Abe Huber & Ivanildo Gomes - Ide e Fazei Discípulos
Abe Huber & Ivanildo Gomes - Ide e Fazei Discípulos
Abe Huber & Ivanildo Gomes - Ide e Fazei Discípulos
HUBER &
IVANILDO GOMES
Jesus queria formar uma equipe de trabalho, recrutar operários para a grande
missão de ganhar o mundo para Seu Deus e Pai. Ele poderia ter ido procurar em
Jerusalém, numa das grandes escolas rabínicas; poderia ter ido a uma das muitas
sinagogas, ou mesmo aos descendentes sacerdotais de Levi. Mas não: Ele foi para a
Galileia, a província distante e discriminada do norte de Israel.
Tudo começou quando Jesus viu uma turma de pescadores na labuta diária. Ele
encontrou primeiro Pedro e André. “Edisse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no “(Mateus
4.19-20).
É isto o que Jesus quer fazer conosco. Ele nos convida a trocar de barco, trocar de
“peixes”. Pedro e André, assim como os outros dez, deixaram tudo e 0 seguiram. 0
resultado é que eles se tornaram pescadores de homens e continuadores da grande
obra de fazer discípulos de todas as nações. E como está dando certo, apesar dos
trabalhadores ainda serem poucos para o tamanho da tarefa!
Somos chamados para andar com Ele cada dia - falando com Ele, servindo à causa
de Cristo, aprendendo de Suas palavras - para podermos transformar o mundo e
fazer discípulos de todas as nações, começando pela nossa Jerusalém, nosso oikós.
Este livro fala disto, de discipulado simplesmente. Conclama-nos a uma parceria com
Jesus, a um engajamento. Desafia-nos a deixarmos as nossas redes na praia e 0
seguirmos de todo o coração, trazendo a mudança que queremos ver na nossa
família, na igreja e no mundo.
Direção Geral
Abe Huber
Coordenação Editorial / Arte
Ivanildo Gomes
Capa
João Augusto Sá
Revisão Bia Paiva Diagramação Dárcio Pinheiro Montagem e Gravação Carlos
Antônio
(ÍRÍWW-
^^■^^EDITORA
Rua Antônio Pompeu, 1711 - Centro Cep: 60040-001 - Fortaleza-CE Fone: (85)
3214.8181 - Fax: (85)
3214.8182 [email protected] www.premiuseditora.ind.br
Filiada à
Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na fonte (CIP)
DEDICATÓRIA
Dedicamos este livro em primeiro lugar às nossas esposas e nossos filhos, como nossos
discípulos mais chegados;
Dedicamo-lo à nossa liderança, que nos acompanha e discipula com o mesmo coração de
Jesus, velando pelas nossas almas e apostando no nosso sucesso;
Dedicamo-lo aos nossos discípulos, que abnegada-mente reproduzem em outros o caráter
e as motivações do Senhor Jesus, honrando o Reino de Deus com suas vidas e ministério.
H 877 i Huber, Abe
Ide e fazei discípulos. Fundamentos Práticos para Ser e Fazer Discípulos de Jesus / Abe
Huber e Ivanildo Gomes. - Fortaleza: Premius, 2010.
128 p.
ISBN 978-85-7924-060-7
1. Discípulo cristão. 2. Discipulado -Bases e Metas. I. Gomes, Ivanildo II. Título.
CDU 27-312.5
Este livro é também o manual para a Disciplina Ide e Fazei Discípulos do Curso de
Fundamentos da Escola Ministerial Paz - EMP
SUMÁRIO
PREFÁCIO
A automação industrial tem sido responsável por um grande avanço no campo da
confecção rápida de peças e produtos. O que antigamente levava bastante tempo e o
trabalho de muitos operários hoje é feito em questão de minutos por máquinas
altamente inteligentes.
As palavras de ordem na produção industrial hoje são rapidez, eficiência, corte de custos,
competitividade, qualidade, lucro. Máquinas não chegam atrasadas, não cobram aumento
de salário, não fazem greve, não botam a empresa na justiça.
Para ganhar o mundo inteiro, Jesus poderia ter criado em Sua Igreja - em Seus discípulos -
mecanismos espirituais semelhantes aos das máquinas modernas, capazes de fazer
convertidos em série, ganhar pessoas às toneladas, cuidar delas no atacado. Mas Ele
não lez. Jesus prefere o modelo artesanal, um a um, investimento personalizado, mão na
massa. Jesus prefere operários; não máquinas.
Pastores são como encarregados, supervisores, monitores do processo. Seu trabalho é
garantir que cada peça - discípulo -desempenhe bem o seu papel na grande indústria de
Deus, que é fazer discípulos de todas as nações e apresentar todo homem perfeito diante
de Deus. Tudo manual, sem processos mecânicos e sem massificação - é aí que reside o
desafio.
As palavras de ordem para a produção artesanal de discípulos de Jesus são amor, cuidado,
perseverança, instrução, relacionamento, treinamento, caráter, sacrifício, multiplicação e
reprodução. Existem outras, mas estas já projetam um perfil agradável diante de Deus.
Este livro trata do discipulado puro e simples. Trata do compromisso que todo seguidor de
Jesus tem de ser um imitador do Mestre, um filho obediente, um membro responsável da
Família, um filho crescido que já trabalha e ajuda a colocar pão na mesa para o sustento
dos irmãos mais novos.
Este livro ainda nos desafia a ir além de ser bons discípulos e discípulas de Jesus. Além de
amá-lo e fazer o que Lhe é agradável, devemos ser Seus fiéis colaboradores ao cuidar de
outros, amando-os, batizando-os, instruindo-os em toda boa obra, a ponto deles crescerem
para fazer o mesmo com mais outros. Assim prossegue a interminável cadeia de amor,
obediência, serviço e resposta ao imperativo da Grande Comissão de Jesus: fazer
discípulos de todas as nações, até que Ele volte.
Congratulamos summa cum laude os autores pela produção deste material. Pastores,
líderes e discipuladores não podem negligenciar a leitura e a prática deste livro. Que ele
sirva de manual e guia para um discipulado eficaz e multiplicador em sua igreja, célula,
família, vida pessoal, para a glória de Deus.
Fortaleza, 06 de maio de 2010.
O QUE É O DISCIPULADO?
É o relacionamento entre um mestre e um aprendiz baseado no modelo, que é Cristo. Por
ele o mestre reproduz no aprendiz a plenitude da vida que há em Cristo, capacitando o
aluno a treinar outros para que também ensinem novos discípulos.
Esse relacionamento liga a pessoa à cadeia de autoridade existente na Igreja. Assim, o
discípulo é acompanhado em seu processo de crescimento e ajudado a conformar sua vida
com o propósito de Deus, como também a se encaixar na vida da Igreja.
Discipular é transmitir a vida de Jesus.
E reproduzir essa vida em outras pessoas, ensinando-as a guardar tudo que Ele
ordenou.
QUALIDADES IMPRESCINDÍVEIS AO VERDADEIRO DISCIPULADO
O Caráter Conta
Este é um dos lemas de um grande colégio de Fortaleza, no Ceará: o caráter conta. Ele
aparece nos uniformes dos alunos, nos materiais impressos da escola, nos websites, nas
agendas escolares, nos cartazes espalhados por toda parte. E dá resultado. Eles alegam que
estão há anos sem papéis no chão. De fato: você anda por toda a escola, em todos os
andares, e não vê papel jogado no chão. Professores, funcionários e alunos garantem que
não haja lixo espalhado indevidamente. Se na educação secular o caráter e a disciplina
contam, imagine no treinamento dos discípulos de Jesus!
A verdade maior é que é preciso certo tipo de caráter para buscar a Deus fielmente, e nem
todos escolherão ter esse tipo de conduta. O chamado do evangelho separa aqueles que
estão voltados inteiramente para si mesmos daqueles que são mais altruístas,
desprendidos, que pensam nos outros.
Será que preenchemos o padrão esperado pelo Mestre Jesus para aqueles que andarão com
Ele e farão a Sua obra? Estamos querendo ser iguais àqueles que têm o forte caráter
interior que o evangelho requer? Buscar a Deus, dentre outras coisas, requer “Três C’s”:
coragem, compromisso e confissão. Se não quisermos pagar o preço em qualquer destas
áreas, então o cristianismo não é para nós.
Coragem
Coragem é força em face do perigo, e podemos estar certos de que o diabo vai tentar de
tudo para atrapalhar o nosso discipulado com Cristo. Ele vai usar pessoas, suscitar fofocas,
quebra de confiança, tudo para nos afastar da bênção e da proteção que é o discipulado.
Diante disso podemos responder com a coragem que vem da fé, que é a vontade de
enfrentar riscos reais baseados na nossa confiança de que Deus nos salvará.
No mínimo, é preciso coragem para seguir o Senhor. Em Apocalipse 21.8, os tímidos ou
covardes encabeçam a lista daqueles que serão perdidos. Coragem para dizer sim ao
Senhor, não ao pecado e não aos nossos desejos e sentimentos egoístas.
A pessoa cujo objetivo principal é proteger a si mesma e não se arriscar nunca será um fiel
seguidor do Senhor. Os riscos são reais, as perdas neste mundo podem ser grandes, e são
somente as pessoas corajosas, de fé, que lutam com perseverança que prevalecem diante
das afrontas e oposições.
Compromisso
Se não assumirmos um genuíno compromisso com Deus não resistiremos muito tempo em
face do que o diabo pode atirar contra nós. A fé necessária para nossa salvação em Deus
envolve muito mais do que uma explosão emocional ou uma forte decisão passageira.
Nem pensamento positivo, nem simplesmente “fazer uma experiência” serão suficientes.
Se propusermos de seguir a Cristo, teremos que ter o caráter que é capaz de tomar
decisões e mantê-las, fazendo realmente o que decidimos fazer. Tiago nos urge a
“purificar” nossos corações contra a indecisão: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração” (Tiago 4.8). Não há maior necessidade em nossos dias, para aqueles que
professam ser discípulos do Senhor, do que decidir focalizar seus corações em Deus com
um compromisso profundo.
Compromisso é o que nos coloca acima da mediocridade.
É o que nos mantém firmes num propósito, quando outros são levados pelo vento. O
compromisso nos dá a convicção de quem somos, a quem nós pertencemos e para que
existimos.
