções.
❖ Uma debilidade crescente que termina no abandono da carreira cristã.
A “Grande Comissão” que nos foi recomendada implica num ensinamento doutrinário
profundo, já que ela é o que significa “ide e fazei discípulos”. Por esta razão é necessário
que além do que assimilamos na igreja pela pregação da Palavra de Deus, tenhamos, o
quanto for possível, estudos pessoais nos quais cada um possa abordar temas específicos.
Conhecer a meta do discipulado é algo importante, mas também é muito importante ter um
plano para alcançar tal meta.
A IMPORTÂNCIA DE TER MECANISMOS QUE PERMITAM AO DISCÍPULO
ENSINAR O QUE APRENDEU
Já falamos da importância de ter um objetivo definido e um curso que nos leve até tal
objetivo. Nesta lição veremos a importância de ter mecanismos que permitam ao discípulo
ensinar o que aprendeu.
Um dos propósitos mais importantes do discipulado cristão é passar para as gerações
futuras a doutrina bíblica. Isto só é possível se os discípulos se transformarem
eventualmente em discipuladores (Mateus 28.16-20).
Quando falamos de “mecanismos que permitam, ao discípulo ensinar”, nos referimos a
duas coisas básicas:
♦> Globalmente falando: um modelo de igreja que permita o desenvolvimento de seus
membros. Este modelo de igreja que a Bíblia nos apresenta permite certas coisas:
■ Ministérios de acordo com os dons (I Coríntios 12-14; Romanos 12).
B Desenvolvimento grupai e individual (I Coríntios 12. 4-7; 14-26. Efésios 4.11-16).

“ Decisões participativas na administração da igreja (Atos 6.1 7).


* Produção de líderes próprios (Tito 1.5-9; 3.12-14; Atos 13.1-5).
■ Evangelismo (I Tessalonicenses 1.6-10).
* Discipulado (Atos 17.10-12).
♦> Especificamente falando: uma série de etapas de discipulado que preparem o futuro
discipulador.
iaxe é, o eie.slna:
* Das doutrinas “básicas”, “o leite” (Hebreus 5.13-14; Hebreus 6.1-2; I Pedro 2.1-2).
* Das doutrinas “intermediárias” (Atos 2.42; II Tessalonicenses 2.13; Judas v4).
■ Das doutrinas “avançadas”. (II Pedro 3.15-16).
Sem importar de que disciplina se trata, é óbvio que preparar bem um discípulo levará
tempo. Isto é precisamente o que a Bíblia e alguns documentos históricos nos mostram
com respeito aos primeiros discípulos cristãos (Atos 19.9-10; Atos 20.17-31. João Marcos
em Alexandria, a igreja de Antioquia, etc.).
Cada um dos três segmentos mencionados pode ser estudado de forma básica no lapso de
um ano cada um. Um curso total de três anos representa um tempo prudente para que o
discípulo assimile a informação e cresça juntamente com o ensinamento, indo do nível
inicial para ser um pastor bem-sucedido.
Excetuando-se as distâncias, o modelo de Cristo com Seus discípulos nos mostra que
eles estiveram recebendo um preparo teórico e prático durante um pouco mais de três
anos consecutivos.
Os passos do discipulado nos permitem evangelizar e fazer outros discípulos. Este
trabalho faz com que nos envolvamos nos mecanismos da igreja nos quais podemos
participar ativamente e nos desenvolvermos como cristãos (Efésios 4.11-15).

| MAIS SOBRE O MÉTODO DO DISCIPULADO


O método é a forma como desenvolveremos, na prática, o discipulado; portanto, terá um
caráter formal e outro informal. Precisamos ter consciência de como estamos
discipulando.
O método formal é o ensino objetivo, a lição bíblica propriamente dita e os conceitos
transmitidos, também advindos da Bíblia.
Por método informal entendemos o que é chamado currículo oculto, sendo este a força
educacional mais poderosa a que a Educação Cristã pode recorrer. Por isso é muito
importante que nós, como discipuladores e discípulos, atentemos para o nosso testemunho
integral diante do discípulo, “pois as nossas atitudes podem falar mais alto do que nossas
palavras”.
Suponhamos que um pastor está ensinando sobre relacionamento entre irmãos a um
pequeno grupo, e está falando sobre a necessidade de não termos barreiras que nos
afastem uns dos outros. Barreiras como hierarquias, diferenças de dons, etc. Mas, ao
mesmo tempo, dentro de uma pequena saia e para poucas pessoas, prefere falar atrás de
um púlpito, enquanto os outros estão sentados, ou prefere manter uma linguagem
metódica e formal. Que mensagem você acha que ele está passando através do currículo
oculto?
Cuidado com a sua aparência pessoal! Roupa indecente, higiene falha e mau humor
transmitem muitas mensagens negativas que poderão prejudicar o discipulado. A pessoa
não está divorciada de sua mensagem.