Confissão
Paulo apresenta a confissão da fé em Cristo como uma das condições para a salvação. “Se,
com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9). Mais adiante ele exorta
Timóteo a ter a boa confissão, que faz toda diferença na vida de um discípulo-líder bem-
sucedido:
“Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste
chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas. Exorto-te,
perante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante Cristo Jesus, que,
diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão” (I Timóteo 6.12,13).
Compromissos secretos não se sustentam tanto como os públicos. Confissão é uma
declaração testemunhada de que temos, somos ou fazemos algo. A confissão pode dizer
respeito a algo que já fizemos ou a algo que nos comprometemos a realizar no futuro. Seja
como for, outros recebem a nossa confissão como uma promessa, e isso implica em
responsabilidade e compromisso da nossa parte.
A maior confissão é declarar com a nossa boca e nossas ações que pertencemos a Jesus.
Essa confissão tem seu ponto alto no batismo, e é renovada constantemente. Uma das
maneiras pelas quais mantemos de pé a nossa confissão é a participação na mesa do
Senhor, a Santa Ceia que tomamos regularmente.
De acordo com Apocalipse 3.14, Jesus Cristo é a testemunha verdadeira e fiel, que nunca
deixou de declarar publicamente o que l lie sabia no Seu íntimo. Não podemos ter
vergonha do Senhor. Para um verdadeiro discípulo de Jesus, é preferível morrer a encobrir
ou esconder suas convicções e seu compromisso com Cristo.
Tão importante é nossa confissão que o escritor de Hebreus fala dela como algo que
precisa ser conservada firmemente, se quisermos chegar ao céu. Ele escreveu: “…
conservemos firme a nossa confissão” (Hebreus 4.14) e “Guardemos firme a
confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10.23).
Lembre-se de que os Doze do Colégio Apostólico, e mesmo os Três do círculo mais
íntimo, demoraram um tempo para atingir esse nível de coragem, compromisso e
confissão. No final, o caráter de Cristo se manifesta com toda a glória de Deus em nossas
vidas, assim como o foi com eles.
São as nossas escolhas que fazem o nosso caráter. Assim, podemos escolher mudar de
um “coração” para outro. Isto é precisamente o que está envolvido na “conversão” a
Cristo. Tal conversão não é opcional. Jesus disse que temos de mudar: “Em verdade vos
digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum
entrareis no reino dos céus” (Mateus 18.3).
E dá para ir mais além: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir
após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16.24).
É aqui que começa o processo de crescimento: formação do caráter.
PALAVRAS E CONCEITOS IMPORTANTES DO DISCIPULADO:
TERMINOLOGIA QUE DEVEMOS CONHECER
Para uma melhor compreensão do discipulado, é bom começar considerando o significado
de certas palavras e conceitos que são extremamente importantes. Muitos dos termos
que usaremos neste estudo têm significados profundos e interessantes que precisamos
conhecer de antemão.
Conhecer o significado de certos termos é um passo fundamental em qualquer estudo sério
das Escrituras. A maioria dos fracassos na vida cristã tende a estar relacionada ao
desconhecimento da Bíblia.
Quando uma pessoa não entende o significado de certas coisas, não pode formar certos
conceitos e pensamentos em sua mente. Portanto, essa pessoa não poderá cumprir com o
que lhe é pedido.
O discipulado consta de várias partes, mas uma parte fundamental é a que está relacionada
com o ensino das Escrituras. Estas palavras expressam as diferentes formas ou métodos de
ensino. Doutrina: Ensino. Esta palavra se usa com relação ao que se ensina (Mateus
7.28), assim como com o próprio ato de ensinar (Mateus 7.29). O ensino aponta para
marcar positivamentç a obediência à Bíblia.
Admoestação: Em contraste com o ensino, a admoestação põe às claras os exemplos
negativos, e adverte contra eles, mostrando os resultados nefastos da desobediência. A
admoestação é uma instrução de palavra, tanto de alento como de repreensão (Colos-
senses 1.28; I Coríntios 10.11; Tito 3.10).
Exortação: Estimular alguém a que siga certa e determinada conduta. A exortação se dá
com antecipação, com vista para o futuro (Atos 2.40; 11.19-23).
Consolação: Em contraste com a exortação (que se dá com vistas ao futuro); a consolação
tem a ver com provas enfrentadas recentemente (I Tessalonicenses 3.6-7; Lucas 16.24-25;
Atos 15.30-33; 16.35-40).
Dissertação: Esta palavra não se refere a um sermão ou a um discurso, mas a um ensino
que se dá por meio de conversações (Atos 20.7-9; 24.24-25).
Repreensão: A Bíblia faz diferença entre uma repreensão útil e uma repreensão que é
injusta, ou inútil. A repreensão que aproveita é a que é feita com provas convincentes, e
com base na Palavra (Gálatas 2.11-14; Mateus 18.15; Lucas 3.19-20, João 3.20-
21). Instrução: Em geral se usa para referir-se a uma instrução oral (Atos 18.24-25;
Gálatas 6.6). A palavra catecismo significa “ensinar”, “informar”.
Estas palavras fazem referência à edificação que o discípulo recebe.
Jesus Cristo tinha em mente uma grande tarefa quando disse: “Ide e fazei discípulos”.
Conceitos e palavras relacionadas com o entorno do discípulo
O entorno ou ambiente correto é determinante para que um cristão chegue a ser um bom
discípulo (Atos 4.32-33).
Igreja: A reunião dos irmãos. A igreja é um dos fatores mais importantes na formação dos
discípulos (Efésios 4.11-16).
Dons espirituais: Com isto a Bíblia se refere à capacidade que Deus dá a cada um dos
irmãos para ministrar aos demais. Se cada um utiliza seus dons no âmbito da igreja, o
crescimento dos discípulos é facilitado (I Pedro 4.10-11).
Ministérios: É o trabalho que fazem os irmãos segundo seus dons para aperfeiçoar uns
aos outros. O desenvolvimento dos irmãos depende da atividade de cada membro (Efésios
4.15-16; I Coríntios 12.1-7).
Mestres: São os que dão ensinamento teórico e prático (Atos 13.1;
I Coríntios 12.27-29).
Na formação de um só discípulo muitas pessoas têm participação. Por isso, numa igreja
ativa, o que discipula nem sempre será o mesmo, pois as pessoas vão crescendo,
novos arranjos ministeriais vão sendo formados, e chamados específicos sendo
direcionados (Efésios 4.11-16). Nesses casos, a pessoa vai ser discipulada onde ela está
exercendo seus dons e chamado, como acontece quando uma pessoa muda de uma rede de
apoio ou de um ministério para outro dentro da própria igreja.
A igreja foi desenhada para preparar discípulos completamente desenvolvidos, e é por isso
que Deus deu diferentes dons e habilidades aos irmãos (Efésios 4.11-16).
De acordo com seus dons, os irmãos trabalham em diferentes ministérios, nos quais os
discípulos vão desenvolvendo seu chamado e sua vocação (Romanos 12.3-13).
O plano bíblico para o desenvolvimento de um discípulo é: aprender a Palavra de Deus,
conhecer o Seu dom (ou Seus dons) e trabalhar nessa área do ministério da igreja.
Se estes passos acontecem dentro de uma igreja, o discípulo chegará à maturidade. O
ambiente da igreja é crucial na hora de fazer discípulos (I Tessalonicenses 1.6-8).
Jesus Cristo tinha em mente um ambiente muito especial para o desenvolvimento de Seus
discípulos.
Resumindo…
a. Deus nos deu certa quantidade de ensinamentos que é necessário que os aprendamos, e
por sua vez os ensinemos.
b. O ensinamento bíblico pode ser recebido ou dado de diferentes formas, dependendo
das circunstâncias.
c. A variedade de dons que Deus deu aos irmãos da igreja permite que cada um ensine
algo específico.
d. Esta variedade também significa que cada discípulo necessitará de diferentes mestres
para desenvolver-se, apesar de ter aquele discipulador que o acompanha de perto.
e. O ensino deve ser dado a alguém que está interessado como discípulo, ou seja, um
“aprendiz” e “seguidor”. Ele precisa querer, estar disposto a pagar o preço e acertar
o passo com Cristo e com o discipulador.
f. O discipulador deve estar atento para não cometer certos erros frequentes.
O DISCIPULADO CRISTÃO
AQUELE QUE APRENDE E SEGUE O ENSINAMENTO
O QUE É UM DISCÍPULO?
Discípulo é aquele que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo o que
Cristo manda.
Àquele que creu, arrependeu-se, foi batizado e recebeu o dom do Espírito Santo a Bíblia
chama de discípulo. É importante entender que no contexto do Novo Testamento não
existe uma pessoa que seja convertida e não seja discípulo.
Salvo, convertido, discípulo, todos são termos que se referem a uma mesma pessoa. Cada
um desses termos tem um sentido diferente, mas são aplicados a um mesmo indivíduo.
❖ A palavra “convertido” aparece 2 vezes no AT;
♦> A palavra “crente” aparece 15 vezes no NT;
❖ A palavra “discípulo” aparece 3 vezes no AT e 258 vezes
no NT;
Uma média de todos estes capítulos indica que 57% são teóricos e que 43% são práticos.
Para ilustrá-la de alguma maneira, digamos que em 60 minutos de aula se estudasse teoria
durante 35 minutos, e que se fizesse uma prática durante 25 minutos.
O equilíbrio entre teoria e prática é notavelmente próximo e equilibrado.
Esta abundante proporção prática demonstra que a Bíblia é um “livro” feito para aprender
a viver (II Timóteo 3.16). Em vista da prática, os ensinamentos mais básicos são aqueles
que se repartem desde o princípio, quando o crente se acha na etapa inicial do
desenvolvimento (Hebreus 5.13).
Por outro lado, os ensinamentos mais sólidos são para aqueles que já começaram a por em
prática o que foi aprendido (Hebreus 5.14). As Escrituras também nos mostram que o
problema do crescimento do crente se deve em grande parte a uma falta de obediência ou
de sujeição ao ensinamento da Bíblia (I Coríntios 3.1-6).
Aprendemos também que um crente maduro pode decres-cer na fé se ele se tornar
obstinado diante da Palavra de Deus (Hebreus 5.11-12).
♦> Nas primeiras provas sofremos certas crises diante das quais nos queixamos
abertamente por acharmos difícil a vida cristã (Êxodo 14.10-14; I Tessalonicenses 2.17-
3.8).
* As tentativas iniciais de obedecer à Bíblia parecem ser extremamente difíceis (Êxodo
16.14-30; Salmo 73.1-28).
* Os novos crentes são ingênuos e relativamente fáceis de se desviar da Verdade, e às
vezes se esforçam em coisas inúteis (Atos 15.22-33; Efésios 4.11-14).
* Qualquer destas coisas traz consigo outro grande problema que também devemos
aprender a enfrentar: o desânimo. Este é um inimigo perigoso para o discípulo (II
Coríntios 2.5-8; 7.10).
* Estas e outras muitas coisas são as que o crente enfrentará diariamente ao tratar de
colocar em prática a Bíblia para aperfeiçoar-se como discípulo (Atos 14.21-22).
Por fácil ou difícil que pareça esta etapa, devemos insistir nela vez após vez, sabendo de
antemão que o Senhor estará conosco íicimente para levar-nos a alcançar a nossa meta.
Recordemos a meta (Mateus 28.18-20; Filipenses 5.12-14. Col.1.28).
A IMPORTÂNCIA DA FÉ NAS ESCRITURAS
Já foi dito que o discípulo deve conhecer e praticar a Palavra de Deus. A fé está
relacionada diretamente com estas duas coisas.
Existem muitos conceitos errôneos da fé, e aqui estão alguns deles:
❖ Crer que a fé é um sen timento que nos indica o que devemos fazer. Veremos que a fé
não é um sentimento (Jeremias 17.9).
♦> Crer que a fé é um “palpite” ou “pressentimento” que nos indica algo que vai ocorrer.
Veremos também que a fé não é um poder intuitivo da mente (Hebreus 11.1).
♦> Crer que a fé equivale ao grau de determinação de nossa vontade. A fé não se relaciona
com a intensidade ou magnitude de nossos desejos nem prognósticos pessoais (Tiago
4.13-16).
Na Bíblia se fala da fé em Deus e fé em Cristo (Marcos 11. 22; Gálatas 3. 26; Colossenses
1. 4; 2. 5; I Tessalonicenses 1. 8; Hebreus 6. 1).
Quando o discípulo lê e começa a conhecer as Escrituras, ele se dá conta de que Deus deu
numerosas e variadas promessas aos Seus filhos (Romanos 8.32-39).
É fundamental que o discípulo aprenda a reconhecer as promessas que correspondem ao
tempo em que vivemos (II I i-móteo 2.15). “Que maneja hem” ou “Que traz bem”
significa dizer que utiliza a Bíblia corretamente para discernir e separar as coisas umas das
outras.
Logo em seguida, o discípulo poderá aferrar-se com plena segurança às promessas que se
aplicam a ele (II Pedro 1.3-8).
O discípulo verá que algumas das promessas são exclusivamente para outras pessoas,
situações ou momentos históricos, e por isso não terá uma fé equivocada (Josué 21.43-45).
Verá com certeza outras promessas que são para nossa realidade presente e nelas poderá
exercitar sua fé em Deus (Mateus 28.18-20). “Fim do mundo” ou “consumação do
século” significa que o Senhor promete estar conosco todos os dias na luta que chega até o
final desta vida terrena, para logo entrarmos no céu com Ele.
Algumas das promessas são exclusivas para tempos futuros (II Pedro 3.13-14).
Algumas das promessas que o discípulo encontrará são promessas condicionais. Para
alcançar essas promessas o discípulo deve agir de certa maneira (Filipenses 4.6-7, 9).
Outras promessas são incondicionais, isto é, promessas em que Deus se comprometeu a
fazer algo sem relação com nada de nossa parte (Por exemplo: João 14.1-3; I
Tessalonicenses 4.13-18; I Coríntios 15.51.57).
Quando falamos de ter fé em Deus, estamos dizendo que cremos que Deus é digno de toda
confiança quanto a tudo o que Ele prometeu na Bíblia (Números 23.19; Atos 27.21-25).
O cristão entende que pode e que deve alcançar aquelas maravilhosas promessas de Deus
(obviamente as condicionais) e isto o leva a viver de certa e determinada maneira. Sua fé
se mostra por suas obras (Tiago 2.20-26).
Ter fé é algo muito prático se entendemos que se trata de viver de acordo com certas
regras que nos conduzirão às fiéis promessas de Deus (Hebreus 11.11).
Viver pela fé significa viver de acordo com as regras morais da Bíblia. Isto nos assegura
totalmente as promessas de Deus, as quais contêm tudo de que necessitamos (Filipenses
4.10-20).
Viver pela fé não significa viver em circunstâncias imprevisíveis; pelo contrário, significa
viver sabendo o que certamente ocorrerá (Hebreus 11.1).
Advertência: quando dizemos que viver pela fé - ou em obediência à Palavra de Deus, na
espera por Suas promessas - é viver uma vida previsível, não estamos dizendo que essa
vida será uma vida perfeita e ideal, sem nenhum problema ou dificuldade daí para I rente.
O que queremos dizer é que vivendo em obediência a Deus podemos vislumbrar de
antemão uma vida cujo caminho está revelado a nós, e que possui um final glorioso
(Hebreus 11.13-16). Ao mesmo tempo, temos garantia e certeza de vitória na
existência presente, pois a Palavra garante que em Cristo já somos mais que vencedores
(Romanos 8.37).
O QUE É UM
DEFINIÇÕES DO PRÓPRIO JESUS
Sempre ouvimos dizer que devemos ser discípulos de Jesus. Mas cada pessoa tem a sua
própria definição do que é ser realmente um discípulo de Cristo. Mas o que importa não é
como EU ou VOCÊ definimos o que é ser discípulo, mas como realmente Jesus define.
Vejamos as definições que o próprio Cristo dá para
discípulo.
Primeira Definição:
^ O Discípulo Faz o Que o Seu Mestre Faz
“Não é o discípulo mais do que o seu Mestre, nem o servo maior do que o seu senhor;
basta ao discípulo ser como a seu mestre, e o servo ser como a seu senhor” (Mateus
10.24,25).
O discípulo entra num relacionamento de aprendizado com o seu mestre. O discípulo faz o
que o seu mestre faz. Ele vê em seu mestre o exemplo a ser vivido. Em seu mestre ele
busca respostas e orientações para todos os momentos de sua vida.
Segunda Definição:
Terceira Definição:
Quarta Definição:
Há três palavras na língua grega que podem ser traduzidas como amor:
*** Filéo: Amor Fraternal (ele estabelece condições para amar alguém).
*1* Eros: Amor romântico (entre marido e mulher - este amor também estabelece
condições para amar alguém).
*t* Agape: Amor Divino (o amor de Deus para com o ser humano - este amor não
estabelece condições para amar). Este amor simplesmente ama incondicionalmente
alguém. E quando Jesus disse que para ser seu discípulo deveria amar (ágape) como Ele
ama, disse: incondicionalmente.
Quinta Definição:
Você pode ser um grande cientista, um famoso estadista, ou mesmo um grande teólogo, e
mesmo assim estar longe do plano de Deus para a sua vida. Se você não compreende e não
experimenta as verdades básicas do discipulado, ensinadas por Jesus e pelo Apóstolo
Paulo, então você não é um discípulo de Jesus, e você não será capaz de discipular outros.
O apóstolo Paulo escreveu para seu discípulo Timóteo, seu filho espiritual: “Tu, pois, filho
meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste
através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos
para instruir a outros” (II Timóteo 2.1,2).
Um discípulo é alguém que ama a Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, de todo o seu coração,
alma, e mente, e tenta se tornar mais e mais como Ele por meio da fé e da obediência.
*
Jesus, através de Lucas, ilustra muito bem como deve ser a vida e a conduta de um
discípulo de Jesus. Essa porção das Escrituras mostra que discipulado, segundo Jesus
Cristo, não é uma moda nova que apareceu na Palestina do primeiro século com a intenção
de ganhar espaço no mercado eclesiástico. Tampouco é uma moda nova no século XXI.
Pelo contrário, é compromisso sério com o projeto de Jesus.
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e
irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que
não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”
(Lucas 14.26,27).
As características que se seguem foram escritas por Bill Bright, fundador da Campus
Crusade for Christ, aqui conhecida como Cruzada Estudantil e Professional para Cristo.
1. Um discípulo deve ter a certeza da salvação. Deve saber que é um filho de Deus,
que Cristo mora dentro dele. Deve ser capaz de explicar isto para outros, sendo capaz de
dar seu testemunho com clareza e graça, convencendo os outros de que Cristo Jesus é o
Senhor e faz toda a diferença na vida do ser humano.
2. Um discípulo anda na plenitude e poder do Espírito Santo. O Espírito Sagrado é
responsável por tudo que acontece na vida de um crente: seu novo nascimento, andar
diário, compreensão das Escrituras e orações. Pile produz o fruto do Espírito em nós,
que nos capacita a ter vidas santas e a testemunhar de Cristo.
3. Um discípulo demonstra amor a Deus, aos seus líderes, seus vizinhos, seus irmãos
e seus inimigos. Jesus manda nos amar a Deus de todo nosso coração, com toda nossa
alma, com toda a nossa mente, e Ele também nos manda amar nosso próximo como a nós
mesmos.
João 15.14: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando”.
Discípulo Recém-Convertido
♦> A. mente busca entender as razões… o coração busca achar repouso (Atos 17.16 21).
❖ A mente busca analítica e sistematicamente… o coração busca ansioso e
desesperadamente.
❖ A mente busca comparações técnicas… o coração busca discernir as intenções a
“fundo” (II Reis 5.24-27).
❖ A mente busca os dados… o coração só quer a paz (Atos 8.27-37).
♦> Na mente ficam as memórias… no coração ficam as feridas.
❖ A mente pensa… o coração sente (Atos 13.44-48).
Como se pode notar, existe uma profunda interdependência entre o coração e a mente. O
coração só terá sua porção se primeiro a mente cumprir com sua função. Em outras
palavras, se você se dedica a esquadrinhar e a estudar a Bíblia, seu coração terá
bom. repouso (João 5.39-40).
* Um discipulador com pouco conteúdo intelectual corre o risco de ser emocional e
superficial em seus ensinamentos.
.0 Um discipulador com pouco coração corre o risco de converter-se em uma máquina de
dar informação e princípios, ainda que bons. Pense sobre com que tipo dessas pessoas
você tem tendência de ser mais parecido.
^ Nós crentes devemos procurar um equilíbrio entre o trabalho da mente e do coração. Um
desequilíbrio fará que as Escrituras sejam ensinadas com a ênfase no lugar errado.