OS ENCONTROS DE DISCIPULADO

Apresentaremos agora algumas diretrizes práticas a respeito dos encontros de discipulado.


Todavia, devemos lembrar que elas não são engessadas, pois devemos ter sensibilidade e
flexibilidade nestas diretrizes, porque nem sempre o tema que será discutido no dia
atenderá a necessidade dos discípulos naquele momento.

Encontros semanais regulares

Esses encontros devem ser num dia e hora que sejam próprios tanto para o discipulador
como para o discípulo.
A lição anterior deve estar fresca o suficiente para fazer a ponte com a lição que será
estudada. As lições são sequenciais. Se houver uma distância temporal muito grande, pode
acontecer que o discípulo não consiga fazer a ligação de um assunto com o outro.
Excepcionalmente, quando são pessoas muito ocupadas, pode-se discipular a cada 15 dias.
No entanto, discipulador e discípulo devem estar em contato por e-mail, telefone,
desenvolvendo relacionamento e comunhão. Qualquer emergência surgida, o discípulo
deve saber que pode recorrer a qualquer hora.

Local de reunião bem definido

Deve ser um local cômodo onde haja liberdade de expressão. O discípulo não pode ser
intimidado a expor as suas conclusões. Se possível, o encontro deve ocorrer na casa dele,
onde poderá desenvolver-se um maior vínculo de intimidade entre o discípulo e o
discipulador.
A reunião pode também ser na casa do discipulador ou em qualquer outro ambiente
previamente combinado pelos dois, como num restaurante, num shopping center, etc..
Pode ser no próprio local de trabalho dos dois, durante o horário de almoço, no café da
manhã, etc.

Sugestão de programa para a reunião do discipulado

Recomendamos que os encontros tenham duração de 1 hora, podendo chegar ao máximo


de lh:30min. Constará de: Oração: No caso de discipulado de novos convertidos,
procurar ser o mais abrangente e simples possível no linguajar usado, evitando com isso
um futuro constrangimento quando chegar o momento do discípulo orar, pois se sentirá
incapaz de orar como o seu discipulador. Aos poucos você vai ensinando-lhe a orar,
no ritmo e do jeito dele, até ele sentir firmeza e ficar à vontade. Lição: Deve-se neste
ponto lembrar sempre da definição e do objetivo do discipulado, para que as lições se
ajustem a esse propósito. Tudo o que é bíblico é adequado, porém, deve-se ter o cuidado
de sempre pensar em termos práticos, quaisquer que sejam as lições.
Compartilhar: Deixe-o à vontade para se abrir sobre qualquer coisa. Se você já tem a
confiança dele e já sabe que pode “entrar na vida dele”, vá fazendo as perguntas que você
sabe que precisam ser feitas naquele encontro. Esse é um momento onde todos os seus
sentidos e espírito devem estar sintonizados tanto com a pessoa como com o Espírito
Santo, para que você seja um canal correto de edificação e bênção.
Distribuição do tempo: O discipulador deverá aprender a distribuir de maneira proveitosa
cada parte do programa do encontro. Caso perceba que algum discípulo está enfrentando
algum problema, deverá organizar o tempo para que possa dedicar maior atenção àquele
discípulo; caso necessário, marque outro horário na semana para conversar mais com ele a
respeito do problema.
PRESERVANDO O MINISTÉRIO DE DISCIPULADO
A visão do discipulado não pode estar vinculada a um pastor somente. Os pastores nem
sempre são permanentes numa igreja local, mas a visão e os ministérios o são. O
discipulado é um dever de cada cristão; por isso, a sua manutenção e
continuidade dependem daqueles que estão engajados nesse serviço.
Os pastores, supervisores e díscipuladores devem seguir as seguintes sugestões para que
o ministério não se tome extinto:
❖ Supervisionar o trabalho de todos os grupos dc discipulado;
*** Manter clara a visão do ministério, corrigindo os desvios;
❖ Periodicamente desafiar novos díscipuladores;
❖ Aperfeiçoar continuamente o material de estudo do discipulado;
Garantir que os componentes de todos os ministérios da igreja estão sendo discipulados e
discipulando ao mesmo tempo, pois só assim a igreja inteira estará respirando a Grande
Comissão e obedecendo a Jesus.

Resumo deste capítulo…


a. Ter uma meta bem definida com vista ao discipulado cristão evita as frustrações e
extravios no terreno da fé.
b. Contar com um plano de estudo que nos leve até tal meta evita que nós estudemos
larga e inutilmente sem obter resultados.
c. A finalidade de todo este processo deve ficar bem entendido desde o começo: deve
conduzir o discípulo a ser um discipulador.
d. O Novo Testamento nos revela que Deus deixou Sua reputação em nossas mãos, de
maneira que, como representantes Dele, necessitamos trabalhar para sermos moral e
espiritualmente desenvolvidos.