A diferença entre mente e coração pode ser vista, por exemplo, no primeiro grande
mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e com toda tua alma, e
com toda tua mente” (Mateus 22.37). Isto significa que se deve amar a Deus com todas as
capacidades, apesar de se diferenciar a mente do coração, já que são capacidades distintas:
♦> Coração: (Gr.xapôía = kardia). Termo que figurativamente alude aos sentimentos.
❖ Alma: (qruxn =psyquê) Termo que inclui uma variedade de coisas, entre as quais
está a vontade.
❖ Mente: (Siávoia = ãianoia) Termo que alude à capacidade de pensar e refletir.
Evidentemente uma grande parte do discipulado se faz com o coração, mas outra parte
requer exclusivamente o trabalho da mente. Cada parte desempenha uma função distinta e
indispensável.
O discipulador deve exercitar sua mente por meio do estudo sério da Bíblia; só assim
poderá entender bem com o coração a vontade de Deus e logo poderá transmiti-la
efetivamente (1 Pedro 1.10-13).
| A SOBREVIVÊNCIA ESPIRITUAL DO DISCIPULADOR
^ Aprender a sobreviver espiritualmente é algo essencial na vida do discipulador (Atos
14,19-22),
Jf- O discipulador é uma ameaça para os planos do inimigo na vida das pessoas, sejam
elas candidatos à conversão, sejam os novos convertidos, ou até mesmo outros discípulos
mais maduros, em treinamento. Por isso o diabo vai fazer de tudo para neutralizar o
discipulador na sua tarefa de cooperar com Cristo.
A sobrevivência do discipulador é uma das tarefas mais difíceis que este enfrentará na
vida (Atos 26.22-23; II Timóteo 4.14-17).
O discipulador tem que compreender que muitas vezes ele terá que sobreviver a
circunstâncias difíceis. De outro modo ficará desqualificado para o serviço, ou prejudicará
a obra de Deus (I Coríntios 4.11-13; 9.11-12; 9.24-27).
Mesmo Cristo oferecendo vida abundante, o discipulador se verá muitas vezes em uma
desesperada luta pela sobrevivência espiritual. Ele é mais atacado porque ele está na linha
de frente, fazendo oposição aos planos do diabo na vida dos discípulos e quebrando seus
sofismas.
O fato do discipulador ou qualquer outro cristão sobreviver às crises não deve ser motivo
de jactância, nem de autocompaixão, mas de dar graças a Deus (I Tessalonicenses 2.17-
3.13).
^ Há certas causas de “morte” espiritual, e há certas formas de evitá-las:
❖ Não aprofundar sua própria vida espiritual levá-lo-á a um naufrágio na fé. A maneira
de evitar isto é amadurecer continuamente para que, quando a tormenta vier, a
sua vida espiritual esteja bem firmada (II Timóteo 4.9-10). Ficar aborrecido e
abandonar a carreira em casos de extrema pressão. A maneira de evitar isto é ir um
passo à frente dos problemas. Como? Buscando a Graça de Deus que, sem dúvidas,
será suficiente (II Coríntios 1.12; 12.7-10).
Jj|r* Desanimar-se e desfalecer pela intensidade da luta. Não
assuma mais responsabilidades do que as que pode
realizar. Não importa quantas necessidades estejamos conseguindo resolver; sempre
haverá mais necessidades. Não caia nesse engano do diabo; é melhor seguir o
plano de Deus de rogar por obreiros (Mateus 9.37-38).
♦> Canalizar as crises por caminhos equivocados. Por exemplo: buscar distrações,
passatempos, amizades, etc. para escapar das circunstâncias. O remédio para superar as
crises sem sofrer ainda não foi descoberto. Assim, você deverá enfrentá-las com valor
e ousadia, sem desviar-se. Batalhe com honra, esqueça-se de suas circunstâncias
passageiras, e entenda que você está lutando uma batalha espiritual de proporções
incalculáveis (Efésios 6.10-12).
As pessoas que você está levando à maturidade devem vê-lo sobreviver uma e outra vez
para que o ensinamento que você passa para eles seja realmente completo (II Timóteo
3.10-12).
a. O coração do cristão sofrerá conflitos, já que ele necessita ser preparado por Deus
para poder fazer discípulos.
b. É indispensável sermos fiéis nos processos de crise, já que estes são os que vão
amaciando o coração.
c. Não ter coração para fazer a obra de Deus equivale a ser imaturo, ou carnal.
d. A mente do discipulador deve ser submetida a exercícios frequentes do estudo da
Bíblia.
e. A mente deve ser satisfeita com a Palavra para que o coração chegue a estar satisfeito
de gozo e paz.
f. A mente e o coração devem manter-se equilibrados para podermos guiar outras
pessoas à maturidade espiritual.
g. A sobrevivência do cristão que faz discípulos pressupõe uma luta incessante.
h. O discipulador deve aprender a sobrepor-se aos ataques inimigos para que seus
discípulos tenham um ensino completo.
Trazendo para a prática…
■ Aprenda a predispor seu coração de uma forma mais sacrificial.
* Olhe para as provas com bons olhos, sabendo que estas lhe ajudam a apcrfeiçoar-se na
fé.
■ Submeta sua mente a estudos consistentes da Bíblia. (Como discipulador, você
deveria deixar as caixinhas de promessa, o uPão Diário” e os “devocionais” que
vêm prontos um pouco de lado, e tratar de ter algo mais sólido para alimentar-se. Comece
você mesmo a “cavar” os tesouros profundos contidos na Palavra).
■ Treine sua mente para poder ensinar as verdades da Bíblia, lendo bons materiais sobre
discipulado.
■ Aprenda a dar graças nas provas e a ter uma boa atitude em meio a elas; de outro
modo você não sobreviverá espiritualmente no futuro.
■ Aprenda a orar, orando a sós. Se você aprender a orar a sério e mantiver essa prática
diariamente, estará tão perto de Deus que não cairá facilmente.
TAREFA (Busque as respostas neste mesmo capítulo)
1. E possível fazer um discípulo somente com a carga do coração
Por quê?
2. É possível fazer um discípulo somente com a capacidade mental? Por quê?
3. De que maneira se prepara o coração do discipulador?
4. De que maneira se prepara a mente do discipulador?
5. Mencione duas coisas necessárias para a sobrevivência do discipulador.
CAPÍTULO CINCO
A PESSOA E O TRABALHO DO
DISCIPULADOR
PRINCÍPIOS ESSENCIAIS AO DISCIPULADOR O Discipulador deve ser adepto
da visão de discipulado
Segundo George Barna, visão é a “força impulsora por trás da atividade de um líder ou
grupo de pessoas motivadas. É uma força interior que guia o indivíduo através de
dificuldades imprevistas ou o estimula a agir quando exausto ou hesitante em dar o
próximo passo rumo à meta a ser alcançada”.
É necessário que o discipulador tenha realmente absorvido a visão do discipulado e
não simplesmente concordado com sua eficácia. Em outras palavras, é necessário que
ele esteja envolvido intelectualmente, emocionalmente e voluntariamente com a
visão.
jf O pastor titular da igreja é quem deve capitanear a visão.
™ O líder da rede é quem deve capitanear a visão dentro da sua rede. Não pode ser
apenas um dos ministérios, cuidado por alguém que recebeu delegação para isto.
Toda a igreja deve respirar discipulado. Todos os ministérios devem estar envolvidos
na tarefa de fazer discípulos. O discipulado é algo essencial à vida da Igreja.
( )
( ) ( ) ( ) ( )
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Eu leio muito. Os livros são importantes para mim quando quero aprender.
Raramente leio. Não gosto de ler.
Eu aprendo ao fazer, olhar e me envolver com coisas práticas. Frequentemente ouço fitas,
CD ou vídeos educativos. Gosto de conversar com alguém que conhece sobre o assunto
que me interessa.
Eu não tenho um padrão definido de aprendizagem.
Porque Jesus fez assim e mandou que fizéssemos do mesmo jeito. Ele concentrou Seus
esforços em doze homens. Ministrou às suas vidas por três anos e meio, dia e noite,
dando-nos o exemplo de como devemos fazer. Esta é a única maneira de trazer todos
os homens de volta ao governo (disciplina) de Deus.
A QUESTÃO DA AUTORIDADE
Sem submissão não há formação; O discípulo deve ser manso e humilde, estando sujeito
aos irmãos, aos líderes, sem rebeldia e obstinação.
Sem submissão não há autoridade; O princípio básico para ter autoridade é estar
debaixo de autoridade e se sujeitar a ela (Ex: Jesus). Se você não respeita e não honra
aqueles que estão acima de você, não terá igualmente a honra e o respeito dos seus
liderados.
Ninguém tem autoridade em si mesmo: Nossa autoridade vem de Jesus.
Autoridade é diferente de autoritarismo: O discipulador precisa entender que ele é o
servo do discípulo e não o dono. Deve ensinar todo o conselho de Deus e não os seus
gostos e preferências pessoais.
TRÊS NÍVEIS DE PALAVRA NO DISCIPULADO
QJ A Palavra de Deus
A essa o discípulo deve ter uma submissão absoluta. Quando damos a Palavra de Deus a
um discípulo e ele não a recebe, está sendo rebelde. Nesse caso devemos seguir as
orientações dadas por Jesus em Mateus 18.15-20, ou seja a pessoa poderá até ser
disciplinada. Todos no Corpo de Cristo, e não apenas o discipulador, têm autoridade para
corrigir e repreender outro irmão dentro do ensino da Palavra (Deve-se observar, antes, o
ensino de Gálatas 6.1 e Mateus 7.1-5).
Nossos Conselhos
A submissão aqui é relativa. Exemplo: quando dizemos a um discípulo que ele não pode
casar com uma moça incrédula, estamos dando a Palavra do Senhor. Isso é absoluto. Mas
quando falamos que não é bom que ele se case com a “irmã fulana”, estamos dando um
conselho.
Pode ser que o conselho que damos seja baseado no conhecimento que temos da Palavra
de Deus, mas, mesmo assim não passa de conselho. E relativo. Se o discípulo rejeita um
conselho, não é necessariamente um rebelde. Entretanto, aquele que nunca aceita
conselhos, é orgulhoso e auto-suficiente. Não pode ser edificado.
Nossas Opiniões
Não é necessário nenhum tipo de submissão às opiniões e gostos pessoais do discipulador.
Há casos em que o discípulo fica parecido com o discipulador, mas isto é algo espontâneo,
fruto da convivência, do andar junto. Não é imposição, uma cobrança. Pedro era diferente
de João, de Tiago e de André, mas todos eram discípulos de Jesus.
O que acontece com um novo convertido, torcedor do Fortaleza, que vai ser discipulado
por um irmão que torce pelo Ceará (pode ser São Paulo e Palmeiras, Flamengo e Vasco,
Vitória e Bahia, Coritiba e Atlético, Remo e Paysandu, Grêmio e Internacional)? Enfim,
opiniões e gostos diferentes. O discípulo não precisa mudar de time ou começar a gostar
de comer o que antes não gostava. Isto não é discipulado!
Discípulo formando discípulos
Enfatizamos constantemente que ovelha sadia sempre dá cria. Dentro da lógica do mundo
animal, em se tratando de ovinos, é ovelha quem gera ovelha. Dessa maneira, é
correto dizer que pecador gera pecador, mas discípulo gera discípulos.
Quantas pessoas foram transformadas por Deus em crentes maduros e multiplicadores,
graças ao fato de você, um dia, ter se apegado às suas vidas, e investido tempo com elas,
de modo que Deus usou a sua vida como exemplo? Podemos apenas mencionar os
seguintes textos bíblicos:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os…
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28.1 9-20).
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar
Jesus, o Cristo” (Atos 5.42).
“E o que da minha parte ouviste através de muitas testemunhas isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (II Timóteo 2.2).
“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender e sim deve ser brando
para com todos, apto para instruir” (II Timóteo 2.24).
“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tito 2.1).
O fiel discípulo de Jesus forma outros discípulos. Este princípio acontece em
consequência da obediência ao claro ensino da Escritura quanto ao crescimento do Corpo
de Cristo. Vejamos alguns exemplos deste princípio bíblico:
O Senhor Jesus constantemente pregou às multidões, mas o seu ensino foi direcionado aos
seus discípulos. A Escritura relata que “Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que
ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os apóstolos, para
que estivessem com ele, e os enviasse a pregar” (Marcos 3.13-14, NIV).
Cremos que um discípulo de Jesus não pode ser formado em apenas três ou seis meses.
Contudo, não há problema algum que em 6 meses de discipulado o discípulo já tenha
crescido, seja batizado e até já seja um auxiliar de célula, em preparação para liderar. Ele
já pode ser um membro ativo com muitos frutos. Ele está pronto para continuar a crescer e
a frutificar. Contudo, o discipulado nunca para, deve continuar.
A experiência de muitas igrejas tem mostrado que muitos dos que são recebidos como
membros de uma igreja local, após algum curso preparatório para o batismo, passam a não
ter mais a mesma disposição de aprender. Ou seja, de se submeterem a um discipulado
mais maduro. Consequentemente, a formação de um caráter cristão, e o seu crescimento
espiritual, que até então era notável, também sofre uma desaceleração gradual.
CAPITULO SEIS
)ÇO DISCIPULADOR COMO MODELO
DE RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS
O discipulador é, em primeiro lugar, um membro do Corpo de Cristo. Como membro da
família, como um filho crescido, ele é requerido ajudar a cuidar dos “irmãos mais novos”,
e é aí que ele assume o papel de discipulador. Nessa posição, ele precisa ter um
comportamento aprovado pelo Mestre. Se você quer ensinar, então deve ser exemplo.
Paulo deu uma ousada palavra de comando para os crentes da igreja de Corinto: “sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (I Coríntios 11.1). Escrevendo aos
Filipenses, o apóstolo exige que “o que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e
vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Filipenses 4.9).
A seguir, algumas sugestões que você, como servo do Senhor, deve viver para influenciar
positivamente a vida do novo discípulo:
♦J* Obedeça sempre a Palavra de Deus.
❖ Cuide bem da sua família. Quando necessário, busque auxílio pastoral para
aconselhamento.
♦> Não perca a ternura. A amargura mata o vigor espiritual e nos torna indiferentes à
santidade.
❖ Nunca seja orgulhoso. A soberba é essencialmente competitiva e ofensiva.
O MOTIVO DO DISCIPULADO
O propósito do Discipulado é um só. Todavia, ele é como uma corda trançada de vários
fios. Podemos mencionar os elementos que somam ao principal motivo.
Quando aderimos ao discipulado estamos sendo obedientes ao imperativo da Grande
Comissão de Jesus (Mateus 28.18-20), que nos ordena fazer discípulos de todas as nações.
Não discipu-lar equivale a desobedecer a um dos mandamentos mais contundentes de toda
a Bíblia.
Ao aplicar o discipulado, apresentamos o evangelho da salvação aos eleitos de Deus,
proporcionando a oportunidade para que o Espírito Santo aplique a graça de Deus às
mentes e corações. Evangelizar é compartilhar Jesus no poder do Espírito, deixando os
resultados com Deus, visando à reeducação para uma vida transformada.
Através do discipulado preciosas vidas são libertas das trevas e do poder de Satanás para a
luz do reino do Filho de Deus.
Com o discipulado a igr ej a cresce espiritual e numericamente.
Pelo discipulado ensinamos as pessoas a reconhecer a soberania de Cristo sobre todas as
esferas da vida humana, inclusive na ciência, na arte, na educação, na economia, na
política e no lazer.
O propósito essencial que envolve todos os demais é a glória de Deus. O profeta Oséias
disse: “conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda
é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva serôdia que rega a terra” (Oséias 6.3).
O OBJETIVO DO DISCIPULADO
O objetivo do discipulado já está bem trabalhado neste material. Contudo, podemos ser
ainda mais específicos quanto a ele. Devemos nos perguntar que mudanças Deus tem feito
na vida de outras pessoas através da nossa vida. Conseguimos responder?
Instruir abrindo caminho para a evangelização
Alguns chamam de pré-evangelismo a instrução de doutrinas básicas da fé cristã. O pré-
evangelismo é ao mesmo tempo tanto didático como apologético. É didático porque se
propõe a estabelecer as doutrinas fundamentais sobre o trino Deus, o que é a Bíblia,
pecado, graça, perdão, expiação, céu, inferno, e tantas outras palavras-chaves que
preparam o evangelizado para receber a verdade integral para a sua vida.
Vivemos numa sociedade pós-moderna onde não basta apenas dizer: arrependa-se e creia
em Cristo. É possível que no decorrer dos estudos você descubra que o discípulo carrega
consigo uma carga enorme de conceitos estranhos e talvez anticristãos que recebeu em sua
formação. É necessário redefinir palavras, com fidelidade à Escritura.
A formação de um novo caráter nos indivíduos
Este é o aspecto que visa implantar no discípulo um caráter que mais se aproxime da
imagem de Jesus Cristo (Romanos 8.29). Portanto, não é algo a ser aplicado apenas a um
cristão menos experiente ou com pouca idade, com pouco ou muito tempo de igreja, pouca
ou muita experiência de vida. Pelo contrário, destina-se a cristãos comprometidos e
humildes o suficiente para reconhecer que ainda necessitam de transformação. A
santificação é progressiva. Consequentemente, os relacionamentos serão melhor
vivenciados quando se vive numa atmosfera comunitária de discipulado bíblico (Atos
2.42-47).
Evangelização pela amizade
A evangelização eficaz acontece através da amizade. Pessoas que demonstram o amor de
Cristo, que se preocupam umas com as outras, são pessoas que cuidam umas das outras. O
papel do discipulado é explicar o “porquê” desse cuidado e comunhão. A transformação
pessoal através de relacionamentos ocorre quando o amor de Deus é manifestado através
dos seus filhos (João 17.20-23). Existe uma legítima diferença entre evangelismo
e discipulado. John R.W. Stott comenta que:
No evangelismo proclamamos a loucura do Cristo crucificado, a qual é a sabedoria de
Deus. Decidimos não saber mais nada e, mediante a insensatez dessa mensagem, Deus
salva aqueles que nele creem. No discipulado cristão, entretanto, ao levar pessoas
à maturidade, não deixamos a cruz para trás. Longe disso. Antes, ensinamos a completa
implicação da cruz, incluindo nossa suprema glorificação.
A Bíblia afirma que os cristãos sobrevivem e crescem nos relacionamentos mútuos:
♦í* Membros uns dos outros (Romanos 12.5)
♦> Amando cordialmente uns aos outros (Romanos 12.10).
♦> Honrando uns aos outros (Romanos 12.10).
♦> Tendo o mesmo sentir uns para com os outros (Romanos 12.16; 15:5).
*> Amando uns aos outros (Romanos 13.8).
♦t* Edificando uns aos outros (Romanos 14.19).
♦> Acolhendo uns aos outros (Romanos 15.7).
*t* Admoestando uns aos outros (Romanos 15.14).
♦> Saudando uns aos outros (Romanos 16.16).
♦> Esperando uns pelos outros (I Coríntios 11.33).
♦> Importando-se uns com os outros (I Coríntios 12.25). Servindo uns aos outros
(Gálatas 5.13).
♦> Levando as cargas uns dos outros (Gálatas 6.2).
♦> Suportando uns aos outros (Efésios 4.2; Colossenses 3.13).
*** Sendo benignos uns para com os outros (Efésios 4.32).
Amadurecimento espiritual
Todos nós somos chamados para fazer discípulos! Só existem dois tipos de pessoas que
não podem discipular: alguém que não é um seguidor de Jesus e/ou alguém que
desobedece ao mandamento de Deus e se recusa a discipular outros.
Discipule obedecendo e fazendo como Jesus fez! Trace um plano; escolha duas ou três
pessoas, de acordo com a orientação de seus líderes e as necessidades que forem surgindo
na sua célula, sem ignorar as necessidades das demais pessoas ao seu redor.
Em Provérbios 27.17 e I Coríntios 10.12, nós somos encorajados a chegar junto daqueles
que estão desencorajados e animá-los. O mesmo vale para aqueles que são novos,
recém-chegados, idosos, imaturos, e também para aqueles que são maduros. Em outras
palavras, para todo mundo!
Formar uma equipe com Deus e com os irmãos torna tudo isto possível! O discipulado
acontece num ambiente de amizade, confiança, companheirismo e informalidade.
Contudo, há muita responsabilidade e seriedade envolvidas.
Para alcançar o alvo diante de mim, existem três P’s que eu preciso
buscar e orar sobre eles:
Preparação - nunca saia para fazer algo se você não estiver guiado por Deus e igualmente
preparado para realizar aquilo. No caso do discipulado, uma das primeiras condições para
discipular é você mesmo estar sendo discipulado!