Trazendo para a prática…


■ Assuma a meta global que você deve alcançar como filho de Deus: ser completamente
desenvolvido como cristão (II Timóteo 3.16-17; Mateus 5.48. etc.).
■ Depois de alcançar as metas globais, você deverá discernir qual é o seu papel na
sociedade e o que é que Deus pode esperar mais especificamente de você, de acordo com
o lugar que você ocupa (I Coríntios 7.17-24).
■ Em vista de tudo isto, faça todos os níveis do discipulado que a igreja oferece, assim
como as classes da Escola de Formação de Obreiros (EMP), de acordo com as
suas necessidades pessoais e ministeriais.
CAPÍTULO NOVE
BASES E METAS NA OBRA DO
DISCIPULADO
Se ao pensar na igreja nos limitamos à reunião geral e às células, nos enganamos. A
mudança na edificação das vidas se produz quando tomamos piem consciência que
estamos formando e edificando uma comunidade, um povo. Tudo então tem um
novo valor; até as coisas mais pequenas e naturais da vida são importantes. Já não nos
preocupamos somente com a conduta, os aspectos espirituais e o serviço na igreja, mas
com tudo que diz respeito à vida de um povo (ex: uma correta linha de valores, pagamento
de impostos, melhoria de vida, descanso, saúde, alimentação, administração do dinheiro,
piedade, testemunho, etc.).

AS BASES PARA EDIFICAÇÃO DE UMA VIDA SÃO:

Revelação da pessoa de Jesus Cristo, o Senhor


Arrependimento
Batismo nas águas
Dom do Espírito Santo
Confissão de pecados
As metas são partes (aspectos) do alvo. São objetivos estabelecidos para a vida de um
discípulo que o ajudarão a ser como Jesus.

Metas incorretas

Manter um grupo de pessoas, com o intuito de tornar-se líder e assim poder estar entre
aqueles que têm posição na igreja.
*** Chegar a ser um grande pregador e assim poder viajar, ser ouvido por muita gente,
ganhar ofertas, aparecer no rádio e na televisão.
♦> Resolver os problemas do povo, com base na autoridade e na posição alcançadas pelo
seu esforço e crescimento dentro da igreja.
♦t1 Ser um líder de células, supervisor de setor e de área, e outros níveis mais, com a
intenção de tornar-se tempo integral e assim ser mantido pela igreja.
♦♦♦ Provar para outras pessoas que o criticaram no passado que Deus está com você,
confirmando e seu ministério e ensinando uma lição para eles.
Edificar é mais que resolver problemas pessoais; é completar o que falta para alcançar
a meta proposta
(I Tessalonicenses 3.10).

Metas corretas

♦t1 Formação do caráter: humildade, mansidão, generosidade, temperança, etc. (Gálatas


5.22). A manifestação do fruto do Espírito na vida.
Estabilidade econômica: trabalho, vivência digna, ausência de dívidas.
♦t1 Família bem estabelecida: de acordo com o propósito de Deus para a família.
♦11 Relação correta com Deus: vida de fé e orientação do Espírito Santo.
*t1 Boas obras: servir aos outros, ser eficiente na extensão do reino de Deus.

Métodos para Alcançar as Metas


❖ Estabelecer metas corretas.
♦> Determinar os passos a dar para alcançá-las.
Quando temos metas corretas, claras e definidas para uma pessoa, devemos logo
determinar os passos a serem dados para alcançá-las. Além disso, analisar o valor da meta
e o esforço que se vai empregar. Em alguns casos podemos determinar o tempo que vai
tomar.
São necessários: tempo, esforço e trabalho para chegar a uma meta feliz. Sempre devem
ser consideradas todas as opções possíveis. Quando há clareza sobre aquilo que se quer
alcançar (objetivos), então deve-se determinar os passos para a conclusão.
Exemplos;
Um casal jovem ramo ao casamento
Os dois são fiéis ao Senhor, sujeitos ao senhorio de Cristo, têm
idade suficiente e querem se casar. O rapaz não tem bens nem oficio.
Junlamenfe ccir. os dois e suas famílias (se todos forem orcTucsd numa relação aberta de
áiscfnM ido e orientação para o casamenío, ‘omeçamos a fixar meias mira um ano, por
exemplo. O que ele deve ter alcançado nesse tempo?
QUESITOS E METAS IDEAIS A SEREM TRABALHADOS EM UM ANO
QUESITO MEIA
Trabalno Seu próprio negócio ou profissão definida -■ emprego.
Terreno Sua própria casa, para não ter que pagar aluguel.
Noivado Casamento, já colocou uma aliança na mão da moça.
Obra do Senhor Discipuiar pessoas e liderar sua própria célula.
A noiva deve ter suas próprias metas. Pode ajudar também na conquista das metas do seu
noivo, afinal os dois querem casar, e é justo que ambos deem os passos necessários,
juntos, para a conquista de seus objetivos.
Um casal com problemas de caráter (Não se toleram entre si, estão a ponto de separar-
se):
* Fazer com que os dois tenham confiança em quem os aconselha.
♦> Colocar-se à disposição dos dois para buscar a solução dos problemas.
♦> Compartilhar fé a seus corações.
* Enquanto continuam a ser discipulados, estimulá-los também a participar do Encontro
com Deus na Visão do MDA, ir para o Encontro de Casais com Cristo - ECC, e serem
ministrados por um líder da igreja com mais experiência nessa área.
♦> Fixar metas com respeito ao caráter. Por exemplo, para o homem:
* Fazer uma lista das coisas que acha que estão mal na sua vida.
■ Fazer outra lista com as características que gostaria de ter.
■ Ser o real sacerdote do lar, nas áreas espiritual, relacionamentos, financeira, disciplina
dos filhos, em tudo.
* Logo, fixar-lhe metas: (para que a esposa lhe honre, para ser o homem que gostaria de
ser, autodisci-plina, falar somente a verdade, etc.).

Como formar uma vida


* Sujeição mútua, relação de amor e cuidado, com inteira dependência de Deus.
♦> Apresentar diretrizes claras e específicas. 1
• Instrução Progressiva: toda instrução deve ser dada com o fim de chegar a uma meta;
portanto, devemos ter instruções corretas para dar. Quatro níveis de instrução:
• Básica, relativa aos assuntos normais do dia-a-dia.
• Pelos problemas, quando surgem sem aviso prévio.
• Formativa (como a pessoa deve ser segundo a ordem de Deus)
• Para alcançar maturidade, com aprofundamento sistemático.
♦> Oração, dependência do Senhor, direção do Espírito Santo.
❖ Companheirismo (fazer tarefas juntos).
❖ Descobrir o dom particular do seu discípulo, animá-lo, estimulá-lo à fé.
♦> Avaliar os resultados e elogiá-lo, desafiá-lo, ou encorajá-lo a melhorar quando
necessário, mas sempre o empurrando para frente com alegria e fé.
Trabalhando com a Visão do Futuro

Quando você não se prepara para o futuro, o futuro o pega de surpresa. Não edificamos
somente para hoje. Estamos lançando hoje as bases da igreja do futuro. Faça a si mesmo
esta pergunta:
Como quero ver a igreja dentro de 5, 10 ou 20 anos?
Esta pergunta só terá resposta adequada se adquirirmos uma mentalidade de que estamos
edificando um povo; a mentalidade de que estamos plantando sementes e cuidando de
plantas. Que tipo de sementes estamos plantando, e que tipo de planta estamos cultivando?
Estamos cultivando hortaliças ou cedros?

AJUDANDO O DISCÍPULO A CRESCER EM TODAS AS ÁREAS DA


VIDA

Áreas que devemos cobrir:


Com os cinco dedos da mão recordamos as áreas básicas que devemos cobrir:
/
Á. *** Polegar: Senhorio de Cristo (evangelho do reino, batismo nas águas e no Espírito
Santo, a meta).
^ ♦> Indicador: Relação com Deus (oração, adoração, louvor, leitura bíblica, confissão
de pecados, orientação do Espírito Santo).
*t* Médio: Serviço (boas obras, fazer discípulos, o povo de Deus, a unidade da igreja).
Anelar: A família (casamento, união, amor, criação dos filhos, exemplo).
Mínimo: Economia, administração, trabalho, estudos, mordomia.

^jjL Comunicar estas verdades é lançar o fundamento e edificar uma


vida.

Devemos dedicar especial atenção ao ensinamento que se dá a uma pessoa, porque


isto será o Fundamento.
De acordo com o primeiro ensinamento que uma criança recebe é determinado o
desenrolar de sua vida. Se uma pessoa se converte em um grupo ritualista, o mais provável
é que a pessoa se torne ritualista. O primeiro ensinamento faz uma marca muito forte.

Áreas de Supervisão

Um bom discipulado requer uma supervisão em todas as áreas da vida do discípulo. Não
se trata de um controle da vida da pessoa, e sim de uma ajuda organizada e direcionada
para o seu crescimento.