Processo - seguir um plano estratégico, seguindo os princípios e preceitos de Jesus! Não
podemos simplesmente copiar a experiência dos outros. Temos que encarnar em nossa
vida e em nossa prática a realidade do Reino de Deus e manifestar a obediência requerida
por ele.
Pessoas - Cerque-se de pessoas crentes, tementes a Deus e que serão uma influência
positiva no seu crescimento cristão. Dessa maneira todos são abençoados e também
abençoam.
Depois de fazer uma checagem em mim mesmo a respeito da minha fé, eu realmente
me tornei um discípulo de Jesus ou estou apenas usando o uniforme?
♦> Eu O amo de todo o meu coração? Então, qual o obstáculo em obedecê-Lo
plenamente?
<* O Espírito Santo consegue acesso ao meu coração para me convencer de pecados
ou más atitudes que eu preciso confessar e submeter a Cristo?
♦> Eu tenho um bom entendimento do chamado de Deus, e estou seguindo-O
obedientemente?
♦> Quem está, na verdade, no controle das minhas decisões, eu ou o Senhor?
♦> “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece,
tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça
todo aquele que professa o nome do Senhor” (II Timóteo 2.19). Depois de ler este texto,
o Senhor realmente me conhece? Os outros sabem que Ele me conhece?
♦> Sou eu quem usa Jesus ou é Ele quem me usa? Ele é um
rapaz de recados divino ou meu Senhor?
♦> Em tenho clara consciência e me recordo sempre para o que estou vivendo, uma
esperança futura na eternidade?
♦> Estou disposto a fazer qualquer coisa que for preciso para me tornar mais e mais
parecido com Jesus?
♦> Calvino disse que devemos querer “regular nossa vida e maneiras de acordo com as
Escrituras!” Queremos?
♦> Para onde eu devo ir e o que eu preciso fazer? (Busque a vontade de Deus através
do conhecimento de Seu caráter e preceitos das Escrituras, e olhe para o seu próprio
coração. Descubra seus dons espirituais e que oportunidades estão diante de você).
♦> Devo lançar alvos para mim mesmo, pois é melhor
preparar do que consertar! São Francisco de Assis disse:
“Comece fazendo o que é necessário; depois faça o possível; e de repente você estará
fazendo o impossível”.
*** Eu pratico minhas disciplinas espirituais de uma maneira consistente?
* Minha família está em boa forma, andando na verdade e em plena harmonia com
Deus e uns com os outros?
*** Já descobri meus dons espirituais e estou direcionando meu ministério para
complementá-los e fazê-los render o melhor para o Reino de Deus?
♦> Eu tenho parceiros de oração e intercessores que me ajudam a orar e me cobrem
de oração para que eu seja uma bênção e um abençoador?
* Eu consigo enxergar a seriedade da obediência, e percebo que o meu destino
eterno depende dela? Eu compreendo que Jesus exige que os Seus discípulos distingam
entre aparência e realidade, isto é, entre ser verdadeiros cristãos e apenas realizar rituais e
coreografias?
♦> Qual é a minha atitude para comigo mesmo, as pessoas ao meu redor, minha
situação, os preceitos das Escrituras, e as oportunidades e a vida que Cristo me
oferece?
*** Se Ele é o Senhor, então Ele é meu chefe e meu conquistador, um chefe amoroso e
cuidadoso, que leva em conta os meus melhores interesses, porque é um Rei bom e
gracioso! Assim, será que estou disposto a entregar as rédeas da minha vida a Ele, não só
uma parte ou pela metade, mas deixá-Lo controlar tudo, inteiramente? Como disse Santo
Agostinho: “Se Ele não for o Senhor de tudo, então Ele não é realmente o Senhor”.
*** Eu tenho medo do fracasso? Se tiver, devo lembrar que Deus entende as
dificuldades, e não é o fim do mundo se eu falhar, desde que eu tenha tentado acertar e me
mantido obediente a Cristo. Devo tentar de novo e, dessa vez, com a graça Dele, eu vou
conseguir. Devo lembrar que Jeremias foi um grande fracasso aos olhos dos seus
contemporâneos
e do mundo, mas um grande homem de obediência aos olhos de Deus!
♦> Meu foco deve estar em Cristo, não em como discipular.
Eu não devo deixar o método ou o processo ser a minha doutrina, mas Cristo!
♦> Será que eu O confesso com os meus lábios, mas o nego com as atitudes do meu
viver diário? Não é tão
difícil pertencer a uma igreja ou aprender as normas religiosas de uma organização, mas é
mais difícil viver a vida cristã. Contudo, Cristo nos dá o amor, a graça, os meios e as
condições de fazê-lo.
♦> Como eu defino a fé? Lembre-se, fé sem ação é contradição, e amor sem obediência é
impossível!
♦> Nós nos tornamos discípulos quando somos discipu-lados, e então devemos ir e
fazer o mesmo com outros!
Discipulado é o meio para construir relacionamentos!
Nós fomos criados para algo mais na vida do que simplesmente buscar prazeres. É por
isso que pessoas que “têm tudo” ainda se sentem vazias. Deus não criou cristãos Lobos
Solitários. Ele nos criou para estarmos em comunidade, em relacionamento uns com os
outros, e o discipulado é a chave para essa comunidade.
Deus nos convida a edificar uns aos outros. Em nossa igreja não pode existir nenhuma
pessoa que não tenha pelo menos outra pessoa a quem ela possa chamar de amiga e em
quem confie, e com quem possa se relacionar também fora da igreja, como aniversários,
eventos, comunhões, retiros, passeios, etc. Pode ser o discipulador ou a discipuladora, mas
pode ser também outro irmão ou irmã. Encorajamos essas amizades entre pessoas do
mesmo sexo: duplas de amigos homens ou duplas de amigas mulheres. Podem ser também
grupos, e nesse caso podem ser pessoas de ambos os sexos.
Leve isto em conta no seu coração: Jesus nunca pediu a ninguém para fazer algo sem
habilitá-lo com o poder necessário para realizá-lo. Que isto nos encoraje e nos motive a
prosseguir!
Provérbios 18.24: “O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais
chegado do que um irmão”.
Mateus 7.18-24: “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má
produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!
entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos
de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras
e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha…”
Mateus 19.28-30: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei,
antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Não se
vendem doispardaispor um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de
vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados”.
Marcos 1.1-5: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está
escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual
preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas; apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de
arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da
Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram
batizados por ele no rio Jordão”.
Lucas 9.23-25,48: “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia
a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem
perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? … e lhes disse: Quem
receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele
que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande”.
Lucas 14.26-27: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”.
João 8.31: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes
na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.
I João 5.3: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora,
os seus mandamentos não são penosos”.
II Timóteo 2.7: “Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não
minto), mestre dos gentios na fé e na verdade”.
I Pedro 3.15: “…antes, santifiicai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando
sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que
há em vós”.
MUDANÇA DE VALORES
Com honestidade devemos confessar que muitas vezes nós, que lideramos igrejas e
ministérios, valorizamos mais o status que nos traz sucesso pessoal do que o
desenvolvimento de outros para exercerem sua própria liderança. O discipulado exige uma
mudança radical dos valores que governam nosso enfoque ministerial.
Vivemos numa época em que a importância do ministério de alguém está, muitas vezes,
ligada à quantidade de resultados. Esta ênfase quantitativa faz com que muitos líderes se
dediquem a edificar seus próprios reinos. Sem dúvida, aquele que quer discipular como
Cristo fez deveria buscar o reino de Deus mais do que construir seu próprio império. Esta
mudança resulta numa postura de humildade que permite que outros cresçam para a
glória de Deus e para o bem de Seu povo.
Lamentavelmente, tal postura está muito ausente na maioria dos pastores e líderes cristãos
contemporâneos. O anseio pelo protagonismo e reconhecimento produz efeitos negativos
no reino de Deus. Por exemplo, muitos líderes se sentem ameaçados por líderes mais
jovens, pois temem que eles vão “puxar seu tapeie”. Muitos líderes jovens, em muitas
igrejas, têm sido obrigados a buscar oportunidades de ministério fora de suas próprias
igrejas porque seus pastores não lhes deram espaço para desenvolver sua liderança e
exercer seus dons e habilidades.
Um exemplo de um líder-mentor que buscava o desenvolvimento de outros líderes é o do
discípulo cujo sobrenome era Eilho da Consolação” (Atos 4.36). Barnabé era
reconhecido entre os apóstolos por seu compromisso e generosidade. Enviaram Barnabé a
Antioquia para que ele cuidasse da igreja crescente. Era um homem bom, cheio do
Espírito Santo e de fé (Atos 11.24). Foi abençoado em sua liderança, pelo que não hesitou
em apoiar um novo convertido que havia sido inimigo ferrenho dos seguidores ilo Senhor
Jesus Cristo. Desta maneira abriu as portas para o desenvolvimento de Saulo,
posteriormente chamado de Paulo. Ele mesmo foi atrás de Saulo para apoiá-lo na colheita
de Antioquia.
Mais tarde o Espírito Santo separou a ambos para que levassem o evangelho para além de
Antioquia (Atos 13.2).
Pouco a pouco Paulo se destaca diante de Barnabé como u líder de mais influência na obra
missionária. Aquele que havia sido maior na fé vê seu discípulo superando-o em
autoridade e em reconhecimento. Mas não houve rivalidade nem ciúmes quanto ao
ministério.
Barnabé e Saulo se separaram mais na frente, é verdade, mas foi devido às suas diferenças
de opinião quanto à participação de João Marcos na equipe missionária (Atos 15.37-41).
Então Barnabé chegou a ser mentor de João Marcos enquanto continuavam em suas
labutas missionárias. Considerando o Evangelho segundo Marcos e as epístolas de Paulo,
sem mencionar o livro de Atos, é notável a influência de Barnabé sobre os mesmos
escritos do Novo Testamento.
A prática de Barnabé de apoiar outros líderes faz dele um grande modelo para os
discipuladores de hoje. Barnabé não se agarrou ao poder. Muitos líderes atuais defendem
sua posição e poder com unhas e dentes, e fazem todo o possível para manterem sua
autoridade e prestígio a todo custo. Quantas igrejas e ministérios não já naufragaram
depois da saída do líder? Enquanto o mundo promove uma liderança baseada em posição e
em poder, o Senhor nos chama para uma liderança de serviço.