ÁREAS DE SUPERVISÃO
A. Relacionamento com Deus C. Relacionamento familiar

Oração, fé e dependência de Deus: 1. Para os casados

❖ Leitura e estudo da Palavra de maneira reqular ❖ Relacionamento marido-esposa,


e contínua; comunicação;

❖ Louvor e adoração; ❖ Papéis básicos de cada um;

❖ Confiança na provisão de Deus; ❖ Relacionamento com os filhos;

❖ Amor e conhecimento de Deus, ❖ Participação na vida dos filhos;

acima de qualquer coisa. ❖ Relacionamento sexual;

❖ Ordem e administração doméstica;

Obs: Como algumas pessoas têm ❖ Finanças e administração no lar;

dificuldade em ser fiéis no período ❖ Conflitos e sua resolução.

devocíonal, algumas atitudes podem ser úteis:

❖ Ajudá-lo a encontrar o melhor horário para


2. Para os solteiros
esse período;

❖ Participação e envolvimento nos


❖ Estimular o discípulo a desenvolvê-lo;
afazeres e atividades da família;

❖ Fazê-lo juntamente com o discípulo, caso ele


❖ Obediência aos pais (autoridade)
não consiga fazer sozinho.

❖ Amizade com os irmãos;

❖ Relacionamento com o sexo


oposto, noivado e casamento.

B. Relacionamento com a Igreja D. Relacionamento com a sociedade:

1. Relacionamento com o discipuiador 1. Trabalho

❖ Nível de abertura (Confissão de pecados, ❖ Disposição para trabalhar, querer


sinceridade); qualificar-se para as funções; i

❖ Está suieito aos ensinos? ❖ Pontualidade e boa atitude;

❖ Detectar se há algum problema, em relação ❖ Submissão ao patrão / respeito para


aos pastores ou se não há uma abertura para com com os empregados, se você
eles. for patrão;

❖ Constância no emprego;

❖ Testemunho de vida e de palavras;

❖ Compreender bibiicamente as responsabilidades do empregado e do empregador.

2. Relacionamento com as pessoas do mesmo


2. Escola
nível

❖ Observar se o discípulo consegue ou não se


aproximar e ser amigo de pessoas do mesmo ❖ Frequência fiel às aulas;
nível;

❖ Obediência às autoridades civis e


militares; _ __________
❖ Pagamento de dívidas e impostos,
se_m_burlar ou sonegar____
Economia:

❖ Masculinidade / Feminilidade;__
❖ Desenvolvimento da personalidade;
❖__Amor próprio; _ ______
❖ Fruto do Espírito, andar no Espírito;
❖ Exercício do corpo e da mente;___
❖ Iniciativa própria, liderança;___
❖ Vidade vitórias._____ 1
CAPÍTULO DEZ
IMPORTANTE PARA VOCÊ QUE ESTÁ COMEÇANDO
INSTRUÇÕES PARA O NOVO DISCÍPULO
! ❖ Estimular e orientar o relacionamento
j de companheirismo;
j ❖ Verificar se existem barreiras ou
j___ mágoas com outros irmãos; _
❖ Convivência, estar junto com
1 diversos irmãos;______
í ❖ Servir aos irmãos no espiritual e no ! natural.
3. Participação na vida da Igreja
❖ Bom rendimento nos trabalhos e provas, obtendo notas dignas de
_____C[uem_tem_a mente de Cristo;__
❖ Relacionamento com professores e alunos;
❖ Bom testemunho diante de todos;
❖ Honestidade com relação a provas
e trabalhos (sem colar!).__
3. Governo:
❖ Observar se há disposição em servir
L___o corpo de Cristo;___
f •> Identificar os dons que a pessoa tem
I__e procurar desenvolvê-los;____
T •> Participação nos grupos caseiros
i______ (Igreja nas casas);________j_
j ❖ Participação em todas as atividades
formais e informais. 4.
♦> Prosperidade financeira, negócios,
_mordomia dos bens;____
♦> Administração financeira;
❖ Dízimos, ofertas, generosidade;
❖ Compreender a seriedade de não fazer sociedades com incrédulos.
E. Relacionamento consigo mesmo
j__❖ Integridade;______
J_ ❖ Humildade;_______
j_ ❖ Domínio próprio;_______
❖ Higiene, bons hábitos, modos e
I costumes;______
I ❖ Provações e sofrimentos;
j__❖ Altruísmo;_ ______
!____❖ Cuidado com o corpo, santidade;
Material de trabalho: Como base para esta supervisão podemos usar as apostilas do
Acompanhamento Inicial, o Manual do Discipulador, e os materiais do Curso de
Fundamentos e do CMC.
Agora que você já aceitou a Cristo e está em comunhão com Deus, irá desejar aprender
como andar perto Dele. A Bíblia chama isso de crescer “na graça e conhecimento do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 3.18)

Algumas atitudes o ajudarão a crescer como novo convertido:

LEIA A BÍBLIA DIARIAMENTE

A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada. Além de anunciar as Boas Novas de perdão e vida
eterna, ela também responderá às várias dúvidas que você terá à medida que tentar viver
de maneira a agradar a Deus. Ela capacitará você a estar “perfeitamente preparado para
toda a boa obra” (II Timóteo 3.17).

Veja algumas sugestões para sua leitura diária da Bíblia:

Leia o Novo Testamento nesta ordem:


❖ Primeiro, leia todo o Evangelho de Lucas, um capítulo por dia. Ele o ajudará a
entender os princípios básicos do Evangelho.
❖ Depois o livro de Atos. Você vai ler a incrível história de como os primeiros
discípulos de Jesus espalharam as Boas Novas da Sua morte e ressurreição.
*t* A seguir, leia algumas cartas que os apóstolos de Jesus escreveram para os seus
primeiros discípulos, aqueles que eram novos na fé, assim como você.
♦> As cartas recomendadas acima vão do livro de Romanos até a terceira Carta de João.
*** Depois, volte para os evangelhos e leia um destes: Mateus, Marcos ou João.
“•> Depois comece a ler a Bíblia toda, começando de Gênesis, pois a Bíblia é a carta de
DEUS para você e deve ser lida toda.

Pense sobre o que está lendo, estude e analise

Peça para o seu pastor ou um amigo evangélico mais maduro uma sugestão de um bom
estudo bíblico. Além de nos revelar a pessoa de Deus, a Bíblia contém mais princípios de
sabedoria do que qualquer outro livro no mundo.
*** Leia o Livro de Salmos, que é o livro de adoração do Velho Testamento, para
enriquecer a sua devoção a Deus.
*t* Leia o Livro de Provérbios para adquirir sabedoria e bom senso e para fortalecer o seu
relacionamento com outras pessoas.
*** Ore pedindo entendimento. O Espírito Santo ajudará você a ver a vida com a
perspectiva de Deus. (Salmos 119.18).
*** Sempre que puder, converse com outras pessoas sobre o que você está aprendendo.

ORE DIARIAMENTE
*** Fale sempre com Deus. A oração é uma linha direta para a sala do Trono.
*** Conte os seus problemas a Ele. Quem poderia compreendê-lo melhor?
❖ Deixe - O carregar o peso dos seus problemas (Leia Mateus 11.28; I Pedro 5.7).
❖ Louve e agradeça a Deus pelo que Ele é e pelo que fez por você.
❖ Reconheça sua fraqueza. Confesse seus pecados de maneira específica.
❖ Ore pedindo por outras pessoas para que elas também venham a receber Jesus Cristo
como seu Senhor e Salvador.

Sugestões para a sua hora devocional diária:

❖ Defina um horário, de preferência pela manhã, quando você está descansado e sua
mente mais tranquila. Faça disso um hábito.
❖ Escolha um lugar tranquilo, onde você possa ficar sozinho com Deus.
❖ Faça uma lista dos pedidos de oração; ore por você e por outras pessoas.
❖ Primeiro leia e medite sobre um texto das Escrituras e depois gaste alguns momentos
em oração.
❖ Depois que esse momento com Deus se encerrar, entregue o dia que está começando
e a sua vida a Ele.