“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são
considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os
seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o
primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.42-45).
Alguém mencionou ter visto uma caricatura há algum tempo. Nela, um líder religioso,
diante do corpo ministerial da igreja, afirmava: “Eu creio na teocracia; e meu nome é
Teo!” Ainda que isto soe engraçado, é cada vez mais frequente a tendência de se exercer a
liderança na igreja com autoridade “infalível” e “inquestionável”. Em alguns grupos, até
se pronunciam maldições contra aquelas pessoas que se opõem a este estilo de liderança
centralizadora. O coronelismo, tão comum na esfera política, encontra seus adeptos até
mesmo em muitas comunidades evangélicas. Mas o Senhor nos exorta: “não será assim
entre vós” (Mateus 20.26).
O valor fundamental da liderança do discipulador está baseada em seu serviço. Primeiro,
está para servir ao Senhor, mas também para servir aos demais segundo a vontade de
Deus. O bom discipulador não se torna “dono” de seus discípulos. Pelo contrário, sua meta
deve ser manifestar a mesma atitude de Jesus Cristo para o bem de todos.
Normalmente as pessoas não consideram a humildade como um valor na liderança.
Contudo, no caso do discipulado, o discipulador é chamado a exercer sua influência com a
mesma humildade de Jesus Cristo, o qual “a si mesmo se humilhou, tomando-se
obediente até à morte e morte de cruz” (Filipenses 2.8). O discipulador e o discípulo são
amigos, mas são amigos com um propósito: que os dois cresçam em santidade e em
serviço ao Senhor.
O DISCIPULADO NA PRÁTICA
Se alguém decide seguir a Jesus em Seu modelo de desenvolver líderes, deve entender que
discipulado não é uma estratégia para multiplicar o número de líderes do dia para a noite.
É um processo onde você pacientemente investe sua vida na de seus discípulos. E
devemos inculcar na vida dos discípulos esta mesma visão de multiplicar intencionalmente
líderes por meio de uma relação pessoal centrada em Jesus e em Sua Palavra.
Você precisa ser o modelo perfeito para entrar numa relação de discipulado. Isto só é
possível porque a perfeição de Cristo nos cobre, envolve-nos totalmente. Não somos
perfeitos, mas a perfeição de Cristo, a qual nós também buscamos, garante que seremos
bem-sucedidos, tanto nós como nossos discípulos.
Devemos entender que é um compromisso de viver os valores assinalados anteriormente, e
investir tempo. Não é um programa baseado somente em materiais impressos nem
num currículo pré-estabelecido. Tanto o discipulador como o discípulo realizam seu
avanço com. sensibilidade e submissão à direção do Espírito Santo.
*** Você deve estar atento para identificar pessoas com potencial para o ministério.
♦> O coração desta pessoa se inclina para Deus?
*** Ele ou ela é responsável?
*** Ele ou ela toma iniciativa?
*** Está disposta a comprometer-se com uma relação de discipulado que possa implicar
em reuniões semanais ou, ainda, várias outras atividades?
❖ Também deve existir certa química entre o discípulo e o discipulador. Se não existe, os
resultados da relação de discipulado provavelmente terminarão sendo pobres.
Uma palavra de advertência: já que a relação de discipulado se baseia na transparência e
na vulnerabilidade de um para com outro, terminantemente não é saudável nem
recomendado que um homem discipule uma mulher, ou vice-versa.
Gastem tempo juntos. Certo pastor, cujo ministério tem sido caracterizado pelo
desenvolvimento de líderes, disse que não faz nada sozinho no ministério. Se ele visita
um enfermo, se vai ministrar numa igreja, mesmo quando vai ao banco, sempre trata de ir
acompanhado de algum outro homem em quem ele
está investindo tempo e esforço. Talvez o papel mais importante do discipulador seja o de
ser modelo para o discípulo.
Elias levou tanto Eliseu consigo para todo lugar que, mesmo depois de ser arrebatado na
carruagem de fogo, seu ministério continuou. Continuou com o mesmo caráter, mesmas
virtudes, mesma seriedade, mesmo impacto e mesma aprovação diante de Deus. Na
verdade, foi até maior, pois, como Eliseu mesmo pediu, recebeu porção dobrada do
espírito de Elias.
O bom discipulador abre portas para seu discípulo. Às vezes insistimos em que uma
pessoa ou outra não está pronta para assumir responsabilidades. Mas ao lhes dar
oportunidades de liderança, elas aprendem com a mão na massa. Não podemos
desampará-los no ministério, mas devemos ficar ao seu lado para apoiá-los. Não
podemos também super protegê-los diante do fracasso. Muitas vezes aprendemos mais
com nossos “fracassos” do que com nossos “êxitos”.
Todos precisamos de um discipulador. E todos podemos dis-cipular, já que sempre
haverá pessoas com menos experiência que nós. Quando você começa a desenvolver
líderes da maneira de Jesus, por meio do discipulado, você descobre que não é só o
discípulo que recebe benefícios; o discipulador também é transformado pela relação.
Nestes dias de grande colheita e de múltiplas oportunidades de ministério, ca i Paulo
precisa de um Barnabé, e cada Timóteo precisa de um Paulo. Assim, animando-nos
mutuamente, crescemos juntos “até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura d*
plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).
Jesus não era um homem de púlpito. Não era um homem de mensagens elaboradas ou
entusiasmadas. Jesus era um homem de relacionamentos. Seus discípulos aprenderam tudo
vendo (I João 1.1).
Um dos fatores importantes para que os discípulos aprendam a amar é que sejam amados.
Espírito Santo nos dá a capacidade de amarmos e de demonstrarmos o amor.
Os discípulos amarão uns aos outros (isso vai causar impacto no mundo).
O amor é a única maneira de conquistarmos uma reação favorável dos homens.
O discipulador deve ser e fazer tudo aquilo que quer que seus discípulos sejam e façam.
Jesus vivia os seus ensinamentos, mostrando assim que funcionavam.
A melhor escola é o exemplo. Aquilo que não ensinamos pelo exemplo, na verdade, não
ensinamos.
>L ♦> Ensinar a evangelizar, pela amizade, pelo exemplo e pela transmissão da verdade
cristã de maneira clara e objetiva. /,:*** Proclamar e testemunhar juntos de Cristo e de
Sua vontade.
. L ❖ Visitar contatos juntos, principalmente familiares, colegas de estudo e trabalho e
aqueles mais próximos de sua área de influência.
ç.*♦* Todo discípulo deve dar fruto.
CAPÍTULO OITO
DISCIPULADO DO CRISTÃO
PRINCÍPIOS PARA DISCIPULAR
Já falamos dos princípios elementares que regem o disci-pulado. Tais princípios são
universais e nunca mudam, já que procedem da Bíblia. Nenhum modismo dos tempos
atuais pode substituir o que a Bíblia já ensina com muita clareza e riqueza de exemplos e
resultados.
Diferentemente dos princípios, é normal que os métodos variem entre si. Isto se deve ao
tato de que os métodos são o canal pelo qual se dá o ensino.
Como os métodos em sua maioria são relativamente bons, esta lição não se propõe a
examiná-los. O que desejamos é trazer uma série de pautas e princípios que deveríam estar
presentes em qualquer método de discipulado.
Apesar dos métodos serem importantes, mais importante ainda é que tais métodos incluam
certos princípios. Assim, pois, qualquer método deveria levar muito em conta os seguintes
pontos:
♦> Ter um objetivo bem definido.
♦> Ter um curso bem traçado até o objetivo almejado.
♦> Ter mecanismos que permitam que o discípulo comece a ensinar.
Deus possui pleno domínio sobre o tempo. Ele sempre soube o que aconteceria em
nosso passado, presente e futuro. Esta ampla revelação contida na Bíblia nos permite
compreender bem o plano de Deus (Isaías 41.21-27).
Isto também nos permite definir bem os objetivos que devemos alcançar como cristãos
neste tempo. Qualquer um que se proponha a fazer um discípulo deve saber onde está
“parado” e para onde se dirige o plano de Deus (João 3.7-12).
Empreender certo e determinado caminho sem ter estabelecido um objetivo concreto é um
erro grave e muito frequente entre os seres humanos. O Senhor mostra outro exemplo na
hora de encomendar algo (Êxodo 3.7-10; Josué 1.1-9).
Os bons líderes sempre marcaram objetivos claros e bem definidos para os seguidores de
Cristo.
*** Moisés aos Israelitas (Deuteronômio 4.1-9).
*** Paulo aos cristãos gentios (Efésios 4.1-6,13; Filipenses 3.
13-17).
*** Outros aos cristãos judeus (Hebreus 4.1-13; Tiago 5.7-9).
Falar com o discípulo acerca do objetivo antes de iniciar qualquer classe de estudo é um
detalhe muito importante que não deve ser esquecido. Como você se sentiría subindo num
transporte cujo destino você ignora?
Na “viagem” em direção ao objetivo, o discípulo se sentirá mais seguro e confiado se ele
conhece o destino de antemão. Assim será mais simples para o discipulador guiar o
discípulo, já que, havendo antecipado o itinerário, pode concentrar-se em outros detalhes
(João 14.1-6).
Nas preleções prévias de “orientação” deve-se tratar de incluir tudo o que é relativo à
meta, de forma clara e breve. Desde o básico até o complexo.
Por exemplo:
♦t* Qual é o tema do curso que o discípulo receberá na Escola Ministerial Paz - EMP, à
proporção que ele avança na visão?
❖ Qual é a meta de tal curso?
❖ Como se chega ao objetivo do curso?
❖ Por que se deve alcançar o objetivo?
♦> Para que se deve alcançar o objetivo?
♦J* Que conhecimentos teóricos ele terá obtido ao final desse curso?
OS ENCONTROS DE DISCIPULADO
Esses encontros devem ser num dia e hora que sejam próprios tanto para o discipulador
como para o discípulo.
A lição anterior deve estar fresca o suficiente para fazer a ponte com a lição que será
estudada. As lições são sequenciais. Se houver uma distância temporal muito grande, pode
acontecer que o discípulo não consiga fazer a ligação de um assunto com o outro.
Excepcionalmente, quando são pessoas muito ocupadas, pode-se discipular a cada 15 dias.
No entanto, discipulador e discípulo devem estar em contato por e-mail, telefone,
desenvolvendo relacionamento e comunhão. Qualquer emergência surgida, o discípulo
deve saber que pode recorrer a qualquer hora.