APRENDA A DEPENDER DO ESPÍRITO SANTO


Deus, na verdade, é três pessoas em uma: Deus Pai, Deus Filho (Jesus Cristo) e Deus
Espírito Santo.
A Bíblia ensina que o Espírito Santo vive dentro daquele que realmente crê em Cristo e
segue a Ele (João 14.16-17).
A Bíblia diz que o Espírito Santo, por habitar em você, é o seu Consolador e o ajuda a
entender a verdade revelada na Palavra de Deus: “O Consolador, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos
tenho dito” (João 14.25).
Q Espírito Santo:
Ensinará
Guiará
Fortalecerá quando você precisar Consolará Edificará Exortará
FREQUENTE A IGREJA REGULARMENTE
Quando você recebeu a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, você iniciou um
relacionamento não só com Jesus Cristo, mas também com outros, que também deram
esse passo de fé, os crentes em Jesus.
Não importa qual era a sua opinião antes, mas ir à igreja hoje é uma experiência rica e
recompensadora.
Através do ensino e da pregação da Palavra de Deus a sua compreensão dela será cada vez
maior. Você terá oportunidade de fazer perguntas e discutir sobre as Escrituras com outras
pessoas.
Você aprenderá a adorar a Deus, isto é, louvá-Lo por tudo que Ele é, e agradecer por tudo
que Ele tem feito por você.
Adorando, aprendendo e servindo com outros cristãos, você descobrirá outras pessoas com
quem pode ter uma amizade duradoura, uma amizade que será para toda a eternidade!
. Congregue fielmente no culto de celebração aos domingos e na célula, durante a semana.
Você também é muito bem-vindo ao TADEL, às terças-feiras à noite, onde você poderá
receber instruções tanto para o seu crescimento espiritual como para seu preparo como
líder, visando a liderança futura nas células e no discipulado de outros.
Frequente o Curso de Fundamentos e os demais níveis da EMP, para que possa aprender
melhor a Palavra de DEUS.
ESTEJA A SERVIÇO DOS OUTROS
Você descobrirá que quanto mais se doar servindo ao próximo, mais prazer você terá na
sua vida cristã.
Pergunte ao seu discipulador ou pastor de rede de que maneira você pode servir a Cristo e
ser Sua testemunha. “Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras,
as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.20).
A igreja tem vários ministérios, tanto internos como externos, e você pode descobrir
melhor como envolver-se e ajudar nesses ministérios. Converse com seu discipulador e
seus líderes e descubra oportunidades tremendas de servir na Casa e no Reino de Deus.
APRENDA A LIVRAR-SE DE SUAS DÚVIDAS
Às vezes, você poderá duvidar de que seja realmente filho de Deus:
❖ Poderá haver algumas grandes falhas na sua vida cristã.
❖ Você poderá se pegar pensando em coisas que um crente não deveria pensar.
❖ Poderá ser perturbado por pecados não confessados.
❖ Quando isso acontecer, será bom você lembrar que não foi salvo por causa das coisas
boas que fez, mas pelo que Cristo fez por você.
*t* Releia as primeiras páginas deste capítulo. Pique certo de que se você já recebeu Jesus
Cristo pela fé - isso garante agora que você é um filho de Deus.
❖ Lembre-se de I João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele éfiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
APRENDA A VIVER UM DIA DE CADA VEZ
Ficamos ansiosos com muita frequência! Ficamos doentes de preocupação com o que
pode acontecer amanhã. Tentamos atravessar pontes às quais ainda não chegamos.
A Bíblia nos ensina a não ficarmos ansiosos sobre o que pode acontecer amanhã (Veja
Mateus 6.33-34). A Bíblia também promete que “dure a sua força como os seus dias”
(Deuteronômio 33.25 - versão NVI). Em outras palavras, a graça de Deus será suficiente
para o desafio de cada novo dia, enquanto vivermos.
APRENDA SOBRE A BÊNÇÃO DE ENFRENTAR O SOFRIMENTO
Dificuldades, enfermidades e todos os tipos de sofrimentos ganham outro sentido quando
você tem Cristo em sua vida: Você passa a ver as dificuldades, as enfermidades e todos os
tipos de sofrimento com outros olhos quando tem Jesus Cristo no coração.
Ao invés de ficar desesperado, você pode ser fortalecido. Ao invés de ser um peso para
outras pessoas, você pode ser uma bênção.
Quando você perceber qual é a dimensão, o consolo e a força de Deus através das
experiências da vida, crescerá na fé.
Você não precisa assumir uma atitude de masoquista, encontrar prazer no sofrimento.
Como filho de Deus, você pode se levantar usando a autoridade que o Pai lhe dá, e resistir
a toda afronta e sofrimento que não vem Dele, e portanto não cumpre propósito divino
algum.
Você pode se levantar contra as doenças, contras os ataques do inimigo, contra o
desânimo, a escassez, e contra tudo que atrapalha o plano e a bênção de Deus na sua vida.
APRENDA A LIDAR COM A TENTAÇÃO
A tentação pode nos assediar enquanto existir vida terrena em nós. Ela já existia antes de
você receber a Jesus e ainda existe.
Não é pecado ter maus pensamentos acidentalmente de vez em quando. No entanto, é
pecado escolher abrigar tais pensamentos na sua mente constantemente. A Bíblia diz
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Na verdade, o espírito está pronto, mas
a carne éfraca” (Mateus 26.41).
Quando Jesus foi tentado no deserto, Ele respondeu ao diabo usando as Escrituras. Três
vezes Ele disse: “Está escrito …” (Mateus 4.4,7,10). Esteja preparado pára a tentação,
orando e usando o seu conhecimento da Palavra de Deus.
A Bíblia diz: “Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos
deixará tentar acima do que podeis resistir; antes com a tentação dará também o escape,
para que a possais suportar” (I Coríntios 10.13).
Esteja preparado para tirar vantagem da “saída” de Deus para a tentação, quer seja
“fugindo” do local de tentação (I Timóteo 6.11) ou ficando no local e “resistindo” a ela
(Tiago 4.7).
FALE AOS OUTROS SOBRE JESUS
Deixar que outros saibam sobre a sua nova vida com Cristo, através das suas palavras ou
atitudes, é uma das experiências mais compensadoras que você pode ter.
O apóstolo Pedro nos incentiva dizendo: “Estai sempre preparados para responder com
mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I
Pedro 3.15).