Deve ser um local cômodo onde haja liberdade de expressão. O discípulo não pode ser
intimidado a expor as suas conclusões. Se possível, o encontro deve ocorrer na casa dele,
onde poderá desenvolver-se um maior vínculo de intimidade entre o discípulo e o
discipulador.
A reunião pode também ser na casa do discipulador ou em qualquer outro ambiente
previamente combinado pelos dois, como num restaurante, num shopping center, etc..
Pode ser no próprio local de trabalho dos dois, durante o horário de almoço, no café da
manhã, etc.
Metas incorretas
Manter um grupo de pessoas, com o intuito de tornar-se líder e assim poder estar entre
aqueles que têm posição na igreja.
*** Chegar a ser um grande pregador e assim poder viajar, ser ouvido por muita gente,
ganhar ofertas, aparecer no rádio e na televisão.
♦> Resolver os problemas do povo, com base na autoridade e na posição alcançadas pelo
seu esforço e crescimento dentro da igreja.
♦t1 Ser um líder de células, supervisor de setor e de área, e outros níveis mais, com a
intenção de tornar-se tempo integral e assim ser mantido pela igreja.
♦♦♦ Provar para outras pessoas que o criticaram no passado que Deus está com você,
confirmando e seu ministério e ensinando uma lição para eles.
Edificar é mais que resolver problemas pessoais; é completar o que falta para alcançar
a meta proposta
(I Tessalonicenses 3.10).
Metas corretas
Quando você não se prepara para o futuro, o futuro o pega de surpresa. Não edificamos
somente para hoje. Estamos lançando hoje as bases da igreja do futuro. Faça a si mesmo
esta pergunta:
Como quero ver a igreja dentro de 5, 10 ou 20 anos?
Esta pergunta só terá resposta adequada se adquirirmos uma mentalidade de que estamos
edificando um povo; a mentalidade de que estamos plantando sementes e cuidando de
plantas. Que tipo de sementes estamos plantando, e que tipo de planta estamos cultivando?
Estamos cultivando hortaliças ou cedros?
Áreas de Supervisão
Um bom discipulado requer uma supervisão em todas as áreas da vida do discípulo. Não
se trata de um controle da vida da pessoa, e sim de uma ajuda organizada e direcionada
para o seu crescimento.
ÁREAS DE SUPERVISÃO
A. Relacionamento com Deus C. Relacionamento familiar
❖ Constância no emprego;
❖ Masculinidade / Feminilidade;__
❖ Desenvolvimento da personalidade;
❖__Amor próprio; _ ______
❖ Fruto do Espírito, andar no Espírito;
❖ Exercício do corpo e da mente;___
❖ Iniciativa própria, liderança;___
❖ Vidade vitórias._____ 1
CAPÍTULO DEZ
IMPORTANTE PARA VOCÊ QUE ESTÁ COMEÇANDO
INSTRUÇÕES PARA O NOVO DISCÍPULO
! ❖ Estimular e orientar o relacionamento
j de companheirismo;
j ❖ Verificar se existem barreiras ou
j___ mágoas com outros irmãos; _
❖ Convivência, estar junto com
1 diversos irmãos;______
í ❖ Servir aos irmãos no espiritual e no ! natural.
3. Participação na vida da Igreja
❖ Bom rendimento nos trabalhos e provas, obtendo notas dignas de
_____C[uem_tem_a mente de Cristo;__
❖ Relacionamento com professores e alunos;
❖ Bom testemunho diante de todos;
❖ Honestidade com relação a provas
e trabalhos (sem colar!).__
3. Governo:
❖ Observar se há disposição em servir
L___o corpo de Cristo;___
f •> Identificar os dons que a pessoa tem
I__e procurar desenvolvê-los;____
T •> Participação nos grupos caseiros
i______ (Igreja nas casas);________j_
j ❖ Participação em todas as atividades
formais e informais. 4.
♦> Prosperidade financeira, negócios,
_mordomia dos bens;____
♦> Administração financeira;
❖ Dízimos, ofertas, generosidade;
❖ Compreender a seriedade de não fazer sociedades com incrédulos.
E. Relacionamento consigo mesmo
j__❖ Integridade;______
J_ ❖ Humildade;_______
j_ ❖ Domínio próprio;_______
❖ Higiene, bons hábitos, modos e
I costumes;______
I ❖ Provações e sofrimentos;
j__❖ Altruísmo;_ ______
!____❖ Cuidado com o corpo, santidade;
Material de trabalho: Como base para esta supervisão podemos usar as apostilas do
Acompanhamento Inicial, o Manual do Discipulador, e os materiais do Curso de
Fundamentos e do CMC.
Agora que você já aceitou a Cristo e está em comunhão com Deus, irá desejar aprender
como andar perto Dele. A Bíblia chama isso de crescer “na graça e conhecimento do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 3.18)
A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada. Além de anunciar as Boas Novas de perdão e vida
eterna, ela também responderá às várias dúvidas que você terá à medida que tentar viver
de maneira a agradar a Deus. Ela capacitará você a estar “perfeitamente preparado para
toda a boa obra” (II Timóteo 3.17).
Peça para o seu pastor ou um amigo evangélico mais maduro uma sugestão de um bom
estudo bíblico. Além de nos revelar a pessoa de Deus, a Bíblia contém mais princípios de
sabedoria do que qualquer outro livro no mundo.
*** Leia o Livro de Salmos, que é o livro de adoração do Velho Testamento, para
enriquecer a sua devoção a Deus.
*t* Leia o Livro de Provérbios para adquirir sabedoria e bom senso e para fortalecer o seu
relacionamento com outras pessoas.
*** Ore pedindo entendimento. O Espírito Santo ajudará você a ver a vida com a
perspectiva de Deus. (Salmos 119.18).
*** Sempre que puder, converse com outras pessoas sobre o que você está aprendendo.
ORE DIARIAMENTE
*** Fale sempre com Deus. A oração é uma linha direta para a sala do Trono.
*** Conte os seus problemas a Ele. Quem poderia compreendê-lo melhor?
❖ Deixe - O carregar o peso dos seus problemas (Leia Mateus 11.28; I Pedro 5.7).
❖ Louve e agradeça a Deus pelo que Ele é e pelo que fez por você.
❖ Reconheça sua fraqueza. Confesse seus pecados de maneira específica.
❖ Ore pedindo por outras pessoas para que elas também venham a receber Jesus Cristo
como seu Senhor e Salvador.
❖ Defina um horário, de preferência pela manhã, quando você está descansado e sua
mente mais tranquila. Faça disso um hábito.
❖ Escolha um lugar tranquilo, onde você possa ficar sozinho com Deus.
❖ Faça uma lista dos pedidos de oração; ore por você e por outras pessoas.
❖ Primeiro leia e medite sobre um texto das Escrituras e depois gaste alguns momentos
em oração.
❖ Depois que esse momento com Deus se encerrar, entregue o dia que está começando
e a sua vida a Ele.
CONCLUSÃO
Vimos neste programa que os princípios transmitidos aos discipuladores são também
apresentados aos novos convertidos, posteriormente, criando aquela cadeia multiplicador a
de II Timóteo 2.2. Em primeiro lugar, teremos vários discipuladores formados; porém, o
primeiro grupo de novos convertidos formados, depois destes, já serão discipulados dentro
dessa visão, e se engajarão no programa como discipuladores.
É importante lembrar que o alvo não é apenas a multiplicação de conversões, mas,
principalmente, a maturidade e crescimento dos cristãos convertidos. Assim, outros novos
convertidos virão como consequência dessa maturidade. Vimos que é tempo de
repensarmos a forma da igreja, onde até então o trabalho eclesiástico se ateve a um
pequeno grupo de líderes, e que provavelmente não foram discipulados.
Indispensavelmente, a liderança da igreja deve estar preparada para equipar os santos
(Efésios 4.11-13). O pastor coordenando os grupos de formação de líderes estará mais
livre para pastorear o rebanho, podendo, em reuniões periódicas com os discipuladores,
ser informado a respeito das ovelhas que carecem, de um cuidado mais específico.
Vimos que cada encontro será um instrumento de formação e transformação. O MDA
propicia um ambiente onde o “instrui-vos e admoestai-vos mutuamente” (Colossenses
3.16) tem pleno espaço para florescer e frutificar.
O pastor e os demais líderes das igrejas devem equipar o povo de Deus. Eles sozinhos (a
liderança) não possuem todos os dons e o tempo necessários para fazer esse trabalho. E
mesmo que tivessem, estariam roubando o corpo de suas funções e obrigações. O corpo
precisa cumprir com as suas funções; do contrário, ficará atrofiado e infrutífero.
Estudamos que a liderança deve preparar os crentes para que cumpram esse ministério de
discipulado, e assim toda a igreja crescerá em qualidade e quantidade.
Portanto, esperamos que este manual tenha sido e continue a ser útil para ajudá-lo nessa
grande tarefa que é o “Ide e fazei discípulos” de Jesus. Mantenha-o com você, volte a ele
sempre que sentir necessidade de esclarecimentos, de revitalização destes princípios na
sua mente e no seu coração.
E lembre-se sempre: discipular outros seguidores de Jesus não é questão de chamado ou
opção, mas de obediência ao que já está bem claro na Grande Comissão. Assim
procedendo, estaremos trazendo alegria ao coração do Senhor, ao mesmo tempo
que fazemos avançar mais rápido a Sua obra sobre a Terra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDER, Balmain Bruce. The Training of the Twelve.
Disponível no site:
http://www.vidaemcristo.net/estudos-para-celulas/398-
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O DISCÍPULO. O que é um discípulo? Piracicaba: 2009. Disponível no site:
http://www.odiscipulo. Capturado em 22 de janeiro de 2010.
POTSCHKA, Noelia Gimena, JIMÉNEZ, Ulices Salvador. Algunas nociones básicas
acerca dei discipulado. In site:
http:// www.monografias.com/trabajos36/discipulado/discipulado2. shtml. Capturado em
19 de janeiro de 2010.
ROSS, Reuven, ROSS,Yanit. Introducing Discipleship. Las
Vegas, USA: Making Disciples International, 2010.
SILVANO, Diego Cristián. El discipulado Cristiano. Rosário -Argentina: Iglesia
Bautista Bíblica, 2008.
O REFRIGÉRIO. Crentes ou discípulos? Espinho - Portugal: CIIP, 2008.
1
Instrução Específica: é a que se dá somente para uma determinada situação.