CONCLUSÃO
Vimos neste programa que os princípios transmitidos aos discipuladores são também
apresentados aos novos convertidos, posteriormente, criando aquela cadeia multiplicador a
de II Timóteo 2.2. Em primeiro lugar, teremos vários discipuladores formados; porém, o
primeiro grupo de novos convertidos formados, depois destes, já serão discipulados dentro
dessa visão, e se engajarão no programa como discipuladores.
É importante lembrar que o alvo não é apenas a multiplicação de conversões, mas,
principalmente, a maturidade e crescimento dos cristãos convertidos. Assim, outros novos
convertidos virão como consequência dessa maturidade. Vimos que é tempo de
repensarmos a forma da igreja, onde até então o trabalho eclesiástico se ateve a um
pequeno grupo de líderes, e que provavelmente não foram discipulados.
Indispensavelmente, a liderança da igreja deve estar preparada para equipar os santos
(Efésios 4.11-13). O pastor coordenando os grupos de formação de líderes estará mais
livre para pastorear o rebanho, podendo, em reuniões periódicas com os discipuladores,
ser informado a respeito das ovelhas que carecem, de um cuidado mais específico.
Vimos que cada encontro será um instrumento de formação e transformação. O MDA
propicia um ambiente onde o “instrui-vos e admoestai-vos mutuamente” (Colossenses
3.16) tem pleno espaço para florescer e frutificar.
O pastor e os demais líderes das igrejas devem equipar o povo de Deus. Eles sozinhos (a
liderança) não possuem todos os dons e o tempo necessários para fazer esse trabalho. E
mesmo que tivessem, estariam roubando o corpo de suas funções e obrigações. O corpo
precisa cumprir com as suas funções; do contrário, ficará atrofiado e infrutífero.
Estudamos que a liderança deve preparar os crentes para que cumpram esse ministério de
discipulado, e assim toda a igreja crescerá em qualidade e quantidade.
Portanto, esperamos que este manual tenha sido e continue a ser útil para ajudá-lo nessa
grande tarefa que é o “Ide e fazei discípulos” de Jesus. Mantenha-o com você, volte a ele
sempre que sentir necessidade de esclarecimentos, de revitalização destes princípios na
sua mente e no seu coração.
E lembre-se sempre: discipular outros seguidores de Jesus não é questão de chamado ou
opção, mas de obediência ao que já está bem claro na Grande Comissão. Assim
procedendo, estaremos trazendo alegria ao coração do Senhor, ao mesmo tempo
que fazemos avançar mais rápido a Sua obra sobre a Terra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDER, Balmain Bruce. The Training of the Twelve.

Grand Rapids, USA: Kregel Publications, 1971.


BING, Charles C. THE MAKING OF A DISCIPLE. Burleson, USA: Journal of the
Grace Evangelical Society, 1992.
BRIGHT, BILL. What is a discipler? Orlando, USA: Godsquad -Campus Crusade for
Christ, 2010.

CAETANO DA SILVA, Rev. Aziel, TOKASHIKI, Rev. Ewerton Barcelos.


Curso para discipuladores: esboço de discipulado.

Porto Velho: Igreja Presbiteriana de Porto Velho, 2006.

DIETZ, Rolf J. Por que o discipulado é tão importante? www.

rolfdietz.com. Set 2007.


EGBERT, Jeb. Disciplemakingministryfoundations. Glendora-CA, USA: Grace
Communion International, 2004.
HENRY, Gary. As qualidades essenciais de um verdadeiro discípulo. Disponível no
site: http://www.estudosdabiblia.
net/200222.htm
IRVIN, Esteban. Mentoreo que transforma. Apuntes Pastorales XXV-1. San José, Costa
Rica: 2009.
KREJCIR, Richard Joseph. How do I become a disciple. Pasadena, USA: Discipleship
Tools, 2002.

MACHADO, Renato. As características de um discípulo.

Disponível no site:
http://www.vidaemcristo.net/estudos-para-celulas/398-
caracteristicas-de-um-discipulo.html
O DISCÍPULO. O que é um discípulo? Piracicaba: 2009. Disponível no site:
http://www.odiscipulo. Capturado em 22 de janeiro de 2010.
POTSCHKA, Noelia Gimena, JIMÉNEZ, Ulices Salvador. Algunas nociones básicas
acerca dei discipulado. In site:
http:// www.monografias.com/trabajos36/discipulado/discipulado2. shtml. Capturado em
19 de janeiro de 2010.
ROSS, Reuven, ROSS,Yanit. Introducing Discipleship. Las
Vegas, USA: Making Disciples International, 2010.
SILVANO, Diego Cristián. El discipulado Cristiano. Rosário -Argentina: Iglesia
Bautista Bíblica, 2008.
O REFRIGÉRIO. Crentes ou discípulos? Espinho - Portugal: CIIP, 2008.
1
Instrução Específica: é a que se dá somente para uma determinada situação.

Você também pode gostar